resumo da resenha das forças armadas 29 dez 2011 - ASMIR

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resumo da resenha das forças armadas 29 dez 2011 - ASMIR
RESUMO DA RESENHA DAS FORÇAS ARMADAS
29 DEZ 2011
O Globo
Fantasmas do STF
Opinião
Carolina Brigido
O ano de 2011 consolidou a tendência do Supremo Tribunal Federal para o empate.
Com a falta de um dos onze ministros desde agosto, esse fantasma assombra a Corte.
Em novembro, deu cinco a cinco o julgamento sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa
para o caso Jader Barbalho. Um mês depois, o presidente Cezar Peluso desistiu de
esperar por uma composição completa e usou, pela primeira vez, um dispositivo criado
pelos próprios ministros em 2010: o voto duplo do presidente para sair do impasse.
Àquela época, o medo do placar cravado em cinco a cinco já ameaçava a paz no
tribunal. E com razão. Meses depois, houve empate na primeira tentativa de analisar a
aplicação da Ficha Limpa.
A verdade é que o Supremo anda dividido. Se falta um ministro, ou se tem uma cadeira
vaga, o risco de empate é grande. Em agosto deste ano, a ausência de Joaquim Barbosa,
que estava de licença médica, provocou empate no julgamento que definiria se empresas
exportadoras continuariam recolhendo a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL) sobre seus lucros. Eventual derrota da União pode representar prejuízo de R$30
bilhões ao Erário. A questão ainda está em aberto.
Dez anos atrás, não era assim. O placar mais comum era o 10 a 1. Ao fim dos
julgamentos, era ouvida a frase indefectível: "Vencido o ministro Marco Aurélio." Em
setembro de 2001, o plenário do tribunal aprovou os valores de salários mínimos
regionais criados pelo governo do Rio para 39 categorias. Só Marco Aurélio Mello, que
presidia o colegiado, votou contra. Em outubro do ano seguinte, novamente Marco
Aurélio ficou vencido. O STF autorizou que as sessões de julgamento do Tribunal de
Justiça do Rio fossem secretas. Sepúlveda Pertence foi o único a acompanhá-lo.
Conhecido pelos colegas de outrora como "do contra", o ministro, dono de uma cadeira
no plenário há 21 anos, já não pode se vangloriar de ser minoria. Em novembro de
2002, em entrevista ao GLOBO, ele declarou, profético: "Minha sina é estar com as
minorias. Oxalá a minoria de ontem e a minoria de hoje sejam, numa alternância salutar,
a maioria de amanhã."
Dez anos depois, não foi Marco Aurélio que mudou, mas o perfil da Corte. O tribunal
de ontem, menos ousado, que nunca tinha condenado ninguém em ação penal, foi
substituído por um mais progressista. Talvez a Corte do passado não teria dado aos
homossexuais o direito à união estável. Ou, à sociedade, a garantia de protestar pela
liberação
do
uso
de
drogas.
Os
dois
temas
foram
julgados
em
2011.
As mudanças no STF ficaram mais nítidas a partir das primeiras nomeações de Luiz
Inácio Lula da Silva. De uma só vez, ele escolheu três perfis diferentes para os padrões
da época: Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa, mais alinhados com as repercussões
das decisões na sociedade, e Cezar Peluso, magistrado de profundo conhecimento
técnico. Em oito anos, Lula nomeou oito ministros.
Aos poucos, o tribunal foi povoado de perfis díspares o suficiente a ponto de ser
complicado para os ministros, nos bastidores, arrebanhar o apoio dos colegas em prol de
uma causa. Mesmo porque não são todos que gostam desse tipo de conversa antes do
julgamento. O fator surpresa tem preponderado.
A composição do tribunal está completa desde o dia 19, com a posse de Rosa Weber.
Mas o fantasma do empate ainda vai assombrar. Afinal, nas sessões do plenário, é
frequente faltar um ministro.
