Angus@newS - Associação Brasileira de Angus
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Angus@newS - Associação Brasileira de Angus
Angus @ newS JULHO/AGOSTO DE 2013 ANO 14 - Nº 63 Jornal INFORMATIVO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANGUS 4 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS EDITORIAL Isso é só o começo P Paulo de Castro Marques rimeiro, alguns números: vendas de sêmen crescentes, em torno de 3 milhões de doses/ano; 10 anos do Programa Carne Angus Certificada, com mais de 250 mil animais abatidos/ano e parceria com vários grupos industriais importantes; 9 em cada 10 bezerros de cruzamento industrial nascidos em 2013 têm sangue Angus! Estas são apenas três conquistas da Associação Brasileira de Angus, que está completando 50 anos de existência e defesa da raça. O balanço é extremamente positivo. Afinal, o Angus tem o privilégio de reunir dirigentes e criadores abnegados e apaixonados que deram (e dão) muito de si para o sucesso da raça no país. O resultado espetacular desse trabalho de meio século está na valorização do Angus como a opção genética de origem europeia mais utilizada pelos pecuaristas – constatação na venda de sêmen – e detentora do maior programa de carne de qualidade da pe- Parto assistido Foto de Julia Mendes, Fazendas Alegrete e Santa Rita, PR cuária brasileira, respaldado por auditoria internacional da australiana Ausmeat. Isso não é tudo. O Angus está presente em praticamente todo o país, desmistificando a imagem de raça de clima temperado. Há projetos pecuários no Sudeste, Centro-Oeste, Norte e até Nordeste que apostam com sucesso no Angus. Estamos muito satisfeitos com esse resultado, porém não conformados. A diretoria da Angus tem plena consciência da necessidade de continuar avançando e, especialmente, inovando com a criação de novos benefícios aos criadores que apostam nessa opção genética fantástica. Contem conosco nessa empreitada. Permanecemos mais motivados do que nunca. E contamos com o seu apoio nesse projeto. Grande abraço, Paulo de Castro Marques Presidente da Associação Brasileira de Angus NESTA EDIÇÃO Angus Brasil faz 50 anos Desbravando a Chuleta do Barbanegra Técnicos da Angus Brasil no CRI Beef Tour Reportagem: Bem-estar animal Visita ao Certified American Beef (CAB) Vem aí mais um Concurso de Carcaças Central Terra Costa Toda a Feicorte 2013 Opinião: por que sempre os mesmos cortes? Opinião: Por que apostar na qualidade? Angus é sucesso na pista de Palermo Perfil: James Cruden Opinião: Mineralização, por Rubem Frosi FOTO PREMIADA - Angus@newS publica fotos que apresentarem a raça Angus e o seu meio de uma forma inusitada. Envie sua foto para: [email protected] EXPEDIENTE Opinião: Valores genéticos do mundo Angus Associação Brasileira de Angus Diretoria Biênio 2013/2014 Diretoria Executiva - Diretor Presidente: Paulo de Castro Marques - Diretor 1º Vice Presidente: José Roberto Pires Weber - Diretor Vice Presidente: Marco Gomes Costa - Diretor Vice Presidente: Wilson Brochman - Diretor Vice Presidente: Rogério Stein - Diretor de Marketing: Gustavo Goulart - Diretor Administrativo: Sérgio Colaço - Diretor do Programa Carne Angus: Reynaldo Titoff Salvador - Diretor Financeiro: Maurício Weiand Lampert - Diretor de Núcleos: Leo Warszawski – Conselho de Administração - Membros Eleitos: Antônio Maciel Neto, Renato Zancanaro, Valdomiro Poliselli Júnior, Nelson Serpa, Fabio Gomes - Membros Natos (ex-Presidentes da ABA): Angelo Bastos Tellechea, Fernando Bonotto, Reynaldo Titoff Salvador, José Roberto Pires Weber, Antônio Martins Bastos, José Paulo Dornelles Cairoli, Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello - Conselho Fiscal - Membros Efetivos: Mariana Tellechea, Roberto Soares Beck, Cláudia Indarte Silva - Membros Suplentes: Frederico Fittipaldi Pons, Fernando Osório, Fernando Pons - Conselho Técnico - Ricardo Macedo Gregory – Presidente, Rogério Rotta, Roberto Vilhena, Felipe Cassol, Angela Linhares, Fernando Gonçalves, Amilton Cardoso Elias Representante ANC. Angus@newS Coordenação: Juliana Brunelli de Moraes ([email protected]) Jornalistas Responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834 Colaboradores: Jorn. Alexandre Gruszynski, jorn. Marina Corrêa, Jorn. Nelson Moreira, jorn. Nicolau Balaszow e articulistas - Diagramação: Jorge Macedo Departamento Comercial: Agência Ciranda - Para anunciar, ligue 51 3231.6210 // 51 8116.9789 e 8116.9786 Edição, Diagramação, Arte e Finalização: Agência Ciranda - Fone 51 3231.6210 - Av. Getúlio Vargas, 908 - conj. 502 - CEP 90.150-002 - Porto Alegre - RS www.agenciaciranda.com.br :: [email protected] Associação Brasileira de Angus - Largo Visconde de Cairu, 12 - conj. 901 - CEP 90.030-110 - Porto Alegre - RS - www.angus.org.br - [email protected] - Fone: 51 3328.9122 * Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores. Capa: Angus Brasil/Divulgação 5 8 12 16 24 28 38 42 50 52 56 59 60 62 Angus@newS ASSOCIAÇÃO Julho/Agosto de 2013 5 A homenagem da Assembléia gaúcha Foto: Assembléia Legislativa RS/Divulgação Os 50 anos da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) foram alvo de homenagem especial pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, no dia 9 de junho, em Porto Alegre, RS. O “Grande Expediente”, proposto pelo deputado estadual Lucas Redecker, reuniu a diretoria da entidade, além de criadores de Angus, técnicos e parceiros da entidade. Por Eduardo Fehn Teixeira A fundação da Associação Brasileira de Angus ocorreu no dia 20 de setembro de 1963 pelos idealizadores Flávio Bastos Tellechea e Antonio Martins Bastos Filho, em Uruguaiana, RS. Segundo o deputado, a entidade contribuiu sobremaneira para o crescimento dessa raça no Rio Grande do Sul e no Brasil, transformando-a em símbolo de eficiência no campo e qualidade na mesa. “Foram muitos os desafios enfrentados desde que os primeiros exemplares de Angus foram trazidos para os campos do Sul, no início do século passado. E a existência de uma associação foi funda- mental para superá-los, dando rumos à criação nos últimos 50 anos”, disse o parlamentar em seu pronunciamento. “Aprimorar e orientar a seleção genética, inicialmente no Rio Grande do Sul, berço dos criatórios; desenvolver linhagens adaptadas ao clima tropical da maior parte do País, consolidando a raça nacionalmente; organizar a cadeia com foco na produção de carne de qualidade foram apenas algumas das fases da trajetória da Associação que fizeram da raça líder entre as taurinas no País e sinônimo de maciez e sabor de sua carne para o consumidor”, declarou Redecker, num discurso elaborado e informativo, que prendeu a atenção de todos os presentes. O presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, ressaltou a importância da honraria para a raça Angus, cuja história vitoriosa iniciou-se pelo Rio Grande do Sul e ganhou o Brasil, devido à sua indiscutível qualidade genética. “Nove em cada dez bezerros nascidos de cruzamento industrial no Brasil têm sangue Angus. Essa constatação nos enche de orgulho pelo duro, mas vitorioso trabalho realizado em prol do fortalecimento da raça”, sintetizou o dirigente. A homenagem também citou os expressivos resultados do Programa Carne Angus Certificada, que “mudou a forma como produtores, frigo- cialmente na região de Bagé, e ainda hoje o Rio Grande do Sul é considerado um dos mais importantes centros de criação de Angus no Brasil. Desde as primeiras décadas do século 20, o domínio do bovino Angus já era percebido nos campos rio-grandenses, pela adaptabilidade da raça ao clima dos pampas. Redecker contou que em 1976, ocorreu a primeira exportação oficial brasileira. Nesse ano, o touro Angus KC High Chaparral 1695, grande campeão da Expointer, foi vendido pela tradicional Cabanha Santa Bárbara para a Cabanha Três Marias, na Argentina. Nos anos 80, começou a difusão das características da Aberdeen Angus para os demais estados brasileiros. Os técnicos gaúchos foram os primeiros a atuar com a raça fora do Rio Grande do Sul, a levar os conhecimentos da Angus aos criadores de Santa Catarina e Paraná, e, mais tarde, ajudar na sua propagação aos estados do Centro-Oeste e Sudeste. Entre os anos 80 e 90, devido aos resultados, sobretudo de boa ambientação nas fazendas do Brasil CenPitacos da história A partir de meticulosa pes- tral, a Angus espalhou-se para quisa, o deputado Lucas Rede- estados como Mato Grosso, cker citou importantes passa- Goiás e Rondônia. Nos últimos dez anos, os gens da existência da entidade e da raça Angus. Segundo dis- criadores encontraram no Anse, com origens no nordeste da gus médio as condições ideais Escócia, hoje a raça Angus é de criação, com garantia de criada em praticamente todos produção e rentabilidade. Uma os cantos do planeta, entre os raça de qualidade, econômica, quais se destacam a Argenti- que dá cria todos os anos no na, Austrália, Brasil, Canadá, campo e que atende ao que o Estados Unidos, Europa e mercado quer: animais com Nova Zelândia. No Brasil, a idade jovem e que tenham caraça Angus foi introduzida ini- mada de gordura suficiente. ríficos, varejistas e consumidores se relacionam. No lugar da disputa por vantagens individuais, a cadeia passou a trabalhar junta, agregando mais valor em todas as etapas da produção”, enfatizou o deputado. Os primeiros registros de Angus no Rio Grande do Sul datam de 1905, na Estância da Conceição, localizada entre Tupanciretã e Cruz Alta. A Cabanha Santo Antão, de Alegrete, também está entre os pioneiros da raça. O Angus foi introduzido no Brasil a partir da região de Bagé. O primeiro registro genealógico da raça no País foi realizado em 1906, pelo criador Leonardo Collares Sobrinho, com o touro Menelik, vindo do Uruguai. >>> Angus, símbolo de eficiência no campo e qualidade de carne na mesa 6 Angus@newS ASSOCIAÇÃO Julho/Agosto de 2013 Foto: Assembléia Legislativa RS/Divulgação “Hoje, quando vemos a inquestionável pujança da Angus no País, não se imagina que foi preciso ultrapassar meio século para se atingir mais de mil animais registrados num único ano.” Atualmente, são 534.440 animais registrados. O parlamentar destacou que a Angus é a principal raça entre todas as participantes do Programa Melhoramento de Bovinos de Carne (Promebo), apresentando o maior número de criadores usuários, de rebanhos controlados e de número de produtos inscritos ou avaliados. “A qualidade da carne de Angus é apropriada não só para o mercado interno, como para o externo, considerada por muitos como a melhor”. Preocupada com a qualidade e a classificação da carne que chegam ao mercado consumidor, a Angus Brasil criou em 2003 o Programa Carne Angus Certificada, em parceria com a indústria frigorífica, para produção de carne de qualidade superior. Pecuária movimenta R$ 75 bilhões Segundo o deputado, a pecuária brasileira é “um gigante que movimenta mais de R$ 75 bilhões somente dentro da porteira”. Além disso, gera cerca de US$ 6 bilhões/ ano em divisas e deve fechar o ano com quase 10 milhões de toneladas de carne. “Temos o maior rebanho comercial do mundo, rivalizamos com os Estados Unidos como os maiores exportadores de carne e somos o segundo maior produtor de proteína vermelha. São números dignos de um negócio espetacular.” Segundo dados do IBGE, cerca de 80% das mais de cinco milhões de propriedades rurais no Brasil têm pelo menos um bovino. Angus, símbolo de eficiência no campo e qualidade de carne na mesa “Os consumidores brasileiros e pelo mundo estão cada vez mais atentos, percebem o valor e se dispõem a pagar pela diferenciação e qualidade do produto”. A demanda interna per capita, que em 2011 foi de 40 kg, aumentando para 42,33 kg em 2012, e segue crescente. Para Redecker, o Brasil e, em especial o Rio Grande do Sul, produzem uma das melhores carnes do mundo. Medalha Ao final do Grande Expediente, a Associação Brasi- Aprovado novo regulamento do registro genealógico Foi aprovado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), dia 30 de julho, em Brasília, DF, o novo Regulamento do Serviço de Registro Genealógico (SRG) de Bovinos da Associação Nacional de Criadores “Herd-Book Collares” (ANC). O documento que normatiza o SRG das 20 raças de bovinos que atualmente estão sob a tutela da ANC, cuja última revisão datava de 1999, traz diversas atualizações importantes. Segundo o presidente da ANC, Mário Ubirajara Rota Anselmi, desde a última edição, “impuseram-se a necessidade de exame de DNA para os touros pais de animais Aberdeen Angus PO; as fêmeas registráveis, mas sem origem conhecida passaram a ser inscritas no Livro Aberto (LA); e – anseio dos anseios – conseguiu-se mudar a depreciativa nomenclatura dos animais Puros Por Cruzamento para Puros Con- trolados”. As biotécnicas reprodutivas tornaram-se cada vez mais difundidas e bem sucedidas. Surgiu a Transferência Nuclear, que tomou a denominação popular de clonagem. “Foi preciso que se normatizassem os procedimentos. E assim se fez!”, comemora o dirigente. Para o superintendente do SRG da ANC, Amilton Cardoso Elias, esta aprovação cristaliza a vitória em um longo processo, que iniciou-se já há alguns anos. “Após muitas reuniões de trabalho em conjunto e sob a tutela do Conselho Deliberativo Técnico da ANC, inúmeras idas e vindas de documentação à Brasília, e esforços despendidos, estamos agora com uma regulamentação atualizada, de acordo com o progresso produtivo e tecnológico alcançado pelos criadores”, comenta o técnico. O novo Regulamento encontra-se disponível para download no site da ANC - www.herdbook.org.br. leira de Angus foi agraciada com a Medalha da 53ª Legislatura. Além do presidente da Angus Paulo de Castro Marques, do vice-presidente Marco Antônio Gomes da Costa e do diretor de marketing Gustavo Goulart, a cerimônia na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul contou com as presenças dos ex-presidentes da entidade, Angelo Bastos Tellechea, Reynaldo Titoff Salvador e José Paulo Dornelles Cairoli, do secretário de Estado do Gabinete dos Prefeitos e Relações Fe- derativas Afonso Motta e de representantes de entidades de classe e instituições, como José Américo da Silva (Federasul); Mário Ubirajara Rota Anselmi (ABC Collares); Paulo Emir Ávila (Associação de Moradores do Bairro Mundo Novo, de Novo Hamburgo); Renato Lermen (Sindicato Rural de Cachoeira do Sul); Tiago Dutra (Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul); Ubirajara Costa (Sindicato Rural); e Joal Brazzale Leal (Embrapa). Angus lança 3ª edição do Manual do Criador A Angus Brasil programa o lançamento nessa Expointer da 3ª edição do Manual do Criador. Revisada e atualizada, a publicação estará disponível impressa e também através do aplicativo que a Angus igualmente estará lançando na feira gaúcha. A gerente da Angus Brasil, Juliana Brunelli, informa que além dos princpais tópicos de processo para registro dos animais, programas de fomento da Angus Brasil e o Programa de Carne Certificada, a nova edição traz muitas informações sobre manejo nutricional, sanitário, reprodutivo e dicas para controle do carrapato e escolha de reprodutores e outras dicas de interesse do criador e do usuário da genética Angus. “O principal foco são os novos criadores. O manual vai esclarecer dúvidas e apontar soluções para um manejo correto com vistas ao completo sucesso do criatório”, destaca Juliana. 8 Angus@newS CARNE Julho/Agosto de 2013 Desbravando a chuleta no Fazenda Barbanegra Foto: Angus Brasil/Divulgação Marcelo Bolinha e Roberto Majo O Fazenda Barbanegra, primeiro restaurante no Brasil 100% carne Angus Certificada no seu cardápio, realizou no último 2 de julho, em sua sede, em Porto Alegre, a 3ª edição do curso Mestres Assadores Barbanegra – Desbravando a chuleta, que tem o objetivo de formar verdadeiros especialistas na arte de preparar a carne e assar o churrasco, sempre com Carne Angus. N essa edição, o evento que teve como título “Desbravando a Chuleta”, os mestres assadores, Marcelo Bolinha e Bebeto Oliveira, mostraram aos participantes como e por que é da chuleta que se extraem os cortes bovinos mais nobres do mundo. E sendo chuleta de carne Angus Certificada, a qualidade, suculência, maciez e sabor são garantidos. Assim, o famoso entrecot, o filé de costela, o bife de chorizo, a bisteca, e o contrafilé, entre outras delícias gastronômicas que dão água na boca só de ouvir falar, são provenientes da popular chuleta. E no curso os cortes foram detalhadamente esmiuçados pela experiência dos dois mestres assadores. Na avaliação de Roberto Oliveira, proprietário do Fazenda Barbanegra, a receptividade foi excelente”. Segundo ele, o tema do curso foi bastante instigante para os amantes do churrasco, da boa mesa e, óbvio, da carne Angus Certificada. Todos saíram com ideias precisas sobre os cortes que podem ser extraídos do lombo de um bovino e principalmente os diferenciais que a carne extraída de um animal de qualidade apresenta”, destaca Bebeto. Como o número de participantes no curso é limitado a 15, a interação foi muito grande, garantindo uma proximidade com a superfície do trabalho onde os mestres realizam os cortes. “Alguns participantes inclusive trouxeram seus aventais e facas para além da teoria, se exercitarem na prática”, observou Bebeto. Lançamento do Fazenda Barbanegra ocorreu em maio deste ano Carne excepcional Já na avaliação do mestre em cortes de carne e desossa, Marcelo Conceição (mais conhecido como Bolinha), o curso foi um grande evento porque a carne era simplesmente excepcional. “Um macho de quatro dentes com gordura de 5mm, surpreendeu pela maciez da carne, muito fácil de cortar, além de um sabor marcante”, definiu o especialista em desossa. Os participantes, ao final, fizeram questão de comprar a carne - os cortes prontos. E com a expertise do Roberto, que assou a carne na brasa de parrilla do Barbanegra, ficou um must. Os que não puderam participar, quando viram as fotos ficaram tristes por não estarem presentes. “Mostramos os inúmeros cortes que se fazem na chuleta, e os seus distintos nomes em vários lugares no Brasil e no exterior. Realmente desbravamos a chuleta”, regozijou-se Bolinha. Segundo a técnica do Programa Carne Angus Certificada, veterinária Fernanda Kuhl, o público foi composto por pessoas que não tem ligação com o campo, “mas que apreciam um bom churrasco, com uma boa Carne Angus, pois além de desossar os cortes, elas aprendem a melhor maneira de prepará-los. Os presentes tiveram a oportunidade de degustar uma boa carne harmonizada com vinhos escolhidos pelo proprietário do Fazenda Barbanegra. Além de passar conhecimento aos presentes, estes podem degustar e comprovar as qualidades da carne Angus servida no restaurante Fazenda Barbanegra, e aproveitar momentos de descontração e alegria no meio da semana de trabalho”, comentou Fernanda. Para este curso, foi adquirido um lombo de carcaça Angus certificada pelo Programa Carne Angus. Idéias preciosas sobre os cortes e diferenciais da carne de um animal de qualidade Marcelo Bolinha é especialista em desossa e cortes de carne 10 MELHORAMENTO GENÉTICO Julho/Agosto de 2013 Angus@newS Angus é destaque no Centro de Performance CRV Lagoa Fotos: Divulgação Raça marca presença na prova de avaliação com 37 animais de 18 criatórios A sétima edição da Prova para Touros do Centro de Performance CRV Lagoa está sendo realizada em Sertãozinho, SP, com a tradicional e destacada participação da raça Angus. Neste ano, integram a prova 37 tourinhos de 18 criatórios da raça. CRV Lagoa lança anuário panha as tendências da pecuária moderna, disponibilizando reprodutores de elevado potencial dentro de todos os grupamentos compreendidos pelas raças do segmento”. O Anuário Nessa edição, é apresentada a segmentação dos produtos de acordo com as características produtivas e de adaptaA central CRV Lagoa lan- ção dos touros às diversas siçou em junho, em seu estande tuações regionais da pecuária na Feicorte, em São Paulo, nacional. “Isso tem como objeSP, o Anuário Raças de Corte tivo auxiliar na escolha da raça Taurinas 2014, com reprodu- e do reprodutor que melhor se tores das raças britânicas, con- encaixa a necessidade de cada tinentais, asiáticas, sintéticas sistema de produção, para chee adaptadas. Na publicação garmos aos resultados com desse Anuário, a CRV Lagoa maior precisão e rentabilidaapresenta o conceito que será de no seu rebanho”, destaca o trabalhado nas capas dos catá- gerente de produto Corte Taulogos das raças em 2014, va- rinos, Cristiano Leal. Além da lorizando a atividade pecuária edição impressa, distribuída na nacional: “Valores, sonhos e Feicorte e aos clientes em todo realizações, de geração em ge- o Brasil, o Anuário Raças de Corte Taurinas 2014 também ração”. Sobre o Anuário, Marcelo já pode ser conferido na edição Almeida, gerente do departa- digital no site www.crvlagoa. mento Corte e do PAINT, des- com.br e no aplicativo da CRV taca que a CRV Lagoa “acom- Lagoa para iPad. De acordo com Robison Carreira, analista técnico do departamento Corte da CRV Lagoa, “o que chama a atenção é a qualidade dos animais em relação aos anteriores, mostrando o comprometimento e reconhecimento por parte dos criadores de Angus em enviar-nos o que há de melhor nas suas propriedades para participar da prova do centro de performance”. O resultado que o Angus vem obtendo no CP CRV Lagoa e, posteriormente, na comercialização do sêmen dos reprodutores contratados pela Central, vai ao encontro dos objetivos da raça no Brasil, com representantes em mais que é promover a genética de 50 países. Maior central de genética nacional. bovina da América Latina, a CRV Lagoa oferece, desde Sobre a CRV Lagoa 1971, sêmen convencional e Instalada em Sertãozinho, sexado de touros nacionais região nordeste do Estado e importados, programas de de São Paulo, a empresa faz melhoramento genético para parte desde 1998 da CRV, rebanhos de corte e leite cooperativa belgo-holandesa como o PAINT e o Gestor de melhoramento genético Leite, além de serviços como com 140 anos de história. o Centro de Performance, Com sede na Holanda, a CRV Ensino Avançado, CRV Laestá presente na África do goa Embryo, Insemina Fácil, Sul, Alemanha, Bélgica, Bra- entre outros. Mais informasil, Espanha, Estados Unidos, ções: Luxemburgo, Nova Zelândia www.crvlagoa.com.br. e República Tcheca e conta Avaliação a Campo na Embrapa Pecuária Sul Foto: Manuela Bergamim/Embrapa Pecuária Sul A 4ª Prova de Avaliação a Campo Angus Embrapa, com inscrições encerradas em 20 de julho, terá duração de 196 dias e tem o objetivo de identificar os melhores reprodutores da raça com características superiores para a produção de carne em sistema de pasto natural. Este ano, participam da prova cerca de 13 propriedades. Conforme o coordenador da prova e pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Joal Brazzale Leal, apenas machos da raça Aberdeen Angus, com registro de nascimento provisório individual expedido pela ANC (Associação Nacional dos Criadores) de sócios da Angus Brasil participam da prova. Os animais tem data de nascimento entre os dias 10 de agosto e 31 de novembro de 2012, com peso mínimo de 200 kg e máximo de 300 kg. O pesquisador da Embrapa Marcos Yokoo explica que inicialmente os animais ficam entre 15 a 45 dias num período de adaptação e depois passam para a prova. Eles são monitorados e pesados a cada 28 dias, somando 10 pesagens oficiais. A prova é dividida por avaliações Objetivas e Subjetivas. No final os animais são classificados por um índice chamado Índice de Classificação Final (ICF). Entre as características objetivas avaliadas estão: ganho de peso, AOL (Área de Olho de Lombo), EGS (Espessura de Gordura Subcutânea) e gordura intramuscular, todas medidas por meio do ultrassom, além de perímetro escrotal. Para as avaliações Subjetivas, os técnicos da Angus Brasil fazem as análises morfológicas, quando são levadas em consideração conformação a precocidade e a musculatura, além do padrão racial e as características funcionais desejadas. O presidente do Conselho Técnico da Angus Brasil, Ricardo Gregory, considera esta prova muito importante para os criadores. “A avaliação de animais Angus a campo prima pelas características que o mercado exige e ter um animal aprovado pela Embrapa com a chancela da Angus é de grande valia para o produtor. Além disso, serão colhidas em torno de 300 doses de sêmen dos cinco melhores animais da prova, os proprietários ficarão com 50 doses e o restante será destinado ao fomento da raça através de projetos de pesquisa e programas de difusão de genética”, destaca o dirigente. 