Vídeos como plataforma de conhecimento e branding em ambiente
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Vídeos como plataforma de conhecimento e branding em ambiente
Universidade de São Paulo Escola de Comunicações e Artes Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo Curso de Especialização em Gestão Integrada da Comunicação Digital em Ambientes Corporativos VÍDEOS COMO PLATAFORMA DE CONHECIMENTO E BRANDING EM AMBIENTE DIGITAL Kleber Alves Pinto São Paulo 2014 Kleber Alves Pinto VÍDEOS COMO PLATAFORMA DE CONHECIMENTO E BRANDING EM AMBIENTE DIGITAL Monografia apresentada à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo em cumprimento parcial às exigências para obtenção do título de especialista em Gestão Integrada da Comunicação Digital em Ambientes Corporativos, sob orientação da Profa. Else Lemos Inácio Pereira. São Paulo 2014 Autorizo a reprodução total ou parcial deste trabalho por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Pinto, Kleber A. Vídeos como plataforma de conhecimento e branding em ambiente digital. Kleber A. Pinto: orientadora Else Lemos Inácio Pereira. São Paulo – 2014. 64 fls. Monografia (Especialização Lato Sensu) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade da São Paulo, 2014. 1. Comunicação digital. 2. vídeo. 3. mídias sociais. 4. estratégia. 5. conteúdo audiovisual. 6. educação. 7. perfil geracional. 8. marca. 9. branded content. 10. marketing de conteúdo KLEBER ALVES PINTO VÍDEOS COMO PLATAFORMA DE CONHECIMENTO E BRANDING EM AMBIENTE DIGITAL Monografia apresentada à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo em cumprimento parcial às exigências para obtenção do título de especialista em Gestão Integrada da Comunicação Digital em Ambientes Corporativos. Orientadora: Profa. Else Lemos Inácio Pereira COMISSÃO EXAMINADORA _______________________________________________ Assinatura: _____________________________________ _______________________________________________ Assinatura: _____________________________________ _______________________________________________ Assinatura: _____________________________________ São Paulo 2014 AGRADECIMENTOS Os mais sinceros agradecimentos a todos que me apoiaram na conclusão de mais essa etapa de aprendizado. À minha família pelo constante suporte em minhas decisões e escolhas. À coordenação do Digicorp pelo atendimento durante todo o curso. Aos professores e colegas pelo conhecimento compartilhado e a enriquecedora troca de experiências. À equipe da secretaria, pelo apoio de todas as horas. RESUMO Este estudo tem o objetivo de entender como plataformas de vídeo de rápido consumo, como YouTube, Instagram e Vine, são utilizadas no processo de comunicação de empresas com seus públicos-alvo, e colaboram com a percepção de marca das organizações a partir de conteúdo audiovisual de potencial educacional e instrucional. Está circunscrito à área das Ciências da Comunicação, subáreas Comunicação Digital e Marketing. Por meio de um referencial teórico sobre a sociedade contemporânea e os perfis geracionais, procura-se entender como as plataformas digitais de conteúdo audiovisual colaboram na estratégia de comunicação das organizações; e propõe-se uma leitura de casos que ilustram o uso de conteúdo em vídeo com características educativas e instrucionais com foco na geração de valor à marca nessas estratégias. Palavras-chave: comunicação digital; vídeo; mídias sociais; estratégia; conteúdo audiovisual; educação; perfil geracional; marca; branded content; marketing de conteúdo. ABSTRACT This study aims to understand how quick consumption video platforms, like YouTube, Instagram and Vine, are used in businesses communication process with their target audiences, and collaborate with the business brand perception regarding audiovisual content with educational and instructional potential. It is limited to the area of Communication Sciences, in the fields of Digital Marketing and Communication. Through a theoretical framework on contemporary society and generational profiles, it aims to understand how the platforms mentioned collaborate in business communication strategies; and proposes a study of cases that illustrate the use of video content with educational and instructional features with a focus on creating brand value in these strategies. Keywords: digital communication; video; social media; strategy; audiovisual content; education; generational profiles; brand; branded content; content marketing. SUMÁRIO Introdução ...11 1. Sociedade contemporânea e instantaneidade ...13 1.1. Comunicação em tempos de modernidade líquida ...13 1.2. Perfis geracionais ...15 1.3. Desafios de comunicação de marca e branding no século XXI ...19 2. Plataformas de comunicação digital ...21 2.1. ...21 Tendências em Comunicação Corporativa Digital 2.1.1. A era do YouTube, Instagram e Vine: mensagens em até 15 segundos ...24 2.1.2. Plataformas digitais como apoio à comunicação corporativa ...30 2.1.3. Ascensão dos dispositivos móveis ...31 2.2. Planejamento de Conteúdo no contexto da comunicação corporativa em plataformas digitais ...32 2.2.1. Marketing de conteúdo e branded content ...35 2.2.2. Conhecimento e conteúdo com características educativas e instrucionais ...37 3. Marcas e conteúdos em vídeo: casos ...40 3.1.Seleção das empresas ...40 3.2. Descrição dos casos ...42 3.2.1. Virgin America ...42 3.2.2. Sorridents ...45 3.2.3. Guaraná Antarctica ...47 3.2.4. General Electric (GE) ...49 3.3. Análise dos casos ...52 Considerações Finais ...57 Referências ...59 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Canal da Virgin America no YouTube ...43 Figura 2 - Perfil da Virgin America no Instagram ...44 Figura 3 - Perfil da Sorridents no canal da marca do YouTube ...46 Figura 4 - Perfil do Guaraná Antarctica no Instagram ...48 Figura 5 - Perfil da GE no Vine ...50 Figura 6 - Vídeo publicado no canal da GE no YouTube ...51 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Perfis da Virgin America ...43 Tabela 2 - Perfis da Sorridents ...45 Tabela 3 - Série de Vídeos Sorridents no YouTube ...47 Tabela 4 - Perfis do Guaraná Antarctica ...48 Tabela 5 - Número de aprovações de cada vídeo da campanha no Instagram ...49 Tabela 6 - Perfis da GE ...50 Tabela 7 - Perfis da GE Brasil ...50 11 INTRODUÇÃO Vivemos na era do YouTube. A plataforma lançada em meados dos anos 2000 democratizou a publicação de vídeos online e deu ao usuário o poder de compartilhamento desse material em ambientes virtuais. Antes do YouTube, conteúdos audiovisuais disponíveis no ciberespaço eram produzidos por empresas ou profissionais especializados nesta área da Comunicação. Em menos de uma década, acompanhamos o crescimento exponencial desse e outros sites que permitem o carregamento e compartilhamento de vídeos em formato digital registrados por filmadoras e outros dispositivos móveis. Sites de compartilhamento de vídeo surgiram no período que conhecemos por web 2.0, em que os ambientes virtuais foram entendidos como plataformas propícias para participação e interação entre seus usuários. Podemos dizer que esse conceito promoveu o conhecimento em diferentes estratos sociais e gerações, como veremos neste estudo. A adesão dos usuários de internet aos conteúdos audiovisuais aumenta a cada ano e plataformas como YouTube, Instagram e Vine - adquiridas na última década pelos gigantes Google, Facebook e Twitter, respectivamente - se tornaram não somente fonte de consumo de conteúdo rápido pelos internautas, como também ferramentas de marketing de conteúdo por empresas de diferentes setores e tamanhos. Tendo como referencial esse contexto, este estudo tem como título: Vídeos como plataforma de conhecimento e branding em ambiente digital. Está circunscrito à área das Ciências da Comunicação, subáreas Comunicação Digital e Marketing com foco no reconhecimento de marca. O objetivo geral deste trabalho é entender como essas plataformas auxiliam as organizações no processo de comunicação com o mercado e aperfeiçoam a percepção da marca junto aos públicos-alvo por meio do compartilhamento de informações com potencial educativo e instrucional. 12 Os objetivos específicos deste trabalho são: 1) analisar as estratégias de comunicação das organizações por meio de conteúdo audiovisual produzido para as plataformas YouTube, Instagram e Vine; 2) identificar os conteúdos de maior adesão dos usuários e as tendências destes nas plataformas selecionadas. Este estudo, intitulado Vídeos como plataforma de conhecimento e branding em ambiente digital, está estruturado em três capítulos. O ponto de partida é uma reflexão sobre a sociedade contemporânea com base nos estudos do sociólogo polonês Zygmunt Bauman sobre modernidade, indivíduo e fluidez. A dinâmica das gerações Y e Z é discutida e confrontada com o desafio da Comunicação no século XXI. O segundo capítulo, Plataformas de Comunicação Digital, aborda as tendências da área no que se refere à estratégia das corporações no uso de conteúdos audiovisuais em tempos de mobilidade. Procuramos ainda conceituar conteúdo com características educativas e instrucionais como objetivo de elucidar o que chamamos de marketing de conteúdo e branded content. A última parte deste estudo traz uma seleção de casos brasileiros e internacionais que tratam dos conteúdos em vídeo de forma educativa e instrucional e que, ao mesmo tempo, trabalham a marca de uma empresa. Nosso estudo se concretiza por meio da revisão bibliográfica e documental sobre vídeos em formato digital e sobre informações referentes ao crescimento quantitativo e qualitativo dos conteúdos e plataformas audiovisuais na internet, assim como a identificação das atuais gerações de usuários com relação aos vídeos publicados no ciberespaço. Fazemos ainda uma avaliação de casos selecionados e representativos da presença/atuação de organizações no YouTube, Instagram e Vine com finalidades educativas e instrucionais a partir de ações de reconhecimento de marca. Por fim, em nossas considerações finais, apresentamos observações sobre o estudo e um breve panorama do futuro dos vídeos em formato digital. Em nosso estudo, as obras de Jay Gronlund, Erik Qualman, Steven V. Belleghem, Paul Colligan, Paul Koenigs, Jean Burgess, Joshua Green, David Weinberger, Finlo Rohrer, Andrew Canter, e os sites do Instagram, Twitter, Vine e Facebook foram consultados no original em inglês e traduzidos pelo pesquisador. 