O Triângulo do Baião O Triângulo do Baião
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O Triângulo do Baião O Triângulo do Baião
AS CHAVES DE MARDUM TV ESCOLA EPISÓDIO 10 O Triângulo do Baião Conteudista: Antônio José Lopes Bigode MATEMÁTICA E NOVAS MÍDIAS No mundo mágico de Mardum Na série, Cacá e Nina usam seus conhecimentos matemáticos para enfrentar desafios O s irmãos Cacá e Nina chegam com os pais à casa em que passarão as férias. Eles não veem a hora de explorar tudo. Mas por onde começar? Pelo quarto de despejo da casa! Uma estante empoeirada chama a atenção dos irmãos. Na verdade, não é uma estante comum. Atrás dela as crianças encontram uma porta que os leva direto para a oficina de Anonimus, outro lugar repleto de objetos interessantes, como uma flauta mágica – a flauta de Hamelin. Ela é uma das chaves musicais que dá a quem as tiver o direito ao trono de Mardum, um mundo extremamente colorido e musical. A LUTA PELO TRONO Anonimus foi escolhido pelo bom rei Ghor para proteger as chaves mágicas e, assim, evitar que elas caiam nas mãos do terrível Rumpus, seu ambicioso irmão. Mas as chaves estão perdidas e precisam ser recuperadas o mais rápido possível. Para realizar essa missão, Anonimus contará com a ajuda de Nina e Cacá que, além de muito corajosos, adoram uma aventura. E aventura é o que não vai faltar para eles e também para seus alunos, professor (a). Até recuperar as chaves musicais, os irmãos passarão por muitas peripécias. Professor (a), nos episódios de O Mundo de Mardum, Cacá e Nina circulam entre o real e o imaginário: o Mundo Paralelo de Mardum. Mas tanto lá quanto cá, as crianças usam conhecimentos, ou conceitos matemáticos, para enfrentar os desafios que encontram. Os seus alunos, certamente, também fazem isso, por isso é importante valorizar os conhecimentos prévios que eles já têm, tanto em relação aos temas e questões que são explorados nesta série quanto em outros momentos em que os conteúdos matemáticos são estudados. Bom divertimento a todos vocês! Mundo Paralelo Nos episódios, o mundo paralelo de Mardum é uma referência ao universo paralelo, teoria desenvolvida pelos físicos em que eles buscam comprovar a existência de outra realidade que é paralela, ou existe ao mesmo tempo, à realidade na qual vivemos. As chaves de Mardum | 2 SIMPLES E INTELIGENTE O Triângulo do Baião Cacá e Nina precisam de atenção e engenho para encontrar a chave mágica deste episódio. Do contrário, ficarão presos para sempre em um labirinto A peraltice de Nina acaba sempre colocando a todos em tremendos apuros. Embora tenha só oito anos, ela não gosta nada de ser chamada de criança; porém, vive dando motivos para que isso aconteça. Neste episódio, por exemplo, a menina tanto faz e mexe que acaba perdendo o triângulo do baião. Mais uma das chaves mágicas do rei Ghor, o tal triângulo despenca rapidamente em direção ao reino de Mardum. É preciso recuperá-lo. Mas onde encontrá-lo? Ambrósio tem uma pista: DANADO DE BOM! “Ele bateu na minha cabeça, quicou e saiu rolando em direção ao Labirinto do Sol”, revela. “Como pode ter rolado se ele tem a forma de um triângulo?”, estranha Cacá. Mas, como todos poderão conferir, essa história é mais um pretexto para que os alunos sejam apresentados, de maneira lúdica, a conceitos matemáticos fundamentais, que serão úteis a eles mais adiante. PALAVRAS-CHAVE triângulo, labirinto, linhas abertas e fechadas, retas e curvas. Armadilha Misteriosa Os labirintos são temas recorrentes na mitologia e na literatura. Eles costumam esconder segredos ou aprisionar seres fantásticos, como no mais famoso deles, o Labirinto de Creta – uma das ilhas gregas. Nesse labirinto vivia o Minotauro, uma criatura mitológica que tinha cabeça de touro e corpo de homem. Prepare-se para contar detalhes dessa história para seus alunos. Vale a pena! As chaves de Mardum | 3 NA SALA DE AULA As pontas do triângulo Triângulo ou “tri-lado”? Nina não tem dúvida, se uma figura tem três lados deve se chamar “tri-lado”. Você sabe o que os alunos pensam a respeito? N este episódio, Cacá e Nina conversam sobre algumas características que observam nos triângulos. As crianças notam que eles sempre têm três pontas e três lados, e estes podem ser todos iguais, todos diferentes ou dois lados iguais e um diferente. Chame a atenção dos alunos para isso e reforce a ideia de como esta figura geométrica está presente em muitos objetos à nossa volta: como no triângulo do baião, instrumento característicos dos trios de forró, baião e xaxado, ritmos característicos da região Nordeste do Brasil. A figura também está na música “O Meu Chapéu Tem Três Pontas”, que a maioria das crianças pequenas conhece