12 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS INTERNACIONAL CRI Beef Tour Atualização de primeiro mundo Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação E ntre os dias 24 de junho e 3 de julho, técnicos da Angus Brasil percorreram 3.300 km, num tour que varou os estados americanos de Nebraska, Dakota do Norte, Dakota do Sul e Montana. A programação conhecida como Beef Tur foi organizada pela Cooperative Rosources Internacional (CRI), com apoio da CRI Genética Brasil (empresa parceira da Angus Brasil), e teve como objetivo a visita a propriedades de criação de Angus registrados, Angus comerciais (cruzamentos), confinamentos e centrais de coleta de sêmen norte-americanas. Dos depoimentos iniciais desses técnicos, algumas máximas ganham destaque especial, a saber: “lá são as famílias que trabalham nas propriedades”; “como os animais são bem alimentados – como eles produzem com fartura comida para os animais”; “o padrão do gado é de uma correção fantástica, parecendo que os animais foram feitos em forma, mas existem sizes diferentes, com os produtores gerando animais de acordo com as exigências dos diferentes compradores” ... Mas vejamos o que dizem os técnicos ... De acordo com o veterinário Marcelo Maronna, supervisor da CRI Genética Brasil para o RS e SC, esta é a nona edição do Beef Tur, que acontece sempre na mesma época do ano. “Estas excursões per- mitem que técnicos e criadores brasileiros possam ver de perto o material com o qual a CRI trabalha aqui no Brasil. Verificar como é feita a seleção dos animais, o manejo nas fazendas americanas, a seriedade do trabalho, tudo é muito aberto e mostrado”, diz Maronna. Da comitiva de 32 pessoas que fizeram parte do tour deste ano, estavam criadores do Mato Grosso,Goiás, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os técnicos da Angus Brasil, Flávio Montenegro Alves (RS), Antônio Francisco Chaves Neto (PR), Adevolmir Silva (SC) e Rednilson Góis (SP) estavam no grupo e agora contam aos leitores do Angus@newS um pouco do que viram na terra do Tio Sam. O técnico Flávio Montenegro Alves, que pela primeira vez participou de um tour dessa natureza, diz que, nos 25 anos que trabalho com a raça Angus, nunca tinha visto nada igual em termos de seleção, habilidade materna e alimentação. Flávio, assim como todos os demais técnicos participantes, enfatizaram o sistema de trabalho em família que caracteriza a criação do Angus nos Estados Unidos. “Toda a família se envolve no processo, o marido, a mulher, os filhos, os genros. É um negócio familiar de 24 horas por dia e eles vivem o Angus dia e noite”. Alves diz que de um modo geral estamos muito atrasados quando comparados ao sistema e resultados americanos. “Eles nos dão um show em trabalho e eficiência, são mais organizados e precavidos com o inverno que são três meses muito rigorosos, mas eles conseguem alimentar muito bem o rebanho com o feno que preparam durante o verão”. Nesse tópico Flávio Alves lembra que o problema no Rio Grande do Sul, por exemplo, não é o frio no inverno, mas a falta de alimentação para o gado durante esta estação. Para o técnico da Angus em Santa Catarina, Adevolmir Silva, o que mais chamou a atenção foi a quantidade e qualidade de comida para os animais, o que resulta na qualidade superior do gado. “Os americanos usam um método de seleção baseado em números e DEPs. A mensuração dos animais é enviada para a Associação, que gera as DEPs a partir dos dados recebidos, e eles trabalham muito com estas DEPs”. O ponto alto da viagem, para Adevolmir, e também opinião unânime entre o grupo de técnicos brasileiros, foi a visita a Schaff Angus Valley, em Dakota do Norte, origem de muitos touros pais utilizados aqui no Brasil, como Bismarck, Networth 004 e Final Answers. “Nós temos que pegar o nosso Promebo e trabalhar mais em cima dos nossos dados, valorizar mais a nossa genética nacional”, aponta. Outro fator que impressionou muito foi à alimentação. “Eles têm nas propriedades o número de animais que podem alimentar e dão todas as condições para o pleno desenvolvimento dos seus rebanhos”, conclui. “O sucesso dos criadores de Angus americanos vem do profissionalismo com que trabalham e do envolvimento familiar”. O destaque é do técnico Rednilson Góis, de São Paulo. Ele observa que os criadores americanos estão bem focados no que querem, definem bem o objetivo e trabalham em cima de números. “Ao contrário daqui, onde muitos criadores têm a atividade como um negócio paralelo, ou como um hobby, lá é toda a família que se envolve plenamente no criatório. Assim, depois de definido o objetivo, trabalham intensamente para chegar aos resultados buscados. Propriedades que selecionam para o fenótipo, por exemplo, conseguem um gado extremamente uniforme: “pode passar uma régua que é tudo igual. Se olhar para um, é como estar vendo todos os demais do rebanho’’. Outra observação de Rednilson é que os criadores americanos não lotam a fazenda com mais animais do que podem alimentar. “A média é um animal para cada quatro hectares, e os rebanhos tem em média 500 cabeças. O gado se alimenta da pastagem durante o verão e tem que sobrar massa verde para fazer feno para passar o inverno. Esta abundância de alimento resulta em produtividade, em fêmeas leiteiras, em boas mães. Eles não se importam muito com a estética da vaca, mas com a funcionalidade. Uma vaca tem que produzir um terneiro por ano. O gado é todo padronizado dentro do biótipo que aquele criador tem condições de criar e as vendas são realizadas uma vez a cada 12 a 15 meses”, destaca Rednilson. >>> 14 Julho/Agosto de 2013 INTERNACIONAL Angus@newS Os destaques: nutrição, manejo, sanidade e genética Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação “F oram 10 dias que irão ficar na memória por toda a minha vida”. Desta maneira o técnico da região do Paraná, Antônio Francisco Chaves Neto, (Toninho), se refere ao tour de que participou. “O que me impressionou muito foi o trabalho em família e a valorização dada pelos patriarcas a todo este trabalho. O grande sucesso da produtividade que eles possuem não tem nenhum toque de mágica, mas simplesmente respeitam a famosa “pirâmide” da produção animal, onde na sua base esta a nutrição, manejo, sanidade e por último genética. Aqui lutamos para produzir um bezerro por vaca ao ano e o fator limitante é a condição corporal das va- um melhor acabamento (gordura) - e muitas vezes é um fator limitante para o produtor de carne para o Programa Carne Angus Certificada. Lá, a gordura não é um fator limitante, pois as dietas possuem alto valor energético, touros ranqueados como top 1% para gordura são os que transmitem menos gordura”, diz. Toninho diz que a avaliação genética “simples” e com muitos dados foi o que mais o impressionou. “E como eles acreditam nas DEPs produzidas e utilizam com grande intensidade os touros jovens, que confiam no seu melhoramento, pois os filhos sempre serão melhores que os pais, quando realmente estiver ocorrendo o melhoramento”, avalia. O técnico da Angus diz cas. E o que durante os dez dias Brasil: “temos leite sem carne, que voltou muito contente pois de viagem pude observar foram mas nunca carne sem leite”, aqui também possuímos anitodas as vacas com condição conta. mais excelentes, “só nos resta Com relação aos animais, corporal excelente e produzinincluirmos todos animais no do um boi gordo ou um touro Toninho diz que são muito programas de avaliação genépor vaca por ano, pois a idade produtivos e com fenótipo imtica, acreditarmos nos resultade abate e venda de touros é ao pecável. Cabe ao produtor ou dos produzidos e trabalharmos redor de um ano, o que também técnico saber selecionar o biocom a capacidade de lotação acontece em algumas proprie- tipo que irá se encaixar no seu que as propriedades permitem dades aqui mas não é comum”, sistema de produção, ou meou adequar a capacidade de relata Toninho. Segundo ele, as lhor, no sistema de produção produção para a quantidade vacas cumprem a missão de do seu cliente de touros. Eles de animais. Vacas com conproduzir um bezerro de qua- possuem animais com “fradição corporal adequada e lidade e pesado por ano, pois mes” variados, os quais se enabundância de pastagem exuma das características que caixam em diferentes sistemas pressam todo o potencial gemais me chamou atenção foi de produção. “Muito cuidado nético”, finaliza ele. a produção de leite das vacas, deverá ser tomado na escolha todas muito leiteiras - aí pude de reprodutores para serem comprovar uma frase que sem- utilizados no cruzamento. Nós pre falo aos produtores aqui no temos grande necessidade de A base genética do rebanho americano é Aberdeen Angus (preto). O rebanho bovino total é constituído por 80% de Angus preto e 5% de Angus vermelho. Os demais 15% são representados pelas demais raças. Renato Paiva antecipou visita O técnico Renato Paiva (RS) também visitou propriedades nos estados americanos de Nebraska e Dakota do Norte, mas no mês de março último. Nessa que foi sua primeira viagem aos Estados Unidos, Paiva ressalta a padronização dos animais que viu nas fazendas americanas. “Muita mãe boa, 100, 200 vacas todas iguais. É um mundo diferente do nosso, com muita comida para os animais. Eles vendem touros de um ano pesando 600 kg. Isto é o resultado da alimentação abundante que proporcionam para os animais. Eles tem muito pivô de irrigação, fazem muita pastagem, milho e feno de cevada e estocam para o inverno”, relata, observando que foi no mês de março - primavera por lá mas pegou neve e temperatura negativa de até 15 graus, mas os animais estavam muito bem alimentados e a genética deles, sem dúvida, é muito importante para nós”, diz Paiva. Os técnicos da Angus Brasil visitaram, entre outros, Ellingson Angus e o Schaff Angus Valley, onde Renato Pinto Paiva esteve no inverno (acima) 16 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS CARNE Bem-Estar Animal Ganhos valem todo o investimento Fotos: Angus Brasil/Divulgação Pesquisas comprovam que os animais têm a capacidade de sofrimento, e mostram que um manejo incorreto também gera prejuízos à pecuária de corte! Estas constatações oportunas vem servindo de subsídio às pesquisas relativas ao que se convencionou chamar de Bem-Estar Animal (BEA), composto por uma série de procedimentos que visam impedir a dor e o sofrimento, como também a ausência de experiências negativas durante a vida útil do animal. E além de evitar o sofrimento, o foco do BEA igualmente prevê que sejam eliminadas atitudes capazes de desvalorizar as carcaças, gerando importantes prejuízos à produção da carne. maus tratos na lida e/ou instalações inadequadas. O Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil, é entendimento de que os bastante claro quanto à clasanimais sofrem se dá sificação e padronização de pelo fato destes possuí- carcaças, e é justamente neste rem memória. Assim, conhecer ponto que o BEA se encaixa o comportamento do gado e como uma luva. Para a veteutilizar técnicas de manejo ra- rinária e técnica do Programa cionais, garante a qualificação da Angus Brasil, Fernanda da boiada, e de suas carcaças, Nogueira Kuhl, especialista no e, por consequência, da car- assunto, o BEA busca realizar ne que produzem. O contrário uma produção sustentável, de tem representado estresse, modo a tratar adequadamente sofrimentos desnecessários, e os animais, especialmente com perdas aos produtores, o que o uso de boas práticas de maimpacta diretamente na quali- nejo, permitindo maior lucratidade da carne, além de dimi- vidade ao produtor e carcaças nuir ou até eliminar a carcaça de maior qualificação às inque apresente hematomas ou dústrias. “O BEA casa perfeicontusões, que são as lesões tamente com o Programa Carmais comuns, provocadas por ne Angus, quando pensamos Por Nicolau Balaszow e Eduardo Fehn Teixeira O em uma produção de animais diferenciados, que vão receber uma remuneração também diferenciada, superior. O produtor cria um animal top e quer receber um retorno financeiro à altura, mas quando as regras que visam o bom tratamento dos animais não são seguidas, podem acontecer perdas, o que vai representar um diferencial a menor na hora da venda aos frigoríficos”, alerta a técnica. Em outros termos, as vantagens para o pecuarista ao realizar os procedimentos corretos com seu rebanho, do ponto de vista da indústria, a partir das normas adotadas pelo Programa de Carne Angus Certificada, são as carcaças padronizadas e de alta qualidade, um maior rendi- mento na desossa, uma maior competitividade e, com isto, a conquista de mercados com maior poder de remuneração para esta carne. E para o consumidor, não há dúvida de que isto é um prato cheio. A veterinária, com formação e mestrado no tema, lembra que as costelas dos bovinos são uma das partes que mais apresentam contusões graves em consequência dos velhos hábitos ainda presentes no manejo dos bovinos nas fazendas. “Neste ponto é necessário dizer que muitas queixas vindas dos produtores contra os frigoríficos não levam em conta que na hora de avaliar a carcaça, algum corte fica de fora da contabilidade, justamente por apresentar-se fora do padrão exigido, normalmente por contusão. E qualquer machucado devido aos maus tratos faz com que a remuneração não corresponda às expectativas do pecuarista e acaba por não agregar o devido valor”, explica ela, reforçando que o produtor precisa estar ciente das novas exigências do mercado para manterse competitivo. Entre os maus hábitos protagonizados pelos pecuaristas, podem ser descritas as situações nevrálgicas mais comuns no que diz respeito às perdas de produtividade. Na hora de trocar os animais de curral ou de piquete, no embarque, no transporte, ou até antes do abate, no curral do frigorífico, é preciso fazer um manejo cuidadoso, de forma a reduzir riscos de queda ou até de morte. “Já se percebe a sinergia na cadeia produtiva com interesses diretamente ligados ao bem-estar dos animais. Os frigoríficos, por sua vez, já tomaram providências orientando e treinando seus funcionários e têm se equipado com o que há de mais moderno no setor”, lembra a especialista, afirmando que, dos fatores de maior importância na propriedade, destacamse o treinamento do pessoal e, especialmente, o exemplo dado à equipe da fazenda pelo próprio dono. Desperdício e perdas Em pesquisa realizada entre os anos de 2004 e 2010, o veterinário e especialista no ramo, Rafael Renner, apurou que o Brasil desperdiça 9,3 milhões de quilos de carne por ano devido aos hematomas provocados apenas no manejo de embarque dos animais (ele acompanhou 2.500 embarques neste período). O prejuízo contabilizado alcança a “bagatela” de R$ 55 milhões. Claro que é um valor expressivo e, nesta hora, quem fica estressada é a cadeia produtiva da carne. >>> Fernanda Nogueira Kuhl 18 Julho/Agosto de 2013 CARNE Angus@newS Manchas vermelhas são sinal de alerta para verificar a situação dos bovinos que estão sendo transportados”, informa. Além disso, providências como piso antiderrapante foram instalados para os animais desembarcarem com toda a segurança, e os caminhões são inspecionados regularmente, evitando a presença dos danosos pregos e lascas na carroceria, que acabam por machucar e trazer problemas para as carcaças. O uso de bandeiras em lugar de guizos e a substituição de pontas por mate“As instalações dos riais arredondados (detalhe acima) frigoríficos igualmente receberam melhorias como propósito, uma experiÉ importante ressaltar o sombreamento dos curência elucidativa pode que os frigoríficos estão senrais de pré abate e, o prinsurpreender ao pecua- do os grandes incentivadores cipal, os funcionários são rista mais criterioso, quando de todos esses cuidados com orientados continuamenao acompanhar o abate dos o gado, desde a criação até o te no modo de tratar o seus animais na linha de ma- transporte e manejo operaciotança do frigorífico, descobrir nal na indústria, pois precisam tem garantido a qualidade na gado, sem gritos e com a utilimarcas e manchas avermelha- oferecer a seus compradores recepção dos animais. “Com zação de bandeirolas que tem das ou roxas na carcaça do produtos (cortes de carne) a contenção e o atordoamen- a finalidade de substituir as já bovino. Ele precisa investigar cada vez mais qualificados. to funcionando melhor, ficam superadas e perigosas picanas qualquer ocorrência, pois o Um exemplo disso é o Grupo reduzidas as chances de aci- (ou aguilhadas). Paulo Real prejuízo ronda o manejo ina- Marfrig, com plantas por todo dentes e, consequentemente, explica que todas essas ações, propriado. O sinal de alerta foi o Brasil, que possui programas do aparecimento de hemato- não só visam ao atendimento acionado e será preciso desco- de BEA com normas internas mas. E com animais menos das exigências quanto ao bembrir em que ponto do processo e procedimentos, além de in- estressados, diminuirá a pro- estar dos animais, como tamestá acontecendo o erro fatal. vestimentos em tecnologias babilidade de aparecimento bém quer melhorar a relação Os animais precisam estar que levaram à readaptação de de ph elevado após o período entre o frigorífico e o produtor adaptados ao ambiente onde instalações, novas formas de de maturação das carcaças”, rural. Portaria 185 vivem, afirma Renner. Do con- manejo e logística. Ao mesmo descreve. Com uma significativa O Ministério da Agricultutrário a dura realidade faz tempo, a empresa oferece aos trajetória profissional de vera é o órgão responsável pelo com que qualquer animal que seus parceiros cursos de capaterinário e produtor rural, fomento de ações que garantenha se tornado arredio em citação. função de alguma experiência Quem não está sintonizado Paulo Real reconhece que os tam o BEA, por meio da Senegativa, precisa ser imedia- com as demandas do mercado frigoríficos vêm intensificando cretaria de Desenvolvimento tamente afastado do conví- não sabe que o McDonald’s, os cuidados com os animais. Agropecuário e Cooperativisvio com os demais, para não por exemplo, empresa que in- “No que diz respeito às suas mo, que coordena a Comissão exercer influencia negativa ao veste na marca e na carne An- responsabilidades, os frigorífi- Técnica Permanente - criada grupo. “Para se dar conta e gus, possui um rigoroso proto- cos, entre outras providências, pela Portaria nº 185, de 17 de compreender como e por que colo de exigências junto aos estão inclusive treinando os março de 2008. Os seus para ausência de cuidados com seus fornecedores de carne. motoristas encarregados do ceiros mais diretos são o Gruos animais é capaz de gerar Os frigoríficos, por sua vez, já transporte da boiada. Eles são po de Estudos e Pesquisas em prejuízos na classificação e, estão adaptados, disseminan- orientados a manter uma dire- Etologia e Ecologia Animal por conseguinte, na remune- do conceitos e práticas. Do ção serena (sem solavancos) (ETCO) e a Embrapa. O Grupo ETCO vem conração das carcaças, o produ- contrário, e isso serve tanto a e a realizar paradas seguidas tor precisa criar o hábito de grandes como aos pequenos, a sair de sua fazenda e ir até o mão pesada da exclusão faz a frigorífico para acompanhar seleção natural de quem entra o abate de seus animais. Ali, ou sai deste mercado. ele vai verificar a parte mais Novidades incorporadas visível e objetiva dos danos Os avanços vão aconteceneconômicos que o manejo do e o Marfrig acompanha incorreto pode trazer”, diz o as tendências, por exemplo, técnico, que também dá as- equipando-se com box de consistência tanto a frigoríficos tenção em todas as unidades como na implantação de pro- que, segundo o supervisor corjetos de produção pecuária no porativo de bem-estar animal, Rafael Renner Mateus Paranhos da Costa âmbito do BEA. Stavros Platon Tseimazides, Fotos: Angus Brasil/Divulgação A tribuindo para a divulgação da Etologia (estudo do comportamento dos animais) no meio das ciências agrárias, em busca de uma forma alternativa para resolver problemas práticos da criação. Isso tem sido feito de forma integrada e multidisciplinar, possibilitando abordagens teóricas e práticas, interagindo com outros ramos da ciência. Esta integração é assegurada pela cooperação e participação de pesquisadores de várias instituições no grupo, o que tem fortalecido e ampliado os horizontes das pesquisas. O custo internacional No entendimento de Mateus Paranhos, integrante do ETCO e professor da UNESP de Jaboticabal, considerado um verdadeiro expert no assunto, o estágio atual do BEA, no Brasil, é de evolução, onde muitos produtores rurais estão procurando se atualizar. Por outro lado, Paranhos diz que a melhor discussão sobre o tema, no momento, se faz a partir de uma indagação: quanto custa a imagem negativa da pecuária nacional nos mercados internacionais? “Numa certa ocasião, produtores oriundos da Irlanda visitaram instalações e conheceram a realidade da pecuária nacional. Muitas imagens seguiram na bagagem de memória dos visitantes, num período em que o mercado europeu fechava as portas para a carne brasileira”, relembra o especialista e, ao mesmo tempo propõe essa discussão, e que esta sirva como ponto de partida para alterar a imagem da pecuária nacional nos mercados estrangeiros. E entre os próprios criadores brasileiros. >>> Paulo Real Alves 20 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS CARNE Produção cai quando pelo não brilha Fotos: Divulgação Ayrto Schvan no campo especialmente preparado para o seu gado O experiente professor e pesquisador da UFRGS, José Fernando Piva Lobato, especialista na área do gado de corte, faz o seguinte alerta: “Nenhum produtor deveria ter seus animais sentindo dor, medo, raiva, sede ou fome. Sempre que isto ocorre, a produção cai e, como diz o campeiro, o pelo não brilha”. Ele afirma que bem-estar animal, por incrível que possa parecer, também é característica herdável pelos bovinos. Tudo tem relação direta com o aprendizado prévio (iniciando na base/herança genética) e com o comportamento social dos animais. É a etologia que faz um link natural e imprescindível com o bem-estar animal, visando à geração de produtos de indiscutível qualidade. Para o entusiasmado e experiente professor, o comportamento animal é o estudo dos bovinos em seus ambientes naturais ou usuais de exploração. E o bem-estar animal é trabalhar no ambiente de produção oferecendo condições para que eles possam sentir-se totalmente confortáveis, descontraídos. “Aí a resposta dos animais aumenta e boa parte destes aprendizados são repassados para os seus descendentes, o que também dá lucros a toda a cadeia da carne”, descreve Lobato. diferencial/referência. Trata-se do trabalho do produtor Ayrto Schvan, experimentado homem do campo e dos ares, pois foi piloto de carreira. Em sua propriedade, o BEA já é uma rotina e já faz tempo. E ele não economiza em oferecer informações e subsídios do porque o brete, o potreiro/curral construído em curva é a resposta mais eficaz para um manejo mais rápido e racional do gado. “No curral retilíneo é normal os animais se amontoarem num canto e até querem passar uns sobre os outros. A razão é que eles enxergam a saída e procuram se locomover rapidamente, causando batidas e até pisoteamentos”, explica o pecuarista, que logi- O diferencial Embora as experiências e depoimentos revelarem com precisão as consequências do manejo incorreto, observa-se As práticas de bem-estar que, na maior ainda são recebidas