TCC Rodrigo Parra - Versao Final
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TCC Rodrigo Parra - Versao Final
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SOCIO ECONOMICO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E RELAÇOES INTERNACIONAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE PREÇOS DE CERVEJA NA REGIÃO SUL RODRIGO PARRA DE OLIVEIRA FLORIANÓPOLIS, 2013 RODRIGO PARRA DE OLIVEIRA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE PREÇO DE CERVEJA NA REGIÃO SUL Monografia submetida ao curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito obrigatório para a obtenção do grau de Bacharelado. Orientador: Prof. Dr. Ronivaldo Steingraber FLORIANÓPOLIS, 2013 RODRIGO PARRA DE OLIVEIRA A Banca Examinadora resolveu atribuir Nota 8 ao aluno Rodrigo Parra de Oliveira na Disciplina CNM 5420 – Monografia, pela apresentação deste trabalho. BANCA EXAMINADORA: _____________________________________ Prof. Dr. Ronivaldo Steingraber Orientador _____________________________________ Prof. Msc Douglas Eduardo Turatti Membro _____________________________________ Prof. Msc Gabriel Passos de Figueiredo Membro AGRADECIMENTOS Eu gostaria de agradecer a todas as pessoas que me incentivaram a concluir esse trabalho acadêmico. Primeiramente a minha família, por acreditar no meu potencial e sempre me apoiar em todas as minhas decisões. Ao meu professor orientador, por me auxiliar e incentivar nos momentos mais críticos do meu trabalho. Aos meus colegas de trabalho, da Fink& Schappo Consultoria. Por fim, a todos os meus amigos que me ajudaram direta e indiretamente e corroborarão para conclusão da monografia. RESUMO O presente estudo tem o intuito de apresentar como é determinada a competitividade e como se dá a determinação do preço no mercado de cerveja brasileiro. Para esta análise utilizaram-se dados de uma planilha coletada nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná no período compreendido entre 2010 e 2013. Este estudo terá como base teórica a definição de indústria com a exposição das cinco forças de Porter para analisar a estrutura. Além disso, será apresentada a segmentação do mercado, a precificação, os diversos tipos de concorrência e seus fatores. A indústria cervejeira no Brasil é apresenta deste seu processo produtivo, matériasprimas, tipos de cerveja e principais cervejarias. Estas últimas recebem destaque no estudo sobre a estrutura deste mercado. Ainda tem um espaço reservado para demonstrar o completo domínio do setor pelas grandes cervejarias. Com o crescimento do mercado cervejeiro, as principais marcas de cervejas tiveram um maior destaque. Todas do tipo pilsen, e foi selecionada uma cerveja de cada companhia: uma da AMBEV (A), uma da Heineken (B) e a por último uma da Brasil Kirin (C), que são as cervejas mais consumidas nacionalmente e com maior representatividade no mercado cervejeiro da Região Sul. Através da análise dos dados coletados em um questionário, pode-se observar nas planilhas, que as médias finais dos preços das cervejas são as que, geralmente, determina o consumo no mercado cervejeiro da Região Sul. Palavras-Chave: cerveja, precificação, competitividade e oligopólio. ABSTRACT The present study aims to present how competitiveness is determined and how is the pricing in the Brazilian beer market. For this analysis we used data from a spreadsheet collected in the states of Rio Grande do Sul, Santa Catarina and Paraná in the period between 2010 and 2013. This study will be based on the theoretical definition of the industry with the exposure of Porter's five forces to analyze the structure. Moreover, you will see the market segmentation, pricing, various types of competition and its factors. The brewing industry in Brazil is presented in this production process, raw materials, and main types of beer breweries. The latter receives highlighted in studies on the structure of the market. Still have a placeholder to demonstrate the complete industry dominance by large breweries. With the growth of the beer market, major brands of beers had greater prominence. All of Lager, a beer and was selected from each company: one AMBEV (A), one of Heineken (B) and lastly one of Brazil Kirin (C), which are the most consumed beers nationally and greater representation in beer market in South Region. Through the analysis of data collected in a questionnaire, can be observed in the spreadsheets, the average final price of those beers are generally determines the consumption of the beer market in South Region. Keywords: beer, pricing, competition, oligopoly. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10 1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA .................................................... 10 1.2 OBJETIVOS ................................................................................................................... 11 1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 11 1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 11 1.3 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 11 1.4 METODOLOGIA ........................................................................................................... 12 1.4.1 Metodologia Geral.................................................................................................... 12 1.4.2 Metodologia Específica ............................................................................................ 12 1.4.2.1 Escolha do objeto de pesquisa ........................................................................... 12 1.4.2.2 Escolha dos locais e períodos a serem estudados .............................................. 13 1.4.2.3 Escolha do método para obtenção das médias finais ......................................... 13 1.4.2.4 Aplicação do método em campo ....................................................................... 13 1.4.2.5 Obtenção dos resultados .................................................................................... 13 2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 14 2.1 SOBRE A INDÚSTRIA ................................................................................................. 14 2.2 PREÇO E PRECIFICAÇÃO DA INDÚSTRIA ............................................................. 14 2.2.1 Precificação por Custos ............................................................................................ 15 2.2.1.1 Apreçamento baseado no cliente ....................................................................... 16 2.3 ESTRATÉGIAS DE SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ............................................. 16 2.3.1 Segmentação pelo Local de Compra ........................................................................ 17 2.3.2 Segmentação pelo Momento da Compra ................................................................. 17 2.4 COMPETITIVIDADE .................................................................................................... 18 2.4.1 Fatores Determinantes da Competitividade ............................................................. 19 2.4.1.1 Fatores empresariais .......................................................................................... 19 2.4.1.2 Fatores estruturais .............................................................................................. 20 2.4.1.3 Fatores sistêmicos .............................................................................................. 21 2.5 CONCORRÊNCIA ......................................................................................................... 22 2.5.1 Padrões da Concorrência .......................................................................................... 22 2.5.2 Análise Estrutural da Indústria ................................................................................. 23 2.6 ESTRUTURAS DE MERCADO ................................................................................... 27 2.6.1 Concorrência Perfeita ............................................................................................... 28 2.6.2 Monopólio ................................................................................................................ 28 2.6.3 Concorrência Monopolística .................................................................................... 29 2.6.4 Oligopólio................................................................................................................. 29 2.7 A INDÚSTRIA CERVEJEIRA NO BRASIL ................................................................ 30 2.7.1 Sobre a Cerveja no Brasil ......................................................................................... 30 2.7.2 Da Produção ............................................................................................................. 32 2.7.2.1 Etapas do processo de produção ........................................................................ 32 2.7.3 Principais Cervejarias Nacionais .............................................................................. 38 2.7.3.1. Brahma ............................................................................................................. 38 2.7.3.2 AMBEV ............................................................................................................. 40 2.7.3.3 Kaiser (Atual Heineken) .................................................................................... 40 2.7.3.4 Schincariol (atual Brasil Kirin).......................................................................... 41 2.7.3.5 Skol .................................................................................................................... 41 2.7.3.6 Petrópolis ........................................................................................................... 42 2.8 MERCADO NACIONAL DE CERVEJA ...................................................................... 42 3.DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ............................................................................. 49 3.1 OBJETO DE PESQUISA ............................................................................................... 49 3.2 LOCAIS E PERÍODOS ESTUDADOS ......................................................................... 49 3.3 MÉTODOS PARA OBTENÇAO DAS MÉDIAS FINAIS ........................................... 49 3.4 APLICAÇÃO.................................................................................................................. 51 3.5 OBTENÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................................... 51 3.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................... 52 3.6.1 Embalagem de Vidro 600 ml Retornável para o Estado do Rio Grande do Sul. ..... 52 3.6.2 Embalagem de Vidro 600 ml Retornável para o Estado de Santa Catarina. ............ 54 3.6.3 Embalagem de Vidro 600 ml Retornável para o Estado do Paraná. ........................ 55 3.6.4 Embalagem de Lata 350 ml para o Estado do Rio Grande do Sul. .......................... 56 3.6.5 Embalagem de Lata 350 ml para o Estado de Santa Catarina. ................................. 58 3.6.6. Embalagem de Lata 350 ml para o Estado de Paraná. ............................................ 59 CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 63 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 65 APÊNDICE .............................................................................................................................. 68 ANEXOS .................................................................................................................................. 69 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por finalidade estudar o mercado cervejeiro, tendo como início o surgimento da cerveja no Brasil, as etapas produtivas e os seus ingredientes. Posteriormente serão referidas as principais cervejarias do país, com os seus respectivos portfólios, participação de mercado, o seu consumo e o volume total produzido. Serão analisadas as estruturas de mercado, através da competitividade, concorrência, precificação e segmentação através da ótica do consumidor e fornecedor. Tendo em vista a análise do mercado cervejeiro da Região Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Será realizada uma pesquisa em campo, afim de levantamento dos preços de cerveja, praticado a preços de mercados nos respectivos Estados. E por fim uma análise das médias dos preços finais e a sua variação em percentual do período analisado. 1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DA PESQUISA Não obstante ser um mercado cuja concorrência é monopolista, o mercado cervejeiro é considerado dinâmico, tendo em vista que para uma companhia cervejeira alcançar sucesso e conseguir crescimento é necessário alcançar uma fatia maior do mercado. É por esta razão que se encontra notadamente neste mercado uma estratégia que é muito conhecida: a fusão. Com a fusão o grupo ganha mais destaque e sua estratégia de precificação dos produtos ganha mais força para conquistar novos mercados. Sendo assim, o presente trabalho busca contribuir através da análise dos dados coletados para entender como se dá a precificação dos produtos no mercado de cerveja nacional e se nesse “mecanismo” há algum tipo de “proteção de preços” por parte das companhias, através de estabelecimento de uma determinada “margem” entre eles. 10 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Analisar a existência de uma dinâmica de precificação de produtos entre as marcas líderes e suas concorrentes no mercado cervejeiro da Região Sul. 1.2.2 Objetivos Específicos • Demonstrar a estrutura de mercado cervejeiro no Brasil; • Analisar a precificação dos produtos no mercado. • Estabelecer os critérios e procedimentos para obtenção das médias finais. 1.3 JUSTIFICATIVA O tema de competitividade na área de ciências econômicas é bastante recorrente. A concorrência, a competitividade e a estrutura de mercado são exemplos de conceitos fundamentais para entender como funciona a dinâmica de um determinado mercado. Quando se trata de estruturas de mercado, aquela que mais se aproxima da realidade é a concorrência monopolística, pois nela se encontra uma grande variedade de indústrias produtoras que oferecem produtos diferenciados e substitutos. O mercado cervejeiro, em pauta de estudo é ainda considerado um mercado novo, todavia em ascensão. Com características oligopolística ainda necessita ser desvendado. É neste sentido em que o presente estudo se torna relevante, pois busca contribuir para maior conhecimento e entendimento das mudanças ocorridas no setor além de esclarecer como é feita a precificação dos produtos, não obstantes o acesso restrito a determinadas informações. 11 1.4 METODOLOGIA 1.4.1 Metodologia Geral O método de estudo utilizado foi o analítico. Conforme afirma Bochi, (p. 54-55, 2004) “o método analítico se dá pelo estudo do objeto nos seus elementos internos e fatores externos pelos quais é acondicionado, relacionando-os e buscando, assim, as razoes de sua existência”. Contudo foi necessário basear-se também em outros métodos auxiliares, necessários para melhor aprofundar no objeto proposto na pesquisa. Com relação aos seus objetivos a pesquisa teve uma característica descritiva, “com objetivo primordial de apresentar as características e relação com os fenômenos.” (Gil 2002, p. 42). Ainda foram utilizados procedimentos de pesquisas bibliográficas e pesquisa documental. Baseando-se em diversos outros documentos além de dados estatísticos do setor, será atendido o objetivo de descrever a indústria cervejeira nacional e suas características. O método de análise estatística e de comparação foi utilizado para demonstrar como é a estrutura deste mercado e como se dá precificação dos produtos. Ainda utilizou-se o método da observação o qual revela detalhes que podem ser uteis para analise critica dos dados. (BOCCHI, 2004). Uma pesquisa de campo foi utilizada cujo objetivo foi levantar dados para analisar a competitividade do setor. O período analisado foi de Dezembro de 2010 a Março de 2013 nos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. 