Apostila_avancado_dirigente

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Apostila_avancado_dirigente
Curso Dirigente
NÍVEL AVANÇADO
GESTÃO DE ADULTOS
APOSTILA DO CURSANTE
Curso Avançado
Linha: Dirigente Institucional
Apostila do Cursante
Esta é a Apostila do Cursante do Curso Avançado da UEB - União dos Escoteiros do Brasil - para
Dirigentes Institucionais, conforme previsto nas Diretrizes Nacionais para Gestão de Adultos, e
produzido por orientação da Diretoria Executiva Nacional com base na experiência centenária
do Movimento Escoteiro no Brasil.
1ª Edição - Abril de 2012
Atualizado em 20 de Abril de 2012
Conteúdo:
Os conteúdos que aparecem nesta apostila foram baseados nos materiais de cursos das
Regiões Escoteiras.
Ilustrações:
Foram usados desenhos produzidos ou adaptados por Andréa Queirolo, assim como ilustrações
em geral que fazem parte do acer vo da UEB ou são de domínio público.
Diagramação e Montagem:
Raphael Luis K.
Organização de Conteúdo:
Megumi Tokudome
Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser traduzida ou adaptada a nenhum idioma, como
também não pode ser reproduzido, armazenado ou transmitido por nenhuma maneira ou meio,
sem permissão expressa da Diretoria Executiva Nacional da União dos Escoteiros do Brasil.
União dos Escoteiros do Brasil
Escritório Nacional
Rua Coronel Dulcídio, 2.107
Bairro Água Verde
80250-100 - Curitiba - PR
w w w.escoteiros.org.br
Apresentação
A Apostila do Participante é um instrumento de
apoio aos adultos em processo de formação, cujo
conteúdo busca contribuir para o desenvolvimento
das competências necessárias para o exercício das
atribuições inerentes aos escotistas e dirigentes no
Movimento Escoteiro.
A UEB está se dedicando a atualizar e produzir
importantes publicações para adultos, contando,
para tanto, com a inestimável colaboração e esforço
de muitos voluntários de todo o Brasil, além do
apoio dos profissionais do Escritório Nacional. A
todos que contribuíram, e continuam trabalhando, os
agradecimentos do escotismo brasileiro.
É claro que ainda podemos aprimorar o material,
introduzindo as modificações necessárias a cada nova
edição. Portanto, envie suas sugestões para melhorar
o trabalho ([email protected]), pois a sua
opinião e participação serão muito bem-vindas!
A qualidade do Programa Educativo aplicado nas
Seções, além da eficiência nos processos de gestão da
organização escoteira, em seus diversos níveis, depende
diretamente da adequada preparação dos adultos.
O nosso trabalho voluntário rende mais e
melhores frutos na medida em que nos capacitamos
adequadamente para a tarefa. Portanto, investir na
formação significa valorizar o próprio tempo que
dedicamos voluntariamente ao escotismo.
OBJETIVO DO NÍVEL AVANÇADO DIRIGENTE
INSTITUCIONAL
O objetivo do Nível Avançado é consolidar a
qualificação do adulto para o pleno desempenho
de todas as atribuições inerentes ao cargo que está
exercendo como Dirigente Institucional.
Tarefas Prévias
A) Ler e discutir com seu Assessor Pessoal de
Formação:
1. Apostila do Curso
2.Livro 250 milhões de Escoteiros
3.Livreto – Escotismo e Comunidade
B) Vivências (escolher duas opções):
- coordenar a execução de pelo menos um Plano de
Grupo;
- participar de um Fogo de Conselho/Flor Vermelha/
Lamparada;
- ter participado de pelo menos dois módulos/
seminários/oficina/curso técnico
- ter participado de pelo menos uma atividade de
adultos, no nível distrital, regional ou nacional;
- ter coordenado ou auxiliado em pelo menos uma
Assembléia de Grupo;
Além disso, o nosso compromisso com as crianças
e jovens exige que estejamos permanentemente
dispostos a adquirir novos conhecimentos, habilidades
e atitudes, em coerência com a postura de educadores
em aper feiçoamento constante.
- ter participado de pelo menos três reuniões de
Fórum de Dirigentes ou similar em seu distrito ou Região.
Desejo que tenham ótimos e proveitosos
momentos de formação, que aprendam e ensinem, que
recebam e compartilhem. Sejam felizes!
1. Avaliar os resultados obtidos por meio da sua ação
como dirigente institucional
Sempre Alerta!
ALESSANDRO GARCIA VIEIRA
Diretor de Métodos Educativos
União dos Escoteiros do Brasil
Prática Supervisionada
2. Atualizar o Plano Pessoal de Formação
3. Aper feiçoar suas habilidades na coordenação do
planejamento, execução e avaliação do Plano de Grupo
4. Produzir e executar: um projeto da IM; ou vídeos
institucionais; ou algum produto similar
Índice
Unidade 1: Compromisso e valores .................................................................................................. 05
Unidade 2: Avaliando o projeto educativo ....................................................................................... 05
Unidade 3: Espiritualidade III ............................................................................................................. 06
Unidade 4: Avaliação da progressão pessoal do jovem ................................................................ 07
Unidade 5: Resistência a mudanças ................................................................................................ 08
Unidade 6: Integração do jovem com deficiências ......................................................................... 11
Unidade 7: Conselho de pais e mobilização de adultos ................................................................ 16
Unidade 8: O grupo escoteiro como unidade familiar ................................................................... 17
Unidade 9: Lei e Promessa ................................................................................................................ 20
Unidade 10: Cardápios de atividades (nutrição e balanceamento) ............................................. 22
Unidade 11: Da responsabilidade de escotistas e dirigentes institucionais decorrente de
acidentes em atividades escoteiras ................................................................................................. 25
Unidade 12: Confecção de um plano de segurança para diversos tipos de atividades ........... 26
Unidade 13: Escotismo mundial e Gilwell Park .............................................................................. 31
Unidade 14: Motivação de adultos ................................................................................................... 38
Unidade 15: Criatividade e inovação ................................................................................................ 38
Unidade 16: Captação e manutenção de adultos .......................................................................... 39
Unidade 17: Administrando conflitos ................................................................................................ 42
Unidade 18: Perfil do adulto para atuar como escotista e como dirigente ................................ 45
Unidade 19: Palestra informativa ..................................................................................................... 46
5
Unidade 20: Plano de grupo (avaliando resultados) ...................................................................... 46
Unidade 21: Desenvolvendo projetos financeiros na comunidade .............................................. 47
Unidade 22: Liderança ........................................................................................................................ 48
Unidade 23: Comunicação ................................................................................................................. 49
Unidade 24: Como o adulto aprende ................................................................................................ 49
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Unidade 1: Compromisso e valores
Valores são normas, ou padrões sociais aceitos ou
mantidos por indivíduos, classes ou sociedade.
São princípios abstratos
e genéricos de
comportamento com os quais os membros de um
grupo se sentem fortes, positiva e emocionalmente
compromissados, e que fornecem um padrão para julgar
atos e metas específicas.
Sistema de valores é uma disposição hierárquica dos
valores.
As pessoas estão sujeitas a mais de um conjunto de
valores ao mesmo tempo. Além dos valores pessoais
existentes, temos os sistemas de valores dos grupos:
No Movimento Escoteiro os valores são expressos na
Promessa e Lei Escoteira:
•Honra;
•Lealdade;
•Amor ao próximo;
•Amizade;
•Cortesia;
•Atitudes ecológicas;
•Disciplina;
•Autocontrole;
•Respeito à propriedade alheia;
•famílias;
•Coerência.
•amigos;
•comunidade;
•igreja;
•trabalho;
•cidade;
•estado; ou
Avaliação de valores dos jovens
O Chefe avalia, de forma contínua e informal, a
evolução dos valores dos jovens. O aconselhamento é
um instrumento de que o Chefe dispõe para influenciar
na descoberta de verdadeiros valores do jovem.
•nação.
O exemplo do Chefe e sua fidelidade à Promessa
Escoteira é seu instrumento mais valioso.
Qualquer grupo, com alguma coesão, irá formar um
sistema de valores.
Avaliação de valores dos Escotistas
Ocorrem conflitos quando dois grupos possuidores
de sistemas de valores diferentes encontram-se frente a
frente. Citamos, por exemplo, o choque entre os valores
da família e os valores do grupo de amigos do jovem.
A família pode dar valor à honestidade, trabalho árduo,
responsabilidade e planejamento. O grupo de amigos,
por sua vez, pode valorizar atitudes desinteressadas, “ir
levando”, resolver as coisas à medida que aparecem e
“levar vantagem em tudo”.
O Método Escoteiro, mostra de forma clara que, para
o desenvolvimento pessoal do jovem, é necessário o
exemplo pessoal do adulto.
Pouco se pode esperar de um Grupo ou Seção
cujo Chefe não se identifique com os princípios do
Movimento Escoteiro ou não dê um bom exemplo de
comportamento.
Unidade 2: Avaliando o Projeto Educativo
O Escotismo está organizado em Ramos, que se
distinguem por programas e atividades diferentes,
dentro da mesma metodologia escoteira. A organização
dos Ramos, nos distintos países, pode sofrer algumas
diferenças. No Brasil, eles assim são adotados:
a.Ramo Lobinho, para meninos e meninas de 7 a
10 anos, denominados lobinhos (meninos) ou lobinhas
(meninas),
b.Ramo Escoteiro, para rapazes e moças de 11 a 14
anos, denominados escoteiros (rapazes) e escoteiras
(moças);
7
c.Ramo Sênior, para rapazes e moças de 15 a 17
anos, denominados seniores (rapazes) e guias (moças); e
d.Ramo Pioneiro, para rapazes e moças de 18 a 21
anos (incompletos), denominados pioneiros (rapazes) e
pioneiros (moças).