com parte dos casos, as informações descrédito por boa parte dos trazidas pela pecuaristas brasileiros pesquisa sobre o comportamento animal e sobre a importân- camente cria Angus. Já o curcia da prática do BEA, ainda ral moderno, em curvas e sem são recebidas com certo ar de cantos quadrados, não permite descrédito por boa parte dos que o animal veja a saída e, pecuaristas. Esta atitude é por isso, este seguirá tranquiprópria dos fazendeiros mais lamente o caminho até o seu tradicionais, mais atrasados, fim, uns atrás dos outros, diz. Outra preocupação recorjustificando o tema como simples teorizações que, na reali- rente é o embarque do gado dade do dia a dia, não impor- nos caminhões que os levarão até o frigorífico. “O bovino tam. sente grande dificuldade em embarcar nos veículos devido Com curvas, à inclinação das rampas sumais velocidade No entendimento de alguns perarem os 30 graus. Neste pensadores, no entanto, a fi- caso resolvi utilizar camigura de exceção é necessária nhões mais baixos ou estacioem qualquer atividade, isto nados no embarcadouro em porque, entre outras questões, posição que ofereçam uma pode representar um ponto de inclinação menor”, orienta. referência do saber. Justamen- Esta ação vai ao encontro do te na Estância do Silêncio de fato do bovino ter uma consSão José, em Dom Pedrito, tituição que dificulta superar RS, pode ser encontrado este barreiras elevadas (subidas íngremes). Ao mesmo tempo, quando os animais estão na mangueira aguardando embarque, utiliza-se o brete enganador, que permite conduzir os animais diretamente ao caminhão sem paradas ou percalços. “Em certa ocasião embarquei 36 vacas em apenas 12 minutos com este sistema”, revela Schvan, satisfeito, mostrando os ganhos na prática: maior eficiência em menor tempo e com maior qualidade. Treinamento Outro problema enfrentado pela bovinocultura brasileira é a disponibilidade de trabalhadores qualificados para a realização do manejo dos animais. É cada vez mais escasso o número de trabalhadores no campo. Um fator cultural importante é o fato da lida com os bovinos ser vista como uma prática rústica e muitas vezes realizada com violência desnecessária, como decorrência de uma mentalidade prosaica. Além disso, é importante ressaltar que devem ser oferecidas boas condições de vida e de trabalho para os responsáveis pelo manejo dos gados, pois uma pessoa que não possui as mínimas condições de alcançar o bem-estar para si próprio e para sua família, dificilmente terá condições para proporcionar boas condições José Fernando Lobato de bem-estar para as outras pessoas como seus colegas de trabalho ou para os animais que estão sob seus cuidados. Frente a esses e outros problemas relativos aos cuidados com os animais, é formado um cenário desafiador para produtores, técnicos e pesquisadores, que buscam o desenvolvimento de sistemas de produção e de práticas de manejo que sejam economicamente viáveis e que, além disso, respeitem a biologia e as necessidades dos bovinos e assegurem seu bem-estar. Será preciso, inevitavelmente, superar estes desafios! Como fazer? Em rápidas pinceladas, o primeiro passo é preocupar-se no modo como está acontecendo a lida dos animais, e é essencial a busca de apoio técnico que vai ajudar na verificação da qualidade das carcaças entregues à indústria. Aconselha-se que o produtor assista aos abates para reconhecer o tipo de animal e o acabamento da carcaça produzida. E com isso, verificar a presença ou não de lesões, a sua gravidade, extensão e origem das mesmas e o que isto significa em perdas no rendimento e no valor final do seu produto. Na maioria das vezes aquele produtor que apresenta maior rendimento de carcaça nem sempre recebe o maior valor por elas, devido justamente à presença de lesões, sejam elas contusões ou reações às vacinas por má aplicação. >>> Ayrto Schvan 22 Angus@newS CARNE Julho/Agosto de 2013 É preciso mudar velhos conceitos Fotos: Divulgação Áreas sombreadas e de descanso são fundamentais para o gado P rovidência não menos importante diz respeito às instalações e ao pessoal envolvido no trato dos animais. Para Renato dos Santos, veterinário e responsável pela área de Manejo Racional da Beckhauser, de Paranavaí, PR, o primeiro passo é uma mudança de atitude em relação aos velhos conceitos. “Acompanhada da capacitação da mão de obra, é preciso criar um comprometimento típico de equipe que opina, cuida e participa ativamente, promovendo as mudanças necessárias para um bom manejo, sempre visando o BEA”, afirma. Neste sentido, o próprio grupo de trabalho, devidamente comprometido com a atividade, é que vai oferecer os indícios mais claros de onde são necessárias as mudanças. “Grandes investimentos em infraestrutura são benvindos sim, porém uma equipe que trabalhe melhor com o que se tem já seria um grande passo”, diz o técnico. No seu depoimento, Santos revela um quadro preocupante, pois na maioria das fazendas de pecuária bovina, há a necessidade de se começar a oferecer uma melhor produção de alimentos, “porque ainda temos animais recebendo uma péssima alimentação em grande parte das propriedades. E BEA não combina e não é sinônimo de fome”. O veterinário confirma a influência direta do ambien- o pecuarista que se dedica ao bem-estar animal aumenta em 2,5% o rendimento de carcaça te sobre o comportamento dos animais. “A infraestrutura da fazenda deve ser pensada para minimizar efeitos negativos, principalmente no comportamento do gado, e atender as cinco liberdades constantes na Declaração Universal de BemEstar Animal, a saber”: - Liberdade Fisiológica: ausência de fome e sede (alimentação em quantidade e qualidade); - Liberdade Ambiental: ausência de desconforto térmico ou físico (instalações e/ou edificações adequadas); - Liberdade Sanitária: ausência de doenças ou injúrias; - Liberdade Comportamental: possibilidade de expressar padrões de comportamento normais. O ambiente deve permitir e oferecer condições; - Liberdade Psicológica: ausência de medo e ansiedade. O animal não deve ser exposto a situações que lhe provoquem angústia medo, dor ou ansiedade. Quanto ao o retorno que o pecuarista vai obter a partir das novas instalações e do correto comportamento da equipe, sempre acompanhadas da capacitação do pessoal, Santos lembra que nas fazendas onde houve o investimento, o retorno tem sido excelente, tanto no comportamento dos animais (temperamento) quando na receita econômica resultando da produção pecuária. Esta afirmação se justifica, considerando-se reprodução, nascimento, desmama, numa melhora da ordem dos 15%. Da mesma forma, o pecuarista que vem se dedicando ao manejo racional, o rendimento da carcaça aumentou em 2,5%, o que representa uma arroba a mais em animais abatidos com média de 500 kg. Pesquisas já comprovaram que os itens a seguir devem ser considerados como básicos e determinantes para a qualidade final da carcaça: Procurar manejar os animais com muito cuidado desde novos; trabalhar com poucos animais, sem pressa, sem correria, sem gritos; não trabalhar com cachorros durante o manejo; ao lidar com os animais, evitar agressões que geram traumas; as instalações devem ser revisadas periodicamente para que não aconteçam lesões no gado por parafusos, pregos ou farpas; planejar os trabalhos que serão realizados durante o dia; os embarcadouros devem estar em condições para o carregamento do caminhão. Onde pesquisar? Além da Embrapa, o ETCO também é fonte de informações para pesquisadores e proprietários rurais interessados em se atualizar no assunto. O BEA oferece recomendações relativas às vantagens de se contar com espaços de higiene adequados de forma geral, pois isso favorece o controle de doenças, reduz o desperdício de alimentos, facilita a mão de obra para tarefas diárias e promove o bem-estar geral para o desempenho produtivo. As práticas inadequadas trazem prejuízos aos criadores. Um ambiente desconfortável, somado a alta temperatura e o estresse térmico faz com que o rebanho tenha sua produção de carne prejudicada. O Grupo ETCO, em Jaboticabal, SP, é outra entidade que disponibiliza informações sobre BEA. Dali vem a orientação de que não é necessário um alto investimento nas instalações. O mais importante é ter uma equipe comprometida com o trabalho de manejo. De nada vai adiantar um local moderno para as atividades se os funcionários não tiverem o treinamento adequado para as ações. Segundo a entidade, os produtores têm reconhecido a necessidade de implementar um novo tipo de manejo. Até porque, o produtor está percebendo com clareza, de forma materializada e não só no discurso teórico que, em se tratando de BEA, os ganhos são sempre maiores do que os investimentos. Técnicos definem novos desafios A reunião anual dos Inspetores Técnicos da Angus Brasil, realizada dia 12 de julho, em Porto Alegre, RS, inovou e nomeou Flávio Montenegro Alves como representante para apoiar o Conselho Técnico da entidade em assuntos relativos ao grupo e à raça. Além de Flávio, também foi eleito o técnico José Carlos Guasso como suplen- te na representação do grupo de técnicos no Conselho. O Conselho Técnico, presidido por Ricardo Macedo Gregory, deu andamento à reunião dos inspetores técnicos responsáveis pelo trabalho a campo. Ao todo, a Angus conta com 18 técnicos, que trabalham divididos em diferentes regiões do País, como nos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “O fato de estarmos divididos por diversas regiões foi mais um motivo para termos um representante, para atuar no caso de eventuais reuniões”, afirmou Flávio Alves. Nesta edição, a reunião discutiu questões como critérios de seleção, registro dos animais, regulamento para o credenciamento de novos técnicos e a importância do Programa de Avaliação a Campo Embrapa Angus. Os técnicos também assis- tiram a duas palestras: Fernanda Nogueira Kuhl, técnica do Programa Carne Angus Certificada, falou sobre as novas parcerias do Programa de certificação da raça e Marcos Yokoo, da Embrapa Pecuária Sul, de Bagé, RS, abordou os critérios de seleção dos animais que farão parte da 4ª Prova de Avaliação a Campo da Embrapa, promovida em parceria com a Angus Brasil. “Sempre buscamos reforçar a importância do trabalho dos técnicos para o desenvolvimento contínuo da raça. O trabalho a campo é fundamental para levar e reforçar os conceitos e características do Angus, seja por meio de palestras, dias de campo ou visitas técnicas às propriedades”, afirma Ricardo Macedo Gregory, presidente do Conselho. 24 CARNE Julho/Agosto de 2013 Angus@newS CAB um modelo de sucesso para o Brasil Fotos: Angus Brasil/Divulgação JS: Desde 1978, o principal objetivo do Certified Angus Beef tem sido o mesmo destacado na nossa Declaração de Propósito – Aumentar a demanda para gado Angus registrado através de um programa de carne baseado em especificação de marca para identificar carne de alta qualidade com uma experiência sensorial superior. Como uma filial sem fins lucrativos da Associação Americana de Angus, este é o nosso único objetivo. O trabalho para cumprir este Fábio Medeiros, John Stika e Reynaldo Titoff Salvador Aqui, os brasileiros recebidos pelos dirigentes da American Angus Association objetivo é pela concentração O diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff criadores de Angus em manter da nossa atenção nos consuum conjunto de padrões míni- midores de carne para aumenSalvador e o gerente do Programa Carne Angus, Fábio Medeiros, mos para todos os produtos da tar sua conscientização e deestiveram no final de Junho visitando a sede da Certified Angus Beef marca Angus, para assegurar manda para a alta qualidade e que as expectativas dos con- experiência sensorial superior (CAB) na cidade norte americana de Wooster, estado de Ohio. A visita sumidores sejam alcançadas. dos produtos da Carne Angus de dois dias teve como propósito estreitar relações com a entidade Não proceder dessa maneira Certificada. Agindo assim, um americana, criada em 1978, conhecer o programa de carne Angus na verdade ameaça a posição número cada vez maior de Premium dos produtos Angus consumidores experimenta a americano e apresentar o programa da Angus Brasil. na mente dos consumidores. qualidade da marca e de boa O modelo brasileiro da Carne vontade paga mais por ela. irmamos uma li- tada por todos os segmentos dos produtos permanece nos Angus Certificada parece ser Este sinal de economia recennha direta para da indústria e conquista cada Estados Unidos, para abaste- uma aproximação eficiente temente tem movimentado a troca de informa- vez mais adeptos no varejo. A cer a demanda doméstica, 10 para proteger o patrimônio da cadeia de produção na forma ções e de experiências e esta- prioridade da CAB é aumen- a 15% de dos cortes são ex- marca Angus quando apresen- de prêmios financeiros pagos mos formatando um convênio tar a valorização que a marca portados. Até agora em 2013, tada para os consumidores no por influentes confinamentos para permitir que estes dois traz aos produtores associa- as vendas dos produtos da caso da carne ou do menu. de gado e altamente previprogramas, que são os dois dos e à base licenciada. Logo marca Certified Angus Beef síveis, genética de carcaças CA: Quais são os principais orientadas produzidas pelos maiores programas de carne após a visita, Stika concedeu excederam as do ano passado em mais de 5% devido ao au- objetivos do Certified Angus membros da American Angus certificada do mundo, se reú- esta entrevista por e-mail. mento da demanda mensurá- Beef? nam para trocar informações, Association. >>> avaliar mercados e criar noCarne Angus: Qual é o vo- vel tanto nos Estados Unidos Fotos: AAA/Divulgação vas estratégias para o futuro, lume de Carne Angus – Certi- e internacionalmente. sempre visando à divulgação fied Angus Beef® vendida por CA: Como você avalia o da raça Angus como grande ano nos EUA? Quantos vareprodutora de carne de quali- jistas vendem Carne Angus modelo brasileiro da Carne dade”, declarou o diretor do Certificada? Qual é a propor- Angus Certificada que foi lhe Programa Carne Angus Certi- ção de Carne Angus Certifica- foi apresentado no encontro em Wooster? ficada, Reynaldo Salvador. da exportada? JS: O modelo e o padrão Reynaldo Salvador e Fábio John Stika: Em 2012 as de carcaças do Programa CarMedeiros foram recebidos por vendas de produtos da marca ne Angus Certificada do Brasil dirigentes da American Angus Certified Angus Beef® alcan- parecem bem adequados para Association e, na sede do CAB, çaram níveis recordes pelo estabelecer uma significativa por John Stika. Tendo ingres- sexto ano consecutivo com separação de qualidade entre sado no CAB em 1999, John 811 milhões de libras vendidas a commodity carne brasileira e Stika é o seu terceiro presi- (368 mil toneladas) através os produtos Angus, e tem sido dente, cargo que ocupa desde de mais de 14 mil restauran- bem sucedida. À medida que 2006. Desde a sua criação, tes e mercearias nos Estados a Angus continuar a ganhar em 1978, a CAB tornou-se Unidos e 45 outros países. popularidade no Brasil, haveJohn Stika uma marca altamente respei- Enquanto a grande maioria rá um grande valor para os “F 26 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS CARNE Fotos: Angus Brasil/Divulgação Um das centenas de produtos certificados pelo CAB nos Estados Unidos CA: O Mercado para carne de alta qualidade está crescendo muito rápido em todo o mundo. Você concorda com esta afirmação? Quais serão, na sua opinião, os mercados emergentes para a carne de qualidade nos próximos 10 anos? Como o Certified Angus Beef está se preparando para alcançar estes mercados? JS: Há certamente um crescimento global para a demanda de carne de alta qualidade. Mercados tradicionais para carne altamente marmorizada, carne de animais alimentados por grãos, como na orla do Pacífico, são mui- to importantes e quem mais contribui para o crescimento da demanda. Ainda, olhando para frente, há um número de países que podem desempenhar um papel no apoio ao crescimento da demanda contínua para carne premium com grande marmoreio. A história sugere que se você der uma olhada ao redor do mundo e identificar aqueles países com uma população de classes média em crescimento, você pode começar a ver o quadro onde o crescimento da demanda poderá se desenvolver. À medida que melhora o seu poder aquisitivo, as pessoas tendem a consumir mais carne e especificamente carne de melhor qualidade. Como uma marca, nós pretendemos nos aproximar desses mercados da mesma maneira que fizemos com outros mercados por mais de 30 anos – identificando parceiros de marca que compartilham nossa paixão por qualidade e então cooperem para contar a história da nossa marca. CA: O que você acha que a Certified Angus Beef pode aprender com a Programa Carne Angus Certificada e o que ela pode ensinar? JS: Através do diálogo e da comunicação sempre há alguma coisa que pode ser aprendida se alguém está realmente procurando melhorar e progredir. Nós na Certified Angus Beef LLC temos um grande respeito e apreço por tudo que o Programa Carne Angus Certificada conseguiu até agora e pelas metas que o programa aspira realizar. Enquanto obviamente servindo associados diferentes, nós compartilhamos alguma ideologia e perspectivas sobre a importância da qualidade e satisfação do consumidor. Com cada um de nossos mercados se tornando mais globais por natureza, oportunidades existem para nós ganharmos valiosas compreensões de como nossa marca e abordagem de marketing é percebida ao redor do mundo. Dado o sucesso já obtido, eu honestamente não sei se temos alguma coisa específica para ensinar ao Programa Carne Angus Certificada. Embora, se há alguma coisa de valor que temos a oferecer para qualquer um que observe o desenvolvimento do mercado global de carne de marca, seriam certamente nossos 30 anos de história. É uma história repleta de exemplos de coisa que funcionaram e outras que não. CA: O que você teria a dizer para os produtores de Carne Angus e criadores no Brasil? JS: Dediquem tempo e esforço para entender bem o que é relevante para o seu cliente final – o consumidor. No final, um produtor é financeiramente dependente dos consumidores para investir nas suas operações, pela compra dos produtos que o produtor produz, seja diretamente ou indiretamente. Incorporando a perspectiva do consumidor por carne de qualidade dentro de um programa de criação equilibrado com seleção genética para outros aspectos economicamente importantes, um produtor pode posicionar melhor suas operações e seu rebanho para receber os maiores preços que são normalmente pagos por gado que produz dinheiro para todos os envolvidos na produção de carne e cadeia de merchandising. 28 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS CARNE Foto: Angus Brasil/Divulgação Vem aí mais um Concurso de Carcaças Angus Já está marcado para o dia 13 de setembro, o VIII Concurso de Carcaças Angus RS, uma promoção conjunta da Angus Brasil e de seu parceiro no Programa Carne Angus Certificada grupo Marfrig. Participam lotes com no mínimo 22 cabeças de machos ou fêmeas e os interessados podem efetuar a inscrição no junto à Angus Brasil até o dia 2 de setembro. Os lotes integrantes do concurso receberão uma premiação adicional de 5% acima da tabela do Programa Carne Angus Marfrig RS. Para os lotes campeões de categoria, a bonificação cresce para 10% acima da tabela. S eguindo a tradição, o Concurso de Carcaças Angus tem o objetivo de valorizar e demonstrar o potencial genético da raça Angus para produção de carne de qualidade, e serve também como um excelente ponto de encontro e troca de informações e técnicas entre os produtores participantes. O evento, organizado pelos técnicos do Programa Carne Angus Certificada, está programado para acontecer na Unidade da Marfrig, em Alegrete, RS. O abate técnico será realizado separadamente para as categorias de Já o gerente do programa de certificação da Angus Brasil, Fábio Medeiros, garante que Show de qualidade Para o diretor do Progra- “as apostas são grandes e a ma Carne Angus Certifica- disputa será acirrada”. Ele da, Reynaldo Titoff Salvador, valoriza o intercâmbio entre o produtor gaúcho de carne os participantes, que através Angus sabe que a partici- do acompanhamento do abapação neste evento é uma te técnico e da interação com oportunidade para mostrar os profissionais da indústria, a qualidade dos novilhos que levam para suas propriedades produz e para a troca de ex- conhecimentos e experiências periências com outros produ- vivenciadas ou adquiridas via tores de excelência. Em mais troca de informações. Medeiros igualmente valoesta edição, o Concurso de Carcaças faz jus ao seu slo- riza a premiação acumulada gan: Os Melhores Produtores (concurso + tabela), que conem um Show de Qualidade. forme explica, proporcionará animais definidos e cruzados. aos animais participantes do concurso valores muito superiores aos praticados no mercado, permitindo que o produtor participe com o que produz de melhor em sua propriedade. “O Concurso de Carcaças permite ao produtor visualizar que é possível obter melhores resultados e consequentemente gerar maior eficiência para a indústria, além de melhor atender o consumidor final”, observa o gerente. Outra virtude de eventos como este é a integração gerada na cadeia produtiva, no qual associação, produtores, indústria e fornecedores de insumos avaliam juntos todo o processo de criação dos animais, entendendo e reciclando vários conceitos e técnicas aplicadas aos sistemas de produção. Mão dupla “Este concurso é uma via de mão dupla. Enquanto a premiação gera estímulo ao trabalho do produtor rural, a tecnologia usada para essa manutenção fica disponível para outros pecuaristas testemunharem que é possível adequar seus animais à indústria, ao mercado e ao consumidor”, aponta Medeiros. O Julgamento será realizado por profissionais do Programa Carne Angus e da indústria. Mais informações pode ser obtidas pelo telefone 51.8243.3462 ou pelo e-mail carne@angus. org.br. Para esta edição, as apostas são grandes e a disputa será acirrada 30 Julho/Agosto de 2013 INFORME Angus@newS Expointer com muitas atrações no Jubileu de Ouro da Angus ocorre pelo terceiro ano consecutivo, é uma vitrine de animais localizada no Pavilhão de Bovinos de Corte do parque, próximo ao estande da Angus. Diversas cabanhas colocam animais de elite, com alta qualidade genética à disposição do público para comercialização, com atendimento no local. Foto: Robispierre Giuliani/Angus Brasil Muitas atrações estão programadas para esta Expointer 2013, que marca o início das comemorações do Jubileu de Ouro da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), fundada em 20 de setembro de 1963. Uma das maiores feiras agropecuárias do da América Latina, a Expointer é também o principal palco de exposição da raça Angus no Brasil. E nesta edição da feira, que acontece de 24 de agosto a 1º de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, RS, foram inscritos ao todo 393 animais, entre exemplares rústicos e de argola. Destaque especial para a Exposição Nacional dos Rústicos, categoria que conta com inscrições de animais de 22 expositores do Rio Grande do Sul, num total de mais de 160 exemplares, distribuídos em 51 trios entre machos e fêmeas PO e PC. A Nacional dos Rústicos acontece este ano pelo terceiro ano consecutivo na Expointer, e ganha especial destaque o leilão da Nacional dos Rústicos. Lançamentos A mostra terá lançamentos pontuais, como o livro comemorativo aos dez anos do Programa Carne Angus Certificada, do selo comemorativo aos 50 anos da Angus Brasil, do novo Manual do Criador e do novo site da entidade, entre outros eventos. Para o presidente da An- gus Brasil, Paulo de Castro Marques, é oportunidade ímpar para a raça, que tem na Expointer a sua grande vitrine para o Brasil pecuário. “A Expointer, ao lado de grandes feiras como a de Palermo na Argentina e do Prado no Uruguai, é o momento máximo para a Angus, que apresenta nesta feira o que há de melhor em animais da raça no Brasil”, aponta o dirigente. Argola e Angus Mirin Entre os animais de argola, foram inscritos este ano para a Expointer 240 animais (86 machos e 154 fêmeas), apresentados por 45 expositores de São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Os grandes campeonatos serão transmitidos ao vivo no dia 28 de agosto pelo C2 Rural (http://c2rural.ruralbr.com.br). Paralelamente aos julgamentos da raça, mais uma vez será promovido o Campeonato Angus Mirim, voltado para o público infanto-juvenil, com o Leilões Dois leilões chancelados objetivo de avaliar e orientar pela Angus Brasil estão prograas crianças (futuros criadores mados para acontecer durante de Angus) conduzindo e apre- a feira: no dia 26 de agosto, às sentando os animais em pista. 