Apneia do Sono e Disfagia Orofaríngea na Asma Grave
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Apneia do Sono e Disfagia Orofaríngea na Asma Grave
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Fundada em 18 de Fevereiro de 1808 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Apneia do Sono e Disfagia Orofaríngea na Asma Grave Cristina Salles Tese de Doutorado Salvador (Bahia), 2013 II Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária de Saúde, SIBI - UFBA. S168 Salles, Iza Cristina de Castro Apneia do sono e disfagia orofaríngea na asma grave / Iza Cristina Salles de Castro. – Salvador, 2013. 172 f. Orientadora: Prof. Dr. Álvaro A. Cruz. Tese (Doutorado) – Universidade Federal da Bahia. PósGraduação em Ciências da Saúde, 2013. 1. Asma. 2. Apneia do Sono. 3. Disfagia. 4. Corticóide I. Cruz, Álvaro A. II. Universidade Federal da Bahia. III. Título. CDU 616.248 III UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Fundada em 18 de Fevereiro de 1808 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Apneia do Sono e Disfagia Orofaríngea na Asma Grave Cristina Salles Professor-orientador: Álvaro A. Cruz Tese apresentada ao Colegiado do Programa de PósGraduação em Ciências da Saúde, da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia, como pré-requisito obrigatório para a obtenção do grau de Doutor em Ciências da Saúde. Salvador (Bahia), 2013 IV COMISSÃO EXAMINADORA Membros Titulares Paulo Augusto Moreira Camargos Doutor em Infectologia e Medicina Tropical pela Universidade Federal de Minas Gerais Professor da Pós-Graduação em Ciências da Saúde Pós-Graduação em Ciências da Saúde – Universidade Federal de São João Del-Rei (MG) Gustavo Antônio Moreira Doutor em Psicobiologia pela Universidade Federal de São Paulo Professor do Departamento de Psicobiologia Departamento de Psicobiologia – Universidade Federal de São Paulo Nilvano Alves de Andrade Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo e Coordenador da Residência de Otorrinolaringologia da Santa Casa de Misericórdia da Bahia Faculdade de Medicina da Bahia – Santa Casa de Misericórdia da Bahia Regina Terse Trindade Ramos Professor Adjunto II- Departamento de Pediatria Faculdade de Medicina da Bahia - Universidade Federal da Bahia Carla Hilário da Cunha Daltro Professor Adjunto I da Escola de Nutrição Professora da Pós-Graduação em Medicina e Saúde da Faculdade de Medicina da Bahia Faculdade de Medicina da Bahia - Universidade Federal da Bahia V Dedicatória Aos meus pais e irmãos, meu eterno porto seguro. Ao meu marido, João Carlos, a cumplicidade. Ao meu filho, Michel, Luz na minha vida. Aos amigos, a eterna paciência. VI Agradecimentos Aos Professores Álvaro A. Cruz, Regina Terse-Ramos e Adelmir Souza-Machado (Universidade Federal da Bahia) pela orientação e direcionamento nos momentos decisivos desse Doutorado, especialmente quando decidimos materializar o Laboratório do Sono – Sonnar; Às Professoras Carla Daltro e Verônica Cadena (Universidade Federal da Bahia), por todos os conhecimentos que me ensinaram com presteza, especialmente a análise estatística, e pelo precioso tempo que me dedicaram; Aos Professores e amigos da Pós-graduação em Ciências da Saúde (Universidade Federal da Bahia), pelo exemplo de persistência diante dos primeiros passos na aprendizagem em sermos pesquisadores. A Doutoranda da Pós-graduação em Ciências da Saúde, da Universidade Federal da Bahia, Paula Almeida e Paula Muniz, pela realização e orientação das espirometrias neste estudo; Aos alunos da pós-graduação de fonoaudiologia da União Metropolitana de Educação e Cultura e graduação da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia pela constante dedicação me ajudando com a aplicação dos questionários, realização das polissonografias e avaliação endoscópica da deglutição; A Michel Castro, estudante da terceira série do Colégio Módulo (Salvador-Ba), pela doação dos desenhos que ilustram a cartilha: “Criança Ronca?”. A Equipe do Programa para o Controle da Asma na Bahia (ProAR) ao entender que as dificuldades clínicas enfrentadas pelos pacientes com asma grave poderiam ser agravadas pela Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono e a disfagia. Aos pacientes com asma grave que através de um simples sorriso ou um olhar me mostraram o valor da esperança de uma possível melhora na qualidade de vida. VII Fonte de Financiamento 1. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) 2. Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) VIII “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.” Albert Einstein 9 SUMÁRIO ÍNDICE DE GRÁFICOS 12 ÍNDICE DE TABELAS 13 ÍNDICE DE FIGURAS 15 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 16 I. RESUMO 17 II. OBJETIVOS 19 III. INTRODUÇÃO 20 IV. REVISÃO DA LITERATURA 25 IV.1. Obstrução das Vias Aéreas Superiores 25 IV.2. Asma 27 IV.3. Disfagia Orofaríngea 31 IV.4. Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono 32 IV.5. Asma, SAOS e Disfagia Orofaríngea 35 10 V. CASUÍSTICA, MATERIAL E MÉTODOS 41 V.1. Desenho de Estudo 41 V.2. Procedimentos da Coleta 42 V.3. Análise Estatística 52 V.4. Considerações Éticas 54 55 VI. RESULTADOS VI.1. Adultos, Apneia Obstrutiva do Sono e Disfagia Orofaríngea: Associação do Controle da Asma Grave VII. DISCUSSÃO 55 69 VII.1. Frequência da SAOS na Asma Grave, em Adultos 69 VII.2. Frequência da SAOS na Asma Grave, em Crianças 71 VII.3. Frequência da Hipertrofia Adenotonsilar nas Crianças com Asma Grave e a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono 73 VII.4. Comparando a Frequência da SAOS na Asma Grave em Adultos e Crianças 74 VII.5. Associação da Apneia Obstrutiva do Sono e Falta de Controle da Asma Grave 75 VII.6. Associação da Disfagia Orofaringea e Falta de Controle da Asma Grave, em Adultos 78 VII.7. Frequência da Disfagia Orofaríngea em Crianças Asmáticas Graves com Apneia Obstrutiva do Sono 81 VII.8. Fragmentação do Sono e Sonolência Excessiva Diurna na Asma Grave 82 VII.9. Dessaturação Noturna e Asma Grave 84 VII.10. Relação entre IMC, SAOS e Asma Grave 85 VII.11. Relação entre Vias Aéreas Superiores, SAOS e Asma Grave 87 11 VII.12. Limitações 88 VIII. CONCLUSÕES 90 IX. SUMMARY 91 X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 93 XI. ANEXOS 112 Anexo 1: Parecer do Comitê de Ética 112 Anexo 2: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido/Questionários 114 Anexo 3: Artigos Publicados 127 Anexo 4: Artigo Classificado na Categoria Doutorado – Concorrendo ao Prêmio Medical Services 146 12 ÍNDICE DE GRÁFICOS GRÁFICO 1. Gráfico Box-plot comparando o índice de apneia e hipopneia entre pacientes com asma grave controlada e não controlada 59 GRÁFICO 2. Gráfico Box-plot comparando o número de dessaturações entre pacientes com asma grave controlada e não controlada. 60 GRÁFICO 3. Gráfico Box-plot comparando o número de dessaturações entre pacientes com asma grave controlada e não controlada 60 GRÁFICO 4. Gráfico Scater plot da correlação entre asthma control teste e índice de apneia e hipopneia 61 13 ÍNDICE DE TABELAS TABELA Dados demográficos, características clínicas e espirométricas dos pacientes adultos com asma grave e grupo controle 56 TABELA 2. Dados da avaliação endoscópica da deglutição dos pacientes adultos com asma grave e grupo controle 56 TABELA 1. Dados demográficos, características clínicas e espirométricas dos pacientes adultos com asma grave controlada e não controlada. 57 TABELA 4. Dados da avaliação endoscópica da deglutição dos pacientes adultos com asma grave controlada e não controlada. 57 TABELA 5. Dados polissonográficos dos pacientes adultos com asma grave e grupo controle 58 TABELA 6. Dados polissonográficos dos pacientes adultos com asma controlada e não controlada 59 TABELA 3. 7. Dados demográficos, características clínicas e espirométricas pacientes adultos asmáticos com ou sem apneia do sono. 62 TABELA 8. Dados da avaliação endoscópica da deglutição dos pacientes adultos asmáticos com ou sem apneia do sono. 62 TABELA 9. Características demográficas, clínicas e espirométricas das crianças com asma grave e grupo controle 64 TABELA 10. Frequência dos distúrbios da deglutição das crianças com asma grave e grupo controle 64 TABELA 11. Características demográficas, clínicas e espirométricas das crianças com asma grave controlada e não controlada. 65 TABELA 12. Frequência dos distúrbios da deglutição das crianças com asma grave controlada e não controlada. 66 TABELA 13. Dados polissonográficos das crianças com asma grave e grupo controle. 66 TABELA 14. Características demográficas, clínicas e espirométricas das crianças asmáticas com e sem apneia obstrutiva do sono. 67 14 TABELA 15. Frequência dos distúrbios da deglutição das crianças asmáticas com e sem apneia obstrutiva do sono 68 15 ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1. Classificação das Tonsilas Palatinas Segundo Brodsky 43 16 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACT AIQ Asthma control test Amplitude interquartil AOS Apneia obstrutiva do sono ATS American Thoracic Society AVE Acidente vascular encefálico CPAP Continuous positive airway pressure DRS Distúrbio respiratório do sono ECG Eletrocardiograma EEG Eletroencefalograma EMG Eletromiograma EOG FEF Eletrooculograma Fluxo expiratório forçado GINA Global Initiative for Asthma HAT Hipertrofia adenotonsilar IAH Índice de apneia e hipopneia IDR Índice de distúrbio respiratório IMC Índice de massa corpórea NREM PFE Non-rapid eye movement Pico de fluxo expiratório ProAR Programa para o Controle da Asma na Bahia PSG Polissononografia REM Rapid eye movement SAOS Síndrome da apneia obstrutiva do sono SED Sonolência excessiva diurna SUS Sistema Único de Saúde TTR Tempo total de registro TTS Tempo total de sono VAI Via aérea inferior VAS Via aérea superior VEF1 Volume expiratório forçado no primeiro segundo 17 I. RESUMO Introdução: Asma grave, tratada com corticosteroide, pode se associar a miopatia das vias aéreas superiores (VAS) e, consequentemente, a síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS), a qual também promoveria alterações na bainha muscular das VAS, relacionada com trauma local durante o sono. Essas alterações musculares seriam capazes de culminar com disfagia orofaríngea. Objetivo Geral: estudar associação entre SAOS e disfagia orofaríngea com a falta de controle da asma grave. Objetivos Específicos: estimar frequência da SAOS e disfagia orofaríngea em n crianças e adultos com asma grave. Material e Métodos: Estudo descritivo, comparando asma grave e grupo controle. Os participantes responderam questionários, realizaram exame otorrinolaringológico, avaliação endoscópica da deglutição, polissonografia e espirometria. Resultados: Adultos: SAOS foi diagnosticada em 34(43%) asmáticos graves e em 11(22%) do grupo controle (p=0,015). A frequência da SAOS foi maior na asma não controlada quando comparada com asma controlada (76,2% vs 31,0%; p<0,001; RP: 2,5 IC95%: 1,6–3,9). Observou-se correlação inversa entre índice de apneia e hipopneia e escore do Asthma Control Test (r S: 0,224; p=0,048). A frequência da aspiração silenciosa foi maior entre asmáticos graves não controlados quando comparados com controlados (9,5% vs 5,2%; p=0,043). Crianças: SAOS foi diagnosticada em 5 (29,4%) asmáticas graves e em 6 (20%) do grupo controle (p=0,276). A frequência da SAOS foi maior no grupo com asma não controlada quando comparada àquele com asma controlada (29,4% vs 38,5%; p=0,602). Observou-se 18 associação entre episódios de exacerbação da asma e apneia obstrutiva do sono: 5 (4-10) vs 2 (0-4); p=0,019. A frequência da disfagia orofaríngea foi maior na asma grave do que grupo controle: estase para líquido (15,4% vs 0%; p=0,037) e pastoso (34,6% vs 3,8%; p=0,005), respectivamente. Conclusão: Este estudo mostrou elevada frequência da SAOS na asma grave; associação positiva entre SAOS e dificuldade em controlar a asma; aqueles com SAOS têm probabilidade 2,5 vezes maior de apresentar asma não controlada quando comparados àqueles sem SAOS. Crianças com asma grave e SAOS apresentaram maior número de exacerbações da asma do que crianças asmáticas sem SAOS. A frequência da aspiração silenciosa foi maior entre asmáticos graves adultos não controlados quando comparados com controlados. Palavras-chaves: asma, apneia do sono, disfagia, corticoide 19 II. OBJETIVOS Geral Estudar a associação entre falta de controle da asma grave e: a. Apneia obstrutiva do sono b. Disfagia orofaríngea Específicos 1. Estimar a frequência da apneia obstrutiva do sono em crianças e adultos com asma grave 2. Estimar a frequência da disfagia orofaríngea em crianças e adultos com asma grave 20 III. INTRODUÇÃO III.1. Asma Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (2012) e Global Initiative for Asthma (2010), a asma é uma doença inflamatória crônica com hiperreatividade das vias aéreas inferiores (VAI) e limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar, que causa grande morbidade e impacto socio-econômico elevado. Essa doença acomete mais de 300 milhões de pessoas no mundo, com aproximadamente 250 mil mortes anuais (Bousquet et al., 2007). Estima-se gasto anual com asma nos Estados Unidos de 11 bilhões de dólares (Smith et al., 1997), onde metade desses recursos é gasta com hospitalizações. Apenas 20% dos asmáticos têm a forma grave da doença, porém consomem 80% dos recursos destinados à asma (Smith et al., 1997). Anualmente ocorrem cerca de 350.000 internações por asma no Brasil, constituindo-se na quarta causa de hospitalização pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a terceira causa entre crianças e adultos jovens (Ministério da Saúde, 2000). Em 1996, os custos do SUS com internação por asma foram de 76 milhões de reais, e o terceiro maior valor gasto com uma doença (Ministério da Saúde, 2000). O estudo multicêntrico da asma, The International Study of Asthma and Allergy in Childhood (1998), envolvendo 21 56 países, mostrou que o Brasil encontra-se em 8º lugar, com uma prevalência média de 20%. III.2. Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono Define-se a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) como episódios de obstrução completa ou parcial das vias aéreas superiores (VAS) que ocorrem durante o sono (American Academy of Sleep Medicine, 2005). O fluxo aéreo é diminuído na hipopneia ou completamente interrompido na apneia, resultando episódios intermitentes de hipoxemia, hipercapnia, microdespertares e fragmentação do sono (American Academy of Sleep Medicine, 2005). Segundo Young et al., 1993, esta doença acomete 4% dos homens e 2% das mulheres (Young et al., 1993); frequência semelhante é observada nas crianças, variando entre 1 e 4% (Lumeng & Chervin, 2008). A SAOS está associada a elevado gasto anual. Kapur et al. (1996), demonstraram que a média anual de custos médicos para pacientes com SAOS que não têm diagnóstico é de 2.720 dólares, aproximadamente o dobro do que tem sido visto em pacientes que têm diagnóstico e tratamento para distúrbio respiratório do sono (US$1.384). Kryger et al (1996), ao estudarem pacientes com SAOS, também observaram que pacientes sem diagnóstico prévio apresentaram mais do que o dobro de número de dias de internamento hospitalar e consultas médicas. 22 Considerando-se a elevada prevalência da SAOS, acredita-se que, quando não diagnosticada e tratada adequadamente, gera um custo adicional anual em torno de 3,4 bilhões nos Estados Unidos (Weiss et al., 1999). A falta de diagnóstico em casos graves da SAOS é alarmante devido às co-morbidades associadas e ao risco de morte súbita (Weiss et al., 1999). III.3. Disfagia Orofaríngea: O ato de deglutir ocorre na fase expiratória da respiração e o ar expirado, após a deglutição, atua na limpeza dos restos alimentares (Valim et al., 2007). Segundo World Gastroenterology Organization, o termo disfagia refere-se à percepção de que há um impedimento à passagem do material deglutido. Pode-se referir tanto à dificuldade de iniciar a deglutição quanto à sensação de que alimentos, independente da sua consistência, estão retidos, de algum modo, na sua passagem entre a boca e o estômago (World Gastroenterology Organization, 2004). Denomina-se disfagia orofaríngea ou alta quando existem comprometimentos na fase oral ou faríngea da deglutição. Os principais exames para avaliação da disfagia orofaríngea são videofluoroscopia da deglutição e videoendoscopia da deglutição (Almeida, 2013). A videofluoroscopia da deglutição permite avaliação da deglutição, desde o início da fase oral preparatória até o final da fase esofágica (Singh et al., 2009), podendo ser utilizada em adultos e crianças, mas necessita do aparelho de raio-x. A avaliação é realizada com alimentos líquidos, pastosos e sólidos radiopacos com o objetivo de observar na boca: mastigação, 23 organização e ejeção; na faringe: forma, trânsito, competência palatal e proteção das vias aéreas; no esôfago: luz, paredes, tempo de trânsito e competência esfinctérica (Gramigna, 2006; do Nascimento et al., 2006; Jou et al., 2009). Também permite observar acúmulo de alimento no trajeto orofaríngeo, penetrações e aspirações (Vale-Prodomo et al., 2009). Não permite avaliação neurológica e da sensibilidade (Almeida, 2013). A videoendoscopia da deglutição é realizada com equipamento de nasofibrolaringoscopia, avaliando-se toda a anatomia do trato aerodigestivo superior e sensibilidade do mesmo (Almeida, 2013) e fornece dados semelhantes à videofluoroscopia (Seidl et al., 2008), através da deglutição de alimentos na consistência de líquidos, pastosos e sólidos (Almeida, 2013). A videoendoscopia da deglutição trata-se de exame de baixo custo, sem exposição à radiação (Aviv et al., 2005). III.4. Asma, Apneia Obstrutiva do Sono e Disfagia Orofaríngea A asma e a SAOS são condições que envolvem despertares frequentes associados a limitações funcionais no fluxo de ar e aumento do esforço respiratório, com consequente dessaturação durante o sono (Bohadana et al., 2002). Em agosto de 2007, o National Asthma Education and Prevention Program Expert Panel Report passou a recomendar que pacientes asmáticos de difícil controle devam ser investigados quanto aos sintomas sugestivos da SAOS. Tem-se postulado que o ronco e a SAOS seriam capazes de promover alterações na bainha muscular, relacionada com o trauma local durante o 24 sono, independente da oximetria e idade do pacientes (Friberg et al., 1998). Esse trauma seria promovido pela vibração e alongamento das estruturas das VAS durante o ronco ou apneia obstrutiva do sono (Schafer et al.,1989), gerando uma neuropatia, capaz de interferir na colapsibilidade da faringe, às custas de possível comprometimento dos músculos dilatadores da faringe (Remmers et al., 1978). Essa alteração muscular nas VAS seria capaz de predispor a disfagia orofaríngea (Jäghagen et al.,2000; Jäghagen et al.,2004; Valbuza et al.,2011). Pacientes com asma grave fazem uso de altas doses de corticoide inalatório, o que tem sido considerado como fator risco para ocorrência de miopatias a nível das VAS (Williams et al., 1983; DelGaudio, 2002). Teodorescu et al.,2009, afirmam que as associações entre as doses de corticoide inalatório e a SAOS podem estar relacionadas com os conhecidos efeitos adversos dos corticosteroides. Os autores hipotetizaram que os corticoides inalatórios em pacientes com asma poderiam comprometer os músculos dilatadores das VAS, funcionando como facilitador para a SAOS (Teodorescu et al.,2009). Logo, a proposta deste estudo é avaliar associação entre a falta de controle da asma grave com apneia obstrutiva do sono e disfagia orofaríngea. 25 IV. REVISÃO DA LITERATURA IV. 1. Obstrução das Vias Aéreas Superiores As fossas nasais constituem o segmento inicial da árvore respiratória, comunicando-se com o exterior por intermédio das narinas e com a rinofaringe através das coanas (Hungria, 2000). A resistência à passagem do ar pelas cavidades nasais é a mais elevada de toda a árvore respiratória, representando cerca da metade das resistências das Vias Aéreas (Nunes, 2002). São exemplos de fatores causais da obstrução nasal: hipertrofia adenotonsilar e rinopatias. A adenóide ou tonsila faríngea começa a desenvolver-se aproximadamente aos seis meses de vida intrauterina, como infiltrado linfocitário subepitelial, porém torna-se bem definida no período compreendido entre o nascimento e o segundo ano de vida (Valera et al., 2003; Maia et al., 2008). Progressivamente, aumenta de volume até os seis anos (Bluestone, 1992) e, posteriormente, regride até o período da adolescência (Potsic, 1992; Kornblut, 1991). As tonsilas palatinas estão incrustradas nas paredes do istmo da garganta e dentro do espaço resultante do afastamento dos pilares do véu palatino (Otacílio & Campos, 1994). Ao nascimento, tanto as tonsilas faríngeas quanto as palatinas são muito pequenas, entretanto, aumentam de volume progressivamente entre o primeiro e quarto ano de vida, regridindo posteriormente até o período da adolescência (Potsic, 1992; Kornblut, 1991). Contudo, algumas crianças apresentam frequentes infecções das tonsilas 26 que podem ser agudas recorrentes ou crônicas, podendo resultar na hipertrofia adenotonsilar (Potsic, 1992; Kornblut, 1991). A obstrução nasal devido à hipertrofia adenoidiana é mais comum entre crianças dolicofaciais, nas quais a face é mais estreita e longa e menos profunda. Nestas crianças, a faringe é mais facilmente comprometida, e basta que haja aumento de pequeno percentual da massa adenoideana para haver uma obstrução de grande percentual da nasofaringe (Rufino, 1999). Em crianças com morfologia braquifacial e crescimento mais horizontal, faz-se necessário a ocupação de grande percentual volumétricos da nasofaringe pela adenoide para que ocorra uma obstrução da via aérea, pois, na maioria dos casos, a faringe também é ampla (Garib et al., 2010). Atualmente, considera-se que tanto o nariz quanto os brônquios são partes de uma única via aérea (McLane et al., 2000), ou seja, existe uma interação e continuidade funcional entre o nariz e o pulmão (Togias et al., 2001). Portanto, considerando a rinite como um processo inflamatório da cavidade nasal e admitindo-se que a mucosa nasal é contínua com a mucosa dos seios paranasais, o termo “rinite” tende a ser substituído por “rinossinusite” (Vignola et al., 2001). Adicionalmente, processos inflamatórios dos seios paranasais são acompanhados de inflamação da mucosa nasal, logo, o termo “sinusite” pode ser substituído por “rinossinusite” (Vignola et al., 2001). Todavia, persiste o uso consagrado dos termos rinite, indicando um processo inflamatório, envolvendo predominantemente a mucosa nasal, e sinusite quando predomina o acometimento sinusal. 