consultoria empresarial: um caminho sustentável e
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consultoria empresarial: um caminho sustentável e
CONSULTORIA EMPRESARIAL: UM CAMINHO SUSTENTÁVEL E LUCRATIVO NOS PEQUENOS NEGÓCIOS DE CAFÉ Alda Nunes Barroso1 Resumo Com o constante crescimento do mercado de cafeterias os empresários deste segmento precisam levar em consideração uma série de fatores para empreender os charmosos e pequenos negócios de café. Apesar do tamanho, trata-se de uma estrutura bastante complexa, que exige planejamento, equipe bem treinada e muito envolvimento por parte do proprietário. É necessário muita habilidade e conhecimento para administrar o mercado de fornecedores, que envolve máquinas, produtores de café, matérias-primas de qualidade; estratégias para conquistar e manter clientes; concorrência; capacitação dos colaboradores. Quando o empresário não possui o domínio dessas metodologias é importante que ele recorra a profissionais que lhe auxiliem nas tomadas de decisões estratégicas. É propósito deste artigo analisar de que forma a consultoria empresarial, entendida como um serviço de aconselhamento pode contribuir para iniciar ou fazer evoluir os pequenos negócios de café de forma sustentável e lucrativa. Para desenvolvimento da pesquisa foram realizados levantamentos bibliográficos sobre o tema e de entrevistas junto a empresários e profissionais que atuam no segmento. Palavras-chave: planejamento. 1 consultoria empresarial, pequenos negócios de Aluna do MBA em Gastronomia – SENAC MG – Belo Horizonte – [email protected] café, 1 INTRODUÇÃO A história do café, tanto no Brasil como no mundo, tornou-se um alimento culturalmente gastronômico com um forte vínculo emocional e social, sendo consumido diariamente pelas pessoas em diversos lugares e ocasiões. A exploração de produtos e serviços em torno do café, as campanhas em favor do seu consumo assumiram um caráter de permanência em todo o país. Nos últimos anos, a cafeteria, uma espécie de boutique de cafés, onde se prepara a bebida com grãos de alta qualidade, passou a ser cada vez mais um lugar de encontro e descanso das pessoas. A Associação Brasileira da Indústria do Café – ABIC, 2011, constatou em um levantamento feito de 2003 a 2010, que o consumo de café tradicional aumentou 307% entre os brasileiros acima de 15 anos e o café especial cresceu 17% em 2010, no Brasil. O consumidor brasileiro tem qualificado o produto, está mais exigente, quer inovação, e a indústria tem que responder à altura, oferecendo o produto de qualidade, enfatiza Herszkowicz, diretor da ABIC. Dados como esses, justificam o número de cafeterías que abrem todos os anos em vários estados do Brasil. Porém, o sucesso de um estabelecimento vai muito além de sua estrutura. Os empresários deste segmento precisam conscientizar da importância de uma série de fatores para empreender este charmoso e pequeno negócio. Trata-se de um empreendimento bastante complexo e para ter sucesso é fundamental planejamento, a presença e administração do proprietário, treinamento e capacitação dos colaboradores, inovação e ambiente agradável. O presente trabalho aborda o papel que tem o consultor empresarial nesse tipo de empreendimento. Geralmente um consultor auxilia na solução e prevenção de problemas bem como na implantação de técnicas de gestão empresarial bem-sucedidas. Para realizar a pesquisa foram selecionadas dezoito (18) casas de café nos diversos bairros da cidade de Belo Horizonte. As informações foram colhidas através de entrevistas com os proprietários e/ou responsáveis pelo negócio, entrevistas com consultores da área e de outras fontes secundárias: levantamento bibliográfico em livros, revistas, pesquisas em sites relacionados com o segmento, com o objetivo de identificar e analisar de que forma a consultoria empresarial pode contribuir para iniciar ou melhorar o desempenho deste tipo de negócio. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 O café e sua história O café é um alimento que faz parte da evolução da humanidade e sua história é permeada por lendas, mitos, verdades e relatos. A lenda de Khaldi, registrada em manuscritos do Iêmen, é a mais conhecida sobre a descoberta do café. Existem várias versões, a respeito da narrativa lendária com contornos, cenários e personagens muito alegres e divertidos, resultado da imaginação popular. Porém, a essência da descoberta do efeito estimulante destes frutinhos vermelhos permanece. Khaldi era um pastor de cabras da Etiópia (nordeste da África), que, certo dia, observou o efeito excitante que as folhas e frutos de determinado arbusto produziam em seu rebanho. Os animais que mastigavam a planta se tornavam mais lépidos, subiam as montanhas com agilidade, revelavam melhor resistência, percorriam quilômetros de subidas íngremes. Ao experimentar os tais frutos, o pastor confirmou seus dotes estimulantes, e a notícia se disseminou pela região, provocando de imediato seu consumo, na forma macerada...Seja (a lenda) fantasia ou realidade, importa registrar que a revelação do potencial do grão projetou no mundo a planta que, mais tarde, escreveria a história do Brasil. (MARTINS, 2008, p. 18). A propagação inicial do precioso fruto ocorreu há mais de mil anos, na Abssínia, hoje, Etiópia, por volta do ano 575 D.C. e em seguida levada para o Iêmen, no Oriente Médio, por volta dos anos 1200 e difundindo-se a partir do século XV, por todos os países árabes. Bressani, (2009). Ao contrário do que sugere a palavra café não vem de Kaffa, província em que foi cultivado, mas do árabe qahwa, que significa vinho. Por isso, o café ficou conhecido entre os europeus como “o vinho da Arábia”. Em 1450, a planta foi introduzida em Meca e em 1554, foi aberto em Constantinopla o primeiro café público do mundo. Em 1615, mercadores venezianos introduziram-no na Europa, onde vários estabelecimentos que serviam a bebida começaram a surgir, reproduzindo as casas de café árabes. O primeiro deles surgiu em Londres em 1652 e, no final do século XVII, o Procope, o primeiro em Paris. (BRESSANI, 2009, p. 20). Existem relatos que os holandeses foram os primeiros a conseguirem mudas de café que foram cultivadas no Jardim Botânico de Amsterdã. Em 1714, o rei Luís XIV foi presenteado com uma muda, posteriormente plantada no Jardin des Plants, em Paris. Mais um romântico capítulo da história do café foi escrito logo em seguida, em 1723, quando o oficial da marinha francesa Gabriel-Mathieu de Clieu trouxe as primeiras mudas para a ilha da Martinica, na época, colônia da França. Seriam as primeiras que aterrissavam na América Central, atualmente bastante pródiga em cafés de alto nível. Conta a lenda que o navio onde estava Gabriel fora atacado por piratas, enfrentara forte tempestade e ficara sem água potável. Mas que, preocupado em manter as mudas vivas, ele abriu mão de sua parte de água doce para regar as plantinhas...o cultivo espalhou-se por São Domingos, Cuba, Porto Rico...