Após a participação do jovem durante todo o
ciclo como membro juvenil no Movimento Escoteiro,
provocamos aqui aos adultos do Movimento no papel
de educador uma reflexão: “Que homens e mulheres
estamos oferecendo a sociedade?”
No Projeto Educativo do Movimento Escoteiro diz que
desejamos que os jovens que tenham sido escoteiros
façam o melhor possível para ser:
Um homem e uma mulher
Reto de caráter, limpo de pensamento, autêntico em
sua forma de agir, leal, digno de confiança.
Um homem e uma mulher
Capaz de tomar suas próprias decisões, respeitar o
ser humano, a vida e o trabalho honrado; alegre, e capaz
de partilhar sua alegria, leal ao seu país, mas construtor
da paz, em harmonia com todos os povos.
Um homem e uma mulher
Líder a ser viço do próximo.
Um homem e uma mulher
Integrado ao desenvolvimento da sociedade, capaz
de dirigir, de acatar leis, de participar, consciente de
seus direitos, sem se descuidar dos seus deveres.
Forte de caráter, criativo, espançoso, solidário,
empreendedor.
Um homem e uma mulher
Amante da natureza, e capaz de respeitar sua
integridade
Um homem e uma mulher
Guiado por valores espirituais, comprometido com o
seu projeto de vida, em permanente busca de Deus e
coerente com a sua fé.
Capaz de encontrar seus próprios na sociedade e ser
feliz.
Fonte: parte do Texto foram extraídos do Projeto
Educativo do Movimento Escoteiro e o documento POR.
Unidade 3: Espiritualidade III
O Projeto Educativo – a relação com Deus
•Convidamos os jovens a ir além do mundo material,
a orientar suas vidas por princípios espirituais e a
seguir caminhando em busca de Deus, presente na
existência de todos os dias, na criação, no próximo,
na história.
•Uma p essoa guiada por estes princípios reconhece,
vive e compartilha o sentido transcendente de
sua vida, sem posicionamentos sectários e sem
fanatismo.
•Convidamos os jovens a assumir a mensagem de sua
fé, buscá-la e vivê-la na comunidade de sua confissão
religiosa, compartilhando da fraternidade dos que se
unem em torno de uma mesma religião e sendo fiéis a
suas convicções, seus símbolos e suas celebrações.
Quando não atingimos o propósito do Movimento
Escoteiro totalmente?
•Destacamos diante dos jovens a importância de
integrar a fé à vida e à conduta, dela prestando
testemunho em todos os seus atos.
•Além disso, nós os convidamos a viver sua fé
com alegria, sem nenhuma hostilidade para com
aqueles que buscam, encontram ou vivem respostas
diferentes diante de Deus, abrindo-se ao interesse,
à compreensão e ao diálogo com todas as opções
religiosas.
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Pode acontecer que os Chefes se descuidem do
desenvolvimento afetivo e espiritual quando:
•A seção encontrou seu ritmo de vida;
•O cativante treinamento conduz os jovens à conquista
de etapas e especialidades;
•A preparação/execução de atividades que envolvem
desafios físicos e sociais ocupa a maior parte do
tempo.
As atividades físicas em contato com a natureza,
com seus desafios, levam os jovens a aceitar
surpreendentemente programas de privação. Eles dão
provas de resistência que até espantam seus familiares.
Este comportamento, frequentemente, leva os jovens a
concluir que o estabelecimento de valores, o empenho
para tê-los como objetivos de vida, está reser vado
aos tipos franzinos, enquanto os tipos formidáveis
conquistam os picos dos montes e colocam em suas
mangas uma série de distintivos.
Corremos ainda o risco de desenvolver uma
mentalidade infantil que se fixa para toda a vida. A falta
de espaço para meditação e reflexão impede o jovem
de amadurecer. As programações de atividades que
se concentram apenas em realizações e formidáveis
proezas, todas muito alegres, podem negar ao jovem a
possibilidade dele viver e de incorporar os valores que
podem auxiliar na conquista dos verdadeiros objetivos
que deve atingir.
Os jovens crescem e não se decidem a assumir suas
responsabilidades na sociedade, porque guardam de
tal modo, em sua mente, recordações das aventuras
escoteiras, que ficam com a impressão inevitável e o
desejo inconsciente de que a vida é feita apenas para
se divertir.
Atividades que facilitam o desenvolvimento da
espiritualidade
De forma equilibrada com as demais potencialidades,
a espiritualidade pode ser desenvolvida por meio das
seguintes atividades:
•cultos escoteiros planejados e executados pelos
próprios jovens;
•debates
sobre
espiritualidade;
temas
relacionados
com
a
•palestras de especialistas;
•ser viços e desenvolvimentos comunitários;
•vigílias, autoanálises e reflexões;
•depoimentos;
•orações e canções;
•boas ações; e
•aplicação da Promessa e Lei Escoteira.
Avaliação de valores dos jovens
O Chefe avalia, de forma contínua e informal, a
evolução dos valores dos jovens. O aconselhamento é
um instrumento de que o Chefe dispõe para influenciar
na descoberta de verdadeiros valores e da espiritualidade
do jovem.
O exemplo do Chefe e sua fidelidade à Promessa
Escoteira é seu instrumento mais valioso.
Encontramos jovens com os mais variados graus
de envolvimento com uma vida espiritual. Alguns têm
formação adquirida em suas famílias e frequentam
regularmente ofícios religiosos. Em outros casos
deparamos com jovens que não têm o hábito de
participar de uma comunidade religiosa, frequentaram
cultos até uma determinada idade (primeira comunhão ou
confirmação), ou até mesmo nunca tiveram envolvimento
com qualquer manifestação religiosa. Para cada caso é
necessária uma abordagem diferente.
Avaliação de valores dos Escotistas
O Método Escoteiro, mostra de forma clara que, para
o desenvolvimento pessoal do jovem, é necessário o
exemplo pessoal do adulto.
Pouco se pode esperar de um Grupo ou Seção
cujo Chefe não se identifique com os princípios do
Movimento Escoteiro ou não dê um bom exemplo de
comportamento.
Unidade 4: Avaliação da Progressão Pessoal do Jovem
A avaliação está concluída quando o jovem e o
escotista encarregado de seu acompanhamento chegam
ao consenso.
Para estabelecer este consenso, é conveniente
que O jovem e o escotista responsável pelo seu
acompanhamento tenham um encontro destinado
apenas a determinar atividades que devam ser realizadas
durante o Ciclo.
Esta reunião é mais uma entre tantas ocasiões em
que o escotista e o jovem se encontram, o que facilitará
o estabelecimento de um clima descontraído. Com esta
conversa estará se encerrando, para esse jovem, o
processo de avaliação durante o Ciclo.
Exemplificamos abaixo de que forma acontece esta
negociação no Ramo Escoteiro.
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Corte de Honra entrega distintivo, quando é o caso.
Nesta conversa, o jovem expõe sua auto avaliação,
que se nutriu com a opinião de seus companheiros
de patrulha, indicando as atividades que considera
haver realizado durante o Ciclo que está terminando.
O escotista compartilha com o jovem a opinião que
formou, esclarecendo que nela se agrupam as opiniões
colhidas entre outros agentes avaliadores.
Por exemplo, se durante o Ciclo de Programa que
está encerrando, foram enfatizadas as atividades
relacionadas com a prestação de ser viço ao próximo,
uma atenção especial deverá ser concedida à avaliação
das atividades sugeridas na área de desenvolvimento
social.
Além disto, o encontro ser virá para apoiar e animar
o jovem em seu desenvolvimento, com o escotista
apresentando ao jovem sugestões e correções
destinadas a melhorar sua participação. A reunião ser virá,
ainda, para avaliar a “permanência” das condutas antes
alcançadas, isto é, constatar em conjunto quanto do
progresso alcançado em Ciclos anteriores permaneceu
ao longo do tempo.
Durante o diálogo e mantendo-se fiel aos critérios
fixados pela Corte de Honra o escotista chegam a um
consenso .
A opinião do escotista é importante, mas em nenhum
caso deve prevalecer pela simples razão de ser a opinião
de um escotista. Ao contrário, o escotista deve estar
sempre pronto a rever seus pontos de vista, levando em
conta que reforçará mais o comportamento do jovem
negociando com ele suas percepções do que impondo
suas opiniões.
Contudo, existindo discrepância que a habilidade
de negociação do escotista não consiga eliminar, deve
permanecer - sempre - a auto avaliação do jovem.
É preferível que o jovem se exceda na apreciação de
suas conquistas num determinado momento para ser
confrontado com a realidade no futuro, a ele se impor o
ponto de vista do escotista .
Se, em virtude das conquistas alcançadas o jovem
estiver em condições de ingressar na etapa de
progressão subsequente, o escotista apresentará a este
feito Corte de Honra, que entregará o novo Distintivo de
Progressão e o jovem passará a mirar um conjunto de
atividades mais adequado àquela nova fase
Fonte: Texto adaptado do Manual do Escotista –
Ramo Escoteiro
Unidade 5: Resistência a mudanças
Como lidar com a sua resistência à mudança
Autor: Joacir Martinelli
Resistência à mudança é algo absolutamente
normal e esperado em TODOS os seres humanos. Esta
resistência se manifesta de diversas maneiras, que
vai desde a ansiedade, o descontentamento frente às
novas situações, até mesmo à sabotagem das mesmas.