1.4.2 Metodologia Específica 1.4.2.1 Escolha do objeto de pesquisa A escolha do objeto de pesquisa que será utilizado na análise deve levar em conta sua aceitação no mercado, distribuição, diversificação de embalagens e tipos, a fim de que a análise final seja a mais representativa possível. 12 1.4.2.2 Escolha dos locais e períodos a serem estudados Os locais a serem analisados devem levar em conta semelhança geográfica tais como: regiões do país, estado, município com economias e padrões de consumo semelhantes para evitar distorções na análise final. O período entre as coletas de dados deve atender a sazonalidade de consumo. 1.4.2.3 Escolha do método para obtenção das médias finais Para a obtenção das médias finais, utiliza-se a média harmônica, que está relacionada ao cálculo matemático das situações, envolvendo as grandezas inversamente proporcionais. O método a ser adotado para a obtenção das médias finais deve levar em conta a distribuição do mercado consumidor, população, PIB, Renda Per Capita e a divisão do mercado em grupos representativos. 1.4.2.4 Aplicação do método em campo A aplicação em campo deve atender os critérios pré-estabelecidos no item anterior. O instrumento de coleta a ser utilizado deve ser claro, conciso e prático. Os aplicadores devem ser treinados para efetuar o trabalho de forma correta a fim de evitar erros de origem que irão comprometer toda a análise final dos dados. Essa aplicação devera ser aplicada através de um questionário em campo, conforme a Figura 1, no apêndice. 1.4.2.5 Obtenção dos resultados Os resultados a serem obtidos através da análise global dos dados coletados deve levar em conta a diversificação do mercado, a participação de vendas e o método estatístico que melhor represente a série a ser analisada. Dentro da diversificação do mercado, serão criados três grandes grupos: Grupo 1, Grupo 2 e Grupo 3. 13 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 SOBRE A INDÚSTRIA Para delimitar nosso objeto de estudos cabe primeiramente algumas definições. Quando falamos sobre indústria, temos como primeira ideia a definição de que é o “conjunto de atividades produtivas que se caracterizam pela transformação de matérias-primas, de modo manual ou com auxílio de máquinas, ferramentas, no sentido de fabricar mercadorias.” (SANDRONI, 1994, p. 170). Porém, nas páginas seguintes ao nos referirmos à indústria tomaremos a definição de Kupfer; Hasenclever (2002, p. 35), onde a industria é “definida pelo grupo de empresas voltadas para a produção de mercadorias que são substitutas próximas entre si e, dessa forma, fornecidas a um mesmo mercado.” Para Marshall, ele considerava a indústria como um conjunto de firmas que elaboram pdorutos idênticos ou semelhantes quando à constituição física ou ainda baseados na mesma matéria-prima, que podem ser tratadas em conjunto. 2.2 PREÇO E PRECIFICAÇÃO DA INDÚSTRIA O preço1 diz quem é a empresa, entre outras coisas ele representa a qualidade de certo produto ou a força de certa marca. Pagamos mais caro por certos produtos porque o preço em geral denota a qualidade da marca e o quanto ela é confiável. Precificação pode ser definida como o ato de estabelecer o preço pelo qual, em nosso caso, um produto pode ser comprado ou vendido, de forma a corresponder o mais próximo possível a seu real valor. Para entender preço, é necessário conceituar valor, cujo termo “refere-se ao total de economias ou satisfação que o cliente obtém do produto” (NAGLE; HOLDEN, 2003, p. 74). Em economia, temos o chamado valor de uso, ou seja, qual a utilidade que aquele produto tem para realmente atender as necessidades de quem o compra. Por outro lado, temos o valor de troca que traz consigo a definição da quantidade de produtos diferentes deste que serão trocados, direta ou indiretamente (através de dinheiro). As primeiras acepções de valor vem de Adam Smith, que o relacionava o produto à quantidade de trabalho que este continha para 1 Utilizaremos aqui a definição dada por Sandroni, onde “o conceito expressa a relação de troca de um bem por outro. Em sentido mais usual e restrito, representa a proporção de dinheiro que se dá em troca de determinada mercadoria, constituindo, portanto, a expressão monetária do valor de um bem ou serviço.” (SANDRONI, 1999, p. 153) 14 fabricá-lo. Em seguida, David Ricardo demonstra que o valor trabalho variava de acordo com o preço dos artigos de subsistência dos próprios operários que fabricavam aquele produto. Anos depois, Karl Marx define o valor pelo tempo de trabalho socialmente necessário para a fabricação que era preciso para a fabricação de algo. Em fins do século XIX, a teoria marginalista dá um conceito subjetivo ao valor afirmando que a medida que se consome cada item a mais de certo produto, a satisfação que ele traz é menor. A seguir relacionaremos algumas das principais estratégias de apreçamento que as empresas utilizam. 2.2.1 Precificação por Custos O apreçamento mais comum que é encontrado nas empresas é o preço formado a partir do custo mais adicional. Ele carrega uma aura de cuidado financeiro, ou seja, é realizado para cobrir os custos que a empresa tem com o produto. Primeiramente uma pequena definição da divisão de custos por Sandroni (1999), CUSTOS FIXOS. Custos que permanecem inalterados, independentemente do grau de ocupação da capacidade da empresa. São custos originados pela própria existência da empresa, sem levarse em conta se ela está produzindo ou não (aluguéis, juros, instalações etc.). CUSTOS VARIÁVEIS. Parte do custo total que varia conforme o grau de ocupação da capacidade produtiva da empresa: por exemplo, custos com matérias-primas, salários por produção e outros. (SANDRONI, 1999, p. 153). O problema desse tipo de apreçamento é que os custos ditos fixos devem ser alocados por produto para determinar seu custo unitário, porém isso não é possível pois o preço final depende do volume produzido. E como essas alocações mudam com a quantidade produzida o custo unitário não é passível de calculo. Segundo Nagle e Holden (2003, p. 2) “para ‘resolver’ o problema de determinação do custo unitário, os profissionais que definem o preço com base no custo são forçados a fazer a suposição de que podem determinar o preço sem afetar o volume”. 15 2.2.1.1 Apreçamento baseado no cliente Esse tipo de apresamento se baseia na forma como o cliente percebe o valor do produto. Mas não se baseia somente no fato de criar clientes satisfeitos – nesse ponto as áreas da empresa que cuidam desse tipo de apreçamento são o marketing e vendas. A armadilha nesse tipo de apreçamento se detém no fato desses setores confundirem que o objetivo é vender mais, quando na verdade o propósito é “trabalhar o preço de modo mais lucrativo pela captura de mais valor” (NAGLE; HOLDEN, 2003, p. 222) – ou seja, as áreas responsáveis podem acreditar que devam vender o produto pelo preço que o cliente esteja disposto a pagar não relacionando o mesmo com o valor verdadeiro do produto. Surge daí, dois reais problemas, existem compradores, chamamos aqui de sofisticados, que não são honestos a quanto estão dispostos a pagar, oferecendo menos do que o valor real que o produto representa para suas organizações. Eles aprendem que o preço de venda é relativamente flexível e isso contribui para que esconda informações do vendedor ou o leve a ativamente enganá-lo para oportunizar maiores descontos. O segundo problema advém de que o setor de vendas não deve se prestar simplesmente a vender a qualquer preço segundo a disposição do cliente, mas sim aumentar a disposição deste em pagar um preço que reflita de melhor forma o valor do produto. Nagle e Holden (2003, p. 7) sintetizam: “Esqueça o que os clientes que nunca usaram seu produto estão dispostos a pagar por ele! Em vez disso, entenda o valor que o produto tem para os clientes satisfeitos e comunique esse valor aos outros.” 2.3 ESTRATÉGIAS DE SEGMENTAÇÃO DE MERCADO Uma empresa, ao tratar de diferentes mercados, assume diferentes estratégias, o que leva a se fazer um levantamento dessas estratégias como forma de entender como a precificação de produtos é realizada. Segmentar é o sinônimo de dividir, ou seja, a colocação dos compradores é feita em subconjuntos distintos onde a empresa irá adequar seus programas de vendas e marketing de forma mais adequada para atingi-los. 16 2.3.1 Segmentação pelo Local de Compra Os clientes, dentro de um segmento de mercado, podem comprar em locais diferentes especialmente pela razão de os mercados serem segmentados pelo local de compra. “Muitas cadeias de supermercados classificam suas lojas pela intensidade da concorrência e aplicam menores margens sobre o custo nas localidades onde a competição é mais intensa” (NAGLE; HOLDEN, 2003, p. 222). Um dos tipos de segmentação é a baseada na distância, onde os clientes são menos sensíveis à variação de preço já que se encontra em lugares remotos com poucas alternativas locais ou porque preferem evitar o custo de procura por tais alternativas. Em função disso no uma parcela do preço é representada por tarifas de despacho e transporte. (NAGLE. HOLDEN, 2003) 2.3.2 Segmentação pelo Momento da Compra A segmentação pelo momento da compra pode ser delimitada de várias formas, em função de: • Descontos por volume – baseia-se nas compras totais de cliente ao longo de um mês ou ano em vez do volume de uma compra qualquer; • Desconto por pedido – em termos de custos, para processar e despachos, a variação de preço é pequena em relação ao tamanho do pedido de compra, ou seja, existe a preferência por pedidos maiores e infrequentes do que vários pedidos pequenos e mais frequentes; • Desconto em degrau – também chamado de desconto em bloco, sendo aquele aplicado pelo vendedor após uma certa quantidade do produto vendido. “A lógica é encorajar compradores individuais a comprar mais de um mesmo produto sem ter de diminuir o preço para quantidades menores, pelas quais eles pagariam um preço mais alto.” (NAGLE; HOLDEN, 2003, p. 230); • Apreçamento em duas partes – nesse caso há a cobrança de duas coisas para o consumo de um único produto, por exemplo a cobrança de couvert artístico e em separado o consumo de bebidas em casas noturnas; 17 2.4 COMPETITIVIDADE Partindo de uma ausência no consenso de competitividade, a maior parte dos estudos trata a competitividade como um fenômeno diretamente relacionado às características de desempenho ou de eficiência técnica ou alocativa apresentadas por empresas e produtos e a considerar a competitividade das nações como a agregação desses resultados. (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997, P.1). Em determinado caso a competitividade é vista como um desempenho, em que expressa a participação no mercado de uma determinada firma. O conjunto de firmas é vista como um indicador mais imediato. Neste caso, a demanda no mercado é que vai arbitrar quais produtos serão adquiridos e de quais empresas, definindo a posição competitiva da empresa. Essa definição geralmente é dada em virtude da eficiência nas ações produtivas, comerciais e de marketing que as empresas tenham realizado. Contudo, é importante salientar que as ações produtivas não são suficientes para definir a competitividade em si, já que esta depende de outros fatores. Tal como afirmam Ferraz, Kupfer, Haguenauer, A competitividade é uma variável ex-post que sintetiza os fatores preço e não-preço – estes últimos incluem qualidade de produtos e de fabricação e outros similares, a habilidade de servir ao mercado e a capacidade de diferenciação de produtos, fatores esses parcial ou totalmente subjetivos. (1997, p.2) De acordo com Ferraz, Kupfer, Haguenauer (1997) em outro caso, a competitividade é vista como eficiência. Neste busca-se uma forma de traduzir a competitividade com a relação insumo/produto, ou seja, a competitividade se dá pela capacidade de a empresa converter insumos em produtos com o máximo de rendimento. Sendo assim, o produtor estará definindo sua competitividade ao escolher as técnicas que utiliza para produção. Esta competitividade também é vista como competitividade potencial. Deste modo, como asseguram os autores, a competitividade é um fenômeno ex-ante, isto é, reflete o grau de capacitação detido das firmas, que se traduz na técnicas por elas praticadas. O desempenho obtido no mercado seria uma consequência inexorável dessa capacitação. (FERRAZ; KPUFER; HAGUENAUER, 1997, p. 2) 18 Todavia, continuam os autores, a competitividade potencial ou competitividade de desempenho são insuficientes para capturar a essência do fenômeno por serem enfoques limitados já que analisam apenas o comportamento passado dos indicadores sem esclarecer as relações causais que mantêm com a evolução da competitividade. Os autores, no entanto definem competitividade de um jeito que diferencia do modo significativo das abordagens convencionais, pois busca na dinâmica do processo de concorrência o referencial para a avaliação da competitividade. Segundo a definição dos autores, “a capacidade da empresa formular e complementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou conservar, de Forma duradoura, uma posição sustentável no mercado”. (FERRAZ; KEPFER; HAGUENAUER, 1997, p. 3) Assim sendo, a competitividade deixa de ser uma característica intrínseca de um produto ou de uma firma, e passa a ser uma característica extrínseca relacionada ao padrão de concorrência vigente no mercado, ou seja, este último é a variável determinante e a competitividade é a variável determinada. 2.4.1 Fatores Determinantes da Competitividade O conjunto de fatores que determinam a competitividade está relacionado a estrutura da indústria e do mercado, além do sistema produtivo como um todo. Sendo assim, serão mostrados neste subitem os três grupos de fatores determinantes, quais sejam: fatores empresariais, fatores estruturais e fatores sistêmicos. 2.4.1.1 Fatores empresariais Esses fatores são aqueles em que a empresa detém o poder de decisão e podem ser controlados ou modificados através de suas condutas. Estão relacionados fundamentalmente ao estoque de recursos que foram acumulados pela empresa e ainda pela estratégia elaborada de ampliação desses recursos. Segundo Ferraz, kupfer, Haguenauer (1997), esses fatores dizem respeito a eficácia da gestão em termos de posicionamento estratégico da empresa, capacidade e desempenho. Igualmente, a capacitação tecnológica em processos e produtos e 19 capacitação produtiva especialmente em termos do grau de atualização dos seus equipamentos e instalações, bem como de métodos de organização da produção e controle da qualidade. De acordo com os autores, seguindo os fatores empresariais a empresa devem ajustar suas estratégias para ser favoráveis ao padrão de concorrência relevante para a empresa e assegurar que o desempenho seja coerente com os fatores críticos de sucesso. Para os autores os fatores empresariais, convergem para um novo modelo de empresa vitoriosa. No novo modelo de empresa vitoriosa, constata-se a tendência a diminuição do numero de níveis hierárquicos envolvidos nos processos decisórios e maior delegação de poderes no interior das cadeias de comando. Essas condutas são justificadas pela sua funcionalidade para a eficiência, em particular no que representam em termos de minimização de perdas [...]