Curso Paralisia Cerebralpopular!

Transcrição

Curso Paralisia Cerebralpopular!
PARALISIA
CEREBRAL
QUAIS SÃO OS TIPOS DE
PARALISIA CEREBRAL?
A PC é classificada de acordo com a alteração
de movimento que predomina e está
relacionada com a localização e extensão da
lesão no cérebro.
Piramidal ou Espástica
Extrapiramidal
(movimentos involuntários)
Cerebelar ou Atáxico
Tipo Piramidal ou Espástico
A musculatura é tensa (tono muscular
aumentado), dificultando os movimentos e a
criança tende a permanecer em posturas fixas,
causando deformidades e dor.
Tipo Extrapiramidal
(movimentos involuntários)
Nesse tipo o tono muscular alterna passando
rapidamente da hipotonia à hipertonia, o que
se chama de tono flutuante e a pessoa não
tem controle voluntário sobre seus
movimentos, prejudicando a fixação de sua
postura, coordenação motora e nível funcional.
*Atetose
*Distonia
*Coréia
EXTRAPIRAMIDAL - ATETOSE
Apresenta movimentos involuntários nas partes
mais distais do corpo (dedos, punho, tornozelo...)
e estes movimentos são lentos, oscilantes,
irregulares, arrítmicos que se sucedem quase que
continuamente e cessam no sono.
EXTRAPIRAMIDAL - CORÉIA
Nesse tipo os movimentos involuntários são vistos
nas articulações proximais (ombros, quadris); estes
movimentos são arrítmicos, rápidos e de distribuição
variável, dificultando muito a função manual e o
caminhar.
EXTRAPIRAMIDAL - Distonia
Os movimentos involuntários
são de grande amplitude,
abruptos, contínuos,
estereotipados e violentos.
Fixam os membros ora em
flexão total ora em extensão,
ou seja, braços e pernas
completamente estendidos por
um instante e logo totalmente
flexionados, prejudicando a
função, marcha e
independência nas atividades
do cotidiano mais simples.
Tipo Atáxica (cerebelar)
Nesse tipo o tono muscular é baixo
(hipotonia) e o equilíbrio está
prejudicado, com marcha ebriosa
(cambaleante). Há a presença de
tremores nas mãos ao tentar realizar
as atividades e dismetria, que é a
dificuldade na “medida” do
movimento a ser realizado, ora
ultrapassando, ora não atingindo o
alvo, causando déficit na coordenação
motora. Não apresenta modulação na
fala, sendo explosiva e pastosa.
Tipo Mista
É a combinação de dois ou mais tipos de Paralisia
Cerebral, como a “Coreoatetose espástica”. As
dificuldades funcionais do tipo misto são mais intensas,
há maior dependência nas atividades do cotidiano e
maior frequência de distúrbios na fala, mastigação e
deglutição.
O QUE É DISTRIBUIÇÃO ANATÔMICA?
Dependendo da lesão cerebral todo o corpo pode estar
afetado ou apenas parte dele.
Tetraparesia > os quatro membros estão afetados,
normalmente com maior gravidade nos membros
superiores.
Diparesia > os quatro membros estão afetados, porém
os membros inferiores com maior gravidade.
Hemiparesia > apenas um lado do corpo afetado,
membro superior e inferior (direito ou esquerdo).
ATRASO NO DESENVOLVIMENTO
Implicações:
Devido as dificuldades motoras, desde a mais
tenra idade, a criança com Paralisia Cerebral
apresenta um atraso no seu desenvolvimento, que
é chamado de:
ADNPM- Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor
O que isso significa na vida da
criança?
CADA FASE TEM SUA IMPORTÂNCIA
Dependendo da lesão cerebral > Não chegam a controlar
os movimentos da cabeça ou rolar, arrastar, sentar.