13 1. SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E INSTANTANEIDADE 1.1. Comunicação em tempos de modernidade líquida O dinamismo na comunicação que nos é conferido hoje tem seus primórdios na década de 1980. Como avalia Castells (2003), os diversos usos da internet “foram enunciados como a chegada de uma nova era de comunicação livre e a realização pessoal nas comunidades virtuais formadas em torno da comunicação mediada pelo computador” (p. 100). O autor avalia que essa comunicação baseada na Internet está estritamente ligada ao trabalho, à família e à vida cotidiana. “A internet foi apropriada pela prática social, em toda a sua diversidade, embora essa apropriação tenha efeitos específicos sobre a própria prática social” (p. 99). A interação social ganhou um novo ritmo com a comunicação online e acompanhou as mudanças da própria sociedade, a influenciando de certa forma, principalmente aqueles indivíduos mais aptos à novidade. Castells (2003) afirma que os adolescentes dos anos 1980 foram os que mais aderiram às práticas do uso da internet para se comunicarem entre si. No entanto, é fato que a comunicação nos ambientes corporativos e até mesmo no cotidiano familiar sofreu alterações com o uso de e-mails e comunidades virtuais. As mensagens eletrônicas, por exemplo, são apontadas pelo autor como um bom instrumento de manutenção de relações sociais mais amplas criadas pelo uso da internet. Fazendo uma leitura mais atualizada dessa informação, podemos perceber que a troca de e-mails ainda é uma das formas mais comuns em comunidades online, mesmo diante da diversidade de plataformas virtuais existentes. Um outro ponto abordado por Castells (2003) em seus estudos se refere ao que considerou o papel mais importante da internet na estruturação das relações sociais contemporâneas. “É sua contribuição para o novo padrão de sociabilidade baseado no individualismo” (p. 109). Para ele, o individualismo em rede é um padrão social que permite aos indivíduos montarem suas comunidades com base em seus valores e interesses. Bauman (2000) também aponta a individualização na 14 sociedade como característica da atualidade. “A individualização chegou para ficar; toda elaboração sobre os meios de enfrentar seu impacto sobre o modo como levamos nossas vidas deve partir do reconhecimento desse fato” (BAUMAN, 2000, p. 47). As análises do autor atestam uma mudança considerável na relação do público sobre o privado. É ele que coloniza o espaço público na sociedade contemporânea, sobrepondo tudo o que é particular à ordem social, como forma de expressão e cidadania. Bauman(2000) nomeou esse fato como emancipação, pois para ele está diretamente ligado ao não experimentar dificuldade, obstáculo ou resistência. Em uma leitura voltada à comunicação, podemos considerar que a emancipação descrita pelo sociólogo se refere ao livre acesso à informação. Essa liberdade também permite ao indivíduo levar qualquer coisa à redenção ou à condenação. Com isso, passamos do capitalismo pesado, como nomeia Bauman se referindo ao mundo daqueles que ditavam as leis e dirigiam os outros, para um capitalismo leve, em que convivemos com muitos líderes e conselheiros em um mundo de poderes compartilhados. Nesse aspecto, Bauman (2001) concluiu: O melhor conselheiro é o que está ciente do fato de que aqueles que receberão os conselhos querem uma lição-objeto. Desde que a natureza dos problemas seja tal que eles possam ser enfrentados pelos indivíduos por conta própria e por esforços individuais, o que as pessoas em busca de conselho precisam (ou acreditam precisar) é um exemplo de como outros homens e mulheres, diante de problemas semelhantes, se desincumbem deles (BAUMAN, 2001, p. 78). Com base nessa premissa, veremos mais a frente nesse estudo que a utilização de vídeos online na estratégia de comunicação atende claramente a essa necessidade individual contemporânea. A maneira como lidamos com o tempo e o espaço na contemporaneidade também sofreu alterações. Para Bauman (2001), “a relação entre tempo e espaço deveria ser de agora em diante processual, mutável e dinâmica, não predeterminada e estagnada” (p. 130). Do ponto de vista comunicacional, os ambientes virtuais nos proporcionam navegar, ou flutuar - na linguagem de Bauman –, entre períodos e espaços que muitas vezes não existem, pois são apenas convencionados. 15 Assim como o tempo e espaço, o trabalho precisa ser entendido como algo desprendido do capital. Dentro da modernidade líquida proposta pelo sociólogo, “a reprodução e o crescimento do capital, dos lucros e dos dividendos e a satisfação dos acionistas se tornaram independentes da duração de qualquer comprometimento local com o trabalho” (BAUMAN, 2001, p. 171). Em uma breve análise desse aspecto proposto por Bauman, o investimento em novas plataformas de comunicação por parte das organizações como forma de geração de capital por meio da percepção de marca e do conteúdo audiovisual é completamente plausível em um mundo pautado pela emancipação, a individualidade e a nova dimensão de tempo e espaço. É preciso que a comunicação seja mais fluida e aderente ao momento social; que encontre as necessidades do indivíduo que ora dita as regras ora busca por referenciais em outras pessoas (conselheiros). Essa procura cria o senso de comunidade, apontada por Bauman como “uma ilha de tranquilidade caseira e agradável num mar de turbulência e hostilidade” (2001, p. 208). A metáfora da "liquidez" de Bauman caracteriza o estado da sociedade moderna, que, como os líquidos, são incapazes de manter a forma. Nossas instituições, quadros de referência, estilos de vida, crenças e convicções mudam antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades "autoevidentes". É verdade que a vida moderna foi desde o início "desenraizadora" e "derretia os sólidos e profanava os sagrados", como os jovens Marx e Engels notaram. Mas, enquanto no passado isso se fazia para ser novamente "reenraizado", agora as coisas todas - empregos, relacionamentos, know-hows etc.- tendem a permanecer em fluxo, são voláteis, desreguladas, flexíveis. 1.2. Perfis geracionais Castells(2003) afirma que os jovens da década de 1980 foram os que mais aderiram à comunicação no ciberespaço. No entanto, é importante analisar como as gerações anterior e posterior a essa se comportam e se comunicam diante da sociedade. Nota-se que em pouco mais de 50 anos já convivemos com três gerações distintas e cada uma com características peculiares. 16 Educador e estudioso das gerações dos séculos XX e XXI, Fava (2012) avaliou as características dos indivíduos entre 1889 e 2013 e assim os definiu: Geração Belle Époque: é uma geração de um período aproximado de 30 anos (1889-1922). São indivíduos que acompanharam o surgimento de novas tecnologias como o telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, a bicicleta, o automóvel, o avião, entre outras invenções. Ainda que incipiente, percebe-se a presença do fator mobilidade na sociedade dessa época. Geração Baby Boomer: geração formada pelos jovens de 1945. Mesmo criada com uma educação mais rígida, padronizada e severa, a juventude dessa época recebeu total apoio dos pais e criou uma visão sonhadora, utópica e idealista de um mundo unido pelo amor. Essa formação tornou esses jovens mais contestadores, capazes de indagar, refutar, revisar doutrinas e dogmas consolidados das sociedades estabelecidas. Lutaram e conquistaram a liberdade de ir e vir. Geração X: são os nascidos entre as décadas de 1960 e 1980. Uma geração inconformada, entusiasta e competitiva, que promove novas e grandes mudanças. Individualista, a geração X é apaixonada por estereótipos e é fortemente influenciada pelo avanço do marketing e da publicidade. Porém, carrega o fardo de ter crescido durante o florescimento do downsizing, modelo incentivado pelo modismo da reengenharia corporativa de Michael Hamer e James Champy e da imposição da cultura do medo, prática aplicada sistematicamente pelo terrorismo de Estado implantado na Argentina, Brasil, Chile e Uruguai. Geração Y: filhos da geração X e netos dos Baby Boomers, esses jovens também conhecidos por Millennials, utilizando todos os meios tecnológicos disponíveis, se tornaram a primeira geração realmente global e também a mais plural de todos os tempos. São os indivíduos nascidos entre os anos de 1980 e 2000. São jovens mais realistas e seus grandes ídolos são pessoas comuns que realizam pequenos e possíveis sonhos. Consumistas ao extremo, participam ativamente da nova economia comandada por opensource e crowdsourcing e têm tanto poder para moldar o comportamento consumista quanto o que Max Weber (1864-1920) denominou de Ética Protestante, que tinha como guia a cultura empreendedora e do acúmulo de riqueza de sua época. 17 Geração Z: são os nascidos a partir do início da década de 2000, no “boom” da criação de aparelhos tecnológicos. A grande nuance dessa geração é “zapear”, tendo várias opções, entre canais de televisão, internet, videogame, telefone e MP3 player. As pessoas da geração Z são conhecidas por serem nativas digitais, estando muito familiarizadas com a World Wide Web, compartilhamento de conteúdo por telefones, dispositivos móveis e MP3 players, não apenas acessando a internet de suas casas, mas também pelo celular, ou seja, extremamente conectadas à rede. Para os jovens Z, a familiaridade, a intimidade com as tralhas eletrônicas e a velocidade na busca de informação é algo bastante natural. Nunca conceberam o mundo sem computador ou Internet. Por isso, diferentemente dos estudantes Y, são menos deslumbrados com chips e joysticks. Não aceitam teclados, preferem comunicar, estudar, pesquisar por meio de toques nas telas de seus tablets e smartphones (FAVA, 2012, p. 11). Em seus estudos, a Pew Internet Research nota que há vários desafios referentes à análise de gerações: [...] sabemos que [o estudo] não é uma ciência exata. Estamos cientes de que existem muitas diferenças em atitudes, valores, comportamentos e estilo de vida dentro de uma geração, assim como existem entre gerações; isso meramente acrescenta riqueza e complexidade ao estudo (PEWRESEARCH, 2010). Gabriel (2013) avalia que entender as principais transformações comportamentais de uma geração é importante para minimizar a tensão entre gerações e até mesmo para compreender a aderência das tecnologias nesses grupos. “Se a tensão entre gerações não é novidade, a disseminação tecnológica na vida dos jovens nas duas últimas décadas agrava ainda mais o cenário” (GABRIEL, 2013, p. 86). A autora justifica que nas gerações anteriores o ritmo de inovação era mais lento e o aprendizado vinha dos mais velhos. A partir dos anos 1980, o acesso à tecnologia fez com que jovens tivessem mais oportunidade de discutir com os mais experientes sobre assuntos antes desconhecidos e até mesmo demonstrar o mesmo nível de conhecimento. Une-se a isso a longevidade, que aumentou bastante ao longo do século XX, aumentando também a coexistência de gerações distintas no ambiente de trabalho. Hoje temos um cenário em que baby boomers, Geração X e Geração Y frequentemente trabalham juntos, potencializando a tensão e conflitos entre as gerações (GABRIEL, 2013, p. 87). 18 Assim como já atestaram outros estudiosos, Gabriel avalia que “as características das gerações digitais afetam profundamente a sociedade. São as novas gerações os principais catalisadores das transformações sociais” (2013, p. 90). Desta maneira, podemos dizer que a comunicação contemporânea é derivada de um trabalho conjunto desenvolvido pelas tensões entre as gerações. De fato, há maior aderência das gerações digitais às novas formas de comunicação por meio de conteúdos audiovisuais, pois essas mesmas gerações estão mais aptas ao consumo de tecnologias. No entanto, as gerações anteriores convivem e se adequam aos novos padrões e canais comunicacionais por uma questão de sobrevivência. Em uma perspectiva corporativa, parte dessa geração digital o uso de estratégias de comunicação calcadas em novas plataformas virtuais, como é o caso do YouTube, do Instagram e do Vine, objetos deste estudo. Gabriel avalia que “com a crescente disseminação tecnológica e melhorias na banda larga, as plataformas e tecnologias digitais têm se tornado extensões do nosso corpo, inclusive do nosso cérebro” (2013, p. 51). A autora afirma que estamos “esparramados” pelas plataformas digitais. Um dos impactos dessa constatação está no fato de cada vez mais sermos obrigados a fazer várias coisas ao mesmo tempo, o que é chamado pelos pesquisadores de multitasking. Em artigo publicado em 2010 pelo jornal The Telegraph, o pesquisador e escritor Nicholas Carr reuniu diversos estudos que apontam para o impacto do multitasking e da tecnologia no poder de concentração das pessoas. "Quando estamos constantemente distraídos por muitas atividades, como tendemos a estar quando olhamos diversas telas, nossos cérebros não são capazes de fazer as conexões neurais necessárias para expandir nosso pensamento"(CARR, 2010). Para as gerações digitais, fazer diversas coisas ao mesmo tempo é natural, diferentemente das gerações anteriores, que precisam se adaptar a essa realidade, como apontado anteriormente. No entanto, um ponto é comum para ambos os casos: a curva de atenção. Kahneman (1973) afirma que a alocação de atenção tem aspectos instantâneos e sequenciais que se alternam a cada segundo dependendo dos 19 sentidos humanos, como a visão. Este, em seu parecer, é um bom exemplo de como a atenção humana funciona. O autor aponta que o mundo tem 360 graus, nossa visão consegue uma expansão de até 210 graus, mas nosso olhar - e consequentemente a atenção naquilo que enxergamos - sempre procura um foco de cerca de 2 graus, que se movimenta a uma taxa média de 3 a 5 segundos. "O comportamento do olhar não é randômico. Quando nossa atividade requer informação visual, os movimentos dos olhos se ajustam à função" (KAHNEMAN, 1973, p. 51). A partir desse parâmetro, Borg (2013) avalia que a curva da atenção é formada por intermitentes ondas. "Manter uma curva de atenção em crescimento é virtualmente impossível. A atenção é ganha, perdida e angariada novamente" (BORG, 2013, p. 63). Segundo o autor, a comunicação com a audiência deve ser feita sempre considerando que os fatores externos são agentes interruptores e que causam distração. Logo, "dê à pessoa um resumo de sua mensagem antes da interrupção" (BORG, 2013, p. 63). 