CPEP Marrocos 2007 De Pasmo Em Surpresa
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CPEP Marrocos 2007 De Pasmo Em Surpresa
CPEP Marrocos 2007 D e Pasmo Em Surpresa “É proibid a a entrada a qu em não and ar espantad o d e existir”. Foi assim qu e José Gom es Ferreira escreveu em “Aventu ras d e João Sem Med o”. Seja qual for o contexto, a frase é lapid ar. Eu u so-a frequentem ente para m im , sobretu d o quand o constato qu e a su rpresa m e anim a a vid a. Desta viagem , guard o d e novo essa sensação m ágica. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 1 Éram os vinte e u m , 15 hom ens e 6 mu lheres. Portu gu eses, sem d ú vid a. Eles eram m ais Josés, 3, elas m ais Marias, 4. Motos, eram catorze, 11 STX e 3 STs. Dispú nham os d e 1 representante d os anos 70, 4 d os anos 60, 10 d os anos 50, 6 d os anos 40. Deixám os o yé-yé d e lad o e foi m uito Rock & Roll. Lisboa “ ru les” com o capital d e partid a, com 5 representantes, Trofa e Aveiro com 3. Depois, Massam á, Beja, Qu arteira, Porto, Portalegre, Coim bra, Leiria. A saú d e e a gestão são as profissões mais representadas, seguid as da ad vocacia, d o ensino, e d o com ércio. Saím os d a AS d e Alcochete com m eia hora d e atraso, d eixand o o José Ed u ard o entregue apenas à expectativa d e notícias. Em Lou lé, garantíam os o m esm o atraso, mas já acom panhad os por m ais participantes e por u m gru po d e 4L’s portugu esas qu e tinha o m esm o d estino, Marrocos. N a inexistência d a AS La Florida, parám os na ú ltim a área d e serviço d a AE Sevilha-Cád iz, na d ú vida, d epois d issipada, d e que estariam algu m as Pans na prim eira AS d essa AE. De Jerez a Algeciras, a via rápid a d eixou-nos inexplicavelm ente no cam inho por Tarifa. Cu rvas agrad áveis ao longo d e u ma falésia d elicad a, não com prom eteram a hora d e chegad a ao porto d e em barque. À nossa espera, estava a Trofa. O gru po estava com pleto. Com pra d e bilhetes, entrada no ventre d a nau , m otos am arrad as, subid a para as bu tacas. África estava d o ou tro lad o, Marrocos ali perto. Após a relativa m od ernid ad e d e Ceu ta, su rge a caótica fronteira m arroqu ina. Estava calor, m u ita gente na fila e a habitu al azáfama d os arvorad os assessores d e comu nicação marroqu inos. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 2 Preenchim ento d o d ocu m ento d e id entificação ind ividu al, e restantes papéis para a pasta. Su rge o Moam ed . Por qualqu er coisa, trata d e tu d o. Lá foi, connosco, posto a posto, fazer o qu e d issera. Duas horas d epois, aind a and ávam os a recu perar carimbos d e passaportes qu e não tinham sid o apostos, registos d e saíd a esqu ecid os. Su rgia o prim eiro pasm o d e bu rocracia qu e nos abafava a vontad e d e segu ir. Em Tetouan já era d e noite. N a prim eira rotu nd a, algu ns não viraram à d ireita. Parámos à beira d e u ma loja d e m obílias para su ltões, à espera d eles, m esm o no coração d a m ais andalu z cidad e d e Marrocos. Segu im os m eia hora d epois e, próxim o d e Checfchaou en, voltám os a ju ntar-nos, após mais d e u m a hora d e estrad a estreita, sinuosa, algu ns cam iões d e frente, e encand eamentos qu anto baste. Checfchaouen, no Rif. Checfchaou en é u m a Covilhã marroqu ina. Trepa pelo Rif, até ficar próxim o d e d u as agu lhas d e ped ra qu ase inacessíveis. As vielas, ao invés d e ped ra, são caiadas em branco e anil, d izem , para afastar os m osqu itos. É u ma sensação d e frescu ra qu e com pensa o alcantilad o d a u rbe. Recantos e m ais escaninhos, lojas e hostais precários, d elicad os ou exóticos. Não há ainda ad obe nas pared es. A entrad a no hotel Parad or foi apoteótica, quer pela d inâm ica que criou à volta da pequena praça qu e fica praticam ente no centro d a localidad e, qu er por eu ter d eixad o cair a m oto, qu and o o asfalto m e faltou d ebaixo d a bota. A tam pa d o óleo, qu e u m m ecânico m e d issera estar rachad a, partiu . N ada qu e u m a rolha d e cortiça não resolvesse. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 3 Chefchaouen. Praça central Reu nim o-nos à volta d a m esa ao jantar, contagiad os pela animação qu e a novidad e nos proporcionara até ali, mais qu e não fosse pela d egu stação d a prim eira tajine d a jornad a. Mas não tard ou qu e a negociação su rgisse sob a forma d e u m a conta, ond e eu , por ser o gu ia, não pagaria, m as qu e, send o pago naqu ele d ia, ad ju d icaria u m d esconto agradável a tod os. Assim foi, após m eia hora d e d iscu ssão. Sonhei com a factu ra mais esm iu çada e armad ilhada d a viagem . Conhecêram os o Am ed na noite anterior. Fru to d e u m contacto anterior d o Zé Ed uard o, este hom em sem id ad e e com u m a filosofia d e vid a qu e balança entre u m a boa cerveja e o d estino qu e tem traçad o, gu iou -nos pelos m eand ros d as lojas, d as passagens baixas ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 4 entre casas, d os tú neis, d os hostais, d a nascente e d o lavad ou ro, para term inar a manhã com u m d os chás mais caros d a jornada. Alm oçámos nu m segu nd o and ar d e u m restau rante panorâm ico d e ond e d om inávam os m eia cidad e, bem por cim a da praça central. Aqu i entrám os em contacto com ou tra su rpresa típica: não há “ nãos” em Marrocos! Tu d o se com bina, tu d o está bem , “ trankilo” , tu d o se faz, tu d o se consegue. Não é bem assim . N ão é m esm o assim … Chefchaouen. Interior do restaurante Raro é o qu e está tabelad o. Mesm o o qu e está, é forçoso ser alvo d e negociação. N em tu d o está inclu íd o, aliás, bebid as nu nca estão. Cerveja e vinho são caros. O Corão parece qu e não os contem plou sob o tecto d as su as raras perm issões. Refeição agrad ável e mais m eia d ú zia d e ru as para percorrer até m eio d a tard e, quand o, su bitam ente, ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 5 o Am ed d eu por find o o périplo. A partir d aí, cad a u m perd eu -se com o qu is. “ Portu gal” !, “ Cascais” !, “ Batata frita” !, “ Fixe” !, “ Porto!” , já faziam parte d o vocabu lário d os locais. Reprod uziam a verborreia com o se não hou vesse am anhã, nu m a espécie d e pregão m istu rad o com sau d ação d e boas-vindas. É fácil perceber a faixa etária, as regiões, e os interesses d os protagonistas qu e legaram aqu ele léxico … Chefchaouen. Uma das ruas ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 6 A caminho de Midelt: a chuva e a neve por companhia N o d ia segu inte o d estino era Mid elt, Meknes e Volubilis objectivos d e visita, e d ois Col os pontos d e paragem d a jornad a, não fosse o tecto d o m u nd o qu ase ter d esabad o sobre nós. E foi avisad o, u ma vez qu e o alarm e d o Carlos Mariano não se calou até Mid elt. Saím os d e Checfchaou en sob chu va, qu e nos acom panhou d u rante qu ase tod o o d ia. Percorrem os algu m as estradas que m e fizeram lem brar o Minho ou Trás-os-Montes, entre m ontes aind a verd es qu e esprem iam ribeiros baixos e tranquilos. E com o a chu va não parava, parám os nós em Volu bilis, o m aior com plexo d e ruínas romanas em Marrocos, mas ond e apenas nos acolhem os sob u m telheiro qu e d ava acesso às casas d e banho. À partid a, u m pórtico, ao longe, envolvid o nu m a neblina d e hu m id ad e, d eitou -nos u m olhar sereno d e séculos, a convidar-nos a regressar. Em Meknes não foi d ifícil d ar com o hotel Íbis, para ond e eu tinha m and ad o 2 faxes, m as d os quais não havia recebid o resposta. Receberam -nos com sim patia, m algrad o a piscina d e água d estilad a qu e d eixám os no lobby d o restau rante. Aqu i, o ânim o recom pôs-se. Aproveitám os u m a aberta e pu d em os rod ar secos até à Med ina. Apanágio d a boa relação existente com a polícia marroqu ina, foi a perm issão d as 14 m otos pisarem u m traço contínu o para, d epois, estacionarm os frente à Porta Mansou r, u m d os expoentes artísticos d e Meknes. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 7 A saíd a d a cidad e foi escoltad a por u m carro d a polícia, privilégio d e grand e u tilidad e, em bora o acesso à nacional não seja com plicad o. N u nca chegu ei a saber o preço d a refeição, u ma vez qu e tod os se quotizaram para pagar a m inha parte e a d a Ju lieta. Meknes. N a Bab Mansour Com o fiqu ei sem palavras, ju lgo qu e tod os perceberam qu e o gesto m e su rpreend eu d e form a significativam ente agrad ável. Assim send o, obriguei-me a não m e irritar mais d o qu e u m a vez na viagem , send o qu e essa possibilidad e, a acontecer, seria simu lad a. Porém , não consegu i. Aliás, pou co m ais à frente, foi com os elem entos natu rais qu e a arrelia sobreveio. O ar gelava à m ed id a qu e subíam os o Méd io Atlas, acom panhad o por u ma chu va frígida qu e nos paralisava m ãos e pés. A partir d a passagem pelo fam oso bosqu e d e ced ros qu e fica na região d e Azrou , as pingas d e chu va engrossaram , a formar neve. A água qu e se acu mu lava nos vid ros e nas viseiras gelou . Qu and o parám os, algu mas placas d e gelo, rend eram-se ao d eslizar pelas carenagens caind o no chão com o gu ilhotinas. Os cam pos tinham alguns palm os d e neve e os ced ros estavam carregad os d e espessas m antas brancas. N ós estávam os qu ase congelad os. N ão quase. A Ju lieta qu is registar em foto aqu ele am biente e tirou u m a lu va para carregar no botão d e d isparo d a máqu ina. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 8 Consegu iu , m as d eixou cair a lu va. Algu ém a apanhou m as, quand o a calçou , ju lgou qu e tinha perd id o os d ed os, tão gelad os qu e estavam . A neve d eixou -nos após m eia hora d e m ontanha. N a Floresta de Cedros, a nevar Chegámos a Mid elt em pânico, m enos porém d o qu e o expresso pelo recepcionista quand o foi preciso saber ond e estava qu em , u ma vez qu e havia quartos d u plos ond e estavam singles, triplo ocu pad os por d u plos, três pessoas em d u plos … Após meia hora d e engenharia, lá foi possível assegu rar alojam ento a tod os e tomar u m banho a ferver para repor a circu lação sanguínea. N essa noite, su rgiu o Omar, após eu ter pergu ntad o por ele ao irmão, Ali. Seria o nosso guia nos próxim os d ois d ias. O Ali estava com u m gru po d e tu ristas algu res, pelo qu e seria o seu irmão Omar a controlar a nossa estad ia no d eserto. "Tu do bem!", “ trankilo!” , “ fixe!” . O léxico liceal já chegara ao d eserto. Porém , tu d o estava preparad o, assegu rava. De facto, aqu ela noite, não pagu ei. Dorm i sossegad o. Pela manhã, foi u m cenário d e bonança qu e nos acord ou . O sol aproxim ava-se d o Atlas, relaçand o já os cu m es nevad os e a arid ez qu e circu ndava o Kasbah Asm m a Hotel, situad o a cerca d e 3 qu ilóm etros d e Mid elt. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 9 A caminho do sul: o deserto como destino. De m anhã, o gu ard a do parqu e m ostrou u m belo sorriso à vista d a “ proprina” qu e lhe d eixava. Saím os tard e. A jornad a era cu rta, pou co m ais d e 400 qu ilóm etros. Com o alarm e d a m oto d o Carlos Mariano d om ad o por u m especialista local, o gru po segu iu em A neve em redor de Midelt caravana atrás d o jipe d o Om ar, sob u ma tem peratu ra retem perad ora e auspiciosa. O mau tem po havia d ad o lu gar a u m céu azu l e ao sol d espid o d e nu vens. O ad obe das casas su rgia agora m ais frequ ente. Estávam os a cam inho d o su l. Segu im os o Om ar, nu m ritm o qu e enfad ou algu ns, sequ iosos d e d eserto. A u m a m éd ia d e 80, vagueámos pelo vale e oásis d o Ziz, em estrada seca e d e perfil tentad or. Vale do Ziz ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Parám os à vista d o oásis, aind a entalad o entre falésias qu e faziam Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 10 lem brar as “ m esas” texanas e m exicanas. Quand o passám os ER Rachid ia, sentiu -se o odor d o d eserto a aproximar-se, à m ed id a qu e as palm eiras e as tamareiras se ju ntavam à beira d a estrad a. Alm oçámos nu ma espécie d e riad - ao estilo tu rism o d e habitação portu guês - já não havia pachorra para cheirar o fu mo d o escape d o jipe. Estávam os próxim o d e Rissani, ond e d eixaríam os as motos no cu rral da Maison Tuareg e