CNJ puniu 49 magistrados em sete anos
Das condenações, 38 foram originadas no órgão, hoje envolvido no debate sobre a
restrição de seus poderes
Catarina Alencastro
BRASÍLIA. Em meio à polêmica sobre a extensão de seus poderes, o Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) completa sete anos de criação no próximo dia 30, data da
promulgação da emenda que instituiu o controle externo do Judiciário. De lá para cá, o
CNJ condenou 49 magistrados, sendo 24 punidos com aposentadoria compulsória; 15
afastados em decisões liminares; seis colocados à disposição (o que significa que não
podem julgar); dois removidos de seus postos originais e dois censurados. Dessas
condenações, a maior parte - 38 - são processos iniciados no próprio CNJ; apenas 11
são originários das corregedorias locais.
Dados da Corregedoria Nacional do CNJ dão conta de que atualmente há 2.595
processos em andamento. Esse número inclui desde reclamações contra magistrados até
sindicâncias.
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), há processos em tramitação ou
arquivados contra 15 dos 27 presidentes dos tribunais de Justiça dos estados. Além
disso, 18 dos atuais 29 corregedores dos tribunais de Justiça respondem ou já
responderam a processos no próprio órgão. Nos tribunais regionais federais, três dos
cinco corregedores já foram ou são alvo do CNJ. Dos cinco presidentes de tribunais
regionais
federais,
dois
possuem
processos
em
tramitação
ou
arquivados.
Entre os punidos está o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça Paulo Medina,
obrigado a se aposentar compulsoriamente depois de ter sido acusado de participar de
um esquema para beneficiar donos de bingos. Outro que teve aposentadoria compulsória
foi o desembargador José Eduardo Alvim, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Nelson Calandra,
pondera que o número de punições a magistrados revela que há poucos juízes e
desembargadores fazendo mau uso do cargo. Embora elogie a atuação do CNJ, ele
defende que as corregedorias dos próprios tribunais se encarreguem das investigações:
- O número de punições é pequeno porque magistrados que violam deveres do cargo são
um mínimo. O sistema está concebido para evitar esse tipo de coisa. Mostra que a
magistratura é uma instituição confiável.
Já o presidente da OAB no Rio de Janeiro, Wadih Damous, diz que é um erro restringir
os poderes do CNJ para investigar e punir juízes, porque as corregedorias regionais são
cobertas por "um sentimento corporativista".
- Quem tem medo e não consegue dormir por causa do órgão de controle externo da
magistratura são os que não cumprem com o seu dever ou têm algum tipo de elo com
práticas irregulares, inclusive a corrupção - avalia.
O conselheiro mais antigo do CNJ, Marcelo Nobre, também critica a recente decisão do
STF que limitou o poder de investigação da instituição.
- Você quer maior legitimidade para o CNJ do que a aprovação da sociedade brasileira à
sua atuação? Não existe. Se acham que, por meio de uma decisão judicial se pode fazer
com que a sociedade acredite na atuação das corregedorias locais, estão redondamente
enganados - afirma.
Radicalismos
Panorama Político
Ilimar Franco
Há grande expectativa em torno da indicação, pela presidente Dilma, dos integrantes da
Comissão da Verdade no início do próximo ano. Antes mesmo de entrar em
funcionamento, a comissão já provoca polêmica. Os militares temem revanchismo, e a
esquerda, que ela seja superficial. Familiares de mortos e desaparecidos defendem, por
exemplo, a revisão da Lei da Anistia, o que já foi descartado pelo Supremo Tribunal
Federal.
Comissão do B
Militantes da esquerda já criaram uma subcomissão de acompanhamento da Comissão
da Verdade. Ela pretende estimular a criação de grupos de trabalho nas Assembleias
Legislativas para levantar informações sobre o período da ditadura e pressionar a
Comissão da Verdade. A subcomissão também vai realizar audiências públicas,
mantendo uma agenda paralela. A subcomissão já está agindo em articulação com o
Ministério Público para colher documentos enviados por familiares de mortos e
desaparecidos. O objetivo é encaminhar à Justiça se ficarem comprovadas
responsabilidades por crimes cometidos.