27 Pacientes com rinite alérgica podem desenvolver a respiração bucal, comprometimento da função nasal de filtração e aquecimento do ar; com repercussões nas vias aéreas inferiores (Braunstahl, 2003). A respiração oral pode associar-se à redução do volume expiratório forçado, no primeiro segundo (VEF1) em pacientes asmáticos, sendo reversível, desde que se restabeleça a respiração nasal (Braunstahl, 2003). Durante a respiração bucal, o palato mole desloca-se em direção à parede posterior da faringe, fechando a VAS, ao passo que, durante a respiração nasal, o plato mole desloca-se inferiormente e anteriormente contra o dorso da língua. Fitzpatrick et al., em 2003, selecionaram pacientes que apresentavam respiração nasal para realizar estudo que consistia em observá-los durante três (3) situações. A primeira: durante a respiração espontânea; a segunda, respiração exclusivamente nasal obtida através de uma máscara; e a terceira, respiração exclusivamente oral, também obtida através de uma máscara. Dessa forma, Fitzpatrick et al., em 2003, compararam o índice de apneia e hipopneia através da polissonografia nas três situações. Concluíram que o índice dos respiradores orais foi maior que os respiradores nasais: 31,8 vs 3 eventos por hora/sono. Também observaram que a resistência da VAS dos respiradores orais foi maior do que os respiadores nasais: mediana de 12,4 vs 5,2 cmH2O. IV.2. Asma: A asma manifesta-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar (GINA, 2010). A asma, quando não controlada, 28 caracteriza-se por: sono fragmentado e redução do tempo total de sono (Series et al., 1994, Leiter et al., 1985); constricção da glote no momento da broncoconstricção, devido à redução do diâmetro transversal da via aérea (Collett et al.,1983; Collett et al.,1986); redução da capacidade funcional durante o sono (Irvin et al., 2000); comprometimento da atividade dos músculos respiratórios devido ao processo inflamatório sistêmico (Bjermer et al., 2007), incluindo os músculos dilatadores das vias aéreas superiores; presença do refluxo gastroesofágico; no entanto, em muitos casos é assintomático (Harding et al., 2005). Tem-se sugerido que o principal achado da fisiopatologia da asma seja o processo inflamatório (Kudo et al., 2013), através da liberação de mediadores químicos que induzem inflamação crônica e remodelamento das vias aéreas inferiores, caracterizando o espessamento das VAI nessa doença e, consequentemente, redução do calibre das mesmas, contribuindo para cronicidade e progressão da doença (Kudo et al., 2013). Funcionalmente, a exacerbação da asma pode apresentar reduções do pico de fluxo expiratório (PFE) e do volume expiratório forçado do primeiro segundo (VEF1) (GINA, 2010). Outro fator importante no controle da asma é a obesidade. Cottrell et al., 2011, realizaram um estudo do tipo corte transversal em 17.994 crianças, de 4 a 12 anos de idade. Dessas, 14% tinham diagnóstico de asma. Os resultados desse estudo mostraram que a prevalência da asma é diretamente proporcional ao percentual do IMC das crianças. Mais especificamente, a prevalência de asma é maior entre as crianças que são obesas, e ainda maior em crianças que têm obesidade mórbida, embora a 29 prevalência da asma não seja maior entre as crianças que têm sobrepeso quando comparadas com as que têm peso normal. Então, os autores sugerem que, a partir de um certo limiar da obesidade, os fatores metabólicos também participam da hiperreatividade das vias aéreas inferiores, sendo capaz de conduzir às manifestações clínicas da asma. A rinite é considerada como fator de risco independente para asma (Cruz, 2005). Entende-se, por conseguinte, que a asma e a rinite alérgica são manifestações de um mesmo processo inflamatório, que acomete as vias aéreas (ten Brinke et al., 2002). Não mais prevalece a ideia antiga de duas entidades distintas, confinadas, cada uma delas, a um segmento específico do aparelho respiratório (ten Brinke et al., 2002). Em uma coorte prospectiva, realizada por Ponte et al., 2008, em Salvador, revelou-se que há maior gravidade da asma em pacientes com rinite associada. A coexistência da rinite crônica representa um risco três vezes maior para as exacerbações da asma em adultos e sete vezes maior em crianças. Segundo GINA (2010), a classificação da asma obedece a critérios de gravidade e de controle. A classificação quanto à gravidade da asma deve ser avaliada antes de iniciar o tratamento com glucocorticoide inalatório e baseia-se no quadro clínico, limitação do fluxo de ar e variabilidade da função pulmonar. A gravidade da asma pode ser classificada em quatro categorias: asma intermitente, persistente leve, persistente moderada e persistente grave (GINA, 2010). Estima-se que 60% dos casos de asma sejam intermitentes ou persistentes leves, 25% a 30% moderados; e 5% a 10% graves (GINA, 2002). 30 A gravidade da asma também envolve as características da doença de base, assim como a sua capacidade de resposta ao tratamento (GINA, 2010). Há, por exemplo, pacientes com sintomas de asma grave podem controlá-la completamente com baixas doses de medicamentos. Além disso, o controle da asma não é estático, podendo variar ao longo do tempo (GINA, 2010). O controle da asma é definido como a redução ou completa remoção dos sinais e sintomas através do tratamento estabelecido de acordo com as diretrizes, devendo-se atentar para o controle dos sinais e sintomas diurnos e noturnos, especialmente as exacerbações (Barranco et al., 2012). A melhora do controle dos sintomas respiratórios da asma, a redução do número de visitas à emergência e de internações (Stein et al., 1999; Aaron et al., 2004; Pelegrino et al., 2007; Brandão et al., 2009), obtidas através do uso do corticoide nasal, em pacientes asmáticos com rinite alérgica, parecem estar relacionadas às mudanças funcionais das vias aéreas inferiores, tornando-se plausível especular que em indivíduos com asma não controlada deve-se intensificar o tratamento anti-inflamatório (Scichilone et al., 2013). Os glicocorticosteroides inalados constituem a terapia controladora mais eficaz para asma, sendo recomendados em qualquer estágio de gravidade (Moura et al., 2002). Baixas doses de glicocorticoide inalado podem gerar melhora clínica, significativa e rápida, dos sintomas e função pulmonar (Moura et al., 2002). Entretanto, a dose necessária para produzir o melhor resultado clínico depende de fatores como dose liberada, tempo de uso, gravidade da asma, combinação droga/inalador utilizada, idade do 31 paciente e tempo de diagnóstico da asma; quando o tratamento foi iniciado (Moura et al., 2002). IV.3. Disfagia Orofaríngea A digestão inicia-se com a salivação, movimentação da língua e mastigação, caracterizando a fase preparatória (Rodrigues,1998). Na fase oral propriamente dita, ocorrem movimentos ondulatórios da língua, deslocamento do bolo alimentar em direção à parede posterior da faringe (Marchesan,1993; Sá Filho,1994 e Douglas,1998), fechamento dos pilares das tonsilas palatinas, impedindo a penetração prematura do bolo alimentar na faringe (Dubrul,1991). Na fase faríngea ou faringo-laríngea, o bolo alimentar alcança a faringe (Ferraz,1984; Braga & Machado,1992; Douglas,1998). Em paralelo, ocorrerá fechamento da nasofaringe através da elevação do palato mole e úvula contra a parede posterior da faringe, impedindo o refluxo do alimento para a cavidade nasal (Lino,1994). Para esta proteção, acrescenta-se a elevação da base da língua (Lino,1994). A contração do músculo constrictor médio e inferior permite que o bolo alimentar dirija-se ao esôfago (Okeson,1992; Douglas,1998). Em paralelo, mecanismos de proteção também devem ocorrer. a. Deslocamento da epiglote em direção às aritenoides, gerando fechamento laringofaríngeo (Douglas,1998); b. Contração dos músculos infra-hioídeos, gerando deslocamento da laringe para cima e para frente (Douglas,1998); 32 c. A base da língua aproxima-se do limite superior da laringe, ocluindo as vias aéreas, impedindo a aspiração de alimentos ((Canongia,1989; Braga & Machado,1992); d. Adução das pregas vocais (Sá Filho,1994; Rodrigues,1998); e. Fechamento do (Padovan,1985; óstio tubário, Ferraz,1984; protegendo Braga & a orelha média Machado,1992; Rodrigues,1998). Didaticamente a deglutição é dividida em fase oral preparatória, fase oral, faríngea e esofágica. Define-se disfagia como alterações no processo da deglutição (Sakata, 1999). A disfagia orofaríngea também pode ser denominada disfagia "alta" pela sua localização (World Gastroenterology Organization, 2004), ou seja, alterações na fase oral e/ou faríngea. A disfagia pode comprometer a função do sistema respiratório (Sakata, 1999). Principais sinais e sintomas associados à disfagia orofaríngea: dificuldade em iniciar a deglutição, regurgitação nasal, tosse, voz anasalada, comprometimento do reflexo de tosse, engasgos (World Gastroenterology Organisation,2004). Uma das formas de diagnóstico da disfagia orofaríngea é a Avaliação Funcional da Deglutição por Fibronasofaringolaringoscopia, que é padrão ouro para avaliação das causas estruturais da disfagia (Chang et al., 2003). IV.4. Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono A SAOS é definida como episódios recorrentes de obstrução completa ou parcial das vias aéreas superiores que ocorrem durante o sono. O fluxo aéreo é diminuído na hipopneia ou completamente interrompido na apneia, a 33 despeito do esforço inspiratório, resultando em episódios intermitentes de hipoxemia, hipercapnia nos eventos prolongados, microdespertares e fragmentação do sono (American Thoracic Society,1996). Sabe-se que a faringe é uma estrutura complexa e colapsável (Gleadhill et al., 1991), e que na fisiopatologia da SAOS ocorre o colapso da VAS ao nível da faringe. Essencialmente, esse colapso irá ocorrer quando houver uma redução da atividade dos músculos dilatadores da faringe, havendo a necessidade de uma interação anatômica e neural (Gleadhill et al., 1991). O colapso das VAS depende das características anatômicas, controle neuromuscular das vias aéreas superiores e instabilidade ventilatória durante o sono (Eckert et al., 2009). Redline et al., 1997, observaram que afro-americanos têm mais chances de desenvolver a SAOS do que os caucasianos. O homem tem duas vezes mais chances de desenvolver a SAOS do que a mulher devido as suas características anatômicas e hormonais (Ancoli-Israel et al., 2002). Crianças com SAOS apresentam como fatores etiológicos o aumento do tecido linfóide em cavum, das tonsilas palatinas, e palato duro ogival (Arens et al., 2001). No entanto, a hipertrofia adenotonsilar é considerada como principal fator causal da apneia obstrutiva do sono em crianças e adolescentes (Guilleminault et al., 2005). Entretanto, Guilleminault et al., em 2007, referem que 45% das crianças que foram submetidas à adenotensilectomia apresentam persistência da SAOS. Posteriormente, Friedman et al., em 2010, ao realizarem revisão sistemática, concluíram que a adenotonsilectomia é a primeira opção terapêutica para o tratamento da SAOS na criança, no entanto, o sucesso terapêutico foi de 66,3%. Logo, a 34 hipertrofia adenotonsilar é apenas uma das causas de SAOS na criança. Devendo-se considerar outros fatores desencadeantes tanto para os adultos, quanto para as crianças, como rinopatias, hipertrofia de cornetos, desvio septal e micrognatia maxilar (Rizzi et al., 2002). Lee et al., 2013, mostrou que adultos com IMC > 27Kg/m2 têm 3 vezes mais chances de desenvolver SAOS do que aqueles com IMC inferior a esse valor. Através da análise direta das VAS de crianças com SAOS, observouse obstrução em vários níveis, onde as vegetações adenoidianas são responsáveis por 57%, palato duro por 29% e tonsilas palatinas por 14% (Isono et al., 1998). Donnelly et al., em 2002, ao estudarem as VAS utilizando a ressonância magnética com sedação, observaram colapso predominantemente em hipofaringe em 81% das crianças com SAOS, ao passo que, no grupo controle composto por crianças saudáveis, não foi observado colapso. Fregosi et al., em 2006, através da análise da regressão linear múltipla observaram que 74,3% da obstrução das VAS nessa população pôde ser explicada pelas tonsilas palatinas, tonsilas faríngeas e pelo palato duro. Na investigação diagnóstica para SAOS, deve-se pesquisar história de ronco, padrão respiratório durante o sono, episódios de parada respiratória durante o sono (apneia referida), sono não reparador, enurese noturna, cianose, sonolência excessiva diurna, problemas de comportamento ou aprendizagem, inclusive hiperatividade e déficit de atenção (American Academy Pediatrics, 2002). As queixas mais frequentes nos pacientes adultos com SAOS, comparados com não apneicos, são presença de ronco, sufocamento noturno, sonolência excessiva diurna 35 (SED), impotência e relato de apneias noturnas pelos companheiros (Hoffstein & Szalai, 1993). Outros sintomas comuns incluem cefaleia matinal, sono não reparador, fadiga e alterações cognitivas (Zancanella et al., 2012). O diagnóstico da SAOS é feito através da polissonografia, mas a suspeita diagnóstica pode ser realizada através de questionários. No entanto, a maioria tem origem internacional e poucos foram validados para língua portuguesa, especialmente para crianças, devendo-se considerar erros de interpretação, bem como aspectos culturais, que podem influenciar na especificidade e sensibilidade destes métodos (Togeiro & Smith, 2005). O estudo polissonográfico em um laboratório do sono é considerado como padrão ouro para o diagnóstico dos distúrbios do sono (Wiegand & Zwillich, 1994). A polissonografia (PSG) deve ser solicitada em pacientes com suspeita clínica de apneia obstrutiva do sono (AOS) e diante da presença do ronco (Morris et al., 2008; Gottlieb et al., 2000); circunferência cervical >40 cm , obesidade (Morris et al., 2008; Viner et al., 1991; Pedrosa et al., 2011) e hipertensão arterial (Nieto et al., 2000), principalmente diante do quadro de hipertensão de difícil controle (Drager et al., 2010; Montgomery et al., 2004). A PSG é recomendada para todas as crianças que apresentam roncos frequentes e necessitam ser diferenciados de pacientes com AOS (Montgomery et al., 2004; Lamm et al., 1999; Carrol et al., 1995). IV.5. Asma, SAOS e Disfagia Orofaríngea Há séculos é conhecido o agravamento dos sintomas da asma durante a noite, assim como a grande frequência da mortalidade durante a noite e primeiras horas da manhã. Sintomas noturnos ocorrem em 60-74% dos 36 pacientes com asma e são marcadores de controle inadequado da doença (Shigemitsu & Afshar, 2007). Mais de onze mecanismos fisiopatológicos são atribuídos a esse agravamento, sendo os mais importantes, sem excluir uma possível associação entre os mesmos, o aumento da inflamação brônquica, obesidade, alterações neuro-humorais e de receptores, refluxo gastroesofágico e SAOS (Lewis, 2001). Um exemplo de associação ocorre entre os dois últimos mecanismos, quando o aumento da pressão abdominal nos períodos de apneia obstrutiva favorece o refluxo gastroesofágico, a hiperreatividade e a inflamação brônquicas (Lewis, 2001). Além de dessaturações mais graves, especialmente durante o sono do movimento rápido dos olhos (REM), os pacientes asmáticos com difícil controle podem ter SAOS como um mecanismo que favorece a resistência ao tratamento. Assim, alguns autores mostraram que SAOS, comprovada por polissonografia, pode ser muito prevalente na asma de difícil controle (Yigla et al., 2003). A ativação neural da faringe, por variações cíclicas de abertura e fechamento na apneia obstrutiva, é atribuída como uma causa provável de agravamento do pico de fluxo expiratório na asma (Yigla et al., 2003). Entretanto, um dos fatores que tem sido atribuído ao difícil controle da asma é a elevada dose de corticosteroide inalatório, sugerindo uma possível miopatia dose-dependente dos músculos da faringe, independente do controle da asma (Teodorescu et al., 2009). Especula-se que a obstrução intermitente das vias aéreas superiores que caracterizam a apneia obstrutiva do sono pode agravar a asma (Malakasioti et al., 2011), através da ação dos radicais livres e leucotrienos 37 sintetizados nas vias aéreas durante os episódios intermitentes de hipóxia, desencadeando a hiperresponsividade brônquica e redução do calibre dos brônquios nos asmáticos (Weiss et al., 1990; Doelman et al., 1990; Zhu et al., 2005). A patogênese envolvendo DRS e asma parece estar relacionada com a inflamação das vias aéreas representada pelos leucotrienos e estresse oxidativo (Malakasioti et al., 2011). Li et al., 2007, selecionaram 73 crianças com média da idade de 11 anos e queixas de distúrbio respiratório do sono para realizarem a polissonografia e avaliação do escarro induzido. A indução do escarro obteve sucesso em 59% das crianças, dessas, 14 tinham SAOS e apresentaram maior quantidade de neutrófilos na avaliação do escarro do que as que não tinham SAOS. Estudos têm mostrado que a elevada frequência da rinite alérgica e sua associação com edema da mucosa nasal em pacientes com asma aumentam a resistência nasal e o risco de distúrbios respiratórios do sono (Kalra et al., 2006; McColley et al., 1997; Mansfield et al., 2004). Outro fator de risco importante, tanto para a asma quanto para os distúrbios respiratórios do sono, é a obesidade, podendo exacerbar as duas condições (Redline et al.,1999; Visness et al., 2010). A prevalência dos Distúrbios Respiratórios do Sono (DRS) em pacientes com processo inflamatório das vias aéreas inferiores (VAI) foi descrita por Larsson et al., em 2001, que através de questionários (não realizaram a polissonografia) constataram que 17% dos pacientes, com história de asma, tiveram quadro compatível com DRS. Ekici et al., 2005, realizaram estudo epidemiológico, 38 através de questionário, em 7.469 adultos, com média da idade de 40 anos; desses, 2.713 tinham história de asma. Esses autores observaram que, tanto o ronco (OR:1,7; 1,5 -1,8 IC 95%) quanto a apneia referida (OR:2,7; 2,3 -3,1 IC 95%), foram mais prevalentes em pacientes com história de asma do que nos que não tinham história de asma. Alharbi et al., em 2009, selecionaram adultos com asma, independente da gravidade, para responderem a um questionário e realizarem a polissonografia, sendo encontrada a frequência de 35,1% para o diagnóstico da SAOS. Julien et al., em 2009, observaram que pacientes com asma grave tiveram uma frequência de 50% para a SAOS, diagnosticada através da polissonografia domiciliar. Teodorescu et al., em 2012, constataram que 28% dos pacientes com asma apresentaram elevado risco para a SAOS. Em 2013, Kim et al, em 2009, observaram que 41% dos pacientes com asma foram classificados como alto risco para SAOS. A prevalência da SAOS em crianças com asma grave ainda é desconhecida. Com base nesses fatos, considera-se de grande importância investigar a prevalência da SAOS em pacientes com asma grave. Especula-se que SAOS pode ser inclusive um fator importante nas exacerbações de asma e que o uso da pressão positiva contínua das vias aéreas (CPAP) pode reduzir as exacerbações, melhorar a qualidade de vida e controlar ou reduzir o número de casos de asma de difícil controle, o que vem sendo demonstrado através de pesquisa científica (Alkhalil et al., 2008). O uso bem indicado e criterioso de CPAP nesses casos mostra evidências de vários efeitos benéficos interagindo no binômio asma-SAOS, como os 39 efeitos positivos sobre a inflamação brônquica e sistêmica, a diminuição da hiperreatividade brônquica, a melhora na arquitetura do sono, a redução do peso corpóreo, a supressão da produção de lepitina pelo tecido adiposo, a melhora na função cardíaca e a redução importante do refluxo gastroesofágico (Cabral et al., 2010). Tem-se observado que a queixa de disfagia não é mencionada espontaneamente por pacientes com SAOS, mas a sua percepção revela os potenciais impactos da SAOS na qualidade de vida dos pacientes, o que é uma motivação adicional para buscar e aderir ao tratamento (Moreira & Cahalil, 2011). Esse aspecto é muitas vezes ignorado no tratamento da SAOS, e os tratamentos específicos (orientação quanto as manobras para facilitar a deglutição, ajustes posturais, e mudanças na dieta) também podem ter um impacto positivo sobre a qualidade de vida desses pacientes (Moreira & Cahalil, 2011). Jäghagen et al., em 2000, realizaram estudo através da videofluroscopia e constataram que mais da metade dos pacientes com ronco primário e SAOS apresentavam anormalidades ao deglutir. Esse achado corrobora com a hipótese de que as lesões neurogênicas da orofaringe em roncadores podem prejudicar a função sensorial da mucosa e o reflexo da deglutição (Jäghagen et al., em 2000). Quando o escape precoce ocorre e a mastigação e respiração não são inibidas, pode resultar em penetração laríngea, ou seja, o alimento chega ao vestíbulo da laringe, mas não passa através da glote; mas também pode ocorrer a aspiração traqueal, quando o alimento passa através da glote (Jäghagen et al., em 2000; Jäghagen et al., em 2003). 