PDF – 7,8MB - RRPP Atualidades Online

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Atualidades
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Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS - Ano 18 n° 33 - Porto Alegre, RS, Brasil - Dezembro 2011
Único curso de Relações Públicas do Brasil
CINCO ESTRELAS
SAMUEL MACIEL/ FLICKR FAMECOS
∆∆ Alunos de Relações Públicas da PUCRS apresentam trabalho sobre viagem acadêmica aos Estados Unidos
MONIQUE CARDOSO/ RRPP
ACERVO MEMÓRIA
Legalidade
resgatada
50 anos
depois
A resistência
democrática de 1961
DIVULGAÇÃO
Um bar na
onda do
skate ganha
a noite
Vai ao
ar com
que
roupa?
Tem até pista para
praticar o esporte
Modelitos
na TV
Mundo
Mídia social impulsionam a
libertária Primavera Árabe
•Os manifestantes pedem democracia e mais direitos, além de melhoria econômica
FOTOS MUNDO
Jovens se
articulam,
no Face e
Twitter
Os movimentos libertários que
ocorreram no Oriente Médio e no Norte
da África, a partir de 18 de dezembro de
2010 e ao longo de todo o 2011, ficaram
conhecidos como a Primavera Árabe.
Greve, manifestações públicas, protestos, passeatas e comícios mobilizaram as
massas, mas eclodiram e foram divulgada a partir da mídia social, como Facebook, Twitter e Youtube, manipulados
por jovens árabes da classe média.
A tecnologia como propulsora de
movimentos políticos derrubou ditadores. O primeiro foi o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, que estava
no poder desde 7 de novembro de 1987,
quando deu um golpe de estado, e teve
de fugir para a Arábia Saudita em 14 de
janeiro. O segundo foi o presidente Hosni Mubarak, do Egito, 30 anos no poder
e que renunciou em 11 de fevereiro de
2011, após 18 dias de protestos. O terceiro teve um fim cruel.
O ditador líbio Muammar Kaddafi
foi derrubado do poder em agosto, por
tropas locais, com o apoio de forças internacionais, principalmente Inglaterra
e França, formando-se o Conselho Nacional de Transição (CNT). Depois de
governar a Líbia com mão de ferro por
42 anos, Muammar Kaddafi se refugiou
em sua cidade natal, Sirtre, onde foi encontrado em 20 de outubro, escondido
como um rato, em uma tubulação de dejetos fluviais. Descoberto por uma malta
enfurecida, foi torturado, arrastado por
uma carreta em público e finalmente recebeu um “tiro de misericórdia” na cabeça.
O coronel Muamar Kadafi sempre
A trajetória do ditador Kaddafi:
1959 – Descobertas grandes reservas de petróleo.
1969 – Aos 27 anos, lidera golpe que depõe a monarquia e implanta uma ditadura militar que se
apóia no islamismo e um discurso nacionalista
árabe, de integração regional.
1970- Propõe um sistema de governo, “jamahiriya” (“Estado das massas”). Morte a opositores.
1980 – Acusado de patrocinar ações terroristas no
Oriente Médio e na Europa.
∆∆ Mobilizados pela Internet, jovens árabes saem às ruas por liberdade
foi conhecido pelo seu estilo extravagante de se vestir e por usar guarda-costas
do sexo feminino. Kadafi desenvolveu
sua própria filosofia política e gostava
de prezar tradições locais em público.
Quando visitava outros países, acampava em uma luxuosa tenda beduína, típica
dos povos de sua região.
A Líbia tinha uma lei que proibia
qualquer atividade de grupos baseadas
em ideologias políticas que eram opostas
à visão de Kadafi. Segundo a organização internacional Human Rights Watch,
o regime prendeu centenas de pessoas
por violarem a lei e sentenciou algumas
à morte. Também há relatos de tortura e
desaparecimentos.
No dia 20 de outubro, uma segunda-feira, Abdel Jalil sugeriu que o coronel
pode ter sido morto por seus próprios
homens. “Vamos pensar quem teria o
interesse de que Kadafi não fosse julgado. Os líbios queriam julgá-lo pelas execuções, prisões e corrupção”, afirmou.
1988 – Explode jato da Pan Am na Escócia. 270
mortos. Dois agentes Líbios são responsabilizados, Kadafi se recusa a extraditá-los.
1996 – Mais de 1.200 prisioneiros, militantes islâmicos e presos políticos, são mortos pela polícia.
1998 – Kadafi sobrevive a atentado do grupo extremista Mártires Islâmicos.
2003 – Faz acordo para pagar US$ 10 milhões por
vítima da Pan Am, num total de US$ 2,7 bilhões
em indenizações.
“Os líbios queriam Kadafi preso, queriam humilhá-lo o quanto fosse possível.
Quem o queria morto eram aqueles fieis
a ele, ou que tinham trabalhado para
ele.”
Com a morte de Muamar Kadafi, o
governo interino declarou a libertação
formal do país em uma cerimônia que
reuniu milhares em Benghazi, berço da
revolta contra o antigo regime. Celebrações também foram registradas em frente às embaixadas da Líbia, na Tunísia e
em Malta, onde manifestações reuniram
refugiados líbios com buzina e tiros para
alto.
Com a libertação, o povo Líbio teve
acesso à internet, o que antes no regime
de Kadafi não era permitido, pois poderia ser utilizado como ferramenta e ameaças dos rebeldes contra o seu governo.
Apesar da internet estar disponível na
Líbia, na sua maioria, à classe média, e
não a massa de pobres, sua importância
foi fundamental no levante. Como não se
imaginava, os ataques a Kadafi não eram
feitos por religiosos islâmicos, mas por
jovens movidos pelos novos canais de
comunicação.
Os líbios têm a esperança de que na
ausência do ditador, possam usufruir da
liberdade, com opções de escolha e acesso às redes mundiais de comunicação, e
assim se fazerem presentes no mundo,
depois de tanto tempo isolados.
Catia Lopes e Mariana Ferraz
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RRPPAtualidades/dezembro 2011
Opinião
A revolução digital de Steve Jobs
FOTO DIVULGAÇÃO
Uma história de vida de
um homem de muita determinação, que vai ser apresentada
em uma biografia autorizada
com lançamento previsto para
novembro, a qual incluirá a
história da criação de uma
companhia de tecnologia, uma
demissão de sua própria empresa e um retorno triunfal
que viria a torná-la a maior
do mundo. Sem dúvidas, é um
enredo para um ótimo filme.
Só poderíamos deixar um
muito obrigado por todas as
alegrias, pelos exemplos e incríveis produtos idealizados por Steve Jobs. Um
homem que sempre terá o seu legado vivo em
cada iGadget ou Mac, e que merece ter sua história contada para as futuras gerações.
Sentiremos saudades, Steve!
Repita-se um clichê: Steve não morreu. Ou
melhor, não poderia morrer. O homem que revolucionou o mundo dos computadores pessoais, depois o cinema de animação e, finalmente, reinventou a forma de toda uma geração de
ouvir música, lidar com seu aparelho celular,
ler livros, sites, revistas e jornais e navegar na
internet não poderia morrer. Fosse este homem
audacioso, ríspido, meticuloso, egoísta, individualista, este homem não poderia morrer. Mas
dia 5 de outubro deste ano, com apenas 56 anos,
Steve Jobs morreu.
O legado de Jobs é imensurável e só será
sentido ao longo das próximas décadas. Alguns,
um tanto exagerados, já o compararam a Leonardo da Vinci. Outros, nem tão exagerados,
a Thomas Edison. O pessoal do design diz que
Jobs está para o design assim como Henry Ford
esteve para a produção. O fato é que há poucas
empresas na história capazes de mobilizar uma
multidão tão grande de fiéis – e outra ainda
maior de clientes – e muito dessa paixão tinha a
ver com o carisma do líder falecido em outubro.
“A Apple perdeu um visionário e um gênio
criativo, e o mundo perdeu um ser humano sensacional. Aqueles de nós que foram sortudos o
suficiente para conhecer e trabalhar com Steve
perderam um querido amigo e um mentor inspirador. Steve deixa a nós uma grande empresa que apenas ele poderia ter construído, e seu
espírito será para sempre a fundação da Apple”,
disse o CEO da Apple, Tim Cook.
RRPP Atualidades
Facebook, a rede social do momento
PUBLICAÇÃO informativa e de reflexão do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, avenida
Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre,
RS, Brasil.
Versão Online: www.rrpponline.com.br
E-mail: [email protected]
Reitor: Ir. Dr. Joaquim Clotet
Vice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio Teixeira
Diretora da Famecos: Drª. Mágda Cunha
Coordenadora do Curso: Drª. Cláudia Moura
Edição: alunos de Produção de Mídia Impressa
e Digital em RRPP.
Professores responsáveis: Tibério Vargas Ramos e Silvana Sandini.
Alunos: Alex Zanoto, André Luiz Azambuja
Fontes, Cátia Cristina Lopes, Cláudia Fernandes de Oliveira, Elizamar Eberts de Mores, Ellen Letícia Capponi, Fábio Santana Félix, Ingrid
Gabrielle Alves Festal, Jéssica Luana Porto,
Joice Rodrigues Ferreira, Júlia Alves Menezes,
Julya Cândido Szeckir, Katia Fonseca Veiga,
Lucas Silva Santos, Mariana Mahcado Ferraz,
Priscila Polyana Trinks e Raquel de Almeida
Corré.
Ellen Capponi e
Jessica Luana Porto
RAQUEL MONTEIRO/ RRPP
O Facebook atinge hoje milhões de brasileiros, superando o Orkut, antes uma preferência
nacional. É uma rede social gratuita, onde usuários criam perfis, que contêm fotos e listas de
interesses pessoais, trocando mensagens privadas e públicas entre si e também entre grupos
de amigos.
Um dos recursos mais utilizados é o Mural na página de perfil do usuário, que permite
a amigos postar mensagens para serem vistas.
É visível para qualquer pessoa com permissão
para acessar o perfil completo. Muitos usam o
Mural de seus amigos para deixar avisos e recados temporários. As mensagens privadas são
salvas em “mensagens”, onde apenas remetente
e o destinatário podem ter acesso.
Outra ferramenta que é bastante utilizada
no website é o Cutucar/Toque, fazendo com que
os usuários enviem “cutucadas” uns aos outros.
O cutucar é uma forma de interagir e também
uma forma de chamar a atenção dos amigos.
O Evento é uma ferramenta utilizada para
informar sobre os próximos acontecimentos em
sua comunidade e para organizar encontros sociais de todos os tipos, presenciais ou virtuais.
O site vem crescendo mais a cada dia, fazendo com que todos os tipos de públicos tenham
acesso a esta nova tecnologia das redes sociais.
O Facebook serve para que as pessoas tenham
mais afinidade umas com as outras, postem
∆∆ Facebook caiu no gosto da galera
assuntos do seu dia a dia, fotos de momentos
importantes, entre outras funções que a rede
propõe.