Desenvolvimento interrompido pelas dificuldades motoras
PREDOMÍNIO DOS REFLEXOS > RTL
Dificultando o controle de cabeça
Reflexo de Moro>
Dificultando ficar sentado
Reflexo Tônico Cervical Simétrico
Dificultando o engatinhar
Reflexo Tônico
Cervical
Assimétrico
RTCA > ESGRIMISTA
Dificulta o rolar, manter
as mãos na linha média
ao manipular objetos e
controle de tronco
Analisando os Reflexos e a PC
Enquanto houver a influência dos reflexos
no comportamento motor, o indivíduo não
desenvolverá movimentos voluntários
mais elaborados que lhe permitirão obter
um bom nível funcional e autonomia.
Um grande número de alunos com
Paralisia Cerebral, principalmente nos
casos de maior gravidade, jamais terão
controle sobre sua motricidade e os
reflexos, como o de Moro e RTCA, estarão
evidentes por toda a vida.
O controle dos movimentos voluntários
permite a exploração do nosso corpo, do
ambiente e estabelecer as relações entre
eles, favorecendo um bom esquema
corporal e boa atuação sobre o mundo
dos objetos.
Em relação a Paralisia Cerebral, devido as
dificuldades no controle dos movimentos e
postura, muitas etapas são queimadas e a
intervenção terapêutica é necessária para
minimizar os distúrbios da imagem e do esquema
corporal, entre outros objetivos.
Tal intervenção é realizada nos centros e clínicas
de reabilitação
Ações do bebê que parecem simples e
comuns, como chupar os dedos das mãos
e o dedão do pé, tocar o seio da mãe ao
alimentar-se ou retirar um pano do rosto
ao incomodar-se, podem ser jamais
experimentadas no caso da Paralisia
Cerebral grave, o que certamente levará a
uma visão do mundo diferente da dos
demais, assim como sua autoimagem.
DIFICULDADES PERCEPTIVAS
Não confundir com Deficiência
Intelectual
QUAIS SÃO AS DESORDENS ASSOCIADAS À
PARALISIA CEREBRAL?
Deficiência Intelectual
Epilepsia ( crises convulsivas)
Alterações visuais
Discriminação Sensorial
Deficiência auditiva
Déficit de atenção
Disfagia (dificuldade na deglutição)
Disartria (dificuldade na articulação da fala)
Afasia (dificuldade na compreensão e expressãocomunicação)
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
É COMUM O COMPROMETIMENTO
INTELECTUAL ESTAR PRESENTE OS CASOS
DE PARALISIA CEREBRAL TIPO ESPÁSTICA
( PIRAMIDAL)
NOS CASOS DE PARALISIA CEREBRAL
EXTRAPIRAMIDAL ( ATETOSE, DISTONIA,
COREIA ) E PARALISIA CEREBRAL DO TIPO
ATÁXICO A INTELIGÊNCIA COSTUMA ESTAR
PRESERVADA
NOS CASOS EM QUE HÁ PRESENÇA DE
MICROCEFALIA ( CABEÇA POUCO
DESENVOLVIDA ) TAMBÉM HÁ
COMPROMETIMENTO INTELECTUAL
CRISES CONVULSIVAS
A lesão cerebral > foco irritativo > descarga neuronal
desencadeia crises
Crise convulsiva generalizada > perda da
consciência, contrações musculares tônico-clônicas,
sudorese, salivação, relaxamento esfincteriano (urina)
Depois da crise > sonolência ou agitação, confusão
mental
Crise de Ausência > a criança fica parada, estática,
como se estivesse ausente, retornando em seguida de
onde parou. Podem ser rápidas e não perceptíveis
pelos outros
OBS: no caso em que a crise dura mais de 5 minutos>
emergência neurológia > hospital
Tratamento> medicamentoso
ALTERACÕES VISUAIS
Deficiências Oculares
Deficiências Visuais Corticais >Campo visual
Estrabismo
Nistagmo
A inclinação de cabeça ao olhar um objeto de
interesse faz supor que crianças com DVC
utilizam, muitas vezes, a visão periférica
preservada para relacionar-se com o
ambiente.
