Boletim Informativo Mar\347o 1

Transcrição

Boletim Informativo Mar\347o 1
MARÇO
BOLETIM
Edição 1, 2002
Editorial
Desde o início da vigência dos actuais corpos gerentes que
esta Associação se tem empenhado, pelo reconhecimento do
estatuto profissional do Assistente Social e o reforço da sua
identidade profissional.
Claro é, que este nosso objectivo só poderá ser alcançado pela
motivação e participação dos sócios, o que até à data não se
tem evidenciado muito.
Decidimos agora realizar o I Congresso Nacional de Serviço
Social, que deverá congregar toda a classe e na qual serão
debatidos temas de capital importância para todos nós, tais
como Formação, Identidade Profissional, Ética e Organização
da classe os quais foram seleccionados por um grupo de especialistas.
Esperamos assim, uma grande adesão pois só juntos é que
podemos mostrar o que valemos. Uma classe impõe-se pelo
que faz e não pelo que diz fazer e só uma reflexão conjunta
poderá re(orientar) a nossa acção correspondendo às exigências do Séc. XXI, o que implica novos perfis profissionais,
uma qualificação profissional adequada e uma formação em
exercício que não se pode descurar.
É necessário que os profissionais aprofundem os seus
conhecimentos e aproveitem momentos de reflexão para
sistematizar o seu pensamento e consolidarem os seus
conhecimentos. Só assim poderão contribuir para a redefinição) do seu estatuto sócio-profissional e contribuir para uma
afirmação da sua identidade profissional.
Numa época em que os Assistentes Sociais são chamados a
responder a inúmeras situações da maior complexidade, é
necessário cada vez mais afinar os instrumentos, para uma
intervenção mais qualificada e especializada, implicando
necessariamente criatividade e visão estratégica.
O nosso Congresso vai permitir um passo importante na
vida da nossa organização, contribuindo para a definição do
nosso estatuto sócio-profissional, visando a futura ordem
dos Assistentes Sociais.
Apelo da Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Caros Colegas,
Estamos a iniciar mais um
ano, também na vida da
APSS.
Este ano que passou, fizemos planos generosos, convictos que os poderíamos
realizar, se não com o contributo de todos, certamente,
queríamos, com o contributo
de muitos. Mas tal não aconteceu.
E este é o “calcanhar d’Aquiles” da nossa Associação.
Todos sabemos que não há
Associação sem uma dinâ-
mica de vida associativa. Não
há vida associativa sem participação.
Nos tempos que são os nossos, hoje, necessitamos de
estar unidos, ligados por laços
que reforcem a nossa identidade e dêem vida e dinamismo ao corpo profissional dos
Assistentes Sociais.
Assistentes Sociais, animadores por excelência da participação social e da promoção
da cidadania. Então porque
não seremos nós, Assistentes
Sociais, cidadãos no sentido
da participação profissional?
Estamos convictos, sabemos,
que só é possível que a APSS
faça coisas para nós, profissionais, se cada um de nós
fizer algo pela Associação.
Tudo tem um preço na
vida.......
Esperamos da vossa parte
mais, muito mais envolvimento na vida associativa da
APSS, pois só desta forma
vale a pena trabalhar no
objectivo exigente da constituição da Ordem, vontade
que foi veementemente
expressa na última reunião da
Assembleia Geral.
Nesta edição:
Economia Social: Solidá- 2
ria, Qualificada e Inovadora
N.E.S.S.— Núcleo de
Ética em Serviço Social
2
“Profissões em Portu2
gal: associações, formação e acreditação
I Encontro Minhoto de
Serviço Social
3
“Peer Group”
3
Internet Para o Social
4
Plataforma Política da
FITS
4
Economia Social: Solidária, Qualificada e Inovadora
Reconhecendo o enorme contributo das empresas da economia
social no desenvolvimento do País e na criação de emprego, bem
como os enormes desafios que se lhes colocam com a implementação de medidas de política social inclusivas, a Associação de
Profissionais de Serviço Social, a União das Mutualidades e a
União das Misericórdias, apresentaram uma candidatura à
Iniciativa Comunitária Equal, constituindo-se como parceiros
fundadores do Projecto Economia Social – Solidária, Qualificada e Inovadora.
Com este projecto, já aprovado para a Acção 1, pretende-se
através de um diagnóstico de necessidades de formação de
dirigentes e técnicos superiores construir um programa de
formação baseado nas necessidades identificadas e em domínios
tais como, gestão estratégica, qualidade, marketing, escoamento de produtos/serviços.