(BASTOS, 2008, p. 21). A chegada do café ao Brasil, a exemplo das várias narrativas que envolvem a trajetória desta planta do Oriente ao Ocidente, é envolta em relatos sedutores. Consta oficialmente, segundo Bastos, 2008, que o Estado do Pará foi o primeiro a receber as mudas do fruto. Em 1727, o capitão-general João da Maia da Gama incumbiu o sargento-mor, Francisco de Melo Palheta para resolver questões de fronteira na Guiana Francesa. Ao chegar, foi recebido pela bela esposa do governador, Madame D’Orvilliers. Foi a seu convite que experimentou pela primeira vez na vida uma xícara de café. Durante a “degustação”, lamentou de forma envolvente não haver no Brasil o arbusto do qual se extraía o saboroso elixir. Após o momento a sós, o sargento e a esposa do governador foram fazer um passeio pelo cafezal com o político. Ali, sob a permissão do marido, a madame ofereceu gentilmente a Palheta “uma mão cheia de pevides de café, praticando a galanteria de ser a mesma que lhas introduziu no bolso da casaca”, para que Palheta pudesse renovar, quando regressasse a Belém, o prazer que então experimentara com a deliciosa beberagem. (BASTOS, 2008, p. 22) O café espalhou-se nos estados do norte e nordeste. Em 1760 o plantio chegou ao Rio de Janeiro e em 1790 iniciam-se plantios no Vale do Paraíba em rota para São Paulo, em seguida ao Sul de Minas. Espalhou-se por todo o país, a cultura, devido às condições favoráveis de clima e solo, diz Bressani (2009). A riqueza do Brasil se concentrou na economia cafeeira durante quase todo o século XIX e parte do século XX, enfatiza o autor. Em 1902, a superprodução de café fez com que os preços baixassem gerando crise no setor. Em 1929, com a quebra da Bolsa de Nova York, o café brasileiro perdeu seu maior comprador, o preço despencou e o governo teve que intervir. Milhões de sacas de café foram queimadas para diminuir a oferta mundial e recuperar o preço de mercado, porém, sem sucesso. Em 1947 os preços do café voltaram aos níveis anteriores. O café é um produto fundamental para a economia e política de muitos países. Isto demonstra o quão importante é a atividade cafeeira no processo de estruturação das economias dos países produtores, cita Bressani, 2009. Alencar, 2011, em seu texto “o poder do café” na revista espresso, complementa que mais de 60 países produzem café; é a segunda commodity mais comercializada, atrás somente do petróleo; existem cerca de 100 espécies de café, mas apenas duas são comercialmente viáveis: a Coffea arabica (arábica) e a Coffea canephora (robusta); a maior cooperativa do mundo é brasileira, a Cooxupé, que fica em Guaxupé/MG. De acordo com a matéria, acima citada, o Brasil exporta café para 126 (cento e vinte e seis) países e detém 33% das exportações mundiais de café e exportou 33 milhões de sacas em 2010; os países que mais importaram o café brasileiro em 2010 foram Estados Unidos, Alemanha e Itália. O café move o mercado mundial, com consumo em todos os pontos do planeta. Os principais destaques são: a) Estados Unidos: maior consumidor do mundo. A norte-americana Starbucks, maior cadeia de cafeterias do mundo, tem mais de 15 mil lojas em cerca de 50 países. b) Brasil: maior produtor e exportador mundial de café. A produção é igual a dos outros seis maiores produtores mundiais somados. São 2,2 milhões de hectares de café plantados em 11 Estados produtores. c) Escandinávia: Finlândia, Noruega e Dinamarca são os maiores consumidores per capita de café. São consumidos 13 Kg de grãos cru por ano. d) China e Japão: novos mercados consumidores despontam por lá. Pesquisas apontam que o consumo de café aumenta mais de 20% ao ano. e) Etiópia: considerado o berço do café, por deter a origem mais remota da planta. De lá para os países árabes, o café ganhou o mundo. f) Itália: apesar de o espresso ter surgido na França, é a Itália considerada o berço do espresso, pelo aprimoramento das máquinas e técnicas de extração. Os 60 milhões de habitantes consomem 40 milhões de espresso por dia. Ainda de acordo com a matéria, o brasileiro, a cada ano, bebe mais café. No Brasil o café é a segunda bebida mais consumida, depois da água. Está presente na casa de cada um, na história e em todo território nacional. Em 2010, o consumo foi de 19,13 milhões de sacas, ou seja, 4,81 Kg de café torrado ou 6,02 Kg de grão cru por pessoa, quase 81 litros por ano, número que bate o recorde mundial. Gera emprego e renda. São 8 milhões de brasileiros na cadeia produtiva. Estima-se que a produção de café na safra de 2011, no Brasil, seja entre 41,89 milhões e 44,73 milhões de sacas de 60 Kg de café beneficiado, sendo de 30,96 a 33,17 milhões de sacas de café arábica. Os principais estados produtores são: Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Paraná e Espírito Santo, finaliza a autora Alencar. De acordo com o diretor da Abic Nathan Herszkowicz, a melhoria da renda, crescimento das classes A e B, tem feito com que as pessoas gastem mais com alimentos de melhor qualidade e isso acontece também com o café. O Café além de bebida é um alimento culturalmente gastronômico com um forte vínculo emocional e social, sendo consumido diariamente pelas pessoas em diversos lugares e ocasiões. Segundo