Temos que passar o país a limpo" - Luiza Erundina, deputada federal (PSB-SP) e
presidente da subcomissão de acompanhamento da Comissão da Verdade.
A melhor fase já passou para os Brics
Michael Patterson
Na década passada, fundos mútuos despejaram quase US$70 bilhões em Brasil, Rússia,
Índia e China, ações de empresas desses países mais do que quadruplicaram os ganhos
no Standard & Poor"s 500 Index, e suas economias cresceram quatro vezes mais
rapidamente que a americana. Agora, a Goldman Sachs, que cunhou o termo Brics, diz
que o melhor já passou para os maiores países emergentes.
Os fundos dos Brics tiveram perdas de US$15 bilhões este ano, enquanto o índice MSCI
Brics caiu 24%, segundo dados da EPFR Global. O indicador, que superou o S&P 500
por 390 pontos percentuais de novembro de 2001 a setembro de 2010, agora vem
ficando abaixo dele nos últimos quatro meses, o mais longo período desde que o
Goldman Sachs previu que os Brics se juntariam aos EUA e ao Japão como as maiores
economias do mundo, em 2050.
"Nos mercados emergentes, achamos que as coisas vão piorar antes de tornarem a
melhorar", disse Michael Shaoul, presidente da Marketfield Asset Management, de
Nova York, que em fevereiro previu que as ações de países em desenvolvimento
cairiam este ano. O Marketfield Fund, que gerencia US$845 milhões, superou 97% dos
concorrentes em 2011, segundo dados da Bloomberg.
Os índices dos Brics poderão cair mais 20% no próximo ano, golpeados pela redução de
liquidez decorrente da crise da dívida soberana da Europa, segundo Arjuna Mahendran,
responsável pela estratégia de investimento na Ásia do HSBC Private Bank, que
gerencia cerca de US$499 bilhões. Países como Indonésia, Nigéria e Turquia podem
ofuscar os Brics nos próximos cinco anos ao acelerar seu crescimento a partir de níveis
mais baixos de desenvolvimento, diz Mahendran. E continua: "A desaceleração a que
estamos assistindo nos Brics pode continuar no primeiro semestre. Comparando com os
EUA, os lucros das empresas não têm sido o que se esperava, na medida em que elas
enfrentam reivindicações salariais, juros mais elevados e volatilidade cambial. Na
melhor das hipóteses, só começaremos a ver os efeitos de uma política monetária mais
frouxa no segundo semestre de 2012."
No último trimestre, o PIB dos quatro países teve o menor crescimento em quase dois
anos e o Goldman Sachs atribuiu isto a uma menor oferta de nova mão de obra,
concluindo que as taxas de crescimento desses países provavelmente chegaram ao pico.
Apesar de as autoridades no Brasil e na Rússia terem começado a baixar o custo do
dinheiro, o avanço do índice MSCI diminuirá para 5% no próximo ano, perdendo para o
S&P 500 por cinco pontos percentuais, segundo estimativas de mais de 12 mil analistas
compiladas pela Bloomberg.
A taxa média de crescimento nos países Brics desacelerará para 6,1% em 2012, contra
9,7% em 2007, de acordo com estimativas do FMI. Isto reduziria o fosso em relação à
expansão da economia americana para 4,3 pontos percentuais, o menor desde 2004. A
economia global deverá crescer 4% no próximo ano, contida pelo avanço de apenas
1,1% na zona do euro, informou o FMI.
Na China, a maior economia emergente, a expansão está sendo contida pela
desaceleração das exportações para a Europa e pelas restrições impostas pelo governo
aos investimentos no mercado imobiliário local. O crescimento da Índia tem sido
dificultado pela mais rápida elevação das taxas de juro desde 1935 e pela queda recorde
do valor da rúpia, o que causou inflação e desestimulou o investimento estrangeiro.