1.3. Desafios de comunicação de marca e branding no século XXI Diante da realidade de diversos perfis geracionais conviverem e demandarem uma comunicação mais personalizada e que ganhe sua atenção, o desafio para os profissionais de comunicação é cada vez maior. Gronlund (2013) acredita que por conta da internet e da cibercultura, o papel do comunicador é mais amplo e visionário. "Uma mudança notável é a indefinição das responsabilidades de marketing e vendas, especialmente em indústrias B2B. A tarefa de aprender ainda mais sobre o cliente será a chave para definir o papel do marketing no futuro" (GRONLUND, 2013, p. 70). O autor aponta cinco oportunidades críticas que estarão presentes no trabalho dos comunicadores do século XXI: 1. o profissional de comunicação deve ir além do clássico plano de marketing e se aprofundar nos pilares estratégicos do negócio, sempre com foco em ser uma referência para que seu consumidor crie confiança e credibilidade na organização; 20 2. a construção de uma marca será diferente. Se antes ela era controlada apenas pela mensagem, agora ela está calcada no engajamento dos consumidores que utilizam as plataformas online, sendo encorajados por elas de forma transparente por meio de conteúdos de alto valor agregado; 3. há uma visível substituição das melhorias pontuais em produtos por uma otimização da experiência do consumidor em diversos ambientes virtuais e novos modelos de negócio; 4. a excelência do marketing deve ser revista, principalmente por meio do marketing digital, que é visto como um valor agregado para os investimentos em marketing e branding; 5. a cultura da inovação focada no consumidor deve ser criada dentro das empresas, desenvolvendo novas formas de melhorar a experiência do cliente com a marca. Para Gronlund (2013), a realidade da comunicação e do marketing impacta no branding do século XXI por promover "um desafio maior para definir com precisão cada segmento de clientes-alvo e compreender mais plenamente o potencial de mercado, os dados demográficos e de todos os nuances sutis de suas necessidades emocionais e os hábitos de uso" (p. 74). O maior desafio dos dias de hoje é conteúdo que inspira mesmo quando somos inundados por novas opções de mídias digitais e promoções. [...] Devemos dar mais ênfase à produção de conteúdo relevante ou mensagens focadas que reiteram a impressão da marca e estimulam o desejo do consumidor (GRONLUND, 2013, p. 76, tradução nossa). O autor reforça que, além do entendimento da audiência, é preciso que a comunicação e o marketing enxerguem o conteúdo uma ferramenta de branding. 21 2. PLATAFORMAS DE COMUNICAÇÃO DIGITAL 2.1. Tendências em Comunicação Corporativa Digital A fluidez no processo comunicacional contemporâneo não somente foi agilizada por conta das mudanças sociais, mas também permitiu uma nova ordem sobre o poder da informação. Nós mudamos de um mundo em que a informação e as notícias estavam em poder de poucos e eram distribuídas para muitos, para um mundo em que a informação está em poder de muitos e é distribuída para poucos (mercado de nichos) (QUALMAN, 2013, p. 35, tradução nossa) . A reflexão de Qualman aponta para um novo momento social, em que o papel dos veículos de comunicação deve ser mais analítico, uma vez que a informação pura e simples é compartilhada pelos próprios usuários da internet por meio das mídias digitais. Ainda em seus estudos, Qualman afirma que nos últimos anos a maioria dos veículos de comunicação passou a competir com plataformas de crowdsoursing, como o Wikipédia. Essa movimentação levou as organizações a repensarem o uso dos grandes veículos de comunicação como forma de se comunicarem com seus públicos. Hoje, um dos desafios das organizações é participar das conversações em andamento no ciberespaço a fim de interagir com o público e compartilhar seu conteúdo com os nichos existentes na internet. “Empresas não têm mais a escolha se estarão nas mídias sociais; sua escolha é como estarão nelas” (QUALMAN, 2013, p. 52, tradução nossa). Um último ponto do autor americano que consideramos essencial para este estudo é sobre a brevidade das mensagens. Segundo Qualman, “como resultado de nossa habilidade de constante conectividade, as pessoas acreditam que o importante é a comunicação imediata, simples e constante” (QUALMAN, 2013, p. 185, tradução nossa). Ele considera que a brevidade das mensagens contribui para a imensidão de informações e dados disponíveis no ciberespaço; e, para ele, essa é uma tendência 22 sem volta, principalmente considerando o universo da mobilidade e o crescente número de dispositivos móveis, que facilitam o acesso e o compartilhamento da informação. “O consumo (de informação) por meio das mídias sociais crescerá assim como a adesão de dispositivos móveis continuará a avançar” (QUALMAN, 2013, p. 225, tradução nossa). Consideramos que esse é o cenário idealizado nos dias de hoje para que as corporações iniciem seus processos comunicacionais com os mais diversos públicos: mercados de nicho, interatividade, brevidade e mobilidade. Adicionamos a esse contexto o que Belleghem (2012) chama de “empresa com poder de conversação” (p. 53). Mais do que um conceito, trata-se de uma realidade defendida pelo autor para as organizações que almejam se manter em atividade nos próximos anos. Segundo Belleghem, a empresa com poder de conversação é baseada em cultura, pessoas e mídias sociais. É uma empresa onde os colaboradores e os consumidores ocupam uma posição central, com o propósito de maximizar o potencial das conversas. Toda conversação entre a empresa e o mundo exterior deve terminar em uma conversa positiva, repleta de impacto (BELLEGHEM, 2012, p. 53, tradução nossa). Belleghem argumenta que qualquer estratégia de comunicação deve ter como base a cultura da empresa - entenda-se a missão, a visão e os valores defendidos pela corporação. A cultura (de uma empresa) fala para seus colaboradores e seus consumidores o motivo da existência da empresa. A cultura deixa claro as coisas que são importantes para a corporação e o porquê. Ela reflete a personalidade da empresa (BELLEGHEM, 2012, p. 54, tradução nossa). Para o autor, empresas com culturas bem definidas atraem pessoas (colaboradores) que serão agentes condutores de sua mensagem e que saberão conversar de igual para igual com os consumidores. Belleghem entende que no mundo contemporâneo as pessoas valorizam a interação humana no ciberespaço. Neste ponto, ele inclui as mídias sociais como forte tendência para as organizações que pretendem iniciar e manter um alto nível de interação e conversação com seus clientes. 23 Quatro componentes são essenciais para a comunicação corporativa na visão de Belleghem: experiência do consumidor, conversação, conteúdo e colaboração. Destes, o autor considera primordial a experiência do consumidor, pois ao “gerenciar a experiência do consumidor, você está investindo no boca a boca” (BELLEGHEM, 2012, p. 122, tradução nossa). Considerando os pontos tratados por Qualman e Belleghem com relação à brevidade da mensagem, interação, mobilidade e colaboração, o conceito de marketing multicast proposto por Colligan e Koenigs (2014) se adequa perfeitamente às necessidades das empresas em se comunicarem com uma sociedade contemporânea que busca incessantemente por informações na imensidão do ciberespaço. A saber: Marketing multicast é o processo de criar conteúdo em uma plataforma de maneira que depois ele seja distribuído em muitos lugares, formatos e dispositivos possíveis – podcasting, publicações e promoções do conteúdo para o mundo usando as mídias sociais, como Google Hangouts, YouTube Live, Kindle books, etc. (COLLIGAN; KOENIGS, 2014, p. 11, tradução nossa). Colligan e Koenigs conceituaram multicast a partir de uma experiência própria, em que compartilharam suas ideias sobre comunicação e marketing por meio de uma transmissão ao vivo pela internet (via YouTube Live). Deste vídeo foram feitos um ebook e uma série de podcasts publicados em diversas mídias digitais com o intuito de gerar engajamento da comunidade que se interessava pelo tema. Eles avaliaram o experimento como bem sucedido ao alcançarem a marca de 2.000 cópias vendidas de seu ebook na Amazon em apenas 18 dias. Além disso, ganharam destaque em comunidades e na lista de indicações da livraria virtual. Os autores criaram um modelo de produção de conteúdo e o defendem como o futuro da comunicação corporativa para multinacionais e empreendedores, pois está calcado em cinco fases: transmissão ao vivo em vídeo pela internet (streaming), produção de podcast (áudio) a partir do conteúdo filmado, edição de um ebook baseado nas transcrições do áudio, formatação dos arquivos para dispositivos móveis e compartilhamento em mídias sociais. Todo mundo tem uma preferência em como aprender ou consumir informação, se será ouvindo, assistindo, lendo ou uma combinação desses três. Prover conteúdo em múltiplas plataformas atende as necessidades individuais de cada consumidor ou cliente em potencial. (COLLIGAN; KOENIGS, 2014, p. 15, tradução nossa). 24 Os autores argumentam que a produção de conteúdo no processo de comunicação corporativa deve ser iniciada a partir de conteúdo audiovisual por este apresentar maior aderência às necessidades da sociedade contemporânea já expostas anteriormente neste estudo. A natureza democrática das transmissões ao vivo é o que as fazem ser uma boa forma de comunicação. É a tecnologia que pode ser criada por qualquer um para qualquer um. [...] as pessoas confiam nas mídias de vídeo e áudio. Elas estão acostumadas a escutar a televisão e aos áudios e acreditar naquilo que é transmitido por meio desses veículos (COLLIGAN; KOENIGS, 2014, p. 20, tradução nossa). Como apontado anteriormente neste estudo, as gerações Y e Z estão mais habituadas com esse tipo de comunicação, enquanto as anteriores se adequam por necessidade e sobrevivência no mundo corporativo. Segundo Colligan e Koenig (2014), “os jovens em particular não fazem mais distinção entre televisão e web” (p. 22, tradução nossa). 2.1.1. A era do YouTube, Instagram e Vine: mensagens em até 15 segundos A queda na distinção entre televisão e web indicada por Colligan e Koenig (2014) teve início em meados dos anos 2000 com os experimentos de empresas de tecnologia que buscavam democratizar os vídeos no ciberespaço. Para Burgess e Green (2009), o YouTube faz parte de uma série de serviços ofertados na internet “com o objetivo de eliminar as barreiras técnicas para o compartilhamento generalizado de vídeos online” (p. 01, tradução nossa). Os autores destacam que a plataforma lançada por três amigos em 2005 provê uma interface simples e integrada que permite que qualquer usuário insira, publique e veja conteúdos audiovisuais sem complexidade técnica ou necessidade de software. O sucesso do YouTube diante dos demais sites do tipo lançados à época se deve, segundo Burgess e Green (2009), a quatro funções diferenciadas da plataforma: recomendações de vídeos relacionados ao conteúdo em exibição, link de compartilhamento por e-mail, área de comentários e código fonte do vídeo para que ele possa ser incorporado em outras plataformas, como blogs e websites. 