A comunicação é fundamental, e esta ferramenta possibilita ainda mais o contato dos usuários, pois é livre, fácil e gratuita.
Julya Szeckir, Raquel Monteiro
e Júlia Menezes
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
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Acessibilidade já
Quem tem deficiência
quer sua valorização
FOTOS DIVULGAÇÃO MARCELO BERTANI
U
ma caminhada pela valorização “seu problema” sempre que achar conveda pessoa com deficiência, que niente, o que não é o caso de alguém com
até então era nomeada “porta- deficiência. Miriam também ressalta que
“necessidade especial”
dora de deficiência”,
“Portador é aquele é um termo igualmente
ocorreu no dia 21 de
que porta algo por inadequado, pois repreagosto, no Parque da
Redenção
em Porto sua própria vontade” senta um desejo que vai
além de suas possibiliAlegre. De acordo com
Miriam Barbosa
dades pessoais.
a assessora de políticas
Foi com base nespúblicas para a pessoa
com deficiência do município de Grava- ta discussão que se deu a I Semana de
taí, Miriam Barbosa, “portador é aquele Valorização da Pessoa com Deficiência,
que porta algo por sua própria vontade”. promovida pela Assembléia Legislativa
Ou seja, a pessoa está apta a descartar gaúcha. Com uma estrutura ao ar livre
ELSON SEMPÉ PEDROSO/ FLICKR FAMECOS
no Parque da Redenção, o público interessado pôde apreciar diversas atrações
ao longo do dia.
Destaque para a caminhada que teve
início por volta das 11h30min e tinha
como percurso a saída do Parque da Redenção, seguido pela Avenida Oswaldo
Aranha e retorno pelo Brik da Redenção.
Durante o percurso, manifestantes gritavam frases de apoio à causa e incentivavam todos a participar. Pôde-se perceber
uma grande participação de familiares,
que juntos buscam a aceitação e lutam
pelo fim de qualquer discriminação que
ainda possa existir. O público era composto, em sua maioria, de cadeirantes,
que mesmo com limites físicos, não deixaram de esboçar sua alegria e satisfação
com a proposta do evento.
Os participantes comentaram, durante a manifestação, as dificuldades
encontradas no mercado de trabalho, a
importância de uma data como essa e o
que eles esperavam de uma mobilização
deste tamanho. Questionados pela revista impressa e digital RRPP Atualidades,
disseram que o retorno foi bastante
positivo. Eles ressaltaram a importância
da inclusão da pessoa com deficiência
no mercado de trabalho, pois mesmo
com alguma limitação, este profissional
pode contribuir de forma a acrescentar
o seu conhecimento e sua experiência,
demonstrando, mais do que tudo, força
de vontade para continuar e integrar a
sociedade livre de preconceitos.
Cátia Lopes, Hadassa Gomes
e Mariana Ferraz
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RRPPAtualidades/dezembro 2011
Manifestação
de superação pela
valorização
em Porto
Alegre
Sem barreiras para se divertir
O Café Segredo é uma casa da Cidade Baixa
de Porto Alegre. Ela tem como diferencial o fato
de ter acesso a cadeirantes em suas instalações.
A casa conta com dois andares, com acesso pelo
elevador, corredores amplos e até mesmo uma
pista de boliche adaptada.
A ideia do elevador quebrou um paradigma
nas festas em Porto Alegre. Os cadeirantes têm o
direito de ir e vir em qualquer lugar e merecem
ter seus direitos. A iniciativa do Café Segredo
mostra a preocupação em agregar e satisfazer
todos os públicos, tornando-se assim uma casa
diferente e modelo a ser seguido.
No primeiro andar está o Segredo Pub, dedicado a quem gosta de escutar um som ao vivo.
No mesmo andar está o Segredo Bowling, uma
área equipada com seis pistas de boliche e uma
iluminação que dá todo o clima no ambiente. Já
o Segredo Lounge é uma pista de dança onde
toca o melhor da música eletrônica, o conhecido House Music, local acessado pelos cadeirantes mediante o elevador. O estacionamento, que
comporta até 250 carros, é coberto e exclusivo
para os clientes.
Juliana Carvalho – apresentadora do Programa Faça a Diferença da TV AL (TV da Assembléia Legislativa) – contou que já frequentou a casa noturna e que o Pedrini e o Só Comes
são dois bares que também disponibilizam esse
acesso. Juliana acha que as festas de Porto Alegre estão pouco preparadas para receber esse
público, que a quantidade de bares com acesso a
As virtudes de
uma Ouvidoria
cadeirantes é raríssima e os donos deveriam ver
os cadeirantes como consumidores. “A maioria
dos cidadãos que tornou-se dependente de cadeiras de rodas tem idade entre 19 e 30 anos, e
nem por isso deixa de ter vida social”, enfatiza.
As casas noturnas interessadas em se incorporarem à acessibilidade já podem consultar a Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão
Social (Seacis) da Prefeitura de Porto Alegre. Lá
tem um arquiteto que trabalha com adaptação
de lugares físicos, eles podem dar assessoria.
A ideia é válida para aqueles que visam melhorar o atendimento e recepção ao público, assim como fez o Café Segredo.
Iracema Teixeira, Cibele Linck e Marina Souza
ALEX ZANOTO/ RRPP
Artigo
•Um ótimo canal entre o usuário
e a administração organizacional
A implantação de uma Ouvidoria em
uma organização deve ter como principal objetivo a identificação de problemas
percebidos pelos clientes em seus serviços e processos, bem como a conversão
destas informações recebidas em ações
junto às áreas responsáveis, visando à
solução dos problemas e o aprimoramento de seus processos.
Marvin Evandro Ramgrab, assistente da Ouvidoria da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica
(CEEE-D) durante um ano e meio (até o
mês de março/2011), revela algumas informações sobre a finalidade do serviço
de Ouvidoria e qual o seu papel dentro de
uma organização pública.
Questionado sobre a importância
de uma Ouvidoria para o cliente de uma
organização, Ramgrab diz que a empresa deve ter o cuidado de expor um discurso uniforme através desse meio, sem
margens para possíveis contradições.
“A Ouvidoria, como instância superior
de atendimento, e não como um canal
paralelo aos demais canais de relacionamento com o cliente oferecidos pela organização, deve buscar cooperar com as
demais instâncias e orientá-las para que
o conjunto seja harmonioso e eliminem-se qualquer tipo de contradições internas”, salienta o profissional.
Esse canal, em tese, deve possibilitar
uma comunicação
facilitada com os
clientes, pois é caracterizada pelo
informalismo no
atendimento, dispensando pedidos
formais. Seguindo
essa linha, Ramgrab é muito contundente ao dizer
que “essa flexibi- ∆∆ Ouvidoria protege o cidadão e a boa administração, diz Ramgrab
lidade na atuação
permite a criação de vínculos de satis- do consumidor”, comenta o funcionário
fação com seus usuários, contribuindo, com experiência no setor.
Ramgrab julga ser um desafio para
assim, para a preservação e valorização
da imagem da organização”. Igualmente, uma Ouvidoria, “assumir o seu papel
as informações obtidas pelas Ouvidorias de agente capaz e com o conhecimento
podem ser úteis aos processos de apri- adequado para propor mudanças nos
processos das organizações e, principalmoramento contínuo das organizações.
No caso das concessionárias de mente, conseguir demonstrar de forma
energia elétrica – caso da CEEE-D -, este embasada estas possibilidades para a
elemento de integração entre concessio- gestão, fazendo com que esta as acate e
nária e usuário possui, inegavelmente, proporcione a devida autonomia para
segundo Ramgrab, forte função preven- que as Ouvidorias as apresentem e as detiva ao promover soluções extrajudiciais senvolvam”.
O serviço de Ouvidoria tanto protege
para resolução de conflitos no âmbito
administrativo. “A ação evita, assim, o cidadão quanto põe a salvo a adminispossíveis penalizações e multas passí- tração de críticas injustas e acusações inveis de aplicação pelas agências fiscali- fundadas, pois uma administração boa e
zadora e reguladora, garantindo, ainda, eficaz sempre interessa a todos.
reconhecimento frente a estes agentes e
aos demais órgãos de defesa e proteção
Alex Zanoto
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
5
Relações-públicas nas Organizações
Garantia de
bom clima
•Buscando a tranquilidade, respeito e
união no trabalho
“Teoria e
praxis
devem estar
dialética e
dialógicamente coerentes para
que não
sejam uma
falácia”
(Neka Machado)
6
As organizações no Brasil estão
cada vez mais reconhecendo o trabalho do relações-públicas e procurando
estabelecer uma gestão em que funcionário e empresa se sintam valorizados. O ambiente de colaboração traz
inúmeros benefícios, como aumento
da produção, promoção no boca-boca,
melhor entendimento do empregado
e suas necessidades, além de gerar
vontade, desejo e felicidade dentro do
ambiente de trabalho. Contudo, essa
estratégia deve estar enquadrada
dentro dos valores, missão e visão estabelecidos previamente pela empresa
para que não haja dissonância nas
ações aplicadas e obtenha-se o melhor
retorno possível.
Mesmo aquelas organizações que
não possuem um relações-públicas ou
um setor que cuide dos relacionamentos e da comunicação interna, é comum
a percepção e um esforço para que o
clima organizacional seja agradável
e produtivo. Aquela figura do patrão,
chefe, todo poderoso que só manda e
não ouve está cada vez mais escassa no
mercado. Os líderes se mostram hoje
uma pessoa mais interada às necessidades da corporação como um todo,
sem perder sua posição de superior.
Formada em Jornalismo e Relações Públicas, e realizando estudos de
pós-graduação em Relações de Poder,
a professora Neka Machado tem
pesquisado sobre o clima dentro das
empresas no Brasil. Em entrevista à
revista impressa e digital RRPP Atualidades, a professora da PUCRS fala de
suas observações:
RRPPAtualidades/dezembro 2011
O que se pode considerar hoje
como bom clima organizacional?
Existem alguns aspectos. O primeiro
deles é a pessoa ser reconhecida no ambiente de trabalho. No sentido de pertencer, saber que está ali, diferente da antiga história de vestir a camiseta, é saber
que tu tens significado para organização
e vice-versa. Outro aspecto, sem dúvida
alguma, é a questão do retorno, merecimento, se aqueles que contratam consideram um bom profissional, o valor do
salário deve ser equivalente. Para chegar
a esse condicionamento, a gente precisa
ter presente essa relação de tranquilidade, de pertencer, de reconhecimento e
saber que de alguma forma, mesmo que
não ganhe tão bem assim hoje, essa situação pode ser revertida. Relacionamento
é tudo, mas exige respeito. O respeito é
muito amplo, tão nobre essa dimensão
que nos confundimos diversas vezes.
Existe um valor de peso também que é a
relação de poder onde se seduz, ou convence, ou manda... E esse respeito passa,
inclusive, por saber que em alguns momentos o poder é apenas hierárquico,
outras vezes é legitimado pela sua condição de ser.