14h, na pista ‘J’, será realizado o Leilão da Nacional de RústiJurado e cursos cos. E às 20h acontece o leilão Os campeões Angus deste Selo Racial Reserva Especial. ano na Expointer serão apon- E há também a Feira de Notados pelo experiente jurado vilhas, marcada para dia 29 de norte-americano Jim Williams, agosto, a partir das 19h, que ele que já participou de várias é mais uma importante opção exposições importantes da raça, para aquisição de exemplares inclusive a edição de 2012 da de genética Angus. Feicorte, em São Paulo, SP. Durante a feira, a Angus Workshop Carne Angus Brasil oferecerá cursos para E uma das programações jurados e cabanheiros. Será a mais concorridas da Expoin5ª edição do Curso de Caba- ter é o Workshop Carne Angus, nheiro, com aulas práticas e te- que será realizado pelo 10º óricas, e a 7ª edição do Curso ano consecutivo, com debates de Jurado Jovem, voltado para sobre a cadeia produtiva da quem deseja aprender os crité- carne bovina. É o principal fórios de julgamento da raça nas rum de discussão pecuária da pistas de exposições. exposição, com personalidades e representantes dos diversos Shopping Angus elos da cadeia produtiva - dos O Shopping Angus, que insumos até o varejo. Confira aqui a programação Angus De 19 a 23 de agosto: das 6h às 24 horas, chegada dos animais de Argola. Dia 24: chegada dos animais Rústicos Dia 22: Manhã - 9h e tarde – 13h – Curso de Cabanheiro – parte teórica Dia 23: Manhã – 9h e tarde – 13h – Curso de Cabanheiro – parte prática Dia 24: Manhã – 9h e tarde - 13h – Admissão de Argola - 10h – Shopping Angus Dia 25: Manhã - 9h – Admissão de Rústicos - 10h – Shopping Angus Dia 26: Manhã - 9h – Julgamento de Rústicos - 10h – Shopping Angus Tarde e noite - 14h – Leilão de Rústicos (Pista J) - 20h – Leilão Selo Racial Reserva Especial Dia 27: Manhã – 9h – Julgamento de Fêmeas - 10h – Shopping Angus Tarde - 15h – Julgamento Fêmeas Dia 28: Manhã – 9h – Julgamento Machos - 10h – Shopping Angus Tarde - 14h – Campeonato Angus Mirim - 15h - Julgamento de Machos - 19h – Entrega Prêmios Dia 29: Manhã – 10h – Shopping Angus Tarde - 13h30min – Workshop Carne Angus - 19h - Jantar dos Tratadores - 19h - Feira da Novilha Dia 30: Manhã – 10h- Shopping Angus Dia 31: Manhã – 9h – Curso Jurado Jovem Tarde - 13h30min – Curso Jurado Jovem 34 Julho/Agosto de 2013 LEILÕES CHANCELADOS Angus@newS Leilão FSL Angus Itu fatura R$ 4,3 milhões Com a comercialização de touros e matrizes puras Angus, além de animais comerciais e doses de sêmen da raça, a quinta edição do Leilão FSL Angus Itu alcançou faturamento superior a R$ 4,38 milhões. Realizado em 10 de agosto, na sede do criatório, em Itu, no interior de São Paulo, o pregão capitaneado pelo selecionador de Angus e prestigiado executivo Antônio Maciel Neto, reuniu a nata de criadores e investidores brasileiros, muitos dos quais participaram, no dia anterior, do II Seminário Cruzamento Angus. Entre os 300 convidados, presenças de investidores em Angus e em Nelore, com ênfase ao presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques e de Renato Ramires Junior, dirigente do Núcleo Angus São Paulo. O remate obteve liquidez total, com a receita de R$ 1,25 milhão na venda dos animais Angus de elite e pacotes de sêmen, além da comercialização de 3.555 animais meio sangue Angus x Nelore, de propriedade de parceiros da FSL Angus Itu, que alcançou a receita de R$ 3,13 milhões. Fenômeno, o destaque O destaque em preço do pregão coube ao touro Grande Campeão da Nacional de Angus da Feicorte 2013 “FSL 1068 Fenômeno”, valorizado em R$ 480 mil. A metade do reprodutor foi negociada por R$ 240 mil para André Rosseti, que com a compra tornou-se sócio de Maciel Neto na produção do exemplar. O reprodutor, com 30 meses de idade, é fruto do acasalamento entre “SAV Heavy Hitter 6347” e “Tres Marias 7216 Hornero 6140 TE”. Outro lote bastante disputado foi o do touro “FSL Galã”, comercializado 50% de sua cota por R$ 72 mil. Já o lote escolha teve seus 50% arrematados por R$ 57,6 mil, pela Casa Branca Agropastoril, de Fama, MG, propriedade do agroempresário Paulo de Castro Marques, atual presidente da Angus Brasil. As fêmeas abriram a tarde de negócios. Inauguraram a pista dez lotes de fêmeas superiores, prontas para brilhar nas pistas de julgamentos de exposições especializadas. O valor médio pago por 25 fêmeas (17 Aberdeen e oito Red) foi de R$ 9,2 mil. Nas prenhezes, nossos sucessos: cada uma saiu por R$ 10,32 mil. Já as fêmeas comerciais (1.847 animais divididos em 20 lotes) totalizaram R$ 1,4 milhão, registrando média de R$ 786,00. Foco na tourada Mas o principal foco da oferta do leilão foi a venda de touros destinados à monta natural ou para a coleta de sêmen. Os 56 reprodutores (41 vermelhos e 15 pretos) se venderam à média de R$ 15.58 mil, valor equivalente a 154 arrobas para a cotação de R$ 101 @ na praça paulista. Ao cair da tarde foram negociados machos de cruzamento industrial. Foram arrematados em pista 1.708 animais por R$ 1,6 milhão, fixando média de R$ 980,00. As 665 doses de sêmen num total de 32,42 mil encerraram a fatura do pregão, que fechou com um total de vendas de R$ 4.370.600 por 4.307 ofertas. As vendas, a cargo da Remate Leilões tendo ao martelo o leiloeiro Aníbal Ferreira, foram apregoadas para pagamentos em 24 parcelas para os animais selecionados, 3 parcelas no gado comercial e à vista para as doses de sêmen. A transmissão via TV foi do Terraviva. Os produtores que adquiriram a genética Angus da FSL são dos principais Estados produtores do País como RS, PR, SP, MG, TO, GO, MS e MT. Nelore e Angus: união amigável Satisfeito com a promoção, Antonio Maciel Neto lembrou que “ninguém consegue resultados impressionantes sozinho. Quem ganha o jogo é o time, e o time da FSL Angus Itu é excepcional”. E segundo ele, a participação expressiva de muitos neloristas reforça a tendência de “união amigável entre as raças, em prol da evolução da pecuária de corte no País”. Ele não tem dúvida de que “a raça Angus é a melhor opção para a melhoria da qualidade da carne brasileira e para o incremento da renda dos pecuaristas. O avanço extraordinário do cruzamento Angus x Nelore, que é o verdadeiro casamento por interesse que estamos assistindo, comprova que estamos no caminho certo”. Presidente do Paraguai tem Angus gaúcho Horacio Cartes, eleito novo presidente do Paraguai em abril deste ano, dono de mais de 70.000 bovinos, também é criador de Angus. “O objetivo dele era formar um rebanho de Brangus, mas acabou criando também um rebanho de Angus”, revela a selecionadora gaúcha Carla Sandra Staiger Schneider, titular da cinqüentenária Cabanha Santa Bárbara, de São Jerônimo, RS, de quem numa vinda ao estado gaucho, em 1990, Cartes realizou suas primeiras compras de Angus. Levou matrizes, touros, sêmen e embriões. E os negócios com a Santa Bárbara se estenderam por mais 8 anos. “Esta foi a primeira exportação de bovinos brasileiros de uma raça européia, já que até então pecuaristas do Paraguai haviam importado do Brasil apenas gado Nelore”, lembra Carla Schneider. “Tivemos a responsabilidade de formar um plantel de Angus para o nosso cliente no Paraguai”, diz a criadora. Ela observa também que isso envolveu inclusive o projeto das instalações da fazenda: potreiros, pastagens, mangueiras, laboratório para transferência de embriões, etc. “Durante anos, viajei periodicamente ao Paraguai para acompanhar e orientar o projeto e todos os acasalamentos dos primeiros reprodutores”, recorda. No total, conforme a criadora, foram exportados aproximadamente 170 animais Aberdeen e Red Angus Puros de Origem (PO), dos quais 101 touros, sendo um deles QLC Krugerrand B459E, touro que foi importado pela Cabanha Santa Bárbara dos Estados Unidos em 1996. A Santa Bárbara também exportou ao novo presidente do Paraguai 400 embriões de Aberdeen e Red Angus, além de milhares de doses de sêmen. Hoje, a fazenda de Horacio Cartes é a maior fornecedora de genética Angus no Paraguai. Entre gado comercial para abate e reprodutores Angus e Brangus (plantéis formados com a genética da Cabanha Santa Bárbara) mais Hereford e Braford (plan- téis formados com genética de cabanhas do Uruguai) e também Nelore, Horacio tem atualmente mais de 70.000 bovinos. Ela atribui a escolha de sua propriedade por Horacio Cartes ao fato dela sempre ter acreditado na raça Angus como uma raça nacional, e não apenas restrita ao Rio Grande do Sul. “A partir de 1989, iniciamos dois projetos: a expansão de nosso mercado em pontos estratégicos como o Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, e o Programa Angus Tropical. Isso nos deu enorme visibilidade, inclusive para além das fronteiras brasileiras”, justifica. 36 Julho/Agosto de 2013 Angus TV, agora na Web Com uma nova dinâmica e totalmente repaginado, o programa Angus TV fez sua estréia em 18 de julho, na web e nos canais de Comunicação da Angus Brfasil. O informativo teve sua identidade visual adaptada para a nova plataforma e estará disponível quinzenalmente (dias 15 e 30 de cada mês) para os espectadores, em edições com duração de sete minutos. “O programa ganhou nova apresentadora – Thaís Baldasso – e teve sua programação visual adaptada ao novo formato. Nós, da Cubo Filmes, responsáveis pela produção, estamos bastante motivados e confiantes com tudo que virá por ai”, diz o Diretor de Cena e Roteirista, Alexandre Derlam. Para ele, o informativo vai atender a um público ainda maior, pois estará disponível na internet, que sem dúvida é um dos meios de Comunicação de maior eficiência na atualidade. “O programa foi adaptado à lin- guagem da web. Dessa forma o Angus TV ficará mais dinâmico e acessível para todos, mas com o mesmo foco, que é o de transmitir informações aos criadores sobre a raça, além de novidades nas ações da Angus Brasil. Com este novo formato, estaremos ampliando nosso alcance ao público alvo, que são os produtores, entusiastas e apreciadores da carne Angus. E buscando interagir ainda mais com nosso público, teremos novos quadros e matérias especiais estão sendo preparadas neste sentido. Exemplo disso será o quadro “Você é quem faz” (onde os próprios criadores enviam seus vídeos e comentários)”, complementa Derlam. Com o novo formato, os espectadores poderão ter acesso ao programas pelo YouTube, Facebook e, futuramente, pelo portal da Angus Brasil. Aplicativos para tablets também serão desenvolvidos para facilitar o acesso dos internautas. Angus@newS INFORME Supra nos 50 anos da Angus A Supra (Alisul Alimentos S.A.) já selou compromisso de participação no Plano Comercial 50 Anos, que a partir de agora passa a ser comercializado pela Angus Brasil, integrando as comemorações dos 50 anos de fundação da Associação Brasileira de Angus. O plano contempla uma imensa gama de ações envolvendo o mercado e proporcionando visibilidade aos participantes, integrando a raça com criadores e empresas através dos veículos de Comunicação da entidade: Jornal Angus@ newS, Site Angus e Angus Mobile, Rede Social, Newsletter, Livro 50 Anos e Documentário 50 anos. A união em torno da Angus Brasil nas últimas cinco dé- cadas foi decisiva para transformar a raça em símbolo de eficiência no campo e qualidade na mesa. Foram muitos os desafios enfrentados desde que os primeiros exemplares Angus foram trazidos para os campos do Sul do Brasil, no início do século passado. E a existência de uma associação foi fundamental para superálos, dando rumo à criação nos últimos 50 anos, que hoje se espalha por todo o País. Na Argentina, Escola de Jurados Angus A Associação Argentina de Angus promoveu, de 03 a 08 de junho, a 27ª Escuela de Jurados AnGus, em Buenos Aires. O curso, que contou com mais de 70 participantes entre técnicos, criadores e interessados em Angus, abordou conceitos teóricos e realizou atividades práticas de avaliação de bovinos Angus. O Mercado de Liniers (local de leilão de gado para abate) e a propriedade histórica Charles de Guerrero foram os locais dos treinamentos práticos, com gado comercial e de elite. O treinamento dos novos jurados de Angus foi concluído com avaliações teórica e prática durante a Expo-Palermo. Um dos avanços apresentados no evento foi o lançamento da publicação Defeitos Genéticos: Sintomas e Forma de Herança (Protocolo e Regulamentação). Este manual apresenta os 17 principais defeitos genéticos que ocorrem na raça Angus e as regulamentações no Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Estados Unidos. O trabalho realizado pela Associação Argentina de Angus é uma importante contribuição com a área técnica na seleção e produção de reprodutores Angus. Angus Brasil e I-Uma: mais conhecimento ao campo A Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) e o Instituto Universal de Marketing em Agrobusiness (I-UMA) firmaram um acordo operacional para o desenvolvimento de programas de capacitação na modalidade à distância. O objetivo é prestar um serviço diferenciado na área educacional para os associados, criadores e usuários da raça. O Programa de Capacitação a Distância I-UMA/Angus integra a programação dos 50 anos da Angus Brasil e se propõe a levar o conhecimento aos usuários e interessados na raça Angus, buscando aprimorar seus resultados técnicos e econômicos e fomentar a formação de novos plantéis da raça no Brasil. Os cursos em processo de forma- ção serão desenvolvidos em três níveis de aprendizagem, dentro das áreas Técnicas, Marketing e de Gestão. A diretora do I-UMA, professora Jhussara Costa da Rosa, destaca que a plataforma tecnológica do Instituto permite levar o conhecimento técnico muito além dos cursos presenciais, em programas de ensino à distância para todo o Brasil. “Dentro dessa visão de capacitação o I-UMA vai disponibilizar um serviço de capacitação e aprimoramento dentro da sua plataforma digital para interessados em qualquer região do País”. A diretora também destaca que o objetivo é fomentar o crescimento da raça Angus na produção de carne de qua- lidade, incentivar a formação de novos plantéis, difundir o conhecimento técnico e de mercado para os usuários do Angus, tornar a raça uma referência em fomento, contribuir para o crescimento da raça em todo o território nacional e buscar ampliar sua utilização nos cruzamentos industriais. Os cursos, ainda em processo de formação, serão definidos pela Angus e abrangerão as áreas da genética, manejo e pastagens, marketing, comercialização de reprodutores, gestão, gestão de cria, gestão de propriedade, integração lavoura pecuária e outros. Os programas terão duração de 30 horas. Toda a tecnologia de aprendizagem é pela plataforma à distância, com o suporte da estrutura pedagógica do I-UMA. Cursos com desconto Os cursos poderão ser acessados por associados da Angus Brasil e seus familiares, que contarão com um desconto especial de 15% no valor do investimento. Com isso o custo será de R$ 795,60. Não sócios também poderão participar dos programas com um investimento de R$ 936,00. Todos os participantes, ao final das 30 horas de ensino, receberão um certificado da Angus Brasil e do I-UMA. O presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, dá ênfase ao acordo operacional entre a Angus e o I-UMA, afirmando: “É uma parceria de extrema importância para a Associação Brasileira de Angus devido à seriedade da instituição de ensino. Poder contribuir para o desenvolvimento profissional e até pessoal de novos profissionais do agronegócio é mais um passo para o crescimento da cadeia produtiva da carne”, diz. Já o diretor vice-presidente da Angus Brasil, Marco Antônio Gomes Costa, destaca que a parceria com o I-UMA é muito importante para o desenvolvimento e fomento da raça, permitindo formar um grupo de pessoas que irão repercutir novos conhecimentos junto aos clientes. 38 Angus@newS REPORTAGEM Julho/Agosto de 2013 Central Terra Costa: Uma aposta de peso em genética superior A Central de Embriões Terra Costa, homologada pelo MAPA e instalada na Cabanha Terra Costa, em Santo Antônio da Patrulha, a 70 km da capital gaúcha, Porto Alegre, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, é mais um empreendimento do empresário e selecionador de Angus gaúcho Marco Antonio Costa. À frente da fabricante de guindastes Argos, também de Santo Antônio da Patrulha, Marco Costa está fazendo a diferença na pecuária gaúcha e brasileira. A tual vice-presidente da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil), no grupo Terra Costa ele decidiu investir pesado também em bovinos da raça Angus, onde já coleciona vários troféus por premiações de pista. O mais recente foi o título de Grande Campeã da Fenasul 2013, com a fêmea “Terra Costa TE22 Baroneza”, um dos seus produtos em progra- Fotos: Fabio Fatori/Divulgação Por Eduardo Fehn Teixeira cerca de cinco anos como criador da raça Angus, que Marco Costa inaugurou esta central gaúcha de transferência de embriões. “Por suas qualificações, já largamente conhemas de transferência de em- cidas em outros países, a raça briões. E na cabanha são 220 Angus tem avançado bastante, hectares de área, com moder- especialmente no Brasil, onde nas instalações seguindo as atualmente lidera a comercianormas do Bem-Estar Animal, lização de sêmen, perdendo onde são criadas em torno de somente para os zebuínos”, 170 fêmeas Angus. Entre elas, destaca Costa. Mas ele acredita que ainda 30 são doadoras de embriões. há muito por fazer, e um grande campo para a inovação na Continuidade em pecuária. “Esta é a principal investimentos Foi em meados de feverei- razão de nossos investimentos, ro deste ano, já atuando por tanto em reprodutores, como em modernas tecnologias, sempre visando a produção, com maior velocidade, de animais realmente superiores”, sintetiza o criador. Até 2014, com o planejamento de bons investimentos no negócio, deve ser elevada para 50 a quantidade de fêmeas top de seleção como doadoras, prospecta o selecionador, informando que a central também Tourinhos de um ano, em preparo para vendas 2014 ocorreu a partir de 2006, em decorrência da forte elevação da demanda por carne de qualidade, ocorrida especialmente nos últimos quatro anos, com No início, os Crioulos “Podemos prestar serviço a venda de sêmen Angus cresde coleta para os criadores da cendo de forma fantástica. raça”, diz Marco Costa, ob- Dados da Associação Brasiservando que a média de pre- leira de Inseminação Artificial ço de uma barriga de aluguel, (Asbia), dão conta de que em prenha de uma doadora, é de 2012 a comercialização de sêcerca de R$ 4 mil – o embrião men Angus passou para cerca sai por cerca de R$ 1,2 mil. E de 2,8 milhões de doses, frenknow-how no metier ele já tem te aos 1,7 milhão de 2010. de sobra, uma vez que antes de “Essa realidade justifica a se voltar à raça Angus, inves- mudança do foco do negócio tia na criação de cavalos da para o gado Angus”, aponta o Crioulos, que é predominante criador, observando que o cruno mercado gaúcho de equi- zamento industrial de machos nos. “Foi para produzir embri- (sêmen) Angus com fêmeas ões de equinos que construí o Nelore, no Brasil Central, é a primeiro laboratório, que ago- opção preferida por grandes ra, com ainda maior moderni- empreendimentos pecuários, zação, é voltado ao Angus”, que entregam os novilhos a programas de produção de recorda o criador. A virada para o Angus carne de qualidade, como o Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil. >>> está preparada para alojar fêmeas doadoras de outros criadores. Há um grande campo para a inovação na pecuária, em razão dos investimentos na raça 40 Angus@newS REPORTAGEM Julho/Agosto de 2013 Embriões, o carro-chefe da Central Fotos: Fabio Fatori/Divulgação Marco Antonio Costa, proprietário da Central Terra Costa manda do mercado brasileiro. “O foco é o Angus de pelo curto e de fácil adaptação ao Fêmeas com cria – receptoras com produto de TE País – o chamado Angus Tropical”, diz Costa. Nos Estados empre com o foco vol- embriões disponibilizados no anos seguintes, “Areia” foi a Unidos ele comprou embriões tado à busca de animais mercado possuem potencial Grande Campeã da Exposique devem estar chegando à de qualidade superior, tanto para “pista de alto ní- ção de Palermo, em Buenos Central Terra Costa agora em a Central Terra Costa vem vel” como para projetos de Aires, reconhecida como uma agosto. mantendo uma rotina de do- “produção com alta eficiên- das mais importantes mosO criador igualmente mantras de Angus do mundo. adoras em coleta, com média cia”. tém negócios e também tem Segundo Dimas Rocha, de aproximadamente sete emse abastecido com genéticas Angus Tropical pelas premiações recebidas, briões produzidos por etapa. Negócios internacionais Mas Marco Costa não é so- argentina e uruguaia, visando “Dispomos sempre de embriDos negócios internacio- “Tres Marias Areia” está en- mente um vendedor de genéti- o atendimento de vários perfis ões em estoque e disponíveis nais, foi da parceria man- tre os mais importantes re- ca. Com a abertura da central, de criadores, dos animais de para pronta entrega, mas pro- tida por Marco Costa com produtores da raça no mundo. ele vem aumentando os inves- elite aos chamados rústicos, duzir de forma customizada é a legendária Cabanha Tres “Em 2011, uma única pre- timentos em importação. No destinados à produção de cartambém muito fácil e rápido”, Marias - a mais premiada e nhez de “Areia” foi negociada ano passado, com o suporte do ne. De acordo com Velloso, os informa o responsável técnico, famosa seleção de Angus da por R$ 50 mil”, informou o assessor Méd. Vet. Fernando investimentos da Terra Costa veterinário Dimas Rocha, da Argentina - que vieram os técnico, comentando que em Velloso, o pecuarista foi aos não tem sido imediatistas, mas Assessoria Agropecuária FF mais efetivos resultados. Em novembro deste ano nascerão Estados Unidos - país em que sim pensados no futuro do neVelloso & Dimas Rocha. 