Angus@newS - Associação Brasileira de Angus

Transcrição

Angus@newS - Associação Brasileira de Angus
Angus @ newS
JULHO/AGOSTO DE 2013
ANO 14 - Nº 63
Jornal
INFORMATIVO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ANGUS
4
Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
EDITORIAL
Isso é só o começo
P
Paulo de
Castro
Marques
rimeiro, alguns números: vendas de sêmen
crescentes, em torno
de 3 milhões de doses/ano; 10
anos do Programa Carne Angus Certificada, com mais de
250 mil animais abatidos/ano
e parceria com vários grupos
industriais importantes; 9 em
cada 10 bezerros de cruzamento industrial nascidos em
2013 têm sangue Angus!
Estas são apenas três conquistas da Associação Brasileira de Angus, que está completando 50 anos de existência
e defesa da raça. O balanço é
extremamente positivo. Afinal, o Angus tem o privilégio
de reunir dirigentes e criadores abnegados e apaixonados
que deram (e dão) muito de si
para o sucesso da raça no país.
O resultado espetacular
desse trabalho de meio século
está na valorização do Angus
como a opção genética de origem europeia mais utilizada
pelos pecuaristas – constatação na venda de sêmen – e
detentora do maior programa
de carne de qualidade da pe-
Parto assistido
Foto de Julia Mendes, Fazendas Alegrete e Santa Rita, PR
cuária brasileira, respaldado
por auditoria internacional da
australiana Ausmeat.
Isso não é tudo. O Angus
está presente em praticamente
todo o país, desmistificando a
imagem de raça de clima temperado. Há projetos pecuários
no Sudeste, Centro-Oeste, Norte e até Nordeste que apostam
com sucesso no Angus.
Estamos muito satisfeitos
com esse resultado, porém não
conformados. A diretoria da
Angus tem plena consciência
da necessidade de continuar
avançando e, especialmente,
inovando com a criação de
novos benefícios aos criadores
que apostam nessa opção genética fantástica.
Contem conosco nessa
empreitada. Permanecemos
mais motivados do que nunca.
E contamos com o seu apoio
nesse projeto.
Grande abraço,
Paulo de Castro Marques
Presidente da Associação Brasileira
de Angus
NESTA
EDIÇÃO
Angus Brasil faz 50 anos
Desbravando a Chuleta do Barbanegra
Técnicos da Angus Brasil no CRI Beef Tour
Reportagem: Bem-estar animal
Visita ao Certified American Beef (CAB)
Vem aí mais um Concurso de Carcaças
Central Terra Costa
Toda a Feicorte 2013
Opinião: por que sempre os mesmos cortes?
Opinião: Por que apostar na qualidade?
Angus é sucesso na pista de Palermo
Perfil: James Cruden
Opinião: Mineralização, por Rubem Frosi
FOTO PREMIADA - Angus@newS publica fotos que apresentarem a raça Angus
e o seu meio de uma forma inusitada. Envie sua foto para: [email protected]
EXPEDIENTE
Opinião: Valores genéticos do mundo Angus
Associação Brasileira de Angus
Diretoria Biênio 2013/2014
Diretoria Executiva - Diretor Presidente: Paulo de Castro Marques - Diretor 1º Vice Presidente: José Roberto Pires Weber - Diretor Vice Presidente: Marco Gomes Costa - Diretor Vice Presidente: Wilson
Brochman - Diretor Vice Presidente: Rogério Stein - Diretor de Marketing: Gustavo Goulart - Diretor Administrativo: Sérgio Colaço - Diretor do Programa Carne Angus: Reynaldo Titoff Salvador - Diretor
Financeiro: Maurício Weiand Lampert - Diretor de Núcleos: Leo Warszawski – Conselho de Administração - Membros Eleitos: Antônio Maciel Neto, Renato Zancanaro, Valdomiro Poliselli Júnior, Nelson
Serpa, Fabio Gomes - Membros Natos (ex-Presidentes da ABA): Angelo Bastos Tellechea, Fernando Bonotto, Reynaldo Titoff Salvador, José Roberto Pires Weber, Antônio Martins Bastos, José Paulo Dornelles
Cairoli, Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello - Conselho Fiscal - Membros Efetivos: Mariana Tellechea, Roberto Soares Beck, Cláudia Indarte Silva - Membros Suplentes: Frederico Fittipaldi
Pons, Fernando Osório, Fernando Pons - Conselho Técnico - Ricardo Macedo Gregory – Presidente, Rogério Rotta, Roberto Vilhena, Felipe Cassol, Angela Linhares, Fernando Gonçalves, Amilton Cardoso Elias Representante ANC.
Angus@newS
Coordenação: Juliana Brunelli de Moraes ([email protected])
Jornalistas Responsáveis: Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655 e Horst Knak - MTB/RS 4834
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* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
Capa: Angus Brasil/Divulgação
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ASSOCIAÇÃO
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A homenagem
da Assembléia gaúcha
Foto: Assembléia Legislativa RS/Divulgação
Os 50 anos da Associação Brasileira de Angus (Angus Brasil) foram alvo de
homenagem especial pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, no
dia 9 de junho, em Porto Alegre, RS. O “Grande Expediente”, proposto pelo
deputado estadual Lucas Redecker, reuniu a diretoria da entidade, além de
criadores de Angus, técnicos e parceiros da entidade.
Por Eduardo Fehn Teixeira
A
fundação da Associação Brasileira de Angus
ocorreu no dia 20 de
setembro de 1963 pelos idealizadores Flávio Bastos Tellechea e Antonio Martins Bastos
Filho, em Uruguaiana, RS. Segundo o deputado, a entidade
contribuiu sobremaneira para
o crescimento dessa raça no
Rio Grande do Sul e no Brasil,
transformando-a em símbolo
de eficiência no campo e qualidade na mesa. “Foram muitos
os desafios enfrentados desde
que os primeiros exemplares
de Angus foram trazidos para
os campos do Sul, no início do
século passado. E a existência
de uma associação foi funda-
mental para superá-los, dando
rumos à criação nos últimos
50 anos”, disse o parlamentar
em seu pronunciamento.
“Aprimorar e orientar a
seleção genética, inicialmente
no Rio Grande do Sul, berço
dos criatórios; desenvolver
linhagens adaptadas ao clima tropical da maior parte
do País, consolidando a raça
nacionalmente; organizar a
cadeia com foco na produção
de carne de qualidade foram
apenas algumas das fases da
trajetória da Associação que
fizeram da raça líder entre as
taurinas no País e sinônimo de
maciez e sabor de sua carne
para o consumidor”, declarou Redecker, num discurso
elaborado e informativo, que
prendeu a atenção de todos os
presentes.
O presidente da Angus
Brasil, Paulo de Castro Marques, ressaltou a importância da honraria para a raça
Angus, cuja história vitoriosa
iniciou-se pelo Rio Grande do
Sul e ganhou o Brasil, devido
à sua indiscutível qualidade
genética. “Nove em cada dez
bezerros nascidos de cruzamento industrial no Brasil têm
sangue Angus. Essa constatação nos enche de orgulho pelo
duro, mas vitorioso trabalho
realizado em prol do fortalecimento da raça”, sintetizou o
dirigente.
A homenagem também citou os expressivos resultados
do Programa Carne Angus
Certificada, que “mudou a
forma como produtores, frigo-
cialmente na região de Bagé,
e ainda hoje o Rio Grande do
Sul é considerado um dos mais
importantes centros de criação de Angus no Brasil. Desde
as primeiras décadas do século
20, o domínio do bovino Angus
já era percebido nos campos
rio-grandenses, pela adaptabilidade da raça ao clima dos
pampas. Redecker contou que
em 1976, ocorreu a primeira
exportação oficial brasileira.
Nesse ano, o touro Angus KC
High Chaparral 1695, grande
campeão da Expointer, foi vendido pela tradicional Cabanha
Santa Bárbara para a Cabanha Três Marias, na Argentina.
Nos anos 80, começou a
difusão das características
da Aberdeen Angus para os
demais estados brasileiros.
Os técnicos gaúchos foram os
primeiros a atuar com a raça
fora do Rio Grande do Sul,
a levar os conhecimentos da
Angus aos criadores de Santa
Catarina e Paraná, e, mais tarde, ajudar na sua propagação
aos estados do Centro-Oeste
e Sudeste. Entre os anos 80 e
90, devido aos resultados, sobretudo de boa ambientação
nas fazendas do Brasil CenPitacos da história
A partir de meticulosa pes- tral, a Angus espalhou-se para
quisa, o deputado Lucas Rede- estados como Mato Grosso,
cker citou importantes passa- Goiás e Rondônia.
Nos últimos dez anos, os
gens da existência da entidade
e da raça Angus. Segundo dis- criadores encontraram no Anse, com origens no nordeste da gus médio as condições ideais
Escócia, hoje a raça Angus é de criação, com garantia de
criada em praticamente todos produção e rentabilidade. Uma
os cantos do planeta, entre os raça de qualidade, econômica,
quais se destacam a Argenti- que dá cria todos os anos no
na, Austrália, Brasil, Canadá, campo e que atende ao que o
Estados Unidos, Europa e mercado quer: animais com
Nova Zelândia. No Brasil, a idade jovem e que tenham caraça Angus foi introduzida ini- mada de gordura suficiente.
ríficos, varejistas
e
consumidores
se relacionam. No
lugar da disputa
por vantagens individuais, a cadeia
passou a trabalhar
junta, agregando
mais valor em todas as etapas da
produção”, enfatizou o deputado.
Os primeiros
registros de Angus no Rio Grande
do Sul datam de
1905, na Estância
da Conceição, localizada entre Tupanciretã e Cruz
Alta. A Cabanha
Santo Antão, de
Alegrete, também
está entre os pioneiros da raça. O
Angus foi introduzido no Brasil a partir da
região de Bagé. O primeiro
registro genealógico da raça
no País foi realizado em 1906,
pelo criador Leonardo Collares Sobrinho, com o touro Menelik, vindo do Uruguai.
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Angus, símbolo de eficiência
no campo e qualidade
de carne na mesa
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Angus@newS
ASSOCIAÇÃO
Julho/Agosto de 2013
Foto: Assembléia Legislativa RS/Divulgação
“Hoje, quando vemos a inquestionável pujança da Angus no País, não se imagina
que foi preciso ultrapassar
meio século para se atingir
mais de mil animais registrados num único ano.” Atualmente, são 534.440 animais
registrados.
O parlamentar destacou
que a Angus é a principal raça
entre todas as participantes
do Programa Melhoramento
de Bovinos de Carne (Promebo), apresentando o maior
número de criadores usuários,
de rebanhos controlados e de
número de produtos inscritos
ou avaliados. “A qualidade da
carne de Angus é apropriada
não só para o mercado interno, como para o externo, considerada por muitos como a
melhor”. Preocupada com a
qualidade e a classificação da
carne que chegam ao mercado consumidor, a Angus Brasil
criou em 2003 o Programa
Carne Angus Certificada, em
parceria com a indústria frigorífica, para produção de carne
de qualidade superior.
Pecuária movimenta
R$ 75 bilhões
Segundo o deputado, a
pecuária brasileira é “um gigante que movimenta mais de
R$ 75 bilhões somente dentro da porteira”. Além disso,
gera cerca de US$ 6 bilhões/
ano em divisas e deve fechar
o ano com quase 10 milhões
de toneladas de carne. “Temos
o maior rebanho comercial do
mundo, rivalizamos com os Estados Unidos como os maiores
exportadores de carne e somos
o segundo maior produtor de
proteína vermelha. São números dignos de um negócio espetacular.” Segundo dados do
IBGE, cerca de 80% das mais
de cinco milhões de propriedades rurais no Brasil têm pelo
menos um bovino.
Angus, símbolo de eficiência
no campo e qualidade
de carne na mesa
“Os consumidores brasileiros e pelo mundo estão cada
vez mais atentos, percebem o
valor e se dispõem a pagar pela
diferenciação e qualidade do
produto”. A demanda interna
per capita, que em 2011 foi de
40 kg, aumentando para 42,33
kg em 2012, e segue crescente.
Para Redecker, o Brasil e, em
especial o Rio Grande do Sul,
produzem uma das melhores
carnes do mundo.
Medalha
Ao final do Grande Expediente, a Associação Brasi-
Aprovado novo regulamento
do registro genealógico
Foi aprovado pelo Ministério da
Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), dia 30 de julho, em Brasília, DF, o novo Regulamento do Serviço de Registro Genealógico (SRG)
de Bovinos da Associação Nacional
de Criadores “Herd-Book Collares”
(ANC). O documento que normatiza o
SRG das 20 raças de bovinos que atualmente estão sob a tutela da ANC,
cuja última revisão datava de 1999,
traz diversas atualizações importantes.
Segundo o presidente da ANC,
Mário Ubirajara Rota Anselmi, desde a última edição, “impuseram-se a
necessidade de exame de DNA para
os touros pais de animais Aberdeen
Angus PO; as fêmeas registráveis,
mas sem origem conhecida passaram a ser inscritas no Livro Aberto (LA); e – anseio dos anseios –
conseguiu-se mudar a depreciativa
nomenclatura dos animais Puros
Por Cruzamento para Puros Con-
trolados”. As biotécnicas reprodutivas tornaram-se cada vez mais difundidas e bem sucedidas. Surgiu a
Transferência Nuclear, que tomou a
denominação popular de clonagem.
“Foi preciso que se normatizassem
os procedimentos. E assim se fez!”,
comemora o dirigente.
Para o superintendente do SRG
da ANC, Amilton Cardoso Elias, esta
aprovação cristaliza a vitória em um
longo processo, que iniciou-se já há
alguns anos. “Após muitas reuniões
de trabalho em conjunto e sob a tutela do Conselho Deliberativo Técnico
da ANC, inúmeras idas e vindas de
documentação à Brasília, e esforços
despendidos, estamos agora com uma
regulamentação atualizada, de acordo com o progresso produtivo e tecnológico alcançado pelos criadores”,
comenta o técnico.
O novo Regulamento encontra-se
disponível para download no site da
ANC - www.herdbook.org.br.
leira de Angus foi agraciada
com a Medalha da 53ª Legislatura. Além do presidente da
Angus Paulo de Castro Marques, do vice-presidente Marco Antônio Gomes da Costa
e do diretor de marketing
Gustavo Goulart, a cerimônia na Assembleia Legislativa
do Rio Grande do Sul contou
com as presenças dos ex-presidentes da entidade, Angelo
Bastos Tellechea, Reynaldo
Titoff Salvador e José Paulo
Dornelles Cairoli, do secretário de Estado do Gabinete
dos Prefeitos e Relações Fe-
derativas Afonso Motta e de
representantes de entidades
de classe e instituições, como
José Américo da Silva (Federasul); Mário Ubirajara Rota
Anselmi (ABC Collares);
Paulo Emir Ávila (Associação de Moradores do Bairro
Mundo Novo, de Novo Hamburgo); Renato Lermen (Sindicato Rural de Cachoeira do
Sul); Tiago Dutra (Conselho
Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul);
Ubirajara Costa (Sindicato
Rural); e Joal Brazzale Leal
(Embrapa).
Angus lança 3ª edição
do Manual do Criador
A Angus Brasil
programa o lançamento nessa Expointer da 3ª edição do
Manual do Criador.
Revisada e atualizada, a publicação estará disponível impressa e também através
do aplicativo que a
Angus igualmente estará lançando na feira gaúcha.
A gerente da Angus Brasil, Juliana
Brunelli, informa que
além dos princpais
tópicos de processo para registro dos animais, programas de fomento da Angus
Brasil e o Programa de Carne Certificada, a nova edição traz muitas informações sobre manejo nutricional, sanitário, reprodutivo e dicas para controle do
carrapato e escolha de reprodutores e outras dicas de interesse do criador e do
usuário da genética Angus.
“O principal foco são os novos criadores. O manual vai esclarecer dúvidas e
apontar soluções para um manejo correto com vistas ao completo sucesso do
criatório”, destaca Juliana.
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Angus@newS
CARNE
Julho/Agosto de 2013
Desbravando a chuleta
no Fazenda Barbanegra
Foto: Angus Brasil/Divulgação
Marcelo Bolinha e Roberto Majo
O Fazenda Barbanegra, primeiro restaurante
no Brasil 100% carne Angus Certificada no
seu cardápio, realizou no último 2 de julho, em
sua sede, em Porto Alegre, a 3ª edição do curso
Mestres Assadores Barbanegra – Desbravando a
chuleta, que tem o objetivo de formar verdadeiros
especialistas na arte de preparar a carne e assar o
churrasco, sempre com Carne Angus.
N
essa edição, o evento
que teve como título
“Desbravando a Chuleta”, os mestres assadores,
Marcelo Bolinha e Bebeto
Oliveira, mostraram aos participantes como e por que é
da chuleta que se extraem os
cortes bovinos mais nobres
do mundo. E sendo chuleta
de carne Angus Certificada, a
qualidade, suculência, maciez
e sabor são garantidos. Assim, o famoso entrecot, o filé
de costela, o bife de chorizo,
a bisteca, e o contrafilé, entre
outras delícias gastronômicas
que dão água na boca só de
ouvir falar, são provenientes da
popular chuleta. E no curso os
cortes foram detalhadamente
esmiuçados pela experiência
dos dois mestres assadores.
Na avaliação de Roberto
Oliveira, proprietário do Fazenda Barbanegra, a receptividade foi excelente”. Segundo ele, o tema do curso foi
bastante instigante para os
amantes do churrasco, da boa
mesa e, óbvio, da carne Angus
Certificada. Todos saíram com
ideias precisas sobre os cortes
que podem ser extraídos do
lombo de um bovino e principalmente os diferenciais que a
carne extraída de um animal
de qualidade apresenta”, destaca Bebeto.
Como o número de participantes no curso é limitado a
15, a interação foi muito grande, garantindo uma proximidade com a superfície do trabalho onde os mestres realizam
os cortes. “Alguns participantes inclusive trouxeram seus
aventais e facas para além da
teoria, se exercitarem na prática”, observou Bebeto.
Lançamento do Fazenda Barbanegra ocorreu em maio deste ano
Carne excepcional
Já na avaliação do
mestre em cortes de
carne e desossa, Marcelo Conceição (mais conhecido como Bolinha),
o curso foi um grande
evento porque a carne
era simplesmente excepcional. “Um macho
de quatro dentes com
gordura de 5mm, surpreendeu pela maciez
da carne, muito fácil
de cortar, além de um
sabor marcante”, definiu o especialista em
desossa.
Os
participantes,
ao final, fizeram questão de
comprar a carne - os cortes
prontos. E com a expertise do
Roberto, que assou a carne na
brasa de parrilla do Barbanegra, ficou um must. Os que não
puderam participar, quando
viram as fotos ficaram tristes
por não estarem presentes.
“Mostramos os inúmeros cortes que se fazem na chuleta,
e os seus distintos nomes em
vários lugares no Brasil e no
exterior. Realmente desbravamos a chuleta”, regozijou-se
Bolinha.
Segundo a técnica do Programa Carne Angus Certificada, veterinária Fernanda Kuhl,
o público foi composto por
pessoas que não tem ligação
com o campo, “mas que apreciam um bom churrasco, com
uma boa Carne Angus, pois
além de desossar os cortes,
elas aprendem a melhor maneira de prepará-los.
Os presentes tiveram a
oportunidade de degustar uma
boa carne harmonizada com
vinhos escolhidos pelo proprietário do Fazenda Barbanegra.
Além de passar conhecimento
aos presentes, estes podem degustar e comprovar as qualidades da carne Angus servida
no restaurante Fazenda Barbanegra, e aproveitar momentos de descontração e alegria
no meio da semana de trabalho”, comentou Fernanda.
Para este curso, foi adquirido um lombo de carcaça Angus certificada pelo Programa
Carne Angus.
Idéias preciosas sobre os
cortes e diferenciais da carne
de um animal de qualidade
Marcelo Bolinha é especialista em desossa e cortes de carne
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MELHORAMENTO GENÉTICO
Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
Angus é destaque no Centro
de Performance CRV Lagoa
Fotos: Divulgação
Raça marca presença na
prova de avaliação com 37
animais de 18 criatórios
A sétima edição da Prova para Touros do Centro
de Performance CRV Lagoa
está sendo realizada em Sertãozinho, SP, com a tradicional e destacada participação
da raça Angus. Neste ano, integram a prova 37 tourinhos
de 18 criatórios da raça.
CRV Lagoa
lança anuário
panha as tendências da
pecuária moderna, disponibilizando reprodutores de elevado potencial
dentro de todos os grupamentos compreendidos pelas raças do segmento”.
O Anuário
Nessa edição, é apresentada a segmentação
dos produtos de acordo
com as características
produtivas e de adaptaA central CRV Lagoa lan- ção dos touros às diversas siçou em junho, em seu estande tuações regionais da pecuária
na Feicorte, em São Paulo, nacional. “Isso tem como objeSP, o Anuário Raças de Corte tivo auxiliar na escolha da raça
Taurinas 2014, com reprodu- e do reprodutor que melhor se
tores das raças britânicas, con- encaixa a necessidade de cada
tinentais, asiáticas, sintéticas sistema de produção, para chee adaptadas. Na publicação garmos aos resultados com
desse Anuário, a CRV Lagoa maior precisão e rentabilidaapresenta o conceito que será de no seu rebanho”, destaca o
trabalhado nas capas dos catá- gerente de produto Corte Taulogos das raças em 2014, va- rinos, Cristiano Leal. Além da
lorizando a atividade pecuária edição impressa, distribuída na
nacional: “Valores, sonhos e Feicorte e aos clientes em todo
realizações, de geração em ge- o Brasil, o Anuário Raças de
Corte Taurinas 2014 também
ração”.
Sobre o Anuário, Marcelo já pode ser conferido na edição
Almeida, gerente do departa- digital no site www.crvlagoa.
mento Corte e do PAINT, des- com.br e no aplicativo da CRV
taca que a CRV Lagoa “acom- Lagoa para iPad.
De acordo com Robison
Carreira, analista técnico do
departamento Corte da CRV
Lagoa, “o que chama a atenção é a qualidade dos animais
em relação aos anteriores,
mostrando o comprometimento e reconhecimento por
parte dos criadores de Angus
em enviar-nos o que há de
melhor nas suas propriedades para participar da prova
do centro de performance”.
O resultado que o Angus vem
obtendo no CP CRV Lagoa
e, posteriormente, na comercialização do sêmen dos reprodutores contratados pela
Central, vai ao encontro dos
objetivos da raça no Brasil, com representantes em mais
que é promover a genética de 50 países.
Maior central de genética
nacional.
bovina da América Latina,
a CRV Lagoa oferece, desde
Sobre a CRV Lagoa
1971, sêmen convencional e
Instalada em Sertãozinho, sexado de touros nacionais
região nordeste do Estado e importados, programas de
de São Paulo, a empresa faz melhoramento genético para
parte desde 1998 da CRV, rebanhos de corte e leite
cooperativa belgo-holandesa como o PAINT e o Gestor
de melhoramento genético Leite, além de serviços como
com 140 anos de história. o Centro de Performance,
Com sede na Holanda, a CRV Ensino Avançado, CRV Laestá presente na África do goa Embryo, Insemina Fácil,
Sul, Alemanha, Bélgica, Bra- entre outros. Mais informasil, Espanha, Estados Unidos, ções:
Luxemburgo, Nova Zelândia
www.crvlagoa.com.br.
e República Tcheca e conta
Avaliação a Campo na
Embrapa Pecuária Sul
Foto: Manuela Bergamim/Embrapa Pecuária Sul
A 4ª Prova de Avaliação a
Campo Angus Embrapa, com
inscrições encerradas em 20 de
julho, terá duração de 196 dias
e tem o objetivo de identificar
os melhores reprodutores da
raça com características superiores para a produção de carne
em sistema de pasto natural.
Este ano, participam da prova
cerca de 13 propriedades. Conforme o coordenador da prova
e pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Joal Brazzale Leal,
apenas machos da raça Aberdeen Angus, com registro de nascimento provisório individual
expedido pela ANC (Associação
Nacional dos Criadores) de sócios da Angus Brasil participam
da prova. Os animais tem data
de nascimento entre os dias 10
de agosto e 31 de novembro de
2012, com peso mínimo de 200
kg e máximo de 300 kg.
O pesquisador da Embrapa Marcos Yokoo explica que
inicialmente os animais ficam
entre 15 a 45 dias num período
de adaptação e depois passam
para a prova. Eles são monitorados e pesados a cada 28 dias,
somando 10 pesagens oficiais. A
prova é dividida por avaliações
Objetivas e Subjetivas. No final
os animais são classificados por
um índice chamado Índice de
Classificação Final (ICF).
Entre as características objetivas avaliadas estão: ganho
de peso, AOL (Área de Olho de
Lombo), EGS (Espessura de
Gordura Subcutânea) e gordura intramuscular, todas medidas por meio do ultrassom,
além de perímetro escrotal.
Para as avaliações Subjetivas,
os técnicos da Angus Brasil fazem as análises morfológicas,
quando são levadas em consideração conformação a precocidade e a musculatura, além
do padrão racial e as características funcionais desejadas.
O presidente do Conselho
Técnico da Angus Brasil, Ricardo Gregory, considera esta
prova muito importante para
os criadores. “A avaliação de
animais Angus a campo prima pelas características que
o mercado exige e ter um animal aprovado pela Embrapa
com a chancela da Angus é de
grande valia para o produtor.