40 A associação entre SAOS e asma é frequente, mas pouco investigada. Assim como a disfagia orofaríngea e a SAOS. A síndrome da apneia obstrutiva do sono não tratada pode contribuir para o não controle da asma, especialmente quanto aos sintomas noturnos, podendo ser potencializada pelo distúrbio da deglutição. Logo, o objetivo do presente estudo é investigar associação entre apneia obstrutiva do sono, disfagia orofaríngea e a falta de controle da asma grave. 41 V. CASUÍSTICA, MATERIAL E MÉTODO V.1. Desenho de Estudo Trata-se de um estudo descritivo, no qual os pacientes com asma grave foram comparados com grupo controle. Para fazerem parte deste estudo, os pacientes deveriam ter diagnóstico clínico e funcional de asma grave e estarem inscritos no Programa para o Controle da Asma na Bahia (ProAR), em Salvador-Ba, e serem selecionados de forma consecutiva. O diagnóstico de asma grave de todos os pacientes foram estabelecidos antes de iniciarem o tratamento no ProAR, obedecendo aos critérios do GINA (2009), ou seja, sintomas diários de falta de ar, aperto ou chiado no peito e tosse; limitação das atividades diárias: falta frequente na escola ou no trabalho, sintomas com exercícios leves; frequentes e graves exacerbações da asma, havendo a necessidade de uso do corticoide sistêmico, internação ou com risco de vida; sintomas noturnos quase que diários (pelo menos 2 vezes por semana); necessidade do uso do broncodilatador pelo menos 2 vezes por dia; pico de fluxo expiratório ou volume expiratório forçado no primeiro segundo pré-broncodilatador inferior a 60% do predito. Para o grupo controle, foram selecionados pessoas da comunidade dos pacientes com asma grave, mas não poderiam ser parentes por vínculo de sangue. Todos os participantes do grupo controle foram submetidos as mesmas avaliações dos pacientes com asma grave, excetuando-se a expirometria. No grupo controle não foi utilizado o broncodilatador para avaliação espirométrica. Foi realizada apenas a espirometria pré- broncodilatador. Dessa forma, foram compostos dois grupos para a asma 42 grave e o controle: o primeiro com idade de 5 a 17 anos; e o segundo de 18 a 64 anos. Critérios de inclusão: responder ao questionário, permitir a realização da espirometria, do exame otorrinolaringológico, avaliação endoscópica da deglutição, polissonografia noturna e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Critérios de não inclusão: síndromes genéticas associadas, doenças debilitantes ou neurológicas, gestação. Todos os indivíduos do grupo asma grave e do grupo controle deveriam realizar todas as etapas citadas acima, sendo que os profissionais que realizavam os procedimentos estavam cegos quanto à procedência dos mesmos, ou seja, não sabiam se faziam parte do grupo asma grave ou controle. Para a realização da avaliação endoscópica da deglutição, contouse com dois profissionais, uma médica otorrinolaringologista e uma fonoaudióloga, devendo haver consenso entre as duas para que fosse estabelecido o diagnóstico do distúrbio da deglutição. Para análise da polissonografia, contou-se com três profissionais da área da Medicina do Sono, e o diagnóstico de distúrbio do sono foi aceito quando houve consenso na avaliação de pelo menos dois desses profissionais. V.2 Procedimentos da Coleta a. Procedimentos iniciais Os pacientes com asma grave e os responsáveis pelas crianças com asma grave tomaram ciência dos objetivos e procedimentos da pesquisa, e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Posteriormente, responderam aos questionários aplicados por um dos pesquisadores. Em 43 seguida, os pacientes com asma grave foram submetidos ao exame otorrinolaringológico, avaliação endoscópica da deglutição, estudo polissonográfico e espirometria. A cor considerada foi autodefinida, de acordo com a nomenclatura oficial dos censos demográficos, adotando como referência a cor da pele (branca, parda ou negra). A idade foi registrada em meses de acordo com a data de nascimento informada em prontuário. As crianças e adolescentes foram pesadas por um único examinador, descalças, vestindo a menor quantidade de roupa possível, numa balança Filizola. O comprimento das crianças foi registrado pela altura determinada no plano de Frankfort, com o estadiômetro da balança com sensibilidade de até 0,5 cm. b. Avaliação da cavidade oral e tonsilas faríngeas Todas as avaliações da cavidade oral foram realizadas com o paciente em posição de Frankfurt, relaxada com a boca aberta, e posteriormente com a boca fechada. A figura 1 apresenta a classificação das tonsilas palatinas segundo Brodsky (1989). As tonsilas palatinas escore 3 e 4 foram consideradas obstrutivas; as demais graduações foram consideradas como não obstrutivas (Kara et al, 2002). Figura 1 - Classificação das tonsilas palatinas segundo Brodsky Escore Brodsky Definição Escore 0 Tonsilas palatinas situadas dento da loja tonsilar Escore 1 Tonsilas situadas além das lojas tonsilares, ocupando menos que 25% do espaço aéreo da orofaringe Escore 2 Tonsilas ocupando mais do que 25 e menos que 50% do espaço orofaríngeo Escore 3 Tonsilas ocupando mais do que 50 e menos do que 75% do espaço orofaríngeo Escore 4 Tonsilas ocupam mais de 75% do espaço orofaringeano 44 As tonsilas faríngeas foram observadas através da fibronasofaringoscopia com fibra ótica flexível, marca Machida acoplada a fonte de luz (Endoview) após uso de 03 gotas em cada narina de vasoconstrictor tópico nasal e classificadas de acordo com a ocupação do cavum pelo tecido linfóide entre 0-100%. O tamanho da tonsila faríngea foi estimado com base na porcentagem da área posterior da coana que estava ocupada pelo tecido adenoidiano (Chami, 1997) e classificado em: Obstrutiva: quando ocupava mais de 70% da coana posterior. Não obstrutiva: quando ocupava menos de 70% da coana posterior. Os autores consideraram como hipertrofia adenotonsilar obstrutiva quando o paciente apresentava tonsila faríngea ou palatina grau 3 ou 4. c. Avaliação Endoscópica da Deglutição A realização da avaliação funcional da deglutição por fibronasofaringolaringoscopia seguiu o protocolo descrito por Langmore et al.,1988, utilizando-se o fibronasofaringolaringoscópio flexível Machida 3.2 mm e fonte de luz Machida modelo RG-2500. Durante sua realização, os pacientes foram posicionados sentados em uma cadeira, com discreta flexão do tronco, semelhante à posição para alimentação normal. Não foram utilizados vasoconstritores ou anestésicos tópicos para o estudo da cavidade nasal. O aparelho fibronasofibroscópio foi introduzido em ambas as fossas nasais do paciente, e prosseguindo através da cavidade nasal mais ampla, 45 evitando interferência na sensibilidade laringofaríngea e processo da deglutição. A primeira fase da fibronasofaringolaringoscopia avaliação constituiu-se funcional na da deglutição observação estática por e dinâmica das estruturas faringolaríngeas: Movimentação do palato – avaliação da extensão do movimento do palato mole em direção à parede posterior da faringe durante a emissão do fonema /k/ e deglutição de saliva. A movimentação do palato mole foi considerada normal quando este permitiu completa separação da orofaringe da nasofaringe; considerada alterada quando houvesse déficit de oclusão em pelo menos um dos parâmetros testados, com persistência na comunicação entre orofaringe e nasofaringe. Estase salivar – estase de saliva nas valéculas epiglóticas, laringofaringe, vestíbulo laríngeo e/ou pregas vocais. Considerada alterada: acúmulo saliva nos locais citados anteriormente. Sensibilidade laringofaríngea – avaliação da sensibilidade laringofaríngea nos seguintes locais: recessos piriformes, epiglote, aritenoide, prega ariepiglótica e região supraglótica, tanto à direita quanto à esquerda. Sensibilidade alterada: ao tocar as áreas pré-determinadas houve ausência ou redução dos movimentos de proteção das vias aéreas inferiores, através da adução das pregas vocais e da região supraglótica. Mobilidade das pregas vocais – movimentos de adução e abdução das pregas vocais durante a emissão dos fonemas /e/ e /i/. Foi considerado alterado quando não houve movimento de adução ou abdução dessas estruturas. Movimentos involuntários – tremores ou movimentos involuntários das pregas vocais durante repouso e durante emissão dos fonemas /e/ e /i/. 46 A segunda parte da avaliação funcional da deglutição consistiu na oferta de alimentos na consistência pastosa, líquida e sólida (corados com anilina azul). Todos os alimentos estavam na temperatura ambiente para que não houvesse estimulação térmica das regiões testadas. Alimento na consistência pastosa – ofereceu-se alimento pastoso padronizado (iogurte) para determinar seu trajeto durante a deglutição. A quantidade estabelecida foi 5 e 10 ml, ofertada em colher de sobremesa. Alimento na consistência líquida – ofereceu-se ao paciente água corada, por meio de seringa graduada, nas quantidades de 5 ml e 10 ml. Alimento na consistência sólida – ofertou-se biscoito do tipo “água e sal”, nas quantidades de ¼ e ½ do tamanho total do mesmo. Foram observadas as seguintes alterações na dinâmica da deglutição com as diferentes consistências: Escape anterior precoce – saída do alimento pelos lábios antes do início da deglutição. Escape anterior tardio – saída do alimento pelos lábios após o início da deglutição. Escape posterior precoce – deslocamento do alimento da cavidade oral em direção à orofaringe e à laringofaringe antes do início da fase faríngea de deglutição. Escape posterior tardio – deslocamento do alimento da cavidade oral em direção à orofaringe e à laringofaringe após a fase faríngea da deglutição. Estase alimentar em valéculas e epiglote – estase de alimentos na base da língua, valéculas ou borda livre da epiglote após a fase faríngea da deglutição. Estase alimentar em faringe – estase de alimentos na orofaringe ou na laringofaringe após a fase faríngea da deglutição. Refluxo nasal de alimentos – refluxo alimentar para nasofaringe durante ou após a fase faríngea da deglutição. Penetração laríngea – presença de alimentos 47 abaixo do limite das pregas ariepiglóticas, aritenóides e borda livre da epiglote (região supraglótica), sem ultrapassar as pregas vocais. Aspiração traqueal – quando o alimento ultrapassou as pregas vocais, seguindo em direção à região infraglótica e traqueia. Capacidade reativa do paciente – presença ou não de tosse; e a efetividade da tosse após penetração laríngea ou aspiração traqueal de alimentos. Considerada alterada quando não houve tosse ou quando a tosse foi ineficaz em remover o alimento acumulado. Os parâmetros avaliados foram agrupados para determinar a fase da deglutição acometida: Fase oral - Escape anterior precoce, escape anterior tardio, escape posterior precoce, escape posterior tardio, ejeção alimentar. Fase faríngea - Estase alimentar em faringe, refluxo nasal de alimentos, penetração laríngea, aspiração traqueal, estase alimentar em valéculas e epiglote. A capacidade reativa: de acordo com a fase da deglutição acometida. Cada paciente, em cada consistência alimentar testada, foi caracterizado de acordo com a fase da deglutição acometida. Com isso, cada paciente pôde apresentar alteração na fase oral, na fase faríngea, na fase oral e faríngea, ou não apresentar alterações. A gravidade da disfagia orofaríngea foi classificada conforme alterações na Avaliação Funcional da Deglutição por Fibronasofaringolaringoscopia. A classificação adotada seguiu a escala proposta por Macedo Filho et al (2000): Deglutição normal (Grau 0) contenção oral normal do alimento, ausência de estase salivar, alimentar e de aspiração, menos de três tentativas de propulsão para clareamento do bolo. Disfagia leve (Grau 1)– estase pós-deglutição pequena, menos de três 48 tentativas de propulsão para clareamento do bolo, ausência de regurgitação nasal ou de penetração laríngea. Disfagia moderada (Grau 2) – estase salivar moderada, maior estase após deglutição, mais de três tentativas de propulsão do bolo, regurgitação nasal, penetração laríngea, porém sem aspiração traqueal. Disfagia grave (Grau 3) – grande estase salivar com piora acentuada dos resíduos alimentares após a deglutição, propulsão ruim ou ausente, regurgitação nasal e aspiração traqueal. Também foi utilizado Swallowing Performance Status Scale-Score Description (Karnell & McCracken, 1994) : escore 1 = normal; escore 2 = dentro dos limites funcionais: fase oral ou faríngea anormal, mas o paciente é capaz de alimentar-se com dieta regular sem modificações ou precauções para engolir; escore 3 = comprometimento leve: disfunção leve em via oral ou da fase faríngea, porém sem necessidades terapêuticas para deglutir; escore 4 = comprometimento leve-moderado, com necessidade de cuidados terapêuticos: disfunção leve na fase oral e da faringe; requer precauções terapêuticas para minimizar o risco de aspiração; escore 5 = comprometimento moderado: disfunção moderada em via oral ou estágio faríngeo: aspiração observadas por exame; requer precauções para deglutir, com o intuito de minimizar o risco de aspiração; escore 6 = disfunção moderada a grave: disfunção moderada na fase oral ou faríngea, aspiração observadas por exame; requer precauções para deglutir, a fim de minimizar o risco de aspiração: precisa suplementar apoio alimentar; escore 7 = comprometimento grave: grave. d. Avaliação espirométrica 49 As espirometrias foram realizadas com prova farmacodinâmica para os pacientes com asma grave, e sem prova farmacodinâmica para o grupo controle. Para tal procedimento, utilizou-se o aparelho KOKO, sendo possível determinar Capacidade Vital Forçada (CVF), VEF 1 e Fluxo Expiratório Forçado entre os 25 e 75% da CVF (FEF25-75%), e avaliadas após inalação com broncodilatador, segundo normas da American Thoracic Society e a tabela de Knudson para crianças (American Thoracic Society, 1995). Foi aceito o nível percentual de 80%, com relação aos valores previstos para altura e sexo, como limite inferior da normalidade para os parâmetros Pico de Fluxo Expiratório (PFE), CVF, VEF1 e relação VEF1/CVF. Para o FEF25-75%, aceitando-se o limite inferior de 70%. Seguindo as recomendações do Global Initiative for Asthma (GINA, 2010). e. Polissonografia noturna Realizou-se estudo polissonográfico, durante pelo menos 6 horas de sono, em ambiente silencioso, com temperatura e iluminação adequadas para o exame. O exame foi conduzido durante toda a noite em sono espontâneo, sem nenhuma sedação ou privação do mesmo e tendo sido evitados alimentos estimulantes (café, chocolate, refrigerantes e chá preto). A polissonografia foi realizada no Laboratório do Sono, através de equipamento computadorizado Eletroencefalograma (EEG) Alice (C4-A1, 5. C3-A2, Foram registrados: O2-A1 e O1-A2), Eletrooculograma (EOG), e Eletromiografia (EMG) de tibiais anteriores e mento, eletrocardiograma (ECG). Os movimentos respiratórios foram observados através da faixa torácica e abdominal, a saturação de oxigênio 50 através de oxímetro de pulso. Também foi utilizada tanto a cânula oronasal como o termistor para medir o fluxo oronasal em todos os pacientes; o ronco foi medido através de um microfone colocado na região do pescoço. Para laudar a polissonografia, foram utilizados os critérios da “The Manual for the Scoring of Sleep and Associated Events: Rules, Terminology and Technical Specifications”, American Academy of Sleep Medicine, 2007, para estadiamento e marcação de eventos na Polissonografia, considerando-se os estágios do sono: Estágio W (vigília), Estágio N1, Estágio N2, Estágio N3, Estágio R (REM). O sono sincronizado ou sono NREM (não REM): dividindo-se em três fases ou estágios (N1, N2, N3), segundo o aumento da profundidade deste. Para a marcação dos eventos respiratórios foram adotados os seguintes sensores e critérios: Apneia: utilizado o termístor (termopar) oronasal. Admitindo-se redução do sinal do termistor ≥ 90% da linha de base, com duração mínima de 10 segundos, sendo que pelo menos 90% da duração do evento deveriam obedecer a este critério de redução. Quando as apneias ou hipopneias fossem > 10 segundos, pelo menos 9 segundos deveriam estar dentro do critério de 90% de queda da amplitude. A dessaturação não foi critério para marcação das apneias. A apneia foi classificada de acordo com o esforço inspiratório (medido pelas cintas) em: Apneia Obstrutiva – critérios para apneia associados à presença de esforço inspiratório durante o período total da ausência do fluxo aéreo. Apneia Central – critérios para apneia associados à ausência de esforço inspiratório durante o período total da ausência do fluxo aéreo. Apneia Mista – critérios para apneia associados à ausência de esforço inspiratório durante o período inicial do evento, seguido por 51 reaparecimento do esforço inspiratório na segunda parte do evento. Hipopneia: foi utilizado transdutor de pressão nasal (cânula nasal), e todos os seguintes critérios: queda da amplitude do registro do transdutor de pressão ≥ 50% da linha de base, duração mínima = 10 segundos; dessaturação ≥ 3% ou despertar associado; pelo menos 90% da duração do evento deveriam respeitar o critério de redução. Quando a hipopneia > 10 segundos, pelo menos 9 segundos deveriam respeitar o critério de 90% de queda da amplitude. Para a polissonografia também foram considerados: boa noite: horário que as luzes foram apagadas; bom dia: horário que as luzes foram acessas; tempo total de registro (TTR): tempo desde o “boa noite” até o “bom dia” (min); tempo total do sono (TTS): tempo estagiado como N1, N2, N3 e REM (min); latência do sono: tempo entre “boa noite” até a 1ª época de qualquer estágio do sono (min); latência do sono REM: tempo entre a “latência do sono” e a 1ª época de sono REM (min); tempo de vigília após o início do sono: tempo de vigília durante o TTR, excluindo-se a “latência do sono” (min); eficiência do sono: TTS/TTR x 100 (%); tempo em cada estágio do sono (min); percentual do TTS em cada estágio: tempo em cada estágio do sono (min)/TTS x 100; número de despertares; índice de despertares: (número de despertares x 60)/TTS; número total de despertares relacionados ao esforço respiratório; número total de dessaturações de oxigênio ≥ 3% ou ≥ 4%; índice de dessaturações de oxigênio ≥ 3% ou ≥ 4%. O despertar foi marcado durante estágios N1, N2, N3 ou R, diante de uma alteração abrupta da frequência do EEG, incluindo alfa, teta e/ou frequências maiores que 16 Hz (mas, não fusos) por um período de pelo menos 3 52 segundos, com pelo menos 10 segundos de sono estável, precedendo a alteração. Para a marcação de despertar durante REM foi considerado, também, um aumento concomitante no EMG submentoniano durando pelo menos 1 segundo. O índice total de despertares corresponde ao número de microdespertares dividido pelo número total de horas de sono. O índice de apneia e hipopneia obstrutiva do sono foi definido como número de apneias obstrutivas e hiponeias obstrutivas. Ainda não existe consenso quanto ao melhor parâmetro polissonográfico para o diagnóstico da SAOS em crianças, pois alguns estudos consideram IAH > 5 evento/hora de sono, enquanto que outros consideram IAH > 1 evento/hora de sono, ou ainda, o índice de apneia obstrutiva > 1 evento/hora de sono (Moreira et al., 2013). Para a realização deste estudo, os autores adotaram o índice de apneia e hipopneia obstrutiva do sono para classificar os participantes como apneicos ou não apneicos. As crianças foram consideradas como não apneicas quando o IAH foi inferior ou igual a 1 evento/hora de sono; e apneicas quando o IAH foi maior que 1 evento/hora de sono. O índice de apneia e hipopneia obstrutiva do sono, para os adultos, foi classificado segundo o IAH em: Não apneicos = inferior a 5 evento/hora de sono; Apneico = maior ou igual a 5 eventos/hora de sono. V.3. Análise Estatística Para o cálculo do tamanho amostral da Prevalência da SAOS em pacientes com asma grave foi utilizado o programa Pepi-Sample e os seguintes parâmetros: nível de confiança de 95%, prevalência estimada para 53 SAOS em pacientes com asma persistente grave: 20%, população de onde foi retirada a amostra de aproximadamente 2000 pacientes com asma grave cadastrados no ProAR; 10% como diferença aceitável da prevalência. Então, para responder aos objetivos, o tamanho amostral foi de 60 pacientes, considerando a possibilidade de 10% de perdas; logo, a amostra calculada foi de 66 pacientes. Para o grupo controle, foram convidadas 50 pessoas que fossem cônjuges ou acompanhantes, que não fossem consanguíneas ou tivessem história de asma. Foram estudadas as seguintes variáveis: idade, gênero, cor, peso, altura, idade do diagnóstico da asma, número das hospitalizações no último ano, número de episódios de pneumonias nos últimos 12 meses, controle da asma, presença de queixas compatíveis com refluxo gastroesofágico, dificuldade para respirar à noite, sono inquieto, doenças associadas, tipologia facial, inspeção da cavidade oral e nasal, tipo da respiração, flacidez da musculatura facial, presença de distúrbio da deglutição, dados da avaliação da cavidade nasal, e da espirometria. As variáveis estudadas foram: variável dependente: controle da asma grave; e as independentes: idade, gênero, sexo, características clínicas, achados da polissonografia, endoscopia nasosinusal, achados da avaliação endoscópica da deglutição, e espirometria. Para tabulação e análise dos dados, foi utilizado o programa estatístico SPSS 16.0 (Statistical Package for the Social Sciences). As variáveis quantitativas foram expressas através de média ± desvio padrão ou mediana e amplitude interquartil (AIQ). As variáveis qualitativas foram 54 expressas através de frequências simples e relativas. Para comparação de duas médias, foram utilizados os testes t de Student ou Mann-Whitney. Para comparação de proporções, foi utilizado teste do Qui-quadrado ou teste exato de Fisher. Para testar a correlação entre as variáveis, foi utilizado teste de Spearman. Os valores de p<0,05 foram considerados significantes. V.4. Considerações Èticas Este projeto “Prevalência da Apneia Obstrutiva do Sono em Pacientes com Asma Grave” foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Federal da Bahia. Protocolo: 088/2010 (Anexo 1). Os pacientes com mais de 18 anos e os responsáveis pelas crianças, ao concordarem em participar do trabalho, assinaram termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 2), conforme determina a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. As crianças acima de 8 anos também assinaram o termo de consentimento. 