Anestesia em revista out, nov, dezembro.p65
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Anestesia em revista out, nov, dezembro.p65
Nesta Edição Editorial • Herança SBA: Fortalecer a medicina, a anestesiologia, e, com isso, contribuir para saúde e bem-estar de todos os cidadãos (*) ________ 4 Notícias • • • • • • 56º CBA foi recorde em inscritos na Bahia ________________________ 8 Premiações marcaram a solenidade de abertura do 56º CBA _______ 10 AMB realiza Fórum de Defesa Profissional _______________________ 11 Assuntos Aprovados pela Assembléia de Representantes 2009 ____ 12 Eleitos pela Assembléia Geral 2009 ____________________________ 15 Aprovados nas Provas da SBA em 2009 _________________________ 16 Artigos • • • • • Anestesiologia e Qualidade no Cuidado __________________________ 18 Correspondênci@, por Armando Fortuna _________________________ 26 Clima, Poluição e Medicina _____________________________________ 27 Reflexos Tributários da Delimitação do Conceito de Serviço Hospitalar _________________________________ 28 Regionais • Saego na semana comemorativa da Anestesiologia _______________ 30 • Jornada Norte-Nordeste de Anestesiologia deverá reunir cerca de 400 participantes em março na Paraíba ______________________ 30 • SAEPB realiza evento visando qualificar a assistência em saúde ___ 31 • XX Jornada Mineira de Anestesiologia foi realizada na histórica cidade de Ouro Preto _______________________________ 31 • XXX Jornada Paranaense de Anestesiologia ______________________ 32 Calendário Científico da SBA _____________________________ 32 Novos Membros _____________________________________________ 33 Responsabilidade Social ___________________________________ 34 Expediente Anestesia em revista é uma publicação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia Departamento de Anestesiologia da Associação Médica Brasileira Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ CEP: 22.251-080 - Tel.: (21) 2537-8100 - Fax: (21) 2537-8188 Conselho Editorial: Luiz Antônio Vane, Carlos Eduardo Lopes Nunes, Márcio de Pinho Martins, Henri Braunstein, Nádia Maria da Conceição Duarte, José Mariano Soares de Moraes e Airton Bagatini Diretor Responsável: Airton Bagatini Foto da Capa: Sede da SBA - vista noturna Programação Visual: Ito Oliveira Lopes - 12516-DRT/RJ - Wellington L. R. Lopes Equipe Editorial: José Bredariol Jr, Marcelo Marinho, Marcelo Sperle, Mercedes Azevedo e Rodrigo Matos Jornalista Responsável: Eliane Belleza - Reg. Prof. 20902-122-51-FENAJ Impressão e Acabamento: MasterGraph - Tiragem: 9.000 - Distribuição gratuita. IMPORTANTE: Cadastre seu e-mail na SBA Visite o site da SBA: www.sba.com.br - [email protected] EDITORIAL “Herança SBA: Fortalecer a medicina, a anestesiologia, e, com isso, contribuir para saúde e bem-estar de todos os cidadãos (*) A o participar desta cerimônia solene de abertura do 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia quebrarei um pouco o protocolo, pois não vou percorrer os lugares-comuns do relatório de atividades, tampouco do elogio fácil à importância e às conquistas científicas e corporativas da SBA. Tal importância e tais conquistas podem ser conhecidas pela leitura de nossas publicações e relatórios. Quero focalizar, no entanto, nesta abertura, um aspecto que considero fundamental para todo o País e que poderia ser sintetizado singelamente como a relação ideal entre a parte e o todo numa sociedade organizada. De fato, minha experiência como médico, pesquisador e docente universitário e minha participação na diretoria da Sociedade Brasileira de Anestesiologia e na diretoria da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo desde o início da década de 1980 me fazem ver hoje que uma sociedade de profissionais da medicina, como a SBA, não pode ser vista friamente como uma associação de poucos iguais que se unem para se tornar, como diria George Orwell, "mais iguais do que os iguais". Ao contrário, é da índole do próprio regime democrático que quanto mais organizadas, coerentes e fortes sejam as sociedades representativas de classe, mais fortes e coerentes serão suas contribuições para a harmonia geral da nação. Profissionais da medicina, desse modo, não se reúnem em grupo apenas para buscar ou defender suas carreiras de profissionais da medicina, mas para fortalecer a própria medicina e, no caso, a anestesiologia e, com isso, contribuir para a aceleração da busca da felicidade e da cidadania plena de todos. Cada pesquisa, cada relato, cada conferência e cada debate de ocorrência neste congresso serão irmanados por um objetivo comum: o de que não fazemos ciência por fazer ciência, não nos associamos simplesmente por nos associarmos, mas, sim, contribuímos, de forma ainda mais efetiva e positiva, para a saúde e o bem-estar de todos os cidadãos de nosso país. O Brasil investe pouco em saúde. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o gasto médio mundial, em saúde, por habitante, foi o equivalente a R$ 1.400,00 por ano O Brasil gastou menos da metade. Percentualmente ao PIB, o Brasil gastou 3,5% pelo Governo Federal e outros 3,5% pela saúde suplementar, o que significa que pelo Sistema Único de Saúde (SUS) o Brasil investiu cerca de R$ 670,00 por habitante por ano, inte- (*) Discurso de abertura do presidente da SBA, Luiz Antônio Vane, no 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, 6º Congresso de Dor e 5º Congresso de Ressuscitação e Reanimação da SBA 4 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista Dr. Luiz Antônio Vane Presidente ressando a 150 milhões de habitantes, e pela saúde suplementar cerca de R$ 1.470,00 per capta, interessando a 43 milhões de habitantes. Nos países desenvolvidos, esse valor se situa sempre acima, como os Estados Unidos, que gastam o equivalente a R$ 12.600,00 per capta por ano, ou seja, 20 vezes mais que o Brasil! Em relação a um único indicador, a taxa de mortalidade infantil, que reflete, de maneira geral, níveis de saúde, desenvolvimento socioeconômico e condições de vida, o Brasil ocupa a 85ª posição mundial, com 26,6 óbitos de menores de um ano de idade por mil nascidos vivos. Para se ter uma idéia do tanto que temos a fazer, essa taxa é mais alta que a obtida por países como Paraguai, Venezuela, Equador, México, Colômbia, Argentina, Uruguai e Porto Rico. Temos dificuldades, mas não adianta ficar reclamando e tentar sempre os mesmos caminhos batidos, as mesmas desculpas. Precisamos ousar, buscar novos paradigmas, romper com as barreiras do imobilismo e do conformismo. Não obstante as resistências corporativistas e o ranço político partidário infundado, precisamos de um modelo de assistência médica de qualidade, eficiente e resolutivo. Mas, de uma maneira geral, estamos todos devendo. Porque o problema não é só financeiro. É também gerencial. Não trabalhamos em unicidade, como um sistema. Atribuímos competências conforme sopram as críticas. Um determinado assunto é um dia de responsabilidade do município, outro dia, do estado, outro, da União e, assim, de ninguém. Apresentamos números. Números de atendimento, números de cirurgia, números de internação, números de procedimento, inúmeros números. Provavelmente, fazemos muito. Mas fazemos bem? Quantos desses números refletem resolubilidade? Quantos refletem qualidade? Quantos deles são realmente necessários? Quantos refletem apenas o retrabalho? Alguns pontos são fundamentais neste momento. O primeiro deles é para que a medicina seja pelo menos razoável. Hoje, como vimos, predomina a política do número em detrimento da qualidade, em que se coloca, à disposição da população, profissionais não especializados, no serviço público, para atender a nossa população. Nesse meio ficam as associações, como AMB, CFM, sociedades de especialidade, e entre elas a SBA, que vem tentando a reversão de um quadro quase irreversível. Notícias de reconhecimento automático de médicos formados em Cuba, de abertura de residências médicas ao arrepio das sociedades de especialidade, de abertura de concurso público para atendimento em hospitais de grande porte de médicos não especialistas para trabalhar em determinadas especialidades constituem outros importan- tes pontos de nossa luta. Mas estamos firmes e decididos a lutar até o fim para que a medicina volte a ter o devido reconhecimento social que sempre mereceu. Para isso, nossas sociedades de anestesiologistas são estruturas organizadas que atuam de forma coerente, democrática e, por isso, são fortes, são representativas de classe e contribuem para a melhoria da saúde pública nacional. Em nossas Regionais e na SBA, nós, profissionais da medicina, não nos reunimos apenas para buscar ou defender nossas carreiras de profissionais da medicina, mas para fortalecer a própria medicina - no caso a anestesiologia - e, com isso, contribuir para a aceleração da busca da felicidade e da cidadania plena de todos. Contribuímos, assim, de forma ainda mais efetiva e positiva, para a saúde e o bem-estar de todos os cidadãos de nosso país. Nesse sentido, uma sociedade como a nossa é também governo e deve ser parte integrante das decisões governamentais para que o Estado possa levar a bom termo sua gestão. Os homens que fundaram a SBA tinham esses conceitos claramente delineados. E nós, que recebemos essa herança, não podemos nunca perdê-los de vista, principalmente no momento em que o País e o mundo atravessam um período em que é muito fácil ceder aos imperativos do egocentrismo e das ambições individuais ou corporativas. Tenho visto aqui neste recinto jovens anestesiologistas, residentes, recém-formados e até alunos. Para vocês, esperança viva de um futuro melhor, gostaria de dizer algumas palavras que foram parte de um discurso de Nizan Guanaes, empresário baiano. "Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como consequência. É preferível o erro à omissão, o fracasso ao tédio. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue seu tempo e sua condição fora, se acomodando à extraordinária oportunidade de ter vivido. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: - Eu não disse? Eu sabia! Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas todas as sextas de noite, todos os sábados e domingos, mas que nas segundas não A mesa de abertura do 56º CBA contou com o presidente do evento, Adhemar Chagas Valverde, o presidente da SBA, Luiz Antônio Vane, o presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia, Ricardo Almeida de Azevedo e demais autoridades municipais, estaduais e federais Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 5 sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar, porque não sabem trabalhar. Eu digo trabalhem. Ocupe o tempo. Evite o ócio. Muitos de seus colegas poderão dizer que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Mas apenas o trabalho o leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão." Nós somos todos médicos, anestesiologistas, e, reunidos em sociedade, nosso objetivo comum continua sendo o mesmo dos representantes de todas as classes que constituem o estado democrático. Se temos o direito de buscar nossa própria realização profissional e nosso bem-estar individual e familiar, temos também o dever de bem formar, de discutir, de propor, de conscientizar e, como disse magistralmente Sócrates, no livro IV do diálogo A República, do filósofo grego Platão, e que merece a reflexão de todos nós neste momento, devemos ter como principal objetivo, ao fundar a sociedade, não apenas tornar especialmente feliz uma determinada classe, e, sim, alcançar a maior felicidade possível para a toda a população. Ter em mente que numa sociedade bem organizada seria mais fácil encontrar a justiça do que em qualquer outra, do mesmo modo que a injustiça teria mais probabilidades de se manifestar numa sociedade mal ordenada ou, pior ainda, fora dela. Ao reconhecer isso poderíamos chegar a uma conclusão sobre o legado que recebemos. Por ora, estamos formando uma sociedade feliz, não por partes nem com vistas a tornar felizes alguns cidadãos, mas todos eles. Sócrates referiu-se, nessa passagem, ao próprio tema do livro, que é o de estabelecer o plano de um estado perfeito, em que tudo funcione segundo um princípio funda6 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista mental: um estado feliz é aquele em que todos os cidadãos, independentemente da classe a que pertençam, sejam felizes e capazes de contribuir para a felicidade dos demais. O objetivo essencial visado pelo filósofo, todavia, continua sendo a grande meta do estado democrático: buscar a felicidade de todos os cidadãos, independentemente da classe a que pertençam. Nesse momento decisivo na história da SBA, estamos convencidos de que a hierarquia do mérito e a excelência administrativa devem prevalecer para consagrá-la, definitivamente, como instância primordial de desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento e fortalecimento dos ideais de nossos colegas anestesiologistas de todo o país. Cheguei a esta solenidade de instalação do 56º CBA depois de mais de 30 anos de intensa atividade associativa, em que tive a oportunidade de participar do crescimento e desenvolvimento de nossa sociedade, de dirigi-la e de sofrer as inquietações impostas pelas agruras das decisões difíceis e a solidão da responsabilidade. A SBA enfrenta seu momento de verdade. Nesse processo difícil, porém necessário, de reencontro com sua vocação histórica de grande sociedade de especialidade, a segunda maior do mundo, será preciso modernizá-la e inovar seu ideário. Modernizá-la pelo processo democrático de reforma, e não pela imposição autoritária. Modernizá-la pelo aprimoramento e pela valorização dos recursos humanos, seu maior patrimônio e garantia para a realização das tarefas de desenvolvimento estável e consequente, para não incorrermos no erro da improvisação imediatista. Em torno da proposta vitoriosa sinto que se levantam esperanças. Há muito estamos afirmando que não acreditamos em pessoas que salvam, mas em estruturas que funcionam. Assim, fortalecemos ainda mais nossa SBA, iniciando por reformar nossa sede, com vistas a agilizar o serviço prestado aos sócios. Criamos o book institucional da SBA em três línguas, aumentamos o número de aulas disponíveis em nossa página, com menor custo para a sociedade, demos muita importância aos assuntos referentes à defesa profissional do anestesiologista, bem como à preservação de sua remuneração, e investimos muito na qualidade e na competência do atendimento ao associado. Dessa forma, demos prosseguimento ao programa de 5S e de planejamento estratégico. Destaco aqui o importante e decisivo apoio e a conscientização de todos os funcionários da SBA, sem exceção, sob o comando consciente e sereno, porém competente, da sra. Mercedes. Progredimos muito, e, graças a uma atuação muito consciente de todos, funcionários e diretores, conseguimos o maior marco em certificação que uma entidade como a nossa pode ter, a certificação ISO 9001-2008. Em tempo recorde de apenas sete meses de trabalho, isso foi possível graças ao empenho, à garra e à confiança de todos. Essa certificação coloca a SBA como a primeira sociedade de especialidade do país a conquistá-la. Com isso, teremos agora credibilidade para nos tornarmos certificadora, através de selo de qualidade SBA. Este é um momento mágico, em que a alegria da vitória arduamente conquistada confunde-se com o senso de responsabilidade diante do cenário que se descortina. Na antevisão dos obstáculos que se antepõem a nossa marcha, há a necessidade da escolha urgente do caminho a ser seguido para atingirmos a pleni- tude de uma sociedade de qualidade, cientificamente atualizada, capaz de gerar novos conhecimentos nos diferentes ramos do saber e de estar intimamente integrada com a comunidade que a mantém e conscientemente comprometida com seu desenvolvimento autônomo na busca permanente da solução dos problemas regionais e de todo o país. Estamos, hoje, absolutamente convencidos de que a missão maior da SBA é a de combinar o máximo de qualidade com o máximo de compromisso social. A construção de uma sociedade forte não é obra de individualidades ou heróis messiânicos, mas é fruto do trabalho quase anônimo e persistente de colegas que compõem nossos centros de ensino e treinamento, centros de dor, nossas comissões, comitês e conselhos, nossa RBA, os diretores e de nossos funcionários que, com grande desprendimento e dotados de enorme espírito de sacrifício, assumiram, na transitoriedade do tempo, os pesados encargos que tornou possível esse avanço. A SBA, com seus mais de 60 anos de existência, atingiu a prestigiosa situação de ser a primeira sociedade de especialidade a ter a certificação ISO 9001 não por acaso, mas à custa do trabalho de muitos. Participaram significativamente dessa tarefa hercúlea as diretorias presididas pelos presidentes dr. Ismar Lima Cavalcanti