31 de outubro de 2009 iv encontro brasileiro na suíça berna
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31 de outubro de 2009 iv encontro brasileiro na suíça berna
IV ENCONTRO BRASILEIRO NA SUÍÇA 31 DE OUTUBRO DE 2009 BERNA DOCUMENTAÇÃO FINAL Esta documentação pode ser vista em PDF na página www.conselho-brasileiro.ch Para encomendar a versão impressa escreva para: [email protected] Índice Apresentação 3 Programa 6 Palestras A globalização e os brasileiros no mundo 7 A importância de tomar o destino nas mãos 10 Apresentação do Conselho Brasileiro na Suíça 14 Grupos de Interesse Autoestima: processo contínuo de crescimento 17 Brasileiros no mundo: oportunidades e desafios 20 Comunicação Intercultural: como interagir melhor 23 Crescendo com os desafios 27 Dependência e independência psicológica no processo de integração 28 Educação para a cidadania: valores éticos no mundo globalizado 30 Educar para o mundo: desafio dos pais 31 Estrangeiros na Suíça: o que mudou desde 2008 33 Imposto de Renda na Suíça: como funciona e modo de preencher 35 Mulheres migrantes no mundo do trabalho 38 Novos caminhos profissionais: reconhecimento de diplomas e possibilidades de formação 41 Os seguros sociais na Suíça – direito e deveres 45 Situação econômica no Brasil e a remessa de dinheiro 47 Reflexão Final A caminhada dos grupos brasileiros na Suíça 48 Avaliação 50 Momentos do Encontro 53 Agradecimentos 57 4. Encontro Brasileiro na Suíça 1 Apresentação “NINGUÉM PODE INTEGRAR OUTRA PESSOA” Para início de conversa..... Imigrante não é uma profissão. Imigrante é a pessoa que entra em outro país com a intenção de viver e trabalhar de forma temporária ou permanente. Imigrantes somos nós, que não estamos aqui como turistas, mas que procuramos nos estabelecer num novo país. Por isso, sejam bem-vindos à leitura do relato deste encontro de imigrantes! Todo mundo que experimenta esse processo de “achar seu lugar” numa terra muitas vezes tão diferente da sua, sabe que nem sempre é fácil. Exige engajamento, força de vontade, coragem para encarar um mundo novo e disposição de se adaptar à realidade local. Ser você mesmo e integrar-se no meio em que vive: eis o desafio do imigrante. Pensando nisso escolhemos como tema para o IV Encontro Brasileiro na Suíça: “Integração e Emancipação: assumindo seu próprio caminho!” Em outras palavras: fazer parte da comunidade envolvente e ter autonomia e liberdade para tomar decisões sobre a sua própria vida, sem depender dos outros. A proposta do Conselho Brasileiro na Suíça, organizador do evento, foi analisar a questão da integração do ponto de vista pessoal. Ninguém pode integrar outra pessoa, cada um é responsável pela sua própria integração, pois os caminhos de cada imigrante são diferentes. Todos têm uma forma muito individual de encarar e enfrentar os problemas, buscando soluções. Esse processo de autodeterminação faz com que o imigrante se sinta mais forte, mais preparado para enfrentar os desafios de aprender uma nova língua e encaixar-se numa sociedade diferente de seu país de origem. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 3 Apresentação Para poder assumir seu próprio caminho é preciso saber como as coisas funcionam no país de acolhida, é necessário saber qual é a “linguagem” utilizada (não apenas a língua, mas toda a forma de comunicar), deve-se conhecer os direitos e deveres e principalmente saber como se pode utilizar o próprio potencial da melhor forma. Um dos objetivos do encontro foi abrir aos participantes algumas gavetas cheias de informação para compreender melhor a estrutura da Suíça, sem esquecer do Brasil. Procuramos dar algumas pistas de como administrar essa dualidade de estar aqui e lá, de manter sua identidade e adaptar-se ao país, de ser imigrante sem deixar de ser brasileiro! Nesse processo de integração e emancipação os grupos e outras entidades têm o papel de apoiar, dar orientação e instrumentos para que os imigrantes encontrem seu caminho e seu lugar no país que escolheram para viver. Em sua saudação aos presentes o senhor Roland Beeri, do Fachstelle Integration de Bern salientou a importância dos grupos migrantes se organizarem e assim contribuírem para a integração de seus cidadãos na Suíça. Maria Stela Pompeu Brasil Frota, Embaixadora do Brasil na Suíça, apresentou sua saudação em nome do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e elogiou a iniciativa de realização do Encontro. A Embaixadora destacou que o número de brasileiros no exterior já ultrapassou os 8 milhões e afirmou que o governo brasileiro vem dando passos significativos para ir ao encontro das necessidades desses brasileiros emigrados. As duas conferências Brasileiros no Mundo (www.brasileirosnomundo.mre.gov.br), realizadas em 2008 e 2009 representam, segundo ela, um sinal claro dessa determinação do Itamaraty e permitem um contato cada vez mais próximo com a comunidade brasileira. Na seqüência do programa foram apresentadas explanações sobre os brasileiros no mundo globalizado e sobre os elementos que são indispensáveis para os imigrantes se emanciparem, para sentirem-se bem no país de acolhida e construírem suas vidas na nova comunidade. O resumo das palestras está nas páginas seguintes. Além das palestras principais na parte da manhã, à tarde foram realizados vários Grupos de Interesse sobre temas relacionados ao cotidiano da imigração, na área do trabalho, direitos, educação, relacionamento e comunicação intercultural, entre outros. Vários momentos de descontração foram garantidos durante os espaços culturais no meio da programação. Para as crianças pequenas foi organizado o Cantinho das Crianças e nos intervalos os participantes puderam visitar a Feirinha do Encontro. É importante ressaltar que este evento está inserido numa história que começou em meados dos anos 90, quando surgiram os primeiros grupos brasileiros na Suíça. O tema do 4. Encontro também tem a sua história. No 1. Encontro Nacional de Brasileiras na Suíça discutiu-se a questão do “ser migrante” e como conseguir se integrar como tal na sociedade envolvente. Já o 2. Encontro, em 2003, abordou o tema “Identidade e Integração”, vendo nossa identidade pessoal e como brasileiros, ao mesmo tempo em que procuramos nos integrar na sociedade local. O 3. Encontro abordou a nossa participação como migrantes, um elemento importante no processo de integração. Com o 4. Encontro deu-se um passo além: somos migrantes, brasileiros, integrados, participantes e agora precisamos nos emancipar, tomando nosso destino nas próprias mãos para viver melhor no país que nos acolhe. O símbolo dessa caminhada, colocado em destaque no salão principal, é a pintura de uma árvore, cujas folhas foram feitas com as impressões digitais dos participantes do 3. Encontro. A história que começou com uma semente, foi se transformando em árvore. Na reflexão final Carminha Pereira enfatizou: “a migração faz parte das nossas vidas e da nossa história coletiva enquanto brasileiras e brasileiros. Somos muitas variantes de diversas nacionalidades...Temos que aprender com as diferenças e ver a vida em outro país como um enriquecimento. O importante é que nossa vida é no momento neste país. Portanto temos que levar a nossa Emancipação aqui a sério e não deixar para amanhã.” 4 4. Encontro Brasileiro na Suíça Apresentação Mais de 300 pessoas compareceram ao evento, vindas de 17 cantões da Suíça e também da Alemanha e Holanda. Isso comprova a necessidade de encontros desse tipo, que possibilitam a troca de experiências, a busca de informações em áreas concretas da vivência diária e o convívio num ambiente alegre, descontraído, com cheiro e cor do Brasil. O feedback dos participantes no dia do Encontro foi muito positivo, tanto em relação aos temas apresentados, quanto à organização e à programação. Certamente nem tudo foi perfeito, mas as falhas não comprometeram o andamento do Encontro. Em sua exposição Carminha destacou também que “na Suíça este Encontro é somente a parte visível, além de bonita e emocionante, da nossa organização. É uma parte importante, mas não a mais importante. O trabalho mais valioso é a participação cotidiana nos diversos grupos e organizações. É para isso que serve este Encontro: para estimular a nossa participação na região onde moramos”. Esta documentação final apresenta os resultados do 4. Encontro Brasileiro na Suíça, realizado em 31 de outubro de 2009 no Gymnasium Neufeld, em Berna. Nas próximas páginas estão reunidas as palestras e os resumos dos vários Grupos de Interesse. Como bem concluiu Carminha: “somos cidadãos, com direitos e deveres, não importa em que lugar. E ninguém vai conseguir nos segurar, pois somos cidadãos do mundo!” Boa leitura! Equipe Organizadora do IV Encontro Brasileiro na Suíça Anna Paula Sardenberg (Grupo Atitude, Berna) Carminha Pereira (FIZ, Zurique) Elcídia Barbosa Bollinger (CIBRA, Solothurn) Irene Zwetsch (CIGA-Brasil, Basel) Maria Rolim Janotta (Grupo Equilíbrio, Thurgau) Magnólia Vigny (Grupo Raízes, Genebra) Nilce Cunha (CEBRAC, Zurique) Ocirema Kukleta (Zurique) Patrícia Brookling Negrão (Grupo Equilíbrio, Thurgau) Regina Jomini (Etoy, Vaud) Rosimary Stöckli (Grupo Atitude, Berna) Rubens Zischler (Ciga-Brasil, Basel) Sandra Suely Rodrigues Urech (Canta Brasil, Argau) 4. Encontro Brasileiro na Suíça 5 Programa 9:00h Chegada, inscrição e café 10:00h Abertura e saudação Irene Zwetsch, Conselho Brasileiro na Suíça Roland Beeri, Fachstelle Integration, Berna Maria Stela Pompeu Brasil Frota, Embaixada do Brasil, Berna 10.30h A globalização e os brasileiros no mundo Marcos Viana, Rede de Brasileiras e Brasileiros na Europa 11:00h A importância de tomar o destino nas mãos Flavia Reginato, Tradutora Intercultural 11:30h Apresentação do Conselho Brasileiro na Suíça Vitoria Cleaver, Consulado Geral do Brasil, Zurique 11:45h Espaço Cultural Elias Moreira, voz e violão 12:00h Almoço 13:45h Grupos de Interesse (simultaneamente em salas diferentes) 15:45h Pausa 16:15h Espaço Cultural Coral Canta Brasil (Aarau), regente Sandra Rodrigues André Figueiredo, piano 16:30h Reflexão final Carminha Pereira, FIZ - Centro de Apoio à mulher migrante e vítimas de tráfico de mulheres 17:00h Encerramento Jane Cruz e DJ Miguelito Hélio Faria 6 4. Encontro Brasileiro na Suíça Palestras A GLOBALIZAÇÃO E OS BRASILEIROS NO MUNDO GLOBALIZAÇÃO E O BRASILEIRO Marcos Elísio da Rocha VIana O QUE É GLOBALIZAÇÃO? RAIZES DA GLOBALIZAÇÃO Pergunta: Qual é a mais correta definição de Globalização? Com vocês a palavra!!! RAIZES DA GLOBALIZAÇÃO O PLANETA TERRA JÁ SOFREU A GLOBALIZAÇÃO: EGÍPCIA GRECO-MACEDÔNICA ROMANA MUÇULMANA IBÉRICA John Locke o pai do Liberalismo 1632 - 1704 Adam Smith o pai do Liberalismo Econômico Século XVIII GLOBALIZAÇÃO AMERICANA EUA DEPOIS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL SOFREMOS A GLOBALIZAÇÃO: BRITÂNICA NAZI-FACISTA 4. Encontro Brasileiro na Suíça 7 Palestras OS MOLDES SÃO OS MESMOS A HISTÓRIA SE REPETE OS MOLDES SÃO OS MESMOS A HISTÓRIA SE REPETE GUERRA FRIA GUERRA SANGRENTA OS MOLDES SÃO OS MESMOS A HISTÓRIA SE REPETE AQUI CHEGAMOS NO BRASIL GUERRA “PACÍFICA” PELO PRIVILÉGIO DOS BENS GLOBAIS, POUCOS ENRIQUECEM PELA EXPLORAÇÃO, MILHARES FAZEM DA MISÉRIA O SEU LEITO PELA FOME, MUITOS MORREM EM “PAZ”, SEM FORÇAS PARA LEVANTAR SEQUER A VOZ, QUE DIRÁ UMA ESPADA. A ESTRADA DA MIGRAÇÃO FICA PAVIMENTADA Para se ter uma ideia de como está mais fácil se mover pelo mundo, vejamos um detalhe dos tempos Globais: UM DOS MUITOS PAÍSES GLOBALIZADOS EM “PAZ” A GLOBALIZAÇÃO AUMENTA A MIGRAÇÃO DA MÃO DE OBRA O QUE É GLOBALIZAÇÃO? Pergunta: HÁ 50 ANOS A MILHA VOADA CUSTAVA – 0,27 US$ Qual é a mais correta definição de Globalização? AGORA CUSTA 0,10 US$ Resposta de um brasileiro: A morte da princesa Diana. 8 4. Encontro Brasileiro na Suíça Palestras Por quê? Uma princesa inglesa com um namorado egípcio,tem um acidente de carro dentro de um túnel francês, num carro alemão com motor holandês, conduzido por um belga, bêbado de whisky escocês, que era seguido por paparazzi italianos, em motos japonesas. A princesa foi tratada por um médico americano, que usou medicamentos brasileiros. O QUE ISTO TEM A VER COM O BRASIL? Como é isto? Isto é apresentado a você por um brasileiro, usando tecnologia americana (Bill Gates), e provavelmente você está lendo isso de um computador genérico, que usa chips feitos em Taiwan e um monitor coreano montado por trabalhadores de Bangladesh numa fábrica de Singapura, transportado em caminhões conduzidos por indianos, roubados por indonésios,descarregados por pescadores sicilianos, reempacotados por mexicanos e finalmente vendido a você por judeus, através de uma conexão paraguaia. PARA TERMINAR Cabe ressaltar que este brasileiro se encontra agora num encontro em Berna, na Suíça, curiosamente a imigração suíça foi a primeira imigração de pessoas livres de origem não portuguesa que chegou ao Brasil por volta de 1818, sendo este brasileiro residente na Holanda, lugar de asilo político de um dos pais do liberalismo, que na realidade já tinha pai muito antes. E foi o mesmo liberalismo que acabou provocando migrações generalizadas através dos séculos, fazendo com que as estimativas apontem para um contingente de aproximadamente 3 milhões de Brasileiros no Mundo. Quando estes brasileiros se dão conta disso precisam se organizar e ter representantes, se reúnem na pátria amada e elegem um conselho provisório de representantes via E‐MAIL depois dissolvem este conselho e por fim propõem uma eleição via INTERNET em todas as regiões do Globo terrestre. Enquanto isso, tentam se organizar numa rede continental, que quer ser mundial, e trocam milhares de mensagens eletrônicas (E‐MAIL) tentando se entender nos seus diferentes contextos dentro da GLOBALIZAÇÃO. Isto é que é , my friend, a tal de GLOBALIZAÇÃO! O QUE FAZER DIANTE DO INEVITÁVEL? CONCLUSÃO COMO VENCER A TIRANIA DA GLOBALIZAÇÃO? Devemos gritar para todo mundo ouvir que estamos enviando 7,2 bilhões de dólares para o Brasil? Devemos esperar que o Governo Brasileiro faça alguma coisa? Devemos desprezar as oportunidades que este governo nos dá, as CONFERÊNCIAS BRASILEIROS NO MUNDO, dizendo que somos incapazes de nos organizar? Devemos nos entregar ao conformismo de que nada vai mudar, ou mesmo a lutas egoísticas entre nós, zelando pela nossa imagem em detrimento das necessidades dos brasileiros dispersos pelo mundo globalizado? PRECISAMOS URGENTEMENTE VOLTAR À ESSÊNCIA DO NOSSO GÊNERO, PRECISAMOS SER MAIS GENEROSOS. A FORÇA DE UM SISTEMA QUE NOS TRANSFORMA A TODOS EM UM MERO PRODUTO SÓ PODE SER VENCIDA SE COMO SERES ASSOSSIATIVOS QUE SOMOS, NOS VOLTARMOS PARA AS REDES DE RELACIONAMENTOS E VOLUNTARIEDADE, QUE RESGATAM A NOSSA VERDADEIRA IDENTIDADE, A SABER: SERES HUMANOS, NO NOSSO CASO ESPECÍFICO BRAVA GENTE BRASILEIRA! MARCOS ELISIO ROCHA VIANA, pastor na Holanda, membro da Rede de Brasileiras e Brasileiros na Europa. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 9 Palestras A IMPORTÂNCIA DE TOMAR O DESTINO NAS MÃOS Flávia Reginato-Pereira dos Santos Independência Conteúdo Introdução emancipar = Emancipação: definições Emancipação e migração Conquistando a emancipação independência do latim emancipare, que antigamente significava proporcionar a um escravo ou filho adulto a sua independência. Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça 2 Independência Autodeterminação Identidade Independência Autodeterminação emancipação = autodeterminação emancipação = identidade social A capacidade de uma pessoa de definir, de formar e também de modificar a sua função e a sua posição na sociedade. A capacidade de uma pessoa de construir e manter relações sociais. Berna, 31.10.2009 10 IV Encontro Brasileiro na Suíça 3 Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça 4. Encontro Brasileiro na Suíça 4 Palestras Independência Autodeterminação Identidade Liberdade Independência Autodeterminação Identidade Liberdade Autonomia emancipação = liberdade emancipação = autonomia A capacidade de uma pessoa de desenvolver suas próprias perspectivas e metas de vida, e com isso dar um sentido individual para a sua própria existência. Berna, 31.10.2009 A capacidade de uma pessoa de satisfazer as suas próprias necessidades, e de assegurar a sua própria existência. 5 Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça Independência Autodeterminação Identidade Liberdade Autonomia Participação Igualdade Independência Autodeterminação Identidade Liberdade Autonomia Participação emancipação = igualdade de direitos emancipação = participação A capacidade de uma pessoa de participar da vida cultural de uma comunidade, assim como de colaborar ativamente para ela. Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça Emancipação Independência Autodeterminação Identidade Liberdade Autonomia Participação Igualdade 7 O esforço de um grupo para obter direitos civis e políticos, e assim equiparar a sua condição de cidadão em relação a outros grupos, independente da origem, religião situação econômica e outras características individuais. Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça 8 Emancipação e migração Paradoxo Basicamente feminina Recurso individual Processo paralelo Berna, 31.10.2009 6 IV Encontro Brasileiro na Suíça 10 Ao mesmo tempo em que nos emancipamos em certos aspectos da nossa cultura de origem, iniciamos um processo de dependência dentro da nova realidade como migrante, apesar da migração atual muitas vezes não se dar por motivos de sobrevivência, ou por outros motivos espetaculares. Basicamente feminina, o que faz com que a emancipação tenha também o caráter de combater a discriminação da mulher na sociedade Existe uma teoria que diz que a experiência de imigração pode se tornar um valioso recurso de cada pessoa, que, quando ativado, irá contribuir para o processo de emancipação do individuo no pais estrangeiro. Vai depender do interesse e do empenho de cada migrante, assim como das possibilidades que o país de acolhida irá oferecer, permitir e fomentar. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 11 Palestras Responsabilidade Conquistando a emancipação através da RESPONSABILIDADE Realizar cada tarefa com responsabilidade, sem julgamentos sobre importância dela perante a sociedade. A pirâmide do poder – tomando o destino nas mãos Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça Berna, 31.10.2009 11 IV Encontro Brasileiro na Suíça Responsabilidade Autoridade Autoconhecimento Responsabilidade Autoridade através do AUTOCONHECIMENTO através da AUTORIDADE A auto-avaliação das próprias capacidades e talentos permite estabelecer metas realistas, nem muito fáceis, nem muito impossíveis de serem alcançadas. Ter a autoridade necessária para desempenhar as tarefas das quais se é responsável. Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça 13 Berna, 31.10.2009 Responsabilidade Autoridade Autoconhecimento através do APRENDIZADO E DESENVOLVIMENTO PESSOAL 9 Aprender o idioma 9 Aprender o ritmo local, as nuances culturais 9 Experimentar novas áreas de atuação 9 Aperfeiçoar-se na profissão 12 IV Encontro Brasileiro na Suíça IV Encontro Brasileiro na Suíça 14 Responsabilidade Autoridade Autoconhecimento Aprendizado e Desenvolvimento Feedback e Autocrítica Aprendizado e Desenvolvimento Berna, 31.10.2009 12 15 através do FEEDBACK E DA AUTOCRÍTICA 9 Possibilidade de aperfeiçoar o desempenho de suas responsabilidades 9 Avaliar o próprio desempenho, confrontando-se de forma construtiva com seus pontos fortes e fracos. Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça 4. Encontro Brasileiro na Suíça 16 Palestras Responsabilidade Autoridade Autoconhecimento Aprendizado e Desenvolvimento Feedback e Autocrítica Confiança Permissão para Errar Responsabilidade Autoridade Autoconhecimento Aprendizado e Desenvolvimento Feedback e Autocrítica Confiança através da CONFIANÇA Ter ESPAÇO PARA ERROS 9 Confiar na própria capacidade (autoconfiança), 9 Reivindicar a confiança alheia 9 Se esforçar ao máximo para evitá-los 9 Permissão para errar -> mais coragem para assumir riscos e experimentar novos caminhos/alternativas 9 Não repetir os erros Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça 17 Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça 18 Bibliografia Responsabilidade Autoridade Autoconhecimento Aprendizado e Desenvolvimento Feedback e Autocrítica Confiança Permissão para Errar Respeito Zuwanderung im Zeichen der Globalisierung Christoph Butterwege & Gudrun Hentges Verlag für Sozialwissenschaften através do RESPEITO Die Macht-Pyramide. Wie man Macht gewinnt, 9 Muitas vezes se esconde nos detalhes indem man sie abgibt Diane Tracy 9 Reivindicar o respeito alheio moderne Verlagsgesellschaft 9 Respeitar os próprios valores culturais e também os valores locais (pontualidade) Berna, 31.10.2009 IV Encontro Brasileiro na Suíça 19 Ausbildung - wer hilft bei der Finanzierung? SVB Schweizerischer Verband für Berufsberatung & Verlag pro juventute Emancipação Respeito Igualdade Participação Autonomia Permissão para errar Confiança Feedback e Autocrítica Aprendizado e Desenvolvimento Liberdade Identidade Autoconhecimento Autodeterminação Autoridade Independência Berna, 31.10.2009 Responsabilidade IV Encontro Brasileiro na Suíça 20 FLAVIA REGINATO-PEREIRA DOS SANTOS, tradutora intercultural. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 13 Palestras APRESENTAÇÃO DO CONSELHO BRASILEIRO NA SUÍÇA Na apresentação Conselho Brasileiro do na Suíça, a Cônsul Geral do Brasil em Zurique, Vitória Alice Cleaver salientou que “os brasileiros na Suíça têm a sorte de contar com uma comunidade que muito cedo se interessou em se organizar”. Segundo ela, seus registros remontam aos anos 1994/95, começaram Vitória Alice Cleaver quando a ser criados certos grupos. “E foi em 98, portanto há 11 anos, que aconteceu aqui na Suíça o 1. Encontro Brasileiro, naquela época só de mulheres, porque a migração era muito mais feminina”, continuou. Organizado pelos grupos Ação, Atitude, BRASS e CIGA-Brasil, o encontro debateu o tema “Migração – Solidariedade e Participação”, com a proposta de reconhecer a condição de “migrante” e ver como se integrar na comunidade envolvente, descobrindo o seu papel. Em seu relato a cônsul lembrou que “na seqüência desse 1. Encontro foram realizados muitos seminários. Até hoje 10 seminários”. Esse constante reencontro permitiu, segundo ela, que se criasse um terreno extremamente fértil para se realizar um 2. Encontro Brasileiro na Suíça, dessa vez misto, para homens e mulheres. Naquela oportunidade se abordou o tema Identidade e Integração, chamando a atenção para a necessidade de se manter a identidade pessoal e cultural, ao mesmo tempo em que se busca espaços de participação e integração no país de acolhida. Vitória Cleaver destacou que em 2003 foi avaliado que realmente havia a necessidade de se articular melhor, de trabalhar regionalmente, de repente criar um tipo de central de informações que pudesse apoiar os grupos. “O sentimento dessa necessidade de melhor se articular regionalmente eu poderia chamar como uma semente para a criação do Conselho Brasileiro na Suíça”, afirmou. Formou-se mais tarde uma “Comissão pró-Conselho”, que depois do 3. Encontro Brasileiro, realizado em Berna (28.10.2006), já começou a trabalhar e coordenou o manifesto em prol dos Brasileirinhos Apátridas, realizado no dia 2 de junho de 2007 em frente ao Consulado Geral do Brasil em Zurique, em prol da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 272-00 para garantir a nacionalidade brasileira nata aos filhos de brasileiros nascidos no exterior. Esse grupo ainda organizou um seminário especial do qual participaram representantes do Consulado Geral do Brasil em Zurique, e participou de encontros fora da Suíça, como por exemplo o II Encontro Brasileiro na Europa, que aconteceu em Bruxelas. “Então o que se passou é que no fundo, essa Comissão Pró-Conselho, que era formada por representações de grupos em todo o espectro suíço foi se transformando, numa transição muito suave, no próprio Conselho, de modo 14 4. Encontro Brasileiro na Suíça Palestras que hoje o Conselho é um órgão representativo da comunidade brasileira na Suíça, reúne brasileiros de diferentes regiões do país e atua como ponto de informação e apoio para a comunidade e os grupos de brasileiros locais”, resumiu. O Conselho Brasileiro na Suíça está formado pelas seguintes pessoas (da esquerda para a direita na foto): Elcídia Barbosa Bolinger – CIBRA, Solothurn Nilce Cunha – CEBRAC, Zurique Patrícia Brooking Negrão – Grupo Equilíbrio, Thurgau Sandra Suely Rodrigues Urech – Coral Canta Brasil, Aargau Ocirema Kukleta – Zurique Rosimary Stöckli – Grupo Atitude, Berna Irene Zwetsch – CIGA-Brasil, Basel Magnólia Vigny, Raízes, Genebra Regina Jomini – Raízes, Genebra Maria Rolim Janotta – Grupo Equilíbrio, Thurgau VITÓRIA ALICE CLEAVER, cônsul geral do Brasil em Zurique. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 15 Grupos de Interesse AUTOESTIMA: PROCESSO CONTÍNUO DE CRESCIMENTO (I) As metas para o trabalho neste grupo foram: • Apresentar um modelo prático da autoestima. • Despertar no grupo o interesse sobre este aspecto tão importante da saúde pessoal. • Refletir, trocar ideias e conceitos, questionar. De início as participantes tiveram oportunidade de expor por escrito em folhas de “Flipchart” seu interesse pelo tema da seguinte forma: • Eu me interessei pela sua visão em relação à autoestima • De que forma a autoestima é atingida durante o processo de imigração e qual a maneira de superar essa • Autoestima = felicidade? • Autoestima na família (amor). • Dicas de preservação da autoestima • Como coloco para meus colegas de trabalho o que sou, minha vida privada? • Como posso ser mais positiva? • Como melhorar a autoestima em crianças? • Depressão e autoestima (caminhos para sair) • Autoestima – base de crescimento situação? Em forma de palestra e diálogo debatemos primeiramente o desenvolvimento da autoestima, tendo como base as seguintes palavras chave . • O que é a autoestima e como ela se manifesta? • A confiança nas nossas capacidades de pensar e de poder dominar/ vencer desafios da vida . • A crença em nossos direitos de ter sucesso e ser feliz. A crença no sentimento de ter um valor, de merecer e de ter o direito de expressar nossas necessidades e desejos, de realizar nossas ideias e colher frutos de nossos esforços. Taís Michelle Mundo Como ela se desenvolve? • A autoestima se desenvolve pela vivência da autoeficácia e pela resposta que recebemos do meio ambiente em que vivemos (pais, irmãos, familiares, amizades, religião, sociedade, entre outros). Exemplo de vivência de autoeficácia: um bebê de seis meses que está deitado sobre uma superfície sólida (um tapete no chão) se vira de um lado para o outro e vivencia um poder de autoeficácia por ser capaz de se locomover independente. Se esse bebê for colocado sentado entre travesseiros, não poderá sair desta postura até que alguém o ajude, sendo assim dependente. E assim várias outras experiências diárias nos dão ou tiram a própria habilidade de autoeficácia, desde o primeiro até o último dia de vida. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 17 Grupos de Interesse E como migrante a autoeficácia é bastante atingida (através do poder de expressar suas necessidades, seus direitos, seus sentimentos, suas capacidades pessoais, sociais e profissionais...). • A autoestima não é uma característica estática, mas está em constante desenvolvimento e em constante ação recíproca com o que vivenciamos e com os nossos próprios atos. Um exemplo: se minha meta é comer menos doce para emagrecer e devoro um pacote de chocolate, perco perante mim mesma a “moral” e a minha autoestima diminui. Mas, se fico firme perante a minha meta, me sinto forte e capaz de vencer um desafio. Este é um exemplo bastante simples, mas vai por aí... Uma pessoa com a autoestima elevada tem mais facilidade de lidar com desafios, mas sempre haverá momentos em nossas vidas em que o grau da autoestima baixará. Porém, quanto mais alto for o grau de autoestima, mais rápida será a capacidade de “se levantar” novamente. Por exemplo: um rompimento amoroso pode deixar uma pessoa muito mal, mas de acordo com o grau de autoestima ela terá ou não recursos para continuar a “vida” novamente. O grau de autoestima também pode variar de acordo com as nossas capacidades ou características pessoais. Por exemplo: uma pessoa pode ter um grau de autoestima muito alto em relação à sua capacidade musical por tocar muito bem um instrumento, mas um grau de autoestima muito baixo em relação à capacidade social, por ser tímida. Ou ainda ter uma autoestima elevada em termos profissionais por ser um cardiologista competente, se sentir valorizado e vivenciar a autoeficácia, e no campo esportivo ter um grau de autoestima baixo por não conseguir um bom desempenho. A autoestima é um aspecto de grande importância da saúde humana. Ela é parte de nossos recursos pessoais e como migrantes precisamos dessa consciência para combater com mais firmeza esse grande desafio da vida. Como todo desafio vejo a migração como uma grande possibilidade de autocrescimento e de desenvolvimento pessoal bem como da autoestima. Coordenação do Grupo TAÍS MICHELLE MUNDO, Professora de Feldenkreis e pedagoga sexual. 