Savarin, 1995, a gastronomia está relacionada à história natural, à física, à química, à culinária, ao comércio, à economia política, em que ela governa a vida do homem, influenciando todas as classes sociais. O “café tem vida própria e uma rica história”, enfatiza Anne Ewing, diretora de desenvolvimento para a região do Meio-Oeste da Starbucks - maior rede de cafeterias do mundo - e citado por Michelli 2009, p. 13. A valorização desse produto passou a ser ainda maior quando ele começou a ser tratado como parte dessa ciência (gastronomia). Saiu da margem e foi para o topo, como um presente para os apaixonados por essa bebida. E todos ganham muito com isso. (...) Esse poder do café, esse prazer proporcionado, e tudo o que ele influencia na área de gastronomia, economia, saúde, artes e história, instiga a falar cada vez mais sobre ele e mostrar que não dá para viver sem a preciosa bebida. (FONTES, 2011, p. 08). Desta forma, o autor da matéria propõe levar aos apreciadores o máximo de informações e novidades do mundo do café, sem parecer que é inatingível ou complicado, ou que somente especialistas podem entender as nuances de um preparo correto. “Ao contrário, café é tão popular, tão presente no dia a dia das pessoas, que todos podem perguntar opinar, avaliar, provar e se deliciar cada vez mais com ele”. (FONTES, 2011, p. 8). O café também é bom para a saúde. Depois de muitos anos sendo contraindicado, pesquisas provam seus benefícios para o corpo humano. Buchalla, 2006, p. 96 diz que a cafeína é apenas uma entre as cerca de 1000 (mil) substâncias que compõem o café. Hoje, médicos e cientistas dedicam-se ao trabalho de analisar todos os elementos contidos no café. Já se concluiu que a bebida tem substâncias antioxidantes, bastante potentes que reduzem o ritmo do processo de envelhecimento. Os achados têm se revelado fascinantes, revela a autora. Na reportagem da revista Espresso , pesquisas mostram os benefícios do café para o corpo humano, depois de muitos anos sendo contra-indicado. O café possui minerais, aminoácidos, lipídios e açúcares. Tem antioxidantes, que combatem os radicais livres. O café contém de 1% a 2,5% de cafeína. Ao tomar um café, a cafeína leva 15 minutos para começar a agir no organismo. É um bom alimento porque aumenta o valor nutritivo das refeições. É estimulante, o que melhora a atenção, a concentração e a memória das pessoas. Aumenta a disposição e a sensação de bem-estar. Combate o estresse e evita a sonolência. Aumenta o rendimento físico e diminui a sensação de fadiga. É bom para o coração porque previne doenças cardiovasculares; e para a digestão, no equilíbrio da flora intestinal. Ajuda na prevenção da depressão, cirrose, diabetes, câncer, Mal de Parkison e outras doenças. A quantidade ideal de consumo diário é de quatro xícaras de 125 ml. Gestantes e crianças podem consumir com moderação, sem prejuízo para a saúde. Não escurece os dentes. (ALENCAR, 2011, p. 49). A Associação Brasileira da Indústria do Café - ABIC - lançou em 2005 um projeto “Café na merenda, saúde na escola” com a parceria de empresas com o objetivo de disseminar os benefícios do café em doses moderadas, propiciando à atividade intelectual e à prevenção de doenças. 2.2 As micro e pequenas empresas e sua importância para a economia do Brasil Microempresa é um conceito criado pela Lei n. 7.256/84 e, atualmente, regulado pela Lei n. 9.841, de 5.10.99, que estabelece normas também para as empresas de pequeno porte, em atendimento ao disposto nos arts. 170 e 179 da Constituição Federal, favorecendo-as com tratamento diferenciado e simplificado nos campos administrativo, fiscal, previdenciário, trabalhista, creditício e de desenvolvimento empresarial. Trata-se de uma política de desburocratização, com o intuito de agilizar o funcionamento dos pequenos organismos empresariais, segundo o Sebrae, 2011. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae – é a principal entidade que apoia os empreendedores brasileiros. Foi criado por lei de iniciativa do Poder Executivo, mas é predominantemente administrado pela iniciativa privada. A instituição é resultante de uma decisão política, que atende aos anseios dos empresários e do Estado, que se associaram para criá-la e cooperam na busca de objetivos comuns. Sua criação ocorreu em 1990 pelas Leis 8.029 e 8.154, sendo regulamentado no mesmo ano pelo Decreto n. 99.570. (DORNELAS 2005 p. 198). De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Estatística – IBGE - 2003, as Micro e Pequenas Empresas - MPE's - nas atividades de comércio e serviços cobrem cerca de 80% da atividade total deste segmento, tanto em termos da receita gerada como das pessoas nele ocupadas. Pesquisas mostram que nos últimos anos, as empresas de pequeno porte registraram uma evolução significativa em sua taxa de sobrevivência no Brasil, diz Schneider, 2011, através da revista mercado do Brasil. Menciona também que em 2002 enquanto cerca de 51% dos pequenos negócios sobreviviam aos dois primeiros anos de vida, hoje, o índice alcança os 80% - chegando a superar os 85% em alguns estados. A autora em entrevista a Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae e doutor em economia se diz animado com esta perspectiva e que a tendência é de surgirem pequenos empreendimentos bem-sucedidos no País. Na entrevista, o especialista em economia, reforça o papel das micro e pequenas empresas na economia brasileira: As micro e pequenas empresas brasileiras têm uma dimensão social e econômica importante para o País. Elas respondem por 99% das empresas formais e são responsáveis por mais de 53% dos empregos com carteira assinada. Então, elas são geradoras de emprego e renda com melhor distribuição no País. O total de riquezas que produzem tem participação de 20% no PIB - Produto Interno Bruto do Brasil. Decididamente, elas promovem o desenvolvimento local e regional. Os maiores desafios na atualidade são reduzir a informalidade e dobrar a fatia de participação das empresas de pequeno porte no PIB nacional. São desafios bons para um País que cresce e se destaca no cenário mundial. (SANTOS, 