Além disso, serão colhidas em
torno de 300 doses de sêmen
dos cinco melhores animais da
prova, os proprietários ficarão
com 50 doses e o restante será
destinado ao fomento da raça
através de projetos de pesquisa e programas de difusão de
genética”, destaca o dirigente.
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Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
INTERNACIONAL
CRI Beef Tour
Atualização de primeiro mundo
Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação
E
ntre os dias 24 de junho
e 3 de julho, técnicos da
Angus Brasil percorreram 3.300 km, num tour que
varou os estados americanos
de Nebraska, Dakota do Norte,
Dakota do Sul e Montana. A
programação conhecida como
Beef Tur foi organizada pela
Cooperative Rosources Internacional (CRI), com apoio da
CRI Genética Brasil (empresa parceira da Angus Brasil),
e teve como objetivo a visita
a propriedades de criação de
Angus registrados, Angus comerciais (cruzamentos), confinamentos e centrais de coleta
de sêmen norte-americanas.
Dos depoimentos iniciais
desses técnicos, algumas máximas ganham destaque especial,
a saber: “lá são as famílias que
trabalham nas propriedades”;
“como os animais são bem
alimentados – como eles produzem com fartura comida
para os animais”; “o padrão
do gado é de uma correção
fantástica, parecendo que os
animais foram feitos em forma,
mas existem sizes diferentes,
com os produtores gerando
animais de acordo com as exigências dos diferentes compradores” ... Mas vejamos o que
dizem os técnicos ...
De acordo com o veterinário Marcelo Maronna, supervisor da CRI Genética Brasil
para o RS e SC, esta é a nona
edição do Beef Tur, que acontece sempre na mesma época
do ano. “Estas excursões per-
mitem que técnicos e criadores
brasileiros possam ver de perto
o material com o qual a CRI
trabalha aqui no Brasil. Verificar como é feita a seleção dos
animais, o manejo nas fazendas americanas, a seriedade do
trabalho, tudo é muito aberto e
mostrado”, diz Maronna.
Da comitiva de 32 pessoas
que fizeram parte do tour deste
ano, estavam criadores do Mato
Grosso,Goiás, Bahia, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Os técnicos da
Angus Brasil, Flávio Montenegro Alves (RS), Antônio Francisco Chaves Neto (PR), Adevolmir Silva (SC) e Rednilson
Góis (SP) estavam no grupo e
agora contam aos leitores do
Angus@newS um pouco do que
viram na terra do Tio Sam.
O técnico Flávio Montenegro Alves, que pela primeira
vez participou de um tour dessa natureza, diz que, nos 25
anos que trabalho com a raça
Angus, nunca tinha visto nada
igual em termos de seleção,
habilidade materna e alimentação. Flávio, assim como todos
os demais técnicos participantes, enfatizaram o sistema de
trabalho em família que caracteriza a criação do Angus
nos Estados Unidos. “Toda a
família se envolve no processo,
o marido, a mulher, os filhos, os
genros. É um negócio familiar
de 24 horas por dia e eles vivem o Angus dia e noite”.
Alves diz que de um modo
geral estamos muito atrasados
quando comparados ao sistema e resultados americanos.
“Eles nos dão um show em
trabalho e eficiência, são mais
organizados e precavidos com
o inverno que são três meses
muito rigorosos, mas eles conseguem alimentar muito bem
o rebanho com o feno que preparam durante o verão”. Nesse
tópico Flávio Alves lembra que
o problema no Rio Grande do
Sul, por exemplo, não é o frio
no inverno, mas a falta de alimentação para o gado durante
esta estação.
Para o técnico da Angus em
Santa Catarina, Adevolmir Silva, o que mais chamou a atenção foi a quantidade e qualidade de comida para os animais,
o que resulta na qualidade superior do gado. “Os americanos
usam um método de seleção
baseado em números e DEPs.
A mensuração dos animais é
enviada para a Associação, que
gera as DEPs a partir dos dados recebidos, e eles trabalham
muito com estas DEPs”.
O ponto alto da viagem,
para Adevolmir, e também opinião unânime entre o grupo de
técnicos brasileiros, foi a visita a Schaff Angus Valley, em
Dakota do Norte, origem de
muitos touros pais utilizados
aqui no Brasil, como Bismarck,
Networth 004 e Final Answers.
“Nós temos que pegar o nosso Promebo e trabalhar mais
em cima dos nossos dados,
valorizar mais a nossa genética nacional”, aponta. Outro
fator que impressionou muito
foi à alimentação. “Eles têm
nas propriedades o número de
animais que podem alimentar e
dão todas as condições para o
pleno desenvolvimento dos seus
rebanhos”, conclui.
“O sucesso dos criadores de
Angus americanos vem do profissionalismo com que trabalham e do envolvimento familiar”. O destaque é do técnico
Rednilson Góis, de São Paulo.
Ele observa que os criadores
americanos estão bem focados
no que querem, definem bem o
objetivo e trabalham em cima
de números. “Ao contrário daqui, onde muitos criadores têm
a atividade como um negócio
paralelo, ou como um hobby,
lá é toda a família que se envolve plenamente no criatório.
Assim, depois de definido o objetivo, trabalham intensamente para chegar aos resultados
buscados. Propriedades que
selecionam para o fenótipo, por
exemplo, conseguem um gado
extremamente uniforme: “pode
passar uma régua que é tudo
igual. Se olhar para um, é como
estar vendo todos os demais do
rebanho’’. Outra observação
de Rednilson é que os criadores americanos não lotam a
fazenda com mais animais do
que podem alimentar. “A média
é um animal para cada quatro
hectares, e os rebanhos tem em
média 500 cabeças. O gado se
alimenta da pastagem durante
o verão e tem que sobrar massa
verde para fazer feno para passar o inverno. Esta abundância
de alimento resulta em produtividade, em fêmeas leiteiras, em
boas mães. Eles não se importam muito com a estética da
vaca, mas com a funcionalidade. Uma vaca tem que produzir
um terneiro por ano. O gado é
todo padronizado dentro do biótipo que aquele criador tem
condições de criar e as vendas
são realizadas uma vez a cada
12 a 15 meses”, destaca Rednilson.
>>>
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Julho/Agosto de 2013
INTERNACIONAL
Angus@newS
Os destaques: nutrição,
manejo, sanidade e genética
Fotos: Arquivo pessoal/Divulgação
“F
oram 10 dias que
irão ficar na memória por toda a
minha vida”. Desta maneira
o técnico da região do Paraná, Antônio Francisco Chaves
Neto, (Toninho), se refere ao
tour de que participou. “O que
me impressionou muito foi o
trabalho em família e a valorização dada pelos patriarcas
a todo este trabalho. O grande
sucesso da produtividade que
eles possuem não tem nenhum
toque de mágica, mas simplesmente respeitam a famosa “pirâmide” da produção animal,
onde na sua base esta a nutrição, manejo, sanidade e por
último genética. Aqui lutamos
para produzir um bezerro por
vaca ao ano e o fator limitante
é a condição corporal das va-
um melhor acabamento (gordura) - e muitas vezes é um
fator limitante para o produtor de carne para o Programa
Carne Angus Certificada. Lá, a
gordura não é um fator limitante, pois as dietas possuem
alto valor energético, touros
ranqueados como top 1%
para gordura são os que transmitem menos gordura”, diz.
Toninho diz que a avaliação genética “simples” e com
muitos dados foi o que mais
o impressionou. “E como eles
acreditam nas DEPs produzidas e utilizam com grande
intensidade os touros jovens,
que confiam no seu melhoramento, pois os filhos sempre
serão melhores que os pais,
quando realmente estiver
ocorrendo o melhoramento”,
avalia. O técnico da Angus diz
cas. E o que durante os dez dias Brasil: “temos leite sem carne,
que voltou muito contente pois
de viagem pude observar foram mas nunca carne sem leite”,
aqui também possuímos anitodas as vacas com condição conta.
mais excelentes, “só nos resta
Com relação aos animais,
corporal excelente e produzinincluirmos todos animais no
do um boi gordo ou um touro Toninho diz que são muito
programas de avaliação genépor vaca por ano, pois a idade produtivos e com fenótipo imtica, acreditarmos nos resultade abate e venda de touros é ao pecável. Cabe ao produtor ou
dos produzidos e trabalharmos
redor de um ano, o que também técnico saber selecionar o biocom a capacidade de lotação
acontece em algumas proprie- tipo que irá se encaixar no seu
que as propriedades permitem
dades aqui mas não é comum”, sistema de produção, ou meou adequar a capacidade de
relata Toninho. Segundo ele, as lhor, no sistema de produção
produção para a quantidade
vacas cumprem a missão de do seu cliente de touros. Eles
de animais. Vacas com conproduzir um bezerro de qua- possuem animais com “fradição corporal adequada e
lidade e pesado por ano, pois mes” variados, os quais se enabundância de pastagem exuma das características que caixam em diferentes sistemas
pressam todo o potencial gemais me chamou atenção foi de produção. “Muito cuidado
nético”, finaliza ele.
a produção de leite das vacas, deverá ser tomado na escolha
todas muito leiteiras - aí pude de reprodutores para serem
comprovar uma frase que sem- utilizados no cruzamento. Nós
pre falo aos produtores aqui no temos grande necessidade de
A base genética do rebanho americano é Aberdeen
Angus (preto). O rebanho bovino total é constituído por
80% de Angus preto e 5%
de Angus vermelho. Os demais
15% são representados pelas
demais raças.
Renato Paiva
antecipou visita
O técnico Renato Paiva
(RS) também visitou propriedades nos estados americanos
de Nebraska e Dakota do Norte, mas no mês de março último.
Nessa que foi sua primeira viagem aos Estados Unidos, Paiva
ressalta a padronização dos animais que viu nas fazendas americanas. “Muita mãe boa, 100,
200 vacas todas iguais. É um
mundo diferente do nosso, com
muita comida para os animais.
Eles vendem touros de um ano
pesando 600 kg. Isto é o resultado da alimentação abundante que proporcionam para os
animais. Eles tem muito pivô
de irrigação, fazem muita pastagem, milho e feno de cevada
e estocam para o inverno”, relata, observando que foi no mês
de março - primavera por lá mas pegou neve e temperatura
negativa de até 15 graus, mas
os animais estavam muito bem
alimentados e a genética deles,
sem dúvida, é muito importante
para nós”, diz Paiva.
Os técnicos da Angus Brasil visitaram, entre outros, Ellingson Angus e o Schaff Angus Valley, onde Renato Pinto Paiva esteve no inverno (acima)
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Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
CARNE
Bem-Estar Animal
Ganhos valem todo o investimento
Fotos: Angus Brasil/Divulgação
Pesquisas comprovam que os animais têm a capacidade de sofrimento, e
mostram que um manejo incorreto também gera prejuízos à pecuária de
corte! Estas constatações oportunas vem servindo de subsídio às pesquisas
relativas ao que se convencionou chamar de Bem-Estar Animal (BEA),
composto por uma série de procedimentos que visam impedir a dor e o
sofrimento, como também a ausência de experiências negativas durante
a vida útil do animal. E além de evitar o sofrimento, o foco do BEA
igualmente prevê que sejam eliminadas atitudes capazes de desvalorizar as
carcaças, gerando importantes prejuízos à produção da carne.
maus tratos na lida e/ou instalações inadequadas.
O Programa Carne Angus
Certificada, da Angus Brasil, é
entendimento de que os bastante claro quanto à clasanimais sofrem se dá sificação e padronização de
pelo fato destes possuí- carcaças, e é justamente neste
rem memória. Assim, conhecer ponto que o BEA se encaixa
o comportamento do gado e como uma luva. Para a veteutilizar técnicas de manejo ra- rinária e técnica do Programa
cionais, garante a qualificação da Angus Brasil, Fernanda
da boiada, e de suas carcaças, Nogueira Kuhl, especialista no
e, por consequência, da car- assunto, o BEA busca realizar
ne que produzem. O contrário uma produção sustentável, de
tem representado estresse, modo a tratar adequadamente
sofrimentos desnecessários, e os animais, especialmente com
perdas aos produtores, o que o uso de boas práticas de maimpacta diretamente na quali- nejo, permitindo maior lucratidade da carne, além de dimi- vidade ao produtor e carcaças
nuir ou até eliminar a carcaça de maior qualificação às inque apresente hematomas ou dústrias. “O BEA casa perfeicontusões, que são as lesões tamente com o Programa Carmais comuns, provocadas por ne Angus, quando pensamos
Por Nicolau Balaszow e
Eduardo Fehn Teixeira
O
em uma produção de animais
diferenciados, que vão receber
uma remuneração também diferenciada, superior. O produtor cria um animal top e quer
receber um retorno financeiro
à altura, mas quando as regras
que visam o bom tratamento
dos animais não são seguidas,
podem acontecer perdas, o que
vai representar um diferencial
a menor na hora da venda aos
frigoríficos”, alerta a técnica.
Em outros termos, as vantagens para o pecuarista ao
realizar os procedimentos
corretos com seu rebanho, do
ponto de vista da indústria, a
partir das normas adotadas
pelo Programa de Carne Angus Certificada, são as carcaças padronizadas e de alta
qualidade, um maior rendi-
mento na desossa, uma maior
competitividade e, com isto, a
conquista de mercados com
maior poder de remuneração
para esta carne. E para o consumidor, não há dúvida de que
isto é um prato cheio.
A veterinária, com formação e mestrado no tema,
lembra que as costelas dos
bovinos são uma das partes
que mais apresentam contusões graves em consequência
dos velhos hábitos ainda presentes no manejo dos bovinos
nas fazendas. “Neste ponto é
necessário dizer que muitas
queixas vindas dos produtores
contra os frigoríficos não levam em conta que na hora de
avaliar a carcaça, algum corte
fica de fora da contabilidade,
justamente por apresentar-se
fora do padrão exigido, normalmente por contusão. E
qualquer machucado devido
aos maus tratos faz com que a
remuneração não corresponda
às expectativas do pecuarista
e acaba por não agregar o devido valor”, explica ela, reforçando que o produtor precisa
estar ciente das novas exigências do mercado para manterse competitivo.
Entre os maus hábitos protagonizados pelos pecuaristas,
podem ser descritas as situações nevrálgicas mais comuns
no que diz respeito às perdas
de produtividade. Na hora de
trocar os animais de curral
ou de piquete, no embarque,
no transporte, ou até antes do
abate, no curral do frigorífico,
é preciso fazer um manejo cuidadoso, de forma a reduzir riscos de queda ou até de morte.
“Já se percebe a sinergia
na cadeia produtiva com interesses diretamente ligados
ao bem-estar dos animais. Os
frigoríficos, por sua vez, já
tomaram providências orientando e treinando seus funcionários e têm se equipado
com o que há de mais moderno no setor”, lembra a especialista, afirmando que, dos
fatores de maior importância
na propriedade, destacamse o treinamento do pessoal
e, especialmente, o exemplo
dado à equipe da fazenda
pelo próprio dono.
Desperdício e perdas
Em pesquisa realizada entre os anos de 2004 e 2010,
o veterinário e especialista no
ramo, Rafael Renner, apurou
que o Brasil desperdiça 9,3
milhões de quilos de carne por
ano devido aos hematomas
provocados apenas no manejo
de embarque dos animais (ele
acompanhou 2.500 embarques neste período). O prejuízo contabilizado alcança a
“bagatela” de R$ 55 milhões.
Claro que é um valor expressivo e, nesta hora, quem fica estressada é a cadeia produtiva
da carne.
>>>
Fernanda Nogueira Kuhl
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Julho/Agosto de 2013
CARNE
Angus@newS
Manchas vermelhas são sinal de alerta
para verificar a situação dos
bovinos que estão sendo transportados”, informa.
Além disso, providências
como piso antiderrapante foram instalados para os animais
desembarcarem
com toda a segurança, e
os caminhões são inspecionados regularmente,
evitando a presença dos
danosos pregos e lascas na carroceria, que
acabam por machucar e
trazer problemas para as
carcaças.
O uso de bandeiras em lugar de guizos e a substituição de pontas por mate“As instalações dos
riais arredondados (detalhe acima)
frigoríficos igualmente receberam melhorias como
propósito, uma experiÉ importante ressaltar
o sombreamento dos curência elucidativa pode que os frigoríficos estão senrais de pré abate e, o prinsurpreender ao pecua- do os grandes incentivadores
cipal, os funcionários são
rista mais criterioso, quando de todos esses cuidados com
orientados continuamenao acompanhar o abate dos o gado, desde a criação até o
te no modo de tratar o
seus animais na linha de ma- transporte e manejo operaciotança do frigorífico, descobrir nal na indústria, pois precisam tem garantido a qualidade na gado, sem gritos e com a utilimarcas e manchas avermelha- oferecer a seus compradores recepção dos animais. “Com zação de bandeirolas que tem
das ou roxas na carcaça do produtos (cortes de carne) a contenção e o atordoamen- a finalidade de substituir as já
bovino. Ele precisa investigar cada vez mais qualificados. to funcionando melhor, ficam superadas e perigosas picanas
qualquer ocorrência, pois o Um exemplo disso é o Grupo reduzidas as chances de aci- (ou aguilhadas). Paulo Real
prejuízo ronda o manejo ina- Marfrig, com plantas por todo dentes e, consequentemente, explica que todas essas ações,
propriado. O sinal de alerta foi o Brasil, que possui programas do aparecimento de hemato- não só visam ao atendimento
acionado e será preciso desco- de BEA com normas internas mas. E com animais menos das exigências quanto ao bembrir em que ponto do processo e procedimentos, além de in- estressados, diminuirá a pro- estar dos animais, como tamestá acontecendo o erro fatal. vestimentos em tecnologias babilidade de aparecimento bém quer melhorar a relação
Os animais precisam estar que levaram à readaptação de de ph elevado após o período entre o frigorífico e o produtor
adaptados ao ambiente onde instalações, novas formas de de maturação das carcaças”, rural.
Portaria 185
vivem, afirma Renner. Do con- manejo e logística. Ao mesmo descreve.
Com
uma
significativa
O Ministério da Agricultutrário a dura realidade faz tempo, a empresa oferece aos
trajetória
profissional
de
vera
é
o órgão responsável pelo
com que qualquer animal que seus parceiros cursos de capaterinário
e
produtor
rural,
fomento
de ações que garantenha se tornado arredio em citação.
função de alguma experiência
Quem não está sintonizado Paulo Real reconhece que os tam o BEA, por meio da Senegativa, precisa ser imedia- com as demandas do mercado frigoríficos vêm intensificando cretaria de Desenvolvimento
tamente afastado do conví- não sabe que o McDonald’s, os cuidados com os animais. Agropecuário e Cooperativisvio com os demais, para não por exemplo, empresa que in- “No que diz respeito às suas mo, que coordena a Comissão
exercer influencia negativa ao veste na marca e na carne An- responsabilidades, os frigorífi- Técnica Permanente - criada
grupo. “Para se dar conta e gus, possui um rigoroso proto- cos, entre outras providências, pela Portaria nº 185, de 17 de
compreender como e por que colo de exigências junto aos estão inclusive treinando os março de 2008. Os seus para ausência de cuidados com seus fornecedores de carne. motoristas encarregados do ceiros mais diretos são o Gruos animais é capaz de gerar Os frigoríficos, por sua vez, já transporte da boiada. Eles são po de Estudos e Pesquisas em
prejuízos na classificação e, estão adaptados, disseminan- orientados a manter uma dire- Etologia e Ecologia Animal
por conseguinte, na remune- do conceitos e práticas. Do ção serena (sem solavancos) (ETCO) e a Embrapa.
O Grupo ETCO vem conração das carcaças, o produ- contrário, e isso serve tanto a e a realizar paradas seguidas
tor precisa criar o hábito de grandes como aos pequenos, a
sair de sua fazenda e ir até o mão pesada da exclusão faz a
frigorífico para acompanhar seleção natural de quem entra
o abate de seus animais. Ali, ou sai deste mercado.
ele vai verificar a parte mais
Novidades incorporadas
visível e objetiva dos danos
Os avanços vão aconteceneconômicos que o manejo do e o Marfrig acompanha
incorreto pode trazer”, diz o as tendências, por exemplo,
técnico, que também dá as- equipando-se com box de consistência tanto a frigoríficos tenção em todas as unidades
como na implantação de pro- que, segundo o supervisor corjetos de produção pecuária no porativo de bem-estar animal,
Rafael Renner
Mateus Paranhos da Costa
âmbito do BEA.
Stavros Platon Tseimazides,
Fotos: Angus Brasil/Divulgação
A
tribuindo para a divulgação
da Etologia (estudo do comportamento dos animais) no
meio das ciências agrárias, em
busca de uma forma alternativa para resolver problemas
práticos da criação. Isso tem
sido feito de forma integrada
e multidisciplinar, possibilitando abordagens teóricas
e práticas, interagindo com
outros ramos da ciência. Esta
integração é assegurada pela
cooperação e participação de
pesquisadores de várias instituições no grupo, o que tem
fortalecido e ampliado os horizontes das pesquisas.
O custo internacional
No entendimento de Mateus Paranhos, integrante do
ETCO e professor da UNESP
de Jaboticabal, considerado
um verdadeiro expert no assunto, o estágio atual do BEA,
no Brasil, é de evolução, onde
muitos produtores rurais estão procurando se atualizar.
Por outro lado, Paranhos diz
que a melhor discussão sobre
o tema, no momento, se faz
a partir de uma indagação:
quanto custa a imagem negativa da pecuária nacional nos
mercados internacionais?
“Numa certa ocasião, produtores oriundos da Irlanda
visitaram instalações e conheceram a realidade da pecuária
nacional. Muitas imagens seguiram na bagagem de memória dos visitantes, num período
em que o mercado europeu fechava as portas para a carne
brasileira”, relembra o especialista e, ao mesmo tempo propõe
essa discussão, e que esta sirva
como ponto de partida para
alterar a imagem da pecuária
nacional nos mercados estrangeiros. E entre os próprios criadores brasileiros.
>>>
Paulo Real Alves
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Angus@newS
CARNE
Produção cai quando pelo não brilha
Fotos: Divulgação
Ayrto Schvan no campo especialmente preparado para o seu gado
O
experiente professor e
pesquisador da UFRGS, José Fernando
Piva Lobato, especialista na
área do gado de corte, faz o
seguinte alerta: “Nenhum
produtor deveria ter seus animais sentindo dor, medo, raiva,
sede ou fome. Sempre que isto
ocorre, a produção cai e, como
diz o campeiro, o pelo não brilha”.
Ele afirma que bem-estar
animal, por incrível que possa
parecer, também é característica herdável pelos bovinos.
Tudo tem relação direta com
o aprendizado prévio (iniciando na base/herança genética)
e com o comportamento social dos animais. É a etologia
que faz um link natural e imprescindível com o bem-estar
animal, visando à geração de
produtos de indiscutível qualidade.
Para o entusiasmado e
experiente professor, o comportamento animal é o estudo
dos bovinos em seus ambientes
naturais ou usuais de exploração. E o bem-estar animal é
trabalhar no ambiente de produção oferecendo condições
para que eles possam sentir-se
totalmente confortáveis, descontraídos.
“Aí a resposta dos animais
aumenta e boa parte destes
aprendizados são repassados
para os seus descendentes, o
que também dá lucros a toda
a cadeia da carne”, descreve
Lobato.
diferencial/referência.
Trata-se do trabalho
do produtor Ayrto
Schvan, experimentado homem do campo e
dos ares, pois foi piloto de carreira.
Em sua propriedade, o BEA já é uma rotina e já faz tempo. E
ele não economiza em
oferecer informações
e subsídios do porque
o brete, o potreiro/curral construído em curva é a resposta mais
eficaz para um manejo
mais rápido e racional
do gado. “No curral
retilíneo é normal os
animais se amontoarem num canto e até querem
passar uns sobre os outros. A
razão é que eles enxergam a
saída e procuram se locomover rapidamente, causando
batidas e até pisoteamentos”,
explica o pecuarista, que logi-
O diferencial
Embora as experiências e
depoimentos revelarem com
precisão as consequências do
manejo incorreto, observa-se As práticas de bem-estar
que, na maior ainda são recebidas com
parte dos casos,
as informações descrédito por boa parte dos
trazidas
pela pecuaristas brasileiros
pesquisa sobre o
comportamento
animal e sobre a importân- camente cria Angus. Já o curcia da prática do BEA, ainda ral moderno, em curvas e sem
são recebidas com certo ar de cantos quadrados, não permite
descrédito por boa parte dos que o animal veja a saída e,
pecuaristas. Esta atitude é por isso, este seguirá tranquiprópria dos fazendeiros mais lamente o caminho até o seu
tradicionais, mais atrasados, fim, uns atrás dos outros, diz.
