UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Transcrição

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA
VIVIANI CARLA DALFOVO
SUINOCULTURA: UNIDADE PRODUTORA DE LEITÕES
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
DOIS VIZINHOS
2014
VIVIANI CARLA DALFOVO
SUINOCULTURA: UNIDADE PRODUTORA DE LEITÕES
Relatório de estágio apresentado ao
Curso de Bacharelado de Zootecnia, da
Universidade Tecnológica Federal do
Paraná - campus Dois Vizinhos, como
requisito parcial para a conclusão da
disciplina de Estágio Curricular
Obrigatório.
Orientador: Prof. Dr. Marco Antonio
Possenti
DOIS VIZINHOS
2014
Agradecimentos
Agradeço a Deus pelo dom da vida, pelo seu amor infinito, sem Ele nada sou.
Agradeço aos meus pais, Selmo e Maria Leda, meus maiores exemplos, responsáveis
por cada sucesso obtido e cada degrau alcançado. Obrigada por cada incentivo e orientação,
pelas orações em meu favor. Durante todos esses anos vocês foram pra mim um grande
exemplo de força, de coragem e perseverança, me ensinando a vencer todos os obstáculos
encontrados pelo caminho. Vocês são e sempre serão meu maior porto seguro aqui embaixo,
meu maior exemplo de vitória, meus heróis e simplesmente aqueles que mais amo.
Agradeço aos meus irmãos Everton e Facioni Dalfovo por me ajudar nos momentos
mais difíceis, com apoio e compreensão das minhas ausências em suas vidas durante tudo o
período da faculdade.
Ao meu orientador Marco Antonio Possenti, agradeço pelos momentos de ajuda,
paciência, atenção e dedicação. Agradeço por todo o tempo de orientação, o qual foi
primordial para a realização deste trabalho. Obrigada pelos conselhos, tanto acadêmicos como
pessoal, saiba que levarei isso para o resto de minha vida.
Aos demais professores do curso, pelos ensinamentos e contribuições para minha
vida acadêmica.
A Granja Fávero, a qual me proporcionou a oportunidade de realizar meu estágio de
conclusão de curso, abrindo suas portas e disponibilizando toda a sua estrutura necessária para
a realização do estágio. Agradeço em especial ao Rubival Occhi e Paulo Timbola, pela
orientação durante todo o estágio, não medindo esforços para meu melhor aprendizado.
Aos meus amigos, em especial a Aline Chiochetta, Daniela da Rosa e Diego Facchi,
pelos momentos de descontração e amizades ao longo do curso, obrigada pela paciência, pelo
sorriso, pelo abraço, pela mão que sempre se estendia quando eu precisava, e por toda a troca
de experiência durante tudo o meu estágio. Esta caminhada não seria a mesma sem vocês.
Minha terna gratidão a todos aqueles que colaboraram para que este sonho pudesse
ser concretizado.
Resumo
O presente relatório descreve as atividades desenvolvidas durante o Estágio
Supervisionado de Conclusão do Curso de Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná. O estágio foi realizado no período de 11 de novembro de 2013 a 31 de janeiro de
2014, sendo realizado na Granja Fávero, localizada no município de Cruzeiro do Iguaçú,
estado do Paraná, sob a supervisão técnica do Médico Veterinário da empresa Gilmar
Bordignon. Durante o período de estágio foram realizados acompanhamento da rotina de uma
granja de suínos, levando os conhecimentos teóricos a pratica. Foi acompanhado durante o
tempo todo o sistema produtivo da granja, sendo ela classificada como uma Unidade
Produtora de Leitões (UPL), sendo uma unidade independente de produção. Durante o estagio
foram realizados trabalhos nos setores de maternidade, creche, crescimento e terminação e o
setor de gestação, bem como a atuação em cada setor da granja.
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Sumário
1. Apresentação ...................................................................................................................... 7
2. Introdução........................................................................................................................... 8
3. Descrição da Empresa ...................................................................................................... 11
4. Atividades Desenvolvidas .............................................................................................. 112
4.1
MATERNIDADE..................................................................................................... 11
4.1.1 Preparação da sala para recebimento das fêmeas ............................................... 112
4.1.2 Indução de partos ................................................................................................. 11