O importante é aprendermos a lidar melhor com nossas
resistências. Uma coisa que ajuda é entender porque
resistimos. Existem 03 motivos principais pelos quais os
seres humanos resistem às mudanças:
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1. Economia de energia: somos uma “máquina”
programada para sobreviver. Sobreviver significa,
entre outras coisas, não desperdiçar energia. Nosso
organismo, para economizar energia, busca fazer sempre
as mesmas coisas, pois assim “automatizamos”. Por
exemplo: quando estamos aprendendo uma coisa nova,
como dirigir um carro, precisamos gastar muita energia,
pois é necessário muito treino, muita atenção, pensar
em tudo o que é preciso fazer... Depois que já dirigimos
inúmeras vezes, esta ação passa a ser automática:
dirigimos sem ter que pensar em como mudar uma
marcha etc. Neste momento, estamos economizando
energia. Assim, o organismo tende a não mudar, pois
mudar é o mesmo que aprender coisas novas: gastar
mais energia...
Saída: lembrar que o gasto de energia inicial
logo cessará, pois logo aquilo que é novo já estará
“automático” no nosso comportamento. Pensar que o
esforço inicial trará benefícios!
2. Medo do novo: parece que todos os animais têm
um “instinto” de se evitar o novo, pois, por este ser
desconhecido, poderá ser ameaçador. O problema é que,
dentro das organizações, ficar apenas no conhecido é
que é, de fato, ameaça! Já que o mundo exige constantes
mudanças, por conseguinte, das pessoas.
Saída: buscar transformar o “desconhecido”
em “conhecido”. Como: buscar descobrir o que irá
acontecer; planejar a mudança, de forma a “antever”
como esta será. Há um cuidado fundamental neste
aspecto: buscar saber o que irá acontecer não é o
mesmo que escutar boatos. Durante processos de
mudança, é muito comum os envolvidos, por estarem
ansiosos com o desconhecido, começarem a “prever”
o que irá acontecer. Assim, se levanta “palpites” que,
daí a pouco, se transformam em “realidades” para
quem escuta. As conversas informais “de corredor” são
capazes de inventar “monstros” sobre a mudança que
desafiam qualquer lógica, mas que são adotados por
aqueles que não suportam o desconhecido.
3. Sentimento de perda: não há mudança que não
nos force a abrir mão de algumas coisas: para eu ser
promovido à gerente, terei que deixar de fazer atividades
operacionais que me davam prazer... para eu comprar
um carro novo, terei que me desfazer do antigo, no
qual passei por momentos importantes e felizes... O
ser humano não gosta de perder nada, ainda que esta
perda lhe traga coisas melhores. Muitas vezes, quando
precisamos mudar uma sistemática de trabalho, ou uma
cultura da empresa, existe um sentimento (ainda que
inconsciente) de que tudo o que eu construí ate aquele
momento está sendo “jogado fora”.
Competências. Existe também um conjunto adicional
para a Modalidade do Mar e do Ar.
Avaliar o desenvolvimento não significa apenas
verificar se o jovem executou as atividades propostas.
Significa avaliar se as atividades sugeridas e realizadas
cumpriram seu papel, que é o de facilitar a incorporação
dos conhecimentos, habilidades e condutas expressas
nos Objetivos Educativos. Se isto não aconteceu,
uma atividade pode ser substituída ou então, novas
atividades devem ser propostas, até que o objetivo
educacional tenha sido alcançado.
Deve-se ter em mente, quando outras atividades
são incorporadas ou algumas atividades substituídas,
que isto acontece no intuito de oferecermos ao jovem
a possibilidade de, efetivamente, atingir um objetivo
educacional. Um jovem cadeirante tem objetivos físicos
a cumprir, que, obviamente, são diferentes do objetivo de
um jovem que caminha normalmente. Também é preciso
considerar que os jovens têm atividades diversas as que
realizam num Grupo Escoteiro. Elas, necessariamente,
têm de estar sob o escopo da avaliação de Progressão.
Fonte: Texto extraído do Manual do Escotista do
Ramo Sênior.
Plano Pessoal de Formação
O Plano Pessoal de Formação deve incluir:
Saída: fica mais fácil lidar com este sentimento
quando conseguimos pensar em tudo aquilo que iremos
perder com a mudança e, a partir daí, pensar nos ganhos
que a mudança trará. Para suportarmos esta fase, é
importante estar o tempo todo mentalizando os ganhos.
Fonte: w w w.institutojetro.com
Programa educativo
Avaliação de Conquistas de Competências com
Indicadores
Para os jovens caminharem facilmente em direção a
essas competência, e para que os escotistas tenham
parâmetros na avaliação do que os jovens conquistaram,
para cada uma dessas competências foram propostas
atividades. Essas atividades são os indicadores de
aquisição das Competências. O conhecimento destas
competências é extremamente relevante para os
escotistas, mas não é apresentado de forma explicita
para os jovens. Por isso, no guia do jovem, as atividades
serão descartadas, enquanto as competências serão
mostradas apenas como um texto inspiracional a
cada capítulo mas sem ênfase maior. Cada grupo de
atividades recebe um número que o relaciona com as
1. metas realistas que se alinhem com os propósitos do
Escotismo;
2. metas explícitas para dar direção aos esforços
individuais;
3. o contínuo desenvolvimento de habilidades para
satisfazer as necessidades da instituição e facilitar a
mobilidade dos adultos voluntários dentro do Movimento
Escoteiro;
4. retorno com regularidade para os adultos voluntários;
5. oportunidades de desenvolvimento pessoal e o
reconhecimento de conquistas pessoais.
A avaliação de desempenho deve ser baseada no
Plano Pessoal de Formação, considerar a descrição
do cargo e o conjunto de objetivos necessários para
desempenhá-lo.
O desempenho pode ser afetado por fatores pessoais,
tais como:
•compreender o cargo e a responsabilidade por tarefas
específicas;
•competência;
•comprometimento;
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•questões pessoais (por
familiares ou financeiras).
exemplo:
preocupações
•Fatores institucionais podem incluir:
•cooperação com outros órgãos e níveis na organização;
1. promover um retorno construtivo de seu APF em
resposta à autoavaliação do dirigente/escotista no seu
desempenho frente às tarefas assumidas, conquistas e
necessidades;
•sistema de distribuição de materiais do Programa de
Jovens;
2. identificar e discutir meios para superar fatores que
dificultaram o seu
•oportunidade de formação e apoio.
desempenho e sua satisfação;
•qualidade do Programa de Jovens e dos recursos
materiais;
A avaliação de desempenho tem quatro componentes:
1. revisão pessoal;
2. revisão do desenvolvimento;
3. avaliação das conquistas;
4. administração de problemas de desempenho.
A avaliação de desempenho deve ser implantada
somente por pessoas que receberam adequada
capacitação para sua aplicação.
Os objetivos dessa capacitação são para:
•entender os objetivos e os princípios da avaliação de
desempenho e de que forma os quatros componentes
são integrados;
•desenvolver a compreensão da descrição do cargo,
a análise do per fil desejado do cargo, do Acordo de
Trabalho Voluntário e do Plano Pessoal de Formação
como elementos essenciais que apoiarão a avaliação
de desempenho;
•prover as habilidades necessárias para realizar cada um
dos quatro componentes da avaliação de desempenho.
Avaliação de desempenho pessoal
O objetivo da avaliação de desempenho é dar aos
indivíduos uma oportunidade de avaliar seu próprio
desempenho, além de oportunizar o retorno dessa
avaliação com o seu APF.
A avaliação deve considerar:
•desempenho assessorado nas atividades;
•resultados obtidos;
•metas atingidas.
Essa avaliação pode levar a modificações no Acordo
de Trabalho Voluntário e no Plano Pessoal de Formação,
visando a ampliar o desempenho futuro do assessorado
e sua satisfação no desempenho das atividades. É uma
oportunidade para discutir dificuldades detectadas no
desempenho das tarefas.
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Objetivos da Avaliação de Desempenho:
3. promover um senso de comprometimento e de
responsabilidade pessoal
pelo desempenho das atividades e na participação em
um ciclo de formação no
Movimento Escoteiro.
Procedimentos:
1. iniciar a avaliação com o seu APF;
2. fazer a autoavaliação, comparando os resultados
obtidos com os parâmetros
que foram acordados anteriormente, considerando os
resultados de desempenho, as conquistas e o potencial;
3. discutir a autoavaliação com o APF;
4. estabelecer de comum acordo um plano de ação.
A avaliação pessoal é voluntária e pode ocorrer a
qualquer momento. Reavaliar regularmente resulta em
melhores benefícios e resultados.
O primeiro passo propicia aos dirigentes/escotistas
reverem seu desempenho, resultados e conquistas e
identificarem fatores que podem contribuir ou não para
atingir seu pleno potencial de desempenho.
O segundo passo é revisar e discutir a avaliação
com o APF para promover uma avaliação construtiva.
A discussão deve identificar eventuais mudanças
que possam ser benéficas para o indivíduo e para a
organização.
