Apresentação do Ministério das Relações Exteriores - Brics

Transcrição

Apresentação do Ministério das Relações Exteriores - Brics
BRICS
Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul
Divisão do Fórum IBAS e do Agrupamento BRICS (DIB)
Ministério das Relações Exteriores (MRE)
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BRICS
2
BRICS: Origem
2001:“Building Better Global Economic BRICs”. Estudo
de Jim O´Neil, da Goldman Sachs.
2003: “Dreaming with BRICs: the path to 2050”, estudo
de Dominic Wilson e Roopa Purushothaman, também da
Goldman Sachs, sobre a evolução da economia mundial até
2050 propõe novo “grupo econômico”, integrado pelas
quatro maiores economias emergentes.
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BRICS: Conceito
Excelente acolhimento da ideia por analistas financeiros e
pela mídia.
A pujança desses países seria o novo fundamento – bricks
(tijolos) – da economia mundial em meados do século XXI.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul singularizam-se
por seus indicadores econômicos e pelo seu potencial em
relação aos demais países em desenvolvimento.
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BRICS: Quadro comparativo
26% da área terrestre do planeta
43% da população mundial
18% do PIB nominal mundial (25% do PIB per capita)
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BRICS: Gráfico comparativo
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BRICS: PIB
Alguns dados relevantes:
- De 2003 a 2007, o crescimento dos países do BRIC representou
65% da expansão do PIB mundial.
- Há projeção do FMI de que Brasil, Rússia, Índia e China serão
responsáveis por 61% do crescimento mundial entre 2008 e
2014; em comparação, o G-7 contribuirá com 13%.
- Há estimativas de que o PIB dos BRICs supere o do G7 por
volta de 2032.
- Em paridade de poder de compra, o PIB dos BRICs já supera
hoje o dos EUA ou o da União Européia.
O rápido ritmo de crescimento dos BRICS, no entanto, implica que
qualquer projeção econômica que se faça se torne, também,
rapidamente ultrapassada.
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BRICS: Gráfico comparativo
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BRIC: Peso no PIB mundial
BRICS: Corrente de comércio
Período de 2003 a 2010 (em US$ bilhões):
-
Brasil-Rússia:
Brasil-Índia:
Brasil-China:
Brasil-RAS:
Brasil-BRICS:
2
1
6,7
1
10,7
6
7,7
56
2
71,7
Aumento de 570%
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BRICS: Características
Ampla dimensão territorial
Desafios decorrentes da integração econômica e social.
Desejo de promover ordem internacional mais justa e
representativa.
Possibilidades de cooperação em inúmeras áreas.
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De BRICs a BRICS
Institucionalização na Ministerial de Ecaterimburgo: o
BRIC, no singular, implicou o estabelecimento de uma
dinâmica de atuação conjunta entre quatro países que
originalmente foram colocados lado-a-lado por suas
características individuais (os BRICs, no plural).
O BRIC passou, então, a existir como mecanismo por
meio do qual os países-membros podem trocar opiniões,
buscar convergências, identificar áreas de cooperação e
influenciar na agenda internacional.
Com a entrada da África do Sul, oficializada na III
Cúpula do BRICS, em abril de 2011, o BRIC se
transformou em BRICS, com “S” maiúsculo.
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Entrada da África do Sul
O ingresso da África do Sul traz importante contribuição ao Grupo em
razão de sua relevância econômica no continente africano, de sua
construtiva atuação política e da sua representatividade geográfica. Com o
ingresso da África do Sul, o BRICS, como agora é chamado, passou a
compreender países de todos os continentes, exceto Oceania.
O ingresso desse quinto país marcou, outrossim, um distanciamento do
agrupamento em relação ao acrônimo originado no mercado financeiro,
evidenciando a busca dos cinco países em formar um grupo com feição e
agenda próprias.
A esse respeito, cabe ressaltar que o autor do acrônimo BRICs manifestou,
depois da Cúpula de Sanya, certa perplexidade com o novo membro. Em
sua análise, contudo, o economista Jim O´Neill levou em conta somente sua
perspectiva de análise, centrada em elementos econômicos. Mas, como
agrupamento diplomático, o BRICS pode reinventar-se, e é isto que está
fazendo.
A postura consensuada é a de que a interação entre os cinco países se faz e
continuará a se fazer sem elemento de confronto. O grupo está aberto a um
crescente engajamento e cooperação com terceiros países, assim como com
organizações internacionais e regionais.