Outra preocupação recorjustificando o tema como simples teorizações que, na reali- rente é o embarque do gado
dade do dia a dia, não impor- nos caminhões que os levarão
até o frigorífico. “O bovino
tam.
sente grande dificuldade em
embarcar nos veículos devido
Com curvas,
à inclinação das rampas sumais velocidade
No entendimento de alguns perarem os 30 graus. Neste
pensadores, no entanto, a fi- caso resolvi utilizar camigura de exceção é necessária nhões mais baixos ou estacioem qualquer atividade, isto nados no embarcadouro em
porque, entre outras questões, posição que ofereçam uma
pode representar um ponto de inclinação menor”, orienta.
referência do saber. Justamen- Esta ação vai ao encontro do
te na Estância do Silêncio de fato do bovino ter uma consSão José, em Dom Pedrito, tituição que dificulta superar
RS, pode ser encontrado este barreiras elevadas (subidas
íngremes). Ao mesmo tempo, quando os animais estão
na mangueira aguardando
embarque, utiliza-se o brete
enganador, que permite conduzir os animais diretamente
ao caminhão sem paradas ou
percalços. “Em certa ocasião embarquei 36 vacas em
apenas 12 minutos com este
sistema”, revela Schvan, satisfeito, mostrando os ganhos
na prática: maior eficiência em menor tempo e com
maior qualidade.
Treinamento
Outro problema enfrentado
pela bovinocultura brasileira
é a disponibilidade de trabalhadores qualificados para a
realização do manejo dos animais. É cada vez mais escasso
o número de trabalhadores no
campo. Um fator cultural importante é o fato da lida com
os bovinos ser vista como uma
prática rústica e muitas vezes
realizada com
violência desnecessária, como
decorrência de
uma mentalidade prosaica.
Além disso, é
importante ressaltar que devem
ser
oferecidas
boas condições de vida e de
trabalho para os responsáveis
pelo manejo dos gados, pois
uma pessoa que não possui
as mínimas condições de alcançar o bem-estar para si
próprio e para sua família, dificilmente terá condições para
proporcionar boas condições
José Fernando Lobato
de bem-estar para as outras
pessoas como seus colegas de
trabalho ou para os animais
que estão sob seus cuidados.
Frente a esses e outros
problemas relativos aos cuidados com os animais, é formado um cenário desafiador
para produtores, técnicos e
pesquisadores, que buscam o
desenvolvimento de sistemas
de produção e de práticas de
manejo que sejam economicamente viáveis e que, além
disso, respeitem a biologia e
as necessidades dos bovinos
e assegurem seu bem-estar.
Será preciso, inevitavelmente,
superar estes desafios!
Como fazer?
Em rápidas pinceladas, o
primeiro passo é preocupar-se
no modo como está acontecendo a lida dos animais, e é
essencial a busca de apoio técnico que vai ajudar na verificação da qualidade das carcaças
entregues à indústria. Aconselha-se que o produtor assista
aos abates para reconhecer o
tipo de animal e o acabamento
da carcaça produzida. E com
isso, verificar a presença ou
não de lesões, a sua gravidade,
extensão e origem das mesmas
e o que isto significa em perdas no rendimento e no valor
final do seu produto. Na maioria das vezes aquele produtor
que apresenta maior rendimento de carcaça nem sempre
recebe o maior valor por elas,
devido justamente à presença
de lesões, sejam elas contusões
ou reações às vacinas por má
aplicação.
>>>
Ayrto Schvan
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Angus@newS
CARNE
Julho/Agosto de 2013
É preciso mudar velhos conceitos
Fotos: Divulgação
Áreas sombreadas e de descanso são fundamentais para o gado
P
rovidência não menos importante diz respeito às
instalações e ao pessoal
envolvido no trato dos animais.
Para Renato dos Santos, veterinário e responsável pela área de
Manejo Racional da Beckhauser, de Paranavaí, PR, o primeiro
passo é uma mudança de atitude
em relação aos velhos conceitos.
“Acompanhada da capacitação
da mão de obra, é preciso criar
um comprometimento típico de
equipe que opina, cuida e participa ativamente, promovendo as
mudanças necessárias para um
bom manejo, sempre visando o
BEA”, afirma.
Neste sentido, o próprio grupo de trabalho, devidamente
comprometido com a atividade,
é que vai oferecer os indícios
mais claros de onde são necessárias as mudanças. “Grandes
investimentos em infraestrutura
são benvindos sim, porém uma
equipe que trabalhe melhor com
o que se tem já seria um grande
passo”, diz o técnico.
No seu depoimento, Santos
revela um quadro preocupante,
pois na maioria das fazendas de
pecuária bovina, há a necessidade de se começar a oferecer uma
melhor produção de alimentos,
“porque ainda temos animais
recebendo uma péssima alimentação em grande parte das propriedades. E BEA não combina
e não é sinônimo de fome”.
O veterinário confirma a
influência direta do ambien-
o pecuarista que se dedica ao
bem-estar animal aumenta em
2,5% o rendimento de carcaça
te sobre o comportamento dos
animais. “A infraestrutura da
fazenda deve ser pensada para
minimizar efeitos negativos,
principalmente no comportamento do gado, e atender as
cinco liberdades constantes na
Declaração Universal de BemEstar Animal, a saber”:
- Liberdade Fisiológica: ausência de fome e sede (alimentação em quantidade e qualidade);
- Liberdade Ambiental: ausência de desconforto térmico
ou físico (instalações e/ou edificações adequadas);
- Liberdade Sanitária: ausência de doenças ou injúrias;
- Liberdade Comportamental: possibilidade de expressar
padrões de comportamento normais. O ambiente deve permitir
e oferecer condições;
- Liberdade Psicológica: ausência de medo e ansiedade. O
animal não deve ser exposto a
situações que lhe provoquem angústia medo, dor ou ansiedade.
Quanto ao o retorno que o
pecuarista vai obter a partir das
novas instalações e do correto
comportamento da equipe, sempre acompanhadas da capacitação do pessoal, Santos lembra
que nas fazendas onde houve
o investimento, o retorno tem
sido excelente, tanto no comportamento dos animais (temperamento) quando na receita
econômica resultando da produção pecuária. Esta afirmação se
justifica, considerando-se reprodução, nascimento, desmama,
numa melhora da ordem dos
15%. Da mesma forma, o pecuarista que vem se dedicando ao
manejo racional, o rendimento
da carcaça aumentou em 2,5%,
o que representa uma arroba a
mais em animais abatidos com
média de 500 kg.
Pesquisas já comprovaram
que os itens a seguir devem ser
considerados como básicos e
determinantes para a qualidade final da carcaça: Procurar
manejar os animais com muito cuidado desde novos; trabalhar com poucos animais,
sem pressa, sem correria, sem
gritos; não trabalhar com cachorros durante o manejo; ao
lidar com os animais, evitar
agressões que geram traumas;
as instalações devem ser revisadas periodicamente para que
não aconteçam lesões no gado
por parafusos, pregos ou farpas; planejar os trabalhos que
serão realizados durante o dia;
os embarcadouros devem estar
em condições para o carregamento do caminhão.
Onde pesquisar?
Além da Embrapa, o ETCO
também é fonte de informações
para pesquisadores e proprietários rurais interessados em
se atualizar no assunto. O BEA
oferece recomendações relativas
às vantagens de se contar com
espaços de higiene adequados de
forma geral, pois isso favorece
o controle de doenças, reduz o
desperdício de alimentos, facilita a mão de obra para tarefas
diárias e promove o bem-estar
geral para o desempenho produtivo.
As práticas inadequadas
trazem prejuízos aos criadores.
Um ambiente desconfortável,
somado a alta temperatura e o
estresse térmico faz com que o
rebanho tenha sua produção de
carne prejudicada.
O Grupo ETCO, em Jaboticabal, SP, é outra entidade que
disponibiliza informações sobre
BEA. Dali vem a orientação de
que não é necessário um alto
investimento nas instalações. O
mais importante é ter uma equipe comprometida com o trabalho
de manejo. De nada vai adiantar
um local moderno para as atividades se os funcionários não tiverem o treinamento adequado
para as ações. Segundo a entidade, os produtores têm reconhecido a necessidade de implementar
um novo tipo de manejo. Até porque, o produtor está percebendo
com clareza, de forma materializada e não só no discurso teórico
que, em se tratando de BEA, os
ganhos são sempre maiores do
que os investimentos.
Técnicos definem novos desafios
A reunião anual dos
Inspetores Técnicos da Angus Brasil, realizada dia
12 de julho, em Porto Alegre, RS, inovou e nomeou
Flávio Montenegro Alves
como representante para
apoiar o Conselho Técnico
da entidade em assuntos
relativos ao grupo e à raça.
Além de Flávio, também foi
eleito o técnico José Carlos Guasso como suplen-
te na representação do grupo de técnicos no Conselho.
O Conselho Técnico, presidido
por Ricardo Macedo Gregory,
deu andamento à reunião dos
inspetores técnicos responsáveis pelo trabalho a campo.
Ao todo, a Angus conta com
18 técnicos, que trabalham divididos em diferentes regiões do
País, como nos Estados de São
Paulo, Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul. “O fato de
estarmos divididos por diversas regiões foi mais um motivo
para termos um representante,
para atuar no caso de eventuais
reuniões”, afirmou Flávio Alves.
Nesta edição, a reunião discutiu
questões como critérios de seleção, registro dos animais, regulamento para o credenciamento
de novos técnicos e a importância do Programa de Avaliação a
Campo Embrapa Angus.
Os técnicos também assis-
tiram a duas palestras: Fernanda Nogueira Kuhl, técnica
do Programa Carne Angus
Certificada, falou sobre as novas parcerias do Programa de
certificação da raça e Marcos
Yokoo, da Embrapa Pecuária
Sul, de Bagé, RS, abordou os
critérios de seleção dos animais que farão parte da 4ª
Prova de Avaliação a Campo
da Embrapa, promovida em
parceria com a Angus Brasil.
“Sempre buscamos reforçar a importância do
trabalho dos técnicos para
o desenvolvimento contínuo
da raça. O trabalho a campo
é fundamental para levar e
reforçar os conceitos e características do Angus, seja
por meio de palestras, dias
de campo ou visitas técnicas
às propriedades”, afirma
Ricardo Macedo Gregory,
presidente do Conselho.
24
CARNE
Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
CAB
um modelo de sucesso para o Brasil
Fotos: Angus Brasil/Divulgação
JS: Desde 1978, o principal objetivo do Certified Angus Beef tem sido o mesmo
destacado na nossa Declaração de Propósito – Aumentar
a demanda para gado Angus
registrado através de um programa de carne baseado em
especificação de marca para
identificar carne de alta qualidade com uma experiência
sensorial superior. Como uma
filial sem fins lucrativos da Associação Americana de Angus,
este é o nosso único objetivo.
O trabalho para cumprir este
Fábio Medeiros, John Stika e Reynaldo Titoff Salvador
Aqui, os brasileiros recebidos pelos dirigentes da American Angus Association
objetivo é pela concentração
O diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff
criadores de Angus em manter da nossa atenção nos consuum conjunto de padrões míni- midores de carne para aumenSalvador e o gerente do Programa Carne Angus, Fábio Medeiros,
mos para todos os produtos da tar sua conscientização e deestiveram no final de Junho visitando a sede da Certified Angus Beef
marca Angus, para assegurar manda para a alta qualidade e
que as expectativas dos con- experiência sensorial superior
(CAB) na cidade norte americana de Wooster, estado de Ohio. A visita
sumidores sejam alcançadas. dos produtos da Carne Angus
de dois dias teve como propósito estreitar relações com a entidade
Não proceder dessa maneira Certificada. Agindo assim, um
americana, criada em 1978, conhecer o programa de carne Angus
na verdade ameaça a posição número cada vez maior de
Premium dos produtos Angus consumidores experimenta a
americano e apresentar o programa da Angus Brasil.
na mente dos consumidores. qualidade da marca e de boa
O modelo brasileiro da Carne vontade paga mais por ela.
irmamos uma li- tada por todos os segmentos dos produtos permanece nos Angus Certificada parece ser Este sinal de economia recennha direta para da indústria e conquista cada Estados Unidos, para abaste- uma aproximação eficiente temente tem movimentado a
troca de informa- vez mais adeptos no varejo. A cer a demanda doméstica, 10 para proteger o patrimônio da cadeia de produção na forma
ções e de experiências e esta- prioridade da CAB é aumen- a 15% de dos cortes são ex- marca Angus quando apresen- de prêmios financeiros pagos
mos formatando um convênio tar a valorização que a marca portados. Até agora em 2013, tada para os consumidores no por influentes confinamentos
para permitir que estes dois traz aos produtores associa- as vendas dos produtos da caso da carne ou do menu.
de gado e altamente previprogramas, que são os dois dos e à base licenciada. Logo marca Certified Angus Beef
síveis, genética de carcaças
CA: Quais são os principais orientadas produzidas pelos
maiores programas de carne após a visita, Stika concedeu excederam as do ano passado
em mais de 5% devido ao au- objetivos do Certified Angus membros da American Angus
certificada do mundo, se reú- esta entrevista por e-mail.
mento da demanda mensurá- Beef?
nam para trocar informações,
Association.
>>>
avaliar mercados e criar noCarne Angus: Qual é o vo- vel tanto nos Estados Unidos Fotos: AAA/Divulgação
vas estratégias para o futuro, lume de Carne Angus – Certi- e internacionalmente.
sempre visando à divulgação fied Angus Beef® vendida por
CA: Como você avalia o
da raça Angus como grande ano nos EUA? Quantos vareprodutora de carne de quali- jistas vendem Carne Angus modelo brasileiro da Carne
dade”, declarou o diretor do Certificada? Qual é a propor- Angus Certificada que foi lhe
Programa Carne Angus Certi- ção de Carne Angus Certifica- foi apresentado no encontro
em Wooster?
ficada, Reynaldo Salvador.
da exportada?
JS: O modelo e o padrão
Reynaldo Salvador e Fábio
John Stika: Em 2012 as de carcaças do Programa CarMedeiros foram recebidos por vendas de produtos da marca ne Angus Certificada do Brasil
dirigentes da American Angus Certified Angus Beef® alcan- parecem bem adequados para
Association e, na sede do CAB, çaram níveis recordes pelo estabelecer uma significativa
por John Stika. Tendo ingres- sexto ano consecutivo com separação de qualidade entre
sado no CAB em 1999, John 811 milhões de libras vendidas a commodity carne brasileira e
Stika é o seu terceiro presi- (368 mil toneladas) através os produtos Angus, e tem sido
dente, cargo que ocupa desde de mais de 14 mil restauran- bem sucedida. À medida que
2006. Desde a sua criação, tes e mercearias nos Estados a Angus continuar a ganhar
em 1978, a CAB tornou-se Unidos e 45 outros países. popularidade no Brasil, haveJohn Stika
uma marca altamente respei- Enquanto a grande maioria rá um grande valor para os
“F
26
Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
CARNE
Fotos: Angus Brasil/Divulgação
Um das centenas de produtos certificados pelo CAB nos Estados Unidos
CA: O Mercado para carne
de alta qualidade está crescendo muito rápido em todo
o mundo. Você concorda com
esta afirmação? Quais serão,
na sua opinião, os mercados
emergentes para a carne de
qualidade nos próximos 10
anos? Como o Certified Angus
Beef está se preparando para
alcançar estes mercados?
JS: Há certamente um
crescimento global para a demanda de carne de alta qualidade. Mercados tradicionais
para carne altamente marmorizada, carne de animais
alimentados por grãos, como
na orla do Pacífico, são mui-
to importantes e quem mais
contribui para o crescimento
da demanda. Ainda, olhando
para frente, há um número
de países que podem desempenhar um papel no apoio
ao crescimento da demanda
contínua para carne premium
com grande marmoreio. A
história sugere que se você
der uma olhada ao redor do
mundo e identificar aqueles
países com uma população de
classes média em crescimento, você pode começar a ver
o quadro onde o crescimento
da demanda poderá se desenvolver. À medida que melhora
o seu poder aquisitivo, as pessoas tendem a consumir mais
carne e especificamente carne
de melhor qualidade. Como
uma marca, nós pretendemos
nos aproximar desses mercados da mesma maneira que
fizemos com outros mercados
por mais de 30 anos – identificando parceiros de marca que
compartilham nossa paixão
por qualidade e então cooperem para contar a história da
nossa marca.
CA: O que você acha que
a Certified Angus Beef pode
aprender com a Programa
Carne Angus Certificada e o
que ela pode ensinar?
JS: Através do diálogo e da
comunicação sempre há alguma coisa que pode ser aprendida se alguém está realmente
procurando melhorar e progredir. Nós na Certified Angus Beef
LLC temos um grande respeito
e apreço por tudo que o Programa Carne Angus Certificada conseguiu até agora e pelas
metas que o programa aspira
realizar. Enquanto obviamente
servindo associados diferentes,
nós compartilhamos alguma
ideologia e perspectivas sobre
a importância da qualidade e
satisfação do consumidor. Com
cada um de nossos mercados se
tornando mais globais por natureza, oportunidades existem
para nós ganharmos valiosas
compreensões de como nossa
marca e abordagem de marketing é percebida ao redor do
mundo. Dado o sucesso já obtido, eu honestamente não sei
se temos alguma coisa específica para ensinar ao Programa
Carne Angus Certificada. Embora, se há alguma coisa de valor que temos a oferecer para
qualquer um que observe o desenvolvimento do mercado global de carne de marca, seriam
certamente nossos 30 anos de
história. É uma história repleta
de exemplos de coisa que funcionaram e outras que não.
CA: O que você teria a
dizer para os produtores de
Carne Angus e criadores no
Brasil?
JS: Dediquem tempo e esforço para entender bem o que
é relevante para o seu cliente
final – o consumidor. No final,
um produtor é financeiramente dependente dos consumidores para investir nas suas
operações, pela compra dos
produtos que o produtor produz, seja diretamente ou indiretamente. Incorporando a
perspectiva do consumidor por
carne de qualidade dentro de
um programa de criação equilibrado com seleção genética
para outros aspectos economicamente importantes, um
produtor pode posicionar melhor suas operações e seu rebanho para receber os maiores
preços que são normalmente
pagos por gado que produz
dinheiro para todos os envolvidos na produção de carne e
cadeia de merchandising.
28
Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
CARNE
Foto: Angus Brasil/Divulgação
Vem aí mais um Concurso
de Carcaças Angus
Já está marcado para o dia 13 de setembro, o VIII Concurso de Carcaças
Angus RS, uma promoção conjunta da Angus Brasil e de seu parceiro
no Programa Carne Angus Certificada grupo Marfrig. Participam lotes
com no mínimo 22 cabeças de machos ou fêmeas e os interessados podem
efetuar a inscrição no junto à Angus Brasil até o dia 2 de setembro. Os lotes
integrantes do concurso receberão uma premiação adicional de 5% acima
da tabela do Programa Carne Angus Marfrig RS. Para os lotes campeões de
categoria, a bonificação cresce para 10% acima da tabela.
S
eguindo a tradição, o
Concurso de Carcaças
Angus tem o objetivo
de valorizar e demonstrar o
potencial genético da raça Angus para produção de carne
de qualidade, e serve também
como um excelente ponto de
encontro e troca de informações e técnicas entre os produtores participantes. O evento,
organizado pelos técnicos do
Programa Carne Angus Certificada, está programado para
acontecer na Unidade da Marfrig, em Alegrete, RS. O abate
técnico será realizado separadamente para as categorias de
Já o gerente do programa de
certificação da Angus Brasil,
Fábio Medeiros, garante que
Show de qualidade
Para o diretor do Progra- “as apostas são grandes e a
ma Carne Angus Certifica- disputa será acirrada”. Ele
da, Reynaldo Titoff Salvador, valoriza o intercâmbio entre
o produtor gaúcho de carne os participantes, que através
Angus sabe que a partici- do acompanhamento do abapação neste evento é uma te técnico e da interação com
oportunidade para mostrar os profissionais da indústria,
a qualidade dos novilhos que levam para suas propriedades
produz e para a troca de ex- conhecimentos e experiências
periências com outros produ- vivenciadas ou adquiridas via
tores de excelência. Em mais troca de informações.
Medeiros igualmente valoesta edição, o Concurso de
Carcaças faz jus ao seu slo- riza a premiação acumulada
gan: Os Melhores Produtores (concurso + tabela), que conem um Show de Qualidade. forme explica, proporcionará
animais definidos e cruzados.
aos animais participantes do
concurso valores muito superiores aos praticados no mercado, permitindo que o produtor participe com o que produz
de melhor em sua propriedade.
“O Concurso de Carcaças permite ao produtor visualizar
que é possível obter melhores
resultados e consequentemente gerar maior eficiência para
a indústria, além de melhor
atender o consumidor final”,
observa o gerente. Outra virtude de eventos como este é a
integração gerada na cadeia
produtiva, no qual associação, produtores, indústria e
fornecedores de insumos avaliam juntos todo o processo
de criação dos animais, entendendo e reciclando vários
conceitos e técnicas aplicadas
aos sistemas de produção.
Mão dupla
“Este concurso é uma via
de mão dupla. Enquanto a
premiação gera estímulo ao
trabalho do produtor rural,
a tecnologia usada para essa
manutenção fica disponível
para outros pecuaristas testemunharem que é possível adequar seus animais à indústria,
ao mercado e ao consumidor”,
aponta Medeiros. O Julgamento será realizado por profissionais do Programa Carne
Angus e da indústria. Mais
informações pode ser obtidas
pelo telefone 51.8243.3462
ou pelo e-mail carne@angus.
org.br.
Para esta edição, as apostas
são grandes e a disputa
será acirrada
30
Julho/Agosto de 2013
INFORME
Angus@newS
Expointer com muitas atrações
no Jubileu de Ouro da Angus
ocorre pelo terceiro ano consecutivo, é uma vitrine de animais localizada no Pavilhão de
Bovinos de Corte do parque,
próximo ao estande da Angus.
Diversas cabanhas colocam
animais de elite, com alta qualidade genética à disposição do
público para comercialização,
com atendimento no local.
Foto: Robispierre Giuliani/Angus Brasil
Muitas atrações estão programadas para esta Expointer 2013, que marca o
início das comemorações do Jubileu de Ouro da Associação Brasileira de Angus
(Angus Brasil), fundada em 20 de setembro de 1963. Uma das maiores feiras
agropecuárias do da América Latina, a Expointer é também o principal palco de
exposição da raça Angus no Brasil. E nesta edição da feira, que acontece de 24
de agosto a 1º de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio,
RS, foram inscritos ao todo 393 animais, entre exemplares rústicos e de argola.
Destaque especial para a
Exposição Nacional dos Rústicos, categoria que conta com
inscrições de animais de 22
expositores do Rio Grande do
Sul, num total de mais de 160
exemplares, distribuídos em
51 trios entre machos e fêmeas PO e PC. A Nacional dos
Rústicos acontece este ano
pelo terceiro ano consecutivo
na Expointer, e ganha especial
destaque o leilão da Nacional
dos Rústicos.
Lançamentos
A mostra terá lançamentos pontuais, como o livro comemorativo aos dez anos do
Programa Carne Angus Certificada, do selo comemorativo
aos 50 anos da Angus Brasil,
do novo Manual do Criador e
do novo site da entidade, entre
outros eventos.
Para o presidente da An-
gus Brasil, Paulo de Castro
Marques, é oportunidade ímpar para a raça, que tem na
Expointer a sua grande vitrine para o Brasil pecuário. “A
Expointer, ao lado de grandes
feiras como a de Palermo na
Argentina e do Prado no Uruguai, é o momento máximo
para a Angus, que apresenta
nesta feira o que há de melhor
em animais da raça no Brasil”,
aponta o dirigente.
Argola e Angus Mirin
Entre os animais de argola,
foram inscritos este ano para
a Expointer 240 animais (86
machos e 154 fêmeas), apresentados por 45 expositores de
São Paulo, Rio Grande do Sul e
Minas Gerais. Os grandes campeonatos serão transmitidos ao
vivo no dia 28 de agosto pelo
C2 Rural (http://c2rural.ruralbr.com.br).
Paralelamente aos julgamentos da raça, mais uma vez
será promovido o Campeonato
Angus Mirim, voltado para o
público infanto-juvenil, com o
Leilões
Dois leilões chancelados
objetivo de avaliar e orientar pela Angus Brasil estão prograas crianças (futuros criadores mados para acontecer durante
de Angus) conduzindo e apre- a feira: no dia 26 de agosto, às
sentando os animais em pista. 14h, na pista ‘J’, será realizado
o Leilão da Nacional de RústiJurado e cursos
cos. E às 20h acontece o leilão
Os campeões Angus deste Selo Racial Reserva Especial.
ano na Expointer serão apon- E há também a Feira de Notados pelo experiente jurado vilhas, marcada para dia 29 de
norte-americano Jim Williams, agosto, a partir das 19h, que
ele que já participou de várias é mais uma importante opção
exposições importantes da raça, para aquisição de exemplares
inclusive a edição de 2012 da de genética Angus.
Feicorte, em São Paulo, SP.
Durante a feira, a Angus
Workshop Carne Angus
Brasil oferecerá cursos para
E uma das programações
jurados e cabanheiros. Será a mais concorridas da Expoin5ª edição do Curso de Caba- ter é o Workshop Carne Angus,
nheiro, com aulas práticas e te- que será realizado pelo 10º
óricas, e a 7ª edição do Curso ano consecutivo, com debates
de Jurado Jovem, voltado para sobre a cadeia produtiva da
quem deseja aprender os crité- carne bovina. É o principal fórios de julgamento da raça nas rum de discussão pecuária da
pistas de exposições.
exposição, com personalidades
e representantes dos diversos
Shopping Angus
elos da cadeia produtiva - dos
O Shopping Angus, que insumos até o varejo.