4.1.3 Atendimento aos partos ......................................... Erro! Indicador não definido.
4.1.4 Cuidados com os leitões nos primeiros dias......................................................... 12
4.1.5 Uniformização de leitões na leitegada ............................................................... 134
4.1.6 Amas de leite ou Mãe de leite .............................................................................. 14
4.1.7 Castrações............................................................................................................. 14
4.1.8 Sistema de arraçoamento ...................................................................................... 14
4.1.9 Desmame .............................................................................................................. 15
4.1.10 Vacinações preventivas ........................................................................................ 16
4.2 CENTRAL DE COLETA (MACHOS) ......................................................................... 17
4.2.1 Alimentação ......................................................................................................... 16
4.2.2 Coleta do Sêmen................................................................................................... 16
4.3 GESTAÇÃO E COBERTURA ..................................................................................... 17
4.3.1 Adaptação de leitoas............................................................................................. 17
4.3.2 Detecção de cio em leitoas e matrizes .................................................................. 17
4.3.3 Inseminação artificial ........................................................................................... 18
4.3.4 Diagnóstico de Gestação ...................................................................................... 19
4.3.5 Sistema de arraçoamento ...................................................................................... 19
4.3.6 Controles e anotações ........................................................................................... 19
4.4 CRECHE ....................................................................................................................... 20
4.4.1 Recebimento de leitões......................................................................................... 20
4.4.2 Controle da temperatura ambiente ....................................................................... 20
4.4.3 Sistema de arraçoamento ...................................................................................... 20
4.4.4 Água ..................................................................................................................... 21
4.4.5 Carregamento ....................................................................................................... 21
4.4.6 Medicações e vacinações ..................................................................................... 21
4.4.7 Lavagem e desinfecção após a saída dos leitões da creche .................................. 22
4.5 TERMINAÇÃO ............................................................................................................ 22
4.5.1 Manejo dos animais por tamanho......................................................................... 22
4.5.2 Manejo de regulagem de água e ração ................................................................. 23
4.5.3 Controle de ambiência .......................................................................................... 23
3.5.4 Carregamento para abate ...................................................................................... 23
4.6 PROGRAMA DE GESTÃO DA PRODUÇÃO........................................................... 23
5 Análises Críticas das Facilidades e Dificuldades Encontradas ........................................ 23
6 Área de Identificação com o Curso .................................................................................. 24
7 Conclusão ......................................................................................................................... 24
8 Referências ....................................................................................................................... 25
9 Anexos .............................................................................................................................. 25
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1. Apresentação
Nome do Estagiário: Viviani Carla Dalfovo.
Registro Acadêmico: 1046160.
Instituição de Ensino: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos.
Curso: Bacharelado em Zootecnia. Período: 9° Período.
Título do Relatório: Suinocultura: Unidade Produtora de Leitões
Local de Realização do Estágio: Granja Fávero, Setor de Suinocultura – Cruzeiro do IguaçuParaná.
Início do Estágio: 11 de novembro de 2013.
Duração Total do Período: 360 horas.
Término do Estágio: 31 de janeiro de 2014.
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2. Introdução
Dentre as atividades agropecuárias, a suinocultura é uma das mais difundida e
produzida no mundo. Durante o ano de 2012, segundo dados da USDA (Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos), foram produzidos 104.363 milhões de toneladas de carne
suína. Deste total, aproximadamente 50% foram produzidos pela China (51.700 milhões de
toneladas), seguido pela União Europeia com 22.750 milhões de toneladas e os Estados
Unidos, com uma produção de 10.575 milhões de toneladas.
A produção de carne suína no Brasil é de apenas 3,1% do total produzido
mundialmente, totalizando aproximadamente 3,4 milhões de toneladas. O abate representou
no ano de 2011, 38,9 milhões de cabeças, sendo quarto maior rebanho mundial (IBGE, 2011).
O consumo per capita da carne suína é liderada pela Áustria, com 65,6 kg por
habitante, seguido pela Alemanha, com 54,6 kg. No Brasil, o consumo da carne é de 14,88 kg
por pessoa, sendo 11,42% acima do consumo de 2010, que foi de 13,36 kg (IBGE 2011).
Com quase 50% de toda a produção nacional, a região Sul lidera a produção
nacional. Destaque para o estado de Santa Catarina, com uma produção de 7,96 milhões de
animais, seguidos pelo Rio Grande, 5,67 milhões de animais (IBGE, 2011). Foram abatidos
34,9 milhões de cabeça, com 66% destes abates na região Sul, 11,8% em Minas Gerais e os
demais estados totalizaram 22,2% da produção brasileira.
No estado do Paraná, terceiro maior produtor nacional de suínos com 5,45 milhões
de cabeças, são estimados que existam aproximadamente 130 mil propriedades rurais que
possuem suínos. Destas, 31 mil tem a produção regular e comercial (SEAB, 2011). Destaque
para a cidade de Toledo e Marechal Cândido Rondon, com 8,4% e 6,1% do total do rebanho
paranaense, respectivamente. Foram abatidos 6,6 milhões de cabeças no ano de 2011, sendo
22,2% acima do abate de 2010, totalizando 629,6 mil toneladas de carne (IBGE, 2011).
A suinocultura é uma das principais atividades agropecuárias paranaense. Ela chegou
a representar 5,3% do Valor da Produção Paranaense, correspondendo R$ 2,65 bilhões
(DERAL, 2012). Foram exportados 54,3 mil toneladas de carne, totalizando 9,4% da
exportação brasileira, sendo colocado como o quarto maior exportador nacional. Com 46,4%,
Hong Kong é o maior importador da carne suína do Paraná.
O estágio curricular supervisionado foi realizado na Granja Fávero situada no
município de Cruzeiro do Iguaçu-Paraná. Tendo como orientador o Prof. Dr. Marco Antonio
Possenti, supervisor de estágio o Médico Veterinário Gilmar Bordignon portador do CRMV –
PR-02890-VP.
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Realizado entre os dias 11 de novembro de 2013 à 31 de janeiro de 2014. Foram
realizadas atividades envolvidas em toda a criação de suinocultura de uma unidade
independente para a produção de leitões (UPL), juntamente com uma parcial unidade de ciclo
completo, onde abrange os setores de gestação, maternidade, creche, crescimento e
terminação e manejo de compostagem.