Brasil e Rússia, cujo crescimento na última década foi impulsionado pelo aquecimento
da demanda por commodities, foram prejudicados pela queda do preço dos metais e pela
desaceleração da China.
O índice BSE India Sensitive liderou as perdas entre os instrumentos de avaliação de
ativos dos Brics este ano, caindo 23%. O índice Xangai Composite, da China, também
caiu 23%, enquanto o Micex, da Rússia, recuou 18% e o Bovespa, do Brasil, 16%. O
índice MSCI Emerging Markets caiu 20%, enquanto o S&P 500 ganhou 0,6%.
As taxas de crescimento de longo prazo nos Brics deverão apontar para baixo à medida
que sua população economicamente ativa aumente mais vagarosamente e eventualmente
se reduza, segundo um relatório do Goldman Sachs. Nele, o economista Dominic
Wilson escreveu: "Provavelmente teremos visto o ápice do crescimento dos Brics como
um grupo."
Embora o Goldman Sachs ainda preveja que os Brics se juntem a EUA e Japão como
maiores economias do mundo em 2050, o banco antecipou que a contribuição desses
países para a expansão global diminuirá nas próximas décadas. Em 2050, o crescimento
econômico dessas nações poderá recuar para 4% à medida que sua população
economicamente ativa encolha.
O número de pessoas de 15 a 64 anos na Rússia já começou a cair. Na China, o número
de trabalhadores chegará a 1 bilhão em 2020 e declinará, segundo estimativas da ONU.
O ápice no Brasil será em 2040 e, na Índia, em 2060. Já os EUA deverão continuar
ampliando sua mão de obra até 2100.
Parentes de jovem morto denunciam ameaças
Familiares afirmam que integrantes da Força de Pacificação do Exército, na Vila
Cruzeiro, mandaram cessar os protestos
Isabel de Araújo
Parentes do adolescente de 15 anos morto na última segunda-feira na Vila Cruzeiro, na
Zona Norte do Rio, dizem estar sendo ameaçados por militares da Força de Pacificação
que ocupam os complexos do Alemão e Penha. Abraão da Silva Maximiano, de 15
anos, foi morto a tiros, segundo o Comando Militar do Leste (CML), durante um
confronto entre traficantes e os militares. A denúncia da ameaça foi feita ontem à tarde,
após o enterro do menino no Cemitério do Irajá. O coronel Malbatan Leal, chefe de
comunicação social da Força de Pacificação, no entanto, nega que tenham ocorrido
ameaças.
— Dificilmente isso iria acontecer. Todos os militares que fazem parte da Força de
Pacificação foram treinados para se relacionar com a comunidade e estão contagiados
pelo espírito de pacificação— afirmou.
Revoltados com o que classificaram de covardia, os parentes que acompanharam o
sepultamento tornaram a afirmar ontem que Abraão estava sozinho em uma praça
quando foi baleado. Cerca de 30 pessoas, entre vizinhos e parentes, fretaram um ônibus
para participar do enterro. O corpo não foi velado, por falta de dinheiro dos parentes. A
Kombi que transportava o corpo deu uma parada dentro do cemitério para que os
parentes pudessem se despedir do jovem, antes do sepultamento.
— É um absurdo falarem que o Abraão tinha envolvimento com o tráfico. Desde os
onze anos ele presta serviço voluntário na Igreja Nova Vida de Olaria, cortando cabelo
de mendigos. Ele completou 15 anos no dia 23, era um menino cheio de vida e sonhos
— disse o vizinho da família, Bruno Rodrigues, também voluntário na igreja.
Após o enterro, a tia e a irmã do menino registraram a queixa de ameaça na 22ª DP (
Penha) e entregaram as capsulas recolhidas por elas perto do local onde o rapaz morreu.