Confira aqui a programação Angus
De 19 a 23 de agosto: das 6h às 24 horas, chegada dos animais de Argola.
Dia 24: chegada dos animais Rústicos
Dia 22: Manhã - 9h e tarde – 13h – Curso de Cabanheiro – parte teórica
Dia 23: Manhã – 9h e tarde – 13h – Curso de Cabanheiro – parte prática
Dia 24: Manhã – 9h e tarde - 13h – Admissão de Argola - 10h – Shopping Angus
Dia 25: Manhã - 9h – Admissão de Rústicos - 10h – Shopping Angus
Dia 26: Manhã - 9h – Julgamento de Rústicos - 10h – Shopping Angus
Tarde e noite - 14h – Leilão de Rústicos (Pista J) - 20h – Leilão Selo Racial Reserva Especial
Dia 27: Manhã – 9h – Julgamento de Fêmeas - 10h – Shopping Angus
Tarde - 15h – Julgamento Fêmeas
Dia 28: Manhã – 9h – Julgamento Machos - 10h – Shopping Angus
Tarde - 14h – Campeonato Angus Mirim - 15h - Julgamento de Machos - 19h – Entrega Prêmios
Dia 29: Manhã – 10h – Shopping Angus
Tarde - 13h30min – Workshop Carne Angus - 19h - Jantar dos Tratadores - 19h - Feira da Novilha
Dia 30: Manhã – 10h- Shopping Angus
Dia 31: Manhã – 9h – Curso Jurado Jovem
Tarde - 13h30min – Curso Jurado Jovem
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Julho/Agosto de 2013
LEILÕES CHANCELADOS
Angus@newS
Leilão FSL Angus Itu fatura R$ 4,3 milhões
Com a comercialização de
touros e matrizes puras Angus,
além de animais comerciais e
doses de sêmen da raça, a quinta edição do Leilão FSL Angus
Itu alcançou faturamento superior a R$ 4,38 milhões. Realizado em 10 de agosto, na sede do
criatório, em Itu, no interior de
São Paulo, o pregão capitaneado pelo selecionador de Angus
e prestigiado executivo Antônio
Maciel Neto, reuniu a nata de
criadores e investidores brasileiros, muitos dos quais participaram, no dia anterior, do II Seminário Cruzamento Angus. Entre
os 300 convidados, presenças
de investidores em Angus e em
Nelore, com ênfase ao presidente
da Angus Brasil, Paulo de Castro
Marques e de Renato Ramires
Junior, dirigente do Núcleo Angus São Paulo.
O remate obteve liquidez total, com a receita de R$ 1,25
milhão na venda dos animais
Angus de elite e pacotes de sêmen, além da comercialização de
3.555 animais meio sangue Angus x Nelore, de propriedade de
parceiros da FSL Angus Itu, que
alcançou a receita de R$ 3,13
milhões.
Fenômeno, o destaque
O destaque em preço do pregão coube ao touro Grande Campeão da Nacional de Angus da
Feicorte 2013 “FSL 1068 Fenômeno”, valorizado em R$ 480
mil. A metade do reprodutor foi
negociada por R$ 240 mil para
André Rosseti, que com a compra tornou-se sócio de Maciel
Neto na produção do exemplar.
O reprodutor, com 30 meses de
idade, é fruto do acasalamento
entre “SAV Heavy Hitter 6347”
e “Tres Marias 7216 Hornero
6140 TE”.
Outro lote bastante disputado foi o do touro “FSL Galã”,
comercializado 50% de sua cota
por R$ 72 mil. Já o lote escolha
teve seus 50% arrematados por
R$ 57,6 mil, pela Casa Branca Agropastoril, de Fama, MG,
propriedade do agroempresário
Paulo de Castro Marques, atual
presidente da Angus Brasil.
As fêmeas abriram a tarde
de negócios. Inauguraram a pista dez lotes de fêmeas superiores, prontas para brilhar nas pistas de julgamentos de exposições
especializadas. O valor médio
pago por 25 fêmeas (17 Aberdeen e oito Red) foi de R$ 9,2 mil.
Nas prenhezes, nossos sucessos:
cada uma saiu por R$ 10,32 mil.
Já as fêmeas comerciais (1.847
animais divididos em 20 lotes)
totalizaram R$ 1,4 milhão, registrando média de R$ 786,00.
Foco na tourada
Mas o principal foco da oferta do leilão foi a venda de touros
destinados à monta natural ou
para a coleta de sêmen. Os 56
reprodutores (41 vermelhos e 15
pretos) se venderam à média de
R$ 15.58 mil, valor equivalente
a 154 arrobas para a cotação
de R$ 101 @ na praça paulista.
Ao cair da tarde foram negociados machos de cruzamento
industrial. Foram arrematados
em pista 1.708 animais por R$
1,6 milhão, fixando média de R$
980,00. As 665 doses de sêmen
num total de 32,42 mil encerraram a fatura do pregão, que fechou com um total de vendas de
R$ 4.370.600 por 4.307 ofertas. As vendas, a cargo da Remate Leilões tendo ao martelo o
leiloeiro Aníbal Ferreira, foram
apregoadas para pagamentos
em 24 parcelas para os animais
selecionados, 3 parcelas no gado
comercial e à vista para as doses
de sêmen. A transmissão via TV
foi do Terraviva. Os produtores
que adquiriram a genética Angus
da FSL são dos principais Estados produtores do País como RS,
PR, SP, MG, TO, GO, MS e MT.
Nelore e Angus: união amigável
Satisfeito com a promoção,
Antonio Maciel Neto lembrou
que “ninguém consegue resultados impressionantes sozinho.
Quem ganha o jogo é o time, e
o time da FSL Angus Itu é excepcional”. E segundo ele, a participação expressiva de muitos
neloristas reforça a tendência de
“união amigável entre as raças,
em prol da evolução da pecuária
de corte no País”.
Ele não tem dúvida de que
“a raça Angus é a melhor opção
para a melhoria da qualidade da
carne brasileira e para o incremento da renda dos pecuaristas.
O avanço extraordinário do cruzamento Angus x Nelore, que é
o verdadeiro casamento por interesse que estamos assistindo,
comprova que estamos no caminho certo”.
Presidente do Paraguai tem Angus gaúcho
Horacio Cartes, eleito novo
presidente do Paraguai em
abril deste ano, dono de mais de
70.000 bovinos, também é criador de Angus. “O objetivo dele
era formar um rebanho de Brangus, mas acabou criando também
um rebanho de Angus”, revela a
selecionadora gaúcha Carla Sandra Staiger Schneider, titular da
cinqüentenária Cabanha Santa
Bárbara, de São Jerônimo, RS,
de quem numa vinda ao estado
gaucho, em 1990, Cartes realizou suas primeiras compras de
Angus. Levou matrizes, touros,
sêmen e embriões. E os negócios
com a Santa Bárbara se estenderam por mais 8 anos. “Esta foi a
primeira exportação de bovinos
brasileiros de uma raça européia,
já que até então pecuaristas do
Paraguai haviam importado do
Brasil apenas gado Nelore”, lembra Carla Schneider.
“Tivemos a responsabilidade
de formar um plantel de Angus
para o nosso cliente no Paraguai”, diz a criadora. Ela observa também que isso envolveu inclusive o projeto das instalações
da fazenda: potreiros, pastagens,
mangueiras, laboratório para
transferência de embriões, etc.
“Durante anos, viajei periodicamente ao Paraguai para acompanhar e orientar o projeto e
todos os acasalamentos dos primeiros reprodutores”, recorda.
No total, conforme a criadora, foram exportados aproximadamente 170 animais Aberdeen
e Red Angus Puros de Origem
(PO), dos quais 101 touros, sendo um deles QLC Krugerrand
B459E, touro que foi importado
pela Cabanha Santa Bárbara
dos Estados Unidos em 1996. A
Santa Bárbara também exportou ao novo presidente do Paraguai 400 embriões de Aberdeen
e Red Angus, além de milhares
de doses de sêmen.
Hoje, a fazenda de Horacio
Cartes é a maior fornecedora
de genética Angus no Paraguai.
Entre gado comercial para abate
e reprodutores Angus e Brangus
(plantéis formados com a genética da Cabanha Santa Bárbara)
mais Hereford e Braford (plan-
téis formados com genética de
cabanhas do Uruguai) e também
Nelore, Horacio tem atualmente
mais de 70.000 bovinos.
Ela atribui a escolha de sua
propriedade por Horacio Cartes
ao fato dela sempre ter acreditado na raça Angus como uma raça
nacional, e não apenas restrita
ao Rio Grande do Sul. “A partir
de 1989, iniciamos dois projetos:
a expansão de nosso mercado em
pontos estratégicos como o Paraná, São Paulo e Mato Grosso
do Sul, e o Programa Angus Tropical. Isso nos deu enorme visibilidade, inclusive para além das
fronteiras brasileiras”, justifica.
36
Julho/Agosto de 2013
Angus TV, agora na Web
Com uma nova dinâmica e
totalmente repaginado, o programa Angus TV fez sua estréia
em 18 de julho, na web e nos
canais de Comunicação da Angus Brfasil. O informativo teve
sua identidade visual adaptada
para a nova plataforma e estará
disponível quinzenalmente (dias
15 e 30 de cada mês) para os
espectadores, em edições com
duração de sete minutos. “O
programa ganhou nova apresentadora – Thaís Baldasso – e
teve sua programação visual
adaptada ao novo formato. Nós,
da Cubo Filmes, responsáveis
pela produção, estamos bastante motivados e confiantes
com tudo que virá por ai”, diz
o Diretor de Cena e Roteirista,
Alexandre Derlam.
Para ele, o informativo vai
atender a um público ainda
maior, pois estará disponível na
internet, que sem dúvida é um
dos meios de Comunicação de
maior eficiência na atualidade.
“O programa foi adaptado à lin-
guagem da web. Dessa forma o
Angus TV ficará mais dinâmico
e acessível para todos, mas com
o mesmo foco, que é o de transmitir informações aos criadores
sobre a raça, além de novidades
nas ações da Angus Brasil. Com
este novo formato, estaremos
ampliando nosso alcance ao público alvo, que são os produtores, entusiastas e apreciadores
da carne Angus. E buscando
interagir ainda mais com nosso
público, teremos novos quadros
e matérias especiais estão sendo preparadas neste sentido.
Exemplo disso será o quadro
“Você é quem faz” (onde os
próprios criadores enviam seus
vídeos e comentários)”, complementa Derlam.
Com o novo formato, os espectadores poderão ter acesso
ao programas pelo YouTube,
Facebook e, futuramente, pelo
portal da Angus Brasil. Aplicativos para tablets também serão
desenvolvidos para facilitar o
acesso dos internautas.
Angus@newS
INFORME
Supra nos 50 anos da Angus
A Supra (Alisul Alimentos
S.A.) já selou compromisso de
participação no Plano Comercial 50 Anos, que a partir de
agora passa a ser comercializado pela Angus Brasil, integrando as comemorações dos
50 anos de fundação da Associação Brasileira de Angus.
O plano contempla uma
imensa gama de ações envolvendo o mercado e proporcionando visibilidade aos participantes, integrando a raça com
criadores e empresas através
dos veículos de Comunicação
da entidade: Jornal Angus@
newS, Site Angus e Angus Mobile, Rede Social, Newsletter,
Livro 50 Anos e Documentário
50 anos.
A união em torno da Angus
Brasil nas últimas cinco dé-
cadas foi decisiva para transformar a raça em símbolo de
eficiência no campo e qualidade na mesa. Foram muitos
os desafios enfrentados desde
que os primeiros exemplares
Angus foram trazidos para os
campos do Sul do Brasil, no
início do século passado. E a
existência de uma associação
foi fundamental para superálos, dando rumo à criação nos
últimos 50 anos, que hoje se
espalha por todo o País.
Na Argentina, Escola de Jurados Angus
A Associação Argentina de
Angus promoveu, de 03 a 08 de
junho, a 27ª Escuela de Jurados AnGus, em Buenos Aires. O
curso, que contou com mais de
70 participantes entre técnicos,
criadores e interessados em
Angus, abordou conceitos teóricos e realizou atividades práticas de avaliação de bovinos
Angus. O Mercado de Liniers
(local de leilão de gado para
abate) e a propriedade histórica Charles de Guerrero foram
os locais dos treinamentos práticos, com gado comercial e de
elite. O treinamento dos novos
jurados de Angus foi concluído
com avaliações teórica e prática durante a Expo-Palermo.
Um dos avanços apresentados no evento foi o lançamento
da publicação Defeitos Genéticos: Sintomas e Forma de
Herança (Protocolo e Regulamentação). Este manual apresenta os 17 principais defeitos
genéticos que ocorrem na raça
Angus e as regulamentações no
Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Estados Unidos. O trabalho realizado pela Associação Argentina de Angus é uma
importante contribuição com a
área técnica na seleção e produção de reprodutores Angus.
Angus Brasil e I-Uma: mais conhecimento ao campo
A Associação Brasileira de
Angus (Angus Brasil) e o Instituto Universal de Marketing
em Agrobusiness (I-UMA) firmaram um acordo operacional para o desenvolvimento de
programas de capacitação na
modalidade à distância. O objetivo é prestar um serviço diferenciado na área educacional
para os associados, criadores
e usuários da raça. O Programa de Capacitação a Distância
I-UMA/Angus integra a programação dos 50 anos da Angus Brasil e se propõe a levar
o conhecimento aos usuários
e interessados na raça Angus,
buscando aprimorar seus resultados técnicos e econômicos e
fomentar a formação de novos
plantéis da raça no Brasil. Os
cursos em processo de forma-
ção serão desenvolvidos em
três níveis de aprendizagem,
dentro das áreas Técnicas,
Marketing e de Gestão.
A diretora do I-UMA, professora Jhussara Costa da
Rosa, destaca que a plataforma tecnológica do Instituto
permite levar o conhecimento
técnico muito além dos cursos
presenciais, em programas de
ensino à distância para todo o
Brasil. “Dentro dessa visão de
capacitação o I-UMA vai disponibilizar um serviço de capacitação e aprimoramento dentro da sua plataforma digital
para interessados em qualquer
região do País”.
A diretora também destaca que o objetivo é fomentar
o crescimento da raça Angus
na produção de carne de qua-
lidade, incentivar a formação
de novos plantéis, difundir o
conhecimento técnico e de
mercado para os usuários do
Angus, tornar a raça uma referência em fomento, contribuir
para o crescimento da raça em
todo o território nacional e buscar ampliar sua utilização nos
cruzamentos industriais. Os
cursos, ainda em processo de
formação, serão definidos pela
Angus e abrangerão as áreas da
genética, manejo e pastagens,
marketing, comercialização de
reprodutores, gestão, gestão
de cria, gestão de propriedade,
integração lavoura pecuária e
outros. Os programas terão duração de 30 horas. Toda a tecnologia de aprendizagem é pela
plataforma à distância, com o
suporte da estrutura pedagógica do I-UMA.
Cursos com desconto
Os cursos poderão ser acessados por associados da Angus
Brasil e seus familiares, que contarão com um desconto especial
de 15% no valor do investimento. Com isso o custo será de R$
795,60. Não sócios também
poderão participar dos programas com um investimento de R$
936,00. Todos os participantes,
ao final das 30 horas de ensino,
receberão um certificado da Angus Brasil e do I-UMA.
O presidente da Angus Brasil, Paulo de Castro Marques,
dá ênfase ao acordo operacional entre a Angus e o I-UMA,
afirmando: “É uma parceria
de extrema importância para
a Associação Brasileira de Angus devido à seriedade da instituição de ensino. Poder contribuir para o desenvolvimento
profissional e até pessoal de
novos profissionais do agronegócio é mais um passo para o
crescimento da cadeia produtiva da carne”, diz.
Já o diretor vice-presidente
da Angus Brasil, Marco Antônio Gomes Costa, destaca que a
parceria com o I-UMA é muito
importante para o desenvolvimento e fomento da raça,
permitindo formar um grupo
de pessoas que irão repercutir
novos conhecimentos junto aos
clientes.
38
Angus@newS
REPORTAGEM
Julho/Agosto de 2013
Central Terra Costa:
Uma aposta de peso em genética superior
A Central de Embriões Terra Costa, homologada
pelo MAPA e instalada na Cabanha Terra Costa,
em Santo Antônio da Patrulha, a 70 km da
capital gaúcha, Porto Alegre, no Litoral Norte do
Rio Grande do Sul, é mais um empreendimento
do empresário e selecionador de Angus gaúcho
Marco Antonio Costa. À frente da fabricante de
guindastes Argos, também de Santo Antônio da
Patrulha, Marco Costa está fazendo a diferença
na pecuária gaúcha e brasileira.
A
tual vice-presidente da
Associação Brasileira
de Angus (Angus Brasil), no grupo Terra Costa ele
decidiu investir pesado também em bovinos da raça Angus, onde já coleciona vários
troféus por premiações de pista. O mais recente foi o título
de Grande Campeã da Fenasul 2013, com a fêmea “Terra
Costa TE22 Baroneza”, um
dos seus produtos em progra-
Fotos: Fabio Fatori/Divulgação
Por Eduardo Fehn Teixeira
cerca de cinco anos como criador da raça Angus, que Marco
Costa inaugurou esta central
gaúcha de transferência de
embriões. “Por suas qualificações, já largamente conhemas de transferência de em- cidas em outros países, a raça
briões. E na cabanha são 220 Angus tem avançado bastante,
hectares de área, com moder- especialmente no Brasil, onde
nas instalações seguindo as atualmente lidera a comercianormas do Bem-Estar Animal, lização de sêmen, perdendo
onde são criadas em torno de somente para os zebuínos”,
170 fêmeas Angus. Entre elas, destaca Costa.
Mas ele acredita que ainda
30 são doadoras de embriões.
há muito por fazer, e um grande campo para a inovação na
Continuidade em
pecuária. “Esta é a principal
investimentos
Foi em meados de feverei- razão de nossos investimentos,
ro deste ano, já atuando por tanto em reprodutores, como
em modernas tecnologias, sempre visando a
produção, com maior
velocidade, de animais
realmente superiores”,
sintetiza o criador. Até
2014, com o planejamento de bons investimentos no negócio, deve
ser elevada para 50 a
quantidade de fêmeas
top de seleção como doadoras, prospecta o selecionador, informando
que a central também
Tourinhos de um ano, em preparo para vendas 2014
ocorreu a partir de 2006, em
decorrência da forte elevação
da demanda por carne de qualidade, ocorrida especialmente
nos últimos quatro anos, com
No início, os Crioulos
“Podemos prestar serviço a venda de sêmen Angus cresde coleta para os criadores da cendo de forma fantástica.
raça”, diz Marco Costa, ob- Dados da Associação Brasiservando que a média de pre- leira de Inseminação Artificial
ço de uma barriga de aluguel, (Asbia), dão conta de que em
prenha de uma doadora, é de 2012 a comercialização de sêcerca de R$ 4 mil – o embrião men Angus passou para cerca
sai por cerca de R$ 1,2 mil. E de 2,8 milhões de doses, frenknow-how no metier ele já tem te aos 1,7 milhão de 2010.
de sobra, uma vez que antes de “Essa realidade justifica a
se voltar à raça Angus, inves- mudança do foco do negócio
tia na criação de cavalos da para o gado Angus”, aponta o
Crioulos, que é predominante criador, observando que o cruno mercado gaúcho de equi- zamento industrial de machos
nos. “Foi para produzir embri- (sêmen) Angus com fêmeas
ões de equinos que construí o Nelore, no Brasil Central, é a
primeiro laboratório, que ago- opção preferida por grandes
ra, com ainda maior moderni- empreendimentos pecuários,
zação, é voltado ao Angus”, que entregam os novilhos a
programas de produção de
recorda o criador.
A virada para o Angus carne de qualidade, como o
Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil. >>>
está preparada para alojar fêmeas doadoras de outros criadores.
Há um grande campo para a
inovação na pecuária, em razão
dos investimentos na raça
40
Angus@newS
REPORTAGEM
Julho/Agosto de 2013
Embriões, o carro-chefe da Central
Fotos: Fabio Fatori/Divulgação
Marco Antonio Costa, proprietário da Central Terra Costa
manda do mercado brasileiro.
“O foco é o Angus de pelo
curto e de fácil adaptação ao
Fêmeas com cria – receptoras com produto de TE
País – o chamado Angus Tropical”, diz Costa. Nos Estados
empre com o foco vol- embriões disponibilizados no anos seguintes, “Areia” foi a
Unidos ele comprou embriões
tado à busca de animais mercado possuem potencial Grande Campeã da Exposique devem estar chegando à
de qualidade superior, tanto para “pista de alto ní- ção de Palermo, em Buenos
Central Terra Costa agora em
a Central Terra Costa vem vel” como para projetos de Aires, reconhecida como uma
agosto.
mantendo uma rotina de do- “produção com alta eficiên- das mais importantes mosO criador igualmente mantras de Angus do mundo.
adoras em coleta, com média cia”.
tém negócios e também tem
Segundo Dimas Rocha,
de aproximadamente sete emse abastecido com genéticas
Angus Tropical
pelas premiações recebidas,
briões produzidos por etapa.
Negócios internacionais
Mas Marco Costa não é so- argentina e uruguaia, visando
“Dispomos sempre de embriDos negócios internacio- “Tres Marias Areia” está en- mente um vendedor de genéti- o atendimento de vários perfis
ões em estoque e disponíveis nais, foi da parceria man- tre os mais importantes re- ca. Com a abertura da central, de criadores, dos animais de
para pronta entrega, mas pro- tida por Marco Costa com produtores da raça no mundo. ele vem aumentando os inves- elite aos chamados rústicos,
duzir de forma customizada é a legendária Cabanha Tres “Em 2011, uma única pre- timentos em importação. No destinados à produção de cartambém muito fácil e rápido”, Marias - a mais premiada e nhez de “Areia” foi negociada ano passado, com o suporte do ne. De acordo com Velloso, os
informa o responsável técnico, famosa seleção de Angus da por R$ 50 mil”, informou o assessor Méd. Vet. Fernando investimentos da Terra Costa
veterinário Dimas Rocha, da Argentina - que vieram os técnico, comentando que em Velloso, o pecuarista foi aos não tem sido imediatistas, mas
Assessoria Agropecuária FF mais efetivos resultados. Em novembro deste ano nascerão Estados Unidos - país em que sim pensados no futuro do neVelloso & Dimas Rocha.
2009, Costa adquiriu socie- na Terra Costa três bezerros a raça Angus predomina nas gócio da carne no Brasil e nas
“A garantia dada ao com- dade na novilha “Tres Marias filhos da “Areia”. Da parceria centenas de confinamentos - necessidades de genética aproprador é de 50% de prenhez”, Areia”, que permanece na Ar- com a Reconquista Agrope- para escolher doadoras de em- priada a este cenário, que só
diz Rocha. E, segundo ele, os gentina até hoje. E nos dois cuária, de José Paulo Cairoli, briões compatíveis com a de- tende a crescer.
foi produzida a mais recente
Grande Campeã da Fenasul,
“Terra Costa TE22 Baroneza”. Esta fêmea é filha de pai
e mãe de genética Reconquista (sendo a mãe Reconquista
1501 Orquídea e pai Reconquista Naco, ambos animais
de co-propriedade Terra Costa
e Reconquista).
S
TÉCNICOS CREDENCIADOS
Utilize os serviços do Corpo Técnico da Associação
UF
PR
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NOME
Antônio Francisco Chaves Neto
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Dimas Correa Rocha
Fábio Azeredo
Fernando Furtado Velloso
Flávio Montenegro Alves
Ivan Pedro Verdi Guazzelli
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TELEFONES
43 3275.1811 / 43 9972.0309
49 9146 5455
49 8839 7790
51 9904.3356
53 9946.6031
51 3392.6502 / 51 9835.8100
55 3422.7595 / 55 9974.3024
54 9117.0773
51 3724.2495 / 51 9975.1985
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Renato Pinto Paiva
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TELEFONES
51 9602.0365 / 51 9995.8189
55 3431.6497 / 55 9977.6644
45 9972.3425
53 3225.3805 / 53 9983.0813
55 9112.3916 / 55 3242.1312
51 9837.6501 / 55 9969.1464
17 9201.9181
55 3412.5339 / 55 9977.7281
14 8147.7797
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Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
EXPOSIÇÕES
Fotos: Devanir Parra/Angus
Angus no topo da Feicorte:
a vitrine do agronegócio nacional
Como tem acontecido nos últimos anos, o estande da Angus Brasil novamente
foi um dos mais movimentados durante a Feicorte 2013, evento que foi palco
da XIII Exposição Nacional do Angus. Ali, além de ser um ponto de encontro
de criadores, técnicos, investidores e interessados na eficiente genética Angus,
também foram realizados durante a feira vários eventos relacionados à raça.
Por Eduardo Fehn Teixeira
D
estaque para o lançamento do Anuário
Angus 2012, a apresentação da carne certificada
Black Angus, a carne Angus
Premium da VJP Alimentos,
além dos anúncios das novas
parcerias com o Programa
Carne Angus Certificada do
Frigorífico Verdi (fazendo a
Carne Angus chegar a Santa
Catarina), e com o Frigol, com
planta frigorífica em Lençóis
Jurado
Renato
Pinto
Paiva
Paulistas, SP. Com a assinatura desses novos associados,
o programa conta agora com
oito frigoríficos parceiros, com
18 plantas distribuídas em
sete Estados - RS, SC, PR, SP,
MS, MT e GO. E o evento que
encerrou a programação Angus na Feicorte foi e a entrega
de prêmios aos vencedores da
exposição deste ano.