Os resultados do estudo serão apresentados num Seminário que
se irá realizar no próximo dia 12 de Abril, na Universidade Lusófona onde se pretende estabelecer, através da organização de
grupos de trabalho, um espaço de reflexão e debate e ao mesmo
tempo recolher contributos para a construção da Acção 2, deste
projecto, que terá a duração de dois anos.
As inscrições devem ser dirigidas á APSS, estando sujeitas a
confirmação.
14.30 Grupos de Trabalho
SEMINÁRIO ECONOMIA SOCIAL, SOLIDÁRIA, QUALIFICADA E INOVADORA
PROGRAMA PROVISÓRIO
I Economia Social Solidária
Comentador a confirmar
9.30 – Sessão de Abertura
Presidida pelos representantes da Parceria de Desenvolvimento do Projecto
Presidente da APSS, Dra. Cristina Louro
Presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Padre Vítor Melícias
Presidente da União das Mutualidades Portuguesas, Dr. Maldonado Gonelha
Representante da APSS
Representante da União das Misericórdias
Representante da União das Mutualidades
10..00 “Desafios da Economia Social”
Conferencista a confirmar
Relator: representante da Associação Portuguesa de Sociologia
10.30 Apresentação do Projecto “Economia Social, Solidária, Qualificada
e Inovadora”
Dra. Luísa Oliveira
Dra. Glória Miranda
Dra. Patrícia Cabrita
II Economia Social Qualificada
Comentador a confirmar
Representante da APSS
Representante da União das Misericórdias
Representante da União das Mutualidades
Intervalo
11.30 Apresentação do estudo de diagnóstico
Espaço & Desenvolvimento.
Dra. Susana Graça
12.00 Resultados preliminares do Estudo “Profissões em Portugal:
associações, formação e acreditação”
CIES - ISCTE
Prof. Doutor João Freire
Relator: Representante da APSIOT Prof. Dra. M.ª Teresa Rosa
III Economia Social Inovadora
Comentador a confirmar
Representante da APSS
Representante da União das Misericórdias
Representante da União das Mutualidades
12.20 Debate
N.E.S.S.— Núcleo de Ética em Serviço Social Social
No final do ano de 2001 decorreram na APSS
vários cursos de formação contínua, entre eles o
curso de Ética e Deontologia em Serviço Social.
Este curso tinha como objectivo central desenvolver uma reflexão sobre a base moral do Serviço
Social, providenciando assim, aos Assistentes
Sociais alguns meios para compreender os desafios morais que surgem na sua actividade profissional.
Sendo o Serviço Social uma profissão mutável e
complexa que tem obrigatoriamente que se adaptar às constantes mudanças da sociedade, da
economia e da política, é necessária uma orienta-
ção Ética e deontológica para os seus profissionais. Nesta medida, com a conclusão do curso,
sentiram alguns formandos a necessidade de dar
continuidade aos trabalhos desenvolvidos.
Surge assim na APSS o NESS—Núcleo de Ética em
Serviço Social. Este núcleo é constituído por seis
profissionais de diferentes áreas, que reúnem
uma vez por mês para debater questões ligadas
aos problemas que surgem no dia a dia na actividade profissional aos assistentes sociais
O trabalho desenvolvido por este grupo será divulgado periodicamente a todos os sócios da APSS.
“A consciência Ética é uma
componente indispensável da pratica
profissional de todos os Assistentes
Sociais. A sua capacidade de proceder
em conformidade com a Ética é um
aspecto essencial á qualidade do
serviço que é prestado aos utentes”
Todos os que queiram colaborar com o núcleo,
apresentando questões, ideias, dúvidas etc., devem
remete-las por escrito para a sede da APSS
“ Profissões em Portugal : associações, formação e acreditação”
O Centro de Investigação e
Estudos de Sociologia (CIES)
do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa
(ISCTE), em colaboração com
o Instituto de Sociologia da
Universidade do Porto e com o
Centro de Estudos Geográficos
da Universidade de Lisboa, está
a realizar uma investigação
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científica sobre o tema Profissões em Portugal: associações, formação e acreditação”, coordenada pelo Prof.
Doutor João Freire. Esta pesquisa, segundo os seus responsáveis, tem em vista melhorar o
conhecimento disponível sobre
a actividade dos profissionais e
de todas as suas associações,
objectivos para os quais é
indispensável a cooperação
dos próprios.