em barcaríamos em 4 naves d o d eserto, Land Rovers, qu e nos acom panhariam d u rante tod o o tem po em qu e estivem os no d eserto. Mu itas pistas, m u ito pó, m u ita terra batid a, mais areia, e su rgem as d u nas. Estávam os no Erg Chebbi. Ao longe, u m albergu e, algu mas tend as, e u m lago, um lago no d eserto! Do ou tro lad o, d u nas, e mais d u nas. Deste, u m gru po d e m ú sicos gnaw a d ava-nos as boas-vind as. N ão tard ou qu e o Arlind o - o nosso especialista em d ança gnaw a - os su rpreend esse … Distribuíram-se as tendas. Eu fiquei entre d uas qu e m eteram … areia, fru to d e u ma brisa suave mas insistente, que se esgu eirava por alguns bu racos na lã. Aned otas, u m sentar à bord a d o lago, m ais aned otas, e d uas u ru guaias a su rpreend er (ou ser su rpreend id as) pelos m ais noctívagos. Antes, porém , o jantar foi pantagru élico. Após algu mas tajines para partilhar, chegou u m cabrito qu e nos sobressaltou o apetite. E, se algu ma relu tância pareceu su rgir, não ficaram m ais d o qu e ossos para recordar o repasto. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 11 Isto, sem pre ao ritm o d a m ú sica, qu e fluía entre o gnaw a e a capoeira, com algu ns batu qu es e solos d e u m a espécie d e violino a d inam izar o ritm o da noite. Músicos nas tendas do Erg Chebbi N a m anhã d o d ia segu inte, foi a vez d e circund ar o d eserto a bord o d os 4 jipes. O “ pequeno” d eserto, d e u m amarelo-torrad o que se averm elha à proxim id ad e, é bastante concorrid o. Tem mais tu ristas, d o qu e tu aregu es. Aliás, visitám os a tenda d a ú nica família que parece aind a viver naqu ele sítio, d aqu ele exígu o m od o d e vid a. Aqu i, ao contrário d o ad obe qu e im pera nas constru ções sed entárias d o d eserto, é a lã qu e d om ina com o material d e construção d as tend as d os nóm adas. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 12 Acom panhám os a silhu eta d o relevo m ontanhoso argelino a caminho d as “ m inas” d e fósseis. Entretanto, pu d em os d isfru tar d e im agens refrescantes d e lagos que m u d avam d e posição ao avanço d o jipe. Miragens, e m u ito bem feitas, por sinal ... Poço tuaregue defendido por um pneu de camião. N a "m ina", o Joaqu im Soares afastou -se e apanhou u m ou d ois fósseis, sabem os agora com algu ns milhares d e anos. Pou co d epois, sentámo-nos nu ma casa com prid a, propriedad e d e u m a cooperativa m u sical, ond e escu tám os, d e novo, ritm os gnaw a, nu ma ald eia qu e tam bém parece estar no circu ito tu rístico d os gu ias da região. Depois, conhecemos o Lago d os Flam ingos, já no d eserto d e ped ra, u m a longa extensão d e águ a ond e apenas faltavam … os flam ingos. Aqu i, não havia m iragens. A m eia d ú zia d e vend ed ores qu e apareceram d o nad a, não tard aram a acocorar-se e a abrir as respectivas “ lojas” . And ám os a cam inho d o alm oço, u ma gostosa pizza d e Rissani, elaborada com pão e carne, u m d os m elhores pratos marroqu inos qu e tivem os o prazer d e d egustar. Com o sobrem esa extra, o convite para visitar a Maison Tu aregu e, trazia areia no bico. A costu m eira m ostra d e tapetes não passou d isso m esm o. A certo ponto, os próprios vend ed ores d evem ter percebid o qu e não consegu íam os arru mar u m lenço nas m alas, qu anto m ais u m tapete … ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 13 Daí a pou co, estávamos no mausoléu d e u m m onarca d a d inastia vigente, salvo erro avô d e H assan II. Estranham ente, apenas pu d em os visitar o clau stro, u m a vez qu e não d em os qualquer "propina" a u m jovem qu e introd uziu u m casal d e espanhóis na zona proibid a, m as foi prontam ente invectivad o pelo segu rança. A seguir, passámos ao kasbah d e Rissani, m u ito sem elhante (em configu ração, não em d im ensão) à m ed ina d e Fes, já qu e era fechad o por cim a e estava escorad o em grand e parte d o percu rso. Estava praticam ente aband onad o, em bora aind a não fosse ru ína. Aliás, vislu mbrámos bastantes, sobretu d o d esd e Erfou d . H á mu itas