2011, citado por Schneider). Em matéria postada por Gasparim, 2011, a importância das Micro e Pequenas Empresas para a economia brasileira foi destaque durante a posse da nova diretoria do Sebrae e da presidência do Conselho Deliberativo Nacional. O novo presidente da instituição, Luiz Barretto, segundo Gasparin, 2011, afirmou que os negócios de micro e pequeno porte somam quase seis milhões de empresas no país e empregam 53% da força de trabalho formal e que estas empresas são as grandes geradoras de oportunidades de emprego e renda e também o motor do mercado interno. Durante a cerimônia o ex-presidente do Sebrae, Paulo Okamotto salientou que as micro e pequenas empresas são uma forma de distribuir conhecimento, criar oportunidades e poder para todos. Diz a matéria acima que o propósito do SEBRAE é trabalhar de forma estratégica, inovadora e pragmática para fazer com que o universo dos pequenos negócios no Brasil tenha as melhores condições possíveis para uma evolução sustentável, pois estas empresas ajudam a criar riquezas regionais de forma muito mais justa e rápida, do que as grandes corporações, finaliza Gasparin. Apesar do grande crescimento dos pequenos negócios, segundo Mai, 2006, alguns deles não conseguem se manter no mercado, por diversos motivos, e acabam por encerrar suas atividades muito antes do esperando. Estudos mostram que um dos maiores causadores de danos a essas empresas é a falta de gestão administrativa e financeira por parte do proprietário do negócio. Ou seja, muitas vezes falta capacitação profissional ou orientação para dirigir estas pequenas empresas explica o autor. Devido à grande capacidade empreendedora do brasileiro, cada vez mais pessoas com pouca capacidade gerencial embarcam no projeto de virar patrão. Essa falta de experiência administrativa aliada à dificuldade de se manter em um mercado cada vez mais competitivo, faz com que seja necessário buscar meios que possam dar uma maior sustentação a essas empresas, conclui Mai, 2006. Para Porter (1995, p. 12) "quanto menor a empresa mais importante é a estratégia". Ele usa esta afirmação, pois, empresas menores sofrem mais com variações da economia, além da dificuldade de se gerenciar orçamentos apertados e carga tributária excessiva. As cafeterias fazem parte do universo das micro e pequenas empresas. Abrir um pequeno café é o sonho de muitas pessoas que pensam em partir para o próprio negócio. Segundo o Sebrae, 2001, trata-se de um dos mais charmosos e tradicionais negócios do ramo de alimentação. As cafeterias vieram da Europa carregadas de história. Em Paris, foram pano de fundo tanto para a euforia da Belle Époque como para o terror da ocupação nazista. Em Lisboa ou no Rio de Janeiro não foi diferente. Em torno de suas mesas sentaram-se personagens ilustres. Fernando Pessoa e Manoel Bandeira foram sempre clientes assíduos. Não é difícil imaginar que o encontro de Sartre com Simone de Beauvoir aconteceu num despojado, mas elegante, café parisiense. Ao sabor de aromáticos cafés, já se fez poesia, filosofia, cinema. Já se organizaram levantes e resistências. Já se amou já se sofreu ou simplesmente se viveu. (SEBRAE 2001). A jornalista gastronômica Bastos, 2008, reforça que: seja em Paris, Roma, Turquia, Nova York ou São Paulo, a cultura da cafeteria está plenamente arraigada, com um público que vai ao local para tomar uma xícara, ler um jornal, encontrar amigos, filosofar..., diz a autora. É um segmento que tem contagiado desde as grandes cidades até pequenas cidades do interior. Em Belo Horizonte, segundo pesquisa????, onde não havia mais do que três casas especializadas na década de 90, atualmente há mais 40???? cafeterias, dentro do novo padrão. Nos mais diferentes bairros da cidade, podem-se encontrar dezenas de cafés charmosos, ou seja, verdadeiras “boutiques de café”, onde as pessoas podem degustar lanches leves e saudáveis, ler um bom livro, jornal, apreciar arte, ouvir uma boa música, adquirir presentes, intermediar negócios, acessar a internet, além da identificação dos clientes com outras pessoas que freqüentam o local, com funcionários que os cativam ou, ainda, com o proprietário, que possui características que as agradem ou com as quais elas sintam-se confortáveis. Um ato humano de recepcionar, alimentar e entreter pessoas, fazendo com que elas se sintam queridas. Para fomentar este mercado tão promissor, as campanhas em favor do consumo de cafés no Brasil assumiram um caráter de permanência. Constantemente, nos mais diversos locais do país, a população tem acesso a um amplo leque de informações referente ao produto. Nathan Herszkowick, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), através da revista Anuário Brasileiro do Café, 2006, afirma que o crescimento nos índices de consumo, apresentados ano após ano, reflete o acerto desse tipo de ação. Desde maio de 2005, o Brasil conta com uma data especial para celebrar os grandes feitos envolvidos pela magia do café. Incorporado ao Calendário Brasileiro de Eventos, o 24 de maio celebra o início da colheita e homenageia a bebida consumida por 95% pela população brasileira, segundo estatística. A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), num reconhecimento da importância dessa comemoração, desde a escolha da data passou a incentivar indústrias, produtores, exportadores, cooperativas, jornalistas, artistas, escritores e consumidores a retribuírem com uma homenagem especial. (ANUÁRIO BRASILEIRO DE CAFÉ, 2006, p. 119). Vale ressaltar a fala de Guivan Bueno, 2006, na época presidente da Abic, a respeito da válida iniciativa de manter sempre a bebida em evidência: A data enaltece toda a cadeia produtiva, do grão até à xícara, e aplaude todos os segmentos que investem continuamente para oferecer ao consumidor brasileiro um café de qualidade, com muito aroma e sabor. (ANUÁRIO BRASILEIRO DE CAFÉ, 2006, p. 119). Para valorizar ainda mais a bebida “café” foi criado em Belo Horizonte 2011, o Circuito de Cafeterias, em comemoração ao Dia Nacional do Café, com início em 24 de maio até 24 de junho. O circuito reúne algumas