. Percebe-se, ainda, o aumento da densidade do fluxo das informações horizontais. As típicas “ordens de serviço” se multiplicam, circulam por mais pontos nas empresas e contem informações mais e mais complexas. [...] Crescem as interações envolvendo mercadorias e tecnologias, exigindo que a empresa atue como um elo em uma vasta rede de relações evolvendo fornecedores e clientes; o que se faz internamente às empresas, o que e como adquirir, o que e como vender são decisões, cada vez mais, formadas em parceria com fornecedores e clientes. A competitividade das empresas depende da sua habilidade de aproximarse de fornecedores e clientes em termos de desenvolvimento conjunto de produtos, troca de informação tecnológica, fluxos de entrega que minimizam estoques, garantia assegurada de qualidade e estabilidade nos contratos.(FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997, p. 14-15) 2.4.1.2 Fatores estruturais Nestes, a empresa tem uma área de influencia parcial já que estão relacionados à capacidade de invenção da empresa que está limitado pela mediação do processo de concorrência. Diferentemente daqueles citados anteriormente, os fatores estruturais “apresentam especificidades setoriais mais nítidas na medida em que tem sua importância diretamente relacionada ao padrão de concorrência dominante em cada indústria”. (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997, p. 10). Deste modo, além das características da demanda e oferta determinarem o ambiente em que as empresas se enfrentam soma-se também a influencia das instituições extra mercado, as publicas e não públicas, que definem o regime de incentivos e regulação da concorrência. Torna relevante dizer que com relação ao mercado os fatores estruturais expõem sobre as taxas de crescimento, distribuição geográfica; grau de sofisticação tecnológica; oportunidades de acesso a mercados internacionais entre outros. Em termos de indústria, os fatores referem-se às tendências do processo técnico no que diz respeito aos ciclos de 20 produtos e processos; esforço em P&D; grau de verticalização e diversificação setorial; distribuição espacial da produção; relacionamento da empresa com fornecedores, usuários e concorrentes; relação capital/trabalho, etc. (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997) Os esforços empresariais em busca de uma gestão competitiva, capacitação para produzir e inovar e recursos humanos com alta produtividade são apenas uma parte do problema competitivo. Mercado, configuração da indústria e regime de incentivos e regulação da concorrência constituem fatores estruturais igualmente decisivos para a competitividade. Embora apresentem especificidades setoriais mais pronunciadas, as analises das tendências internacionais da competitividade deixam patente a importância do dinamismo do mercado e da elevação do grau de exigência dos consumidores, da existência de configurações industriais adequadas – no que se refere tanto à organização da produção intra-setorial quanto às relações entre fornecedores e produtores nas cadeias produtivas – e de um regime de incentivos e regulação da concorrência que mantenha forte a rivalidade entre as empresas como fatores determinantes de validade feral para o desempenho competitivo da indústria. (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997, p. 18). 2.4.1.3 Fatores sistêmicos De acordo com os autores, esses fatores constituem as externalidades strictu sensu para a empresa produtiva, sobre os quais a empresa geralmente não tem nenhuma possibilidade de intervir. São exemplos de fatores sistêmicos, os macroeconômicos que são dentre eles a taxa de cambio, carga tributaria, taxa de crescimento do PIB, política salarial e outros. Ainda, os fatores políticos-institucionais como: política tributária, política tarifária, apoio fiscal e poder de compra do governo. Além desses, os fatores legais-regulatórios são fatores sistêmicos que podem ser as políticas de proteção à propriedade industrial, de preservação ambiental, de defesa de concorrência e proteção ao consumidor etc. Outros fatores, infraestruturais como a disponibilidade, qualidade e custo de energia, transportes, telecomunicações, insumos básicos e de serviços tecnológicos etc. também fazem parte do grupo de fatores sistêmicos. Igualmente são fatores sistêmicos os fatores sociais como a qualificação de Mão-de-obra, políticas de educação e formação de recursos humanos, trabalhista e seguridade social, além dos fatores internacionais como as tendências do comercio mundial, fluxos internacionais de capital, de investimento de risco e de tecnologia, acordos internacionais entre outros. Tanto os níveis de eficiência e padrões de qualidade das empresas industriais instaladas em um dado país quanto sua capacidade de reduzir custos e aprimorar qualidade continuamente são condicionados por diversas características gerais dos sistemas econômico, os determinantes da competitividade. 21 São diversas formas diretas e indiretas através das quais os determinantes sistêmicos exercem papel decisivo sobre a competitividade das empresas industriais. De lado da oferta, afetam as condições de custos e qualidade em que estão disponíveis os “insumos” materiais, humanos, organizacionais e institucionais que moldam o sistema de aprendizado, incorporação e geração de inovações de processo e de produto. De lado da procura, definem em que medida e em que termos a sociedade demanda o desempenho competitivo de suas empresas, através de desafios, estímulos e exigências vindos tanto dos mercados como também de outras instituições e do estado. (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997, p. 24). Após a apresentação dos fatores determinantes da competitividade é possível verificar, segundo aos autores, que os fatores de competitividade empresariais e os sistêmicos apresentam um caráter mais genérico em termos de formas e intensidades com que influenciam a competitividade nos diversos setores industriais. Enquanto que os fatores estruturais apresentam um nítido caráter do setor especifico refletindo mais diretamente as peculiaridades dos padrões de concorrência presentes em cada ramo produtivo ou em grupos de setores similares. 2.5 CONCORRÊNCIA Segundo Sandroni (1999, p.118), o termo concorrência, conhecida também por livreconcorrência, aonde as empresas de iniciativa privadas competem entre si, sem que uma sobressaia sobre a outra em detrimentos de alguns benefícios econômicos, jurídicos ou posse de alguns recursos. Dessa forma os preços se autorregulam entre a oferta e demanda, sem que os seus agentes compradores e vendedores interfiram no mercado. Para Kupfer (2002) o significado de concorrência mostra-se “como um objeto analítico que insiste em se situar além da capacidade explicativa das formulações teóricas disponíveis”. Na mesma linha de raciocínio, adotando a definição de concorrência para os economistas tradicionais, eles entendem que as empresas adotam medidas como um jogo para disputarem uma parcela do mercado e os lucros nele obtido através de políticas de preços, diferenciação de produto e esforços de venda. 2.5.1 Padrões da Concorrência De acordo com (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997, p. 6) “os padrões de concorrência fornecem as “balizas” estruturais que condicionam o processo decisório das 22 estratégias competitivas das empresas.” Portanto, para analisar o mercado em questão é imprescindível identificar qual é o padrão de concorrência. Embora o conjunto de formas possíveis de competição seja amplo, englobando preço, qualidade e habilidade de servir ao mercado, esforço de venda, diferenciação de produtos e outras em cada mercado predomina uma ou um subconjunto dessas formas como fatores críticos de sucesso competitivo. (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997, p. 6) Portanto é comum dizer que o padrão de concorrência do mercado é determinado externamente à empresa já que a competitividade é o conjunto de estratégias semelhantes das empresas individuais que vai determinar o padrão de concorrência. “Em cada mercado vigoraria um dado padrão de concorrência definido a partir de interação entre estrutura e condutas dominantes no setor”. (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997, p. 7). Sendo assim, pode-se afirmar que cada uma das empresas monta sua estratégia levando em consideração seus próprios resultados e os impactos no tempo presente e esperados no futuro, sobre o padrão de concorrência das ações e reações dos concorrentes além dos aspectos de natureza estrutural e sistêmica. (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997). Por fim, está explicito que os autores demonstram que os padrões de concorrência apresentam duas características que são decisivas para a avaliação da competitividade. Em uma delas, os autores afirma que os padrões são “idiossincráticos de cada setor da estrutura produtiva” no qual cada tipo de vantagem competitiva apresenta importância variável e diferentes graus de oportunidade, na outra, os fatores “são mutáveis no tempo” no qual além das vantagens competitivas de que as firmas dispõem no presente, importam também o modo e o ritmo pelo qual se dá sua evolução. (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1997). Diante do exposto fica evidente de que a competitividade não é uma característica intrínseca ao produto, firma ou país, mas como um fenômeno que se plasma no âmbito da indústria e no mercado. 2.5.2 Análise Estrutural da Indústria De acordo com Porter (1996), a estratégia competitiva busca relacionar a companhia ao seu meio ambiente em que seu principal aspecto é a indústria ou as indústrias em que ela compete. Além de a estrutura industrial ter uma forte influencia potencial na determinação das 23 regras competitivas do jogo, ainda tem as forças externas que afetam todas as indústrias cujo ponto primordial é as empresas terem diferentes habilidades para lidar com elas. Porter (1996) afirma que o grau de concorrência em uma indústria depende de cinco forças competitivas básicas. Levando-se em consideração que as indústrias não têm o mesmo potencial, sua diferenciação é fundamentalmente dada a medida que sua forças diferem. Por esta razão continua o autor, é “através do conjunto dessas forças que é determinado o potencial de lucro final na indústria.”(PORTER, 1996, p.22). Elas são capazes de modificar a indústria e determinar a intensidade da competição, a lucratividade e atividade do setor. Todas as cinco forças competitivas em conjunto determinam a intensidade da concorrência na indústria, bem como a rentabilidade, sendo que a força ou as forças mais acentuadas predominam e tornam-se cruciais do ponto de vista da formulação de estratégia. (PORTER, 1996, p. 24) “Dado que o conjunto de forças pode estar muito aparente para todos os concorrentes, a chave para o desenvolvimento de uma estratégia é pesquisar em maior profundidade e analisar as fontes de cada força”(PORTER, 1996, p. 23). Abaixo segue ilustração das cinco forças competitivas. Figura 1 – Cinco forças competitivas de Porter Fonte: SGK CONSULTORIA, 2010. A ameaça aos novos entrantes em uma indústria está relacionada com as barreiras à entrada. Essas barreiras podem ser altas quando um recém-chegado na indústria pode esperar uma retaliação acirrada dos concorrentes na defensiva, logo a ameaça de entrada de novos 24 concorrentes é pequena. De acordo com Porter (1996, p. 25) existem 7 tipos de barreiras à entrada. São elas: economias de escala; diferenciação do produto; necessidade de capital; custos de mudança; acesso aos canais de distribuição e política governamental. Segundo o autor, As economias de escala referem-se aos declínios nos custos unitários de um produto [...] a medida que o volume absoluto por período aumenta. Economias de escala detêm a entrada forçando a empresa entrante a ingressar em larga escala e arriscar-se a uma forte reação das empresas existentes [...]. (PORTER, 1996, p.25) Ao que se refere à diferenciação de produto o autor afirma que [...] significa que as empresas estabelecidas têm sua marca identificada e desenvolvem um sentimento de lealdade em seus clientes, originados do esforço passado de publicidade, serviço ao consumidor, diferenças dos produtos, ou simplesmente por terem entrado primeiro na indústria. A diferenciação cria uma barreira à entrada forçando os entrantes a efetuar despesas pesadas para superar os vínculos estabelecidos com os clientes. (PORTER, 1996, p. 27) As necessidades de Capital cria uma barreira à entrada quando [...] particularmente se o capital é requerido para atividades arriscadas e irrecuperáveis como a publicidade inicial ou para pesquisa e desenvolvimento (P&D) [...]. Mesmo se o capital estiver disponível nos mercados de capitais, a entrada representa um uso arriscado deste capital, o que refletirá em margens de risco cobradas aos pretendentes à entrada; o que constitui vantagem para as empresa já estabelecidas. (PORTER, 1996, p. 27) Outra barreira à entrada é criada com a presença dos custos de mudança, que são os custos com os quais o comprador se defronta quando muda de um fornecedor de produtos para outro. “Se os custos de mudança são altos, os recém-chegados precisam oferecer um aperfeiçoamento substancial em custo ou desempenho para que o comprador se decida a deixar um produto já estabelecido”. (PORTER, 1996, p. 28) Quando um novo entrante na indústria deseja assegurar a distribuição de seu produto, uma nova barreira pode ser criada. O acesso aos canais de distribuição já estão sendo atendidos pelas empresas estabelecidas, portanto, a nova empresa deve convencer os canais a aceitarem seu produto por meio de desconto de preço, por exemplo, que acaba por reduzir seu lucro. Quanto mais limitados os canais no atacado e no varejo para um produto e quanto maior o controle dos concorrentes existentes sobre eles, obviamente mais difícil será a entrada na indústria. Os concorrentes existentes poder ter ligações com os canais com base em relacionamentos duradouros, serviços de alta qualidade ou mesmo relacionamentos exclusivos nos quais o canal somente se identifica com um determinado fabricante. Às vezes esta barreira é tão alta que para ultrapassá-la uma 25 nova empresa precisa criar um canal de distribuição inteiramente novo [...].