Como somos vistos no Brasil,
dentro das organizações, como
gestor de pessoas?
Muito pouco se tem nessa área. A
gestão ainda está sendo feita por profissionais da administração. O link gestão,
pessoas e comunicação no Brasil continua totalmente insuficiente. Os relações-públicas não são aproveitados com a
dimensão que deveriam ser. Que bom se
toda organização tivesse junto ao seu RH
um gestor com perfil da comunicação.
Nas organizações que já têm o
RRPP, eles decidem junto à cúpula? Estão no mesmo nível da diretoria?
No Brasil temos inúmeras realidades: o relações-públicas no papel protocolar e cerimonialista, aquele que é assessor para eventuais acontecimentos e o
RP de fato e de direito para aconselhar,
orientar, fazendo um trabalho de qualificado “staff”. Poucos são legitimados
para decidir.
Quais os meios mais eficazes
que estão sendo utilizados para suavizar os relacionamentos entre os
funcionários?
O Brasil vive uma falácia ou uma
unidade dos contrários mal resolvida.
Tratam bem o empregado, mas acabam
castigando, o deixam feliz, mas de repente quando ele está em crise, ninguém vai
e conversa com ele. Existe uma postura
muito feia de não saber exatamente qual
a política que realmente está sendo adotada, a clareza é fundamental. Temos um
misto de latino acolhedor, mas se formos
ver no fundo, trabalho é trabalho, e vida
particular à parte. Há muito mais teoria
do que prática, para sermos felizes temos
que ser orgânicos, falar e produzir essa
prática. Apesar de no Brasil a profissão
de RRPP ser muito nova e inserida na ditadura, sendo orquestrada por diversos
profissionais que não eram da área, é visível o crescimento e crédito que estamos
atrelando a esta gestão coesa e planejada
vinda do relações-públicas.
André Fontes
Memória
Fábio Santana Félix
Gabriela Fossá
A
Legalidade foi o maior movimento
popular no Brasil desde a Revolução
de 30. A reação de Leonel Brizola ao
golpe dos militares para impedir a
posse de João Goulart na Presidência da República, após a renúncia de Jânio Quadros, no dia
25 de agosto de 1961, foi um ato de bravura. A
firmeza de Brizola no episódio fez dele um líder
nacional e retardou a conspiração da direita,
que somente se concretizaria no golpe de 64.
Como o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, a
Legalidade abortou o complô iniciado em 1950
para tornar inviável um governo nacionalista. O
dia 26 de agosto, data da Legalidade, faz parte
do calendário de lutas do povo brasileiro pelo
respeito aos seus direitos políticos.
Em um cenário político conturbado devido
à Revolução cubana de 1959 e agravado pelo
contexto da Guerra Fria, acontece, em 1961, a
renúncia de Jânio Quadros à Presidência da República. O vice-presidente João Goulart está em
missão diplomática na China. Em consequência
desta ausência, toma posse, como era previsto
na Constituição Federal, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. A partir
deste quadro, os ministros militares de Jânio
(general Odílio Denys, brigadeiro Grun Moss e
almirante Sílvio Heck) demonstram o seu desejo de impedir a posse de Jango. Assim, alguns
dias após a sua posse, o presidente em exercício,
Paschoal Ranieri Mazzili, envia ao Congresso a
mensagem 471/61, solicitando um parecer sobre a discordância dos militares quanto à posse
do vice.
50 ANOS DO
LEVANTE DA
LEGALIDADE
FOTOS ACERVO HISTÓRIA
∆∆ Brizola comandou a resistência armada a partir das sacadas do Palácio Piratini
OS PERSONAGENS DA CRISE INSTITUCIONAL DE 1961
“Forças terríveis se levantaram contra mim”
∆∆ Jânio Quadros
Jânio da Silva Quadros foi o
22º presidente do Brasil, entre 31
de janeiro de 1961 e 25 de agosto de
1961, data em que renunciou. Em
1985, conquistou a prefeitura de
São Paulo pelo atual PTB, vencendo Fernando Henrique Cardoso,
que depois se elegeria duas vezes
presidente da República. Foi o único sul-mato-grossense presidente
do Brasil.
O “Homem da Vassoura”, slogan de sua campanha, venceu a
eleição presidencial de 1960, como
candidato populista de direita,
lançado pela União Democrática
Nacional (UDN), derrotando o marechal Henrique Teixeira Lott, do
PTB, em uma coligação nacionalista de esquerda. Naquela época,
as regras eleitorais estabeleciam
chapas independentes para a candidatura a vice, o que permitiu a
reeleição do vice-presidente João
Goulart, da chapa de Lott.
A gestão de Jânio Quadros na
presidência da República foi breve,
duraram sete meses e encerrou-se
com a renúncia. Neste curto período, o presidente praticou uma política econômica e externa que desagradaram profundamente políticos
conservadores que o apoiavam,
setores das Forças Armadas e outros segmentos sociais. Paralelo a
decisões polêmicas e hilárias, como
a proibição de rinhas de galo e do
biquíni, Jânio restituiu as jazidas
de ferro de Minas Gerais à reserva
nacional e condecorou Che Guevara em Brasília.
O presidente acabou surpreendendo o país com a renúncia. “Forças terríveis se levantaram contra
mim”, disse. Desencadeou-se crise
institucional, porque os ministros
militares e as classes dominantes
não aceitavam a posse de Jango.
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
7
João Goulart defendia as Reformas de Base
Após a renúncia de Jânio Quadros, os militares tentaram vetar a
chegada do vice João Goulart (São
Borja, 1919 – Mercedes, Argentina,
1976) ao posto presidencial. Tendo
sérias desconfianças sobre a trajetória política de Jango, membros
das Forças Armadas alegavam que
a passagem do cargo colocava em
risco a segurança nacional.
Grupos políticos conservadores associavam o vice à ameaçadora
hipótese de instalação do comunismo no Brasil. Era um argumento,
mas ao mesmo tempo uma contradição. Nascido em São Borja, advogado, Jango era um próspero fazendeiro, proprietário de fazendas no
Rio Grande do Sul e na Argentina.
Herdeiro político de Getúlio Vargas, Jango foi seu ministro do Trabalho. Ao propor, na época, 100%
de aumento para o salário mínimo,
criou uma polêmica nacional. Perguntado pela imprensa se apoiava
a proposta de João Goulart, Getúlio
respondeu: “Jango sou eu.” A frase
demonstra a dimensão do prestígio
do ministro junto ao presidente.
Eleito vice-presidente pela primeira vez com Juscelino Kubitscheck, do PSD, Jango garantiu a
governabilidade durante os quatro
anos com o apoio do PTB. Aos 44
anos de idade, assumiu a presidência em 7 de setembro 1961, garantida pela Legalidade, mas teve de
se submeter ao regime Parlamentarista, com poder limitado, tendo
um primeiro-ministro como chefe
de governo. No entanto, acabou
assumindo os plenos poderes ao
propor um plebiscito, realizado
em 6 de janeiro de 1963, quando o
Projetando a possibilidade de ao Movimento da Legalidade.
A mobilização realizada duranum golpe, o então governador gaúcho Leonel de Moura Brizola, deci- te a Legalidade possibilitou a posse
de ir contra esta tentativa de que- de Jango no dia 7 de setembro de
bra da Constituição, que impedia 1961, não agradando aos legalistas,
que Jango tomasse posse. Utiliza o contrários ao parlamentarismo que
seu tino político para unir e liderar foi negociado por Tancredo Neves
o povo gaúcho contra os atos ar- e aceito por Jango, desagradanbitrários dos ministros militares. do o governador Brizola e o povo
Convocando o povo gaúcho, pela gaúcho. Em nota antes de tomar
Rede da Legalidade, uma cadeia posse como Presidente da Repúblinacional de emissoras de rádio, ins- ca, Jango expressou a sua posição
sobre os fatos: “Chego
talada nos porões do
Palácio Piratini para
A importân- à minha pátria para
cumprir os deveres
a luta pelo cumpricia da Rede da que me são impostos
mento da Constituição
Federal, na frente do
Legalidade na pela nossa Constituição. Não alimento
Palácio Piratini para
mobilização
ódios nem ressentiuma reunião de volunpopular
mentos de qualquer
tários dispostos a luespécie.
Permaneço
tar. A Praça da Matriz
havia sido tomada pelo povo, que como em toda a minha vida púali instituiu seu quartel general. As blica, inteiramente devotado aos
ameaças de bombardeio lançadas princípios democráticos, à manupelo Ministério da Guerra não im- tenção da ordem, pronto a servir à
pediram que a população tomasse república no interesse do progresso
as ruas. Ecoando gritos de justiça, e do bem-estar político, econômico
ocupou desta maneira, a frente do e social e espiritual da Nação. Que
Piratini, cercado por barricadas Deus me ilumine. Que o povo me
para assegurar a resistência. Aos ajude. E que as armas não falem”.
A grande arma usada por Leopopulares foram distribuídas duas
mil armas. A adesão popular foi to- nel Brizola, no Movimento da Letal: eram jovens, estudantes, ope- galidade, não foi a metralhadora
rários, pais de família, todos se alis- estigmatizada nas fotos do govertaram em postos espalhados pelas nador que ilustram capas de livros
cidades do Rio Grande do Sul. O e jornais alusivos ao movimento de
histórico espírito de luta gaúcho ti- 1961. Foi o microfone da rede de
nha acordado. Os governos de Goi- emissoras montada a partir da Ráás e do Paraná, também, se aliaram dio Guaíba.
8
RRPPAtualidades/dezembro 2011
Presidencialismo, com mais de 9
milhões de votos, derrotou o Parlamentarismo, com o apoio de apenas dois milhões de brasileiros. O
trabalhismo estava solidificado no
poder e no apoio popular. Este foi
o sinal para as forças de direita começarem a articular o golpe, finalmente vitorioso em 1º de abril de
1964, Dia dos Bobos, cuja a data foi
mudada nos livros de história para
31 de março, por motivos óbvios.
O educador e político Darcy
Ribeiro costumava dizer que o governo Goulart caiu mais por seus
acertos do que pelos erros. Propunha uma mudança cultural e social no Brasil com as “Reformas de
Base”, fortalecimento da indústria
nacional, reformas agrária, urbana
e educacional, nos modelos de escola e universidade. Transformado
∆∆ João Goulart
em líder continental, desfilando em
carro aberto pelos principais países
da América Latina, aclamado por
multidões, foi recebido por John
Kennedy. Deposto, nunca mais
pôde voltar ao país. Morreu no exílio em 76. Tomava medicamentos
para o coração, pode ter sido assassinado com a troca dos remédios.