55 VI. RESULTADOS VI.1. Adultos, apneia Obstrutiva do Sono e Disfagia Orofaríngea: Associação do Controle da Asma Grave. Para o estudo da “Apneia Obstrutiva do Sono e Disfagia Orofaríngea: Associação do Controle da Asma Grave”, cento e quarenta adultos (idade > 18 anos) foram convidados a participar, sendo 86 com asma grave e 54 controles. Dentre os pacientes com asma grave, 7 (8,1%) foram excluídos: uma paciente faleceu antes mesmo de realizarmos sua avaliação, e os outros não tinham disponibilidade de tempo para completar todas as etapas da pesquisa. Logo, para análise final, ficaram 79 pacientes adultos com asma grave (91,9%). No grupo controle, 4 (7,4%) foram excluídos porque não tinham disponibilidade de tempo para completar todas as etapas da pesquisa; assim, para análise final, ficaram 50 controles adultos (92,6%). De acordo com os critérios de classificação da asma pelo GINA, 61 pacientes (77,2%) tinham asma não controlada, apesar do tratamento adequado, em acordo com os critérios das diretrizes; e 18 (22,8%) tinham asma controlada. Consideramos a asma parcialmente controlada como asma não controlada. Os dados demográficos, características clínicas, espirométrica dos adultos com asma grave e grupo controle estão representados na tabela 1, e os achados da avaliação endoscópica da deglutição estão na tabela 2. 56 Tabela 1 – Dados demográficos, características clínicas e espirométricas dos adultos com asma grave e grupo controle Variáveis Pacientes Grupo controle Valor p com asma (n=50) (n=79) Idade, média (DP),anos * 56(11) 52(12) 0,097 Sexo feminino,% Ϯ 65 (82) 36 (72) 0,188 29(5) 28(5) 0,352 Circunferência cervical, média (DP),cm * 36 (3) 36(5) 0,896 Circunferência abdominal, média(DP),cm * 95(12) 96(11) 0,647 PA sistólica, média(DP),mmHg * 127(16) 126(18) 0,772 PA diastólica, média(DP),mmHg * 81(9) 79(11) 0,291 IMC, média (DP), kg/m2 * Pacientes respiração oral, No.(%) Ϯ 36 (46) 26 (52) 0,476 Pacientes rinite crônica, No.(%) Ϯ 78 (99) 46 (92) 0,074 Dosagem corticosteroide por dia (budesonida) µg, (mediana/quartis) ** Corticóide tópico nasal por dia (budesonida) µg, (mediana/quartis) ** CVF %, (mediana/quartis) ** 1000(960-1360) 0(0-0) 0,000 160 (160 – 160) 0 (0 – 0) 0,000 80(66-92) 95(86-103) 0,000 VEF1, %, (mediana/quartiles) ** 66(54-81) 96(84-103) 0,000 Hospitalização (últimos 12 meses), No(%) Ϯ 19 (24) 3 (6) 0,008 Pneumonia (últimos 12 meses), No(%)Ϯ 2 (3) 1 (2) 0,845 Escala Epworth, média (DP) * 15 (6 -18) 9 (4 – 15) 0,021 *Teste de Student; **Teste de Mann-Whitney, Ϯ Teste do qui-quadrado. DP= desvio padrão; IMC= índice de massa corpórea; PA: pressão arterial; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF: capacidade vital forçada. Tabela 2 – Dados da avaliação endoscópica da deglutição dos adultos com asma grave e grupo controle* Grupo controle Pacientes com asma Variáveis (n=79) (n=50) Deglutição: estase líquido, No(%) 20 (25) 1 (2) Deglutição: estase pastoso, No(%) Deglutição: estase sólido, No(%) Valor p 0,000 24 (30) 4 (8) 0,003 12 (15,2) 5 (10,0) 0,396 Deglutição: escape, No(%) 6 (7,6) 3 (6,0) 0,513 Deglutição: penetração laríngea, No(%) 4 (5,1) 0(0) 0,136 Deglutição: aspiração silenciosa, No(%) * Teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher 5 (6,3) 3 (6,0) 0,940 A tabela 3 compara os dados demográficos, características clínicas e espirométricas dos 79 pacientes adultos com asma grave controlada e não controlada. Na tabela 4, encontram-se os dados da avaliação endoscópica da deglutição. 57 Tabela 3– Dados demográficos, características clínicas e espirométricas dos adultos com asma grave controlada e não controlada. Variável Asma controlada Asma não controlada Valor p (n=58) (n=21) Idade, média (DP),anos * 54,7(11,0) 56,4(1,6) 0,566 Sexo feminino, n (% ) 49 (84,5) 16 (76,2) 0,394 28,7 (5,2) 29,8(5,3) 0,421 Circunferência cervical, média (DP),cm * 35,8 (3,5) 37,3 (2,9) 0,070 Circunferência abdominal, média(DP),cm * 93,7 (11,7) 99,4(10,3) 0,042 PA sistólica, média(DP),mmHg * 124 (16) 131 (15) 0,104 PA diastólica, média(DP),mmHg * 80 (10) 82 (7) 0,225 Idade início da asma, (mediana/quartis),anos 25 (10 -39) 21 (11- 30) 0,398 Pacientes respiração oral, No.(%) Ϯ 28 (48,2) 8 (38,1) 0,422 Pacientes rinite crônica, No.(%) Ϯ 57 (98,3) 21(100,0) 1,000 Dosagem corticosteroide por dia (budesonida) µg, (mediana/quartis) ** Corticóide tópico nasal por dia (budesonida) µg, (mediana/quartis) ** 960(960-1.360) 1.360(960-1.360) 0,265 160 (160- 160) 160 (160- 160) 0,741 ACT escore, média (DP) * 22,0 (2,6) 13,4 (3,6) 0,000 CVF% , (mediana/quartis) ** 82 (68-94) 76 (60-84) 0,571 VEF1, %, (mediana/quartis) ** 66 (56-81) 61 (52-72) 0,602 Hospitalização (últimos 12 meses), No(%)Ϯ 9 (15.5) 10 (47,6) 0,006 Pneumonia (últimos 12 meses), No(%)Ϯ 0 (0) 2 (9,5) 0,017 Escala Epworth, média (DP) * 12 (6 -18) 17 (14 – 20) 0,043 IMC, média (DP), kg/m2 * *Teste de Student; **Teste de Mann-Whitney, Ϯ Teste do qui-quadrado. DP= desvio padrão; IMC= índice de massa corpórea; PA: pressão arterial; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF: capacidade vital forçada. Tabela 4– Dados da avaliação endoscópica da deglutição em adultos com asma grave controlada e não controlada* Variável Asma controlada Asma não controlada Valor p (n=58) (n=21) Deglutição: estase líquido, No(%) 13 (22,4) 7 (33,3) 0,241 Deglutição: estase pastoso, No(%) 17 (29,3) 7 (33,3) 0,467 Deglutição: estase sólido, No(%) 9 (15,5) 3 (14,3) 0,893 Deglutição: escape, No(%) 3 (5,2) 2 (9,5) 0,483 Deglutição: penetração laríngea, No(%) 4 (6,9) 0(0) 0,217 Deglutição: aspiração silenciosa, No(%) 3 (5,2) 2 (9,5) 0,043 * Teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher A síndrome da apneia obstrutiva do sono, determinada através da polissonografia de noite inteira, considerando IAH > 15 eventos/hora, foi observada em 43% (n=34) dos pacientes adultos com asma grave e em 22% (n=11) do pacientes adultos do grupo controle (p=0,015). A tabela 5 compara 58 as variáveis polissonográficos entre os pacientes com asma grave e grupo controle. Tabela 5 – Dados polissonográficos dos pacientes adultos com asma grave e grupo controle Variáveis Pacientes com asma Grupo controle (n=79) (n=50) Valor p Latência sono, (mediana/quartis),min ** 10 ( 2 - 27) 7 ( 0,5 – 18) 0,353 Latência REM, (mediana/quartis),min ** 106 ( 67 – 199) 103 ( 66 – 162) 0,458 Tempo total sono, média (DP), min* 336 + 80 316 + 75 0,159 Eficiência do sono, média (DP),% * 78 + 13 74 + 15 0,195 Sono N1 (% TTS),(mediana/quartis) ** 1,7 ( 0,6 – 4,5) 1,5 (0,6 – 2,4) 0,134 Sono N2 (% TTS), média (DP),% * 59 + 16 63 + 12 0,102 Sono N3 (% TTS),(mediana/quartis),min ** 15,3 (8,1 – 20,7) 16,1 (9,8 – 22,2) 0,837 Sono REM (% TTS),(mediana/quartis),min ** 21 (11,5 – 28,6) 19,3 (13,7 24,6) 0,432 Tempo acordado após adormecer, 68,8 (33,6 – 102,4) 69,1 (45,5 – 112) 0,378 Número despertares (mediana/quartis) ** 75 (57 – 117) 61 (38,5 – 108) 0,113 Índice apneia e hipopneia, (mediana/quartis) ** 8,3 (2,8 – 19,8) 3 (1,3 – 13,7) 0,727 Saturação basal O2, média (DP) * 95 + 1 96 + 2 0,123 Saturação mínima O2, média (DP) * 86 + 7 89 + 6 0,101 Número de dessaturações, média (DP) * 10 (2 – 24) 0 (0 – 4) 0,000 (mediana/quartis),min ** *Teste de Student; **Teste de Mann-Whitney, Ϯ Teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher; DP: desvio padrão; IMC= índice de massa corpórea; TTS: tempo total de sono ; REM: Rapid eye moviment ; O2 = oxigênio. Ao compararmos os grupos asma grave controlada e não controlada, identificamos a síndrome da apneia obstrutiva do sono, a qual foi determinada através da polissonografia de noite inteira, considerando-se IAH > 15 eventos/hora. Esta foi observada em 18 (31%) dos 58 pacientes com asma controlada, e em 16 (76,2%) dos 21 pacientes adultos com asma não controlada (p=0,000). A tabela 6 compara as variáveis polissonográficas entre os pacientes com asma grave controlada e não controlada. 59 Tabela 6 – Dados polissonográficos dos pacientes adultos com asma controlada e não controlada Variáveis Asma Controlada Asma Não(n=58) controlada (n=21) Valor p Latência sono, (mediana/quartis),min ** 10 ( 1,3 - 28) 12 ( 3 – 22) 0,978 Latência REM, (mediana/quartis),min ** 105 ( 68 – 199) 111 ( 66 – 214) 0,706 Tempo total sono, média (DP), min* 332 + 83 346 + 71 0,480 Eficiência do sono, média (DP),% * 77 + 13 78 + 13 0,830 Sono N1 (% TTS),(mediana/quartis) ** 2,3 ( 1 – 4,9) 1 (0,4 – 1,9) 0,027 Sono N2 (% TTS), média (DP),% * 57 + 14 66 + 18 0,032 Sono N3 (% TTS),(mediana/quartis),min ** 16,8 (8,5 – 22,6) 10,9 (7,4 – 17,8) 0,051 Sono REM (% TTS),(mediana/quartis),min ** 21,8 (14,2 – 28,1) 13,3 (10,5 – 33,6) 0,239 Tempo acordado após adormecer, 62 (31 – 103) 74 (39,3 – 102) 0,594 Número despertares (mediana/quartis) ** 69 (51 – 95) 97 (72 – 133,5) 0,017 Índice Apneia e Hipopneia, (mediana/quartis) ** 5,3 (2 – 15) 16,7 (10,7 – 25,1) 0,004 Saturação basal O2, média (DP) * 95 + 2 95 + 1 0,579 Saturação mínima O2, média (DP) * 87 + 7 86 + 6 0,941 Número de dessaturações, média (DP) * 9 (0 – 20) 24 (8 – 52) 0,009 (mediana/quartis),min ** Ϯ *Teste de Student; **Teste de Mann-Whitney, Teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher; DP: desvio padrão; IMC= índice de massa corpórea; TTS: tempo total de sono ; REM: Rapid eye moviment ; O2 = oxigênio. Os gráficos 1, 2 e 3 exibem a diferença do número de IAH, número de dessaturações, número de despertares entre os pacientes com asma grave controlada e não controlada. Gráfico 1: Gráfico Box-plot comparando o índice de apneia e hipopneia entre pacientes com asma grave controlada e não controlada IAH: índice de apneia e hipopneia; GINA: Global Initiative for Asthma 60 Gráfico 2: Gráfico Box-plot comparando o número de dessaturações entre pacientes com asma grave controlada e não controlada GINA: Global Initiative for Asthma Gráfico 3: Gráfico Box-plot comparando o número de despertares entre pacientes com asma grave controlada e não controlada GINA: Global Initiative for Asthma Observou-se correlação inversa entre o IAH e o ACT (spearman = 0,224; p = 0,048), conforme gráfico 4 (quatro). 61 Gráfico 4: Gráfico Scater plot da correlação entre asthma control teste e índice de apneia e hipopneia IAH: índice de apneia e hipopneia; ACT: asthma control test A prevalência de SAOS foi maior no grupo com asma não controlada quando comparado àquele com asma controlada (76,2% vs 31,0%; p < 0,001; RP: 2,5 IC95%: 1,6 – 3,9). A comparação dos 79 pacientes adultos asmáticos com ou sem apneia do sono pode ser observada na tabela 7: dados demográficos, características clínicas e espirométricas; e na tabela 8: dados da avaliação endoscópica da deglutição. 62 Tabela 7– Dados demográficos, características clínicas, espirométricas dos adultos asmáticos com ou sem apneia do sono. Variável Com apneia obstrutiva Sem apneia obstrutiva Valor p do sono (n=34) do sono (n=45) Idade, média (DP),anos * 58(10) 52(12) 0,043 27 (79,4) 38 (84,4) 0.386 30 (4) 27(5) 0,012 Circunferência cervical, média (DP),cm * 37(3) 35 (5) 0.032 Circunferência abdominal, média(DP),cm * 97 (10) 93(12) 0,128 PA sistólica, média(DP),mmHg * 128 (13) 125 (18) 0,357 PA diastólica, média(DP),mmHg * 80 (8) 81 (10) 0,546 Idade início da asma,(mediana/quartis),anos 23 (13 -31) 23 (10- 39) 0,762 Pacientes respiração oral, No.(%) Ϯ 16 (47,1) 20 (44,4) 0.498 Pacientes rinite crônica, No.(%) Ϯ 34 (100) 44(97,8) 0,382 Dosagem corticosteróide por dia (budesonida) µg, 1000(800-1200) 800(800-1200) 0,601 160 (160- 160) 160 (160- 160) 0,102 ACT escore, média (DP) * 18 (5) 20 (4) 0.059 CVF%, (mediana/quartis) ** 78 (62-91) 81 (68-92) 0,579 VEF1, %, (mediana/quartis) ** 65 (53-77) 65 (55-83) 0,342 Hospitalização (últimos 12 meses), No(%)Ϯ 8 (23,5) 11 (24,2) 0,570 Pneumonia (últimos 12 meses), No(%)Ϯ 1 (2,9) 1(2,2) 0,840 Escala Epworth, média (DP) * 17 (7 -18) 12 (6 – 18) 0,224 Sexo feminino, n (%) Ϯ IMC, média (DP), kg/m2 * (mediana/quartis) ** Corticóide tópico nasal por dia (budesonida) µg, (mediana/quartis) ** Ϯ *Teste de Student; **Teste de Mann-Whitney, Teste do qui-quadrado. DP= desvio padrão; IMC= índice de massa corpórea; PA: pressão arterial; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF: capacidade vital forçada. Tabela 8– Dados da avaliação endoscópica da deglutição dos pacientes adultos asmáticos com ou sem apneia do sono*. Variável Com apneia Sem apneia obstrutiva Valor p obstrutiva do sono do sono (n=45) (n=34) Deglutição: estase líquido, No(%) 12 (35,3) 8 (17,8) 0,066 Deglutição: estase pastoso, No(%) 13 (38,2) 11 (24,4) 0,187 Deglutição: estase sólido, No(%) 8 (23,5) 4 (8,9) 0,073 Deglutição: escape, No(%) 5 (14,7) 1 (2,2) 0,038 Deglutição: penetração laríngea, No(%) 1 (2,9) 3( 6,7) 0,455 Deglutição: aspiração silenciosa, No(%) 3 (8,8) 2 (4,4) 0,429 * Teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher A média da dose de corticoide inalatório entre os pacientes asmáticos adultos, com e sem estase alimentar para líquido, foi de 1.200 + 200µg vs 900 + 200µg; p=0,001, respectivamente, ao passo que a média da dose de corticoide inalatório entre os asmáticos adultos, com e sem estase alimentar 63 para pastoso, foi de 1.100 + 300µg vs 950 + 200µg; p=0,040, respectivamente. VI.2. Crianças, Apneia Obstrutiva do Sono e Disfagia Orofaríngea: Associação do Controle da Asma Grave Dentre as 32 crianças com asma grave, com idade menor que 18 anos, 2 (3,2%) foram excluídas porque não preenchiam os critérios de inclusão, logo, para análise final de dados, ficaram 30 (93,7%) crianças. Para constituir o grupo controle, foram convidadas 30 crianças que não tinham história, sinais ou sintomas de asma. De acordo com os critérios de classificação da asma pelo GINA (2010), 17 crianças (56,7%) tinham asma não controlada, apesar do tratamento adequado, em acordo com os critérios das diretrizes; e 13 (22,8%) tinham asma controlada. As características demográficas, clínicas e espirométricas das crianças com asma grave e grupo controle estão representadas na tabela 9. Nenhuma criança apresentou distúrbio da deglutição relacionada com o escape precoce ou aspiração. 64 Tabela 9–Características demográficas, clínicas e espirométricas das crianças com asma grave e grupo controle Variável Total Pacientes com Pacientes sem (n=60) asma grave (n=30) asma(n=30) Idade, média (DP),anos p-valor 9,0 (3,5) 8,6 (3,6) 9,3(3,4) 0,423 27 (45,0) 12 (40) 15 (50,0) 0,604 48 (80,0) 23 (76,7) 25 (83,3) 0,748 1,0 (0 – 2,8) 2,0 (0 – 3,0) 1,0 (0 – 2,2) 0,561 120 (0 - 400) 400 (250 -500) 0 (0 -0) 0,000 0 (0 – 100) 100 (100 -200) 0 (0 – 0) 0,000 CVF1, %, (mediana/quartiles) ** 100(87,1- 116,6) 85,5(71.0 – 95,7) 106,4 (95,7-118,6) 0,000 VEF1, %, (mediana/quartis) ** 98 ( 83,5-114,0) 82,0 (62,5- 96,7) 100(95,1-117,7) 0,005 Sexo feminino,No% Ϯ Etnia - negros,No% Ϯ Score Z IMC, média (DP), kg/m 2 * Corticosteroide dose por dia (budesonida)µg, (mediana/quartis) ** Corticóide tópico nasal/dia (budesonida), µg,(mediana/quartis) ** Hospitalizações(últimos 12 meses), No(%) Ϯ 12 (20) 12 (40) 0 (0) 0,000 Pneumonias (últimos 12 meses), No(%) Ϯ 5 (8.3) 5 (16.7) 0 (0) 0,020 Tonsila faríngea,media (DP), percentual da 50 (30 -70) 60 (40 – 70) 40 (30 -60) 0,035 Tonsila palatina obstrutiva,No (%) Ϯ 19 (31,7) 11 (36,7) 8 (26,7) 0,290 Tonsila palatina/faríngea obstrutiva,No (%)Ϯ 26 (43,3) 15 (50) 11 (36,7) 0,217 42 (70,0) 23 (76,7) 19 (63,3) 0,199 36 (60) 30 (100) 6 (16,7) 0,619 ocupação do cavum* Pacientes respiração oral, No.(%) Ϯ Pacientes rinite , No.(%) Ϯ Ϯ *Teste de Student; **Teste de Mann-Whitney, Teste do qui-quadrado. DP= desvio padrão; IMC= índice de massa corpórea; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF: capacidade vital forçada. Das crianças estudadas, 4 do grupo asma grave e 4 do grupo controle não permitiram a completa avaliação endoscópica da deglutição, logo, para essa etapa da pesquisa, ficaram 26 crianças de cada grupo, as quais estão representadas na tabela 10. Nenhuma criança apresentou distúrbio da deglutição relacionada com o escape precoce ou aspiração Tabela 10– Frequência dos distúrbios da deglutição das crianças com asma grave e grupo controle * Variável Total Crianças com asma grave Crianças (n=52) (n=26) sem asma ( n=26) Deglutição: estase líquido, No(%) 4 (6,7) 4 (15,4) 0 (0) 0,037 Deglutição: estase pastoso, No(%) p-valor 10 (16,7) 9 (34,6) 1(3,8) 0,005 Deglutição: estase sólido, No(%) 6 (10) 5 (19,2) 1 (3,8) 0,083 Deglutição: penetração laríngea, No(%) 1 (1,7) 1 (3,8) 0 (0) 0,313 * Teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher 65 A tabela 11 compara as características demográficas, clínicas e espirométricas das 17 crianças com asma grave controlada e das 13 com asma grave não controlada. A rinite crônica foi observada em 100% das crianças com asma grave. Tabela 11 – Características demográficas, clínicas e espirométricas das crianças com asma grave controlada e não controlada Variable Asma grave controlada Asma grave não controlada (n=17) (n=13) p- valor Idade, média (DP),anos * 8,9 (3,7) 8,2(3,5) 0,602 Sexo feminino,No% Ϯ 8 (47,1) 4 (30,8) 0,367 15 (88,2) 11 (84,6) 1,000 2,0 (1,5 – 3,0) 0 (-0,5 – 1,5) 0,034 400 (250 - 500) 500 (250 - 650) 0,509 100( 100 - 140) 100 ( 100 - 200) 0,221 CVF1, %, (mediana/quartiles) ** 86( 80 - 89) 71 ( 62 - 98) 0,415 VEF1, %, (mediana/quartiles) ** 87(41-105) 77(65-84) 0,328 Exacerbações da asma (últimos 12 meses), 3 (0 - 4,5) 4 (1 – 10) 0,159 5(35,3) 6(46,2) 0,547 1 (5,9) 4 (30,8) 0,070 60 (30 – 75) 60 (40 – 70) 0,718 Tonsila palatina obstrutiva,No (%) Ϯ 7 (41,2) 4 (30,8) 0,558 Tonsila palatina/faríngea obstrutiva,No (%) Ϯ 8 (47,1) 7 (53,8) 0,713 Pacientes respiração oral, No.(%) Ϯ 14 (82,4) 9 (69,2) 0,400 Etnia - negros,No% Ϯ Score Z IMC, média (DP), kg/m2 * Corticosteroide dose por dia (budesonid)µg, (mediana/quartis) ** Corticóide tópico nasal/dia (budesonida), µg, (mediana/quartis) ** No(%) Ϯ Hospitalizações(últimos 12 meses), No(%) Ϯ Pneumonias (últimos 12 meses), No(%) Ϯ Tonsila faríngea,media (DP), percentual ocupação do cavum * Ϯ *Teste de Student; ** Teste de Mann-Whitney, Teste do qui-quadrado. DP= desvio padrão; IMC= índice de massa corpórea; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF: capacidade vital forçada. A frequência dos distúrbios da deglutição das crianças com asma grave controlada e não controlada estão representadas na tabela 12. 