VIVENTE: WIDBAN ALTOBELLI RESPLANDES SILVA

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VIVENTE: WIDBAN ALTOBELLI RESPLANDES SILVA
VIVENTE: WIDBAN ALTOBELLI RESPLANDES SILVA
GRADUANDO EM ENFERMGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TOCANTINS
PORTIFÓLIO DA II EDIÇÃO DO VER-SUS PALMAS – TO
A Vivência e Estágio na Realidade do Sistema Único de Saúde - VERSUS é uma experiência incrível. Creio que deveria estar na grade curricular de
todo estudante e principalmente nos da área da saúde. É uma experiência de
imersão no Sistema Único de Saúde – SUS de forma ímpar, na qual vivencia o
que só ouviu falar em sala de aula. Essa é segunda edição Tocantins e fico muito
satisfeito de vivencias como essa sendo realizados no estado.
A vivência ocorreu de 03 a 09 de agosto de 2015 no município de Palmas
– TO, contou com a participação de 25 vivente e 5 facilitadores e a comissão
organizadora, tendo viventes dos cursos Enfermagem, Gestão em Saúde,
Nutrição, Farmácia, Medicina Odontologia e de instituições públicas e privadas
dos diversos estados do Brasil (Pará, Maranhão, Piauí, Amazonas, Minas Gerais
Distrito Federal e Rio de Janeiro).
Primeiro dia (03/08/2015)
Pela manhã houve a apresentação do que era o VER-SUS, da comissão
organizadora e divisão dos macro e micro grupos. Os macros eram divididos em
Ipês (Rosa, Roxo e Amarelo), os micros em frutas típicas da região (Mangaba,
Cagaita, Jenipapo, Murici) e uma atividade em grupo chamada anjo, que se
tratava de uma pessoa que vc deveria cuidar sem ela saber durante os dias de
vivencia, que foi uma ideia incrível que desenvolve o cuidar em todos nós.
Pela tarde aconteceu a vivencia no HEMOTO – Hemocentro Coordenador
de Palmas onde fomos recebidos pelo Gerente de controle de qualidade e Gestor
Ambiental, Biólogo em Saúde, Biométrico, o Esp. Marildo de Sousa, houve uma
apresentação da unidade através de slides com questionamentos sobre a
unidade a qualquer momento, logo após uma visita nas dependências do local.
Foi apresentado
processo de doação, armazenagem, hemoderivados,
hemoterapia gestão e a forma como são tratados os usuários mostrando
processo eficaz. Durante a visita encontrei profissionais comprometidos com o
trabalho, uma boa relação entre a equipe, e que a gestão estava empenhada no
serviço.
Logo em seguida fomos ao Laboratório Central de Saúde Pública
(LACEN) e Setor de Imunização, onde fomos recebidos por um Farmacêutico e
um Biomédico, eles nos apresentaram a estrutura e nos explicaram a função e
serviços oferecidos pelo LACEN que é referência no controle de qualidade
laboratorial, fiscalização de alimentos quando surtos de intoxicação alimentar,
serviços
em
biologia
molecular,
bacteriologia,
micologia,
imunologia,
bromatologia e diversos exames como HIV, hepatites, Leishmaniose, etc. Na
parte de imunização nos apresentaram o fluxo e abastecimento das vacinas para
os municípios. Durante a visita foram nos apresentados bom equipamentos, o
local estava em expansão, com materiais novos, os problemas relatados pelos
profissionais foram a alta demanda e a localidade de onde os exames eram
solicitados, pois a distância comprometia a qualidade dos serviços.
No período noturno houve uma roda de conversa com o Prof. Dr. Neilton
de Oliveira, que explanou sua vivencia como médico, gestor em saúde e a sua
contribuição para o SUS, foi uma conversa muito produtiva e construtiva, pois
após as visitas do primeiro dia, nós propiciou um olhar mais reflexivo e uma maior
criticidade quando visitarmos os locais de vivencia, a pensar nas deficiência e
em como elas podem ser sanadas.