2009, Costa adquiriu socie- na Terra Costa três bezerros a raça Angus predomina nas gócio da carne no Brasil e nas “A garantia dada ao com- dade na novilha “Tres Marias filhos da “Areia”. Da parceria centenas de confinamentos - necessidades de genética aproprador é de 50% de prenhez”, Areia”, que permanece na Ar- com a Reconquista Agrope- para escolher doadoras de em- priada a este cenário, que só diz Rocha. E, segundo ele, os gentina até hoje. E nos dois cuária, de José Paulo Cairoli, briões compatíveis com a de- tende a crescer. foi produzida a mais recente Grande Campeã da Fenasul, “Terra Costa TE22 Baroneza”. Esta fêmea é filha de pai e mãe de genética Reconquista (sendo a mãe Reconquista 1501 Orquídea e pai Reconquista Naco, ambos animais de co-propriedade Terra Costa e Reconquista). S TÉCNICOS CREDENCIADOS Utilize os serviços do Corpo Técnico da Associação UF PR SC SC RS RS RS RS RS RS CIDADE Arapongas Lages Lages Porto Alegre Bagé Porto Alegre Alegrete Vacaria Cachoeira do Sul NOME Antônio Francisco Chaves Neto Aristorides Tadeu Ribeiro de Melo Adevolmir Silva Dimas Correa Rocha Fábio Azeredo Fernando Furtado Velloso Flávio Montenegro Alves Ivan Pedro Verdi Guazzelli Joel Rocha Scroferneker TELEFONES 43 3275.1811 / 43 9972.0309 49 9146 5455 49 8839 7790 51 9904.3356 53 9946.6031 51 3392.6502 / 51 9835.8100 55 3422.7595 / 55 9974.3024 54 9117.0773 51 3724.2495 / 51 9975.1985 UF RS RS PR RS RS RS SP RS SP CIDADE Cachoeira do Sul São Borja Cascavel Pelotas S. do Livramento Sto. Antônio Patrulha S. J. do Rio Preto Uruguaiana Promissão NOME José Carlos Guasso Josemin de Lima Guerreiro Luis Augusto Copetti Luiz Sérgio Santos de Faria Luiz Walter Leal Ribeiro Pedro Adair F. dos Santos Rednilson Morelli Goes Renato Pinto Paiva Tito Mondadori TELEFONES 51 9602.0365 / 51 9995.8189 55 3431.6497 / 55 9977.6644 45 9972.3425 53 3225.3805 / 53 9983.0813 55 9112.3916 / 55 3242.1312 51 9837.6501 / 55 9969.1464 17 9201.9181 55 3412.5339 / 55 9977.7281 14 8147.7797 42 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS EXPOSIÇÕES Fotos: Devanir Parra/Angus Angus no topo da Feicorte: a vitrine do agronegócio nacional Como tem acontecido nos últimos anos, o estande da Angus Brasil novamente foi um dos mais movimentados durante a Feicorte 2013, evento que foi palco da XIII Exposição Nacional do Angus. Ali, além de ser um ponto de encontro de criadores, técnicos, investidores e interessados na eficiente genética Angus, também foram realizados durante a feira vários eventos relacionados à raça. Por Eduardo Fehn Teixeira D estaque para o lançamento do Anuário Angus 2012, a apresentação da carne certificada Black Angus, a carne Angus Premium da VJP Alimentos, além dos anúncios das novas parcerias com o Programa Carne Angus Certificada do Frigorífico Verdi (fazendo a Carne Angus chegar a Santa Catarina), e com o Frigol, com planta frigorífica em Lençóis Jurado Renato Pinto Paiva Paulistas, SP. Com a assinatura desses novos associados, o programa conta agora com oito frigoríficos parceiros, com 18 plantas distribuídas em sete Estados - RS, SC, PR, SP, MS, MT e GO. E o evento que encerrou a programação Angus na Feicorte foi e a entrega de prêmios aos vencedores da exposição deste ano. Marketing e relacionamento Para o presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, a Feicorte é considerada uma excelente vitrine para o marketing da genética de alta qualidade Angus. Por ser realizada no principal centro do País, São Paulo, a feira atrai as atenções de todo o setor pecuário, tornando-se também palco de leilões e eventos de destaque voltados ao agribusiness. Já o diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff Salvador, examina a Feicorte com um olhar não só técnico, mas especialmente comercial e de relacionamento com os vários elos que formam a cadeia da carne no Brasil. “O que existe e funciona, está nesta feira. Por isso nossa presença é obrigatória”, sentencia. Os vitoriosos O experiente técnico e jurado Renato Pinto Paiva, de Uruguaiana, RS, apontou os campeões nos dias 19 e 20 de junho. Para ele, que também é técnico credenciado da Angus Brasil, as filas da Feicorte foram impecáveis, mostrando grande qualidade e correção nos animais, numa prova de que os criadores sabem muito bem o que estão fazendo na seleção de seus plantéis. Nos machos, a consagração foi para o reprodutor da FSL Angus Itu, e nas fêmeas voltou a brilhar a tradicional Cabanha da Corticeira. “Todo Grande Campeonato é muito importante, principalmente na Nacional Angus. E essa vitória é resultado de oito anos de trabalho com foco nas exposições. Nossos animais são nascidos e criados em São Paulo, portanto com uma genética Angus adaptada ao clima do Brasil Central, e todas as premiações que te- mos recebido são importantes, ainda mais este grande campeonato para machos numa exposição nacional da raça”, comemorou o proprietário da FSL Angus Itu, Antonio dos Santos Maciel Neto. Já o selecionador Luis Felipe Cassol, gerente de pecuária da Cabanha da Corticeira, ficou mais do que satisfeito com a premiação. Ele comemorou efusivamente a conquista do primeiro grande campeonato de sua propriedade numa mostra da importância desta Nacional de Angus. “Tifani é uma fêmea excepcional, fora da média, que representa da melhor maneira todo o esforço que há anos empreendemos para a seleção e obtenção de animais que sejam verdadeiras fontes da melhor genética Angus de elite. E este é um prêmio muito recompensador”, avalia Cassol. “Este ano está sorrindo para nós”, comentou ele, referindo-se à performance da cabanha até este momento no circuito de exposições ranqueadas de Angus. O touro “FSL 1068 Fenômeno”, Grande Camepão da Feicorte, reprodutor da FSL Angus Itu com 30 meses de idade, é fruto do acasalamento entre “SAV Heavy Hitter 6347” e “Tres Marias 7216 Hornero 6140 TE”. Já a matriz da Cabanha da Corticeira “LC Tifani T1192 Candombe”, Grande Campeã da Feicorte, se consolida aos 38 meses de idade como uma das grandes fêmeas de argola da raça ao conquistar seu terceiro Grande Campeonato em 2013 – já havia conquistado o título na ExpoLondrina e também na Exposição de Uruguaiana. É uma filha de “Tres Marias 7033 Candombe 6164 TE com Quitela 539 da Corticeira”. “Maya Galhardo 180 Traveler 14 Juá”, de Zuleika Borges Torrealba – Cabanha da Maya, de Bagé, RS, ficou com o título de Reservado de Grande Campeão, enquanto o posto de 3º Melhor touro foi para FSL 1119 Thor, também de Antônio Maciel Neto. E como Reservada Grande Campeã ficou “Maya CAT 222 Heliodora Nostradamus Janis”, da parceria Zuleika Borges Torrealba e Fábio Luiz Gomes, da Cabanha Catanduva, de Glorinha, RS. “LC Uafé TEIU266 Mulberry”, de Luis Anselmo Cassol, terminou como a 3ª Melhor Fêmea. A XIII Exposição Nacional de Argola da raça Angus integra o calendário oficial de exposições nacionais da Associação Brasileira de Angus, que em 2013 já contou com etapas na Emapa, em Avaré, SP; Expo Uruguaiana, em Uruguaiana, RS; Expolondrina, em Londrina, PR e Outono Angus Show, em Esteio, RS. O próxima e última mostra do Ranking Angus acontece na Expointer 2013, de 24 de agosto a 1º de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, RS. >>> Angus@newS OPINIÃO Julho/Agosto de 2013 43 44 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS EXPOSIÇÕES Elite em pista no Prime Angus Fotos: Devanir Parra/Angus de R$ 17.335,00 por lote, entre matrizes e prenhezes. Para Paulo de Castro Marques, proprietário da Casa Branca Agropastoril e presidente da Angus Brasil, o resultado é positivo e reflexo do crescimento da raça na pecuária nacional. “A Angus hoje é uma raça consolidada no País, com grandes resultados produtivos na pecuária tropical. Um concreto sinal desta performance é a grande venda A Casa Branca Agro- ta 20 fêmeas de elite e quatro que obtivemos neste remate”, pastoril, de Paulo de Castro prenhezes durante o Leilão comemorou Marques. Marques, de Fama, MG, a 3E Prime Angus – Paixão por Principal raça taurina no Agropecuária, de Renato Ra- excelência, realizado na noite País, a Angus tem se expandimires Jr, de José Bonifácio, de 19 de junho, durante a Fei- do cada vez mais para as regiSP, e a Cabanha Terra Costa, corte 2013, em São Paulo, SP. ões centrais do País. Segundo de Marco Antônio Costa, de O pregão, que teve ao martelo o proprietário da 3E AgroSanto Antônio da Patrulha, o leiloeiro Aníbal Ferreira, da pecuária, Renato Ramires Jr, RS, comercializaram em pis- Remate Leilões, fixou média impressiona a evolução do nú- mero de novos criadores investindo na raça. “A raça está em plena expansão e atrai a atenção de cada vez mais pecuaristas, ganhando ainda mais força com a adaptação às regiões mais quentes”, enfatizou o selecionador. Já o gaúcho Marco Antonio Costa destacou a qualidade não só dos animais integrantes da oferta do leilão, mas também dos plantéis brasileiros de Angus. “O incremento qualitativo e o crescimento da raça Angus e do uso da genética Angus em cruzamentos nos últimos anos é mesmo uma vitória digna de comemoração”, enfatizou Costa. As médias do bem frequentado pregão ficaram em R$ 14.202,00 para as matrizes e R$ 33.000,00 para as prenhezes. O lote de maior cotação foi o número 01, com a prenhez de Três Marias 6990 Hornero com SAV Heavy Hitter, vendida pela Casa Branca Agropastoril para a Cabanha Terra >>> Costa por R$ 52.800,00. Leilão, já consolidado, reúne a nata do empresariado do agronegócio brasileiro Maior feira indoor do mundo A 19ª Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne), que é considerado o maior evento indoor do gênero no mundo, foi promovida pelo Agrocentro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, SP, de 17 a 21 de junho. E segundo os organizadores, teve este ano a sua edição mais abrangente. Além da presença de 4 mil animais de 20 raças bovinas e duas ovinas, a feira sediou eventos como a 2ª Feira de Muares e Asininos, com a exposição de jumentos, burros e mulas; a Feinco Preview, com leilões de ovinos, cursos, palestras, julgamentos, Espaço Gourmet e concurso de carcaças e um shopping de cavalos Lusitanos. “Foi a edição mais completa da Feicorte, consolidando a feira como o grande encontro da cadeia produtiva da carne”, reforçou a gerente do Agrocentro, Carla Tuccilio. Nos 50 mil metros quadrados cobertos, 250 empresas de referência nos segmentos de genética, saúde e nutrição animal, órgãos de desenvolvi- con), com a premiação de 40 destaques do confinamento de 2012 no Brasil e 10 destaques em sustentabilidade, além da homenagem a um produtor de gado a pasto, que marcou o lançamento da categoria Boi Feira Multipalco a Pasto. Um dos destaques dessa A feira recebeu 26 mil visitantes, dentre os quais 67% edição da Feicorte foi o ciclo criadores de gado. Daí se dizer de palestras sobre produção que a Feicorte é a maior vitrine pecuária e o papel do tratador do agronegócio nacional. Mais de gado, que ofereceu capacide 100 eventos entre leilões, tação em manejo, sanidade e julgamentos de animais, cursos, nutrição, além confraternizapalestras, fóruns, encontros, se- ção para valorizar a imporminários, workshops, painéis, tância desse profissional. A Feicorte sediou reunião premiações e lançamentos foram realizados durante a Fei- da Câmara Setorial de Carcorte. “A Feicorte é realmente o grande palco de discussões que envolvem o setor, apresentação de tecnologias que incrementem a produção e iniciativas que valorizam o que é feito de bom na pecuária”, destaca Carla Tuccilio. Durante a Feicorte 2013 foi feita a entrega do Prêmio Nelson Pineda – Ano III, promovido pela organização da feira em parceria com a Scot Consultoria e Associação Nacional de Confinadores (Asso- mento e pesquisas, máquinas e equipamentos, frigoríficos, associações de raças e entidades representativas apresentaram suas novidades. ne Bovina, Painel “Prioridades de Sanidade Animal”, 1º Fórum de Comunicação no Agronegócio, palestra do expresidente do Banco Central Henrique Meirelles sobre a desaceleração da economia e oportunidades para o agronegócio, seguida de debate com especialistas, além do Encontro de Líderes que discutiu governança para programas de fidelidade, com a participação de executivos das principais empresas da cadeia produtiva (produtores, insumos, indústria e varejo) e homenagens a personalidades do ano do agronegócio: o ex-secretário da Agricultura de SP, João Sampaio e os ex-Ministros da Agricultura, Alysson Paulinelli e Roberto Rodrigues. Nos leilões, movimento de R$ 9,5 milhões Foram realizados durante a Feicorte 12 leilões que movimentaram cerca de R$ 8,2 milhões. Entre eles, no dia 19 de junho, destaque para o leilão da Prime Angus – Paixão por Excelência, que comercializou 24 animais, sendo 20 fêmeas e quatro machos, num total de R$ 410.520,00. 46 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS EXPOSIÇÕES Carne Angus chega a Santa Catarina e reforça presença em São Paulo Fotos: Devanir Parra/Angus mos esta parceria, que nos dá a autenticidade de um produto de qualidade superior”, comemorou Dorival Jr. Com o fechamento de parceria com o Frigorífico Verdi, de Pouso Redondo, SC, o Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil, selou seu ingresso no Estado catarinense. E o Programa Carne Angus também aproveitou a Feicorte para anunciar outro importante parceiro, o Frigorífico Frigol, este com planta frigorífica em Lençóis Paulista, em São Paulo, SP. O anúncio das novas parcerias, que vinha sendo muito esperado pelos criadores, foi um dos grandes momentos da Angus neste ano na Feicorte. O acordo com os novos parceiros foi assinado durante concorrido evento no estande da Angus durante a Feicorte, que contou com as presenças do presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques e do diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff Salvador, do presidente do Frigorífico Verdi, Ariel Verdi, e do gerente comercial do Frigol, Dorival Jr, do gerente de compra de gado do Frigol, Danilo Gonzaga de Oliveira, além do gerente do Programa Carne Angus, Fábio Medeiros. Parceria trará crescimento Falando em nome dos produtores de Angus de Santa Catarina, o presidente do núcleo de criadores catarinenses da raça, Nelson Antônio Serpa - que também é secretário de Estado da Casa Civil daquele estado -, garantiu que o ganho para os pecuaristas e para a raça será grande com a nova parceria. “Esta é uma negociação que vinha sendo amadurecida e trabalhada já há algum tempo envolvendo a Angus Brasil, os criadores e o Frigorífico Verdi. E avaliamos como uma conquista que trará crescimento para o setor produtivo de carne em Santa Catarina”, declarou Serpa. Além disso - complementou o dirigente -, como Santa Catarina é o único Estado brasileiro livre de Febre Aftosa sem vacinação no Brasil, abrimos para a raça um importante caminho para exportação de carne. O presidente do Frigorífico Verdi, Ariel Verdi, aposta que a chegada do maior programa de certificação de carne do País ao Estado catarinense vai representar enorme evolução no relacionamento entre os produtores e a indústria frigorífica, o que para ele é altamente posi- tivo. “Com o abate certificado pela Angus, serão oferecidos prêmios/bonificações aos produtores bem acima do mercado o que, com certeza, vai mobilizar os criadores, impulsionando ainda mais a produção de gado de elevado padrão em Santa Catarina”, avalia Verdi. Cortes com qualidade superior No Frigol, em Lençóis Paulista, SP, a expectativa é de que sejam abatidos inicialmente mais de 800 animais certificados por mês através do Programa Carne Angus. A meta foi revelada na ocasião pelo gerente comercial da Frigol, Dorival Jr. Segundo ele, a empresa alimentícia já possui uma linha de cortes especiais e agora deverá receber o selo de qualidade do Programa Carne Angus Certificada. “Com a chancela do Carne Angus, com certeza agregaremos muito mais valor ao nosso produto. Há tempos buscáva- Marco importante Para o presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques, a entrada do Programa em Santa Catarina é um importante marco, pois permitirá o atendimento ao crescente número de produtores da raça naquele Estado e, ao mesmo tempo, à grande demanda pela carne de qualidade Angus na região. “Em Santa Catarina existem restrições quanto à entrada de animais de outros Es- tados devido às barreiras sanitárias. Assim, a partir de agora, conseguiremos dar todo o suporte almejado há tempos pelos pecuaristas catarinenses”, observou Castro Marques. Sobre a parceria com o Frigol, o presidente da Angus Brasil enfatizou a sua importância estratégica, devido à localização da planta frigorífica. “Lençóis Paulista está em uma região central de São Paulo. Por isso, confiamos que com a Frigol o Programa Carne Angus Certificada estará acessível a produtores de praticamente todo o Estado”, apontou. >>> Anuário lançado na Feira Com um total de 190 páginas, foi lançado durante a Feicorte – num formato já tradicional, o Anuário Angus 2012 / 2013. A edição, também comemorativa dos 50 anos da Angus Brasil, relaciona os principais eventos entre o segundo semestre de 2012 e os primeiros seis meses de 2013. Destaque para os campeões do ranking, os vencedores das exposições ranqueadas, as exposições internacionais, leilões e eventos técnicos promovidos pela Associação em todo o País. Fartamente ilustrado, apresentado com capa dura, o anuário é dirigido a associados e investidores. 48 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS EXPOSIÇÕES Angus: uma raça nacional Fotos: Devanir Parra/Angus Gustavo Goulart, Marco Antônio Costa e Paulo Marques em ação R eynaldo Titoff Salvador, diretor do Programa Carne Angus Certificada, reforçou a imagem do gado Angus como uma raça cada vez mais nacional. Para ele, a atuação do Programa Carne Angus Certificada tem participação essencial na expansão da raça pelo País. “Estamos, a cada parceria firmada, deixando de lado o rótulo de sermos uma raça forte apenas no Rio Grande do Sul, berço do Angus no Brasil. Temos grande atuação em regiões antes impensadas, casos do Sudeste e do Brasil Central. E estamos cada vez mais adaptados e prontos para crescer”, enfatizou Salvador. Para o dirigente, os novos acordos representam a evolução do planejamento da Angus Brasil, de expandir a raça para diversas regiões do País. “Com as novas plantas integrando o programa, já são 18 unidades frigoríficas instaladas no Sudeste e Centro-Oeste. Somos cada vez mais uma raça adaptada à pecuária tropical”, ressaltou Salvador. Crescimento impressionante Completando 10 anos de atividades em 2013, o Programa Carne Angus Certifica- da apresenta um crescimento realmente impressionante no volume de animais abatidos ao ano. Em 2003, ano de sua estreia, contabilizavam-se pouco mais de 20 mil animais certificados. Já no ano passado, foram abatidas mais de 230 mil cabeças. E de acordo com o gerente do Programa, Fábio Medeiros, as novas parcerias devem agregar a estes abates um volume mensal ainda maior. Com as novas parcerias, o Programa Carne Angus Certificada conta agora com sete frigoríficos parceiros – Marfrig, VPJ, Frigorífico Silva, Cooperaliança, Cotripal, Angus da Gruta, Frigol e Verdi – com 19 plantas, divididas em sete dos principais estados pecuaristas do Brasil (RS, PR, SC, SP, MS, GO e MT). Pecuária Sustentável Outra novidade apresentada durante a 19ª Feicorte foi o ingresso da Angus Brasil no Grupo de Pecuária Sustentável. Segundo o gerente nacional do Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, o grupo discute o desenvolvimento de práticas sustentáveis para a cadeia produtiva da carne nacional e conta com as maiores empresas e entidades do País ligadas à atividade. O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) foi criado no final de 2007 e formalmente constituído em junho de 2009. É formado por representantes de diferentes segmentos que integram a cadeia de valor da pecuária bovina no Brasil. Participam representantes das indústrias e de organizações do setor, produtores e suas associações, Dezoito unidades frigoríficas e centenas de criadores pelo Brasil: é o Angus avançando pelo País varejistas, fornecedores de insumos, bancos, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e universidades. O objetivo do GTPS é debater e formular, de maneira transparente, princípios, padrões e práticas comuns a serem adotados pelo setor, que contribuam para o desenvolvimento de uma pecuária sustentável, socialmente justa, ambientalmente correta, e economicamente viável. Neste contexto, o envolvimento de todos os segmentos que compõem a cadeia de valor, e também da sociedade civil, é fundamental para o atingimento destes objetivos. Conforme explica Medeiros, todo o processo industrial, desde o abate e tipificação das carcaças até a embalagem final do produto é acompanhado permanentemente pelos técnicos do Programa Carne Angus Certificada é auditado pela Certificadora Ausmeat, que confere reconhecimento e credibilidade internacional com a outorga do selo de Certificação Ausqual. Para mais informações sobre o Programa, acesse: >>> www.carneangus.org.br Carne VPJ Black Angus: um must na Feicorte O lançamento da nova linha de carnes Aberdeen Angus “Black Angus - Reserva Especial”, dia 19 de junho, pela parceira do Programa Carne Angus Certificada, VPJ Alimentos, propriedade do selecionador de Angus Valdomiro Poliselli Junior (leia-se VPJ Pecuária), foi mais um evento que gerou grande movimentação no estande Angus na Feicorte 2013. Os novos cortes de carne Angus Premium certificada pelo Programa Carne Angus, finamente embalados, numa verdadeira apresentação premium, verdadeiramente impressionou a todos os presentes, que também tiveram a oportunidade de degustar a nova carne durante o evento. Em parceria com a Angus Brasil, o empresário e pecuarista Valdomiro Poliselli Júnior, presidente da VPJ Alimentos, confraternizou com criadores, técnicos e investidores em Angus durante o lançamento, que contou com a presença de personalidades ligadas à raça Angus, como o presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques; Reynaldo Tittof Salvador, Diretor do Programa Carne Angus Certificada; Fábio Medeiros, gerente nacional do Programa Carne Angus; Paulo Horto (proprietário da Programa Leilões) e Antônio Camardelli, presidente da ABIEC, assim como a imprensa especializada. A nova carne chega para o consumidor final em dez opções de cortes especiais. Seleção exclusiva Segundo Poliselli Junior, a VPJ Alimentos, referência na atuação de toda a cadeia produtiva no Brasil, fechou com sucesso sua participação na edição 2013 da Feicorte. “A Black Angus é derivada de uma seleção exclusiva de animais Angus pretos certificados e com o diferencial de um altíssimo nível de marmoreio”, definiu o criador e empresário paulista. Para agregar real valor à qualidade das carnes da nova marca, os produtos vêm “embalados para presente”, em uma apresentação sofisticada jamais vista no Brasil. Além das porteiras A VPJ Alimentos passou das porteiras de suas fazendas para o segmento alimentício em 2004, conduzindo ao mercado cortes selecionados procedentes da mais alta genética das raças Angus e ovinos Dorper, produzida pela empresa há mais de 20 anos. Com aprimoramento, desenvolveu ainda os mais rigorosos processos e critérios de qualidade e segurança alimentar em suas linhas de produção, além de uma moderna frota que atende clientes em todo o País. Angus@newS EXPOSIÇÕES Julho/Agosto de 2013 49 Angus Shop agora com La Victoria Fotos: Devanir Parra/Angus Isso mesmo. Na véspera da realização da Feicorte 2013, em junho deste ano, a Angus Brasil selou parceria com a rede de lojas da requintada marca La Victoria. Assim, a partir de agora a Angus Shop (a lojinha da Angus) passa a disponibilizar toda uma linha de produtos, especialmente de roupas e assessórios, com a marca Angus, produzidas por La Victoria. “Esta parceria estava caindo de maduro, especialmente pela identidade existente entre o ambiente da raça Angus e a grife La Victoria. São produtos especiais e totalmente voltados aos temas do campo”, observou a gerente da Angus Brasil, Juliana Brunelli. Segundo ela, os produtos com a marca Angus passam a ser comercializados na Angus Shop, presente junto ao estande Angus em todas as exposições nacionais da raça, assim como durante todo o ano nas lojas La Victoria em Porto Alegre, RS e em Buenos Aires, na Argentina. Para o proprietário de La Vitoria, empresário Ariel Cappielo, o acordo comercial com a Angus Brasil é altamente positivo. “Fomos procurados pelo diretor da Angus Brasil, Gustavo Goulart, com a intenção da parceria, o que nos deixou bastante satisfeitos”, relatou Ariel. “Para nós é uma grande honra poder atuar como parceiros da mais importante associação de gado de corte do Brasil”, declarou. Em Porto Alegre, a matriz de La Victoria está na rua Padre Chagas, 400 e as futuras lojas serão no Aeroporto Internacional Salgado Filho e no Shopping Praia de Belas. Em Buenos Aires no bairro Ricoleta, na rua Rodrigues Peña, 1528. DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA FEICORTE 2013 Grande Campeão Reservado Grande Campeão Terceiro Melhor Macho Grande Campeã Reservada Grande Campeã Terceira Melhor Fêmea GRANDE CAMPEÃO Nome: FSL 1068 FENÔMENO Tat: TE1068 Registro: O144233 Nasc: 18/12/2010 Idade: 912 Dias - 30 meses Peso: 1060 Pai: SAV HEAVY HITTER 6347 Mãe: TRES MARIAS 7216 HORNERO 6140 TE Criador: FSL ANGUS ITU LTDA. Expositor: ANTÔNIO MACIEL NETO Estabelecimento: FSL ANGUS ITÚ Cidade: ITÚ /SP RESERVADO GRANDE CAMPEÃO Nome: MAYA GALHARDO 180 TRAVELER 14 JUÁ Tat: 180 Registro: O145081 Nasc: 23/09/2010 Idade: 998 Dias - 33 meses Peso: 1010 Pai: SAV 8180 TRAVELER 004 Mãe: MAYA TNT 14 ANTÉIA JUÁ SB LUCKY Criador: ZULEIKA BORGES TORREALBA Expositor: ZULEIKA BORGES TORREALBA Estabelecimento: CABANHA DA MAYA Cidade: BAGÉ /RS 3º MELHOR MACHO Nome: FSL 1119 THOR Tat: TE1119 Registro: O146437 Nasc: 20/02/2011 Idade: 848 Dias - 28 meses Peso: 878 Pai: RED FINE LINE MULBERRY 26P Mãe: DELÍCIA DA FUMAÇA TE 172 Criador: FSL ANGUS ITU LTDA. Expositor: ANTÔNIO MACIEL NETO Estabelecimento: FSL ANGUS ITÚ Cidade: ITÚ /SP GRANDE CAMPEÃ Nome: LC TIFANI T1192 CANDOMBE Tat: T1192 Registro: O141994 Nasc: 04/05/2010 Idade: 1140 Dias - 38 meses Peso: 740 Est. Gest.: Prenha Pai: TRES MARIAS 7033 CANDOMBE 6164 TE Mãe: QUITELA 539 DA CORTICEIRA Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL Expositor: LUIZ A. CASSOL E MARCO ANTÔNIO VARGAS Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA Cidade: SÃO BORJA /RS RESERVADA GRANDE CAMPEÃ Nome: MAYA CAT 222 HELIODORA NOSTRADAMUS JANIS Tat: 222 Registro: O150788 Nasc: 01/08/2011 Idade: 686 Dias - 22 meses Est. Gest.: Prenha Peso: 640 Pai: CATANDUVA TE213 NOSTRADAMUS K.ROB TE12 Mãe: PWM JANIS Criador: ZULEIKA BORGES TORREALBA Expositor: ZULEIKA BORGES TORREALBA E FÁBIO GOMES Estabelecimento: CABANHA DA MAYA Cidade: BAGÉ /RS 3ª MELHOR FÊMEA Nome: LC UAFÉ TEIU266 MULBERRY Tat: TEIU266 Registro: O152445 Nasc: 20/11/2011 Idade: 575 Dias - 19 meses Est. Gest.: Prenha Peso: 509 Pai: RED FINE LINE MULBERRY 26P Mãe: TRES MARIAS 6556 QUEBRA 5494 TE Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL Expositor: LUIZ ANSELMO CASSOL Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA Cidade: SÃO BORJA /RS 50 Julho/Agosto de 2013 OPINIÃO Angus@newS Carne: Por que sempre os mesmos cortes? Quando de minha infância, (e olha que isso faz algum tempo) lembro que quase todas as noites após o jantar, minha querida mãe perguntava a nossa cozinheira: ‘’Maria, o que vamos fazer para o almoço amanhã?’’ A cozinheira coitada, já bem idosa, quase sempre repetia o mesmo cardápio. Mesmo sendo uma cozinheira de qualidade inigualável, pois até hoje sinto saudade dos bifes e das chuletas que ela preparava como ninguém, a repetição do cardápio por conveniência, facilidade ou até mesmo falta de criatividade, por mais saboroso que fosse, acabava por nos enjoar. Ficava, portanto, aquele dilema: sempre a repetição de saladas, o arroz, feijão, um acompanhamento e as carnes, a isso que me refiro, ‘’às carnes’’. de maior valor. Mas e os demais cortes? Sim, pois com filé, picanha, alcatra, maminha, entrecot, todo mundo tem atenção. Mas e as demais opções, quantas alternativas para se fazer um prato delicioso e quem sabe inédito temos, e a grande maioria dos consumidores, ou quase ninguém, usa Por Paulo Real e conhece no dia a dia? Claro Alves da Silva que se sabe que não se muda hábitos de consumo assim tão lém dos tradicionais facilmente. A correria da atuchurrascos dos finais alidade, acaba nos induzindo a de semana, onde ainda pegar na gôndola o que se está hoje temos costela, vazio, e pi- habituado, o que nos é conhecanha, durante a semana, bife cido, ou o que julgamos mais de alcatra, filé e chuleta? De fácil, mais saboroso. Também vez em quando um tatu com a facilidade do food service uma massa, (lembro da comi- hoje em dia faz com que não da da Maria e fico salivando, tenhamos de pensar muito, também lamentando pois ela apenas desfrutar da facilidafaleceu há quase 15 anos.) de. Por outro lado, também As constantes repetições por aumentam o número de conmelhor que sejam preparadas, sumidores que apreciam as acabam saturando. Agora du- reuniões de gastronomia entre rante minha atividade profis- amigos e familiares, o que cosional na indústria frigorífica, labora positivamente com as relacionei a questão dos cor- inovações. Nos programas das bonifites às lembranças da minha infância. Será que todo mundo cações das associações de raça, come sempre as mesmas coi- onde buscamos as produções sas? Será que a variabilidade de carnes de qualidade recoe opções de cortes no mercado nhecidamente superiores (caso da carne Angus certificada), é tão pequena assim? Em todos os programas os produtores têm as carcaças e produções, sempre tivemos de seus animais bonificadas de ter o máximo de cuidado pela gordura, idade, peso, ou e atenção com os chamados seja, pela qualidade geral da cortes nobres, obviamente os carcaça, que é composta por A é o “coração da paleta”, uma carne macia de muita suculência, com aroma e sabor diferenciados. A “capa da pá da paleta”, “assado del carnicero - corte de exportação para o mercado chileno - carnicero em espanhol é açougueiro - e ninguém melhor que o profissional do açougue para escolher um assado, então imaginem o dele. Mas por certo não é à toa que quando vamos ao açougue, pedimos ao nosso açougueiro de confiança aquele corte que uma gama de oportunidades estava reservado para ele mesde cortes desconhecidos de mo. Falo isso com propriedaboa parte dos consumidores. de, pois tive açougue durante Por que então continuarmos dez anos, e a relação de fidea sobrecarregar os ditos cor- lidade e confiabilidade é forte tes nobres? São mesmo esses e interessante. Esse corte é os cortes nobres? Por que não muito apreciado na região Sul valorizarmos os demais, equi- pelos consumidores de cordeilibrando as coisas? Mas afinal, ro (aquela porção atrás da pá quais são os cortes nobres? da paleta (escápula) e que no Depende: Talvez para um bovino é pouco valorizada e gaúcho devido à influência dos utilizada. países vizinhos - Uruguai e Argentina - seja um “assado de Cardápio granito do peito”, de um Anrepetido gus 2-4 dentes, que depois ainda vai parar no feijão prepara“Bife da raquete” ou “gado no outro dia, e que saboroso nhadora” – “peixinho” – “osso feijão podemos fazer com esse buço de mano” - e tantas ougranito ...Ou talvez quem con- tras opções que temos e que, siga obter em outros pontos de por desconhecimento, falta Porto Alegre, ou São Paulo, de hábito ou mesmo convenas churrascarias, um “short niência, acabamos por fazer ribs”, corte do acém com osso, o mesmo corte sempre, como que grelhado, com marmoreio a cozinheira de minha infâne preparo adequado, tem um cia, Maria, que sem grandes sabor ímpar, aliando maciez, inspirações, repetia o mesmo suculência. cardápio delicioso, mas que por quarenta anos seguidos Próximas do osso não teve quem agüentasse. É o tal do ‘’hábito de consumo’’ Do sabor diferenciado da e mesmo não sendo fácil tamcarne próxima ao osso, isso bém pode sofrer mudanças. nem vamos mais falar. Já está Nos dias de hoje em novos consagrado. Esse corte do desafios profissionais, contidianteiro possui todos esses nuo focado na questão da renatributos e pouca gente teve tabilidade e diversificação dos a oportunidade de apreciar. A cortes, e na qualidade acima própria “costelinha do diantei- de tudo. Com escalas menoro”, que preparada na parilla res, temos tido a oportunidade é saborosíssima. Outra opção de escolher os fornecedores. Estou positivamente impressionado com a qualidade dos animais abatidos na unidade onde tenho atuado, quase a totalidade definidos de raças britânicas, sobretudo Angus. Animais de qualidade, bom acabamento, matéria prima que qualquer profissional do ramo gostaria de ter na sua unidade fabril. Hoje em dia também as redes de supermercados e lojas especializadas, buscam e se focam nas carnes diferenciadas, com marca, origem, e nome. Temos portanto com as carnes “do Sul” plenas condições de satisfazer essas questões... Os consumidores querem saber quem produz aquela carne, de onde veio o bife que os seus filhos estão consumindo, mais do que isso, de que raça é o boi? Como foi alimentado? Com que idade foi abatido, e de que forma? As práticas do bem estar animal, foram aplicadas? Os animais foram tratados com dignidade? Os tempos são de mudança e quem sabe não mudamos também o cardápio? Que me perdoe a cozinheira Maria, mas não devemos experimentar outras alternativas, outros cortes, outras formas de preparo? Que me desculpem os consumidores de picanha, vazio, filé e alcatra, nos quais eu me incluo, e que todo mundo reconhece como excelentes opções, mas sempre eles? Que tal uma alternativa dos cortes do dianteiro de um Angus para a próxima reunião com a família e os amigos? O boi nos dá muitas opções. Não devemos esquecer disso. Basta nos interessarmos e conhecer melhor e dar chance a cortes não tão conhecidos. Então, um brinde e bom apetite! Médico Veterinário, produtor rural e Profissional da indústria frigorífica Angus@newS PARCEIROS Julho/Agosto de 2013 51 Selecionar para produzir carne de qualidade Por Marcelo Maronna Dias C onsiderando que o rebanho bovino brasileiro ultrapassa os 190 milhões de cabeças e o Rio Grande do Sul representa ± 6% deste, ficando na última década ao redor de 12.000.000 de bovinos, podemos constatar que precisamos diferenciação pela qualidade e uniformidade da carne que temos condições de produzir e não pela quantidade. Historicamente, nosso estado caracteriza-se por um modelo de criação extensivo, com baixos índices de produtividade e rentabilidade tendo como base forrageira, o campo nativo. Este quadro tem sido agravado pelos constantes aumentos nos custos dos insumos de produção e pela variabilidade nos preços do gado que aliados a variações climáticas estacionais refletem diretamente na produção. Neste contexto, a agricultura tem avançado sobre áre- as que eram exploradas por campo nativo expostas a altas pecuária fazendo com que esta cargas animais e querendo que atividade torne-se mais com- as tecnologias como IATF e petitiva. Para isto, a pecuária touros melhoradores façam precisa ser mais rentável es- milagres. Neste contexto, de colhendo um modelo de cria- vários rebanhos caminhando ção que com o uso de tecno- ano após ano na direção oposlogias atinja os objetivos. Um ta de produzir um bom terexemplo disto está no gado de neiro por vaca por ano, cabe cria onde nestes últimos anos perguntar: temos condições de o preço do terneiro tem sido estabelecer e discutir programas de seleção em bovinos? bem remunerado. No entanto, a pecuária de Será que não estamos colocria do Rio Grande do Sul, cando o carro na frente dos apresenta um ponto crítico bois quando queremos discutir bem estabelecido relacionado a vaca ideal, ou mesmo falar ao pós-parto de nossas vacas que mostram uma grande dificul- Na genética, temos hoje o dade de repetir que de melhor existe para cria. Isto foi tema de debate em vá- os nossos rebanhos, mas rios encontros, dias de campo, nem todos aproveitam workshops com pesquisadores, técnicos e pro- de raça ou tipo de touros que dutores que procuram discutir vamos utilizar? Nos dias de hoje, em termos e resolver as questões relacionadas com uma natalidade en- de genética, não restam dúvitre 50 e 60% e taxas baixís- das que temos o que de melhor simas de repetição de cria em existe para usar em nossos reprimíparas elevando o número banhos. No entanto, será que de vacas solteiras nos reba- estamos selecionando nossas vacas por performance ou por nhos por erros de manejo. Desta forma, conclui-se sobrevivência? Pergunto isto que muito pouco mudou nos pelo fato de que em muitos sistemas de criações nos últi- rebanhos as vacas são submemos anos, no que diz respeito tidas a condições mínimas de ao manejo nutricional e mine- produção. Evidentemente que ral, deixando nossas vacas a existem muitos produtores que já ultrapassaram estas barreiras, sendo referência e fazendo um trabalho diferenciado nos programas de seleção colhendo bons frutos por isso. Comercialmente falando, para produzir carne de qualidade, precisa-se ter uniformidade e padronização. Temos que considerar a vaca ou a novilha que vamos inseminar e numa segunda etapa, não menos importante, dar condições para que ela desmame um bom terneiro. Este poderá tornar-se um novilho de qualidade com precocidade, peso e rendimento de carcaça ou mesmo uma fêmea de reposição para o rebanho. Neste momento, em minha opinião, o desempenho fala mais alto que o tipo onde os DEP’s para peso ao nascer, desmame, peso ao ano e leite das mães assumem relevância visando o produto final. Talvez, neste ponto, resida uma grande discussão entre performance e tipo, pois para produzir carne de qualidade não precisamos estar focados se um touro A ou B terá uma progênie com uma cabeça bonita ou uma colocação correta de orelhas visando uma pista de julgamento. Não quero dizer com isto que fenótipo deva ser desprezado, mas quando os animais são selecionados pelos DEP’S de progênie para produção de carne e são oriundos de linhagens genéticas indiscutíveis, aparecem animais capazes de figurar nas pistas de julgamento mais importantes do mundo. Sob este aspecto, este ano no Brasil tive o prazer de ver filhos de Traveler 004 serem campeões em três exposições importantes. Recentemente fui ao Beef Tour da CRI nos Estados Unidos e vi rebanhos onde a seleção é baseada em números, no entanto, aparecem animais com performance e tipo como o caso do consagrado e premiadíssimo Bismarck ao lado de produtos de Angus Valley, Cinch e Resources dando continuidade aos programas de seleção. Em Palermo, Buenos Aires encontrei filhos e filhas de touros americanos grande campeões acasalados com vacas argentinas. Concluindo, precisamos emprenhar as vacas, para produzir carne de qualidade e encontrar um caminho para os programas de seleção onde vamos produzir touros melhoradores para nossos rebanhos. Méd. veterinário – Supervisor da CRI Genética Brasil para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina 52 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS OPINIÃO Por que devemos apostar em carne de qualidade? Eu acompanho, estudo e me interesso por marketing de carne bovina há mais de 10 anos. Tenho um grande arquivo de materiais sobre marketing de carne de todo o mundo e tenho participado ativamente de eventos nos últimos anos. Eu acredito muito que a pecuária precisa pensar mais em marketing, inclusive de uma forma mais ampla. Precisamos contar nossa história. Precisamos relembrar nossos clientes que carne é saúde e que faz parte de uma dieta saudável. Precisamos trabalhar em inovação e na criação de novos produtos. Por Miguel da Rocha Cavalcanti O primeiro motivo do porque devemos apostar em carne de qualidade é a concorrência. Carne bovina é mais cara. Isso já é verdade há bastante tempo e vai continuar assim. É provável que fique proporcionalmente mais cara daqui em diante. O frango se especializou em transformar milho e soja em proteína animal de baixo custo. A indústria de aquacultura está rapidamente se profissionalizando e crescendo. Para cada 2 kg de carne bovina, ovina, suína e de frango consumidos no mundo, há 1 kg de peixe sendo consumido. Ou seja, 33% de toda carne consumida no mundo é peixe, e temos nos esquecido desse importante concorrente. Temos muito volume de carne mais barata que o boi. A briga da carne barata já perdemos. Mas a briga do sabor e da experiência de consumo estamos ganhando há décadas e podemos ganhar ainda mais. Eu mostro uma foto de um belíssimo steak, e todo mundo fica com água na boca. Ninguém no mundo deixa uma carne de alta qualidade de lado e escolhe um prato com frango. Enquanto frango significa preço baixo, boi representa o sabor. Produzir boi é caro, difícil e demorado. Falamos pouco nisso no Brasil, pois somos muito bons em produzir gado de corte. Muitos outros países estão diminuindo sua produção de bovinos de corte por não ter os mesmos recursos e a mesma eficiência que o Brasil. Outros países já descobriram que custa muito dinheiro, tempo e esforço produzir carne bovina. Como podemos ganhar dinheiro produzindo algo caro? A resposta está em vender qualidade, sabor e experiência. O consumidor prefere carne. Quando pode escolher, quando tem dinheiro no bolso, quando quer comemorar, a escolha é sempre carne bovina. Outro ponto positivo para o Brasil é que o preço alto se origina da escassez. Quanto mais os outros países acharem difícil produzir boi, melhor para nós. Países como China e Rússia tentam ser auto-suficientes em produção de carnes. É provável que vão conseguir com frango e suíno. Apesar de não ser impossível, vai ser muito, mas muito difícil se tornarem auto-suficientes em carne bovina. Não faz sentido em relação a recursos necessários como área e água. A primeira pergunta que aparece quando se mostra essa tendência é: tem mercado para isso? A resposta é sim. E melhor do que isso, um mercado crescente. O incremento de renda dos países emergentes não aumenta apenas a classe média. Aumenta também as classes A e B. Na China, o mercado de luxo será de US$ 27 bilhões em 2015. No Brasil, espera-se que o mercado de luxo cresça 25% esse ano. Em 2005, havia 26 milhões de brasileiros nas classes A e B. Em 2010, eram mais de 42 milhões de pessoas. Ou seja, tem muito mais gente consumindo mais e melhor. A classe A e B consome mais, e principalmente consome melhor. Quer qualidade, quer sabor, quer experiência de consumo. Além disso, donos de lojas de carnes especiais contam que vendem carne por R$ 30-40/kg para consumidores da classe C. Em ocasiões especiais, todo mundo quer comer uma carne realmente especial. Outros produtos já descobriram esse mercado que preza pela qualidade e sabor. Sou um apreciador de melão, e acho muito frustrante provar um melão sem gosto, sem doce, parecido com um isopor. Um produtor resolveu tratar esse mercado de forma diferente. Criou uma embalagem diferente (e simples), uma redinha. Colocou um nome, uma marca. E colou um adesivo garantindo que o melão era doce e saboroso. Esse melão é bem mais caro que um melão “comum”, pelo menos R$ 1 a mais por quilo, num produto que custa menos de R$ 5/kg. Ou seja, um sobre-preço de 20% ou mais. O mais incrível é que esse melão é vendido nos mais diversos locais. No varejo de luxo da cidade de São Paulo, que está acostumado a encontrar produtos especiais. Também pode ser encontrado num pequeno supermercado na cidade de São Miguel do Araguaia, no norte de Goiás, onde minha família tem propriedade. Ou seja, mesmo em cidades pequenas no interior do Brasil tem mercado para qualidade, para produtos premium. Outro ponto interessante é que muita gente considera essa idéia nova. Mas já é bem antiga. Em 1978, há 34 anos, a associação de criadores de Angus dos EUA criou uma marca de carne, a Certified Angus Beef. É a principal marca de carne bovina daquele país, um exemplo de sucesso e uma inspiração para inúmeros outros projetos de marcas de carne bovina de outras raças e de outros produtores. É importante lembrar que a qualidade vai sair cada vez mais de dentro da fazenda. O frigorífico pode manter a qualidade. Mas é impossível (ou quase) fazer uma carne boa com um boi ruim. O contrário (boi bom virar carne ruim) é possível. Ou seja, se você tem vergonha do que faz dentro da sua fazenda, isso vai ser cada vez mais um problema. Se você tem orgulho, isso cada vez mais será uma oportunidade para ganhar mais, além da eficiência produtiva. Existem inúmeras marcas de luxo. Na grande maioria são luxos da cidade. Precisamos desenvolver os luxos do campo. Há um enorme mercado para isso. Mas será preciso vontade, coragem e pró-atividade. Ninguém virá pedir ou garantir alguma coisa. Será preciso arriscar. Podemos criar marcas e produtos de luxo do campo que entreguem sabor, confiança e orgulho de ser do agro, de ser do campo. O BeefPoint sempre viagens internacionais de estudo, desde 2002. Fomos visitar fazendas e a congressos nos EUA e na Europa. Estivemos também na Austrália, em viagem técnica. Em todas essas oportunidades, fica muito claro que há muita, muita coisa boa acontecendo no Brasil, que pode ser mostrado com orgulho para o mundo. E fica claro também que podemos mais, que podemos avançar muito mais. O Brasil, em pecuária, é o grande destaque mundial, que mais pode avançar, em todos os segmentos. Para finalizar, gostaria de deixar como reflexão, uma frase do grande pensador da administração Peter Drucker: “Para ter um negócio de sucesso, alguém, algum dia, teve que tomar uma atitude de coragem”. CEO do site BeefPoint Para ganhar dinheiro com carne, precisamos vender qualidade, sabor e experiência 54 Julho/Agosto de 2013 PARCEIROS Angus@newS O que temos em mãos para o controle do carrapato? Por Octaviano Pereira Neto S em dúvida esta é uma das principais questões que afligem os pecuaristas e profissionais que manejam raças taurinas em regiões tropicais e subtropicais. O primeiro carrapaticida usado foi o arsênico diluído em água, preparado por um fazendeiro australiano em 1896 (Martins e Furlong, 2005). A técnica acabou adotada pelo demais produtores daquele país e disseminada através do mundo, mas, infelizmente, já em 1937 foram detectadas populações de carrapatos resistentes aquele princípio ativo. Desde então foram descobertas dezenas de outras moléculas para este mesmo fim, oriundas de diferente grupos químicos, tais como, os organoclorados (DDT e BHC), organofosforados (diazinon, ethion, clorpirifós, etc...), piretróides sintéticos (deltrametrina, cipermetrina, flumetrina, permetrina, etc...), amidinas (amitraz) e fenilpirazoles (fipronil), bem como, as lactonas Outro grupo importante são as benzoil fenil uréias (fluazuron), que atua difere aos produtos de contato (neurotóxicos) devido ao seu mecanismo de ação que inibe a formação da cutícula de revestimento externo do carrapato (sua carapaça), deixando mole e impedindo que atinja a fase adulta. São os chamados Inibidores do Crescimento de Ácaros, no qual o Acatak® Pour on é o principal representante deste grupo. Hoje, há 243 marcas comacrocíclinas, que são vermí- merciais registradas no MAPA fugos, mas auxiliam no con- para o controle do carrapato trole do carrapato (ivermecti- (SINDAN-CPVS, 2013), com na, abamectina, doramectina, diferentes princípios ativos. O moxidectina e eprinomectina). insucesso neste processo deO que essas moléculas têm corre basicamente dos erros em comum? Todas afetam o no uso dos produtos ou, ainda, sistema nervoso do parasito, aos problemas de eficácia das agindo em receptores diferen- moléculas, fruto da seleção de tes, provocando a paralisia ou a estirpes de carrapatos resishiperexcitação nervosa e fazen- tentes ao longo do tempo. Programas de controle pado com que o carrapato morra rasitário devem ser encarados e se despreenda do animal. como prioridades nas fazendas, pois os prejuízos são muito evidentes. Busque produtos confiáveis e tome cuidado com a toxicidade dos compostos, frente às diferentes categorias (gestantes, animais jovens, etc..). O biocarrapaticidograma (ou o teste de imersão de carrapatos adultos) oferece informações relevantes sobre a eficácia das moléculas frente à população de carrapatos de sua fazenda. É uma ferramenta para a tomada de decisão dos programas de controle. Consulte o seu veterinário. Méd. Vet., Mestre em Zootecnia Gerente Técnico – Bovinos, Novartis Saúde Animal Ltda. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do conteúdo desta publicação sem a autorização da Novartis Saúde Animal As referências citadas estão à disposição dos interessados – [email protected] Angus@newS INFORME Julho/Agosto de 2013 55 RS tem projeto de rastreabilidade O s trâmites para o início efetivo de um processo de rastreabilidade bovina no Rio Grande do Sul dependem da aprovação do Projeto de Lei que será encaminhado à Assembléia Legislativa gaúcha após o recesso parlamentar. “Se aprovado, será dado início ao processo de licitação para a compra dos materiais de identificação dos animais”, informa a coordenadora da Câmara Setorial da Carne, Ana Isabel Suñé, que a seguir faz um breve relato a respeito do assunto. Segundo ela, o Sistema Estadual de Identificação e Registro visa a implantação da identificação, de forma escalonada por geração nascida, através da utilização de brinco e botton com dispositivo eletrônico. Portanto, animais nascidos a partir de 01.01.2014 deverão ser identificados e registrados na base de dados até 6 meses de idade ou anteriormente a primeira movimentação. O objetivo é identificar 100% do rebanho do RS de forma gradual. Os brincos e chips serão custeados pelo governo estadual, distribuídos aos produtores pelos Correios e o sistema será sustentado mediante uma lei a ser aprovada na Assembleia Legislativa. De acordo com a Dra. Suñe, a nossa Lei de Defesa Sanitária Estadual prevê sistemas de identificação, mas a uma preocupação de que isso seja um programa de Estado e não de governo. “Os objetivos que traçamos estão relacionados à melhoria do controle sanitário, de enfermidades e movimentação, do acesso a mercados exigentes, da qualificação das informações populacionais, da redução da clandestinidade e abigeato, além de ser um excelente instrumento disponibilizado para melhoria da gestão da propriedade”, aponta a dirigente. Valorização da carne Todas essas razões convergem para a valorização da carne gaúcha, dado seus atributos diferenciais, como ampla predominância de raças de origem européia e ambiente sustentável e único. “Com isso, o referido projeto foi construído em um ambiente de diálogo, no âmbito da Câmara Setorial da Carne, reinstalada em meados de 2011, onde a Associação Brasileira de Angus foi uma das protagonistas, participando da construção não somente deste sistema, mas também de outros projetos focados no aumento da produtividade, na definição de medidas voltadas ao aumento da oferta em escala e constância, no melhor aproveitamento do potencial dos ecossistemas gaúchos, e na agregação de valor à Carne Gaúcha através de um programa de marketing voltado à qualidade da carne, preservação cultural e valorização da história”, define ela. Para Ana Suñe, o primeiro passo para a manutenção da qualidade superior da carne é a integração da cadeia produtiva para garantir a abrangência ampla deste produto. E a integração da cadeia reporta-se, de forma preliminar, à consolidação das informações básicas, através da identificação individual dos rebanhos, que agreguem informações relacionados aos indivíduos, sistemas de produção, raças, marcas e indicações geográficas reconhecidas, notadamente valorizadas pelo consumidor. “Isso, num segundo momento, servirá de base para avanços no melhoramento genético propriamente dito, como por exemplo avaliação genótipoambiente e marcadores moleculares, informa a coordenadora. . Passado o recesso da Assembléia Legislativa será protocolado o projeto de lei. Se for aprovado pelos deputados se dará início ao processo de licitação para compra dos elementos de identificação, conclui. ANGUS MOTOR Jimny: o versátil jipinho da Suzuki Versátil, robusto, leve, compacto e também charmoso, o Jimny é um 4x4 de personalidade e preparado para encarar diferentes tipos de terrenos. São 43 anos de sucesso, em 188 países, e mais de 2,5 milhões de unidades comercializadas no mundo, e agora produzido no Brasil. É uma pedida para deslocamentos e serviços rápidos na fazenda ou idas estratégicas à cidade. “Em um momento histórico para a Suzuki no Brasil, o Jimny é o primeiro veículo da marca com produção local”, comenta Luiz Rosenfeld, presidente da Suzuki Veículos do Brasil. O modelo 2013 traz frente com maior volume, scoop no capô e os desenhos do parachoque, rodas de liga leve 15´´, para-lama e grade dianteira que deixam o visual do carro ainda mais off-road e robusto. Leve e fácil de dirigir (tem direção hidráulica progressiva) em qualquer terreno, este 4x4 de personalidade única está disponível em várias versões. Confira. Na cidade, no campo, no trabalho ou para quem gosta de encarar uma trilha off-road, ele é o parceiro ideal. Possui motor em alumínio, movido a gasolina, 1.3L (DOHC), com 16 válvulas, 85 cavalos de potência a 6.000 rpm com torque máximo de 110 Km a 4.100 rpm e transmissão manual de cinco marchas. A tecnologia do comando de válvulas variável (VVT) otimiza o torque para todas as faixas de rotação. Em conjunto com a injeção eletrônica multpoint sequencial, o sistema garante otimização do consumo de combustível e baixa emissão de poluentes. A Tração 4x4 off road com reduzida contempla um moderno sistema de roda livre pneumática com caixa de transferência sincronizada e gerenciamento eletrônico, assim é possível fazer a mudança de tração com apenas um toque no controle do painel. O que torna possível optar entre os modos 2WD para uso urbano com tração traseira, 4WD com tração nas quatro rodas e 4WDL que dobra o torque e permite enfrentar diversos obstáculos off-road com tração 4x4 com reduzida. Por meio do sincronizador da caixa de transferência é possível realizar mudanças entre os mo- dos 2WD e 4WD em velocidades de até 100 km/h. E a suspensão, com eixos rígidos trilink e molas helicoidais, garantem reduzido custo de manutenção e aumentam a longevidade do Jimny. Pode vir equipado com pneus MUD (dealer option) para melhor aderência na lama e com engates traseiro e dianteiro para facilitar a manobra de carretas. 56 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS INTERNACIONAL 127ª ExpoPalermo na Argentina Grande Campeão C erca de 400 animais da raça Angus foram á pista da principal exposição argentina, a 127º ExpoPalermo – Exposição Internacional de Pecuária, Agricultura e Industrial do distrito de igual nome de Buenos Aires. O jurado argentino e também criador Maurício Groppo esteve à frente dos julgamentos, escolhendo como grande campeão o Touro Três Marias Federal, do criador Horácio Francisco Gutierrez (Cabanha Três Marias, Argentina), em parceria com Marcio Sudati Rodrigues, Reno Paulo Kunz e Solução Genética. Nas fêmeas, a grande campeã foi Volcan Zelda 4390, da Cabanha Los Lazos SA, Argentina. A fêmea de tatuagem 416, de propriedade de Oscar M. Busquet e Hijo S.A, foi considerada a Reservada de Grande Campeã de Palermo. O reprodutor tatuagem 232, de pro- priedade de Curaco S.A, foi o Reservado de Grande Campeão entre os machos. O Terceiro Melhor Macho foi para o touro de tatuagem 2999, da Delfinagro S.A, enquanto a Terceira Melhor Fêmea foi a matriz de tatuagem nº 19, da proprietária Silvia Maria Fuentes. Na verdade, o jurado Groppo teve muito trabalho para escolher os melhores animais. No caso das fêmeas, a vencedora foi escolhida de uma base de 280 animais inscritos. Entre os criadores brasileiros, o melhor resultado foi da fêmea TM 9411, exposta por Corticeira, Reconquista, Rincón Del Sarandy e Terra Costa, chegando a reservada campeão vaquilhona intermédia (a reservada da fêmea tornou-se Grande Campeã). A vaquilhona havia sido adquirida no Remate Três Marias 2011 no sistema de eleição, escolhida pela Assessoria Agropecuária em 2012, relembra o técnico Fernando Velloso. Para o técnico da Associação Brasileira de Angus, Flávio Alves, a ExpoPalermo é um evento de referência para os criadores da raça. “A Argentina consegue juntar qualidade e quantidade, o que é muito difícil. Além disso, pude notar que podemos falar de globalização da raça Angus, pois por coincidência tanto o Grande Campeão quanto a Grande Campeã são filhos de pais americanos. Esta é uma grande mostra de Grande Campeã que a Angus é uma raça global”, afirma Alves. Para o diretor da Solução Genética, Luis Felipe Cassol, co-proprietário do touro grande campeão “foi o resultado de anos de criteriosa seleção e estudo de acasalamentos de sucesso”. Vendas foram excelentes Se na concorrência nos julgamentos de classificação o Angus já mostrou sua força, confirmou nas pistas de remate. Segundo levantamento do criador Jean Pierre Machado, proprietário da Cabanha Santa Reservado Grande Campeão Isabel, de Rio Grande, a média dos 41 machos comercializados chegou a R$ 18,3 mil, o que representa média 53% superior à de 2012. Nas fêmeas, o valor médio foi de R$ 13,1 mil. O maior preço foi para o box 170, de Terra Garba, vendidos 50% por 170 mil pesos, ou seja, R$ 70,3 mil, para a parceria La Rubeta, Ajea Rullan, Agrociam e Genética Global. O segundo maior valor foi para o Angus vermelho de Raúl Zanguitu, box 132, vendido por R$ 62,4 mil para Julián Pizzolani, Ciiado e Sigman. Reservada Grande Campeã Angus@newS INTERNACIONAL Julho/Agosto de 2013 57 Um dia na Cabanha Tres Marias embriões. Entre diversas matrizes conhecidas dos criadores, estavam “Areia” (Bi-Grande Campeã de Palermo), “Fenômena” (Mãe de Naco) e Clones da matriz “Tres Marias 4850” (mãe de Zorzal), “Jefa”, “Baronesa” e “Morocha”. U m grupo de cerca de 35 brasileiros participou este ano do já tradicional Dia de Campo da Cabanha Tres Marias, em 9 de julho, na Argentina. Anualmente a seleta e premiadíssima cabanha, famosa por sua seleção de gado Angus, recebe criadores interessados em conhecer o trabalho da cabanha e também usuários da genética Tres Marias via inseminação artificial, além de técnicos e interessados na aquisição de doadoras de embriões. Organizado conjuntamente pela central Solução Genética e Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas Rocha, na visita deste ano foram apresentados e revisados os seguintes lotes: - Doadoras Foi apresentado o grupo de doadoras do programa de - Touros O grupo de aproximadamente 200 reprodutores PO e PC que estão em preparo para o remate anual - Palermo 2013 Foram apresentados todos os animais que a Tres Marias levou à Exposição de Palermo 2013. Chamou a atenção dos presentes que vários exemplares são produtos de doadoras vendidas para cabanhas brasileiras nos últimos anos. Como exemplo pode-se citar “Alalumina” e “Cabure” de uma doadora da Cabanha Maufer e uma filha de “Morocha”, de propriedade da Casa Branca Agropastoril. Entre os machos, o grande destaque foi “Federal”, irmão inteiro de “Areia” e propriedade de um condomínio de brasileiros (Solução Genética, Márcio Sudati Rodrigues e Reno Paulo Kunz). Este animal veio a se tornar o Grande Campeão da ExpoPalermo 2013. - Terneiras e novilhas As fêmeas integrantes do remate de elite 2013 foram revisadas e entre os destaques estavam cinco irmãs inteiras de “Areia” e diversas filhas de “Heavy Hitter”, “Cumbiero”, “Candelero” e “Mulberry”. Impressionaram a padronização e uniformidade destes lotes. Jornada no Uruguai discute seleção Entre 21 e 22 de Junho, realizou-se no departamento de Cerro Largo, Uruguai, a IV Jornada de Seleção de Gado de Corte, organizado pela Sociedade de Criadores de Aberdeen Angus do Uruguai, em conjunto com a Comissão de Angus Jovem. O objetivo é de divulgar fundamentos e prática da seleção e avaliação de gado de corte. O produtor deve ser capaz de valorizar as características de importância econômica, que diferenciam os animais entre si e possam tomar decisões e escolher os indivíduos mais aptos a uma eficiente produção de carne. No primeiro dia da jornada, cerca de 70 participantes participaram de um debate sobre as Origens da raça Angus, por Maximiliano Gonzalez, Guillermo Garrone e Armando Calderini, integrantes da Co- missão de Jovens. Em seguida, o engenheiro agrônomo Mario Lema, do Instituto Nacional de Investigação Agropecuária (Inta), realizou palestra sobre a Diferença Esperada na Progênie – DEP. A parte da manhã foi encerrada pelo jurado de Palermo, 2013, Mauricio Groppo, que discorreu sobre seleção de reprodutores machos e fêmeas. À tarde, entre outros te- mas, o técnico do Instituto Nacional de Carnes, Ricardo Robaina falou sobre valor diferencial: Qualidade da Carne Bovina e seus cortes. Em seguida, Pablo Marinho destacou a avaliação da aptidão reprodutiva de touros. Ricardo Palma encerrou a tarde falando sobre a Importância Econômica da Seleção Genética. No segundo dia da Jornada, na Cabanha Los Macachi- nes, pertencente à Sociedad Ganadera El Yunque, Mauricio Groppo explicou de forma detalhada as características positivas e os defeitos que podem ser encontrados nos animais. Em visita aos locais onde estavam os reprodutores, o grupo conheceu os animais em preparo para participação na ExpoPrado. Na oportunidade, Groppo qualificou os reprodutores e destacou as suas virtudes buscadas em machos e fêmeas na hora de realizar a seleção. Segundo os organizadores, a presença forte da raça Angus no interior uruguaio ficou evidente nesta jornada. A Sociedade de Criadores, com o forte protagonismo da Comissão de Angus Jovem, continuará pelo caminho de fornecer suporte para o melhoramento da pecuária uruguaia, para oferecer produtos de qualidade com demanda mundial. 58 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS OPINIÃO A revolução Angus na Rússia continua – parte final Por Stefan S. Schneider C omo vimos em artigo que publicamos na edição Julho/Agosto do Angus@ newS em 2012, a raça Angus está fazendo uma revolução na pecuária russa desde o ano 2009. Os Estados Unidos têm realizado exportações regulares e sucessivas de reprodutores para a Rússia. Vale à pena enfatizar que não se trata de animais para abate, mas fêmeas e machos PO para reprodução. Apenas no Estado de Montana, por exemplo, 44 criadores já comercializaram animais e os negócios já ultrapassaram US$ 20 milhões. As importações russas de novi- lhas e touros americanos já foi notícia inclusive no The New York Times, que destacou que, mesmo numa época em que sêmen e embriões congelados são exportados pelos Estados Unidos para o mundo inteiro, a Rússia prefere animais vivos. O motivo seria uma corrida para aumentar os plantéis o mais rápido possível. A raça Angus conquistou até Vladimir Putin, o ex-agente da KGB e atual presidente da Rússia. Ele adquiriu no ano passado 40 novilhas Angus norte-americanas em Montana. Durante o regime comunista, os últimos rebanhos de raças bovinas de carne foram eliminados na União Soviética na década de 1930 logo após o ditador Stalin assumir o governo. Dos anos 1930 aos anos 1990, a carne vermelha consumida passou a ser de bovinos de raças de leite com mais de 7 anos de idade. Com o fim do comunismo, a popu- lação começou gradativamente a comer cortes de melhor qualidade. Atualmente, cada cidadão russo consome por ano, em média, 17 Kg de carne bovina. Isso equivale à metade do consumo anual de um cidadão americano. A Rússia dos dias de hoje gasta US$ 3 bilhões por ano em importações de carne vermelha e é o país que mais importa carne bovina no mundo. Mas, o setor privado russo e o governo de Vladimir Putin querem mudar isso. Putin quer que até o ano 2020 a Rússia seja capaz de produzir 85% de toda a carne bovina que o mercado do país consome. Conforme estatísticas da U.S. Meat Export Federation, isso restringirá principalmente as vendas das seguintes empresas: Tyson Foods, Brasil Foods, Cargill e JBS. Com relação à quantidade, a carne brasileira será a mais prejudicada, já que o Brasil é o maior fornecedor de proteína vermelha para a Rússia. Em termos de reprodutores e animais para abate, o maior fornecedor ao mercado russo no momento é a Miratorg. Formada em 1995 como uma empresa importadora de carnes, ela recebeu recentemente o equivalente a US$ 800 milhões do governo russo para disponibilizar ao mercado anualmente a partir de 2014 um total de 104 mil touros de raças britânicas e 30 mil toneladas de carne desossada. No total, essa e outras empresas do setor estão fazendo importações sucessivas de novilhas e touros, principalmente Angus, dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália. De acordo com a American Angus Association, existe um carregamento semanal de reprodutores Angus com um Boeing 747 cargueiro que decola do aeroporto internacional de Chicago, no centro-norte do país, e outro carregamento semanal em navios que partem de Por- tland, no Estado do Maine. O sistema comunista soviético que terminou nos anos 1990 permitiu que uma elite – dessa vez em termos econômicos ao invés de políticos – se formasse na Rússia. Moscou tem hoje uma das maiores concentrações de bilionários no planeta. Em termos de restaurantes, foram abertas em Moscou 30 novas churrascarias nos últimos 5 anos. Conforme a federação russa de restaurateurs e hoteliers, elas são destinadas às classes altas, as quais tiveram suas rendas triplicadas desde 2004. Essas churrascarias oferecem carnes nobres de três países: Estados Unidos, Canadá e Austrália. Já a carne brasileira e de outros países pode ser encontrada basicamente em supermercados e açougues. Selecionador de Angus/correspondente internacional, atualmente com residência na ilha de Manhattan, nos Estados Unidos. A mudança no padrão racial e sua valorização pelo mercado e pelo produtor maior problema, pois fez com que os olhos do restante do Brasil se voltassem para o Rio Grande, visto que somos o único Estado brasileiro capaz de produzir a carne com qualidade idêntica à produzida no Uruguai e na ArgenPor Mário tina, países já reconhecidos Macedo pela qualidade de sua carne. O que ocorreu a seguir foi Do ano 2000 para cá, houve uma profunda mu- o despertar dos importadodança, forçada pelo mer- res de gado em pé, libaneses, cado e incentivada pela in- árabes, etc., para a compra dústria, no padrão racial do de terneiros para exportação gado, especialmente no Sul via navios. Após verificarem a do Brasil. Para alguns, um qualidade de nossos animais problema. Mas para outros, que viajavam muitas vezes uma solução. Apesar de ser juntos a cargas do Uruguai, impulsionada, na época, pelo completando navios, passaFrigorífico Mercosul, a pri- ram a comprar animais mais meira indústria brasileira a velhos, chegando a carregar produzir “carne de qualida- até bois de três anos e anide” através de parcerias com mais inteiros, inclusive com mais idade, atingindo uma associações de raças. Talvez aos frigorífi- média superior a um navio cos gaúchos tenha causado por mês. Posteriormente o Brasil Central também vislumbrou o potencial do produto gaúcho, passando a abastecer seus confinamentos com animais de padrão britânico rio-grandense, chegando a saída de terneiros e bois de até quatro dentes, atualmente, a mais de mil animais por mês. Tal circunstância causou aos frigoríficos gaúchos a redução no volume de animais disponíveis para abate. Apesar da melhora substancial da qualidade dos animais produzidos, pelo fato dos navios pagarem um preço superior à capacidade dos frigoríficos e o centro do Brasil, mais precisamente o estado de São Paulo, cuja capital é o melhor mercado para carne de qualidade no mundo, isto na visão do próprio mercado Uruguaio e Argentino. Assim, quem vende carne lá, pode pagar muito mais do que os que vendem carne em outros mercados, mais restritos. Possibilitando que nossos animais de melhor qualidade fossem levados, para serem abatidos fora de nossas fronteiras, fazendo com que a indústria gaúcha precise pagar mais para obter um produto de melhor qualidade, porém com mercado garantido e remuneração satisfatória. Estes fatores fizeram com que as bonificações por raças com carne de qualidade chegassem, em alguns casos, a superarem aquelas obtidas pelos animais rastreados para exportação, que tem no alto custo de implantação, seu maior gargalo, ficando vulneráveis em relação à bonificação por raça, cujo custo de implantação é apenas utilizar touros das raças bonificadas. Nas feiras de terneiros de hoje, dá para observarmos o diferencial na qualidade dos animais ofertados, e mais, a distinção que o invernador faz através do preço, entre animais com ou sem padrão racial de bonificação. Claro que não há um só padrão racial para todo Estado. Cada região tem seu padrão mais difundido e necessário para o bom resultado da produção. E quem ganhou com tudo isso? No meu ponto de vista, aquele produtor que entendeu, desde o início, que raça é a ferramenta gerencial mais barata que dispomos para lançar mão, e não podemos tratá-la apenas como uma tradição, ou paixão. Zootecnista, especialista em Gestão em Agronegócio pela Urcamp/Ufsm-RS. Angus@newS PERFIL Julho/Agosto de 2013 59 James Cruden: A grande oportunidade é o Brasil A entrada no Marfrig foi um namoro longo, que só se consolidou realmente em 2004, depois de pelo menos uma década consolidando negócios com Marcos Molina, fundador do Marfrig. Começou trabalhando apenas um dia na semana no frigorífico. Depois dois, até chegar na posição que deve ter desfecho em 31 de agosto, com a aposentadoria. Cruden acompanhou processos importantes para o Angus dentro do frigorífico, como o reconhecimento da Um verdadeiro nômade A maior dificuldade foi mes- qualidade de sua carne, com o mo a língua. Poucas pessoas Programa Carne Angus Certifalavam inglês na época. Cru- ficada. O empresário teve papel den, que embora há décadas no fundamental para a evolução Brasil, cultiva um leve sotaque dos negócios com bovinos, oviinglês, aprendeu na marra. Seu nos e couro. Ele também deixa contrialiado era um radinho a pilha que escutava para domar o ou- buição dentro da empresa na vido. As festas na noite de Pelo- área de sustentabilidade, comtas e as incursões pelo interior promisso com baixo custo em para acompanhar carreiras de operações de margem comcancha reta o aproximaram plexas, imagem da companhia mais dos brasileiros. A paixão como fornecedora de proteípelos cavalos Puro Sangue In- na animal de alta qualidade e glês (PSI) é cultivada até hoje. competência reconhecida na Cruden realmente se deu bem internacionalização das operaem Pelotas: em 1975, já estava ções brasileiras. Muito embocasado com Nedia, com quem ra reforce, depois de mais de vive até hoje e teve duas filhas, quatro décadas de experiências Juliana e Rafaela. O casal em pelo mundo que “não vê a ex1975 mesmo se mudou para portação como fundamental Goiânia e depois para mais 22 para a carne de qualidade. A lugares diferentes nos 38 anos grande oportunidade segue sendo o Brasil”. que se seguiram. anos. Ao completar 21, foi transferido para trabalhar na Austrália. Mas o convite para vir para o Brasil não demorou. A empresa queria reativar plantas na América do Sul e, em 1974, Cruden desembarca em Pelotas, em pleno Carnaval. “O carnaval em Pelotas era muito bom. Eu, que me considero um inglês, nunca havia visto nada igual”, pondera ele. Reynaldo Salvador e James Cruden Por Marina Lopes “A demanda por carne de qualidade é irreversível e a raça Angus é o veículo mais adequado de produção”. O autor da assertiva é o CEO da Divisão Marfrig Beef para a América do Sul, James David Ramsay Cruden, 66 anos. Pelo menos até o final de agosto, quando deve colocar em prática seu plano de aposentadoria, passando a dedicar-se à produção própria de animais da raça Angus, dividindo seu tempo entre a residência em São Paulo e as arborizadas propriedades rurais arrendadas em Canguçu e Piratini, no Sul do Rio Grande do Sul. Cruden, nome forte do grupo Marfrig até então, acompanhou o crescimento do frigorífico nos últimos 10 anos. Iniciou os trabalhos quando apenas quatro plantas abatiam 3 mil cabeças/dia. Agora, deixa o posto quando a potência chega à marca de 11 mil abates diários. Cruden sai da cena industrial depois de quase 40 anos dedicados ao mercado de carne brasileiro. A aposentadoria de modo algum significará sossego. O empresário, embora não tenha planos muito definidos, sabe que quer dedicar-se à criação de gado. A rusticidade aliada à qualidade da carne, fez com que Cruden escolhesse o Angus. Além de acompanhar o desenvolvimento da raça dentro do frigorífico, o empresário começou sua criação em 1989, em uma fazenda em Cristal, RS. Gostou do desenvolvimento dos exemplares, mas por falta de tempo se desfez da propriedade. Há três anos, porém, voltou a apostar no negócio. Embora resida em São Paulo, SP, Cruden cultiva grande apreço pela região Sul. Afinal, foi em terras gaúchas que o empresário, que é indiano de nascimento, e britânico de coração, estreou no Brasil. Sua história de vida começa na Índia. Filho de pais