Marketing e
relacionamento
Para o presidente da Angus
Brasil, Paulo de Castro Marques, a Feicorte é considerada
uma excelente vitrine para o
marketing da genética de alta
qualidade Angus. Por ser realizada no principal centro do
País, São Paulo, a feira atrai
as atenções de todo o setor
pecuário, tornando-se também
palco de leilões e eventos de
destaque voltados ao agribusiness.
Já o diretor do Programa Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff
Salvador, examina
a Feicorte com um
olhar não só técnico,
mas especialmente
comercial e de relacionamento com
os vários elos que formam a
cadeia da carne no Brasil. “O
que existe e funciona, está nesta feira. Por isso nossa presença é obrigatória”, sentencia.
Os vitoriosos
O experiente técnico e jurado Renato Pinto Paiva, de
Uruguaiana, RS, apontou os
campeões nos dias 19 e 20 de
junho. Para ele, que também
é técnico credenciado da Angus Brasil, as filas da Feicorte
foram impecáveis, mostrando
grande qualidade e correção
nos animais, numa prova de
que os criadores sabem muito
bem o que estão fazendo na
seleção de seus plantéis.
Nos machos, a consagração foi para o reprodutor da
FSL Angus Itu, e nas fêmeas
voltou a brilhar a tradicional
Cabanha da Corticeira.
“Todo Grande Campeonato é muito importante, principalmente na Nacional Angus.
E essa vitória é resultado de
oito anos de trabalho com
foco nas exposições. Nossos
animais são nascidos e criados
em São Paulo, portanto com
uma genética Angus adaptada
ao clima do Brasil Central, e
todas as premiações que te-
mos recebido são importantes,
ainda mais este grande campeonato para machos numa
exposição nacional da raça”,
comemorou o proprietário da
FSL Angus Itu, Antonio dos
Santos Maciel Neto.
Já o selecionador Luis Felipe Cassol, gerente de pecuária
da Cabanha da Corticeira, ficou mais do que satisfeito com
a premiação. Ele comemorou
efusivamente a conquista do
primeiro grande campeonato de
sua propriedade numa mostra
da importância desta Nacional
de Angus. “Tifani é uma fêmea
excepcional, fora da média, que
representa da melhor maneira todo o esforço que há anos
empreendemos para a seleção e
obtenção de animais que sejam
verdadeiras fontes da melhor
genética Angus de elite. E este é
um prêmio muito recompensador”, avalia Cassol. “Este ano
está sorrindo para nós”, comentou ele, referindo-se à performance da cabanha até este momento no circuito de exposições
ranqueadas de Angus.
O touro “FSL 1068 Fenômeno”, Grande Camepão da
Feicorte, reprodutor da FSL
Angus Itu com 30 meses de
idade, é fruto do acasalamento entre “SAV Heavy Hitter
6347” e “Tres Marias 7216
Hornero 6140 TE”.
Já a matriz da Cabanha da
Corticeira “LC Tifani T1192
Candombe”, Grande Campeã
da Feicorte, se consolida aos
38 meses de idade como uma
das grandes fêmeas de argola
da raça ao conquistar seu terceiro Grande Campeonato em
2013 – já havia conquistado
o título na ExpoLondrina e
também na Exposição de Uruguaiana. É uma filha de “Tres
Marias 7033 Candombe 6164
TE com Quitela 539 da Corticeira”.
“Maya Galhardo 180
Traveler 14 Juá”, de Zuleika
Borges Torrealba – Cabanha
da Maya, de Bagé, RS, ficou
com o título de Reservado de
Grande Campeão, enquanto o
posto de 3º Melhor touro foi
para FSL 1119 Thor, também
de Antônio Maciel Neto.
E como Reservada Grande Campeã ficou “Maya CAT
222 Heliodora Nostradamus
Janis”, da parceria Zuleika
Borges Torrealba e Fábio Luiz
Gomes, da Cabanha Catanduva, de Glorinha, RS. “LC Uafé
TEIU266 Mulberry”, de Luis
Anselmo Cassol, terminou
como a 3ª Melhor Fêmea.
A XIII Exposição Nacional de Argola da raça Angus
integra o calendário oficial de
exposições nacionais da Associação Brasileira de Angus,
que em 2013 já contou com
etapas na Emapa, em Avaré,
SP; Expo Uruguaiana, em
Uruguaiana, RS; Expolondrina, em Londrina, PR e Outono
Angus Show, em Esteio, RS.
O próxima e última mostra
do Ranking Angus acontece
na Expointer 2013, de 24 de
agosto a 1º de setembro, no
Parque de Exposições Assis
Brasil, em Esteio, RS.
>>>
Angus@newS
OPINIÃO
Julho/Agosto de 2013
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Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
EXPOSIÇÕES
Elite em pista no Prime Angus
Fotos: Devanir Parra/Angus
de R$ 17.335,00 por lote, entre matrizes e prenhezes.
Para Paulo de Castro Marques, proprietário da Casa
Branca Agropastoril e presidente da Angus Brasil, o resultado é positivo e reflexo do
crescimento da raça na pecuária nacional. “A Angus hoje
é uma raça consolidada no
País, com grandes resultados
produtivos na pecuária tropical. Um concreto sinal desta
performance é a grande venda
A Casa Branca Agro- ta 20 fêmeas de elite e quatro que obtivemos neste remate”,
pastoril, de Paulo de Castro prenhezes durante o Leilão comemorou Marques.
Marques, de Fama, MG, a 3E Prime Angus – Paixão por
Principal raça taurina no
Agropecuária, de Renato Ra- excelência, realizado na noite País, a Angus tem se expandimires Jr, de José Bonifácio, de 19 de junho, durante a Fei- do cada vez mais para as regiSP, e a Cabanha Terra Costa, corte 2013, em São Paulo, SP. ões centrais do País. Segundo
de Marco Antônio Costa, de O pregão, que teve ao martelo o proprietário da 3E AgroSanto Antônio da Patrulha, o leiloeiro Aníbal Ferreira, da pecuária, Renato Ramires Jr,
RS, comercializaram em pis- Remate Leilões, fixou média impressiona a evolução do nú-
mero de novos criadores investindo na raça. “A raça está em
plena expansão e atrai a atenção de cada vez mais pecuaristas, ganhando ainda mais
força com a adaptação às regiões mais quentes”, enfatizou
o selecionador.
Já o gaúcho Marco Antonio Costa destacou a qualidade
não só dos animais integrantes
da oferta do leilão, mas também dos plantéis brasileiros de
Angus. “O incremento qualitativo e o crescimento da raça
Angus e do uso da genética
Angus em cruzamentos nos
últimos anos é mesmo uma vitória digna de comemoração”,
enfatizou Costa.
As médias do bem frequentado pregão ficaram em R$
14.202,00 para as matrizes e
R$ 33.000,00 para as prenhezes. O lote de maior cotação foi
o número 01, com a prenhez
de Três Marias 6990 Hornero
com SAV Heavy Hitter, vendida pela Casa Branca Agropastoril para a Cabanha Terra
>>>
Costa por R$ 52.800,00.
Leilão, já consolidado, reúne
a nata do empresariado do
agronegócio brasileiro
Maior feira indoor do mundo
A
19ª Feicorte (Feira Internacional da Cadeia
Produtiva da Carne),
que é considerado o maior
evento indoor do gênero no
mundo, foi promovida pelo
Agrocentro, no Centro de Exposições Imigrantes, em São
Paulo, SP, de 17 a 21 de junho. E segundo os organizadores, teve este ano a sua edição
mais abrangente.
Além da presença de 4 mil
animais de 20 raças bovinas
e duas ovinas, a feira sediou
eventos como a 2ª Feira de
Muares e Asininos, com a exposição de jumentos, burros e
mulas; a Feinco Preview, com
leilões de ovinos, cursos, palestras, julgamentos, Espaço
Gourmet e concurso de carcaças e um shopping de cavalos
Lusitanos. “Foi a edição mais
completa da Feicorte, consolidando a feira como o grande
encontro da cadeia produtiva
da carne”, reforçou a gerente
do Agrocentro, Carla Tuccilio.
Nos 50 mil metros quadrados cobertos, 250 empresas
de referência nos segmentos
de genética, saúde e nutrição
animal, órgãos de desenvolvi-
con), com a premiação de 40
destaques do confinamento de
2012 no Brasil e 10 destaques
em sustentabilidade, além da
homenagem a um produtor de
gado a pasto, que marcou o
lançamento da categoria Boi
Feira Multipalco
a Pasto.
Um dos destaques dessa
A feira recebeu 26 mil visitantes, dentre os quais 67% edição da Feicorte foi o ciclo
criadores de gado. Daí se dizer de palestras sobre produção
que a Feicorte é a maior vitrine pecuária e o papel do tratador
do agronegócio nacional. Mais de gado, que ofereceu capacide 100 eventos entre leilões, tação em manejo, sanidade e
julgamentos de animais, cursos, nutrição, além confraternizapalestras, fóruns, encontros, se- ção para valorizar a imporminários, workshops, painéis, tância desse profissional.
A Feicorte sediou reunião
premiações e lançamentos foram realizados durante a Fei- da Câmara Setorial de Carcorte. “A Feicorte é realmente
o grande palco de discussões
que envolvem o setor, apresentação de tecnologias que incrementem a produção e iniciativas que valorizam o que é feito
de bom na pecuária”, destaca
Carla Tuccilio.
Durante a Feicorte 2013
foi feita a entrega do Prêmio
Nelson Pineda – Ano III, promovido pela organização da
feira em parceria com a Scot
Consultoria e Associação Nacional de Confinadores (Asso-
mento e pesquisas, máquinas e
equipamentos, frigoríficos, associações de raças e entidades
representativas apresentaram
suas novidades.
ne Bovina, Painel “Prioridades de Sanidade Animal”, 1º
Fórum de Comunicação no
Agronegócio, palestra do expresidente do Banco Central
Henrique Meirelles sobre a
desaceleração da economia e
oportunidades para o agronegócio, seguida de debate
com especialistas, além do
Encontro de Líderes que discutiu governança para programas de fidelidade, com a
participação de executivos
das principais empresas da
cadeia produtiva (produtores,
insumos, indústria e varejo)
e homenagens a personalidades do ano do agronegócio:
o ex-secretário da Agricultura de SP, João Sampaio e os
ex-Ministros da Agricultura,
Alysson Paulinelli e Roberto
Rodrigues.
Nos leilões, movimento
de R$ 9,5 milhões
Foram realizados durante
a Feicorte 12 leilões que movimentaram cerca de R$ 8,2 milhões. Entre eles, no dia 19 de
junho, destaque para o leilão
da Prime Angus – Paixão por
Excelência, que comercializou
24 animais, sendo 20 fêmeas
e quatro machos, num total de
R$ 410.520,00.
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Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
EXPOSIÇÕES
Carne Angus chega a Santa Catarina
e reforça presença em São Paulo
Fotos: Devanir Parra/Angus
mos esta parceria, que nos dá a
autenticidade de um produto de
qualidade superior”, comemorou Dorival Jr.
Com o fechamento de parceria com o Frigorífico Verdi, de Pouso Redondo,
SC, o Programa Carne Angus Certificada, da Angus Brasil, selou seu
ingresso no Estado catarinense. E o Programa Carne Angus também
aproveitou a Feicorte para anunciar outro importante parceiro, o Frigorífico
Frigol, este com planta frigorífica em Lençóis Paulista, em São Paulo, SP.
O
anúncio das novas parcerias, que vinha sendo
muito esperado pelos
criadores, foi um dos grandes
momentos da Angus neste ano
na Feicorte. O acordo com os
novos parceiros foi assinado
durante concorrido evento no
estande da Angus durante a Feicorte, que contou com as presenças do presidente da Angus
Brasil, Paulo de Castro Marques e do diretor do Programa
Carne Angus Certificada, Reynaldo Titoff Salvador, do presidente do Frigorífico Verdi, Ariel
Verdi, e do gerente comercial do
Frigol, Dorival Jr, do gerente de
compra de gado do Frigol, Danilo Gonzaga de Oliveira, além
do gerente do Programa Carne
Angus, Fábio Medeiros.
Parceria trará
crescimento
Falando em nome dos produtores de Angus de Santa Catarina, o presidente do núcleo de
criadores catarinenses da raça,
Nelson Antônio Serpa - que
também é secretário de Estado
da Casa Civil daquele estado -,
garantiu que o ganho para os
pecuaristas e para a raça será
grande com a nova parceria.
“Esta é uma negociação que
vinha sendo amadurecida e
trabalhada já há algum tempo
envolvendo a Angus Brasil, os
criadores e o Frigorífico Verdi. E
avaliamos como uma conquista que trará crescimento para
o setor produtivo de carne em
Santa Catarina”, declarou Serpa. Além disso - complementou
o dirigente -, como Santa Catarina é o único Estado brasileiro
livre de Febre Aftosa sem vacinação no Brasil, abrimos para
a raça um importante caminho
para exportação de carne.
O presidente do Frigorífico
Verdi, Ariel Verdi, aposta que a
chegada do maior programa de
certificação de carne do País
ao Estado catarinense vai representar enorme evolução no
relacionamento entre os produtores e a indústria frigorífica, o
que para ele é altamente posi-
tivo. “Com o abate certificado
pela Angus, serão oferecidos
prêmios/bonificações aos produtores bem acima do mercado
o que, com certeza, vai mobilizar os criadores, impulsionando
ainda mais a produção de gado
de elevado padrão em Santa
Catarina”, avalia Verdi.
Cortes com
qualidade superior
No Frigol, em Lençóis Paulista, SP, a expectativa é de que
sejam abatidos inicialmente
mais de 800 animais certificados por mês através do Programa Carne Angus. A meta foi
revelada na ocasião pelo gerente comercial da Frigol, Dorival
Jr. Segundo ele, a empresa alimentícia já possui uma linha de
cortes especiais e agora deverá
receber o selo de qualidade do
Programa Carne Angus Certificada.
“Com a chancela do Carne
Angus, com certeza agregaremos muito mais valor ao nosso
produto. Há tempos buscáva-
Marco importante
Para o presidente da Angus
Brasil, Paulo de Castro Marques, a entrada do Programa
em Santa Catarina é um importante marco, pois permitirá o atendimento ao crescente
número de produtores da raça
naquele Estado e, ao mesmo
tempo, à grande demanda pela
carne de qualidade Angus na
região. “Em Santa Catarina
existem restrições quanto à entrada de animais de outros Es-
tados devido às barreiras sanitárias. Assim, a partir de agora,
conseguiremos dar todo o suporte almejado há tempos pelos pecuaristas catarinenses”,
observou Castro Marques.
Sobre a parceria com o
Frigol, o presidente da Angus
Brasil enfatizou a sua importância estratégica, devido à
localização da planta frigorífica. “Lençóis Paulista está
em uma região central de São
Paulo. Por isso, confiamos
que com a Frigol o Programa
Carne Angus Certificada estará acessível a produtores de
praticamente todo o Estado”,
apontou.
>>>
Anuário lançado na Feira
Com um total de 190 páginas, foi lançado durante a Feicorte – num formato já tradicional, o Anuário Angus 2012 /
2013. A edição, também comemorativa dos 50 anos da Angus Brasil, relaciona os principais eventos entre o segundo semestre de 2012 e os primeiros seis meses de 2013. Destaque
para os campeões do ranking, os vencedores das exposições
ranqueadas, as exposições internacionais, leilões e eventos técnicos promovidos pela Associação em todo o País. Fartamente
ilustrado, apresentado com capa dura, o anuário é dirigido a
associados e investidores.
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Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
EXPOSIÇÕES
Angus: uma raça nacional
Fotos: Devanir Parra/Angus
Gustavo Goulart, Marco Antônio Costa e Paulo Marques em ação
R
eynaldo Titoff Salvador,
diretor do Programa
Carne Angus Certificada, reforçou a imagem do gado
Angus como uma raça cada vez
mais nacional. Para ele, a atuação do Programa Carne Angus
Certificada tem participação
essencial na expansão da raça
pelo País. “Estamos, a cada
parceria firmada, deixando de
lado o rótulo de sermos uma
raça forte apenas no Rio Grande do Sul, berço do Angus no
Brasil. Temos grande atuação
em regiões antes impensadas,
casos do Sudeste e do Brasil
Central. E estamos cada vez
mais adaptados e prontos para
crescer”, enfatizou Salvador.
Para o dirigente, os novos
acordos representam a evolução do planejamento da Angus
Brasil, de expandir a raça para
diversas regiões do País. “Com
as novas plantas integrando o
programa, já são 18 unidades
frigoríficas instaladas no Sudeste e Centro-Oeste. Somos
cada vez mais uma raça adaptada à pecuária tropical”, ressaltou Salvador.
Crescimento
impressionante
Completando 10 anos de
atividades em 2013, o Programa Carne Angus Certifica-
da apresenta um crescimento
realmente impressionante no
volume de animais abatidos ao
ano. Em 2003, ano de sua estreia, contabilizavam-se pouco
mais de 20 mil animais certificados. Já no ano passado,
foram abatidas mais de 230
mil cabeças. E de acordo com
o gerente do Programa, Fábio
Medeiros, as novas parcerias
devem agregar a estes abates um volume mensal ainda
maior.
Com as novas parcerias, o
Programa Carne Angus Certificada conta agora com sete
frigoríficos parceiros – Marfrig, VPJ, Frigorífico Silva, Cooperaliança, Cotripal, Angus da
Gruta, Frigol e Verdi – com 19
plantas, divididas em sete dos
principais estados pecuaristas
do Brasil (RS, PR, SC, SP, MS,
GO e MT).
Pecuária Sustentável
Outra novidade apresentada durante a 19ª Feicorte foi
o ingresso da Angus Brasil no
Grupo de Pecuária Sustentável.
Segundo o gerente nacional do
Programa Carne Angus Certificada, Fábio Medeiros, o grupo
discute o desenvolvimento de
práticas sustentáveis para a
cadeia produtiva da carne nacional e conta com as maiores
empresas e entidades do País
ligadas à atividade.
O Grupo de Trabalho da
Pecuária Sustentável (GTPS)
foi criado no final de 2007 e
formalmente constituído em
junho de 2009. É formado
por representantes de diferentes segmentos que integram
a cadeia de valor da pecuária
bovina no Brasil. Participam
representantes das indústrias
e de organizações do setor,
produtores e suas associações,
Dezoito unidades frigoríficas
e centenas de criadores pelo
Brasil: é o Angus
avançando pelo País
varejistas, fornecedores de insumos, bancos, organizações
da sociedade civil, centros de
pesquisa e universidades.
O objetivo do GTPS é debater e formular, de maneira transparente, princípios,
padrões e práticas comuns
a serem adotados pelo setor,
que contribuam para o desenvolvimento de uma pecuária
sustentável, socialmente justa, ambientalmente correta, e
economicamente viável. Neste
contexto, o envolvimento de
todos os segmentos que compõem a cadeia de valor, e também da sociedade civil, é fundamental para o atingimento
destes objetivos.
Conforme explica Medeiros, todo o processo industrial,
desde o abate e tipificação das
carcaças até a embalagem final do produto é acompanhado
permanentemente pelos técnicos do Programa Carne Angus
Certificada é auditado pela
Certificadora Ausmeat, que
confere reconhecimento e credibilidade internacional com a
outorga do selo de Certificação
Ausqual. Para mais informações sobre o Programa, acesse:
>>>
www.carneangus.org.br
Carne VPJ Black Angus: um must na Feicorte
O lançamento da nova linha de carnes Aberdeen Angus
“Black Angus - Reserva Especial”, dia 19 de junho, pela
parceira do Programa Carne
Angus Certificada, VPJ Alimentos, propriedade do selecionador de Angus Valdomiro
Poliselli Junior (leia-se VPJ
Pecuária), foi mais um evento
que gerou grande movimentação no estande Angus na Feicorte 2013.
Os novos cortes de carne
Angus Premium certificada
pelo Programa Carne Angus,
finamente embalados, numa
verdadeira
apresentação
premium,
verdadeiramente
impressionou a todos os presentes, que também tiveram
a oportunidade de degustar a
nova carne durante o evento.
Em parceria com a Angus
Brasil, o empresário e pecuarista Valdomiro Poliselli Júnior, presidente da VPJ Alimentos, confraternizou com
criadores, técnicos e investidores em Angus durante o
lançamento, que contou com a
presença de personalidades ligadas à raça Angus,
como o presidente da Angus
Brasil, Paulo de
Castro Marques;
Reynaldo Tittof
Salvador, Diretor do Programa Carne Angus
Certificada; Fábio Medeiros, gerente nacional do
Programa Carne
Angus; Paulo Horto (proprietário da Programa Leilões)
e Antônio Camardelli, presidente da ABIEC, assim como
a imprensa especializada. A
nova carne chega para o consumidor final em dez opções
de cortes especiais.
Seleção exclusiva
Segundo Poliselli Junior,
a VPJ Alimentos, referência
na atuação de toda a cadeia
produtiva no Brasil, fechou
com sucesso sua participação
na edição 2013 da Feicorte.
“A Black Angus é derivada
de uma seleção
exclusiva
de
animais Angus
pretos certificados e com o
diferencial de
um altíssimo
nível de marmoreio”, definiu o criador
e empresário
paulista. Para
agregar real valor à qualidade
das carnes da
nova marca, os produtos vêm
“embalados para presente”,
em uma apresentação sofisticada jamais vista no Brasil.
Além das
porteiras
A VPJ Alimentos passou
das porteiras de suas fazendas
para o segmento alimentício
em 2004, conduzindo ao mercado cortes selecionados procedentes da mais alta genética das raças Angus e ovinos
Dorper, produzida pela empresa há mais de 20 anos. Com
aprimoramento, desenvolveu
ainda os mais rigorosos processos e critérios de qualidade
e segurança alimentar em suas
linhas de produção, além de
uma moderna frota que atende
clientes em todo o País.
Angus@newS
EXPOSIÇÕES
Julho/Agosto de 2013
49
Angus Shop agora com La Victoria
Fotos: Devanir Parra/Angus
Isso mesmo. Na véspera da
realização da Feicorte 2013,
em junho deste ano, a Angus
Brasil selou parceria com a
rede de lojas da requintada
marca La Victoria. Assim, a
partir de agora a Angus Shop
(a lojinha da Angus) passa a
disponibilizar toda uma linha
de produtos, especialmente de
roupas e assessórios, com a
marca Angus, produzidas por
La Victoria.
“Esta parceria estava caindo de maduro, especialmente
pela identidade existente entre
o ambiente da raça Angus e a
grife La Victoria. São produtos
especiais e totalmente voltados
aos temas do campo”, observou a gerente da Angus Brasil,
Juliana Brunelli. Segundo ela,
os produtos com a marca Angus passam a ser comercializados na Angus Shop, presente
junto ao estande Angus em todas as exposições nacionais da
raça, assim como durante todo
o ano nas lojas La Victoria em
Porto Alegre, RS e em Buenos
Aires, na Argentina.
Para o proprietário de La
Vitoria, empresário Ariel Cappielo, o acordo comercial com
a Angus Brasil é altamente
positivo. “Fomos procurados
pelo diretor da Angus Brasil,
Gustavo Goulart, com a intenção da parceria, o que nos
deixou bastante satisfeitos”,
relatou Ariel. “Para nós é
uma grande honra poder atuar
como parceiros da mais importante associação de gado
de corte do Brasil”, declarou.
Em Porto Alegre, a matriz
de La Victoria está na rua Padre Chagas, 400 e as futuras
lojas serão no Aeroporto Internacional Salgado Filho e no
Shopping Praia de Belas. Em
Buenos Aires no bairro Ricoleta, na rua Rodrigues Peña,
1528.
DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA FEICORTE 2013
Grande Campeão
Reservado Grande Campeão
Terceiro Melhor Macho
Grande Campeã
Reservada Grande Campeã
Terceira Melhor Fêmea
GRANDE CAMPEÃO
Nome: FSL 1068 FENÔMENO
Tat: TE1068 Registro: O144233
Nasc: 18/12/2010 Idade: 912 Dias - 30 meses
Peso: 1060
Pai: SAV HEAVY HITTER 6347
Mãe: TRES MARIAS 7216 HORNERO 6140 TE
Criador: FSL ANGUS ITU LTDA.
Expositor: ANTÔNIO MACIEL NETO
Estabelecimento: FSL ANGUS ITÚ Cidade: ITÚ /SP
RESERVADO GRANDE CAMPEÃO
Nome: MAYA GALHARDO 180 TRAVELER 14 JUÁ
Tat: 180 Registro: O145081
Nasc: 23/09/2010 Idade: 998 Dias - 33 meses
Peso: 1010
Pai: SAV 8180 TRAVELER 004
Mãe: MAYA TNT 14 ANTÉIA JUÁ SB LUCKY
Criador: ZULEIKA BORGES TORREALBA
Expositor: ZULEIKA BORGES TORREALBA
Estabelecimento: CABANHA DA MAYA Cidade: BAGÉ /RS
3º MELHOR MACHO
Nome: FSL 1119 THOR
Tat: TE1119 Registro: O146437
Nasc: 20/02/2011 Idade: 848 Dias - 28 meses
Peso: 878
Pai: RED FINE LINE MULBERRY 26P
Mãe: DELÍCIA DA FUMAÇA TE 172
Criador: FSL ANGUS ITU LTDA.