constru ções qu e, qu er pelas cond ições clim atéricas m ais agressivas, qu er pela d egradação, vão send o aband onad as. A propósito, u m d os albergu es d o Erg Chebbi, tinha sid o alvo d e u ma tem pestad e trem end a e estava já em ru ínas … Pouco d epois, ala para o d eserto, a cam inho d o H otel Kasbah. Pena foi qu e o “ hotel” fosse u m albergu e, qu e tenham os ficad o a m eia hora d e jipe d as m otos, que os quartos du plos fossem quád ru plos, qu e os ind ivid u ais qu e nos qu eriam d estinar tivessem casa d e banho no exterior, qu e a água qu ente tenha acabad o quand o fu i tomar banho. Exigências dali, ced ências d aqu i, e m eia hora d epois estava eu a tentar coelhos d a cartola entre o salve-se qu em pu d er qu e pairou sobre os mais apavorad os. A m agia veio então d a agilidad e d os qu e perceberam não ser fú nebre partilhar u ma d ivisória nu m quád ru plo. Mas, d entro em pou co, estávamos quase tod os no topo d e u ma d u na catita, agu ardand o o sol d esaparecesse lá para os lad os d e Marraqu exe. Entretanto, recebem os algu mas motos 4 na “ nossa” d u na, tripu lad as por elem entos d o Clu be Gold Wing espanhol, cu ja caravana apanharíam os no trajecto para Casablanca e para Arzila. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 14 Um deserto concorrido Deixámos escapar o fim d o d ia com u m a sensação d e d ever cu m prid o, m as igu alm ente com u m a serenid ad e própria d aqu ele am biente qu ieto e silencioso, ond e a arqu itectu ra d e linhas su aves d as d u nas d eve ter u m papel apaziguad or e relaxante. O d eserto é u m local privilegiad o para fazer o elogio d o silêncio e atend er aos d etalhes. Foi aqu i qu e pegu ei na máqu ina fotográfica e gu ard ei imagens d e tod os os qu e estavam ali, com vontad e d e lhes reprod u zir a alma. Mas não foi apenas a sensação das formas qu e serviu d e terapêu tica à excitação provocad a pela "im previsível" red istribu ição d e alojam entos no "hotel". Um d iscu rso ortopéd ico perm itiu corrigir u m a ou ou tra d eform ação ad qu irid a, tratar vestígios d e subtis trau matismos, e repor os níveis d e ansied ad e qu e, tam bém eu , havia exced id o, em bora d e forma d issimu lad a, como é perm itid o … A noite ofereceu -nos mais mú sica gnaw a e d isseram-m e qu e a festa pu xou mais d os nossos para a “ pista” . Entretanto, eu arrem atava o cu sto d o d eserto, que cu m priu irrepreensivelm ente o qu e estava estipu lad o em term os d e nú m eros. Assim fossem as cond ições contratad as e acred itaríam os qu e tu d o é “ fixe!” , fica “ trankilo” … ! O albergu e d os hom ens azu is ficaria mais com o ponto negro d o qu e com o alvo cartão d e visita d o Erg Chebbi. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 15 Rumo a Marraquexe: sobre tempestade de areia Pela manhã, confirmám os qu e as m otos ainda estavam no red il. Desped i-m e d o Om ar com a sensação d e qu e o acaso não consegu iria vencer nem o espanto nem a su rpresa. A segu ir, passám os por várias ald eias pobres qu e a estrad a para Tinejad e liga, nu m a sucessão d e rectas e oásis. Com a proxim id ad e d e Bou lmalne d u Dad es, o Atlas foi-se m ostrand o à caravana. As m ontanhas mais elevadas d o norte d e África, ergu iam-se à nossa d ireita, encrespand o-se árid as para oeste até se esbranqu içarem d e neve lá para os 2500 m etros d e altitu d e. Em Bou lm alne, bebem os u m cafezinho nu m restau rante panorâm ico, logo após a entrad a da povoação. Em baixo, vislu mbrava-se u m a vasta área d e oásis, o mais extenso e u rbanizad o d este périplo, qu e nos obrigou a rodar com m u ita atenção e paciência, lim itad os sistematicam ente pelo tal traço contínu o qu e nos Kasbah de Ouarzazate escoltava d esd e a fronteira … Espanto foi qu and o, algu ns qu ilóm etros d epois, u ma ventania, d aqu elas qu e têm m esm o vento, arrastava areia consigo, fazend o-nos rod ar à vela na m eia centena d e qu ilóm etros qu e nos separavam d e ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 16 Ouarzazate. Lá, tinha eu aprazad