∆∆ O governador e a estigmatizada metralhadora portátil
“Quando tiraram do ar as rádios,
a gente ficou meio tonto, sem
saber o que fazer, andando pelas
ruas. Aí retumbou a Guaíba e
corremos para o Piratini”
“Não só o acesso à Rádio Guaíba, mas também o empenho dos profissionais que atuavam
na área de comunicação social foram fundamentais para o sucesso da mobilização popular
que ocorreu a partir da ordem de Brizola para o
levante dos gaúchos em defesa da Legalidade e
pela posse do presidente João Goulart”, diz a deputada Juliana Brizola, neta do ex-governador.
“Quando tiraram do ar as rádios, a gente
ficou meio tonto, sem saber o que fazer, caminhando pelas ruas. Quando ouvimos a Rádio
da Legalidade, fomos imediatamente correndo
para o Palácio Piratini e nos apresentamos para
começar a trabalhar, e outros companheiros
apareceram depois”, lembra Lauro Hagemann,
ex-deputado e famoso locutor do Repórter Esso.
Algumas pessoas só iam para casa para tomar banho, dormiam nas cadeiras e sofás do
Palácio Piratini, como faziam também outros
jornalistas, assessores, radialistas, escritores.
“A brutal cobertura que se deu em torno do episódio da Legalidade foi um dos dados mais fundamentais desse movimento. A rede criada por
Brizola, além possibilitar que o ex-governador
tenha exercido e demonstrado toda sua competência como comunicador de rádio, foi também
uma oportunidade na história de demonstração
do civismo, politização e patriotismo do povo
gaúcho”, enfatiza Carlos Bastos, ex-diretor de
jornalismo da RBSTV.
Brizola lançou manifestos no ar em todas
as rádios da época e à medida que os pronunciamentos eram feitos, as emissoras, com medo,
saiam do ar. A Guaíba foi a única que permaneceu, permitindo a criação da Rede da Legalidade, a partir do seu sinal. Aos poucos, as
emissoras de todo o país, mais confiantes, foram
aderindo. Formou uma corrente nacional.
Memória Anos 60
∆∆ Guevara condecorado por Jânio
∆∆ Jango tinha o apoio popular
∆∆ A resistência do Rio Grande do Sul contra o golpe de direita tentado em 1961
A trajetória política de Brizola, o último caudilho
Leonel de Moura Brizola, o
grande líder do movimento da Legalidade, nasceu em Carazinho, em
22 de janeiro de 1922, com o nome
de Itagiba. Filho de uma família
pobre, não chegou a conhecer o pai,
morto quando voltava para a cidade no fim da Revolução de 1923.
Aos 12 anos saiu de casa e foi estudar na Escola Agrícola de Viamão.
Escolheu um novo nome, inspirado
no líder maragato Leonel Rocha,
e trabalhou até como ascensorista
para estudar. Entrou na Escola de
Engenharia da UFRGS. Durante a
faculdade, filia-se ao PTB e se elege deputado estadual. Em 1949 se
forma engenheiro civil. No ano se-
guinte, o jovem deputado trabalhista casa-se com Neuza Goulart, irmã
de João Goulart, futuro presidente
da República. Seu padrinho é o então presidente Getúlio Vargas.
Eleito duas vezes deputado estadual, torna-se deputado federal
em 1954, na eleição após o suicído
de Vargas. No ano seguinte, vence
as eleições para prefeito de Porto
Alegre. Eleito governador do Rio
Grande do Sul em 1958, estatiza
empresas norte-americanas de telefonia e energia elétrica, antes de
Fidel Castro. Inicia o processo de
reforma agrária e constrói mais de
quatro mil escolas públicas, sua obsessão a vida inteira pela dificulda-
de que teve para estudar por ser um
menino pobre. Após a renúncia de
Jânio Quadros, lidera a campanha
pela posse do vice-presidente João
Goulart, que os militares queriam
impedir. O último caudilho vence.
Em 1962, Brizola elege-se deputado federal pelo estado da Guanabara, sendo o candidato mais
votado do país. Tenta resistir ao
Regime Militar de 1964 e é cassado.
Fica um mês escondido em Porto
Alegre e foge fardado de PM, em um
avião do Jango, que pousou em Capão da Canoa, onde os dois tinham
casas conjugadas. Exila-se no Uruguai, de onde é expulso em 1977.
Muda-se para os Estados Unidos e,
em seguida, para Portugal. Com a
anistia de 1979, volta para o Brasil.
Tenta reorganizar o PTB, mas perde a sigla numa disputa com outros
trabalhistas na Justiça Eleitoral.
Funda, então, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), pelo
qual se elege duas vezes governador do Rio de Janeiro em 1982 e
em 1990. É candidato do PDT à
Presidência da República em 1989
e em 1994, mas perde. Em 1998, é
candidato à vice na chapa de Luís
Inácio Lula da Silva, nova derrota.
Morre no Rio de Janeiro em 21 de
junho de 2004 de parada cardíaca,
durante um quadro de pneumonia.
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
9
Reconhecimento
Somos cinco estrelas
O curso de Relações Públicas da PUCRS, destaque
nacional, tem como pilares a humanização,
relacionamentos internacional e digital
SILVANA SANDINI/ RRPP
O curso de graduação em Relações
Públicas da PUCRS está avaliado em cinco estrelas pelo Guia do Estudante 2011
da Editora Abril. Foi o único curso de
RRPP do Brasil a receber cinco estrelas,
a avaliação máxima, cotação “excelente”. A coordenadora do curso, professora
Cláudia Moura, recebeu o certificado de
destaque com grande alegria.
Para ela, que está há um ano na coordenação, superou suas expectativas. “Eu
acho que tudo se faz em conjunto, eu não
acredito em um curso com uma pessoa
só encabeçando e o resto todo descolado
da proposta pedagógica”, divide com todos a distinção. “Quando tudo funciona
em conjunto, tudo é melhor”, enfatiza.
Em sua opinião, esse reconhecimento se
deve a uma trajetória que vem de coordenações anteriores. “Não é de hoje, as
cinco estrelas vêm sendo conquistadas
há muito tempo. Tem a ver com todas as
coordenações anteriores, com toda uma
história do curso”, justifica.
Cláudia busca atender as demandas
de todos os professores. “Um professor mais satisfeito acaba passando isso
para o aluno. Esse bom relacionamento
interno acaba refletindo externamente.
Desde o início deixei bem claro para os
professores que a minha passagem na
coordenação tem este olhar: de atender
as necessidades de todos, estamos caminhando juntos para o mesmo objetivo.”
Formada nas três áreas da Comunicação – RP, Jornalismo e Publicida-
∆∆ Cláudia Moura recebeu o convite da prêmiação da Editora Abril
de –, mas uma entusiasta das Relações
Públicas, Cláudia Moura baseia sua administração no Departamento de RRPP
da Famecos em três pilares: “O relacionamento humanizado, que tem o sujeito
como foco, o relacionamento internacional, esse sujeito tem que ser um cidadão
do mundo, e o relacionamento digital,
que é se adaptar às novas redes.”
OS 14 CURSOS CINCO
ESTRELAS DA PUCRS
Administração
Arquitetura e Urbanismo
Ciência da Computação
Ciências Aeronáuticas
Ciências Biológicas
Ciências Sociais
10
Enfermagem
Engenharia da Computação
Física
História
Jornalismo
Odontologia
Pedagogia
Relações Públicas
RRPPAtualidades/dezembro 2011
O objetivo da premiação, que avaliou cerca de 1.400 Instituições de Ensino Superior (IES), é identificar e valorizar as melhores IES do Brasil. Além
do curso de Relações Públicas, outros 13
cursos da PUCRS receberam cinco estrelas (excelente).
Lucas Santos
“Não é de
hoje, as
cinco
estrelas
vêm sendo
conquistadas
há muito
tempo.”
EDUARDO ELIAS BARBOSA
Festival
A
ironia que se iniciou com o Rock in Rio,
apesar de já ter virado clichê, é a crítica em razão das poucas atrações de
rock‘n’roll autêntico durante o festival. O que as
pessoas esquecem é que sempre teve a proposta
de ser um evento de música pop, acima de tudo.
Já era assim em 1985, ano do primeiro e até
hoje não superado pelos demais. Naquele ano,
Ney Matogrosso e Ivan Lins (grandes nomes da
MPB) subiram ao mesmo palco de roqueiros
como Queen e AC/DC.
O “rock” deveria ser interpretado não como
gênero, mas como verbo (de “agitar”, numa tra-
STEVIE WONDER
Na noite do soul, Stevie Wonder cativou
o público com covers de “The girl from Ipanema” (Tom Jobim e Vinícius de Moraes) e
“Você abusou”, de Antônio Carlos e Jocafi. A
apresentação teve a presença da cantora Janelle Monáe, e sucessos como “You are the
sunshine of my life”, “Higher ground”, “I just
called to say I love you”, “My cherie amour” e
“Isn’t she lovely”.
ROCK OU
POP IN RIO?
dução livre). Portanto, essa cobrança de o festival ser “mais rock” não faz sentido e ficou velha.
Priscila Rosa, vocalista da Banda Pondera,
de Porto Alegre, concorda que a ironia “Pop
in Rio” caiu como uma luva, pois hoje em dia
o evento que era para ter rock e subgêneros do
rock apresentou axé, pop e diversos outros estilos. Para a vocalista, as bandas pops poderiam
ser substituídas por bandas de rock gaúchos e
ressaltou que Aerosmith, AC/DC, Halloween,
Twisted Sister poderiam estar no lugar daquelas
que não têm nada a ver com o rock. Os roqueiros do Gun’s Roses foram os que a levaram ao
AS DIVAS
Divas do rock mundial se apresentaram
também. Destaque para a caribenha Robyn
Rihanna Fenty ou, se preferir, Rihanna, aquela
que já trocou o estilo do cabelo pelo menos
umas 40 vezes desde que começou sua carreira
em 2005. Outra que subiu ao palco foi Katy
Perry. Filha de pastores, Katheryn Elizabeth
Hudson nasceu em Santa Bárbara, Califórnia, e
tem hoje um visual de pin up.
festival, superando suas expectativas. “Eles sempre foram a maior fonte de inspiração da Banda
Pondera”, contou Priscila Rosa.
Piadas e a parte, o público esgotou rapidamente os 600 mil ingressos para o festival deste
ano, fazendo a organização agendar mais um dia
aos seis antes previstos e colocar à venda mais
100 mil entradas, fazendo amantes da música,
seja ela qual for, ir ao delírio, agradando todos
os públicos.
Ellen Letícia Capponi
Jéssica Luana Porto
ELTON JOHN
O cantor inglês Elton John sentou-se ao
piano com seus óculos de lente vermelha e
um terno preto, e mostrou todo o seu vigor
aos 64 anos, não só no teclado, mas levantou-se mais de uma vez para interagir com
a plateia. No repertório, os clássicos “Don’t
let the sun go down on me”, “Honky château”
e “Crocodile rock”, e novidades como “Hey
ahab”, uma de suas composições recentes.