66 Tabela 12 – Frequência dos distúrbios da deglutição das crianças com asma grave controlada e não controlada* Variable Asma grave controlada Asma grave não (n=15) controlada (n=11) p- valor Deglutição: estase líquido, No(%) 3 (20) 1 (9) 0,446 Deglutição: estase pastoso, No(%) 4 (26,7) 5 (45,5) 0,320 Deglutição: estase sólido, No(%) 5 (33,3) 0 (0) 0,033 Deglutição: penetração laríngea, No(%) 1 (6,7) 0 (0) 0,382 * Teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher A frequência do ronco habitual (3x/semana) em crianças com asma grave vs controle: 19 (63,3%) vs 8 (26,7%); p=0,009. Considerando-se a apneia obstrutiva do sono, determinada através da polissonografia de noite inteira, como IAH > 1 evento/hora, permitiu-se o diagnóstico em 30% (n=9) das crianças com asma grave, e 20% (n=6) das crianças do grupo controle (p=0,276). A tabela 13 compara os dados polissonográficos entre as crianças com asma grave e o grupo controle. Tabela 13 – Dados polissonográficos das crianças com asma grave e grupo controle Variáveis Crianças com asma Grupo controle grave (n=30) (n=30) Valor p Latência sono, (mediana/quartis),min ** 8,2 ( 4 - 12) 20 ( 3 – 35) 0,045 Latência REM, (mediana/quartis),min ** 161 ( 119 – 202) 159 ( 102 – 187) 0,351 Tempo total sono, média (DP), min * 356 + 52 326 + 52 0,032 Eficiência do sono, média (DP),% * 61 + 11 76 + 12 0,299 Sono N1 (% TTS),(mediana/quartis) ** 1,3 ( 0,6 – 2,1) 0,7 (0,1 – 1,9) 0,226 Sono N2 (% TTS), média (DP),% * 51 + 6 54 + 4 0,089 Sono N3 (% TTS),(mediana/quartis),min ** 27 (22 – 32) 27 (22 – 33) 0,578 Sono REM (% TTS),(mediana/quartis),min ** 13 (11 – 18) 12 (11 - 21) 0,936 Tempo acordado após adormecer, 60 (29 – 99) 54 (11 – 101) 0,378 Número despertares (mediana/quartis) ** 56 (41 – 61) 39 (28 – 53) 0,021 Índice Apneia e Hipopneia, (mediana/quartis) ** 0,7 (0,3 – 7,6) 0,4 (0 – 1,4) 0,092 Saturação basal O2, média (DP) * 98 + 1 97 + 1 0,737 Saturação mínima O2, média (DP) * 88 + 8 93 + 4 0,008 Número de dessaturações, média (DP) * 0 (0 – 2,7) 0 (0 – 0) 0,026 (mediana/quartiles),min ** Ϯ *Teste de Student; **Teste de Mann-Whitney, Teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher; DP: desvio padrão; IMC= índice de massa corpórea; TTS: tempo total de sono ; REM: Rapid eye moviment ; O2 = oxigênio. A SAOS determinada através da polissonografia de noite inteira, considerando IAH > 1 evento/hora, foi observada em 29,4% (n=5) das 67 crianças com asma controlada, e em 38,5% (n=5) das crianças com asma não controlada (p=0,602). Não foram observadas associações estatisticamente significantes das variáveis polissonográficos entre as crianças com asma grave controlada e não controlada. A tabela 14 compara as características demográficas, clínicas e espirométricas das 30 crianças asmáticas com e sem apneia obstrutiva do sono. Tabela 14 – Características demográficas, clínicas e espirométricas das crianças asmáticas com e sem apneia obstrutiva do sono Variable Com apneia obstrutiva Sem apneia obstrutiva do do sono (n=9) sono (n=21) p-value Idade, média (DP),anos* 7,0 (3,4) 9,0 (3,5) 0,113 Sexo feminino,No% Ϯ 3 (33,3) 9 (42,9) 0,626 Etnia - negros,No% Ϯ 9 (100) 17 (81) 0,160 Score Z IMC, média (DP), kg/m2 * 1,0 (- 0,5 – 3,0) 2 (0 – 2,5) 0,853 Corticosteroide dose por dia (budesonid)µg, 400 (250 - 500) 400 (250 - 800) 0,415 100( 100 - 140) 100 ( 100 - 200) 0,659 CVF1, %, (mediana/quartis) ** 86( 85 - 98) 80 ( 70 - 92) 0,307 VEF1, %, (mediana/quartis) ** 87(86-100) 77 (50 - 95) 0,164 Exacerbações da asma (últimos 12 meses), 5 (4 - 10) 2 (0 – 4) 0,019 4 (44,4) 8 (38,1) 0,745 3 (33,9) 2 ( 9,5) 0,109 50 (40 – 75) 60 (40 – 70) 0,854 Tonsila palatina obstrutiva,No (%) Ϯ 4 (44,4) 7 (33,3) 0,563 Tonsila palatina/faríngea obstrutiva,No (%) Ϯ 5 (55,6) 10 (47,6) 0,690 8 (88,9) 15 (71,4) 0,300 (mediana/quartis) ** Corticóide tópico nasal/dia (budesonida), µg, (mediana/quartis) ** No(%) Ϯ Hospitalizações(últimos 12 meses), No(%) Ϯ Pneumonias (últimos 12 meses), No(%) Ϯ Tonsila faríngea,media (DP), percentual ocupação do cavum * Pacientes respiração oral, No.(%) Ϯ *Teste de Student; ** Teste de Mann-Whitney, Ϯ Teste do qui-quadrado. IMC= índice de massa corpórea; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF: capacidade vital forçada. A tabela 15 apresenta a frequência dos distúrbios da deglutição das crianças asmáticas com e sem apneia obstrutiva do sono. 68 Tabela 15 – Frequência dos distúrbios da deglutição das crianças asmáticas com e sem apneia obstrutiva do sono* Variable Com apneia obstrutiva Sem apneia obstrutiva do sono do sono (n=8) (n=18) p-value Deglutição: estase líquido, No(%) 0 (0) 4 (21,1) 0,187 Deglutição: estase pastoso, No(%) 3 (42,9) 6 (31,6) 0,592 Deglutição: estase sólido, No(%) 0 (0) 5 ( 26,3) 0,131 Deglutição: penetração laríngea, No(%) 0 (0) 1 (5,3) 0,536 *Teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher 69 VII. DISCUSSÃO Este estudo avaliou a associação da apneia obstrutiva do sono e disfagia orofaríngea com a falta de controle da asma grave, contribuindo com os seguintes achados: a frequência da SAOS para pacientes com asma grave (43%) foi maior do que no grupo controle (22%), e também foi maior na asma grave não controlada (77,2%) do que na controlada (18%); crianças com asma grave associaram-se com 1,97 vezes mais ronco alto do que o grupo controle; foi observada correlação inversa entre apneia obstrutiva do sono e controle da asma. A prevalência de SAOS foi maior no grupo com asma não controlada quando comparado àquele com asma controlada (76,2% vs 31,0%; p < 0,001; RP: 2,5 IC95%: 1,6 – 3,9). As medidas da circunferência cervical e IMC foram mais elevadas para os adultos com asma grave que apresentaram apneia obstrutiva do sono em comparação com os que não apresentaram apneia obstrutiva do sono. Adultos com asma grave e estase alimentar (líquido e pastoso) faziam uso de maior dose de corticoide inalatório quando comparados com os que não tinham disfagia orofaríngea. VII.1. Frequência da SAOS na Asma Grave em Adultos No presente estudo, a frequência da SAOS em adultos com asma grave foi quase o dobro da frequência encontrada no grupo controle. Realizando-se a comparação da frequência da SAOS em pacientes com asma grave com os dados da literatura, pode-se observar que em um 70 dos estudos epidemiológicos, de base populacional, realizado em São Paulo, com questionário e polissonografia, revelou que 32,8% da amostra teve diagnóstico de SAOS (Tufik et al., 2010). Peppard et al., 20013., realizaram estudo semelhante nos Estados Unidos através do Wisconsin Sleep Cohort Study e encontraram a prevalência de 17% entre os homens com idade entre 50-70 anos, e 9% entre mulheres nessa faixa etária. Esses achados estão em conformidade com os resultados do presente estudo, e sugere que a apneia obstrutiva do sono é mais frequente em pacientes com asma grave. Esse resultado reflete a frequência da SAOS, através da polissonografia noturna, realizada em laboratório do sono sob a supervisão do técnico especializado, em pacientes com asma grave. Resultado semelhante foi obtido por Yigla, et al., em 2003, quando selecionaram 22 pacientes com asma grave, realizaram polissonografia noturna em laboratório do sono, consideraram RDI > 20 episódios/hora para definir SAOS, e observaram que 9 (40,9%) pacientes com asma grave tiveram diagnóstico de SAOS. Em outro estudo Julien et al., em 2003, caracterizaram a SAOS em pacientes com asma grave através do IAH > 15 eventos/hora de sono, e observaram que 23 dos 26 (88%) pacientes com asma grave tiveram diagnóstico de SAOS. Nesse estudo, optaram pela polissonografia domiciliar (Julien et al., 2003), no entanto, esta modalidade caracteriza-se pela realização do estudo do sono sem a supervisão de um profissional treinado (Polese et al., 2010). Em 2007, foi publicado pela American Academy of Sleep Medicine uma normatização para não realização da polissonografia domiciliar em pacientes com sintomas de 71 SAOS, associados a comorbidades (Collop et al., 2007). Ciftci et al., 2005, realizaram estudo com 43 pacientes adultos com sintomas noturnos da asma, independente da gravidade, em uso das medicações preconizadas pelo Global Initiative for Asthma e que, há pelo menos seis meses, apresentavam queixa de ronco. De acordo com a polissonografia, dezenove dos 21 pacientes tinham SAOS. Dessa forma, os achados do presente estudo convergem para a consideração do National Asthma Education and Prevention Program Expert Panel Report 3 que orienta a investigação para a SAOS em pacientes com asma não controlada. VII.2. Frequência da SAOS na Asma Grave em Crianças As crianças com asma grave tiveram associação com ronco alto, mas não tiveram maior frequência da SAOS do que o grupo controle. Na revisão de literatura, foi observado que o estudo de Sulit et al., em 2005, teve o objetivo de comparar a SAOS em crianças com asma (não levando em consideração a gravidade desta doença) e grupo controle, incluindo a avaliação através da polissonografia. Aplicaram questionário em 188 crianças com asma e 600 controles e, posteriormente, realizaram a polissonografia e constataram que não houve diferença entre a frequência da SAOS nesses dois grupos. Em outro estudo, Redline et al.,1999, selecionaram 126 crianças, das quais 17 tinham diagnóstico de asma, e 28% das crianças com asma tiveram diagnóstico de SAOS. A semelhança na frequência da SAOS entre crianças com asma grave e grupo controle pode estar relacionada com os seguintes pontos: 72 primeiro, a principal causa de obstrução das VAS em crianças é a hipertrofia adenotonsilar; segundo, as crianças com asma grave desta pesquisa estavam fazendo uso de corticoide nasal, pois 100% dessas tiveram quadro compatível com rinite crônica; terceiro, o tecido linfoide da tonsila palatina e faríngea em crianças com SAOS é rico em receptores alfa-glucocorticoide, de tal forma que o tratamento com corticoide nasal em crianças seria capaz de minimizar a gravidade da SAOS (Goldbart et al., 2005). Logo, através do presente estudo, não se pode afastar a possibilidade de que o tratamento com corticoide nasal em crianças com asma grave reduziu a frequência da SAOS, uma vez que crianças com asma grave e SAOS não apresentaram maior frequência de hipertrofia adenotonsilar do que as que não tiveram SAOS. Essa hipótese está embasada nos estudos realizados por Brouillette et al., em 2001, que realizaram estudo para comparar a eficácia do corticoide nasal durante seis semanas, em crianças com SAOS, havendo redução do IDR para o grupo que usou corticoide nasal, enquanto que no grupo controle houve aumento desse índice. Em outro estudo, KheirandishGozal & Gozal, 2008, selecionaram crianças com SAOS e também utilizaram corticoide nasal durante seis semanas, observando redução do tamanho da tonsila faríngea, avaliada através de raio-x de cavum, e normalização do IAH em 54% dos crianças. Em 2009, Kheirandish-Gozal et al., realizaram cultura de células das tonsilas faríngeas e palatinas de crianças com diagnóstico de SAOS, revelando que o corticoide nasal foi capaz de reduzir a proliferação celular e que existe relação dose-dependente dos efeitos do corticoide. 73 Também mostraram que o corticoide nasal reduziu a expressão do TNF- α, Interleucina-6 e interleucina-8. VII.3. Frequência da Hipertrofia Adenotonsilar nas Crianças com Asma Grave e Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono As crianças com asma grave apresentaram maior frequência de tonsilas palatinas e tonsilas faríngeas obstrutivas, quando comparadas com o grupo controle. Esse resultado pode estar relacionado com o fato de que o tecido linfoide faringeano é o local primário de proliferação do vírus sincicial respiratório, aumentando a expressão de neutrófilos e leucotrienos no tecido adenotonsilar de crianças com apneia obstrutiva do sono (Goldbart et al., 2005; Goldbart et al., 2007). O vírus sincicial respiratório é capaz de induzir a sibilância nos primeiros anos de vida (Stein et al., 1999), exercendo efeito neuroimunomodulador no trato respiratório inferior, que é mediado pela substância P, fator de crescimento e neutrófilos (Tortorolo et al., 2005; Piedimonte et al., 1999). Também é capaz de aumentar a síntese de leucotrienos, mantendo a via aérea inflamada (Piedimonte et al., 2005). Essas características poderiam explicar o aumento da prevalência da hipertrofia adenotonsilar e distúrbios respiratórios do sono em crianças com asma (Kaditis et al., 2010). 74 VII.4. Comparando a Frequência da SAOS na Asma Grave em Adultos e Crianças: Talvez a diferença da frequência entre adultos e crianças com asma e SAOS deva-se à evolução da doença (SAOS) ao longo dos anos: primeiro, Friberg et al., 1998, estudaram fragmentos do músculo palatofaringeo em pacientes com SAOS e compararam com grupo controle (sem SAOS), sendo observado que 71% dos pacientes com SAOS apresentaram sinais de lesão neurogênica, como a atrofia fascicular e que 67% das fibras musculares do grupo SAOS eram do tipo IIA e apenas 26% fibras tipo I; ao passo que o grupo controle, praticamente não apresentou lesão morfológica, e a fibra muscular era predominantemente tipo I. As fibras tipo II são mais susceptíveis à fadiga, sendo menos efetivas para manter a patência da VAS por período prolongado. Essa predominância de fibras do tipo II pode ser vantajosa nos pacientes com SAOS por estarem relacionadas com o recrutamento brusco dos músculos dilatadores das VAS para gerar abertura rápida desta estrutura, durante os períodos da apneia. Segundo, a atividade muscular é importante fator na preservação da patência das VAS, tanto das crianças quanto dos adultos, durante o sono (Valera et al., 2004), mas as crianças possuem maior capacidade de modular o fluxo aéreo através da resposta mediada via centro respiratório, através do aumento do tônus neuromotor basal, e, em resposta a estímulos como pressão subatmosférica, hipercapnia ou hipóxia (Valera et al., 2004). Esta resposta diminui a chance das VAS sofrerem colapso, e é inversamente proporcional à idade da criança (Valera et al., 2004). Por isso, a frequência 75 dos DRS na população em geral é menor na criança do que nos adulto (Valera et al., 2004). Terceiro, deve-se considerar o conceito de loop gain, ou seja, a relação entre a resposta ventilatória e os distúrbios da ventilação, durante o sono. Esta resposta ventilatória é diretamente proporcional à resposta dos quimiorreceptores centrais e periféricos. Quanto maior o loop gain, maior será a instabilidade do sistema respiratório (Burgess, 2012), maior será o índice de apneia e hipopneia, caracterizando a gravidade da SAOS. VII.5. Associação da Apneia Obstrutiva do Sono e Falta de Controle da Asma Grave A SAOS em pacientes com asma comporta-se como um mecanismo que favorece a resistência ao controle da asma (Gutierrez et al., 2013). No presente estudo, observamos que 76,2% dos adultos que tinham asma não controlada e 31% dos adultos com asma controlada tiveram diagnóstico de apneia obstrutiva do sono, ao passo que, essa frequência para as crianças com asma controlada foi de 29,5% e para a asma não controlada foi de 38,5%. A razão de prevalência da SAOS foi 2,5 maior no grupo com asma não controlada quando comparada àquele com asma controlada. Esse resultado está em acordo com Teodorescu et al., 2010, que avaliaram 472 asmáticos através de questionários, exame físico, avaliação quanto ao controle da asma e espirometria e constataram que a presença da SAOS estava associada com 3,6 vezes mais chances de ter asma não-controlada. O aumento da pressão abdominal nos períodos de apneia obstrutiva do sono 76 favorece ao refluxo gastroesofágico, a hiperreatividade e a inflamação brônquicas (Lewis et al., 2001). Os pacientes asmáticos de difícil controle podem ter incremento dos episódios da apneia obstrutiva do sono e dessaturação da oxi-hemoglobina, especialmente durante o sono Rapid Eye Moviment (REM) (Gutierrez et al., 2013). Ao compararmos os pacientes com asma grave controlada e não controlada, foi possível observar maior número do índice de apneia e hipopneia. Os nossos resultados estão em acordo com os resultados obtidos por Teodorescu et al., 2009, que avaliaram pacientes asmáticos que faziam uso regular de corticoide inalatório em baixas doses, e observaram que estes apresentaram 2,29 mais chances de desenvolver SAOS do que pacientes que não usavam corticoide inalatório. Para aqueles que faziam uso de doses médias de corticóide inalatório, a chance aumentou para 3,67; e quando faziam uso de altas doses de corticoide inalatório a chance aumentou para 5,43. Teodorescu et al.,2009, afirmam que as associações entre as doses de corticóide inalatório e a SAOS podem estar relacionadas com os conhecidos efeitos adversos dos corticosteroides. Os corticoides inalatórios podem ser fator de risco para a ocorrência de miopatias nas VAS (Williams et al., 1983; DelGaudio, 2002). Os autores hipotetizaram que o corticoide inalatório poderia comprometer os músculos dilatadores das VAS, funcionando como facilitador para SAOS (Teodorescu et al.,2009). Quanto às associações relacionadas ao controle da asma e IAH, observou-se correlação inversa nos pacientes adultos com asma grave. As crianças com SAOS também apresentaram maior número de excerbações 77 da asma quando comparadas com as crianças não apneicas. Ciftci et al.,2005, relataram melhor controle do quadro da asma ao tratarem a SAOS em pacientes com asma grave. Esses autores estudaram 43 pacientes asmáticos com sintomas noturnos e queixa de ronco, que foram submetidos a duas polissonografias; a primeira para investigação diagnóstica da SAOS e a segunda para o tratamento da SAOS através do CPAP. De acordo com a primeira polissonografia, 21 dos 43 pacientes (48,83%) tiveram SAOS, e dezenove dos 21 pacientes com SAOS apresentaram IAH > 15, os quais foram encaminhados para o tratamento com CPAP. Dezesseis dos 19 pacientes completaram o estudo e foram constatadas melhorias dos sintomas noturnos da asma com o uso do CPAP. O uso bem indicado e criterioso do CPAP tem apresentado benefícios para o binômio asma-SAOS, com efeitos favoráveis sobre a inflamação brônquica e sistêmica, redução da hiper-reatividade brônquica, melhora na arquitetura do sono, redução do peso corpóreo, supressão da produção de lepitina, pelo tecido adiposo, melhora na função cardíaca e redução significativa do refluxo gastroesofágico (Alkhalil et al., 2008). No entanto, Julien et al., 2009, ao estudarem pacientes com asma, constataram que não houve correlação estatisticamente significante entre os índices de gravidade dos distúrbios do sono e as medidas que definem o controle da asma. Martin et al., 1991, basearam-se na hipótese de que o CPAP nasal, em pacientes asmáticos com apneia do sono, seria capaz de diminuir a hipóxia noturna, reduzir a intensidade do tônus vagal e melhorar o volume pulmonar. Realizaram tratamento com CPAP nasal em pacientes 78 asmáticos sem apneia obstrutiva do sono, observando que esses pacientes não apresentaram boa adaptação ao CPAP nasal e que não houve melhora da função pulmonar. VII.6. Associação da Disfagia Orofaríngea e Falta de Controle da Asma Grave em Adultos No presente estudo, foi revelada elevada frequência do distúrbio de deglutição entre os pacientes adultos com asma grave. Este é o primeiro trabalho que investiga a associação entre SAOS e disfagia em pacientes com asma grave. Tem sido sugerido que o ronco e a SAOS sejam capazes de promover alterações na bainha muscular, relacionadas com o trauma local, independente da oximetria e da idade do pacientes (Friberg et al., 1998). Esse trauma seria promovido pela vibração e alongamento das estruturas das vias aéreas superiores durante o ronco ou apneia obstrutiva do sono (Schafer et al.,1989), gerando uma neuropatia, capaz de interferir na colapsibilidade da faringe, às custas de possível comprometimento dos músculos dilatadores da faringe (Remmers et al., 1978). A frequência da aspiração silenciosa foi maior entre pacientes adultos, com asma grave não controlada, quando comparados com aqueles com asma grave controlada. Do mesmo modo, crianças com asma grave apresentaram maior frequência de estase de alimentos na faringe quando comparadas com grupo controle. Esse resultado está embasado nos estudos a seguir: Williamson et al., 1995, observaram que 34% dos pacientes tratados com dipropionato de beclometasona ou budesonida 79 inalatória apresentaram disfunção laríngea dose-dependente ao corticoide inalatório. Também verificaram que essa disfunção estava relacionada com a paralisia das pregas vocais, atribuindo esta à ação local do corticosteroide inalatório. Bhalla et al., 2009, referiram que pacientes com asma que faziam uso de corticoide inalatório poderiam desenvolver miopatia, observada através da eletromiografia. Lavy et al., 2000, estudaram 22 pacientes com disfunção laríngea, devido ao uso de corticoide inalatório, dos quais 58% apresentaram modificações na camada mucosa, 43% apresentaram alteração quanto a mobilidade e 40% apresentaram hiperfunção supraglótica. Um estudo clínico realizado por Ihre et al., 2004, demonstrou que o corticoide inalatório é capaz de gerar alteração na função tanto da laringe quanto da faringe, e que a aspiração durante a deglutição associa-se com disfunção da musculatura intrínseca da laringe. Através da videofluoroscopia, Jäghagen et al., em 2000, compararam 41 pacientes com queixa de ronco e 15 voluntários sem queixa de ronco através da videofluoroscopia e detectaram distúrbios da deglutição em 54% (n=22) dos pacientes com distúrbios respiratórios do sono quando comparados com 7% (n=1) dos controles. No entanto, Jäghagen et al., em 2000, não parearam os pacientes por idade, e o grupo da SAOS apresentava idade mais elevada que o grupo controle. Posteriormente, em 2003, Jäghagen et al., selecionaram 66 pacientes com ronco para realizarem polissonografia e videofluoroscopia, com média da idade de 48 anos. Para o grupo controle, foram selecionados 15 pacientes sem queixa de disfagia ou ronco, com média da idade de 50 anos. Observaram que 55% daqueles que tiveram SAOS grave apresentaram distúrbio de deglutição, assim como 61% 80 dos 23 pacientes que tiveram SAOS moderada e 43% dos 23 que tiveram SAOS leve. Apenas 7% dos pacientes do grupo controle apresentaram distúrbio de deglutição. Jäghagen et al., observaram que o escape precoce ocorreu em 32 (48%) dos pacientes com SAOS e em 1 (7%) dos controles. Sete (11%) apresentaram estase de alimento e a penetração laríngea em 3 (5%) dos 66 pacientes. Não houve associação estatisticamente significante entre os distúrbios de deglutição e o IAH. Em 2004, Jäghagen et al., investigaram distúrbio de deglutição através da videofluoroscopia em 42 pacientes que iriam ser submetidos a uvulopalatofaringoplastia e uvulopalatoplastia. Constataram que 17% desses apresentavam sintomas de distúrbio de deglutição e entre os que não apresentavam esses sintomas foi constatado o distúrbio de deglutição através da videofluoroscopia em 51%. Concluem, enfim, que pacientes com SAOS apresentam disfagia subclínica. Em 2011, Valbuza et al., selecionaram 11 pacientes com SAOS e sem queixas de distúrbio da deglutição, com idade média = 48 anos; os