18 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse AUTOESTIMA: PROCESSO CONTÍNUO DE CRESCIMENTO (II) Este encontro foi primeiramente uma reflexão sobre o que é a autoestima. Descobriu-se que ela é muito mais complexa e essencial para a emancipação de estrangeiros em terras novas. Trata-se certamente de amor próprio, mas também de senso de responsabilidade pelo próprio destino, confiança em suas capacidades e se guiar por valores mais internos que externos, como a opinião dos outros. A opinião que temos de nós mesmos poderia ser o ponto principal da autoestima e neste workshop tratamos de discernir as suas origens: educação, pais, colegas, mídia, religião, valores culturais, entre outros. Com a podemos consciência começar a disso, triar as influências positivas das negativas sobre nossa autoestima, compreendendo e perdoando os limites daqueles que nos passaram seus valores escolhendo Meiri Yamaguchi Chesney negativos valores e mais construtivos. Disso compreende-se que o trabalho da autoestima é constante e longo, mas como todo artista livre e apaixonado, podemos modelar constantemente nosso íntimo até que ele transpareça nas suas ações positivas o valor que damos a nós mesmos. Este trabalho baseou-se muito no trabalho de Nathanel Branden e “Os Seis Pilares da Autoestima”, ou seja, a prática de viver com consciência, de viver com responsabilidade, de viver com um propósito, a prática da autoaceitação, da autoafirmação e, finalmente, a prática de viver com integridade. Voltado à situação da emancipação do imigrante, este trabalho culminou com uma breve discussão do que poderia ser trabalhado para melhorar a autoestima nesta situação particular. Alguns exemplos seriam: não se comparar com o outro, mas consigo mesmo e o seu progresso; encarar as situações difíceis como desafios e não como problemas; fazer uso da criatividade e intuição; concentrar-se no que ganha com a imigração, e não no que perde… Coordenação do Grupo MEIRE YAMAGUCHI CHESNEY, socióloga, naturopata holística. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 19 Grupos de Interesse BRASILEIROS NO MUNDO – OPORTUNIDADES E DESAFIOS Estima-se em 4,5 milhões o número de brasileiros no exterior. Para atender suas necessidades, a comunidade se organizou em associações de ajuda mútua, cursos de português para crianças, grupos de dança e de capoeira entre outros. O diálogo entre as organizações de brasileiros no exterior e o governo começou há alguns anos. Retraçamos aqui alguns momentos marcantes desses contatos: 1997, Lisboa: I Simpósio Internacional sobre a Emigração Brasileira, organizado pela associação “Casa do Brasil” de Lisboa. Participaram do evento brasileiros residentes nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, representantes do governo do Brasil e de Portugal e pesquisadores da área. Resultados: o levantamento de problemas da comunidade durante o Simpósio mostrou que tanto o governo como os Marcos Viana próprios emigrantes pouco faziam para resolver as inúmeras dificuldades enfrentadas pela população brasileira no exterior. 2002, Lisboa: I Encontro Ibérico da Comunidade de Brasileiros no Exterior, promovido por órgãos governamentais brasileiros, com apoio organizacional da “Casa do Brasil” de Lisboa e a colaboração de várias organizações nãogovernamentais, sob o patrocínio do Banco do Brasil. Participaram do evento 120 pessoas (associações e emigrantes isolados, membros do governo brasileiro e português, acadêmicos dos dois países e organizações religiosas ligadas às migrações). Resultados: Elaboração do Documento de Lisboa e criação de um grupo de trabalho para elaborar propostas de políticas públicas voltadas para os emigrantes, seguida da publicação de “Políticas públicas para as migrações internacionais – Migrantes e Refugiados”, que marca a difusão da necessidade de atenção do governo na defesa e proteção dos direitos dessas populações. 2005, Boston: I Brazilian Summit. Organizada por associações de brasileiros residentes nos USA. Participaram 300 pessoas: lideranças comunitárias, pesquisadores e especialistas em imigração, parlamentares e diplomatas brasileiros e autoridades americanas. Resultados: Carta de Boston, que levanta os principais problemas da população brasileira residente nos USA. 2007, Bruxelas: II Encontro de Brasileiras e Brasileiros no Exterior. Organizado por entidades religiosas de defesa dos migrantes, com apoio do governo brasileiro e de associações de brasileiros na Bélgica. Este encontro procurou reunir as associações brasileiras na Europa, que foram contatadas e em parte visitadas pelos organizadores. Foi aplicado um questionário sobre os problemas identificados pelas associações. Setenta pessoas e instituições de onze países participaram do evento, incluindo representantes dos ministérios do Trabalho e da Justiça, deputados e pesquisadores. Resultados: 1) Documento de Bruxelas, que levanta os principais problemas dos brasileiros emigrados nos diversos países da Europa. O Documento foi protocolado no Palácio do Planalto. 2) Criação da Rede de Brasileiras e Brasileiros na Europa e escolharesponsável pela divulgação do Documento de Bruxelas e organização do próximo encontro de brasileiras e brasileiros na Europa. Foi também criado um fórum de comunicação eletrônica entre as 20 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse associações ativas nos vários países europeus.1 2008, Rio de Janeiro: I Conferência “Brasileiros no Mundo”. Organizada pela recém criada (2006) Sub-Secretaria Geral das Comunidades Brasileiras do Exterior (SGEB). Participação de 300 pessoas: associações de muitas regiões do globo, emigrantes isolados, órgãos governamentais e entidades religiosas. Resultados: 1) Levantamento dos problemas enfrentados pelos emigrantes brasileiros por região e arrolados em quatro Atas: Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia, África e Oriente Médio; 2) Criação do Conselho Provisório de Representantes: 12 pessoas (três por região) para participar na elaboração dos temas e objetivos a serem abordados na II Conferência. 2009, Barcelona: 3° Encontro Europeu da Rede de Brasileiras e Brasileiros no Exterior. Reuniu representantes de associações brasileiras atuantes em diversos países europeus, autoridades do governo brasileiro, representantes de entidades sindicais e patronais, bem como organismos internacionais e brasileiros de apoio aos migrantes. Resultados: 1) Documento de Barcelona: proposta de priorização dos problemas mais prementes de solução, enfrentados pelos brasileiros na Europa. Documento europeu de base para a II Conferência “Brasileiros no Mundo”; 2) Eleição da coordenação da Rede por país. 2009, Rio de Janeiro: II Conferência “Brasileiros no Mundo”. Promovida pela SGEB, com o apoio do Conselho Provisório de Representantes. Participaram 200 pessoas. Ponto central da II Conferência: prestação de contas do governo com relação aos problemas enfrentados pelos brasileiros no exterior e arrolados nas Atas da I Conferência. Cada Ministério expôs aos participantes: - o que vem sendo feito na sua alçada para resolver os problemas da diáspora brasileira - o que está previsto para ser feito e prazo de execução - o que não é possível ser feito pois não é de competência do governo brasileiro, mas do governo do país de moradia.2 Resultados: 1) Atas por temas de problemática levantadas por emigrantes brasileiros de diversas regiões do mundo: Cultura e Educação; Trabalho, Previdência e Saúde; Serviços consulares e Regularização migratória; Representação Política. As Atas servem para orientar a reflexão e a implementação de políticas públicas e podem ser consultadas no site: www.brasileirosnomundo.mre.gov.br/pt-br/conferencia_brasileiros_no_mundo.xml 2) Definição dos critérios de eleição para o primeiro Conselho de Representantes das Comunidades Brasileiras no Exterior (CRBE), que irá apoiar a SGEB na realização da próxima Conferência “Brasileiros no Mundo”. O Conselho será formado por 16 titulares (4 por região) e 16 suplentes (4 por região), ao todo 32 pessoas da comunidade. Os representantes serão eleitos em pleito previsto para os dias 15 e 30 de maio de 2010. Pode se candidatar: todo brasileiro com mais de 18 anos que estiver apto a exercer as funções, comprove estar residindo no exterior há pelo menos três anos e conste em uma das bases cadastrais mencionadas a seguir. Poderá votar: todo brasileiro inscrito no Consulado (Matrícula Consular), que tiver título de eleitor no exterior e se cadastre pelo sistema eletrônico a ser desenvolvido para esse fim. As eleições serão pelo correio, por internet ou presencial no Consulado. O que são essas Conferências? Para que servem? Em que contexto se incluem? As Conferências têm como metas principais: - levantar os problemas sentidos pelo segmento da população que delas participam e - guiar a implementação de políticas públicas no sentido de resolver essas questões. As Conferências“Brasileiros no Mundo” se incluem num amplo contexto de levantamento de questões sociais pelas próprias populações atingidas. Elas são instrumentos da democracia participativa do governo Lula e servem para direcionar as políticas públicas, segundo Luiz Dulci, Secretário Geral da Presidência da República. Assim já foram 4. Encontro Brasileiro na Suíça 21 Grupos de Interesse organizadas inúmeras Conferências no país: Conferência dos Jovens, Conferência de Educação, Conferência dos Idosos, etc, das quais participaram 4 milhões de brasileiros desde 2002. Vide site: www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia/sec_geral/ Desafios para a comunidade: - Incentivar o Registro Consular, para que grande parte da comunidade possa votar em maio para eleger seus representantes junto ao Ministério das Relações Exteriores (MRE). - Continuar o levantamento de seus problemas, a fim de levá-los ao conhecimento do Ministério durante as Conferências “Brasileiros no Mundo”. - Expandir as informações sobre o que vem sendo feito em matéria de política pública voltada para os Regina Jomini (à esquerda, no fundo) brasileiros do exterior, a fim de que mais compatriotas possam se beneficiar dessas políticas. Fontes de referência: 1 Histórico: MILESI Rosita e FANTAZZINI , 2008. “Cidadãs e cidadãos brasileiros no exterior”, I Conferência “Brasileiros no Mundo” (textos de subsídio à I Conferência), Brasília, Fundação Alexandre Gusmão, 2009 . 2 Exemplo do conteúdo discutido numa das Mesas de trabalho durante a II Conferência “Brasileiros no Mundo” Mesa da Previdência Social: A Previdência Social brasileira já tem acordos bilaterais com a Alemanha (dez. 2009), Portugal, Espanha, Itália, Luxemburgo, Grécia, Cabo Verde, Chile, além do acordo multilateral do Mercosul: Argentina, Paraguai e Uruguai. Isso significa em grandes linhas para o brasileiro habitante na Alemanha, por exemplo, que se ele trabalhou no Brasil e contribuiu para a Previdência, digamos 10 anos, e em seguida trabalhou e contribuiu para a Previdência alemã por 15 anos, ao se aposentar, receberá a aposentadoria alemã, pelo tempo que trabalhou na Alemanha (15 anos) e a aposentadoria brasileira, pelo tempo que trabalhou no Brasil (10 anos). Cada acordo tem sua especificidade, por isso é preciso visitar o site da Previdência para conhecer os detalhes referentes ao país de residência. Site: www.previdenciasocial.gov.br O brasileiro que trabalha num país com o qual o Brasil não tem acordo de previdência e por algum motivo não contribui para a aposentadoria local (por ex. brasileiro sem permissão de estadia na Suíça), pode contribuir com a aposentadoria brasileira na condição de facultativo. Veja o site citado acima. A Previdência está trabalhando para aumentar o número de acordos bilaterais, que irão beneficiar tanto os brasileiros residentes nesses países quanto os originários desses países que vivem no Brasil. Coordenação do Grupo MARCOS VIANNA, pastor na Holanda e membro da coordenação da Rede de Brasileiras e Brasileiros na Europa. REGINA JOMINI, assistente social e membro do Conselho Brasileiro na Suíça (autora do texto aqui apresentado). 22 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL: COMO INTERAGIR MELHOR (I) Características culturais Comunicação direta/indireta: Enquanto na Suíça teríamos um exemplo de país com comunicação direta, no Brasil ela é indireta, ou seja, nem sempre um "sim" é "sim" e um "não" é "não". Hierarquia: Na Suíça, o chefe e o empregado se tratam por "senhor/senhora"; no Brasil, o patrão trata seu motorista por "você", mas não admitiria ser chamado assim por seu empregado. Lidando com o tempo: O tempo do brasileiro é policrônico, ou seja, ele consegue desenvolver várias tarefas ao mesmo tempo. O do suíço é monocrônico, quer dizer, ele se incomoda ao ser interrompido enquanto está escrevendo uma carta. Gerti Saxer Relação grupo x indivíduo: Enquanto o brasileiro é capaz de conviver com um conflito para não prejudicar o espírito de grupo, para o suíço é muito importante enfrentá-lo, mesmo que isso seja negativo para o clima de trabalho. Relação pessoa x objeto: O brasileiro entenderia uma crítica direta ao seu trabalho como ofensa pessoal. Para o suíço, o objeto do trabalho seria mais importante que a sensibilidade do colega. Lidando com regras: Enquanto um punk é capaz de esperar o sinal abrir na Suíça, o brasileiro sempre tende a relativizar as regras, atravessando o sinal vermelho (segurança). A comunicação – ela poder ser verbal/ paraverbal/ não-verbal Assimetria da comunicação: Quando um dos dois fala num idioma estranho e o outro na sua língua materna, falamos de assimetria, pois há uma desigualdade de poder em relação à comunicação. Como casais binacionais comunicam: • Um deles deixa de falar o seu idioma materno • Ambos tentam encontrar uma “mistura” dos dois idiomas • Ambos falam um 3° idioma 4. Encontro Brasileiro na Suíça 23 Grupos de Interesse Fatores que influenciam a comunicação: Comunicação Não-verbal distância toque olhar gestos & postura mostrando as emoções vestimenta e acessórios cheiros Comunicação Paraverbal tom de voz silêncio velocidade da comunicação Comunicação Verbal interpretação da comunicação - alemão/português falando face a face sotaque ruídos siglas e abreviações chavões preferidos de linguagem comunicação direta ou indireta humor e provérbios dependendo da situação cumprimentos e sutileza das palavras assuntos pessoais recomendações troca de informações - mundos distintos receptividade curiosidade e interesse paciência presente em todos os sentidos - observar tratando o outro como o outro gostaria de ser tratado fazendo perguntas e mais perguntas - com os ouvidos abertos parafraseando & sumarizando pedindo para repetir escrevendo ou desenhando - complexidade da comunicação Reflexão Quando se sentir incomodado, tente descobrir: o que mexe comigo, o que me preocupa, irrita, magoa, emociona, paralisa, me dá medo, me deixa sentir insegurança. Coordenação do Grupo GERTI SAXER, psicóloga, terapeuta sistêmica individual, para casais e famílias. Diretora do Centro de Informações para Estrangeiros em St. Gallen. 