Com o objetivo de levar o acadêmico a por em prática o que lhe foi ensinado em sala
de aula, o estagio curricular supervisionado oferece ao acadêmico uma oportunidade lhe
mostrar o potencial adquirido e levar a pratica para melhor os desempenhos zootécnicos da
atividade desenvolvida pela granja, bem como evoluir o aprendizado adquirido durante o
período proposto.
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3. Descrição da Empresa
Em 1973, Modesto Fávero após a conclusão da faculdade de Filosofia, resolveu
voltar para casa e investir na propriedade da família, onde eram produzidos cereais (milho,
soja e trigo), avicultura e suinocultura. Nesta mesma época tinham a intenção da construção
de um moinho para o processamento da produção de cereais. Durante este processo, o Sr.
Modesto observou que a comercialização de suínos destacou-se das demais, passando assim a
investir na atividade e fechando contratos de entrega para algumas empresas, como a
Coopavel e Frigoríficos Larissa. A partir destes contratos, começou-se então os investimentos
na atividade. Hoje a Granja Fávero conta com uma fábrica de ração, anexada a ela uma
unidade receptora de grãos, um galpão de leitoas, um galpão para os machos com a sala de
coleta de sêmen anexada e uma sala para a analise e fabricação do sêmen, três galpões para
matrizes em gestação, um galpão para fêmeas em pré-parto, três galpões maternidade, um
galpão creche e três galpões para crescimento e um para terminação.
No inicio eram produzidos aproximadamente 1000 animais por ano, hoje a granja
conta com um plantel de 1730 matrizes e leitoas, destinadas para a reprodução, gerando em
média 1000 leitões nascidos vivos por semana, desmamando em torno de 850 por semana.
São aproximadamente 2500 em fase de creche, 3500 animais em fase de crescimento e 300
animais em fase de terminação.
Com a construção de uma nova maternidade e uma creche, prevista para inicio de
julho deste ano, o proprietário tem intenção de aumentar o plantel produtivo e diminuir o setor
de terminação, especializando-se apenas para uma UPL.
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4. Atividades Desenvolvidas
4.1 MATERNIDADE
4.1.1 Preparação da sala para recebimento das fêmeas
Toda quinta feira, após a retirada das fêmeas, as quais eram encaminhadas para o
setor de gestação, iniciava-se o processo de lavagem e desinfecção das salas da maternidade.
Para a lavagem são utilizados uma bomba de alta pressão, retirando todos os resíduos
deixados pelas fêmeas anteriores, desde fezes e restos de ração, bem como a lavagens dos
comedouros dos leitões, os quais eram lavados, desinfetados e retirados da cela parideira.
A lavagem iniciava-se pelo teto, paredes, cortinado, as celas parideiras e as valas de
esterco. Após esta lavagem, era deixado a sala secar por aproximadamente 1 hora, era
realizada a desinfecção da sala. O desinfetante utilizado era composto por fenol (Orto-fenilfenol (396 mg/L de água), O-benzil-p-clorofenol (498,5 mg/L de água) e P-tatra-aminofenol
(97,5 mg/L de água)). Devido ao grande número de fêmeas e o pouco espaço, o vazio
sanitário muitas vezes não era realizado, e quando realizado era deixado em torno de 2 a 3
dias.
Para se evitar que ao trazer as fêmeas da gestação para a maternidade, viessem junto
contaminações pela sujeira, as mesmas eram levadas até uma baia onde passavam por um
banho com o uso de uma bomba de baixa pressão e alta vazão, para a retirada de toda a sujeira
ou impurezas, após estes animais eram levados até a maternidade.
4.1.2 Indução de partos
A indução dos partos era realizada por meio de um produto de nome comercial
Sincrocio, que é um agente luteolítico e sincronizador de cio, composto por cloprostenol
sódico, com aplicação de 1 ml do produto, aplicado na vulva da fêmea, sendo recomendado a
aplicação em animais com antecedência de 1 dia antes do provável parto. Este procedimento
era realizado toda a quarta e quinta feira, onde as fêmeas induzidas eram marcadas com
bastão para o devido acompanhamento.
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4.1.3 Atendimentos aos partos
Próximo ao parto, as fêmeas apresentam comportamentos diferentes dos normais, tais
como a inquietude, fuçam nas gaiolas, batem os ferros das baixas, param com a alimentação e
começam a urinar e defecar com maior frequência. Apresentam também a vulva avermelhada,
umedecida e edemaciada, barriga caída, presença de leite nas tetas e corrimento na vulva.
O atendimento aos partos inicia-se com o rompimento da bolsa e liberação do liquido
amniótico. Após o nascimento do primeiro leitão, anotava-se a data e hora do inicio do parto,
dados da fêmea e o peso do leitão ao nascer, ao terminar o parto o funcionário recolhia toda a
placenta e o parto era encerado anotando na ficha o horário do termino do parto, bem como a
quantidade de leitões nascidos vivos, leitões natimortos, mumificados e nascidos morto, o
peso final da leitegada e o funcionário responsável pelo parto.
Em caso de fêmeas que demorasse muito tempo para expulsar os leitões, eram
realizados massagem abdominal, se a mesma não surgisse efeito, o próximo procedimento era
fazer a fêmea levantar e deitar do lado contrario e realizado novamente uma massagem. Caso
não surgisse efeito era necessário a aplicação da ocitocina sintética, sendo aplicada pela via
intravenosa com a dosagem de 1 mL.