(PORTER, 1996, p. 28). A política governamental é também considerada uma forte barreira à entrada, pois o governo pode limitar ou até mesmo impedir a entrada em indústrias através de controles como licenças de funcionamento, limites ao acesso de matérias-primas dentre outros. A rivalidade entre os concorrentes consiste em assumir uma disputa por posição dentro da indústria. De acordo com o autor, a rivalidade ocorre porque uma ou mais concorrentes sentem-se pressionados ou percebem a oportunidade de melhorar sua posição. “A concorrência de preços, batalhas de publicidades, introdução de produtos, e aumento de serviços ou garantias”(PORTER, 1996, p. 35) são táticas utilizadas pelas industrias nesta disputa. Esta está relacionada a vários fatores estruturais. A pressão dos produtos substitutos sucede do fato de que “todas as empresas em uma indústria estão competindo, em termos amplos, com indústrias que fabricam produtos substitutos”. (PORTER, 1996, p. 39). Ainda de acordo com (PORTER, 1996, p. 40) “Os produtos substitutos não apenas limitam os lucros em tempos normais, como também reduzem as fontes de riqueza que uma indústria pode obter em tempos de prosperidade.” (PORTER, 1996, p. 40). Segundo o autor, o poder de negociação dos fornecedores sobre os participantes da indústria está relacionado ao fato de poderem ameaçar elevar os preços ou reduzir a qualidade dos bens e serviços fornecidos. “Esses fornecedores poderosos podem sugar a rentabilidade de uma indústria que é incapaz de repassar os aumentos de custos em seus próprios preços.” (PORTER, 1996, p. 43). Ainda segundo Porter (1996) um grupo de fornecedor é poderoso se • É dominado por poucas companhias e é mais concentrado do que a indústria para a qual vende; • Quando não está obrigado a lutar com outros produtos substitutos na venda para a indústria; • Quando a indústria não é um cliente importante para o grupo fornecedor; • Quando o produto dos fornecedores é um insumo importante para o negocio comprador; • Os produtos do grupo de fornecedores são diferenciados ou o grupo desenvolveu custos de mudança; • O grupo de fornecedores é uma ameaça concreta de integração para frente. 26 O poder de negociação dos compradores se dá quando estes “competem com a indústria forçando os preços para baixo, barganhando por melhor qualidade ou mais serviços e jogando os concorrentes uns contra os outros” (PORTER, 1996, p. 40). Assim, um grupo comprador é importante quando as circunstancias abaixo são visualizadas. • O grupo comprador está concentrado ou adquire grandes volumes em relação as vendas do vendedor; • Quando os produtos que ele adquire da indústria representam uma fração significativa de seus próprios custos ou compras; • Quando ele enfrenta poucos custos de mudança; • Quando os produtos que ele compra são padronizados ou diferenciados; • Quando ele consegue lucros baixos; • Quando esses compradores são uma ameaça concreta de integração para trás. 2.6 ESTRUTURAS DE MERCADO Entende-se por mercado como uns espaços abstratos aonde se definem quantidades e preços das mercadorias são comercializados entre consumidores e vendedores. Segundo (SARDINHA 1995, p.29) “mercado seria a que o considera como um conjunto de pontos de contatos em que ofertantes de bens e serviços finais, de um lado, e compradores e usuários, de outro, estabelecem condições contratuais de compra e venda e fecham negócios”. “O poder de mercado de uma empresa esta relacionada com a capacidade de controlar o preço de venda do produto”, segundo (KUPFER, HASENCLEVER 2002, p.75). Portanto empresas com maior capacidade de produzirem com custos mais baixos terão uma facilidade de competir no mercado, acarretando uma melhora, ou ganho, na fatia do mercado. E esse “poder de mercado assuma forma aparente na participação no mercado (market share) da empresa, a razão entre sua oferta (ou suas vendas) e a oferta total da indústria (ou vendas totais)” (KUPFER, HASENCLEVER 2002, p.75). Após definirmos o que é mercado, procuraremos entender quais são as suas estruturas de mercado, sendo elas concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolística e oligopólio. 27 2.6.1 Concorrência Perfeita Nessa estrutura de mercado, concorrência perfeita, a indústria é definida por um grupo de empresas que ofertam os seus produtos homogêneos, não possuindo nenhum tipo de coordenação entre as empresas atuante neste mercado, sendo que nenhuma delas tem o poder de atuar na modificação do preço do mercado. Esse mercado possui grande número de empresa, aonde o tamanho dessas empresas nesse mercado deixa de ser relevante, seu tamanho absoluto, significando o seu mercado atuante, o seu market share. Por possuírem deficiência de preço e produzirem produtos homogêneos essas empresas são tomadores de preço. 2.6.2 Monopólio Monopólio é uma estrutura de mercado, no sistema capitalista, em que há apenas uma única empresa dominante no mercado de bens e serviços, não havendo um bem substituto. Sendo assim, essa única empresa dominando o mercado, a sua demanda a demanda da indústria. O monopolista ele tem o poder de impor o seu preço aos consumidores. Segundo (KUPFER, HASENCLEVER 2002, p.12) “as causas da existência do monopólio são varias: algumas políticas, outras econômicas e outras técnicas”. A principal causa aponta pela teoria neoclássica são: 1.Propriedade exclusiva de matérias-primas ou de técnicas de produção; 2. Patentes sobre produtos ou processos de produção; 3. Licença governamental ou imposição de barreiras comerciais para excluir competidores, especialmente estrangeiros; 4. O caso do monopólio natural quando o mercado não suporta mais do que uma única empresa, pois a tecnologia de produção impõe que a operação eficiente tenha economias de escala substanciais. (KUPFER, HASENCLEVER, 2002, p.12). O monopolista tem a capacidade política de discernimento dos preços para retirar o máximo possível do excedente do consumidor, consequentemente aumento a sua receita total. A sua principal característica é a sua curva de demanda que é negativamente inclinada, pois como não há bens substitutos próximos, a empresa se mantém em uma situação confortável quanto a sua variação de preço. 28 O monopólio natural é “uma situação de mercado em que o tamanho ótimo de instalação e produção de uma empresa seria suficientemente grande para atender a todo o mercado, de forma que existiria espaço para apenas uma empresa” (SANDRONI, 1999, p.411). 2.6.3 Concorrência Monopolística Dentro da estrutura de mercado monopolista, levou a incumbir um modelo alternativo, surgindo à concorrência monopolística, que de acordo com (SANDRONI, 1999, p.119) “que é um caso da concorrência imperfeita -, existem elementos tanto da concorrência quanto do monopólio”. Todavia (SANDRONI 1999, apud CHAMBERLIN, p.119) teórico do assunto “cada vendedor tem o monopólio do seu produto, mas fica sujeito à concorrência de produtos substitutos, mais ou menos imperfeitos”. Existindo dessa forma um único produto, vários produtores na indústria e ocasionando uma livre entrada no mercado, tornando os lucros econômicos dessas empresas, uma vez que lucros positivos atraem novas empresas até igualarem. Uma de suas principais características é a sua diferenciação de produtos. As empresas de concorrências monopolísticas tem o poder de decidir o preço cobrado dos produtos e conforme (KUPFER, HASENCLEVER 2002, p.95) “as empresas estão sujeitas a concorrência de empresas que oferecem produtos substitutos próximos”. Na diferenciação de produtos podem surgir duas características, de acordo com Kupfer e Hasenclever a primeira porque os consumidores pensam que um produto é diferente dos demais, A segunda porque os consumidores preferem os produtos que possuem características ou atributos diferenciados e estão dispostos a pagar um prêmio para comprar este produto. No primeiro caso, a propaganda e as técnicas de vendas desempenham um papel importante. No segundo, características como localização geográfica ou aspectos técnicos e de qualidade dos produtos fazem a diferença. (KUPFER, HASENCLEVER 2002, p.20): 2.6.4 Oligopólio De forma simplificada, podemos definir oligopólio como uma indústria onde poucas empresas produzem o mesmo produto. Logo, O oligopólio é uma tendência que reflete a concentração da propriedade em poucas empresas de grande porte, pela fusão entre elas, incorporação ou mesmo eliminação 29 (por compra, dumping e outras práticas restritivas) das pequenas empresas. (SANDRONI 1999, p.431) Conforme alguns estudiosos da área, eles defendem que as empresas de grande porte desse setor, tentem a trabalhar com pesquisas para o descobrimento de novos produtos e com economias de escala, ocasionando na sua grande maioria enorme volume de investimentos e dificilmente um membro oligopolista baixará os seus preços. É na estrutura do oligopólio que podemos condizer pertencente a maior parte das indústrias Assim, Sardinha (1995) pode dividi-las em duas grandes categorias: oligopólios concentrados ou “puros” e oligopólios diferenciados. Os oligopólios concentrados ou “puros” caracterizam-se “pelos produtos disponíveis no mercado são quase homogêneos ou facilmente substituíveis do ponto de vista do consumidor” (SARDINHA, 1995, p. 39). Para os consumidores a diferença dos produtos é quase imperceptível, razão pela qual os mesmo irão adquirir os produtos com os preços mais barato. Os oligopólios diferenciados, “são definidos pela estrutura de mercado característico em indústrias produtoras de bens de consumo não duráveis e duráveis e altamente diferenciados” (SILVA, 1988, p.37). Há um grande investimento em publicidades e comercialização para que haja uma diminuição dos custos e existência de barreiras são formadas pela fidelidade e do consumidor a determinadas marcas. Muitas das empresas investem em P&D, para criação de novos produtos, qualidades alternativa, nova desenhos e preços diferenciados. E conforme Sardinha (1995) “os produtos incorporam grande esforço de diferenciação uns dos outros, no sentido de se tornarem insubstituíveis aos olhos do consumidor”. 2.7 A INDÚSTRIA CERVEJEIRA NO BRASIL 2.7.1 Sobre a Cerveja no Brasil O registro de surgimento da cerveja no Brasil data do século XVII. Todavia foi no inicio do século XIX, por volta de 1836, que se teve a primeira noticia sobre a fabricação de cerveja no Brasil, publicada pelo jornal do comercio do Rio de Janeiro em que 30 dizia ser a cerveja uma bebida barata e de sabor agradável. Embora ainda produzida de maneira caseira, este foi o ponto de arranque para que surgisse alguém que produzisse a cerveja a nível mais comercial. Assim, dez anos mais tarde, Georg Heinrich Ritter instalou na região de Nova Petrópolis/RS uma pequena linha de produção de cerveja. Outras empresas aproveitaram o caminho desbravado pela marca Ritter, tais como a firma Vogelin & Bager e Henrique Leiden e CIA, ambas instaladas no Rio de Janeiro e lançaram-se na produção de cerveja. Além dessas, na década seguinte, surgiram inúmeras outras indústrias, especialmente instaladas no Rio de Janeiro, dispostas a investir neste no ramo, algo que entre os anos 40 e 80 do século XIX, permitiu uma grande expansão no consumo de cerveja, fato que levou a cerveja se tornar a bebida mais popular do Brasil. Foi em 1882 que surgiu a marca que ainda hoje desempenha um papel de grande destaque na indústria cervejeira, a Antarctica, formada a partir da sociedade entre Louis Bucher e Joaquim Salles. Aquele proprietário de um matadouro e este último possuía uma maquina de fazer gelo. O passo seguinte foi a criação da Antarctica Paulista – Fábrica de Gelo e Cervejaria, que dedicava-se à produção de gelo e produtos alimentícios. Todavia, esta fábrica não estaria sozinha no mercado cervejeiro por muito tempo. Em 1888, Joseph Villinger um imigrante suíço, inconformado com a má qualidade da cerveja que era produzida no Brasil abriu seu próprio negocio de produção de cerveja. Naquele mesmo ano surge a Manufatura de Cerveja Brahma Villinger & companhia que mais tarde resultaria na grande companhia cervejeira Brahma. O crescimento dessas duas empresas foi imediato. Já no ano seguinte, 1889, foi anunciada a primeira marca de cerveja brasileira, a “Antarctica”. Com o aumento da sua capacidade de produção e do quadro de funcionários levou empresa a se transformar numa sociedade anônima, com 61 acionistas, passado então a se chamar Companhia Antarctica Paulista S.A. Todavia esse grande crescimento não foi sustentado. e em 1893 a empresa estava à beira da falência, sendo então comprada por sua principal credora a empresa Zerrener, Bullow & Cia. A companhia passou por diversas mãos e numa sucessão de aquisições começou a crescer e ficar mais forte. Seu desenvolvimento passou ainda pela constituição de uma maltaria própria. O rápido surgimento de novas marcas no mercado era posteriormente acompanho pelo desaparecimento de diversas outras marcas. Foi o caso das cervejas Bock e Victórida da Cervejaria Feldmann de Blumenau; a cerveja Caracu que atualmente faz parte do portfólio da AMBEV e que antes pertencia a cervejaria Rio Claro, e ainda a cervejaria Bavária que foi 31 adquirida pela Antarctica em 1904. À custa de aquisição e fusão, quem não parava de crescer era a cervejaria Brahma. Em 1904, surgiu a companhia cervejaria Brahma, resultante da união entre a Georg MAschkle & Cia; Cervejaria Brahma e a Preiss Haussler & Cia eCervejaria Teutonia. Em pouco mais de uma década a empresa já possuía quase doze marcas em seu portfólio. No inicio da década de 30 a Brahma já era uma empresa bem estruturada e virada para o futuro. O contínuo crescimento da companhia cervejeira Brahma, foi seguido por fortes campanhas publicitárias e patrocínio, além da melhoria na qualidade de sua maquinaria, o que proporcionou uma imagem muito boa junto aos seus consumidores. Com o mercado de cerveja em ebulição no século XX, outras novas indústrias surgiam por todo o Brasil e ajudaram a moldar o marcado de cerveja brasileiro. Essas indústrias tratavam de registrar um elevado numero de marcas diferentes, com intuito de assegurar uma determinada fatia do mercado. Ainda, com a finalidade de combater o crescimento da Brahma, as outras indústrias e marcas lançavam novos produtos e investiam em publicidade em seus diversos meios. Além dessas duas grandes e importantes companhias cervejeiras do Brasil, outras cervejarias que ajudaram a moldar ao mercado brasileiro de cerveja também devem ser mencionadas. Foi o caso, por exemplo, da Belco fundada em 1983; a Cerpa em 1966; a Petrópolis em 1993; a Malta em 1956; a Cintra em 1977; a Colônia/INAB em 1994; a Conti em 2001; a Frevo em 2000; a Germânica em 1991; Kaiser em 1980; Schincariol 1939 dentre muitas outras. 