universidade tecnológica federal do paraná
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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná CURSO DE ENGENHARIA IND. ELÉTRICA - ELETROTÉCNICA VICTOR HUGO AKIO BENASSI UNO ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE TURBINA DE FLUXO CRUZADO TIPO MICHELL-BANKI EM MINI E MICRO CENTRAIS HIDRELÉTRICAS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA - PR 2011 VICTOR HUGO AKIO BENASSI UNO ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE TURBINA DE FLUXO CRUZADO TIPO MICHEL-BANKI EM MINI E MICRO CENTRAIS HIDRELÉTRICAS Proposta de Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 1, do curso de Engenharia Industrial Elétrica - ênfase em Eletrotécnica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), para obtenção do título de Engenheiro Eletricista. Orientador: Professor Dr. Gilberto Manoel Alves CURITIBA - PR 2011 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 1.1 TEMA DE PESQUISA....................................................................................... 3 1.1.1 Delimitação do Tema ............................................................................. 5 1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS .......................................................................... 9 1.3 OBJETIVOS.................................................................................................... 10 1.3.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 10 1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................... 10 1.4 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 10 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................... 11 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ....................................................................... 11 1.7 CRONOGRAMA ............................................................................................. 12 1.8 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 13 1 1.1 INTRODUÇÃO TEMA DE PESQUISA Na atualidade, a energia elétrica é fundamental para toda a sociedade, em todos os meios, nas indústrias, no comércio, meios de comunicação, transportes, entre outros. A dependência da energia está praticamente em todo o tipo de trabalho e lazer das pessoas. De acordo com os dados do Balanço Energético Nacional – BEN, em 2011, é possível observar que o setor de transportes e o setor industrial são os que consomem a maior parte da oferta de energia no Brasil, totalizando quase 70% da energia, utilizando principalmente fontes não renováveis de energia, como combustíveis fósseis (BALANÇO..., 2011). Gráfico 1: Consumo Final Energético por Setor Fonte: Balanço Energético Nacional, 2011 Com a crescente preocupação com o meio ambiente e sustentabilidade energética, surge no contexto, os recursos renováveis, buscando ampliar a oferta de energia e redução nos custos. A capacidade dos recursos renováveis para suprir as necessidades de energia da sociedade é mostrado usando o Brasil como exemplo. Atualmente existem vários tipos de recursos renováveis, para geração de energia, aplicados no país. Energia renovável é a energia provida de recursos naturais, que são reabastecidos naturalmente, como energia solar, energia eólica, energia geotérmica, 3 biomassa, energia das ondas/marés e energia hidrelétrica, um dos itens principais da pesquisa. O principal motivo de se utilizar recursos renováveis está na diminuição do impacto ambiental, esgotamento das fontes de energia não renováveis e o aumento do dióxido de carbono causado pela utilização de fontes que vão se esgotar futuramente e principalmente, por combustíveis fósseis. Segundo o BEN (2011), a oferta nacional de energia se concentra ainda no petróleo e seus derivados, com 38% da oferta total. A Energia obtida através da cana-de-açúcar e hidrelétrica cresce de forma gradativa atingindo as marcas de 17,7% e 14,2% respectivamente (BALANÇO..., 2011). Gráfico 2: Oferta Interna de Energia Fonte: Balanço Energético Nacional, 2011 Entretanto, no cenário da oferta de energia elétrica no Brasil, há um domínio muito grande das hidrelétricas nacionais, fornecendo praticamente 75% da energia elétrica utilizada no país, conforme é mostrado no gráfico 3 (BEN, 2011). 