25 Adquirido pela Google em outubro de 2006, o YouTube conquistou popularidade por oferecer a qualquer usuário a possibilidade de enviar inúmeros vídeos para um repositório compartilhado com todo o ciberespaço. Aos poucos, a plataforma foi ganhando novas funcionalidades que permitiram que ela se tornasse um agregador de conteúdo; filtros de pesquisa e nível de privacidade dos vídeos são exemplos dessas melhorias. Para Weinberger (2007), o YouTube pode ser classificado como meta businesses, ou seja, “uma nova categoria de negócios que aumenta o valor da informação desenvolvida em outro lugar e, portanto, beneficia os criadores originais desta informação (p. 224, tradução nossa). A partir dessa premissa e do contexto contemporâneo social, entendemos que o YouTube é uma plataforma que eleva o conhecimento sobre produtos e serviços que a utilizam como meio de divulgação e massificação. Como aponta Qualman (2013), “considerando que se trata de algo tão visual e dinâmico, o YouTube é a plataforma perfeita para fazer algo globalmente famoso” (p. 74, tradução nossa). Até 2010, o YouTube permitia o upload (inclusão de arquivos na plataforma) de vídeos com, no máximo, 15 minutos de duração. Com a popularização do website, esse tempo foi ampliado, e houve uma mudança de regra para arquivos de até 128GB. Entretanto, desde 2012 avalia-se que o tempo médio dos vídeos mais populares no YouTube vem diminuindo. Um estudo conduzido no mesmo ano pelo PewResearch Journalism Project aponta que os vídeos mais vistos na plataforma têm, em média, dois minutos. “Há também uma forte ligação entre a qualidade ou características do vídeo e seu tempo. Vídeos mais curtos eram mais propensos a incluir imagens gráficas do que qualquer outra coisa” (PEWRESEARCH JOURNALISM, 2012, tradução nossa). Um estudo da Google publicado pela revista Veja mapeou os hábitos do espectador brasileiro com relação ao consumo dos vídeos online. Segundo dados da reportagem, há 70 milhões de pessoas que acessam vídeos online, o que representa um aumento de 13% em 2014 com relação ao ano anterior. "O maior site de vídeos do mundo, o YouTube, tem o Brasil, com 60 milhões de visitantes únicos 26 por mês, como seu segundo maior consumidor, atrás apenas dos Estados Unidos" (MEIER, 2014). Na busca pelo entendimento da audiência do YouTube, a Google entrevistou 1.500 pessoas, entre homens e mulheres de 14 a 55 anos, dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Porto Alegre. A amostra apontou que os brasileiros já passam oito horas semanais consumindo vídeos online, contra 22 horas frente à televisão. Segundo Meier (2014, p. 114), "a nova paisagem audiovisual vem sendo reformulada por tecnologias cada vez mais portáteis (tablets e smartphones), além de gadgets e serviços que permitem ao espectador ver o que ele deseja no horário que lhe convém". Com relação ao perfil da audiência de TV e vídeos pela internet, os pesquisadores da Google dividiram o público em três grandes categorias. A saber: Light viewers: representam 24% do total de brasileiros conectados (cerca de 30 milhões de pessoas). São espectadores descontentes com a programação da TV aberta que já passam metade de seu tempo de consumo de vídeos na internet (7,8 horas por semana). Além do entretenimento, os conteúdos educativos e tutoriais também estão em sua preferência. Medium viewers: essa parcela de 41,9 milhões de pessoas abrange 33% do total. É o grupo mais jovem e que tem mais apego aos dispositivos móveis, como os smartphones. Estão constantemente nas mídias sociais em busca dos "vídeos virais" do momento. Também são adeptos da segunda tela quanto estão frente à televisão. Consomem 15,1 horas semanais de vídeos na TV e 7,1 horas pela internet. Heavy viewers: são cerca de 54 milhões de brasileiros, 43% do total de espectadores, que dedicam 80% de seu consumo de vídeo na TV (37,1 horas semanais na TV e 9 horas na internet). Análises como a da Google e da PewResearch Journalism Project atreladas à dinâmica social no que se refere à brevidade das mensagens e curva de atenção, serviram de argumento para que outras plataformas de vídeo surgissem no ciberespaço. 27 Para este estudo, vamos focar, também, em outras duas plataformas que atendem ao objeto deste trabalho e foram rapidamente aceitas pelos usuários de internet e aplicativos móveis. Além disso, ambas foram adquiridas por grandes companhias da internet, que vislumbraram seus potenciais lucrativos e de valor junto às gerações contemporâneas. O Instagram foi desenvolvido em 2010 por dois estudantes de Ciências da Computação da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que além do universo tecnológico são apaixonados por fotografia. Kevin Systrom e Mike Krieger, jovens da geração Y, conceituaram a aplicação com base em sua infância e na crença de sua geração no conhecimento que vem da massa (crowdsourcing). O nome Instagram é uma composição dos termos em Inglês instant (de instante) e telegram (telegrama). O aplicativo é uma releitura ao estilo de fotografar com as máquinas de revelação instantânea da década de 1980. Para os desenvolvedores, as imagens registradas pelo aplicativo são como telegramas que seus usuários compartilham no ciberespaço. O Instagram basicamente registra imagens por meio da câmera do smartphone e aplica filtros sobre as fotografias, que podem ser compartilhadas com outros usuários dessa mídia social. Instagram é uma maneira divertida e peculiar de compartilhar sua vida com amigos por meio de uma série de imagens. Tire uma foto com o seu celular, em seguida, escolha um filtro para transformar a imagem em uma memória para guardar para sempre. Estamos construindo o Instagram para permitir que você vivencie momentos na vida de seus amigos por meio de fotos. Imaginamos um mundo mais conectado através de fotos (INSTAGRAM, 2010, tradução nossa). Em outubro de 2010, Krieger e Systrom disponibilizaram o aplicativo gratuitamente para o sistema IOS, da Apple, chegando a um milhão de usuários em dois meses. Em 2012, o Instagram foi adicionado ao sistema Android, da Google. Em 2011, o aplicativo ganhou novos filtros e sofreu melhorias em sua interface, chegando ao final daquele ano com o título de "Aplicativo do ano" na loja virtual da Apple. À época, o Instagram já contava com 15 milhões de usuários, somente no sistema IOS (BARROS, 2013). 28 O ano de 2012 foi marcante para o Instagram não somente por ganhar espaço na loja virtual de aplicativos Google Play, da Google, mas também por ser o ano em que a aplicação foi adquirida pelo Facebook, mídia social de Mark Zuckerberg, outro jovem da geração Y, que pagou aos desenvolvedores US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhões) pelo Instagram (AN INSTAGRAM, 2012). Em sua página no Facebook, Zuckerberg escreveu à época da aquisição: Por anos, temos focado na construção da melhor experiência para compartilhar fotos com seus amigos e familiares. Agora, nós seremos capazes de trabalhar ainda mais perto com a equipe do Instagram para também oferecer as melhores experiências para compartilhar belas fotos feitas por dispositivos móveis com pessoas com base em seus interesses. (FACEBOOK, 2012, tradução nossa). Pouco mais de um ano depois da aquisição pelo Facebook, o Instagram anunciou em junho de 2013 o suporte a vídeos de 3 a 15 segundos: Ao longo dos últimos dois anos e meio, o Instagram se tornou uma comunidade onde você pode capturar e compartilhar momentos de todo o mundo de forma simples e lindamente. Alguns momentos, no entanto, precisam mais do que uma imagem estática para ganhar vida. Até agora, estas histórias estavam faltando no Instagram. Hoje, estamos muito contentes de apresentar (o suporte a) vídeos no Instagram e trazer a você uma outra maneira de compartilhar suas histórias. (INSTAGRAM, 2013, tradução nossa). O argumento sobre os vídeos defendido pelo Instagram de que a sociedade contemporânea demandava uma nova maneira de compartilhar suas histórias além de imagens estáticas foi aceito com reservas. Durante encontro com jornalistas à época do anúncio, Systrom afirmou que a decisão pelo quarto de um minuto foi uma "escolha artística" (TAYLOR, 2013). Segundo o desenvolvedor e CEO da empresa, 15 segundos são suficientes para que as pessoas compartilhem suas histórias por meio de conteúdo audiovisual. No entanto, a imprensa especializada entendeu que os 15 segundos faziam parte de uma estratégia da própria plataforma e sua detentora (Facebook) em entrar para o ramo dos anúncios em vídeos curtos nas mídias sociais; algo já feito pela Google (KOETSIER, 2013). O fato é que, desde o lançamento do suporte a vídeos, marcas e grandes corporações têm compartilhado conteúdos audiovisuais no Instagram, como a 29 Burberry, a Lululemon, a Jeep e a Gap, primeiras a adotarem a plataforma em suas estratégias de comunicação com o mercado. Diferentemente do Instagram, o Vine foi desenvolvido desde o início para ser um aplicativo de compartilhamento de vídeos curtos com, no máximo, seis segundos. A promessa dos desenvolvedores Dom Hofmann, Rus Yusupov e Colin Kroll em junho de 2012 era de oferecer "a melhor maneira de capturar e compartilhar vídeo pelo seu telefone" (VINE.CO, 2013, tradução nossa). Em menos de quatro meses de trabalho prévio ao lançamento, a aplicação foi adquirida pelo Twitter, plataforma de microblogging de 2006, que pagou pelo Vine cerca de US$ 30 milhões. A receptividade do mercado com o negócio milionário fez com que o Vine fosse disponibilizado oficialmente para o sistema IOS, da Apple em janeiro de 2013 e em junho do mesmo ano para a plataforma Android, da Google. No dia de seu lançamento, o Vine explicou em seu blog oficial o conceito do aplicativo: Posts no Vine são sobre abreviação - a forma abreviada de algo maior. Eles são pequenas janelas para as pessoas, as definições, ideias e objetos que compõem sua vida. Eles são peculiares, e achamos que isso é parte do que os torna tão especiais. (VINE.CO, 2013, tradução nossa). Detentor da aplicação, o Twitter também apresentou o Vine em um post publicado em seu blog oficial: [...] um serviço móvel que permite capturar e compartilhar vídeos curtos em looping. Como tweets, a brevidade de vídeos no Vine (seis segundos ou menos) inspira a criatividade. Agora que você pode facilmente capturar movimento e som, estamos ansiosos para ver o que você cria (TWITTER, 2013, tradução nossa). Em artigo publicado no jornal Los Angeles Times, Dave relata que "a equipe (do Vine) testou diversos tamanhos de vídeo, de cerca de quatro a 10 segundos, antes de decidir que seis seria o ponto ideal para os produtores e os consumidores” (2013, tradução nossa). O articulista afirma ainda que a escolha dos seis segundos está ligada diretamente ao tempo necessário para que marcas atraiam a atenção dos usuários da plataforma. 30 Rohrer (2013) também acredita que os microvídeos de seis segundos propostos pelo Vine são altamente funcionais para organizações e agências que almejam se comunicar com uma audiência cada vez mais dispersa. Em certo sentido, os anunciantes online têm lidado com um limite de seis segundos por algum tempo. Ele corresponde aos cinco segundos que muitos anunciantes têm antes que um usuário possa ignorar um anúncio no YouTube. (ROHRER, 2013, tradução nossa). 