2.7.2 Da Produção 2.7.2.1 Etapas do processo de produção 2.7.2.1.1 Ingredientes da cerveja Os quatro ingredientes básicos para a produção da cerveja são a água, o malte (adjuntos e outros ingredientes), o lúpulo e o fermento ou levedo. A água é 90 a 95% da constituição de uma cerveja e por isso é essencial ao processo de fabricação. Suas características influenciam no sabor final da cerveja razão pela qual a 32 “água natural” é preferencialmente a mais procurada, apesar de que hoje todos os tipos de água podem ser quimicamente modificados. Para a produção de cerveja a água deve conter as características conforme listadas no quadro 1 a seguir. Também importante na fabricação de cerveja e considerado o principal aditivo de aroma e paladar da cerveja, o lúpulo (Humulus Lupulus) é uma planta do tipo trepadeira de origem europeia cujas flores fêmeas apresentam grande quantidade de resinas amargas e óleos essenciais, os quais coferem à cerveja o sabor amargo característico. Como no Brasil não existem condições climáticas apropriadas para o cultivo do lúpulo, este é importado da Europa, de países como a França, a Alemanha, a República Tcheca, a Eslováquia, de vários países pertencentes à antiga Jugoslávia e ainda dos Estados Unidos, lugares em que o clima frio favorece seu cultivo. Quadro 1 – Características ideais da água para fabricação da cerveja PARÂMETRO UNIDADE ESPECIFICAÇÃO Sabor - insípida Odor - inodora pH pH 6,5-8,0 Turbidez NTU menor que 0,4 Matéria Orgânica mg O2/L 0-0,8 Sólidos Totais Dissolvidos mg/L 50-150 Dureza Total mgCaCO3/L 18-79 Sulfatos mgSO4/L 1-30 Cloretos mgCI/L 1-20 Nitratos mgNO3/L ausente Cálcio mgCa2+/L 5-22 Magnésio mgMg2+/L 1-6 CO2 Livre mgCO2/L 0,5-5 Fonte: Site Cervejas do mundo 33 Dada a sua importância na produção de cerveja, e levando em conta a sua variedade, não é de se estranhar que se encontrem diferentes tipos de cerveja. Outro ingrediente importante na fabricação de cerveja é o malte, que tem origem na germinação de cereais sob condições ambientais controladas e pré-determinadas. Esse processo de germinação tem objetivo principal a obtenção de enzimas que provocam modificações contidas no grão. O produto da germinação chama-se malte verde e consequentemente após a secagem e torrefação tem-se ao malte propriamente dito. Sua qualidade também é essencial na produção por razão de sua relevância para a excelência de cerveja visto que é a partir de sua complexa constituição que a cerveja recebe características responsáveis pelo aroma e paladar. O malte que geralmente é utilizado em cervejaria, em sua maioria, é obtido a partir da cevada após esta passar pelas etapas de limpeza, seleção, calibragem, pesagem, lavagem e molha, germinação, desgerminação e estufagem. Na “família” do malte, se pode assim dizer, pode-se encontrar o malte de base, mais utilizado na produção de cerveja, e o malte de especialidades que nuca representa mais do que 10 a 25% do total. Os maltes de base forneçam quase toda a capacidade enzimática necessária para converter os amidos em açucares enquanto que o malte de especialidade tem como principal função dar cor, e caso seja possível, enriquecer o sabor da cerveja. Todavia, é comum que as cervejarias substituem parte do malte de cevada por outros cereais e por isso são chamados de adjuntos. Com eles é possível conseguir uma vantagem econômica nos casos de o cereal substituto ser mais barato do que o malte além de produzir uma cerveja mais leve e suave do que aquela obtida com o malte de cevada. Normalmente as cervejarias utilizam para este fim o arroz e o milho. Igualmente considerada um dos quatro principais ingredientes para a produção de cerveja, as leveduras que são microrganismos unicelulares, classificados biologicamente como fungos, fermentam os açucares e os transformam em álcool, essencial na produção de cerveja. Embora exista uma grande variedade de leveduras, ressaltam-se dois grandes grupos que são as leveduras de fermentação alta, típicas das alemãs, e as leveduras de fermentação baixa, típicas das lager ou pilsen. As leveduras de fermentação alta são assim chamadas porque fermentam em temperaturas entre 12º C e 26°C e as células de levedura tendem a submergir durante o processo de fermentação criando flocos. A fermentação dá-se em poucos dias ou até duas semanas. As cervejas produzidas são tendencialmente mais alcoólicas e conservam-se por mais tempo. 34 Com relação as leveduras de fermentação baixa, assim chamadas porque demoram cerca de um mês para fermentar já que são feitas em temperaturas baixas, ente 7ºC e 15°C. Neste processo as leveduras se desenvolvem de uma forma mais lenta e tendem a repousar no fundo do local em que ocorre o processo de fermentação. Considera pela maioria o ingrediente mais importante na fabricação da cerveja, as leveduras não servem apenas para fermentação, como também define o caráter e o sabor da cerveja apresentando aspectos florais, frutados ou minerais indicados em diversos tipos de cerveja. 2.7.2.1.2 A produção da cerveja Para produzir cerveja são necessários os ingredientes imprescindíveis: água, malte e adjuntos, lúpulo e fermento ou levedo. Em alguns países, com exceção da Alemanha, o milho, trigo e arroz também são utilizados em substituição ao malte. Todo o processo de fabricação de cerveja inicia com a obtenção do mosto que é a base da futura cerveja. É uma mistura açucarada feita pelo, o malte e adjuntos além do lúpulo adicionados à água, baseado exclusivamente em fenômenos naturais e que é semelhante ao ato de cozinhar. Sendo assim, seguem abaixo os processos: 1. Moagem do malte e dos adjuntos; 2. Mistura com a água; 3. Aquecimento para facilitar a dissolução; 4. Transformação do amido em açúcar pelas enzimas do malte; 5. Filtração para separar as cascas do malte e dos adjuntos; 6. Adição do lúpulo; 7. Fervura do mosto para dissolução do lúpulo e esterilização; 8. Resfriamento. Em seguida ao resfriamento, o mosto recebe o fermento e é depositado em tanques para a fermentação. Acondicionado a um controle de temperatura entre 10°C e 13°C, ideal para o fermento produzir cerveja com sabor adequado, o fermento transforma o açúcar do mosto em álcool e gás carbônico além de produzir paralelamente outras substancias em quantidades muito pequenas responsáveis pelo aroma e sabor do produto. 35 Após concluir o processo de fermentação, a cerveja é resfriada a 0°C em que a maior parte do fermento é separada por decantação (sedimentação),dando início ao processo de maturação. A maturação costuma levar de 6 a 30 dias e nesta fase, pequenas substancias indesejadas ocorridas da fermentação são eliminadas enquanto o açúcar residual é consumido pelas células de fermento restantes, em um processo conhecido como fermentação secundária. Ao final, a cerveja está praticamente concluída, com aroma e sabor definidos. Finalizado o processo de maturação, a cerveja passa por uma filtração que visa eliminar partículas em suspensão, deixando a bebida transparente e brilhante sem alterar a composição e o sabor da cerveja. Por fim, a cerveja é acondicionada me garrafas, latas e barris cujo processo é chamado de enchimento. A cerveja que é acondicionada em garrafas ou latas passa por um processo chamado de pasteurização no qual a cerveja é submetida a um aquecimento a 60°C e posterior resfriamento. Em razão deste processo as cervejarias conseguem assegurar uma data de validade ao produto de seis meses após a fabricação. Quando a cerveja é armazenada em barril ela não é pasteurizada e por isso recebe o nome de chope. 2.7.2.1.3 Classificação da cerveja As cervejas são classificadas de acordo com o teor de álcool e extrato apresentados, pelo malte, ou pelo tipo de fermentação, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (SINDICERV). Assim sendo, uma cerveja é considerada sem álcool, quando o volume alcoólico é menor que 0,5% e é alcoólica quando este volume é igual ou superir a 0,5%. Quando o teor de extrato final é de até 2% a cerveja é considerada de baixo teor de extrato e mais de 7% considera-se como alto teor de extrato. Aquelas que têm a classificação como media, o teor de extrato está entre 2% a 7%. A cerveja com teor de extrato final maior que 12% e menor que 14% é classificada como extra. O percentual de malte contido na cerveja pode classifica-la como leve, comum, extra ou forte. A cerveja é considerada leve quando este item é maior que 5% e menor que 10,5%. É classificada como comum quando o nível está entre 10,5% e 12%, extra entre 12% e 14% e forte quanto está acima de 14%. 36 Considera-se cerveja com alta fermentação aquela em que o levedo flutua durante este processo à uma temperatura de 20°C a 25ºC resultando em um produto de cor cobreavermelhada, com sabor forte, brevemente ácido e com teor alcoólico entre 4% e 8%. A maioria das cervejas é de baixa fermentação, processo assim qualificado porque as cervejas ficam expostas a temperaturas entre 9°C e 14°C em que o levedo, opostamente, fica assentado no fundo do tanque. Essas cervejas são conhecidas como large, e só começaram a ser produzidas em grande escala no século passado. Os tipos mais conhecidos são as Pilsener, Munchener, Vienna, Dortmund, Einbeck, Bock, Export e Munich. 2.7.2.1.4 Tipos de cerveja Em todo o mundo estima-se que existam mais de 20 mil tipos de cervejas. As mudanças em seu processo de fabricação e o uso de outros ingredientes além dos quatro básicos fundamentais são responsáveis pela grande variedade de tipos de cerveja, cada qual com característica especifica. (SINDICERV) Segundo o SINDICERV a cerveja do tipo Pilsen é a mais consumida no mundo. É uma cerveja com sabor delicado, leve, clara e de baixo teor alcoólico. Essa denominação é oriunda da cidade de Pils localizada na atual Republica Checa, formada pela Boêmia e Moraiva. No Brasil seu consumo chega a 98% do total ingerido, com os 2% restantes distribuídos entre as cervejas do tipo bock, light, malzbier e stout. A cerveja do tipo bock, por exemplo, tem sabor mais forte e encorpado e tem cor escura. Sua fermentação é baixa e tem alto teor alcoólico. A Stout, cerveja feita com cevada torrada possui um sabor que associa o amargo do lúpulo ao adocicado do malte. A fermentação é geralmente alta, sua cor é escura com altos teores de álcool e extrato. A cerveja do tipo Ice é fabricada por meio do "ice process". Neste processo a cerveja sofre um resfriamento à temperatura abaixo de zero, quando a água se transforma em finos cristais de gelo. Em seguida, esses cristais são retirados e o que permanece é uma cerveja mais forte e refrescante. 37 2.7.3 Principais Cervejarias Nacionais 2.7.3.1. Brahma Fundada em meados do século XIX por um imigrante suíço chamado Joseph Villiger, a cervejaria Brahma tem progredido ao longo dos anos. Após algumas fusões e aquisições ainda em meados dos anos 30 a Brahma já era considerada uma cervejaria bem estruturada. Vislumbrando o futuro, apostou em novas tecnologias e publicidade em que divulgou fortemente o produto Brahma Chopp estreitando os laços de afinidade entre a empresa e o consumidor. O forte incentivo publicitário resultou no aumento de consumo da cerveja no país em 1934. A Brahma Chopp já era a principal marca da firma em 1937 ao lado de 29 outros tipos de cerveja. Em meio a novos lançamentos de produtos nos anos subsequentes, por exemplo, a Brahma extra em 1943, a cervejaria Brahma mantinha ainda bastante ativa a política de aquisições, prova disso foi a aquisição do maior grupo cervejeiro do Rio Grande do Sul, a “Bopp, Sassen, Ritter e Cia Ltda” também conhecida por Cervejaria Continental. Em 1954, a Companhia Cervejaria Brahma tornou-se uma das maiores do Brasil, com seis fábricas e uma maltaria em funcionamento. Ainda não era o suficiente e para continuar lançando-se à expansão a Brahma comprou pequenas empresas e as transformou em filiais com intuito de atingir as áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos. Foi quando a filial de Agudos em São Paulo foi criada a partir da aquisição da antiga Companhia Paulista de Cerveja Vienenses e a da filial do nordeste, na cidade do Cabo, em Pernambuco. Preocupada em manter o padrão de qualidade de seus produtos a cervejaria não podia deixar de fora seus planos com a pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Razão pela qual em 1968 foi inaugurada no Rio Grande do Sul, a Estação Experimental de Cevada para testes de novas variedades de cevada cervejeira. Em 1971 a companhia fez aliança com a Cervejaria Astra S.A instalada em Fortaleza no Ceará para distribuição de seus produtos no Norte e Nordeste do Brasil. Posteriormente, a cervejaria Astra S.A associou-se à Brahma. Os anos seguintes foram marcados pela continua expansão desta companhia e por alterações nas apresentações de seus produtos que passaram a ser feitos em latas em folhas de flandres, em engradados plásticos, em garrafas de vidro incolor e logo em seguida em garrafas em vidro de cor âmbar. 38 Diante da qualidade de seus produtos exportados esta cervejaria acumulou reconhecimentos internacionais. A internacionalização da marca Brahma e sua grande aceitação no mercado interno deu grande destaque à cervejaria, que teve reconhecida 7ª posição no ramo de cervejaria a nível mundial, após uma avaliação com companhias de mais de 90 países. Nos anos 80 para aumentar a participação no mercado, a Companhia Cervejaria Brahma adquiriu o controle acionário das Cervejarias Reunidas Skol Caracu S.A. Ainda na mesma década inaugurou mais uma fábrica de cerveja em Jacareí, São Paulo. Todavia, o final da década foi seguramente marcado pela aquisição da Companhia Brahma pelo Grupo Garantia iniciando um período de reestruturação e construção de novas fábricas. Novo período de mudanças e conquistas iniciava a partir de 1994. Naquele ano a Central da Companhia foi transferida do Rio de Janeiro para São Paulo. Incorporou a companhia anônima Cervecera Nacional da Venezuela, além de inaugurar mais duas filiais, uma em Lages, Santa Catarina e outra em Luján, na Argentina. O histórico crescimento da companhia chamou a atenção da empresa norte-americana Miller Brewing Company em 1995 que culminou com a criação de uma joint venture com a Brahma para distribuir a cerveja Miller Genuine Draft. No ano seguinte a Brahma começou a produzir a cerveja no Brasil para competir no mercado interno. O crescimento seguiu continuadamente e a expansão do parque fabril inevitável. Em 1996 uma nova filial foi inaugurada no Rio de Janeiro, considerada a maior fabrica de cerveja da América Latina localizada no bairro de Campo Grande. Outras duas novas unidades fabris começaram a ser construídas: uma em Viamão no Rio Grande do Sul e outra, correspondente à Cervejaria Águas Claras em Aracaju no município de Estância. Com o aumento na produção as exportações alavancaram. Em 1998 a Brahma Chopp passou a ser exportada para Europa. No ano seguinte, após longos meses de negociações, a Companhia Antarctica Paulista e a Companhia Cervejaria Brahma chegaram a um acordo que resultou na criação da Companhia de Bebidas das Américas (AMBEV). 39 2.7.3.2 AMBEV Resultado da fusão da Companhia Cervejaria Brahma e Companhia Antarctica Paulista, esta nova empresa reunia em uma só empresa as marcas tradicionais, tais como a Brahma, a Antarctica, a Skol, a Bohemia e ainda marcas como a Kronenbier, a Caracu, a Carlsberg, a Miller, a Polar e a Serramalte. Estava assim criado um gigante econômico mundial. Não obstante a junção dessas empresas, os produtos mantiveram a sua autonomia e diferentes ritmos de desenvolvimento. Exemplo disso foi a Antarctica que mudou de visual com nova cor, novo rótulo e nova campanha social, e a Brahma que surgiu com embalagens termossensíveis que indicavam se a cerveja estava gelada. Mal tinha dado tempo de o mercado ter absorvido por completo a junção da Brahma com a Antarctica, em 2004 foi anunciada outra fusão. Dessa vez acontecia a união da AMBEV com o grupo belga Interbrew, originando a criação da INBEV. Esta se tornou a maior empresa cervejeira do mundo com mais de 200 marcas em seu portfólio entre elas as mais conhecidas Beck1s, Brahma, Stella Artois e Leffe. 