e dr. Jurandir Coan Turazzi e os atuais diretores. Todos os ex-dirigentes da SBA foram extremamente importantes para chegarmos nesse ápice e, portanto, o resultado de seu trabalho não pode ser avaliado de forma simplista e principalmente contaminado por forte componente emocional e sectarismos ideológicos que deformam a realidade e mascaram a objetividade dessas análises. De todos eles, sem exceção, reconheço publicamente os méritos pessoais e associativos e o esforço honesto que realizaram e que resultou em contribuições efetivas para o crescimento e a consolidação do prestígio de nossa sociedade. É chegado o momento de virarmos essa página da história e retomarmos, todos irmanados, nossa marcha triunfante para a grandeza da SBA. As instituições, como as pessoas, têm seu momento de verdade. O momento em que, afastadas as ilusões, tem-se que reexaminar seus propósitos e corrigir seus métodos, a fim de controlar seu destino, em vez de se escravizar às circunstâncias. Sem ousadia criativa, sempre será noite para aqueles que não querem avançar. Temos certeza de que nossa equipe de trabalho, altamente qualificada, responderá sempre aos imensos desafios da realidade atual. Não há matéria-prima mais preciosa que a inteligência. Por isso, com nossos colegas, diretores e funcionários devidamente mobilizados e valo- rizados, estimularemos ainda mais o clima de trabalho na sociedade. Nosso paradigma foi a criatividade, a produtividade e, sobretudo, a qualidade. Para tanto, buscamos apoio dos órgãos governamentais e das instituições privadas para estabelecermos parcerias e ampliarmos nossa capacidade de captação de recursos extraorçamentários para melhor entendimento, compreensão da missão da SBA e engajamento nessa luta, que é de todos nós. Neste momento decisivo na história da SBA, estamos convencidos de que a hierarquia do mérito e a excelência administrativa devem prevalecer na sociedade para consagrá-la, definitivamente, como instância primordial de desenvolvimento em todas as áreas do conhecimento e da defesa profissional. Nada nos afastou de nossas propostas. Esse foi nosso compromisso, que honramos para estar à altura da confiança que a comunidade associativa, as autoridades presentes, meus amigos e minha família, aqui reunidos, depositam em minha atuação como presidente da SBA. Tudo fiz para transformá-la num exemplo para o país. Finalizando, gostaria de cumprimentar, efusivamente, a Regional da Bahia, que também é minha regional, em nome do presidente, dr. Ricardo, do presidente deste congresso, dr. Adhemar, do diretor científico, dr. Jedson, bem como de todos os demais diretores e membros de comissões. A todos os palestrantes, colegas congressistas e funcionários da SAEB que tornaram possível este que é o maior evento científico e associativo da SBA, muito obrigado! Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 7 NOTÍCIAS 56º CBA teve recorde de inscritos na Bahia 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, 6º Congresso de Dor e 5º Congresso de Ressuscitação e Reanimação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia teve recorde em inscrições. Foi com 3.398 participantes, um número que enaltece e gratifica todas as comissões responsáveis pela realização do maior evento associativo e científico da SBA. Durante dois anos, os envolvidos no congresso presidido por Dr. Adhemar Chagas Valverde trabalharam com esmero na seleção na programação científica, social, na elaboração do material impresso e na estrutura para receber anestesiologistas nacionais e internacionais. A solenidade de instalação do congresso, dia 15, no auditório Yemanjá, no Centro de Convenções da Bahia reuniu cerca de dois mil anestesiologistas nacionais e internacionais. Compuseram a mesa de abertura, o Presidente do 56º CBA, Dr. Adhemar Chagas Valverde, o Presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, Dr. Luiz Antônio Vane, o Presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia, Dr. Ricardo Almeida de Azevedo e demais autoridades municipais, estaduais e federais. Os discursos seguiram primeiramente com o presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia, Dr. Ricardo Almeida de Azevedo que deu às boas vindas e falou da tradição da Bahia em realizar o CBA. "A Bahia já tem régua e compasso na realização de con- O 8 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista Em seu discurso de abertura, o presidente do 56º CBA, Adhemar Chagas Valverde desejou dias agradáveis e produtivos no âmbito científico. O presidente aproveitou a oportunidade para fazer reivindicações de melhorias e reconhecimento por parte das autoridades governamentais brasileiras gressos brasileiros, este é o sexto realizado aqui." O presidente do 56º CBA, Dr. Adhemar Chagas Valverde desejou dias agradáveis e produtivos no âmbito científico e aproveitou o momento para fazer reivindicações de melhorias e reconhecimento por parte das autoridades governamentais brasileiras. "Em 1960, o Brasil tinha menos de 30 Escolas de Medicina, atualmente são 177. Nós somos campeões em faculdades de Medicina no mundo e isto não é mérito, e sim preocupante." Dr. Adhemar Valverde deixou claro o papel e a intenção da SBA de formar especialistas qualificados para assim exercerem com competência o Ato Anestésico. "Cabe-me alertar àqueles preocupados com a formação de novos especialistas, em Sal- vador, que demonstram em expor as suas vaidades quando se arvoram em abrir residências sem vínculo com a SBA que é a instituição que visa incessantemente buscar a excelência científica." Finalmente, Dr. Luiz Antônio Vane, presidente da SBA, abordou o assunto de maior impacto na noite que, com certeza, renderá amplas discussões. "A SBA não pode ser vista friamente como uma sociedade de classe de iguais, buscamos incansavelmente o aprimoramento dos especialistas a ela vinculado. Não fazemos ciência por ciência, nossa missão é com a saúde e bem estar da população. As dificuldades são muitas, mas precisamos romper com as barreiras do pacifismo". De acordo com Dr. Vane a abertura de concursos públicos para médicos sem especialização e residentes médicos sem qualificação vai de encontro ao propósito da SBA e acredita que a esperança está nos profissionais em formação. "A SBA é a estância primordial de conhecimento para os especialistas em anestesiologia. É a segunda maior do mundo e enfrenta o desafio de modernizar-se. Não acreditamos em pessoas que salvam, mas em estruturas que funcionam." A última conquista da SBA foi a ISO 9001/2008 em sete meses de trabalho. A primeira sociedade de especialidade médica no país a receber tal qualificação. Dr. Vane finalizou saudando a toda equipe da SBA pelo empenho, garra e determinação. Depois os convidados desfrutaram do show do Balé Folclórico da Bahia seguido de um coquetel. O 56º CBA destacou-se também pela qualidade científica. A Comissão Científica presidida por Dr. Jedson dos Santos Nascimento convidou 252 palestrantes nacionais e internacionais, profissionais gabaritados e preparados para a difusão do conhecimento. Alguns deles fizeram questão de expor opiniões sobre o evento. "Minhas considerações não são motivadas pela emoção, apesar da minha ligação com a Bahia. A programação científica está de altíssimo nível com palestrantes qualificados e cuidadosamente escolhidos. A freqüência das aulas é o que mais me impressiona, mesmo com sol forte e convidativo ao lazer, as aulas mantiveramse cheias. A inovação da planilha com a programação diária foi excelente.", afirma Dr. Alfredo Portella. As palestras de especialistas de diversos países atraíram um público das mais diversas faixas etárias. A administração da anestesia a pacientes com Mal de Parkinson e o uso de anestésicos venosos em crianças foram os temas das palestras de dois convidados dos Estados Unidos, Barry Harrison e Mark shows à beira mar. Ao som de ChiSingleton. clete com Banana, o espaço estava Para o coordenador da mesa, Dr. em clima de uma autêntica festa de José Roberto Nociti (SP) o mais imporlargo onde todos dançaram e cantante na presença de médicos e outros taram os sucessos da banca que países é a oportunidade de comparar move multidões pelo Brasil. rotinas, uma vez que as técnicas e substâncias utilizadas são similares. "Tudo que se usa lá fora nós temos aqui", diz Nociti. Segundo ele, o que muda são as agências de regulação - Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil e FDA (Food and Drug Administration) nos EUA - e as associações de agentes anestésicos com segurança. A programação social do evento contou com show Enquanto nas dezenas da Banda Chiclete com Banana de salas do Centro de ConUma estrutura confortável com venções, especialistas de todas as mesas, cadeiras, espaço para a danpartes do Brasil e de alguns países ça, banheiros cuidadosamente convidados debatiam técnicas e prohigienizados, comida e bebida à voncedimentos da anestesiologia, comtade comportou congressistas, acombate à dor e reanimação, dois anpanhantes, expositores, funcionáridares abaixo, laboratórios e fabrios e colaboradores em total harmocantes de equipamentos médicos nia por sete horas seguidas de festa. exibiam o que há de mais moderno Os visitantes desfrutaram de um para a utilização em hospitais. cardápio variado com petiscos típiAparelhos de anestesia com cos da Bahia. A marca da culinária rotâmetro eletrônico que permite baiana não podia faltar com o tramaior precisão no controle de gases dicional acarajé, além do abará, durante a ventilação mecânica, em beiju de tapioca e compotas de frufase de pré-lançamento, foram conhetas regionais. cidos pelos congressistas. Nenhuma O momento também teve espanovidade chamou tanta atenção, no ço para homenagens. Dr. Irimar de entanto, quanto o pré-lançamento da Paula Posso, Dr. Alfredo Augusto emulsão de propofol livre de lipídios. Vieira Portella, Dr. Waston Vieira O medicamento desenvolvido a parSilva e Interlink, empresa ortir da nanotecnologia isolou as céluganizadora do 56º CBA, receberam las provenientes de soja e ovo, peruma placa do presidente, Dr. mitindo a administração do anestéAdhemar Chagas Valverde. sico *um dos mais comuns entre os Na quarta-feira, as palestras seanestesiologistas - em pacientes alérguiram até o meio dia e, no períogicos e eliminando a necessidade de do da tarde, novos trabalhos foram refrigeração, podendo ser conservadiscutidos em mais uma Assembléia do à temperatura ambiente. de Representantes. No dia 17, terça-feira, a animação tomou conta de mais de três mil Jornalistas Responsáveis: participantes do 56º CBA na festa Cinthya Brandão DRT-Ba 2.397 e de confraternização, numa casa de Alan Rodrigues DRT-Ba 1.625. Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 9 Premiações marcaram a solenidade de abertura do 56º CBA solenidade de abertura do 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia, 6º Congresso de Dor e 5º Congresso de Ressuscitação e Reanimação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, dia 15 de novembro, no Centro de Convenções da Bahia foi marcada por diversas premiações. O Prêmio Dr. Alfredo Augusto Vieira Portella para maior nota obtida na prova nacional para médicos em especialização de primeiro ano (ME1) realizada m dezembro de 2008 foi concedido à Dra. Ana Beatriz Furtado Souza do CET do Hospital São Francisco Instituto Santa Lydia, em Ribeirão Preto, SP. A maior nota de ME2 foi obtida pelo Dr. Raphael de Almeida Carvalho do CET do Hospital das Clínicas de Uberlândia, MG, com o Prêmio Affonso Fortis. O vencedor do Prêmio Dr. José Luiz Gomes do Amaral pela maior nota de ME3 foi o Dr. Fernando Nardy Bellicieri do CET da Faculdade de Medicina de Botucatu, SP. O Prêmio Dr. Renato Ribeiro pelo melhor trabalho de conclusão de CET em 2008 foi concedido ao Dr. Maurício Daher Andrade Gomes do CET da Universidade de Brasília. O Prêmio Dr. Valdir Cavalcanti Medrado conferido ao membro ativo com 10 anos ou mais de término do Curso de Especialização em CET/SBA aprovados nas provas do TSA foi entregue ao Dr. Basílio Yoshio Okuda, Dr. Francisco Victor Caetano, Dra. Ivani Rodrigues Glass, Dr. Kleber Machareth de Souza, Dra. Maristela Bueno Lopes e Dr. Wanderley Rodrigues Moreira. O Prêmio Zairo Eira Garcia Vieira pelo melhor tema livre do 56º CBA foi para os Drs. Ronald de Albuquerque A 10 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista Mais de dois mil anestesiologistas nacionais e internacionais lotaram o Centro de Convenções da Bahia, durante o 56º CBA Lima, Nivaldo Ribeiro Villela e Eliete Bouskela com o trabalho Comparação dos efeitos microcirculatórios da Vasopressina e da Noradrenalina associadas à reposição volêmica durante o choque hemorrágico. O Prêmio Dr. Massami Katayama pela maior conceituação de Centro de Ensino e Treinamento referente à análise dos relatórios anuais situação 2008 foi para o CET da Disciplina de Anestesiologia da FMUSP tendo como responsável Dr. José Otávio Costa Auler Júnior. O Prêmio Dr. Walter Silva Machado concedido ao Centro de Ensino e Treinamento que obteve a maior projeção em conceituação 2007/2008 foi para o CET do Serviço de Anestesiologia do Hospital de Ipanema, RJ, tendo como responsável o Dr. Haward Hideo Uoieno Iosto e o Prêmio Dr. Carlos Pereira Parsloe pelo melhor trabalho sobre Anestesia Inalatória foi entregue ao Dr. Rogean Rodrigues Nunes com o trabalho Influência da adequação anestésica controlada pelo eletroencefalograma - óxido nitroso - sevoflurano sobre o estresse oxidativo em operações pelo acesso videolaparoscópico. Entre as premiações patrocinadas pela Cristália Produtos Químicos LTDA estavam o Prêmio Heli Vieira instituído pelo laboratório e a Sociedade Cearense de Anestesiologia pelo melhor trabalho científico concedido ao Dr. Rogean Rodrigues Nunes. Os vencedores do Concurso "Sua idéia vale ouro" - que premia as melhores sugestões dos anestesiologistas em três categorias: Novos produtos; Novas apresentações e ideias institucionais foram, respectivamente, a Dra. Leila Cristina Costa Soares de Ros pelo trabalho "METILCELULOSE COM LINDOCAÍNA PARA USO INTRAOCULAR"; Dr. Renato Lívio de Marchi com "NOVA APRESENTAÇÃO DE LINDOCAÍNA DE 2% DE 5ML ESTERILE PACK PARA O BOTÃO ANESTÉSICO NA PELE" e Dr. Tiago Gayer de Alencar com a ideia "CAMPANHA DE ANESTESIA". Jornalista Responsável: Cinthya Brandão, DRT-Ba 2.397. AMB realiza I Fórum de Defesa Profissional Os debates foram direcionados om o objetivo de integrar codificação, além de explanar soao sistema público de saúde. os diretores de Defesa Probre a aplicação da CBHPM como Florentino Cardoso, diretor de saúfissional das Federadas e referência no TUSS, tabela que uniSociedades de Especialidade e dede pública da AMB, abriu a discusfica procedimentos no setor de saúbater assuntos pertinentes à área, são falando sobre a atuação da Code suplementar. Em sua fala, ela foi realizado dia 2 de outubro, na missão Nacional Pró-Sus, integraressaltou o excelente trabalho resede da Associação Médica de da por AMB, CFM e Fenam. alizado pela AMB, que promoveu Brasília, o I Fórum de Defesa ProEm seguida, José Mariano, dio 'de-para' em relação às tabelas fissional da AMB. retor de Defesa Profissional da 90, 92, 96 e 99. "Esperamos que este seja o coSociedade Brasileira de Coube a Florisval Meinão, remeço de uma longa e profícua relaAnestesiologia; Didier Ribas, supresentante da AMB na ANS, falou ção entre todos os envolvidos, pois perintendente do hospital geral sobre a CBHPM. Ele fez um históritenho certeza de que engrandecerá de Itapecerica da Serra e Valéria co desde a sua criação, em 2000, a atuação política médico", disse Salgado, do Ministério do Planeaté a sua recente aplicação na Roberto Gurgel, coordenador do jamento fizram suas explanaTUSS. evento e diretor de Defesa Profissições. Eles apresentaram modelos "Essa decisão da ANS nos deonal da AMB, de gerenciamento ao abrir o de organizações Fórum. no serviço públiUm período co. do evento foi Roberto Gurgel reservado para encerrou o evento os debates encom uma palestra volvendo o sesobre formas de retor de saúde sumuneração pelo plementar, conSUS. Ele apresentando com as tou três propostas: participações de a aplicação da Alfredo Scaff e CBHPM no SUS, Rigoleta Dutra, Ao centro, Roberto Gurgel, coordenador do evento, abriu o Fórum com votos de manutenção do Cóuma longa e profícua relação entre a classe médica representantes digo 7 e a criação de da Agência Nacional de Saúde Suuma entidade nacional para apoio volveu o domínio sobre o plementar (ANS). Em sua apresenaos cooperados. referencial médico. Se hoje está tação, Scaff abordou o Rol de ProQuanto ao Fórum, Gurgel inforrestabelecido, é graças à CBHPM", cedimentos Médicos, que atualmenmou que a intenção é criar um condisse Meinão. te encontra-se em consulta públiselho permanente de Defesa ProOutro assunto abordado por ca. Ele disse que a idéia é revisá-lo fissional na AMB, além de realizar Meinão foi em relação aos honoráa cada dois anos, destacando a imedições a cada dois meses do rios médicos. Ele apresentou númeportância da participação das espeFórum. ros demonstrando que desde o Placialidades no envio de sugestões. "Com isso, vamos impor no Collor, em 1990, somando-se o Rigoleta, por sua vez, fez um praticidade e objetividade aos teIPC acumulado neste período, a histórico do trabalho de padronimas e ações que forem propostos", defasagem atinge um percentual de zação da terminologia e finalizou Gurgel. 