24 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse COMUNICAÇÃO INTERCULTURAL: COMO INTERAGIR MELHOR (II) O título do evento hoje é: “Integração e Emancipação: assumindo o seu próprio caminho”. Comum à experiência da migração é o fato que estamos aqui para viver por um tempo mais ou menos longo, encontrar o nosso lugar, nos desenvolvermos, criar nossos filhos e proporcionar para eles um futuro bom. Encontrar seu lugar e se desenvolver não é fácil num lugar novo e para muitos, desconhecido. Algumas dificuldades já eram esperadas, outras nos apanham de surpresa. Nem sempre entendemos o que se diz e o que se passa, nem sempre somos entendidos, o que com o tempo nos irrita, nos enfurece ou entristece. Vamos percebendo que aqui dominam outras regras, outro modo de pensar e agir, outra cultura. E que é, afinal, cultura? Em que somos diferentes e somos semelhantes? Alexander Thomas, psicólogo alemão, define cultura do seguinte modo: “Cultura específico de é um sistema orientação que define a pertença de um indivíduo a uma determinada sociedade”. Muito mais poética é a definição de Raymonde Carroll, um etnólogo francês: “A minha cultura é a lógica, com a ajuda da qual eu ordeno o mundo. Comecei a aprender esta lógica no momento do meu nascimento e segui aprendendo-a pouco a pouco: através dos gestos, das palavras e da afeição dos que me cercavam; através dos olhares, do tom da sua voz; através dos ruídos, das cores, dos cheiros, do contato corporal; através da forma como fui educado, elogiado, castigado, lavado, alimentado; através das histórias que me contaram, dos livros que li e das canções que entoei na rua, na escola, nos quintais; através das relações entre as pessoas que eu observei e dos juízos que ouvi, em todas as coisas, até mesmo durante o sono e nos sonhos que eu aprendi a sonhar e recontar. Eu aprendi a respirar essa lógica e a esquecer que ela foi aprendida. Para mim, ela era um ato natural”. Esse conjunto de características centrais constitui os chamados códigos culturais ou “standards” culturais, que se formaram historicamente e são transmitidos de geração em geração. São tão integrados na vida das pessoas desse grupo que são tomadas por vezes erradamente como universais, como se fossem a única forma de pensar, sentir e agir, o que faz com que todas as outras formas sejam erradas... Segundo Edgar Schein, psicólogo social britânico em Cambridge, cada cultura tem três dimensões: a. uma visível, “concreta”: representada pelos objetos (artefatos): manifestações de arte, roupa, literatura, arquitetura, culinária. b. uma meio visível, meio invisível, “comportamental”: reflete as normas e valores que definem a língua que se fala, gestos, rituais, relação entre os gêneros, estrutura familiar. c. uma invisível, “simbólica”: inclui sistema de valores, usos e costumes, espiritualidade, religião, crenças. Em que é que as culturas se diferenciam? Geert Hofstede, programador de computadores e psicólogo social holandês, definiu a diferenciação de culturas a partir de quatro índices: 1. de distância ao poder (mais ou menos hierárquico e de aceitação da autoridade) 4. Encontro Brasileiro na Suíça 25 Grupos de Interesse 2. de individualismo (mais voltado para o indivíduo ou para o grupo) 3. de masculinidade (mais baseado em força e luta ou em brandura e sentimento) 4. de controle de incerteza (aceitando ou temendo riscos imprevistos) Segundo estes índices observam-se diferenças nítidas entre o Brasil e a Suíça. No Brasil a autoridade e hierarquia são aceitas, a lealdade com o grupo e a solidariedade predominam, a sensibilidade e o calor são mais apreciados que a ambição e a confrontação, a verdade é considerada como única e existem mais tabus. Já na Suíça a autoridade e hierarquia são reduzidas, o individualismo e independência predominam, a ambição e a confrontação são mais apreciadas que a sensibilidade e o calor, a verdade é considerada relativa e existem menos tabus. Esses índices devem ser encarados e utilizados como instrumentos para entender e não para classificar culturas, e muito menos pessoas. É que a sociedade não forma uma unidade monocultural, mas sim um sistema social com várias subculturas (língua, religião, gênero, geração, classe social, nível de habilitações etc). E mesmo nessas subculturas, não temos apenas produtos culturais, temos pessoas com a sua própria história, a sua própria experiência de vida, a sua base cultural. O ser humano é, assim, um conjunto de: natureza humana (universal), cultura (o que é aprendido) e personalidade (o que é aprendido e vivido) Numa sociedade estamos em contínua comunicação com outras pessoas. Comunicação é definida como uma troca de informações entre duas ou mais pessoas, um processo em si complexo e exigente, já que cada troca de informações contém, mesmo sem querermos, quatro níveis: damos uma informação, revelamos algo sobre nós próprios, damos uma pista sobre como nos relacionamos com a pessoa com quem comunicamos e tentamos um apelo, uma mensagem que queremos deixar no interlocutor. Importa o que é dito, como é dito (tom de voz, olhar, gestos) e até o que não é dito! A comunicação tende a ser mais fácil quando duas pessoas têm os mesmos “standards” culturais. Não sendo o caso, ela é ainda mais complexa, já que nela se refletem valores e normas, estereótipos e preconceitos, sentimentos e o peso (positivo ou negativo) de experiências pessoais. Na comunicação intercultural é preciso atentar para o perigo das interpretações muito rápidas e muitas vezes erradas. Para sabermos como comunicar com sucesso, devemos adquirir e desenvolver as chamadas competências interculturais: a) Conhecimentos sobre os nossos próprios valores culturais e sobre os da outra pessoa com quem b) Habilidades pessoais, com capacidade de reflexão e autoreflexão, capacidade de distinguir o que é comunicamos cultura e o que é personalidade c) Habilidades sociais, capacidade de lidar com stress e situações inesperadas, ter sentido de oportunidade no que deve ser dito e como, capacidade de “se por na pele” do interlocutor d) Capacitação de utilizar todos os aspectos anteriores e comunicar com bons resultados com pessoas ou grupos de diferentes bases culturais Isso vai nos ajudar a encontrar e consolidar o nosso lugar nesta sociedade, entender e fazer-se ouvir, ser tomado a sério e ser respeitado, alcançar afinal os fins que nos propusemos alcançar através da migração. Coordenação do Grupo ELSA FUCHS-DE MELO, assistente social. Atua no Kompetenzzentrum Integration, Gleichstellung und Projekte 26 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse CRESCENDO COM OS DESAFIOS Na vida enfrentamos vários tipos de perda. Uma delas é a mudança para outro país. Alguns sintomas da perda são: irritação, vazio, pessimismo, medo, culpa, inquietação e ira. No processo da integração, por sua vez, existem três fases: a sobrevivência, a adaptação e o crescimento. No momento em que você conseguir passar pelas três fases será uma pessoa diferente: será mais sensível ao sofrimento do seu próximo preparada e muito para mais enfrentar sofrimentos futuros . Aprender costumes diferentes, o choque cultural, ressentimento por a raiva causa e da mudança, são possíveis problemas no casamento quando se vive no ou se muda para o estrangeiro. A Telma Witzig saudade e a solidão, bem como sentir-se desorientado e inseguro são características típicas da fase da sobrevivência. Stress relacionado a ajudar os filhos a se ajustarem, preocupações sobre problemas financeiros e a fantasia de que viver no exterior vai resolver problemas antigos, fazem parte da fase de adaptação e precisam ser lidados de maneira adequada, a fim de que não haja perda da autoestima, ou a possibilidade de se sentir excluído. Algumas dicas para adaptar-se no exterior são: • Para os obstáculos mais simples, um bom planejamento ajuda. • Tenha vontade de aprender e de se integrar no novo país. Quanto mais rápido for esse processo, melhor será o desempenho profissional e pessoal. • Nunca compare seu país e sua cultura ao novo país e à nova cultura. • Ignore, tanto quanto possível, as coisas que você gosta e que não tem no novo país. • Mude sua postura e, quando necessário, seu nível de exigência. • Planeje o processo de transição da família de forma adequada. Às vezes, é melhor mudar aos poucos. • Tente focar o máximo possível no que você e sua família encontraram e apreciam no novo país. • Mantenha a motivação e espírito da família em "alto astral". Coordenação do Grupo TELMA WITZIG, psicóloga. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 27 Grupos de Interesse DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA NO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO (I) Emancipação é um termo usado para descrever vários esforços de obtenção de direitos políticos ou de igualdade, frequentemente por um grupo especificamente privado de seus direitos ou mais genericamente na discussão de tais questões. Emancipação significa o ato de libertar um indivíduo ou um grupo social ou equiparar o padrão legal de cidadãos em uma sociedade política. Como exemplo pode-se citar a emancipação feminina: direitos iguais à mulher. Dependência se define como: Vicente Luís de Moura Necessidade de estar subordinado a outro. Correlação, sujeição. Parte acessória, anexo, pertença. O que é, então, dependência? É a falta de autodeterminação e de ser levada (o) em consideração nos aspectos: financeiros, legais, emocionais, culturais, idiomáticos, o que pode ocorrer de maneira voluntária ou involuntária. Inicialmente no casamento binacional não estamos na mesma condição que o parceiro suíço, e isto nos coloca em uma posição dependente. As desigualdades no relacionamento binacional estão ligadas à possibilidade de trabalho, ao dinheiro, ao acesso às informações, ao idioma e aos contatos. O desequilíbrio nesses aspectos pode gerar reações negativas ao abuso do poder: esfriamento da relação (mágoa), uso do sexo como vingança, traição, uso dos filhos como arma contra o parceiro (a). Essas questões geram alguns desafios no relacionamento binacional e afetam diretamente a relação de dependência e independência frente ao parceiro (a). Aqui temos a questão do poder no relacionamento e a necessidade do poder estar em equilíbrio dentro do casal. Cabe então se questionar se você já se sentiu dependente em alguns destes aspectos aqui na Suíça? A definição de independência tem a ver com: 1. Estado de não se achar sob domínio ou influência estranha. 2. Autonomia. 3. Caráter: Caráter de independente. Aqui cabem os seguintes questionamentos: O que o ajudou a se sentir independente? O que é, para mim, independência? Quais eram meus recursos / limites no Brasil? Quais são meus recursos / limites na Suíça? O que me falta para ser independente? Coordenação do Grupo VICENTE LUÍS DE MOURA, psicólogo. 28 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA NO PROCESSO DE INTEGRAÇÃO (II) Neste Workshop buscou-se refletir sobre a dependência psicológica no processo migratório. Enfocou-se o reconhecimento das diversas situações cotidianas onde a dependência (seja ela emocional, financeira, cultural etc) pudesse ser reconhecida, buscando entender o seu significado no processo individual de adaptação ao país estrangeiro. A situação de dependência foi enfocada como um estado transitório (passageiro) e na maioria das vezes necessário ao processo de migratória. crescimento Nesse sentido, pessoal dentro situações da adversas, experiência nas Luciana de Luna Toprak quais normalmente nos sentimos fracos e incapazes, podem ser entendidas como possíveis caminhos de desenvolvimento pessoal. A compreensão das situações nas quais estamos dependentes, nos propicia assim uma oportunidade de reconhecer o problema e procurar soluções práticas para nos livrarmos da dependência. Luciana de Luna Toprak Enfocou-se também neste Workshop as duas atitudes básicas frente ao “Desconhecido”, no caso a Suíça, seu povo e sua cultura como o “Outro” que eu não conheço. São elas: • a atitude positiva, onde as dificuldades podem ser vistas como chances de crescimento pessoal; • atitude negativa, onde nossas dificuldades são encaradas como perda. Ambas atitudes estão inevitavelmente presentes no processo de adaptação ao país estrangeiro. A arte consiste em procurar um equilíbrio saudável entre as duas, de forma que a atitude negativa não prevaleça e acabe sufocando a atitude positiva. Coordenação do Grupo LUCIANA DE LUNA TOPRAK, psicóloga analista. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 29 Grupos de Interesse EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA: VALORES ÉTICOS NO MUNDO GLOBALIZADO Para despertar o interesse e introduzir o tema utilizamos cópias de um material elaborado por alunos do Curso de Língua e Cultura do Brasil, imagens de propaganda, música e técnicas de desacelereção cerebral. A sequência do tema foi elaborada com base em referências de autores experientes no desenvolvimento de um modelo de aprendizagem de educação para a cidadania planetária, do Instituto Paulo Freire, no Brasil. Foi uma apresentação dinâmica, com muita interação entre os participantes, de modo a facilitar a exposição de opiniões, dúvidas e críticas ao tema trabalhado. Um ponto enfocado foi a importância da autoeducação, na significação e resignação dos conceitos apreendidos, dos valores éticos que ao longo do tempo de existência da humanidade tomaram nuances de conotação, devido à própria interpretação do homem, pela sua visão de mundo. Outro ponto foi como podemos nos integrar no local onde estamos vivendo, sendo estrangeiros e nos guiando por pontos cardeais Sandra Luiza Niedermann da Silva como: respeito, cordialidade, tolerância, carinho, entre outros. De certo modo, o quanto a comunicação influencia nossos julgamentos, nossa conduta, positiva ou negativamente, o que de fato acaba reforçando a globalização. Tentamos sensibilizar o grupo para uma visão do homem integral. Agindo, sentindo, vivendo e amando, o homem torna-se capaz de se autotransformar e com isso transformar o seu meio ambiente. Foi frisada a necessidade do equilíbrio entre ecologia interior e exterior. Em homenagem ao país anfitrião analisamos também algumas referências sobre o assunto da obra de J. H. Pestalozzi, figura importante na história da educação e na escola para todos na Suíça . Como havia professores no grupo, foram sugeridas algumas técnicas e dinâmicas de trabalho. E encerramos a tarde com um movimento simbólico de todos sustentando o globo terrestre, em forma de balão. Referências Bibliográficas: Prado, Francisco Gutiérrez Cruz, Ecopedagogia e Cidadania Planetária - Guia da Escola Cidadã 3, São Paulo, Instituto Paulo Freire, Editora Cortez, 2008 Moran, Desafios na Comunicação Pessoal - Gerenciamento integrado da comunicação pessoal, social e tecnológica, Ed. Paulinas, 2007 Boff, Leonardo, Saber Cuidar - Ética do humano - compaixão pela terra, Ed. Vozes, 2008 Tezolin, Olganir Merçon, Re-criando a educação - Uma nova visão da psicologia do afeto, DP&A Editora, 2003 Coordenação do Grupo SANDRA LUISA NIEDERMANN DA SILVA, bióloga e professora de língua e cultura do Brasil. 