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BRICS na diplomacia
Setembro de 2006: 1ª Reunião de Chanceleres, à margem
da 61ª AGNU. A partir de 2006, estabeleceu-se a prática
de realizar Reunião de Chanceleres do BRICS à margem
das sessões da AGNU. Em 2011, será realizada a 6ª
Reunião, à margem da 66ª AGNU.
Maio de 2008: 1ª Reunião Ministerial do BRIC, em
Ecaterimburgo, institucionalizou o Agrupamento.
Julho de 2008: Reunião dos Chefes de Estado e de
Governo do BRIC por ocasião da Cúpula do G-8, em
Hokkaido.
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I Cúpula do BRIC
16 de junho de 2009, em Ecaterimburgo.
Emissão de dois documentos:
- Comunicado Conjunto
- Comunicado sobre Segurança
Alimentar
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I Cúpula do BRIC
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II Cúpula do BRIC
15 de abril de 2010, em Brasília.
Encontros realizados à margem da Cúpula:
– Encontro de Cooperativas do BRIC (Brasília)
– Fórum Empresarial IBAS+BRIC (Rio de Janeiro)
– Seminário de Think Tanks do BRIC (Brasília)
– Encontro de Bancos de Desenvolvimento do BRIC (Rio
de Janeiro)
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II Cúpula do BRIC
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III Cúpula do BRICS
14 de abril de 2011, em Sanya, China.
A reunião de líderes serviu para consolidar o
mecanismo e aprofundar o diálogo intra-grupo, também
– mas não somente – na área econômico-financeira
Serviu, ainda, para fortalecer as cooperações setoriais
em andamento, em áreas como agricultura, estatística e
bancos de desenvolvimento.
Associados à Cúpula, realizaram-se o Seminário de
Think-Tanks, em Pequim; o II Foro Empresarial do
BRICS, em Sanya; e o Encontro de Bancos de
Desenvolvimento dos BRICS, igualmente em Sanya.
Ministros do comércio discutiram rodada Doha, câmbio
e preço das commodities.
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III Cúpula do BRICS
A Declaração de Sanya, emanada do encontro,
demonstra que os BRICS são capazes de alcançar
importantes denominadores comuns. Além dos temas
pertencentes
à
agenda
econômico-financeira
internacional, o documento abrange paz e segurança,
meio ambiente, energia, entre outros.
A Declaração de Sanya fez menção específica à reforma
das Nações Unidas.
– No BRICS, há dois países que são membros
permanentes do Conselho, dois membros que são
fortes candidatos e um membro que não apresentou
publicamente candidatura mas que é apontado como
potencial candidato.
Sobre a governança financeira internacional, a última
Declaração voltou a defender sua reforma.
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III Cúpula do BRICS
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BRICS – Próximos encontros
• Setembro de 2011: 6º Encontro de Chanceleres
à margem da 66ª AGNU.
• Março de 2012: IV Cúpula, na Índia.
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BRICS – Coordenação política
Foi por compartilharem diversos interesses na construção de uma nova
governança global que os BRICS puderam identificar agendas e princípios
comuns:
– o fortalecimento do multilateralismo. Todos queremos a reforma das Nações Unidas e
das instituições financeiras internacionais, para assegurar maior eficácia, eficiência e
representatividade, ainda que possa haver no seio do agrupamento divergências
pontuais quanto às modalidades para se chegar a esse objetivo;
– a voz dos países emergentes e em desenvolvimento deve ganhar maior ressonância
nas relações internacionais;
– o enfrentamento das mudanças climáticas. Nesse particular, a Rússia adota posições
diferentes do resto do agrupamento, mas isso não chega a constituir obstáculo para a
construção de consensos;
– a Rodada Doha. Compartilhamos as mesmas posições sobre a Rodada, ainda que a
Rússia não seja membro da OMC;
– a condenação ao terrorismo em todas suas formas e manifestações, bem como o papel
central das Nações Unidas na coordenação da ação internacional contra o terrorismo;
– o apoio ao G20, a fim de que tenha papel maior nas questões de governança
econômica global, como o principal fórum para a cooperação econômica
internacional;
– a reforma e o aperfeiçoamento do sistema monetário e financeiro internacional, cujas
inadequações e ineficiências ficaram evidenciadas com a crise financeira
internacional;
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BRICS: Áreas de cooperação
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Economia e Finanças
• Em novembro de 2008, ocorreu o 1º Encontro de Ministros de
Finanças do BRIC, à margem de Ministerial do G-20, em São
Paulo.
• A partir de então, os Ministros de Finanças e Presidentes dos
Bancos Centrais do BRICS se reúnem com frequência à margem
dos encontros do G-20.