O terceiro passo é desenvolver um plano de ação que
ajude o indivíduo a atingir o seu potencial e aumentar a
satisfação no desempenho das atividades, ao mesmo
tempo em que beneficia a organização. O que contribuiu
de forma positiva para o desempenho esperado? O
que não contribuiu? Como classificar os resultados
do meu desempenho em termos de: a) qualidade; b)
quantidade; c) tempo utilizado. Quais competências
serão necessárias adquirir para um desempenho melhor
e/ou para obter uma maior satisfação no desempenho
da função? O que necessito mudar para atingir melhor
meu potencial, c
considerando: a) a organização das
tarefas; b) a disponibilidade de recursos ou materiais,
ambiente de trabalho e equipamentos; c) relacionamento
com outros escotistas/dirigentes ou grupos; d) o
sistema de trabalho ou o método de fazer as coisas?
Quanto me sinto satisfeito com o meu trabalho e com
o meu envolvimento no Escotismo? Como eu me vejo
realizando atividades futuras?
com o desenvolvimento de longo prazo e planos futuros
do dirigente/escotista;
Revisão do plano pessoal de formação
4. priorizar as necessidades de desenvolvimento e
capacitação, considerando os requisitos imediatos de
desempenho e as aspirações em longo prazo;
A revisão do Plano Pessoal de Formação deve ser
feita por todos os dirigentes/escotistas. O término do
período do Acordo de Trabalho Voluntário e, portanto,
do Plano Pessoal de Formação, é uma oportunidade para
essa revisão ser feita em conjunto com o seu APF.
Através da revisão do Plano Pessoal de Formação,
os dirigentes/escotistas têm a oportunidade de
discutir seu plano para o futuro com o APF e identificar
conhecimentos e habilidades necessárias para atingi-lo.
A revisão deve tentar satisfazer tanto as necessidades
de desenvolvimento pessoal e planos futuros, quanto
às necessidades da organização, para manter a
disponibilidade das competências necessárias e atingir
os objetivos de longo prazo.
3. identificar as atuais competências dos dirigentes/
escotistas e compará-las com as competências
necessárias
para
fixar
as
necessidades
de
desenvolvimento e formação;
5. desenvolver, revisar e avaliar os planos
desenvolvimento e o Plano Pessoal de Formação;
de
Uma vez que a pessoa foi nomeada e está atuando
num cargo, a revisão pode ser feita pelo menos uma vez
por ano, ou a qualquer momento, seja pelas necessidades
da pessoa, ou pelas demandas da instituição. A
revisão deve estabelecer as competências atuais dos
dirigentes/escotistas, tanto aquelas necessárias para o
desempenho da função, como as lacuna ou necessidades
de competências.
•assegurar o desenvolvimento contínuo de todos os
dirigentes/escotistas para utilizar plenamente seu
potencial e otimizar as oportunidades para desenvolver
planos futuros;
A necessidade de formação deve ser priorizada.
Podem ser utilizadas as iniciativas de formação tanto
internas quanto externas à instituição, convertendose em uma oportunidade para os dirigentes/escotistas
atingirem as suas aspirações na vida profissional e
dentro do Escotismo. O resultado desse processo deve
constar no Plano Pessoal de Formação.
•manter um banco de competências necessárias para
atingir a missão e o plano estratégico da instituição de
modo estruturado.
O desenvolvimento de competências que são
relevantes para a atual função do dirigente/escotista
deve receber prioridade no Plano Pessoal de Formação.
Objetivos da revisão do Plano Pessoal de Formação:
Procedimentos:
Fonte: Manual do Assessor Pessoal de Formação
1. estabelecer competências necessárias para o cargo;
2. identificar competências necessárias relacionadas
Unidade 6: Integração dos Jovens com deficiências – Escotismo para Todos
Um olhar para inclusão
Por: Claudia Grabois Dischon
A diversidade está presente nas nossas vidas a partir
do momento do nosso nascimento. Nunca vimos o rosto
de nossos pais, mesmo assim a partir do momento que
nos sentimos aceitos e amados neste novo mundo pósuterino ficamos mais aptos para enfrentarmos a nova
realidade, um mundo a ser descoberto e construído.
Assim nós crescemos descobrindo e convivendo com o
novo até que um dia nos deparamos com as rupturas
impostas pelo preconceito, que é filho do medo, às
vezes com tanto poder em nossas vidas. Ficamos então
com uma grande vontade de banir tudo o que é diferente
e passamos anos tentando nos restringir a uma zona
de conforto imaginária, que na melhor das hipóteses
adiará este encontro fantástico com a diversidade,
com pessoas diferentes, em lugares diferentes, de uma
maneira talvez um pouco diferente daquela para a qual
fomos programados.
Inclusão é uma palavra rica, que envolve compreensão,
um novo olhar para o outro, e sobre tudo, um novo olhar
para nós mesmos. Inclusão não significa assimilação, não
13
há na inclusão uma perda de valores éticos , religiosos
e culturais, pelo contrário, é um adicional ao legado dos
nossos pais, é uma soma de culturas com total respeito
à diversidade, é na verdade quando temos a chance
de encararmos nossos valores e nossa moralidade de
frente.
Existem pessoas com deficiências aparentes, sejam
elas motoras, físicas ou mentais, estas deficiências
estão expostas, as outras pessoas que não se
enquadram neste quadro são aquelas com deficiências
ocultas em maior ou menor grau. O convite para que
venham participar da nossa festa pode ser feito agora,
pois todos cabem neste contexto inclusivo de iguais
diferentes.
Toda vida é sagrada e a inclusão é escolha pela vida, a
aceitação de nós mesmos e precisamos estar presentes
nesta celebração inclusiva, de convivência entre
diferentes. A partir do momento que nos aceitamos
como seres humanos, pessoas que vencem, que falham,
que acertam que erram, que também convivem com
suas própria limitações, ficamos mais aptos a aceitar
quem aparentemente não é como nós. Todos nós temos
a centelha divina, somos todos abençoados, há sempre
mais uma benção a ser dada e bênçãos são inclusivas.
Mesmo que muitas vezes nos pareça difícil, pois são
tantos os nossos questionamentos, toda vida é uma
dádiva, toda vida é um grande acontecimento.
A inclusão é a igualdade pela aceitação da diversidade,
é o caminho da paz social e o caminho da paz no
mundo, por mais difícil que está ideia nos pareça. É o
desenvolvimento de uma nova ordem, não é na verdade
uma ideia radical, mas, como já disse, uma escolha pela
vida, onde os pais de homossexuais poderão conviver
naturalmente com seus filhos, onde uma pessoa em
cadeira de rodas terá acesso aos ambientes, pessoas
com deficiência mental serão respeitadas ,os cegos e
surdos estarão integrados , enfim, a diversidade fará
parte do nosso cotidiano.
A inclusão sempre nos fará pensar no mundo em que
vivemos e em como desejamos que seja este mundo,para
nós,nossos filhos e nossos netos.É o reconhecimento
de que todos fomos feitos a imagem e semelhança de
Deus, e somos todos capazes de amar e amor é a chave
para inclusão.
Somos inclusivos, quando acreditamos que quem não
pensa como nós e não tem a nossa crença é merecedor
do mesmo respeito de que nós nos consideramos
dignos, somos também inclusivos quando acreditamos
que quem pensa como nós mas não tem exatamente
a nossa aparência é merecedor deste mesmo respeito,
somos também inclusivos quando acreditamos que
aqueles que não tem a mesma opção sexual são também
merecedores deste respeito.
14
Estamos mais próximos da inclusão quando encaramos
a velhice de frente, quando encaramos as doenças,
quando encaramos nossa auto rejeição, nosso medo da
morte. Se ainda não estamos hoje, todos nós estaremos
sujeitos a buscar a nossa própria inclusão, em algum
momento de nossas vidas, mesmo que seja em retorno,
como aquele que afastado de sua religião um dia ouve
um chamado e iniciará o caminho de volta, talvez não
seja tão fácil aprender as rezas, se relacionar com as
pessoas, ainda estranhas, mas é preciso voltar, se incluir,
se aproximar, compartilhar, fazer parte e acreditar.
Inclusão é amor, é abraçar a vida, é crença no divino,
é fé no potencial humano, é igualdade, diversidade, é
compartilhar, discordar, é respeito pela diferença, é
o caminho da paz, a busca da plenitude, exercício de
tolerância, diminuição brusca da violência, diversidade
na sala de aula, riqueza na nossa vida.
Vamos começar nas nossas casas, na nossa
comunidade e vamos sonhar juntos que este seja
realmente o nosso sonho, o sonho de um mundo
inclusivo, o sonho de um mundo melhor.
Como chamar os que têm deficiência?
Por: Romeu Kazumi Sassaki
Em todas as épocas e localidades, a pergunta que
não quer calar-se tem sido esta, com alguma variação:
“Qual é o termo correto - portador de deficiência, pessoa
portadora de deficiência ou portador de necessidades
especiais?” Responder esta pergunta tão simples é
simplesmente trabalhoso, por incrível que possa parecer.
Comecemos por deixar bem claro que jamais houve
ou haverá um único termo correto, válido definitivamente
em todos os tempos e espaços, ou seja, latitudinal e
longitudinalmente. A razão disto reside no fato de que a
cada época são utilizados termos cujo significado seja
compatível com os valores vigentes em cada sociedade
enquanto esta evolui em seu relacionamento com as
pessoas que possuem este ou aquele tipo de deficiência.
Os movimentos mundiais de pessoas com deficiência,
incluindo os do Brasil, estão debatendo o nome pelo
qual elas desejam ser chamadas. Mundialmente, já
fecharam a questão: querem ser chamadas de “pessoas
com deficiência” em todos os idiomas. E esse termo faz
parte do texto da Convenção Internacional para Proteção
e Promoção dos Direitos e Dignidade das Pessoas com
Deficiência, a ser aprovada pela Assembleia Geral da ONU
em 2005 ou 2006 e a ser promulgada posteriormente
através de lei nacional de todos os Países-Membros.