4 Gráfico 3: Oferta Interna de Energia Elétrica Fonte: Balanço Energético Nacional, 2011 De acordo com dados do Portal Brasileiro de Energias Renováveis, mesmo com o aumento de outras fontes alternativas de energia, devido a restrições econômicas e ambientais sobre usinas hidrelétricas, existe a certeza que a energia de hidrelétricas continuará sendo, a principal fonte geradora de energia elétrica do país, estipula-se que, no mínimo, 50% da expansão de geração de energia nos próximos anos, sejam de origem hídrica (PORTAL BRASILEIRO..., 2011). E é neste contexto que as PCHs - Pequenas Centrais Hidrelétricas – terão, seguramente, um papel importante a cumprir. 1.1.1 Delimitação do Tema Segundo o Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas – CERPCH (2011), a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, por meio da Resolução nº. 394, de 04 de dezembro de 1998, estabeleceram novos critérios para empreendimentos de PCHs, com as seguintes características (CENTRO..., 2011): Potência igual ou superior a 1,0 Área total do reservatório igual ou inferior a 3,0 Cota d'água associada à vazão de cheia com tempo de recorrência de 100 e igual ou inferior a 30,0 ; ; anos. 5 Em 2003 a ANEEL através da Resolução 652 altera a área do reservatório. Caso o limite de 3,0 seja ultrapassado, ainda terá as características de uma PCH, se forem atendidas pelo menos duas condições (CENTRO..., 2011): Onde: – Área do reservatório em ; – Potência elétrica instalada em ; – Queda bruta do aproveitamento em (diferença entre os níveis d'água máximos, de montante e jusante); Área não poderá exceder 13,0 , sendo definida pelo nível d'água máximo normal à montante da barragem. Segundo o manual de PCH da Eletrobrás (1982), as PCHs são classificadas de acordo com a tabela 1: Tabela 1: Classificação das PCHs Categoria Potência Queda Micro central Até 100 kW Entre 15 e 50 metros Mini central Entre 100 kW e 1 MW Entre 20 e 100 metros PCH Entre 1 MW e 10 MW Entre 25 e 130 metros Fonte: CERPCH, 2011. Segundo o Portal PCH (2011), o custo da energia elétrica produzida pelas PCHs é maior do que de uma usina de grande porte, pois o reservatório pode ser funcionar de forma que diminua a ociosidade e desperdícios de água. Entretanto, as PCHs geram menores impactos ambientais e possui a geração de energia descentralizada, utilizando rios de pequeno/médio portes que tenham desníveis significativos durante o percurso, gerando potência hidráulica suficiente para movimentar as turbinas (PORTAL PCH, 2011). É a partir de mini e micro centrais hidrelétricas – MCHs, que será feita a análise da turbina Michell-Banki, pois ela se adapta muito bem na geração em MCHs, com uma potência menor ou igual a 1 , é relativamente fácil de construir e um meio 6 altamente eficiente de aproveitar um pequeno rio ou riacho para fornecer energia suficiente para geração de energia elétrica. De acordo com Pérez, Carrocci, Filho e Jr. (2010), a turbina Michell-Banki possui baixo custo de fabricação, instalação e manutenção, podendo ser usadas em grandes intervalos de rotações específicas e vazões, sem diminuir de maneira considerável a eficiência da mesma. Devido a estas vantagens, ela se torna muito atraente para ser utilizadas em zonas rurais (PÉREZ..., 2010). A turbina Michell-Banki, é também conhecida como turbina de fluxo cruzado, Michell ou Ossbeger, e é classificada como uma turbina de ação, entrada radial, de admissão parcial e fluxo transversal. A turbina tem como principais características de operação (PÉREZ..., 2010): ; ; ; . A figura 1 apresentada, a seguir, é um demonstrativo de uma turbina de Michell-Banki (Hydraulic Water Turbines, 2011): Figura 1: Turbina Michel-Banki Fonte: Hydraulic Water Turbines, 2011 7 A Figura 2 apresenta os principais elementos de uma turbina Michell-Banki (PÉREZ..., 2010): 1. Peça de transição; 2. Injetor; 3. Rotor; 4. Pá diretriz; 5. Carcaça. Figura 2: Elementos Principais da Turbina Michel-Banki Fonte: Hydraulic Water Turbines A principal característica da turbina de fluxo cruzado é que o jato d’água que passa pelo rotor, chega em cada lâmina duas vezes, uma a cada fluxo de água. Primeiro a água flui da periferia para o centro e, em seguida, de dentro para fora, sendo assim, uma turbina com dois estágios de velocidade, enchendo apenas uma parte do rotor em cada estágio. A turbina fluxo cruzado representa um projeto muito engenhoso, que remove a água de uma forma simples, depois de passar pelo rotor através do jato, não produz qualquer tipo de pressão para a parte de trás. Anos depois, Ossberger acrescentou um tubo de sucção para a turbina de fluxo cruzado, apresentando uma melhora ainda maior no desempenho. A figura 3 demonstra os padrões de fluxo, utlizados na turbina Michell-Banki de fluxo cruzado. 8 Figura 3: Fluxo Cruzado e Padrões de Fluxo Fonte: Hydraulic Water Turbines De acordo com Camus e Eusébio (2006), as turbinas de fluxo cruzado apresentam depósitos horizontais e uma velocidade de rotação pequena, sendo normal a necessidade de utilização de multiplicadores de velocidade entre elas e os geradores. Em máquinas mais sofisticadas é possível alcançar eficiências na ordem de 85% e nas máquinas mais simples, na ordem dos 60-75% (CAMUS E EUSÉBIO, 2006). 1.2 PROBLEMAS E PREMISSAS Um dos principais problemas é fazer o levantamento de custo das turbinas, pois os fornecedores e distribuidores no Brasil dificilmente informam os valores de turbinas sem ter um projeto específico para aplicação da mesma. As premissas estão em verificar quais as características dos equipamentos disponíveis no mercado para o que está sendo proposto e as condições operacionais e de segurança necessárias. E a principal pesquisa envolvendo o trabalho é realizar o estudo de viabilidade técnica e econômica da implantação de um sistema de uma MCH com a turbina de fluxo cruzado, tipo Michell-Banki, levando em consideração as poucas instalações da 9 turbina no Brasil até o momento, mesmo sendo uma tecnologia com grande período de estudos. 1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral Analisar os aspectos técnicos e econômicos da utilização da turbina de fluxo cruzado, do tipo Michell-Banki, em mini e micro centrais hidrelétricas. 1.3.2 Objetivos Específicos Estudar as tecnologias e os equipamentos disponíveis no mercado para a geração de energia elétrica; Buscar instalações semelhantes e que já estejam em operação; Fazer o levantamento dos custos de implantação de uma turbina MichellBanki em uma MCH; Analisar e montar um comparativo de fornecimento de energia, com projetos hidráulicos de uma turbina de fluxo cruzado com diferentes características: o Altura, vazão, potência e velocidade nominal; o Diâmetro interior do rotor, seleção do número e da espessura das pás do rotor, largura do injetor e do rotor. Estudo de caso da aplicação de uma turbina Michell-Banki na Usina Hidrelétrica de Roncador em Bocaiúva do Sul; Fazer o levantamento do Custo x Energia de uma turbina de fluxo cruzado de acordo com o preço de fornecedores e a energia gerada em MCHs. 1.4 JUSTIFICATIVA A busca por fontes alternativas de energia está sempre em pauta atualmente, as mini e micro centrais hidrelétricas têm ótimas características buscando melhorias nas questões políticas, sociais e ambientais: 10 Novas tecnologias visando a redução de custos; A turbina Michell-Banki possui baixo custo de fabricação, instalação, manutenção e com ótimo rendimento; Descentralização da geração de energia elétrica; Grande número de locais com potencial de aproveitamento de baixas quedas d’água; Tecnologia com eficiência alta (70% em média); Impactos ambientais não muito significativos. 