Curta metragem é gravado em SRL
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Curta metragem é gravado em SRL
ANO 1 - Nº 6 • Edição Mensal - Outubro/2013 • O Jornal de Santa Rosa de Lima Curta metragem é gravado em SRL • Distribuição gratuita. Venda Proibida. Canal SRL em breve on line www.canalsrl.com.br SINTRAF - SRL será mais um canal facilitador de crédito do BB Pág. 11 Os irmãos Gustavo e Ricardo Hasse da comunidade do Rio do Meio fizeram parte do elenco do filme Nuvem. Área de preservação que tem tudo para ser parque natural. Pág. 12 Piso do magistério: o impasse continua Pág. 16 2 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL Reportagem ESPECIAL Mariza Vandresen Santa Rosa de Lima e santarosalimenses nas telas do cinema O curta-metragem “Nuvem” é um projeto da estudante de cinema, da Universidade Federal de Santa Catarina, Vanessa Sandre. A produção recebeu estímulo do poder público estadual porque a proposta foi a vencedora da 12ª edição do Prêmio Catarinense de Cinema, na categoria vídeo. “Nuvem” terá uma duração de quinze minutos e a previsão de estreia é para o primeiro semestre de 2014, quando será realizada uma sessão em Santa Rosa de Lima. Nem chuvas, nem tempestades desanimaram a equipe de direção, produção e gravação As filmagens, finalizadas no último dia 21 de setembro, duraram seis dias e aconteceram em grande parte na propriedade da Dona Irma Balmann, no Rio Bravo Alto. A escolha do interior de Santa Rosa de Lima para a locação das gravações se deu há mais de um ano. Ainda com uma primeira versão do roteiro, com um enredo que se passa no meio rural, a equipe do filme veio visitar o município porque um professor da UFSC havia falado dos projetos locais de agroecologia e de agroturismo, além das belas paisagens da Capital da Agroecologia. Contando com o a colaboração da então vereadora Siuzete Vandresen Baumann, buscou-se os locais que tivessem as características desejadas para a ambientação do filme. Gente da terra entre os “atores” O elenco conta com a participação dos irmãos Gustavo e Ricardo Hasse, que são filhos de agricultores e moram no Rio do Meio. Gustavo, que tem 14 anos, interpretou o irmão de Franciely, Maicon. Já Ricardo, com doze anos, fez o papel de Felipe, um primo “da cida- de grande” que foi visitar a família no interior. Os irmãos Hasse nunca esperavam participar de um filme. “Elas viram a gente lá no Rio do Meio e fizeram o convite. Eu não sabia muito bem o que era, mas aceitei. Eu pensei que ia ser muito difícil. Imagina, participar de um filme... Mas foi bem fácil. Achei muito legal. Como eu fiz o papel de um menino de interior, eu até ajudei a Vanessa dando umas dicas de como a gente fala por aqui”, conta Gustavo. Ricardo afirma entusiasmado que gostou muito de fazer parte do filme: “Gravamos três dias com eles lá no Rio Bravo. A equipe de filmagem era muito legal. No começo, foi um pouco estranho. Aquelas câmeras, um monte de gente desconhecida. Mas a gente se acostumou. A Elianne, que era nossa preparadora, tinha muita paciência e sempre nos ajudava em tudo. Depois, eles falaram que gostaram muito de nós”. Vanessa Sandre confirma que os meninos tiveram um tempo para conhecer o set de filmagem e entender como funcionavam as gravações, além de uma boa conversa sobre seus personagens com a preparadora de elenco Elianne Carpes. Gustavo e Ricardo dizem que foi uma experiência única e que, se de- Gustavo e Ricardo Hasse fizeram parte do elenco. As cenas foram rodadas na comunidade de Rio Bravo Alto. pendesse deles, atuariam de novo. “Eu vi uma partezinha de uma cena que foi gravada. Parecia aquele filme Dois filhos de Francisco”, diz o mais velho dos irmãos, que confessam, juntos, estar ansiosos para a estreia. Entrevista com a diretora de Nuvem Canal SRL: Como foi para você a experiência de gravar em Santa Rosa de Lima? Vanessa Sandre: Foi algo muito inusitado. Às vezes eu até brinco que foi a Santa Rosa de Lima que me escolheu e não eu que a escolhi. Desde a primeira vez que fui pra Santa Rosa, assim como nas vezes seguintes, tudo foi se desdobrando para que o filme acontecesse no município. Canal SRL: Quais os maiores desafios de gravar aqui? Vanessa Sandre: A maior dificuldade que tive foi a de transportar toda a equipe de Florianópolis até Santa Rosa de Lima. Não pela distância, mas por fazer com que 21 profissionais ficassem por sete dias longe das suas casas, trabalhando em tempo integral para realizar esse projeto. Isso gerou um custo bem alto para a produção do filme, porque implicou em pagar alimentação e estadia para toda a equipe por todo esse tempo. Não é fácil trabalhar em um município pequeno. Houve dificuldades de logística: o comércio fecha cedo e a propriedade onde gravamos era relativamente longe do centro. Em Florianópolis, quando surge alguma urgência, como por exemplo comprar pilhas para algum equipamento, é só correr para um shopping e está tudo resolvido. Tivemos que tomar alguns cuidados nesse sentido. Canal SRL: E o que facilitou? Vanessa Sandre: Felizmente, fui muito bem recebida e consegui apoios ou descontos. Tudo isso foi muito sig- nificativo para a realização do “Nuvem”. Independente de qualquer coisa, a simpatia e acolhimento que tivemos foi o mais importante para que o filme se concretizasse. Não posso deixar de fazer um agradecimento especial aos que me ajudaram mais diretamente nesse processo todo. Primeiro, à Dona Irma, que nos cedeu sua casa para as gravações. Em seguida, à Agreco. Finalmente, à Siuzete, que foi a minha ponte principal com Santa Rosa de Lima. Canal SRL: Como foi trabalhar com “não-atores” de Santa Rosa de Lima, como os irmãos Ricardo e Gustavo Hasse? Vanessa Sandre: Trabalhar com crianças e adolescentes é sempre uma experiência bacana, porque normalmente eles estão lá porque querem e porque veem tudo como novidade. É importante que a criança quando atua, tendo ela experiência ou não, mantenha sempre a sua essência. Ao invés de interpretar um personagem, é preciso que ela traga o que há de mais natural dela. Dizendo de outra forma, a criança nunca deve imitar algo que não é natural dela. É claro que os impulsos e razões pelas quais os personagens estão agindo são sempre estudados e nunca se trata apenas de decorar a fala e entrar em cena. Mas o que importa, no fim das contas, é que o jovem entenda porque o seu personagem está agindo daquela maneira e naquele momento. E que interprete usando as ferramentas que tem, que são seu corpo e sua voz, da forma mais natural possível. É complicado falar de naturalidade quando se tem à frente uma câmera e mais vinte pessoas atrás dela. Esse conjunto esperando que o ator faça tudo certo para não ter que repetir, fazer a cena de novo. É por isso que o cinema é tão desafiador. O Gustavo e o Ricardo se saíram muito bem. Chegaram meio tímidos, mas aos poucos foram se entrosando com a equipe. Foi ótimo trabalhar com os meninos. Eles foram Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL 3 EDITORIAL muito responsáveis. O Gustavo até me deu dicas de algumas expressões que são usadas no campo e que acabaram entrando nas falas do personagem dele. Isso é o mais legal de um set de filmagem. Toda essa troca de experiências que acontece. Espero e acredito que a experiência para eles tenha sido tão especial quanto foi para mim. Canal SRL: Faria outras locações por aqui, em projetos futuros? Vanessa Sandre: Se eu fizer outro filme que se passe no interior, com certeza farei novamente em Santa Rosa de Lima. Mas não sei se eu darei tanta sorte de novo, achando um lugar como o sítio da Dona Irma. O município está cheia de lugares lindos, mas filmar exige uma série de requisitos. O primeiro deles é que o proprietário ceda o espaço para as filmagens. E isso implica em deixar que uma equipe inteira mexa na sua casa e a habite por alguns dias, o que não é muito confortável, principalmente se é onde você mora. Canal SRL: O que este trabalho significou pra você? Vanessa Sandre: Para mim, é mais do que um trabalho. É a realização de um sonho. Cinema parece simples, mas é algo extremamente complicado. Escrevi o roteiro do “Nuvem” há quase dois anos e, desde então, tenho buscado formas de concretizar o filme. Fizemos as filmagens, mas o esforço ainda não acabou. Agora, existe toda a etapa de pós-produção, que deve durar mais uns três meses. Apesar de ter trabalhado em vários filmes durante a faculdade, essa é a minha estreia na direção. Então toda essa experiência está sendo muito valiosa e enriquecedora para mim. Estou bem contente com o resultado obtido até agora. Sou grata a toda a minha equipe e, claro, aos grandes amigos que fiz em Santa Rosa de Lima. Todos me ajudaram a realizar esse sonho. Um resumo do filme Nuvem Anos 1990, em um ambiente rural de uma cidade do interior de Santa Catarina, vive Franciely com sua mãe Irene. Ela é uma criança criativa, o oposto de sua mãe, uma mulher solitária e amargurada, que não mais se permite sonhar. Em uma visita, tia Rose, muito querida de Franciely, anuncia que vai fazer uma viagem de avião e pergunta à menina o que ela quer de presente. Franciely, inocentemente, pede um pedaço de nuvem. A criança sonha com a sua nuvem até o regresso da tia, que lhe traz o presente dos sonhos. Esse gesto, além de trazer alegria a Franciely, mostra a Irene, sua mãe, como é importante sonhar. Vanessa Sandre ao centro com a atriz mirim e toda a equipe de “Nuvem”. Diretor: Sebastião Vanderlinde Diretora: Mariza Vandresen Estrada Geral Águas Mornas, s/n. CEP 88763-000 Santa Rosa de Lima - SC. Tel. (48) 9944-6161 / 9621-5497 E-mail: [email protected] Fundado em 10 de maio de 2013, dia do 51º aniversário de Santa Rosa de Lima Jornalista Responsável: Mariza Vandresen Diretor-executivo (Circulação, Comercial, Financeiro, Publicidade e Planejamento): Sebastião Vanderlinde Publisher (voluntário): Wilson (Feijão) Schmidt. O Canal SRL chega a sua sexta edição. Para comemorarmos com você este primeiro ciclo, avançamos mais uma etapa. A partir de outubro, lançaremos nossa edição on-line. O jornal de Santa Rosa de Lima e dos santariosalimenses estará, desta forma, disponível ao mundo, através do link www.canalsrl.com.br. Completar meio ano pode parecer pouco. Mas é muito quando significa o sinal da consolidação de um novo veículo de comunicação e quando se constata que, nesse período, ele confirmou uma postura independente dos poderes políticos e econômicos e uma sintonia com os interesses do público. É muito quando se levou, a cada leitor, uma informação limpa e isenta. Nesse meio ano, foi especial para nós da Editora O Ronco do Bugio ver, a cada edição, o Canal SRL sendo aguardado e bem recebido pelos santarosalimenses. Foi notável ter o jornal acolhido e lido nas casas de todos os moradores de Santa Rosa de Lima, informando, esclarecendo e ajudando a formar opiniões. Foi importante vermos empresários e empreendedores locais reconhecendo o poder de comunicação do Canal SRL e nele anunciando. Foi fundamental contarmos com a colaboração de dezenas de “colunistas” voluntários, que são os principais pilares do nosso Canal SRL. Reforçamos que nosso jornal tem o papel de prestar um serviço público. Nosso compromisso é com a informação precisa e com o respeito aos nossos leitores e as nossas fontes. Tudo o que consta em nossas páginas foi apurado de forma jornalística. Qualquer informação publicada foi, é e será sempre confirmada. Para dar voz àquele que lê o jornal, criamos desde a primeira edição o Canal do Sr. Leitor. Ficou claro que esse é um espaço aberto a qualquer manifestação, inclusive para o questionamento ou à contestação. Como afirmamos em nossa primeira edição, chegamos pra ficar e manteremos nossa independência como esteio de nossa credibilidade e de nossa respeitabilidade. O Canal SRL é uma publicação mensal da Editora O ronco do bugio. Só têm autorização para falar em nome do Canal SRL os responsáveis pela Editora que constam deste expediente. Diagramação e Arte: Qi NetCom - Anselmo Dandolini Distribuição: Editora O ronco do bugio Tiragem desta edição: 1000 exemplares Circulação: Santa Rosa de Lima (entrega gratuita em domicílio). Dirigida, também, a prefeituras, câmaras e veículos de comunicação do Território das Encostas da Serra Geral e a órgãos do Executivo e Legislativo estadual e federal. 4 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL AGROECOLOGIA COMUNIDADE SANTA BÁRBARA Igor Bonetti E o frio ainda persiste O inverno neste pé de serra foi muito rígido. Este ano, as geadas foram constantes e fortes. E, já entrando outubro, o frio ainda teima em não ir embora. As temperaturas aumantaram um pouco, mas não o suficiente para que as pastagens deixem de ser escassas. Como o consumo de silagem para alimetar os animais foi bem alto, resta bem pouco do que foi armazenado. E, enquanto o calor não chega e a grama não cresce, os animais não têm muito alimento natural para comer. Só resta torcer: que as temperaturas aumentem logo. Primavera molhada A primavera chegou com muita chuva, dificultando os trabalhos de plantio. Nossos agricultores se preparam para o novo período de trabalhos. A hora é de preparar a terra para o plantio de milho e de outras culturas. Esse grão é muito importante para mantermos nossos animais bem alimentados. E a planta é essencial também para a produção de nova silagem. Já está na hora de tudo brotar, para assim termos uma “renovação” na natureza. Festa no interior No último final de semana de setembro, uma festa movimentou a nossa Santa Bárbara. Os anfitriões foram Wilmar e Claudiane, que receberam dezenas de amigos no sítio deles, aqui no pé do paredão das Encostas. Era chuva que Deus mandava, mas ninguém desanimou. No sábado, logo pela manhã, uma ovelha e um costelão de boi foram colocado para assar. Segundo os presentes, o mais suculento churrasco já servido por aqui. Talvez, o som do gaiteiro Michel Wiggers tenha contribuído para essa ideia. No domingo, o cardápio foi a famosa feijoada preparada por Isaltino Bonetti, sua esposa Edite e seus assistentes. Como sempre, regada com muita cerveja. E, desta vez, também com vinho. Como se sabe, as opções de encontros nos finais de semana por aqui são poucas. Há a celebração religiosa e a cancha de bocha. Por isso, muitos moradores da comunidade participaram da festa no sítio. Que transformou um final de semana com chuva e com frio, em um ótimo momento. Isaltino e sua famosa feijoada. Agricultores da SRL participam de seminário estadual de agroecologia Seminário reuniu cerca de 600 participantes. O Seminário Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, realizado em Florianópolis, nos dias 13 e 14 de setembro, reuniu cerca de 600 participantes. Santa Rosa de Lima esteve presente com uma comitiva formada por técnicos e agricultores. Além disso, uma parte da alimentação ficou a cargo da Acolhida na Colônia, que serviu 1800 cafés coloniais aos presentes. O seminário foi uma iniciativa de Frente Parlamentar Mista pelo Desenvolvimento da Agroecologia e Produção Orgânica, coordenada pela deputada federal Luci Choinacki. O principal objetivo foi debater a agroecologia e suas políticas de incentivo no Brasil e no estado de Santa Catarina. Estiveram presentes representantes do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), da Eletrobrás, da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), além de prefeitos, vereadores e lideranças da sociedade civil organizada. Foram debatidos temas como os impactos da agricultura familiar nas comunidades rurais; agroecologia e os desafios da assistência técnica; e políticas públicas: Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE e Programa de Aquisição de Alimentos - PAA, e Política Nacional de Agroecologia. Além dos debates, foram realizadas oficinas de permacultura; adubação verde e compostagem; plantas medicinais; produção diversificada orgânica; árvore da vida – moringa oleífera; criação de abelhas nativas; a importância dos alimentos para a saúde; agricultura urbana; construção de bancos de sementes; manejo de distúrbios biológicos; circuitos curtos de comercialização de alimentos; e turis- mo rural na agricultura familiar. Volnei Luiz Heidemann, presidente da Agreco, relata que como proposições do seminário ficaram a disseminação do mesmo tipo de evento nas regiões e municípios de Santa Catarina e o fortalecimento da Frente Parlamentar no estado. “Este seminário desencadeará para o próximo ano catorze seminários regionais em Santa Catarina. E um deles deverá ocorrer na Capital Catarinense da Agroecologia. A própria ministra Ideli Savati assumiu a missão de levar todos encaminhamentos à presidenta Dilma Roussef”, conclui o representante da Agreco. Acolhida na Colônia serviu 1800 cafés. De Santa Rosa de Lima, além de Volnei participaram Vitória Wiemes Heidemann, Luiz (Loi) Schmidt, Jackson Baumann, Rafael Avelino e Sebastião Vanderlinde. Rosângela, Neiva, Dida, Leda, Salete, Cleuza, Edite e Lucilene, responsáveis pelos cafés, também participaram dos debates nas horas de intervalo. O evento foi encerrado com a participação da Ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, seguido do plantio pelos participantes uma muda de “moringa oleífera”, considerada a árvore da vida. Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL 5 6 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL ZELAR COMUNIDADE NOVA ESPERANÇA Jaqueline Tonn Agricultura dos velhos tempos A economia de nossa comunidade está, há muito tempo, baseada na agricultura. Podemos dizer que, antigamente, produzir e vender eram, sempre, feitos com muitas dificuldades. Aliás, sem transporte até uma vila ou pequena cidade, não tinha muito o que se fazer. E era uma agricultura na base da queimada. Era queimar e logo ir plantando. Depois, se desse tudo certo, colher. Para o próprio sustento e, se sobrasse alguma coisa, para a venda. Com o passar do tempo, tudo aqui cresceu e se tornou mais amplo. Tudo foi se tornando mais fácil. As pessoas tiveram mais acesso a informações, fossem elas boas ou ruins. Nesse processo, por volta da década de 1970 vieram para estas paragens os agrotóxicos, para combater as pragas, as doenças e, depois, os inços. Muitos agricultores foram ficando dependentes destes “venenos”, afinal, eles ajudavam muito a poupar mão de obra. Àquela época, a maioria das famílias eram produtoras de fumo e não se dava opções para se fazer diferente. Os agricultores foram percebendo que, ao mesmo tempo em que o agrotóxico era uma solução, era também uma destruição da própria vida deles e de suas famílias. Além disso, a cada safra, os investimentos altos se combinavam com os riscos dessa cultura. Tendo realizado financiamentos significativos, muitos produtores acabaram se endividando em bancos. Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente de SRL Bullying... O que é isso? O que fazer? Bullying (do inglês bully, que significa valentão) caracteriza atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou por grupos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. Hoje o Bullying é reconhecido como problema crônico nas escolas, e com consequências sérias, tanto para vítimas, quanto para agressores. As formas de agressão entre alunos são as mais diversas, como empurrões, pontapés, insultos, espalhar histórias humilhantes ou mentiras para implicar a vítima em situações vexatórias, inventar apelidos que ferem a dignidade, captar e difundir imagens, inclusive pela internet, ameaçar por mensagens e, de forma geral, criar exclusão. Entre os meninos, os tipos de danos são mais de cunho físico. Os agressores costumam ameaçar, meter medo em suas vítimas. Já as meninas agressoras costumam É igual a orgulho Por tudo isso, sentimos orgulho de nossa comunidade. Temos empreendimentos e conhecimentos que vêm de décadas e garantem o futuro das famílias que aqui moram. Queremos, cada vez mais, gerar benefícios para Santa Rosa de Lima. Desejamos fazer a diferença e ajudar a construir o futuro. A responsabilidade dos pais Se os pais permitem ou reforçam abertamente a agressão, é possível que as crianças se comportem agressivamente em casa e, por generalização, em outros lugares em que sintam ser os ataques, provocações ou hostilidades permitidos, esperados ou, até, encorajados. A presença de um adulto permissivo favorece a expressão do comportamento agressivo. A família ideal seria aquela na qual predominassem o amor, o carinho, a afeição e o respeito. Mas nem sempre isso acontece. Nesses casos, muitas crianças e jovens se desvirtuam e passam a reproduzir o que aprendem com seus familiares. O papel dos professores Os educadores devem estar atentos. É possível observar com atenção o comportamento dos alunos, dentro e fora de sala de aula. E se pode perceber se há quedas bruscas no rendimento escolar. Outro papel importante é incentivar a solidariedade, a generosidade e o respeito às diferenças, através de conversas, trabalhos didáticos e até de campanhas de incentivo à paz e à tolerância. É indispensável que dentro da sala de aulas reine um ambiente favorável à comunicação entre os estudantes. Caso alguma criança ou adolescente reclamar ou denunciar o bullying, o professor deve imediatamente comunicar à direção da escola. Rede AGRECO Mais agricultura dos novos tempos Com a chegada da produção orgânica na comunidade de Nova Esperança, muitas famílias que usavam insumos químicos de síntese acabaram tendo a oportunidade de uma vida melhor na produção agrícola. A agricultura familiar orgânica transformou a comunidade de forma geral, ajudando-a a crescer cada dia mais. Hoje, podemos dizer que evoluímos muito devido ao sistema orgânico de produção e que ele foi além de uma forma de avanço, um alivio para os trabalhadores rurais. Poder deixar de lado os venenos e investir no que traz bons ganhos foi muito bom. Mais o fortalecimento da diversificação de atividades Não podemos deixar de lado outras fontes de renda que estavam presentes na comunidade e que se transformaram. São exemplos a madeira e a cerâmica de tijolos. Na cerâmica, antes, era tudo braçal, ao mesmo tempo em que a atenção e a habilidade da família eram determinantes para o sucesso do empreendimento. Por isso, toda família de Valdemar Erico Tonn se dedicava ao máximo para que tudo ocorresse “nos conformes”. O tempo foi passando e houve ampliação e modernização da atividade, que se tornou a principal renda da família. Com esse crescimento, a cerâmica se tornou muito importante tanto para a comunidade quanto para o município de Santa Rosa de Lima. espalhar rumores mentirosos ou segredos para causar mal-estar, como também ameaçar. Tanto para os rapazes quanto para as garotas, as ameaças podem vir acompanhadas de chantagem para obter dinheiro. As vítimas e os agressores podem sofrer consequências psicológicas desta situação de abuso. Normalmente, o que acontece é que todas as atenções dos responsáveis se voltam para o agressor, visto como um marginal em potencial. A vítima, em geral, é esquecida. Volnei Luiz Heidemann | Adilson Maia Lunardi Cooperagreco reorganiza calendário de produção em função da Copa 2014. A Copa do Mundo de Futebol de 2014 deve alterar o calendário de férias no Brasil. A previsão é de que escolas e universidades retornem mais cedo às aulas para aumentar o período de recesso durante os jogos. Este fato gera a necessidade de reorganizar o calendário de produção dos associados, assim como a estratégia de comercialização da Cooperagreco. No período mais quente do verão, entre dezembro e fevereiro, os plantios eram restritos para evitar perdas com o calor excessivo. Como nesta época, tradicionalmente, não tem aulas, os produtos para alimentação escolar eram planejados para entregas somente a partir de março. Buscando preparar-se para o ano da copa, a Cooperagreco lançou uma linha institucional de produtos orgânicos que será ofertada em restaurantes no litoral catarinense. O objetivo é conquistar novos clientes e manter o atendimento regular durante o verão, quando é grande a presença de turistas nas praias de Santa Catarina. Este movimento compensará as férias escolares e poderá manter a estrutura de produção mobilizada para o início das aulas ainda no início de fevereiro. O desafio é grande. Será necessário planejar a produção em áreas com irrigação, sombreamento ou situadas em comunidades mais “altas” e com clima mais ameno. Neste último caso, abre-se uma nova janela de oportunidades para os associados que têm suas propriedades mais próximas do “paredão” das Encostas da Serra Geral. A boa nova é que clientes já demonstraram interesse e devem iniciar as compras em breve. Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL 7 EDUCAÇÃO COMUNIDADE MATA VERDE Ações educativas para o trânsito A Semana Nacional do Trânsito foi referenciada em Santa Rosa de Lima com ações de educação e conscientização. A programação foi realizada com a colaboração do Conselho de Segurança Comunitário (Conseg) Polícia Militar de Santa Rosa de Lima, 5º Batalhão da Polícia Militar de Tubarão e escolas municipal e estadual foram realizadas palestras e distribuição de materiais impressos sobre educação no trânsito. Devido ao grande número de acidentes graves causados pelo uso de álcool pelos motoristas, neste ano o tema da Semana foi “Álcool, outras drogas e a segurança no trânsito: efeitos, responsabilidades e escolhas”. O vereador e membro do Conseg, Salésio Wiemes destaca a importância do tema e a participação dos envolvidos. “É importan- te parabenizar o trabalho realizado pelos alunos do Aldo Câmara que fizeram uma “blitz de conscientização”, entregando panfletos educativos aos motoristas que trafegavam na Germano Hermesmeyer, também o apoio dos policiais militares e principalmente o trabalho e a dedicação do policial Maxwel do 5º Batalhão, que com suas palestras, prendia a atenção de todos, desde crianças até adolescentes”. A Semana Nacional do Trânsito é uma comemoração anual que ocorre sempre entre os dias 18 e 25 de setembro. Estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o evento tem o objetivo de mobilizar o Brasil para as causas ligadas ao trânsito. OBITUÁRIO Voz suave e doces conselhos que deixam saudades Dona Hilda do seu Daniel Schulz; assim essa senhora mais que simpática era conhecida por todos. Hilda Fermino nasceu em 22 de setembro de 1923, em Braço do Norte. Filha de Afonso João Fermino e Luiza de Jesus foi adotada, ainda pequena, pela família de Seu João e Dona Diba Bianchini. Casou-se com seu Daniel lá mesmo, em Braço do Norte. Depois do matrimônio, viveram pouco tempo no bairro Corujas. Logo, ainda bem jovens, vieram morar em Santa Rosa de Lima, que os acolheu como se fossem filhos desta terra. Aqui, prosperaram com um comércio e beneficiamento de madeiras. Da união dos dois, nasceram onze filhos: Djalma, Dailson, Dalcio, Augusto, Silvio, Carlos, Afonso, José, Teresinha, Valter e Edson. Em 2005, o casal deixou nosso município, para residir com o filho Djalma, em Rio Fortuna. Sempre que podia Dona Hilda voltava. E dizia que a mudança tinha sido boa. Mas as amigas podiam perceber, naqueles olhos negros, réstias de saudades de seu lar santarosalimense. Ficou viúva e viveu seus últimos tempos na casa da filha Teresinha, em Leoberto Leal. O maior desejo de Dona Hilda era comemorar mais uma grande festa com todos os amigos e familiares aqui em Santa Rosa de Lima, como fez em suas Bodas de Ouro. Exatamente no dia do nonagésimo aniversário, durante uma comemoração reservada com seus parentes, Dona Hilda despediu-se de seus amigos e familiares. Faleceu a mãe zelosa e a mulher carinhosa e mui- to religiosa. Foi uma guerreira, pois em nenhum momento de sua vida fraquejou, superou com força, determinação, honestidade e coragem todos os obstáculos que a vida lhe proporcionou e nunca se entregou. Ficam para sempre a amizade e os conselhos que distribuiu com generosidade. Kátia Vandresen | Ronaldo Michels Apostando em alternativas rentáveis e sustentáveis A Comunidade da Mata Verde tem sido um polo de apoio para o desenvolvimento de projetos que visam à sustentabilidade da natureza. O Curso de Agronomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a instituição alemã Silvinet, desenvolvem, em algumas propriedades do município, três projetos pilotos: “Cerca de palanque vivo”; “Silvi pastoril” e “Agroecologia e Pagamento de serviços ecossistêmicos”. Coordenados pelos professores da UFSC Abdon Schmidt e Celso Fantini são participam destes projetos, Andréia Castelo Branco, aluna de Doutorado na USP, Darci Piton Filho, engenheiro agrônomo, Bruna Vandresen, Luiz Fernando Battisti e Juliano Gelsleuchter Lohn, alunos do curso de agronomia da UFSC. Como colaborador local, atua aqui no município o técnico em agropecuária Bertilo Vandresen (Tilico). Cerca de palanque vivo Tem como base a reprodução de espécies de árvores nativas a partir de galhos de plantas já adultas (Aroeira, Tucaneira, Pau Jacaré). Estas árvores serão posteriormente utilizadas como mourões vivos na construção das cercas para o piqueteamento das pastagens em propriedades produtoras de leite. A derrama (poda) do palanque vivo gera material para a produção legal e sustentável de carvão vegetal, garantindo assim mais uma fonte de renda para os agricultores. Silvi Patoril Com o objetivo de proporcionar sombra para os animais e garantir o bem estar deles, faz-se a plantação de espécies de árvores nativas em pastagens de propriedades produtoras de leite. Mais uma vez, a derrama (poda) é permitida para a produção de carvão. Entre as espécies plantadas está a palmeira nativa Jussara. Com os frutos dela é possível produzir um suco que tem características muito próximas daquele obtido do primo-irmão mais famoso, o Açaí. Essa matéria prima tem, por isso, boa aceitação no mercado. Projeto Agroecologia e Pagamento de Serviços Ecossistêmicos De autoria da estudante de doutorado da USP, Andréia Castelo Branco, este projeto se integra aos anteriores ao incluir a perspectiva de remuneração com foco no “sequestro de gás carbônico da atmosfera”. Dizendo de outra forma, como há, hoje, uma preocupação com o excesso de gás carbônico no ar, porque gera o aquecimento do planeta pelo aumento do “efeito estufa”, se considera importante favorecer oportunidades de renda que contribuam para a absorção de grandes quantidades desse gás (CO2). Como uma das boas formas de fazer isso é plantando árvores e preservando a natureza, fica fácil entender como esta inciativa completa as duas primeiras. Plantio de cerca viva. 8 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL ENERGIA ELÉTRICA Tensão fora da praça A empresa Linhas de Transmissão do Vale continua a instalação da nova rede de transmissão de energia elétrica em Santa Rosa de Lima. Faz isso juntamente com a PCH Santa Rosa e com o acompanhamento da Cooperativa de eletrificação rural – Ceral. No coração central da Germano Hermesmeyer, o embargo realizado pela prefeita municipal sobre a passagem da rede por ali ainda vigora. Os envolvidos aguardam que o Ministério Público apresente um Termo de Ajuste de Conduta – TAC. Munido de um projeto elaborado na gestão anterior, o secretário de obras Bertilo Heideman esclarece que para a retirada do embargo é necessário que a empresa faça melhorias na acessibilidade e segurança nas áreas à frente do Centro Educacional de SRL e do Salão Velho. “Em breve devemos entregar um projeto à empresa e esperamos que ela o execute. Vamos aproveitar um projeto que já existia do governo Celso. A Amurel deve fazer alguns ajustes e adequá-lo às exigências da legislação sobre passagens da rede”, concluiu o gestor municipal. O projeto mencionado remodela o espaço que compreende a frente do Centro Educacional e parte da frente do centro de convivência do idoso (Salão Velho) e prevê o recuo do muro, um abrigo para os estudantes e uma passarela coberta até a entrada da escola. Na frente do salão, a calçada será removida e substituída por rampas de acesso. Segundo o