Em fêmeas que apresentassem contração, mas que não ocorria a liberação dos leitões
era necessário a intervenção por meio do toque, onde utilizava-se luva para toque e iodo.
Após o fim do parto, todas as fêmeas que foram realizados o toque eram aplicados um antiinflamatório e antifebril por três dias consecutivos.
Em casos de fêmeas nervosas, agitadas e que durante o parto tentassem morder os
leitões, era realizada a aplicação de um anti estresse, usando a dosagem de 1 ml para 40 kg.
4.1.4 Cuidados com os leitões nos primeiros dias
Os leitões logo ao nascer passavam pelo manejo de secagem e cura do umbigo. Este
manejo consistia em retirar do animal qualquer resto placentário e do liquido amniótico
presente em seu corpo, sendo que este procedimento era realizado com o auxilio de pó
secante. Após a secagem o animal era submetido a cura do umbigo, que consiste em amarrar o
umbigo do animal com um barbante desinfetado em iodo e o corte do cordão umbilical
aproximadamente 5 cm de comprimento (Figura 1). Outro produto também utilizado para
realizar a secagem e cura do umbigo dos leitões era a maravalha, a qual não era muito
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utilizada devido a existência de pó e alguns resíduos que poderiam machucar ou ser inalado
pelo leitão.
Logo após a secagem, os animais eram colocados para mamar o colostro. Em
leitegadas com animais acima do número de tetos, eram retirados os primeiros animais e
colocados dentro do escamoteador para que os demais pudessem se alimentar do colostro, e
logo após mamar o colostro eram levados para uma outra porca com uma leitegada menor.
Os animais recém-nascidos recebiam cuidados especiais, sendo mantidos em
escamoteadores secos com maravalha e com fonte de calor, sendo utilizada para esse
propósito luzes amarelas que tem como características uma maior emissão de calor. A
temperatura no escamoteador deveria permanecer em uma faixa de variação de 30ºC à 34ºC.
Em leitões que nasciam com os membros abertos (síndrome dos membros abertos)
era necessário a utilização de esparadrapo ou barbante (figura 2) para a locomoção adequada
do animal para se alimentar até que o mesmo conseguisse firmar-se em pé.
A partir do segundo dia de vida, o leitão passava pelo procedimento de desgaste dos
dentes, realizada com auxilio de um desgastador elétrico que provoca menos dano aos dentes
do animal, tendo como objetivo evitar brigas pela disputa de tetos e para que os leitões não
machuquem a fêmea ao mamar. Também era realizado o corte do rabo (caudectomia), a qual
era realizada com cauterizados (Figura 3), tendo como função diminuir o canibalismo entre os
animais após alguns dias de vida.
No momento do desgaste dos dentes, era aplicado um suplemento mineral e
vitamínico, que também possui ação probiótica ajudando a melhorar a condição da flora
intestinal. Após este procedimento era feito a mossagem dos animais filhos das matrizes
genétiporc com três mossas, com uma numeração de 230, segundo o sistema australiano de
identificação e das avós genétiporc com apenas uma mossa com numeração 200, segundo o
mesmo sistema de identificação.
Após o terceiro dia de vida, era realizado a aplicação de ferro, com dosagem de 2 ml
de ferro por animal, aplicado intramuscular (Figura 4). Antes da aplicação do ferro, era
misturado ao produto 10 ml de antibiótico, geralmente era usado o Tulatromicina, de marca
comercial Draxxin.
4.1.5 Uniformização de leitões na leitegada
Os leitões são classificados de acordo com o tamanho e o peso. Enquanto que a
quantidade de leitões a ser deixado em cada matriz vai depender das condições do sistema
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mamário da matriz. A média da granja varia de 9 a 12 leitões por matriz. Do 1° ao 3° dia, os
leitões são observados e avaliados para verificar se há necessidade de realizar a
movimentação dos leitões, organizando-os conforme as suas condições físicas e mantendo a
leitegada o mais uniforme possível para evitar competição e\ou exclusão de algum animal no
momento da amamentação. A movimentação realizada é anotada em uma folha para posterior
acompanhamento.
4.1.6 Amas de leite ou Mãe de leite
Feitas quando fêmeas que estão amamentando, estão em péssimo escore corporal ou
doentes e precisam ser recuperadas e quando os leitões de uma matriz ou mesmo de várias,
apresentam baixo desenvolvimento (refugos), e desta forma esses animais são equalizados
pelo peso e redistribuídos para outras fêmeas (amas de leite). As mães de leite são fêmeas que
estão desmamando seus leitões nos dias da redistribuição e apresentam bom desempenho em
produção de leite, bom sistema mamário e com bom escore corporal.
4.1.7 Castrações
Após o décimo dia de vida do leitão era realizado a castração. O procedimento
consistia na retirada do testículo do animal, onde primeiramente ocorria a lavagem com uma
solução de água e iodo e após era realizado o corte na vertical e a retirada do testículo. Em
animais herniados ocorria a amarração dos ductos deferentes e veias que irrigam o testículo, e
em leitões com hérnias maiores eram realizados a amarração dos ductos e realizados pontos
para se evitar que parte do intestino do animal venha a sair e levar a morte do animal por
contaminação.
A castração geralmente era realizada no período da manha ou a noite, evitando altas
temperaturas, o que levava a um maior sangramento evitando assim que o animal sofresse
menos perda de sangue e a cicatrização ocorresse mais rapidamente.