cafeterias da capital em um Guia – Circuito de Cafeterias – com o objetivo de proporcionar aos entusiastas da bebida, o conhecimento dos mais diversos produtos derivados, além de tornar o mercado cada vez mais fortalecido. Viana 2011. O Campeonato Brasileiro de Barista, que acontece todos os anos, desde 2002, apoiado pelo Campeonato Mundial e de outros concursos internacionais é outra forma de levar informação ao consumidor sobre a importância da profissionalização da atividade, além de promover o hábito do consumo dos cafés especiais, conforme Associação Brasileira de Café e Barista (ACBB), 2008. Porém se engana quem pensa que entrar no ramo é simples. Para ter sucesso, um negócio de café exige uma grande dose de dedicação do proprietário. Fazer um bom planejamento, investir nos equipamentos e produtos adequados contratar e capacitar os profissionais certos para que possam esclarecer todas as dúvidas sobre o café, suas técnicas de preparo, bem como instruí-los quanto ao manuseio do maquinário utilizado na preparação da bebida, é fundamental, esclarece Silva, 2006. Atualmente, os consumidores estão cada vez mais exigentes. Selecionam com critério o café que querem tomar e estão dispostos a pagar mais caro por um produto que lhes dê prazer. Fontes, 2009 reforça que na gastronomia ótimos ingredientes, boa receita e executante caprichoso são requisitos básicos para preparar uma bebida de qualidade. No entender de Bressani (2009), o preparo do café tornou-se um elo extremamente importante na cadeia, completando o ciclo que leva da semente até à xícara. Hoje, com os programas criados e implementados pela Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), focados na pureza, na qualidade e sustentabilidade, tem-se acesso a uma boa matéria-prima. Porém, não o suficiente para garantir um espresso com qualidade. Para fechar esse ciclo, Fontes, 2009, aponta um grande aliado: o barista. Profissional que se dedica a preparar o café com paixão, atenção. Esta profissão ainda busca espaço no mercado, seja em cafeterias, restaurantes ou solo, mas uma coisa é fato: sem ele o café não recebe o cuidado que merece. Fazendo uma comparação, é como a relação do sommelier com o vinho, do chef com a comida, do confeiteiro com a sobremesa. (FONTES, 2009). “Os baristas são especialistas no preparo do café e têm atuação fundamental na divulgação junto ao consumidor final”. (BRESSANI 2009). O autor, citado, considera que, aos poucos, o apreciador será capaz de identificar preferências de aroma suave ou intenso, de bebida leve ou encorpada, de torra média ou escura, de moagem fina, média ou grossa, por exemplo. O barista qualificado é um artesão e um artista que pode extrair todo o potencial do café, enfatiza Bressani. Nenhum barista deve trabalhar em uma máquina de espresso sem ter bons conhecimentos sobre grãos, cultivo, colheita e beneficiamento, princípios de torra e da moagem, ou seja, satisfazer a curiosidade dos consumidores em questionamentos de como é composto o blend? É um puro bourbon? É um blend de café natural, cereja descascado e despolpado? Qual a qualidade da bebida extraída a partir desses grãos? É uma bebida dura, mole, estritamente mole?, ressalta o autor citado acima. O profissional “barista” tem a responsabilidade de transmitir o conceito de qualidade para quem aprecia a bebida. “Do freqüentador ao proprietário da loja, todos ganham com esse novo status do profissional, conhecedor do tema”, completa Bressani 2009. E para participar de um mercado tão competitivo e exigente como o de cafeteria, precisa estar muito bem posicionado e ter um planejamento estratégico, com a ajuda de profissionais dotados de informações e conhecimentos amplos. Em razão disto, uma das ferramentas mais importantes para o desenvolvimento humano e empresarial cada vez mais utilizado é o treinamento, que faz parte do serviço de consultoria. 2.3 Consultoria empresarial e sua função na empresa Apesar do grande crescimento das pequenas empresas, muitas não conseguem se manter no mercado e acabam por encerrar suas atividades muito antes do esperado. Segundo Mai, 2006, um dos maiores causadores de danos a essas empresas é a falta de gestão administrativa e financeira por parte do proprietário do negócio. Esta falta de gestão aliada à dificuldade de se manter em um mercado cada vez mais competitivo, faz com que seja necessário buscar meios que possam dar uma maior sustentação a essas empresas, esclarece o autor citado acima. Partindo desse contexto de dificuldades encontradas pelas micro e pequenas empresas, a consultoria empresarial em forma de parceria torna-se uma grande fonte de perspectiva de sustentabilidade para o negócio. É a oportunidade de integrar os conhecimentos necessários que a consultoria oferece à demanda que a empresa necessita para ter um desenvolvimento organizado e sustentável, pondera Mai, 2006. A consultoria empresarial é um segmento que tem crescido no mundo inteiro. Jacintho, 2004, afirma que, hoje, a atividade de consultoria começa a ganhar terreno para fazer frente ao novo cenário de intensa concorrência entre as empresas, pois para adaptar-se ao ambiente de incertezas e mudanças, as organizações necessitam de uma grande variedade de informações e habilidades. É um processo interativo de um agente de mudanças externo à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de decisão, não tendo, entretanto o controle direto da situação. Além de diminuir os custos, os benefícios de se contratar uma consultoria estão no fato de que o profissional consultor não está contaminado pelos prováveis vícios de gestão préexistentes, reafirma o autor. A alternativa de manter no quadro de pessoal tantos especialistas quanto for necessário é, não só onerosa, como limitante. Onerosa porque este profissional especialista não seria necessário em tempo integral, e fatalmente seria desviado para atividades de menor grau de especialização, que um empregado que receba menor remuneração poderia exercer. Limitante porque deixa de trazer para a empresa experiências que o profissional pode trazer e que serão benéficas para