Eis os princípios básicos para os movimentos
terem chegarem a esse nome:
1. Não esconder ou camuflar a deficiência;
2. Não aceitar o consolo da falsa ideia de que todo
mundo tem deficiência;
3. Mostrar com dignidade a realidade da deficiência;
4. Valorizar as diferenças e necessidades decorrentes
da deficiência;
5. Combater neologismos que tentam diluir as
diferenças, tais como “pessoas com capacidades
especiais”, “pessoas com eficiências diferentes”,
“pessoas com habilidades diferenciadas”, “pessoas
deficientes”, “pessoas especiais”, “é desnecessário
discutir a questão das deficiências porque todos nós
somos imper feitos”, “não se preocupem, agiremos
como avestruzes com a cabeça dentro da areia” (i.é,
“aceitaremos vocês sem olhar para as suas deficiências”);
6. Defender a igualdade entre as pessoas com
deficiência e as demais pessoas em termos de direitos e
dignidade, o que exige a equiparação de oportunidades
para pessoas com deficiência atendendo às diferenças
individuais e necessidades especiais, que não devem ser
ignoradas;
7. Identificar nas diferenças todos os direitos que
lhes são pertinentes e a partir daí encontrar medidas
específicas para o Estado e a sociedade diminuírem ou
eliminarem as “restrições de participação” (dificuldades
ou incapacidades causadas pelos ambientes humano e
físico contra as pessoas com deficiência).
Conclusão
A tendência é no sentido de parar de dizer ou escrever
a palavra “portadora” (como substantivo e como
adjetivo). A condição de ter uma deficiência faz parte
da pessoa e esta pessoa não porta sua deficiência. Ela
tem uma deficiência. Tanto o verbo “portar” como o
substantivo ou o adjetivo “portadora” não se aplicam a
uma condição inata ou adquirida que faz parte da pessoa.
Por exemplo, não dizemos e nem escrevemos que uma
certa pessoa porta olhos verdes ou pele morena.
Uma pessoa só porta algo que ela possa não portar,
deliberada ou casualmente. Por exemplo, uma pessoa
pode portar um guarda-chuva se houver necessidade e
deixá-lo em algum lugar por esquecimento ou por assim
decidir. Não se pode fazer isto com uma deficiência, é
claro.
A quase totalidade dos documentos, a seguir
mencionados, foi escrita e aprovada por organizações
de pessoas com deficiência que, no atual debate
sobre a Convenção da ONU a ser aprovada em 2003,
estão chegando ao consenso quanto a adotar a
expressão “pessoas com deficiência” em todas as suas
manifestações orais ou escritas.
Escotismo e inclusão
Texto de MARILUCE GOMES N. MAIA PEREIRA - UEB-SP
O Escotismo, maior movimento de educação nãoformal para crianças e jovens de todo o mundo, desde
sua fundação, tem recebido pessoas com deficiência
em suas fileiras, ainda que esporadicamente, fruto de
iniciativas isoladas de Grupos Escoteiros ou de umas
poucas organizações escoteiras nacionais.
A Conferência Mundial do Movimento Escoteiro
de 1988 tomou importantes decisões sobre a prática
do Escotismo por deficientes físicos, defendendo a
opinião de que todos os líderes no Movimento têm
responsabilidade de promover o Escotismo para
pessoas com deficiência; recomendando a todas
as organizações escoteiras nacionais a rever seus
programas, a fim de satisfazer às necessidades de
todos os jovens, a despeito das deficiências que possam
ter; encorajando fortemente a todas as organizações
escoteiras nacionais que garantam a existência de uma
pessoa com influência na Equipe Nacional de Programa
responsável especificamente por promover o Escotismo
para deficientes; e instando as Organizações Escoteiras
Nacionais a que disponibilizem recursos suficientes para
a promoção efetiva do Escotismo com deficientes.
Os jovens devem ser os principais agentes de
seu próprio desenvolvimento, mesmo aqueles com
incapacidades, e o Movimento Escoteiro deve oferecerlhes – assim como faz aos demais jovens – plenas
oportunidades para envolvimento e participação.
Embora o conceito e a prática universal da inclusão
sejam muito recentes, os mesmos já eram preconizados
pelo Movimento Escoteiro, praticamente desde sua
fundação. O fundador do Escotismo afirmava que
“queremos especialmente ajudar o mais fraco a não
sentir suas fraquezas, e a ganhar esperança e força”.
Já em 1919, em seu livro “Aids to Scoutmastership”,
Baden-Powell afirma: “Por toda parte no Escotismo
há inúmeros meninos aleijados, surdo-mudos e cegos
que agora estão ganhando mais saúde, alegria e
esperança do que tinham antes. Baden-Powell percebeu
que algumas adaptações se faziam necessárias:”
A maioria desses meninos não é capaz de passar
nas provas escoteiras normais, sendo supridos com
provas especiais ou alternativas”. Além disso, em
consonância com a orientação dos nossos dias (isto
é, 80 a 90 anos a sua frente), ele adverte que devese evitar a superproteção ou paternalismo: “O que é
admirável nesses meninos é sua alegria e entusiasmo
para fazer tudo o que lhes for possível no Escotismo.
Eles não querem provas e tratamento mais especiais
do que o estritamente necessário.” Seguindo o mesmo
princípio, ele enfatiza a regra geral da educação: ajudá15
los a tornarem-se autônomos o máximo possível e a
adquirirem auto-estima: “O Escotismo os ajuda unindoos à uma fraternidade mundial, dando-lhes algo que fazer
e pelo que esperar, oferecendo-lhes uma oportunidade
de provar a si mesmos e aos outros que eles podem
fazer coisas por si mesmos – e coisas difíceis também”
Integração x inclusão
Dicas para Conviver e Apoiar Pessoas com Deficiência
Fonte: http://w w w2.camara.gov.br
O Movimento Escoteiro mundial adere à idéia da
inclusão da pessoa com deficiência, e não da simples
integração da mesma. Cabendo, portanto, diferenciar
os termos integração e inclusão, de modo que, um
entendimento claro do conceito inclusão, venha evitar
erros na implantação e operacionalização do Escotismo
para Todos no Brasil.
Apresentamos a seguir algumas orientações que as
pessoas podem seguir nos seus contatos com as pessoas
com deficiência. Não são regras, mas esclarecimentos
resultantes da experiência de diferentes pessoas que
atuam na área e que apontam para as especificidades
dos diferentes tipos de deficiências.
Não se trata de uma mera troca de verbos, mas de
novo olhar sobre a pessoa com deficiência como sendo
alguém que se insere no “nós”, no “todos”.
Como chamar:
Quando atingirmos esse progresso, esse grau de
desenvolvimento humano, essa naturalidade diante da
diversidade, o preconceito e a segregação serão uma
realidade muito distante. Quando o objetivo da verdadeira
inclusão houver ocorrido, o fato de uma pessoa sofrer um
acidente e transformar-se num portador de deficiência
significará apenas que suas aptidões mudaram e que ela
deve adequar-se a uma nova condição de vida, também
repleta de oportunidades.
Tanto a integração quanto a inclusão, constituem
formas de inserção social das pessoas com deficiência.
Com o diferencial de que, na prática da integração –
definida mais claramente nas décadas de 60 e 70 –
era baseada no “modelo médico”, visando modificar
(habilitar, reabilitar, educar) a pessoa com deficiência,
para torná-la apta a satisfazer os padrões aceitos no
meio social (familiar, escolar, profissional, recreativo,
ambiental).
Já a prática da inclusão, que se inicia na década de
80 e se consolida nos anos 90, vem seguindo o “modelo
social”, segundo o qual a nossa tarefa é modificar a
sociedade para torná-la capaz de acolher todas as
pessoas que, uma vez incluídas nessa sociedade
em modificação, poderão ser atendidas em suas
necessidades comuns e/ou especiais.
Assim:
16
“As necessidades de aprendizagem dos incapacitados
exigem atenção social. São necessários passos para
se oferecer igualdade de acesso à educação a todas
as categorias de pessoas incapacitadas como parte
integral do sistema educacional”.
•Prefira usar o termo hoje mundialmente aceito:
“pessoa com deficiência (física, auditiva, visual ou
intelectual)”, em vez de “portador de deficiência”,
“pessoa com necessidades especiais” ou “portador
de necessidades especiais”;
•Os termos ”cego” e “surdo” podem ser utilizados;
•Jamais utilizar termos pejorativos ou depreciativos
como “deficiente”, “aleijado”, “inválido”, “mongol”,
“excepcional”, “retardado”, “incapaz”, “defeituoso”
etc.
Pessoas com deficiência física
•É importante perceber que para uma pessoa sentada
é incômodo ficar olhando para cima por muito tempo.
Portanto, ao conversar por mais tempo que alguns
minutos com uma pessoa que usa cadeira de rodas, se
for possível, lembre-se de sentar, para que você e ela
fiquem com os olhos no mesmo nível.
•A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas)
é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma
extensão do seu corpo. Apoiar-se na cadeira de rodas
é tão desagradável como fazê-lo numa cadeira comum
onde uma pessoa está sentada.
•Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o
com cuidado. Preste atenção para não bater naqueles
que caminham à frente. Se parar para conversar com
alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para
que a pessoa também possa participar da conversa.