2.7.3.3 Kaiser (Atual Heineken) Uma nova cervejaria surgiu em Divinópolis no estado de Minas Gerais, por volta de 1980. A Kaiser, nome alemão que significa “imperador”, teve rápido sucesso que possibilitou a expansão da estrutura com novas fábricas em Mogi Mirim/ São Paulo, e nova Iguaçu no Rio de Janeiro. Em passo acelerado, no final de 1983, sob a assistência técnica da Cervejaria Holandesa Heineken, a Kaiser já atendia os grandes mercados de cerveja de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. As aquisições e lançamentos de novos produtos, tal como a aquisição da nova marca Xingú da Cervejaria Independente Ltda, também contribuíram para o crescimento da empresa. No ano de 2002, a companhia Kaiser foi adquirida pela empresa Canadense Molson Inc. Esta operação de aquisição envolveu as Cervejarias Kaiser Brasil S.A, Cervejarias Kaiser Pacatuba S.A, Cervejarias Kaiser Nordeste S.A e Cervejarias Kaiser Goiás S.A. Quatro anos mais tarde, a Kaiser foi comprada novamente, agora pela Mexicana FEMSA que ficou com 68% do capital da empresa, restando com a Molson 15% e 17% com a 40 Heineken. Em 2010 a Heineken comprou a divisão da Mexicana FEMSA responsável pela produção de cerveja. Atualmente a Kaiser possui 10 fábricas com novas unidades em Araraquera, São Paulo, Feira de Santana na Bahia, Ponta Grossa no Paraná e em Gravataí no Rio Grande do Sul. 2.7.3.4 Schincariol (atual Brasil Kirin) A despeito de sua fundação em 1939 a Schincariol só apareceu no cenário cervejeiro em 1989 com sucesso em termos comerciais. Com diversificada linha de produtos, a Schincariol atende além do território brasileiro, vários países do Mercosul, Ásia e Europa. Na sua linha de produtos estão as cervejas Novas Schin, Primus, Glacial e NS2. Sua ultima unidade industrial localiza-se em Igrejinha no Rio Grande do Sul. Em 2007 a Schincariol comprou as microcervejarias Nobel, Devassa, Baden-Baden e a catarinense Eisenbahn em 2008. Essas aquisições fizeram parte da estratégia da empresa para entrar no segmento Premium e super Premium. Em 2011 o grupo japonês Kirin Holdings Company sediado em Tókio adquiriu a cervejaria Schincariol. Para ampliar sua presença no Brasil, a partir de 2002 a fabricante de bebidas Schincariol passou a se chamar Brasil Kirin. No entanto, a marca dos produtos não mudou. 2.7.3.5 Skol Na Europa, por volta de 1964, um grupo constituído por seis cervejeiras, entre as quais incluía a “sociedade Central de Cervejas” de Portugal, teve a ideia de formar a Skol. Primeiramente, a Skol associou-se a um grupo detentor de quatro cervejarias. O Grupo S (Scarpa) era formado pelas cervejarias Rio Claro de Aracaju, a Santista, a Cavru e a Londrina. Dessa associação resultou as Indústrias Reunidas Skol/Caracu S.A. Mais tarde, em 1970, a cervejaria Skol foi adquirida pela BRASCAN, um grupo formado por empresários brasileiros e canadenses. No entanto a estrutura acionista da 41 cervejaria se manteve, e só foi alterada em 1980 quando a companhia cervejeira Brahma a comprou, juntando suas marcas Skol, Caracu e Ouro Fino. A Skol foi a primeira cerveja em lata do Brasil a ser comercializada em folhas de flandres, além de ter inovado com embalagens descartáveis de vidro e tampas de abertura fácil. A última grande novidade da empresa foi em 2002 com o lançamento da Skol Beats e recentemente a Skol Lemon, que se juntaram as existentes Skol Bock, Skol Ice e Skol Fest. 2.7.3.6 Petrópolis Decorria o ano de 1993 quando surgiu a cervejaria Petrópolis. No ano seguinte foi lançada a cerveja Itaipava. Por volta de 1998 a cervejaria Petrópolis é vendida a um novo grupo de investidores que apostava em novas tecnologias e expansão da fábrica. Logo foi lançado um novo produto no mercado, a cerveja Crystal, com boa aceitação no mercado brasileiro. Buscando suprir o aumento da demanda e atender aos diversos paladares, a cervejaria ampliou em meados de 2004 a sua lista de produtos. Para tanto, lançou a cerveja Petra, uma cerveja Escura Premium, além de ampliar as linhas das marcas Itaipava e Crystal nas versões Pilsen, Premium e Malzbier e também versões em chope claro e escuro. 2.8 MERCADO NACIONAL DE CERVEJA Nos últimos anos o mercado de cerveja nacional tem aumentado significativamente sua produção. Em 1994 a produção de cerveja era cerca de 6,5 bilhões de litros saltando para 8 bilhões de litros em 1995, talvez justificado pela estabilidade da economia alcançada pelo plano real. Nos 10 anos seguintes que corresponde até 2005, a produção de cerveja tendia à estagnação com taxa média anual de crescimento de 0,7%, chegando a cair em 1999 e 2003. Após esse período a produção de cerveja entra em novo processo de ascensão com produção de 12,6 bilhões de litros, atingindo uma taxa média anual de crescimento de 7,87% até o ano de 2010. 42 Atualmente a produção de cerveja no Brasil configura-se altamente concentrada pelas cervejarias AMBEV, Heineken /Brasil, Schincariol e Petrópolis, conforme demonstra a tabela 1, a seguir. Essas quatro empresas juntas detêm uma participação de mercado de 98,3%. Conforme dados fornecidos pela Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (AFEBRAS), a empresa líder é a AMBEV que detém 68,5% do mercado. O restante do mercado é dividido pela Schincariol, atual Brasil Kirin, com 10,6%, Petrópolis com 10,8%, Heineken/Brasil com 8,5% e ainda por um grupo de pequenas cervejarias regionais e microcervejarias que completam uma reduzida parte do mercado de 1,6%. Tabela 1 - Participação de mercado das cinco principais cervejarias do Brasil 1997-2012 Empresas / Índices de Concentração 1997 1998 1999 48,0 48,0 49,0 24,0 18,0 18,0 6,0 8,0 1,0 1,5 17,0 Cintra 0,3 Outros 4,0 Ambev Brahma Antarctica Brasil Krini* Petrópolis Heineken Brasil** Anos (%) 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 69,0 68,0 68,4 67,2 66,2 68,3 68,4 67,7 68,7 70,0 68,8 68,5 68,5 8,0 9,0 10,0 9,6 11,1 13,1 12,6 12,7 12,3 11,1 11,6 12,0 11,2 10,6 1,8 2,4 2,3 2,3 3,2 3,6 5,2 5,7 8,3 8,5 7,2 9,5 10,6 10,8 23,0 21,0 18,0 17,0 15,4 13,3 10,9 8,9 8,5 7,6 8,3 9,6 8,1 8,2 8,5 0,5 1,0 1,3 1,2 1,6 1,7 1,6 1,4 1,5 - - - - - - 2,5 2,2 4,0 2,5 2,7 3,5 4,6 3,6 3,2 4,1 3,4 1,6 1,6 1,5 1,6 Fonte: MOREIRA, Elisson Telles, et al (2013, p. 9) Gráfico 1 – Ilustração da Participação do Mercado das principais cervejarias do Brasil Pequenas Cervejarias Regionais e Microcervejari a 1,6% Petrópolis 10,8% Schincariol 10,6% Heineken 8,5% AMBEV 68,5% Fonte: MOREIRA, Elisson Telles, et al (2013, p.9) - Elaboração própria. 43 Surgida da fusão entre a companhia cervejeira Brahma e cervejaria Antarctica, a AMBEV conjuga as marcas tradicionais de cerveja no mercado nacional. A AMBEV, cujo portfólio é apresentado no Quadro 2 a baixo é atualmente uma divisão da multinacional AB INBEV. Como se pode observar no quadro, das cervejas e chopes alcoólicos produzidos pela AMBEV 16 são do tipo pilsen. Essas cervejas são do tipo lager, de baixa fermentação e refletem na preferência do consumidor brasileiro. Além das cervejas produzidas em território nacional a AMBEV também importa outras nove cervejas: Franziskaner Hefe-Weissbier Kristallklar, Franziskaner Hefe-Weissbier Dunkel, Franziskaner Hefe-Weissbier Hell, Leffe Bolnd, Lefe Brown, Hoegardeen, Nortenã, Patricia e Quilmes. Quadro 2 - Portfólio de Cerveja AMBEV (Produção Nacional) Cerveja Tipo Cerveja Antarctica Pilsen Caracu Antarctica Cristal Pilsen Chopp Antartica Claro Antarctica Malzbier Malzbier Chopp Brahma Black Antarctica Sub-zero Pilsen Chopp Brahma Claro Antarctica Original Pilsen Chopp Brahma Escuro Bohemia Pilsen Kronenbier Bohemia Confraria Abadia Líber Bohemia Escura Lager Schwarzbier Polar Export Bohemia Weiss Weissbier Serramalte Brahma Pilsen Skol Brahma Extra Pilsen Premium Skol 360º Brahma Fresh Pilsen Skol Beats Brahma Malzbier Malzbier Stella Artois Tipo Stout Pilsen Lager Escura Pilsen Pilsen Sem Álcool Sem Álcool Pilsen Pilsen Extra Pilsen Pilsen Pilsen Lager Fonte: AMBEV Nos últimos 10 anos a empresa introduziu novas cervejas que não são consideradas do tipo pilsen, dentre elas a Bohemia Confraria, Bohemia Escura, Bohemia Oaken, e Bohemia Hoyal Ale, estas duas ultimas em edições limitadas. O lançamento das cervejas Bohemia Oaken, e Bohemia Hoyal foi uma estratégia da empresa para conseguir uma maior parcela do mercado no chamado segmento Premium. Pela mesma razão a AmBev trouxe a cerveja Stella Artois para ser fabricada no Brasil. Com a denominação de Heineken Brasil, a multinacional, que comprou a FEMSA em 2010 atua no mercado nacional de cerveja com oito fábricas localizadas em Jacareí (SP), Araraquara (SP), Gravataí (RS), Ponta Grossa (PR), Cuiabá (MT), Feira de Santana (BA), Pacatuba (CE) e Manaus (AM) com capacidade total de produção de 19 milhões hectolitros 44 por mês. Além de produzir as cervejas 12 cervejas listadas abaixo no Quadro 3 em que 9 são do tipo Pilsen e 4 do segmento Premium , a multinacional importa a cerveja Dos Equis, do México; Amstel Pulse, da Holanda; Birra Moretti, da Itália, Edelweiss, da Áustria; Murphy’s Irish Red e Murphy’s Irish Stout, ambas da Irlanda. Quadro 3 -Portfolio de Cerveja Heineken Cerveja Tipo Bavaria Pilsen Pilsen Bavaria Premium Pilsen Premium Bavaria Sem Álcool Sem álcool Heineken Pilsen Premiun Kaiser Bock Bock Kaiser Gold Pilsen Premium Cerveja Kaiser Pilsen Santa Cerva Sol Pilsen Sol Premium Summer Draft Xingu Tipo Pilsen Pilsen Pilsen Pilsen Premium Pilsen Escura Premium Fonte: Heineken Brasil Apesar de ter surgido em 1939 com uma pequena fabrica de bebidas, foi somente em 1989 que a nacional Schincariol entrou no mercado de cerveja, com o lançamento da cerveja Schincariol. A década de 90 foi marcada por uma fase de crescimento. Diferentemente, no início dos anos 2000 as vendas começaram a cair relacionada a uma imagem que a população tinha de uma cerveja de baixa qualidade, ainda com o preço menor, destinada a população de baixa renda. Com intuito de reverter essa imagem a empresa lançou a Nova Schin com forte campanha publicitária. Em 2010 houve novo lançamento com tentativa de impulsionar as vendas. Para tanto introduziram a cerveja Devassa Bem Loura com forte incentivo publicitário. Atualmente a empresa é a 3ª com participação de mercado nacional de cerveja, sendo brasileira com capital familiar. Conforme pode ser verificado no Quadro 4 abaixo, o portfólio da cervejaria é composto por 11 cervejas, sendo 6 delas do tipo Pilsen. No quadro 4 abaixo não estão informadas as cervejas que são produzidas pelas microcervejarias que estão sob seu controle. Quadro 4 - Portfolio de cerveja Schincariol Cerveja Primus Nova Schin Nova Schin Malzbier Glacial Nova Schin Munich Cintra Tipo Pilsen Pilsen Malzbier Pilsen Munich Pilsen Cerveja Nova Schin Zero Alcool NS2 Tequila com Limão NS2 Black Mint Nobel Devassa Bem loura Tipo Sem alcool Aromatizada Aromatizada Pilsen Pilsen Fonte: Site Schincariol 45 A Petrópolis é outra cervejaria de controle brasileiro. Fundada em 1994, na cidade Petrópolis no Rio de Janeiro, esta cervejaria teve um significativo crescimento desde seu surgimento. Atualmente a empresa possui quatro fábricas: uma localizada na cidade de Petrópolis/RJ, Teresópolis/RJ, Boituva/SP e Rondonópolis/MT. Possui ainda distribuidoras que atendem as regiões sudeste e centro-oeste, mais os estados da Bahia, Alagoas, Paraná, Acre e Rondônia. Contrariamente às outras cervejarias, a Petrópolis apresenta uma grande diversidade de cervejas que são produzidas no Brasil, enquanto que as outras cervejarias optam por importar esses produtos. Outra característica particular é que esta cervejaria não atende todo o território nacional e ainda assim é a 2ª maior em participação no mercado nacional de cerveja ligeiramente à frente da Schincariol. A Petrópolis produz 30 tipos de cervejas, conforme listada no seu portfólio no quadro 5 a seguir. Quadro 5 - Portfolio de Cerveja Petrópolis Cerveja Tipo Black Princess Lager Escura Black Princess Gold Pilsen Premium Crystal Chopp Pilsen Crystal Chopp Black Pilsen Crystal Fusion Guaraná Saborizada Crystal Fusion Limão Saborizada Crystal Fusion Maracujá Saborizada Crystal Malzbier Malzbier Crystal Pilsen Pilsen Crystal Premium Pilsen Crystal S/ Álcool Sem Álcool Itaipava Chopp Pilsen Itaipava Chopp Black Pilsen Itaipava Fest Pilsen Itaipava Malzbier Malzbier Cerveja Itaipava Pilsen Itaipava Premium Itaipava Sem Álcool Lokal Bier Lokal Chopp Petra Aurum Petra Bock Petra Escura Premium Petra Schwarzbier Petra Stark Bier Petra Weiss Bier Weltenburger Kloster Weltenburger Kloster Anno 1050 Weltenburger Kloster Urtyp Hell Weltenburger Kloster Hefe-weibbier Dunkel Tipo Pilsen Pilsen Premium Sem Álcool Pilsen Pilsen Pilsen Premium Bock Lager Escura Schwarzbier Pilsen Premium Weissbier Barock Dunkel Lager Märzenbier Lager Escura de trigo Fonte: site Petrópolis A despeito de o mercado nacional de cervejas ser dominado por quatro cervejarias, com grande relevância da AmBev na fatia do mercado, a concorrência no mercado é bastante intensa. Com constantes inovações as empresas buscam aumentar sua participação no mercado com a introdução de novos produtos, não obstante as marcas já consagradas, 46 mudanças no tamanho, cor e no design do produto com intuito de atingir diferentes nichos de mercado. O forte incremento em publicidade, em diversos meios de comunicação é um fator categórico na conquista do mercado, já que com ela as empresas buscam divulgar e, consequentemente, sustentar a criação da sua grande marca. Como o gosto principal do consumidor é pelas cervejas pilsen, normalmente as campanhas publicitárias estão voltadas para as marcas desse tipo de cerveja que comumente são as mais vendidas. ‘ Levando em consideração as principais marcas de cerveja, o mercado apresentava em 2009 uma preferência do consumidor pela cerveja Skol, da companhia Cervejaria AmBev algo em torno de 32,7% do mercado. A seguir, no Quadro 6, tem-se o demonstrativo das preferências no mercado naquele ano. Quadro 6 - Demonstrativo das Preferências do Mercado Marca Skol Brahma Antarctica Nova schin Itaipava Kaiser Crystal Bavaria Sol Cervejaria AMBEV AMBEV AMBEV Schincariol Petrópolis Heineken Brasil Petrópolis Heineken Brasil Heineken Brasil Participação da marca no Mercado 32,7% 18,5% 12,3% 10,3% 6,2% 4,0% 3,1% 2,2% 0,5% Fonte: AC Nielsen (2009 apud O GLOBO) Além de intensificar a concorrência no mercado com altos investimentos em publicidade e propaganda, as cervejarias buscam ainda novos segmentos do mercado, especialmente aqueles destinados às classes de renda maior. Segundo (STEIN, 2011), o mercado brasileiro de cerveja apresenta 3 importantes seguimentos, assim aceitos particularmente no meio dos empresários do setor, já que não existe uma classificação oficial. São eles: o segmento das cervejas de consumo em massa ou cervejas de volume, o das cervejas Premium e o das cervejas super Premium. Por não haver um padrão na divisão desses seguimentos podem ocorrer discrepâncias quanto às cervejas que cada tipo de segmento possui. Para classificar as cervejas em cada um desses segmentos são levados em consideração o preço, embalagem, conteúdo e tradição. Compõem o segmento de cervejas de consumo em massa aquelas que têm o preço mais baixo e que são consumidas amplamente, por conseguinte as classes de menor renda têm maior participação no consumo desses produtos. Esse mercado corresponde a 95% do 47 consumo total de cerveja do Brasil. (STEIN, 2011). Nesse segmento podem-se encontrar as grandes marcadas das cervejarias: Brahma, Skol, kaiser, Bavária, Itaipava, Nova Schin e Antarctica. As cervejas que, teoricamente tem qualidade superior as cervejas de consumo em massa, compõem o segmento das cervejas Premium. A diferença de preço com relação àquelas são de 20% a 100% a mais. Com variação de 4% a 5% de participação no mercado cervejeiro, este grupo apresenta as cervejas Heineken, Bohemia, kaiser Gold, Bavária Premium, Itaipava Premium, Brahma extra, entre outras. As cervejas super Premium, também chamadas de cervejas especiais ou gourmet, são assim chamadas porque apresentam uma qualidade superior já que usam matérias-primas selecionadas. Seu preço é o dobro das cervejas de consumo em massa e tem apenas 0,5% de participação no mercado cervejeiro. Aqui fazem parte às cervejas produzidas pelas microcervejarias e as cervejas importadas. (STEIN, 2010). A despeito da baixa participação no mercado dos seguimentos Premium e super Premium, esses mercados vem apresentado um crescimento gradual e significativo nos últimos anos. Relacionado ao aumento na renda da população brasileira, o que permite que o consumidor seja mais exigente e mais sofisticado e, portanto, tendencioso a consumir produtos diferenciados e com qualidade maior, o percentual do mercado de cervejas Premium em 2011 passou para 5%, um aumento de 3 pontos percentuais comparadas aos últimos dez anos. Tendo em vista que o mercado de cerveja nacional encontra-se em desenvolvimento, acredita-se que este segmento possa atingir, num futuro não muito distante, uma parcela maior do mercado, como o que acontece nos países desenvolvidos em que o mercado de cervejas é maduro e o seguimento Premium ocupa algo em torno de 15% a 20% do mercado total de cervejas. Na Europa ocidental, por exemplo, as cervejas Premium chegam a atingir 40% do mercado, enquanto que na argentina 10% e no Chile 8,5%.