o o almoço para as 13:00, sob u ma positiva salvaguard a d o Said : “ venham que está reservad o!” . Estava. Mas a ventania tam bém havia d om inad o a agilidad e d os cozinheiros, pelo que aqu ele alm oço d em orou m ais d o qu e estava previsto e com prom eteu a chegad a d iu rna a Marraqu exe. Aliás, o vento voltaria a acom panhar-nos nos próxim os 50 qu ilóm etros. Em “ Ait Benad ou ” , o mais fam oso kasbah d e Marrocos, qu e pretendíam os visitar, estava envolto em areia, qu e teim ava em não d eixar passar ningu ém pelo acesso d o rio qu e não usasse capacete. Desistim os d e entrar, à excepção d o Ed u ard o qu e, com o portu calense convicto, invectivou pela fortaleza m ou ra sem apelo nem agravo. Voltám os à estrada para enfrentar, d e novo, o sopro d e u m Eolo irascível. Ait Benadou envolto em areia Gru pos d e au tocaravanas, jipes e m otos, foram quase u ma constante nesta jornad a. Pouco antes d e Ou arzazate, foi a vez d e nos cruzarm os com a caravana d a MotoMil, u m gru po formad o sobretu d o por BMWs GS, m as ond e também participavam algu m as KLT e u m a Paneu ropean. Antes, havíamos d eixad o ou tra com itiva, espanhola, nu m a estação d e serviço, qu e d evia ju ntar cerca d e 40 motos. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 17 Foi com u ma falsa sensação d e alívio que abordám os as prim eiras cu rvas d o Atlas. Pensám os qu e na montanha o vento d esaparecesse. Enganámo-nos. A cerca d e 2200 m etros d e altitu d e, o vento em pu rrava as m otos com o se fossem folhas d e árvores. N em a saíd a agitada d os com erciantes d o Tizi N Tichka nos d em oveu d e partir o m ais rápid o possível, assim qu e pu sem os as mangas d os blusões para fora d as lu vas. A tem peratu ra baixa, aliada à am eaça d e chu va e ao vento forte qu e se fazia sentir, partiram a caravana Paneu ropean em vários gru pos. N ão m ais parám os nas exíguas e alcantiladas lojas d e artesanato d a m ontanha, nem sequer nu ma d as ald eias serranas qu e m ais parecem Katmand us m arroquinas. Eu tentei encontrar o cam inho noctu rno para o hotel, m as com o entrám os por ou tro lu gar, não insisti. Foi preciso recorrer a várias su gestões d os locais, até que, pou co antes d a hora d e jantar, o José Menau consegu iu d ar com o H otel Am alay. Já próxim o, foi a vez d e perd erm os u ma garrafa d e água, qu e rebentou no chão d a rotu nd a anteced ente, após ter caíd o d a mochila qu e levava por cima d o saco d e topo. N ão seria a ú nica bagagem a d esaparecer … N a Meca do comércio marroquino Com u m nom e daqueles, o hotel não augu rava grand e coisa. Cu m priu . Era longe d a Praça Fna, e os quartos tinham casas d e banho estranhas e exíguas. H avia greve d os “ petit-taxi” . Socorrem onos d a iniciativa privada, a bord o d e u m velho Golf marroqu ino, para aced er à praça, qu e é tam bém o coração d e Marraqu exe e em cu jas artérias corre u ma activid ad e com ercial exótica, d ivertid a, colorid a, d elicad a e aprazível. Deixám os a respectiva exploração para o d ia segu inte. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 18 Tend o as m otos enfileirad as à porta d o hotel, m u itos d ecid iram partir em au tocarro tu rístico para conhecer Marraqu exe. Fiquei com pena, quand o lá passei, d e qu e não tivéssem os consegu id o lu gar no H otel d e la Menara, ond e aind a tentei, d ias antes, reservar a nossa estad a, m as sem êxito. A cid ad e estava cheia d e gente d e fora. Pela hora d e almoço, O colorido das lojas estávam os na praça Fna. Depois, foi u m “ ver se te avias” pelas vielas, ond e transitam bu rros, reboqu es, m otorizadas e, até pessoas, entre lojas estreitas e baixas, d e ond e se apela constantem ente aos clientes. O Carlos Mariano sobreviveu -nos ao tem po d e passeio e d e entrad a nas lojas, mas não consegu i acom panhar o ritm o d e fu nd o com que estávam os. Só nos revimos à noite, já tod os estavam à m esa d e jantar no hotel. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 19 Eu entregu ei algu ns pistachos a ped id o d e saltimbancos, m as fui assed iad o por u m m ú sico qu e até m e beijou para assegu rar m ais algu ns d aqu eles aperitivos. De u m mod o geral, os vend ed ores foram sim páticos, algu ns foram m esm o d ivertid os, tornand o as com pras nu m a actividad e castiça. N a Praça Fna Voltarem os a Chefchaouen, ond e a sim patia e serenidad e d os com erciantes su plantou os d e Marraqu exe, m as, aqu i, o fervilhar d o m ercad o é m ais atractivo, a d iferença é m ais acentuad a, a Med ina m ais cativante. A energia d a Praça faz o resto. Macacos am estrad os, cobras ad orm ecid as, d entistas im provisad os, aguad eiros d ecorativos, cantores, contad ores d e histórias, actores, vend ed ores d isto e d aqu ilo, bancas d e su mo d e laranja, d oces, esprem em -nos os sentid os. Ficam os com sau d ad e. É bom . Marraquexe-Arzila: a etapa mais longa. A jornad a segu inte era am biciosa. H avia-o d ito ao José Ed u ardo, confirm ámo-lo no terreno. O trânsito d a nacional até Settat obriga, com o já antes havia acontecid o, a pisar o traço contínu o perm anentem ente, esse traço contínu o qu e parece com eçar na fronteira e d ar a volta a Marrocos connosco. Foi na AE, qu e liga Settat ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 20 a Casablanca, qu e os cartu chos d e pistachos e d e tâm aras, se escapu liram d as “ aranhas” traseiras. Era a vez d e entrar em Casablanca para visitar a m esqu ita H assan II, a m aior d a Marrocos e a ú nica visitável por não crentes. Verificou -se qu e, d evid o à celebração em cu rso, nem sequ er nos pu d em os aproxim ar d a m esqu ita, qu anto m ais visitá-la. N ão sei se ficará para ou tra ocasião, em que, com tem po, possam os estar lá e integrar a hora correcta d e visita. N ão fosse o passeio pela m arginal, lid erad o pelo Menau , ficaria com id eia d e qu e Casablanca era a Mesqu ita e qu e, por tal, não valeria a pena lá voltar ... Percebemos tam bém que o trânsito na cid ad e om breia com os piores d ias d e Lisboa ou d o Porto. Tal com o em Portu gal há 40 anos, as buzinas parecem estar ju nto d o coração, qu e bate ao ritm o d a abertu ra d os semáforos. Dem orámos quase d uas horas para alm oçar peixe, nu m restau rante d e cozinha francesa. A saíd a d e Casablanca processou-se com lentid ão, d e tal ord em qu e, na AE, foi preciso and ar mais d epressa d o que o habitual. Apanhám os a hora d e saíd a laboral - em que alguns precisam d e atravessar a AE para regressarem a casa alcançám os a caravana Gold Wing espanhola qu e rolava lenta rod ám os u ma centena d e qu ilóm etros à noite. Arzila. N o interior das muralhas ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 21 Finalm ente, chegám os ao hotel d e Arzila, cu jos quartos foram d os m elhores d a jornad a. Cond uzid os por d uas m otorizadas, ficám os alojad os em frente d a Protecção Civil d a cid ad e. Estávamos segu ros … Entretanto, soubem os qu e o Arm and o, a Teresa e o Ed u ard o haviam consegu id o passar por Rabat, d estino qu e havíam os d escartad o d evid o ao ad iantad o d a hora. Arzila. N aporta de armas da fortaleza Com o ficám os perto d o castelo erigid o pelos Portu gu eses em m il quatrocentos e pou co, foi para lá qu e fom os esticar as pernas d epois d e jantar, registar algu mas imagens d o que foram algu m as d as obras portu guesas d o século XV em Marrocos. Porém , não gostei d o am biente noctu rno d e Arzila. N ão fosse a sim patia d os 2 ou 3 com erciantes d a Med ina qu e ainda tinham as lojas abertas, ficaria com a id eia d e qu e o lu gar ju nta gente pouco recom end ad a. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 22 A caminho de casa De m anhã, o pneu traseiro d a m oto d o Arm and o rend era-se. Tinha u m fu ro e a respectiva calvície não inspirava confiança. Tivesse d e fazer os 20 kms em estrad a d e obra, não resistiria até Ceu ta. Mu d ou se em Tanger, tal como u ma d as lâm pad as d e m éd ios d a m inha ST, qu e não paguei … Aqu ecem os naqu ela manhã fria a em pu rrar a m oto d o Zé Marqu es qu e d eve ter passad o a noite d estapada. Com sete ou oito m ãos na traseira, a STX não resistiu à im pu lsão e bu fou d e novo. Saím os com quase 1 hora d e atraso d e Arzila. Passám os à estrada qu e liga Tanger a Ceu ta, entre m ontes e vales, estrada esbu racad a ou pista larga abrasiva. Aind a consegu im os vislu mbrar u m cartaz qu e anu nciava que a Expo 2012 é em Marrocos, provavelm ente em Tanger. Dali, d aqu elas colinas, a vista é d eslu mbrante, qu er para a serra, qu er para a costa espanhola, d istingu ind o-se facilm ente o roched o d e Gibraltar. Chegámos praticam ente ao m esm o tem po à fronteira. Desta vez, a passagem para Ceu ta foi mais fácil e m enos d em orad a. Os papéis d o costu m e, u ma pequ ena fila, tem po para carim bar, e eis nos d o lad o eu ropeu . Qu em não gostou m u ito d a quebra d a chave das malas foi o António Carvalho, qu e não consegu iu retirar d e lá o bilhete d e regresso. Eu não levei u ma tam pa d e substitu ição, mas tinha chaves d e reserva … N o barco, com eçou a aflorar-se a hipótese d e nos reu nirmos u m d ia d estes para ver as im agens que captám os d a viagem . Também su pu nha qu e sairíam os em gru po d o barco d e m od o a segu irm os ju ntos até à ú ltim a AS antes d e Sevilha. Com o fu i o ú ltim o a sair, ju lgu ei que tod os estavam à m inha frente. Porém , haviam optad o pela estrad a ru mo a Tarifa e não pela A381, u m a via rápida qu e leva d irectam ente a Jerez. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 23 Aind a esperei pelo Jorge na AS El Fantasm a, mas com o ele parou na portagem , continu ei. Acabei por estar à frente d e tod os e chegar a casa por volta d as 9 d a noite. Com o praticam ente não havia trânsito, a velocidad e passou para os cento e “ entas” , controland o frequentem ente a traseira para não ser su rpreend id o, como o Porsche qu e estava a ser fotografad o pela polícia na AS d e Alm od ôvar … De facto, as su rpresas da chu va no Rif, d a neve no Méd io Atlas, d a tem pestad e d e areia d esd e antes d e Ou arzazate até à serra, d o frio no Atlas, d os lagos d o d eserto, d o faz qu e não faz m arroqu ino, d a m arabu nta d e tu ristas, d os hotéis m ais ou m enos “ exóticos” , do trânsito caótico d e Casablanca, foram suficientes para apaladar a viagem , espantand o-m e sobretu d o com a d iversid ad e d e situ ações e d e paisagens. Continuarei, evid entem ente, ad epto d a expressão e da prática d e qu e “ é proibida a entrad a a qu em não andar espantad o d e existir” . Ora, para existir não basta pensar, é preciso ser reconhecid o, socialm ente é claro. Por isso, continu arei a su rpreend er-m e sobretu d o por existirem ou tros qu e tão bem sabem partilhar m om entos d e vid a. Um a palavra especial d e apreço a tod os os participantes revela qu e as inflamações simu lad as foram em nú m ero ad equad o e qu e a boa d isposição e o com panheirism o im perou. Fiqu ei mu ito agradad o por partilhar convosco um a sem ana catita que não se estimava fácil. Essa d estreza só aconteceu porqu e em geral não se com plicaram as d ú vid as, nem se exaltaram anseios. Aliás, houve gente qu e se revelou m u ito d ivertid a, cooperante, organizad a e, além d isso, sim pática. Um agrad ecim ento particu lar ao José Menau e à Isabel, “ obrigad os” a navegar à popa, enqu anto garantes d e qu e ninguém ficava para trás, e tam bém pela d isponibilid ad e d e nos orientarem pelas ru as d e Marraqu exe e Casablanca, assim com o sem pre qu e era necessário trad uzir ou entend er árabe. Ao José Barriga, por ter sid o o ou tro pólo d e controlo, à proa d a caravana. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 24 Um a palavra final d e apreço para o José Ed uard o, incansável nos contactos, no au xílio logístico e no assegu rar d a produ ção d os pólos. Foi ele, especialm ente, qu e faltou no gru po. Com as sau dações d o costu m e C. ASSUN TO: CPEP M arrocoos 2007 De Pasmo em Surpresa 30-04-07 Reservad os os Direitos d o Au tor: w w w .Ritu ais.com Autor: Carlos Cord eiro Pág. 25
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