secretário, essa melhorias facilitarão a acessibilidade e são indispensáveis à passagem da nova rede. Alternativa ou complemento? Com relação à passagem da rede por “fora da praça”, com obras na estrada que leva ao Rio do Meio, a Ceral explicou que isso já estava previsto anteriormente. “A rede na estrada geral do Rio do Meio precisava ser feita, tanto para os associados que moram no trajeto, quanto para todos os outros moradores, pois ela também servirá, caso a nova rede seja instalada no percurso pretendido, para que não ocorra o desligamento geral na linha de transmissão até Anitápolis”, informa o engenheiro Ralf Ballmann. Que completa: “Caso o embargo seja retirado, a rede deve passar mesmo pela praça. No quadro atual, ela se projeta pela estrada geral Rio do Meio e na altura da ponte, no sentido sul, avança pela Germano Hermesmeyer”. A Ceral acompanha as negociações com todos os seus associados e moradores na faixa por onde passam essas duas redes. “Todos os postes que ainda não foram colocados na faixa domínio já foram negociados com os moradores”. Em caso de desacordos, estão sendo feitas alterações de locais. “É o caso do poste fixado no terreno do senhor João Heidemann. Como ele julgou uma imprudência fixar o poste no local anteriormente escolhido, promoveu-se o reposicionamento”. Com relação ao aguardado posicionamento do Ministério Público, a reportagem do Canal SRL buscou contato com aquele órgão e foi informada que entrevistas e esclarecimentos sobre a colocação dos postes da PCH Santa Rosa só podem ser dados diretamente pela Promotora de Justiça titular Júlia Wendhausen Cavallazzi, que está de férias e retorna no dia 8 de outubro. A reportagem tentou, também sem sucesso, contatar o representante da PCH Santa Rosa, Luciano Quadros. Rede na estrada geral Rio do Meio. 9 10 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL Meine Meinung Minha Opinião Wilson Feijão Schmidt Há dez anos escolhi Santa Rosa de Lima para morar. Município pequeno, tendo em conta o número de habitantes, mas maravilhoso e grande. Por que digo isto? Bom, analisemos: temos um balneário de águas termais excelente, nas nossas torneiras corre água mineral, temos uma experiência de organização da agricultura familiar orgânica (Agreco) que já acolheu estudantes e estagiários de diversas partes do mundo (Canada, Estados Unidos, França, Itália e vários países da América do Sul), somos denominados de Capital da Agroecologia, existe uma associação de agroturismo modelo para o país: a Acolhida na Colônia. Funciona, também, desde o ano passado, um curso superior da UFSC, que permite uma ótima preparação para nossos jovens. Todas estas conquistas fazem de nossa Santa Rosa de Lima um grande município. E isso nos enche de orgulho. Então, como entender o desprezo da companhia TCL com o que deveria ser um serviço de ônibus? Como é sabido, há bastante tempo ela suspendeu a linha Santa Rosa de Lima - Braço do Norte, alegando que o número de passageiros não era suficiente para mantê-la. Eu própria sou testemunha de que esse argumento não é válido. Viajei muitíssimas vezes nessa linha e constatei, sempre, uma boa quantidade de passageiros. Eu me pergunto: será que não existe um regulamento dentro da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) que nos ampare frente a tal arbitrariedade? No caso da linha mencionada, a que se considerar a facilidade que ofereceu o asfaltamento dos apenas 16 quilômetros até Rio Fortuna! E, agora, ainda estamos sendo indiretamente ameaçados de perder a linha que nos une à capital do estado. Há alguns dias, solicitei às autoridades competentes que retomassem e refirmassem esta reivindicação em nome do nosso município. Confio na competência e na dedicação delas e, desde já, agradeço o esforço que, tenho certeza, elas farão. De minha parte, me coloco pessoalmente à disposição para colaborações neste sentido. Ana Reyes – Artista Plástica A imprensa independente e as pressões judiciais No Brasil, a imprensa independente do interior tende a sofrer um novo tipo de pressão. A “indústria de danos morais” aparece como uma ofensiva, pela via judicial, contra a liberdade de informação e opinião. Quem paga o pacto? Em pequenos municípios do interior brasileiro, a relação poder público-imprensa é muito pouco democrática. Em geral, os donos dos jornais são beneficiários dos recursos públicos das prefeituras e câmara de vereadores para a publicidade. Quase sempre, publicidade de pessoas ou agremiações políticas e não efetivamente de temas de interesse dos executivos ou legislativos municipais e, muito menos, dos munícipes. Ao mesmo tempo, os políticos estão sempre dispostos a pagar por “notícia” positiva, desde que usem, para os reembolsos, o dinheiro público. Como os empresários da comunicação não julgam suficientes os pequenos mercados locais de anúncios e como a prioridade deles não é o interesse da população mas os próprios lucros, está dado o caldo de cultura para um pacto que compromete a necessária e esperada independência da imprensa. Basta uma “navegada” nos sites de transparência e uma olhada nos jornais de circulação regional para confirmar a existência desse pacto e das “trocas” dele resultantes. Nanicos ou gigantes? E o que acontece quando surgem algumas experiências independentes e que não desejam fazer parte deste “esquema”? A primeira tentativa é de desqualificá-las como “imprensa nanica” ou a serviço “da oposição” ou “de derrotados”. A essa postura, contudo, pode se contrapor uma publicação que demonstra ser capaz de produzir informação séria e de qualidade. Um “canal” que ganha credibilidade e que se transforma em um espaço respeitado para a veiculação de anúncios e propagandas do comércio e da indústria locais, em um volume suficiente para pagar os custos de cada edição. Como o objetivo desses editores independentes é prestar um serviço ao público e não ter lucro, tal equilíbrio é julgado, por eles, suficiente. Então, o ataque dos políticos ao exercício livre do jornalismo e à liberdade de opinião e informação entra em outro campo: o jurídico. Judicialização da mídia Começam as empreitadas ou as escaramuças judiciais, realizadas diretamente por políticos ou por eles estimuladas, que têm como objetivo final calar as publicações que não se submetem a grupos políticos ou de interesse. Como nessas pressões judiciais em geral é o dinheiro público que é utilizado, os poderosos esperam castigar ou, até, sufocar as publicações independentes com o ônus financeiro da defesa. Ganha destaque, nesse caso, a verdadeira “indústria de danos morais”. Normalmente, advogados que trabalham para as prefeituras ou para as câmaras de vereadores estruturam “linhas de montagem” de processos de injúria, calúnia e difamação. As ações judiciais são realizadas mesmo quando os políticos e os advogados sabem que as perderão, por serem casos claros de crítica política e não de delitos de opinião. Fazem isso porque a ação é um meio e não um fim. Eles sabem que o simples fato de ter que arcar com os custos da defesa em processos judiciais já representa um castigo severo para quem vive exclusivamente de fontes lícitas de financiamento, como a é o caso da imprensa independente. O que eles querem apenas é criar embaraços. Data Venia Uso essa expressão latina muito ao gosto dos advogados – e que quer dizer, simplesmente, “com a devida licença” – para pedir permissão ao leitor para dizer que essa pressão nem sempre “cola”. Primeiro, porque a justiça tem identificado a má fé presente em muitas dessas ações judiciais. Depois, porque a inconsistência de algumas delas só serve como ilustração da incompetência de quem as elabora. Finalmente, porque há gente disposta a resistir a mais esse tipo de ataque à democracia e à liberdade de expressão. EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA Feira Multicultural no Aldo Câmara As feiras de ciências sempre fizeram parte de uma programação especial nas escolas. Os professores veem essas feiras como uma oportunidade para valorizar o saber científico e as formas de praticar ciência e produzir conhecimento. Ao mesmo tempo, os alunos despertam um maior interesse por aquilo que é curioso, diferente. Afinal, experiências ganham vida e dão vida à escola. Não foi diferente no dia 3 de setembro, na Escola de Educação Básica Professor Aldo Câmara. A feira de ciências, este ano denominada de Multicultural, envolveu todos os professores e seus mais de 220 estudantes do ensino fundamental e médio. Foram realizadas apresentações culturais, mostras de trabalhos com material reciclável, hortas verticais, produção de sabão, velas e papéis, entre tantas outras experiências. Dois trabalhos foram selecionados por uma comissão para representar a escola na Feira Regional de Ciências e Tecnologias Sustentáveis, que ocorreu no dia 20 de setembro, em São Ludgero. Uma mini usina termoelétrica a vapor, projeto desenvolvido pela segunda série noturna do ensino médio, coordenado pela professora e regente Neuza Loch Roecker, e o projeto de Inclusão Social “Abraçando as diferenças”, apresenta- do pela oitava série vespertina e coordenado pela professora Naiana Boeing. O projeto de inclusão social teve como principal objetivo sensibilizar a comunidade escolar para o reconhecimento e a aceitação das diferenças despertando o compromisso de amar sem distinção. Para Naiana Boeing, pedagoga com formação em educação especial no ensino da Língua brasileira de sinais (libras), não é difícil praticar a inclusão social na escola. “Hoje, contamos com muitos materiais didáticos e pedagógicos adaptados para auxiliar a aprendizagem de alunos com dificuldades especiais. É possível promover a acessibilidade, a inclusão digital, desenvolver as habilidades da cada ser especial. Com isso, melhoramos a qualidade de vida dele, a participação de todos é mais democrática. E aumentamos as expectativas de vida, de renda e de educação desses cidadãos. Com o nosso trabalho queremos promover os direitos humanos contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável”. Para a diretora de escola Eliete May da Rosa, a feira superou as expectativas. “Foi um estímulo aos estudantes. A inclusão e o envolvimento dos alunos nos surpreenderam bastante. Todos colaboraram e participaram das atividades. Ficamos satisfeitos, também, com a comunidade que veio nos visitar. Os relatos e as próprias expressões dos familiares demonstraram o quanto eles gostaram do evento”. Na Feira Regional, a exposição foi visitada por todos os alunos do Aldo Câmara. E houve a apresentação dos projetos selecionados na nossa escola de educação básica. Para Natália Schlickmann, “foi muito legal” participar das feiras, tanto em Santa Rosa quanto em São Ludjero. “Nós apresentamos o trabalho ‘Abraçando as diferenças’. Foi muito bom, pois na categoria Ensino Fundamental e Ensino Médio, conquistamos o quarto lugar geral”. “Tomara que no ano que vem tenha de novo” concluiu a estudante, com um ar animado e esperançoso. Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL 11 AGRICULTURA FAMILIA Sintraf-SRL será habilitado para ser “canal facilitador de crédito” do Banco do Brasil Reunião na agência BB define os últimos detalhes. O agricultor familiar que buscar financiamentos de custeio ou de investimentos poderá, em breve, fazer toda a operação a partir do escritório do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf) de Santa Rosa de Lima. Esta facilidade é fruto da iniciativa da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf) que, conveniada com o Instituto de Cooperação da Agricultura Familiar (ICAF), formalizou credenciamento junto ao Banco do Brasil. Com esta parceria, o Sintraf-SRL será habilitado pelo BB para ser um canal de financiamento de créditos nas linhas do Programa Nacional de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf) e Crédito fun- diário. Na última semana de setembro, estiveram reunidos para acertar os últimos detalhes o coordenador, Luiz (Loi) Schmidt, e o diretor financeiro, Salésio Wiemes, do Sintraf-SRL, Marcel Schmidt, técnico habilitado pelo ICAF e o gerente da agência local do BB, Ivandro Lessa. “É para facilitar o acesso ao crédito” É Ivandro Lessa quem explica o sistema: “o BB arruma parceiros e os cadastra para que possam ser canais de facilitação. A finalidade é viabilizar o acolhimento de propostas de financiamentos rurais nas dependências do Sintraf-SRL, que será nosso parceiro”. O gerente ex- plica ainda que conforme a normativa do banco, o objetivo do canal facilitador de crédito é agilizar a aplicação de recursos, atender as políticas governamentais, conferir modernização tecnológica e segurança nos processos, além de possibilitar acompanhamento das propostas de crédito pela entidade. E concluiu: “É vantagem para o agricultor, para a entidade e para o banco”. Luiz (Loi) Schmidt concorda e julga a parceria muito vantajosa. “É algo a mais que o sindicato apresenta ao associado, prestando mais um serviço para ele. Há maior proximidade com o agricultor e podemos proporcionar um atendimento com maior exclusividade”, afirmou o coordenador do Sintraf-SRL. Outra vantagem apontada é ter mais um técnico no município credenciado junto ao BB. “Em Santa Rosa de Lima, apenas a Epagri tinha técnico com essa credencial. Ter mais um profissional representa maior possibilidade para os agricultores familiares”. O engenheiro agrônomo Marcel Schmidt será o técnico credenciado através do ICAF junto ao BB. Ele estará habilitado, desta forma, a confeccionar os projetos de crédito junto ao banco. As operações de Pronaf custeio não precisam de projeto técnico, mas eles são indispensáveis para todas as operações de Pronaf investimento. O funcionamento O Banco do Brasil instala um aplicativo no computador do Sintraf-SRL e, nesta plataforma, o sindicato preenche as informações e os documentos necessários. A proposta segue para o BB que avalia a documentação e a capacidade de pagamento do proponente. “Se a operação estiver de acordo com as regras de cada linha, o crédito pode ser liberado dentro de poucos dias. Só haverá algum atraso caso ocorra alguma divergência que precise ser ajustada”, esclarece o gerente Ivandro Lessa. CAPACITAÇÃO Registro Fotográfico Colunistas do Canal SRL, agricultores e estudantes, literalmente tiraram os dias 28 e 29 de setembro para fotos. Estavam, todos, em um curso de fotografia básica ministrado pelo fotógrafo profissional Alessandro Gruetzmacher. A promoção foi da Associação Acolhida na Colônia, que está preocupada em melhorar os registros e o banco de imagens sobre o trabalho dela e dos agricultores associados. As Pousadas Doce Encanto e Vitória foram os espaços escolhidos para a realização do curso. História da fotografia, câmera fotográfica, lentes, controle de exposição, tipos de luz, composição e enquadramento foram alguns dos temas estudados. Além disso, foram realizadas diversas práticas com muitas dicas de como tirar a melhor foto. COMUNIDADE NOVA FÁTIMA Alexandre Oenning Bittencourt | Valesca Weber Dona Elisa, a parteira de Santa Rosa de Lima Como setembro foi um mês importante na vida de Elisabeth Weber Oenning, ao término dele, vamos homenagear esta mulher guerreira e especial. Mais do que ter uma história de vida, ela teve uma vida que ficou na história do nosso município. Mais conhecida como “Dona Elisa a parteira”, ela era enfermeira obstetra formada em Florianópolis. É preciso pensar o que isso significava há mais de sessenta anos. Com essa formação, ela foi responsável por ajudar centenas de santarosalimenses a virem ao mundo. Elisabeth nasceu no dia nove de setembro do ano de 1933. Vinte e quatro anos depois (1957), no dia 14 em um mês de setembro, ela se casou com Martinho Antônio Oenning. Sempre viveu na comunidade de Nova Fátima e tiveram oito filhos. Era realmente uma pessoa batalhadora, quando era chamada para atender as mulheres, não pensava duas vezes, fizesse sol ou chuva, calor ou frio, noite ou dia. “É preciso ir” ela dizia. E encilhava um cavalo e partia. Dizia que precisava respeitar o juramento que havia feito: “Juro [como enfermeira obstetra] ser polivalente e jamais deixar morrer uma paciente por falta de atendimento”. Aos jovens é preciso lembrar as condições de isolamento daquela época. E muitas gestantes viviam em comunidades bem distantes. Por isso, era arriscado esperar em casa sem poder ter a parteira por perto. Além disso, por vezes, duas ou três mulheres tinham seus partos previstos para um mesmo período. Dona Elisa as acolhia, então, em seu próprio lar, transformando sua casa numa verdadeira maternidade. De 1954 até por volta de 1970, praticamente todas as crianças que nasceram de parto normal em Santa Rosa de Lima vieram à luz pelas mãos de Dona Elisa. A parteira sempre levava sua maletinha com os remédios, uma balança e suas cadernetinhas de anotações. Nela, registrava os dados de cada criança nascida. Infelizmente, hoje, não é mais possível saber quantos partos ela acompanhou. Das suas cadernetas, só sobraram três. As outras se perderam. E voltamos a setembro. No dia 23, fez exatamente um ano e seis meses que ela partiu, deixando seu esposo e quatro dos seus filhos. Saudades! É festa no Interior Venha prestigiar a Festa de Igreja em Nova Fátima Dia 20 de Outubro Programação: 12:00 horas - Almoço Dançante, com comida típica colonial e tarde animada com Musical KD. Valor do ingresso: R$ 45,00 para o casal. A Comunidade espera por todos e, desde já, agradece as presenças. Erramos Na edição passada, cometemos um engano, ao citar Henrique Becker como o fabriqueiro incumbido pela comunidade de levar o pedido da construção da igreja ao bispo, em Florianópolis. Nossas desculpas à família do senhor Henrique Roecker, que foi o verdadeiro autor da proeza. Pedimos perdão, também, a toda a comunidade e aos leitores desta coluna. 