1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O trabalho pode ser classificado de forma aplicada, do ponto de vista da natureza, com o objetivo de gerar novos conhecimentos e solução de problemas específicos. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, será um trabalho quantitativo e qualitativo, pois serão utilizados recursos e técnicas de estatísticas e também terão análises de dados indutivamente, tendo o ambiente natural como fonte para coleta de dados. Os objetivos do trabalho são exploratórios e explicativos, pois envolve tanto o levantamento bibliográfico e estudos de caso, como aprofunda o conhecimento da realidade explicando a razão das coisas. 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho será composto por 7 capítulos: O capítulo 1, introdutório deste estudo, explica o tema central da pesquisa, fontes renováveis de energia, energia a partir de hidrelétricas, MCHs e turbinas de fluxo cruzado. O capítulo 2 inicia a fundamentação teórica e histórico de PCHs e MCHs. O capítulo 3 tem a fundamentação teórica, histórico e instalações atuais de turbinas de fluxo cruzado do tipo Michell-Banki, elementos e aplicações principais. 11 O capítulo 4 apresenta diferentes projetos hidráulicos, fazendo um comparativo com instalações em diferentes situações. O capítulo 5 apresenta a curva característica de custo x energia de acordo com o levantamento de dados nos capítulos anteriores. O capítulo 6 tem o estudo de caso com a aplicação da turbina Michel-Banki na Usina Hidrelétrica de Roncador em Bocaiúva do Sul. Para finalizar, o capítulo 7 tem as conclusões sobre o trabalho desenvolvido assim como sugestões para futuros estudos. 1.7 CRONOGRAMA Atividades 1 - Escolha do Tema / Orientador 2 - Redação e Defesa da Proposta 3 - Revisão Bibliográfica e Desenvolvimento do Referencial Teórico 4 - Defesa Parcial do Projeto Final 5 - Adequações em Função das Observações da Banca 6 - Desenvolvimento do Projeto Final de Curso 7 - Elaboração e Redação do Artigo 8 - Confecção do Pôster 9 - Elaboração e encaminhamento de documentação para Defesa Final 10 - Defesa do Projeto Final de Curso 11 - Correções Pós-Defesa Final 12 - Elaboração e encaminhamento de Documentação Final 2011 2012 Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 12 1.8 REFERÊNCIAS BEN – Balanço Energético Nacional, 2011. Ministério de Minas e Energia. Disponível em: https://ben.epe.gov.br/downloads/Resultados_Pre_BEN_2011.pdf. Acesso em: 29/08/2011. CAMUS, C., EUSÉBIO, E. GESTÃO DE ENERGIA - Energia Mini-Hídrica. ISEL – Instituto Superior de Engenharia de Lisboa. DEEA – Secção de Economia e Gestão, 2006. Disponível em: http://pwp.net.ipl.pt/deea.isel/ccamus/Doc/ENERGIAS3.pdf. Acesso em: 31/08/2011. CERPCH – CENTRO NACIONAL DE REFERÊNCIA EM PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS. Pequena Central Hidrelétrica. Disponível em: http://www.cerpch.unifei.edu.br/oque.php. Acesso em: 30/08/2011. HYDRAULIC WATER TURBINES. Banki Michell Turbines. Disponível em: http://members.tripod.com/hydrodocs_1/turbines.html. Acesso em: 31/08/2011. PÉREZ, E. P., CARROCCI, L. R., MAGALHÃES FILHO, P., DE CARVALHO JR. J. A. Projeto Hidráulico e Mecânico de uma Micro Turbina para Zonas Rurais – In: III International Congress University – Industry Cooperation, 2010. Ubatuba – Brasil 2010. PORTAL BRASILEIRO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS. Energia Hidrelétrica. Disponível em: http://www.energiarenovavel.org/index.php?option=com_content&task=view&id=50&I temid=142. Acesso em: 30/08/2011. PORTAL PCH. Pequena Central Hidrelétrica. Disponível em: http://www.portalpch.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=702. Acesso em: 30/08/2011. STRAUHS, F. D. R. Tese de Doutorado, “Gestão do Conhecimento em Laboratório Acadêmico: Proposição de Metodologia”. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Florianópolis - SC, Brasil – 2003. 13
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