e canta. Com base nessas ideias, vale a pena dar a partida para trabalhar a matemática presente em O triân- ©IMAGEM: REPRODUÇÃO gulo do baião, incentivando os alunos a relembrar o que já sabem sobre formas geométricas planas e simples, como os triângulos, os quadrados, os polígonos, além das linhas retas e curvas, que encontramos em um labirinto, por exemplo. Mas lembre-se, professor, nos primeiros anos do ensino fundamental, o ideal é explorar esses conhecimentos de maneira intuitiva, partindo-se de formas simples, como as do quadrado, círculo, triângulo e retângulo. Ou seja, segundo recomendam os especialistas, a formalização precoce dos conceitos deve ser evitada nesse momento. Em geral, para crianças de 6 ou 7 anos, um triângulo não é um “polígono de três lados”. Caso perguntadas, dirão, provavelmente, que um triângulo é “uma forma com 3 pontas” ou “uma figura que se parece com uma fatia de pizza”. De fato, o termo polígono não faz parte do vocabulário usado, no dia a dia por adultos e, ainda menos, pelas crianças. Na verdade, nessa faixa etária, elas se apropriam das propriedades globais das figuras e não de seus elementos e relações mais complexas. Por isso, é melhor que o estudo do vocabulário geométrico e dos conceitos que ele encerra seja deixado para o 4º ou 5º anos do ensino fundamental. Além dessas questões importantes, vale lembrar ainda que, frequentemente, usamos termos geométricos em nossa fala cotidiana com significados diferentes daqueles que têm no campo da geometria. É o caso de “lados” e “retas”, que aparecem no episódio. Em determinada cena, Ambrósio conta aos irmãos que foi atingido por um triângulo: ele bateu em sua cabeça, “saiu quicando e rolou para o lado”. Rapidamente Nina conclui que é o “triângulo do baião”, que despencou do quarto de Anonimus diretamente em Mardum. Mas um triângulo “quica” e não “rola”, lembra Cacá. Em Mardum, triângulos podem rolar, mas isso não é possível no mundo real. O que é possível, e bem interessante, é aproveitar essa oportunidade de explorar com os alunos que tipo de formas “rolam” e “não rolam”. A propriedade de “rolar”, professor, é um importante atributo para classificar formas bi e tridimensionais. Porém, o interessante aqui é levar os alunos a reconhecerem o que permite (ou não) que um objeto “role”. Isso pode ser feito por meio de atividades adequadas com a exploração de diferentes objetos: é possível, por exemplo, relacionar a possibilidade de rolar com a existência de partes curvas nos objetos. As conversas entre os personagens também permitem uma problematização a respeito dos tipos de triângulos, quando Nina usa gravetos para montar figuras que possuem: todos os lados iguais apenas dois lados iguais os três lados diferentes Na sala de aula, é possível fazer a mesma exploração por meio de atividades concretas e informais (como você poderá conferir mais adiante). E, novamente, não é necessário preocupar-se com a terminologia - triângulo equilátero, isósceles e escaleno -, pois ela é igualmente prematura para esta faixa etária. Todas essas reflexões e atividades práticas – focadas na visualização, na construção e na representação de figuras – podem contribuir para que os alunos adquiram uma cultura geométrica. E esta é fundamental para que possam assimilar novos conceitos em anos escolares mais avançados e utilizem estes conhecimentos na resolução de problemas, ou na relação com outros componentes do currículo escolar, como Artes e Ciências. As chaves de Mardum | 5 VER, MANUSEAR, CONSTRUIR E APRENDER São muitas as atividades concretas que podem ser desenvolvidas com os alunos dos anos iniciais do ensino fundamental quando o objetivo é enriquecer a sua percepção sobre as formas dos objetos à sua volta e ajudá-los a desenvolver uma cultura geométrica. Nas sugestões seguintes, a proposta é que as crianças usem materiais simples, como canudos, palitos e recortes de papel para aprender mais. Triângulos com palitos. Inicie esta atividade distribuindo palitos de fósforo – com as pontas já queimadas – para os alunos construírem formas livres, que eles podem nomear e, eventualmente, legendar, com a ajuda de rótulos. Labirintos Como recurso didático, os labirintos podem ser usados como quebra-cabeças que permitem trabalhar noções de dentro e fora, lateralidade (direita e esquerda), entre outras. Possibilitam, igualmente, a exploração de relações numéricas. Esse é o caso do labirinto da tabuada (veja endereço eletrônico na seção de Atividades e estudos complementares). Outro quebra-cabeças bastante conhecido das crianças é o labirinto de Caça ao Tesouro. De maneira lúdica, ele também ajuda, por exemplo, no desenvolvimento de habilidades