• Esses encontros tiverem papel importante no processo de
consolidação do grupo, que reivindicou participação mais ativa
dos países em desenvolvimento na reforma das instituições
financeiras internacionais, tais como o FMI e o Banco Mundial.
• O último encontro dos Ministros das Finanças do BRICS ocorreu
à margem de reunião do G-20 em Paris (19 de fevereiro de
2011).
• Os países do BRICS passaram a ser cruciais no processo de
recuperação da economia mundial. O BRICS pode ser entendido
tanto como um instrumento dessa transformação no ordenamento
global, quanto um reflexo dela.
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Agricultura
•
•
•
Março de 2010: Encontro dos Ministros da Agricultura e
Desenvolvimento Agrário do BRIC, em Moscou. Comunicado
Conjunto propõe:
1) Criação de sistema de informação agrícola do BRICS.
2) Desenvolvimento de estratégia geral para assegurar acesso à
alimentação para a população mais vulnerável.
3) Redução do impacto negativo das mudanças climáticas sobre
segurança alimentar e adaptação da agricultura a essas
mudanças.
4) Aperfeiçoamento de cooperação e inovação em tecnologia
agrícola.
Agosto de 2011: 1ª Reunião do GT de Especialistas em Agricultura
do BRICS, em Pequim.
Outubro de 2011: Previsto o 2º Encontro Ministerial, em Chengdu.
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Segurança e Estratégia
• Maio de 2009: 1ª Reunião de Altos Funcionários
Responsáveis por Temas de Segurança e Estratégia, em
Moscou.
• Abril de 2010: 2ª Reunião, em Brasília.
• Outubro de 2010: Encontro BRIC à margem do Encontro
Internacional de Altos Representantes para Questões de
Segurança, em Sochi (Rússia)
• Temas discutidos:
– Governança global e multilateralismo
– Troca de visões sobre temas de natureza mais particular e
que ocupam o topo da agenda internacional, se
considerados do ponto-de-vista estratégico e de
segurança, tais como desarmamento e não-proliferação;
Segurança energética de longo prazo.
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Estatística
• Fevereiro de 2010: 1ª Reunião de Chefes dos Institutos
Estatísticos do BRIC, em Nova York, à margem de reunião
do Comitê Estatístico da ONU.
– Lançamento, na II Cúpula, da Publicação Estatística do
BRIC
• Dezembro de 2010: 2ª Reunião dos Chefes dos Institutos
Estatísticos do BRIC (Rio de Janeiro)
– Lançamento, na III Cúpula, de versão atualizada da
Publicação Estatística, já com os dados da África do Sul
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Outros eventos previstos para 2011
• 30 de agosto: encontro para discutir o estabelecimento do
Grupo de Contato para Assuntos Econômicos e Comerciais
do BRICS, em Pequim.
• 15 de setembro: reunião de Altos Funcionários do grupo
BRICS na área de ciência, tecnologia & inovação, em
Dalian.
• 7 de dezembro: I Conferência de Cidades Irmãs e Governos
Locais do BRICS, em Pequim.
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BRICS - Conclusão
O BRICS, em sua configuração atual, atende ao anseio de que se
fortaleçam pólos de influência na governança global capazes de contribuir
para a conformação de uma “multipolaridade benigna” no cenário
internacional.
O desafio desse grupo, como outros que se formam e se fortalecem na
atualidade, não se deve esgotar na defesa estreita dos interesses de seus
membros, mas deve visar, no longo prazo, a objetivos mais amplos, como
a abertura de espaços de diálogo que facilitem uma re-acomodação
sistêmica da ordem internacional. O mecanismo é voltado para o reforço
do multilateralismo.
O BRICS se encontra em um momento significativo de consolidação. Ao
mesmo tempo em que estabeleceu uma configuração de membros em
consonância como sua aspiração comum de desempenhar papel
substancial na governança global, o agrupamento demonstrou, por meio
da Declaração de Sanya, que pode alcançar consensos cada vez mais
amplos e relevantes.
Estendendo-se muito além do conceito que o originou, o BRICS constitui,
hoje, uma instigante e promissora vertente não apenas de cooperação
intra-grupo, mas de efetiva mudança da governança global em um cenário
internacional em profunda renovação.
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BRICS – Website
http://www.itamaraty.gov.br/bric
– Eventos ocorridos de 2006 a 2011
– Documentos emitidos pelos Chefes de Estado
e de Governo e pelos Chanceleres
– Documentos emitidos por altas autoridades
– Artigos e textos acadêmico
– Publicação estatística
– Vídeos e entrevistas
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