2.1.2. Plataformas digitais como apoio à comunicação corporativa Como não poderia deixar de ser, a comunicação corporativa acompanhou a comunicação de massa, numa evolução que vai dos meios impressos aos digitais, passando pelos eletrônicos. Terra (2011) avalia que a comunicação organizacional contemporânea incorpora ferramentas como intranets, televisão via satélite, blog, microblogs, chats, podcasts e outras plataformas digitais que formam um composto comunicacional que aproxima a comunicação da tecnologia, promovendo um constante exercício de correlação entre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) com a arte de se comunicar. “A soma desse ferramental digital que informa, treina e motiva públicos ligados à organização é o que se denomina comunicação organizacional digital” (TERRA, 2011, p. 22). A autora argumenta que seria simplista reduzir a comunicação digital das organizações a uma estratégia calcada em websites institucionais e perfis em redes sociais. Terra (2011) afirma que a necessidade por uma agilidade maior na comunicação com os mais diversos públicos e o advento das TICs fizeram com que a comunicação organizacional contemporânea suplantasse o tripé imprensarelações públicas-publicidade. “O que antes era restrito a alguns grupos com poder de divulgação e difusão de informações hoje divide espaço com internautas comuns empoderados pelo arsenal de ferramentas colaborativas” (p. 23). As ferramentas colaborativas a que Terra se refere surgiram no período denominado por Tim O’Reilly (2005) como web 2.0, ou web como plataforma de participação. A evolução dessa internet participativa, em que as conversações são verdadeiros diálogos, ganhou novos contornos com o que Markoff (2006) chamou de web 3.0, ou web semântica. Trata-se da organização de todo o conteúdo disponível 31 na rede mundial de computadores. Torres (2009) resumiu o conceito de Markoff como “o uso mais inteligente e eficiente de todo o conhecimento já disponível. Isso se daria pelo uso da semântica, em vez de palavras-chave, dando mais precisão e agilidade à busca de conteúdo” (TORRES, 2009, p.350). Enquanto Markoff avalia a web 3.0, Kartajaya, Kotler e Setiawan (2010) defendem que estamos assistindo o surgimento do marketing 3.0, em que as ações de comunicação das empresas devem ser voltadas para o consumidor, no entanto, “têm uma contribuição maior em termos de missões, visões e valores a apresentar ao mundo; seu objetivo é oferecer soluções para os problemas da sociedade” (p. 5). Considerando os conceitos de Terra, Markoff e Kotler, a utilização de diversas plataformas digitais como suporte à comunicação das organizações com seus públicos se justifica, uma vez que há necessidade de se encontrar meios de correlacionar as demandas das audiências com as mensagens das marcas e organizações. 2.1.3. Ascensão dos dispositivos móveis A diversidade de plataformas digitais no processo comunicacional das organizações deve considerar o crescente uso de dispositivos móveis, principalmente no Brasil, país que aparece entre os cinco mercados mais importantes para o segmento dos smartphones, junto com China, Índia, Indonésia e Rússia, por exemplo. A informação da pesquisa divulgada pela Internet Trends Report (MEEKER, 2014) é apenas uma das constatações do quanto o mercado móvel está em evolução no Brasil. De acordo com dados levantados pela Virtual Network Index para uma pesquisa encomendada pela empresa de tecnologia Cisco, "a média de dispositivos conectados por brasileiro será de 3,1, o que representará mais de 600 milhões de dispositivos com acesso à rede até 2018" (ROCHA, 2014). Dados do estudo TIC Domicílios, organizado pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br), apontam que a porcentagem de brasileiros que acessa a internet por meio de celulares mais do que 32 dobrou em apenas dois anos. Segundo a pesquisa, esse valor vem apresentando forte crescimento nos últimos anos, representando 4% em 2010, 15% em 2011, 20% em 2012 e chegando a 31% em 2013. “A TIC Domicílios 2013 aprofundou o estudo das atividades realizadas no telefone celular e constatou que 30% dos usuários de telefone celular acessaram redes sociais; 26% compartilharam fotos, vídeos ou textos; 25% acessaram e-mails; e 23% baixaram aplicativos” (CETIC.BR, 2014). Além dos smartphones (categoria do grupo dos celulares), o estudo pontuou: [...] o crescimento da presença dos portáteis (laptops e notebooks), alcançando 57% dos domicílios com computador. Em 2012, essa proporção era de 50%. O que também aumentou foi a presença de tablets, que estão presentes em 12% dos domicílios com computador, representando uma proporção superior à registrada em 2012, que era de 4% (CETIC.BR, 2014). Um estudo na Nielsen (2014) sobre o universo de dispositivos móveis pelos indivíduos dos 18 aos 55 anos de idade, ou seja, todas as gerações tratadas neste trabalho, evidencia a tendência pela mobilidade, principalmente pelo uso excessivo de aplicativos nesses dispositivos. Portadores de dispositivos móveis acessam, em média, de 22 a 28 apps por mês, dedicando minimamente mais de 20 horas mensais a essa prática. Os consumidores estão gastando mais tempo em seus aplicativos do que nunca. Ao longo da última meia década, a proliferação de dispositivos móveis nos transformou em uma sociedade orientada para o app, mostrando aos profissionais de marketing novas oportunidades para se conectar com os consumidores através da criação de aplicativos mais interessantes e sofisticados para comandar a sua atenção (NIELSEN, 2014, tradução nossa). Com isso, avaliamos que o universo da mobilidade deve ser considerado pelos profissionais de comunicação uma oportunidade, e os dispositivos móveis, aliados no processo comunicacional. 2.2. Planejamento de Conteúdo no contexto da comunicação corporativa em plataformas digitais Como afirma Terra (2011, p. 77), “o ato de planejar é inerente à comunicação e passo fundamental para o êxito de qualquer ação comunicacional”. Entre as 33 etapas defendidas pela autora para um bom planejamento, destacamos aquelas que mais incidem na produção de conteúdo audiovisual em nosso entendimento. Consideramos a transparência um item fundamental no processo de produção de conteúdo. Terra recomenda a admissão de erros, a explicação e a constante busca por soluções como forma de se aproximar do público. “Adicione valor à conversa. Pense como um colaborador, alguém que quer contribuir; considere o que é relevante para a comunidade [...] Encoraje a discussão e a participação” (2011, p. 78). Gabriel (2010) pontua que, independentemente da plataforma digital, o conteúdo produzido durante o processo de comunicação corporativa deve atender duas funções características do marketing: viralização e poder analítico. A capacidade de viralização do ambiente é importante quando a marca precisa alcançar e impactar o maio número possível de pessoas. O poder analítico do ambiente se torna essencial quando uma marca precisa ganhar relevância e credibilidade, que só são alcançadas com ambientes que propiciem ricas discussões e análises. (GABRIEL, 2010, p. 296) Toda estratégia de conteúdo requer planejamento objetivo e muito bem desenhado pelo comunicador. É sua tarefa entender o contexto, o público-alvo e a função da informação a ser transmitida dentro da plataforma digital. Todo o planejamento sugere uma pergunta que busca uma resposta na web. Essa resposta, ou conteúdo, pode ser entregue em texto ou material audiovisual, objeto deste estudo. Diante dessa lógica, cabe ao comunicador (em nome da organização) pensar em uma estratégia que atraia seu público alvo por meio da plataforma adequada com informação consistente e que responda à necessidade do receptor da mensagem. Halvorson (2010) afirma que a máxima “menos é mais e melhor” também vale para conteúdo de plataformas digitais. Um dos argumentos é que menos conteúdo é mais fácil de gerenciar, oferece maior usabilidade e custa menos em criação. Mas isso não significa que ele seja fácil de ser produzido. 34 Para criar textos, gráficos, vídeos e áudios para plataformas online de forma eficiente e focada em mensuração e resultado, Halvorson (2010) recomenda que é preciso criar um fluxo de trabalho e atentar para três passos: Auditoria: etapa importante de todo projeto de conteúdo, pois se trata da descoberta do material já existente e se ele será útil para a audiência e para o objetivo do projeto; Análise: definição de objetivos, presunções, riscos e fatores de sucesso para o projeto de conteúdo. Nesta etapa, cabe ao estrategista avaliar os fatores internos e externos que podem impactar sobre a organização do conteúdo; Estratégia: fase que concentra o planejamento pré, durante e póslançamento do projeto de conteúdo, assim como sua produção e fluxo de trabalho da equipe envolvida. Além dos três itens mencionados, uma boa estratégia de conteúdo para plataformas digitais pede processo, tarefas determinadas e pessoas responsáveis pela produção do conteúdo. Entender esses pontos é fundamental para determinar aonde se quer chegar com o conteúdo, ou seja, o que se espera de quem irá receber a mensagem. O que permeia essas duas pontas, o início e o resultado, é o envolvimento das pessoas na estratégia de conteúdo. A responsabilidade pelas respostas da estratégia deve ser atribuída a pessoas de dentro da organização que tenham acesso às informações mais relevantes para o público-alvo. Rodrigues (2014) atesta que “o futuro da informação para a mídia digital está no áudio e no vídeo – por isso é fundamental saber lidar com esses formatos” (p. 26). Para o autor, a utilização de conteúdo audiovisual pelas instituições deve ser feita quando a informação da empresa tiver grande impacto emocional. Ao registrar e difundir a imagem em movimento, o que não possuiria o mesmo impacto se veiculada em outro formato, os produtores de conteúdo conseguem abarcar a informação sem perder um aspecto que seja, e ainda contam com a ajuda integral dos sentidos que garantem a observação e a atenção do usuário: e visão e a audição (RODRIGUES, 2014, p. 30). Na visão de Rodrigues (2014), muitos vídeos institucionais, como chama os vídeos produzidos por empresas e marcas, lidam diretamente com a origem da 35 informação, seja ela um indivíduo ou um fato jornalístico. Isso ajuda na geração de credibilidade e transparência na comunicação, assim como menciona Terra (2011). Com a mobilidade e a ânsia por mensagens curtas, Rodrigues (2014) recomenda que todo conteúdo audiovisual seja planejado de forma que a audiência possa consumi-lo em capítulos. “[...] edite os arquivos em capítulos de curta duração e crie pequenos resumos em texto para cada um deles” (RODRIGUES, 2014, p.30). A técnica descrita pelo autor já é a realidade encontrada nos vídeos do YouTube, do Instagram e do Vine, objetos deste estudo. 2.2.1. Marketing de conteúdo e branded content Rodrigues (2014) conceitua marketing de conteúdo como o ato de “perseguir a informação e cuidar dela aonde quer que for” (p. 85). Ele entende que essa é uma obrigação e sinal de inteligência e bom senso do profissional de comunicação. “Se marketing de conteúdo é gerir a informação além das fronteiras de um site, então é certo que cuidar da informação é a base do relacionamento” (p.85). Segundo o autor, o marketing de conteúdo é aquele que contempla a sinergia entre as plataformas digitais, ou seja, o que é publicado em uma plataforma como o YouTube deve ser espelhado no website da empresa, por exemplo. Deve haver consistência nas ações comunicacionais de forma que a empresa deixe claro para seu público a função da plataforma e qual conteúdo estará disponível nela. Nesta área do marketing, o conteúdo deve ter trabalhado seus atributos, assim conceituados por Rodrigues (2014): Utilidade: se assemelha ao conceito de objetividade da comunicação, ou seja, “se é o que o usuário procura, do jeito que ele quer, então é porque é útil” (p.87). Consistência: para Rodrigues, “no meio digital vale a informação formatada, embalada, etiquetada. É preciso seguir normas rígidas” (p. 88). Entenda-se por normas as técnicas de usabilidade, SEO (search engine optimization), acessibilidade e direito digital que permeiam o ciberespaço. 