A APSS, uma das Associações
convidadas a participar no
estudo, solicitou a colaboração
dos investigadores do mesmo
para participarem no Seminário “Economia Social, SolidáBOLETIM INFORMATIVO
I Encontro Minhoto de Serviço Social - “ Serviço Social e Articulação de Serviços”
O Serviço Social do Hospital de
São Marcos vai organizar no próximo dia 22/03/2002 no Auditório
do Hospital de São Marcos o “I
Encontro Minhoto de Serviço
Social”, subordinado ao tema
“Serviço Social e Articulação de
Serviços”.
Este encontro destina-se a todos
os Assistentes Sociais que trabalham na zona do Minho, assim
como a todos os profissionais que
tenham interesse na problemática
que nos propomos debater, podendo também inscrever-se profissionais de outras zonas. Para estes,
contudo, as inscrições são limita-
das, visto que o espaço de que
dispomos ter uma capacidade
relativamente reduzida.
Hoje em dia ninguém põe em causa a necessidade de um trabalho
em rede, pelo que nos pareceu
importante fomentar um debate
alargado a várias perspectivas
profissionais em que, cada qual
com as suas competências, se
inter –relacionam, viabilizando
uma melhor articulação institucional, tendo como meta comum a
todos - a melhoria contínua da
assistência prestada ao cidadão.
Assim, de manhã haverá uma
mesa subordinada ao tema
“Políticas de Saúde e Redes
Sociais de Suporte”, em que serão
perspectivadas as bases teóricas
subjacentes às novas estratégias
da Saúde e da Acção Social. Da
parte de tarde serão apresentados
projectos integrados, que demonstrarão a aplicação prática das teorias expostas.
O secretariado irá funcionar no
Departamento de Psiquiatria e
Saúde Mental do Hospital de
Foi formado um “Peer Group” !Deverá tal facto ser noticia?
A Supervisão tem vindo a ser “reclamada”
como uma forte necessidade sentida por
toda a classe profissional.
Porquê?
Pela sua função administrativa?
- Como facilitadora da necessidade de nos
sentirmos inseridos – a supervisão facilita a
integração do profissional na Organização
onde desempenha a sua função;
- como meio de exercitar a planificação e a
construção do diagnóstico;
- como aprendizagem para gerir o tempo;
como treino pedagógico de avaliação
(do progresso profissional, do desempenho,
de
identificação, organização e controlo
de conflitos) enquanto processo que atravessa toda a supervisão;
Pela sua função de ensino?
- treino da reflexão em contexto relacional
com o supervisor;
- construção do conhecimento
- construção da consistência profissional;
- construção da autonomia profissional,
pessoal e social;
- construção da identidade profissional.
- Pela função de apoio psicológico?
- Superar as exigências da realidade profissional;
- Apoiar a construção do “eu” profissional;
- Relação de ajuda que se apoia nos mesmos princípios do Serviço Social;
Foi formado um “Peer Group”!
Deverá tal facto ser noticia?
Edição 1, 2002
A supervisão pode ser desenvolvida em 3
modalidades:
- Individual ou Tutorial
- Eu /grupal
- Peer Group
- A individual ou tutorial aproxima-se
muito do “ Case WorK”, as sessões deverão ser sistemáticas, o processo adaptável
ao supervisando e as sessões deverão ter a
duração entre 1 a 2 horas;
- As sessões em grupo exigem uma dinâmica em que todos os membros se tornem
participantes, exigindo uma partilha da
prática exercitando o questionamento das
próprias práticas;
- O “Peer Group” tem como principio
uma Supervisão de pares, não existe a figura de supervisor, exige maturidade e os
vários membros do grupo, assumem funções que são habitualmente exercidas pelo
supervisor.
- O conceito de Supervisão tem de ser
claro e estar interiorizado por todos os
membros, exige experiência de trabalho em
equipa, assim como maturidade para ser
auto-critico e ter espirito de cooperação.
As três modalidades têm subjacentes pressupostos fundamentais:
- Os erros devem ser encarados como
situações de aprendizagem e não como
rótulos de incompetência, fracassos ou
desastres;
- A confidencialidade e autenticidade;
- A supervisão permite clarificar os problemas, redefinir estratégias, avaliar as
técnicas e enquadrar teoricamente os fac-
tos.
Foi formado um “Peer Group”!
Deverá tal facto ser noticia?
Como se organiza um grupo de supervisão?