britânicos, foi no país do exuberante Taj Mahal que Cruden veio ao mundo. De lá, as lembranças são parcas. O marco foi mesmo a ida para a Inglaterra: quatro dias de trem até Bombay e a chegada de navio no país da rainha Elizabeth. Uma aventura e tanto para um mirrado garoto de apenas oito anos de idade. A infância não foi exatamente um doce: o pai lutou na Segunda Guerra Mundial e quando Cruden nasceu a família recém havia se recuperado do período que incluíra, inclusive, racionamento de comida. A maioridade, para Cruden, chegou sem a habitual vontade dos jovens da época de seguir os estudos depois da escola, indo para faculdade. Cruden queria mesmo trabalhar e ganhar seu próprio dinheiro. “Não era como hoje, que a formação é essencial para carreira. Na época, estudar era para abrir a cabeça. E eu precisava mesmo era ter meu próprio dinheiro”, relata. Com traquejo para o corte de carnes, foi admitido pela multinacional Anglo aos 18 Ex presidente Joaquim Mello, Cruden e Marcos Molina, na assinatura do contrato com o Marfrig 60 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS OPINIÃO Mineralização de bovinos Atingimos médio ou alto nível tecnológico em muitas das propriedades rurais brasileiras dedicadas a pecuária de corte, no que diz respeito à mineralização. Mas, contrastes importantes são comuns e erros básicos são ainda bem presentes. categorias animais da propriedade. Esta avaliação é que permite definir com maior certeza o que e quando suplemenpresentes nos produtos, além tar em cada estabelecimento. Outra falha comum e que de reduzir a expectativa de reflete em problemas de con- consumo. Por Rubem sumo e, portanto de desemFrosi Qualidade dos produtos penho, está na distribuição de Muitos elegem os producochos. As dimensões podem ser de 4 cm lineares por ani- tos apenas pela avaliação dos verdade que muitos mal para produtos minerais preços e prazos. Neste caso, proprietários e seus que chamamos popularmente aspectos importantes como os colaboradores procu- de linha branca (sem grãos ou níveis nutricionais dos produram avaliar criteriosamente os farelos) e de 12-20 cm para tos, a presença eventual de de suplementos minerais disponí- os chamados proteinados e aditivos e de vitaminas podem veis no mercado e elegem-nos energéticos (que contém grãos ser deixados de lado. de acordo com as recomenda- e sub-produtos de grãos e que Suponha um mineral (A) ções de técnicos especializados portanto serão consumidos em que contenha 40 gramas de e/ou de fabricantes idôneos. quantidades bem superiores). fósforo/kg de produto e que Corretamente direcionam A altura em relação ao solo custe no mercado R$ 33,00/ os produtos, conforme sua es- deverá ser de 50 cm para va- saco de 30 kg; pecificidade, para cada catego- cas de cria, 60 a 70 cm para Suponha outro produto ria animal. As características recria e 1 m para engorda. A (B) que contenha as mesmas dos solos e dos pastos e os as- profundidade de 20-30 cm, a 40 gramas de fósforo/kg, mas pectos climáticos (estação do largura superior ano, temperaturas ambientais, de 40-50 cm e a regime de chuvas) influenciam inferior de 30-40 a decisão sobre o que suple- cm são recomen- Não devemos admitir cochos mentar. Conhecem e respeitam dações usuais. A estas diferenças. Mas temos localização clas- vazios: a mineralização nossos problemas. sicamente prefe- depende diretamente do rencial para os Problemas ligados cochos é próximo consumo de alimentos ao consumo às aguadas e aos Falta de reposição regular paradouros do gado. que contenha ionóforo (aditivo dos suplementos minerais nos A proteção contra as chu- importante na melhoria da eficochos é comum. Pode repre- vas é fundamental já que sa- ciência de uso da energia dos sentar a principal causa do bemos que o consumo será alimentos), na dose de 2.000 insucesso na mineralização em reduzido se o produto estiver mg/kg e que custe R$ 40,00/ muitas das propriedades. molhado/empedrado. No mes- saco de 30 kg. As necessidades minerais mo sentido, deve ser uma preSe o consumo de ambos devem ser atendidas com ofer- ocupação da fazenda definir for da ordem de 80 gramas/ ta diária de sal mineral. a freqüência de reposição de animal/dia, temos: Não devemos admitir co- produto nos cochos de acordo Produto A: custa R$ 0,088/ chos vazios, pois a mineraliza- com a necessidade de mantê- animal/dia ção depende do nível de consu- lo sempre nas melhores condi- Produto B: custa R$ 0,107/ mo. Se for baixo, baixa será a ções possíveis. animal/dia ingestão dos nutrientes. Baixo Diferença: R$ 0,019 ou Também vemos ainda proo desempenho. dutores que misturam ao clo- cerca de 5 gramas/animal/dia É necessário avaliar regu- reto de sódio (sal comum) de ganho de peso a mais para larmente os níveis de consumo produtos já prontos, o que pagar a diferença de 21,2% a de sal mineral pelas diversas acaba por diluir os nutrientes mais no preço unitário do pro- É duto. Com a dose de ionóforo atingida, o que se esperaria de ganho adicional seria da ordem de no mínimo 3-5% no ganho médio diário, o que pagaria o acréscimo de custo com sobras. Aditivos: Os ionóforos lasalocida e monensina sódica são substâncias liberadas para bovinos no Brasil. Os custos são relativamente baixos e mostram-se bastante positivos sobre o desempenho dos animais. São os aditivos mais estudados para ruminantes. Aumentos nos ganhos de peso e melhora da eficiência alimentar de bovinos em crescimento e terminação (média de diversos ex p e r im e n t o s ) de mais de 4% e de 6,5%, respectivamente, são citados na literatura especializada. Também podemos citar as culturas microbianas vivas e específicas e seus extratos, os chamados probióticos, como aditivos importantes. O Inverno: Uma particularidade na mineralização é o inverno. Reduz-se a proteína dos pastos a níveis muito baixos, a fibra aumenta e a digestibilidade e o consumo caem. Quando os pastos apresentam níveis de proteína bruta inferiores a 8%, na matéria seca, há uma redução impor- tante de consumo, que acaba por determinar a perda de peso corporal. É preciso suplementar proteína para aumentar o consumo dos pastos. Os suplementos minerais proteinados são indicados nesta situação, desde que exista oferta forrageira suficiente. Nestas condições, a suplementação de fósforo não mostra resposta positiva. Não há resposta positiva a fósforo para animais que estejam perdendo peso. Já na primavera, verão e outono, protéico/energéticos podem trazer os melhores benefícios. Estes resultados tendem a ser menores se os níveis de consumo forem baixos, mas bem superiores se os níveis de consumo forem elevados. Outras formas de muitas formas de mineralizar os bovinos Os suplementos minerais podem também ser misturados a grãos e fornecidos aos animais, garantindo consumo adequado. A mineralização pode ser feita também através de blocos minerais que já existem no mercado brasileiro. Tanto produtos da linha branca (sem grãos ou farelos), como proteinados e energéticos são já utilizados em alguns criatórios na forma de blocos, facilitando o manejo. A forma de blocos é utilizada em maior ou menor escala em países como Estados Unidos, Espanha, França, Uruguai, Argentina e África do Sul. Eng. Agrôn. MSc. Gerente Técnico Alisul Alimentos S.A. - Supra Angus@newS OPINIÃO Julho/Agosto de 2013 61 Carrapatos: como resolver o problema com controle estratégico e manejo correto do gado E studos apontam que o carrapato dos bovinos - conhecido atualmente como Rhipicephalus (Boophilus) microplus - é um dos parasitos de maior impacto econômico sobre a pecuária brasileira, sendo responsável por um prejuízo de 2 bilhoes de dólares por ano no Brasil, segundo dados estimados por Grlsl et al. 2002. Uma única fêmea (teleógina) é capaz de retirar do hospedeiro até 2,5 ml de sangue por ciclo e promove uma perda de 8,9 ml de leite por dia, por animal. Outras pesquisas realizadas pelo mesmo autor apontam ainda uma redução no ganho de peso que pode chegar a 6 kg/animal/ano, com mortalidade na ordem de 1,2% e diminuição na produção de leite. O Rhipicephalus (Boophilus) microplus é, também, o responsável pela transmissão de doenças como Babesiose e Anaplasmose, conhecidas como “tristeza parasitária bovina”, com prejuízos de U$ 500 milhões/ano considerando o uso de medicamentos e morte de animais. Outro dano direto causado pelo carrapato é a perda de qualidade do couro, uma vez que as feridas causadas pelas picadas facilitam as infestações por bicheiras. O parasito é bastante adaptado às condições climáticas de grande parte do território brasileiro. No entanto, é possível observar que tanto no gado de corte quanto no de leite as raças de origem européia e os animais cruzados (taurinos x zebuínos) são mais suscetíveis aos carrapatos do que as zebuínas. Por conta disso, os maiores prejuízos são observados na região sul do País, nas regiões leiteiras – como Minas Gerais – e no Centro-Oeste – devido aos cruzamentos industriais de bovinos. Manejo adequado e controle estratégico Os impactos econômicos relacionados a estes ectoparasitos podem ser combatidos com manejo adequado do gado e implementação de um programa de controle estratégico do carrapato, que começa no inicio da primeira geração e prolonga-se até o final da terceira e quarta gerações. Impedir o ciclo de crescimento e a proliferação no meio ambiente é fundamental para o controle dos carrapatos. Esta é a forma de atuação do antiparasitário TackZuron Pour-on, da Zoetis, lançado em setembro de 2012. Tackzuron Pouron chegou à companhia para complementar o portfólio de antiparasitários, da qual também fazem parte Dectomax, Treo ACE, Onyx e Cydectin, entre outros. “Com Tackzuron Pour-on, ingressamos no segmento de carrapaticidas Pour on, um dos mais importantes e promissores do mercado de saúde animal brasileiro. Com este produto, a Zoetis torna-se a empresa a oferecer a mais completa, eficaz e diferenciada linha de antiparasitários para bovinos no país. Soma-se a isso o conhecimento da equipe técnica, e temos reunidas todas as condições ideais para oferecer aos clientes e parceiros programas integrados e altamente eficazes para o controle de parasitos internos e externos”, ressalta Elcio Inhe, Diretor da Unidade de Negócios Bovinos da Zoetis . “É importante ressaltar, no entanto, que para elaboração de um programa de controle de carrapatos, é sempre importante buscar a orientação de um médico veterinário”, complementa o executivo. TackZuron Pour-on: Modo de ação e uso (Fonte: Adaptado de Rhipicephalus) (Roophilus) microplus - Biologia, Controle e Resistência. Marcelo de Campos Pereira, Marcelo Bahia Labruna, Matias Pablo Juan Szabó, Guilherme Marcondes Klafke. São Paulo: MedVet, 2008.) Recomenda-se o uso de Treo® Ace por via intramuscular Sugestão de protocolo para a região Sul do Brasil Produto de ação sistêmica formulado com fluazuron (Fonte: Adaptado de Rhipicephalus) (Roophilus) microplus - Biologia, Controle e Resistência. Marcelo de Campos Pereira, Marcelo Bahia Labruna, Matias Pablo Juan Szabó, Guilherme Marcondes Klafke. São Paulo: MedVet, 2008.) a 2,5% de concentração, TackZuron Pour-on age inibindo a produção de quitina, substância essencial para formação do exoesqueleto: a carapaça dos carrapatos. Desde larva até a forma adulta, o carrapato passa por três grandes mudas. TackZuron Pour on atua nesses momentos de transição, inibindo o desenvolvimento do parasito e interrompendo o seu ciclo de vida. Graças a este eficaz mecanismo de ação, Tackzuron Pour on garante o adequado controle estratégico dos carrapatos, tanto no animal quanto na pastagem, oferecendo ação prolongada e eficácia ovicida comprovada. O produto deve ser pulverizado com auxílio de aplicador pour-on ou com frasco dosador, em duas faixas de aproximadamente 8 cm de largura, em ambos os lados da linha mediana dorsal – desde a região da escápula (paleta) até a garupa. A aplicação de ser feita preferencialmente com os animais livres de infestações de formas adultas do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus ou quando essas formas estiverem surgindo. O tratamento deve ser repetido quando começarem a aparecer formas adultas de carrapatos ou de acordo com a prescrição do veterinário. É importante salientar, por fim, que trata-se de um carrapaticida bastante seguro, que pode ser aplicado em touros, vacas prenhes e conjuntamente com vacinas. Sua tecnologia pour-on traz facilidade de aplicação, menor estresse animal e redução de mão-de-obra. E sua formulação única oferece aos clientes a flexibilidade para utilizar o produto adulticida mais adequado à necessidade de cada fazenda. “A Zoetis investe constantemente em pesquisa e tecnologia para oferecer sempre soluções completas ao produtor. Marcas consagradas, líderes de mercado e produtos revolucionários são o resultado de uma visão voltada para o futuro e da busca incansável por superar desafios” finaliza o executivo. 62 Julho/Agosto de 2013 Angus@newS OPINIÃO Os Valores Genéticos no Mundo Angus: Um registro de desempenho individual pode ser processado no sentido de melhor representar o componente genético de uma característica. Este componente genético ou o valor genético, não é algo que possa ser diretamente medido. É uma quantidade teórica que somente pode ser estimada (Bourdon, 1884). Portanto, os valores genéticos nunca são absolutos, mas sempre relativos. Relativos à média da raça, à média dos touros em teste de progênie ou a outro touro, pelo menos. carada em termos de valores absolutos. É importante estar ciente do ponto base (zero) a que uma DEP qualquer se refere. Este ponto base pode ser fixo ou móvel. Cabe salientar, entretanto, que as diferenças relativas entre as DEPs não Por Leonardo se alteram com a aplicação de Campos uma base ou outra. (1). BASE MÓVEL: nesta situação, a média das DEPs definição prática de vados reprodutores - touros pais lor genético é o valor como também dos ventres - é de um animal como reigualada a zero. A cada avaliaprodutor. Em um programa de ção ocorre alteração do ponto melhoramento, procura-se elibase, em função de mudanças minar os piores reprodutores ocorridas na média das DEPs, e selecionar as melhores repoquando novos animais e seus sições que sejam os melhores progenitores são adicionados pais, com relação a uma ou a Diferença ao conjunto de dados. um conjunto de característiEsperada na Progênie (2). BASE FIXA: neste cas. Deste modo, se seleciona (DEP) = ½ do VGE os animais pelo valor genético, A DEP é uma estimativa caso, as DEPs podem ser relae em operações com animais da diferença esperada no de- tadas em relação a um deterde raça pura para reprodução, sempenho dos futuros filhos minado grupo de reprodutores vende-se valor genético tam- de um reprodutor, em relação ou média populacional fixada bém. ao desempenho esperado dos em determinado ano de nasOs valores genéticos apre- futuros filhos de todos os ou- cimento, que terão suas DEP sentam uma propriedade ma- tros progenitores avaliados igualada a zero (a média do temática muito útil: em média, presentes na análise, desde grupo é o ponto zerado). Seno valor genético de uma pro- que os acasalamentos sejam do esta base única adotada gênie será a média de valores entre animais de valores com- para uma raça nas avaliações entre rebanhos, as análises genéticos de seus pais. Enfati- paráveis. za-se o “em média”, pois um O valor da DEP represen- subsequentes são ajustadas, reprodutor contribui com so- ta a metade do valor genético, então, para este ponto fixo mente uma amostra ao acaso uma vez que um progenitor pré-determinado. (aleatória) da metade de seus transmite somente uma amosAvaliações Genéticas genes para uma progênie. tra da metade de seus genes no Mundo: à sua progênie. Estes valores A seguir, apresentamos al- Valores Genéticos Esti- de DEP são relatados como mados (VGE) ou Estimated desvios positivos (+) ou ne- gumas considerações sobre a Breeding Value (EBV): gativos (-) de um ponto base avaliação genética nos princiUm dos maiores desafios que é zerado. São expressos pais países de atual interesse para um criador de reprodu- na mesma unidade de medida para a raça Angus no Brasil: (01) Austrália e tores é selecionar os melhores da característica avaliada, e Nova Zelândia: pais e pais potenciais para o um animal terá tantas DEPs - Características Ponderais seu rebanho. Desde que o va- quantas forem as característide Crescimento: peso ao naslor genético é definido como cas avaliadas. cer (PN), peso aos 200, aos valor de um animal como re400 e aos 600 dias de idade. produtor em relação a uma Base Genética: - Expressão: em Kg característica específica, o A DEP é uma medida com- Base Genética Fixa: esprocesso de seleção significa parativa, que não deve ser en- A localizar tais indivíduos com melhores valores genéticos para as características desejadas. Entretanto, os valores genéticos não são diretamente mensuráveis. É necessário delinear métodos para estimálos. Os valores estimados são resultantes de predições cuidadosamente construídas de valores genéticos, baseando-se no conhecimento sobre as relações matemáticas entre as fontes de informação, e envolve ingredientes como: herdabilidades, relações de parentesco do pedigree, correlações genéticas, etc. tabelecida a partir do valor genético médio dos animais nascidos em meados da década de 1990. - Valor Genético: utiliza o VGE ou EBV, portanto, o dobro da DEP. - Exemplo: em termos da escala de medida, um touro com DEP de 15 Kg no Promebo tem um VGE de 30 Kg no Breedplan (programa usado nesses países). - VGE médio para produtos nascidos em 2011: +4,5 ; +39; +72 e +92 Kg para PN, P200, P400 e P600 dias. (04) Canadá: Realiza as avaliações genéticas em conjunto com American Angus Association (A. Angus preto) e Red Angus Association of America (Angus vermelho). Deste modo, as DEPs de todos os animais Angus da América do Norte são diretamente comparáveis. Entretanto, a DEP de um animal preto não é comparável com a de um animal vermelho. (05) EUA: - Características Ponderais de Crescimento: peso ao nascer (PN ou BW), peso à des(02) Argentina: mama (PD ou WW) e peso ao - Características Ponde- ano (PA ou YW). rais de Crescimento: peso ao - Expressão: em libras (lb). nascer (PN), peso à desmama - Base Genética Fixa: (PD) e peso final (PF). (a) Angus preto (AAA): - Expressão: em Kg estabelecida tomando como - Base Genética Fixa: des- base a média das DEPs dos de 2006 tem usado uma base animais nascidos em 1979. populacional fixada no ano de (b) Angus vermelho 1998. (RAAA): toma com base a - Valor Genético: utiliza a média das DEPs de um grupo DEP. específico de touros pais de - DEPs médias dos tou- alta acurácia, em vez de fixar ros pais atuais (2012): +0,2 um determinado ano de nas; +5,9; e +15,2 Kg para PN, cimento de muitas gerações PD e PF. passadas. - Valor Genético: utiliza (03) Uruguai: DEP (ou EPD) e reforçando: - Características Ponde- expressa em libras. rais de Crescimento: peso ao - Exemplo: um touro com nascer (PN), peso à desma- DEP de 15 Kg tem uma DEP ma (PD) e peso aos 18 meses de 33 libras, aproximadamen(P18). te. - Expressão: em Kg - DEPs médias para produ- Base Genética Fixa: valor tos nascidos em 2012: médio das DEPs dos animais (a) Pretos: +2,8; +41 e nascidos em 1988 e com in- +74 lb para PN, PD e PA, resformação própria ou de sua pectivamente. progênie. (b) Vermelhos: -0,2; +48 - Valor Genético: utiliza a e +71 lb nas mesmas caracteDEP. rísticas.� - DEPs médias dos animais nascidos em 2010: +0,59; +9,70; e +14,36 Kg para PN, Coordenador Técnico do Promebo PD e P18. [email protected] Em média o valor genético da progênie será a média dos valores genéticos de seus pais Angus@newS OPINIÃO Julho/Agosto de 2013 63 A oferta de carnes na próxima década Aumento de produção por tipo de carne e grau de desenvolvimento dos países na próxima década, em milhões de toneladas equivalente carcaça (tec). A maior parte do aumento de produção (80,0%) virá dos Oferta No quesito produção, países em desenvolvimento. OECD e FAO acreditam que Dentre as carnes, a de frango a demanda crescente no mer- liderará o avanço produtivo. O crescimento médio anucado internacional promoverá um estímulo à produção nos al na produção das carnes de próximos dez anos. Isto deverá frango, bovina e suína será de ocorrer para todas as carnes 1,9%, 1,5% e 1,4%, respectivamente. analisadas. Em âmbito mundial, o Apesar disso, este aumento será limitado pela concor- incremento na produção de rência com outras atividades carne de frango representará agropecuárias e a escassez de 47,0% do aumento total para investimentos em infraestrutu- o período. Neste ano, as estimatira, principalmente nos países vas apontam para produções emergentes. Veja a figura 1. xima década. Com base nesse relatório, fizemos um balanço dos principais pontos sobre a oferta e demanda das carnes para o período. Por Gustavo Aguiar A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, sigla em inglês), em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês), divulgou seu relatório anual sobre as perspectivas para as principais commodities agrícolas na pró- A carne de frango terá o mundiais de 128,67 milhões de tec para a carne de frango, maior aumento no consumo, 126,73 milhões de tec para a principalmente por causa do suína e 76,53 milhões de tec preço. Veja a figura 2. Acréscimo no consumo de para a bovina. cada carne em relação ao aumento total. Demanda O aumento na demanda Considerações finais também virá dos países emerRessaltamos que um núgentes, cerca de 82,9% do total. O crescimento da econo- mero considerável de fatores mia e a crescente urbanização de ordem macroeconômica deste grupo de países será o podem afetar estas projeções, principal vetor deste cresci- ainda mais para o mercado da carne, bastante sensível às mumento. Para os países desenvolvi- danças econômicas. A dinâmica entre os merdos, fatores como o já elevado nível de consumo, menor taxa cados, com as importações e de crescimento da população exportações, também ajuda a e problemas relacionados à regular os preços e é mais uma renda tendem a atuar negati- fonte de variação. vamente sobre o consumo ao longo do período analisado. Zootecnista - Scot Consultoria Figura 1. Fonte: OECD / FAO Figura 2. Fonte: OECD / FAO ANC: registros online tem descontos promocionais A Associação Nacional de Criadores (Herd Book Collares) está modernizando seu sistema de registros online e concedendo descontos para seus associados por registros feitos através do portal www. herdbook.org.br. Os descontos para associados chegam a R$ 4,50 para exemplares PO e R$ 1,20 para os PC e CCG, o que corresponde a um percentual de 15% sobre os valores cobrados. E além dos descon- tos, os registros feitos online garantem agilidade em todo processo e informações sobre cobertura e nascimento dos animais. Técnicos Os Inspetores Técnicos credenciados também podem usufruir dos benefícios do Portal da ANC, comunicando os serviços de confirmação dos rebanhos de seus criadores atendidos, através da área res- trita disponibilizada no portal. Gabriel Isaacsson, superintendente substituto da ANC, destaca que as vantagens dos serviços online são inúmeras, principalmente quanto à agilidade dos processos efetuados. “Acaba-se o tempo perdido entre a postagem nos correios e o recebimento na ANC, evitase a espera na fila do protocolo e extingue-se a possibilidade de extravio de documentos”, esclarece. Seviços via portal Alguns serviços que podem ser feitos através do portal: - Acessar todos os dados do rebanho - Comunicar inseminações e montas - Comunicar nascimentos - Imprimir Certificados Provisórios - Pesquisar seu Banco de Sêmen - Consultar coletas de embriões - Consultar implantes de embriões - Verificar as faturas em aberto O benefício do desconto continuará a ser concedido em 2014, porém será necessário comunicar as inseminações, montas e nascimentos também através da área restrita no site da ANC, destinada aos criadores, obedecendo os prazos regulamentares.