(ESTADÃO, 2010). 48 3.DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA Neste capítulo será apresentada a aplicação prática da metodologia proposta, o motivo da escolha do objeto de pesquisa, os locais, o período, além do método utilizado e, por fim, os resultados obtidos. 3.1 OBJETO DE PESQUISA O objeto de pesquisa escolhido foi o produto Cerveja, tipo Pilsen, nas seguintes embalagens: Vidro Retornável (600 ml) e Lata (350 ml), por se tratar, de um produto de grande aceitação, inserção e diversificação no mercado Brasileiro. 3.2 LOCAIS E PERÍODOS ESTUDADOS O local escolhido para a pesquisa foi a Região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), por se tratar de Estados próximos, possuírem o mesmo tipo de clima, um padrão de consumo semelhante e economias parecidas. Pretende-se analisar o período de Dezembro de 2010 à Março de 2013 de ambos os Estados, num total de oito coletas. 3.3 MÉTODOS PARA OBTENÇAO DAS MÉDIAS FINAIS O tipo de pesquisa escolhida a ser realizada foi a Pesquisa Descritiva, pois segundo Gil (1999), “a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre as variáveis”. E entre as suas características mais significativas está à utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, não havendo interferência do investigador, que procura abranger o conteúdo sem entrar na sua importância, observando com a maior importância os dados. De acordo com Andrade (2002) a pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registra-los, analisa-los, classifica-los e interpretá-los, e o pesquisador não interfere 49 neles. Sendo assim, os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador. O Plano Amostral adotado contemplará as principais cidades dos Estados analisados na pesquisa. Essas cidades foram selecionadas segundo dados do IBGE, levando em conta o quadro populacional, PIB e Renda Per Capita dos Municípios. Segue exemplo de plano amostral no Quadro 2 abaixo para o Estado de Santa Catarina. Quadro 7 – Plano amostral da pesquisa em campo Município Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Total Araranguá 4 8 13 25 Bal. Camboriú 8 14 8 30 Blumenau 15 35 27 77 Brusque 7 15 11 33 Caçador 4 9 15 28 Chapeco 12 33 20 65 Criciúma 9 20 16 45 Florianópolis 37 108 51 196 Itajaí 13 16 15 44 Jaraguá do sul 5 16 9 30 Joaçaba 3 12 7 22 Joinville 15 52 35 102 Lages 7 16 13 36 Palhoça 11 22 15 48 Porto União 2 9 10 21 São Jose 13 44 17 74 Tubarão 4 14 14 32 908 Total Fonte: Elaboração próprio autor. O instrumento utilizado para a coleta dos dados foi um questionário, contendo cabeçalho, para identificar os locais pesquisados e para poder fazer a checagem após a coleta em campo. E por fim, um campo para preencher o grupo ao qual pertence cada estabelecimento. 50 3.4 APLICAÇÃO A aplicação da pesquisa foi ser realizada no campo, em estabelecimentos comerciais tais como: grandes atacadistas, mercados de bairro, supermercados, minimercados, bares/lanchonete, restaurantes/pizzarias/churrascarias, lojas de conveniência e panificadoras anotando o preço individual em cada um deles. Os estabelecimentos são selecionados de forma aleatória, concisa e tendo uma representatividade para abrangê-la como um todo. Os preços são anotados nos questionários, contendo o nome das cervejas que são classificadas por embalagem. O pesquisador faz a identificação do estabelecimento, e coleta dos preços das cervejas que estão disponíveis no momento da coleta. 3.5 OBTENÇÃO DOS RESULTADOS Após ser feita a coleta dos dados, estes serão analisados de acordo com o seu agrupamento, já que não se pode calcular a média geral dos estabelecimentos sem que haja uma subdivisão entres os seus semelhantes de consumo. Desta forma se extingue o risco de haver a predominância de tipo de mercado (Lata 350 ml no Grupo1 e Vidro Retornável 600 ml no Grupo 2) e por conseguinte, se evita distorções em função do tipo de embalagem. Posteriormente, se faz a média para cada um dos grupos e pondera-se, dando pesos, em função do volume de vendas para depois estabelecer a média final. Esta média final obtida será a “média harmônica” dos preços, pois segundo Reichmann (1978, p.45) “é sempre a certa na análise de preços”, pois ela permite obter uma visão mais próxima da realidade observada. A fórmula abaixo refere-se a média harmônica (MH) utilizada: MH = n 1 + 1 + 1 + ...+ 1 x1 x2 x3 xn 51 3.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS Através da aplicação da Metodologia proposta nos capítulos anteriores, obtiveram-se médias finais para os produtos citados como objeto de pesquisa. A partir da obtenção dessas médias finais, foi possível traçar os gráficos que ilustram seu comportamento em suas formas unitárias, percentuais e geral no período analisado de Dezembro de 2010 a Março de 2013, nos estados da região sul. 3.6.1 Embalagem de Vidro 600 ml Retornável para o Estado do Rio Grande do Sul. Abaixo, o Quadro 8 apresenta, em termos percentuais, a variação total de preços dos produtos oferecidos em embalagem de vidro de 600 ml retornável no estado do Rio Grande do Sul. Logo em seguida, a ilustração gráfica torna melhor a visualização dos dados coletados no período proposto. Quadro 8: Variação total de preços oferecidos na embalagem de Vidro de 600 ml Retornável Marca/Período GERAL(%) Marca A 26,92 Marca B 26,06 Marca C 27,36 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. 52 Gráfico 2 Ilustração gráfica da variação total de preços oferecidos na embalagem de Vidro de 600 ml Retornável. 100 090 080 070 060 050 040 030 020 010 000 Marca A Marca B Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Pode-se verificar nas ilustrações acima que as três marcas analisadas, apesar de serem empresas concorrentes, mantiveram o mesmo padrão de incremento de preço no período considerado. Ao fazer a variação entre elas, não há uma diferença significativa entre as mesmas - máximo de 1,3% -, onde é possível afirmar que no período analisado essa diferença é praticamente inexpressiva. As empresas tendem a acompanhar a evolução dos preços da marca líder de mercado, o que também pode ser verificado na Tabela 1 e na ilustração do Gráfico 3 do Anexo. O que demonstra que os valores das médias finais do produto oferecido na embalagem de vidro 600 ml retornável, têm variações inexpressivas e, mesmo sendo concorrentes as marcas acabam praticando uma política igualitária de reajustes de preços. Nas ilustrações da Tabela 2 e do Gráfico 4 do Anexo comprovam as informações anteriormente citadas. De forma análoga, será possível notar que os demais itens apresentam o mesmo comportamento que o descrito para esse item, servindo para as demais embalagens analisadas. O que corrobora o meu objetivo inicial de que o comportamento dos preços das marcas menores tende a seguir os preços da marca líder. 53 3.6.2 Embalagem de Vidro 600 ml Retornável para o Estado de Santa Catarina. É possível verificar no Quadro 9 a variação total de preços dos produtos oferecidos em embalagem de vidro de 600 ml retornável no estado de Santa Catarina, bem como está mais bem ilustrado no gráfico a seguir. Quadro 9: Variação total de preços oferecidos na embalagem de Vidro de 600 ml Retornável. Marca/Período GERAL (%) Marca A 25,43 Marca B 24,30 Marca C 23,34 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Gráfico 5: Ilustração da variação total de preços oferecidos na embalagem de Vidro de 600 ml Retornável. 100 090 080 070 060 050 040 030 020 010 000 Marca A Marca B Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Do mesmo modo, é notável na ilustração acima, que os preços dos produtos oferecidos em embalagens de vidro de 600 ml retornável no estado de Santa Catarina também seguem a mesma tendência do estado do Rio Grande do Sul, apresentando assim o mesmo comportamento inexpressivo na comparação da variação nos preços daquelas marcas no 54 estado. Outra ilustração é apresentada no Gráfico 6 do Anexo a partir dos valores das médias finais por período coletados no período de dezembro de 2010 a março de 2013, conforme Tabela 3 do Anexo. Ainda na Tabela 4 estão dispostos os valores percentuais entre as médias finais, ilustradas em seguida no Gráfico 7 do anexo. Neste é possível visualizar a variação dos valores percentuais, novamente inexpressiva, das médias finais do produto, coletados naquele período. 3.6.3 Embalagem de Vidro 600 ml Retornável para o Estado do Paraná. No Quadro 10 estão apresentadas as variações percentuais dos preços do produto ofertado em embalagem de vidro de 600 ml retornável no estado do Paraná. Abaixo está a ilustração gráfica para melhor visualização. Quadro 10: Variação total de preços oferecidos na embalagem de Vidro de 600 ml Retornável Marca/Período GERAL (%) Marca A 25,94 Marca B 25,08 Marca C 25,72 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. 55 Gráfico 8: Ilustração da variação total de preços oferecidos na embalagem de Vidro de 600 ml Retornável 100 090 080 070 060 050 040 030 020 010 000 Marca A Marca B Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. No estado do Paraná o comportamento dos preços destas marcas também vai ao encontro do que ocorre nos estados já citados anteriormente. Na Tabela 5 do Anexo e na ilustração do Gráfico 9, também do Anexo, é possível visualizar melhor o comportamento desses valores que seguem tendencialmente a marca líder do mercado.Na Tabela 6 e Gráfico 10 do Anexo também confirma esse comportamento a partir dos valores percentuais entre as médias finais do produto oferecido. 3.6.4 Embalagem de Lata 350 ml para o Estado do Rio Grande do Sul. No quadro 11 está disposta a variação total dos preços dos produtos oferecidos em embalagem de Lata 350 ml. Em seguida, o gráfico ilustra esta variação. Quadro 11: Variação total de preços oferecidos na embalagem de Lata 350 ml. Marca/Período GERAL (%) Marca A 22,39 Marca B 21,48 21,39 Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. 56 Gráfico 11: Variação total de preços oferecidos na embalagem de Lata 350 ml. 100 090 080 070 060 050 040 030 020 010 000 Marca A Marca B Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Conforme ocorre com o produto oferecido anteriormente, o produto oferecido em Lata de 350 ml também apresenta uma variação inexpressiva entre as três marcas. Nas Tabelas 7 e 8 do Anexo, bem como nos Gráficos 12 e 13 do Anexo é possível visualizar melhor que a trajetória das médias finais em valores e em percentuais não acusam mudanças com relação ao primeiro produto estudado naquele estado. 57 3.6.5 Embalagem de Lata 350 ml para o Estado de Santa Catarina. O Quadro 12 expõe em percentual a variação dos preços dos produtos oferecidos em embalagem de Lata 350 ml no Estado de Santa Catarina. Posteriormente, a ilustração gráfica demonstra melhor esse comportamento. Quadro 12: Variação total de preços oferecidos na embalagem de Lata 350 ml. Marca/Período GERAL (%) Marca A 23,69 Marca B 22,19 22,00 Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Gráfico 14: Variação total de preços oferecidos na embalagem de Vidro de 600 ml Retornável 100 090 080 070 060 050 040 030 020 010 000 Marca A Marca B Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Também no Estado de Santa Catarina o produto oferecido em Lata de 350 ml apresenta um comportamento similar ao produto anterior. As Tabelas 9 e 10, bem como os Gráficos 15 e 16, ilustram o desempenho deste produto em valores das medias finais, além dos valores percentuais por período no Estado. 58 3.6.6. Embalagem de Lata 350 ml para o Estado de Paraná. O Quadro 13 apresenta a variação total dos preços dos produtos oferecidos em embalagem de Lata 350 ml no Estado do Paraná. Em seguida, o gráfico ilustra o comportamento. Quadro 13: Variação total de preços oferecidos na embalagem de Lata 350 ml Marca/Período GERAL(%) Marca A 27,05 Marca B 28,23 27,52 Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Gráfico 17 Variação total de preços oferecidos na embalagem de Lata 350 ml 100 090 080 070 060 050 040 030 020 010 000 Marca A Marca B Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Como já constatado nos demais Estados aqui estudado, no Estado do Paraná nada ocorre diferente. Somando-se às Tabelas 11 e 12, além dos Gráficos 18 e 19 do Anexo, o comportamento dos preços bem como as variações em valores e em percentuais das médias finais deste produto se comportam igualmente, ou seja, tendem seguir a marca líder do mercado com inexpressivas variações. 59 3.6.7 Embalagem de Vidro 600 ml Retornável. O Quadro 14 apresenta a variação total dos preços do produto oferecido em embalagem de vidro de 600 ml retornável, nos três estados estudados simultaneamente. Em seguida, o Gráfico ilustra esse comportamento. Quadro 14: Variação total de preços no período da embalagem Vidro 600 ml Retornável para o três Estado analisados, período dezembro 2010 a março de 2013. VDO 600 ml PR SC RS Marca A 25,94 25,43 26,92 Marca B 25,08 24,30 26,06 Marca C 25,72 23,34 27,36 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Gráfico 20: Variação total de preços no período da embalagem Vidro 600 ml Retornável para o três Estado analisados, período dezembro de 2010 a março de 2013. 28,00 27,00 26,00 25,00 Marca A Marca B 24,00 Marca C 23,00 22,00 21,00 PR SC RS Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Pode-se observar no gráfico acima, que as marcas em alguns Estados tiveram uma variação maior dos preços no período analisado, como o Estado do RS, que pode ter 60 ocasionado por um aumento maior de impostos, matérias prima, salários entre outros. Houve uma concentração maior entre as marcas no mesmo Estado. 3.6.8. Embalagem de Lata 350 ml Neste Quadro estão listadas as variações totais dos preços da embalagem de lata de 350 ml nos três estados no período analisado. O gráfico a seguir ilustra o comportamento. Quadro 15: Variação total de preços no período da embalagem Lata 350 ml para o três Estado analisados, período dezembro 2010 a março de 2013. LT 350 ml PR SC RS Marca A 27,05 23,69 22,39 Marca B 28,23 22,19 21,48 Marca C 27,52 22,00 21,39 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Gráfico 21: Variação total de preços no período da embalagem Lata 350 ml para o três Estados analisados no período de dezembro de 2010 a março de 2013. 30,00 25,00 20,00 Marca A 15,00 Marca B Marca C 10,00 5,00 0,00 PR SC RS Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. 61 Observa-se no gráfico acima, que houve uma concentração maior das marcas no Estado do Paraná, aonde a variação de preço do período analisado foi maior do que nos outros Estados, mesmo assim, nos Estado de SC e RS houve um variação parelha entre as marcas analisadas. 