Os membros do grupo têm de ter os mesmos valores e objectivos :
- A disponibilidade para aprender é um
principio vital;
- Deve ser cultivado a abertura de espirito , existirem ou co-existirem perspectivas
diferentes;
- São valorizados o sentimento de pertença, a capacidade de assumir compromissos e
de partilha;
- É necessário estabelecer um contrato
claro ( local, tempo, espaço, limite da sessão, confidencialidade, expectativas de
aprendizagem, e treino reflexivo);
- Clarificação dos papéis e o seu desempenho, é essencial (roll-play).
Foi formado um “Peer Group”!
Deverá tal facto ser noticia?
No âmbito do programa de formação desenvolvido pela APSS, decorreu mais um curso
de supervisão. O grupo é constituído por 14
Assistentes Sociais de diferentes organizações, tais como IPSS’s, SCML, RTP Autarquias, com idades e experiências variadas,
fez o seu “caminho”, aprendeu conceitos,
funções , modalidades e formas de reflectir /
aprender /fazer supervisão.
Exercitou o pensamento tentando torná-lo
reflexivo, construtivo, “partilhado”, e descobriu (re-descobriu) um segredo: è bom!!!
Quando o curso acabou o grupo tinha raízes
para dar alguns passos e decidiu que o que é
Página 3
Internet para o Social
Está para breve o acesso de todos à
APSS através da sua página na internet, que permitirá uma acesso rápido e
eficaz a tudo o que diz respeito ao
passado, presente e futuro da nossa
Associação, bem como informação
relativa à actividade de todos os assistentes sociais e não só.
Para já apresentamos a todos os cibernautas sociais algumas páginas da Web
que consideramos interessantes de
navegar.
www.acessibilidade.net/
mecbraille - site que permite a conversação e envio de textos em braille.
Após a introdução do texto no site este
é convertido e impresso em braille
através de meios informáticos sendo
posteriormente enviado pelos CTT
sem custos para o remetente.
www.eurochild.gla.ac.uk - textos
da Assembleia Parlamentar e do Conselho da Europa relacionados com as
www.abre.net - site em que cada
palavra dá acesso a dezenas de
páginas nacionais e estrangeiras
sobre as áreas mais variadas.
www.governo.gov.pt - site sobre
o governo português. Conta com
um significativo número de serviços do Estado.
...Mas porque a vida não é só
trabalho...
http://quintasjose.tripod.com página da Quinta de S. José Agro-turismo, situada na Paria de
Mira.
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de restaurantes, guia de vinhos,
receitas e dicas, tasquinhas e
petiscos.
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preparar as viagens, encontrar
mapas, estradas, hotéis, restau-
Plataforma Política da FITS
Na última Reunião Europeia da
FITS realizada em Agosto de 2001
em Viena, na qual a APSS
(Portugal) esteve representada, foi
constituído um Grupo de Trabalho
com a finalidade de proceder à
reestruturação do Artigo 3.1 dum
documento elaborado e proposto
pelo Grupo Coordenador Dinamarquês como proposta para uma
Plataforma Política da FITS na
Europa. (ver Edição 6 de Novembro
de 2001 da Folha Informativa da
APSS).
Desde então, o grupo, formado por
elementos pertencentes às Associações de Assistentes Sociais da
Irlanda, Reino Unido, Portugal e
Rússia, passou a trabalhar (via
internet) na elaboração dum documento que referisse:
a) políticas que afectam os Assistentes Sociais;
b) políticas que afectam os utentes
do Serviço Social, tendo presente as
grandes questões relacionadas com
a inclusão/exclusão social.
Os objectivos deste documento são:
a) contribuir para a construção duma
sociedade europeia mais inclusiva,
que respeite os Direitos Humanos
com vista à obtenção duma melhor
qualidade de vida;
b) tentar providenciar um suporte
Ficha Técnica:
Av. Visconde Valmor, n.º 77—1º
Dtº.
Telefone: 21 7971105 / 5938
Fax: 21 7939341
estrutural que permita um profícuo
diálogo entre o “Serviço Social” à
escala europeia.
O documento, já concluído, reúne
as ideias expressas pelo grupo que
iniciou a sua discussão durante a
referida Reunião Europeia, bem
como o trabalho posteriormente
realizado pelos representantes dos
países já citados.
Após análise do mesmo pelo
Comité Executivo da FITS, este
organismo propôs a sua discussão
alargada na próxima Reunião
Europeia da FITS que se realizará
de 21 a 23 de Março de 2002 no
Chipre.