facilitar o processo de mudança que se faça necessário. (JACINTHO 2004, p....). Na profissão de consultor, segundo Azevedo, 2011, ainda há uma grande resistência de muitos empresários em recorrer ao apoio dos serviços de consultoria empresarial. Têm certa dificuldade de aceitar a idéia de ter um profissional, dando orientações sobre seu próprio negócio. A consultoria, segundo o autor citado acima, é considerada uma das mais antigas do mundo. A origem da palavra vem do latim consultare, que significa aconselhar e também ser aconselhado, complementa o autor citado acima. [...] a consultoria não é uma profissão em si mesma, mas uma maneira de exercer uma profissão. O engenheiro que dá consultoria permanece, em primeiro lugar, um engenheiro e, só depois disto, um consultor. O médico que dá consultoria não desiste de ser, em primeiro lugar, um médico, e nem qualquer uma das outras pessoas que se voltam para a consultoria muda a sua profissão. Elas simplesmente modificam a maneira e, muitas vezes, o tipo de indivíduos e de organizações aos quais prestam os seus serviços. (JACINTHO, 2004, p. 28). O consultor deve ser um profissional bem preparado e que possua um comportamento ético, buscando sempre maximizar o interesse da empresa cliente. O autor aconselha que a base desta vocação seja efetuada por um tripé: a) A integridade que o profissional precisa para atuar como consultor; b) O valor que o profissional da consultoria proporciona para a empresa-cliente; c) A felicidade que o consultor tem e expressa por sua atuação profissional. (JACINTHO, 2004). Os objetivos de uma consultoria podem ser analisados e definidos tanto pelo consultor ou da empresa-cliente. A proposta do consultor é efetuar um trabalho de busca e solução de falhas nos processos internos das empresas, ajudar a empresa-cliente na solução dos problemas, oferecer um trabalho de qualidade com soluções práticas, respeitando sempre o tipo e porte da empresa. A empresa que passa por uma transformação tende a absorver as mudanças de maneira lenta, portanto todo o trabalho do consultor deve ser feito de maneira gradativa, porém constante. O maior objetivo do consultor é demonstrar para o cliente que o dinheiro investido por ele em um processo de consultoria trará benefícios a partir do momento que houver uma conscientização de toda empresa, da importância de mudança metodológica e uma nova postura quando algo está errado na empresa. Mai, 2006. 3 DEMONSTRAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Apresenta-se a seguir os principais dados realizados em um estudo exploratório através de consultas bibliográficas e pesquisa de campo realizada durante o mês de junho e julho/2011, junto a empresários e profissionais que atuam no segmento de pequenos negócios de café na cidade de Belo Horizonte/MG, com o intuito de saber de que forma a consultoria empresarial pode contribuir para atender as necessidades básicas de quem quer iniciar ou melhorar os pequenos negócios de café. O café é a mais universal das bebidas. Ele sempre esteve presente na vida das pessoas. Numa terra de tantas culturas, hábitos, aromas e paladares como o Brasil, o café consegue estar a um só tempo em todos os lugares e cada vez mais os consumidores se sentem atraídos pelo ambiente das cafeterias e o interesse pelos cafés finos e de qualidade superior. Esta nova era cultural da bebida desperta o grande interesse pela abertura de pequenos e charmosos negócios de café. Trata-se de um segmento que faz parte das micro e pequenas empresas e tem uma importância fundamental na criação e preservação das riquezas regionais de forma mais justa e rápida do que grandes corporações. As empresas de menor porte enfrentam maiores dificuldades em decorrência de fatores como inexperiência ou falta de planejamento por parte do proprietário, explica Mai, 2006. Muitos empresários esquecem de condições básicas para iniciar ou melhorar um negócio e simplesmente preferem executar atividades de forma desordenada sem dedicar tempo para planejar e elaborar um plano de negócio. E quando o assunto é planejamento, falar em consultoria, muitas vezes é ofensa para os investidores mais desatentos ao mundo empreendedor, reforça o autor citado acima. Foram entrevistados dezoito (18) pequenos negócios de café dos quais nove (9) participaram do circuito de cafeterias, evento com o objetivo de tornar o mercado cada vez mais fortalecido. O tempo que estas empresas estão em funcionamento no mercado varia de dezessete (17) anos a seis (6) meses. Parte dos entrevistados (60%) justificou que o grande interesse de abrir este tipo de negócio foi a oportunidade em virtude do crescimento do mercado dos cafés especiais e trinta por cento (30%) por achar uma área interessante e dez por cento (10%), do sexo feminino, disse que sempre sonhou em ter este tipo de negócio, ou seja, realização pessoal. Oito (08) do total dos cafés entrevistados são administrados pelos proprietários. Permanecem ali porque gostam muito do que fazem e têm prazer em receber os clientes e compartilhar idéias e sugestões. São verdadeiros anfitriões. Prestam um atendimento personalizado, onde os clientes se reportam à hospitalidade da casa de entes queridos. Esta forma de tratamento é uma das características bem sucedida deste tipo de negócio e o grande diferencial, segundo os autores pesquisados. Percebe-se que os locais administrados pelos proprietários têm um atendimento humanizado, com sentimento, não é plastificado, automático ou robotizado, é o que expressa um dos entrevistados. Ressalta ainda que é um negócio personalíssimo, sabe de tudo que acontece no dia a dia e gosta muito do que faz. Quanto à dificuldade de gestão desse segmento, o setor mais complicado e mais dificulta no processo de abertura do negócio, na opinião dos entrevistados é o de pessoal. O elemento humano é de fundamental importância para o sucesso de locais que trabalham com café. Desta forma é necessário capacitar os colaboradores para que possam esclarecer todas as dúvidas sobre o café, suas técnicas de preparo, bem como instruí-los quanto ao manuseio do