450%. C Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 11 Assuntos Aprovados pela Assembléia de Representantes 2009 Realizada em 14/11/2009 por Ocasião do 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia - Salavador/BA Da esquerda para direita: Drs. Abelardo, Cangiani e Tolomeu 1- TRECHOS DA ATA DA ASSEMBLÉIA DE REPRESENTANTES DO ANO DE 2008 2- PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 2010 descrita nas páginas de 10 a 15. Boletim Agenda arquivado na biblioteca da SBA. 3- ANUIDADE - ANO 2010 ATIVOS E ADJUNTOS - R$ 428,00 (quatrocentos e vinte e oito reais): a. Pagamento até: 31/03/2010: R$ 408,00 (quatrocentos e oito reais) com desconto; b. Pagamento até: 30/04/2010: R$ 428,00 (quatrocentos e vinte e oito reais); ASPIRANTES - ME1 (ADMISSÃO) - R$ 214,00 (duzentos e quatorze reais). A admissão de novos membros, não contempla parcelamento e/ou desconto; ASPIRANTES-ADJUNTO (Ingresso e Renovação) - R$ 214,00 (duzentos e quatorze reais). O ingresso de novos membros ASP/ ADJ não contempla parcelamento e/ou desconto, sendo este benefício concedido apenas no caso de renovação da associação; ESTRANGEIRO - US$ 240,00 (duzentos e quarenta dólares americanos). TAXA DE READMISSÃO: ASPIRANTES/ ASPIRANTES-ADJUNTOS - R$ 10,00 (dez reais). A partir de 01/05/2010: R$ 214,00 (duzentos e quatorze reais)+ taxa de readmissão vigente R$ 10,00 (dez reais) para pagamento à vista - totalizando o valor de R$ 224,00; ATIVOS/ADJUNTOS - R$ 20,00 (dez reais). A partir de 01/05/2010: R$ 428,00 (quatrocentos e vinte e oito reais) + taxa de readmissão vigente R$ 20,00 (vinte reais) para pagamento à vista - totalizando o valor de R$ 448,00; PARCELAMENTO ANUIDADES - Poderá ocorrer parcelamento em até 3 vezes, desde que o vencimento da última parcela ocorra até o prazo do vencimento da anuidade da SBA - 30/04/2010. 1º Vencimento: 28/02/ 2010; 2º Vencimento: 31/03/2010; 3º Vencimento: 30/04/2010. No caso de parcelamento será acrescido um valor de: Aspirantes, Aspirantes-Adjuntos R$ 10,00; Ativos e Adjuntos R$ 20,00. Taxa de readmissão e/ou parcelamento serão acrescidas, integralmente, na primeira parcela da anuidade. O valor com desconto, não poderá ser pago de forma parcelada. Na admissão de novos membros, a anuidade não poderá ser parcelada. 12 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista 4 - ASSINATURA DA REVISTA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA: Nacional R$ 428,00. Internacional U$ 240,00 (dólares americanos). 5- PROPOSTAS DE ALTERAÇÃO, INCLUSÃO E/OU EXCLUSÃO APROVADAS REGIMENTO DOS COMITÊS DA SBA Art.18 - Os Comitês de Assessoramento Técnico-Científico são compostos por 3 (três) membros cada, portadores do TSA, com mandato de 03 (três) anos, elegendo-se anualmente 1/3 (um terço) pela AR. Parágrafo único: Os membros dos Comitês deverão pertencer a Regionais distintas. REGIMENTO DA ASSEMBLÉIA GERAL Art. 14 - Um Boletim Agenda com os assuntos em pauta da AG será enviado por circular virtual a todas as Regionais, e disponibilizado no portal da SBA. § 1º - Haverá cópias do Estatuto, das contas da SBA e das propostas a serem analisadas, disponíveis no local onde será realizada a Assembléia Geral. § 2º - Serão utilizados recursos audiovisuais para projeção das contas e propostas a serem analisadas durante a AG, para pleno conhecimento dos membros presentes na AG. REGIMENTO DA ASSEMBLEIA DE REPRESENTANTES Art. 16 - Um Boletim Agenda será enviado por circular virtual a todas as Regionais. REGIMENTO DAS COMISSÕES PERMANENTES E DOS COMITÊS Art. 21 - Os Comitês abrangerão, basicamente as seguintes áreas: I - Anestesia Ambulatorial; II - Anestesia em Cirurgia cardiovascular e Torácica; III - Anestesia em Obstetrícia; IV - Anestesia em Pediatria; V Anestesia Loco-Regional; VI - Anestesia Venosa; VII - Dor; VIII - Hipertermia Maligna; IX Reanimação e Atendimento ao Politraumatizado; X - Via Aérea Difícil; XI - Medicina Perioperatória; XII - Distúrbios do Sono; XIII Anestesia em Transplantes de Órgãos. REGULAMENTO DOS CONGRESSOS BRASILEIROS DE ANESTESIOLOGIA - A Diretoria da SBA analisou a proposta de alteração do Regulamento dos Congressos Brasileiros de Anestesiologia constante do Boletim Agenda da AR 2009, ressaltando as seguintes considerações: a Comissão Temporária que desenvolveu a proposta de modificação no Regulamento dos CBA previu o início de vigência no ano de 2015, entretanto, pelo Regimento da AR as alterações aprovadas durante a Sessão da Ordem do Dia da Assembléia, entram em vigor no primeiro dia do ano subseqüente. Face ao exposto, foi aprovado que seja examinada a vinculação da eventual aprovação da proposta de inclusão do Art. 9 no ano de 2014, pois passaria a vigorar em 2015 e por tratar-se dos recursos destinados a subsidiar a nova Comissão criada. Art. 2o - Os CBA serão organizados por uma Equipe de Planejamento (EPCBA) e por uma Comissão Executiva (CE) Inclusão do CAPÍTULO III - DA EQUIPE DE PLANEJAMENTO DOS CBA (EPCBA). CAPÍTULOS III, IV e V Renumerar para CAPÍTULOS IV, V e VI. Art. 7 o - A Equipe de Planejamento dos CBA terá a seguinte composição: I - Diretor do Departamento Administrativo da SBA do ano vigente; II - Presidente do CBA do ano anterior; III - Presidentes dos CBA dos dois anos seguintes. Parágrafo Único - O Diretor do Departamento Administrativo da SBA será o Presidente da EPCBA e fará parte da Comissão Executiva do CBA. Art. 8o - Compete à Equipe de Planejamento dos CBA: I - Avaliar, segundo as Normas Básicas para Candidatura à Sede de um CBA, a adequação da cidade candidata a sede do CBA; II - Fazer cumprir o Regulamento dos CBA; III - Valorizar a participação das Comissões e Comitês da SBA na programação científica dos CBA; IV - Planejar e uniformizar as negociações com patrocinadores; V - Apresentar anualmente à Diretoria da SBA um relatório padrão. Art. 9o - Em cada CBA será provisionado um fundo de reserva para custeio da EPCBA, correspondente a dois e meio por cento (2,5%) da arrecadação com as inscrições do CBA. Art. 10o - A CE será constituída, no mínimo, por três Membros Ativos da Regional sede do CBA, pelo Diretor do Departamento Científico e pelo Diretor do Departamento Administrativo da SBA. Artigos 10 e 11 Renumeração. Art. 11 - Alteração, exclusão de parágrafo único e renumeração. Art. 14 - A distribuição dos resultados financeiros dos CBA obedecerá aos seguintes critérios: I- A Regional organizadora do CBA terá a participação de 50%; II- A SBA terá a participação de 10%; III- Os 40% restantes serão divididos entre as demais Regionais obedecendo aos seguintes critérios: 20% serão divididos igualmente entre as Regionais com membros inscritos no CBA; 20% serão divididos entre as Regionais, segundo a proporcionalidade do número de membros da Regional inscritos no CBA. Art. 15 - A CE deverá contratar uma empresa de auditoria externa para auditar o demonstrativo financeiro do CBA. Parágrafo único: As despesas com a auditoria externa serão cobertas pelo fundo de reserva para custeio da EPCBA. Artigos 12 e 13 Renumeração - Artigos 16 e 17. Art. 13 - Renumeração e exclusão da alínea "g" do inciso II. Art 18 - O julgamento do prêmio Dr. Zairo Eira Garcia Vieira, referente ao melhor tema livre, será efetuado por Comissão Julgadora de Temas Livres, indicada pela Comissão Executiva do CBA correspondente. Parágrafo único - Os integrantes da comissão julgadora de temas livres deverão ser membros da SBA e portadores do Título Superior em Anestesiologia. Art. 19 - O trabalho escolhido como melhor tema livre deverá ser apresentado pelo autor principal, ou um de seus autores, na Sessão de Abertura de Temas Livres do Congresso Brasileiro de Anestesiologia. Art. 14 a 17 - Renumeração - Art. 20, 21, 22 e 23. REGULAMENTO DE PRÊMIOS SOB JULGAMENTO DA SBA Art. 1º - A SBA conferirá, anualmente, de acordo com este Regulamento, 05 grupos de Prêmios que serão entregues aos seus ganhadores durante o Congresso Brasileiro de Anestesiologia, de acordo com os critérios a seguir: I- Grupo 1- Prêmios julgados pela Comissão de Ensino e Treinamento (CET), a qual informará à secretaria da SBA o nome dos ganhadores, ficando esta incumbida de comunicar o resultado aos interessados. a) Prêmio Dr. Alfredo Augusto Vieira Portela Conferido ao médico que, cursando o primeiro ano de especialização em Centro de Ensino e Treinamento (ME1), obtiver a maior nota na prova nacional aplicada pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia no ano anterior à premiação; b) Prêmio Dr. Affonso Fortis - Conferido ao médico que, cursando o segundo ano de especialização em Centro de Ensino e Treinamento (ME2), obtiver a maior nota na prova nacional aplicada pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia no ano anterior à premiação; c) Prêmio Dr. José Luiz Gomes do Amaral - Conferido ao médico que, cursando o terceiro ano de especialização em Centro de Ensino e Treinamento (ME3), obtiver a maior nota na prova nacional aplicada pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia no ano anterior à premiação; d) Prêmio Dr. Massami Katayama - Conferido ao Centro de Ensino e Treinamento da SBA que obtiver a maior conceituação referente à análise dos Relatórios Anuais do ano da premiação, tendo como base o ano letivo anterior; e) Prêmio Dr. Walter Silva Machado - Conferido ao Centro de Ensino e Treinamento que obtiver a maior projeção anual, referente à análise dos Relatórios Anuais do ano da premiação, tendo como ano base o ano letivo anterior, não podendo ser considerado para efeito desta premiação o CET que não tenha entregue o Relatório Anual do ano anterior dentro do prazo regulamentar. II - Grupo 2 - Prêmio independente de Comissão Julgadora, sendo automaticamente identificado pela secretaria da SBA, através de levantamento do resultado de todos os aprovados na prova oral para obtenção do TSA. a) Prêmio Dr.Valdir Cavalcanti Medrado - Conferido ao membro ativo com 10 (dez) anos ou mais de término do Curso de Especialização em CET/SBA, que for aprovado na prova oral para obtenção do Título Superior em Anestesiologia. III - Grupo 3 - Prêmio julgado pela Comissão de Temas Livres, nomeada pela Comissão Executiva do Congresso Brasileiro de Anestesiologia (CBA). a) Prêmio Dr. Zairo Eira Garcia Vieira - Conferido ao melhor Tema Livre, dentre os inscritos e aprovados no Congresso Bra- sileiro de Anestesiologia do ano em curso. IV - Grupo 4 - Prêmio avaliado por Comissão Julgadora, nomeada pela Diretoria da SBA. a) Prêmio Dr. Renato Ribeiro Conferido ao melhor trabalho de conclusão do curso de especialização em anestesiologia em CET/SBA no ano letivo anterior. V - Grupo 5 - Prêmios avaliados por Comissão Julgadora nomeada pela Diretoria da SBA, dependendo, entretanto, de patrocínio específico no ano em curso, havendo para cada tema até três opções de nomes. a) Anestesia Venosa: Prêmios Drs. Eugesse Cremonesi, Dr. Alberto Caputo e Dr. Manoel Antônio Pereira Alvarez. b) Anestesia Inalatória: Prêmios Drs. Carlos Pereira Parsloe, Dr. Kentaro Takaoka e Dr. Renato Ângelo Saraiva. c) Anestésicos Locais: Prêmios Drs. José Carlos Ferraro Maia, Dr. Nélson da Rocha Falcão e Dr. Pedro Geretto. d) Relaxantes Musculares: Prêmios Drs. Antonio Patury e Souza, Dr. Danilo Freire Duarte e Dr. João Batista Pereira. e) Segurança em Anestesia: Prêmio Dr. Roberto Simão Mathias. Art. 2º - Os prêmios dos grupos 01 a 04 terão valor fixo de 05 (cinco) anuidades de membro ativo para o ano em curso, e serão pagos pela SBA, sempre que não existir patrocinador específico. Parágrafo único - Em caso de empate, o prêmio será dividido entre todos os ganhadores. Art. 3º - Os prêmios do grupo 05 terão valor fixo de 20 (vinte) anuidades de membro ativo para o ano em curso e serão patrocinados a cada ano por parceiros da SBA interessados nos temas. § 1º - No ano em que não existir patrocínio, estes prêmios não serão conferidos. § 2º - Em caso de empate, o prêmio será dividido entre todos os ganhadores. Artigo 4º - O julgamento do prêmio Dr. Zairo Eira Garcia Vieira, referente ao melhor tema livre, será efetuado por Comissão Julgadora de Temas Livres, indicada pela Comissão Executiva do CBA correspondente. § 1º - Os membros da comissão julgadora de temas livres deverão ser sócios da SBA e portadores do Título de Superior em Anestesiologia. Art. 5º - O Autor (ou Autor Principal) do trabalho concorrente deverá ser membro da SBA e estar quite com suas obrigações no momento da inscrição. Art. 6º - No ato da inscrição dos trabalhos, os autores deverão anexar documento de cessão de direitos autorais à SBA, excetuando-se os autores dos temas livres, que deverão ceder os direitos autorais ao CBA correspondente. Art. 7º - As regras para inscrição de Temas Livres, que concorrerão automaticamente ao prêmio Dr. Zairo Eira Garcia Vieira Grupo 03, devem ser estabelecidas e divulgadas pelo CBA do ano em curso, de acordo com o Regulamento dos CBA. Art. 8º - Os trabalhos de conclusão do curso de especialização em anestesiologia do ano letivo anterior em CET/SBA, concorrentes ao Prêmio Dr. Renato Ribeiro. Grupo IV, deverão ser enviados por via postal pelos responsáveis por CET à Secretaria da SBA até o dia 30 de junho e não serão devolvidos aos autores. § 1º - Cada CET poderá concorrer com apenas um trabalho. § 2º - Os trabalhos deverão ser digitados em língua portuguesa e seguir as "Normas aos Autores" da Revista Brasileira de Anestesiologia. § 3º - Cada trabalho deverá trazer na sua primeira página o Título, o(s) nome(s) do(s) autor(es), a indicação do local onde foi realizado e o nome do CET e do seu Responsá- vel. As páginas subsequentes, deverão conter o Título e Corpo do trabalho, sem menção dos nomes dos autores ou de dados que indiquem o local da realização do trabalho ou o CET. § 4º - Uma vez recebido o trabalho, a Secretaria da SBA enviará ao Responsável pelo CET uma confirmação de recebimento, sem julgamento de nenhuma natureza. § 5º - O trabalho que não estiver nos padrões descritos neste Regulamento será excluído pela Comissão Julgadora para efeitos de classificação e seleção ao referido prêmio. § 6º - Uma vez recebidos, os trabalhos serão datados, carimbados, rubricados e codificados pela Secretaria da SBA, que os guardará em local sigiloso até o final do prazo de inscrição, quando serão encaminhados conjuntamente para cada um dos membros da Comissão Julgadora. Art. 9º - Os trabalhos concorrentes aos Prêmios do Grupo 05 deverão ser enviados por via postal à Secretaria da SBA até o dia 30 de junho e não serão devolvidos aos autores. § 1º - Poderão ser inscritos trabalhos de natureza clínica ou experimental sobre o assunto em questão. § 2º - Não podem concorrer trabalhos já publicados. § 3º - Os trabalhos deverão ser entregues na íntegra e digitados em língua portuguesa e seguir as "Normas aos Autores" da Revista Brasileira de Anestesiologia. § 4º - Não serão aceitas teses, mas poderão concorrer trabalhos que constituam assunto de tese. § 5º - Cada trabalho deverá trazer na sua primeira página o Título, o(s) nome(s) do(s) autor(es), endereço para correspondência e indicação do local onde foi realizado. As páginas subsequentes, deverão conter o Título e Corpo do trabalho, sem menção dos nomes dos autores ou de dados que indiquem o local da realização do trabalho. § 6º - Uma vez recebido o trabalho, a Secretaria da SBA enviará ao Autor (ou Autor principal) uma confirmação de recebimento, sem julgamento de nenhuma natureza. § 7º - O trabalho que não estiver nos padrões descritos neste Regulamento será excluído pela Comissão Julgadora para efeitos de classificação e seleção ao referido prêmio. § 8º - Uma vez recebidos, os trabalhos serão datados, carimbados, rubricados e codificados pela Secretaria da SBA, que os guardará em local sigiloso até o final do prazo de inscrição, quando serão encaminhados conjuntamente para cada um dos membros da Comissão Julgadora. Art. 5º - Excluir. Art. 6º - Excluir. Art. 7º - Alteração e renumeração Art. 10 - O trabalho escolhido como melhor tema livre deverá ser apresentado pelo autor principal, ou um de seus autores, na Sessão de Abertura de Temas Livres do Congresso Brasileiro de Anestesiologia. Art. 8º - Renumeração e alteração. Art. 11 - A Comissão Julgadora deverá receber os trabalhos dos Grupos 04 e 05 até o dia 15 de julho e terá prazo até o dia 15 de agosto para apresentar, através do seu Presidente, relatório à Diretoria da SBA. Art. 9º - Renumeração e alteração no caput e no inciso II. Art. 12 - A Comissão Julgadora dos prêmios do Grupo 04 e 05 será nomeada pela Diretoria da SBA e constituída por: II - Membros: Presidente da Comissão de Educação Continuada, Presidente da Comissão Examinadora do Título Superior em Anestesiologia da SBA e Editor-Chefe da RBA. CAPÍTULO V - DA ENTREGA DOS PRÊMIOS. Arts. 10 a 13 - Renumeração Art. 13, 14, 15, 16. Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 13 REGULAMENTO DA ADMISSÃO DE SÓCIOS Art. 6º - III - Parágrafo único - Esta Declaração deverá ser analisada e aprovada pelo Secretário Geral da SBA. Art. 7º - III - Parágrafo único - Este Certificado deverá ser analisado e aprovado pelo Secretário Geral da SBA. Art. 10 - A inscrição de novos Membros Estrangeiros será homologada por requerimento à SBA, uma vez comprovadas as condições de médicos com residência fixa no exterior e em exercício regular da Anestesiologia ou de especialidade afim, acompanhada dos seguintes documentos: I - Comprovante de que possui diploma de médico expedido por Faculdade Oficial ou reconhecida. II - Certificado de conclusão de estágio emitido por CET da SBA ou comprovação de aprovação no exame de suficiência para obtenção do Título de Especialista em Anestesiologia ou Documento de Sociedade de Anestesiologia estrangeira, filiada à World Federation of Societs of Anesthesiology (WFSA), atestando que o candidato pertence ao quadro social há mais de um ano, está legalmente habilitado na profissão de médico e que exerce a especialidade há mais de três anos. III - Prova de recolhimento à Tesouraria da taxa de anuidade, cujo valor será igual à taxa de inscrição para Membro Ativo. IV - Currículo profissional pormenorizando as atividades clínicas, títulos e trabalho relacionados com a especialidade, com as respectivas provas documentais, visadas pela respectiva Sociedade de Anestesiologia. REGIMENTO DO DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO Art. 3º - O Departamento Administrativo será integrado pela Comissão de Estatuto, Regulamentos e Regimentos, pela Equipe de Planejamento dos CBA (EPCBA) e pela Biblioteca, Videoteca e Museu. Parágrafo único - O Diretor do Departamento Administrativo será o Presidente da EPCBA e membro da Comissão Executiva dos CBA. REGIMENTO DO CONSELHO DE DEFESA PROFISSIONAL Art. 3º - O Conselho de Defesa Profissional será constituído pelo Presidente e pelo Secretário do Conselho de Defesa Profissional, pelos Presidentes das Regionais ou seus substitutos credenciados, pelo último Presidente da SBA, pelo Presidente da SBA em exercício e pelo Presidente da Federação Brasileira das Cooperativas dos Anestesiologistas (FEBRACAN) em exercício. Parágrafo único - Para participar deste Conselho, o Presidente em exercício da FEBRACAN deverá ser membro da SBA. REGIMENTO DO DEPARTAMENTO CIENTÍFICO Art. 12 - Os Comitês abrangerão, basicamente as seguintes áreas: I - Anestesia Ambulatorial. II - Anestesia em Cirurgia cardiovascular e Torácica. III - Anestesia em Obstetrícia. IV - Anestesia em Pediatria. V Anestesia Loco-Regional. VI - Anestesia Venosa. VII - Dor. VIII - Hipertermia Maligna. IX Reanimação e Atendimento ao Politraumatizado. X - Via Aérea Difícil. XI - Medicina Perioperatória XII - Distúrbios do Sono XIII Anestesia em Transplantes de Órgãos. Adequação Art.21 das Comissões Permanentes. REGIMENTO DA COMISSÃO DE ENSINO E TREINAMENTO - XIII - Elaborar e corrigir a prova anual obrigatória dos médicos em especialização em anestesiologia dos Centros de Ensino e Treinamento da SBA. Aprovado. Art. 6º - Inclusão de inciso XIV - Redação proposta XIV - Julgar os prêmios Dr. Alfredo Augusto Vieira Portela, Dr. Affonso Fortis, Dr. 14 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista José Luiz Gomes do Amaral, a ser conferidos, respectivamente, aos ME1, ME2 e ME3 que obtiverem a maior nota na prova nacional aplicada pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia no ano anterior à premiação; o prêmio Dr. Massami Katayama será conferido ao Centro de Ensino e Treinamento da SBA que obtiver a maior conceituação referente à análise dos Relatórios Anuais do ano da premiação, tendo como ano base o ano letivo anterior e o prêmio Dr. Walter Silva Machado será conferido ao Centro de Ensino e Treinamento que obtiver a maior projeção anual, referente à análise dos Relatórios Anuais do ano da premiação, tendo como ano base o ano letivo anterior, não podendo ser considerado para efeito desta premiação o CET que não tenha entregue o Relatório Anual no ano anterior dentro do prazo regulamentar. REGULAMENTO DOS CENTROS DE ENSINO E TREINAMENTO Art. 2º - V - Proporcionar o mínimo de 440 atos anestésicos ou novecentas horas anuais de treinamento prático em anestesia para cada ME, abrangendo, obrigatoriamente, procedimentos anestésicos para Cirurgia Geral, Obstetrícia e para crianças de 0 a 12 anos, e também, para no mínimo três das seguintes especialidades cirúrgicas: Proctologia, Cirurgia Vascular Periférica, Ortopedia e Traumatologia, Ginecologia, Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Urologia, Exames Diagnósticos, Cirurgia Tóraco-Pulmonar e Neurocirurgia. Art. 28 - IV - Quitar a anuidade de Membro Aspirante até, no máximo, o dia 1º de outubro, no segundo e terceiro ano do Curso de Especialização. a) O ME2 ou ME3 que não quitar a anuidade até o prazo constante no inciso IV será considerado pela Secretaria da SBA desligado do Centro de Ensino e Treinamento, não estando apto a realizar a prova anual dos Médicos em Especialização, elaborada pela Comissão de Ensino e Treinamento. Art. 34 - A avaliação da obtenção dos objetivos definidos será feita por: I - Provas trimestrais, abrangendo o conteúdo programático da matéria abordada no decorrer do período. § 1°- A prova anual elaborada pela Comissão de Ensino e Treinamento da SBA é obrigatória. § 2° - Somente poderá realizar a prova anual o ME que estiver devidamente regularizado com suas obrigações estatutárias e regulamentares, até o dia 1º de outubro de cada ano. § 3° - O ME que não se submeter à prova anual elaborada pela Comissão de Ensino e Treinamento da SBA, sem justificativa aceita por esta Comissão, será reprovado. Aprovado com emenda. Art. 35 - Em cada ano do Curso de Especialização o ME deverá obter média mínima para aprovação igual a 6,0 (seis), consoante os incisos I e II do artigo 34 do Regulamento dos Centros de Ensino e Treinamento. Parágrafo único - A nota final de cada ano letivo será assim calculada: a média aritmética das notas das 04 (quatro) avaliações trimestrais realizadas pelo CET (incluindo as provas teóricas e as avaliações comportamentais) será somada à nota obtida pelo ME na prova anual elaborada pela Comissão de Ensino e Treinamento da SBA. O resultado desta soma será dividido por dois. REGULAMENTO DO TÍTULO SUPERIOR EM ANESTESIOLOGIA Art. 11 - A inscrição de membro ativo Plenária da AR/ 2009 com a Diretoria SBA em primeiro plano ou estrangeiro para a prova escrita será feita através de requerimento ao Secretário Geral da SBA até 90 (noventa) dias antes do dia da abertura do CBA do ano em curso, acompanhado de prova de recolhimento à Tesouraria de taxa igual a uma anuidade de Membro Ativo estabelecida para o exercício. Parágrafo único - Os membros ativos ou estrangeiros que efetuarem inscrição para a prova escrita do concurso do TSA no período de até três anos subsequentes à finalização do Curso de Especialização em Anestesiologia em CET/SBA ou aprovação no Concurso para Obtenção do Título de Especialista em Anestesiologia terão direito a desconto de 40% (quarenta por cento). Art. 12 - Exclusão. Art. 13 Renumeração e inclusão de parágrafo único. Art. 12 - A inscrição para prova oral somente será feita por Membros Ativos e Estrangeiros, quites com a tesouraria, aprovados na prova escrita, mediante requerimento ao Secretário Geral da SBA até 90 (noventa) dias antes do dia da abertura do CBA do ano em curso ou da data prevista para a prova do segundo trimestre do ano, acompanhado de prova de recolhimento à Tesouraria de taxa igual a uma anuidade de Membro Ativo estabelecida para o exercício. Parágrafo único - Os membros ativos ou estrangeiros que efetuarem inscrição para a prova oral do concurso do TSA no período de até três anos subsequentes à finalização do Curso de Especialização em Anestesiologia em CET/SBA ou aprovação no Concurso para Obtenção do Título de Especialista em Anestesiologia terão direito a desconto de 40% (quarenta por cento). Art. 14 a 22 Renumeração Artigos 13 a 21. REGULAMENTO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM ANESTESIOLOGIA Art. 5º - A prova oral será realizada na semana que antecede a instalação do Congresso Brasileiro de Anestesiologia, em data a ser determinada pela Comissão, conforme o número de candidatos inscritos. I - Cada candidato será arguido por uma banca composta por, no mínimo, 02 (dois) membros da Comissão de Ensino e Treinamento da SBA. II O candidato será argüido sobre o conteúdo dos pontos do programa para o Concurso e deverá demonstrar capacidade de identificar, entender e manusear situações clínicas anestesiológicas, que lhe serão apresentadas pelos examinadores sob a forma de casos clínicos. III - Cada examinador atribuirá ao candidato uma nota de 0 (zero) a 10 (dez). IV - A nota da prova oral corresponderá à média aritmética das notas lançadas por cada examinador, sendo aprovado o candidato que obtiver uma nota igual ou superior a 6,0 (seis). REGULAMENTO DOS CONGRESSOS BRASILEIROS DE ANESTESIOLOGIA (ADEQUAÇÃO) Art. 8 Inclusão de inciso XIV - Indicar uma Comissão constituída por membros da SBA, portadores de TSA, para o julgamento do prêmio Dr. Zairo Eira Garcia Vieira, referente ao melhor tema livre. 6) ELEIÇÃO DA REGIONAL SEDE DO 61 CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA EM 2014. Eleita a Regional de Pernambuco para sediar o 61o CBA que deverá ser realizado na cidade de Recife no ano de 2014. Eleitos pela Assembléia Geral 2009 DIRETORIA CONSELHO FISCAL Presidente: Carlos Eduardo Lopes Nunes (RJ) Vice-Presidente: Nádia Maria da Conceição Duarte (PE) Secretário Geral: Sylvio Valença de Lemos Neto (RJ) Tesoureiro: Henri Braunstein (RJ) Diretor do Departamento Científico: Edno Magalhães (DF) Diretor Departamento de Defesa Profissional: José Mariano Soares de Moraes (MG) Diretor Departamento Administrativo: Airton Bagatini (RS) Mandato de 03 anos Titular: José Gualberto de Oliveira Filho (MG) Suplente: Rober to Henrique Benedetti (SC) Mandato de 02 anos Titular: Cristina Campello Roichman (PE) Suplente: Wagner Ricardo Soares de Sá (GO) Eleitos pela Assembléia de Representantes 2009 Editor Chefe da Revista Brasileira de Anestesiologia Mário José da Conceição (SC) COMISSÕES: Comissão de Ensino e Treinamento: Roberto César Pontes Ibiapina (CE) Rosa Inês Costa Pereira (SP) Comisão Examinadora do Título Superior Anestesiologia Leonardo Teixeira Domingues Duar te (DF) Manoel Rodrigues Medeiros Neto (BA) Co-Editor Revista Brasileira de Anestesiologia Maria Angela Tardelli (SP) em Comissão de Estatuto, Regulamentos e Regimentos Roges Francisco Grandini Kulczynski (RS) Comissão de Normas Técnicas e Segurança em Anestesia Rogério Luiz da Rocha Videira (SP) Comissão de Honorários Médicos Múcio Pereira Diniz (MG). Comissão de Sindicância de Processos Administrativos (2 Vagas): Dr. Leonício Umbelino Silva Junior (SE) Kazuo Uemura (SP) COMITÊS: Anestesia Ambulatorial: José Eduardo Bagnara Orosz (SP) Anestesia Cardiovascular e Torácica: Fernando Antonio Nogueira Cruz Mar tins (SP) Anestesia Loco-Regional: Eduardo Ren Nakashima (SP) Anestesia em Obstetrícia: Ricardo Vieira Carlos (SP) Anestesia em Pediatria: Magda Lourenço Fernandes (MG) Reanimação e Atendimento ao Politraumatizado: Marcio de Pinho Martins (RJ) Anestesia Venosa: Leopoldo Palheta Gonzales (AM) Dor: Paulo Adilson Herrera (PR) Comissão de Saúde Ocupacional Maria Luiza Alves (PE) Hipertermia Maligna: Cláudia Marquez Simões (SP) Via Aérea Difícil: Macius Pontes Cerqueira (BA) Comissão de Educação Continuada Daniel Volquind (RS) Medicina Perioperatória: Cláudia Regina Fernandes (CE) - mandato de 03 anos; Florentino Fernandes Mendes (RS) - mandato de 01 ano e Solange Maria Laurencel (RJ) - mandato de 02 anos. Secretário do Conselho de Defesa Profissional Sebastião Monte Neto (RN) Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 15 Aprovados nas Provas da SBA em 2009 Prova Escrita Título Superior em Anestesiologia Alessandra Matsushita Alexandre Rosa Chaves Sampaio Alfredo Guilherme Haack Couto Ana Carla Giosa Fujita Andre Maia Lambert Gomes Angel Soubhie Braulio Fortes Mesquita Bruno Schröder Nascimento Camila Machado de Souza Carlos Darcy Alves Bersot Carlos Frederico Panisset Lanhas La Cava Carlos Kleber Oliveira de Santana Claudia Biasi de Britto Pereira Tabet Claudia Panossian Claudio Henrique Correa Cleyverton Garcia Lima Cristiano Hiroshi Vieira Horiguchi Daniel Cunha da Trindade Daniel Varoni Schneider Daniela Costa Martins Dennis Brandao Tavares Diogo Medeiros Bahia Diogo Pinheiro Sampaio Eduardo Bianchini Eduardo Piccinini Viana Fabiano Tadashi Shiohara Fabio Farias de Aragao Fabio Riefel Zinelli Fernanda de Castro Rincon Fernanda Salomao Turazzi Pecora Fernando Nardy Bellicieri Flavio Lobo Maia Gisana Maria da Silva Gisela Magnus Giselli Santos Azevedo Guilherme Barros da Silva Santos Guilherme Campos Soares Quintas Gustavo Bachtold Gustavo Bertoni de Toledo Gustavo Gregorin Coelho Gustavo Rodrigues Bonheur Idelberto do Val Ribeiro Junior Igor Lopes da Silva Ilana Sebbag Jaderson Wollmeister Jose Carlos Rodrigues Nascimento Jose Daniel Braz Cardone 16 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista Jose Ricardo Paz Juliano Pinheiro de Almeida Karinny Shintani Peterson Larissa Diniz Pereira Lucio Antonio Garcia Dias Maisa Ribeiro Araujo Marcello de Souza Silva Marcelo Grisolia Goncalo Marcelo Pena Moreira de Oliveira Marcos Monteiro Moretto Mauricio Augusto Viceconti Mauricio Daher Andrade Gomes Mauricio Pedrini Junior Neise Apoliany Martins Nubia Campos de Faria Patricia Fernandes Calves Patricia Wajnberg Gamermann Patrick Augusto Gama Lima de Oliveira Paulo Ricardo Rabello de Macedo Costa Pedro Luis Vaz de Lima Mattos Rafael Dias de Almeida Raffael Pereira Cezar Zamper Renata da Cunha Ribeiro Ricardo Caio Gracco de Bernardis Ricardo Fernando Zanella Rodolfo Antonio Barbosa dos Santos Ronaldo Alves de Souto Samuel Santana de Morais Sergio Teixeira Sant`Anna Junior Silvia Katlauskas Muraro Thassio Cunha de Santana Thiago Appoloni Moreira Thiago de Freitas Gomes Vera Maria Silveira de Azevedo Wendell Valadares Campos Pereira Prova Oral Título Superior em Anestesiologia (Novos portadores do TSA) 1 e 2º semestres Ana Carolina Ortiz Arthur Guimarães Naves Atsuko Nakagami Beatriz Cathala Esberard Bruno Carvalho Cunha de Leão Bruno Mendes Carmona Celso Antônio Lustosa de Oliveira Claudio Luis da Fonseca Daniel Vieira de Queiroz Edirson de Araújo Pereira Júnior Eduardo Ferreira da Silva Biscarde Emerson Salim Nogueira Fabricio Azevedo Cardoso Fabrício Capello Brasil Fernanda Elizabeth Romero Fernanda Miyoshi Oda Fernando Cássio do Prado Silva Fernando José Buitrago Fernando Lima Coutinho Francisco Amaral Egydio de Carvalho Gabriel José Redondano de Oliveira Gerardo Cristino de Menezes Neto Giorgio Pretto Gustavo Rodrigues Costa Lages Helena Queiroz Costa Hugo Soltz Jefferson Clivatti Joana de Almeida Figueiredo João Luiz Duarte Ribeiro José de Souza Andrade Neto Joselito Rodrigues Silva Julieta Sato Costa Júnio Rios Melo Lisana Caroline Lins Rodrigues Luis Henrique Cangiani Magda Andreia Oliveira Vaz de Mello Maicon Gonçalves Lisboa Marcelo Leite de Lacerda Marcio Hyeda Marcos Eduardo Padoveze Marcos Lazaro Loureiro Marilman Maciel Benício Patrícia Pavei Paula Aderne Pozes Waineraich Paulo Bruno Catalão de Albuquerque Rafael de Carvalho Farah Renato Toledo Maciel Ricardo Augusto Bergold Ricardo Segadas Acylino de Lima Rodrigo Gaspar Ribeiro Rubens Jardin Nochi Junior Sergius Arias Rodrigues de Oliveira Viviane Mentz Dornelles Wilson Lincoln Muricy Filho Concurso para Obtenção do Título de Especialista em Anestesiologia Aloisio Vieira Fernandes Andre Carnevali Silva Angelo Carvalho de Angeloni Antonio Aderlandro Freitas Oliveira Auber Soares de Lima Filho Bruna Sparenberg Juliano Nunes Carlos Alexandre Batista Hora Cintia Margaret Lucchini de Matteo Daniela de Andrade Douglas Teixeira Freire Enrique Candia Eyzaguirre Erlandson Silva Evangelista Fábio Luís Balan George Luiz Araújo Gilda Orencia Arbizu Pinheiro Guainumbi Cordeiro de Almeida Henrique Cotta de Miranda Ribeiro Humberto Hideki Mima Italo Lopes e Carvalho Ivan Rene Aguilar Flores Jorge Taqueda Neto Lázaro de Carvalho Oliveira Neto Leandro Cezario Raso Lenny Ana Mary Rojas Fernandez Luciano Bornia Ortega Marceli Casali Maria Israela Cortez Boccato Mario Juvenal Caldas