30 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse EDUCAR PARA O MUNDO – DESAFIO AOS PAIS A difícil arte de educar É comum aos pais uma certa angústia ligada ao educar, uma sensação de inadequação, de dúvidas - se estão seguindo um bom caminho, se estão agindo “direito”. Fazer escolhas: trabalhar ou não? Pôr numa creche? Qual escola? Educar em duas línguas? Satisfazer as vontades dos pequenos ou manter uma linha dura? Ser flexível, compreensivo ou mais intransigente? Que prioridades selecionar estabelecer? ? Valorizar Que estes ou valores aqueles aspectos culturais? Confiar nos professores ou confrontar a escola? Cumprir papéis, atender aos compromissos, sustentar, mostrar-se firme, ser modelo para os filhos. Enfim, conhecer e educar os filhos não é tarefa fácil. Hillary Clinton comentou: “são tantas as coisas e pessoas necessárias para o crescimento de nossos filhos que é necessário ter toda uma cidade.” Indisciplina, rebeldia, birra infantil, envolvimento dos jovens com álcool e Miriam Vizentini, à direita, em pé drogas, um excessivo consumismo, violência, bullying, o uso inadequado das novas tecnologias (computador, internet, celular, etc) e os níveis de aprendizagem insatisfatórios estão entre as reclamações mais comuns das famílias (e das escolas). Como lidar com tudo isso? É preciso disponibilidade, bom senso, sensibilidade, respeito, ternura e uma enorme resistência para enfrentar os êxitos e os fracassos dessa empreitada. Implica – e esse talvez seja o maior desafio – estarmos dispostos a crescer com eles. Simplesmente porque o ser humano não é estático, não vem com uma receita pronta, mas vive em transformação. “Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é, assim, vida no sentido mais autêntico da palavra.” Anísio Teixeira Os filhos aprendem com as relações que estabelecem no seu mundo, com as atividades que realizam, com as experiências e sentimentos que vivenciam. E tudo isso, é bom lembrar, é bem diferente do que nós, pais e educadores, aprendemos, fizemos e vivenciamos. “Sessenta anos atrás eu sabia tudo, hoje sei que nada sei. A educação é o descobrimento progressivo da nossa ignorância.” William J. Durant A realidade de hoje é consequência das transformações que marcaram o século 20. Algumas dessas mudanças: perda da força do papel do pai e da religião como fonte de moralidade, desestruturação do núcleo familiar, imenso avanço tecnológico, gerando inúmeras possibilidades de comunicação e um mundo virtual, que nem todo pai/mãe conhece exatamente como funciona, nascimento de um novo status para o jovem, que passou a ser reconhecido como uma força social com vontade própria e grande alvo das propagandas de bens de consumo, a juventude prolongada como objetivo de vida. “Ser jovem passou a ser um ideal para toda a sociedade, mesmo para os idosos.” - Ernesto Bologna, psicoterapeuta. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 31 Grupos de Interesse Muitos pais associam a educação fincada na moral e nos valores com autoritarismo e acreditam ser conservadorismo. um Mas retrocesso a ao transmissão de valores é uma das preocupações que todo pai deve ter ao educar. Sem transmitir os valores humanos universais, não há como formar cidadãos éticos e preparados para viver em sociedade. Como fazer isso no dia-a-dia? Quais valores precisam ser passados? A escola pode ajudar? É natural que dúvidas acabem surgindo: o assunto é sério. Jacqueline de Brida, à direita, em pé Apesar de não existir respostas simples, é possível apontar caminhos a serem seguidos, com o objetivo de amenizar alguns problemas de comportamento enfrentados atualmente. Segundo o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980), valores são investimentos afetivos. Isso quer dizer que, apesar de se apoiarem em conceitos, estão ligados a emoções, tanto positivas quanto negativas. Educar para os valores é transmitir aos filhos ou alunos ideias em que realmente acreditamos – por exemplo, que vale a pena ouvir enquanto outra pessoa estiver falando. Ou que ficar muito tempo no chuveiro pode levar à falta de água para todos. Ou ainda que cada um é responsável por seus atos. Educar para os valores é convidar alguém a acreditar naquilo que apreciamos, como por exemplo respeitar o próximo. Não há valor que se sustente sem bons exemplos. Não adianta os pais defenderem que a criança não pode agir como se ela fosse o centro do universo se eles próprios o fazem em seu dia-a-dia. Crianças aprendem, repetindo o que vêem. Nossos modelos de pessoas são fundamentais, queiramos ou não. Portanto, devemos observar a nós mesmos, avaliando o modelo que oferecemos às crianças e jovens. Os pais devem estar e crescer com seus filhos, sendo disponíveis e cúmplices nesse processo de socialização e lembrando que podem mudar. Quando nos colocamos no lugar de alguém para tentar entender seu ponto de vista, fica mais fácil compreender e aceitar as diferenças culturais, sociais, raciais, intelectuais ou afetivas que sempre fizeram parte do convívio humano. E a educação pode ser uma ferramenta fundamental nessa troca de papeis. "Educar" para essa troca é um verdadeiro exercício que pode mesmo levar a vida inteira. Mas é muito melhor quando começa cedo. Os pais devem educar os filhos como cidadãos do mundo. Não se pode criá-los como eternas crianças. Eles não podem fazer em casa o que não poderão fazer lá fora e viceversa. Não dá para levar a vida só no nosso famoso – e muitas vezes perigoso - jeitinho. Dar limites e criar para a autonomia é fundamental. É preciso educar, não se pode apenas amar, ou melhor, educar é um ato de amor. E é preciso medir e balancear atitudes. Estabelecer relacionamentos verdadeiros, sem hipocrisia. O login é “afeto”, e “respeito” é a senha. De olhos e braços abertos. As pessoas confundem educar com criar. Criar é dar comida, dar roupa etc. Quando surgem os primeiros sinais de independência e autonomia no adolescente, alguns pais acham que a tarefa já está feita. Não, ainda precisam terminar essa fase de educação. Adolescentes não são adultos. A adolescência ainda não é o fim do processo de educação. Mas muda o papel e mudam algumas atitudes dos pais quando os filhos crescem. É preciso, ainda, confiar na base que foi dada e redesenhar o “relatório” com os filhos, convidando-os a refletir, incentivando-os e apoiando-os na sua caminhada rumo à independência. Coordenação do Grupo MIRIAM VIZENTINI, educadora e psicóloga. Coordenadora pedagógica da ABEC - Associação Brasileira de Educação e Cultura. JACQUELINE DE BRIDA, educadora, consultoria educacional, professora de inglês. 32 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse ESTRANGEIROS NA SUÍÇA: O QUE MUDOU DESDE 2008 A Lei sobre Estrangeiros (LEtr): Novidades em matéria de Autorizações de Estadia e de Trabalho A Lei sobre Estrangeiros entrou em vigor em 1° de janeiro de 2008. Seus objetivos (oficiais) são: • Limitar a admissão de trabalhadores não-europeus, obedecendo a critérios de qualificação e de • Melhorar o estatuto jurídico dos estrangeiros, permitindo a mobilidade profissional e geográfica, • Privilegiar a integração; • Lutar contra os abusos: possibilidade de recusar a celebração de um casamento e novo dispositivo penal especialização, princípio de prioridade etc; agrupamento familiar; entre outros. Na hora de contratar profissionais assalariados será dada prioridade aos trabalhadores suíços e europeus. No caso de admissão de trabalhadores não-europeus, as condições de trabalho e de remuneração serão as usuais e a pessoa terá de ter um alojamento adequado. As qualificações pessoais serão bem analisadas e existe um contingente limitado para cada cantão. Exceções: • Missões/mandatos específicos e temporários; • Estágios, formação/aperfeiçoamento; • Transferência de especialistas dentro de uma mesma empresa; • Motivos econômicos (criação de empregos); • “Fronteiriços”; • Regularização dos “sem-papeis”; • “Aposentados”; • Atividade lucrativa após estudos científicos na Suíça (novidade); • Estudantes-domésticas/babás (novidade); • Interesse público (arte/cultura, assistência espiritual, instituições • Intercâmbio/projetos de desenvolvimento; • Retorno de ex-titulares de uma autorização de estadia (novidade); • Vítimas e testemunhas de tráfico de seres humanos. internacionais etc.); Condições de admissão de trabalhadores não-europeus (autônomos) : • É uma novidade da Lei. • Entre elas se destacam os motivos econômicos, a criação de empregos. • As qualificações pessoais também são muito importantes, assim como as condições financeiras para • Mesmo assim há um contingente limitado de pessoas para cada cantão. desenvolver um projeto que seja viável. Mobilidade profissional e geográfica – a nova Lei facilitou a mobilidade: Autorização de estadia (tipo B) : possibilidade de mudar de emprego e de cantão; Autorização de estadia limitada (tipo L): a princípio, impossibilidade de mudar de emprego. Para a obtenção da autorização de estabelecimento (tipo C), a princípio é necessário ter completado 10 anos de estadia. No caso de comprovada integração é possível a obtenção antecipada, após 5 anos. É importante observar que não se trata de um direito, exceto em caso de agrupamento familial, após 5 anos. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 33 Grupos de Interesse Agrupamento familial - Dependendo da composição da família, há diferenças. Família de um cidadão suíço 1. Se o estrangeiro não é europeu, porém titular de autorização de estadia durável de um país europeu. • Direito à autorização de estadia (tipo B), mesmo sem convivência conjugal. • Descendentes até 21 anos e ascendentes (pode trazer os pais). Pedro da Silva Neves 2. Se proveniente de um outro país: • Direito à autorização de estadia (tipo B), a princípio só se houver convivência conjugal (novidade). • Filhos até 18 anos, exclusão dos ascendentes (não é possível trazer os pais). • Direito à autorização de estabelecimento (tipo C) após estadia contínua de 5 anos. • Direito à autorização de estabelecimento (tipo C) imediato para filhos (do cidadão suíço) de até 12 anos. • Direito à atividade lucrativa para os membros da família. • Motivos de revogação da permissão: abuso, dependência da assistência social, entre outros. Família de um titular de autorização de estabelecimento (tipo C) • Direito à autorização de estadia (tipo B), a princípio só enquanto houver convivência conjugal (pode-se • Filhos até 18 anos, sem ascendentes (não é possível trazer os pais). exigir cursos de língua e/ou integração). • Direito à autorização de estabelecimento (tipo C) imediato para filhos (do titular) de até 12 anos. • Direito à autorização de estabelecimento (tipo C) após estadia contínua de 5 anos. • Direito à atividade lucrativa para os membros da família. • Motivos de revogação da permissão: abuso, dependência da assistência social, entre outros. Família de um titular de autorização de estadia e de estadia limitada (tipos B e L) • Não há direito à autorização de estadia e de trabalho (tipo B ou L) e existe a possibilidade de exigência • A convivência conjugal é obrigatória, assim como meios financeiros para garantir o sustento da família. • Motivos de revogação da permissão: abuso, dependência da assistência social, entre outros. de cursos de língua e/ou integração. Prazos para solicitar o agrupamento familiar dos filhos menores • Regra geral: 5 anos. Para crianças de mais de 12 anos, o prazo é de 12 meses (novidade). • Exceções, se houverem motivos pertinentes. Em caso de dissolução da família • Para a família do titular de uma autorização de estadia (tipo B ou L), a princípio será revogada a • Para a família de um cidadão suíço ou do titular de uma autorização de estabelecimento (tipo C), será autorização de estadia. possível a preservação do direito à autorização de estadia se: a união conjugal durou 3 anos e for comprovada a integração (novidade) ou outros motivos pertinentes (ex: violência conjugal + reintegração social complicada no país de origem). Luta contra abusos/imigração clandestina • Reforço da comunicação de dados entre autoridades penais e administrativas. • Possibilidade de recusar a celebração de um casamento (novidade). • “Criminalização” das infrações à legislação sobre estrangeiros. Penas de até 5 anos de prisão (novidade). Coordenação do Grupo PEDRO DA SILVA NEVES, advogado. 