Integração:
inserção
da
pessoa
deficiente
devidamente preparada para conviver na sociedade.
•Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à
pessoa com deficiência.
Inclusão: modificação da sociedade como prérequisito para a pessoa com necessidades especiais
buscar seu desenvolvimento e exercer a cidadania.
•Se achar que ela está em dificuldades, ofereça ajuda
e, caso seja aceita, pergunte como deve proceder.
As pessoas têm suas técnicas individuais para subir
escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa de
ajuda inadequada pode até atrapalhar. Outras vezes, o
auxílio é essencial. Pergunte e saberá como agir e não
se ofenda se a ajuda for recusada.
•Se você presenciar um tombo de uma pessoa com
deficiência, ofereça-se imediatamente para auxiliá-la.
Mas nunca aja sem antes perguntar se e como deve
ajudá-la.
•Esteja atento para a existência de barreiras
arquitetônicas quando for escolher uma casa,
restaurante, teatro ou qualquer outro local que queira
visitar com uma pessoa com deficiência física.
•Não se acanhe em usar termos como “andar” e
“correr”. As pessoas com deficiência física empregam
naturalmente essas mesmas palavras.
Pessoas com deficiência visual
•É bom saber que nem sempre as pessoas com
deficiência visual precisam de ajuda. Se encontrar
alguém que pareça estar em dificuldades, identifiquese, faça-a perceber que você está falando com ela e
ofereça seu auxílio.
•Nunca ajude sem perguntar como fazê-lo. Caso
sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mão da
pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o
movimento do seu corpo enquanto você vai andando.
Num corredor estreito, por onde só é possível passar
uma pessoa, coloque o seu braço para trás, de modo
que a pessoa cega possa continuar seguindo você.
•É sempre bom avisar, antecipadamente, sobre a
existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e
outros obstáculos durante o trajeto.
•Ao explicar direções, seja o mais claro e específico
possível; de preferência, indique as distâncias em
metros (“uns vinte metros à nossa frente”, por
exemplo). Quando for afastar-se, avise sempre.
•Algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de
voz mais alto quando conversam com pessoas cegas.
A menos que ela tenha, também, uma deficiência
auditiva que justifique isso, não faz nenhum sentido
gritar. Fale em tom de voz normal.
•Não se deve brincar com um cão-guia, pois ele tem a
responsabilidade de guiar o dono que não enxerga e
não deve ser distraído dessa função.
•As pessoas cegas ou com visão subnormal são como
você, só que não enxergam. Trate-as com o mesmo
respeito e consideração dispensados às demais
pessoas. No convívio social ou profissional, não as
exclua das atividades normais. Deixe que elas decidam
como podem ou querem participar.
•Fique à vontade para usar palavras como “veja” e
“olhe”, pois as pessoas com deficiência visual as
empregam com naturalidade.
Pessoas com paralisia cerebral
•A paralisia cerebral é fruto da lesão cerebral, ocasionada
antes, durante ou após o nascimento, causando
desordem sobre os controles dos músculos do corpo.
A pessoa com paralisia cerebral não é uma criança,
nem é portador de doença grave ou contagiosa.
•Trate a pessoa com paralisia cerebral com a mesma
consideração e respeito que você usa com as demais
pessoas.
•Quando encontrar uma pessoa com paralisia cerebral,
lembre-se que ela tem necessidades específicas,
por causa de suas diferenças individuais, e pode ter
dificuldades para andar, fazer movimentos involuntários
com pernas e braços e apresentar expressões
estranhas no rosto.
•Não se intimide, trate-a com naturalidade e respeite
o seu ritmo, porque em geral essas pessoas são mais
lentas. Tenha paciência ao ouvi-la, pois a maioria tem
dificuldade na fala. Há pessoas que confundem esta
dificuldade e o ritmo lento com deficiência intelectual.
Pessoas com deficiência auditiva
•Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas
pessoas surdas não falam porque não aprenderam a
falar. Algumas fazem a leitura labial, outras não.
•Ao falar com uma pessoa surda, acene para ela ou
toque levemente em seu braço, para que ela volte
sua atenção para você. Posicione-se de frente para
ela, deixando a boca visível de forma a possibilitar a
leitura labial. Evite fazer gestos bruscos ou segurar
objetos em frente à boca. Fale de maneira clara,
pronunciando bem as palavras, mas sem exagero. Use
a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para
falar mais devagar.
•Ao falar com uma pessoa surda, procure não ficar
contra a luz, e sim num lugar iluminado.
•Seja expressivo, pois as pessoas surdas não podem
ouvir mudanças sutis de tom de voz que indicam
sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou
seriedade, e as expressões faciais, os gestos e o
movimento do seu corpo são excelentes indicações
do que você quer dizer.
•Enquanto estiver conversando, mantenha sempre
contato visual. Se você desviar o olhar, a pessoa surda
pode achar que a conversa terminou.
•Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção.
Se tiver dificuldade para compreender o que ela está
17
dizendo, não se acanhe em pedir para que repita.
Geralmente, elas não se incomodam em repetir
quantas vezes for preciso para que sejam entendidas.
Se for necessário, comunique-se por meio de bilhetes.
O importante é se comunicar.
•Mesmo que pessoa surda esteja acompanhada de um
intérprete, dirija-se a ela, e não ao intérprete.
•Algumas pessoas surdas preferem a comunicação
escrita, outras usam língua de sinais e outras ainda
preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser
lentos, requerem paciência e concentração. Você pode
tentar se comunicar usando perguntas cujas respostas
sejam sim ou não. Se possível, ajude a pessoa surda a
encontrar a palavra certa, de forma que ela não precise
de tanto esforço para transmitir sua mensagem. Não
fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua conversa.
Pessoas com deficiência intelectual
•Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa
com deficiência intelectual.
•Trate-a com respeito e consideração. Se for uma
criança, trate-a como criança. Se for adolescente,
trate-a como adolescente, e se for uma pessoa adulta,
trate-a como tal.
•Não a ignore. Cumprimente e despeça-se dela
normalmente, como faria com qualquer pessoa.
•Dê-lhe atenção, converse e verá como pode ser
divertido. Seja natural, diga palavras amistosas.
•Não superproteja a pessoa com deficiência intelectual.
Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que
puder. Ajude apenas quando for realmente necessário.
•Não subestime sua inteligência. As pessoas com
deficiência intelectual levam mais tempo para aprender,
mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e
sociais.
Unidade 7: Conselho de Pais e Mobilização de Adultos
O Estatuto da UEB diz: “O Conselho de Pais é o
órgão de apoio familiar à educação escoteira, e se reúne
periodicamente, pelo menos a cada semestre, para
conhecer o relatório das atividades passadas, assistir as
atividades escoteiras dos membros juvenis e participar
do planejamento.“ Mas, como há cerca de 3 a 5 Ciclos
de Programa num ano, é interessante realizar uma
Reunião do
“Conselho de Pais” por Ciclo
É no Conselho de Pais da Seção que os Escotistas
têm a oportunidade de entrar em contato direto com os
pais ou responsáveis dos jovens da sua Seção. Na pauta
deste Conselho devem constar os seguintes assuntos:
•Atividades já realizadas e suas avaliações;
•Calendário do próximo período de planejamento;
•Participação dos
planejamento;
pais
no
próximo
período
de
•Situação financeira da Tropa;
•Projetos da Tropa;
•Etc.
Os Escotistas deverão criar mecanismos para
incentivar a participação de todos os responsáveis
18
nos Conselho de Pais. Deverá ser encaminhado, com
antecedência, um informativo contendo a pauta da
reunião e a importância da participação dos mesmos na
vida Escoteira dos jovens dos quais são responsáveis.
Onde os pais podem ser aproveitados na seção
Estando estabelecida a comunicação entre os
escotistas da seção e os pais podemos citar alguns
trabalhos que podem ser executados pelos pais da
seção.
•É importante colaborar nas atividades externas
da Seção de seus filhos, seja contribuindo com o
deslocamento dos escoteiros, seja com a ajuda
para a elaboração e transporte dos equipamentos e
refeições da tropa. Esta se constitui numa excelente
oportunidade de conhecer um pouco mais os colegas
de seu filho no Grupo Escoteiro.
•Desejando contribuir mais com a Seção de seu filho,
ou mesmo outra Seção do Grupo Escoteiro, o pai
ou a mãe pode se oferecer para colaborar como
Auxiliar Administrativo ou Auxiliar de Mobilização de
Pais da Seção. Outra forma de ajudar seria colaborar
como Instrutor e/ou Avaliador de Especialidades,
que constituem numa ampla relação de habilidades
a serem aprendidas e demonstradas pelos membros
juvenis, em três níveis.
•Também podem ajudar de forma mais efetiva a
alguma Seção do Grupo Escoteiro, colaborando como
Assistente de uma Seção, com a qual tenha mais
afinidade pela faixa etária de seus integrantes. Pode
ser realizado um estágio, em várias Seções, para
escolher aquela que prefere.
•Outra maneira de contribuir é colaborando em
projetos que seção escoteira necessita, tais como
levantamento de preços de materiais para acampar, ou
campanhas de arrecadação de fundo as para promover
acampamentos.
•Quem aprecia mais a área administrativa, também
pode ajudar à Diretoria de Grupo, contribuindo como
Adjunto a algum dos Diretores do Grupo Escoteiro. Para
o exercício dessa função também pode ser realizado
um estágio experimental, negociado com o respectivo
titular da função de Diretor. Verifique no Regulamento
do Grupo Escoteiro ou pergunte a algum dos Diretores,
quais são as funções que existem e quais necessitam
mais de ajuda.