de Carvalho Márjorie Taboada Soldati Ricardo Eduardo de Almeida Mendonça Ricardo Hideki Fujita Roberta Cavalcante Monteiro Roberta Eulália de Paula Ferreira Rodrigo Dias Braga de Sousa Sérgio de Rezende Séspede Sthenio Vieira de Farias Thiago Bezerra Santos Wellington de Mattos Domingos Concurso para Obtenção do Certificado de Área de Atuação em Dor Alexandre Pacchioni Fernando Jose Goncalves do Prado Leandro Mamede Braun Leonardo Monteiro Botelho Marina Ayres Delgado Rita de Cassia Oliveira Mata Fonseca Shirley Moreira Burburan Silvia Maria Machado Tahamtani Sofia Meinberg Pereira Thais Khouri Vanetti Wanderley Rodrigues Moreira Washington Aspilicueta Pinto Filho Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 17 ARTIGOS Anestesiologia e Qualidade no Cuidado POR LUIS ANTONIO DIEGO* Resumo A anestesiologia nasce em meados do século XIX sob uma influência humanística, configurando-se, então, num momento único de diferenciação entre o homem e os outros seres do universo - o homem a um passo do controle do sofrimento físico. O caminho que os estudiosos da época trilharam até alcançarem esse feito não foi construído somente com essas ferramentas filosóficas, mas também sob a inspiração de um sofrimento implacável vivido pelo homem daquela época. Procura, o presente artigo, fazer a ligação entre esses fundamentos da especialidade e o que se entende modernamente por qualidade do cuidado. Mais ainda, preocupa-se em mostrar quão fortes são esses laços; evidentes na sua prática cotidiana, na pesquisa e no seu desenvolvimento. Para embasar as conclusões, o texto inicia-se com a apresentação de alguns conceitos e princípios pertinentes à Gestão da Qualidade, tal como atualmente é estudada e realizada. No seu desenvolvimento, é feita uma correlação desses princípios gerais e a especialidade; sempre com uma perspectiva histórica e visionária, mas também muito prática, tanto no domínio da estrutura, quanto de processos e resultados. Introdução Michel Porter, "guru" global de estratégia e competitividade empresarial, evidenciou que o maior de18 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista safio gerencial não é apenas melhorar para atingir a efetividade operacional, mas sim determinar como ela pode ser utilizada para alcançar a vantagem competitiva sustentável. Assim, a excelência do desempenho organizacional é diretamente proporcional à qualidade dos serviços por ela prestados. Pode-se conceber gerenciamento da qualidade em saúde, - abusando-se do poder de síntese, como o produto de dois fatores: ciência e tecnologia do cuidado médico e sua aplicabilidade na prática real. A medicina contemporânea não mais reconhece a prática médica sem base científica e tecnologia aplicada. A anestesiologia nasce em meados do século XIX, mais precisamente a 16 de outubro de 1846, no "Ether Dome" do Massachusetts General Hospital, na cidade norteamericana de Boston, após a congruência desses dois fatores. Primeiro, a evidência científica das propriedades anestésicas do éter. Segundo, por necessitar, a medicina então praticada, de prover aos pacientes cirúrgicos de um cuidado essencial e - muitas vezes, vital -, o alívio da dor aguda. Evidentemente, a origem primeira foi a preocupação em garantir o melhor cuidado ao paciente submetido a procedimentos que, no olhar da medicina moderna, mais se assemelhavam a sessões de tortura medieval do que uma prática digna. O vocábulo "tratar" era, então, empregado somente na acepção de debelar a doença, o mal; não continha, ainda, a acepção de cuidado empregada atualmente. Não se imaginava, naqueles tempos, a anestesiologia como uma especialidade, muito menos que um dia viesse a ser essencialmente voltada para o cuidado e segurança do ser humano. O desenvolvimento da anestesiologia, a partir da descoberta de novas técnicas e anestésicos, propiciou o grande avanço da cirurgia, não só por permitir que os procedimentos fossem realizados em maior número e de forma mais humanizada, mas também porque, com mais tempo disponível para o ato cirúrgico, pôde, o cirurgião, desenvolver melhores técnicas cirúrgicas e arriscar-se a procedimentos anteriormente impensáveis. Qualidade, um Conceito Evolutivo por Excelência São muitos os equívocos quando se traz a palavra Qualidade para o vocabulário organizacional; a idéia do simples esforço para diminuir defeitos e a exclusiva qualificação de pessoas e melhorias localizadas e pontuais são conceitos rudimentares ainda enraizados no inconsciente imaginário das pessoas. Ao aprofundar-se no assunto, verifica-se, entretanto, que o conceito de Qualidade é quase intuitivo e sempre recai sobre atributos positivos inerentes ao bem produzido, ou serviço. Abordagens conceituais distintas podem realçar aspectos mais práticos, deixando isolado o conceito supremo (transcendental) de Qualidade, isto é, como sinônimo de excelência inata. Quando sob o olhar do cliente, ou usuário, a Qualidade adquire componentes muito mais subjetivos do que quando sob o exclusivo olhar do produto e da produção. Nestes últimos, a Qualidade atém-se aos graus de precisão e de conformidade. Mais atual, todavia, é o conceito de Qualidade baseada em valor, ou seja, o conceito de Qualidade não se encontra mais dissociado da eficiência. O binômio Qualidade-preço permite alusão a outro conceito também muito atual na gestão - o de tradeoff -, isto é, a idéia de que, para se obter algo, é necessário sacrificar, ou abrir mão, de alguma coisa que se possui. Tratando-se de serviços de saúde, a questão adquire inumeráveis complicadores, transformando, freqüentemente, algumas tomadas de decisão em tratados de antinomia. Infelizmente, ainda se confunde muito a eliminação de desperdícios e o maior controle na prestação de serviços - eficiência legítima, com economia de custos baseada em restrições de cuidados e comprometimento da Qualidade. O conceito de Qualidade foi inserido na gerência da produção quase que exclusivamente voltado para a inspeção de um produto-síntese oriundo da produção fragmentada da era industrial. Hoje, todavia, as atividades relacionadas à Qualidade se avolumaram no mundo corporativo, de modo que se tornou parte indelével da gestão estratégica organizacional. Esta nova percepção da Qualidade está de acordo com as novas exigências e expectativas da sociedade sobre produtos e serviços gerados, e, principalmente, com a dinâmica de um mercado mutante. Avedis Donabedian sentencia que a Qualidade em saúde pode ser definida como a capacidade articulada dos profissionais, dos serviços, do sistema de saúde e da so- ciedade, em configurar um conjunto harmônico capaz de oferecer uma assistência digna, tecnicamente bem desenvolvida, por profissionais treinados e justamente pagos, que os usuários possam utilizá-lo sempre e na medida de suas necessidades, sendo todo esse conjunto financeiramente viável, economicamente sustentável e uma escolha democrática da cidadania (Quadro I). A medicina moderna não pode estar dissociada do conceito de qualidade que estabelece os caminhos de promoção e aprimoramento de ações na área da saúde. A compreensão desse conceito, todavia, não é universal e muitos o consideram impreciso e de difícil definição; argumentam que quando há competência e expertise a qualidade sobrevém naturalmente, dispensando-se de conceituação. Alegam, também, que há diversidade do entendimento humano sobre cada ação específica, de modo ser impossível qualquer tentativa de uniformização. Ao examinar-se mais minuciosamente chega-se a conceitos mais pre- cisos que podem derivar, em determinado contexto, em padrões de qualidade em saúde. A qualidade orientada ao paciente deve abrigar, além de melhorias em estrutura (anestésicos, equipamentos, capital humano etc.) e resultado (eficiência no desfecho desejado), melhoria dos processos em que a prática ocorre (fluxos, rotinas etc.). A avaliação contínua da qualidade técnica dos profissionais de saúde é tema polêmico e de difícil sistematização em nosso país. Recentemente a Associação Médica Brasileira instituiu o Certificado de Atualização Profissional para os portadores dos títulos de especialista e Certificados de Àreas de Atuação; e criou a Comissão Nacional de Acreditação para elaborar normas e regulamentos para este fim, além de coordenar a emissão desses certificados. Considera ainda que o "contínuo desenvolvimento profissional do médico faz-se necessário em função do rápido aporte e incorporação de novos conhecimentos na prática médica". Quadro I - Componentes da Qualidade (segundo Avedis Donabedian) 1 - Eficácia: capacidade que o desenvolvimento tecno-científico tem de promover melhorias no cuidado da saúde considerando-se condições ótimas de aplicabilidade; 2 - Efetividade: o nível real que o desenvolvimento tecno-científico consegue atingir; 3 - Eficiência: considera a habilidade em diminuir-se o custo do cuidado sem, entretanto, comprometer a qualidade; 4 - Otimização: o equilíbrio entre a melhoria do cuidado e os custos dessa melhoria; 5 - Aceitabilidade: considera a expectativa e desejos do paciente e seus familiares; 6 - Legitimidade: conformidade das ações às preferências sociais expressas em princípios éticos, valores, normas, leis e regulamentos; 7 - Eqüidade: conformidade com o princípio da justiça; o que é razoável na distribuição das ações de saúde, seus benefícios entre a população. Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 19 Qualidade E Anestesiologia Estrutura São áreas de atuação da anestesiologia, perante o Conselho Federal de Medicina (CFM): anestesia clínica e clínica de dor. Por anestesia clínica compreendese a prática de anestesia no centro cirúrgico, cirurgias ambulatoriais, hemodinâmica, recuperação pósanestésica, consultório de anestesia, etc. O tratamento da dor aguda pós-operatória é obrigação do anestesiologista junto às diversas clínicas de atendimento cirúrgico (Quadro II). Estas características expõem o especialista a diversas oportunidades de melhoria, tanto no ambiente de atendimento pré-hospitalar, como no intrahospitalar (inclusive no per-operatório) e no pós-operatório imediato. Também na evolução da anestesiologia o conceito de qualidade experimentou mudanças significativas desde sua constituição como especialidade. Em seus primórdios a pesquisa na especialidade procurava, fundamentalmente, eficácia. Isto é, a procura de fármacos que, por suas propriedades farmacodinâmicas, conseguissem atingir os "planos cirúrgicos de anestesia" (Planos de Guedel) suficientes para a realização das cirurgias. Entendiase por "planos cirúrgicos de anestesia" propriedades como analgesia efetiva, inconsciência e relaxamento muscular. Contribuiu para tal, sobremaneira, o uso dos "curares", os quais per- Quadro II - Anestesiologia e atuação profissional 1 . Atuação em diversos setores do hospital a . Centro cirúrgico b . Salas de emergência no pronto atendimento c . Unidades que realizam procedimentos endoscópicos d . Setores de imagem (ressonância, hemodinâmica etc.) e . Ambulatório (pré-anestesia) 2 . Conhecimento em medicina perioperatória: a . Ressuscitação cardiorrespiratória b . Controle da dor aguda pós-operatória e dor crônica c . Manutenção das vias aéreas d . Acesso venoso e arterial e . Monitorização hemodinâmica] f . Transporte intra e extra-hospitalar 3 . Manuseio de diversos tipos de equipamentos (aparelhos de anestesia, monitores, aparelhos de ecocardiografia, estimuladores de nervos periféricos, etc) 4 . Manuseio de diversos medicamentos e insumos hospitalares 5 . Confecção de rotinas de trabalho e procedimentos de utilização de aparelhos 6 . Trabalho em equipe e liderança 7 . Gestão hospitalar 20 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista mitiram o relaxamento muscular e conseqüente imobilidade, o que permitia, além do controle da ventilação, um campo cirúrgico silencioso. Já na segunda metade do século passado, com o surgimento do halotano e a substituição de anestésicos efetivos, porém com muitos efeitos colaterais, tais como o clorofórmio e metoxiflurano, ou inflamáveis, como o éter e ciclopropano, a pesquisa de fármacos anestésicos apontou na procura de substâncias de mais fácil manuseio e armazenamento, com início de ação e despertar mais rápidos, fatores que logo iriam promover o desenvolvimento da cirurgia ambulatorial. O aumento da competitividade no mundo globalizado também havia direcionado a gestão dos recursos para uma relação custo-benefício mais favorável e compatível com a nova ordem econômica. Anestésicos voláteis com propriedades farmacológicas direcionadas a esse perfil da prática anestesiológica foram desenvolvidos e comercializados. Houve grande aceitação clínica de anestésicos como o isoflurano, o sevoflurano e o desflurano, por suas características que promoviam eficácia, segurança e conforto de administração. O aprimoramento de outros fármacos (sedativos benzodiazepínicos e opióides), principalmente em suas propriedades farmacocinéticas, também muito contribuiu para a segurança da anestesia clínica. Anestésicos locais e técnicas regionais também acompanharam este progresso. Ao final da década e século passados, a indústria farmacêutica já havia percebido o grau bastante satisfatório que seus produtos direcionados à anestesia haviam alcançado. Estudos clínicos de morbi-mortalidade já mostravam a eficiência da farmacopéia instalada. Concomitantemente, houve também um grande desenvolvimento na tecnologia de equipamentos, que tornou os aparelhos de anestesia, com seus vaporizadores calibrados e ventiladores microprocessados, estações muito seguras de administração dos anestésicos; destaca-se ainda o aprimoramento da monitorização per-operatória com o surgimento da oximetria de pulso, capnografia, medição da função neuro-muscular etc. Assim, logo se percebeu um grande arrefecimento na pesquisa de novos fármacos relacionados à anestesia. A indústria direcionou recursos à pesquisa de outros grupos farmacológicos, com maior atenção ao tratamento das doenças cardiovasculares e das oncológicas1. Componente fundamental da estrutura necessária a requisitos da Qualidade, o anestesiologista se apresenta como o único profissional da saúde possuidor de conhecimentos técnico-científicos suficientes, completos e específicos para a atenção ao cuidado integral em pacientes submetidos a quaisquer procedimentos invasivos que requeiram a administração de anestesia. A grande diversidade de procedimentos, o infindável espectro de doenças, fisiopatologias e outros acometimentos ou peculiaridades observados em cada paciente e a variabilidade do cenário (ambiente físico, equipe cirúrgica), são fatores suficientes à justificação da validade desta premissa. O Conselho Federal de Medici- 1 Charley H. Mcleskey, Abbott Laboratories. Comunicação Pessoal em palestra sobre História do Sevoflurano São Paulo, março/2006. na (CFM) publicou em 1993 a Resolução 13932 que regulamentava as atividades dos anestesiologistas, ao mesmo tempo que estabelecia a estrutura necessária para a realização do ato anestésico. Em virtude do avanço tecnológico, da mudança do contexto moral e do surgimento de controvérsias legais e no campo da bioética, o CFM, ouvindo a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) publicou, em dezembro de 2006, a Resolução 1802 e revogou a 1363. Esta nova resolução apresenta avanços no caminho consistente da qualidade da prestação do atendimento anestesiológico. O cumprimento das resoluções e normas vigentes nos diversos níveis administrativos (federal, estadual e municipal) é condição sine qua non à atenção e cuidado de qualidade no âmbito da especialidade. Importante ressaltar que até o momento o CFM não apresentou, em relação às outras especialidades médicas, qualquer resolução semelhante à 1802/06. Tal atitude denota a preocupação com a qualidade e segurança do exercício profissional, mas também expressa a autonomia deste exercício, pois, em seu artigo 1º, determina aos médicos anestesiologistas que antes da realização de qualquer anestesia, exceto nas situações de urgência, é indispensável conhecer, com a devida antecedência, as condições clínicas do paciente, cabendo ao médico anestesiologista decidir da conveniência ou não da prática do ato anestésico, de modo soberano e intransferível. A Resolução 1670 do CFM de 11 de julho de 2003 trata da segurança nos procedimentos efetuados 2 Resoluções CFM, disponível no Por tal médico: http://www.por talmedico.org.br/ novopor tal/index5.asp sob sedação profunda. Em sua ementa, determina que a "sedação profunda só pode ser realizada por médicos qualificados e em ambiente que ofereça condições seguras para sua realização, ficando os cuidados do paciente a cargo do médico que não esteja realizando o procedimento que exige sedação", e define, em anexos, os níveis de sedação e o equipamento indispensável. Processo A realização de um serviço, ou finalização de um bem, pode