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
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OBSERVATÓRIO
Gerenciando
Crises
Uma empresa ou organização
de sucesso deve, necessariamente,
possuir boa imagem. Para isso,
é preciso transparência. A imagem serve para identificar o modo
como os outros nos enxergam. Posicionar-se de forma preventiva,
diagnosticando as potenciais ações
passíveis de se tornar uma crise,
é a melhor maneira de proteger a
imagem organizacional.
Imagem e reputação andam
juntas. Logo, uma ação mal executada ou uma atitude mal pensada
podem gerar uma crise que acabará atingindo a imagem da organização. Um exemplo recente é
o caso do achocolatado Toddynho,
onde temos ações claras do que fazer e do que não fazer, no que diz
respeito à prevenção, diagnóstico e
prognósticos de uma possível crise.
A empresa PepsiCo – fabricante do produto – , após ser autuada
por fabricar, embalar e colocar à
venda produtos de qualidade duvidosa, teve que se desdobrar para
amenizar esse grande transtorno.
Nessa situação, o uso da transparência foi fundamental para reduzir os danos causados pela eminente crise.
Uma falha no procedimento
de fabricação do produto, culminou na mistura de uma espécie de
detergente junto ao achocolatado.
Em nota oficial, a PepsiCo explicou
que o problema ocorreu em um lote
específico. Para solucionar o quanto antes o problema, além de recolher as unidades de Toddynho do
lote danificado, a PepsiCo disponibilizou um médico aos consumidores que procuraram a empresa por
meio de seu Serviço de Atendimento
ao Consumidor (SAC). Em nota, a
empresa afirma que “a maioria das
unidades do produto que estavam
no mercado já foram recolhidas”.
Também colocaram à disposição
um telefone 0800, disponibilizando
mais um canal para que qualquer
problema pudesse ser relatado. Ou
seja, a melhor estratégia é a transparência e a transmissão do maior
número possível de informações.
Alex Zanoto
e Lucas Santos
12
RRPPAtualidades/dezembro 2011
Tolerância mínima
com fumo no saguão
•Professores e alunos da Famecos juntos pela mesma
causa: combater o fumo passivo no espaço de lazer
BRUNO TODESCHINI/ FLICKR FAMECOS
∆∆ O saguão não deixa de ser um local fechado, enquadrado na lei anti-tabagismo
N
o próximo semestre, os alunos da Famecos terão uma grande surpresa: virá
com tudo uma campanha de conscientização ao não fumo no saguão do famoso prédio 7. Baseados pela lei suplementar 315/08 que
vigora em todo o país e proíbe fumar em locais
fechados, alunos e professores do Espaço Experiência se mobilizam por esta causa.
Pessoas não fumantes que utilizam o saguão
da faculdade reclamam por causa da fumaça, do
mau cheiro, porém, são poucos os que se dispõem a fumar em locais totalmente abertos.
Muitos esquecem que o fumante passivo
está exposto à fumaça de cigarros. Segundo estudos, pessoas que passam 80% de seu tempo
em locais fechados no trabalho, nas residências
ou em locais de lazer, têm grande risco com a
exposição excessiva a esta fumaça.
Atualmente, se reconhece que os não fumantes têm muitas doenças que os fumantes
costumam apresentar, justamente por estarem
expostos à fumaça do cigarro.
O aluno do curso de Relações Públicas, José
Henrique Alonso, de 31 anos, revela que se considera um fumante passivo na Famecos por ser
impressionante o número de alunos fumantes.
“Quem fuma não se importa com quem não
fuma”, reclama.
A professora Neka Machado acredita que
devemos respeito em todos os âmbitos dos aspectos coletivos, nas filas, no trânsito, ao atravessar a rua e na hora de fumar. “É o comportamento respeitoso coletivo. Essa é a minha maior
tese, eu só posso exigir respeito no momento em
que eu também te respeito.” Para ela, “o elegante nessa história toda, seria todo mundo ter um
pouquinho de consciência de suas ações”.
Para que os fumantes em especial se conscientizem, é preciso que tomem conhecimento
dos males que causam aos que não fumam, obrigados a inalar a fumaça alheia, principalmente
em locais cobertos.
A campanha será lançada com o objetivo
de atingir a todos que possuem alguma relação com a Famecos, como alunos, professores
e funcionários que estão acostumados a fumar
no saguão, para que fumem do lado não coberto.
Desta forma, também estariam fazendo um bem
aos que não fumam. Pessoal, preparem-se para
respirar um ar mais limpo no saguão!
Eliza Moraes, Kátia Fonseca e Paula Reif
Bastidores
COM QUE ROUPA?
•A influência do figurino nos programas de televisão
Monique Cardoso, texto e fotos
O figurino é um importante detalhe no
mundo da televisão. Nas novelas, dita moda,
gerando tendências e reproduzindo looks nas
ruas. Nos programas de entretenimento, acompanha o estilo do público e atrai olhares. Mas e
nos noticiários? Como o figurino atua na transmissão da notícia? Ele deve ser neutro a ponto
de não gerar elogios, ou roubar a cena, como
acontece aos domingos com a apresentadora
do Fantástico, Patrícia Poeta?
Para saber mais sobre esse assunto tão
presente, mas ao mesmo tempo pouco abordado, resolvemos ir atrás da “cabeça” por trás de
toda a produção de figurino da RBS TV e TV
COM. Beto Zambonatto concedeu entrevista a
revista impressa e digital RRPP Atualidades e
contou tudo sobre o assunto:
Quais são os critérios de escolha da
roupa do apresentador?
Sobretudo, está o interesse da Rede em
manter uma identidade visual (são 14 estúdios,
121 apresentadores). Depois estabelecemos um
critério de acordo com as oportunidades que o
mercado de vestuário consegue nos oferecer,
considerando que um figurino é retrato do mercado que ele convive. Escolhe-se um código de
vestir muito próximo do código estabelecido
pela civilidade de
“A interação como vestir-se. Macom o mercado, nhãs, tardes, noites,
jornais,
o marketing e as esportes,
ancoragens, reportaRelações Públi- gens, eventos, datas...
cas são funda- Tudo fala através do
que é linguamentais para o figurino
gem.
figurino existir.”
Quem fornece
os figurinos?
Existem diversas maneiras de abastecer um
acervo de peças e dispô-las para uso como figurino. A interação com o mercado, o marketing,
as Relações Públicas são fundamentais para o
figurino existir. Ações criadas pelo figurino estabelecem políticas de valores interessantes para
empréstimos e trocas com o varejo, fabricantes e
assessorias de imprensa. Há um orçamento pra
ser administrado pelo departamento, para compras de peças, maquiagem e serviços (cabeleireiros, lavanderias, costureiras, alfaiates).
Existe alguma determinação especial
para horários, programas, assuntos?
Sim, claro. Um programa matinal de jornalismo não comporta uma peça de tecido nobre
como tafetá, organza, brilhos e adereços. O código do vestir indica claramente o que é adequado
para horários e ocasiões, ele é o suporte que temos para trabalhar.
O jornalista influencia na escolha?
Sim. Mas ele é conceitualmente um empregado que deve usar o figurino como roupa de
trabalho. Suas intervenções normalmente têm
apelos narcisistas ou de tendências de moda,
além do próprio corpo, por desconhecimento do
mettier, que não consta no currículo de faculdade de comunicação.
É importante a sincronização com a
maquiagem, cenário?
Totalmente. Há uma preocupação com a
harmonização plástica da cena. Como se você
“pintasse” um quadro que envolve fundo, luz,
roupa, make up, interagindo com o conteúdo.
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
13
Lazer
SKATE BAR
FOTOS DANIEL SOUZA
Projeto inovador conquista
público jovem na capital
•União de bar e pista de skate vira opção para skatistas e simpatizantes
Em 2011 surgiu em Porto Alegre um novo
conceito de bar, o Banx.
A iniciativa teve como inspiração a famosa
pista Swell Skate Park, primeira pista de skate
do Rio Grande do Sul. A partir daí, todo o contato com a natureza, a área de lazer, o ambiente familiar foram transmitidos de uma maneira mais
urbana para o atual pub localizado na Alameda
Major Francisco Barcelos, no Bairro Boa Vista.
O Banx é um espaço que abriga um bar,
uma skate shop e uma área externa com pista de
skate. No bar são servidos sanduíches, petiscos
e vitaminas com nomes originais inspirados no
vocabulário do universo do skate.
14
RRPPAtualidades/dezembro 2011
Além de uma ótima estrutura para happy
hour e eventos em geral, a principal atração do
bar é a famosa pista de skate situada no pátio da
casa, que proporciona ao público um ambiente
propício para praticar o esporte e interagir de
forma familiar.
Clientes assíduos do Banx afirmam que são
fiéis ao skate e se identificam com o bar a ponto
de considerarem como sua segunda casa, pois a
ideia conseguiu unir skate, festa e amizade.
A estratégia de se relacionar com um público
segmentado vem dando certo desde então. Com
parcerias, a casa proporciona alguns eventos
culturais que, na maioria das vezes, fazem das
paredes internas do bar uma galeria de obras de
artes contemporâneas. Isso faz com que o Banx
transmita um clima agradável para quem quer
unir arte, moda, cultura, música, gastronomia e
principalmente esporte.
Para divulgar tudo isso, o Banx conta, entre
outros canais, com uma página no Facebook e
um site muito bem estruturado com intuito de
informar a história, os futuros acontecimentos
da casa e interagir com o público, postando fotos
e vídeos na íntegra. Vale a pena conferir.
Júlia Menezes, Julya Candido
e Raquel Monteiro
Conversamos com três clientes da casa para
comprovar o sucesso da iniciativa e colher a essência do Bar. Veja abaixo alguns detalhes dessa
entrevista.
Como vocês descobriram o Banx?
José (Zé) – Eu descobri o Banx através do
Swell, fiquei sabendo que iam abrir um bar com
pista de skate, e, como eu sempre gostei muito
de skate desde pequeno, cheguei aqui para conhecer e não saí mais.
Vocês começaram a andar de skate
onde?
José (Zé) – Eu comecei andando na rua,
com meus amigos e irmãos, depois fui andar na
pista do IAPI, e, agora, ando no IAPI e no Banx.
Como as pessoas ficaram sabendo do
Banx?
Emerson Somanzari – Toi bem boca-a-boca, só a galera que anda de skate, um foi falando
para o outro, e assim foi indo.
E qual a visão de vocês sobre o Banx?
Emerson Samanzari – É um conceito novo,
na verdade isso aqui me fez voltar a andar de
skate.
Eu estudava, competia, parei faz uns 20
anos e voltei a andar agora no início do ano por
causa do Banx. Aqui é um lugar totalmente diferente, uma ‘‘vibe’’ muito positiva, a galera é muito unida... é a nossa segunda casa, pelo menos
eu e os meninos viemos aqui umas quatro vezes
por semana no mínimo. Eu sou de São Paulo,
moro aqui há sete anos, e lá eu nunca vi um lugar como o Banx, ou é pista de skate ou é pub,
aqui não, a gente vem para cá, anda de skate, faz
um ‘‘churras’’, e depois já fica pra balada, tem
que se preocupar em trazer outra peça de roupa
e não podemos esquecer do banho portátil (de-
sodorante e uma camiseta lipa). (risos)
E quando ocorrem eventos aqui vocês
participam?