Expositor: ANTÔNIO MACIEL NETO
Estabelecimento: FSL ANGUS ITÚ Cidade: ITÚ /SP
GRANDE CAMPEÃ
Nome: LC TIFANI T1192 CANDOMBE
Tat: T1192 Registro: O141994
Nasc: 04/05/2010 Idade: 1140 Dias - 38 meses
Peso: 740 Est. Gest.: Prenha
Pai: TRES MARIAS 7033 CANDOMBE 6164 TE
Mãe: QUITELA 539 DA CORTICEIRA
Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL
Expositor: LUIZ A. CASSOL E MARCO ANTÔNIO VARGAS
Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA
Cidade: SÃO BORJA /RS
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ
Nome: MAYA CAT 222 HELIODORA NOSTRADAMUS
JANIS
Tat: 222 Registro: O150788
Nasc: 01/08/2011 Idade: 686 Dias - 22 meses
Est. Gest.: Prenha Peso: 640
Pai: CATANDUVA TE213 NOSTRADAMUS K.ROB TE12
Mãe: PWM JANIS
Criador: ZULEIKA BORGES TORREALBA
Expositor: ZULEIKA BORGES TORREALBA E FÁBIO GOMES
Estabelecimento: CABANHA DA MAYA Cidade: BAGÉ /RS
3ª MELHOR FÊMEA
Nome: LC UAFÉ TEIU266 MULBERRY
Tat: TEIU266 Registro: O152445
Nasc: 20/11/2011
Idade: 575 Dias - 19 meses Est. Gest.: Prenha
Peso: 509
Pai: RED FINE LINE MULBERRY 26P
Mãe: TRES MARIAS 6556 QUEBRA 5494 TE
Criador: LUIZ ANSELMO CASSOL
Expositor: LUIZ ANSELMO CASSOL
Estabelecimento: CABANHA DA CORTICEIRA
Cidade: SÃO BORJA /RS
50
Julho/Agosto de 2013
OPINIÃO
Angus@newS
Carne:
Por que sempre os mesmos cortes?
Quando de minha infância, (e olha que isso faz algum tempo) lembro que
quase todas as noites após o jantar, minha querida mãe perguntava a
nossa cozinheira: ‘’Maria, o que vamos fazer para o almoço amanhã?’’ A
cozinheira coitada, já bem idosa, quase sempre repetia o mesmo cardápio.
Mesmo sendo uma cozinheira de qualidade inigualável, pois até hoje sinto
saudade dos bifes e das chuletas que ela preparava como ninguém, a
repetição do cardápio por conveniência, facilidade ou até mesmo falta de
criatividade, por mais saboroso que fosse, acabava por nos enjoar. Ficava,
portanto, aquele dilema: sempre a repetição de saladas, o arroz, feijão, um
acompanhamento e as carnes, a isso que me refiro, ‘’às carnes’’.
de maior valor. Mas e os demais cortes? Sim, pois com
filé, picanha, alcatra, maminha, entrecot, todo mundo tem
atenção. Mas e as demais opções, quantas alternativas para
se fazer um prato delicioso e
quem sabe inédito temos, e a
grande maioria dos consumidores, ou quase ninguém, usa
Por Paulo Real
e conhece no dia a dia? Claro
Alves da Silva
que se sabe que não se muda
hábitos de consumo assim tão
lém dos tradicionais facilmente. A correria da atuchurrascos dos finais alidade, acaba nos induzindo a
de semana, onde ainda pegar na gôndola o que se está
hoje temos costela, vazio, e pi- habituado, o que nos é conhecanha, durante a semana, bife cido, ou o que julgamos mais
de alcatra, filé e chuleta? De fácil, mais saboroso. Também
vez em quando um tatu com a facilidade do food service
uma massa, (lembro da comi- hoje em dia faz com que não
da da Maria e fico salivando, tenhamos de pensar muito,
também lamentando pois ela apenas desfrutar da facilidafaleceu há quase 15 anos.) de. Por outro lado, também
As constantes repetições por aumentam o número de conmelhor que sejam preparadas, sumidores que apreciam as
acabam saturando. Agora du- reuniões de gastronomia entre
rante minha atividade profis- amigos e familiares, o que cosional na indústria frigorífica, labora positivamente com as
relacionei a questão dos cor- inovações.
Nos programas das bonifites às lembranças da minha
infância. Será que todo mundo cações das associações de raça,
come sempre as mesmas coi- onde buscamos as produções
sas? Será que a variabilidade de carnes de qualidade recoe opções de cortes no mercado nhecidamente superiores (caso
da carne Angus certificada),
é tão pequena assim? Em todos os programas os produtores têm as carcaças
e produções, sempre tivemos de seus animais bonificadas
de ter o máximo de cuidado pela gordura, idade, peso, ou
e atenção com os chamados seja, pela qualidade geral da
cortes nobres, obviamente os carcaça, que é composta por
A
é o “coração da paleta”, uma
carne macia de muita suculência, com aroma e sabor diferenciados.
A “capa da pá da paleta”,
“assado del carnicero - corte
de exportação para o mercado
chileno - carnicero em espanhol é açougueiro - e ninguém
melhor que o profissional do
açougue para escolher um assado, então imaginem o dele.
Mas por certo não é à toa que
quando vamos ao açougue,
pedimos ao nosso açougueiro
de confiança aquele corte que
uma gama de oportunidades estava reservado para ele mesde cortes desconhecidos de mo. Falo isso com propriedaboa parte dos consumidores. de, pois tive açougue durante
Por que então continuarmos dez anos, e a relação de fidea sobrecarregar os ditos cor- lidade e confiabilidade é forte
tes nobres? São mesmo esses e interessante. Esse corte é
os cortes nobres? Por que não muito apreciado na região Sul
valorizarmos os demais, equi- pelos consumidores de cordeilibrando as coisas? Mas afinal, ro (aquela porção atrás da pá
quais são os cortes nobres?
da paleta (escápula) e que no
Depende: Talvez para um bovino é pouco valorizada e
gaúcho devido à influência dos utilizada.
países vizinhos - Uruguai e Argentina - seja um “assado de
Cardápio
granito do peito”, de um Anrepetido
gus 2-4 dentes, que depois ainda vai parar no feijão prepara“Bife da raquete” ou “gado no outro dia, e que saboroso nhadora” – “peixinho” – “osso
feijão podemos fazer com esse buço de mano” - e tantas ougranito ...Ou talvez quem con- tras opções que temos e que,
siga obter em outros pontos de por desconhecimento, falta
Porto Alegre, ou São Paulo, de hábito ou mesmo convenas churrascarias, um “short niência, acabamos por fazer
ribs”, corte do acém com osso, o mesmo corte sempre, como
que grelhado, com marmoreio a cozinheira de minha infâne preparo adequado, tem um cia, Maria, que sem grandes
sabor ímpar, aliando maciez, inspirações, repetia o mesmo
suculência.
cardápio delicioso, mas que
por quarenta anos seguidos
Próximas do osso
não teve quem agüentasse. É
o tal do ‘’hábito de consumo’’
Do sabor diferenciado da e mesmo não sendo fácil tamcarne próxima ao osso, isso bém pode sofrer mudanças.
nem vamos mais falar. Já está
Nos dias de hoje em novos
consagrado. Esse corte do desafios profissionais, contidianteiro possui todos esses nuo focado na questão da renatributos e pouca gente teve tabilidade e diversificação dos
a oportunidade de apreciar. A cortes, e na qualidade acima
própria “costelinha do diantei- de tudo. Com escalas menoro”, que preparada na parilla res, temos tido a oportunidade
é saborosíssima. Outra opção de escolher os fornecedores.
Estou positivamente impressionado com a qualidade dos
animais abatidos na unidade
onde tenho atuado, quase a
totalidade definidos de raças
britânicas, sobretudo Angus.
Animais de qualidade, bom
acabamento, matéria prima
que qualquer profissional do
ramo gostaria de ter na sua
unidade fabril.
Hoje em dia também as redes de supermercados e lojas
especializadas, buscam e se focam nas carnes diferenciadas,
com marca, origem, e nome.
Temos portanto com as carnes “do Sul” plenas condições
de satisfazer essas questões...
Os consumidores querem saber quem produz aquela carne, de onde veio o bife que os
seus filhos estão consumindo,
mais do que isso, de que raça
é o boi? Como foi alimentado?
Com que idade foi abatido, e
de que forma? As práticas do
bem estar animal, foram aplicadas? Os animais foram tratados com dignidade? Os tempos são de mudança e quem sabe não mudamos
também o cardápio? Que me
perdoe a cozinheira Maria,
mas não devemos experimentar outras alternativas, outros cortes, outras formas de
preparo? Que me desculpem
os consumidores de picanha,
vazio, filé e alcatra, nos quais
eu me incluo, e que todo mundo reconhece como excelentes
opções, mas sempre eles? Que
tal uma alternativa dos cortes
do dianteiro de um Angus para
a próxima reunião com a família e os amigos? O boi nos
dá muitas opções. Não devemos esquecer disso. Basta nos
interessarmos e conhecer melhor e dar chance a cortes não
tão conhecidos.
Então, um brinde e bom
apetite!
Médico Veterinário, produtor rural e
Profissional da indústria frigorífica
Angus@newS
PARCEIROS
Julho/Agosto de 2013
51
Selecionar para produzir carne de qualidade
Por Marcelo
Maronna Dias
C
onsiderando que o
rebanho bovino brasileiro ultrapassa os
190 milhões de cabeças e o
Rio Grande do Sul representa ± 6% deste, ficando na
última década ao redor de
12.000.000 de bovinos, podemos constatar que precisamos
diferenciação pela qualidade
e uniformidade da carne que
temos condições de produzir e
não pela quantidade.
Historicamente, nosso estado caracteriza-se por um
modelo de criação extensivo,
com baixos índices de produtividade e rentabilidade tendo
como base forrageira, o campo nativo. Este quadro tem
sido agravado pelos constantes aumentos nos custos dos
insumos de produção e pela
variabilidade nos preços do
gado que aliados a variações
climáticas estacionais refletem diretamente na produção.
Neste contexto, a agricultura tem avançado sobre áre-
as que eram exploradas por campo nativo expostas a altas
pecuária fazendo com que esta cargas animais e querendo que
atividade torne-se mais com- as tecnologias como IATF e
petitiva. Para isto, a pecuária touros melhoradores façam
precisa ser mais rentável es- milagres. Neste contexto, de
colhendo um modelo de cria- vários rebanhos caminhando
ção que com o uso de tecno- ano após ano na direção oposlogias atinja os objetivos. Um ta de produzir um bom terexemplo disto está no gado de neiro por vaca por ano, cabe
cria onde nestes últimos anos perguntar: temos condições de
o preço do terneiro tem sido estabelecer e discutir programas de seleção em bovinos?
bem remunerado.
No entanto, a pecuária de Será que não estamos colocria do Rio Grande do Sul, cando o carro na frente dos
apresenta um ponto crítico bois quando queremos discutir
bem estabelecido relacionado a vaca ideal, ou mesmo falar
ao pós-parto de
nossas vacas que
mostram
uma
grande
dificul- Na genética, temos hoje o
dade de repetir
que de melhor existe para
cria. Isto foi tema
de debate em vá- os nossos rebanhos, mas
rios
encontros,
dias de campo, nem todos aproveitam
workshops com
pesquisadores, técnicos e pro- de raça ou tipo de touros que
dutores que procuram discutir vamos utilizar?
Nos dias de hoje, em termos
e resolver as questões relacionadas com uma natalidade en- de genética, não restam dúvitre 50 e 60% e taxas baixís- das que temos o que de melhor
simas de repetição de cria em existe para usar em nossos reprimíparas elevando o número banhos. No entanto, será que
de vacas solteiras nos reba- estamos selecionando nossas
vacas por performance ou por
nhos por erros de manejo.
Desta forma, conclui-se sobrevivência? Pergunto isto
que muito pouco mudou nos pelo fato de que em muitos
sistemas de criações nos últi- rebanhos as vacas são submemos anos, no que diz respeito tidas a condições mínimas de
ao manejo nutricional e mine- produção. Evidentemente que
ral, deixando nossas vacas a existem muitos produtores que
já ultrapassaram estas barreiras, sendo referência e fazendo
um trabalho diferenciado nos
programas de seleção colhendo bons frutos por isso.
Comercialmente falando,
para produzir carne de qualidade, precisa-se ter uniformidade e padronização. Temos
que considerar a vaca ou a
novilha que vamos inseminar e
numa segunda etapa, não menos importante, dar condições
para que ela desmame um bom
terneiro. Este poderá tornar-se
um novilho de qualidade com
precocidade, peso
e rendimento de
carcaça ou mesmo uma fêmea
de reposição para
o rebanho. Neste momento, em
minha opinião, o
desempenho fala
mais alto que o
tipo onde os DEP’s para peso
ao nascer, desmame, peso ao
ano e leite das mães assumem
relevância visando o produto
final. Talvez, neste ponto, resida uma grande discussão entre
performance e tipo, pois para
produzir carne de qualidade
não precisamos estar focados
se um touro A ou B terá uma
progênie com uma cabeça bonita ou uma colocação correta
de orelhas visando uma pista
de julgamento. Não quero dizer com isto que fenótipo deva
ser desprezado, mas quando os
animais são selecionados pelos
DEP’S de progênie para produção de carne e são oriundos
de linhagens genéticas indiscutíveis, aparecem animais capazes de figurar nas pistas de
julgamento mais importantes
do mundo.
Sob este aspecto, este ano
no Brasil tive o prazer de ver
filhos de Traveler 004 serem
campeões em três exposições
importantes. Recentemente fui
ao Beef Tour da CRI nos Estados Unidos e vi rebanhos onde
a seleção é baseada em números, no entanto, aparecem
animais com performance e
tipo como o caso do consagrado e premiadíssimo Bismarck
ao lado de produtos de Angus
Valley, Cinch e Resources dando continuidade aos programas de seleção. Em Palermo,
Buenos Aires encontrei filhos
e filhas de touros americanos
grande campeões acasalados
com vacas argentinas.
Concluindo, precisamos emprenhar as vacas, para produzir
carne de qualidade e encontrar
um caminho para os programas de seleção onde vamos
produzir touros melhoradores
para nossos rebanhos.
Méd. veterinário – Supervisor da CRI
Genética Brasil para o Rio Grande
do Sul e Santa Catarina
52
Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
OPINIÃO
Por que devemos apostar
em carne de qualidade?
Eu acompanho, estudo e me interesso por marketing de carne bovina há
mais de 10 anos. Tenho um grande arquivo de materiais sobre marketing
de carne de todo o mundo e tenho participado ativamente de eventos nos
últimos anos. Eu acredito muito que a pecuária precisa pensar mais em
marketing, inclusive de uma forma mais ampla. Precisamos contar nossa
história. Precisamos relembrar nossos clientes que carne é saúde e que
faz parte de uma dieta saudável. Precisamos trabalhar em inovação e na
criação de novos produtos.
Por Miguel
da Rocha
Cavalcanti
O
primeiro motivo do
porque devemos apostar em carne de qualidade é a concorrência. Carne
bovina é mais cara. Isso já é
verdade há bastante tempo e
vai continuar assim. É provável que fique proporcionalmente mais cara daqui em
diante. O frango se especializou em transformar milho
e soja em proteína animal
de baixo custo. A indústria
de aquacultura está rapidamente se profissionalizando
e crescendo. Para cada 2 kg
de carne bovina, ovina, suína
e de frango consumidos no
mundo, há 1 kg de peixe sendo consumido. Ou seja, 33%
de toda carne consumida no
mundo é peixe, e temos nos
esquecido desse importante
concorrente. Temos muito
volume de carne mais barata
que o boi.
A briga da carne barata já
perdemos. Mas a briga do sabor e da experiência de consumo estamos ganhando há
décadas e podemos ganhar
ainda mais. Eu mostro uma
foto de um belíssimo steak,
e todo mundo fica com água
na boca. Ninguém no mundo
deixa uma carne de alta qualidade de lado e escolhe um
prato com frango. Enquanto
frango significa preço baixo,
boi representa o sabor.
Produzir boi é caro, difícil
e demorado. Falamos pouco
nisso no Brasil, pois somos
muito bons em produzir gado
de corte. Muitos outros países estão diminuindo sua
produção de bovinos de corte
por não ter os mesmos recursos e a mesma eficiência
que o Brasil. Outros países já
descobriram que custa muito dinheiro, tempo e esforço
produzir carne bovina.
Como podemos ganhar dinheiro produzindo algo caro?
A resposta está em vender
qualidade, sabor e experiência. O consumidor prefere
carne. Quando pode escolher,
quando tem dinheiro no bolso, quando quer comemorar,
a escolha é sempre carne bovina.
Outro ponto positivo para
o Brasil é que o preço alto se
origina da escassez. Quanto
mais os outros países acharem difícil produzir boi, melhor para nós. Países como
China e Rússia tentam ser
auto-suficientes em produção
de carnes. É provável que
vão conseguir com frango e
suíno. Apesar de não ser impossível, vai ser muito, mas
muito difícil se tornarem
auto-suficientes em carne bovina. Não faz sentido em relação a recursos necessários
como área e água.
A primeira pergunta que
aparece quando se mostra
essa tendência é: tem mercado para isso? A resposta é
sim. E melhor do que isso, um
mercado crescente.
O incremento de renda
dos países emergentes não
aumenta apenas a classe
média. Aumenta também as
classes A e B. Na China, o
mercado de luxo será de US$
27 bilhões em 2015. No Brasil, espera-se que o mercado
de luxo cresça 25% esse ano.
Em 2005, havia 26 milhões
de brasileiros nas classes A
e B. Em 2010, eram mais de
42 milhões de pessoas. Ou
seja, tem muito mais gente
consumindo mais e melhor. A
classe A e B consome mais,
e principalmente consome
melhor. Quer qualidade, quer
sabor, quer experiência de
consumo.
Além disso, donos de lojas
de carnes especiais contam
que vendem carne por R$
30-40/kg para consumidores da classe C. Em ocasiões
especiais, todo mundo quer
comer uma carne realmente
especial.
Outros produtos já descobriram esse mercado que
preza pela qualidade e sabor.
Sou um apreciador de melão, e acho muito frustrante
provar um melão sem gosto,
sem doce, parecido com um
isopor. Um produtor resolveu
tratar esse mercado de forma
diferente. Criou uma embalagem diferente (e simples),
uma redinha. Colocou um
nome, uma marca. E colou
um adesivo garantindo que
o melão era doce e saboroso.
Esse melão é bem mais caro
que um melão “comum”,
pelo menos R$ 1 a mais por
quilo, num produto que custa
menos de R$ 5/kg. Ou seja,
um sobre-preço de 20% ou
mais. O mais incrível é que
esse melão é vendido nos
mais diversos locais. No varejo de luxo da cidade de São
Paulo, que está acostumado a
encontrar produtos especiais.
Também pode ser encontrado
num pequeno supermercado
na cidade de São Miguel do
Araguaia, no norte de Goiás,
onde minha família tem propriedade. Ou seja, mesmo em
cidades pequenas no interior
do Brasil tem mercado para
qualidade, para produtos
premium.
Outro ponto interessante
é que muita gente considera
essa idéia nova. Mas já é bem
antiga. Em 1978, há 34 anos,
a associação de criadores de
Angus dos EUA criou uma
marca de carne, a Certified
Angus Beef. É a principal
marca de carne bovina daquele país, um exemplo de sucesso e uma inspiração para
inúmeros outros projetos de
marcas de carne bovina de
outras raças e de outros produtores.
É importante lembrar que
a qualidade vai sair cada vez
mais de dentro da fazenda.
O frigorífico pode manter a
qualidade. Mas é impossível
(ou quase) fazer uma carne
boa com um boi ruim. O contrário (boi bom virar carne
ruim) é possível. Ou seja, se
você tem vergonha do que
faz dentro da sua fazenda,
isso vai ser cada vez mais um
problema. Se você tem orgulho, isso cada vez mais será
uma oportunidade para ganhar mais, além da eficiência
produtiva.
Existem inúmeras marcas
de luxo. Na grande maioria
são luxos da cidade. Precisamos desenvolver os luxos
do campo. Há um enorme
mercado para isso. Mas será
preciso vontade, coragem e
pró-atividade. Ninguém virá
pedir ou garantir alguma
coisa. Será preciso arriscar.
Podemos criar marcas e produtos de luxo do campo que
entreguem sabor, confiança e
orgulho de ser do agro, de ser
do campo.
O BeefPoint sempre viagens internacionais de estudo, desde 2002. Fomos visitar fazendas e a congressos
nos EUA e na Europa. Estivemos também na Austrália, em viagem técnica. Em
todas essas oportunidades,
fica muito claro que há muita, muita coisa boa acontecendo no Brasil, que pode
ser mostrado com orgulho
para o mundo. E fica claro
também que podemos mais,
que podemos avançar muito
mais. O Brasil, em pecuária,
é o grande destaque mundial,
que mais pode avançar, em
todos os segmentos.
Para finalizar, gostaria de
deixar como reflexão, uma
frase do grande pensador
da administração Peter Drucker: “Para ter um negócio
de sucesso, alguém, algum
dia, teve que tomar uma atitude de coragem”.
CEO do site BeefPoint
Para ganhar dinheiro com carne,
precisamos vender qualidade,
sabor e experiência
54
Julho/Agosto de 2013
PARCEIROS
Angus@newS
O que temos em mãos para o
controle do carrapato?
Por Octaviano
Pereira Neto
S
em dúvida esta é uma
das principais questões
que afligem os pecuaristas e profissionais que manejam raças taurinas em regiões tropicais e subtropicais.
O primeiro carrapaticida
usado foi o arsênico diluído
em água, preparado por um
fazendeiro australiano em
1896 (Martins e Furlong,
2005). A técnica acabou adotada pelo demais produtores
daquele país e disseminada
através do mundo, mas, infelizmente, já em 1937 foram
detectadas populações de
carrapatos resistentes aquele
princípio ativo.
Desde então foram descobertas dezenas de outras moléculas para este mesmo fim,
oriundas de diferente grupos
químicos, tais como, os organoclorados (DDT e BHC),
organofosforados (diazinon,
ethion, clorpirifós, etc...), piretróides sintéticos (deltrametrina, cipermetrina, flumetrina,
permetrina, etc...), amidinas
(amitraz) e fenilpirazoles (fipronil), bem como, as lactonas
Outro grupo importante são as benzoil fenil uréias
(fluazuron), que atua difere aos produtos de contato
(neurotóxicos) devido ao seu
mecanismo de ação que inibe
a formação da cutícula de revestimento externo do carrapato (sua carapaça), deixando
mole e impedindo que atinja a
fase adulta. São os chamados
Inibidores do Crescimento de
Ácaros, no qual o Acatak®
Pour on é o principal representante deste grupo.
Hoje, há 243 marcas comacrocíclinas, que são vermí- merciais registradas no MAPA
fugos, mas auxiliam no con- para o controle do carrapato
trole do carrapato (ivermecti- (SINDAN-CPVS, 2013), com
na, abamectina, doramectina, diferentes princípios ativos. O
moxidectina e eprinomectina). insucesso neste processo deO que essas moléculas têm corre basicamente dos erros
em comum? Todas afetam o no uso dos produtos ou, ainda,
sistema nervoso do parasito, aos problemas de eficácia das
agindo em receptores diferen- moléculas, fruto da seleção de
tes, provocando a paralisia ou a estirpes de carrapatos resishiperexcitação nervosa e fazen- tentes ao longo do tempo.
Programas de controle pado com que o carrapato morra
rasitário devem ser encarados
e se despreenda do animal.
como prioridades nas fazendas, pois os prejuízos são muito evidentes. Busque produtos
confiáveis e tome cuidado com
a toxicidade dos compostos,
frente às diferentes categorias
(gestantes, animais jovens,
etc..).
O biocarrapaticidograma
(ou o teste de imersão de carrapatos adultos) oferece informações relevantes sobre a
eficácia das moléculas frente
à população de carrapatos de
sua fazenda. É uma ferramenta para a tomada de decisão
dos programas de controle.
Consulte o seu veterinário.
Méd. Vet., Mestre em Zootecnia
Gerente Técnico – Bovinos, Novartis Saúde Animal Ltda.
Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução total
ou parcial do conteúdo desta
publicação sem a autorização da
Novartis Saúde Animal
As referências citadas estão à
disposição dos interessados –
[email protected]
Angus@newS
INFORME
Julho/Agosto de 2013
55
RS tem projeto de rastreabilidade
O
s trâmites para o início
efetivo de um processo de rastreabilidade
bovina no Rio Grande do Sul
dependem da aprovação do
Projeto de Lei que será encaminhado à Assembléia Legislativa gaúcha após o recesso
parlamentar. “Se aprovado,
será dado início ao processo
de licitação para a compra dos
materiais de identificação dos
animais”, informa a coordenadora da Câmara Setorial da
Carne, Ana Isabel Suñé, que
a seguir faz um breve relato a
respeito do assunto.