4.1.8 Sistema de arraçoamento
O sistema de arraçoamento das matrizes na maternidade era realizado manualmente
duas a três vezes ao dia, dependendo da fase da matriz. As matrizes antes e até três dias após o
parto recebiam alimentação duas vezes ao dia, recebendo 1 Kg até dois dias antes do provável
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parto e no dia do parto não recebendo ração, após o parto gradativamente e diariamente se
aumentava a quantidade de ração, elevando-se 1 Kg por dia, sendo que por volta do 7º dia
pós- parto já estavam recebendo três alimentações completas que totalizavam 7,5 Kg de ração
por animal por dia.
Para os leitões eram fornecidos a partir do décimo dia um núcleo comercial
denominado Matter 001, com 18,5% de Proteína Bruta, colocados em comedouros (Figura 5)
dentro da cela parideira, tendo por finalidade estimular o consumo da ração antes do mesmo ir
a creche e suprir a demanda nutricional do animal, uma vez que com o tempo a fêmea diminui
a produção de leite e a sua qualidade também é afetada.
4.1.9 Desmame
O desmame dos leitões é realizado toda quinta feira, variando de 750 a 850 leitões
por semana, variando de acordo com o galpão que foi realizado o desmame. Realizado
quando os animais atingem em média 23 dias de idade e pesando em torno de 7 kg.
Inicialmente era realizado a aplicação de duas vacinas durante o desmame, uma para
circovírus, com aplicação de 0,5 a 2 mL/leitão conforme a marca comercial utilizada e outra
pneumonia por micoplasma, recebendo 1 ml/leitão. Neste método os animais eram fechados
no escamoteador, vacinados e conduzidos para a creche.
Outro método para a realização das vacinas de circovírus e pneumonia por
micoplasma é a sua aplicação quando os animais atingirem de 7 a 10 dias de idade.
Após a realização do desmame as fêmeas são classificadas, retirando fêmeas com
problemas de aprumos, machucados graves, problemas no sistema mamário, fêmeas muito
gordas ou magras ou que apresentavam infecção (corrimento na vulva). Após esta
classificação, as fêmeas de boa qualidade eram conduzidas para as baias de cobertura.
4.1.10 Vacinações preventivas
As leitoas passavam por um programa de vacinação de duas doses, uma aos 80 dias e
outra aos 95 dias, recebendo vacinação contra Escherichia coli e Parvovirose. Enquanto que
as porcas no pós-parto recebiam uma vacina conjugada para Parvovirose suína, Erisipela e
Leptospirose (Bratislava, Canicola, Grippotyphosa, Hardjo, Icterohaemorrhagie, Pomona), em
única dose, aos 10 dias de lactação com dosagem de 2 ml para cada fêmea.
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4.2 CENTRAL DE COLETA (MACHOS)
4.2.1 Alimentação e limpeza
A quantidade de alimento variava de acordo com a idade e condição corporal do
macho. Os animais mais velhos e acima do peso recebiam 2 Kg de ração por dia por animal e
os mais novos e com baixo peso recebiam 3 Kg de ração por dia, fornecida duas vezes ao dia.
A limpeza das baias eram realizadas uma vez por dia, no momento da alimentação,
sendo realizada a varrição e raspagem das baias.
4.2.2 Coleta do Sêmen
A central de coleta conta com baias para os machos, sendo 12 machos, destes 8 estão
aptos para coleta. A central de tratamento do sêmen conta com sala para diluição do sêmen
com banho Maria, estufa para esterilização dos equipamentos, equipamentos em geral para
manejo do sêmen, destilador e deionizador de água, além da sala de analise de sêmen com
placa aquecedora de laminas e microscópio, sala de armazenamento do sêmen com uma
geladeira.
São realizadas coletas 3 vezes durante a semana (segunda, quarta e sexta feira), com
eventuais alteração de acordo com a necessidade da granja. Na segunda feira geralmente é
coletado sêmen de 5 machos, e nos demais dias é realizado a coleta de 1 a 2 machos conforme
a necessidade.
O manejo para a coleta do sêmen é realizada da seguinte forma:
- Primeiramente é colocado 2 a 3 litros de água por macho a ser coletado, em banho
maria com temperatura em torno de 34°C.
- Após são organizados as canecas para a coleta, sendo colocados um filtro para
evitar que sujeiras que possam cair no animal e prejudicar a qualidade do sêmen, bem como
luvas e papel toalha para a limpeza externa do animal antes da coleta.
- Aquecimento das laminas e lamínulas na placa de aquecimento.
- Regulagem da altura do manequim, conforme a altura do prepúcio do animal.
- Condução do macho para a área de coleta.
- Após a monta do animal no manequim, é realizado a limpeza do prepúcio do
animal, e com a mão enluvada é realizado a coleta do sêmen, eliminando os primeiros jatos do
ejaculado.
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- Após a coleta o sêmen é encaminhado para a sala para a devida verificação:
aglutinação, motilidade e defeitos encontrados, além da concentração.
- Realiza-se após a diluição do BTS, na dosagem de um para cada litro de água,
ocorrendo a diluição até que a coloração volte a ser transparente, em seguido mistura-se o
sêmen, evitando a agitação do mesmo.
- Envasamento do diluído nas bisnagas, com 80 a 90 ml cada e posterior
identificação do macho, colocados a geladeira com temperatura controlada de 15°C.