Figura - Atividade em grupo do Anjo
Figura – Boas Vindas
Figura – HEMOTO
Figura – LACEN
Figura – Roda de Conversa Prof. Dr. Neilton
Segundo dia (04/08/2015)
Pela Manhã fomos a Estratégia saúde da família (ESF) da 712 Sul, o qual
esperamos por 1 hora e nenhum profissional não quis nos receber. Então
visitamos a Estratégia saúde da família (ESF) da 307 Norte que estava em
reforma e foi realocada para uma igreja da quadra 305 norte. Fomos recebidos
pela Enfermeira Esp. Sila que nos apresentou a unidade, e nos relatou a
dificuldades desse realocamento, e que ofereciam os serviços de atendimento,
consultas, de imunização, mas não estavam oferecendo a parte ambulatorial
pelas deficiências da estrutura. Conversamos com alguns usuários, e Agentes
Comunitários de Saúde – ACS que nos relataram as experiências com as
famílias e de como esse contato é construído, e as formas como lidam com as
adversidades.
Durante a visita tivemos uma palestra de Enfermeiras e
Residentes da Unidade da 403 Norte, sobre a inauguração do banco de leite na
unidade e explicação para os outros profissionais sobre os serviços que são
prestados.
Logo em seguida seguimos para o Núcleo de Assistência HENFIL, fomos
recebidos por um Assistente Social que nos apresentou a unidade, que estava
improvisada em uma casa, mas apesar do improviso, estava organizada e com
uma ambientação confortável, embora todas as deficiências, como o acesso por
cadeirantes. O núcleo trata doenças tropicais, HIV, hepatites, oferecendo
medicamentos gratuitos, com atendimento Nutricional, Medico, Psicossocial,
Terapia ocupacional e oferece teste rápidos de reagentes HIV, hepatites, sífilis.
Foi uma visita confortável, com profissionais bem capacitados e comprometidos.
Os problemas relatados foi a infraestura, que já conseguiram recurso para a
construção de um novo prédio, a falta de profissionais como o Odontólogo e os
próprios usuários que não se comprometiam ou não davam continuidade ao
tratamento, mas mesmo assim havia um sistema de alerta pra toda a equipe
multidisciplinar que realizava uma operação de resgate para com esses
pacientes.
Pela Tarde fomos ao Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II, onde
fomos recebidos por uma Fisioterapeuta, residente em Psicologia e Prof. Sonia,
que nos apresentaram a unidade, é notório a desconstrução da visão manicomial
dos CAPS, pois o local era uma casa em um bairro residencial, o acesso livre
dos usuários e a indistinção entre profissional e paciente. O serviço atende
pacientes com transtornos mentais graves, onde são oferecidos oficinas de
ressocialização e o incentivo a atividades de vida diárias, a equipe é
multidisciplinar contando com profissionais de enfermagem, terapia ocupacional,
psiquiatria, psicologia, farmácia e serviço social. Durante a conversa as
dificuldades relatas foram a falta de profissionais como o Psicólogo e recurso pro
atendimento 24 horas.
Durante a Noite assistimos o Filme SICKO - SOS Saúde que mostra a
realidade do sistema de saúde em outros países, logo em seguida uma roda de
conversa com Juliana Bruno, presidente da Fundação de Escola em Saúde
Pública do Tocantins, gestora da Secretaria Municipal de Saúde de Palmas e
coordenadora do VER-SUS Tocantins, que explicou da sua experiência as
dificuldades de gestão, melhoria do sistema, e dos profissionais envolvidos.
Figura – USF
Figura – HENFIL
Figura – CAPS II
Terceiro dia (04/08/2015)
Pela manhã fomos ao Núcleo de Apoio ao Saúde da Família (NASF)
localizado na Unidade Saúde da Família 1103 Sul, contando com preceptores e
residentes de uma equipe multidisciplinar formada, Enfermeiro, Nutricionista,
Fisioterapeuta, Psicóloga Assistente social. Em conversa com a equipe nos foi
explicado como funciona o NASF que é garantir apoio matricial às unidades de
saúde da família, visitas domiciliares, ou seja trabalhando com especialidades e
encaminhamentos, foi mostrado todo o cronograma que é discutido
semanalmente com toda a equipe, foram relatados problemas como a recente
criação das equipes em palmas, a falta de locomoção e recursos. Logo em
seguida fomos a ocupação chamada Capadócia, um local com serviços
totalmente precários e com uma população negligenciada pelos governos, em
conversa com uma moradora, a mesma nos relatou todas a dificuldades que
vivia, desde a moradia, a locomoção, a dificuldade de acesso aos serviços de
saúde, a falta de estrutura, de saneamento básico, que não são assistidos por
agentes comunitários de saúde e toda a precariedade do local.