— Fomos ameaçados na porta do hospital. Um grupo nos abordou e nos mandou parar
de reclamar. Caso contrário, sofreríamos as consequências — contou a tia do jovem,
Eliane Lopes, completando que os militares afirmam que o sobrinho estava armado e
andando com traficantes, mas até agora não mostraram provas.
O subsecretário de Direitos Humanos, Antônio Carlos Biscaia, esteve no cemitério e
afirmou que vai oferecer proteção à família:
— Pretendo convidá-los para conhecerem o trabalho da secretaria. Vamos mostrar como
funciona o serviço de proteção. Se for preciso, num primeiro momento, vamos retirá-los
da comunidade e levá-los para um outro local, seguro e, depois, mandá-los para fora do
estado.
A oferta, a princípio, será rejeitada pela família. A irmã do adolescente, Jéssica da Silva
Maximiano, garante que não pretende deixar a comunidade.
— Se algo nos acontecer, todo mundo já vai saber que foram os militares. Quem tem
que deixar a favela são eles. Lá é a minha casa, não saio mesmo.
Polícia fará a reconstituição da morte na favela
O delegado José Pedro Costa da Silva, titular da 22ª DP, não estava na delegacia no
momento em que os parentes chegaram lá. Pela manhã, ele havia afirmado ao GLOBO
que pretendia retornar à favela para realizar a reconstituição do tiroteio e tentar montar a
cena do crime. O delegado garantiu também que Abraão não tinha passagem pela
polícia e contou já ter interrogado, na terça-feira, os oito militares que participaram da
ação:
— Quero saber a posição exata dos militares e a distância de onde partiu a bala que
matou o adolescente. Preciso de todas as provas técnicas para concluir a investigação,
em 20 dias.
O Estado de São Paulo
TCU condena antigos dirigentes da Infraero
Tribunal quer que bens do ex-presidente Carlos Wilson, morto em 2009, sejam
usados para ressarcir cofres públicos
VANNILDO MENDES / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou o espólio do ex-presidente da Infraero
Carlos Wilson, morto em 2009, a devolver aos cofres públicos, juntamente com o exdiretor comercial da estatal Fernando Brendaglia, R$ 19,5 milhões por gestão
"temerária". O dano total foi, segundo o TCU, de R$ 26,8 milhões, mas quando se trata
de pessoa morta a lei prevê que o ressarcimento não ultrapasse o valor da herança.
Auditoria do TCU realizada em 2007 constatou que os dois favoreceram a empresa FS3
Comunicação e Sistemas, que explorava os serviços de mídia dos aeroportos brasileiros,
num contrato sem licitação nem justificativa técnica, que "não produziu os resultados
esperados e causou danos ao patrimônio da estatal", segundo anotou o relator do
processo, ministro Raimundo Carreiro. A Infraero alegou que pareceres técnico e
jurídico recomendaram a assinatura do contrato e vai aguardar a notificação do TCU
para recorrer.
O contrato entre a Infraero e a FS3, firmado em 2003, previa o fornecimento e
instalação de um software destinado a gerenciar e comercializar espaços publicitários
nos 65 aeroportos brasileiros. Implantado em 2005, o sistema deveria produzir lucros,
mas foi suspenso com menos de um ano, quando já acumulava prejuízos. Numa
primeira inspeção, em 2007, o TCU já detectara vícios no contrato desde a origem,
como
ausência
de
licitação
e
prática
de
ato
antieconômico.
Pelos termos do contrato, a empresa prometia alavancar os lucros da Infraero com a
exploração dos espaços publicitários dos aeroportos. O Ministério Público considerou
que havia vícios graves e vantagens excessivas à FS3, recomendando tomada de contas
especial pelo TCU, que constatou a inexistência de estudos que justificassem a dispensa
de licitação. A estatal, segundo o voto do relator, não pesquisou sequer a existência de
similares do produto no mercado.