maquinário utilizado na preparação da bebida, esclarece Silva, 2006. Parte dos entrevistados ainda desconhece a importância do profissional “barista” no ambiente das cafeterias. Muitas vezes os estabelecimentos possuem um bom equipamento, um grão de qualidade, no entanto falta mão de obra qualificada para operar. Bressani, 2009 diz que o barista qualificado é um artesão e um artista que pode extrair todo o potencial do café. Precisa de bons conhecimentos sobre grãos, cultivo, colheita e beneficiamento, princípios de torra e da moagem a fim de satisfazer a curiosidade dos consumidores cada dia mais exigentes, enfatiza o autor. É muito difícil encontrar, no mercado, profissionais treinados para esta atividade. A melhor alternativa, segundo os consultores entrevistados é o treinamento dentro da própria empresa, por profissionais da área, ou seja, consultores com conhecimento e experiência. O segundo maior complicador da atividade é qualidade no atendimento, em terceiro lugar foi apontado higiene e segurança e em quarto lugar o cliente. Na opinião dos consultores entrevistados todos estes setores selecionados em relação aos dificultadores na gestão de uma cafeteria, dependem de investimento contínuo de um profissional no intuito de aumentar a capacidade e as habilidades dos colaboradores. Higiene, limpeza e organização do local de trabalho, principalmente quando se trata de Alimentos e Bebidas, precisam estar sempre impecáveis. Fontes, 2009 reforça que, na gastronomia, ótimos ingredientes, boa receita e executante caprichoso são requisitos básicos para preparar uma bebida de qualidade. O funcionário deve estar sempre bem apresentável. O uniforme discreto, limpo e bem conservado demonstra zelo para com o cliente. São detalhes, que se não for dada a devida atenção, compromete o setor. Outro ponto fundamental é o cliente. Para muitos não é tão complicado, porém o mais importante. Nesse tipo de negócio o cliente quer um atendimento personalizado. A dedicação e atenção são primordiais a fim de garantir a sua fidelização. No quesito a respeito da estratégia utilizada pelos responsáveis para atrair e manter os clientes foi apontado, por ordem de prioridade: qualidade, variedade, atendimento, ambientação. Atualmente, os consumidores estão cada vez mais exigentes. Selecionam com critério o café que querem tomar e estão dispostos a pagar mais caro por um produto de melhor qualidade. Bastos, 2008 enfatiza que as pessoas vão a esses locais não só para tomar uma xícara de café, mas para degustar lanches leves e saudáveis, ler um jornal, acessar a internet, encontrar amigos, adquirir presentes, filosofar..., diz a autora. Cafeterias são abertas, mas nem sempre dispõe de mão-de-obra qualificada, o que compromete a qualidade do produto final e do serviço oferecido. Os autores pesquisados foram unânimes em salientar a importância da presença de colaboradores com conhecimento sobre o processo de extração do café. Os baristas além de saberem operar a máquina de café espresso e o moinho, precisam demonstrar simpatia e cortesia no atendimento. Para isto, os consultores entrevistados fazem questão de ressaltar a importância de como contratar e investir em treinamento. Uma contratação equivocada, um grupo de pessoas apenas para ocupar funções ou preenchimento de vagas, pode comprometer toda a produtividade e ainda gerar custo desnecessário. Dois dos cinco consultores entrevistados apontaram que o grande segredo é treinar uma equipe com pessoas sem “vícios de trabalho” adquiridos em atividades anteriores, pois assim torna-se mais fácil o ensino com a filosofia da empresa. O depoimento de um entrevistado mostrou a importância do método de trabalho em equipe dentro desta filosofia. Quando contrata alguém, sem os princípios básicos da empresa, os próprios funcionários manifestam a incompatibilidade. A devida atenção ao treinamento é muito importante para manter a equipe motivada. É o que foi relatado por alguns entrevistados. Apenas quatro (4) das dezoito (18) empresas entrevistadas demonstraram esta preocupação. Estes fazem encontros semanais e/ou mensais, ressaltando a filosofia básica da empresa, como: respeito, ética, tratamento educado, cooperação, solidariedade porém, em contrapartida dão devida atenção ao pagamento em dia, horário, alimentação adequada, motivação, ou seja, deveres e direitos respeitados. Os consultores entrevistados manifestaram a importância que é preciso ser dada em relação ao item citado acima, para que a equipe tenha orgulho da empresa onde trabalha. Outro detalhe essencial na fidelização e manutenção do cliente é o ambiente que deve ser especial e confortável, tanto para os freqüentadores do local quanto para os colaboradores. Os entrevistados da área de consultoria despertam para a importância de um minucioso projeto elaborado em consonância com o tipo e tamanho do estabelecimento, com a quantidade e variedade de alimentos que se pretende oferecer. Quanto ao assessoramento ao iniciar o negócio, todos os entrevistados admitiram ter tido apoio por parte de pessoas que conheciam o ramo da atividade e/ou por empresa de consultoria ou consultor da área. Neste momento de grande expectativa de como fazer funcionar o negócio é importante ter alguém para dar suporte. Lamentam não saber onde buscar pessoas com especialização para os diferentes setores que esse pequeno e complexo negócio exige. Estudos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE indicam que a maioria (57%) das micro e pequenas empresas fecha suas portas com menos de cinco (05) anos no mercado. É um índice bastante preocupante e que poderia ser evitado com o apoio de profissionais mais experientes. Cem por cento (100%) dos proprietários das cafeterias entrevistadas conhecem ou já ouviram falar sobre os serviços de consultoria do SEBRAE. De acordo com Argenta, consultora da área, o empresário muitas vezes contrata uma consultoria depois que o problema já está instalado na empresa, tornando a situação bastante delicada. A consultoria deveria ser contratada como preventivo. Oitenta por cento (80%) dos entrevistados já foi