12 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL Patrimônio Santarosalimense Natureza preservada e proposta de parque natural Santa Rosa de Lima tem o privilégio de abrigar uma área particular fantástica. São mais de 800 hectares contínuos de um remanescente de mata atlântica. A quase totalidade desse terreno é composta por floresta primária. Uma pequena parte, por mata secundária, mas com mais de quarenta anos de regeneração. E é também uma área com muitas nascentes e fontes de água, além de cascatas muito bonitas. Esse patrimônio ambiental inestimável pertence à Madeireira São Joaquim Ltda, que hoje é representada por Darci Antônio de Palma e Gil Chiodelli. Mais do que muitas árvores nativas e muitas nascentes, a área abriga ainda boas histórias ligadas ao Senhor Favorino Chiodelli, a sua esposa Lídia Maria, aos parentes e sócios deles e à comunidade de Santa Bárbara. Nosso município deve uma reverência maior a Seu Favorino ou “Seu Fauro”, como era mais conhecido, que soube ver longe no início da década de 1990. Depois, pouco antes de seu falecimento em 1998, ele afirmaria a seus parceiros de empreendimento e familiares: “preservem essa área, porque, no futuro, alguma coisa boa vocês vão colher dela”. Seu Favorino, o “Tio Fauro”. No mês em que se comemora o dia da natureza (4 de outubro), o Canal SRL resolveu tratar desse patrimônio santarosalimense. Primeiro, para informar nossos leitores sobre esse tesouro existente (e resistente) no município. Depois, para retomar e reforçar a ideia de transformar essa área em um parque natural. Esse foi um sonho do “Tio Fauro” e um desejo claro de Dona Lídia. Essa é a vontade maior dos atuais doze herdeiros da “Fazenda Santa Rosa de Lima”. Agora, é preciso uma mobilização dos santarosalimenses e de autoridades municipais, regionais e estaduais para que essa proposta avance e se consolide. Os primeiros passos dessa empreitada são um estudo para a constituição do parque e um levantamento de fundos que permitam proporcionar uma justa indenização a quem soube resistir a propostas de venda ou de explorações predatórias e clandestinas da madeira nativa ou da argila existentes na área. A empreitada de levar à frente a proposta do parque natural certamente vale e valerá a pena. É preciso que lideranças comprometidas com o futuro de Santa Rosa de Lima e com as vocações do município empunhem essa bandeira. Quem se habilita? Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL 13 Depoimentos As dificuldades A gente não tem conseguido ter uma colaboração efetiva por parte da fiscalização ambiental na preservação da fauna. Os caçadores entram na área sem autorização, invadem, e matam animais. Por conta disso, muitas aves que nós víamos antigamente por lá já não vemos mais. E também outros animais, como tatús. Ou seja, enquanto nós nos esforçamos para preservar, os caçadores aceleram a extinção dos animais. Nós sempre entamos evitar que se caçasse na área. Mas nisso não obtivemos sucesso. Também houve pressões para que vendêssemos porções do terreno para exploração da argila. Nós nos posicionamos contra. Porque as áreas usadas para extração de argila viram um caos. Esse tipo de exploração é um absurdo. Darci e Regina Chiodelli. Nossas fontes Para a realização dessa reportagem, a equipe do Canal SRL recebeu em Santa Rosa de Lima um belo casal de primos Chiodelli, que habita em Passo Fundo e faz o circuito: local de moradia, São Joaquim, Santa Bárbara. Darci e Regina são casados e parecem mais jovens do que indicam as datas de nascimento deles. Falam com emoção do “Tio Fauro”, de quem lembram como “uma pessoa com um astral fora do comum”, um “otimista”, “brincalhão” e que “sempre estava de bem com todo mundo”. Lentamente, eles foram retecendo a história da “Fazenda Santa Rosa de Lima”. Darci fala pausadamente, sempre mantendo um olhar firme por trás dos óculos de grau. Conhece profundamente essa história por ter vivido diretamente com o Tio Fauro, a partir de 1979, a gestão da fazenda. Regina, por sua vez, fala alegremente. E sorri até com seus olhos castanhos quando relembra histórias antigas sobre as vindas de boa parte da família para passar períodos curtos em Santa Rosa de Lima. Um pouco de história A Madeireira São Joaquim foi constituída em 1952, no município de mesmo nome, por um grupo de empreendedores vindos do Rio Grande do Sul. Na vanguarda estavam os irmãos Favorino e Plácido, mais o cunhado Santo Palma (casado com outra irmã, Dona Virginia, ainda viva com 86 anos). Vinte anos depois, em 1973, a empresa resolveu investir todas as suas economias aqui em Santa Rosa de Lima. Em uma sucessão de compras, adquiriu aproximadamente mil hectares, a quase totalidade deles com alta densidade de matas nativas. Ela visava à retirada de madeiras nobres com alto valor comercial. Na época, a empresa planejou a instalação de uma serraria e fábrica de tacos, que seria implantada onde hoje está a prefeitura. O plano de corte para o imóvel foi apresentado ao Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), em 1979, para cumprir procedimentos técnicos e legais exigidos àquela época. Esse plano foi autorizado e o IBDF licenciou o corte de “40.520 árvores de madeiras brancas e de lei, da bitola de 0,40 metros e acima, equivalentes a 47.429,587 metros cúbicos em toras de madeira”. Pouco depois, contudo, os sócios resolveram adiar a instalação da serraria-fábrica, assim como o início do corte. A opção estratégica foi por findar primeiro “o remanescente de matéria prima” que a empresa tinha na região de São Joaquim. Em uma parte da área da Fazenda Santa Rosa de Lima, coberta com pastagens ou antes cultivada com culturas anuais, os sócios decidiram iniciar reflorestamentos “com pinus e alguma coisa de eucalipto” e, até, com pinheiro brasileiro. Nova fase, a década de 1990 No início dos anos noventa, o foco da Madeireira São Joaquim se volta novamente para Santa Rosa de Lima. Tanto que, em 1992, a empresa rejeita uma importante oferta de compra pela área. Menos de um ano depois, entretanto, o governo federal editou o Decreto 750/93 que vedou o corte de árvores nativas em áreas de mata atlântica. A empresa considerou-se impedida de promover o aproveitamento econômico das árvores existentes na sua área. Julgava um grande risco trabalhar na ilegalidade, rejeitou propostas de “parcerias” para a exploração clandestina e impediu a produção de carvão na área. Nesse contexto, a partir de 1995, a Madeira São Joaquim viu-se forçada a encerrar suas atividades industriais e comerciais, com todos os prejuízos decorrentes. “A partir dali a gente só foi mantendo e preservando a área, na expectativa de que algum dia viesse a ser possível aproveitar aquela madeira. Com o passar do tempo fomos vendo e entendendo que se aquela nossa área fosse mantida e preservada intacta ela passaria a ter um valor ambiental até difícil de estimar. Então a gente vem resistindo a ideia de exploração econômica”. Dona Lídia Depois da morte do Seu Favorino, em 1998, Dona Lídia começou a realizar as visitas à Fazenda Santa Rosa de Lima. Foi ela que passou a acompanhar e monitorar a área. Ela sabia quando o Darci vinha de Passo Fundo e já estava com a bolsinha dela pronta para vir para Santa Rosa. Ela gostava muito daqui. E conhecia todo mundo. Ela faleceu em setembro 2012 e nos faz muita falta. Dona Lídia, Seu Favorino e seu Neto. segue 14 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL segue Patrimônio Santarosalimense A vida na sede da fazenda O Tio Favorino não ficava mais de trinta dias sem vir aqui em Santa Rosa de Lima. E quando a gente vinha, nós íamos na sede da fazenda e aquilo parece que atraía a vizinhança. Todos iam lá fazer uma visita. E ele estava sempre disposto. Ou ele oferecia um chimarrão, ou ele oferecia uma caipira, uma cerveja. Na época não tinha luz e eles chamavam gaiteiros e improvisavam uns bailezinhos no galpão. Então todo mundo gostava de ir ali. Os encontros eram sempre rodeados de conversas, com estórias disso e daquilo, sempre alegres. Não tinha conversa triste. Sede da Fazenda. As relações No trajeto pela colônia, [Favorino e Lidia] não passavam sem comprar coisas. A Tia Lidia gostava de dizer, aqui é que se pega melancia. Aqui é o melhor queijo. Aqui se compra ovos. Nos últimos tempos ela já comentava: olha aqui morava o fulano. Aqui, o sicrano. E a gente, hoje, já não é assim. Deve ser por causa da “correria”. Antes, eles interagiam mais. O pessoal mais antigo se aproximava muito mais. O ritmo e a perspectiva eram outras. O caminhão de pinhões Em 1979, ele carregou um caminhão Chevrolet com pinhão e trouxe pra cá. Junto, veio uma equipe de homens da serraria e ele botou todo mundo a plantar pinhão. E plantaram... Os pinheirinhos nasceram, mas não desenvolviam. Com o passar do tempo Tio Favorino disse: é não tem jeito. Em alguns talhões desenvolveu e eles estão lá. Mas onde eles não cresceram, se passou a plantar pinus. Mas ele dizia que queria que a araucária se desenvolvesse aqui. Onde o solo é mais arenoso e onde há menos umidade ele veio. Mas onde era argila e úmido, ele não vai. Contribuições ao município Ele [Favorino Chiodelli] ajudou o município quando ele comprou a área. Como a empresa tinha tratores de esteira e a estrada que dava acesso à fazenda era quase intransitável, ele abriu a estrada toda de Santa Rosa até Santa Bárbara por conta da empresa. Ele bancou tudo, porque a prefeitura, àquela época, não tinha ainda uma estrutura. Ele ajudou e aquilo facilitou a vida de muita gente. Ele deu uma contribuição significativa para Santa Rosa. E ele gostava muito daqui. Ele tinha, na verdade, uma adoração por aquela área. Ele vinha para ali, fazia um churrasquinho e convidava a vizinhança. Ele estava, de fato, envolvido com Santa Rosa. A orientação à preservação Em 1992 nós tivemos propostas de empresas aqui da região interessadas em comprar a floresta. Mas o Tio Favorino resistia. Dizia: “não isso aqui vai ser para o futuro”. E não concordou. E aí, em 1993, veio o Decreto 750, que inviabilizou a exploração da madeira nativa. Logo depois, ele nos falou: “olha, já que não dá, vamos preservar. Vamos deixar a área intacta. Ou nossa área valerá por um todo, ou não valerá nada”. Porque surgiam propostas, na época, de pessoas que se interessavam em fazer a extração clandestina e ilegal. E ele nunca concordou com isso. Além de não ver sentido, ele julgava que o risco final de ser pego pela fiscalização seria dele, como proprietário. Aí se manteve a área intocada, sempre levando a risca aquela orientação que ele nos passou. Mapa da área da reserva Legenda: área de mata nativa área de reflorestamento O sonho do parque Passamos a entender que a preservação para fins ambientais é mais interessante. Por isso, passamos a almejar a criação de um parque ambiental pelo poder público, na expectativa que aconteça o pagamento de uma justa indenização por tudo o quanto investimos, seja na aquisição da área, seja nos melhoramentos e benfeitorias realizados, seja na manutenção do terreno, seja na preservação da flora e da fauna. Evidentemente, para isso é necessário uma avaliação independente. Nós teríamos um gosto imenso de que houvesse alguma coisa nesse sentido [do parque natural]. Porque a gente poderá, então, dizer: olha, aquilo ali foi da Madeireira São Joaquim, que pertenceu aos nossos pais e, hoje, é uma reserva ambiental que serve a toda a comunidade da região. Seria muito gratificante ver aquela área aberta a visitas e a atividades ligadas ao conhecimento. Isso teria, para nós, um valor muito grande. E isso era um sonho do Tio Fauro. E, depois, Tia Lidia aderiu à ideia. Nosso objetivo não é buscar vantagens pessoais. Seria a realização desse sonho. É claro que, com a criação do parque, a justa indenização à família é uma necessidade. Iniciativas e conversas já foram feitas em anos anteriores com a administração municipal, mas os esforços do pessoal da prefeitura, em Florianópolis e em Brasília, esbarraram em alguma coisa. Não foram conseguidos os recursos para fazer os estudos iniciais para que as conversações pudessem prosseguir. ANO 1 - Nº 6 • Edição Mensal - Outubro/2013 • Jornal da Criança de Santa Rosa de Lima Distribuição gratuita. Venda Proibida. CHEGAMOS EM OUTUBRO... PARABÉNS: DIA 12 É SEU DIA! NO DIA 12 DE OUTUBRO COMEMORAMOS, NO BRASIL, O DIA DAS CRIANÇAS. PARABÉNS PARA VOCÊ E TODAS AS OUTRAS CRIANÇAS DO MUNDO. E OLHA QUE VOCÊS SÃO MAIS DE DOIS BILHÕES! VOCÊ SABIA QUE NOS OUTROS PAÍSES O DIA DAS CRIANÇAS É COMEMORADO EM MOMENTOS E DE FORMAS DIFERENTES? EM GRANDE PARTE DO MUNDO, COMEMORA-SE O DIA DAS CRIANÇAS EM 20 DE NOVEMBRO, DATA NA QUAL, NO ANO DE 1959, FOI APROVADA A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA, UM DOCUMENTO MUITO IMPORTANTE QUE DIZ QUE TODA CRIANÇA TEM DIREITO À EDUCAÇÃO, AO AMOR E AO AFETO, AO LAZER, A UMA BOA ALIMENTAÇÃO E MORADIA, ENTRE OUTRAS COISAS QUE SÃO TÃO IMPORTANTES PRA SER UMA CRIANÇA FELIZ E SAUDÁVEL! MAS EXISTEM OUTROS PAÍSES QUE TÊM SEU DIA PRÓPRIO: NA ÍNDIA É EM 14 DE NOVEMBRO; EM PORTUGAL E MOÇAMBIQUE, DIA 1° DE JUNHO. NA NOVA ZELÂNDIA, O DIA NÃO É FIXO: É SEMPRE NO ÚLTIMO DOMINGO DE OUTUBRO. NO JAPÃO, OS MENINOS TÊM UM DIA (05 DE MAIO), E AS MENINAS, OUTRO (03 DE MARÇO). NO BRASIL, QUEM ESCOLHEU O DIA 12 DE OUTUBRO PARA SER DAS CRIANÇAS FOI UM POLÍTICO, UM DEPUTADO CHAMADO GALDINO DO VALLE FILHO, QUASE CEM ANOS ATRÁS: NA DÉCADA DE 1920. A FORMA DE COMEMORAR O DIA DAS CRIANÇAS TAMBÉM NÃO É A MESMA NO MUNDO TODO! NA NOVA ZELÂNDIA, A CADA ANO AS CRIANÇAS ESCOLHEM UM ANIMAL NATIVO PARA HOMENAGEAR. NO JAPÃO, NO DIA DOS MENINOS AS FAMÍLIAS EXIBEM CAPACETES DE GUERRA TRADICIONAIS, E COMEM BOLINHOS DE ARROZ ESPECIAIS. NO DIA DAS MENINAS, SÃO ORGANIZADAS FESTAS E EXPOSIÇÕES DE BONECAS. AQUI NO BRASIL MUITAS CRIANÇAS GANHAM PRESENTES. ESSA FORMA DE COMEMORAÇÃO NÃO COMEÇOU NA ÉPOCA DO DEPUTADO GALDINO, MAS QUARENTA ANOS DEPOIS, NA DÉCADA DE 1960, DEPOIS QUE UMA FÁBRICA DE BRINQUEDOS SE JUNTOU COM UMA MARCA DE PRODUTOS PARA BEBÊS, E FIZERAM UMA GRANDE PROMOÇÃO PARA ESTA ÉPOCA DO ANO, INCENTIVANDO QUE AS FAMÍLIAS DESSEM PRESENTES. POIS É, EXISTEM MUITOS DIAS E FORMAS PARA COMEMORAR