O TCU considerou que o contrato, além de nocivo economicamente, deixou a Infraero
"refém da FS3, na condição de suposta fornecedora exclusiva". Para o tribunal, foi uma
decisão temerária porque, em vez de firmar contrato com terceiros, a estatal deveria
buscar o desenvolvimento de software por meios próprios, "visto que o sistema é de
baixa complexidade" e a Infraero possui parceria com a CTIS para, entre outros
objetivos, desenvolver sistemas desse tipo.
Defesa.
Ouvido em 2007, Carlos Wilson alegou ter assinado o contrato "respaldado em
manifestações técnicas e jurídicas", uma vez que não detinha conhecimento da área da
contratação. Brendaglia também negou favorecimento à empresa e vínculos pessoais
com seus dirigentes.
Ele alegou ainda que a aquisição recente de um software semelhante pela Infraero
"comprova o acerto da decisão" de contratar a FS3. Ontem, o ex-diretor não foi
localizado para comentar a decisão do TCU, cujo acórdão foi publicado no útlimo dia
15.
Além de ter de pagar solidariamente o valor da indenização, Brendaglia foi condenado a
uma multa de R$ 195 mil. Ele ficará também inelegível por oito anos, período em que
não poderá exercer qualquer cargo em comissão na administração pública. Os valores
da
condenação
aos
dois
ainda
estão
sujeitos
a
atualização
monetária.
Folha de São Paulo
Militares criticam lista de acusados de tortura
Biblioteca Nacional vai publicar nomes
Associações de militares criticaram a publicação, por parte de revista ligada à Biblioteca
Nacional, de lista de 233 militares e policiais que supostamente torturaram presos
durante o governo Ernesto Geisel (1974-1979).
A informação foi publicada ontem na coluna Mônica Bergamo. A lista, que faz parte de
acervo de Luís Carlos Prestes (1898-1989), estará na edição de janeiro da "Revista de
História da Biblioteca Nacional", editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca
Nacional.
"[A publicação] Não deixa dúvida de que lado está o órgão público", disse o vicepresidente do Clube Militar, General Clóvis Bandeira.
"Isso cria uma situação de conflito gratuito, que já deveríamos ter superado há muito
tempo", disse o presidente da Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Brasil,
coronel Abelmídio Sá Ribas.
Segundo o editor da revista, Luciano Figueiredo, os documentos de Prestes serão
doados ao Arquivo Nacional, o que os tornará públicos.
Após ao anos, Jader volta ao Senado no recesso e ganha extra de R$30 mil
Peemedebista fora enquadrado na Ficha Limpa, mas recebeu autorização do STF
para assumir
Posse antecipada rende bônus de fim de ano ao senador, que disse estar
'confortável' em voltar para a Casa que presidiu
MARIA CLARA CABRAL
Dez anos após renunciar ao cargo de senador devido a suspeitas de corrupção, Jader
Barbalho (PMDB-PA) voltou ontem ao Senado, em rara sessão realizada durante o
recesso parlamentar.
Se seguisse os trâmites comuns, ele tomaria posse apenas em fevereiro.
Mas, graças à cerimônia adiantada, receberá pelo menos R$ 30 mil extras -referentes ao
salário proporcional ao resto deste mês (R$ 3,5 mil) e outros R$ 26,7 mil pagos a todo
parlamentar ao final de cada ano.
Questionado se pretende abrir mão dos valores, desconversou: "Essa não era uma
preocupação. Espero receber aquilo que tenho direito, nem a mais nem a menos".
Jader volta ao Senado dizendo-se "confortável", mas afirma não ter pretensão de
assumir postos mais altos, como liderança do PMDB ou presidência do Senado.
Em 2001, quando renunciou após ter seu nome envolvido em suspeitas de fraudes na
Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), ele presidia a Casa.
FICHA LIMPA
Foi a renúncia de dez anos atrás que quase o impediu de tomar posse, mesmo tendo
recebido 1,7 milhão de votos nas eleições do ano passado.