beneficiado por algum tipo de orientação e que o resultado foi positivo. Diante de um mercado tão competitivo o uso de um serviço de consultoria pode ajudar a mantê-lo no mercado com um crescimento sustentável. Pode-se perceber que os empresários do segmento, bem sucedidos, e que em conseqüência, estão há mais tempo no negócio, têm qualidades especiais comuns. Estão conscientes e dispostos a inovar, adquirir e buscar conhecimentos adequados ao negócio. Para estes empreendedores o sucesso de uma cafeteria está muito além da estrutura. Trata-se de um mercado com bastante complexidade que envolve café, alimentos, bebidas e pessoas com alto nível de exigência. Por não terem tempo suficiente para acompanhar as mudanças e inovações de mercado precisam buscar profissionais dos mais diferentes setores para assessorá-los, sempre. Esse tipo de visão é característico de empreendedoras de sucesso. Para Dornellas 2001, os empreendedores sabem explorar as oportunidades, são determinados e dinâmicos, dedicados ao trabalho, otimistas, apaixonados pelo que fazem e sempre à procura de atualização no segmento que atua. 80% dos entrevistados atribuem a causa do sucesso dos pequenos negócios à capacidade empreendedora, onde a pessoa tem um sonho, vê uma necessidade e tenta ser inovador criando algo diferente, tentando conquistar uma parcela do mercado, através de clientes fidelizados, o que consequentemente trará bons resultados para a empresa. Os outros 20% dos entrevistados atribuem habilidades gerenciais como fator preponderante para o sucesso. Um dos entrevistados disse que se não houvesse contratado o serviço de uma consultoria, provavelmente não sustentaria o negócio. O apoio em relação ao projeto, layout, equipamentos, fornecedores, elaboração de cardápio, pesquisa de mercado, precificação dos produtos, treinamento operacional, foi fundamental para superar os desafios ao iniciar o empreendimento. Outro depoimento enfatiza a satisfação que teve ao pagar o trabalho da consultoria prestado. Através do apoio durante o projeto e no dia da abertura sentiu mais seguro e confiante na tomada de decisões e nos inevitáveis imprevistos. Apesar de reconhecer o grau de importância de uma consultoria na empresa, alguns empresários têm uma grande resistência em recorrer a este serviço. Têm dificuldade de aceitar a idéia de ter um profissional, dando orientações sobre seu próprio negócio, conforme foi dito por Azevedo 2011. Desconhece que a função do consultor é identificar as origens e propor soluções para os problemas, as dificuldades e necessidades da organização e além disso, o profissional consultor não está contaminado pelos prováveis vícios de gestão preexistentes. Para Mai, 2006, a consultoria empresarial em forma de parceria torna-se uma grande fonte de perspectiva de sustentabilidade para o negócio das empresas. É a oportunidade de integrar os conhecimentos necessários que a consultoria oferece à demanda que a empresa necessita para ter um desenvolvimento organizado e sustentável, reafirma o autor. 4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES O presente trabalho tem como objetivo analisar de que forma a consultoria empresarial pode contribuir para iniciar ou fazer evoluir os pequenos negócios de café de Belo Horizonte, de maneira sustentável e lucrativa. Através das pesquisas, entende-se que a consultoria empresarial por intermédio da transmissão de conhecimento, métodos e técnicas possui embasamento necessário para auxiliar os proprietários das cafeterias. O auxílio aos empresários na identificação e resolução dos pontos críticos de seus empreendimentos através da difusão de novas perspectivas e tecnologias de planejamento, gestão empresarial, análise dos empreendimentos sob uma ótica administrativa, identifica potencialidades e ajustes que possibilitam um crescimento sustentável desses pequenos negócios. Quanto à consultoria empresarial foram apresentados conceitos de diferentes autores para que um embasamento teórico fosse formado. As características e os objetivos foram destacados a fim de demonstrar a importância dessa ferramenta da administração. O diagnóstico da necessidade de consultoria foi confirmado por meio da pesquisa de campo e aplicação de questionários, onde os empresários pesquisados puderam expor seus pensamentos e dificuldades frente às constantes mudanças que o mercado impõe. Conforme dados da pesquisa realizada junto aos proprietários das cafeterías de Belo Horizonte/MG, nota-se que a consultoria empresarial é um serviço conhecido por cem por cento (100%) dos empresários entrevistados, porém trata-se de uma ferramenta pouco utilizada ainda no mercado da região. Com o crescimento constante do mercado de cafeterias os proprietários e futuros empresários deste segmento têm que tomar inúmeras decisões, ou encarar tudo sozinho correndo atrás de tudo, gerando muito desgaste e incertezas. A pesquisa demonstra que a Consultoria empresarial é uma forma de auxiliar estes empresários ................................................................... Pode-se, ao término deste trabalho de pesquisa, com base nos relatos dos empresários entrevistados e na pesquisa elaborada, sugerir algumas ações .................................................................................................... Ainda vou concluir melhor................... REFERÊNCIAS ABIC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO CAFÉ. Disponível em: <www.abic.com.br>. Acesso em mai. 2011. AZEVEDO, João Humberto de. Consultoria: uma profissão de fé. Disponível em:< www.rbaonline.org.br>. Acesso em jun.2011. BASTOS, Giuliana. Café: com suas receitas - dicionário gastronômico. São Paulo: Gaia: Editora Boccato, 2008. BRESSANI, Edgard. Guia do Barista: da origem do café ao espresso perfeito. 2ª. ed. São Paulo: Café Editora, 2009. BUENO, Gilvan. Anuário brasileiro de café. Santa Cruz do Sul: Ed. Gazeta, Santa Cruz, 2006. CAMPOS, Maria Aparecida, TRUFELLI, Milton Dudjak. Como montar e operar uma cafeteria. Hotec/CTP. Viçosa-MG, CTP, 2005. DORÉS, Ricardo. 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