ser decomposta em diversas tarefas específicas e bem estruturadas, e desta forma supõe-se bem conhecer fluxos, insumos e atividades realizadas. Quando se obtém informações de forma estruturada, podese vir a perceber os pontos críticos, além de melhor compreender as variações devidas a causas intrínsecas à própria natureza do processo e identificar aquelas consideradas anormais. A manutenção sustentável de qualquer atividade, conduta e padrão de excelência só é possível se existe valor, isto é, se todos os participantes vierem a acreditar que a Qualidade é fundamental para a sobrevivência da organização, e delas próprias. Afinal, nos setores de serviços, como é o setor da saúde, onde até hoje a gestão vem sendo feita de modo personalista, baseada na intuição e talento pessoal dos gestores, a influência das pessoas é muito maior do que nos setores industriais, por exemplo. Algumas definições são importantes para se nivelar conceitos na organização administrativa e para o prosseguimento de propostas de trabalho e atuação. Planejar é criar condições de direcionamento das variáveis controláveis de uma organização, a fim de garantir o alAnestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 21 cance dos objetivos propostos para o futuro, isto é, a perspectiva de continuidade da organização e da seqüência de atividades as quais desempenha. A hierarquia da cadeia de planejamento segue uma seqüência rígida: Política > Plano > Programa > Projeto > Atividade > Tarefa. Infelizmente a palavra política tem sido utilizada, em administração, numa grande variedade de acepções3, tais como: • Interesse amplo, direção ou filosofia; • Declaração dos princípios e objetivos da organização; • Objetivos de longo prazo com repercussão sobre o planejamento geral da organização; • Metas corporativas ou linhas de orientação, de modo amplo; • Guias para pensamento e ação; • Guias de conduta estáveis e de longo prazo estabelecidas para dirigir a tomada de decisões; • Proposições amplas que possam servir de base às orientações (diretivas); • Instruções de funcionamento normal; • Padrões gerais que não sejam alterados freqüentemente; De qualquer modo, entende-se que, a partir do planejamento estratégico, as políticas institucionais devem gerar planos com o objetivo de delinear as decisões de caráter geral do sistema, suas estratégias e diretrizes, além de precisar respon- 3 Diferentes definições para policy, em pesquisa realizada nos Estados Unidos pela American Management Association (1962) junto a executivos em atividade, contando com uma base amostral de 200 empresas. Bethlem, A.S. Política e Estratégia de Empresas. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1981. 22 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista sabilidades e promover a compatibilização de objetivos e metas, sempre procurando otimizar o uso dos recursos do sistema. Definidas as diversas metas, programas são, então, desenhados para alcançá-las, ou melhor, são traçadas as atividades seqüenciais necessárias para se atingir cada meta. Definindo-se programa como um componente do plano - uma subdivisão que permite agrupar as decisões por áreas de ação semelhantes sob o mesmo título -, conclui-se que no seu escopo devem estar inseridos estudos sobre soluções alternativas para o conjunto de problemas, assim como a coerência entre as metas e entre as metas e os recursos. Todos os programas possuem alguns elementos básicos que devem deles constar. Destaca-se, inicialmente, uma síntese de informações sobre a situação a ser modificada com a programação delineada. Também devem estar claramente formalizadas as funções efetivamente consignadas aos serviços ligados ao programa, com a devida descrição de responsabilidades em sua execução. A formulação de objetivos gerais e específicos e a explicitação de sua conformidade com as políticas do governo institucional, além de sua relação com os demais programas do mesmo nível, também precisam constar do termo de abertura. Seguem-se, então, a estratégia e a dinâmica de trabalho a serem adotadas para a realização do programa; os projetos e atividades estruturados no programa, suas interligações e a apresentação sucinta de objetivos e de ação. Os recursos humanos e materiais a serem mobilizados para sua realiza- ção não devem ser esquecidos, assim como a relação das decisões administrativas necessárias para sua implantação e manutenção. Programas podem gerar, por sua vez, projetos mais específicos, de caráter mais transitório e temporalmente delimitado. Os programas estabelecem os quadros de referência dos projetos, assim como a vinculação entre os projetos que os compõem. Em seqüência, em cada projeto, serão realizadas diversas atividades, cada uma delas composta, possivelmente, de diversas tarefas, as quais serão executadas conforme tenham sido concebidas. A alta complexidade dos procedimentos anestésico-cirúrgicos da atualidade, sejam executados no centro cirúrgico, ou em unidades de curta-permanência, ambulatório, setor de imagem etc., impõe àquele que presta o cuidado anestesiológico conhecimento das características de cada procedimento, assim como o desenvolvimento de cada etapa, as quais podem estar relacionadas em procedimentos operacionais padrão (POP), diretrizes, rotinas, algoritmos, fluxogramas, "check-list" etc. Ao adentrar no ambiente onde o ato anestésico será realizado, o anestesiologista já deverá ter em mente todo o planejamento da anestesia a ser realizada, e, obrigatoriamente irá revisar todos os processos necessários ao bom desempenho do ato proposto. Em cirurgias cardíacas, o anestesiologista deve, por exemplo, preparar antecipadamente todos os fármacos necessários à realização da anestesia proposta e também condizentes com o estado clínico do paciente e cirurgia a ser realizada. No decorrer da cirurgia, seguindo uma "rotina" do procedimento, observar atentamente o momento de abertura do esterno, pinçamento da a.aorta, etc., de modo que possa preventivamente precaver-se dos meios e ações necessárias à proteção das conseqüências destas etapas específicas. Do mesmo modo, a perfeita harmonia entre o anestesiologista e aquele que realiza uma colonoscopia, este antecipando àquele a etapa seguinte, ou até mesmo sua visualização do procedimento em monitores de imagem, irá proporcionar maior qualidade ao exame. Resultado O avanço tecnológico observado no campo de pesquisa da biologia celular e molecular durante as duas últimas décadas permitiu o estudo mais aprofundado de muitos fenômenos fisiopatológicos, dentre eles destacam-se aspectos relacionados à morte celular e mecanismos endógenos de autoproteção. O preceito de que nenhum benefício orgânico poderia vir a ocorrer como conseqüência do processo isquemiareperfusão propriamente dito foi desconstruído, cientificamente, a partir do pioneiro estudo experimental realizado por Murry et al (1986). Puderam, naquela ocasião, observar menor área de infarto do miocárdio em cães que sofreram, como intervenção, quatro breves períodos de interrupção (5 min de isquemia com 5 min de intervalo entre eles) do fluxo coronariano, aplicados imediatamente antes de períodos mais prolongados (40 min). Empiricamente comprovaram a existência de mecanismos de adaptação endógena à isquemia. Desde então, o termo "pré-condicionamento" (PC) vem sendo empregado para designar o efeito benéfico que determinado estresse físico (pré-condicionamento isquêmico PCI) ou agente farmacológico (PCF), previamente infligido ao ór- gão alvo, pode proporcionar-lhe em decorrência da maior tolerância adquirida a estímulos posteriores, mais duradouros e intensos. O termo "pré-condicionamento anestésico" (PCA) vem sendo utilizado para designar a ação protetora de que se beneficia um determinado órgão, em regime de isquemia-reperfusão, quando exposto a anestésicos voláteis. PCA foi primeiramente estudado em corações de coelhos, por Haesseler et al (1994), e confirmado por Schlack et al (1996) em preparações de coração isolado de ratos. Em princípio, a proteção conferida pelo PC diferencia-se de possíveis benefícios provenientes, exclusivamente, de suas propriedades hemodinâmicas, isto é, do equilíbrio entre oferta e demanda de substrato celular (Bland & Loweinstein, 1976; Buljubasic et al,1992). Os anestésicos voláteis possuem, portanto, propriedades específicas que interferem na condução e desencadeamento dos fenômenos biológicos durante a reperfusão, de tal modo que podem alterar o curso dos processos fisiopatológicos e permitir a redução dos danos teciduais decorrentes da lesão por isquemiareperfusão (Preckel et al, 1999). A partir da confirmação científica laboratorial do PCA, descortinou-se um novo campo de estudo e pesquisa em anestesiologia clínica. De Hert et al (2004), em estudo clínico, testaram propofol e sevoflurano em quatro grupos de pacientes (n=50) submetidos à revascularização do miocárdio em diversos esquemas (G I= somente propofol, G II= propofol substituído por sevoflurano após esternotomia até início da CEC, G III= propofol substituído por sevoflurano após término das anastomoses e G IV= propofol até esternotomia, e subs- tituído por sevoflurano até o final), e acompanhou valores de troponina I por 48 h e função cardíaca por 24 h no pós-operatório. Analisando os resultados, observaram que as concentrações pósoperatórias de troponina I foram menores em G IV do que nos outros grupos e, ainda, o tempo de permanência do paciente na unidade de terapia intensiva pós-operatória foi significativamente maior em G I. Dentre suas conclusões, expressam a importância do uso continuado do sevoflurano durante todo o procedimento para que os seus efeitos cardioprotetores possam ser clinicamente considerados. Diversos pesquisadores (Scognamiglio et al, 2002; Julier et al, 2003) vêm apresentando outros estudos clínicos na tentativa de corroborar as inferências científicas laboratoriais. Todavia, o real impacto que a aplicação clínica dessas evidências irá determinar na morbi-mortalidade, e outros defechos clínicos, necessitará de estudos clínicos muito bem desenhados ("trials" multicêntricos com elevado número de pacientes e variáveis bem controladas, e metanálises), e de difícil elaboração, uma vez que no dia-a-dia da prática cirúrgica surgem cada vez mais variáveis e fatores de confundimento. Uma característica importante na prestação de serviços é a heterogeneidade, principalmente porque a realização de tarefas é baseada em relacionamentos entre pessoas, não podendo, então, ser descartada a imprevisibilidade que permeia as ações, percepções, reações e expectativas, principalmente no ato médico, que nunca se desvencilhará do imponderável. Os serviços não contemplam qualquer possibilidade de estocagem (não-armazenável), pois Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 23 são realizados e entregues num mesmo momento, e, na maioria das vezes, há simultaneidade entre a produção e o consumo. Esta característica também adiciona um importante diferencial na percepção da qualidade do "produto" pelo cliente, pois, diferentemente do bem material, onde normalmente ele não participa do processo produtivo, o "serviço" permite que o cliente não avalie somente o resultado, mas também todos os aspectos de sua produção. Isto significa que o ato anestésico pode ter sido tecnicamente "perfeito" e determinado excelentes resultados técnicos, mas, caso o paciente tenha percebido no cenário do procedimento qualquer ação ou situação que lhe seja desabonadora, a qualidade, em seu todo, estará comprometida. Monitoramento da Qualidade O monitoramento da qualidade deve ser realizado após o estabelecimento de prioridades (Quadro III), de modo que sejam úteis à tomada de decisões. A anestesiologia não foge à regra, de modo que, os Serviços de Anestesia devem estabelecer seus indicadores da qualidade e segurança a fim de melhor monitorar estrutura, processo e resultado no escopo de sua atuação na instituição de saúde. As conseqüências das perdas, seja por quantidade, por retrabalho ou por manutenção, recaem diretamente no resultado final do desempenho organizacional; a melhoria do sistema, sem dúvida, se beneficia sempre que há mensuração dos resultados finais e coerente responsabilização dos participantes. Também é uma prática importante na melhoria da qualidade a constituição do benchmarking4, ou seja, de um processo sistemático que observe a identificação das melhores práticas. Este processo deve ser estruturado por etapas e pode tornar-se motivo de descobertas, de experiências de aprendizagem, prin4 Benchmarking é uma técnica que consiste no acompanhamento de organizações, concorrentes ou não, reconhecidas como representantes das melhores práticas administrativas, com o propósito de um avanço organizacional rumo à superioridade competitiva. Quadro III - Princípios do monitoramento (indicadores) na saúde 1. Determinar o que monitorar 2. Determinar prioridades de monitoramento 3. Selecionar uma aproximação (ou algumas aproximações) para avaliar o desempenho 4. Formular critérios e padrões 5. Obter as informações necessárias 6. Escolher quando monitorar 7. Escolher como monitorar 8. Construir um sistema de monitoramento 9. Estimular mudanças comportamentais 24 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista cipalmente quando se está seguro que ninguém é o melhor em tudo. A humanidade, no estudo sistemático de sua história, sempre procurou identificar, no passado, não somente respostas aos fatos históricos ocorridos, mas deles prover subsídios para a projeção do desempenho futuro, fazendo ajustes e correções de rumo em situações presentes de modo a garantir a evolução das práticas. Assim, também as organizações devem melhor conhecer-se e comparar-se, tanto em âmbito nacional quanto internacional, a fim de gerar conhecimento. Considerações Finais A anestesiologia, especialidade médica há muito estabelecida em nosso país, insere-se, sobremodo, no Sistema da Qualidade em qualquer instância institucional. No exercício de seu ofício, colabora com a Gerência de Risco provendo relatos de farmacovigilância, de hemovigilância e de tecnovigilância. Tem oportunidade de participar dos processos de melhoria da qualidade, principalmente no monitoramento das nãoconformidades e também contribuindo com outros indicadores da qualidade. A população de pacientes que se submetem a determinados procedimentos invasivos, ou simplesmente por necessitarem de imobilização ao serem realizados, deve ser considerada como uma população vulnerável, ou seja, com sua capacidade de proteger-se, e a seus interesses, reduzida ou abolida. Esta particularidade da vulnerabilidade evoca a existência da possibilidade de dano bio-psico-social e o risco inerente. Possivelmente atávica, a intuição de risco quando da sub- missão a intervenções anestésicocirúrgicas, reforça a noção de vulnerabilidade, por mais que o desenvolvimento tecnológico tenha proporcionado evidente redução da morbi-mortalidade conseqüente aos procedimentos anestésico-cirúrgicos. Esta maior vulnerabilidade a danos, observada em pacientes expostos a cirurgias e procedimentos sob anestesia, é decorrente das características inerentes à especialidade, e não só devido à fármacoindução propriamente dita. Mudanças em uma organização podem, muitas vezes, soar como ameaças, porque as pessoas temem correr riscos em sua vida profissional, de modo que quaisquer alterações na estrutura e nos processos podem vir a incomodar os profissionais envolvidos, principalmente se ocorrerem repentinamente. O hospital, mais do que as empresas de outras atividades, manteve sua estrutura organizacional inalterada durante décadas. O anestesiologista pode vir a ser responsabilizado legalmente por dano que tenha sido causado pelo seu ato, e até mesmo por sua omissão frente a determinada atenção de saúde (direito lesado). Sendo que as obrigações do profissional de saúde dividem-se, basicamente, em obrigações de meio ou de resultados. A primeira é aquela na qual o contratado (o anestesiologista) se obriga a utilizar com diligência, perícia e prudência todo o seu saber junto ao contratante (paciente), sua capacidade de discernimento e sua experiência, para que o acordado previamente entre ele e o paciente venha a ser cumprido. Assim, tornase cada vez mais importante ao especialista seu engajamento nos programas institucionais da Qualidade. Para tanto deve esforçar-se em participar das atividades e eventos promovidos pela Gestão da Qualidade, organismo institucional cada vez mais importante para uma gestão de qualidade em serviços e instituições que sabem da real importância da Qualidade na gestão. Referências Bibliográficas Bland JH, Lowenstein E. Halothaneinduced decrease in experimental myocardial ischemia in the non-failing canine heart. Anesthesiology 1976; 45:287-93 Buljubasic N, Marijic J, Stowe DF, Kampine JP, Bosnjak ZJ. Halothane reduces dysrhythmias and improves contractile function after global hypoper fusion in isolated hear ts. Anesth Analg. 