4.3 GESTAÇÃO E COBERTURA
4.3.1 Adaptação de leitoas
As leitoas eram colocadas em baias coletivas a partir da saída da creche, sendo
classificadas apenas por idade e não por tamanho. Nesta classificação era importante que as
leitoas possuíssem uma boa estrutura óssea, uma adequada estrutura muscular e reservas
corporais suficientes para atender as demandas das fases produtivas. As leitoas de reposição
(F1) são todas filhas das avós da marca comercial Genetic-pork e também são retiradas leitoas
netas das avós Genétic-pork, conforme a demanda de leitoas necessárias para manter um
plantel produtivo de 90 a 100 fêmeas paridas por semana. As fêmeas são classificadas de
acordo com a estrutura corporal, sendo inseminadas nas seguintes condições: idade de 200 a
210 dias e pesando entre 100 a 130 kg aproximadamente.
4.3.2 Detecção de cio em leitoas e matrizes
A passagem do reprodutor nas leitoas e porca multíparas é realizada uma vez ao dia,
utilizando um macho adulto treinado, ou um macho para treinamento, com boa libido e
aprumos, e que não seja agressivo.
O macho permanecia na baia das leitoas cerca de cinco minutos. Neste tempo o
técnico ou tratador observava os sinais de cio mais evidentes, tais como: procura pelo macho,
vulva avermelhada e levemente aberta, presença de corrimento translúcido na vulva, aceitação
da presença do macho e reflexo de tolerância ao homem. Após identificação do cio as leitoas
eram conduzidas as baias de coberturas e inseminadas com três doses de sêmen. Em seguida
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essas fêmeas eram identificadas e agrupadas as leitoas irmãs de cio/inseminação e as fêmeas
que não entravam em cio foram reagrupadas novamente.
Para as porcas multíparas - a passagem do macho foi feita dentro das baias coletivas
de gestação. Todas as fêmeas que apresentaram reflexo de tolerância ao homem eram
retiradas das baias e já encaminhadas as gaiolas de cobertura para inseminação, recebendo
três doses de sêmen podendo o macho ser ou não a primeira dose.
4.3.3 Inseminação artificial
Primeiramente foram preparados os materiais a serem utilizados na inseminação:
pipetas, luvas descartáveis, gel para as leitoas, papel toalha, sêmen e bastão para marcar as
fêmeas. Após a identificação do cio, as fêmeas foram inseminadas com intervalos
diferenciados, conforme sua característica, sendo assim:
- Fêmeas leitoas e retornos recebem três doses de sêmen, sendo estas realizada as 0
horas, 12 horas e mais 12 horas;
- Demais fêmeas são inseminadas com 12 horas após detecção do cio, 36 horas após
a detecção do cio e caso ainda aceitem é realizado uma terceira dose com 72 horas após
detecção do cio.
O manejo da inseminação foi realizado da seguinte forma:
- Limpeza da vulva com papel toalha;
- Introdução da pipeta, com gel na ponta em leitoas e sem o gel nas matrizes de
segunda cobertura em diante. A introdução da pipeta é feita num ângulo de 45º de inclinação
do dorso da fêmea, para evitar a introdução na uretra e correta fixação no cérvix.
- Acoplagem da bisnaga de sêmen e elevação do mesmo para que o sêmen possa
descer por gravidade e com uma leve pressão na bisnaga para o interior do útero da fêmea
(Figura 6).
- Depois que todo sêmen foi absorvido, a ponta da pipeta deve ser fechada para que o
sêmen não retorne.
Além da presença do macho na frente das gaiolas das fêmeas no momento da
inseminação (Figura 7), o inseminador deve estimular a fêmea pressionando o seu dorso com
uma das mãos.
19
4.3.4 Diagnóstico de Gestação
A confirmação de gestação é realizada pela passagem do macho nas baias onde estão
localizadas as fêmeas aparentemente gestação, e as mesmas não demostrarem nenhum tipo de
comportamento de cio. A passagem do macho é realizada dos 18 aos 24 dias após a cobertura,
para a identificação do primeiro retorno de cio e dos 39 aos 45 dias para a segunda repetição
de cio. Fêmeas que apresentassem cio eram identificados com um “R” no dorso e
encaminhadas para a baia de cobertura.
Fêmeas com mais de 45 dias de gestação que apresentassem cio eram consideradas
como aborto e em seguida conduzidas para a cobertura.
4.3.5 Sistema de arraçoamento
O sistema de arraçoamento foi realizado manualmente com o auxilio de um carrinho
para transporte e conchas para distribuição da ração dentro das baias coletivas, sendo
fornecido 2,2 kg de ração por fêmea por dia, uma vez ao dia pela manhã, logo após a limpeza
das baias.
Em função das fêmeas permanecerem em baias coletivas, algumas porcas comem
mais que as outras, devido ao comportamento de dominância entre as mesmas. Acarretando
em lotes de fêmeas desuniformes e com diferentes escores corporais.
4.3.6 Controles e anotações
Cada fêmea possui uma ficha individual de controle, na qual devem ser anotados os
seguintes manejos ou procedimentos: data da medicação bem como os medicamentos
utilizados na fêmea; data da cobertura da fêmea; o código do inseminador para posterior
verificação caso ocorra algum problema; o número do macho para acompanhamento da
qualidade do sêmen de cada reprodutor; a data dos possíveis retornos de cio; a data de
previsão de parto e abortos; o número de leitões nascidos vivos, natimortos e mumificados;
causas de morte de leitões na maternidade; e número de leitões desmamados.