36 Abrangência: trata da quase obrigatoriedade da informação ser encontrada pelos buscadores, como o Google, e seu poder de ser referenciada nas mídias e plataformas digitais. Perenidade: para Rodrigues, é preciso situar o conteúdo no terreno do atemporal. “Pense que seu conteúdo é um verbete e as chances de sobrevivência serão bem maiores” (p. 89). Lieb (2012) defende que o marketing de conteúdo deve estar atrelado a outras frentes de comunicação da empresa, de forma integrada: A mudança para o marketing de conteúdo eficaz e sustentável requer muito mais do que identificar (ou contratar) alguém com habilidades de escrita e dar-lhes a tarefa de produção de conteúdo. O marketing de conteúdo deve ser profundamente integrado com a estratégia e as iniciativas de marketing mais amplas, incluindo publicidade, e deve tornar-se enraizado na cultura da empresa (LIEB, 2012, tradução nossa). Desde meados dos anos 2000, há uma crescente tendência das marcas, por meio da estratégia de comunicação das empresas, de produzirem conteúdo de entretenimento, também conhecido por conteúdo de marca. Há mais de 10 anos, a Branded Content Marketing Association estuda o conteúdo produzido pelas organizações que não se encaixam como propaganda publicitária e o analisa com o intuito de observar tendências mercadológicas e da comunicação corporativa. Segundo Canter (2013), “2013 foi o ano em que o marketing de conteúdo de marca veio à tona” (p.4, tradução nossa). Empresas de diferentes setores vem apostando nessa técnica na última década, como escreveu Medeiros (2013) em artigo especial para o portal da Revista Exame. “Para aumentar o engajamento com o consumidor, as verbas destinadas à divulgação convencional são cada vez mais divididas para atender também a produção de conteúdos próprios”. (MEDEIROS, 2013). Em uma análise bastante pertinente sobre o atual momento da comunicação das empresas com seus públicos, Medeiros (2013) avalia que o branded content torna tênue as linhas que dividem informação, conteúdo, publicidade e entretenimento. O desafio para as marcas é proporcionar conteúdo que conquiste a atenção de forma que o consumidor deseje a ideia antes do produto, em uma época onde o tempo é ativo mais escasso. Seguindo esta 37 tendência, multinacionais como Johnnie Walker e Red Bull abrem suas produtoras e diversificam as ações, com a formação, por exemplo, de equipes esportivas, como a de acrobacias aéreas Red Bull Air Race e de velejadores Johnnie Walker and Sons Voyager. (MEDEIROS, 2013) Weiss (2014) atenta para as características desse tempo de marketing voltado para o conteúdo das marcas. Para a autora, a contemporaneidade é repleta de intensidade, aceleração e natural despreparo para a intersecção entre marketing, publicidade e entretenimento. O contexto cultural mundial atual é um imenso desafio para as marcas, que precisam reinventar as antigas formas de conexão com o consumidor, modificar a gestão do ecossistema vital e do significado da marca. E o marketing deve reprogramar radicalmente o seu mindset, a forma de enxergar e atrair o consumidor, abandonando o pensamento convencional orientado à mídia e à quantidade, centrado no que a marca pode ou não prometer e oferecer ao mundo (WEISS, 2014). A autora pontua uma exacerbação do conteúdo visual nas mídias digitais nos últimos anos, o que chamou de microespetáculos. Weiss exemplifica essa questão afirmando que “2013 foi o ano em que o Vine e depois o Instagram foram as vedetes das mídias sociais. Se 2012 foi o ano da foto, 2013 foi o ano do vídeo”. 2.2.2. Conhecimento e conteúdo com características educativas e instrucionais Rodrigues (2014) acredita que “a produção de conteúdo ainda vive seus primeiros momentos” (p.113) no que se refere à história da comunicação contemporânea e à disponibilidade das plataformas digitais no ciberespaço. Independentemente do tipo de conteúdo - textual, visual e sonoro -, para o autor não basta termos uma riqueza de materiais e arquivos se tudo o que fazemos é consultalos periodicamente por meio das ferramentas que são oferecidas na internet. “Poucos são os que retornam à web para registrar a modificação que ela fez em suas vidas, seja em um fato corriqueiro do dia a dia ou em uma guinada de vida”. (p. 113). No entanto, é fato que a internet, os computadores e os dispositivos móveis estão modificando o aprendizado e a forma como adquirimos conhecimento, mesmo 38 que as pessoas não expressem seus ganhos nos ambientes virtuais com suas redes. Até o século XX as pessoas estudavam enquanto era jovens e, possivelmente, ao longo de suas vidas, faziam algumas atualizações profissionais. Hoje, vemos que independentemente da idade, jovens e adultos são obrigados a estudarem e buscarem novos conhecimentos se quiserem sobreviver na sociedade. Gabriel (2013) afirma que neste contexto “a educação passa a ser uma vertente importante na Era Digital” (p. 100). Para a autora, uma das principais mudanças no processo educacional e instrutivo causadas pelas tecnologias de comunicação e informação (TICs) é que o modelo de aprendizagem focado no professor (one-to-many) passa a ser distribuído (many-to-many) e personalizado (one-to-one). Com isso, as plataformas digitais desempenham um papel complementar e até fundamental na difusão do conhecimento. Para atender essa nova demanda, Gabriel (2013) fala de uma educação fragmentada em que as pessoas, expostas constantemente a conteúdos provenientes de diversas plataformas de informação e comunicação, estão inseridas em um “ambiente informacional, que era linear em sentido único (mídiaespectadores, professor-alunos) e transformou-se em hipertextual, não linear, complexo” (GABRIEL, 2013, p. 102). Esse ambiente é propício para que o conteúdo atenda as características de brevidade e fácil entendimento demandadas pelas gerações atuais (Millennials). [...] os conteúdos estão cada vez mais curtos, são pílulas de informação, e permitem participação ativa. Esse cenário requer habilidades distintas de consumo de informação e aprendizagem, como validação e filtragem da informação, capacidade de reflexão analítica e sintética para lidar com o bombardeio informacional fragmentado (GABRIEL, 2013, p. 102). Com a disseminação das tecnologias de comunicação e informação (TICs), as pessoas aprendem o que querem e no tempo que lhes convém. Isso faz com que o conteúdo de cunho educacional ou instrucional tenha, além da brevidade e fácil assimilação já descritos, um viés de orientação, instigação e inspiração, como defende Gabriel (2013). 39 Rodrigues e Gabriel propõem que o conteúdo para plataformas digitais, principalmente o educacional e instrucional, deve ser produzido de forma que seja interessante para a audiência, ou seja, ele deve ser pensado sob o ponto de vista do espectador, e não do autor. A opinião dos autores também remete à participação das empresas e marcas nas conversações já em andamento no ciberespaço, com o objetivo de contribuir com conteúdo relevante. Um exemplo dessa questão é o YouTube.com/edu, uma iniciativa da Google em concentrar em um único canal vídeos de cunho educacional e instrucional com o objetivo de atender a demanda por conhecimento dos usuários dessa mídia social. O conteúdo selecionado é produzido por usuários comuns e empresas que almejam compartilhar seu conhecimento no ciberespaço de forma rápida, divertida e de fácil entendimento. 40 3. Marcas e conteúdos em vídeo: casos 3.1.Seleção das empresas Como mencionado na introdução, o objetivo macro deste estudo é entender como plataformas de vídeo auxiliam empresas a se comunicarem e melhorarem sua percepção de marca junto a seus públicos por meio de conteúdo audiovisual de rápido consumo e de potencial educacional e instrucional. Com o intuito de atender esse objetivo, fizemos uma seleção de empresas e casos com base nos conceitos expostos ao longo deste trabalho. Buscamos formas e caminhos que nos levassem às considerações que apresentaremos ao final deste estudo. Das metodologias existentes, acreditamos que nossa opção pelo estudo de caso era a mais condizente com nossos objetivos. YIN (2010) conceitua estudo de caso como: [...] uma investigação empírica que investiga um fenômeno contemporâneo em profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes (YIN, 2010, p. 39). O autor destaca ainda que estudos de caso são pertinentes “quando uma questão ‘como’ ou ‘por que’ está sendo feita sobre um conjunto de eventos contemporâneos” (YIN, 2010, p. 34), e trata-se de um fenômeno que o investigador tem pouco ou nenhum controle. A partir dessa conceituação, entendemos que as iniciativas de comunicação de empresas em plataformas dinâmicas como YouTube, Instagram e Vine (que por si só já poderiam ser consideradas fenômenos contemporâneos e objetos de estudo isolados) são fenômenos em que não há controle, pois as performances dessas iniciativas dependem de inúmeros fatores, como a aderência da mensagem ao contexto, ao público-alvo e suas conversações no ciberespaço. Outro ponto que nos auxilia a justificar a escolha pelo estudo de caso é o questionamento do “como”, apontado por YIN (2010), as empresas selecionadas 41 usaram as plataformas YouTube, Instagram e Vine para exibir um conteúdo com potencial educativo e instrucional. As questões da comunicação organizacional voltada para mercados de nicho, o poder de interatividade, a brevidade na mensagem e a mobilidade defendidas por Qualman (2013) ajudaram no entendimento de quais organizações se adequam a essa realidade. Assim como o conceito de "empresa com poder de conversação" de Belleghem (2012) nos ajudou a escolher as marcas com habilidade de participar das conversações do ciberespaço. Não podemos nos esquecer da comunicação integrada e do composto comunicacional (ferramentas e plataformas digitais) apontados por Terra (2011) como essenciais para o processo de comunicação das empresas com seus públicos. Além disso, tomamos como referência na seleção dos casos as empresas produtoras de conteúdo que mais se aproximam dos conceitos de material educacional e instrucional apontado por Gabriel (2013) e Rodrigues (2014). O viés inspiracional, instigador e fragmentado proposto pelos autores foi considerado na escolha das marcas avaliadas neste estudo. Por fim, levamos em conta, para esta seleção, empresas com canais de comunicação estruturados e com estratégias consistentes de acordo com os autores estudados neste trabalho. Entendemos por estruturado o número de seguidores do canal e a frequência de conteúdo compartilhado com a rede. Já por consistência, avaliamos o conteúdo compartilhado e sua aderência com a cultura da empresa, como conceitua Belleghem (2012). Vale aqui reafirmar nossos objetivos específicos com este estudo: analisar a estratégia de comunicação das empresas com o YouTube, Instagram e Vine; e identificar conteúdos de maior adesão junto aos usuários da plataforma. A escolha por essas plataformas se deu por sua relevância no ciberespaço, caso do YouTube, maior site de vídeos do mundo, segundo descrito por Meier (2014); ou por sua rápida ascensão no universo dos aplicativos para dispositivos móveis comprados por multinacionais, caso do Instagram e do Vine, adquiridos pelo Facebook e pelo Twitter, respectivamente. 42 Cada caso escolhido para este estudo será exposto a partir de uma breve descrição da ação e: de uma apresentação da empresa e sua missão no intuito de entender a cultura da organização; da breve avaliação dos canais e plataformas digitais utilizados pela empresa com o objetivo de promover uma comunicação integrada e aumentar sua percepção de marca e atuação no ciberespaço; da performance da ação/campanha na plataforma (número de likes e compartilhamentos). 3.2. Descrição dos casos 3.2.1. Virgin America Apresentação da empresa A Virgin America é uma companhia aérea com sede na Califórnia, Estados Unidos, que tem “a missão de fazer o voo algo bom novamente, com novas aeronaves, tarifas atraentes, serviços de alto nível, uma série de ações de entretenimento e conforto inovador que estão reinventando as viagens aéreas domésticas” (VIRGIN AMERICA, tradução nossa). A Virgin America possui canais nas mídias sociais mais conhecidas, como Facebook, Google+, Instagram, Twitter, YouTube e Vine. Todos têm atualização frequente (diária), com conteúdo semelhante. 