1992;74:384-394. Car valho, MM,Paladini EP.(Orgs). Gestão da Qualidade:Teoria e Casos. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2006. Couto RC, Pedrosa TMG (Orgs). Hospital Acreditação e Gestão de Saúde.2ª Edição.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. De Her t SG, Van der Linden PJ, Cromheecke S, Meeus R, Nelis A, et al. Cardioprotective proper ties of sevoflurane in patients undergoing coronar y sur ger y with cardiopulmonar y bypass are related to the modalities of its administration, Anesthesiology. 2004;101:299-310. Donabedian A.- An Introduction to Quality Assurance in Health Cares. New York: Oxford University Press, 2003. Haessler R, Kuzume K, Chien GL, Wolff RA, Davis RF, Van Winkle DM. Anaesthetics alter the magnitude of infarct limitation by ischaemic preconditioning. Cardiovasc Res. 1994;28:1574 Julier K, Da Silva R, Garcia C, Bestmann L, Frascarolo P, et al. Preconditioning by Sevoflurane Decreases Biochemical Markers for Myocardial and Renal Dysfunction in Coronar y Ar ter y Bypass Graft Sur ger y: A Double-blinded, Placebo-controlled, Multicenter Sudy. Anesthesiology. 2003;98:1315-27 Marshall JR, Isnard et al. Gestão da Qualidade.8ª.Edição. Rio de Janeiro: FGV,2006. Joint Commission International. Tradução oficial do Joint Commission International Accreditation Standards for Hospitals. 3ª.Edição. Rio de Janeiro: Consórcio Brasileiro de Acreditação de Sistemas e Serviços de Saúde - CBA, 2008. Murr y CE,Jennings RE., Reimer K A. Preconditioning with ischemia. A delay of lethal cell injur y in ischemic myocardium. Circulation. 1986;74:1124-1136. Oliveira, DPR.- Administração de Processos:Conceitos, Metodologia e Práticas. São Paulo: Editora Atlas, 2006. 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Rio de Janeiro: Mauad Editora Ltda.,2007. * Luis Antonio Diego é Médico, responsável pela Gestão da Qualidade do Instituto Nacional de Cardiologia - Ministério da Saúde - RJ; presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado do Rio de Janeiro (SAERJ); PhD em Anestesiologia UNESP, MBA em Gestão na Saúde pelo IBEMEC. Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 25 CORRESPONDÊNCI@ POR ARMANDO FORTUNA, - SANTOS, SP* Caros colegas, Antes de qualquer coisa, é um prazer e uma honra participar dessa lista (*) que, se continuar como vai, em breve vai se igualar à latino-americana (México) e superar a Gasnet, que decaiu nos últimos anos, e a Hypnos, alemã, que tem discutido mais questões sociais, de emprego e problemas locais do que anestesia propriamente dita. A mensagem que queria deixar aqui serve para assinalar a grande diferença que existe entre a prática da anestesia da época em que dei meus primeiros passos nessa área, em 1952, enquanto ainda cursava o terceiro ano na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, e a de hoje. Naquele ano, iniciei um estágio no Serviço de Anestesia do Pronto-socorro Central do Rio de Janeiro. Naquele hospital, somente para urgências, tive a sorte de ter como mestre, orientador e amigo o dr. José A. Zugliani, chefe do Serviço de Anestesiologia, que guiou meus primeiros passos nessa área e me abriu os olhos para a importância fundamental da especialidade. Fellowships no exterior, atendimento a congressos no Brasil e em praticamente todos os continentes, além da experiência em treinar, aproximadamente, 300 residentes nos centros de ensino e treinamento que chefiei na Santa Casa de Santos e depois no Hospital da Beneficência Portuguesa dessa cidade me deram uma boa visão da posição do anestesiologista e do imenso progresso atingido nos dias de hoje em rela26 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista ção aos cuidados e à atenção prestados a nossos pacientes. Infelizmente, um assunto foi esquecido, especialmente no Brasil, o que me levou a fazer vestibular, em 1992, para Faculdade de Direito da Universidade Católica de Santos, que tem um curso noturno de primeira categoria, por meio da qual adquiri o título de advogado pela OAB/SP em 1997. O item em pauta é aquele ligado a nossa segurança, futuro e bemestar. Trata-se da ignorância e do desconhecimento que tem a grande maioria dos médicos, na fase de especialização e depois já em atividade plena, em relação às leis e aos dispositivos que regulam nossa profissão, em seus direitos e deveres, inscritos nos códigos de ética médica, criminal, cível e do consumidor. As faculdades de medicina não acentuam esses pontos e deveriam dedicar tempo para discussão desses problemas, que crescem de um modo assustador. O número de processos contra profissionais na área da saúde aumenta dia a dia - cem denúncias contra anestesistas apenas em São Paulo, ocorridas entre os anos de 1999 e 2004, no Conselho Regional de Medicina, encontram nos colegas presas fáceis, quando condenados por esse órgão, para subsequentes ações indenizatórias de alto valor, na maioria das vezes indefensáveis, pois foram ignoradas normas fundamentais, associadas a atos de negligência, imperícia ou imprudência. Nossos CETs são mais que adequados no ensino da especialidade. Contudo, tenho a impressão de que quase todos se omitem para a necessidade de conhecermos a lei obedecer a ela - itens como obrigação de consentimento informado, visita pré-anestésica e importância do registro de todos os procedimentos não são, normalmente, apresentados aos médicos em formação com a ênfase e a atenção que merecem. Há um mês, fui convidado para dar uma aula para os residentes de um importante CET sobre acidentes em anestesia. Comecei perguntando aos 23 estagiários presentes (R1, R2 e R3) quantos já haviam lido o Código de Ética da Saesp/Cremesp. A resposta foi: zero! Nenhum deles tinha noção da importância desse assunto para seu futuro. Está na hora de dedicarmos, na preparação dos novos anestesistas, tempo suficiente para falar também da segurança do médico e do custo brutal - para ele e toda a sua família em sofrimento, perda financeira e repercussão da divulgação sensacionalista feita pelos meios de comunicação - de uma falha de conduta ou um evento adverso. No passado, nossa dedicação era tomada por 100% de cuidados com nossos pacientes. Agora devemos, além disso, prestar atenção também a nós mesmos, à prevenção de processos éticos e judiciais, associando a esses 100% de atenção o conhecimento das leis, o que parece ter sido esquecido. *Armando Fortuna é professor, TSA, DA da Dinamarca, FACA dos Estados Unidos, DA da Inglaterra e advogado da OAB/SP. (*) A rede que o professor cita no texto é uma lista online de debates na área d anestesiologia: [email protected] Clima, Poluição e Medicina POR JOSÉ LUIZ GOMES DO AMARAL* m setembro de 2009, a Associação Médica Brasileira participou de um encontro, organizado pela Associação Médica Mundial, para sugerir estratégias adaptativas que possam diminuir os impactos à saúde causados pelo aquecimento global. A reunião ocorreu em Copenhague (Dinamarca) e foi motivada pela Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 15), que acontece em dezembro. O planeta já apresenta vários sinais e sintomas de doença. Febre Progressiva, pelo aquecimento da Terra; dependência física de petróleo; obesidade, por consumirmos energia em excesso; dispnéia pela contaminação da atmosfera por poluentes; obstrução arterial difusa, por congestionamentos intermináveis; insuficiência renal, por não conseguirmos eliminar adequadamente os nossos resíduos; diabetes, caracterizado pela incapacidade de aproveitar plenamente as fontes energéticas que dispomos. Exames mais detalhados revelariam tremores de terra ocasionais, edema pela elevação dos mares e chuvas torrenciais, alopécia por desmatamento, obstipação pelo despejo de esgoto nos rios e, por que não confessar, flatulência, eliminada de tempos em tempo, indiscreta e despudoradamente, sob a forma de tornados e tufões. Acrescenta-se a tudo confusão mental, que nos impede de avaliar adequadamente a gravidade da situação. Finalmente, temos que admitir impotência ante a este estado de coisas. É imperativo que os profissionais da saúde tenham uma atitude mais ativa, auxiliando a elaboração de ações voltadas à sustentabilidade, que deveriam obedecer E aos seguintes parâmetros: esclarecimento aos pacientes, exemplos, parcerias, limites, ética e coragem. Os pacientes devem ser informados que medidas voltadas para adoção de práticas com menor demanda energética promovem benefícios imediatos e significativos à saúde daqueles que as adotam. Atividades como caminhar e andar de bicicleta diminui o risco de doenças cardiovasculares. Ao reduzir o consumo de energia dentro de casa e incentivar o hábito nos locais de trabalho, os médicos exercem liderança pelo exemplo. É possível agir como parceiros da sociedade civil propondo ações de mitigação das emissões de poluentes e adaptação ante aos impactos ambientais Os médicos devem promover o conceito de limites responsáveis do uso de energia, expor claramente as questões de ética ambiental e mostrar que as alterações da atmosfera afligem com maior intensidade os segmentos menos favorecidos da sociedade. Finalmente, há que se robustecer a coragem para enfrentar o futuro debate no campo das ideias e da litigância com importantes seto- res da economia e da política. A respeitabilidade nos confere obrigação para agirmos. Caso não iniciemos o processo agora poderemos, mais tarde, sermos culpados do pecado da omissão. Paulo Saldiva, médico, chefe do Serviço de Patologia do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental do Conselho Nacional de Pesquisas *José Luiz Gomes do Amaral é médico, professor titular da disciplina de anestesiologia da Unifesp e presidente da Associação Médica Brasileira. Sustentabilidade e Comunicação A SBA, preocupada com o meio ambiente, com a agilidade da comunicação e, visando reduzir custos – sem o envio de correspondências via Correios – tem intensificado sua comunicação por meio eletrônico (via web). Dessa forma, é imprescindível que os associados estejam com seus dados cadastrais atualizados, principalmente, o registro de seus endereços eletrônico (emails). Para o feedback da comunicação, a SBA solicita que os associados acusem o recebimento das respectivas correspondências. Vale destacar que toda economia realizada com as ações da SBA são revertidas em benefícios para seus associados. Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 27 Reflexos Tributários da Delimitação do Conceito de Serviço Hospitalar POR GABRIEL QUINTANILHA* N o Brasil, não há dúvidas que a arrecadação é deveras superior ao ideal, o que produz reflexos para o contribuinte, seja pessoa física ou jurídica. A busca por maior arrecadação tem criado situações jurídicas absurdas e violadoras dos direitos e garantias fundamentais. Tal conclusão é extraída de forma clara do Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 19, de 7 de dezembro de 2007. O ato declaratório em questão tem como objeto a delimitação do conceito de serviço hospitalar para fins da aplicação da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, que altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas. A lei federal que trata do imposto de renda prevê em seu art. 15 a base de cálculo do imposto e o seu parágrafo primeiro, inciso III, dispõe sobre a incidência sobre serviços em geral. Vejamos: "Art. 15º. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...) III - trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em ge- 28 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista ral, exceto a de serviços hospitalares;" Como se pode ver, da mera leitura do dispositivo legal supra, tem-se uma interpretação direta, qual seja: Aos serviços hospitalares aplica-se a base de cálculo mais favorável, ou seja, de 8% sobre a receita bruta e não de 32% como nos outros serviços. Ora, é de se considerar que os serviços hospitalares sejam tributados de maneira menos agressiva, até porque o direito à saúde é garantia constitucional, previsto no art. 196 da Carta de 1988. Todavia, a Receita Federal limitou esse direito por meio do ADI nº 19/2007. Tal ato conceituou o que seria serviço hospitalar para fins de tributação. De acordo com a Receita, "os estabelecimentos assistenciais de saúde devem dispor de estrutura material e de pessoal destinada a atender a internação de pacientes, garantir atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência permanente prestada por médicos, possuir serviços de enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas, com disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviços de cirurgia e/ou parto, bem como registros médicos organizados para a rápida observação e acompanhamento dos casos. (...)São também considerados serviços hospitalares os serviços pré-hospitalares, prestados na área de ur- gência, realizados por meio de UTI móvel, instaladas em ambulâncias de suporte avançado (Tipo "D") ou em aeronave de suporte médico (Tipo "E"), bem como os serviços de emergências médicas, realizados por meio de UTI móvel, instaladas em ambulâncias classificadas nos Tipos "A", "B", "C" e "F", que possuam médicos e equipamentos que possibilitem oferecer ao paciente suporte avançado de vida." Com tamanha delimitação, sequer os postos de saúde, que funcionam em expediente comercial poderão ser considerados serviços hospitalares. Hospital é o local destinado ao atendimento de doentes, para proporcionar o diagnóstico e o tratamento necessário1. Em vista do conceito apresentado, qualquer estabelecimento que tenha como objetivo diagnosticar e tratar doentes podem ser considerados hospital. Segundo o Ministério da Saúde: "O hospital é parte integrante de uma organização Médica e Social, cuja função básica, consiste em proporcionar à população Assistência Médica Sanitária completa, tanto curativa como preventiva, sob quaisquer regime de atendimento, inclusive o domiciliar, cujos serviços externos irradiam até o âmbito familiar, constituindo-se também, em centro de educação, capacitação de Recursos Humanos e de Pesquisas em Saúde, bem como de 1 pt.wikipedia.org/wiki/Hospital encaminhamento de pacientes, cabendo-lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente." Como se pode ver, o hospital é o local onde se busca a cura para doenças, bem como a manutenção da saúde. Como se não bastasse, o Conselho Federal de Medicina determina o que são estabelecimentos de saúde, os hospitais, clínicas, laboratórios, ambulatórios médicos, etc. Segundo o Conselho é qualquer estabelecimento que promova a saúde. O conceito de serviço hospitalar deve abranger o mandamento constitucional, ou seja, proteger e promover a saúde. Assim, a limitação criada pelo ADI 19/2007 viola a essência da Constituição Federal. A saúde é um direito constitucionalmente assegurado a todos, inerente à vida, bem maior do homem, portanto o Estado tem o dever de prover condições indispensáveis ao seu pleno exercício. Tal está previsto no art. 6º da Constituição Federal de forma genérica, onde estão descritos os direitos sociais do cidadão. Ressalte-se que o referido artigo está inserto no Titulo II do Capítulo II que trata dos Direitos e Garantias Fundamentais do Homem. Portanto, conclui-se que todo e qualquer direito social é também direito fundamental do homem e merece aplicação imediata, aplicando-se no caso o § 1º do artigo 5º da Carta Magna. Assim, quando existe uma limitação ao conceito de serviço hospitalar, há uma limitação ao fornecimento do serviço e conseqüentemente da saúde. Em outras palavras, criar um conceito fechado sobre o que seria um serviço hospitalar gera insegurança e injustiça. O que se deve buscar é a finalidade do estabelecimento. Em verdade, se a finalidade é a promoção da saúde, com o mínimo de estrutura voltada para esse fim, devem ser considerados os hospitais. Tal forma de tributar o serviço é mais justa porque a medicina avança a passos largos e atualmente é muito aplicado o conceito de hospital dia que compreende um método de tratamento mais eficaz e humano. Com esse novo método, pequenas intervenções cirúrgicas são realizadas e os pacientes têm alta no mesmo dia da cirurgia para recuperação em sua residência, ao lado de seus familiares. Estudos comprovam que o método é eficaz, reduzindo inclusive a incidência de infecções. Como se pode ver, o paciente não precisa de internação durante vinte e quatro horas. Segundo o determinado pela Receita Federal, o estabelecimento que adote o método supra, não terá tratamento tributário mais benéfico. Ademais, serviços de anestesiologia, por exemplo, devem ser entendidos como serviços hospitalares para fins da incidência do Imposto sobre a Renda mais benéfico, tendo em vista sua natureza. Neste sentido, já se manifestou o STJ: "(...) A Corte a que consignou ainda que a empresa recorrente presta serviços médicos de anestesiologia, atividade que é realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se limitando a simples consultas médicas, "envolvendo inclusive procedimentos médicos terapêuticos de alto risco, exigindo recursos emergenciais caso haja alguma intercorrência" (REsp 901.150/SC, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, julgado em 6/3/2007, DJ 22/3/2007 p. 320). 