20
8 CRECHE
4.4.1 Recebimento de leitões
Os leitões ao chegar da maternidade passavam por um processo de classificação de
acordo com o tamanho e peso e colocados separadamente para evitar animais refugos durante
o tempo que permaneciam no local. São colocados aproximadamente 40 animais por baias
pequenas e 150 animais em baias grandes. Leitões de menor porte recebiam durante 5 dias a
papinha, mistura da ração pré inicial Matter 001 (que consiste em um núcleo pronto e são
inseridos ingredientes extremamente nobres que proporcionam ao animal todo o suporte para
o seu desenvolvimento) com água formando tipo um leite para melhor alimentação dos
animais, também eram medicados os menores com antibiótico que auxiliavam no
desenvolvimento dos animais e evitavam também que ocorressem diarreia.
Durante o período que passavam na creche, passavam por diversas classificações
para evitar animais refugos.
4.4.2 Controle da temperatura ambiente
O controle é realizado pelo manejo de cortinados. O ideal é que os leitões encontremse distribuídos uniformemente na baia , animais amontoados indicam temperaturas frias
(figura 8) ou animais muito espalhados e agitados indicam sinal de calor.
O controle do cortinado deve ser realizado sempre evitando que ocorra acumulo de
gás dentro da instalação, pois pode geral graves casos de encefalite, e em locais muito quente
os animais acabam urinando e defecando em toda a baia, prejudicando a sanidade dos
mesmos.
4.4.3 Sistema de arraçoamento
Realizado manualmente duas vezes ao dia, para se ter um maior controle da ração
fornecida, evitando desperdícios ou até a falta da mesma. Durante a fase da creche são
utilizados três tipos de ração: núcleo pré inicial Matter 001 até os 7 dias na creche e após eram
passados para a ração pré inicial 400 até o período de 21 dias de creche onde eram
encaminhados para outro barracão onde iriam recebem ração pré inicial 200 até atingirem o
peso de 23 a 24 kg onde são encaminhados para o carregamento.
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A granja possui uma quantidade inadequada de coxos por baias, o que prejudica a
alimentação de alguns animais, observando a desuniformidade do lote.
4.4.4 Água
O sistema hidráulico era do tipo chupeta, com regulagem de altura, a qual era
calibrada diariamente na altura do dorso dos animais de 3 cm a 5 cm. O posicionamento da
caixa de água propiciava uma vazão para estes bebedouros de 2 litros por minuto. É
necessário a movimentação dos lotes varias vezes ao dia, para que os mesmos ingiram água e
ração durante todo o dia.
4.4.5 Carregamento
Ao anteceder o carregamento, os animais passavam por uma classificação final,
evitando animais refugos dentro do lote do carregamento. Estes animais eram carregados com
aproximadamente 24 kg de peso e 67 dias de idade. São separados do lote todos os animais
que possuem qualquer tipo de defeito aparente, tais como: lordose, escoliose, orelha
murcha/enrugada, animais hernidos, rendidos, animais finos, animais acima do peso.
O carregamento acontecia pela manha, para se evitar horários quentes, que
prejudicariam não só o carregamento mas como o transporte dos animais para as demais
granjas de destino.
A ração era cortado dos cochos na tarde anterior ao carregamento, para evitar que
animais fosse carregados com “barriga cheia”, evitando que acontecesse ataques e mortes
dentro do caminhão de transporte.
Animais com defeitos aparentes eram levados para o setor de engorda, onde recebem
ração diferenciada para engorda e são encaminhados para outras empresas que destinam para
o abate imediato.
4.4.6 Medicações e vacinações
Diariamente era feita a retirada dos animais doentes das baias, principalmente os
acometidos por diarréia, artrite e encefalite. Estes eram colocados nas baias de enfermaria,
localizadas no inicio de cada galpão.
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Os animais com artrite e encefalite foram medicados com o Pencivet Plus, com
princípio ativo Benzilpenicilina G Procaína, Benzilpenicilina G Benzatina, Sulfato de
dihidroestreptomicina e Piroxicam, utilizando a dosagem de 1 ml para cada 8,5 a 25 Kg de
peso corporal, dependendo do grau da infecção; o Agroplus, com princípio ativo Ampicilina
anidra, Colistina (sulfato), Dexametasona (acetato), utilizando a dosagem de 1ml para cada 10
Kg de peso corporal; Clamoxyl, com principio ativo Amoxicilina (trihidratada), utilizando a
dosagem de 1 ml para cada 10 Kg de peso corporal. Todos estes por via intramuscular. E caso
se fizesse necessário com Pironal. Todos os medicamentos foram administrados via
intramuscular no pescoço do animal.
Os animais com diarréia eram tratados com antibióticos, sendo este o principal deles
a Amoxicilina (trihidratada), utilizando 1 ml para cada Kg de peso corporal. Realizando a
aplicação até a melhora dos animais atingindo não mais que três doses de aplicação.