43 Mídias N. Seguidores Facebook Twitter Google+ Youtube Instagram Vine 559.651 568.000 1.915.054 18.913 45.014 12.900 Tabela 1: Perfis da Virgin America1 Descrição do caso Figura 1: Imagem ilustrativa: Canal da Virgin America no YouTube 2 Em outubro de 2013 a companhia aérea Virgin America apresentou uma nova forma de comunicar aos passageiros os procedimentos de segurança durante os trajetos. A tradicional mensagem, geralmente transmitida pela tripulação, ganhou um videoclipe de cinco minutos com música e bailarinos. No vídeo, o elenco explica como afivelar o cinto e agir em caso de emergência, por exemplo. A campanha começou com a divulgação do material no canal do YouTube da empresa e foi compartilhada em um hotsite especial para a ação, além da transmissão antes de cada voo da companhia nos Estados Unidos. Para dar sobrevida à campanha, a Virgin America promoveu uma competição por meio do Instagram, na qual o usuário poderia postar um vídeo curto 1 Dados extraídos dos perfis da empresa no Facebook, Twitter, Google+, YouTube, Instagram e Vine. Informações consultadas em 13 de setembro de 2014. 2Disponível 2014 em: <http://youtu.be/DtyfiPIHsIg?list=PL9E24FB48BDD89080>. Acesso em setembro de 44 demonstrando sua aptidão para a dança. O material deveria ser acompanhado da hashtag #VXsafetydance. A presença do termo antecedido pelo caractere servia de filtro para que a empresa identificasse no Instagram os conteúdos compartilhados por seus seguidores e referentes à ação. Os vídeos julgados pela companhia como os mais divertidos tiveram seus protagonistas selecionados para uma segunda edição do vídeo institucional. O vídeo publicado no YouTube contabilizou 9.863.806 visualizações até a data de 13 de setembro de 2014, segundo mostrava o contador da plataforma. Destas visualizações, 78.839 usuários aprovaram o vídeo e 2.322 desaprovaram. O conteúdo recebeu ainda 7.918 comentários dos usuários. A extensão da campanha promovida no Instagram recebeu 401 colaborações. Figura 2: Imagem Ilustrativa: Perfil da Virgin America no Instagram 3 3Imagem extraída da versão para dispositivos móveis do Instagram em 13 de setembro de 2014. 45 3.2.2. Sorridents Apresentação da empresa A Sorridents é uma empresa fundada em 1995 na zona leste da capital de São Paulo com o objetivo de "atender pessoas que buscam um profissional atencioso para a solução de um problema bucal em uma clínica multidisciplinar". (SORRIDENTS, 2014). Segundo o site da empresa, são cerca de 160 clínicas em funcionamento de um total de mais de 200 clínicas franqueadas, presentes em 15 estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Paraná, Goiás, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe, Distrito Federal e Minas Gerais. Em sua missão, consta: "propiciar acesso a uma odontologia moderna com conforto, conveniência e qualidade, sempre com compromisso social". (SORRIDENTS, 2014). Além de um site institucional renovado em julho de 2014 (SORRIDENTS FRANCHISING, 2014), a Sorridents conta com uma página no Facebook, um canal no YouTube, um perfil no Twitter e um blog institucional alocado no próprio site da empresa. Mídias sociais Facebook Twitter Youtube N. Seguidores 32.514 1.482 2.150 Tabela 2: Perfis da Sorridents4 Com exceção do YouTube, os canais no Facebook e no Twitter são atualizados diariamente. O blog institucional traz apenas informações de mercado e aberturas de novas unidades da empresa. 4Dados extraídos dos perfis da empresa no Facebook, Twitter e YouTube. Informações consultadas em 13 de setembro de 2014. 46 Descrição do caso Figura 3: Imagem ilustrativa: Perfil da Sorridents no canal da marca do YouTube5 Em setembro de 2013, a clínica de odontologia Sorridents lançou uma série de vídeos educativos no YouTube com a atriz Larissa Manoela. Naquele ano, a jovem de 13 anos protagonizava a novela "Carrossel" na emissora SBT. Dos 11 vídeos publicados no canal da empresa na plataforma, nove têm seu conteúdo exclusivamente educativo, com a atriz oferecendo dicas sobre saúde bucal, escovação, aparelho ortodôntico, clareamento dentário, implantes dentários e outras especialidades da odontologia. Os vídeos têm menos de dois minutos e, por meio de uma linguagem simples, procuram conversar com a sociedade brasileira, público-alvo da empresa. Na soma dos nove vídeos da série, o total de visualizações foi de 159.127. Desta audiência, o conteúdo teve 592 aprovações e 46 desaprovações da audiência. O canal somou ainda 79 comentários distribuídos entre os vídeos com a atriz. No geral, a interação dos usuários se refere à atriz, mas há comentários positivos com relação ao conteúdo educativo. 33Conteúdo disponível em: < http://youtu.be/jnmyUzOzamo?list=PL5ycV2MF7n9LnafoFR4_5XAo9zvG9etm>. Acesso em setembro de 2014. 47 Não Tempo Visualizações Gostaram gostaram Comentários Vídeo Vídeo 01 - Aparelho Ortodôntico Larissa Manoela 00:32 32.546 88 3 12 Vídeo 02 - Qual a maneira certa de escovar os dentes? 01:51 24.395 140 16 16 Vídeo 03 - Dica para manter seus dentes saudáveis 01:17 52.484 95 19 16 Vídeo 04 - Saiba o que é Fluorose e como evitá-la 01:34 9.902 43 2 4 Vídeo 05 - Você sabe o que provoca manchas nos dentes? 01:38 9.000 56 3 9 Vídeo 06 - Importância do tratamento ortodôntico 01:36 6.720 37 1 6 Vídeo 07 - Traumatismo Dentário, você sabe o que é? 01:14 7.485 36 1 5 Vídeo 08 - Conheça os alimentos amigos dos dentes e gengivas! 01:23 6.618 42 0 5 Vídeo 09 - Cuidar das gengivas é tão importante quanto cuidar dos dentes 01:42 9.977 55 1 6 Tabela 3: Série de Vídeos Sorridents no YouTube 6 3.2.3. Guaraná Antarctica Apresentação da empresa O Guaraná Antarctica é uma marca da Companhia de Bebidas das Américas, Ambev. Em seu site (GUARANÁ ANTARCTICA, 2014) consta: O Guaraná Antarctica foi lançado no mercado brasileiro em 1921, como Guaraná Champagne Antarctica. Além do sabor único, ser um refrigerante natural sempre foi uma de suas principais características. Desde a criação do refrigerante, a Antarctica já comprava o fruto do guaraná diretamente de fornecedores da região de Maués (AM) para produzir o extrato em sua unidade em São Paulo (GUARANÁ ANTARCTICA, 2014). Já no site da Ambev, consta a seguinte missão e visão: Nossa missão é nossa razão de ser e o compromisso da Ambev como empresa. "Criar vínculos fortes e duradouros com os consumidores e clientes, fornecendo-lhes as melhores marcas, 6Informações coletadas em 13 de setembro de 2014. 48 produtos e serviços." Nossa visão traduz a representação de nosso sonho. "Ser a Melhor Empresa de Bebidas do Mundo Unindo as Pessoas Por um Mundo Melhor" (AMBEV, 2014). A presença do Guaraná Antarctica na internet é bastante consolidada. O site institucional da empresa/marca (www.guaranaantarctica.com.br) apresenta uma interface dinâmica com muitos dos conteúdos provenientes dos canais da marca em mídias sociais como Facebook, Instagram e Twitter. Mídias Sociais N. Seguidores Facebook Twitter YouTube Instagram 17.646.510 183.000 28.210 5.090 Tabela 4: Perfis do Guaraná Antarctica7 Descrição do caso Figura 4: Imagem ilustrativa: Perfil do Guaraná Antarctica no Instagram 8 Em dezembro de 2013, o Guaraná Antarctica lançou uma série de 30 vídeos, de 15 segundos cada, publicados no perfil na marca no Facebook e no Instagram (@guaranaantarctica), que será o objeto desta análise. Os filmes curtos têm 7Informações coletadas dos perfis no Facebook, Twitter, YouTube e Instagram em 13 de setembro de 2014. 8 Conteúdo disponível em: < http://instagram.com/guaranaantarctica>. Acesso em setembro de 2014. 49 conteúdo instrucional, ensinam receitas rápidas, como batata assada e pipoca condimentada, integrando a ação “Tá na Mesa #comGuaraná”. O gerente de marketing digital do Guaraná Antarctica, Cleber Dantas, explicou ao site Propmark o objetivo da ação: O objetivo é proporcionar aos mais de 16 milhões fãs da marca uma interação constante, capaz de inserir o conteúdo em seus assuntos de conversa com seus amigos, fundamental para que a marca se mantenha admirada e viva (PROPMARK, 2013). De maneira geral, os vídeos de 15 segundos compartilhados no Instagram apresentaram performance razoável ao longo da ação de dois meses. Do total de 2.079 aprovações dos vídeos, podemos dizer que a campanha contou com a interação de pouco mais de 1% da base de 5.090 fãs da marca na plataforma. Aqui consideramos a aprovação, conforme tabela abaixo, um sinal de que o conteúdo foi reconhecido como pertinente pelos usuários. Vídeo 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Aprovação 114 70 80 80 75 52 51 48 50 49 66 61 63 58 53 55 60 52 64 57 71 69 58 68 58 78 100 72 103 144 Tabela 5: Número de aprovações de cada vídeo da campanha no Instagram9 3.2.4. General Electric (GE) Apresentação da empresa A General Electric é uma empresa multinacional, com subsidiária no Brasil. Em seu site brasileiro, encontramos um resumo da atuação da organização: Como uma empresa global, a GE sempre desenvolveu inovações que seriam úteis no dia-a-dia das pessoas. De Thomas Edison, com a invenção da primeira lâmpada incandescente à construção da primeira Estação Central de Energia dos Estados Unidos, a GE ajudou a moldar as bases do mundo moderno, redefinindo nossos conceitos de tempo e duração dos dias e até expandindo nosso 9Informações coletadas no Instagram em 14 de setembro de 2014. 50 conhecimento sobre o corpo humano, com a fabricação do primeiro equipamento de raio-x (GE.COM, 2014). Sobre sua missão, a empresa afirma: A GE faz. Presente no Brasil desde 1919, a GE fornece produtos, serviços e soluções inovadoras para ajudar o País a vencer seus desafios de infraestrutura e melhorar a vida das pessoas. Nós cuidamos da saúde, desenvolvemos a energia, construímos e movemos o Brasil. Acreditamos que, se dá para imaginar, dá para fazer (GE.COM, 2014). A General Electric tem uma forte presença nas mídias sociais e as utiliza claramente como ferramenta de comunicação e engajamento de seus públicos. Alguns canais, como o YouTube recebe o conteúdo compartilhado mundialmente de forma uniforme. Outras mídias, como o Facebook e o Twitter, apresentam canais regionais, como no caso do Brasil (vide tabela com panorama das mídias sociais da empresa). Mídias sociais N. seguidores Facebook Twitter YouTube Instagram Pinterest LinkedIn Google+ 1.295.047 261.000 47.946 175.978 23.152 765.092 711.503 Tabela 6: Perfis da GE10 Mídias Sociais N. seguidores Facebook 1.295.046 Twitter 68.100 Tabela 7: Perfis da GE Brasil11 Descrição do caso Figura 5: Imagem ilustrativa: perfil da GE no Vine 12 10Informações extraídas das mídias sociais em 14 de setembro de 2014. extraídas do Facebook e Twitter em 13 de setembro de 2014. 12Disponível em: <https://vine.co/v/h67nuAg17ma>. Acesso em setembro de 2014. 11Informações Vine 105.600 51 Em agosto de 2013, a General Electric (GE) lançou nos Estados Unidos a primeira feira de ciências interativa por meio da plataforma Vine. Com o nome de #6SecondScience, a ação procurou engajar a audiência nas mídias sociais a compartilhar, em vídeos de até seis segundos, conteúdo instrutivo e científico durante os dias 8 e 15 de agosto daquele ano. Todo o material audiovisual deveria ser postado no perfil do usuário no Vine acompanhado pela hashtag "6secondscience”. A empresa se comprometeu a compartilhar o conteúdo dos colaboradores em seu próprio perfil no Vine, além de concentrar os melhores filmes em um site na plataforma Tumblr (http://6secondscience.tumblr.com/|) e um vídeo no YouTube com uma compilação das contribuições. A plataforma Vine contabiliza mais de 500 contribuições com a hashtag “6secondscience”. Em sua maioria são iniciativas de usuários em compartilhar em menos de dez segundos o que consideram ciência e alguns experimentos, como a reação de agentes químicos misturados em laboratório. Curiosidades da vida animal e exemplos de fórmulas da Física também foram compartilhados. Figura 6: Imagem ilustrativa: Vídeo publicado no canal da GE no YouTube 13 O vídeo publicado no canal da empresa no YouTube com uma compilação das contribuições alcançou a marca de 871.357 visualizações até o dia 14 de 13Disponível em: <http://youtu.be/iNdBHmZAOr4>. Acesso em setembro de 2014. 