62 CONCLUSÃO O presente trabalho demonstrou-se eficaz para analisar o comportamento de mercado do produto objeto de estudo. Os objetivos elencados no início foram plenamente atingidos. Os métodos adotados para obtenção dos valores finais permitiram refletir a realidade de mercado para os mesmos. Desta forma, o modelo proposto permitiu realizar a análise dos dados de maneira clara e concisa. E dessa forma, pode-se constatar que há um complemento entre as estruturas de mercado oligopolística e concorrência monopolística. Através dos dados obtidos pode-se concluir que existe uma dinâmica de precificação de produtos entre as marcas líderes e as suas concorrentes no mercado cervejeiro nacional. É possível identificar que as marcas menores tendem a acompanhar as variações das marcas líderes. Isso demonstra que, quando as marcas líderes praticam variação em seu preços, as demais marcas tendem a acompanhar essa variação, tanto para aumentar seus lucros como para não perder espaço de mercado. As marcas e embalagens que foram analisadas demostraram haver um comportamento semelhante na evolução dos preços e na variação geral dos percentuais, sejam eles pontuais ou no decorrer do período estudado. Não houve uma variação que se destacasse, o que demonstra haver similaridade nos critérios de precificação e variação dos mesmos no mercado consumidor. Este comportamento fica evidente através das ilustrações gráficas apresentadas em anexo. Nota-se que, mesmo que haja alguma variação discrepante pontualmente, ao longo do período a tendência é de que haja certa neutralidade. Ou seja, se num determinado período as marcas menores tiveram seus valores distanciados da marca líder, no período subsequente seus aumentos, comparados à variação da marca líder, tendem a ser maiores. Desta forma equaliza-se a diferença constatada no período anterior. Por outro lado, de forma muito menos usual, o inverso também ocorre: se as marcas menores apresentarem variação nos seus valores (geralmente a maior), a tendência é de que a marca líder também faça seu ajuste, a fim de manter o distanciamento e a dinâmica do mercado. Embora exista uma concentração no mercado por parte das principais indústrias produtoras, a competitividade é bastante acirrada por parte das empresas menores. Em se 63 tratando de um mercado onde o crescimento está diretamente ligado ao descenço do concorrente, não é possível às marcas líderes distanciarem-se abusivamente das marcas menores, tendo em vista este ser um mercado em que o consumo está fortemente ligado ao preço de seus produtos. Diante de tudo que foi exposto e estudado nesse trabalho é possível fazer algumas considerações acerca do mercado cervejeiro nacional: 1) A primeira delas está relacionada ao fato deste mercado apresentar características de oligopólio, muito embora apresentassem, em alguns momentos, características parecidas com um mercado de concorrência monopolística. Dentre as características de oligopólio que assim definem o mercado estudado, está a concentração do mercado por poucas empresas e especialmente por empresas de grande porte. É o caso, por exemplo, do domínio que detém a companhia Cervejeira AMBEV, com 68,5% de participação na fatia do mercado cervejeiro nacional. Outras três cervejarias: Heineken do Brasil, Petrópolis e Schincariol (Kirin Brasil) dividem 33,1% do setor, restando 1,6% para as microcervejarias. 2) Não obstante, o mercado cervejeiro nacional apresenta atualmente esta configuração industrial, tendo se mostrado altamente dinâmico, especialmente pela constatação do movimento de aquisições e fusões ocorridas, ao longo dos anos, dentre elas, a “recente” aquisição da Schincariol pela Kirin. Essas empresas competem no mercado através de fortes campanhas publicitárias, com patrocínios em bares e em eventos esportivos na tentativa de manter os consumidores fies às suas marcas, além promover preços mais competitivos. 3) Outra característica desse mercado é apresentar um produto em que as diferenças são quase imperceptíveis, o que acaba por induzir o consumidor a procurar produtos com preços mais baixos. O mercado consumidor de cerveja brasileiro é pautado pela cerveja do tipo pílsen, também chamadas de cervejas de consumo em massa, razão pela qual este foi o produto estudado. Por ser um produto diretamente substituto não há interesse de as marcas de cervejas praticarem preços diferenciados. Logo, todas elas buscam adequar seus preços em relação a marca líder do mercado. 64 REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para cursos pós-graduação: noções práticas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. AMBEV. Fabricação. Disponível em: <http://www.ambev.com.br/pt-br/sociedade-dacerveja/fabricacao/fabricacao>. Acesso em: 9 de junho 2013. AFREBRAS. Composição de Mercado. São Paulo. Disponível em< http://www.afrebras.org.br/bebidas/cerveja/composicao-de-mercado>. Acessado em 14 de junho de 2013. BOCCHI, J. I. (org). Monografia para economia. São Paulo: Saraiva, 2004. CERVEJAS DO MUNDO .Historia da Cerveja. Portugal, 2009. 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Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Marca A 3,24 3,36 3,42 3,70 3,76 4,32 4,36 4,44 Marca B 2,50 2,56 2,66 2,88 2,96 3,26 3,31 3,38 2,41 2,54 2,67 2,77 2,80 3,19 3,23 Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. 3,32 Marca / Período Gráfico 3: Distribuição dos valores percentuais da embalagem Vidro 600 ml Retornável para o Estado do Rio Grande do Sul, período dezembro de 2010 a março de 2013. 5,00 4,50 Marca A 4,00 Marca B 3,50 Marca C 3,00 2,50 2,00 Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. 69 Tabela 2: Valores Percentuais por período entre as Médias Finais da Embalagem de Vidro 600 ml Retornável para o Estado do Rio Grande do Sul, período dezembro 2010 a março de 2013. Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Marca A 3,51 1,70 7,50 1,65 13,11 0,75 1,80 Marca B 2,27 3,84 7,76 2,57 9,22 1,46 2,14 Marca C 4,96 5,01 3,73 0,96 12,16 1,25 2,72 Marca / Período Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Gráfico 4: Distribuição dos Valores Percentuais entre as Médias Finais da embalagem Vidro 600 ml Retornável para o Estado do Rio Grande do Sul, período dezembro de 2010 a março de 2013. 100 090 080 070 060 Marca A 050 Marca B 040 Marca C 030 020 010 000 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. 70 Tabela 3: Valores das Médias Finais da Embalagem Vidro 600 ml Retornável para o Estado de Santa Catarina, período dezembro 2010 a março de 2013. Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Marca A 3,30 3,43 3,47 3,68 3,73 4,04 4,39 4,42 Marca B 2,70 2,83 3,02 3,14 3,16 3,27 3,59 3,56 Marca C 2,53 2,62 2,79 2,88 3,01 3,05 3,34 3,29 Marca / Período Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Gráfico 6: Distribuição dos valores da embalagem de Vidro 600 ml Retornável para o Estado de Santa Catarina, período dezembro de 2010 a março de 2013. 5,00 4,50 Marca A 4,00 Marca B 3,50 Marca C 3,00 2,50 2,00 Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Fonte: Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. 71 Tabela 4: Valores Percentuais entre as Médias Finais da Embalagem Vidro 600 ml Retornável para o Estado de Santa Catarina, período dezembro 2010 a março de 2013.. Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Marca A 3,91 0,98 5,76 1,22 7,84 7,83 0,89 Marca B 4,73 6,35 3,70 0,76 3,42 8,90 -0,91 Marca C 3,53 6,11 3,18 4,39 1,37 8,57 -1,39 Marca / Período Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Gráfico 7: Distribuição dos Valores Percentuais entre as Médias Finais da embalagem Vidro 600 ml Retornável para o Estado de Santa Catarina, período dezembro de 2010 a março de 2013. 100 090 080 070 060 Marca A 050 Marca B 040 Marca C 030 020 010 000 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 -010 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. 72 Tabela 5: Valores das Médias Finais da Embalagem Vidro 600 ml Retornável para o Estado do Paraná, período dezembro 2010 a março de 2013. Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Marca A 3,27 3,34 3,35 3,58 3,65 3,94 4,28 4,42 Marca B 2,89 2,89 2,96 3,12 3,30 3,36 3,65 3,86 Marca C 2,19 2,32 2,40 2,42 2,50 2,58 2,74 2,94 Marca / Período Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Gráfico 9: Distribuição dos valores da embalagem Vidro 600 ml Retornável para o Estado do Paraná, período dezembro de 2010 a março de 2013. 5,00 4,50 4,00 3,50 Marca A Marca B Marca C 3,00 2,50 2,00 Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. 73 Tabela 6: Valores Percentuais entre as Médias Finais da Embalagem Vidro 600 ml Retornável para o Estado do Paraná, período dezembro 2010 a março de 2013 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Marca A 2,08 0,38 6,30 2,04 7,36 7,85 3,10 Marca B 0,11 2,26 5,33 5,32 1,79 7,84 5,41 Marca C 5,53 3,66 0,84 3,10 2,95 5,77 7,11 Marca / Período Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. Gráfico 10: Distribuição dos Valores Percentuais entre as Médias Finais da embalagem Vidro 600 ml Retornável para o Estado de Santa Catarina, período dezembro de 2010 a março de 2013. 100 090 080 070 060 Marca A 050 040 Marca B 030 Marca C 020 010 000 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. 74 Tabela 7: Valores das Médias Finais da Embalagem Lata 350 ml para o Estado do Rio Grande do Sul, período dezembro 2010 a março de 2013. Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 SKOL 1,79 1,86 1,92 2,04 2,02 2,28 2,29 2,30 KAISER 1,39 1,43 1,56 1,57 1,66 1,73 1,73 1,78 NOVA SCHIN 1,32 1,42 1,49 1,53 1,61 1,65 1,66 1,69 Marca/Período Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. Gráfico 12: Distribuição dos valores da Embalagem Lata 350 ml para o Estado do Rio Grande do Sul, período dezembro de 2010 a março de 2013. 003 003 Marca A 002 Marca B Marca C 002 001 Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. 75 Tabela 8: Valores Percentuais por período entre as Médias Finais da Embalagem Lata 350 ml para o estado do Rio Grande do Sul, período dezembro 2010 a março de 2013. Mar 2011 Marca A Marca B Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 -0,94 11,46 0,18 0,62 5,13 4,23 -0,08 2,69 6,59 4,94 2,72 4,77 2,44 0,63 Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. 1,43 Marca / Período Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 3,67 3,13 6,19 2,22 8,29 1,04 Gráfico 13: Distribuição dos Valores Percentuais entre as Médias Finais da embalagem Lata 350 ml para o estado do Rio Grande do Sul, período dezembro de 2010 a março de 2013. 100 090 080 070 060 050 Marca A 040 Marca B 030 Marca C 020 010 000 -010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. 76 Tabela 9: Valores das Médias Finais da Embalagem Lata 350 ml para o estado de Santa Catarina, período dezembro 2010 a março de 2013. Marca / Período Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Marca A 1,56 1,66 1,68 1,80 1,77 1,88 2,04 2,04 Marca B 1,20 1,25 1,35 1,41 1,44 1,47 1,53 1,55 1,16 1,24 1,35 1,36 1,39 1,43 1,47 Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. 1,49 Gráfico 15: Distribuição dos valores da Embalagem Lata 350 ml para o estado de Santa Catarina, período dezembro de 2010 a março de 2013. 003 003 Marca A 002 Marca B Marca C 002 001 Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. 77 Tabela 10: Valores Percentuais por período entre as Médias Finais da Embalagem Lata 350 ml para o Estado de Santa Catarina, período dezembro 2010 a março de 2013. Marca / Período Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Marca A 5,83 1,51 6,40 -1,77 5,90 7,98 0,25 Marca B 3,26 7,64 4,60 1,56 2,43 3,69 1,32 Marca C 5,70 8,37 0,67 2,25 2,79 3,12 1,28 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. Gráfico 16: Distribuição dos Valores Percentuais entre as Médias Finais da embalagem Lata 350 ml para o Estado de Santa Catarina, período dezembro de 2010 a março de 2013. 100 090 080 070 060 Marca A 050 Marca B 040 Marca C 030 020 010 000 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 -010 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. 78 Tabela 11: Valores das Médias Finais da Embalagem Lata 350 ml para o Estado do Paraná, período dezembro 2010 a março de 2013. Marca / Período Dez 2010 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Marca A 1,53 1,63 1,70 1,78 1,78 1,90 2,00 2,10 Marca B 1,23 1,30 1,38 1,42 1,52 1,63 1,67 1,72 Marca C 1,05 1,11 1,26 1,25 1,30 1,35 1,41 1,45 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. Gráfico 18: Distribuição dos valores da Embalagem Lata 350 ml para o Estado do Paraná, período dezembro de 2010 a março de 2013. 003 003 Marca A 002 Marca B 002 001 Dez 2010 Marca C Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no estado. 79 Tabela 12: Valores Percentuais por período entre as Médias Finais da Embalagem Lata 350 ml para o Estado do Paraná, período dezembro 2010 a março de 2013. Mar 2011 Marca A Marca B Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 -0,47 6,31 5,17 4,88 6,14 6,87 2,66 2,58 5,47 11,93 -0,98 4,19 3,38 4,46 Marca C Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. 2,52 Marca / Período Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 6,04 3,81 4,93 4,95 5,97 3,13 Gráfico 19: Distribuição dos Valores Percentuais entre as Médias Finais da embalagem Lata 350 ml para o Estado do Paraná, período dezembro de 2010 a março de 2013. 100 090 080 070 060 Marca A 050 040 Marca B 030 Marca C 020 010 000 Mar 2011 Set 2011 Dez 2011 Mar 2012 Set 2012 Dez 2012 Mar 2013 Fonte: Próprio autor a partir dos dados obtidos nas coletas realizadas no Estado. 80 Tabela 13: Produção total de cervejas, em litros, para a embalagem Vidro Retornável na Região Sul e Brasil no período de 2010 a 2013. Região Mês/Ano Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho SUL Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total SUL Total BRASIL 2010 79.700.004 71.756.347 75.990.337 70.054.984 54.010.210 50.370.696 59.547.843 59.258.267 65.355.947 79.847.064 81.069.002 86.348.835 833.309.536 7.792.018.822 Vidro Retornável 2011 2012 2013 75.139.256 69.670.079 69.123.98 65.207.028 63.206.433 54.491.709 68.137.648 70.177.993 57.225.261 72.330.283 59.258.121 55.227.682 64.095.243 54.767.065 48.081.484 53.958.321 50.205.247 33.870.482 0 50.450.181 40.230.748 0 64.046.444 57.323.397 0 68.060.063 71.624.005 0 77.228.218 70.911.676 0 80.155.656 70.453.558 0 86.543.889 84.190.711 825.352.230 762.019.033 248.896.618,00 7.845.845.591 7.953.331.124 3.461.518.798 Fonte: SICOBE - posição em 25/06/2013 Tabela14: Produção total de cervejas, em litros, para a embalagem Lata na Região Sul e Brasil no período de 2010 a 2013. Lata Região Mês/Ano 2010 Janeiro 47.858.915 Fevereiro 44.693.710 Março 44.630.966 Abril 41.695.245 Maio 39.415.316 Junho 32.138.433 SUL Julho 40.238.842 Agosto 31.122.964 Setembro 44.677.360 Outubro 58.059.758 Novembro 57.301.308 Dezembro 68.230.320 Total SUL 550.063.137 Total BRASIL 4.659.105.682 2011 55.391.383 48.425.697 45.733.781 45.475.163 43.534.330 26.268.050 30.600.310 41.148.339 58.172.802 63.230.675 71.397.708 81.228.189 610.606.427 4.960.088.636 2012 54.286.703 46.098.531 46.194.757 46.695.931 34.246.144 24.937.255 36.098.490 51.503.215 63.904.267 80.599.322 80.880.289 85.541.272 650.986.176 5.319.133.119 2013 74.505.096 59.136.231 45.552.520 34.455.773 44.189.680 31.806.028 0 0 0 0 0 0 289.645.328 2.361.465.109 Fonte: SICOBE - posição em 25/06/2013 81