Pela Tarde visitamos a Secretaria Estadual de Saúde quando nos foi
apresentado o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de
Tocantins (COSEMSTO), onde houve uma roda de conversa sobre as funções
e a importância do fortalecimentos das representatividades dos municípios na
saúde. Logo em seguida conhecemos uma chácara do Assentamento de São
João, e uma conversa com a moradora sobre o seu sustento e serviços de
saúde.
No período da noite fomos em uma roda de conversa com os moradores
e representatividades locais do assentamento São João, estava presente a
secretária municipal de saúde e uma conselheira do COSEMSTO. Durante a
conversa os moradores ressaltaram a indignação com os serviços de saúde
oferecidos, sendo a Unidade Básica de Saúde a principal queixa, a comunidade
apresentava-se bem organizada e empoderada dos seus direitos e com isso
reivindicava os seu direitos. Em conversa com conselheira, foram feitas
propostas de estratégias junto à comunidade para a melhorias dos serviços de
saúde.
Figura – NASF´
Figura – Ocupação Capadócia
Figura – Secretaria Estadual de Saúde
Figura – Assentamento São João
Quarto Dia (05/08/2015)
Pela manhã fomos Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), onde
fomos recebidas pela coordenadora e a equipe composta por profissionais de
Enfermagem, Nutrição, Farmácia, Assistência Social, Odontologia e em uma
palestra foi explicado a estrutura da unidade, sobre a cultura indígena,
funcionamento e atendimento das ações de atenção à saúde nas aldeias.
A tarde fomos para o município de Tocantins, onde fomo recebidos na Câmara
Municipal, onde novamente tivemos mais apresentações dos profissionais e a
presença do vice-presidente do Conselho de Saúde Indígena.
A tarde visitamos a aldeia indígena Salto, fomos com alguns profissionais
do Dsei, e conversando com os indígenas vimos uma realidade totalmente
diferente do que nos foi passado pelos profissionais do Dsei, como descaso dos
profissionais e não comparecimento na aldeia. Logo após fomos a Aldeia Salto
da etnia Xerente, onde fomos novamente recebidos pelos profissionais com e
algumas representações indígenas com falas exaustivas e repetitivas. E
finalmente partimos para conhecer aldeia, e todos bem receosos com a nossa
presença no local, tanto dos profissionais quanto da comunidade que
demonstrava apatia para conosco. Depois de muita procura uma moradora da
comunidade decidiu realmente conversar e explicar tudo que estava
acontecendo, com a fala dela desconstruiu tudo o que foi falado pelos
profissionais do Dsei e de seus próprios representantes, relatando a falta de
assistência em saúde que os indígenas sofrem, além do engano que os
profissionais relatam os serviços.
Durante a noite fomos a praça dos girassóis onde houve uma roda de
conversa contanto as experiências da vivencia, o olhar crítico diante das
circunstâncias mais diversas que vamos encontrar nos nossos serviços de
saúde, o discernimento entre profissionais e profissionais e as medidas que
deveríamos tomar diante das situações.
Figura – Aldeia Indígena Salto
Figura – Roda de conversa na Praça dos Girassóis
Quinto Dia (06/08/2015)
Pela manhã fomos ao Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Álcool e
Drogas III 24h que é um serviço específico para o cuidado, atenção integral e
continuada às pessoas com necessidades em decorrência do uso de álcool,
crack e outras drogas. Fomos recebidos por um Psicólogo, que nos mostrou todo
o funcionamento e serviços do CAPS-AD. Em conversa nos explicou os serviços
que realizam, atendimento à população, o acompanhamento clínico e a
reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos
direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários, e também
atendem aos usuários em seus momentos de crise, podendo oferecer
acolhimento noturno por um período curto de dias. Assim como no CAPSII
percebi a desconstrução da visão manicomial com uma casa em bairro
residencial, sem a distinção entre profissionais e usuários, porem com o acesso
restrito em condições especificas. Durante o relato do profissional a equipe não
necessariamente exerce a função a qual é formada, as vezes sendo mais um
técnico e saúde mental do que um psicólogo. A unidade apresentava boa
estrutura, a alimentação era oferecida, oficinas de horticultura, carpintaria,
pintura as quais em visita a unidade estavam expostas e a venda. A dificuldade
relatas foram a falta de alguns profissionais como o Educador Físico,
Fisioterapeuta, Pedagogo e falta de materiais para a construção das oficinas.