Emerson Somenzari – Olha, na verdade
a gente está aqui até quando não tem eventos.
(risos) Nós temos uma turma que terça, quinta,
sábado e domingo é regra vir pro Banx. Sempre
fazemos aniversários, churrascos, e a galera fica
ali conversando, andando de skate, tomando
cerveja.
Nós vimos que tem aula de skate também, certo?
José (Zé) – Tem aula de skate sim, com o
professor Pedrinho, que é o mesmo da Swell e
da Sogipa.
E as aulas são só para crianças?
Emerson Somenzari – A maioria é criança,
meninos e meninas. E o bom daqui é isso, tem
gente de todas as idades, dos menores aos mais
velhos, buscando o mesmo objetivo, que é andar
de skate e se divertir. Tem o Doutor Lucas na faixa dos 50 aos 60, o Renatão dos 40 aos 50, eu
dos 30 aos 40, o Nando e o Guto dos 20 aos 30.
O público se resume em skatistas?
Emerson Somenzari – Não, tem sufista,
gente que nem anda de skate, mas aprecia a
‘‘vibe’’ do local.
José (Zé) –Tem gente que vem só para olhar
mesmo, que gostam de ver os meninos fazendo
manobras e tal.
O Banx tem um clima família, sentimos isso logo que entramos...
Emerson Somenzari – Aqui é nossa casa e é
assim que o público do Banx se sente, como uma
familia. Eles (os donos do Bar) andam de skate
com a gente e nos divertimos muito.
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
15
Consumo
SHUTTERSTOCK.COM - YURI ARCURS
Somos
fortemente
ligados ao
consumo
Geração Y compra
com um clique
•Nascidos a partir de 1980 se caracterizam por serem “móveis”
e, para encontrá-los e seduzi-los, é preciso muito jogo de cintura
A
geração Y, nascidos entre os anos
80 e 90, os mais velhos próximos
aos 25 e os mais jovens recém
saídos da adolescência, são oriundos de
famílias que os planejaram e estão protegidos por uma sociedade preocupada
com sua segurança. Eles não pedem autorização, simplesmente agem de acordo
com sua vontade, independente do que é
dito ou imposto. Essa geração vive uma
era de esperança na qual acreditam que
16
RRPPAtualidades/dezembro 2011
de alguma forma, no final, as coisas vão
funcionar. Seu alto nível de formação os
torna mais decididos, não demonstram
padrão de comportamento quanto à hierarquia, conforme as gerações anteriores.
A geração deu origem a um novo perfil de consumidor. Esses jovens adultos
vivem na era da Internet. De acordo com
uma pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência nas empresas latino-americanas
e publicada na revista HSM Management Update nº57, 91,6% dessa geração
são usuários de internet, em contraponto, essa porcentagem cai para 63.4%
referente à Geração X. Segundo Abraão
Mattes, analista administrativo, de Porto
Alegre, 21 anos, a internet ainda não é o
principal meio para compras, porém, no
ambiente virtual, as pessoas escolhem os
produtos, comparam preços e buscam
referências de outros consumidores.
t32 milhões no Brasil
Durante o HSM Management, em São Paulo, Jorge Kodja,
Diretor da TNS Research International, apresentou o resultado da pesquisa TRU Study, feita com 1.500 jovens nascidos
entre 1980 e 1990. No Brasil, esse grupo representa 14% da
população, com 32 milhões de pessoas. Apesar das tecnologias
estarem em evidências na vida dos consumidores Y, sendo, na
maior parte, de valores mais elevados, 43% pertencem a classe
C. O perfil deles podem ser baseado no comportamento, apesar disso poucas empresas conseguem efetivar uma estratégia
voltada para esse grupo. O capital gasto por essa geração gira
em torno de R$ 50 semanais. Em 76% dos casos o dinheiro
gasto provém dos pais, como é o caso de Ana Julia Vognach,
estudante de Estrela, nascida em 1993, e
São capazes
apenas 16% trabalham nesta idade.
Diante do fato dos avanços das tec- de não aceinologias nesta geração, a pesquisa aponta
tarem uma
que os principais gastos destes consumiótima opordores ainda são destinados a acessórios,
higiene e beleza e só depois a diversão,
tunidade de
como confirma Abraão.
trabalho em
No que diz respeito às empresas que
nome da
atuam no mercado consumido pela Geração Y, a boa notícia é para o setor de qualidade de
telefonia. Entre os jovens, questionados
vida
sobre o objeto que possuem em casa,
81% citaram o aparelho celular e 43%, o
computador. Segundo Renato Trindade, presidente da Bridge Research, no que diz respeito ao consumo, a máxima é de
que a geração opta por consumir em quantidade sem ostentar
marcas, “Talvez por estarem fortemente ligados ao consumo,
os Y´s acabam por se relacionar de um modo menos ostensivo
com as marcas em geral. Não fogem necessariamente de modismo, mas as marcas assumem uma função de qualificadoras
do produto e não de quem os usa”.
Definir o consumidor Y é difícil porque as variações podem
ocorrer a qualquer momento, com apenas um clique no mouse.
Mas, para atingi-los, é preciso jogo de cintura e habilidade para
saber onde e como encontrá-los. A Geração Y se caracteriza por
ser “móvel”.
Os nascidos entre 1978 e 1980 apresentam mais responsabilidade, maior estrutura de gastos e valores do que a Geração Y, dão maior valor à visão da família e aos estudos. Os que
nasceram entre 1990 e 1995 estão mais atrelados aos valores
da Geração Y, têm menor estrutura de gastos e maior envolvimento com tecnologia e inovação. Se surpreendem com a ideia
de que a geração anterior tenha sobrevivido sobre a tirania
de poucas redes de televisão, sobre o controle governamental
estrito, com os telefones grudados nas paredes, o comércio
restrito a concorrência local, identificando poucas opções de
compra, concentrados numa região e, acima de tudo, com o
comércio virtual quase inexistente.
A velocidade das mudanças vividas pela Geração Y, ao lado
de importantes transformações sofridas pela Geração X, cria
um ambiente mais qualificado em diversos âmbitos, ainda sendo adaptado pelos Y e que deixa os X perdidos nas inovações.
Um exemplo de transformação de X para Y se dá a partir do
momento que um Y diz a um X que não aceitou uma oportunidade de trabalho com salário considerado alto, porque quer
preservar sua qualidade de vida.
Como se comportar
em uma entrevista
para obter estágio
Atualmente, os jovens
não sabem como se comportar em uma entrevista de
trabalho. É importante evitar
alguns erros durante a conversa, como: postura, linguagem e traje inadequado.
Durante a palestra realizada
na PUCRS, no prédio 50, as
psicólogas Zaira Cabreira e
Renata Ferreira ensinaram
métodos de como obter melhor desempenho durante o
processo seletivo.
As palestrantes iniciaram
argumentando que o primeiro passo é conhecer a empresa na qual você pretende
trabalhar, ou seja, é imprescindível conhecer o site da
organização a fim de absorver
o máximo de informações. Citaram também a importância
de estar seguro do que dizer,
ser objetivo, não usar gírias
e, acima de tudo, celulares
devem estar desligados (para
que não haja constrangimento de ambos lados). Evitar balas e chicletes, pois a primeira
impressão é a que fica.
Em relação aos trajes, o
entrevistado deve vestir-se de
maneira adequada e discreta.
As mulheres devem evitar decotes, roupas muito justas e
maquiagem excessiva. Já no
caso dos homens, é necessário que evitem bermudas
e bonés. A apresentação é o
“cartão de visita” da pessoa,
logo, também é imprescindível estar com roupas limpas,
passadas, além de cabelos e
unhas arrumados.
Segundo Zaira e Renata,
o candidato deve evitar críticas com relação às empresas
nas quais já trabalhou. Mostrar interesse pela missão, visão e valores da organização
também ajudam a alcançar o
objetivo de conseguir a vaga.
Por fim, o candidato deve estar ciente de que o estágio é a
“porta de entrada” de sua carreira, sendo assim, cada etapa
vencida é um degrau a mais
para o sucesso profissional.
Vanessa Martins,
Luis Airton e Isa Patta
ARQUIVO FAMECOS
Cláudia Fernandes,
Fernanda Kich,
Joice Ferreira E Priscila Trinks
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
17
24º SET Universitário
Descobertas
e afirmações
Todos os anos a Famecos salienta sua importância na graduação dos cursos de Comunicação Social através da realização do SET Unviersitário. Com palestras, oficinas e
diversas apresentações, o SET se tornou o maior evento da graduação de comunicação
dentro de uma universidade no Brasil.
O 24º SET Universitário ocorreu, neste ano, nos dias 12, 13 e 14 de setembro, aqui
mesmo na PUCRS. Contou com a participação de palestrantes muito conhecidos no
meio da comunicação, como o narrador da SporTV e Rede Globo, Milton Leite e os renomados jornalistas Geneton Moraes Neto e Luiz Cláudio Cunha. Durante os debates,
surgiram descobertas de novas tendências na comunicação e a afirmação de paradigmas no Jornalismo, Publicidade e Relações Públicas. No campo artístico, destaque
para a apresentação de um Pocket Acústico com Rafael Malenotti, da banda gaúcha
Acústicos & Valvulados, no saguão da Famecos.
Em 2012 será a 25ª edição do SET Universitário. Durante os dias 17, 18 e 19 de
setembro, a Famecos irá comemorar essa nova edição com muita dedicação, planejamento e sempre buscando profissionais renomados no mercado para que os estudantes
tenham à disposição as melhores informações e dicas profissionais para suas futuras
carreiras.
Alex Schwalb Zanoto
FOTOS FERNANDA BECKER/ FAMECOS
∆∆ Palestra de Eraldo Carneiro, da Petrobras
18
RRPPAtualidades/dezembro 2011
∆∆ Milton Leite, SportTV
Como motivar
a Geração Y
A palestra “Valor de uma marca: a aposta
no relacionamento” foi apresentada pelo diretor
de comunicação da Petrobras, Eraldo Carneiro,
durante o 24° SET Universitário, no dia 21 de
setembro, no auditório do prédio 7 da PUCRS.
O comunicador destacou o valor da comunicação e das suas ações.
Discute-se sobre a importância de uma
empresa saber passar os seus valores transcendentes através de suas ações. “A comunicação
pode ser uma ferramenta muito útil para ajudar
a legitimar a marca da empresa, perante seus
diversos públicos”, disse o palestrante. Ele ressaltou a importância de se ter uma marca forte,
intangível no mercado, pois “uma empresa deve
ter como propósito cativar e aproximar seus públicos cada vez mais, buscando assim ter credibilidade e um relacionamento sólido com eles.”