quais foram comparados com 14 voluntários sem queixas de ronco ou distúrbio da deglutição, com idade média = 47 anos. Esses pacientes foram submetidos à avaliação endoscópica da deglutição e observou-se que dentre os pacientes que tinham SAOS, 64% apresentaram escape precoce e 55% estase alimentar em faringe. Não foi constatado nenhum caso de penetração laríngea ou aspiração traqueal. No grupo controle, não houve distúrbio da deglutição. Parece que o tratamento da SAOS favorece a melhora da disfagia orofaríngea. Okada et al., em 2000, estudaram dois pacientes com SAOS grave e distúrbio da deglutição; a primeira com 58 anos, IMC = 29,4 kg/m2 , 81 IAH = 32,9 eventos/hora. Iniciou tratamento com CPAP = 8cmH20, além de um programa para redução de peso corporal. Após um ano, foi reavaliada e constatado, através da polissonografia sem CPAP, que o IAH = 7,4 eventos/hora, com IMC = 25 kg/m2, sem apresentar disfagia orofaríngea. A segunda paciente, 45 anos, IMC = 42,4 kg/m 2, IAH = 42,9 eventos/hora, iniciou tratamento com CPAP = 12 cmH20 e programa para redução de peso corporal. Após um ano, foi reavaliada e apresentava IMC = 28,4 kg/m 2, IAH = 6,6 eventos/hora, sem uso do CPAP e também não mais apresentava sinais ou sintomas de disfagia orofaríngea. VII.7. Frequência da Disfagia Orofaríngea em Crianças Asmáticas Graves com Apneia Obstrutiva do Sono Este é o primeiro estudo que avalia frequência da disfagia orofaríngea em crianças com asma grave. Não foi observada diferença estatisticamente significante quanto à frequência da disfagia orofaríngea em crianças com asma grave apneicas ou não quando comparadas com o grupo controle. Uma possível explicação para esse resultado é a ausência de diferença quanto às características das fibras musculares das VAS entre as crianças com e sem SAOS. Vuono et al., 2007, encontraram que 71% das crianças sem DRS e 70% das que tinham SAOS ou ronco primário tiveram alteração nas fibras musculares. Esses resultados opõem-se ao que tem sido observado nos adultos com SAOS, pois se trata de uma doença progressiva, começando com o simples ronco e evoluindo até a SAOS (Friberg et al., 82 1998. Um dos mecanismos que justificam essa evolução é a lesão neurogênica ao nível dos músculos dilatadores das VAS (Edström et al., 1992; Lindman et al., 2002; Remmers et al., 1978; Brouillette et al., 1979; Woodson et al., 1991). Em adultos, o grau de obstrução das VAS é diretamente proporcional ao número de lesões histopatopatológicas e, consequentemente, ao grau de evolução da SAOS, sugerindo tratar-se de lesão neurogênica progressiva (Friberg et al., 1998). Talvez as crianças apresentem mecanismos de proteção das VAS que dificultem a expressão clínica do comprometimento das VAS durante a deglutição. Diante do que foi exposto, necessita-se de novos estudos para definir os mecanismos envolvidos na disfagia orofaríngea em pacientes com asma grave e SAOS. VII.8. Fragmentação do Sono e Sonolência Excessiva Diurna na Asma Grave A sonolência excessiva diurna (SED) corresponde à incapacidade de se manter acordado e em alerta durante os principais períodos de vigília do dia, resultando em sonolência e lapsos de sono não intencionais (Stores et al., 2007; Giorelli et al., 2012). No presente estudo, pacientes com asma grave apresentaram o escore da Escala de Epworth mais elevado do que o grupo controle; assim como o escore da Escala de Epworth e o número de despertares durante o sono foi maior para adultos com asma grave não controlada quando comparados com os que tinham asma controlada. Tanto os adultos quanto as crianças com asma não controlada apresentaram sono mais fragmentado, devido ao maior número de despertares, quando 83 comparados com pacientes com asma controlada. Janson et al.,1996, através de estudo populacional, constataram que a hiperreatividade brônquica associou-se ao aumento da frequência da fadiga diurna, sonolência excessiva diurna, despertar precoce, maior percentual de tempo acordado durante a noite e menor eficiência de sono. A SED é um sintoma que deve ser diferenciado da fadiga, pois, ao contrário da SED, sua recuperação exige repouso em vez de sono (Janson et al.,1996). Na fadiga, a manutenção dos níveis motor e de energia mental torna-se mais difícil com o aumento da duração do exercício (Janson et al.,1996). Calhoun et al., 2011, estudaram 508 crianças através de questionários e polissonografia, observando prevalência de 15% para SED, a qual pôde afetar negativamente o rendimento escolar. Nesse estudo, os preditores independentes para SED foram circunferência abdominal, relato de ansiedade pelos pais/sintomas depressivos e dificuldade em adormecer, bem como o histórico de asma. Stores et al., 1998, avaliaram qualidade do sono e SED em crianças com asma, através de versão modificada da Escala de Epworth. Em uma escala de 0 a 3, as mães avaliaram a probabilidade da criança adormecer em sete situações, com base no comportamento da criança ao longo do mês anterior, chamando a atenção para a diferença entre cochilar e simplesmente sentir-se cansado. Verificaram que o nível de comprometimento da qualidade do sono das crianças com asma foi muito maior do que nos controles (33 x 0; p <0,01). Além disso, a SED foi significativamente maior nas crianças asmáticas do que no grupo controle (19 x 14; p < 0,05). 84 A SED pode ser explicada pelos episódios recorrentes de tosse e dispnéia durante o sono, característicos da asma, e que, possivelmente, levam à fragmentação do sono noturno. Deve-se considerar que tanto a asma quanto a SAOS envolvem despertares frequentes associados a limitações funcionais no fluxo de ar e aumento do esforço respiratório, com a consequente dessaturação durante o sono (Larsson et al., 2001). Estudos através da polissonografia vêm demonstrando que uma das importantes alterações do sono associada à asma noturna é a fragmentação do sono por despertares frequentes. Esses despertares variam quanto a duração e a quantidade ao longo da noite (Calhoun et al., 2011). VII.9. Dessaturação Noturna e Asma Grave Os pacientes com asma grave podem apresentar dessaturações mais graves e SAOS, favorecendo a resistência ao tratamento da asma (Cabral et al., 2010). No presente estudo, foi observado que tanto adultos quanto crianças com asma grave apresentam maior número de dessaturações durante o sono quando comparados com o grupo controle, assim como os pacientes adultos com asma grave não controlada também apresentaram maior número de dessaturações durante o sono, quando comparados com pacientes com asma grave controlada. Esse eesultado está em acordo com Julien et al., 2009, que estudaram pacientes com asma e relataram que a média da saturação arterial noturna de oxigênio foi significativamente menor nos pacientes com asma grave do que no grupo controle. Sabe-se que à noite tende a haver maior gravidade dos sintomas da asma, assim como 85 maior proporção de mortalidade durante a noite e primeiras horas da manhã (McNicholas et al., 2000). Sintomas noturnos ocorrem entre 60-74% dos pacientes com asma e são marcadores de controle inadequado da doença (Hudgel et al., 1984). Por conseguinte, os sintomas de DRS são comuns em pacientes asmáticos, e associam-se com gravidade da asma (Hudgel et al., 1984). Resultado discrepante, relacionando dessaturação noturna e asma, foi encontrado em outro estudo. Nikolaou et al., 2003, mostraram que em asmáticos a dessaturação noturna não foi mais frequente do que no grupo controle, no entanto, esses autores avaliaram um grupo de estudo com asmáticos, sem levar em consideração a gravidade e o controle, opondo-se ao presente estudo, que considerou apenas pacientes com asma grave. VII.10. Relação entre IMC, SAOS e Asma Grave A obesidade é considerada como um dos fatores causais para a SAOS. As medidas da circunferência cervical e IMC foram mais elevadas para adultos com asma grave que apresentaram SAOS em comparação com os que não apresentaram SAOS. Peppard et al., em 2000, avaliaram 690 adultos em dois momentos diferentes (um basal e 4 anos após) através da polissonografia e exames clínicos, com idade média inicial de 46 anos, sendo que 56% desses eram do sexo masculino. Os dados iniciais mostraram que pacientes com IMC > 30 kg/m2 (n=268) tiveram IAH = 7,4 eventos/h; aqueles com sobrepeso 30 < IMC > 25 kg/m2 (n=241) tiveram IAH = 2,6; e os que tiveram IMC < 25 kg/m2 (n=181) tiveram IAH = 1,2. Após quatro anos, foi observado que em 39 dos pacientes que não tinham SAOS moderada-grave (IAH > 15 eventos/h) houve acréscimo no peso em 3,9kg. 86 Dentre os 46 dos participantes que tinham SAOS moderada-grave, 17 ganharam em média 3,1Kg, mas não houve mudança no IAH. Dentre os que tinham IAH dentro da normalidade, tiveram acréscimo médio no peso de 2,2 Kg. Ao realizarem ajuste para sexo, idade, IMC, tabagismo, foi observado que o acréscimo de peso correlacionava-se positivamente com o IAH, ou seja, em um paciente que tenha ganhado 10% a mais de peso, espera-se aumento em aproximadamente 32% no IAH; assim como redução em 10% do peso, implicará em redução de 26% no IAH. O ganho de 10% no peso corporal aumentou em seis vezes a chance de desenvolver SAOS moderada-grave. Alguns estudos mostram que a elevada prevalência da SAOS em pacientes com asma parece estar associada à obesidade (Alkhalil et al., 2008). Essa associação entre asma e SAOS piora o quadro clínico da asma, pois a SAOS pode estimular o ganho do peso corporal, desempenhando papel significativo na gravidade da asma (Alkhalil et al., 2009). A SAOS interfere na homeostase dos lípidos e na inflamação sistêmica; e quando associada à obesidade também afeta a regulação glicêmica, interferindo na sensibilidade à insulina, independentes do IMC (Gozal et al., 2008). Compactuando com esses achados, Komakula et al., em 2007, observaram que pacientes com asma apresentam níveis de IMC, leptina e adiponectina associados à redução dos níveis do óxido nítrico exalado. Cottrell et al., 2011, realizaram estudo do tipo corte transversal em 17.994 crianças, de 4 a 12 anos de idade; dessas, 14% tinham diagnóstico de asma. Os resultados deste estudo mostraram que a prevalência da asma é diretamente proporcional ao percentual do IMC das crianças. Mais 87 especificamente, a prevalência de asma é maior entre as crianças que são obesas, e ainda maior em crianças que têm obesidade mórbida. Embora, a prevalência da asma não seja maior entre crianças que têm sobrepeso quando comparadas com as que têm peso normal. Então, os autores sugerem que, a partir de certo limiar da obesidade, os fatores metabólicos também participam da hiperreatividade das VAI, sendo capaz de conduzir às manifestações clínicas da asma. VII.11. Relação entre Vias Aéreas Superiores, SAOS e Asma Grave No atual estudo, noventa e nove porcento dos adultos e 100% das crianças com asma grave apresentaram rinite crônica. Essa elevada frequência de rinite crônica pode contribuir para o processo inflamatório e redução da patência das VAS (Alkhalil et al.,2009) e, consequentemente, com elevada frequência da SAOS na asma grave, especialmente quando não controlada. A rinite crônica, associada à obstrução nasal, tem sido considerada como fator de risco para os DRS (Young et al., 1997). Pacientes com rinite alérgica e obstrução nasal têm 1,8 mais chances de desenvolver DRS de moderada-grave intensidade quando comparados com aqueles que não têm obstrução nasal (Young et al., 1997). Na criança, o diagnóstico da rinite aumenta em três vezes a chance de desenvolver o ronco habitual quando comparadas com aquelas que não têm rinite crônica (McColley et al., 1997). No entanto, quando fazem uso de corticoide nasal, pode diminuir a frequência da SAOS. Kiely et al., 2004, partindo do princípio de que o aumento da resistência na cavidade nasal poderia contribuir para obstrução 88 das VAS, conduziram estudo com pacientes que apresentavam ronco e sintomas de rinite. Foram submetidos à avaliação clínica, avaliação da resistência nasal medida através de pneumotacógrafo e polissonografia antes e após quatro semanas de tratamento com corticosteroide (proprionato de fluticasona). Após esse período, foi observado que IAH foi menor no grupo que fez uso da fluticasona quando comparado com grupo controle (17 vs 24,3; p=0,001). VII.12. Limitações Uma das limitações do presente estudo refere-se ao fato de que, apesar da avaliação endoscópica da deglutição ser um dos métodos mais práticos, mais versáteis e mais utilizados para o diagnóstico da disfagia alta, especialmente para reduzir os riscos para pneumonia, nem sempre contamos com a colaboração dos pacientes, especialmente das crianças, fazendo com que houvesse redução do tamanho amostral inicial. Entretanto, essas perdas estão em acordo com dados da literatura, pois, quando a criança chora durante o exame, dificilmente poderemos concluí-lo. Apesar do presente estudo não ter como objetivo averiguar o comprometimento da atividade muscular das vias aéreas superiores, em pacientes com asma grave, a qual pode estar relacionada com a ação dos corticoides inalatórios ou por possível neuropatia ocasionada pela apneia obstrutiva do sono, chamamos a atenção para a necessidade de investigações futuras para melhor elucidação desses pontos que podem interferir no controle da asma. Sugere-se também futuros estudos contemplando os diferentes estágios da 89 gravidade da asma, assim como diferentes dosagens do corticoide inalatório e investigação do refluxo gastroesofágico através de medidas objetivas. 90 VIII. CONCLUSÕES • Este estudo mostrou que adultos com asma grave apresentaram elevada frequência da SAOS; • Pacientes com asma grave apresentaram maior frequência de estase alimentar do que o grupo controle; • Pacientes com asma e SAOS tiveram maior frequência de disfagia orofaríngea do que aqueles sem SAOS. 91 XI. SUMMARY Background: Patients with severe asthma are frequently treated with corticosteroids and incur the risk of steroid-induced myopathy affecting the upper airways and hence the obstructive sleep apnea syndrome (OSAS) which also cause changes in upper airway muscle sheath, related to local trauma during sleep. These changes in muscle would be able to culminate with oropharyngeal dysphagia. Objective:To study the association between OSAS and oropharyngeal dysphagia with lack of control severe asthma. Specific Objectives: To estimate the frequency of OSAS and oropharyngeal dysphagia in children and adults with severe asthma. Design and Methods: Material and Methods: A descriptive study comparing severe asthma and control group, analysing completed questionnaires, endoscopic evaluation of swallowing, polysomnography and spirometry. Results: Adults: OSAS was diagnosed in 34 (43 %) and severe asthmatics in 11 (22 %) in the control group (p=0.015). The frequency of OSAS was higher in uncontrolled asthma compared with controlled asthma (76.2% vs 31.0%, p<0.001; RP: 2.5 95%CI:1.6 to 3.9). We observed an inverse correlation between apnea and hypopnea index, and the Asthma Control Test (rs:- 0.224, p=0.048). The frequency of silent aspiration was higher in asthma patients uncontrolled compared with controlled (9.5% vs 5.2%, p=0.043). Children: OSAS was diagnosed in 5 severe asthma (29.4%) and 6 (20%) in the control group (p=0.276). The frequency of OSAS was higher in patients with uncontrolled asthma when compared to that with controlled asthma (29.4 % vs 38.5%, p=0.602). We observed an association between episodes of exacerbation of 92 asthma and obstructive sleep apnea: 5(4-10) vs. 2(0-4), p=0.019. The frequency of oropharyngeal dysphagia in severe asthma was higher than the control group: for liquid stasis (15.4% vs 0%, p=0.037) and pureé (34.6% vs 3.8%, p=0.005), respectively. Conclusion: This study showed a high frequency of OSAS in severe asthma, positive association between OSAS and uncontrolled severe asthma; those with OSAS have 2.5 times more likely to present uncontrolled asthma compared to those without OSAS. Children with severe asthma and OSAS had a higher number of exacerbations of asthma than asthmatic children without OSAS. The frequency of silent aspiration was higher among adults with uncontrolled severe asthma compared to controlled. Keywords: asthma, sleep apnea, dysphagia, corticosteroid. 93 X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Aaron SD, Fergusson D, Dent R, Chen Y, Vandemheen KL, Dales RE. Effect of weight reduction on respiratory function and airway reactivity in obese women. Chest,125(6):2046-52, 2004. 2. Alharbi M, Almutairi A, Alotaibi D, Alotaibi A, Shaikh S, BaHammam AS. The prevalence of asthma in patients with obstructive sleep apnoea. Prim Care Respir J,18(4):328-330, 2009. 3. Alkhalil M, Schulman ES, Getsy J. 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Zancanella E, Haddad FM, Oliveira LAMP, Nakasato A, Duarte BB, Soares CFP, Cahali MB, Eckeli A, Caramelli B, Drager L, Ramos BD, Nóbrega M, Fagondes SC, Andrada NC. Apneia Obstrutiva do Sono e Ronco Primário: Diagnóstico. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. 2012. 112 XI. ANEXOS ANEXO 1: PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA 113 114 ANEXO 2: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO E QUESTIONÁRIOS 115 CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO (quando menores de 18 anos) Eu,____________________________________________________,RG________________ _____CPF_____________________, pai (mãe) ou responsável pelo menor_______________________________________________, estou sendo convidado (a) e concordo que o meu filho(a) ou tutelado (a) participe do estudo: , como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador_______________________ sobre a pesquisa PREVALÊNCA DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO EM ADOLESCENTES COM ASMA PERSISTENTE GRAVE. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/ tratamento. Esta pesquisa tem como objetivo identificar se o paciente apresenta doença respiratória obstrutiva durante o sono. Fui informado (a) sobre os possíveis desconfortos, benefícios e, sobretudo, os direitos do meu filho(a) ou tutelado (a) de abandonar o estudo caso eu queira, sem prejuízo para o atendimento ou tratamento.Também fui informado(a) que os dados colhidos serão mantidos em sigilo, sendo utilizados, resguardando a identificação do paciente, para fins de publicação científica em revistas especializadas e de relatórios técnicos dirigidos a instituições de saúde e de pesquisa; ou seja, os dados serão publicados sem constar o nome do paciente(ou iniciais do nome) e o meu endereço. As implicações da participação voluntária, incluindo a natureza, duração e objetivo do estudo, os métodos e meios através dos quais deve ser conduzido e as inconveniências que poderão ser naturalmente esperados foram explicados por______________________________________________ (nome do investigador) no _____________________________________________(endereço e telefone). Autorizo a realização do estudo do sono durante toda uma noite (polissonografia noturna) para o objeto deste estudo e para identificar se meu meu filho(a) ou tutelado (a) apresenta algum distúrbio respiratório do sono. Autorizo também a realização do exame para avaliação das cavidades nasais, chamado endoscopia nasosinusal, para o objeto deste estudo e, para identificar se meu filho(a) ou tutelado (a) apresenta alguma alteração das cavidades nasais. Também autorizo a avaliação endoscópica da deglutição para o objeto 116 deste estudo, bem como para identificar se meu filho(a) ou tutelado (a) apresenta alguma dificuldade ao engolir os alimentos.Entendo também que eu tenho o direito para a qualquer momento revogar o meu consentimento e retirar o nome do meu filho(a) ou tutelado (a) do estudo sem sofrer nenhuma punição ou interrupção da assistência ou tratamento. Além disso, compreendo que será solicitada a realização desses exames após 60 dias de tratamento com otorrinolaringologista, pneumologista, fisioterapeuta (exercícios para corrigir a respiração), fonoaudióloga (exercícios para corrigir a deglutição) e CPAP (aparelho para ser utilizado quando tem dificuldade para respirar durante a noite). Minha recusa em participar deste estudo não resultará em punições ou perda de benefícios a que meu filho(a) ou tutelado (a) tenha direito. Salvador, ___________________________________. Assinatura do sujeito responsável ou impressão digital: Assinatura do menor de idade, quando apto a fazê-lo: Investigadores Principais: Dr. Álvaro Cruz Drª. Regina Terse Universidade Federal da Bahia Drª. Iza Cristina Salles de Castro Universidade Federal da Bahia 117 Questionário utilizado para avaliação clínica dos pacientes com asma persistente grave e controles, acompanhadas em um Centro de Referência em Salvador-BahiaBrasil. NOME ____________________________________________________________________ Registro no PROAR: ________________________________________________________ Endereço: __________________________________________________________________ Telefone: ___________________________________________________________________ Responsável pela criança: ______________________________________________________ A. Dados demográficos e gerais: Data do exame otorrinolaringológico (dia/mês/ano) Data de nascimento (dia/mês/ano) Idade (anos/meses) Gênero Peso (Kg) Altura (cm) Prematuro (quantas semanas?) Escolaridade materna Escolaridade paterna Renda mensal familiar Quando teve diagnóstico de asma: Masculino ( ) Feminino ( ) 118 B. QUESTIONÁRIO : RINITE ALÉRGICA: fazer um circulo ao redor da condição da criança Sintomas Intermitentes Sintomas Persistentes = 4 dias por semana OU < 4 semanas > 4 dias por semana E > 4 semanas Leve Moderados a Graves • sono normal um ou vários dos seguintes: • actividades diárias, desporto e lazer sem alterações • alterações do sono • sem interferência no desempenho profissional e/ou escolar • alteração nas actividades diárias, desporto, lazer • sem sintomas incômodos • interferência no desempenho profissional e/ou escolar • sintomas incómodos e perturbadores REFERÊNCIA: Adaptado de Rinite Alérgica e o seu Impacto na Asma (ARIA). Tratamento dos Sintomas da Rinite Alérgica na Farmácia: ARIA na Farmácia. 