As famílias tradicionais protegem melhor os menores

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As famílias tradicionais protegem melhor os menores
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As famílias tradicionais protegem melhor os menores
01-Jan-2001
Estudos sobre o abuso de menores mostram que alguns importantes mitos neste campo estão errados. Incidências de
abusos são maiores em lares não constituídos pelos progenitores das crianças. Os estudos mostram que o que faz a
diferença é o casamento.
Um estudo recente sobre abuso sexual de menores, altamente publicitado, só ajudou a alimentar os erros dos media
acerca dos perigos da vida familiar para os mais novos, relatou o Sunday Times.
As notícias da imprensa acerca das descobertas da "National Society for the Prevention of Cruelty to Children" (NSPCC),
em geral davam a impressão de que as famílias eram os principais focos de abuso sexual.
A BBC2, no seu programa "Newsnight", dedicou uma edição inteira a um caso horrível de alegado abuso sexual
sistemático que durou anos. A mensagem do programa, fazia notar o Sunday Times, era de que o abuso sexual de
menores está espalhado pelas famílias e que os pais são os principais vilões.
No entanto os factos são bastante diferentes, segundo o Sunday Times. Isto demonstra o próprio relatório da NSPCC,
baseado em informação de cerca de 3000 jovens adultos. Mesmo a NSPCC está chocada pela forma como os media
distorceram as estatísticas.
Na realidade, o abuso sexual de menores é encontrado em apenas 4% das famílias, o que dificilmente pode ser
considerado como uma epidemia nas famílias tradicionais. Cerca de 1% das crianças são abusadas por um progenitor,
declarou a NSPCC. O resto são abusados por outros parentes.
Significativamente, os investigadores estimaram que 13 a 14% dos abusos eram perpetrados por pessoas não
aparentadas com a criança, ou seja, por pessoas fora da família.
Portanto, a NSPCC destruiu alguns importantes mitos sobre o abuso de menores, diz o Sunday Times. Mas o
estereotipo do abuso sexual escondido no seio da família está profundamente embebido na consciência pública na
Inglaterra, notava o jornal.
Alguns comentadores, por exemplo, davam a impressão de que a família tradicional é um local perigoso para a criança.
Este ponto de vista foi claramente defendido no programa "Newsnight", onde se declarava: "esqueça pedofilias
estranhas: o abuso sexual de menores foi implacável no seio das famílias e perpetrado sobretudo pelos pais".
No entanto, o programa não reconheceu que o abuso sexual de menores no seio da família era, de facto, relativamente
raro, segundo as descobertas da NSPCC. Mais ainda, o programa falava constantemente dos pais e das famílias como
sendo os que abusavam, esquecendo-se que o próprio exemplo que escolheram envolvia uma família fracturada e um
padrasto.
Não houve discussão do papel da desintegração da família no abuso sexual de menores, notou o Sunday Times. De facto,
o abuso sexual ocorre sobretudo em famílias que se desfizeram ou foram reconstituídas: o casamento é de facto o
principal protector das crianças.
De acordo com a agora desaparecida "British Family Court Reporter Survey", as crianças estão 20 a 30 vezes mais
seguras quando vivem com os pais biológicos do que quando vivem em qualquer outro tipo de lar.
Em 1989, a Universidade de Iowa estudou 2300 casos de abuso sexual e descobriu que os pais não biológicos são quatro
vezes mais propensos a abusar sexualmente das crianças que têm a seu cargo do que os pais naturais. Outro relatório
descobriu que, embora os namorados das mães constituíam menos de 2% dos casos de não progenitores a cuidarem de
crianças, eles cometiam quase metade dos abusos de menores (cometidos por não progenitores).
Os socio-biologistas Martin Daly e Margo Wilson descobriram que o risco de crianças serem assassinadas por um
padrasto era de 50 a 100 vezes superior ao risco de o serem nas mãos de um progenitor. Também descobriram que
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crianças em idade pré-escolar que não viviam com ambos os pais eram 40 vezes mais propensos a serem abusadas
sexualmente do que as que viviam com ambos os pais. "A presença de um padrasto é o melhor prognóstico epidémico de
abuso de menores já descoberto", observavam.
As indicações desses achados foram confirmadas em Inglaterra em 1994 por Robert Whelan, da "Family Education
Trust". Baseado nas pesquisas da NSPCC e da "Family Court Reporter" Whelan mostrou que a família natural com dois
pais estava em franca minoria em todas as categorias de abuso de menores.
Isto ainda é mais marcante uma vez que a maioria das crianças vivem em famílias dessas. Pelos números da NSPCC,
Whelan calculou que crianças a viver com uma mãe solteira tinham um risco de abuso três vezes superior do que
vivendo com os seus dois pais naturais enquanto que aquelas crianças que vivem com a mãe e um pai substituto corriam
oito vezes mais risco.
Os números da "Family Court Reporter" mostravam, além disso que havia uma ainda mais notável e sensível
conclusão a tirar: havia um risco específico de abuso de menores em casais coabitantes. Se ambos os pais naturais
coabitassem, o risco de abuso de menores era 20 vezes superior do que se os pais fossem casados. Por outras
palavras, embora a relação entre os adultos e as crianças fosse a mesma em ambos os casos, o que fazia a diferença era o
casamento.
Esses detalhes sobre o estado marital das famílias já não estão disponíveis nas estatísticas oficiais. "É impossível descobrir
algo sobre os riscos relativos dos pais biológicos e não biológicos porque a Whitehall já não quer recolher esses dados",
declarou Whelan. "O que é necessário é uma investigação adequada que nos dê o estado marital das famílias
envolvidas em abuso de menores".
A NSPCC diz que o abuso físico é mais comum do que abuso sexual nas famílias, e que são as mães - e não os pais que tendem a ser mais violentas com os filhos.
O grupo define violência como sendo o bater com um instrumento duro ou o punho, dar um pontapé, abanar, atirar ao
chão, bater, sufocar, queimar ou ameaçar com uma faca ou uma pistola. Cerca de 11% das crianças estudadas foram
vítimas dessas violências, com 49% dizendo que o atacante foi a mãe e 40% dizendo que o atacante foi o pai.
Isto coincide com outro estudo que revela que as mães são mais violentas com os filhos do que os pais. No entanto, a
NSPCC omite algo que aparece em outros relatórios americanos, que afirmam que esses abusos físicos são mais
prováveis em mães solteiras.
Um desses inquéritos mostrava que as mães solteiras tinham um índice de ocorrências de "violência muito severa"
que era 71 vezes superior ao das mães que viviam com os pais.
Richard Gelles, um perito americano em violência familiar declara que isso não é surpreendente. As mães tendem a
passar mais tempo com os filhos do que os pais mães solteiras estão sob uma pressão extra porque têm que criar as
crianças sem ajuda e também porque é mais provável que sejam pobres. E isto parece indicar mais uma vez a
importância de um casamento estável para as crianças.
Fonte: Correio da AESE
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