O DIA DAS CRIANÇAS NO MUNDO. TAMBÉM EXISTEM MUITAS FORMAS DE SER CRIANÇA NO MUNDO. O CRIANÇA SRL DESTE MÊS É UM CONVITE PARA VOCÊ PENSAR SOBRE ISTO! MESMO JÁ FAZENDO MAIS DE 50 ANOS QUE A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA FOI APROVADA, MUITAS CRIANÇAS AINDA NÃO TÊM SEUS DIREITOS GARANTIDOS. A MAIORIA DESSAS CRIANÇAS É MUITO POBRE. E POBREZA, NESSE CASO, NÃO SIGNIFICA NÃO PODER COMPRAR UM CELULAR OU UM TÊNIS MAIS MODERNO. NO MUNDO, DUAS DE CADA DEZ PESSOAS VIVEM COM MENOS DE DOIS REAIS POR DIA. COM ISSO, NEM SEMPRE DÁ PARA GARANTIR ÀS CRANÇAS UMA BOA COMIDA, UM LUGAR PARA MORAR, ÁGUA POTÁVEL... A MAIORIA DESSAS CRIANÇAS VIVE EM PAÍSES POBRES, SOBRETUDO NA ÁFRICA. MAS HÁ TAMBÉM PAÍSES COMO O BRASIL, QUE NÃO SÃO TÃO POBRES, MAS ONDE HÁ MUITA DESIGUALDADE: GENTE COM MUITO DINHEIRO E GENTE COM MUITO POUCO DINHEIRO. HÁ TAMBÉM CRIANÇAS QUE NÃO TÊM SEUS DIREITOS GARANTIDOS POR VIVEREM EM LUGARES ONDE ESTÃO ACONTECENDO GUERRAS, PRINCIPALMENTE NO ORIENTE MÉDIO... México: esse é Abel posando com todos os seus brinquedos. Ele mora em uma pequena cidade do México e gosta muito de brincar de carrinho. Alaska: Esse é Calum com seus brinquedos preferidos. Ele tem quatro anos, e vive no Alaska, onde é muito frio e há muita neve. Haiti: essa é a Bethsaida, ela mora em Porto Príncipe, no Haiti, e há dois anos sua casa foi destruída por um grande terremoto. Ela mora em um abrigo e todos os seus brinquedos vieram de doações. Bethsaida quer ser cabelereira e gostava de treinar em sua boneca, mas seu irmão cortou os cabelos desta. Costa Rica: esse é o Teynor. Ele mora pertinho do mar, na Costa Rica, e seu pai é um apaixonado por carrinhos miniatura, tem mais de 200. Teynor acabou de começar sua própria coleção! BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS PELO MUNDO COMO FALAMOS ANTES, EXISTEM MUITAS FORMAS DE SER CRIANÇA NO MUNDO. ESSAS FORMAS INCLUEM OS DIFERENTES IDIOMAS QUE SE FALA, OS JEITOS DE MORAR E SE VESTIR, A ALIMENTAÇÃO, AS TRADIÇÕES... E TAMBÉM OS BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS PREFERIDOS. VEJA ABAIXO UM GRANDE MAPA DO MUNDO E UM POUCO DAS FORMAS DE BRINCAR DE CRIANÇAS DE DIFERENTES LUGARES! AS FOTOS SÃO DE UM ARTISTA CHAMADO GABRIELE GALIMBERTI (LEIA O BOX!) E RETRATA AS CRIANÇAS COM SEUS BRINQUEDOS PREFERIDOS. Gabriele Galimberti As fotos das crianças com seus brinquedos preferidos fazem parte de um projeto chamado Toy Stories (Histórias de Brinquedo, em inglês), do fotógrafo italiano Gabriele Galimberti. Ele passou 18 meses (um ano e meio) viajando pelo mundo para fotografar mais de 30 crianças de diferentes países com seus brinquedos preferidos. O fotógrafo disse que percebeu diferenças, e que os brinquedos preferidos e a forma como se relaciona com eles refletem muito o ambiente em que cada criança vive. Mas também percebeu semelhanças, como por exemplo um menino dos Estados Unidos e uma menina africana que acreditavam que seus dinossauros de plástico os protegem dos perigos. Brasil: você! Quais seus brinquedos e brincadeiras preferidos? Alemanha: uma brincadeira que é muito popular entre as crianças alemãs parece-se com o nosso escondeesconde, mas ao avesso. Neste jogo, apenas uma criança se esconde e todas as outras procuram. Quem encontra a criança escondida fica junto com ela no esconderijo, que vai se enchendo até sobrar uma só criança, que será a próxima a se esconder. Itália: Essa é Alessia. Ela cresceu em uma fazenda no interior da Itália e ama ajudar os avós trazendo comida para as vacas com seus brinquedos preferidos Líbano: Esse é Taha, ele nasceu na Palestina mas sua família precisou se refugiar no Líbano. Taha não teve dúvidas para dizer qual seu brinquedo preferido, porque este carrinho é seu único brinquedo. Japão: o jô-quem-pô é muito popular neste país. As crianças brincam como aqui, fazendo gestos que representam papel, pedra ou tesoura. A diferença é que lá do outro lado do mundo elas gritam “jan-ken-pon!” China: Essa é Cun Zi Yi, ela acabou de fazer três anos e já ganhou muitos brinquedos. Brinca com todos e não sabe dizer qual seu preferido. Filipinas: Jaqueline tem muitos brinquedos, e seu preferido é uma boneca da Sininho que ganhou de sua melhor amiga. Seu pai é fotógrafo de moda e, quando crescer, ela quer ser modelo. Índia: Shaira vive em um apartamento no 18º andar, de onde vê toda a cidade. Seus brinquedos preferidos são os jogos de tabuleiro Zambia: Essa é Maudy, ela nasceu em um pequeno vilarejo do Zambia, onde não há nenhuma loja, restaurante ou hotel. Por isso, as crianças não costumam ter brinquedos, e brincam na rua. Mas Maudy e seus amigos tiveram a sorte de encontrar na rua uma caixa cheia de óculos, que deve ter caído de um caminhão. Então, esse se tornou o brinquedo deles! Botsuana: essa é a Botlhe com seu único brinquedo, o macaco. Ela mora em uma comunidade em que há apenas um banheiro para cada quatro famílias. Botlhe tem muitos amigos e gosta mesmo é de brincar na rua com eles! Austrália: esse é o Lucas e seu sonho é trabalhar no metrô (um trem embaixo da terra). Seus brinquedos preferidos são os trens. UM E SETE (Conto de Gianni Rodari) CONHECI UM MENINO QUE ERA SETE MENINOS. SEU NOME ERA PAOLO, VIVIA EM ROMA E SEU PAI ERA CONDUTOR DE BONDE. MAS TAMBÉM VIVIA EM PARIS E SE CHAMAVA JEAN E SEU PAI TRABALHAVA NUMA FÁBRICA DE AUTOMÓVEIS. TAMBÉM VIVIA EM BERLIM E ALI SEU NOME ERA KURT E SEU PAI ERA PROFESSOR DE VIOLONCELO. MAS ELE TAMBÉM VIVEU EM MOSCOU, SEU NOME ERA YURI COMO GAGARIN, E SEU PAI ERA PEDREIRO E ESTUDOU MATEMÁTICA. TAMBÉM VIVIA EM NOVA YORK, SE CHAMAVA JIMMY E SEU PAI ERA DONO DE UM POSTO DE GASOLINA. QUANTOS FORAM? CINCO. FALTAM DOIS. UM SE CHAMAVA CHU, VIVIA EM XANGAI E SEU PAI ERA PESCADOR. E O ÚLTIMO SE CHAMAVA PABLO, MORAVA EM BUENOS AIRES E SEU PAI PINTAVA CASAS. PAOLO, JEAN, KURT, YURI, JIMMY, CHU E PABLO ERAM SETE, MAS ERAM SEMPRE O MESMO MENINO. TINHA OITO ANOS, SABIA LER E ESCREVER E JÁ SABIA COMO MONTAR A BICICLETA SEM SEGURAR O GUIDOM. PAOLO TINHA CABELO CURTO, JEAN ERA LOIRO, KURT É CASTANHO, MAS ELES ERAM O MESMO MENINO. YURI TINHA A PELE MUITO BRANCA, CHU TINHA PELE AMARELA, MAS ELES ERAM O MESMO MENINO. OS FILMES QUE PABLO VIAM ERAM EM ESPANHOL, ENQUANTO JIMMY VIA EM INGLÊS, MAS ERAM O MESMO MENINO. ELES RIAM NO MESMO IDIOMA. AGORA OS SETE SÃO CRESCIDOS E JÁ NÃO PODEM DECLARAR GUERRA PORQUE OS SETE SÃO O MESMO HOMEM. ROMA, PARIS, BERLIM, MOSCOU, NOVA YORK, XANGAI, BUENOS AIRES... VOCÊ SABE EM QUE PAÍSES FICAM AS CIDADES EM QUE OS MENINOS MORAVAM? ROMA É UMA CIDADE DA ITÁLIA; PARIS FICA NA FRANÇA; BERLIM, NA ALEMANHA; MOSCOU, NA RÚSSIA. ESSES QUATRO PAÍSES FAZEM PARTE DO CONTINENTE EUROPEU. NOVA YORK É UMA CIDADE DOS ESTADOS UNIDOS, NA AMÉRICA DO NORTE. XANGAI FICA NA CHINA, NO CONTINENTE ASIÁTICO. BUENOS AIRES É A CAPITAL DA ARGENTINA, AQUI BEM PERTINHO DE NÓS, NA AMÉRICA DO SUL. UFA, QUASE DEMOS A VOLTA AO MUNDO! Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL 15 Família SRL Adolfo Wiemes Educando em família O dia 12 deste mês de outubro é o “dia das crianças”. Lamentavelmente, também essa data acabou sendo transformada em apenas mais oportunidade para a indústria e o comércio venderem. Você sabia que só no natal eles vendem mais do que no dia das crianças? Porque esse dia é visto, pelos familiares, apenas como um momento de dar brinquedos e outros presentes. Quero, por isso, lembrar que mais importante para as crianças é ter o pai e/ou a mãe, assim como a família, presentes na educação delas. No dia a dia. A cada dia. Vou contar alguns casos e propor reflexões a partir deles. Depois, apresento os dez mandamentos para a paz na família. Caso 1: Aconteceu um fato ruim com o filho. Na casa, de um lado, gritos de irritação do pai. De outro, lágrimas: – Eu estava prevendo esse fiasco... Mas é bom que ele tenha levado na cabeça. Meu filho que aprenda da vida! Porque a vida, e mais ninguém, é que deve educar meus filhos. Como pai, apenas observo e registro os fatos. Não gosto de intervir. A natureza vai achar o bom caminho, por si mesma. Não quero me incomodar. Nem tenho tempo para isso! Caso 2: Uma mãe na sala da direção da escola: – Senhora diretora, daqui por diante, as professoras é que vão educar essa garota. Eu já desisti. Não consigo nada. Nem adianta mais dar conselhos. Tudo o que as senhoras fizerem aqui na escola estará bem. Para refletir: “Os pais, que transmitiram a vida aos filhos, têm uma gravíssima obrigação de edu- car a prole, e por isso, devem ser reconhecidos como seus primeiros e principais educadores. Esta função educativa é de tanto peso que, onde não existir, dificilmente poderá ser suprida”. (Declaração “Gravissimum Educationis” do Concílio Vaticano II, n.3). Caso 3: O filho entrega um bilhete da professora. – De novo? O que é esta criatura quer? Já faz tempo que estou descontente com essa escola. Os pais colocam lá seus filhos para que aprendam a ter modos e a ser responsáveis. Até hoje não se viu melhora nenhuma dos nossos filhos. Nós não podemos cuidar disso em casa. Para refletir: “A família é a primeira escola das virtudes sociais de que todas as sociedades têm necessidade”. (Declaração “Gravissimum Educationis” do Concílio Vaticano II, n.3) Caso 4: Veio um convite para a reunião de pais e mestres. – Essa é boa... Eu ir à reunião de pais e mestres! Para que? Se os professores não sabem educar, que fechem aquela espelunca! Eles lá, nós aqui! Ou será que eles ainda querem roubar as poucas horas livres que os pais tem para o justo e merecido descanso no fim do dia? Para refletir: “(A escola) constitui como que um centro em cuja operosidade e progresso devem tomar parte, juntamente, as famílias, os professores, os vários agrupamentos humanos que promovem a vida cultural, cívica e religiosa, a sociedade civil e toda comunidade humana”. (Gravissimum Educationis, n. 5). Dez mandamentos para a paz na família I. Tenha fé e viva a Palavra de Deus, amando o próximo como a si mesmo. II. Ame-se, confie em si mesmo, em sua família e ajude a criar um ambiente de amor e paz ao seu redor. III. Reserve momentos para brincar e se divertir com sua família, pois a criança aprende brincando e a diversão aproxima as pessoas. IV. Eduque seu filho através de conversa, do carinho e do apoio e tome cuidado: quem bate para ensinar está ensinando a bater. V. Participe com sua família da vida da comunidade, evitando as más companhias e diversões que incentivam a violência. VI. Procure resolver os problemas com calma e aprenda com as situações difíceis, buscando em tudo o seu lado positivo. VII. Partilhe seus sentimentos com sinceridade, dizendo o que você pensa e ouvindo o que os outros têm para dizer. VIII. Respeite as pessoas que pensam diferente de você, pois as diferenças são uma verdadeira riqueza para cada um e para o grupo. IX. Dê bons exemplos, pois a melhor palavra é o nosso jeito de ser. X. Peça desculpas quando ofender alguém e perdoe de coração quando se sentir ofendido, pois o perdão é o maior gesto de amor que podemos demonstrar. COMUNIDADE RIO SANTO ANTÔNIO Mariléia Torquato | Carol Rodrigues O Inverno vai embora... Depois de nos ter proporcionado tão belas imagens, o inverno se afasta. Leva consigo o frio e deixa conosco as lembranças de espetáculos jamais vistos em anos anteriores. Por aqui, o inverno foi bem rigoroso e castigou nossos agricultores, nossa plantações e até elementos de nossa paisagem. Agora, é preciso renovar todo o plantio, pois o que estava vivo em um dia, no outro já estava destruído pela geada. E assim segue, estação após estação, a vida dos agricultores: plantar e correr o risco de não colher, devido as intempéries. Fica a expectativa de saber se no próximo inverno a lida campeira será tão gelada como foi neste. ... E chega a Primavera... A mãe natureza dá sinais de que é época de voltar ao plantio. As árvores renovam suas folhas. Flores formam belos jardins. Brotos adormecidos ressurgem com todo vigor. Agora, a “luta” do homem e da mulher do campo aumentam. Com muito amor e dedicação, eles e elas se dedicam ao cuidado com a sua terra e com seus animais. É preciso não só arar e plantar, mas também zelar com carinho e respeito pelas plantas, pelo gado e pelo meio ambiente. É hora de produzir bem. Nossa agricultura hoje está bem diversificada. Além de todas as culturas de subsistência, algumas famílias ingressaram no mercado dos alimentos orgânicos. Com isso, Santo Antônio acompanha um grande desafio para Santa Rosa de Lima e para o Brasil: produzir alimentos de alta qualidade nutritiva e livres de agrotóxicos e fertilizantes de síntese. Hoje, existem muitos insumos que levaram e levam os agricultores a largarem a sua “fiel companheira enxada”. Muitos desses “mata-matos” põem em risco nossa humanidade e nosso meio ambiente. Por aqui, graças a Deus, nossos colonos ainda resistem a estas técnicas e muitos deles realizam as práticas tradicionais, herdadas dos nossos antepassados. Espetáculo Uma das tantas belezas que a natureza nos oferece nesta nova estação pode ser apreciada na propriedade de Seu Valmor Torquato. Um pé de pera, com aproximadamente 25 anos, completamente florido. Porque é primavera! 16 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL EDUCAÇÃO TRANSPARÊNCIA Lei do Piso Salarial Transferências para SRL continuaram crescendo Na edição de junho, o Canal SRL publicou uma reportagem sobre a não efetivação da Lei do Piso Salarial do Magistério em Santa Rosa de Lima. E continuou acompanhando o assunto para bem informar o leitor. Na edição de junho, a partir dos dados disponíveis no site na internet da Federação Catarinense de Municípios (http//receitas.fecam.org.br) já havíamos apontado uma tendência de crescimento das transferências para o município de Santa Rosa de Lima. Ganhavam destaque o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e o ICMS (Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação) com crescimentos respectivos de 5% e 7,9%. Naquele mês o município já havia recebido quase 240 mil a mais do que no mesmo período em 2012. Executivo municipal não cumpre compromissos e professores querem presença do sindicato Setembro passou e não foi cumprido o compromisso do executivo municipal com o atendimento da lei do Piso Salarial do Magistério. Segundo informações prestadas em junho pelos secretários municipais Rudinei Pacheco (educação) e Edson Vandresen (finanças), a prefeitura não poderia repassar o reajuste determinado pela lei para 2013 (7,97%), pois tal incremento na folha de pagamento dos professores faria com que a administração municipal ultrapassasse o “limite prudencial” da lei de responsabilidade fiscal. Segundo os secretários, naquele mês a folha representaria 51.3%. Passados três meses, os professores não receberam sequer os 3% de reajuste prometidos pelo executivo. Uma sequência de conversas e promessas No dia 4 de fevereiro, a prefeita Dilcei Heidemann e o secretário de educação Rudinei Pachedo estiveram no Centro Educacional e, na presença de diversos professores, garantiram que o piso nacional seria pago à rede municipal. Em maio, o mesmo compromisso foi assumido no gabinete da prefeita. Na oportunidade, a chefe do poder executivo afirmou que o valor seria repassado em forma de abono. Posteriormente, em uma reunião no Centro de Convivência do Idoso (Salão Velho), frente a uma comissão formada por representantes das três escolas, o executivo municipal anunciou o repasse de 3%, parcelados em três meses a partir de setembro. Consultados, professores afirmaram que, até agora, nada disso foi cumprido e apresentaram como provas seus últimos contracheques. Mudança de cenário parece não ser suficiente Dados apresentados pela própria administração municipal em audiência pública realizada no dia 30 de setembro apontam que a folha de pagamento atinge, hoje, um limite inferior àquele de junho: 49.44%. Dados do Portal da Fecam apontam que as transferências ao município em 2013 são mais de meio milhão de reais maiores, quando comparadas ao mesmo período do ano anterior. Confrontada com estes dados e questionada sobre o cumprimento dos compromissos de reajuste salarial por ela diretamente assumidos com os servidores municipais, a chefe do executivo tergiversou, afirmando que, como tramita na justiça uma ação movida pelo sindicato dos funcionários públicos, a prefeitura decidiu aguardar a decisão do tribunal sobre o reajuste. Neste contexto, os professores solicitam que o sindicato convoque, para o dia 9 de outubro, uma reunião com todo o quadro de funcionários. Como mostram os dados de 2 de outubro, a situação só melhorou para o município. Do início do ano até agora, SRL recebeu 7% a mais do que havia recebido no mesmo período do ano passado. Dizendo de outra forma, Santa Rosa de Lima recebeu de transferências, nesse ano, aproximadamente 424 mil reais a mais do que havia recebido em 2012. No caso do FPM a diferença positiva é de 7,4% e no do ICMS, de 8,3%. O mês de agosto merece ser ressaltado porque, nele, as transferências foram praticamente 20% superiores, tendo o município recebido R$ 114 mil a mais do que em 2012. Em julho a diferença foi de 38 mil reais (+7%) e em setembro os valores foram praticamente os mesmos, com uma leve queda de 0,6%. O que se pode concluir desses dados é que, se estiverem dadas as mesmas condições na administração municipal, quanto ao recebimento de recursos financeiros a situação é bastante favorável para as realizações e o cumprimento de compromissos. Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL 17 SRL: Eu conheço e Valorizo! Maria Sarah Vidal - Engª Agrônoma. Em meio a Serra Geral, o Rio Braço do Norte e as pessoas Contemplo Santa Rosa de Lima, entre um passado recente e o presente. Lembro minha chegada ao município, em maio de 1999, para ser parte de um projeto desafiador. Tinha sido contratada, como agrônoma, pelo “Desenvolver”. Uma ação de desenvolvimento concebida pela Agreco e pelo Cepagro (Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo), que tinha a perspectiva de levar em conta as características culturais e ambientais da região das Encostas da Serra Geral, assim como a demanda por produtos e serviços diferenciados e inovadores. No caso da Agreco, produtos que tivessem valor cultural, social e ambiental, por respeitar os princípios agroecológicos. Ao revisitar Santa Rosa de Lima catorze anos depois, em setembro de 2013, já não encontro apenas uma pequena cidade, mas sim a Capital da Agroecologia. Quantos valores e promessas este reconhecimento carrega! Constato que a dignidade e beleza das pessoas ainda são traços marcantes desse município que me encanta. A começar pelo caminho que a ele conduz, em que, a cada curva, se desvendam maravilhas, fazendo-nos reconhecer que chegaremos ao paraíso. Deparo-me com valores ambientais, humanos, sociais e econômicos e compromissos que ilustram como é possível ter uma vida digna e próspera sem o uso predatório dos recursos naturais e sem relações humanas que degradem. Encontro uma Agreco que deu vida à Cooperagreco e à Acolhida na Colônia, organização que se consolida expandindo sua filosofia por outras regiões do Estado. Recordo-me que quando cheguei, como pernambucana, estranhei o frio. Mas, quase imediatamente, tive a certeza – que só foi crescendo – de fazer parte de um projeto com desafios, aventuras e alegrias, que selariam a minha vida com conhecimento. E fiquei certa da escolha profissional que havia feito. Rapidamente o frio que havia me rece- bido foi amenizado com o acolhimento desse povo, inicialmente desconfiado, mas, que se torna tão amoroso quanto o que havia deixado na minha terra, Pernambuco. Sem esquecer do fogão a lenha que, em cada casa, nos invade com seu calor generoso e envolvente. O que antes era sonho de pessoas, como os Wilsons Schmidts, Thaise, Adilson, Leda, Valnério, Dida, Odair, agora é realidade com uma nova geração: Lucilene, Valdecir, Paulinha, Jackson e tantos outros. Eles iniciaram, permanecem e multiplicam a vontade de viver bem no seu lugar. Na produção, além dos alimentos tradicionais resgatados e valorizados, chegam, agora, as papinhas orgânicas para crianças. E em breve as essências. As hospedagens, que se iniciaram nas residências dos agricultores, agora são feitas em lindas pousadas. Que estão em processo de ampliação para melhor acolher os visitantes e cumprir uma das suas missões que é mostrar como é importante e valiosa a vida dos agricultores e agricultoras. O que mais me emocionou foi ver os filhos e filhas, que saíram em busca de outra forma de vida ou para estudar, e que, agora, retornam e oxigenam as tradições e se abrem para inovações. Santa Rosa de Lima pode, por isso, ser também uma referência de que é possível gerar novas oportunidades para os jovens rurais. Sem esquecer o curso Educação do Campo da UFSC que considero uma grande conquista para o processo de formação e consolidação da agricultura familiar e da agroecologia de Santa Rosa de Lima. Por tudo isso, essa visita me deixou com muito orgulho e felicidade. Sintome muito grata à vida por permitir que eu seja parte de Santa Rosa de Lima, dessa acolhedora família que me adotou, e pelas amizades que guardo no coração. Enquanto o rio Braço do Norte continua a passar... 18 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL Circuito CERAL COMUNIDADE RIO DOS ÍNDIOS Laudir Coelho - Presidente Kelin Dutra | Ivonete Walter Dutra | Milena Dutra Agricultores de verdade Com a chegada da estação de plantio, resolvemos dedicar nossa coluna à agricultura. Realizamos uma entrevista com o casal Roselia May Oenning e Ivo Oenning, que são verdadeiros agricultores. Idas e vindas, lidas e vidas Os dois são filhos de agricultores. Suas origens vêm da roça e da vida simples do campo. Ela morava no Rio dos Índios e ele, no Rio do Meio. Quando se conheceram, ela tinha 18 e ele, 24 anos. Logo, começaram a namorar. Primeiro, os pais eram “um pouco contra”, mas, depois, cederam ao amor do casal. Namoraram apenas onze meses e se casaram. Isso foi há 22 anos. Depois do matrimônio, foram morar no Rio do Meio e tentaram, por cinco anos, a vida na lida do campo. Passaram, então, muitas dificuldades. Uma proposta os levou para Pinheiral (Braço do Norte). Na expectativa de uma vida melhor, foram trabalhar de empregados em uma propriedade com granja e vacas de leite. Ficaram por lá um ano e oito meses e resolveram retornar as suas origens. Voltaram, porque o trabalho que tinham lá não lhes permitia folgas nos finais de semana, além de outras restrições. “Era todos os dias trabalhando para os outros. Para visitar a família, só a cada sessenta dias”, eles contam. Já faz treze anos que regressaram para Santa Rosa de Lima, e vieram morar aqui no Rio dos Índios. Nesse tempo, se dedicam ao cultivo da terra. A principal renda da família provém da fumicultura, que incrementam com a produção de leite e de outras culturas de subsistência. Nos finais de semana, ironia ou não, não há descanso. Eles cuidam do bar da igreja, principal ponto de encontro da comunidade, depois das celebrações dominicais. Para eles, contudo, este trabalho é feito com prazer: “Estar em casa, entre amigos e parentes, cuidando do que é nosso e participando da comunidade é uma grande satisfação”. O casal tem dois filhos, Ricardo, com 11 anos, e Jeferson com 21. E já são avós, pois Jeferson e sua esposa Jaqueline Koch, os presentearam com o pequeno Pedro Henrique. Produções e aspirações O que eles consideram muito ruim é trabalhar com o fumo: “Causa muitos danos à saúde. Além dos enjoos, é um serviço muito penoso”. Por isso, o projeto para a propriedade e para a família é investir mais na produção de leite para, “um dia”, poder abandonar a fumicultura. Hoje eles trabalham igualmente com o eucalipto e pretendem “fazer dinheiro” também com essa atividade. A família produz ainda milho, amendoim, feijão, batata doce, cana de açúcar, aipim, algumas verduras na horta e pomar de frutas. Roselia sempre guarda um sonho. “Às vezes”, pensa em se mudar para cidade e realizar sua grande vontade que é ser cabeleira. Ela acha a vida no campo muito dura e com muitas dificuldades. “Hoje em dia não está fácil trabalhar na lida do campo, por causa do custo de vida que está muito alto. E se você não investir muito em sua propriedade, não terá retorno. Tudo é caro”. Ivo tem conseguido convencê-la a permanecer. Mais do que isso, tem grandes planos para que continuem na agricultura familiar e vivendo na comunidade. Fala com tanto entusiasmo que, ao final, os dois afirmam em uma só voz: “Vamos, sim, continuar no campo!” Roselia e Ivo com o filho Ricardo Instalações elétricas da porta para dentro Nossa cooperativa de distribuição de energia elétrica – CERAL tem algumas preocupações permanentes. A principal delas, certamente, é a de cumprir o dever diário de prover uma energia de qualidade a todos e a cada um dos seus associados e consumidores. Outra, muito importante, diz respeito ao estado das instalações elétricas internas às propriedades, mesmo se tratando, como é sabido, de uma responsabilidade do consumidor. É muito frequente os associados reclamarem da qualidade da energia fornecida pela CERAL, quando na verdade a causa dos problemas que eles enfrentam está nas suas próprias instalações elétricas. Pode ser pela construção inadequada das redes internas; pode ser por falta de manutenção delas; pode ser por mau uso. Há casos, por exemplo, em que o consumidor tem ramal de entrada em três circuitos (trifásico) e constrói internamente um único circuito (monofásico). E no monofásico é que ele conecta toda a sua carga instalada, desde tomadas nas residências para aparelhos eletrodomésticos, até motores elétricos de galpões ou oficinas. A consequência é a so- brecarga dos condutores. Nesses casos, além da perda de qualidade da energia, ocorre uma situação de risco. A “queima” e a perda de equipamentos pode ser o principal resultado indesejado. Por isso, é necessário que, de tempos em tempos, o próprio associado tome a inciativa de contratar um profissional habilitado (técnico eletricista) para efetuar uma vistoria detalhada nas instalações elétricas internas aos domicílios ou propriedades e elaborar um diagnóstico e recomendações. Instalações antigas Um problema comum é a existência de instalações velhas, subdimensionadas e fora dos padrões normativos atuais. Com o tempo e o uso permanente das instalações há o recozimento e a fadiga do material condutor (fios). O mau estado de conservação dos materiais elétricos usados nas conexões, as tomadas e os isolantes podem, também, causar perda de qualidade na energia. E, pior, aumentar muito a possibilidade da ocorrência de curto circuitos. Preventivamente ou mesmo diante de uma situação de problema existente, é importante se fazer uma consulta ao responsável técnico da CERAL, para que ele possa se cientificar do fato e informar o associado ou cliente sobre as soluções possíveis. Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL 19 Espaço d’Acolhida Romeu e Edite Assing Chalé Assing “Acreditamos que o mais importante e o que realmente vale a pena em fazer parte da Acolhida na Colônia não é o retorno financeiro que os turistas nos trazem, mas sim as grandes amizades que construímos com cada um dos nossos visitantes.” Desde a criação da Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral (Agreco), em 1996, nossa família se identificou muito com as ideias e os objetivos da organização. No ano de 1998, com o Projeto de Agroindústrias Modelares em Rede, juntamente com a família do Valnério e da Leda, decidimos nos associar à Agreco e construímos uma agroindús- tria de processamento da cana de açúcar. No ano seguinte, consolidada a produção orgânica na propriedade e apostando no sucesso do empreendimento, vimos surgir mais uma oportunidade de complementação da renda da família: o projeto da Acolhida na Colônia. Naquela época, as pessoas vinham conhecer as iniciativas da Agreco e não havia estrutura para pernoites. Resolvemos, então, abrir as portas de nossa própria casa para acolher os visitantes. E foi assim, durante onze anos, que mantivemos os Quartos Coloniais Assing. Com o aumento da quantidade de turistas, decidimos, em 2010, construir o Chalé Assing. Buscamos oferecer instalações de mais qualidade aos hóspedes, mantendo sempre nosso atendimento próximo e atencioso. Hoje, nossa capacidade de hospedagem é para quatro pessoas. Visando sempre atender melhor nossos hóspedes e visitantes, aderimos junto com a Acolhida na Colônia a um projeto estruturante do SC Rural. Com recursos desse programa, construímos um refeitório, com capacidade para atender até 32 pessoas. Nele, poderemos servir almoços, jantas e cafés coloniais. Além de apostarmos no agroturismo e seguindo os princípios dele, mantemos uma propriedade bem diversificada. Em nossa agroindústria, produzimos melado, açúcar mascavo e cachaça, com cana produzida de forma orgânica na propriedade. Trabalhamos, também, com piscicultura e gado de leite. Pretendemos desenvolver, ainda, através do Projeto Jovem Empreendedor Rural, do Cedejor (Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural), o turismo pedagógico. Nosso filho Leandro elaborou esse projeto porque, para ele, uma das melhores formas de transmitir o conhecimento é por meio da prática. Hoje, nosso turista além de poder participar do dia a dia da propriedade, conhecendo e ajudando nos afazeres agrícolas (inclusive, ele próprio, colher na horta orgânica as verduras que comerá em seguida), pode visitar o engenho de cana, pescar, fazer trilhas ecológicas e tomar banhos de cachoeiras. Informações: (48) 96576790 [email protected] COMUNIDADE RIO BRAVO Karla Folster | Júnior Alberton | Ana Paula Vanderlinde A volta de uma vida digna, de valores e princí- pios... Muitas famílias não conseguiram acompanhar as mudanças das técnicas na agricultura. O trabalho “a braço” foi sendo substituído por máquinas e insumos químicos, havendo uma desvalorização da agricultura familiar e do seu saber. Parecia que só havia essa tendência e que os pequenos agricultores iam se acabar. Entretanto, em vista dos diversos problemas que a produção em grande escala e convencional tem causado ao meio ambiente e a saúde de homens, mulheres, crianças e idosos, uma nova realidade surge na agricultura brasileira. E no Campo do Rio Bravo Alto, também Marluce Israel Werner, 52 anos, representa muito bem esta nova transformação no modo de produzir. Moradora da comunidade do Campo do Rio Bravo Alto ela diz que se sente parte do modelo de agricultura familiar orgânica. Ela começou a plantar verduras de modo sustentável no ano de 2011, incentivada por um agrônomo do município. Esse primeiro plantio tirou Dona Marluce de um serviço árduo. “Tive uma nova chance de fazer meus próprios horários de trabalho e de garantir uma boa renda, além de uma vida mais saudável”, relembra a agricultora. Mais recentemente, cada vez apostando e acreditando mais na produção orgânica, Dona Marluce resolveu fazer uma nova experiência: produzir morangos. Ela plantou mil pés e, segundo informações de técnicos que a acompanham, toda a produção será bem vendida. E se mais tivesse, ainda não daria conta de atender à demanda pelo produto. A plantação está muito viçosa mas dona Marluce disse que de uns dias pra cá alguma coisa vem comendo as folhas dos morangos: “Eu desconfio que pode ser lebre”. Mas a produtora não se dá por vencida. Vai colocar em todos os canteiros uma lona para proteção, o que também ajudará a melhorar a qualidade do produto. Todo o manejo é feito de forma orgânica. Realizando um trabalho ecologicamente correto, ela garante a boa qualidade das frutas, a satisfação dos clientes e o bem estar da família. Assim como Dona Marluce, mais três famílias fazem o plantio de verduras orgânicas na comunidade do Campo do Rio Bravo Alto. Dona Marluce em sua plantação de morangos. 