34 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse IMPOSTO DE RENDA NA SUÍÇA: COMO FUNCIONA E MODO DE PREENCHER Quem paga imposto na Suíça? • Todos os cidadãos residentes no território nacional, sejam suíços ou estrangeiros. • Todos os cidadãos NÃO residentes, mas que possuem bens e/ou rendas provenientes destes. • Todos os aposentados ou assegurados. • Exceção: os assegurados pelo Serviço Social (total ou parcialmente) - isentos de imposto sobre esse auxílio. Com quantos anos começo a pagar imposto? Existe uma classificação do contribuinte: • Casado • Solteiro • Separado/Desquitado • Divorciado • Concubinato: sem filhos, com filhos naturais ou com filhos de uma das partes Imposto de Renda Retido na Fonte: • Para todos os contribuintes que possuem a Permissão de Residência Provisória e exercem uma atividade lucrativa • A taxa de imposto é deduzida diretamente do salário PORÉM… ... se o contribuinte recebe um montante anual acima de CHF 120.000, além do imposto retido, ainda terá que apresentar a declaração e pagar a diferença tributária se for o caso. Quem deve preencher a Declaração de Rendas na Suíça? • Crianças • Estudantes • Trabalhadores Assalariados • Desempregados • Profissionais Liberais • Assegurados: Invalidez ou Acidente • Prestadores de Serviços • Empresários • Aposentados, Viúvos, Arrimos–Herdeiros, Ganhadores de Prêmios Lotéricos ou outros prêmios Tipos de Impostos: • Imposto Federal • Imposto Estadual • Imposto Municipal • Imposto de Religião (Católica ou Reformada) • Imposto Pessoal = CHF 24 4. Encontro Brasileiro na Suíça Mércia Alder 35 Grupos de Interesse Novidades na Legislação: Parceria devidamente registrada no Cartório Civil: para todos os registros efetuados em cartório oficial, serão tributados como casados e receberão formulários em nome das duas pessoas. São aplicadas as mesmas regras para os matrimônios entre heterossexuais ou homossexuais. Desde 2008 existe o desconto social de CHF 2.500 no Imposto Federal para os casados ou parcerias. Declaração do Casal: Para os casados ou parcerias, de fato e de direito: assinatura das duas pessoas. Mesmo que uma das partes não exerça uma atividade lucrativa, na declaração deverão contar as duas assinaturas. Concubinato: este não é reconhecido por lei. Nesse caso a Declaração é individual. Formulários da Declaração: • Declaração de Rendas, Rendimentos, Deduções e Patrimônio • Formulários Auxiliares • Títulos e Valores • Gastos Profissionais • Prêmios de Seguros • Dívidas e Hipotecas Deduções para assalariados, para desempenhar a atividade profissional: • Transporte • Alimentação • Roupas, Ferramentas e Literatura • Especialização Profissional • Gastos para desempenhar a atividade secundária, “Bico” Pensão Alimentícia destinada à esposa ou filhos: • Para quem recebe: neste caso trata-se de Rendimento • Para quem paga: neste caso trata-se de Dedução Outros Descontos: • Juros provenientes de dívidas • Pagamentos de Aposentadoria Particular (3°nível) • Pagamentos efetuados na Aposentadoria Profissional (2°nível) • Aposentadoria obrigatória (AHV) • Contribuição para Partidos Políticos • Desconto especial para casados (quando o casal desempenha atividade lucrativa) • Doações para Instituições de Caridade Perguntas sobre outros Descontos: • Posso descontar o dinheiro enviado para a família que vive exterior? • Em caso de Desquitado ou Divorciado, quem tem direito a descontar os filhos menores? • Como faço com os descontos para os filhos maiores de idade? • Posso deduzir: academias, aulas de piano, fitness, correções plásticas, aparelhos de ortodontia, etc..? 36 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse Descontos Sociais: • Para as crianças menores de idade que residem com o responsável • Para os dependentes maiores de idade que estão em formação profissional residentes, ou não com o contribuinte • Para as pessoas que dependem financeiramente do contribuinte • Para o pagamento de creches (só para o Imposto Estadual) de crianças até os 15 anos de idade Patrimônio: • Saldo das Contas Bancárias + • Prêmios pagos aos Seguros de Vida ou Fundos de Pensão Privada (Ex. 3°ou 2°nível b) + • Automóveis, Barcos, Motocicletas + • Jóias, Obras de Arte + • Apartamentos, dentro e fora da Suíça (- o valor das hipotecas) + • Equipamentos adquiridos por empresas ou maquinários comprados pelo Profissional Liberal Dicas: • Para os que não são religiosos: solicite sua saída deste tributo no seu Distrito Religioso • Caso você exerça algum trabalho no “Negro”, transforme-o em emprego eventual • As dívidas ou hipotecas são deduzidas do seu Patrimônio • Os juros dos empréstimos são deduzidos dos seus rendimentos Conta do Imposto • Conta Provisória – o contribuinte recebe ainda no ano vigente, pagamento integral adiantado com 2% de desconto (pagamentos efetuados até 30 de setembro) • Conta Definitiva – depois de entregar a declaração, deduzido o pagamento provisório, ao saldo restante são acrescidos juros de 2% OBS: depois de vencimento da conta definitiva, serão cobrados juros de 4,5%. Multas e Penalidades • Omissões: neste caso serão cobradas multas no valor de 60%, baseado na conta real + imposto devido efetivamente. Este cálculo é sempre realizado pelo Comissário Fiscal • Fraudes: esses casos ocasionam processo fiscal administrativo com altas multas e podem ainda gerir um processo judicial com sentenças expedidas por tribunais Coordenação do Grupo MÉRCIA ALDER, administradora de empresas e consultora tributária. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 37 Grupos de Interesse MULHERES MIGRANTES NO MUNDO DO TRABALHO Nos últimos anos vem se falando muito sobre o fenômeno da “feminização das migrações”. Esse fenômeno teve um aumento significativo no âmbito internacional. Segundo as Nações Unidas, quase 50% dos 175% de migrantes são mulheres. As latinoamericanas são as responsáveis pelo novo perfil da migração na Europa. Colombianas, bolivianas, equatorianas, peruanas, uruguaias, argentinas, paraguaias e brasileiras superam os homens na ajuda econômica que prestam aos parentes no país de origem. O primeiro local de destino continua sendo os Estados Unidos. A Europa aparece em segundo lugar. Essa “feminização” na Europa é resultado de vários fatores como: a crise econômica, que provoca o seu maior impacto nas mulheres, a falência do papel do homem como provedor econômico na família, a demanda específica de mulheres estrangeiras para os setores de serviço doméstico de baixa qualificação, cuidados de pessoas dependentes e o funcionamento de redes migratórias femininas. A feminização da migração internacional cresce e tem com ela um aspecto interessante, se visto do ponto de vista do papel da mulher na sociedade mundial. As formas tradicionais do “trabalho feminino” são recusadas pelas mulheres das nações industrializadas e por isso abre-se espaço para as mulheres dos países não industrializados ou em fase de industrialização. Para viver a emancipação na Europa, a mulher terceiriza o trabalho doméstico, abrindo com isso um mercado de trabalho, mercado esse, na maioria das vezes, ilegal. O que também favorece a “feminização” da migração são fatores como: a acentuada desigualdade social, o desemprego, as ideologias e hierarquias raciais, status social, sonho de uma vida melhor, razões de ordem familiar, formação e especialização profissional. Todos esses fatores servem como motor para impulsionar a procura por “melhorias do outro lado da fronteira”. A nova definição da mulher no quadro social familiar como provedora da família, leva-a a buscar melhores condições para os seus. Com essa tarefa as mulheres migrantes já são responsáveis por 54% dos mais de quatro bilhões de dólares das remessas enviadas para casa. O envio de remessas supõe maior esforço para as mulheres do que para os homens, já que os salários femininos são sensivelmente inferiores. A indústria do sexo também contribui para novo perfil da migração na Europa. O tráfico de mulheres com fins unicamente comerciais faz parte também dessa indústria do sexo, que constitui um fenômeno muito importante no qual as mulheres são vítimas das piores formas de exploração, onde os direitos humanos inexistem e as mulheres são tratadas como escravas. 38 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse Situação da imigrante no mercado de trabalho suíço Pesquisas mostram que muitas mulheres que migram costumam ter mais qualificação que os homens, mas isso não é uma garantia de bons postos de trabalhos. O projeto de pesquisa encabeçado pela Dra. Yvonne Riaño e a Prof.ª Dóris Wastl-Walter no Instituto de Geografia da Universidade de Berna, analisou e discutiu o tema da migração feminina na Suíça. Houve um aumento no número de migrantes oriundas dos países que não fazem parte da Comunidade Europeia. Atualmente as mulheres constituem a maior parte dos migrantes que vivem na Suíça. Infelizmente elas não são vistas no mercado de trabalho. Elas são consideradas exclusivamente para os trabalhos em casa de famílias (domésticas). O resultado da pesquisa, que trabalhou com mulheres latinoamericanas e do Oriente Médio com uma formação superior completa no seu país de origem, mostra que mesmo de posse de uma formação superior completa, com experiência profissional em seu país de origem ou em outro país antes da chegada na Suíça e com domínio da língua, somente uma minoria obtém na Suíça um emprego que condiz com sua qualificação. Um terço das migrantes qualificadas não se encontram integradas no mercado de trabalho e o restante exerce um trabalho precário. Trabalho precário porque trabalham em função abaixo de sua qualificação ou trabalham em condições instáveis, sem perspectivas de uma possível efetivação. O estudo mostra que para muitas migrantes qualificadas a migração não promove uma melhoria, muito pelo contrário, resulta em retrocesso, com a perda de status de classe. A pesquisa revela barreiras discriminatórias, apoiadas tanto pelas leis de imigração suíças, como pela forma de pensar dos empregadores, a desvalorização das qualificações das migrantes não europeias e a sociedade patriarcal suíça. Esses fatores contribuem para uma desigualdade de direitos no acesso ao mercado de trabalho. Mecanismos de exclusão na tentativa de exercer a profissão • O não reconhecimento do diploma estrangeiro e da experiência adquirida no país de origem • Visto de permanência • A instrumentalização da língua • Discriminação antes de empregar e depois • Cursos profissionalizantes ou de atualização caros • Informação deficitária do sistema suíço de especialização complementar para profissional formado • Informação sobre o mercado de trabalho para profissionais já formados • Falta de creches Os efeitos dessa exclusão sobre a mulher migrante • Falta da prática do trabalho • Perda da qualificação • Perda da autonomia • Perda da autoestima • Frustração e desintegração • Depressão • Um des-empoderamento (dis-empowerment) Theodora Leite Stampfli 4. Encontro Brasileiro na Suíça 39 Grupos de Interesse Planejando o ingresso no mercado de trabalho Usar o planejamento como uma forma para vencer as barreiras estruturais que impedem o acesso da migrante no mercado suíço de trabalho é uma estratégia que deve ser empregada. Usando o planejamento, a migrante faz uma avaliação dos seus recursos pessoais, mobilizando-os para facilitar e melhorar as chances de ingressar no mercado de trabalho. A definição clara de objetivos, a formação profissional mais a consciência dos recursos pessoais, são sem duvida nenhuma instrumentos básicos para a volta ao mercado de trabalho seja aqui ou em outro país. Fazendo um balanço do que se fez, do que se tem e do que se pretender fazer na profissão onde se quer atuar é uma estratégia para entrar num mercado restrito de trabalho, conforme mencionado acima. Plano – Portfólio & Análise - Quais são os meus objetivos? • Avaliar a situação pessoal atual (quantos por cento quero trabalhar? 50%? 60%?) • Avaliar a situação familiar atual (se tem filho, quem pode tomar conta dele? Tem creche? Com quem • Avaliar a formação adquirida (preciso complementar alguma matéria? Línguas?) • Avaliar a competência profissional (preciso de uma especialização? Uma equiparação? Atualização?) deixar?) Concretizando • Elaborar um plano estratégico de carreira definindo prazos de ação e realização, num período máximo de • Construir várias networks (rede de relacionamento/contatos), formar diferentes redes de relacionamentos três meses. dentro e fora do círculo pessoal. Identificar quais são as áreas de interesse que são relevantes para objetivo desejado. • Estudar as tendências do mercado alvo e promover plano estratégico para área desejada. • Criar um programa de desenvolvimento de competências. Por exemplo: Plano de ação para aperfeiçoar o idioma: • Fazer um curso de três meses. • Prazo - começar em janeiro e terminar em março. • Realização - colocá-lo em prática – inscrição no curso desejado. Preparar - se bem para o mercado de trabalho significa ter consciência real da competência que compõe o perfil profissional que se tem, para poder oferecer-se na área onde se quer atuar. Trabalhar no Marketing pessoal para aumentar as oportunidades. E para finalizar, a competência social é uma qualidade importante, que muitas imigrantes trazem na bagagem - as experiências de socialização adquiridas no país de origem, somadas com as vividas aqui, dão uma flexibilidade, que bem empregada, é mais um ponto positivo no currículo. "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem." (João Guimarães Rosa) Coordenação do Grupo THEODORA LEITE STAMPFLI, coordenadora do Projeto “Mentores com Migrantes”. 40 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse NOVOS CAMINHOS PROFISSIONAIS: RECONHECIMENTO DE DIPLOMAS E POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO “Prepara-te para a vida. Porque do céu só cai chuva.” Publicidade de uma universidade portuguesa. “Caminante.... No hay camino. Se hace camino al andar.” António Machado, poeta espanhol (1875-1939) O número de pessoas inscritas neste Grupo de Interesse mostrou a atualidade do tema que foi abordado a partir das mensagens acima transcritas: Temos de ser nós a tomar a iniciativa e a construir o nosso futuro profissional como queremos que ele seja. Mas, como disse o poeta, não há um caminho. O caminho fazemos nós, à medida que vamos avançando. Daí que o objetivo deste Grupo de Interesse tenha sido mostrar algumas estratégias que possam ajudar a encontrar, mesmo se com desvios, uma situação profissional que nos satisfaça. A aprendizagem da língua Partindo de histórias de vida reais sublinhou-se a importância da aprendizagem da língua local. Através de um curso de línguas conhecemos várias outras pessoas, muitas vezes mulheres, com vivências semelhantes às nossas. É principalmente no contato com colegas que tomamos consciência de não sermos as únicas no início de um processo de integração e no início da aprendizagem de uma nova língua, tão diferente do português. Esses cursos têm muitas vezes uma Ana Maria Witzig função quase terapêutica. Não estamos sozinhas, damos força umas às outras, trocamos ideias. Mas a aprendizagem da língua da região em que vivemos não nos permite apenas sentirmo-nos melhor. Ela abrenos a possibilidade de travarmos novos conhecimentos, de começarmos a trabalhar e de encontrarmos aqui um novo caminho, que talvez nunca tivéssemos imaginado poder vir a fazer. O domínio da língua é essencial para nos realizarmos profissionalmente. Se é verdade que o domínio da língua da região onde vivemos atualmente não é o único critério de integração, o sabermos falar essa língua abre-nos muitas portas e é essencial quando nos candidatamos a um emprego, quando queremos fazer uma formação contínua ou iniciar uma nova formação. Para além das escolas de línguas existem cursos de