2003. Disponível em http://www.whiar.org. C. DADOS RELATIVOS À ASMA : Hospitalização nos últimos 12 meses? Quantas? Sim ( ) Não ( ) Quando? Número médio de dias que cada hospitalização dura: Pneumonias nos últimos 12 meses? Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Alguém na sua família tem asma? Sim ( ) Não ( ) Alguém na sua família tem rinite alérgica? Sim ( ) Não ( ) Alguém fuma onde a criança mora? Sim ( ) Não ( ) Quantas? Quando? Tem tosse seca? Quantas vezes que isso acontece por semana? Existe um período do dia que o horário da tosse é mais freqüente? 119 D. ASTHMA CONTROL TEST (ACT) – quando > 12 anos o próprio paciente responde; quando <12 anos, os pais ou responsáveis respondem. Nas últimas 4 semanas, com que frequência a asma impediu seu (sua) filho (a) de fazer coisas no trabalho, na escola ou em casa? (1) O tempo todo (2) A maior parte do tempo (3) Algumas vezes (4) De vez em quando (5) Nunca Durante as últimas 4 semanas, com que freqüência seu (sua) filho (a) teve falta de ar? (1) Mais de uma vez ao dia (2) Uma vez ao dia (3) Três a seis vezes por semana (4) Uma a duas vezes por semana (5) Nunca Nas últimas 4 semanas, com que frequência seu (sua) filho (a) teve sintomas da asma (chiado no peito, tosse, falta de ar, aperto no peito ou dor) acordaram você durante a noite ou de manhã mais cedo do que de costume ? (1) Quatro ou mais noites por semana (2) Duas ou mais noites por semana (3) Uma vez por semana (4) Uma ou duas vezes (5) Nunca Nas últimas 4 semanas, com que frequência seu (sua) filho (a) usou sua medicação de alívio, como o inalador ou seu nebulizador (como por exemplo, salbutamol ou fenoterol) ? (1) Três ou mais vezes por dia (2) Uma ou duas vezes por dia (3) Duas ou três vezes na semana (4) Uma vez por semana ou menos (5) Nunca Como você avaliaria o controle da asma seu (sua) filho (a) durante as últimas quatro semanas? (1) Não controlada (2) Mal controlada (3) Um pouco controlada (4) Bem controlada (5) Completamente controlada Total de pontos: > 20 : asma controlada Entre 16 e 19: parcialmente controlada; < 15 : não controlada SCORE 120 Nos últimos 12 meses, seu(a) filho(a) tem utilizado medicamento via oral? Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Há quanto tempo seu(a) filho (a) tem usado esse medicamento via oral? Qual o medicamento via oral que seu(a) filho(a) tem tomado? Qual a dosagem do medicamento via oral que seu(a) filho(a) tem tomado? Nos últimos 12 meses, seu(a) filho(a) tem utilizado medicamento inalatório via oral? Há quanto tempo seu(a) filho (a) tem usado esse medicamento inalatório? Qual o medicamento via oral que seu(a) filho(a) tem usado? Qual a dosagem do medicamento inalatório via oral que seu(a) filho(a) tem usado? Nos últimos 12 meses, seu(a) filho(a) tem utilizado medicamento inalatório nasal? Há quanto tempo seu(a) filho (a) tem usado esse medicamento via oral? Qual o medicamento inalatório nasal que seu(a) filho(a) tem usado? Qual a dosagem do medicamento nasal que seu(a) filho(a) tem usado? Nos últimos 12 meses, seu(a) filho(a) tem necessitado fazer uso de algum outro medicamento? Há quanto tempo seu (a) filho (a) tem usado esse medicamento via oral? Qual o medicamento que seu (a) filho (a) tem usado? Qual a dosagem desse medicamento e com que frequência tem utilizado? E. MEDICAMENTOS EM USO: 121 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO- maior ou igual a 18 anos Eu____________________________________________________,RG________________ _____CPF_____________________, estou sendo convidado(a) e concordo em participar do estudo, como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador_______________________ sobre a pesquisa PREVALÊNCA DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO EM PACIENTES COM ASMA PERSISTENTE GRAVE. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/assistência/ tratamento. Esta pesquisa tem como objetivo identificar se o paciente apresenta doença respiratória obstrutiva durante o sono. Fui informado (a) sobre os possíveis desconfortos, benefícios e, sobretudo, os meus direitos de abandonar o estudo caso eu queira, sem prejuízo para o atendimento ou tratamento.Também fui informado(a) que os dados colhidos serão mantidos em sigilo, sendo utilizados, resguardando a identificação do paciente, para fins de publicação científica em revistas especializadas e de relatórios técnicos diigidos a insttuições de saúde e de pesquisa; ou seja, os dados serão publicados sem constar o nome do paciente(ou iniciais do nome) e o meu endereço. As implicações da participação voluntária, incluindo a natureza, duração e objetivo do estudo, os métodos e meios através dos quais deve ser conduzido e as inconveniências que poderão ser naturalmente esperados foram explicados por______________________________________________ (nome do investigador) no _____________________________________________(endereço e telefone). Autorizo a realização do estudo do sono durante toda uma noite (polissonografia noturna) para o objeto deste estudo e para identificar se eu apresento algum distúrbio respiratório do sono. Autorizo também a realização do exame para avaliação das cavidades 122 nasais, chamado endoscopia nasosinusal, para o objeto deste estudo e, para identificar se eu apresento alguma alteração das cavidades nasais. Também autorizo a avaliação endoscópica da deglutição para o objeto deste estudo, bem como para identificar se eu apresento alguma alteração ao engolir os alimentos. Entendo também que eu tenho o direito para a qualquer momento revogar o meu consentimento e retirar-me do estudo sem sofrer nenhuma punição ou interrupção da assistência ou tratamento. Além isso, compreendo que será solicitado a realização desses exames após 60 dias de tratamento com otorrinolaringologista, pneumologista, fisioterapeuta (exercícios para corrigir a respiração), fonoaudióloga (exercícios para corrigir a deglutição) e CPAP (aparelho para ser utilizado quando tem dificuldade para respirar durante a noite). Minha recusa em participar deste estudo não resultará em punições ou perda de benefícios a que tenho direito. Salvador, ___________________________________. Assinatura do sujeito responsável ou impressão digital: Investigadores Principais: Dr. Álvaro Cruz Drª. Regina Terse Universidade Federal da Bahia Universidade Federal da Bahia Drª. Iza Cristina Salles de Castro 123 Questionário utilizado para avaliação clínica dos pacientes com asma persistente grave, acompanhadas em um Centro de Referência em Salvador-Bahia-Brasil. NOME ____________________________________________________________________ Registro no PROAR: ________________________________________________________ Endereço: __________________________________________________________________ Telefone: ___________________________________________________________________ A. DADOS DEMOGRÁFICOS E GERAIS: Data do exame otorrinolaringológico (dia/mês/ano) Data de nascimento (dia/mês/ano) Idade (anos/meses) Gênero Masculino ( ) Feminino ( ) Peso (Kg) Altura (cm) Circunferência cervical(cm) Circunferência abdominal (cm) Prematuro (quantas semanas?) Solteiro ( ) Casado ( ) Divorciado ( ) Viúvo ( ) Escolaridade do paciente: Escolaridade do cônjuge: Quando teve diagnóstico de asma: Hospitalização nos últimos 12 meses? Quantas? Número médio de dias que cada hospitalização dura: Sim ( ) Quando? Não ( ) Não sei ( ) 124 Pneumonias nos últimos 12 meses? Sim ( ) Quantas? Não ( ) Não sei ( ) Quando? B. QUESTIONÁRIO - RINITE ALÉRGICA: Sintomas Intermitentes Sintomas Persistentes = 4 dias por semana > 4 dias por semana OU < 4 semanas E > 4 semanas Leve Moderados a Graves • sono normal um ou vários dos seguintes: • actividades diárias, desporto e lazer sem alterações • alterações do sono • sem interferência no desempenho profissional e/ou • alteração nas actividades diárias, desporto, lazer escolar • interferência no desempenho profissional e/ou escolar • sem sintomas incômodos • sintomas incómodos e perturbadores REFERÊNCIA: Adaptado de Rinite Alérgica e o seu Impacto na Asma (ARIA). Tratamento dos Sintomas da Rinite Alérgica na Farmácia: ARIA na Farmácia. 2003. Disponível em http://www.whiar.org. C. ESCALA DE SONOLÊNCIA DE EPWORTH SITUAÇÃO CHANCE DE COCHILAR 1. Sentado e lendo 0 1 2 3 2. Vendo televisão 0 1 2 3 3. Sentado em um lugar público, sem atividade (sala de espera, cinema, reunião) 0 1 2 3 4. Como passageiro de trem, carro ou ônibus andando uma hora sem parar 0 1 2 3 5. Deitado para descansar circunstâncias permitem 0 1 2 3 6. Sentado e conversando com alguém 0 1 2 3 7. Sentado, calmamente, após almoço sem álcool 0 1 2 3 8. Se estiver de carro, enquanto ara por alguns minutos 0 1 2 3 à tarde, quando as 125 no trânsito ntenso 0=nenhuma chance de cochilar, 1=pequena chance de cochilar, 2=moderada chance de cochilar, 3=alta chance de cochilar. Será utilizado o valor de 10 como divisor de normalidade da escala de Epworth assim como em sua versão original. D. ASTHMA CONTROL TEST (ACT) – PACIENTES > 12 ANOS Nas últimas 4 semanas, com que frequência sua asma o impediu de fazer coisas no trabalho, na escola ou em casa? (6) O tempo todo (7) A maior parte do tempo (8) Algumas vezes (9) De vez em quando (10) Nunca Durante as últimas 4 semanas, com que frequência você teve falta de ar? (6) Mais de uma vez ao dia (7) Uma vez ao dia (8) Três a seis vezes por semana (9) Uma a duas vezes por semana (10) Nunca Nas últimas 4 semanas, com que frequência seus sintmas da asma (chiado no peito, tosse, falta de ar, aperto no peito ou dor) acordaram você durante a noite ou de manhã mais cedo do que de costume? (6) Quatro ou mais noites por semana (7) Duas ou mais noites por semana (8) Uma vez por semana (9) Uma ou duas vezes (10) Nunca Nas últimas 4 semanas, com que frequência você usou sua medicação de alívio, como o inalador ou seu nebulizador (como por exemplo, salbutamol ou fenoterol)? (6) Três ou mais vezes por dia (7) Uma ou duas vezes por dia (8) Duas ou três vezes na semana (9) Uma vez por semana ou menos (10) Nunca Como você avaliaria o controle da sua asma durante as últimas quatro semanas? (6) Não controlada (7) Mal controlada (8) Um pouco controlada (9) Bem controlada (10) Completamente controlada Total de pontos: > 20 : asma controlada SCORE 126 Entre 16 e 19: parcialmente controlada < 15 : não controlada E. MEDICAMENTOS EM USO: Nos últimos 12 meses, você tem utilizo algum medicamento via oral? Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Sim ( ) Não ( ) Há quanto tempo você tem usado esse medicamento via oral? Qual o medicamento via oral que você tem tomado? Qual a dosagem do medicamento via oral que você tem tomado? Nos últimos 12 meses, você tem utilizado medicamento inalatório via oral? Há quanto tempo você tem usado esse medicamento inalatório via oral? Qual o medicamento via oral que você tem usado? Qual a dosagem do medicamento inalatório que você tem usado? Nos últimos 12 meses, você tem utilizado medicamento inalatório nasal? Há quanto tempo você tem usado esse medicamento via oral? Qual o medicamento nasal que você tem usado? Qual a dosagem do medicamento inalatório nasal que você tem usado? Nos últimos 12 meses, você tem necessitado fazer uso de algum outro medicamento? Há quanto tempo você tem usado esse medicamento via oral? Qual o medicamento que você tem usado? Qual a dosagem desse medicamento e com que frequência tem utilizado? 127 ANEXO 3: ARTIGOS PUBLICADOS 128 ANEXO 3: ARTIGOS PUBLICADOS ANEXO 4: ARTIGO CONCORRENDO AO PRIMEIRO LUGAR PRÊMIO CLINICAL MEDICAL 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 ANEXO 4: ARTIGO CONCORRENDO AO PRIMEIRO LUGAR PRÊMIO CLINICAL MEDICAL 147 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde Associação Entre Apneia Obstrutiva do Sono e Asma Grave Não Controlada Salvador 2013 148 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde Associação Entre Apneia Obstrutiva do Sono e Asma Grave Não Controlada Autores: Iza Cristina Salles de Castro Regina Terse Trindade-Ramos Carla Daltro Paula Almeida Verônica Maria Cadena Lima Adelmir Sousa Machado Álvaro A. Cruz Salvador 2013 149 I. RESUMO Introdução: Há séculos é conhecido o agravamento dos sintomas da asma durante a noite, assim como maior mortalidade durante a noite e primeiras horas da manhã. Sintomas noturnos ocorrem em 60-74% dos asmáticos e são marcadores de controle inadequado da doença. A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS) corresponde a obstrução parcial ou completa das vias aéreas superiores (VAS) durante o sono, gerando hipercapnia e hipoxemia recorrentes. Além de dessaturações mais graves, os pacientes asmáticos de difícil controle podem ter SAOS como um mecanismo que favorece a resistência ao tratamento. Não foi encontrado nenhum estudo na literatura da América Latina que tenha investigado a SAOS em pacientes com asma grave. Objetivo Principal: Investigar possível associação entre índice de apneia e hipopneia (caracteriza SAOS), e escore do Asthma Control Test (ACT) (questionário para avaliação do controle da asma), validado no Brasil. Objetivo Secundário: estimar a prevalência da SAOS em pacientes com asma grave e grupo controle. Material e Métodos: Estudo do tipo corte transversal com 79 asmáticos graves e 50 controles. Todos foram submetidos à aplicação de questionário, espirometria e polissonografia noturna (adotado o índice de apneia e hipopneia (IAH) > 15 eventos/hora para diagnóstico da SAOS). Resultados: SAOS foi diagnosticada em 34 (43%) dos asmáticos graves e em 11 (22%) do grupo controle (p=0,015). A prevalência de SAOS foi maior no grupo com asma não controlada 150 quando comparado àquele com asma controlada (76,2% vs 31,0%; p < 0,001; RP: 2,5 IC95%: 1,6 – 3,9). Observou-se correlação inversa entre o IAH e ACT (rS: - 0,224; p = 0,048). Conclusão: Este estudo mostrou elevada prevalência da SAOS nos pacientes com asma grave e uma associação positiva e estatisticamente significante entre SAOS e a dificuldade em controlar a asma. Aqueles com SAOS têm probabilidade 2,5 vezes maior de apresentar asma não controlada quando comparados àqueles sem SAOS. Palavras-chaves: asma, apneia do sono, adulto. 151 I. INTRODUÇÃO A asma é uma doença inflamatória crônica com hiperreatividade das vias aéreas inferiores (VAI) e limitação variável ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se, particularmente à noite e pela manhã ao despertar1, causa grande morbidade e impacto socioeconômico elevado1. Estima-se um gasto anual com asma nos Estados Unidos de 11 bilhões de dólares2. Metade desses recursos é gasta com hospitalizações. Apenas 20% dos asmáticos têm a forma grave da doença, porém consomem 80% dos recursos destinados à asma2. Anualmente ocorrem cerca de 350.000 internações por asma no Brasil, constituindo-se a quarta causa de hospitalização pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e a terceira causa entre crianças e adultos jovens3. Em 1996, os custos do SUS com internação por asma foram de 76 milhões de reais, e o terceiro maior valor gasto com uma doença. Um estudo multicêntrico da asma realizado em 56 países mostrou que o Brasil encontra-se em 8º lugar, com uma prevalência média de 20%4. A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) corresponde a episódios de obstrução completa ou parcial das vias aéreas superiores 152 (VAS) que ocorrem durante o sono5. O fluxo aéreo é diminuído na hipopnéia ou completamente interrompido na apnéia, resultando episódios intermitentes de hipoxemia, hipercapnia, microdespertares e fragmentação do sono5. Segundo Young et al., 1993, esta doença acomete 4% dos homens e 2% das mulheres6. As publicações relacionando SAOS e asma grave são raras a nível internacional e ausentes na América Latina, logo a proposta principal deste estudo é investigar possível associação entre índice de apneia e hipopneia, que caracteriza a SAOS, e o escore do Asthma Control Test (ACT), questionário utilizado para investigar o controle da asma, validado no Brasil. II. REVISAO DE LITERATURA: A SAOS e asma noturna são consideradas como processos distintos que partilham sinais e sintomas semelhantes, que podem se sobrepor e se confundirem. Essas patologias podem resultar em sono fragmentado e sonolência excessiva diurna7. Podem manifestar-se por episódios recorrentes de asfixia, tosse e falta de ar durante o sono. Ambas envolvem despertares frequentes associadas a limitações funcionais no fluxo de ar e aumento do esforço respiratório, com a consequente dessaturação durante o sono8. A presença dos Distúrbios Respiratórios do Sono (DRS) e da asma noturna no mesmo indivíduo não é incomum7. Larsson et al.7, através de questionário constataram que 21,3% dos pacientes com queixa de sibilo também apresentavam apnéia do sono assistida e que 17% das que tinham diagnóstico de asma apresentavam apnéia do sono assistida. Isto pode ser devido em parte à alta prevalência de cada doença na população em geral 7. 153 No entanto, isso também pode ser resultado da patogênese sobreposta 7. Theodoropoulos et al.9, observaram que o ronco, em adultos, foi referido em 86% dos asmáticos, sendo que o ronco habitual mostrou associação com a asma mais grave. Logo, tem-se observado que os sintomas de DRS são comuns em pacientes asmáticos e se associa com a gravidade da asma. DRS geralmente produzem efeitos adversos sobre a asma. A função respiratória também é menor durante o sono Rapid Eye Moviment (REM), com uma diminuição no volume corrente e da capacidade residual funcional e maior variação respiratória, predispondo a maior labilidade na oxigenação e ventilação10. A hipóxia intermitente na SAOS conduz a uma nova diminuição tanto na VEF1 quanto na capacidade vital10. Pacientes com SAOS e asma noturna apresentam pico mais baixo nas taxas de fluxo expiratório. Sendo assim, a pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) é altamente eficaz no tratamento da SAOS e DRS, também tem-se mostrado melhora dos sintomas dos asmáticos que também apresentam SAOS. Entretanto, o uso de CPAP em asmáticos e que não são apnéicos, não tem se mostrado eficaz, além de poder prejudicar a qualidade do sono 10. A asma se caracteriza por uma inflamação da via aérea que acarreta limitação ao fluxo aéreo, seja através de broncoconstricção, edema de via aérea, formação crônica de muco ou remodelamento brônquico 11. Takemura e col.12, estudaram pacientes sem outro processo inflamatório, porém asmáticos em uso de corticóide inalatório, e pacientes asmáticos que não estavam usando corticóide inalatório, e observaram valores elevados da proteína C no grupo dos pacientes asmáticos que não estavam usando o 154 corticóide inalatório. Por outro lado, pacientes com SAOS são expostos cronicamente a hipóxia recorrente e a fragmentação do sono, apresentando um processo inflamatório crônico de tal forma que os níveis da proteína Creativa apresentam-se elevados13. Esses estudos confirmam que ocorre uma sobreposição do processo inflamatório entre pacientes asmáticos que têm apneia obstrutiva do sono, o que pode vir a agravar a asma. Com base nesses fatos, consideramos de grande importância investigar a apneia obstrutiva do sono em pacientes com asma grave. III. OBJETIVOS Objetivo Principal: Investigar possível associação entre índice de apneia e hipopneia (que caracteriza a SAOS), e escore do Asthma Control Test (ACT) (questionário para controle da asma), validado no Brasil. Objetivo Secundário: Estimar a prevalência da SAOS em pacientes com asma persistente grave em um centro de referência em Salvador-Bahia. IV. METODOLOGIA: Desenho do estudo: prospectivo do tipo corte transversal. Técnica de amostragem: Fizeram parte deste estudo, pacientes com diagnóstico clínico e funcional de asma grave e inscritos no Programa para o Controle da Asma na Bahia (ProAR), em Salvador-Ba, os quais foram 155 selecionados de forma consecutiva. Para o grupo controle foram selecionados cônjuges dos pacientes com asma grave ou pessoas voluntárias que faziam parte da comunidade dos pacientes. Critérios de inclusão para o grupo asma grave: ter diagnóstico da asma grave, estar registrado e em acompanhamento no ProAR, idade entre 18-65 anos, responder ao questionário, permitir realização da espirometria com prova broncodilatora e polissonografia noturna. Critérios de Não inclusão: síndromes genéticas, doenças debilitantes, doenças neurológicas, gestação. Critérios de inclusão e não-inclusão para o grupo controle: foram adotados os mesmos critérios para o grupo asma grave, no entanto NÃO poderiam ter história de asma. Variáveis estudadas: idade, sexo, cor, peso, altura, idade dos primeiros sintomas da asma e dos distúrbios respiratórios do sono, idade do diagnóstico da asma, número de hospitalizações no último ano, número de episódios de pneumonias, medidas das espirometrias, dificuldade para respirar à noite, sono inquieto. Variável dependente: controle da asma; e as independentes: idade, sexo, características clínicas, achados da espirometria