20 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL GOVERNO Foto: André Bianchini. Michel Sombrio (a esquerda) apresentou no gabinete da prefeita relação de convênios. Devolução de convênios, os fatos e as versões No mês de agosto (26), a Prefeitura Municipal de Santa Rosa de Lima distribuiu comunicado à imprensa regional e publicou matéria em seu site em que tratou da necessidade de “devolver valores ao governo estadual”, referentes a convênios firmados em 2011 e 2012. Em seguida, em 2 de setembro, o executivo municipal deu entrada na Câmara de Vereadores ao projeto de lei 31/2013, pelo qual solicitou autorização para “a devolução de saldo de recursos de convênios do exercício de 2012”. O Projeto foi apresentado em regime de urgência urgentíssima. A vereadora Edna Bonetti fez um pedido de vistas, acatado pelo presidente Leonizio Laurindo. Encaminhado às comissões da Câmara, quinze dias depois retornou com parecer favorável e foi aprovado por unanimidade. Impressionou em todo esse processo a forma como a informação foi veiculada e repercutida. Pareceu ter predominado uma versão que levava a pensar que se tratava de algo extraordinário e que teria havido, pelo menos, erro da gestão anterior. Para melhor esclarecer seus leitores, o Canal SRL resolveu apurar o caso. As cooperações e os convênios Grande parte dos recursos aplicados pelas prefeituras é proveniente de cooperações firmadas entre governos. Segundo o portal de convênios do governo federal, convênio é um acordo ou ajuste que disciplina a transferência de recursos financeiros e tem como participantes, de um lado, órgão ou entidade da administração pública federal, e, de outro, órgão ou entidade da administração pública estadual, distrital ou municipal. No caso das prefeituras, o processo acontece da seguinte maneira: os gestores que têm interesse em firmar convênios com o governo, seja ele federal ou estadual, fazem a solicitação e, em seguida, o processo de habilitação. Habilitados, os municípios recebem a homologação e a assinatura do convênio. Aprovada a mútua cooperação, a prefeitura então licita a obra ou bem e, conforme sua execução ou aquisição, o governo realiza o repasse. Os recursos são liberados conforme as medições e informações repassadas. A prestação de contas é o elemento principal para sua realização e finalização. Devolver valores é normal e corriqueiro Michel Sombrio, gerente de convênios da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Braço do Norte (SDR-BN) explica que ao se firmar um convênio se faz uma estimativa de valores de acordo com a proposta que a prefeitura envia. A participação do governo estadual e a contrapartida das prefeituras variam conforme o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cada município. No caso de Santa Rosa de Lima, o Estado repassa 75% do valor total e o 25% restantes serão provenientes de contrapartida da prefeitura. Michel Sombrio destaca que as devoluções de valores em convênios, assim como a realização de aditivos, são normais e corriqueiras. “Quando as prefeituras realizam as licitações, é comum que alguns valores sejam licitados por preços menores que o estimado. O percentual de cada um na contrapartida continua o mesmo. Nesse caso, o valor do repasse do governo estadual tem que diminuir”. O gerente de convênios da SDR-BN Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL diz que dos municípios que fazem parte da região administrativa, as prefeituras de Armazém e Rio Fortuna foram as únicas que fecharam 2102 com todos os convênios em dia. “Armazém prestou todas as contas e Rio Fortuna não tinha nenhum convênio aberto. No caso de Santa Rosa de Lima, alguns convênios venciam no ano anterior, mas foram prorrogados dentro do prazo legal de mais 180 dias. Isso também é comum”. O box deixa claro que a administração anterior de Santa Rosa de Lima não descumpriu os prazos para as prestações de conta. Atualmente, Santa Rosa de Lima tem dois convênios em aberto com o governo estadual. São convênios de 2012 e que estão sendo executados pela atual gestão. Um deles é para a instalação de Academia ao ar livre, no valor de R$ 32.500,00 e, outro, para melhorias de estradas municipais, no valor de R$ 180.000,00. A SDR-BN aguarda a prestação de contas e medições para executar os repasses. Polêmica Analisando o quadro, Michel Sombrio avalia que a polêmica gerada junto à câmara municipal foi desnecessária. “Não precisaria ter passado pela câmara. Eu aconselhei a chamar os vereadores e conversar. Este é um ato do executivo”. Ao mesmo tempo, o gerente de convênios da SDR-BN justifica a cobrança por parte do governo estadual da pronta regularização das possíveis pendências pelas administrações municipais. “Existem cerca de dois milhões de reais que devem chegar aos municípios através do Pacto por SC e não é por causa de cerca de vinte mil reais que uma prefeitura vai barrar todos estes recursos do governo”. A propósito dos investimentos do Pacto por SC na região, a SDR-BN informa que está tudo diretamente ligado ao ritmo de implantação do Fundam. “Era para o programa sair no dia 12 de setembro. Mas até agora não saiu. A previsão é que no início de outubro as prefeituras já possam cadastrar propostas”, estimou Sombrio. Contratempos e mudanças O governo estadual tomou medidas para que essas devoluções corriqueiras deixem de acontecer. Até agora ele repassava antecipadamente o valor integral da participação dele no convênio conforme o estimado. “As prefeituras acabavam usando o valor total do Estado, o que diminuía o valor e participação da contrapartida. Mantida tal situação se estaria descumprindo a lei que determina os percentuais de cada um. As prefeituras deveriam ter criado uma rotina de devolver as diferenças logo após as licitações. Mas isso praticamente nunca aconteceu”, relata Michel Sombrio. O gerente esclarece, ainda, que em alguns casos é possível fazer aditivos para aplicar o valor dessas diferenças, mas que devem estar contemplados já no plano de trabalho. Senão, o dinheiro deve sempre ser devolvido. Dos convênios com Santa Rosa de Lima apenas um poderia ter recebido esse tipo de aditivo. Agora, há um novo sistema em funcionamento: “[O sistema] mesmo cria uma conta, não existe mais cheque, é tudo realizado por transferência. A prefeitura precisa gastar primeiro e só aí nós repassamos o percentual referente ao Estado”. Relação de convênios via SDR DATA DE REPASSE PRAZO FINAL PARA PRESTAÇÃO DE CONTAS VALORES Uniformes típicos alemães 06/07/2012 02/01/2013 R$ 43.350.00 Publicação livro 06/07/2012 02/01/2013 R$ 37.500,00 Dois parques infantis 20/12/2013 19/06/2013 R$ 43.659,00 Dois parques infantis 20/12/2013 19/06/2013 R$ 4.851,00 Melhorias em rodovias municipais 20/12/2013 19/06/2013 R$ 69.000,00 Recuperação vias municipais 20/12/2013 19/06/2013 R$20.000,00 Recuperação vias municipais 20/12/2013 19/06/2013 R$ 46.000,00 CONVÊNIOS Relação de convênios em execução e/ou para serem executados com os governos federal e estadual até dia 31/12/2012 (transição de gestão) Melhoria de estradas municipais Instalação de Academia Ar Livre Quadra coberta Rio do Meio Passarela Ponte Aquisição de 2 ônibus e 1 micro ônibus Aquisição trator agrícola Veículo e equipamentos para saúde Programa Segundo Tempo Reforma Posto de Saúde SC Rural R$ 180.000,00 R$ 32.500,00 R$ 97.253,00 R$ 49.218,00 R$ 687.000,00 R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 R$ 105.000,00 R$ 69.434,00 R$ 1.260.000,00 25 22 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL Promoção da SAÚDE COMUNIDADE RIO DO MEIO Ana Beatriz Kulkamp | Diana Kulkamp | Karine Neckel Oportunidades e apostas; o Rio do Meio torce pelo sucesso Em breve um novo empreendimento deve movimentar a economia aqui do nosso Rio do Meio. Maurino Manoel Felipe e sua esposa Daice Nack estão prestes a iniciar um empreendimento para a produção de móveis planejados e para a reforma de móveis em geral. Maurino tem uma experiência de vinte anos no ramo das madeiras e o casal aposta que constituirá uma boa clientela em Santa Rosa de Lima. “Vimos que era chegada a hora de abrir nossa própria empresa e este é um negócio que está sendo cada vez mais procurado e valorizado por aqui. Na Santa Rosa, não tem ninguém que trabalha com isso e as pessoas precisam ir atrás, em outras cidades”, afirma o casal. Maurino conta que já recebeu algumas propostas de emprego, mas não as aceitou porque acredita no seu sonho e, mais do que tudo, porque gosta muito de trabalhar como marceneiro. “Se algum dia eu tiver que trabalhar em outro ramo, nunca vou abandonar esta profissão”, pondera. A opção de realizar o investimento na comunidade do Rio Meio tem uma explicação clara: “gostamos de morar aqui, um lugar mais calmo e mais perto da natureza”. As máquinas ainda não estão todas instaladas, mas eles já estão recebendo pedidos. O princípio do mês de outubro deve marcar o início das atividades na empresa. As expectativas são grandes. Para os dois e para nossa comunidade. O casal com sua filha Milena na futura marcenaria. Murilo Leandro Marcos As bactérias são as melhores amigas das crianças O corpo humano é composto por cerca de 100.000.000.000.000 (100 trilhões) de células. Dessas, 90% são microrganismos (principalmente bactérias) que habitam nosso intestino, estômago, boca, nariz, garganta, aparelhos respiratório, genital e urinário. Se forem as espécies certas, em quantidades adequadas e nos seus devidos locais, as bactérias tem a potencialidade de conviver harmonicamente com células do nosso corpo, regular processos metabólicos e influenciar positivamente o sistema imunológico das crianças O parto e o início da colonização Durante a passagem pelo canal de parto, somos instantaneamente colonizados por famílias e famílias de bactérias. Bebês que nascem de parto normal começam a adquirir bactérias, ainda durante o parto, de sua própria mãe. Os nascidos de cesareana são colonizados inicialmente por bactérias presentes no ambiente hospitalar, que podem prejudicar o desenvolvimento da microflora intestinal e levar ao aparecimento de doenças. O aleitamento materno complementa esse ciclo de proteção ao transmitir anticorpos (células de defesa) da mãe para o bebê, auxiliando no amadurecimento do sistema imunológico do recémnascido. As “bactérias-amigas” desempenham um importante papel na saúde, ajudando-nos a digerir os alimentos, regular o movimento intestinal e nos proteger de infecções. Desequilíbrios na composição dessas bactérias estão associados a doenças como alergias, câncer, asma, entre outras. A fase oral e a seleção das bactérias Os primeiros dois anos das crianças são marcados, entre tantas descobertas, pelo fato de levarem praticamente tudo à boca: comida, carrinho, tijolo, chaveiro, boneca, pipoca, madeira, caneta... O mundo para as crianças dessa idade é descoberto e saboreado pela boca. Elas mordem, babam, lambem e se deliciam com os objetos e sabores mais inusitados. Alguns pais e mães acham normal. Outros, moderados, criam algumas restrições. E há aqueles que evitam que qualquer coisa chegue à boca de seus pequenos. Esses últimos, por melhores que sejam suas intenções, podem na verdade estar contribuindo negativamente para a saúde dos filhos. Ao bloquear o contato das crianças pequenas com quaisquer objetos, além de prejudicar a fase do desenvolvimento em que a criança tenta entender e elaborar o mundo através de suas experiências com a boca, bloqueiam outro momento: aquele em que diferentes bactérias são incorporadas ao organismo da criança. Cada ação é uma experiência: se houver num brinquedo uma “bactéria ruim”, a criança poderá ter uma diarréia por 2 ou 3 dias. Se houver uma “bactéria amiga”, o organismo da criança ganha um aliado. Em ambos os casos, a criança sai fortalecida. A teoria da vitamina S Cada vez mais a ciência tem estudado o papel positivo que as bactérias podem desempenhar no nosso organismo. Tanto é verdade que existe até um nome para homenageá-las: a “vitamina S” (o S é de sujeira). Recentemente, cientistas conseguiram evitar o surgimento de doenças inflamatórias em ratos expondo-os a certas bactérias quando filhotes. Outros estudos mostram que alguns pacientes conseguiram controlar a doença de Crohn (inflamação intestinal crônica) com a ingestão de uma preparação de microorganismos. Pesquisas experimentais na Europa têm relacionado desequilíbrios na flora intestinal com piora do quadro em pacientes com diabetes e obesidade. A ideia de que as bactérias são perigosas e nocivas é uma verdade médica aceita por muito tempo. O mais interessante é que com todas essas descobertas esse princípio está caindo por terra. A teoria que justificou a invenção dos antibióticos pode agora dar lugar a tratamentos protagonizados por bactérias. A cura para diversas doenças pode estar numa melhor relação entre nós e os microorganismos. Por isso, neste dia das crianças, pense: qual a bactéria mais saudável para meu filho? Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL 23 Estudantina Hédipo Leonardo da Silva O TERÇO Grande responsabilidade para pouca idade Sair do ensino médio já tendo que decidir o que vai se fazer para o resto da vida é uma pressão e tanto. Principalmente para alguém que, na maioria dos casos, tem menos de 20 anos de idade. E essa é a nossa realidade. Quando saí do ensino médio estava convicto de qual curso superior iria fazer: História. Para alguém que, um ano antes, dizia aos quatro ventos que não iria estudar além do terceirão, isso já era uma grande coisa. Na vida, algumas coisas nem sempre são como a gente imagina. Naquele momento, não havia curso de História disponível na universidade mais próxima. E, então, o que fazer? Pensei em outros cursos como o de Direito. Cheguei até a prestar vestibular e a ser aprovado. Eu ainda não tinha certeza, todavia, se era isso o que eu queria mesmo. Tanto que passei também no vestibular para Ciências Biológicas. Mais uma vez, aquela mesma dúvida me bateu e acabei por não cursar. Resolvi esperar um ano, para ver nesse período abriria uma nova turma de História. Tal opção gerou desconfiança por parte da família que, como na maioria dos casos, achou ruim que eu não entrasse imediatamente na universidade. Está aí uma bobagem que a maioria das pessoas pensa. Ora, você não vai ficar menos inteligente se não estudar durante um ano. E esse um ano me fez tanto bem... Naquele período, pude amadurecer e perceber tantas coisas. Eu recomendo a todos aqueles que estão indecisos ou que não sabem o que cursar a parar e pensar, ao invés de “jogar dinheiro fora”. É certo que não basta ficar esperando um ano, sem analisar todos os prós e contras de sua decisão. A dica é pesquisar, ler, buscar informações. É importante que descubramos o que realmente queremos. Anote aí E é compreensível que, em alguns momentos, a gente acabe ficando até mais indeciso. Comigo aconteceu isso. Creio que cursar por cursar, sem gostar ou sem ter aptidões ou vocação não é legal. Ninguém fica menos capaz por amadurecer uma decisão. Enfim, passado o ano, História ainda não estava disponível na Universidade que eu queria cursar. Acabei sucumbindo à pressão da família e resolvi arriscar. Hoje, não me arrependo. Havia uma segunda opção e resolvi cursá-la por um semestre para ver como era. Atualmente, posso afirmar, com todas as letras, que a minha escolha foi muito boa! Estar na universidade é estar em outro mundo, com outras pessoas, com outras culturas. Identifiquei-me desde o início com o curso de Jornalismo e com as pessoas que lá estavam. Jornalismo não é difícil como pensei que seria. Pelo menos, não pra mim. Desde que você goste de ler e de escrever é um curso que encanta. Na verdade, quando se quer alcançar um objetivo, as coisas se tornam menos difíceis. No meu caso, a segunda opção foi um “achado”. Quando não se tem uma segunda opção ou não se quer arriscar, o bom é estudar, pesquisar, procurar saber mais sobre o assunto. Refirmo que os jovens não devem ter medo de dar um tempo na escolha do curso superior e, por consequência, da profissão que vai exercer. Afinal é melhor ter um pouco mais de certeza, do que, depois, se arrepender e voltar a ter dúvidas sobre o que fazer da vida. ! E chega a nova temporada A partir de 4 de outubro, o Balneário Para- É festa no interior A comunidade de Rio do Meio convida você e sua família para a festa em honra a Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro de 2013. íso das Águas, estrutura que mais recebe visi- Programação: 10:00 horas - Missa de Nossa Senhora Aparecida. 