Logo em seguida fomos ao Centro de Referência em Fisioterapia da
Região Sul - CREFI-SUL, onde recebidos por um fisioterapeuta que nos mostrou
toda a estrutura, que foi recentemente inaugurada, com aparelhos novos, vários
profissionais e atendimento e serviço de qualidade, a unidade estava realmente
impecável.
Pela tarde fomos ao Hospital Infantil Público de Palmas - HiPP, onde
fomos recebidos por uma Enfermeira, que nos mostrou a estrutura do hospital,
e depois cada um em um profissional de sua área ou interesse. Conversei com
a Coordenadora de Enfermagem, que explicou todo o processo e funcionamento
da equipe de Enfermagem, e relatou as dificuldade de relação interpessoal entre
os profissionais, a falta de Pediatras, e a condições de infraestrutura por ser
tratar de um hospital de referência.
Logo após fomos a Vigilância Epidemiológica | DVS, onde fomo recebido
pela a coordenadora Marta Malheiros que nos explicou perfeitamente todo seu
funcionamento, monitoramento, gerenciamento, planejamento de prevenção de
doenças, acidentes de transito, violências, diversos tipos de doenças de
notificação compulsória envidas por Hospitais, UBS, UPAs. A visita me
apresentou um serviço mais administrativo e muito interessante.
No período noturno houve uma roda de conversa com a Nutricionista
Milena integrante da Comissão Organizadora. Que discutiu várias questões que
presenciamos e a contribuição com o relato de suas vivencias.
Figura – CAPS – AD III
Figura – CREFI-SUL
Figura - Vigilância Epidemiológica | DVS
Sexto dia (07/08/2015)
Pela manhã visitamos o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SAMU, onde fomos recebidos pela Condutora Claudete, que nos explicou a
organização dos serviços, e nos mostrou toda a unidade e a central de
regulação, onde de acordo com a gravidade do caso avaliado pelo médico da
regulação é enviado uma ambulância conforme a necessidade. Durante a
conversa com os profissionais foi relato o problema não unificação com o serviço
dos Bombeiros, pois muitas vezes os dois serviços são acionados o que não é
necessário, um erro grave de logística e otimização do serviço, além de a sala
da central ser um pouco conturbada pela conversa de profissionais durante o
atendimento.
Pela Tarde fomos a Comunidade Quilombola de Barra do Aroeira onde
havia uma comemoração local, e fomos recebidos por moradores locais,
parteiras da região que ressaltaram suas experiências e as suas frustações com
os serviços de saúde prestados a comunidade, novamente percebemos que as
comunidade mais afastadas dos centros são as menos assistidas, não só nos
serviços de saúde mas em vários determinantes socais.
Pela Noite no hotel houve uma roda de conversa sobre as vivencias e logo após
um momento de interação com a revelação do Anjo e do Seu protegido que
serviu
ainda
Figura - SAMU
mais
para
a
união
e
descontração
do
grupo.
Figura – SAMU
Figura – Comunidade Quilombola
Figura – Atividade em Grupo Anjo
Sétimo Dia (08/08/2015)
Pela manhã tivemos um momento de descontração e interação na
cachoeira de Lajeado. E a tarde houve o encerramento com a Juliana Bruno e
avaliação final da vivencia.
Conclusão Final
A experiência sinestésica no Sistema Único de Saúde foi transformadora,
participar do VER-SUS, da construção deste projeto foi uma honra, e creio que
o sentimento e par em todos os envolvidos. Tal vivencia trouxe uma visão
diferenciada sobre o sistema, transmitiu situações e experiências do que é
realmente a realidade, e várias realidades, e de como um mesmo lugar pode ter
contrastes tão marcante em sistema que é único. Traz-me tambem reflexões e
estratégias de um SUS cada vez melhor. A vivencia claramente contribuiu pra
minha formação como profissional e como pessoa, e é algo que vou levar por
toda uma vida e semear por onde passar

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