52 setembro de 2014. Mais de 4.400 usuários da plataforma aprovaram o vídeo, contra 327 que não gostaram. 3.3. Análise de casos Virgin America Do ponto de vista comunicacional, a empresa utiliza as plataformas digitais de forma uniforme, distribuindo seu conteúdo entre seus canais com frequência (diariamente). O conteúdo do vídeo produzido para a ação se enquadra no que definimos anteriormente como instrucional, assim como atende aos requisitos de brevidade e mobilidade partilhados por Qualman (2013). Os cinco minutos do conteúdo audiovisual ultrapassam a média dos vídeos mais vistos no YouTube, como aponta a PewResearch Journalism Project (2010). No entanto, como a mesma instituição afirma, essas variações de tempo estão ligadas à qualidade e características dos vídeos. No caso específico da Virgin America, entende-se que o tempo do material não o prejudica uma vez que sua produção visa atrair a atenção de uma audiência jovem (Millennials) e já acostumada com esse tipo de conteúdo audiovisual. Vale ainda apontar que o filme pela companhia aérea americana ainda se encaixa no conceito de utilidade proposto por Rodrigues (2014) e de viralização apontado por Gabriel (2010) como essenciais para o sucesso de uma ação de marketing de conteúdo e percepção de marca. Sorridents A estratégia de comunicação da empresa nos ambientes virtuais é estabelecida com base em vídeos e conteúdo visual. Para expor seus valores de 53 que "realiza um atendimento alegre e humanizado. De um jeito simples, mantém uma relação de respeito e transparência com seus clientes" (SORRIDENTS, 2014), a empresa utiliza imagens e fotos de cunho inspiracional em sua página no Facebook como forma de reforçar sua presença de marca e engajar seus seguidores. Já no YouTube, a série de vídeos protagonizada pela atriz Larissa Manoela tem forte viés educacional e reflete claramente o da marca em "propiciar acesso a uma odontologia moderna", como defende em sua missão. A presença de uma personalidade reconhecida popularmente dá credibilidade à mensagem, como apontado por Rodrigues (2014), além de aumentar seu poder de viralização descrito por Gabriel (2010). Outra estratégia bem desenvolvida pela empresa na série de vídeos aqui estudada diz respeito à brevidade do conteúdo audiovisual. A média de um minuto e 30 segundos de cada capítulo respeita os dois minutos apontados como satisfatórios para entendimento de uma mensagem, segundo o PewResearch Journalism Project (2010). Com uma cenografia simples, onde a personagem não realiza movimentos bruscos durante o vídeo, podemos avaliar que mesmo com o apelo da personalidade, a estratégia foi manter o foco no conteúdo educacional, de maneira que a atenção da audiência não fosse perdida como descreveu Kahneman (1973). Guaraná Antarctica Borg (2013) avalia que a curva da atenção é formada por intermitentes ondas. "A atenção é ganha, perdida e angariada novamente" (p. 63). Diante dessa premissa, avaliamos que a estratégia do Guaraná Antarctica com a ação no Instagram atraiu a audiência por meio de pequenos vídeos publicados com determinada frequência na plataforma e que aguçam não somente a visão como o paladar do público-alvo. 54 Não é de hoje que a empresa utiliza dessa estratégia para trabalhar sua percepção de marca. Filmes para a televisão já foram feitos com esse intuito. Com relação à linguagem, consideramos que o apelo visual suportado por uma trilha sonora permite que qualquer usuário - independentemente de sua geração, compreenda o conteúdo instrucional, mesmo considerando o ritmo acelerado do vídeo. Entendemos ainda que a campanha do Guaraná Antarctica promove uma experiência ao consumidor apontada por Belleghem (2012), pois utiliza de uma conversação dinâmica e estritamente colaborativa, com base em sua cultura e missão de "criar vínculos fortes com o consumidor" (GUARANÁ ANTARCTICA, 2014). General Electric (GE) A brevidade dos vídeos de seis segundos propostos pela General Electric em forma de desafio para os usuários do Vine ilustra o conceito de interatividade proposto por Qualman (2013). A empresa lançou mão do conteúdo produzido pela rede para então, a partir das contribuições de seus seguidores, promover a ciência e os conceitos de Química e Física antes vistos apenas nas feiras promovidas pelas instituições de ensino americanas. A empresa se aproveita do dinamismo de plataformas como o Vine e da propensão pelo consumo rápido das novas gerações (Millennials) para fazer com que a audiência entenda sua missão mercadológica de inovação nos mais diversos setores da economia. A ação #6secondscience é apenas uma das iniciativas da General Electric nas plataformas e mídias digitais. Percebemos que todos os canais da empresa de certa forma estão conectados e se complementam nas mais diversas campanhas e iniciativas. 55 Análise geral comparativa No caso da Virgin America, o conteúdo de cunho instrucional foi transmitido claramente pelo entretenimento, atrelando música e dança em uma linguagem totalmente aderente à geração digital. O desdobramento da ação no Instagram, convidando a comunidade para participar da conversa, exemplifica a integração da comunicação da empresa, fator importante para o sucesso do composto comunicacional apontado por Terra (2011). O conteúdo informativo e educativo produzido pela Sorridents em sua série de vídeos no YouTube também representa o que procuramos avaliar com este estudo. A linguagem acessível para diversas gerações e o apelo da figura pública colaboraram para o sucesso da ação. No entanto, é preciso ressaltar que os números de visualizações dos três primeiros vídeos da série são maiores que os demais, o que pode representar uma falta de adequação na estratégia de divulgação dos demais filmes, uma perda de interesse da audiência pela personagem ou os dois fatores. Ao compararmos as duas ações no que se refere ao uso do YouTube, avaliamos que para a Sorridents a plataforma fez o papel de ambiente de hospedagem do conteúdo audiovisual, não sendo este atrelado a outros desdobramentos da campanha ou possíveis ações feitas a partir da série de vídeos. Já a Virgin America compreendeu a plataforma como mais um meio de engajar a audiência fazendo uso de hiperlinks no próprio vídeo para o hotsite da ação e também pela divulgação da hashtag #VXsafetydance, que convidava o usuário a conhecer a extensão da campanha no Instagram. Também no Instagram, o Guaraná Antarctica optou pela brevidade de uma campanha de dois meses ao compartilhar vídeos curtos de 15 segundos, e assim como a companhia aérea americana, engajou sua rede com um conteúdo instrutivo e de fácil consumo replicado em outras mídias sociais. Essa estratégia também é usada pela General Electric (GE) em suas ações. Guaraná Antarctica e GE entregam a suas audiências conteúdos em formatos de rápido consumo e totalmente voltados para a sociedade contemporânea e fluida conceituada por Bauman (2001). 56 Em nossa leitura da estratégia da General Electric (GE), consideramos que a companhia também utiliza seu valor de inovação para apostar nas mais diversas iniciativas e ações como forma de compartilhar conhecimento e gerar valor para a sociedade. As ações parecem obedecer uma linearidade e frequência, sempre utilizando o audiovisual e o gosto pela ciência como fatores primordiais em suas campanhas. A plataforma Vine integra o composto comunicacional da GE, assim como a Virgin America o faz com o YouTube, em momentos que se alternam em puro entretenimento e conhecimento científico. Em resumo, percebemos que os usos das plataformas avaliadas neste estudo dependem de uma série de fatores internos e externos relacionados às organizações, seja em seu entendimento do potencial dessas mídias, da estratégia de marketing e outras variáveis além dos domínios da comunicação. 57 Considerações Finais Como apontamos anteriormente, os vídeos online como parte da estratégia de comunicação das empresas atendem à demanda social contemporânea, não somente por suas características audiovisuais que facilitam a compreensão, mas também por ganharem o ritmo de gerações ávidas por conteúdo de rápido consumo em tempos de modernidade líquida, como defende Bauman (2001). Plataformas como o Vine, que oferece vídeos em seis segundos, e Instagram, que ampliou sua atuação no ciberespaço antes voltada apenas à fotografia e hoje suportando vídeos de até 15 segundos, confirmam a nova dinâmica das plataformas digitais: ambientes aptos ao compartilhamento de conteúdo e mensagens curtas e objetivas. Essa realidade se deve ao fato de a geração digital, hoje dominante na sociedade contemporânea, sofrer com o multitasking e a falta de atenção. Borg (2013) afirma que manter a curva de atenção em ascensão é impossível. A atenção é ganha, perdida e angariada novamente. Novas plataformas, como as mencionadas neste estudo, atestam essa tendência pelo conteúdo de rápido consumo. Até o maior site de vídeos da atualidade, o YouTube, é usado como canal de vídeos com média de dois minutos de duração. O processo comunicacional das organizações sofreu uma forte adaptação à essas plataformas e seus usos. Como bem avaliou Terra (2011), as organizações incorporaram plataformas digitais em suas estratégias como meio de se aproximar de seus públicos e até mesmo sobreviverem num mercado ditado pelo consumidor. Nosso entendimento dessa tendência pelas plataformas digitais de vídeo online é o seguinte: 1) a comunicação feita por conteúdo audiovisual ajuda na construção da marca das empresas, pois uma de suas características é seu poder de engajar a audiência e promover experiência, como descreveu Gronlund (2013). Quando bem utilizadas, plataformas como YouTube, Instagram e Vine colaboram na percepção 58 de marca das empresas uma vez que são meios em que a mensagem deve ser direta e consumida em um curto espaço de tempo; 2) as plataformas de vídeo disponíveis atualmente estão completamente adaptadas aos diversos dispositivos móveis. Inclusive duas delas (Instagram e Vine) foram criadas originalmente para dispositivos móveis e depois ganharam suas versões para aplicativos web, ou seja, para desktops e outros computadores pessoais. Disponibilizar conteúdo nesses dispositivos aumenta as chances de uma comunicação massificada. Lembrando que estamos migrando para uma sociedade cada vez mais em trânsito e adepta ao consumo de dispositivos móveis, como afirmou Qualman (2013); 3) os conteúdos audiovisuais oferecem diversas possibilidades de comunicação para as organizações, seja por meio do simples entretenimento ou por agregarem conhecimento à audiência. Se considerarmos que as gerações digitais buscam valor naquilo que consomem, como descreveu Fava (2012), a produção de conteúdo com potencial educacional e instrucional se justifica. Neste último ponto, especialmente com referência ao nosso objeto de estudo - conteúdo com potencial educacional e instrucional -, avaliamos que há iniciativas bem planejadas nesse sentido. Os casos escolhidos para este trabalho demonstram como ações podem congregar conhecimento, entretenimento e percepção de marca incitando a audiência ao consumo. Diante do cenário apresentado neste estudo, de natureza exploratória, acreditamos que há muito espaço para a pesquisa nessa área da comunicação digital. Para as empresas e organizações, vislumbramos oportunidades diversas de ampliarem suas ferramentas de comunicação, independentemente das plataformas hoje em evidência e aqui apontadas. Para os possíveis estudos sobre o tema, entendemos que a questão da mobilidade, brevidade na comunicação e interatividade são apenas alguns dos pontos que podem ser explorados num futuro próximo. 59 Referências AMBEV. Sobre a Ab-Inbev. Disponível em: <http://www.ambev.com.br/nossahistoria.html>. Acesso em setembro de 2014. AN INSTAGRAM of Mark Zuckerberg announcing he just bought Instagram for $1 billion. Disponível em: <http://www.papermag.com/2012/04/facebook_acquires_instagram.php>. 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