Eraldo Carneiro citou que o diferencial da
empresa está no valor da cultura organizacional
(relacionamento, proximidade, humanidade,
transparência, dialogo, interação, participação),
e que seria necessário as instituições considerarem de fato a comunicação como um ideal. “É
uma área que a cada dia que passa ganha mais
destaque no cenário global”, enfatizou.
O diretor de comunicação da Petrobras observa que a Geração Y busca um diferencial nas
empresas, os jovens querem fazer parte de um
todo, não somente ser mais um colaborador,
mas sim ter um diferencial, ter o reconhecimento para que assim possam se manter motivados
por mais tempo. “Nada prende mais esta geração do que uma empresa onde eles podem expor
as suas ideias, que mantenha os seus colaboradores motivados e onde eles realmente possam
fazer parte dos valores da organização. Cada vez
mais vamos buscar métodos qualitativos na comunicação”, destacou o conferencista. “O maior
desafio das organizações é passar adiante seus
valores, colocar no papel as ações, refletir a teoria na prática, o que muitas vezes não acontece”,
concluiu Carneiro.
Cátia Lopes, Mariana Ferraz e Lucas Santos
MARIA HELENA SPONCHIADO
∆∆ Patrick Del Sante, publicitário do ano na Argentina, fala aos alunos no auditório da Famecos durante o SET
Publicitário chileno desperta
curiosidade de universitários
•Pato lota auditório com palestra “Publicidade para todos” e fala de sua trajetória
O palestrante chileno Patrick Del Sante
(Pato) ministrou durante o 24° SET Universitário, no auditório do Prédio 9 da PUCRS, a palestra “Publicidade para Todos”. Ele falou de suas
experiências profissionais, e apresentou alguns
de seus trabalhos premiados. Os alunos da Famecos lotaram o auditório, mostrando grande
entusiasmo em conhecerem um pouco sobre o
cotidiano de um publicitário.
O palestrante convidado iniciou a conversa
contando sobre sua trajetória profissional. Começou sua carreira no Chile, logo se viu fazendo
apenas campanhas para competir em festivais,
ganhar prêmios, porém que não comunicavam,
não “conversavam” com as pessoas/públicos.
Frustrado e temendo não ter um portfólio para
trabalhar em outros lugares, deixou sua família
e amigos para tentar a sorte no mercado publicitário da Argentina, que, segundo ele, é “o terceiro polo da publicidade no mundo, atrás apenas
de Londres e Nova York”.
Na Argentina, ele continuou conquistando
Prêmios. Em 2010 venceu o prêmio Diente 2010
e recebeu o título de publicitário mais criativo
do ano, após criar o comercial da cerveja Andes.
Pato também conquistou prêmios como o Grand
Prix de Cannes, seis Leões e outros destaques no
El Ojo de Iberoamérica 2010.
Todavia, com algum tempo de trabalho percebeu que estava na mesma condição, fazendo
grandes trabalhos, mas que só eram bons para
os festivais. Era “publicidade para publicitários”, criativos e inovadores, mas mais uma vez
não estavam comunicando. Nesse momento, decidiu: “Quero ampliar o horizonte, só assim serei
menos publicitário e mais comunicador”.
Ele argumenta que os profissionais são restritos a atividade, ou seja, são apenas publicitários, quando na verdade têm outras habilidades
que podem, e devem, agregar à profissão, potencializando a sua criatividade e diversidade, por
exemplo: “artistas-publicitários, escritores-publicitários etc”, o importante é fazer diferente,
experimentar, colocar a alma no trabalho.
Pato também defende a ideia de que a viagem proporciona o conhecimento de lugares diferentes, pessoas diferentes, costumes diferentes, e quando se retorna para casa, se traz um
acúmulo de experiências novas, ideias novas, “o
que acaba nos tornando diferente dos demais
publicitários, com uma visão mais ampla e com
mais conhecimentos”.
Para os estudantes, a palestra foi uma perspectiva de como é a vida de um publicitário. Cássia Carvalheiro, estudante de Publicidade e Propaganda, exalta a importância do contato com
profissionais da área quando universitário: “A
palestra foi sensacional, Pato nos mostrou como
ocorre a publicidade fora do Brasil, passando
um pouco da sua experiência de vida. Certamente foi muito importante para os publicitários em
formação saber o que esperar do mercado, vindo
de alguém que já vivencia ele.”
CLÁUDIA FERNANDES, FERNANDA KICH,
JOICE FERREIRA E PRISCILA TRINKS
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
19
24º SET Universitário
Uma aula de Luiz Cláudio e Geneton
A palestra mediada pelo professor Marco
Villalobos, na primeira noite do 24º SET Universitário PUCRS, transformou-se em um grande encontro de idéias e trouxe ao palco grandes
nomes do jornalismo. Com a presença dos jornalistas Geneton Moraes Neto e Luiz Cláudio
Cunha, a palestra levou aos alunos dicas sobre
como fazer uma entrevista eficaz. Geneton destacou a decadência das reportagens devido ao
tom amistoso das entrevistas. Para ele, o entrevistador deve tentar fazer com que o entrevistado “escorregue na casca de banana - é um ato de
ação e reação”. Além de lembrar que é essencial
possuir informações completas e básicas sobre o
entrevistado, evitando possíveis gafes que possam levar ao descrédito do jornalista.
Luiz Cláudio abriu a palestra falando da
importância do repórter saber ouvir para saber
fazer os questionamentos corretos e assim buscar a versão mais próxima da verdade dos fatos.
Também fala que o jornalismo se destaca pelas
perguntas, e não pelas respostas, movendo, assim, o mundo. O jornalista Luiz Cláudio conta
sobre jornal de Izzy Stone, que começou em
1953 e foi assinado por Einstein e pela esposa do
presidente Roosevelt. Izzy Stone foi um jornalista defensor dos direitos civis e da paz, obcecado
pela verdade.
O repórter gaúcho com projeção nacional
abordou com ênfase a questão tecnológica que
invade todos os meios de comunicação. “Com
tanta tecnologia, estamos voltando para as cavernas”, constatou. O jornalista usou como
exemplo o limite de 140 caracteres que se pode
utilizar, por mensagem, na rede social Twitter e
fez uma importante ressalva: “isso limita a criatividade e o potencial do profissional.”
Com as dúvidas dos alunos respondidas pelos palestrantes, foi possível destacar dicas para
um bom repórter, e Luiz Cunha alertou: “O repórter tem que saber ouvir”.
Geneton Moraes Neto diz que os jornalistas
se acham mais importantes do que na verdade
são e argumenta: “Escrever difícil não é escrever
bem. Temos que ser claros.” Ao invés de alimentar o ego do entrevistado, certas vezes é melhor
pegá-lo no ponto fraco. O repórter nunca pode
estar menos preparado do que o entrevistado.
Geneton abordou também a questão pretensão x realidade. Diz que existe a pretensão
má, que classifica como “ridícula e desqualificada”. Ao destacar a pretensão boa, exemplificou
de uma maneira bastante original: “O cantor
Roberto Carlos já deu mil entrevistas e não falou nada de mais. Por que não, na 1001º, ele não
poderá falar algo a mais para mim?” Para ele, o
jornalista deve deixar o tédio em casa. “Traga a
vida das ruas para a redação”, ensina.
Por ser um reconhecido sabedor da arte de
perguntar, ao ser questionado sobre o assunto,
ensinou que se deve evitar o tom amistoso em
um entrevista, mantendo sempre o tom curioso.
Deve-se tentar imaginar o que alguém do público em geral deseja saber naquele momento, no
ato da entrevista. Isso é importante, também,
para abrilhantar a pergunta realizada. Criticou
o repórter que opta por fazer afirmativas em
detrimento de perguntas. Na sua concepção, “a
entrevista é um ato de ação e reação”.
Alex Zanoto, Eliza de Moraes,
Kátia Fonseca e Moniquie Cardoso
FERNANDA BECKER/ FAMECOS
∆∆ O debate entre Luiz Cláudio Cunha e Geneton Neto foi intermediado pelo professor Marco Villalobos
20
RRPPAtualidades/dezembro 2011
FERNANDA BECKER/ FAMECOS
CONHEÇA MAIS
SOBRE ELES
Luiz Claudio Cunha – Nascido
em Caxias do Sul, no ano de 1951. Jornalista,
começou sua carreira em 1969 na Folha de
Londrina, no Paraná. Em Porto Alegre, foi
repórter especial de Zero Hora e dirigiu a sucursal da revista Veja entre 1972 e 1980, até
se transferir para Brasília, onde chefiou as
sucursais das revistas Veja, Isto É e Afinal,
e dos jornais O Estado de São Paulo, Jornal
do Brasil, Diário do Comércio e Indústria e
Zero Hora. No Rio de Janeiro, foi editor do
Informe JB no Jornal do Brasil. De volta a
Brasília, foi repórter especial da Rede Globo,
correspondente da coluna de Ricardo Boechat em O Globo, editor-contribuinte da revista Playboy e colunista político do Correio
Braziliense. Especialista em reportagens investigativas e de cunho político.
Na obra que mais chama atenção,
Cunha reconstitui toda a história, com detalhes que vão do dramático ao pitoresco,
em O Seqüestro dos Uruguaios – Uma Reportagem dos Tempos da Ditadura (L&PM
Editora, Porto Alegre, 2008). O livro mostra
os bastidores do esforço de Cunha para trazer a operação clandestina à luz (Operação
Condor).
Geneton Moraes Neto – Nascido em Recife, no ano de 1956. Formado em
Jornalismo pela PUC-Pernambuco, possui
diversas obras de destaque como “Dossiê
Brasília”, “Dossiê Drumond”, “Dossiê Entrevista” (sobre os 11 jogadores que perderam a
copa de 50), “Dossiê História”, entre outros.
Trabalha na Rede Globo, no Rio, desde 1985. Iniciou-se na profissão como repórter do Diário de Pernambuco, em 1972.
Entre 1975 e 1980, foi repórter da sucursal
Nordeste do jornal O Estado de São Paulo.
Trabalhou na Rede Globo Nordeste como
repórter e editor. Transferiu-se para o Rio
em 1985. Já foi editor do Jornal da Globo e
do Jornal Nacional, correspondente do canal Globonews e do jornal O Globo na Inglaterra, além de repórter e editor-chefe do
programa dominical Fantástico, sua atual
função. Ganhou o Prêmio Embratel de telejornalismo de 2010 com as entrevistas com
os generais Newton Cruz e Leônidas Pires
Gonçalves, exibidas no programa Dossiê
Globonews. Ao receber o prêmio, disse, em
texto publicado no portal G1: “Não se faz
Jornalismo com tédio. Faz-se com devoção.
Jornalista existe para levantar – não para
derrubar – assuntos”. Dirigiu, em 2010, o
documentário “Canções do Exílio”, exibido
no Canal Brasil, com depoimentos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Mautner e
Jards Macalé sobre o período em que viveram em Londres.