Segundo ela, o Sistema
Estadual de Identificação e
Registro visa a implantação
da identificação, de forma
escalonada por geração nascida, através da utilização
de brinco e botton com dispositivo eletrônico. Portanto, animais nascidos a partir
de 01.01.2014 deverão ser
identificados e registrados
na base de dados até 6 meses
de idade ou anteriormente a
primeira movimentação. O
objetivo é identificar 100%
do rebanho do RS de forma
gradual. Os brincos e chips
serão custeados pelo governo estadual, distribuídos aos
produtores pelos Correios e o
sistema será sustentado mediante uma lei a ser aprovada
na Assembleia Legislativa.
De acordo com a Dra. Suñe, a
nossa Lei de Defesa Sanitária Estadual prevê sistemas
de identificação, mas a uma
preocupação de que isso seja
um programa de Estado e
não de governo. “Os objetivos
que traçamos estão relacionados à melhoria do controle
sanitário, de enfermidades e
movimentação, do acesso a
mercados exigentes, da qualificação das informações
populacionais, da redução
da clandestinidade e abigeato, além de ser um excelente
instrumento disponibilizado
para melhoria da gestão da
propriedade”, aponta a dirigente.
Valorização da carne
Todas essas razões convergem para a valorização da
carne gaúcha, dado seus atributos diferenciais, como ampla predominância de raças de
origem européia e ambiente
sustentável e único. “Com isso,
o referido projeto foi construído em um ambiente de diálogo, no âmbito da Câmara
Setorial da Carne, reinstalada
em meados de 2011, onde a
Associação Brasileira de Angus foi uma das protagonistas,
participando da construção
não somente deste sistema,
mas também de outros projetos focados no aumento da
produtividade, na definição de
medidas voltadas ao aumento
da oferta em escala e constância, no melhor aproveitamento
do potencial dos ecossistemas
gaúchos, e na agregação de
valor à Carne Gaúcha através
de um programa de marketing
voltado à qualidade da carne,
preservação cultural e valorização da história”, define ela.
Para Ana Suñe, o primeiro
passo para a manutenção da
qualidade superior da carne é
a integração da cadeia produtiva para garantir a abrangência
ampla deste produto. E a integração da cadeia reporta-se, de
forma preliminar, à consolidação das informações básicas,
através da identificação individual dos rebanhos, que agreguem informações relacionados
aos indivíduos, sistemas de produção, raças, marcas e indicações geográficas reconhecidas,
notadamente valorizadas pelo
consumidor. “Isso, num segundo
momento, servirá de base para
avanços no melhoramento genético propriamente dito, como
por exemplo avaliação genótipoambiente e marcadores moleculares, informa a coordenadora. . Passado o recesso da Assembléia Legislativa será protocolado o projeto de lei. Se for aprovado pelos deputados se dará
início ao processo de licitação
para compra dos elementos de
identificação, conclui.
ANGUS MOTOR
Jimny: o versátil jipinho da Suzuki
Versátil, robusto, leve, compacto e também charmoso, o
Jimny é um 4x4 de personalidade e preparado para encarar
diferentes tipos de terrenos.
São 43 anos de sucesso, em
188 países, e mais de 2,5 milhões de unidades comercializadas no mundo, e agora produzido no Brasil.
É uma pedida para deslocamentos e serviços rápidos na
fazenda ou idas estratégicas à
cidade. “Em um momento histórico para a Suzuki no Brasil,
o Jimny é o primeiro veículo da
marca com produção local”, comenta Luiz Rosenfeld, presidente da Suzuki Veículos do Brasil.
O modelo 2013 traz frente
com maior volume, scoop no
capô e os desenhos do parachoque, rodas de liga leve 15´´,
para-lama e grade dianteira que
deixam o visual do carro ainda
mais off-road e robusto. Leve e
fácil de dirigir (tem direção hidráulica progressiva) em qualquer terreno, este 4x4 de personalidade única está disponível
em várias versões. Confira. Na
cidade, no campo, no trabalho
ou para quem gosta de encarar
uma trilha off-road, ele é o parceiro ideal.
Possui motor em alumínio, movido a gasolina, 1.3L
(DOHC), com 16 válvulas, 85
cavalos de potência a 6.000
rpm com torque máximo de 110
Km a 4.100 rpm e transmissão
manual de cinco marchas. A tecnologia do comando de válvulas
variável (VVT) otimiza o torque
para todas as faixas de rotação.
Em conjunto com a injeção eletrônica multpoint sequencial, o
sistema garante otimização do
consumo de combustível e baixa
emissão de poluentes.
A Tração 4x4 off road
com reduzida contempla um
moderno sistema de roda livre pneumática com caixa de
transferência sincronizada e
gerenciamento eletrônico, assim
é possível fazer a mudança de tração com
apenas um toque no
controle do painel. O
que torna possível optar entre os modos
2WD para uso urbano
com tração traseira,
4WD com tração nas
quatro rodas e 4WDL que dobra o torque
e permite enfrentar
diversos
obstáculos
off-road com tração
4x4 com reduzida. Por
meio do sincronizador
da caixa de transferência é possível realizar
mudanças entre os mo-
dos 2WD e 4WD em velocidades de até 100 km/h. E a suspensão, com eixos rígidos trilink
e molas helicoidais, garantem
reduzido custo de manutenção
e aumentam a longevidade do
Jimny. Pode vir equipado com
pneus MUD (dealer option)
para melhor aderência na lama
e com engates traseiro e dianteiro para facilitar a manobra
de carretas.
56
Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
INTERNACIONAL
127ª ExpoPalermo na Argentina
Grande Campeão
C
erca de 400 animais
da raça Angus foram
á pista da principal
exposição argentina, a 127º
ExpoPalermo – Exposição Internacional de Pecuária, Agricultura e Industrial do distrito
de igual nome de Buenos Aires. O jurado argentino e também criador Maurício Groppo
esteve à frente dos julgamentos, escolhendo como grande
campeão o Touro Três Marias
Federal, do criador Horácio
Francisco Gutierrez (Cabanha
Três Marias, Argentina), em
parceria com Marcio Sudati
Rodrigues, Reno Paulo Kunz e
Solução Genética. Nas fêmeas, a grande campeã foi Volcan Zelda 4390, da Cabanha
Los Lazos SA, Argentina.
A fêmea de tatuagem 416,
de propriedade de Oscar M.
Busquet e Hijo S.A, foi considerada a Reservada de Grande
Campeã de Palermo. O reprodutor tatuagem 232, de pro-
priedade de Curaco S.A, foi
o Reservado de Grande Campeão entre os machos. O Terceiro Melhor Macho foi para
o touro de tatuagem 2999,
da Delfinagro S.A, enquanto
a Terceira Melhor Fêmea foi
a matriz de tatuagem nº 19,
da proprietária Silvia Maria
Fuentes.
Na verdade, o jurado Groppo teve muito trabalho para
escolher os melhores animais.
No caso das fêmeas, a vencedora foi escolhida de uma base
de 280 animais inscritos. Entre os criadores brasileiros, o
melhor resultado foi da fêmea
TM 9411, exposta por Corticeira, Reconquista, Rincón
Del Sarandy e Terra Costa,
chegando a reservada campeão vaquilhona intermédia (a
reservada da fêmea tornou-se
Grande Campeã). A vaquilhona havia sido adquirida no
Remate Três Marias 2011 no
sistema de eleição, escolhida
pela Assessoria Agropecuária
em 2012, relembra o técnico
Fernando Velloso.
Para o técnico da Associação Brasileira de Angus, Flávio
Alves, a ExpoPalermo é um
evento de referência para os
criadores da raça. “A Argentina consegue juntar qualidade e
quantidade, o que é muito difícil. Além disso, pude notar que
podemos falar de globalização
da raça Angus, pois por coincidência tanto o Grande Campeão quanto a Grande Campeã
são filhos de pais americanos.
Esta é uma grande mostra de
Grande Campeã
que a Angus é uma raça global”, afirma Alves. Para o diretor da Solução Genética, Luis
Felipe Cassol, co-proprietário
do touro grande campeão “foi
o resultado de anos de criteriosa seleção e estudo de acasalamentos de sucesso”.
Vendas foram excelentes
Se na concorrência nos
julgamentos de classificação
o Angus já mostrou sua força,
confirmou nas pistas de remate. Segundo levantamento do
criador Jean Pierre Machado,
proprietário da Cabanha Santa
Reservado Grande Campeão
Isabel, de Rio Grande, a média
dos 41 machos comercializados chegou a R$ 18,3 mil, o
que representa média 53% superior à de 2012. Nas fêmeas,
o valor médio foi de R$ 13,1
mil. O maior preço foi para o
box 170, de Terra Garba, vendidos 50% por 170 mil pesos, ou
seja, R$ 70,3 mil, para a parceria La Rubeta, Ajea Rullan,
Agrociam e Genética Global. O
segundo maior valor foi para o
Angus vermelho de Raúl Zanguitu, box 132, vendido por R$
62,4 mil para Julián Pizzolani,
Ciiado e Sigman.
Reservada Grande Campeã
Angus@newS
INTERNACIONAL
Julho/Agosto de 2013
57
Um dia na Cabanha Tres Marias
embriões.
Entre diversas matrizes conhecidas dos criadores, estavam “Areia” (Bi-Grande Campeã de Palermo), “Fenômena”
(Mãe de Naco) e Clones da
matriz “Tres Marias 4850”
(mãe de Zorzal), “Jefa”, “Baronesa” e “Morocha”.
U
m grupo de cerca de
35 brasileiros participou este ano do
já tradicional Dia de Campo da Cabanha Tres Marias,
em 9 de julho, na Argentina.
Anualmente a seleta e premiadíssima cabanha, famosa por sua seleção de gado
Angus, recebe criadores interessados em conhecer o
trabalho da cabanha e também usuários da genética
Tres Marias via inseminação
artificial, além de técnicos e
interessados na aquisição de
doadoras de embriões.
Organizado
conjuntamente pela central Solução
Genética e Assessoria Agropecuária FFVelloso & Dimas
Rocha, na visita deste ano foram apresentados e revisados
os seguintes lotes:
- Doadoras
Foi apresentado o grupo
de doadoras do programa de
- Touros
O grupo de aproximadamente 200 reprodutores PO
e PC que estão em preparo
para o remate anual
- Palermo 2013
Foram apresentados todos
os animais que a Tres Marias
levou à Exposição de Palermo
2013. Chamou a atenção dos
presentes que vários exemplares são produtos de doadoras
vendidas para cabanhas brasileiras nos últimos anos. Como
exemplo pode-se citar “Alalumina” e “Cabure” de uma
doadora da Cabanha Maufer
e uma filha de “Morocha”, de
propriedade da Casa Branca
Agropastoril.
Entre os machos, o grande
destaque foi “Federal”, irmão
inteiro de “Areia” e propriedade de um condomínio de brasileiros (Solução Genética, Márcio Sudati Rodrigues e Reno
Paulo Kunz). Este animal veio
a se tornar o Grande Campeão
da ExpoPalermo 2013.
- Terneiras e
novilhas
As fêmeas integrantes do
remate de elite 2013 foram
revisadas e entre os destaques
estavam cinco irmãs inteiras
de “Areia” e diversas filhas de
“Heavy Hitter”, “Cumbiero”,
“Candelero” e “Mulberry”.
Impressionaram a padronização e uniformidade destes
lotes.
Jornada no Uruguai discute seleção
Entre 21 e 22 de Junho,
realizou-se no departamento
de Cerro Largo, Uruguai, a IV
Jornada de Seleção de Gado
de Corte, organizado pela
Sociedade de Criadores de
Aberdeen Angus do Uruguai,
em conjunto com a Comissão
de Angus Jovem. O objetivo
é de divulgar fundamentos e
prática da seleção e avaliação
de gado de corte. O produtor
deve ser capaz de valorizar as
características de importância
econômica, que diferenciam
os animais entre si e possam
tomar decisões e escolher os
indivíduos mais aptos a uma
eficiente produção de carne.
No primeiro dia da jornada, cerca de 70 participantes
participaram de um debate sobre as Origens da raça Angus,
por Maximiliano Gonzalez,
Guillermo Garrone e Armando
Calderini, integrantes da Co-
missão de Jovens. Em seguida,
o engenheiro agrônomo Mario
Lema, do Instituto Nacional
de Investigação Agropecuária
(Inta), realizou palestra sobre
a Diferença Esperada na Progênie – DEP. A parte da manhã foi encerrada pelo jurado
de Palermo, 2013, Mauricio
Groppo, que discorreu sobre
seleção de reprodutores machos e fêmeas.
À tarde, entre outros te-
mas, o técnico do Instituto
Nacional de Carnes, Ricardo
Robaina falou sobre valor diferencial: Qualidade da Carne
Bovina e seus cortes. Em seguida, Pablo Marinho destacou a avaliação da aptidão
reprodutiva de touros. Ricardo
Palma encerrou a tarde falando sobre a Importância Econômica da Seleção Genética.
No segundo dia da Jornada, na Cabanha Los Macachi-
nes, pertencente à Sociedad
Ganadera El Yunque, Mauricio Groppo explicou de forma
detalhada as características
positivas e os defeitos que
podem ser encontrados nos
animais. Em visita aos locais
onde estavam os reprodutores,
o grupo conheceu os animais
em preparo para participação
na ExpoPrado. Na oportunidade, Groppo qualificou os reprodutores e destacou as suas
virtudes buscadas em machos
e fêmeas na hora de realizar
a seleção.
Segundo os organizadores, a presença forte da raça
Angus no interior uruguaio
ficou evidente nesta jornada.
A Sociedade de Criadores,
com o forte protagonismo
da Comissão de Angus Jovem, continuará pelo caminho de fornecer suporte para
o melhoramento da pecuária
uruguaia, para oferecer produtos de qualidade com demanda mundial.
58
Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
OPINIÃO
A revolução Angus na Rússia continua – parte final
Por Stefan S.
Schneider
C
omo vimos em artigo que
publicamos na edição Julho/Agosto do Angus@
newS em 2012, a raça Angus
está fazendo uma revolução na
pecuária russa desde o ano 2009.
Os Estados Unidos têm realizado
exportações regulares e sucessivas de reprodutores para a Rússia. Vale à pena enfatizar que não
se trata de animais para abate,
mas fêmeas e machos PO para
reprodução.
Apenas no Estado de
Montana, por exemplo, 44
criadores já comercializaram
animais e os negócios já ultrapassaram US$ 20 milhões. As
importações russas de novi-
lhas e touros americanos já foi
notícia inclusive no The New
York Times, que destacou que,
mesmo numa época em que
sêmen e embriões congelados
são exportados pelos Estados
Unidos para o mundo inteiro,
a Rússia prefere animais vivos.
O motivo seria uma corrida
para aumentar os plantéis o
mais rápido possível.
A raça Angus conquistou
até Vladimir Putin, o ex-agente da KGB e atual presidente
da Rússia. Ele adquiriu no ano
passado 40 novilhas Angus
norte-americanas em Montana.
Durante o regime comunista, os últimos rebanhos de
raças bovinas de carne foram
eliminados na União Soviética na década de 1930 logo
após o ditador Stalin assumir
o governo. Dos anos 1930 aos
anos 1990, a carne vermelha
consumida passou a ser de
bovinos de raças de leite com
mais de 7 anos de idade. Com
o fim do comunismo, a popu-
lação começou gradativamente a comer cortes de melhor
qualidade. Atualmente, cada
cidadão russo consome por
ano, em média, 17 Kg de carne
bovina. Isso equivale à metade
do consumo anual de um cidadão americano.
A Rússia dos dias de hoje
gasta US$ 3 bilhões por ano
em importações de carne vermelha e é o país que mais importa carne bovina no mundo.
Mas, o setor privado russo e
o governo de Vladimir Putin
querem mudar isso. Putin quer
que até o ano 2020 a Rússia
seja capaz de produzir 85%
de toda a carne bovina que
o mercado do país consome.
Conforme estatísticas da U.S.
Meat Export Federation, isso
restringirá principalmente as
vendas das seguintes empresas: Tyson Foods, Brasil Foods,
Cargill e JBS. Com relação à
quantidade, a carne brasileira
será a mais prejudicada, já
que o Brasil é o maior fornecedor de proteína vermelha para
a Rússia.
Em termos de reprodutores
e animais para abate, o maior
fornecedor ao mercado russo no momento é a Miratorg.
Formada em 1995 como uma
empresa importadora de carnes, ela recebeu recentemente
o equivalente a US$ 800 milhões do governo russo para
disponibilizar ao mercado
anualmente a partir de 2014
um total de 104 mil touros de
raças britânicas e 30 mil toneladas de carne desossada. No
total, essa e outras empresas
do setor estão fazendo importações sucessivas de novilhas e
touros, principalmente Angus,
dos Estados Unidos, do Canadá e da Austrália. De acordo
com a American Angus Association, existe um carregamento semanal de reprodutores
Angus com um Boeing 747
cargueiro que decola do aeroporto internacional de Chicago, no centro-norte do país, e
outro carregamento semanal
em navios que partem de Por-
tland, no Estado do Maine.
O sistema comunista soviético que terminou nos anos
1990 permitiu que uma elite
– dessa vez em termos econômicos ao invés de políticos
– se formasse na Rússia. Moscou tem hoje uma das maiores
concentrações de bilionários
no planeta. Em termos de restaurantes, foram abertas em
Moscou 30 novas churrascarias nos últimos 5 anos. Conforme a federação russa de
restaurateurs e hoteliers, elas
são destinadas às classes altas,
as quais tiveram suas rendas
triplicadas desde 2004. Essas
churrascarias oferecem carnes
nobres de três países: Estados
Unidos, Canadá e Austrália. Já
a carne brasileira e de outros
países pode ser encontrada
basicamente em supermercados e açougues.
Selecionador de Angus/correspondente internacional, atualmente com
residência na ilha de Manhattan, nos
Estados Unidos.
A mudança no padrão racial e sua
valorização pelo mercado e pelo produtor
maior problema, pois fez
com que os olhos do restante
do Brasil se voltassem para o
Rio Grande, visto que somos
o único Estado brasileiro capaz de produzir a carne com
qualidade idêntica à produzida no Uruguai e na ArgenPor Mário
tina, países já reconhecidos
Macedo
pela qualidade de sua carne.
O que ocorreu a seguir foi
Do ano 2000 para cá,
houve uma profunda mu- o despertar dos importadodança, forçada pelo mer- res de gado em pé, libaneses,
cado e incentivada pela in- árabes, etc., para a compra
dústria, no padrão racial do de terneiros para exportação
gado, especialmente no Sul via navios. Após verificarem a
do Brasil. Para alguns, um qualidade de nossos animais
problema. Mas para outros, que viajavam muitas vezes
uma solução. Apesar de ser juntos a cargas do Uruguai,
impulsionada, na época, pelo completando navios, passaFrigorífico Mercosul, a pri- ram a comprar animais mais
meira indústria brasileira a velhos, chegando a carregar
produzir “carne de qualida- até bois de três anos e anide” através de parcerias com mais inteiros, inclusive com
mais idade, atingindo uma
associações de raças.
Talvez
aos
frigorífi- média superior a um navio
cos gaúchos tenha causado por mês.
Posteriormente o Brasil
Central também vislumbrou
o potencial do produto gaúcho, passando a abastecer
seus confinamentos com
animais de padrão britânico
rio-grandense, chegando a
saída de terneiros e bois de
até quatro dentes, atualmente, a mais de mil animais por
mês. Tal circunstância causou aos frigoríficos gaúchos
a redução no volume de animais disponíveis para abate.
Apesar da melhora substancial da qualidade dos animais
produzidos, pelo fato dos navios pagarem um preço superior à capacidade dos frigoríficos e o centro do Brasil,
mais precisamente o estado
de São Paulo, cuja capital é
o melhor mercado para carne
de qualidade no mundo, isto
na visão do próprio mercado
Uruguaio e Argentino.
Assim, quem vende carne
lá, pode pagar muito mais do
que os que vendem carne em
outros mercados, mais restritos. Possibilitando que nossos
animais de melhor qualidade
fossem levados, para serem
abatidos fora de nossas fronteiras, fazendo com que a indústria gaúcha precise pagar
mais para obter um produto
de melhor qualidade, porém
com mercado garantido e remuneração satisfatória.
Estes fatores fizeram com
que as bonificações por raças com carne de qualidade
chegassem, em alguns casos,
a superarem aquelas obtidas pelos animais rastreados
para exportação, que tem no
alto custo de implantação,
seu maior gargalo, ficando
vulneráveis em relação à bonificação por raça, cujo custo
de implantação é apenas utilizar touros das raças bonificadas.
Nas feiras de terneiros de
hoje, dá para observarmos o
diferencial na qualidade dos
animais ofertados, e mais, a
distinção que o invernador
faz através do preço, entre
animais com ou sem padrão
racial de bonificação. Claro
que não há um só padrão racial para todo Estado. Cada
região tem seu padrão mais
difundido e necessário para o
bom resultado da produção.
E quem ganhou com tudo
isso? No meu ponto de vista,
aquele produtor que entendeu, desde o início, que raça
é a ferramenta gerencial
mais barata que dispomos
para lançar mão, e não podemos tratá-la apenas como
uma tradição, ou paixão.
Zootecnista, especialista em
Gestão em Agronegócio pela
Urcamp/Ufsm-RS.
Angus@newS
PERFIL
Julho/Agosto de 2013
59
James Cruden:
A grande oportunidade é o Brasil
A entrada no Marfrig foi um
namoro longo, que só se consolidou realmente em 2004, depois de pelo menos uma década consolidando negócios com
Marcos Molina, fundador do
Marfrig. Começou trabalhando apenas um dia na semana
no frigorífico. Depois dois, até
chegar na posição que deve ter
desfecho em 31 de agosto, com
a aposentadoria. Cruden acompanhou processos importantes
para o Angus dentro do frigorífico, como o reconhecimento da
Um verdadeiro nômade
A maior dificuldade foi mes- qualidade de sua carne, com o
mo a língua. Poucas pessoas Programa Carne Angus Certifalavam inglês na época. Cru- ficada. O empresário teve papel
den, que embora há décadas no fundamental para a evolução
Brasil, cultiva um leve sotaque dos negócios com bovinos, oviinglês, aprendeu na marra. Seu nos e couro.
Ele também deixa contrialiado era um radinho a pilha
que escutava para domar o ou- buição dentro da empresa na
vido. As festas na noite de Pelo- área de sustentabilidade, comtas e as incursões pelo interior promisso com baixo custo em
para acompanhar carreiras de operações de margem comcancha reta o aproximaram plexas, imagem da companhia
mais dos brasileiros. A paixão como fornecedora de proteípelos cavalos Puro Sangue In- na animal de alta qualidade e
glês (PSI) é cultivada até hoje. competência reconhecida na
Cruden realmente se deu bem internacionalização das operaem Pelotas: em 1975, já estava ções brasileiras. Muito embocasado com Nedia, com quem ra reforce, depois de mais de
vive até hoje e teve duas filhas, quatro décadas de experiências
Juliana e Rafaela. O casal em pelo mundo que “não vê a ex1975 mesmo se mudou para portação como fundamental
Goiânia e depois para mais 22 para a carne de qualidade. A
lugares diferentes nos 38 anos grande oportunidade segue
sendo o Brasil”.
que se seguiram.
anos. Ao completar 21, foi
transferido para trabalhar na
Austrália. Mas o convite para
vir para o Brasil não demorou. A empresa queria reativar
plantas na América do Sul e,
em 1974, Cruden desembarca
em Pelotas, em pleno Carnaval. “O carnaval em Pelotas
era muito bom. Eu, que me
considero um inglês, nunca havia visto nada igual”, pondera
ele.
Reynaldo Salvador e James Cruden
Por Marina Lopes
“A
demanda por carne de qualidade
é irreversível e a
raça Angus é o veículo mais
adequado de produção”. O
autor da assertiva é o CEO da
Divisão Marfrig Beef para a
América do Sul, James David
Ramsay Cruden, 66 anos. Pelo
menos até o final de agosto,
quando deve colocar em prática seu plano de aposentadoria,
passando a dedicar-se à produção própria de animais da raça
Angus, dividindo seu tempo entre a residência em São Paulo
e as arborizadas propriedades
rurais arrendadas em Canguçu
e Piratini, no Sul do Rio Grande do Sul.
Cruden, nome forte do grupo Marfrig até então, acompanhou o crescimento do frigorífico nos últimos 10 anos. Iniciou
os trabalhos quando apenas
quatro plantas abatiam 3 mil
cabeças/dia. Agora, deixa o
posto quando a potência chega
à marca de 11 mil abates diários. Cruden sai da cena industrial depois de quase 40 anos
dedicados ao mercado de carne
brasileiro.
A aposentadoria de modo
algum significará sossego. O
empresário, embora não tenha
planos muito definidos, sabe
que quer dedicar-se à criação
de gado. A rusticidade aliada
à qualidade da carne, fez com
que Cruden escolhesse o Angus.
Além de acompanhar o desenvolvimento da raça dentro do
frigorífico, o empresário começou sua criação em 1989, em
uma fazenda em Cristal, RS.
Gostou do desenvolvimento dos
exemplares, mas por falta de
tempo se desfez da propriedade. Há três anos, porém, voltou
a apostar no negócio.