Além de estabelecer um excelente círculo de
amizades, como seus filhos encontrarão motivos para
seu constante auto aper feiçoamento para contribuir
com a formação de uma nova geração mais responsável
e solidária.
Como montar um conselho de pais
Comunicar aos pais o horário, local e data do conselho,
procurando sempre ter uma certa antecedência para que
o pai se programe.
•Certificar-se que todos estão cientes da reunião
•Relembrar na semana da reunião que a mesma irá
acontecer
•Deixar preparada uma lista de participação para ser
assinada pelos pais
•Montar em conjunto com os escotistas da tropa com
antecedência a pauta a ser discutida
•Não divagar durante o conselho
•Ser direto e sucinto nos tópicos abordados
•Nomear um escotista para secretaria-lo durante a
reunião
•Não deixar a reunião muito comprida
•Encaminhar a todos os pais um resumo dos assuntos
discutidos e acordados.
Caso haja necessidade de uma conversa sobre
uma determinada criança/jovem sobre um assunto
específico, recomenda-se que sejam tratado separado e
após o Conselho, com seus respectivos pais.
Orientações básicas para uma boa reunião:
Para que sua reunião tenha sucesso, é necessário
levar em conta estas três partes principais:
Antes: escolha e arrumação do local, autorizações,
pauta, avisos, sinalização, convites (aos interessados),
material de apoio, recursos audiovisuais, bem-estar
(água, café, sanitários, etc.);
Durante: recepção dos convidados, apresentação das
pessoas, integração, apoio no andamento da reunião,
etc.;
Depois: agradecimentos, arrumação do local, guarda
dos materiais, etc.
Fonte: Partes deste texto foram extraídos do material
Escotistas em Ação!
•Montar o ambiente onde a reunião ira acontecer com
antecedência da mesma, porem no dia.
Unidade 8: O Grupo Escoteiro como unidade familiar
O Grupo Escoteiro é composto de membros de várias
faixas etárias. Tal como na família, existem características
diferentes: enquanto os jovens aprendem brincando,
jogando e ser vindo. Os mais velhos transmitem sua
experiência e viabilizam atividades.
O Grupo Escoteiro deve oferecer aos jovens um
plano contínuo, a fim de suprir suas necessidades
físicas, mentais, intelectuais, sociais e espirituais. Estas
necessidades variam conforme a idade dos jovens, e para
atendê-las existem as Seções nas quais, de acordo com
o desenvolvimento de cada um, vão sendo beneficiados
através da progressividade do Método Escoteiro.
Para que o Escotismo tenha a oportunidade de
contribuir para formação do jovem, é importante que ele
permaneça no Grupo vivenciando várias Seções. Todo
Grupo Escoteiro deve empenhar-se para ter todas as
19
Seções.
Embora sejam autônomas, deve haver sempre um
relacionamento harmonioso, fraterno, cooperativo e
respeitoso entre as Seções do Grupo Escoteiro para
que haja progressividade na passagem do jovem pelo
Movimento Escoteiro, e não ocorram evasões.
Para isso, é indispensável que as Seções, embora
funcionando independentes umas das outras, estimulem
a vida em comum de toda a família escoteira, através
de atividades de Grupo, além daquelas que são feitas
por Seção, Patrulhas ou Equipes de Interesse, a fim de
despertar nos jovens o prazer e a vontade de passarem
para a seção seguinte, isso é importante, porque:
e) Ajudar ao jovem a passar de uma seção para outra
com facilidade e com aceitação, sem traumas, sem
dúvidas, sem incertezas;
f) Permitir que os Escotistas se dediquem,
exclusivamente, à parte técnica do seu trabalho –
Atender aos jovens;
g) Propiciar ajuda de um maior número de pessoas,
tanto na Diretoria quanto na Parte Técnica, através do
desenvolvimento dos processos estabelecidos pelas
Diretrizes Nacionais para Gestão de Recursos Adultos:
CAPTAÇÃO, FORMAÇÃO E ACOMPANHAMENTO.
Como os Pais participam da vida do Grupo Escoteiro
a) O jovem começa a perceber o verdadeiro sentido
da progressividade dentro do Movimento Escoteiro,
fazendo com que ele sinta a importância de crescer em
conhecimento e atitudes.
b) A família se compromete mais com o processo
educacional do Escotismo quando verifica o quanto o
Movimento está contribuindo para a formação do seu
filho.
c) A integração entre os jovens e Escotistas de todas
as Seções favorece as passagens de um ramo para
outro.
Os vínculos existentes entre as Seções devem ser
sempre explorados para oferecer aos jovens um trabalho
contínuo capaz de torná-los membros participativos e
úteis em suas comunidades.
O Movimento Escoteiro contribui quando:
•O jovem vivencia várias seções.
•Existe integração entre as seções.
•A família se compromete com o processo educacional.
A importância do grupo como unidade familiar reside
em:
a) Proporcionar uma formação contínua, do Lobinho
ao Pioneiro;
b) Assegurar que a formação seja progressiva e que
os interesses dos jovens sejam atendidos, que cada um
deles amplie continuamente seus conhecimentos e sua
perspectiva de vida bem sucedida;
c) Assegurar a vivência da Lei e Promessa Escoteira;
d) Evitar que as Seções promovam atividades que
não estão de acordo com os elementos do Programa de
cada Ramo;
20
A participação dos pais é um fator de motivação e
altamente gratificante para os filhos. Os pais devem
estar presentes nos momentos significativos da vida
escoteira do jovem, tais como:
•Promessa
•Entrega dos certificados das especialidades especiais
•Passagem de um Ramo para outro
•Etc
O Grupo Escoteiro é administrado pelos voluntários que
são eleitos nas Assembleias de Grupo para os cargos de
Diretor Presidente, Diretor Financeiro e Diretor Administrativo,
além dos Conselhos de Pais das Seções.
Assim, receber bem e acolher a todos desde o momento
da inscrição, faz com que se sintam importantes, úteis e
queridos, facilitando o entrosamento e a cooperação.
O trabalho com os pais deve ser constante. Não existe
um Grupo Escoteiro sem pais, pois a tarefa de educar os
filhos compete a eles. Assim, quando um pai procura um
Grupo Escoteiro, significa que está interessado em que seu
filho usufrua do complemento educacional oferecido pelo
Movimento Escoteiro. Porém, é necessário deixar bem claro
que a função do Escotismo é complementar a formação
dos jovens não tendo a pretensão de substituir a escola, a
orientação religiosa ou a figura dos pais ou responsáveis.
Cabe, portanto, aos pais, a partir do momento que se
associam a um Grupo Escoteiro, contribuir de todas as
maneiras para que seus filhos possam participar das reuniões,
acampamentos e outras atividades do Grupo, além de
fornecer aos adultos que atuam nas seções, condições para
que eles possam desempenhar suas funções beneficiando os
jovens com essa complementação educacional.
A participação dos pais, em atividades especiais com
seus filhos, propiciam um melhor entendimento do Método
Escoteiro e a integração da família.
Esta participação, contudo, não deve se limitar apenas
ao pagamento das mensalidades ou estar presentes em
algumas atividades especiais, mas ser consolidada em
oportunidades tais como organizar campanhas financeiras,
preparar passeios para pais e filhos, festividades do Grupo,
participar de Conselhos de Pais das seções, etc.
A omissão dos pais no processo educacional que o
Escotismo oferece, inviabiliza a existência do Grupo e o
primeiro sintoma é a sobrecarga dos Chefes, em seguida a
evasão. É muito difícil trabalhar com jovens cujos pais não
participam ativamente da vida do Grupo.
Os pais podem e devem participar como Escotistas
ou Dirigentes Institucionais, mesmo quando não tiveram
experiência prévia em Escotismo. A maioria dos Grupos,
geralmente, tem um significativo percentual de pais
participando em cargos de chefia ou como membro da
diretoria.
Os pais são os responsáveis pela existência do Grupo
Escoteiro. Assim, é necessário que no relacionamento dos
pais com o Grupo fique claro que seu filho terá direito de
participar das atividades enquanto eles, pais, cumpriram
esse compromisso. Isso deve ser dito com cortesia, porém
com firmeza, na entrevista inicial, quando inscreverem
os filhos no Grupo Escoteiro, pois é necessário que eles
compreendam que o trabalho educacional do Movimento
Escoteiro é revestido de muita seriedade e isso, irá
repercutir, sem dúvida, na formação do caráter de seus
filhos, como algo duradouro e valioso.
É impossível aceitar trabalhar com jovens cujos pais não
assumem o papel de responsáveis diretos e constantes pela
educação dos próprios filhos.
Quando uma família visita o Grupo Escoteiro com o
propósito de tomar informações sobre o Movimento Escoteiro,
um membro do Grupo, especialmente designado e treinado,
realiza a primeira entrevista. As informações devem ser
curtas e precisas e o entrevistador deve mostrar segurança e
entusiasmo pelo Escotismo.
Quando a nova família ingressa no Grupo são realizadas
reuniões cujo objetivo é integrá-la no Grupo.
Explica-se aos responsáveis o Propósito do Movimento
Escoteiro, a estrutura e o Regulamento do Grupo, os direitos e
deveres e os custos diretos e indiretos.
O Chefe da Seção explica aos responsáveis o processo
educacional do Movimento Escoteiro, suas responsabilidades
e as dos jovens, a carga horária e os tipos de atividades.