ALTERAÇÃO NO CAMPO VISUAL>COMO O ALUNO ENXERGA
Hemianopsia Heterônima
Hemianopsia Homônima
Teste
Quadrantanopia
COMPENSAÇÕES PARA A PERDA DE CAMPO
VISUAL
Posicionamento da cabeça >
O aluno posiciona sua cabeça para
que possa compensar a perda do
campo visual
Colocar os objetos dentro do campo
visual do aluno
DISCRIMINAÇÃO SENSORIAL
Sensibilidade Superficial (Exteroceptiva):
Dolorosa
Tátil > áspero, macio, liso, enrugado etc...
Térmica
Sensibilidade Profunda (Proprioceptiva):
Cinético-Postural (Propriocepção)
Vibratória
Sensibilidade de Integração Cortical:
Estereognosia
Discriminação de 2 pontos
Grafestesia
Dupla Estimulação Simultânea >Extinção
ESTEREOGNOSIA
Capacidade de perceber e identificar um objeto sem o
auxílio da visão >
A IDENTIFICAÇÃO do TODO precede as PARTES
DISCRIMINAÇÃO DE 2 PONTOS
Identificar o toque de 2 estímulos o mais
próximos possíveis
DUPLA ESTIMULAÇÃO DE 2 PONTOS ( DE EXTINÇÃO)
Identificar toques simultâneos nos dois lados do
corpo
A MÃO COM ALTERAÇÃO SENSORIAL É POUCO
UTILIZADA
Quase todos os professores, em algum momento, terão
em sua turma um aluno com Paralisia Cerebral, uma vez
que “todo aluno” deve estar inserido na sala de aula da
escola comum e participar de todas as atividades
escolares.
Alguns alunos com Paralisia Cerebral podem não
necessitar de modificações ou adaptações especiais,
porém outros exigirão muito suporte e amplas
acomodações para que possam desenvolver seu
aprendizado e participar do mundo escolar.
O aluno com Paralisia Cerebral na
escola
Direito> Plano de Desenvolvimento Individual (PDI)
Flexibilização Curricular
Sala de Recursos
Professor de Apoio
ASB – cuidador
Tecnologia Assistiva
Mobiliário Adaptado > Adequação Postural
Comunicação Alternativa
Computador
Teclado/Mouse Adaptados
Kit de Comunicação/Baixa Visão
Acessibilidade
Adaptações Funcionais
TECNOLOGIA ASSISTIVA> Chegando até
os alunos
Equipamentos
TECNOLOGIA ASSISTIVA > Mobiliário
TECNOLOGIA ASSISTIVA > Kit de
Comunicação Alternativa
PROFESSOR DE APOIO> Designados
para os alunos
PROFESSOR DE APOIO
SALA DE RECURSOS > Equipamentos e
materiais
ASB-CUIDADOR > Designados para os
alunos
CADA CASO É UM CASO
Não existe receita pra trabalhar com o aluno PC na
escola, porém existem atitudes e adaptações mais
comumente utilizadas:
1- Posição em sala de aula
Colocar o aluno mais próximo do quadro e do
professor.
Como visto anteriormente alunos com PC podem
apresentar déficits de atenção, auditivo e visual
2- Altura da mesa/bandeja:
Alunos com PC espástica > na altura do tronco abaixo
do peito > braços ficam mais abertos, relaxando a
musculatura tensa
e favorecendo o uso das mãos
Alunos com PC
Distonia/Coreia > na
altura da cintura para
que possam fixar seus
braços junto ao tronco,
controlando os
movimentos
involuntários e realizar
com maior facilidade as
atividades
É comum alunos com movimentos
involuntários apresentarem maior
controle sobre os pés que as sobre as
mãos
Aluno de escola estadual em
BH digita no teclado com os
pés
3- Atividades gráficas/ escrita
Folha sulfite presa na mesa com fita crepe e caderno grande
de desenho, também preso na carteira, podem facilitar as
atividades gráficas e escrita para o aluno com PC
OBS: o caderno deve estar
dentro do campo visual do
aluno
Utilizar lápis Jumbo ou
engrossar lápis,
canetinha, giz de cera
com E.V.A. ou outro,
para melhorar a
preensão, favorecendo
a coordenação gráfica
COMO SABER O QUANTO ENGROSSAR O
LÁPIS?