Embora resida em São
Paulo, SP, Cruden cultiva grande apreço pela região Sul. Afinal, foi em terras gaúchas que
o empresário, que é indiano de
nascimento, e britânico de coração, estreou no Brasil. Sua história de vida começa na Índia.
Filho de pais britânicos, foi no
país do exuberante Taj Mahal
que Cruden veio ao mundo. De
lá, as lembranças são parcas. O
marco foi mesmo a ida para a
Inglaterra: quatro dias de trem
até Bombay e a chegada de navio no país da rainha Elizabeth. Uma aventura e tanto para
um mirrado garoto de apenas
oito anos de idade. A infância
não foi exatamente um doce: o
pai lutou na Segunda Guerra
Mundial e quando Cruden nasceu a família recém havia se
recuperado do período que incluíra, inclusive, racionamento
de comida. A maioridade, para
Cruden, chegou sem a habitual
vontade dos jovens da época de
seguir os estudos depois da escola, indo para faculdade. Cruden queria mesmo trabalhar e
ganhar seu próprio dinheiro.
“Não era como hoje, que a formação é essencial para carreira. Na época, estudar era para
abrir a cabeça. E eu precisava
mesmo era ter meu próprio dinheiro”, relata.
Com traquejo para o corte de carnes, foi admitido pela
multinacional Anglo aos 18
Ex presidente Joaquim Mello, Cruden e Marcos Molina,
na assinatura do contrato com o Marfrig
60
Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
OPINIÃO
Mineralização de bovinos
Atingimos médio ou alto nível tecnológico em
muitas das propriedades rurais brasileiras
dedicadas a pecuária de corte, no que diz respeito
à mineralização. Mas, contrastes importantes são
comuns e erros básicos são ainda bem presentes.
categorias animais da propriedade. Esta avaliação é que
permite definir com maior certeza o que e quando suplemenpresentes nos produtos, além
tar em cada estabelecimento.
Outra falha comum e que de reduzir a expectativa de
reflete em problemas de con- consumo.
Por Rubem
sumo e, portanto de desemFrosi
Qualidade dos produtos
penho, está na distribuição de
Muitos elegem os producochos. As dimensões podem
ser de 4 cm lineares por ani- tos apenas pela avaliação dos
verdade que muitos mal para produtos minerais preços e prazos. Neste caso,
proprietários e seus que chamamos popularmente aspectos importantes como os
colaboradores procu- de linha branca (sem grãos ou níveis nutricionais dos produram avaliar criteriosamente os farelos) e de 12-20 cm para tos, a presença eventual de de
suplementos minerais disponí- os chamados proteinados e aditivos e de vitaminas podem
veis no mercado e elegem-nos energéticos (que contém grãos ser deixados de lado.
de acordo com as recomenda- e sub-produtos de grãos e que
Suponha um mineral (A)
ções de técnicos especializados portanto serão consumidos em que contenha 40 gramas de
e/ou de fabricantes idôneos.
quantidades bem superiores). fósforo/kg de produto e que
Corretamente direcionam A altura em relação ao solo custe no mercado R$ 33,00/
os produtos, conforme sua es- deverá ser de 50 cm para va- saco de 30 kg;
pecificidade, para cada catego- cas de cria, 60 a 70 cm para
Suponha outro produto
ria animal. As características recria e 1 m para engorda. A (B) que contenha as mesmas
dos solos e dos pastos e os as- profundidade de 20-30 cm, a 40 gramas de fósforo/kg, mas
pectos climáticos (estação do largura superior
ano, temperaturas ambientais, de 40-50 cm e a
regime de chuvas) influenciam inferior de 30-40
a decisão sobre o que suple- cm são recomen- Não devemos admitir cochos
mentar. Conhecem e respeitam dações usuais. A
estas diferenças. Mas temos localização clas- vazios: a mineralização
nossos problemas.
sicamente prefe- depende diretamente do
rencial para os
Problemas ligados
cochos é próximo consumo de alimentos
ao consumo
às aguadas e aos
Falta de reposição regular paradouros do gado.
que contenha ionóforo (aditivo
dos suplementos minerais nos
A proteção contra as chu- importante na melhoria da eficochos é comum. Pode repre- vas é fundamental já que sa- ciência de uso da energia dos
sentar a principal causa do bemos que o consumo será alimentos), na dose de 2.000
insucesso na mineralização em reduzido se o produto estiver mg/kg e que custe R$ 40,00/
muitas das propriedades.
molhado/empedrado. No mes- saco de 30 kg.
As necessidades minerais mo sentido, deve ser uma preSe o consumo de ambos
devem ser atendidas com ofer- ocupação da fazenda definir for da ordem de 80 gramas/
ta diária de sal mineral.
a freqüência de reposição de animal/dia, temos:
Não devemos admitir co- produto nos cochos de acordo Produto A: custa R$ 0,088/
chos vazios, pois a mineraliza- com a necessidade de mantê- animal/dia
ção depende do nível de consu- lo sempre nas melhores condi- Produto B: custa R$ 0,107/
mo. Se for baixo, baixa será a ções possíveis.
animal/dia
ingestão dos nutrientes. Baixo
Diferença: R$ 0,019 ou
Também vemos ainda proo desempenho.
dutores que misturam ao clo- cerca de 5 gramas/animal/dia
É necessário avaliar regu- reto de sódio (sal comum) de ganho de peso a mais para
larmente os níveis de consumo produtos já prontos, o que pagar a diferença de 21,2% a
de sal mineral pelas diversas acaba por diluir os nutrientes mais no preço unitário do pro-
É
duto.
Com a dose de ionóforo
atingida, o que se esperaria
de ganho adicional seria da
ordem de no mínimo 3-5%
no ganho médio diário, o que
pagaria o acréscimo de custo
com sobras.
Aditivos:
Os ionóforos lasalocida e
monensina sódica são substâncias liberadas para bovinos
no Brasil. Os custos são relativamente baixos e mostram-se
bastante positivos sobre o desempenho dos animais. São os
aditivos mais estudados para
ruminantes.
Aumentos nos ganhos de
peso e melhora da eficiência
alimentar
de bovinos em
crescimento
e
terminação (média de diversos
ex p e r im e n t o s )
de mais de 4%
e de 6,5%, respectivamente, são
citados na literatura especializada.
Também podemos citar as
culturas microbianas vivas e
específicas e seus extratos, os
chamados probióticos, como
aditivos importantes.
O Inverno:
Uma particularidade na
mineralização é o inverno. Reduz-se a proteína dos pastos
a níveis muito baixos, a fibra
aumenta e a digestibilidade e
o consumo caem.
Quando os pastos apresentam níveis de proteína bruta
inferiores a 8%, na matéria
seca, há uma redução impor-
tante de consumo, que acaba
por determinar a perda de
peso corporal. É preciso suplementar proteína para aumentar o consumo dos pastos.
Os suplementos minerais
proteinados são indicados nesta
situação, desde que exista oferta forrageira suficiente. Nestas
condições, a suplementação de
fósforo não mostra resposta positiva. Não há resposta positiva
a fósforo para animais que estejam perdendo peso.
Já na primavera, verão e
outono, protéico/energéticos
podem trazer os melhores benefícios. Estes resultados tendem a ser menores se os níveis
de consumo forem baixos, mas
bem superiores se os níveis de
consumo forem elevados.
Outras formas de muitas
formas de mineralizar os bovinos
Os suplementos minerais
podem também ser misturados a grãos e fornecidos aos
animais, garantindo consumo
adequado.
A mineralização pode ser
feita também através de blocos
minerais que já existem no mercado brasileiro. Tanto produtos
da linha branca (sem grãos ou
farelos), como proteinados e
energéticos são já utilizados
em alguns criatórios na forma
de blocos, facilitando o manejo.
A forma de blocos é utilizada
em maior ou menor escala em
países como Estados Unidos,
Espanha, França, Uruguai, Argentina e África do Sul.
Eng. Agrôn. MSc.
Gerente Técnico
Alisul Alimentos S.A. - Supra
Angus@newS
OPINIÃO
Julho/Agosto de 2013
61
Carrapatos: como resolver o problema com
controle estratégico e manejo correto do gado
E
studos apontam que o
carrapato dos bovinos
- conhecido atualmente como Rhipicephalus (Boophilus) microplus - é um dos
parasitos de maior impacto
econômico sobre a pecuária
brasileira, sendo responsável
por um prejuízo de 2 bilhoes
de dólares por ano no Brasil,
segundo dados estimados por
Grlsl et al. 2002.
Uma única fêmea (teleógina) é capaz de retirar do hospedeiro até 2,5 ml de sangue
por ciclo e promove uma perda de 8,9 ml de leite por dia,
por animal. Outras pesquisas
realizadas pelo mesmo autor
apontam ainda uma redução no
ganho de peso que pode chegar
a 6 kg/animal/ano, com mortalidade na ordem de 1,2% e diminuição na produção de leite.
O Rhipicephalus (Boophilus) microplus é, também, o
responsável pela transmissão
de doenças como Babesiose e
Anaplasmose, conhecidas como
“tristeza parasitária bovina”,
com prejuízos de U$ 500 milhões/ano considerando o uso
de medicamentos e morte de
animais. Outro dano direto causado pelo carrapato é a perda
de qualidade do couro, uma vez
que as feridas causadas pelas
picadas facilitam as infestações por bicheiras.
O parasito é bastante adaptado às condições climáticas
de grande parte do território
brasileiro. No entanto, é possível observar que tanto no gado
de corte quanto no de leite as
raças de origem européia e os
animais cruzados (taurinos x
zebuínos) são mais suscetíveis
aos carrapatos do que as zebuínas. Por conta disso, os maiores prejuízos são observados na
região sul do País, nas regiões
leiteiras – como Minas Gerais
– e no Centro-Oeste – devido
aos cruzamentos industriais de
bovinos.
Manejo adequado e
controle estratégico
Os impactos econômicos
relacionados a estes ectoparasitos podem ser combatidos
com manejo adequado do gado
e implementação de um programa de controle estratégico
do carrapato, que começa no
inicio da primeira geração e
prolonga-se até o final da terceira e quarta gerações.
Impedir o ciclo de crescimento e a proliferação no meio
ambiente é fundamental para o
controle dos carrapatos. Esta
é a forma de atuação do antiparasitário TackZuron Pour-on,
da Zoetis, lançado em setembro de 2012. Tackzuron Pouron chegou à companhia para
complementar o portfólio de
antiparasitários, da qual também fazem parte Dectomax,
Treo ACE, Onyx e Cydectin, entre outros.
“Com Tackzuron Pour-on,
ingressamos no segmento de
carrapaticidas Pour on, um dos
mais importantes e promissores do mercado de saúde animal brasileiro. Com este produto, a Zoetis torna-se a empresa
a oferecer a mais completa,
eficaz e diferenciada linha de
antiparasitários para bovinos
no país. Soma-se a isso o conhecimento da equipe técnica,
e temos reunidas todas as condições ideais para oferecer aos
clientes e parceiros programas
integrados e altamente eficazes
para o controle de parasitos
internos e externos”, ressalta
Elcio Inhe, Diretor da Unidade
de Negócios Bovinos da Zoetis
. “É importante ressaltar, no
entanto, que para elaboração
de um programa de controle de
carrapatos, é sempre importante buscar a orientação de um
médico veterinário”, complementa o executivo.
TackZuron Pour-on:
Modo de ação e uso
(Fonte: Adaptado de Rhipicephalus) (Roophilus) microplus - Biologia, Controle e Resistência.
Marcelo de Campos Pereira, Marcelo Bahia Labruna, Matias Pablo Juan Szabó,
Guilherme Marcondes Klafke. São Paulo: MedVet, 2008.)
Recomenda-se o uso de Treo® Ace por via intramuscular
Sugestão de protocolo para a região Sul do Brasil
Produto de ação sistêmica formulado com fluazuron
(Fonte: Adaptado de Rhipicephalus) (Roophilus) microplus - Biologia, Controle e Resistência.
Marcelo de Campos Pereira, Marcelo Bahia Labruna, Matias Pablo Juan Szabó,
Guilherme Marcondes Klafke. São Paulo: MedVet, 2008.)
a 2,5% de concentração, TackZuron Pour-on age inibindo
a produção de quitina, substância essencial para formação do
exoesqueleto: a carapaça dos
carrapatos.
Desde larva até a forma
adulta, o carrapato passa por
três grandes mudas. TackZuron
Pour on atua nesses momentos
de transição, inibindo o desenvolvimento do parasito e interrompendo o seu ciclo de vida.
Graças a este eficaz mecanismo de ação, Tackzuron
Pour on garante o adequado
controle estratégico dos carrapatos, tanto no animal quanto
na pastagem, oferecendo ação
prolongada e eficácia ovicida
comprovada.
O produto deve ser pulverizado com auxílio de aplicador
pour-on ou com frasco dosador,
em duas faixas de aproximadamente 8 cm de largura, em ambos os lados da linha mediana
dorsal – desde a região da escápula (paleta) até a garupa. A
aplicação de ser feita preferencialmente com os animais livres
de infestações de formas adultas do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus ou
quando essas formas estiverem
surgindo. O tratamento deve ser
repetido quando começarem a
aparecer formas adultas de
carrapatos ou de acordo com a
prescrição do veterinário.
É importante salientar, por
fim, que trata-se de um carrapaticida bastante seguro, que
pode ser aplicado em touros,
vacas prenhes e conjuntamente com vacinas. Sua tecnologia
pour-on traz facilidade de aplicação, menor estresse animal
e redução de mão-de-obra. E
sua formulação única oferece
aos clientes a flexibilidade para
utilizar o produto adulticida
mais adequado à necessidade
de cada fazenda.
“A Zoetis investe constantemente em pesquisa e tecnologia para oferecer sempre soluções completas ao produtor.
Marcas consagradas, líderes
de mercado e produtos revolucionários são o resultado
de uma visão voltada para o
futuro e da busca incansável
por superar desafios” finaliza
o executivo.
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Julho/Agosto de 2013
Angus@newS
OPINIÃO
Os Valores Genéticos no Mundo Angus:
Um registro de desempenho individual pode ser processado no sentido
de melhor representar o componente genético de uma característica.
Este componente genético ou o valor genético, não é algo que possa ser
diretamente medido. É uma quantidade teórica que somente pode ser
estimada (Bourdon, 1884). Portanto, os valores genéticos nunca são
absolutos, mas sempre relativos. Relativos à média da raça, à média dos
touros em teste de progênie ou a outro touro, pelo menos.
carada em termos de valores
absolutos. É importante estar
ciente do ponto base (zero) a
que uma DEP qualquer se refere. Este ponto base pode ser
fixo ou móvel. Cabe salientar,
entretanto, que as diferenças
relativas entre as DEPs não
Por Leonardo
se alteram com a aplicação de
Campos
uma base ou outra.
(1). BASE MÓVEL: nesta
situação, a média das DEPs
definição prática de vados reprodutores - touros pais
lor genético é o valor
como também dos ventres - é
de um animal como reigualada a zero. A cada avaliaprodutor. Em um programa de
ção ocorre alteração do ponto
melhoramento, procura-se elibase, em função de mudanças
minar os piores reprodutores
ocorridas na média das DEPs,
e selecionar as melhores repoquando novos animais e seus
sições que sejam os melhores
progenitores são adicionados
pais, com relação a uma ou a
Diferença
ao conjunto de dados.
um conjunto de característiEsperada na Progênie
(2). BASE FIXA: neste
cas. Deste modo, se seleciona
(DEP) = ½ do VGE
os animais pelo valor genético,
A DEP é uma estimativa caso, as DEPs podem ser relae em operações com animais da diferença esperada no de- tadas em relação a um deterde raça pura para reprodução, sempenho dos futuros filhos minado grupo de reprodutores
vende-se valor genético tam- de um reprodutor, em relação ou média populacional fixada
bém.
ao desempenho esperado dos em determinado ano de nasOs valores genéticos apre- futuros filhos de todos os ou- cimento, que terão suas DEP
sentam uma propriedade ma- tros progenitores avaliados igualada a zero (a média do
temática muito útil: em média, presentes na análise, desde grupo é o ponto zerado). Seno valor genético de uma pro- que os acasalamentos sejam do esta base única adotada
gênie será a média de valores entre animais de valores com- para uma raça nas avaliações
entre rebanhos, as análises
genéticos de seus pais. Enfati- paráveis.
za-se o “em média”, pois um
O valor da DEP represen- subsequentes são ajustadas,
reprodutor contribui com so- ta a metade do valor genético, então, para este ponto fixo
mente uma amostra ao acaso uma vez que um progenitor pré-determinado.
(aleatória) da metade de seus transmite somente uma amosAvaliações Genéticas
genes para uma progênie.
tra da metade de seus genes
no Mundo:
à sua progênie. Estes valores
A seguir, apresentamos al- Valores Genéticos Esti- de DEP são relatados como
mados (VGE) ou Estimated desvios positivos (+) ou ne- gumas considerações sobre a
Breeding Value (EBV):
gativos (-) de um ponto base avaliação genética nos princiUm dos maiores desafios que é zerado. São expressos pais países de atual interesse
para um criador de reprodu- na mesma unidade de medida para a raça Angus no Brasil:
(01) Austrália e
tores é selecionar os melhores da característica avaliada, e
Nova Zelândia:
pais e pais potenciais para o um animal terá tantas DEPs
- Características Ponderais
seu rebanho. Desde que o va- quantas forem as característide Crescimento: peso ao naslor genético é definido como cas avaliadas.
cer (PN), peso aos 200, aos
valor de um animal como re400 e aos 600 dias de idade.
produtor em relação a uma
Base Genética:
- Expressão: em Kg
característica específica, o
A DEP é uma medida com- Base Genética Fixa: esprocesso de seleção significa parativa, que não deve ser en-
A
localizar tais indivíduos com
melhores valores genéticos
para as características desejadas. Entretanto, os valores
genéticos não são diretamente mensuráveis. É necessário
delinear métodos para estimálos. Os valores estimados são
resultantes de predições cuidadosamente construídas de
valores genéticos, baseando-se
no conhecimento sobre as relações matemáticas entre as
fontes de informação, e envolve ingredientes como: herdabilidades, relações de parentesco
do pedigree, correlações genéticas, etc.
tabelecida a partir do valor
genético médio dos animais
nascidos em meados da década de 1990.
- Valor Genético: utiliza o
VGE ou EBV, portanto, o dobro da DEP.
- Exemplo: em termos da
escala de medida, um touro
com DEP de 15 Kg no Promebo tem um VGE de 30 Kg no
Breedplan (programa usado
nesses países).
- VGE médio para produtos
nascidos em 2011: +4,5 ; +39;
+72 e +92 Kg para PN, P200,
P400 e P600 dias.
(04) Canadá:
Realiza as avaliações genéticas em conjunto com American Angus Association (A.
Angus preto) e Red Angus
Association of America (Angus vermelho). Deste modo, as
DEPs de todos os animais Angus da América do Norte são
diretamente comparáveis. Entretanto, a DEP de um animal
preto não é comparável com a
de um animal vermelho.
(05) EUA:
- Características Ponderais
de Crescimento: peso ao nascer (PN ou BW), peso à des(02) Argentina:
mama (PD ou WW) e peso ao
- Características Ponde- ano (PA ou YW).
rais de Crescimento: peso ao
- Expressão: em libras (lb).
nascer (PN), peso à desmama
- Base Genética Fixa:
(PD) e peso final (PF).
(a) Angus preto (AAA):
- Expressão: em Kg
estabelecida tomando como
- Base Genética Fixa: des- base a média das DEPs dos
de 2006 tem usado uma base animais nascidos em 1979.
populacional fixada no ano de
(b)
Angus
vermelho
1998.
(RAAA): toma com base a
- Valor Genético: utiliza a média das DEPs de um grupo
DEP.
específico de touros pais de
- DEPs médias dos tou- alta acurácia, em vez de fixar
ros pais atuais (2012): +0,2 um determinado ano de nas; +5,9; e +15,2 Kg para PN, cimento de muitas gerações
PD e PF.
passadas.
- Valor Genético: utiliza
(03) Uruguai:
DEP (ou EPD) e reforçando:
- Características Ponde- expressa em libras.
rais de Crescimento: peso ao
- Exemplo: um touro com
nascer (PN), peso à desma- DEP de 15 Kg tem uma DEP
ma (PD) e peso aos 18 meses de 33 libras, aproximadamen(P18).
te.
- Expressão: em Kg
- DEPs médias para produ- Base Genética Fixa: valor tos nascidos em 2012:
médio das DEPs dos animais
(a) Pretos: +2,8; +41 e
nascidos em 1988 e com in- +74 lb para PN, PD e PA, resformação própria ou de sua pectivamente.
progênie.
(b) Vermelhos: -0,2; +48
- Valor Genético: utiliza a e +71 lb nas mesmas caracteDEP.
rísticas.�
- DEPs médias dos animais
nascidos em 2010: +0,59;
+9,70; e +14,36 Kg para PN, Coordenador Técnico do Promebo
PD e P18.
[email protected]
Em média o valor genético
da progênie será a média dos
valores genéticos de seus pais
Angus@newS
OPINIÃO
Julho/Agosto de 2013
63
A oferta de carnes na próxima década
Aumento de produção por
tipo de carne e grau de desenvolvimento dos países na próxima década, em milhões de
toneladas equivalente carcaça
(tec).
A maior parte do aumento
de produção (80,0%) virá dos
Oferta
No quesito produção, países em desenvolvimento.
OECD e FAO acreditam que Dentre as carnes, a de frango
a demanda crescente no mer- liderará o avanço produtivo.
O crescimento médio anucado internacional promoverá
um estímulo à produção nos al na produção das carnes de
próximos dez anos. Isto deverá frango, bovina e suína será de
ocorrer para todas as carnes 1,9%, 1,5% e 1,4%, respectivamente.
analisadas.
Em âmbito mundial, o
Apesar disso, este aumento será limitado pela concor- incremento na produção de
rência com outras atividades carne de frango representará
agropecuárias e a escassez de 47,0% do aumento total para
investimentos em infraestrutu- o período.
Neste ano, as estimatira, principalmente nos países
vas apontam para produções
emergentes. Veja a figura 1.
xima década.
Com base nesse relatório,
fizemos um balanço dos principais pontos sobre a oferta
e demanda das carnes para o
período.
Por Gustavo
Aguiar
A
Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OECD, sigla em inglês), em
parceria com a Organização
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO,
sigla em inglês), divulgou seu
relatório anual sobre as perspectivas para as principais
commodities agrícolas na pró-
A carne de frango terá o
mundiais de 128,67 milhões
de tec para a carne de frango, maior aumento no consumo,
126,73 milhões de tec para a principalmente por causa do
suína e 76,53 milhões de tec preço. Veja a figura 2.
Acréscimo no consumo de
para a bovina.
cada carne em relação ao aumento total.
Demanda
O aumento na demanda
Considerações finais
também virá dos países emerRessaltamos que um núgentes, cerca de 82,9% do
total. O crescimento da econo- mero considerável de fatores
mia e a crescente urbanização de ordem macroeconômica
deste grupo de países será o podem afetar estas projeções,
principal vetor deste cresci- ainda mais para o mercado da
carne, bastante sensível às mumento.
Para os países desenvolvi- danças econômicas.
A dinâmica entre os merdos, fatores como o já elevado
nível de consumo, menor taxa cados, com as importações e
de crescimento da população exportações, também ajuda a
e problemas relacionados à regular os preços e é mais uma
renda tendem a atuar negati- fonte de variação.
vamente sobre o consumo ao
longo do período analisado.
Zootecnista - Scot Consultoria
Figura 1.
Fonte: OECD / FAO
Figura 2.
Fonte: OECD / FAO
ANC: registros online tem descontos promocionais
A Associação Nacional de
Criadores (Herd Book Collares) está modernizando seu
sistema de registros online e
concedendo descontos para
seus associados por registros
feitos através do portal www.
herdbook.org.br. Os descontos
para associados chegam a R$
4,50 para exemplares PO e
R$ 1,20 para os PC e CCG, o
que corresponde a um percentual de 15% sobre os valores
cobrados. E além dos descon-
tos, os registros feitos online
garantem agilidade em todo
processo e informações sobre
cobertura e nascimento dos
animais.
Técnicos
Os Inspetores Técnicos
credenciados também podem
usufruir dos benefícios do
Portal da ANC, comunicando
os serviços de confirmação dos
rebanhos de seus criadores
atendidos, através da área res-
trita disponibilizada no portal.
Gabriel Isaacsson, superintendente substituto da ANC,
destaca que as vantagens dos
serviços online são inúmeras,
principalmente quanto à agilidade dos processos efetuados.
“Acaba-se o tempo perdido
entre a postagem nos correios
e o recebimento na ANC, evitase a espera na fila do protocolo e extingue-se a possibilidade
de extravio de documentos”,
esclarece.
Seviços via portal
Alguns serviços que podem
ser feitos através do portal:
- Acessar todos os dados
do rebanho
- Comunicar inseminações
e montas
- Comunicar nascimentos
- Imprimir Certificados
Provisórios
- Pesquisar seu Banco de
Sêmen
- Consultar coletas de
embriões
- Consultar implantes de
embriões
- Verificar as faturas em
aberto
O benefício do desconto
continuará a ser concedido em
2014, porém será necessário
comunicar as inseminações,
montas e nascimentos também
através da área restrita no site
da ANC, destinada aos criadores, obedecendo os prazos regulamentares.

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