Inicialmente, a Justiça Eleitoral entendeu que ele se enquadrava na Lei da Ficha Limpa,
cujo texto torna inelegíveis políticos que desistiram do mandato para se livrar de uma
cassação.
Mas o Supremo Tribunal Federal entendeu que a lei não valeu para o pleito de 2010, e,
depois da pressão do PMDB, o tribunal permitiu, há 15 dias, a posse de Jader.
Sobre o impasse judicial que o fez chegar ao Senado mais de 11 meses após o início da
atual legislatura, ele disse que a Lei da Ficha Limpa foi seu maior rival político desde o
senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007).
"Eu jamais havia enfrentado um adversário tão difícil", afirmou o peemedebista.
Jader disse que deve apoiar o governo. Marinor Brito (PSOL-PA), que deixa a Casa
para dar lugar ao peemedebista, era crítica à gestão da presidente Dilma Rousseff.
Poucos parlamentares acompanharam o evento. Entre eles, o líder do governo, Romero
Jucá (PMDB-RR), que comemorou: "É um aliado importante. Se fez justiça".
Correio Braziliense
Homenagem
Brasília-DF
Luiz Carlos Azedo
O Ministério da Cultura fez ontem o tombamento do Monumento Nacional dos Mortos
na Segunda Guerra, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, um símbolo da cidade e
uma das poucas referências aos heróis que tombaram na Itália. Agora só falta o governo
homenagear os poucos pracinhas que ainda estão vivos. No ano passado eles quase
perderam a sede de sua associação — uma espécie de museu — na capital fluminense.
DCI-SP
Navio italiano é sequestrado por piratas na costa de Omã
ROMA (ITÁLIA) - Um navio de bandeira italiana foi sequestrado hoje por piratas na
costa de Omã, segundo confirmou o Ministério das Relações Exteriores da Itália. A
embarcação, chamada de "Enrico Ievoli", é da companhia Marnavi Spa e já foi atacada
por piratas em março de 2006, próximo ao Iêmen.
A Chancelaria italiana informou que acompanha a situação e está "em estreito contato
com a Marinha Militar" através de sua Unidade de Crise.
"Acompanho, próximo da Unidade de Crise, o sequestro do petroleiro 'Ievoli'", disse o
ministro das Relações Exteriores Giulio Terzi.
Ao todo, há 18 pessoas a bordo, sendo seis italianos originários da região da Sicília,
cinco ucranianos e sete indianos.
"Os piratas estão a bordo, mas estamos todos bem", disse o comandante da embarcação,
Agostino Musumeci, em uma ligação telefônica com o armador Domenico Ievoli.
De acordo com informações publicadas no site da Marnavi Spa, a embarcação havia
partido de Fujairah, nos Emirados Árabes, e tinha o Mediterrâneo como destino final. O
navio leva 15 mil toneladas de soda cáustica.
Zero Hora-RS
Brasil já mira o quinto lugar
Mantega afirma que o país poderá desbancar a França antes de 2015, como prevê o FMI
Um dia depois de reagir com cautela à informação de que o Brasil deve superar a GrãBretanha como sexta economia do planeta, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez
projeções mais ufanistas. Afirmou que o Brasil deve chegar ao quinto lugar antes do
previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
– A previsão do FMI é que em 2015 o Brasil será a quinta economia, ultrapassando a
França. Acho que 2015 está bom, mas pode ser um pouco antes – disse Mantega durante
entrevista em São Paulo.
Nas projeções do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR na sigla em
inglês), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá alcançar US$ 2,51 trilhões neste
ano, enquanto o da Grã-Bretanha ficaria em US$ 2,48 trilhões. O valor oficial do PIB de
cada país só deverá ser informado no início de 2012, quando a troca de posições deve se
confirmar.
Num exercício para 2020, a consultoria que situou o Brasil no sexto posto mantém o
país no mesmo lugar nos próximos nove anos. Na segunda-feira, Mantega afirmara que
o Brasil levaria 20 anos para alcançar o padrão de vida dos países europeus.