e dados polissonográficos. O questionário Asthma Control Test (ACT) foi validado no Brasil por Roxo et al., e é constituído por cinco perguntas que investigam os sintomas, uso de medicação de alívio e efeito da asma nas atividades diárias sem a necessidade de medidas de função pulmonar14,15. Este questionário apresenta elevada sensibilidade (93%) e especificidade (74%) para 156 discriminar a asma controlada da asma não controlada16. Consideramos a asma parcialmente controlada como asma não controlada. As espirometrias foram realizadas com prova farmacodinâmica para os pacientes com asma grave, e sem prova farmacodinâmica para o grupo controle. Para tal procedimento foi utilizado o aparelho KOKO, sendo possível determinar Capacidade Vital Forçada (CVF), VEF 1 e Fluxo Expiratório Forçado entre os 25 e 75% da CVF (FEF25-75%), e avaliadas após inalação com broncodilatador, segundo normas da American Thoracic Society e a tabela de Knudson para crianças. Foi aceito o nível percentual de 80%, com relação aos valores previstos para altura e sexo, como limite inferior da normalidade para os parâmetros Pico de Fluxo Expiratório (PFE), CVF, VEF1 e relação VEF1/CVF. Para o FEF25-75%, aceitando-se o limite inferior de 70%. Seguindo as recomendações do Global Initiative for Asthma1. Os pacientes com asma grave e grupo controle foram submetidos ao estudo polissonográfico, em ambiente silencioso, com temperatura e iluminação adequada para o exame. O exame foi conduzido durante toda a noite em sono espontâneo, sem nenhuma sedação ou privação do mesmo e tendo sido evitados alimentos estimulantes (café, chocolate, refrigerantes e chá preto). A polissonografia foi realizada no Laboratório do Sono, através de equipamento Eletroencefalograma computadorizado (EEG) (C4-A1, Alice 5. C3-A2, Foram O2-A1 registrados: e O1-A2), Eletrooculograma (EOG), e Eletromiografia (EMG) de tibiais anteriores e mento, eletrocardiograma (ECG). Os movimentos respiratórios foram observados através da faixa torácica e abdominal, a saturação de oxigênio 157 através de oxímetro de pulso. Também foi utilizada tanto a cânula oronasal como o termistor para medir o fluxo oronasal em todos os pacientes, o ronco foi medido através de um microfone colocado na região do pescoço. Para laudar a polissonografia, foram utilizados os critérios da “The Manual for the Scoring of Sleep and Associated Events: Rules, Terminology and Technical Specifications”, American Academy of Sleep Medicine17, 2007, para estadiamento e marcacao de eventos na Polissonografia, considerando-se os estagios do sono: Estágio W (vigília), Estágio N1, Estágio N2, Estágio N3, Estágio R (REM). O sono sincronizado ou sono NREM (não REM): dividindo-se em três fases ou estágios (N1, N2, N3), segundo o aumento da profundidade deste. Para a marcação dos eventos respiratórios foram adotadas os seguintes sensores e critérios: Apneia: o sensor utilizado foi o termístor (termopar) oronasal. Admitindo-se uma redução do sinal do termistor ≥ 90% da linha de base, com duração mínima de 10 segundos, sendo que pelo menos 90% da duração do evento deveria obedecer a este criterio de redução. Quando as apneias ou hipopneias > 10 segundos, pelo menos 9 segundos deveriam encontrar o critério de 90% de queda da amplitude. A dessaturação não foi critério para marcação das apneias. A apneia foi classificada de acordo com o esforço inspiratório (medido pelas cintas) em: Apneia Obstrutiva – critérios para apneia citados acima associados a presença de esforço inspiratório durante o período total da ausência do fluxo aéreo. Apneia Central – critérios para apneia citados acima associados a ausência de esforço inspiratório durante o período total da ausência do fluxo aéreo; Apneia Mista – critérios para apneia citados acima associados a ausência de 158 esforço inspiratório durante o período inicial do evento, seguido por reaparecimento do esforço inspiratório na segunda parte do evento. Hipopneia: o sensor utilizado foi o transdutor de pressão nasal (cânula nasal), e todos os seguintes critérios: queda da amplitude do registro do transdutor de pressão ≥ 50% da linha de base, duração mínima = 10 segundos; dessaturação ≥ 3% ou despertar associado; pelo menos 90% da duração do evento encontra o critério de redução. Quando a hipopneia > 10 segundos, pelo menos 9 segundos deveriam encontrar o critério de 90% de queda da amplitude. boa noite: horário que as luzes foram apagadas; bom dia: horário que as luzes foram acessas; tempo total de registro (TTR): tempo desde o “boa noite” até o “bom dia” (min); tempo total do sono (TTS): tempo estagiado como N1, N2, N3 e REM (min); latência do sono: tempo entre “boa noite” até a 1ª época de qualquer estágio do sono (min); latência do sono REM: tempo entre a “latência do sono” e a 1ª época de sono REM (min); tempo de vigília após o início do sono: tempo de vigília durante o TTR, excluindo-se a “latência do sono” (min); eficiência do sono: TTS/TTR x 100 (%); tempo em cada estágio do sono (min); percentual do TTS em cada estágio: tempo em cada estágio do sono (min)/TTS x 100; número de despertares; índice de despertares: (número de despertares x 60)/TTS; número total de despertares relacionados ao esforço respiratório; número total de dessaturações de O2 ≥ 3% ou ≥ 4%; índice de dessaturações de O2 ≥ 3% ou ≥ 4%. O despertar foi marcado durante estágios N1, N2, N3 ou R diante de uma alteração abrupta da frequência do EEG incluindo alfa, teta e/ou frequências maiores que 16 Hz (mas, não fusos) por um período de pelo menos 3 segundos, com pelo menos 10 segundos de sono estável, 159 precedendo a alteração. Para a marcação de despertar durante REM foi considerado, também, um aumento concomitante no EMG submentoniano durando pelo menos 1 segundo. O índice total de despertares corresponde ao número de microdespertares dividido pelo número total de horas de sono. O índice de apneia e hipopneia obstrutiva do sono foi definido como número de apneias obstrutivas e hiponeias obstrutivas. O paciente foi considerado como apneico quendo o índice de apneia e hipopneia obstrutiva do sono > 15 eventos/hora de sono. Ética em pesquisa: Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Universidade Federal da Bahia (Parecer 088/2010). O paciente ao concordar em participar do trabalho deverá assinar termo de consentimento livre e esclarecido. Pacientes com apneia obstrutiva do sono estão sendo tratados e acompanhados pela Dra Iza Cristina Salles de Castro. Análise estatística: Para o cálculo do tamanho amostral da Prevalência da SAOS em pacientes com asma grave foi utilizado o programa Pepi-Sample e os seguintes parâmetros: nível de confiança de 95%, prevalência estimada para SAOS em pacientes com asma persistente grave: 20%, população de onde será retirada a amostra de aproximadamente 2000 pacientes com asma grave cadastrados no PROAR; 10% como diferença aceitável da prevalência. Então, para responder aos objetivos, o tamanho amostral foi de 60 pacientes, considerando a possibilidade de 10% de perdas, logo a amostra calculada foi de 66 pacientes. Para o grupo controle 160 foram convidados 50 pessoas que fossem cônjuges ou acompanhantes que não fossem co-sanguíneos e sem história de asma. Para tabulação e análise dos dados foi utilizado o programa estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). As variáveis quantitativas foram (AIQ). As variáveis qualitativas foram expressas através de frequências simples e relativas. Para comparação de duas médias foram utilizados os testes t de Student ou Mann-Whitney. Para comparação de proporções foi utilizado teste do Qui-quadrado ou teste exato de Fisher. Para testar a correlação entre as variáveis foi utilizado teste de Spearman. A medida de associação utilizada foi a razão de prevalência e seu respectivo intervalo de confiança. Foram considerados significantes valores de p < 0,05. V. RESULTADOS Foram selecionados 79 pacientes com asma grave e 50 controles (sem asma). De acordo com os critérios de classificação da asma pelo GINA, 61 pacientes (77,2%) tinham asma não controlada, apesar do tratamento adequado, em acordo com os critérios das diretrizes; e 18 (22,8%) tinham asma controlada. Os dados demográficos, características clínicas, espirométricas dos pacientes adultos com asma grave e grupo controle estão representadas na Tabela 1. 161 Tabela 1 – Dados demográficos, características clínicas e espirométricas dos pacientes adultos com asma grave e grupo controle Variáveis Pacientes com asma Grupo controle Valor p (n=79) (n=50) Idade, média (DP),anos 56(11) 52(12) 0,097 Sexo feminino,% 65 (82) 36 (72) 0,188 29(5) 28(5) 0,352 36 (3) 36(5) 0,896 IMC, média (DP), kg/m 2 Circunferência cervical, média (DP),cm Circunferência abdominal, média(DP),cm 95(12) 96(11) 0,647 3.190(3.190 -5.268) 4.682(3.640-7.141) <0,001 36 (46) 26 (52) 0,476 CVF %, (mediana/quartis) 80(66-92) 95(86-103) <0,001 VEF1, %, (mediana/quartis) 66(54-81) 96(84-103) <0,001 19 (24) 3 (6) 0,008 2 (3) 1 (2) 0,845 Renda familiar anual (US$) (mediana/quartis) Pacientes respiração oral, No.(%) Hospitalização (últimos 12 meses), No(%) Pneumonia (últimos 12 meses), No(%) IMC= índice de massa corpórea; PA: pressão arterial; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF: capacidade vital forçada. A tabela 2 compara os dados demográficos, características clínicas e espirométricas dos 79 pacientes adultos com asma grave controlada e não controlada. Tabela 2– Dados demográficos, características clínicas e espirométricas dos pacientes adultos com asma grave controlada e não controlada. Variável Asma controlada com Asma não controlada tratamento apesar do tratamento (N=58) (N=21) Idade, média (DP),anos 54,7(11,0) 56,4(1,6) Valor p 0,566 Sexo feminino, n (% ) 49 (84,5) 16 (76,2) 0,394 IMC, média (DP), kg/m2 28,7 (5,2) 29,8(5,3) 0,421 Circunferência cervical, média (DP),cm 35,8 (3,5) 37,3 (2,9) 0,070 Circunferência abdominal, média(DP),cm Renda familiar anual (US$) (mediana/quartis) Idade início da asma, (mediana/quartis),anos 93,7 (11,7) 99,4(10,3) 0,042 3.184 (3.348- 5.853) 3.190 (3.190- 3.804) 0,344 25 (10 -39) 21 (11- 30) 0,398 Pacientes respiração oral, No.(%) 28 (48,2) 8 (38,1) 0,422 Pacientes rinite crônica, No.(%) 57 (98,3) 21(100,0) 1,000 ACT escore, média (DP) 22,0 (2,6) 13,4 (3,6) <0,001 CVF% , (mediana/quartis) 82 (68-94) 76 (60-84) 0,571 VEF1, %, (mediana/quartis) 66 (56-81) 61 (52-72) 0,602 9 (15.5) 10 (47,6) 0,006 0 (0) 2 (9,5) 0,017 Hospitalização (últimos 12 meses), No(%) Pneumonia (últimos 12 meses), No(%) IMC= índice de massa corpórea; PA: pressão arterial; VEF1: volume expiratório forçado no primeiro segundo; CVF: capacidade vital forçada. 162 A síndrome da apneia obstrutiva do sono foi observada em 34 (43%) dos pacientes adultos com asma grave e em 11 (22%) dos pacientes adultos do grupo controle (p=0,015). A tabela 3 compara as variáveis polissonográficos entre os pacientes com asma grave e grupo controle. Tabela 3 – Dados polissonográficos dos pacientes adultos com asma grave e grupo controle Variáveis Pacientes com asma Grupo controle (n=79) (n=50) Valor p Latência sono, (mediana/quartis),min 10 (2 - 27) 7 ( 0,5 – 18) 0,353 Latência REM, (mediana/quartis),min 106 (67 – 199) 103 (66 – 162) 0,458 Tempo total sono, média (DP), min 336 + 80 316 + 75 0,159 Eficiência do sono, média (DP),% 78 + 13 74 + 15 0,195 1,7 (0,6 – 4,5) 1,5 (0,6 – 2,4) 0,134 59 + 16 63 + 12 0,102 Sono N3 (% TTS),(mediana/quartis),min 15,3 (8,1 – 20,7) 16,1 (9,8 – 22,2) 0,837 Sono REM (% TTS),(mediana/quartis),min 21 (11,5 – 28,6) 19,3 (13,7 24,6) 0,432 68,8 (33,6 – 102,4) 69,1 (45,5 – 112) 0,378 Número despertares (mediana/quartis) 75 (57 – 117) 61 (38,5 – 108) 0,113 Total eventos respiratórios (mediana/quartis) 49 (15 – 99) 15 (6,7 – 77) 0,024 Índice Apneia e Hipopneia, (mediana/quartis) 8,3 (2,8 – 19,8) 3 (1,3 – 13,7) 0,727 Saturação basal O2, média (DP) 95 + 1 96 + 2 0,123 Saturação mínima O2, média (DP) 86 + 7 89 + 6 0,101 10 (2 – 24) 0 (0 – 4) 0,000 Sono N1 (% TTS),(mediana/quartis) Sono N2 (% TTS), média (DP),% Tempo acordado após adormecer (mediana/quartis),min Número de dessaturações, média (DP) MC= índice de massa corpórea; TTS: tempo total de sono ; REM: Rapid eye moviment ; O2 = oxigênio. Comparando os grupos com asma grave controlada e não controlada observou-se maior frequência de SAOS no grupo com asma grave não controlada (31% vs 76,2%; p<0,001). A tabela 4 compara as variáveis polissonográficas entre os pacientes com asma grave controlada e não controlada. 163 Tabela 4 – Dados polissonográficos dos pacientes adultos com asma controlada e não controlada Asma Controlada Asma Não(n=58) Variáveis controlada (n=21) Latência sono, (mediana/quartis),min 10 ( 1,3 - 28) 12 ( 3 – 22) Valor p 0,978 Latência REM, (mediana/quartis),min 105 ( 68 – 199) 111 ( 66 – 214) 0,706 Tempo total sono, média (DP), min 332 + 83 346 + 71 0,480 Eficiência do sono, média (DP),% 77 + 13 78 + 13 0,830 Sono N1 (% TTS),(mediana/quartis) 2,3 ( 1 – 4,9) 1 (0,4 – 1,9) 0,027 Sono N2 (% TTS), média (DP),% 57 + 14 66 + 18 0,032 Sono N3 (% TTS),(mediana/quartis),min 16,8 (8,5 – 22,6) 10,9 (7,4 – 17,8) 0,051 Sono REM (% TTS),(mediana/quartis),min 21,8 (14,2 – 28,1) 13,3 (10,5 – 33,6) 0,239 Tempo acordado após adormecer, 62 (31 – 103) 74 (39,3 – 102) 0,594 Número despertares (mediana/quartis) 69 (51 – 95) 97 (72 – 133,5) 0,017 Total eventos respiratórios (mediana/quartis) 35 (11 – 82) 93 (49 – 127) 0,005 Índice Apneia e Hipopneia, (mediana/quartis) 5,3 (2 – 15) 16,7 (10,7 – 25,1) 0,004 Saturação basal O2, média (DP) 95 + 2 95 + 1 0,579 Saturação mínima O2, média (DP) 87 + 7 86 + 6 0,941 Número de dessaturações, média (DP) 9 (0 – 20) 24 (8 – 52) 0,009 (mediana/quartis),min IMC= índice de massa corpórea; TTS: tempo total de sono ; REM: Rapid eye moviment ; O2 = oxigênio. Observou-se correlação inversa entre o IAH e o ACT (rs= - 0,224; p = 0,048), conforme gráfico 1. 164 Gráfico 4: Gráfico Scater plot da correlação entre asthma control teste e índice de apneia e hipopneia VI.DISCUSSÃO VI.1. Prevalência da SAOS em pacientes com asma grave Este é o primeiro estudo realizado na América Latina que avalia a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono em pacientes com asma grave e observou-se uma alta prevalência desta síndrome neste grupo. Esse resultado reflete a prevalência de uma população geral de um centro de referência em asma grave, que investigou a apneia obstrutiva do sono, através da polissonografia noturna, realizada em laboratório do sono sob a supervisão de técnico especializado. Resultado semelhante foi obtido por Yigla, et al18. quando selecionaram 22 pacientes com asma grave, realizaram polissonografia noturna em laboratório do sono, consideraram RDI > 20 episódios/hora de sono para definir SAOS, e observaram que 9 (40,9%) pacientes com asma grave tiveram diagnóstico de SAOS. 165 Em outro estudo Julien et al.19, selecionaram pacientes adultos com asma leve, moderada e grave, para realizarem a polissonografia domiciliar. Pacientes com asma grave tiveram IAH = 23,6 + 1,8 eventos/hora; asma moderada de IAH = 19,5 + 3.3 eventos/hora; e para a asma leve o IAH = 9,9 + 1,07 eventos/hora (p < 0,001). Ao caracterizarem a apneia obstrutiva do sono através do IAH > 5 eventos/hora de sono associada a Escala de Epworth > 11, observaram que 50% pacientes com asma grave tiveram diagnóstico de apneia obstrutiva do sono. Julien et al.19, optaram pela polissonografia domiciliar, no entanto, esta modalidade caracteriza-se pela realização do estudo do sono sem a supervisão de um profissional treinado20. A American Academy of Sleep Medicine, em 2007, a contraindicação para a realização da polissonografia domiciliar em pacientes com sintomas de SAOS associados a comorbidades21. Ciftci et al.10, realizaram estudo com 43 pacientes adultos com sintomas noturnos da asma, independente da gravidade, em uso das medicações preconizadas pelo Global Initiative for Asthma e que há pelo menos seis meses apresentavam queixa de ronco. De acordo com a polissonografia, dezenove dos 21 pacientes com SAOS, apresentaram IAH > 15. Larsson et al.7, realizaram entrevista estruturada, exames clínicos, além de testes de função pulmonar e polissonografia noturna em 46 pacientes com história de tosse crônica, expectoração ou chiado recorrente. Desses, 52% tinham história de ronco e apresentaram IAH > 10 eventos/hora. Dos pacientes que tinham queixa de sibilância, foi observado 166 que 21,3% apresentavam apneia do sono e que 17% dos que tinham diagnóstico de asma apresentavam apneia do sono. Dessa forma, os achados do presente estudo convergem para a orientação do National Asthma Education and Prevention Program Expert Panel Report 3 que recomenda a investigação para a SAOS em pacientes com asma grave não-controlada22. VI.2 Associação Entre Apneia Obstrutiva do Sono e Controle Inadequado da Asma Grave No presente estudo, observou-se que os indivíduos com asma grave não controlada apresentavam uma maior frequência de SAOS quando comparado àqueles com asma sob controle. São várias as hipóteses que tentam justificar a elevada prevalência da SAOS em pacientes asmáticos, uma delas é o fato de que a SAOS e a asma noturna estão comumente associadas com a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que também, pode se manifestar de forma mais acentuada à noite e resultar em sintomas similares, independente desses transtornos23. Estas 3 entidades podem apresentar sintomas comuns e manifestações sinérgicas, compartilhando etiologias em comum, cada uma contribuindo com a presença e gravidade da outra 23,24 . A DRGE pode resultar em consequências nas VAS e inflamação das vias aéreas inferiores (VAI). O aumento da pressão negativa inspiratória gerada para superar a obstrução da VAS durante os episódios de apnéia podem precipitar o refluxo gástrico25. A SAOS geralmente 167 associa-se a respiração bucal, podendo levar a inspiração do ar seco e broncoconstricção posterior. Em suma, cada distúrbio pode causar ou agravar o outro26. No presente estudo foi observado correlação inversa entre o IAH e o ACT. Tem sido sugerido que asma e corticosteróides inalados podem resultar em disfunção dos músculos da faringe, predispondo à obstrução das VAS9. Teodorescu et al.9, quando avaliaram pacientes asmáticos que faziam uso regular de corticóide inalatório em baixas doses, observaram que estes apresentaram 2,29 mais chances de desenvolver SAOS do que pacientes que não usavam corticóide inalatório; aqueles que faziam uso de doses médias de corticóide inalatório, a chance aumentou para 3,67; e quando faziam uso de altas doses de corticoide inalatório a chance aumentou para 5,43. Teodorescu et al.9, afirmaram que as associações entre as doses de corticóide inalatório e a SAOS, podem estar relacionadas com os conhecidos efeitos adversos dos corticosteróides. Os corticóides inalatórios podem ser fator risco para a ocorrência de miopatias a nível da via aérea superior 27,28. Os autores hipotetizaram que os corticóides inalatórios em pacientes com asma poderiam comprometer os músculos dilatadores das vias aéreas superiores, funcionando como facilitador para a SAOS 29. Esses mesmos autores constataram que o risco de desenvolver SAOS é inversamente proporcional ao volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1)9. Uma das limitações do nosso estudo refere-se ao pequeno tamanho amostral, pois selecionamos pacientes com asma grave que corresponde a cerca de 10% dos pacientes que têm asma, mas enfatizamos a relevância deste estudo pois esta classe de pacientes com asma consome cerca de 168 80% dos recursos destinados a asma2. Apesar do presente estudo não ter como objetivo averiguar o comprometimento da atividade muscular das vias aéreas superiores em pacientes com asma grave, a qual pode estar relacionada com a ação dos corticoides inalatórios ou por possível neuropatia ocasionada pela apneia obstrutiva do sono, chamamos a atenção para a necessidade de investigações futuras para melhor elucidação desses pontos que podem interferir no controle da asma. VII.CONCLUSÃO: Este estudo mostrou elevada prevalência da SAOS nos pacientes com asma grave e uma associação positiva e estatisticamente significante entre SAOS e a dificuldade em controlar a asma. Aqueles com SAOS têm probabilidade 2,5 vezes maior de apresentar asma não controlada quando comparados àqueles sem SAOS. VIII. AGRADECIMENTOS: Agradecemos aos graduandos de medicina da Universidade Federal da Bahia, as fonoaudiólogas da Pós-graduação da União Metropolitana de Educação e Cultura, e a Equipe do ProAR. 169 IX. FONTE DE FINANCIAMENTO: FAPESB (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia) CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. Global Initiative for Asthma – GINA [homepage on the Internet]. Bethesda: Global Initiative for Asthma. [cited 2010 Mar 26]. Global Strategy for Asthma Management and Prevention, 2009. Disponível em: http://www.ginasthma.org. 2. Smith DH, Malone DC, Lawson KA, Okamoto LJ, Battista C, Saunders WB. A national estimate of the economic costs of asthma. Am J Respir Crit Care Med. 1997;156(3 Pt 1):78793. 3. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde. Estatísticas de Mortalidade, 2000. 4. The International Study of Asthma and Allergy in Childhood (ISSAC).Steering Committee. Worldwide variation in prevalence of asthma symptoms:The International Study of Asthma and Allergy in Childhood (ISSAC). Eur Respir J 1998;12:315-35. 5. American Academy of Sleep Medicine (AASM). (2005b). 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