4.4.7 Lavagem e desinfecção após a saída dos leitões da creche
Após o carregamento as baias passavam pelo processo de lavagem, começando pelo
cortinado, comedouros e por fim as paredes e o piso. Após a lavagem, era realizado a
desinfecção com desinfetante U.S.P. Tricloro, com o auxilio de uma maquina de alta pressão.
Devido a falta de instalações, dificilmente era realizado o vazio sanitário.
4.5 TERMINAÇÃO
4.5.1 Manejo dos animais por tamanho
Na entrada do setor de terminação (recepção) os animais já vêem de uma prévia
classificação da creche, por tamanho e dias de alojamento. Sendo classificados em 3
tamanhos: pequenos, médios e grandes. Os animais muito herniados e com muito acúmulo de
líquidos na orelha também são separados do restante dos animais.
Conforme os leitões foram se desenvolvendo eles passavam por novas classificações
para posterior carregamento, mas a classificação final era realizada no dia que antecedia o
carregamento.
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4.5.2 Manejo de regulagem de água e ração
Os bebedouros eram do tipo cochos com água corrente, e o seu sistema de regulam
era feito apenas através do controle da vazão da água. Enquanto que o sistema de
arraçoamento era manual com auxilio de carrinho para transporte e conchas para distribuição
da ração nos cochos, sendo que a regulagem da quantidade de ração era feita conforme a
quantidade de ração nos comedouros, os quais não deveriam ter falta ou sobra de ração.
4.5.3 Controle de temperatura
O ambiente da terminação era controlado através de cortinado, o qual controlava a
ventilação dos barracões. O manejo era realizado conforme a disposição dos animais nas baias
e a quantidade de gases no ambiente.
4.5.4 Carregamento para abate
O carregamento era realizado pela manha, no setor de terminação os animais eram
carregados com pesos de 40 a 50 kg para animais com problemas aparentes (herniados,
rendidos, etc.), e 150 a 250 kg para animais descartes, sendo comercializados geralmente para
o mercado de embutidos.
4.6 PROGRAMA DE GESTÃO DA PRODUÇÃO
O controle de tudo o que é produzido na granja é controlado pelo Software Agriness
S2 Comercial, versão 5.5.9. Nele são registrados toda as atividades de manejo, o controle do
plantel, os índices produtivos, estoque e ração, controle de coberturas e gestação.
Neste software são gerados gráficos de desempenho por setor, por funcionário, por
período, avisos de dados de inconsistência, relatório das falhas e pontos positivos ou
negativos a serem melhorados.
5 Análises Críticas das Facilidades e Dificuldades Encontradas
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A Granja Fávero recepciona muito bem os estagiários, pois disponibiliza refeições e
veículos para o deslocamento dos estagiários dentro da fazenda, assim proporcionando um
ótimo ambiente para que o estagiário possa se relacionar com os funcionários, possibilitando a
realização das atividades da melhor forma possível. Durante o estágio foram repassadas todas
as informações do andamento da suinocultura, bem como participação de todas as atividades
desenvolvidas nela.
Os profissionais de cada setor foram atenciosos, e mostraram todos os manejos
realizados.
Algumas dificuldades foram encontradas devido a falta de infraestrutura e
investimento nas instalações e também algumas vezes pela falta de funcionários.
6 Área de Identificação com o Curso
Para o desenvolvimento de um bom estágio, os conhecimentos científicos e técnicos
aprendidos durante o período acadêmico são muito importantes. Entre as disciplinas que
contribuíram para a realização do estágio destaco como fundamentais as seguintes:
Suinocultura, nutrição animal, nutrição de não ruminantes, desenho e construções rurais,
anatomia animal, farmacologia, bioclimatologia, reprodução animal, gestão rural e projetos e
planejamento de propriedades rurais.
Todas as atividades acompanhadas e desempenhadas durante o estágio tem ligação
direta com o profissional da Zootecnia, podendo este ser responsável por todas as atividades
do setor, ficando apenas os procedimentos clínicos não habilitados.
7 Conclusão
O período de estagio permitiu colocar em pratica o que foi aprendido na teoria.
Aumentar os conhecimentos adquiridos na sala de aula e levar a campo para melhorar índices
zootécnicos de uma granja. Além da experiência de estar envolvido diretamente com os
manejos da propriedade e tomar decisões e aprender a gerenciar todo o sistema produtivo.
Apesar de algumas dificuldades, nada que não venha a ser contornado, o estagio foi
muito satisfatório.
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8 Referências
IBGE-INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em
<http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&busca=1&idnoticia=2
050> Acesso em 25 de fev de 2014.
SEAB – Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento - Suinocultura Análise da Conjuntura Agropecuária. 2013.
9Anexos
Figura 1. Secagem e cura do umbigo.
Fonte: Viviani Dalfovo
Figura 2: Animal com Síndrome dos Membros Abertos
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Fonte: Viviani Dalfovo
Figura 3: Caudectomia
Fonte: Viviani Dalfovo
Figura 4: Aplicação de Ferro intramuscular
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Fonte: Viviani Dalfovo
Figura 5: Comedouros infantil alimentados com ração Matter 001
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Fonte: Viviani Dalfovo
Figura 6: Inseminação Artificial
Fonte: Viviani Dalfovo
Figura 7: Rufião utilizado para estimular a fêmea na hora da cobertura
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Fonte: Viviani Dalfovo
Figura 8: amontoamento de leitões devido a baixa temperatura
Fonte: Viviani Dalfovo

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