6. Recurso especial parcialmente provido para para para reconhecer a incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços de anestesiologia. (...) Do exposto, está clara a impropriedade do previsto no ADI 19/ 2007, uma vez que delimita muitos direitos protegidos pela Carta Magna, uma vez que a saúde é um direito de todos e a sua promoção deve ser protegida e estimulada pelo Estado. Assim, as prestadoras de serviços de anestesiologia têm o direito de recolher o IR e a CSLL reduzidas. *Gabriel Quintanilha é advogado no Rio de Janeiro, Pós Graduado em Direito Público e Tributário, Professor Convidado de Direito Tributário da Fundação Getúlio Vargas FGV, Professor Efetivo da UNIGRANRIO, da Escola Superior de Advocacia da OAB/RJ e de diversos cursos preparatórios. E-mail [email protected] Obituário NOME Paulo Rodrigues Paulino MATRÍCULA 00674 ANO/ADMISSÃO 1958 Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 29 REGIONAIS SAEGO na semana comemorativa da Anestesiologia Visando disseminar informação útil sobre a prática da Anestesiologia, a diretoria da Sociedade de Anestesiologia do Estado de Goiás (SAEGO) organizou uma exposição na semana comemorativa do anestesiologista. A idéia de buscar proximidade com a comunidade leiga, fez com que durante dois dias, num shopping da cidade, a entidade procurasse integrar a população à realidade de um profissional desta área. Para isso, foi montado um stand, onde era exibido um aparelho usado por anestesiologistas, junto com um monitor multiparamétrico, também usado durante a prática do ofício deste profissional. Além disso, foram exibidos vídeos demonstrativos sobre anestesia e distribuídas 8000 mil cartilhas "Mitos e verdades sobre a Anestesiologia". A SAEGO realizou ainda uma campanha em outdoors pela cidade, mostrando a importância de conhecer e valorizar o anestesiologista. De acordo com a regional, houve uma boa receptividade sobre a campanha. A Saego agradeceu o apoio das empresas que acreditaram e proporcionaram seus eventos, a Dixtal e Cristália. O mês dos anestesiologistas foi celebrado pela SAEGO com exposição explicativa sobre a anestesiologia, num shopping de Goiás Dez outdoors foram espalhados pela cidade para mostrar a importância de conhecer e valorizar o anestesiologista Jornada Norte-Nordeste de Anestesiologia deverá reunir cerca de 400 participantes em março na Paraíba Cerca de 400 pessoas estão sendo esperadas na Paraíba para participar da XXXIV Jornada Norte-Nordeste de Anestesiologia (JONNA). O evento ocorrerá nos dias 25, 26 e 27 de março na Estação Cabo Branco - Ciência, Cultura e Artes, em João Pessoa. A realização é da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Paraíba (SAEPB) e da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). Entre os palestrantes, estão renomados profissionais brasilei- 30 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista ros, dos Estados Unidos e da França. Eles discutirão com dirigentes das sociedades regionais e cooperativas de anestesiologia de cada Estado do Brasil as principais questões científicas, humanitárias, sociais e políticas que envolvem esta especialidade da medicina. Paralelamente à JONNA, serão realizadas a VI Jornada Norte-Nordeste de Dor da SBA, a XXV Jornada de Anestesiologia do Estado da Paraíba, o III Fórum de Cooperativismo Médi- co e o Workshop de Via Aérea Difícil. Para saber mais informações sobre o evento e suas inscrições, basta ligar para os telefones (83) 2108-8220 e (83) 9961-4091. Outros detalhes também poderão ser conferidos no site www.saepb.com.br/ jonna. O evento conta com o apoio da Unimed João Pessoa, da Unicred, da Cooperativa dos Anestesiologistas do Estado da Paraíba (Coopanest-PB) , Sescoop-Pb e Prefeitura de João Pessoa. realizará evento visando qualificar a assistência em saúde Na mesma ocasião da XXXIV Jornada Norte-Nordeste de Anestesiologia (JONNA) acontecerá a VI Jornada NorteNordeste de Dor da SBA, a XXV Jornada de Anestesiologia do Estado da Paraíba, o III Fórum de Cooperativismo Médico e o Workshop de Via Aérea Difícil. De acordo com a direção da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Paraíba (SAEPB), organizadora do evento, a Jornada tem como principal objetivo melhor qualificar a assistência em saúde no Estado, em especial na capital. A opção da Estação Cabo Branco de Ciência, Cultura e Arte como sede da XXXIV JONNA harmoniza a filosofia do evento à concepção educacional da Estação, que promove difusão do saber científico, tecnológico, cultural e artístico, proporcionando um canal de transformação e inclusão social. Uma das mais bonitas e marcantes obras assinadas por Oscar Niemeyer, localizada no entorno da extremidade mais oriental das Américas, a Estação Cabo Branco oferece uma visão panorâmica do cenário natural do Cabo Branco, patrimônio geográfico, histórico e cultural, representando o mais novo e mais visitado cartãopostal da cidade. Por ocasião do 56º CBA em Salvador e com o inestimável apoio da sua comissão organizadora, a SAEPB participou como expositora alcançando resultados expressivos no número de visitações, inscrições e negociações, superando as expectativas da comissão organizadora da XXXIV JONNA, antevendo uma Jornada de muito sucesso. Convocação: Venha para João Pessoa, traga sua família e desfrute das belezas da cidade mais verde do Brasil e mais oriental das Américas, onde o sol nasce primeiro e se põe ao som do bolero de Ravel na praia do Jacaré. "Paraíba hospitaleira, morena brasileira, do meu coração" XX Jornada Mineira de Anestesiologia foi realizada na histórica cidade de Ouro Preto A XX JOMA contou com palestrantes de Minas Gerais e de vários estados do Brasil. O evento reuniu cerca de 200 participantes O tema da XX JOMA foi "Trilhando Novos Caminhos para a Anestesiologia" e contou com palestrantes de Minas Gerais e de vários estados do Brasil. O evento também teve a participação do anestesista brasileiro que atua no Canadá, José Carlos de Almeida Carvalho e, na oportunidade focou sua apresentação no tema: Anestesia Obstétrica. A jornada reuniu cerca de 200 participantes e segundo seus organizadores, a altíssima qualidade científica do evento foi reconhecida por todos os participantes. Durante o evento, a Sociedade de Anestesiologia de Minas Gerais (SAMG), concedeu o Título de Sócio Honorário a três anestesiologistas: Adhemar Chagas Valverde (Bahia), Antonio Fernando Carneiro (Goiás) e Celso Schmalfuss Nogueira (São Paulo). Outros pontos altos do encontro foram: a degustação da culinária mineira, visitas aos monumentos e igrejas da cidade e compras do tradicional artesanato de Ouro Preto. Segundo a direção da SAMG, o sucesso da XX JOMA ratifica e credencia a Regional para a organização, em 2012, do Congresso Brasileiro de Anestesiologia, em Belo Horizonte. Segundo a direção da SAMG a jornada foi de altíssima qualidade científica e reconhecida por todos os participantes Gualter Ramalho, Presidente da XXXIV JONNA, André Pacelli, Presidente da SAEPB e Jorge Trigueiro, Presidente da Comissão Cientifica da XXXIV JONNA. Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 31 XXX Jornada Paranaense de Anestesiologia A cidade de Foz do Iguaçu recebeu anestesiologistas de vários estados brasileiros, assim como convidados internacionais, para a XXX Jornada Paranaense de Anestesiologia. A Jornada aconteceu entre os dias 5 e 7 de setembro passado, no Mabu Thermas & Resort, local que proporcionou momentos de agradável confraternização entre os participantes e suas famílias. O evento contou com ótimas apresentações dos palestrantes e um dia inteiro dedicado exclusivamente aos workshops, que foram muito prestigiados. A Sociedade Paranaense de Anestesiologia (SPA) investiu muito nesta Jornada, que só não obteve maior sucesso de público em função das ausências causadas pela preocupação com a Gripe A. A direção da SPA fez questão de externar agradecimentos à indústria participante, pelo grande apoio, e a anestesiologista Andréa Luiz Kraemer, uma das organizadoras do evento, que incansavelmente esteve sempre á disposição em todo trabalho. Nesta mesma cerimônia foi realizada uma homenagem à Dra. Débo- Convidados e autoridades participaram da abertura da XXX Jornada Paranaense de Anestessiologia ra de Oliveira Cumino, outorgandolhe o título de sócio honorário da SPA pelos relevantes serviços prestados a esta Sociedade. "Todos os anestesiologistas da cidade ficaram muito satisfeitos com a XXX Jornada Paranaense de Anestesiologia e, parabenizam a comissão organizadora pelo empenho e dedicação. As aulas foram de excelente nível e os workshops ilustraram de maneira prática e objetiva assuntos de grande importância", enfatizou Andréa Kraemer. Dr. Fábio Tolpolski homenageia a Dra. Débora Cumino CALENDÁRIO CIENTÍFICO OFICIAL 2010 MARÇO XXXIV JONNA - JORNADA NORTE-NORDESTE DE ANESTESIOLOGIA 25 A 27 DE MARÇO João Pessoa - Paraíba ABRIL 45ª JOSULBRA JORNADA SUL BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA 30 DE ABRIL A 2 DE MAIO - Curitiba/PR JUNHO 03 A 06 - 44ª JASB JORNADA DE ANESTESIOLOGIA DO SUDESTE BRASILEIRO 7º COPA - CONGRESSO PAULISTA DE ANESTESIOLOGIA 3 A 6 DE JUNHO - São Paulo/P 32 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista AGOSTO 41ª JABC JORNADA DE ANESTESIOLOGIA DO BRASIL CENTRAL 12 A 14 DE AGOSTO Poconé - MT NOVEMBRO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA For taleza – CE OUTUBRO 2012 16 A 20 – ASA ANNUAL MEETING San Diego – California – USA NOVEMBRO 20 a 24 – 57º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA Por to Alegre – RS 2011 MARÇO 25 a 30 - 14th World Congress of Anaesthesiologists Buenos Aires – Argentina OUTUBRO 13 A 17 – ASA ANNUAL MEETING Washington – DC – USA OUTUBRO NOVEMBRO 15 A 19 – ASA ANNUAL MEETING Chicago – Illinois – USA 59º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA Belo Horizonte – MG NOVOS MEMBROS ASPIRANTE-ADJUNTO Elaine Helke Oliveira do Amaral Pascoal Maria Carlota Miranda Accioly Moisés Sousa Araújo ADJUNTO Geane Dias Lima Jaaziel Pantoja Gonçalves ATIVO Alessandra Gonçalves de Almeida da Costa Aloisio Vieira Fernandes Andre Carnevali Silva Angelo Carvalho de Angeloni Antonio Aderlandro Freitas Oliveira Auber Soares de Lima Filho Bruna Sparenberg Juliano Nunes Carlos Alexandre Batista Hora Carlos Frederico Loretti de A. Barcellos Cintia Margaret Lucchini de Matteo Cristiane Navarro Cunha Leony Daniela de Andrade Daniela Maria Rosário Marques Danielle Dourado Magalhães Douglas Teixeira Freire Enrique Candia Eyzaguirre Erica Tanaka Otani Erlandson Silva Evangelista Fabiano Vieira Soares Fábio Luís Balan Fabrícia Caovila Werneck Flávia Florentino Pereira George Luiz Araújo Gilda Orencia Arbizu Pinheiro Guainumbi Cordeiro de Almeida Halsey Porto Gomes Henrique Cotta de Miranda Ribeiro Humberto Hideki Mima Italo Lopes e Carvalho Ivan Rene Aguilar Flores Jorge Taqueda Neto Lázaro de Carvalho Oliveira Neto Leandro Aurélio da Silva Santana Leandro Cezario Raso Lenny Ana Mary Rojas Fernandez Leonardo Alvarez Justi e Silva Luciano Bornia Ortega Luis Henrique de Oliveira Coutinho Marceli Casali Marcelo Augusto O Donnell Mallet Marcelo Ferreira Rodrigues Marco Antonio Pinto de Figueiredo Maria Israela Cortez Boccato Mario Juvenal Caldas de Carvalho Márjorie Taboada Soldati Nilson dos Santos Couto Junior Paula Valadares Pinto Ricardo Eduardo de Almeida Mendonça Ricardo Hideki Fujita Roberta Cavalcante Monteiro Roberta Eulália de Paula Ferreira Rodrigo Dias Braga de Sousa Sérgio de Rezende Séspede Sthenio Vieira de Farias Thiago Bezerra Santos Vinícius José Bifano Vieira Wellington de Mattos Domingos ESTRANGEIRO Miguel Meneses de Sá Gonçalves Pereira Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 33 RESPONSABILIDADE SOCIAL A poluição sonora é o efeito provocado pela difusão do som num tom demasiado alto, sendo o mesmo muito acima do tolerável pelos organismos vivos, no meio ambiente. Dependendo da sua intensidade, causa danos irreversíveis aos seres humanos. Esta situação está presente em várias atividades da vida diária em que o contato com sons intensos, de forma desprotegida, voluntária (ex.:uso de equipamentos de música amplificada) ou involuntária (poluição sonora com altos níveis de pressão sonora). Exemplo de alguns sons considerados como ruídos simples do nosso dia-a-dia e seu nível sonoro em decibéis (dB). A partir do nível de pressão sonora de 85 dB são potencialmente danosos aos ouvidos, se o contacto com esses sons, sejam eles ruidosos ou não, durar mais de 480 minutos (8 horas): A poluição sonora atrapalha diferentes atividades humanas, independentemente dos níveis sonoros serem potencialmente agressores aos ouvidos, a poluição sonora pode, em alguns indivíduos, causar estresse, e com isto, interferir na comunicação oral, base da convivência humana, perturbar o sono, o descanso e o relaxamento, impedir a concentração e aprendizagem, e o que é considerado mais grave, criar estado de cansaço e tensão que podem afetar significativamente o sistema nervoso e cardiovascular. Além das fontes de ruídos mais comuns, existe uma grande variedade de fontes sonoras nos centros urbanos, como: sirenes e alarmes, atividades recreativas, entre outras, que em conjunto denomina-se "Poluição Sonora Urbana". Características principais • Não deixam resíduos • É um dos contaminantes que requerem menor quantidade de energia para ser produzidos. • Têm um raio de acção pequeno. • Não são transportados através de fontes naturais, como por exemplo, o ar contaminado levado pelo vento, ou um resíduo líquido quando é transportado por um rio por grandes distâncias. • São percebidos somente por um sentido: a audição. Isto faz com que muitas pessoas subestimem seu efeito. Prevenção de problemas causados por ruídos e outros sons poluentes • Redução do ruído e demais sons poluentes na fonte emissora. • Redução do período de exposição Foto: Cátia Lopes Poluição Sonora Calcula-se que um indivíduo normal precisa gastar aproximadamente 20% de energia extra para realizar uma tarefa, sob efeito de um ruído per turbador intenso (principalmente para pessoas expostas continuamente a processos que geram muito ruído), quando não for possível a neutralização do risco pelo uso de proteção adequada. • Educação da população. • Uso de protecção nos ouvidos adequada ao risco auditivo. • Em festas colocar o som com volume adequado ao "Ambiente", evitando-se o volume alto. Não sendo possível, não permanecer por tempo prolongado em ambientes onde se tenha que gritar para ser ouvido pelo interlocutor à distância de um metro. Efeitos sobre o rendimento no trabalho Tem sido observado que em certos tipos de atividades, como as de longa duração e que requerem contínua e muita atenção, um nível acima de 90 dB afeta desfavoravelmente a produtividade, bem como a qualidade do produto. TABELA DE IMPACTO DE RUÍDOS NA SAÚDE - VOLUME/REAÇÃO EFEITOS NEGATIVOS EXEMPLOS DE EXPOSIÇÃO VOLUME Até 50 dB EFEITOS NEGATIVOS REAÇÃO Confor tável (limite da OMS) Nenhum EXEMPLOS DE LOCAIS Rua sem tráfego O ORGANISMO HUMANO COMEÇA A SOFRER IMPACTOS DO RUÍDO. Acima de 50 dB De 55 a 65 dB A pessoa fica em estado de alerta, não relaxa Diminui o poder de concentração e prejudica a produtividade no trabalho intelectual. Agência bancária De 65 a 70 dB (início das epidemias de ruído) O organismo reage para tentar se adequar ao ambiente, minando as defesas Aumenta o nível de cortisona no sangue, diminuindo a resistência imunológica. Induz a liberação de endor fina, tornando o organismo dependente. É por isso que muitas pessoas só conseguem dormir em locais silenciosos com o rádio ou aTV ligados. Aumenta a concentração de colesterol no sangue. Bar ou restaurante lotados Acima de 70 dB Aumentam os riscos de enfarte, infecções, entre O organismo fica sujeito a estresse degenerativo além outras doenças sérias. de abalar a saúde mental Praça de alimentação em shopping e ruas de tráfego Obs.: O quadro mostra ruídos inseridos no cotidiano das pessoas. Ruídos eventuais alcançam volumes mais altos. Um trio elétrico, por exemplo, chega facilmente a 130 dB(A), o que pode provocar perda auditiva induzida, temporária ou permanente. FONTES: http://www.profcupido.hpg.ig.com.br/poluicao_sonora.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Polui%C3%A7%C3%A3o_sonora http://www.ibama.gov.br/silencio/home.htm http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://catialopes.files.wordpress.com/2008/12/silencio. 34 - out-nov-dez, 2009 - Anestesia em revista Anestesia em revista - out-nov-dez, 2009 - 35