de visualização, lateralidade e sequência. Experimente trabalhar esse jogo na sala de aula com os alunos. As formas podem ser classificadas em uma espécie de jogo em que a regra é separar as construções por “famílias”: a família das coisas da rua, a família das casinhas, dos barcos, entre outras. É possível que, em meio a essas construções, surjam formas, como: ©IMAGEM: REPRODUÇÃO As chaves de Mardum | 6 Durante a atividade, professor, você também pode dar “comandos” de construção de figuras em que oriente as crianças a montar figuras com 4 pontas (vértices), ou com 3 pontas (3 vértices → triângulos). Na sequência, vale discutir as características das figuras construídas pelos alunos para, em seguida, aprofundar, um pouco mais, o estudo dos triângulos com palitos: distribua uma determinada quantidade de palitos para cada aluno e peça que formem triângulos, desafiando-os: Que tipos de triângulos podemos formar com 3 palitos? E usando 4 palitos, dá para formar triângulos? Por quê? É possível formar outro polígono? E usando 6 palitos ...? Que tipos de triângulos é possível montar com 12 palitos?. Confira: 3 lados iguais 2 lados iguais 3 lados diferentes Para concluir, proponha às crianças, por exemplo, que discutam as seguintes questões: As formas triangulares que veem no dia a dia. Nas conversas com os colegas, e com o professor, é possível que os alunos se lembrem que há triângulos em formas presentes nas artes; nas estruturas de objetos e de coisas da rua, como torres e portões; na geometria da bicicleta; nas placas de sinalização, nas fatias de pizza, etc. ©IMAGEM: REPRODUÇÃO Quais as coisas que rolam? E porque elas rolam? Nesse caso, o que se espera é que as crianças relacionam a propriedade de “rolar” à existência de partes curvas nos objetos. Se elas não estiverem conseguindo chegar a essa ideia, ajude-as. É possível construir um triângulo com apenas 2 palitos? A intenção aqui é que, na discussão com os colegas, os alunos concluam que não é possível construir uma figura fechada (ou um polígono) com apenas 2 lados. Depois disso, vale a pena reforçar para eles que o triângulo é o polígono mais simples, o que tem o menor número de lados. As chaves de Mardum | 7 “E ATIVIDADES E ESTUDOS COMPLEMENTARES Aprender nunca é demais Antes de resgatarem mais uma chave mágica, Nina e Cacá são apresentados ao baião, música pra lá de brasileira ntra no baião, Nina”. Com esse convite, Cacá recebe a irmã que chega depois dele ao quarto de Anonimus e se depara com a animação de ambos. Mas a garota não faz ideia do que se trata. O guardião das chaves mágicas se encarrega de explicar o que é o baião e assim começa mais uma aventura, que tem a música como mote para se trabalhar a Matemática de maneira lúdica. O baião é um gênero musical, e uma dança, típicos do Nordeste brasileiro. O ritmo tornou-se popular em todo o país a partir da déca- da de 1940, quando o músico Luiz Gonzaga (1912 a 1989) mesclou ao baião pitadas de outros ritmos, como o samba e as congas cubanas. RITMOS NOBRES O pernambucano Gonzaga, também conhecido como Gonzagão, foi um mestre sanfoneiro que soube, como poucos, transformar em música as alegrias e as tristezas do povo de sua região. Antes dele, o baião, o forró e o xote eram considerados ritmos menores, recebidos com precon- ceito em muitos lugares. Com sua habilidade musical e poética, Luiz Gonzaga “enobreceu” tais ritmos, que se tornaram populares nas rádios e em salões de festa e de dança pelo Brasil afora. Hoje, são raras as pessoas que não conhecem, não se emocionam, ou não se divertem com melodias como Asa Branca, Baião, Olha pro Céu ou o Xote das Meninas. Uma rápida pesquisa, na internet, é suficiente para você encontrar essas e outras músicas de Gonzagão para escutar com seus alunos. Nordeste A música é uma chave que nos leva às portas da emoção. No reino de Mardum, ela está em toda parte e tem poderes mágicos para conduzir os alunos a um mundo de descobertas e de conhecimentos. Em O triângulo do baião é a música popular, que vem lá do nordeste, que dá pretexto para o professor trabalhar temas da Matemática de um jeito diferente. Mas ela também pode ser a trilha sonora para animar as aulas de Geografia e História do Nordeste do Brasil. PARA SABER MAIS KOZMINSKI, Edson Luiz. As Três Partes, Coleção Lagarta Pintada. Editora Ática, São Paulo (SP). www2.tvcultura.com.br/artematematica/home.html – Série Arte & Matemática tvescola.mec.gov.br/tve/videoteca-series!loadSerie?idSerie=4606 – Série Matemática em toda parte revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/jogo-tabuada-428051.shtml As chaves de Mardum | 8
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