Enrole o lápis uma volta com o E.V.A e
prenda com fita crepe.
Faça que o aluno realize uma atividade
gráfica ( cobrir pontilhados, colorir com
limite, escrever o nome).
Enrole o lápis com duas voltas de E.V.A,
prenda com fita crepe e realize a mesma
atividade com o aluno e assim por diante
até que se perceba com qual grossura há
melhora na coordenação e desempenho
gráfico.
Ao determinar a grossura ideal , faça isso
em todos os lápis, canetinhas, giz de cera,
fixando o E.V.A. com cola se secagem
rápida
Nos casos de PC Atáxico a adição de pesos
nos lápis (durepox, massinha , porcas)
tendem a minimizar os tremores ,
facilitando a escrita.
Pulseiras de areia/chumbo/imantadas
também favorecem a função
Plano Inclinado
Para o aluno que “baba” evita
que molhe o papel, estragando
seu trabalho
4- Atividades Vida Diária
Colher engrossada e entortada
Prato com ventosa
Prato sobre antiderrapante ( emborrachado)
Aparador de comida
Favorecem o desempenho na hora do lanche
Copo com Recorte
Permite ver a quantidade
de líquido que vai para a
boca do aluno, evitando
engasgos
5- Comunicação
Um grande número de alunos
com PC apresentam dificuldades
na fala e o simples ato de falar
para expor seus pensamentos
acarreta em exaustão; é preciso
paciência e esperar que concluam
suas falas!
Dar o tempo para o aluno falar e
responder....
Quando a dificuldade é muito
grande> inserir a Comunicação
Suplementar/Alternativa
6- Cuidados com o manuseio
TRANSFERÊNCIAS
Transferência > Ato de mudar de lugar a pessoa com deficiência
física
Mudanças da cadeira de rodas para carteira, para trocador, para o
parapódio, para a calça de posicionamento e vice-versa. É
importante que alunos maiores sejam deslocados por dois
profissionais orientados quanto ao manuseio correto.
Alunos com Paralisia Cerebral espástica grave costumam ter
osteoporose e os cuidados no manuseio como nas trocas de
fraldas e outros devem ser rigorosos, pois um movimento forçado
pode provocar fratura do osso fêmur.
Alunos com Paralisia Cerebral distonia > não forçar o movimento
contrário, também com risco de fratura, distensão ou luxação do
membro.
DESLOCAMENTOS DO ALUNO
A escola deve oferecer segurança para o aluno
que anda com dificuldade, para evitar quedas.
(falta de equilíbrio, muletas, andador)
1- Piso sem obstáculos
2- Piso antiderrapante
3- Rampas na inclinação correta
4- Corrimões
5- Cuidados nas saídas e entradas para a
classe/escola ( empurrões, esbarrões)
QUEDAS PODEM CAUSAR GRAVES DANOS
VIVÊNCIA ESCOLAR
Material escolar
Educação Física
Atividades em sala
Passeios
Participação do aluno com
Paralisia Cerebral em todas as
atividades escolares
Ao aluno deve ser dada a oportunidade de participar
em todas as atividades escolares, mesmo que isso
aconteça com 100% da ajuda de outro (ajuda total).
Um questionamento comum é:
Se o aluno não consegue pegar nada, qual a
necessidade de material escolar?
A vida desses alunos é um constante “NÃO”, onde
tudo que os outros fazem eles não conseguem fazer,
mesmo que seja uma simples ação de mastigar e
engolir ou avisar que está com dor de dente.
Oportunizar a vivência é favorecer a autoestima,
minimizar as frustrações, fornecer experiências de vida
e, principalmente, respeitar o ser humano em suas
especificidades.
*
Todos os seres vivos tem o
direito de viver plenamente
nesse planeta...
e compreender esse direito nos
leva, verdadeiramente, a
respeitar os direitos humanos.
Eliane Degutis de Freitas
Terapeuta Ocupacional
Crefito 138/TO
[email protected]

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