12:00 horas - Feijoada com risoto e salada. 14:00 horas - Tarde recreativa com sorteio de brindes e jogo de lata. O Grupo de Jovens Juventude Unida de Rio do Meio realizará o sorteio da rifa. A comissão organizadora agradece, desde já, a presença de todos nagem. Já no sábado, dia 5 de outubro, uma tantes em SRL, reabrirá para nova temporada. Durante o inverno, foi realizada uma ampla reforma das instalações, com pintura, revestimento da piscina, embelezamento e jardiprimeira atração: a Opção Modas realizará um desfile primavera/verão às 19 horas. Ao longo da temporada, o Balneário estará aberto todos os dias, esperando você com aquela água quentinha e terapêutica para o banho de piscina ou de banheira, além do restaurante com petiscos, almoço e bebidas. Tudo feito com muito cuidado e carinho. Pe. Pedrinho “Nós vamos pra Missão, nós vamos trabalhar. É Deus que nos envia, para a vida transformar!” Com esse refrão de uma das nossas canções missionárias chegamos até você nesse mês dedicado às Missões. Somos todos desafiados a sermos missionários e missionárias. Recordando que ser missionário ou missionária não significa ter que deixar a terra natal e ir para terras distantes. Somos todos desafiados a assumir nossa missão de batizados onde quer que estejamos. Missão confiada a cada um de nós. Ser presença de Jesus no trabalho, no estudo, no lazer, em nosso lar. Se colocarmos em prática as lições deixadas por Jesus de Nazaré transformaremos o mundo a partir de nossa realidade. Jamais poderemos esquecer de todos os que se lançam como missionários em terra de missão. Que deixando sua terra partem para outras com o desejo de servir a outros irmãos e irmãs que sentem a necessidade de auxílio. São muitos os leigos e leigas, sacerdotes, religiosos e religiosas que deixando suas famílias e suas cidades evangelizam em outras terras. Por esses devemos rezar pedindo a proteção do Senhor, pois em nome da Igreja estão testemunhando a fé. Cabe-nos pensar: “E eu que estou fazendo para que Jesus Cristo seja mais conhecido e dessa forma mais amado? Tenho assumido minha missão de ser discípulo de Jesus? Tenho praticado o bem? Promovido a justiça? Acolhido a todos? Denunciado a maldade? A missão de todo batizado não é apenas rezar ,mas colocar em prática o que Jesus ensinou. Santa Teresinha do Menino Jesus é a padroeira das missões, celebrada no dia 1º desse mês. Mesmo sem sair do convento, tinha em seu coração ardente desejo de evangelizar e por isso é a padroeira de todos os que se lançam na missão. Que o amor dessa santa tão querida nos desperte para a missão. Nesse mês também celebraremos São Francisco de Assis, jovem corajoso que abandonou todos os seus bens para servir os pobres vivendo como pobre, despertando a tantos para amar e servir. Recordaremos com carinho a Padroeira do Brasil, a Virgem Mãe Aparecida, imagem encontrada nas águas do Rio Paraíba. Aquela imagem de negra cor nos ensina que somos irmãos e que não pode haver entre nós alguém que ainda use de discriminação por causa da religião, raça ou cor. O sangue que corre em nossas veias é da mesma cor, somos herdeiros do mesmo céu, filhos do mesmo Pai. Longe de nós esteja todo racismo. E mais uma vez nossos jovens demonstrarão o seu vigor no Encontro de Jovens Cristãos: ENJOCRI, no dia 20 desse mês na Paróquia de Treze de Maio. Todos os jovens são desafiados a participar. E coroaremos esse mês com a Missa da Juventude na Matriz de Rio Fortuna dia 27 ás 19:30h. Deus abençoe a todos! 24 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL Maratcha Edésio Willemann Dauri Vanderlinde completa mais um ano de vida, no dia 14 de outubro. Parabéns e muitos anos de vida, é o que desejam toda sua família e seus amigos. E eles mandam um recado: “E aí? Vai ter festa?” M&M A correspondente do Rio dos índios deste Canal SRL e também princezíssima da Gemüse Fest, Kelin Dutra, completa mais um aninho de vida em 25 de outubro. Toda a equipe do “O Ronco” deseja muitas alegrias e vitórias. Seus familiares e em especial seu namorado Alan, se juntam a nós nesses votos. Mentira Edson Baumann A gatinha Luiza Boeger completa três aninhos no dia 08 de outubro. Quem está feliz da vida e babando é a mamãe Denise e o papai Dilnei. Felicidades Luiza! Jaime Eller completou mais um ano de vida dia 16 de setembro. Tudo de bom, muita saúde, paz e felicidade é o que desejam sua mãe, seus irmãos, sobrinhos e amigos. Alcione da Silva Vandresen comemorou mais um ano de vida no mês de setembro. Seu marido Márcio e seus filhos Paola e Jean Marcelo mandam uma mensagem: “Perdoe-nos pelas vezes que falamos sem pensar e te magoamos. Pelas vezes que ao invés de lhe dar as mãos, te viramos as costas. Pelos momentos que não fomos filhos e companheiros. Hoje, depois de tudo, percebemos o que ainda precisa mudar e que você é uma pessoa essencial nas nossas vidas. Obrigado pela dedicação a seus filhos e marido. Um Feliz aniversário”. Gabriel completou seu primeiro aninho no dia 5 de setembro. Os avós, titios e titias e, é claro, o papai Wilmar e a mamãe Luciana desejam toda a felicidade, a paz e o amor do mundo. Parabéns a Karin Luciana. Dia 14 de outubro ela completa seus 22 anos. Seus familiares e em especial sua irmã desejam a você muitos anos de vida. Olha aí o nosso amigo Dailson Schulz. Ele comemorou, no último dia 25, seus 60 anos. E esbanjando saúde. Parabéns “Negão”, por esse dia especial. Os votos de saúde e paz são de todos seus amigos e familiares. Alexandre Schimdt estará comemorando mais um ano de vida, no dia 6 de outubro. Feliz aniversário! Franciele e Vanderson Westphal também sopram velinhas neste mês de outubro. Parabéns aos dois! Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL Maicon Claudino (Pimenta) soprou velinhas em 17 de setembro. Sua família, seus amigos e em especial sua esposa Elisângela torcem pra que tenha muita saúde, sorte e alegrias. 25 Jonas Machado (Nica), muita saúde, sucesso e sorte! Sua família e seus amigos festejaram contigo o dia 25 de setembro e sua companheira Taise faz uma homenagem especial. Juliete Schmoelher soprou velinhas no dia 3 de outubro. Seu aluno José Luiz Roecker Herdt é quem lhe deseja um feliz aniversário. “Que Deus te acompanhe sempre e ilumine teus caminhos, para que prossigas nas trilhas do bem, que possas ser feliz e que continues espalhando paz alegria, amor e simpatia. Feliz aniversário professora”. O casal Leonado e Delicia comemoram seus aniversários. Ela, no dia 27 de setembro. Ele, em 8 de outubro. A homenagem é de seus filhos Vladiomir, Adavilso, Raquel e Jaqueline. As irmãs Joice (29 de outubro) e Jaíne Oenning (23 de outubro) comemoram mais um aniversário. A homenagem é da família. Em especial dos maridos. Muitas felicidades. Valdecir Assing trocou de idade no dia 25 de setembro. Os votos de sucesso e felicidades são de seus familiares e amigos. Jakson Westphal, no dia 6 de outubro troca de idade. Desejamos a ele muita sorte e muitas alegrias. Seu Willi e Dona Erna comemoram no mês de setembro grandes datas. Ela, no dia 02, completou 89 anos e ele, no dia 21, 97 anos. Juntos comemoram 67 anos de vida conjugal. Uma homenagem especial de toda a equipe do Canal SRL e de todos seus amigos e familiares. A comunidade do Rio Bravo agradece a todos pela presença na Festa em Honra a Nossa Senhora da Piedade realizada nos dias 14 e 15 de setembro. 26 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL Esporte Total Ana Maria Vandresen Tigrinhos de Santa Rosa de Lima rugem no Majestoso O cenário foi perfeito para dezoito atletas do Projeto Tigrinhos de SRL. Com idade entre 13 e 14 anos, coube a eles realizar dois jogos preliminares de uma partida do Campeonato Brasileiro da Série A, no Estádio Heriberto Hulse. E justamente no dia 8 de setembro, quando o Criciúma enfrentou um dos grandes do futebol brasileiro: o Botafogo. Os garotos comandados pelo treinador John Warmling não perderam a oportunidade. Venceram as duas partidas. Contra Ermo, por 3 X 0, e contra Jacinto Machado, por 3 x 1. 7º Etapa da Copa Grilo Moto de Motocross Dudu e Germano honraram seus macacões e fizeram suas motos roncarem na cidade das colinas, no final de semana do dia 7 de setembro. Germano venceu as duas baterias das quais participou, na MX1 e na MX2. Já Dudu fez uma ótima corrida na intermediaria e levantou o caneco do primeiro lugar. Na MX2, mesmo tendo cometido um pequeno erro e caído, fez uma prova de recuperação e chegou em terceiro. Na MX1, a disputa acirrada, do começo ao fim, foi com o próprio Germano. Dudu acabou no segundo degrau do pódio. Nossa dupla de pilotos agradece a todos os patrocinadores e pela torcida de todos. Lideres do Campeonato Veterano e feminino seguem com 100% de aproveitamento Os campeonatos de futsal veterano e feminino seguem a todo vapor no Ginásio Municipal. Em outubro, eles entram em suas quintas rodadas. As últimas da primeira fase. Entre os veteranos, o grande destaque fica com a equipe do Fatinha, que não só lidera o campeonato, como já está garantido para a próxima fase. Quatro times brigam pelas três vagas restantes: as equipes do Leke, do Valmir, do Murça e do Neco. No feminino, a situação é parecida. Quem lidera e já assegurou sua vaga para as semifinais foi a equipe do Paraiso das Aguas. Outra equipe já está garantida também: a do Rio do Meio. Assim, a disputa vai ser grande entre três equipes para ver quem fica com as duas vagas restantes. Estão na disputa Leko, Meninas CME e Bela Vista. O Ginásio vai ficar ainda mais lotado e a torcida ainda maior. Uma Homenagem ao nosso amigo e parceiro Mi (a direita), capitão do jogo. SRL na Adesc As meninas das categorias sub 12 e sub 14 estão classificadas para a segunda fase no campeonato regional da Adesc. O próximo jogo está marcado para o dia 19 de outubro. Ainda não se sabe quem serão as adversárias. Já os meninos se despediram da competição com três “chocolates” amargos de Orleans. Na categoria sub 11, o placar foi de 7x0. Na sub 13, de 16 x1. E, finalmente no sub 15, de 5 x 0. Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL CAMPEONATO VETERANO E FUTSAL FEMININO SRL 2013 TABELA DE PONTUAÇÃO VETERANO EQUIPES DA CHAVE “A” P J V E D GC GP SG 1º FATINHA / EDUARDO MAY 12 04 04 00 00 04 11 +07 2º LEKE / BUNECO 07 04 02 01 01 12 13 +01 3º VALMIR R. / CHAVETA 06 04 02 00 02 17 15 -02 4º MURÇA / ADEMARZINHO 06 04 02 00 02 08 15 +07 5º NECO / ADAIR PETRY 03 04 01 00 03 12 08 -04 6º TITO / ILSO BONETTI 01 04 00 01 03 20 11 -09 EQUIPES DA CHAVE “B” P J V E D GC GP SG 1º PARAISO DAS AGUAS 09 03 03 00 00 04 22 +18 2º RIO DO MEIO 09 04 03 00 01 08 14 +06 3º MENINAS CME 03 03 01 00 02 16 10 -06 4º LEKO 03 03 01 00 02 13 06 -07 5º BELA VISTA 00 03 00 00 03 14 03 -11 FEMININO Desfile 7 de Setembro Pelotão da Comissão Municipal de Esporte presente no desfile. 27 28 Santa Rosa de Lima, Outubro/2013, Canal SRL ter no mínimo 18 anos (no dia da eleição). Seria importante que, no mínimo, ele(a) conhecesse as principais funções do vereador(a). Em linhas gerais, elas são: criar leis para o dia-a-dia do município; fiscalizar os atos do prefeito e de seus secretários; e encaminhar as reivindicações da população para a Prefeitura. O tal de Portal Apesar de não estar sempre atualizado, como deveria, e de não ser de uma leitura fácil, o portal da transparência virou uma importante ferramenta para acompanhamento da gestão pública em todas as esferas: municipal, estadual e federal. Através do portal, o cidadão tem acesso a todas as informações relevantes que dizem respeito a receitas e despesas públicas. É um dever de cidadania acessá-lo e conferir o que é feito com o dinheiro público. Engraçado é saber que, recentemente, havia gente investigando para saber “quem passava tantas informações para a oposição”. O “agente secreto” queria saber quem era esse “tal” de Portal. Ser vereador(a) é uma coisa... Para ser candidato a vereador(a) é preciso ser alfabetizado, ter nacionalidade brasileira, ter pleno exercício dos direitos políticos, estar alistado eleitoralmente, ter domicílio eleitoral no município há pelo menos um ano, ser filiado há mais de um ano a um partido político e Ter capacidade para ser vereador(a), é outra... Em recente sessão da Câmara Municipal, instaurou-se uma polêmica sobre o uso (ou, o mau uso...) de veículos públicos municipais. O que mais chamou a atenção do público foi o “desvio” a que se levou a discussão. Após questionamento sobre o uso de veículos da saúde, o vereador líder do governo listou situações supostamente idênticas na gestão anterior. A ele, parece, um possível mau uso anterior seria suficiente para justificar um mau uso atual. Causou mais surpresa ver o mesmo vereador jubilar-se de que estava no seu terceiro mandato e duvidar da capacidade de sua colega vereadora. Mais do que isso, afirmou que a colega vereadora ainda teria que aprender. Considerando que a Câmara é o espaço em que devem se dar debates sólidos e aprofundados sobre as questões de interesse público do município e dos munícipes, soaram estranhos tanto os argumentos rasos, quanto a agressividade e o ataque pessoal. Essa opção demonstraria capacidade? Capacitômetro A dúvida do vereador líder de governo sobre a “capacidade de ser vereadora” da colega que é da oposição e o fato do Canal SRL, com o objetivo de bem informar os seus leitores, vir acompanhando semanalmente todas as sessões da Câmara, levaram este Macau a propor um capacitômetro, ou medidor de capacidades. Para isso, basta criar um “placar das capacidades” dos vereadores ou suas bancadas. Para se conseguir pontos é suficiente cumprir a função: propor projetos de lei, levantar temas importantes para debate, tratar de questões de relevância para a população ou fiscalizar. Periodicamente, serão apresentados os resultados parciais. Primeira parcial: 4 x 0 Com os critérios acima apresentados, até esta edição da coluna, o capacitômetro indica quatro pontos para a bancada de oposição e nenhum para a bancada da situação. Confiram e reflitam: 1º ponto – Projeto de lei do lar legal, que visa regularizar e escriturar os terrenos urbanos que não possuem escritura pública, apresentado pela bancada de oposição. 2º ponto – Debate sobre a passagem da rede da PCH Geracoop pelo centro da cidade, levantado pelos vereadores da oposição e que gerou conquistas. 3º ponto – Manifestação relativa à fiscalização da qualidade estrutura da obra da quadra poliesportiva do Rio Bravo, que resultou, inclusive, em ação do Ministério Público Federal (realizada pelos vereadores Edna Bonetti e Luiz Schmidt). 4º ponto – Manifestação relativa à fiscalização da Coleta dos resíduos sólidos em SRL, em função do aumento exagerado dos custos na atual gestão. Ação também de iniciativa dos vereadores de oposição. “Entulhos autoritários” No lago da PCH da Eletrosul, na comunidade de Nova Fátima, foi colocada uma linha de bóias transversal ao curso do rio. Pelo que foi possível apurar, elas serviriam para sinalizar a possíveis embarcações que não se pode seguir rio abaixo porque a barragem está logo em seguida. Nas últimas semanas, a chuva forte fez acumular nessa linha muita madeira e todo tipo de entulhos. É mais um sinal do desrespeito das PCH com o rio Braço do Norte, com a paisagem e com toda a população local. Trata-se de omissão? A Eletrosul não tem uma equipe de engenharia? Será que essa estatal quer fazer economias nas costas dos santarosalimenses? Será que ela não tem preocupações com o nosso rio e com nossa paisagem? Respostas efetivas são indispensáveis.
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