alemão, francês ou italiano, consoante a região linguística, organizados pelos serviços cantonais ou comunais de integração. Esses cursos, destinados em grande parte a mulheres, são subvencionados pela Confederação. Que futuro profissional? O caminho até a realização profissional faz-se, como escreveu o poeta, à medida que avançamos. Antigamente aprendia-se uma profissão que se exercia durante toda a vida. Muitas vezes essa profissão passava de geração em geração. Hoje isto já nem acontece com pessoas que nunca saíram do seu país. Uma grande percentagem abandona a profissão aprendida. Uns porque não se sentem realizados, outros porque, com o desenvolvimento técnico, a profissão inicial está em risco de desaparecer, outros por razões de saúde. Alguns exemplos concretos: advogadas que decidem abandonar a advocacia para seguirem os cursos de educadora de infância, professora primária, assistente social. Um jovem pedreiro que hoje trabalha num centro de atendimento para deficientes e está fazendo uma formação como porteiro, um marceneiro que segue a carreira 4. Encontro Brasileiro na Suíça 41 Grupos de Interesse militar e a abandona para trabalhar como formador na proteção civil, um arquiteto que aos 50 anos decide tirar o curso de assistente social. A educadora de infância que faz a aprendizagem de livreira, a livreira que depois de alguns cursos de formação se forma em economia, a psicóloga que tem hoje um atelier de costura. Esses são todos casos de pessoas que se reorientaram no seu próprio país. Quando o fator “emigração” entra em jogo, o caminho torna-se mais complicado. Às vezes ficamos parados, sem saber que orientação seguir. Damos um primeiro passo e pode acontecer que não seja o certo. Temos de voltar para trás e procuramos uma nova direção. O importante é não desistir. Alguns aspectos importantes É essencial planejarmos nosso futuro profissional: Qual é a minha meta? Que “bagagem” trago comigo? O que é necessário para atingir o meu objetivo? Que apoios tenho? Posso contar com o apoio da minha família? Do meu companheiro? Como vou organizar o meu tempo? Onde poderei deixar meus filhos: numa creche, numa babá, aproveitar uma troca com outras mães? Se decidir fazer uma nova formação, como vou financiá-la? Quando falamos da nossa “bagagem, não devemos esquecer de que essa “bagagem” não se resume a certificados, diplomas, à nossa experiência profissional. Temos a nossa experiência de vida, muitas vezes a experiência de gerir um orçamento familiar, de educar filhos, de organizar a vida familiar. Temos, muitas vezes, experiência associativa. Mesmo se ainda não dominamos bem o alemão (ou o francês ou o italiano), falamos pelo menos mais uma outra língua, o português. E temos uma experiência importantíssima de adaptação a novas situações. É importante não desistirmos, procurando atingir o objetivo que nos propusemos alcançar. É muito importante não nos deixarmos seduzir pelo caminho mais fácil. Se tivermos filhos pequenos, não devemos esperar que eles cresçam para refletirmos sobre a nossa vida profissional. Preparemo-nos para a iniciar o mais rapidamente possível, mesmo se for só em tempo parcial. Profissões regulamentadas e não regulamentadas Se tem uma formação profissional concluída no Brasil ou um diploma de uma escola superior ou de uma universidade, informe-se junto aos Serviços de Orientação Profissional do seu cantão (consulta gratuita) se sua profissão é regulamentada na Suíça. São consideradas profissões regulamentadas aquelas cujo exercício se encontra regulamentado por títulos profissionais obrigatórios (Licença, Carteira Profissional, Cédula Profissional ou outro) que garantem a posse das competências necessárias. Na Suíça há 108 profissões regulamentadas, dependendo em certos casos do cantão o serem ou não regulamentadas. Uma profissão pode ser regulamentada num cantão e noutro não ser. Se sua profissão não pertencer ao grupo das profissões regulamentadas, não necessita fazer reconhecer seu certificado ou diploma. Pode trabalhar por conta própria ou candidatar-se a um emprego no seu setor. Neste caso depende apenas da entidade patronal aceitar ou não seu certificado ou diploma. Mas atenção: se uma pessoa que trabalha por conta própria numa profissão não regulamentada quiser formar aprendizes, tem que pedir a equiparação da sua formação na Suíça. O dossiê de candidatura Um aspecto muito importante é o da apresentação do dossiê. Os dossiês de candidatura não podem ter erros e devem estar bem apresentados: um curriculum com os dados pessoais, formação escolar, formação profissional, outros cursos de formação contínua, conhecimentos de línguas, experiência profissional. Certificados de formação e de trabalho traduzidos, uma boa fotografia. Um dossiê bem apresentado é um primeiro passo muito importante para uma entrevista. 42 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse É interessante observar que o trabalho voluntário pode ter grande influência na nossa vida profissional. Através dele adquirimos uma variedade de conhecimentos que podem ser úteis quando decidimos procurar um trabalho remunerado. O trabalho voluntário deve ser mencionado no curriculum. Na carta que acompanha o dossiê devem ser focadas as razões que nos levam a interessarmo-nos precisamente pelo emprego em questão. Devemos nos informar sobre a empresa, na internet por exemplo, para podermos ser mais concretos. E não é preciso esperar por um anúncio para nos candidatarmos a um determinado emprego. Podemos enviar o dossiê à empresa ou instituição onde gostaríamos de trabalhar, apresentando na carta os motivos por que decidimos contactá-los. Profissões regulamentadas: Reconhecimento de diplomas Se sua profissão pertence ao grupo das cerca de 108 profissões regulamentadas, terá de pedir o reconhecimento de seu certificado ou diploma. Não é um processo fácil, porque os currículos são diferentes. Isso não deve desmotivar. Se quiser continuar a estudar num instituto superior especializado ou numa universidade, deve dirigir-se, neste caso, ao instituto ou à universidade em questão. Aí serão dadas todas as informações sobre a documentação a apresentar. Outro aspecto muito importante é o da formação contínua. Atualizam-se conhecimentos, estabelecem-se contatos e pode ser mais fácil fazer reconhecer o diploma que já temos. Rede de contatos Uma boa rede de contatos é um elemento importante. A participação numa associação cultural, num partido político, numa associação local, por exemplo numa associação intercultural, é um bom passo para a nossa integração, pode levar-nos a estabelecer contatos que poderão vir a ter um papel importante na nossa vida. Temos a possibilidade de praticar e aperfeiçoar a língua, temos novos contatos que podem ser úteis quando se precisa de informações ou se procura um emprego. Endereços Para além dos serviços de orientação profissional existentes em todos os cantões, há outras instituições especializadas na informação e no apoio a quem procura novos caminhos profissionais: Informações sobre orientação escolar e profissional: • www.berufsberatung.ch • www.orientation.ch • www.orientamento.ch: Informação sobre os vários temas ligados à orientação profissional (alemão, francês e italiano). • www.berufsberatung.ch/dyn/8188.aspx: Informações em português sobre o acesso ao trabalho e à formação profissional na Suíça. Profissões regulamentadas na Suíça • http://ec.europa/internal_market/qualifications/regprof/index.cfm Lista das profissões para o exercício das quais é exigido um diploma ou certificado profissional reconhecido na Suíça (alemão e francês). Reconhecimento de diplomas e certificados • www.bbt.admin.ch/themen/hoehere/00169/index/html Consultar a folha de informações E 1 onde se encontram igualmente os endereços dos serviços responsáveis pelo reconhecimento de diplomas e certificados que não são da competência dos Serviços Federais de Formação Profissional e da Tecnologia (alemão, francês, italiano e inglês). 4. Encontro Brasileiro na Suíça 43 Grupos de Interesse Algumas instituições especializadas na informação e no apoio a mulheres que procuram novos caminhos profissionais: • effe – espace de formations - formation d’espaces (espaço de formações - formação de espaços), na região de Biel-Bienne: www.effe.ch • Mentoring mit Migrantinnen, em Berna, projeto do cfd, dirigido pela brasileira Theodora Leite Stampfli (tel. • platform networking for jobs, em Zurique, trabalha há alguns anos com migrantes com formação 031 300 50 60). profissional ou universitária e bons conhecimentos de alemão (informações em alemão, espanhol, inglês e russo): www.networking-for-jobs.ch Vorbereitungsjahr LOG IN, para jovens de ambos os sexos, entre 18 e 26 anos, residentes no cantão de Zurique, que tenham feito a escolaridade no estrangeiro e queiram a equivalência na Suíça para poderem fazer depois uma formação profissional ou prosseguir os estudos. Condição necessária para a candidatura: possuírem conhecimentos de alemão do nível B1: http://www.stadt-zuerich.ch/content/ssd/de/index/jugend-_und_erwachsenenbildung/ integration/Login Risorsa: Wiedereinstieg? Neubeginn? Umschulung? – Este curso, que pode ser frequentado em Baden e para o qual é necessário um nível B1 de alemão, apoia mulheres migrantes no caminho para a integração profissional na Suíça: www.ecap.ch (Informações podem ser obtidas através da Regionalstelle Aargau: [email protected] ) Progredir: Percurso de formação em Lausanne e/ou Vevey a partir de janeiro de 2010, para mulheres de língua materna portuguesa, que trabalham ou procuram emprego nos ramos do comércio, da limpeza ou da hotelariarestauração e que desejam adquirir uma atestação ou um certificado profissional reconhecidos: www.progredir.ch (Contatos: Paula da Silva, tel. 078 807 62 22, [email protected] ou Amilcar Cunha, tel. 021 925 20 51, [email protected]) Outras informações • Níveis europeus de língua: grelha de autoavaliação (em português): http://europass.cedefop.europa.eu/LanguageSelfAssessmentGrid/pt Coordenação do Grupo ANA MARIA WITZIG, especialista em questões de integração, tradutora para francês, português e alemão. 44 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse OS SEGUROS SOCIAIS NA SUÍÇA – DIREITO E DEVERES Procuramos abordar os Direitos Sociais do/da trabalhador/a e alguns aspectos relacionados a isso. No programa enfocamos basicamente os seguintes aspectos: • Sistema dos 3 pilares • Subsídio de desemprego • Abono de família • Subsídio de maternidade O Sistema de Segurança Social na Suíça, constituído pelo sistema dos 3 pilares, assegura o trabalhador contra: • Riscos de velhice, invalidez e morte – seguro AHV/IV, AVS/AI, BVG/LPP • Risco de desemprego – subsídio de desemprego • Risco de acidente e de doença – seguro coletivo de acidente e de doença • Ausência por maternidade ou serviço militar – subsídio de maternidade e subsídio por prestação de serviço • O trabalhador contribui para a cobertura destes riscos com os seus descontos salariais militar Como já foi dito, a Previdência Social na Suíça assenta no sistema dos 3 pilares: 1. pilar – AHV/IV ou AVS/AI (desde 1948): • Seguro básico • Garantido pelo Estado • Garante o mínimo para a sobrevivência em caso de: velhice, invalidez/incapacidade de trabalho, morte (dependentes do agregado familiar) • Para todos os que residem e/ou trabalham na CH (mesmo para pessoas sem trabalho) Valor da renda da AHV/AVS por inteiro em 2009: A renda por casal não pode ultrapassar 150% da renda máxima – Fr. 3.420. 44 anos de desconto dão direito a uma renda por inteiro / menos de 44 anos dão direito a uma renda parcial. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 45 Grupos de Interesse 2. pilar – BVG ou LPP (desde 1985): • Previdência profissional • Seguro entre a empresa e o trabalhador (c/ + 25 anos/ por ano rendimento anual superior a Fr.19.890 – dados de 2007) 3. pilar – seguro privado: • Seguro privado • Reforço do 1. e 2. pilar - melhor garantia e mais segurança em caso de velhice, invalidez incapacidade morte de ou trabalho, (dependentes do agregado familiar) Margarida Pereira Subsídio de desemprego • 70% do salário bruto • 80% do salário bruto (no caso de se ter filhos / salário bruto inferior a Fr. 3.000) • Depois de 12 meses de descontos nos últimos 2 anos • Durante 400 dias • Possibilidade de exportação para um estado da UE até 3 meses – Formulário E 303 Abono de família • Todo o trabalhador com filhos tem direito a receber abono de família mensal • Fr. 200.- no mínimo até aos 16 anos • Fr. 250.- no mínimo após os 16 e até os 25 anos para filhos que continuam a estudar • Em alguns cantões os valores são superiores Subsídio de maternidade • toda a mulher trabalhadora tem direito a uma licença de maternidade paga • depois de 9 meses de inscrição na AHV/AVS e 5 meses de trabalho • recebe 80% do salário bruto • durante 14 semanas após o parto (alguns CCT prevêem 16 semanas) Coordenação do Grupo MARGARIDA PEREIRA, secretária sindical da UNIA no âmbito da migração. 46 4. Encontro Brasileiro na Suíça Grupos de Interesse SITUAÇÃO ECONÔMICA NO BRASIL E A REMESSA DE DINHEIRO Foi feita uma análise do atual momento financeiro no Brasil, as oportunidades e desafios que se apresentam. Os principais pontos debatidos foram: Crise no sistema financeiro global e seus desdobramentos • Maior aversão ao risco => redução do fluxo de • Deterioração das contas externas • Desvalorização da taxa de câmbio (R$/US$) • Crédito: mais caro, escasso e seletivo • Desaceleração da atividade econômica • Impacto ambíguo sobre a inflação (commodities • Política monetária (próximas decisões do Banco Central) • Política fiscal • Oportunidade (investimentos x gastos correntes) capitais x câmbio) Marco Aurélio Moura DESAFIO PARA A POLÍTICA ECONÔMICA: Evitar que a crise de liquidez se traduza em crise de insolvência! Brasil – nova realidade: Razões para otimismo • SITUAÇÃO EXTERNA CONFORTÁVEL: ¾ reservas internacionais maiores que a dívida externa ¾ baixa dependência de exportações para os EUA • SISTEMA FINANCEIRO SÓLIDO: ¾ bancos brasileiros resistiram muito bem na crise ¾ manutenção do grau de investimento • BANCO CENTRAL NO COMANDO DA REAÇÃO: ¾ redução de compulsórios ¾ intervenção no mercado de câmbio ¾ provimento de linhas de comércio exterior ¾ Brasil aplicando recursos no FMI • ESTABILIDADE MACROECONÔMICA: ¾ bons fundamentos fiscais ¾ câmbio flutuante ¾ inflação baixa e sob controle ¾ Banco Central autônomo Ambiente interno – Perspectivas: • Taxa de câmbio: pressão por valorização adicional • Indicadores fiscais: deterioração temporária • Inflação: cenário benigno • Política monetária: manutenção da Selic por um intervalo prolongado de tempo • Nível de atividade: taxas de crescimento mais robustas a partir de 2010 Coordenação do Grupo MARCO AURÉLIO MOURA, gerente do Banco do Brasil em Frankfurt. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 47 Reflexão final A CAMINHADA DOS BRASILEIROS NO MUNDO A tarefa de encerrar o dia de hoje, que foi preenchido com várias experiências, é um grande desafio. As emoções são variadas. Por um lado, a alegria de saber que somos capazes de, enquanto migrantes brasileiros, ter esse grande nível de organização. Por outro lado, a tristeza também está presente, pois este dia está chegando ao fim. Para mim em especial é um momento bastante significativo, pois participo da caminhada de diversos grupos desde 1994. Pude vivenciar de perto a luta contínua para se organizar a comunidade brasileira na Suíça e estar presente em muitos marcos dessa organização. E também ter a felicidade de estar junto com outras pessoas que buscam a mesma meta. O objetivo principal do Conselho Brasileiro na Suíça com este 4. Encontro Nacional foi mostrar que há formas, como migrantes, de percorrer o nosso próprio caminho. Esperamos que essa mensagem tenha achado um terreno fértil em vocês. Informações foram dadas, idéias foram discutidas, contatos foram feitos, conhecemos novas pessoas, reencontramos outras. E tudo isso num clima bastante encorajador. Percorremos hoje várias estações: Iniciamos com a história do nosso movimento, continuamos com a Globalização e passamos pela Emancipação, com o enfoque no respeito mútuo. Na parte da tarde tivemos a oportunidade de nos informar sobre diversos temas e campos concretos. Todas essas Carminha Pereira estações foram entrecortadas por momentos culturais cativantes. Depois de passar por essas estações, cabe a nós a responsabilidade de definir qual caminho nós vamos percorrer. Em algum lugar do passado começou nossa carreira de migrante: - Talvez já na família, se ela mudou de um lugar para outro - Talvez dentro do próprio Brasil, mudando-se de uma região para outra - Talvez para fora do Brasil, mudando-se para outro país e de alguma forma viemos parar na Suíça. Portanto a migração faz parte das nossas vidas e da nossa história coletiva enquanto brasileiras e brasileiros. E dessa parte da nossa história temos que ter orgulho, mesmo com todas as dificuldades que isso possa representar. Não devemos ter medo do “perder a identidade”, pois identidade não se perde. Ela pode se modificar, como teria se modificado se não tivéssemos migrado. Nós temos é que cultivar a nossa identidade. Cultivar significa cuidar bem e quando estamos bem cuidados, nós crescemos. É importante aprender com as diferenças e ver a vida em outro país como um enriquecimento e não somente ficar lamentando que não estamos no Brasil e que tudo aqui é difícil. Não importa se vamos ficar aqui só até amanhã, só até o ano que vem, só até se aposentar, ou o resto da vida. O importante é que nossa vida no momento é neste país. Portanto temos que levar a nossa Emancipação aqui a sério e não deixar para amanhã. 48 4. Encontro Brasileiro na Suíça Reflexão final A longa caminhada que fizemos, tanto em termos geográficos como em termos culturais pode ser um grande sucesso. Uma das condições para isso é participar desta sociedade. Estar de igual para igual com todos os outros cidadãos que moram aqui, independente de sua origem. Para se emancipar, para assumir o caminho nas próprias mãos, vale saber que não estamos sozinhos. Basta olhar para os nossos vizinhos de cadeira, à esquerda, à direita, na frente e atrás. Com essas pessoas podemos contar. E também têm muitas outras que estão na mesma caminhada, com quem podemos compartilhar nossas experiências e com quem podemos ensinar e aprender. Quem não aprende não cresce. Quem se fecha para o novo, fica parado na história. E não só nós enriquecemos com a mudança, mas também a sociedade acolhedora. A Suíça tem muito a ganhar e se enriquecer conosco. Por isso é também nosso papel lutar pelos nossos direitos como migrantes e como cidadãos brasileiros. Os direitos não caem do céu, eles vêm somente com a participação e a reivindicação. E uma das formas mais eficientes de lutar pelos nossos direitos é participar nesta sociedade em todos os níveis, tanto nas organizações brasileiras como nas suíças. Além disso é importante se informar. Não tenha vergonha de não saber, não tenha medo de perguntar. Quem sabe tem poder. Somos cidadãos, com direitos e deveres não importa em que lugar no mundo. Não somos somente brasileiros ou suíços. Eu não tenho que deixar um país Somos parte de um grande movimento que está se organizando cada vez mais. não são excludentes, mas sim complementares. para me dedicar ao outro. Somos muitas variantes de diversas nacionalidades. E podemos nos dedicar a vários países e a várias culturas ao mesmo tempo. Dentro de nós existem muitas experiências. Temos que vivenciá-las e não ter medo de ser diferentes. As culturas e nacionalidades Integrar-se nesta sociedade não quer dizer que perdemos o nosso ponto de origem. Ninguém pode esperar isso de nós. Somos o que somos. Temos uma origem. Nosso primeiro desafio é não parar só na origem, mas nos desenvolvermos. Ter a mesma origem não significa que somos todos iguais. Cada um de nós passou por processos diferentes. Cada um assimilou o que aconteceu em sua volta de forma diferente. Não éramos iguais no Brasil e portanto não vamos ser iguais aqui. O segundo desafio está em procurar o que temos em comum e não as diferenças. Fazendo uma retrospectiva de tudo o que já aconteceu em termos de organização de brasileiros na Suíça, vemos que a caminhada que seguimos é um trabalho conjunto de muitos anos. Desde o primeiro encontro em 1998 até hoje, 2009, passaram-se 11 anos. Onze anos nos quais muitas pessoas se dedicaram à construção do que temos hoje aqui. E esse processo não está sendo vivenciado somente na Suíça, mas em vários outros países com migrantes brasileiros. Os encontros de grupos brasileiros em outros países europeus e as duas conferências da comunidade brasileira no exterior são o exemplo disso. Somos parte de um grande movimento que está se organizando cada vez mais. Na Suíça este Encontro é somente a parte visível, além de bonita e emocionante, da nossa organização. É uma parte importante, mas não a mais importante. O trabalho mais valioso é a participação cotidiana nos diversos grupos e organizações. É para isso que serve este Encontro: para estimular a nossa participação na região onde moramos. O famoso jargão “Pensar global e agir local” deve ser o nosso lema! Somos cidadãos, com direitos e deveres, não importa em que lugar no mundo, se no Brasil, na Suíça ou na China. E por mais barreiras que se criem, mais as pessoas vão encontrar formas de quebrar essas barreiras, pois ninguém barra o ser humano. E ninguém vai conseguir nos segurar, pois somos cidadãos do mundo! CARMINHA PEREIRA, historiadora, coordenadora do FIZ - Centro de apoio às mulheres migrantes e vítimas de tráfico. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 49 Avaliação Resultado de 167 respostas recebidas do questionário de avaliação do Encontro Como você avalia a forma de como foi tratado o tema "Integração e Emancipação" 180 As palestras na parte da manhã foram de proveito para você? 120 154 160 114 100 140 120 80 100 60 80 60 34 40 40 7 20 Bastante Interessante Pouco Interessante Nada Interessante 15 20 6 0 0 Não respondeu As informações obtidas no seu Grupo de Interesse podem ajudar no seu dia-adia? 4 0 Muito Pouco Não respondeu Nenhum De qual Grupo de Interesse você participou? 130 140 120 Não respondeu 4 100 80 60 Novos caminhos profissionais 40 19 25 12 20 0 Sim Não Não respondeu 18 Autoestima Imposto de Renda na Suíça 16 Você participou de algum encontro anterior? Mulheres migrantes no mundo do trabalho 15 120 98 Comunicação intercultural 100 80 15 68 13 Crescendo com os desafios 60 40 Brasileiros no mundo 20 12 1 0 Sim Não Não respondeu Educar para o mundo 10 9 Estrangeiros na Suíça Como você ficou sabendo do Encontro? 90 Dependência e independência no processo de integração 85 9 80 70 60 50 Seguros sociais na Suíça 48 40 30 Situação econômica no Brasil e a remessa de dinheiro 20 20 10 7 6 2 6 6 0 Através de grupo ou associação brasileira 50 Amigo Internet Jornal Cartaz Outros 4 Educação para a cidadania 0 5 10 15 4. Encontro Brasileiro na Suíça 20 Avaliação Você participa de algum Grupo Brasileiro? 90 Você gostaria que fossem realizados outros Encontros como esse? 82 75 80 180 70 160 60 140 161 120 50 100 40 80 30 60 20 40 10 20 10 Sim Não Sim Não respondeu Organização do Encontro Taxa de inscrição 160 1 5 Não Não respondeu 0 0 Organização do Encontro Local 152 160 142 140 140 120 120 100 100 80 80 60 60 40 40 15 20 7 3 5 10 Não acessível Não respondeu 20 0 0 Compatível Barata Cara Acessível Não respondeu Organização do Encontro Programa Cultural Organização do Encontro Alimentação 120 120 103 102 100 100 80 80 60 60 39 38 40 40 25 24 20 20 3 0 0 0 Boa Regular Ruim Bom Não respondeu Regular Ruim Não respondeu Organização do Encontro Programação, data, horário, divisão das atividades Organização do Encontro Cantinho da Criança 160 120 102 100 140 140 120 80 100 61 60 80 40 60 40 20 4 0 Regular Insatisfatório Bom 14 20 0 Não usou/Não respondeu 4. Encontro Brasileiro na Suíça 13 0 0 Bom Regular Ruim Não respondeu 51 Avaliação Organização Geral (material, divulgação, recepção, etc.) Dados sobre os participantes Sexo 149 160 160 141 140 140 120 120 100 100 80 80 60 60 40 20 40 17 15 0 Regular Bom 15 20 0 Ruim 3 0 Não respondeu Feminino Não respondeu Masculino Dados sobre os participantes Idade Dados sobre os participantes Estado de origem no Brasil 70 58 60 São Paulo 30 40 19 Rio de Janeiro 58 50 30 Minas Gerais 15 Bahia 15 24 18 20 10 3 5 mais de 60 anos Não respondeu 1 0 Pernambuco menos de 20 anos 14 20-30 anos 31-40 anos 41-50 anos 51-60 anos 9 Rio Grande do Sul Santa Catarina 6 Ceará 6 Paraíba 5 Pará 5 Dados sobre os participantes Tempo na Suíça 60 48 50 Goiás 4 40 Sergipe 20 Rio Grande do Norte 3 Distrito Federal 3 Maranhão 2 Espírito Santo 2 Tocantins 1 Roraima 1 Piauí 1 Mato Grosso do Sul 1 32 30 3 25 24 18 15 5 10 0 menos de 2 anos 2-5 anos 5-10 anos 10-15 anos 15-20 anos Mais de 20 anos Não respondeu Dados sobre os participantes Grau de instrução 120 105 100 Amazonas 1 Alagoas 1 80 60 Suíça 49 40 5 20 Não respondeu 10 3 15 0 0 52 5 10 15 20 25 30 35 Primário Secundário Superior Não respondeu 4. Encontro Brasileiro na Suíça Momentos do Encontro Inscrição e participantes 4. Encontro Brasileiro na Suíça 53 Momentos do Encontro Cantinho das Crianças Coordenado pela ABEC 54 4. Encontro Brasileiro na Suíça Momentos do Encontro Espaço Cultural Elias Moreira Jane Cruz Helio Faria e Marina Haueter Coral Canta Brasil 4. Encontro Brasileiro na Suíça 55 Momentos do Encontro Na plenária, as cores do Brasil A árvore símbolo do Conselho Brasileiro na Suíça cresceu e está dando frutos! Chegou a hora da partida... Até a próxima! 56 4. Encontro Brasileiro na Suíça Agradecimentos O IV Encontro Brasileiro na Suíça foi possível graças a muitas pessoas, organizações e instituições que de formas variadas deram sua contribuição para a sua realização. Em especial gostaríamos de agradecer a presença dos convidados e palestrantes, que na abertura e no encerramento do Encontro nos transmitiram seu apoio e enfatizaram a importância de se atuar em conjunto com todos os grupos de migrantes na Suíça: Roland Beeri, Fachstelle Integration, Bern Maria Stela Pompeu Brasil Frota, Embaixadora do Brasil na Suíça, Bern Vitória Alice Cleaver, Cônsul Geral do Brasil na Suíça, Zurique Marcos Viana, da Rede de Brasileiras e Brasileiros na Europa Flávia Reginato, Tradutora Intercultural PATROCINADORES APOIO INSTITUCIONAL 4. Encontro Brasileiro na Suíça 57 Agradecimentos ESTANDES Aline – Produtos Natura Rosangela Schibli - Jemako Ana Célia - Produtos Brasileiros TAP Portugal BANCO DO BRASIL UNIA ANÚNCIOS NO CADERNO DO ENCONTRO Dr. Klaus Ferdinand Escritório de Tradução Brigitte Weber e Ocirema Kukleta Deborah Maristela Bierman – Traduções oficiais Igreja Evangélica de Língua Portuguesa de Zurique Brasil DOC –TRA, Walburga Sutter Roger Müller Rechtsanwalt Escritório de Advocacia Wolf Atlântico Reisen + Service Brasilmar Travel & Toursim Dr. Paschoal Felippe Paladar Brasil – Carlos Lima Lúcia Amelia Luso Digital Brasil Express Styllus Brasileirus Helio Faria – Aulas de dança Jane Cruz & DJ Miguelito – Life Music Elias Moreira – Aulas de violão Rosilene Corpo e Alma Meditrina DIVULGAÇÃO Associação do(a)s estudantes brasileiro(a)s e amigo(a)s do Brasil Brasil Online Brasil Infos Brasil Vídeo CIGA-Informando Fórum Brasil-Suíça Jornal Horizonte, da UNIA Portal Brasil Europa 58 4. Encontro Brasileiro na Suíça Agradecimentos Rede de Brasileiras e Brasileiros na Europa Revista da Swisscam Revista Online Integra Revista Lusitano de Zurique Swissinfo Televisão Record Internacional Via Brasil Programa Espaço Brasil - Rádio RaBe, Bern Programa Beleza Programa Brasil In Rádio e TV Zoa Sintoniza Brasil APOIO GERAL ABEC, pelo trabalho no Espaço Infantil. Anna Paula Sardenberg, pelo contato no Gymnasium Neufeld e a organização da cantina. Bendicht Stöckli, pelo apoio nos pedidos de financiamento e traduções de texto para alemão. Carminha Pereira, pela reflexão final e a diagramação do Caderno do Encontro. Coral Canta Brasil e pianista André Figueiredo, pela apresentação musical. Clovis Inocêncio, pelo apoio técnico de som. Gymnasium Neufeld, pela cessão da estrutura física (local) utilizada no Encontro. Grupos brasileiros na Suíça: Brasil Uster tropical, BRASS, Comunidade dos estudantes brasileiros na Universidade de Neuchâtel, Cores do Brasil, FEBA, pela divulgação e apoio. Ligian Mendes Ter-Nedden, pela coleta de anúncios para o Caderno do Encontro. Mara Hort, que cuidou da enfermaria. Marcio Jerônimo Sousa, pela filmagem. Maria José Perrin (Marijô), pela sinalização do Encontro na estação de Berna. Palestrantes dos Grupos de Interesse (Mencionados no resumo dos GIs) Renata Autran, pelas fotos. Rubens Zischler, pelo apoio técnico de som e pela homepage. Tania Oliveira, pela tradução do alemão falado pelos convidados. Voluntários e Voluntárias: o da equipe da cozinha, que correram o da equipe da secretaria, que ajudaram o e outros que de forma espontânea para poder servir o almoço e o café. na recepção. ajudaram no que foi necessário antes, durante e depois do encontro. 4. Encontro Brasileiro na Suíça 59
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