Presidente da
Central Única
das Favelas do
Rio fala
sobre
as mudanças
na sociedade
∆∆ Preto Zezé esteve em Porto Alegre a convite da Famecos
A comunicação
na periferia
O presidente da CUFA (Central
Única das Favelas) Brasil, Preto
Zezé, esteve em Porto Alegre a convite da Faculdade de Comunicação
Social (Famecos) da PUCRS para a
palestra “Mudanças na sociedade:
a comunicação na periferia”, dentro do 24° SET Universitário.
Logo no início de sua fala, o
ativista social carioca provocou
o público. Primeiro perguntou
quem acredita que existe racismo
no Brasil. Quase todos do auditório levantaram a mão. “Essa é uma
complexidade do nosso país, pois a
maioria afirma que existe racismo,
mais ninguém admite que pratica
o racismo”, comentou a respeito
da enquete. Zezé apresentou na
ocasião o clipe do rapper Mv Bill,
‘O bagulho é doido’. “Não sou dire-
tor de cinema, mas tive essa ideia e
gravamos”, explicou.
Segundo o presidente da
CUFA, o vídeo traz um debate sobre responsabilidade, por mostrar
que jovens de classe média que
compram drogas financiam o tráfico. “Se a políicia pega alguém como
eu vendendo drogas para um de vocês, o vendedor vai ser classificado
como grande bandido e o consumidor como vitima”, disse.
O final da palestra foi musical.
Preto Zezé, a pedido da platéia, encerrou sua participação com um
rap. Além dele, Ivanete Pereira, Coordenadora Institucional da CUFA
RS, também cantou para se despedir dos presentes.
Hassann Samy e Ingrid Feital
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
21
Relações Públicas: peça-chave
para um evento de sucesso
•A complexidade de produzir um evento vai além de só fazer “festinhas”
FERNANDA BECKER
“Relações
públicas é
um profissional
que requer
muita maturidade e conhecimentos
agregados
para exercer
a profissão”.
Quando falamos em Relações Públicas, para a maioria daqueles que não
conhecem a profissão, famosos jargões
como “aquele fazedor de festa” ou “aquele que só serve cafezinho” são utilizados
com frequência.
Porém, é bem o oposto desse paradigma. O profissional de Relações Públicas é o intermediador entre a organização
e seus públicos, buscando o alinhamento
da imagem e reputação da organização,
quando promove eventos.
Considerando que eventos representam uma das áreas onde atua o profissional de RRPP, é fundamental sua visão e
planejamento estratégico. O profissional
precisa estar atento às tendências e capacitado para lidar com imprevistos que
possam surgir, sempre acompanhando o
processo completo que vai do pré-evento
ao pós-evento com a avaliação do objetivo final.
Para o sucesso de um evento é fundamental ter objetivos e metas bem traçados, ou seja, saber onde se quer chegar
através da promoção. Para isso acontecer
é preciso buscar um briefing bem elaborado e ter em mãos informações claras e
objetivas que devem ser alinhadas com o
cliente.
O estudante de Relações Públicas e
coordenador de eventos da Comunicative, Márcio Oliveira, 23 anos, conta que
quando entrou no curso viu que, além
∆∆ Professora Vanessa Purper
das tão faladas “festinhas”, o profissional da área faz todo o gerenciamento da
comunicação que existe entre as organizações e seus públicos (internos e externos). “Isso me impressionou e vi que
relações-públicas é um profissional que
requer muita maturidade e conhecimentos agregados para exercer a profissão”,
complementa o universitário.
Todo o processo de gerenciamento de um evento precisa ser cuidadoso,
pois um evento passa a imagem de uma
determinada organização e, por isso, é
necessário que ocorra o alinhamento
com todo o planejamento estratégico da
organização. É nesse contexto que entra
o profissional de Relações Públicas, pois
é ele que assumiu a postura de gestor,
comunicador e disseminador de infor-
mações.
Para que um evento tenha sucesso é
importante que várias ações sejam bem
dirigidas, organizadas e principalmente planejadas. A professora de Relações
Públicas da Famecos, Vanessa Ourique
Purper, fundamenta esta questão: “Planejamento e definição de objetivos claros são fundamentais para o sucesso do
evento. Na execução de um projeto precisamos contar com um sem número de
colaboradores, de diferentes segmentos
de mercado, que chamaremos de fornecedores. Estes poderão prestar serviços
ou fornecer os produtos/materiais que
farão a iniciativa acontecer. Em função
desta ‘dependência’, atenção aos prazos
e bom relacionamento fazem com que as
coisas aconteçam de forma mais eficaz.”
Para o profissional de Relações Públicas derrubar de uma vez o paradigma
de que faz somente “festinhas”, a professora Vanessa dá a dica: “Penso que autoconfiança, formação sólida, informação atualizada sobre economia, política
e cultura são fundamentais. Uma boa
dose de ousadia também vai ajudar os
profissionais a galgarem ótimas posições
e quebrar paradigmas preconceituosos.”
Profissionais de Relações Públicas: mãos
à obra!
Eliza de Moraes, Kátia Fonseca
e Paula Reif
Comunicação e informação para o mercado
FERNANDA BECKER
O evento ‘‘Encontro com o Mercado’’ da noite de terça-feira, 9 de novembro, trouxe à Famecos a consultora de
comunicação Suzana Vellinho Englert,
que ganhou o prêmio de Opinião Pública
nesse mesmo dia. O evento é organizado
pelos alunos do Estágio Interno de Relações Públicas, com o bjetivo de fazer uma
troca de experiência com os estudantes.
Suzana falou sobre a importância da
comunicação nas empresas. ‘‘Tudo que
as empresas precisam hoje é de comunicação. Não existe empresa que não tenha
problema de se comunicar’’ mensurou.
A consultora também falou sobre o seu
trabalho de comunicação na obra da BR448 que vai acelerar o trânsito das cida-
22
RRPPAtualidades/dezembro 2011
∆∆ Suzana dialoga com os alunos
des de Sapucaia, Esteio, Canoas e Porto
Alegre, representando o desenvolvimento e avanço sustetável.
A gestora ambiental da STE Energia,
Juliana Christmann, também esteve presente no encontro, citando suas atividades profissionais no projeto da rodovia,
na qual trabalha com Suzana. Ela falou
como o planejamento é uma etapa importante no processo de comunicação e
mostrou algumas atividades de gestão
ambiental como a árvore que foi feita
através de lixos encontrados no local que
está sendo construída a rodovia. O trabalho, apresentando no Shopping Total
e na Feira do livro 2011, ilustra a frase
‘‘Que árvore você quer para o futuro?
Não faça do lixo a semente’’.
O projeto da gestão ambiental BR448 recebeu um convite para ser um
monumento permantente da entrada do
Fórum Social Mundial.
Júlya Candido e Ingrid Feital
Bate-Papo em Aula
Relações-Públicas da Rede Marista
conversa com alunos da Famecos
•Diego Wander começou como estagiário na ASCOMK
e hoje é coordenador do Núcleo de Atendimento
A
MARCOS WESTERMANN
FOTOS DIVULGAÇÃO
lunos da disciplina de Processos e
Programas em Relações Públicas,
ministrada pela professora Marisa Soares, receberam em aula a visita de
Diego Wander, coordenador do Núcleo
de Atendimento de Assessoria de Comunicação e Marketing (ASCOMK) da Rede
Marista de Educação e Solidariedade do
Rio Grande do Sul.
Diego é mestrando do curso de
Comunicação Social, no Programa de
Pós-Graduação em Comunicação Social (PPGCOM), da PUCRS, na linha de
pesquisa Práticas Profissionais e Processos Sociopolíticos nas Mídias e na ∆∆ Diego Wander falou a alunos da PUCRS sobre o ensino Marista nas escolas
Comunicação das Organizações. Possui
graduação em Comunicação Social, ha- ro semestre se apaixonou pela profissão, viagem, se mostrou disposto a conversar
“Nós somos
bilitação Relações Públicas, pela Fame- decidindo seguir a carreira na área. e esclarecer todas as dúvidas dos alunos.
responsáveis
cos. Pesquisa o uso e a inclusão das reAntes de trabalhar na Rede Maris- Apresentou o Case da campanha de fidepor qualdes sociais no contexto da comunicação ta, estagiou na área de telemarketing, na lização e captação dos Colégios Maristas,
organizacional digital nas universidades Trensurb e, no final do curso, na própria o finalista no prêmio Aberje. Segundo
quer ação da
brasileira.
ASCOMK. Devido ao seu desempenho, ele, a equipe da ASCOMK estabeleceu
área dentro
Contudo, nem sempre se formar em foi efetivado.
a necessidade de permanecer em rede,
da rede. Do
Relações Públicas foi o objetivo de Diego.
O relações-públicas veio à faculdade mas adaptar-se às especificidades locais,
Logo que veio do interior tinha intenções pouco depois de chegar de viagem, pois com o desafio de consolidar o crescimenbilhete aos
de conseguir bolsa para jornalismo, mais estava em São Paulo fazendo a defesa to. Elaborado e desenvolvido em conjunpais até a
por conselho de amigos, tentou bolsa oral do projeto finalista de formandos da to com a alta administração e com engadivulgação
para RRPP, pois seria mais fácil conse- Famecos no Prêmio Aberje 2011, da As- jamento dos alunos, o projeto partiu de
guir e, depois, poderia trocar de curso. sociação Brasileira de Relações Públicas, grupos focais com diferentes públicos,
de grandes
Seguindo o conselho, conseguiu a bolsa categoria Campanhas de Comunicação onde foi decidido o abandono do foco
eventos.”
e começou os estudos, mas já no primei- de Marketing. Mesmo com a exaustão da de emissão das mensagens padrão de
colégios, baseados no "ensinar" e a adoção da ideia central do "aprender", para
envolver o público jovem e transmitir
confiança aos pais. A primeira etapa foi
a mobilização interna, com lançamentos
e ambientação. Em seguida, os Momentos Estratégicos de Comunicação para
ensino infantil e séries iniciais e, então,
séries finais e ensino médio. Ao todo,
foram 18 lançamentos, mais de 45 mil
brindes distribuídos e um crescimento
de 21%.
Diego também explicou suas funções e todo o funcionamento da ASCOMK. “Nós somos responsáveis por
qualquer ação da área dentro da rede.
Do bilhete aos pais até a divulgação de
grandes eventos”, concluiu o profissional convidado.
∆∆ Estratégia dos colégios Maristas é ensinar e aprender
Joice Ferreira
Dezembro 2011/ RRPPAtualidades
23
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Atualidades
RRPP
Você pode
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ou acessar
www.rrpponline.com.br
Produzida pelos alunos de Produção de Mídia Impressa
e Digital em Relações Públicas da Famecos/PUCRS
24
RRPPAtualidades/dezembro 2011

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