Integração dos Pais
•Receber bem desde a primeira visita (informações
sobre Escotismo e inscrição na lista de espera)
•Promover uma Palestra Informativa sobre Escotismo e
informar sobre os direitos e deveres por ocasião da
admissão
•Criar um ambiente agradável no Grupo para os pais
Participação dos Pais
•Convidar para as cerimônias dos filhos
•Receber reclamações e sugestões
•Esclarecer dúvidas e nunca deixar perguntas sem
respostas
•Incentivar visitas em atividades e acampamentos
•Promover Conselho de Pais das Seções
•Criar oportunidades de trabalho no Grupo.
Pelo menos uma vez a cada semestre deverá ser
realizado um Conselho de Pais da Seção, para atender
aos seguintes objetivos:
•Conhecer os Chefes que atuam com seus filhos.
•Conhecer o processo educacional do Movimento
Escoteiro.
•Opinar sobre a programação da Seção, inclusive sobre
os custos.
•Apresentar dúvidas, reclamações e sugestões.
•Programar atividades em conjunto para pais e filhos.
•Assumir tarefas nas atividades da Seção.
Os pais normalmente têm programações concorrentes
para realizar fora do Escotismo no mesmo horário. Eles
trocam estas atividades para ficar no Grupo desde que:
•Seja valorizada sua presença
•Existam tarefas específicas para serem feitas (cantina,
secretaria, manutenção e construção da sede ou
algum canto de patrulha)
•Exista um local para que os pais possam se reunir e
conversar (cantinho do tricô, roda de música, local
para jogos)
•Reunião ou palestras sobre um tema específico de seu
interesse.
A participação dos pais em acampamentos ou
atividades escoteiras é muito útil. Eles podem realizar
ser viços de apoio, transporte, distribuição ou preparo
de alimentação, segurança, limpeza e outros ser viços.
Na área técnica, eles podem participar como instrutores
de especialidades e mesmo como assistentes. As
participações em atividades e especialmente na área
técnica devem ocorrer sob a coordenação da Chefia,
após a avaliação das potencialidades e conveniência.
21
Porém, antes de levar pais para acampamentos,
devemos estar atentos para os seguintes passos:
•Definir com os pais, antes da atividade, como serão
suas refeições e, principalmente, quais os limites em
relação ao consumo de bebidas alcoólicas.
•Definir o alojamento.
•Criar um ambiente que os pais possam ter atividades
livres, que não inter firam com as atividades dos jovens
no período em que não estiverem prestando ser viços.
•Evitar inter ferências nas atividades dos jovens, exceto
no caso de riscos de acidentes, por solicitação da
Chefia ou em casos de emergência.
Além disso, os Grupos podem coletar em um livro
as sugestões dadas pelos pais sobre os mais variados
temas e posteriormente envolvê-los na execução da
sugestão.
Temas que podem ser incluídos:
•Organizações de festas.
Este tipo de abordagem, normalmente, cria nos
pais a expectativa de que alguma de suas sugestões
poderá ser efetivada. Não aproveitar boas ideias ou não
envolver a pessoa que sugeriu na execução, geralmente,
causa desmotivação e afastamento.
Atividades do Grupo
As atividades do grupo têm os seguintes objetivos:
•Promover o conhecimento mútuo de todos os membros
do Grupo;
•Promover o desenvolvimento do sentimento de
unidade do entre os membros do Grupo;
•Confraternização entre os membros do Grupo;
•Atrair os pais para um convívio mais intenso e aproximálos do Grupo;
•Identificar recursos humanos para
Escotistas ou Dirigentes do Grupo;
atuar
como
•Arrecadar fundos para o Grupo.
•Construção e manutenção da sede.
•Materiais disponíveis que podem ser aproveitados.
•Comerciantes que possam fornecer descontos para
determinadas mercadorias.
As atividades do Grupo podem ser as mais diversas
possíveis de acordo com as finalidades desejadas:
técnicas, mistas, de lazer, de confraternização, etc.
•Locais de acampamento, incluindo as características
do local, croqui e nome dos proprietários.
Os pais se comprometem com o Grupo quando:
•Disponibilidade de transporte.
•Indicação de pessoas de seu círculo de amizade que
possam contribuir como Instrutores ou como Chefes.
•Tipos de ser viço que os pais gostariam de realizar em
benefício do Grupo
•Atividades que os pais gostariam de realizar no Grupo
Escoteiro durante as reuniões ou em outro horário,
incluindo bivaques e acampamentos.
•São bem recebidos e se sentem integrados como
membros da família.
•Recebem informações convincentes sobre o Movimento
Escoteiro e confiam nos Chefes e Dirigentes.
•Recebem tarefas que permitem sentirem-se úteis e
queridos no Grupo
Unidade 9: Lei e Promessa
Valores contidos na Lei e na Promessa Escoteira
Os valores Escoteiros são aqueles estabelecidos nos
princípios do Movimento Escoteiro, e expressos na Lei
e na Promessa Escoteira. Entre outros, temos: Amor
ao Próximo, Amizade, Respeito à Natureza, Disciplina,
Honestidade, Fraternidade, Lealdade, Responsabilidade,
Religiosidade, Cortesia, Sinceridade, Autocontrole,
Coerência e Dignidade de pensamentos, palavras e
ações.
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Não é um punhado arbitrário de regras a serem
seguidas cegamente, mas sim um conjunto de valores
reais que, incorporados à natureza dos jovens membros
do Movimento, levarão ao seu desenvolvimento
enquanto pessoas, de modo abrangente e equilibrado.
Assim, ao final de sua permanência como beneficiário
do Movimento, eles poderão se identificar com o per fil
do Homem e da Mulher que pretendemos oferecer à
sociedade.
A respeito da Lei Escoteira, podemos relacionar os
seguintes valores:
•Responsabilidade - Ser responsável é ser digno de
confiança, coerente, honrado; (1º Artigo da Lei)
•Lealdade - Ser leal é ser fiel aos seus compromissos,
sincero, franco e honesto; (2º Artigo da Lei)
•Cortesia - Ser cortês é ser polido, bem-educado; (5º
Artigo da Lei)
•Sinceridade - Ser sincero é ser honesto, correto; (1º e
2º Artigos da Lei)
•Autocontrole - Ter autocontrole é ter disciplina,
autodomínio físico e psíquico; (7º Artigo da Lei)
A Lei Escoteira é um código de conduta que se oferece
aos jovens, para que eles escolham e orientem seu
caminho na vida. É uma proposta, e não uma imposição.
Uma proposta positiva, não arbitrária, escrita em uma
linguagem próxima à dos jovens e respaldada em razões
que nos convidam a adotá-la. Em um nível ideal, a
Lei Escoteira estabelece os princípios que devem ser
aceitos e subscritos, voluntariamente, por todo membro
do Movimento.
Há primeiro o princípio Espiritual: “Dever para com
Deus”. Ele não está ligado a qualquer cultura ou filosofia
e aplica-se, igualmente, a todas as expressões da
dimensão espiritual do Homem, seu conceito de vida e
sua necessidade de pensamentos mais absolutamente
elevados. Os Escoteiros, sejam eles budistas ou
cristãos, muçulmanos ou hindus, aceitam esta dimensão
e encontram, no Movimento, meios para nutrir a fé,
exprimir as crenças e prosseguirem em sua busca de
valores espirituais.
Há também um princípio social: “Dever para com os
demais”. Este é a expressão da solidariedade, a nível
local, nacional e internacional. Implícito neste princípio
está um compromisso de ser vir aos demais por meio de
ação concreta, participação no desenvolvimento e boa
vontade em liderar e trabalhar conjuntamente.
O terceiro é um princípio pessoal: “Dever para consigo”.
Este é a responsabilidade de crescer. Cada indivíduo
sendo o artesão do seu próprio desenvolvimento, a ele
compete conduzir-se de maneira responsável, realizando
seu potencial. A moderna psicologia tem como grande
tema que, mesmo sob pressão, o indivíduo pode libertarse e viver seu destino – mas ninguém pode fazê-lo em
seu lugar.
Os Artigos da Lei Escoteira
1. O Escoteiro tem uma só palavra e sua Honra vale
mais que sua própria vida – O Escoteiro é uma pessoa
de confiança, isto é, seus atos e suas palavras são
coerentes com sua vida interior. Ele é sincero, autêntico,
franco. Para ser digno de confiança é preciso amar a
verdade e ser fiel ao verdadeiro, é saber que mais vale
uma tristeza autêntica do que uma falsa alegria. Um
verdadeiro Escoteiro não troca sua Honra por dinheiro,
sucesso, fama ou poder;
2. O Escoteiro é leal – Ser leal ou fiel é persistir em
nossa fé naquilo que é importante, é crer ativamente
na constância de nossos valores. Para os Escoteiros as
coisas dignas de fidelidade se expressam na síntese
de nossa Promessa: o amos à Deus, o ser viço ao país,
sua terra e sua gente, e no esforço contínuo para
viver os valores contidos na Lei Escoteira: a verdade, a
solidariedade, a proteção à vida e à natureza, a alegria,
a limpeza de coração
3. O Escoteiro está sempre alerta para ajudar o próximo
e pratica diariamente uma boa ação – Ser vir ao próximo
é olhar com atenção e respeito para o ser humano, é
descobrir e aceitar o outro tal como ele é, pondo-se
livremente a ser viço dos demais para que cada um seja,
dentro de sua própria dignidade, tudo aquilo que está
chamado a ser. Ser vimos porque entendemos que, pelo
ser viço, nos encontramos com o Homem, e assim nos
aproximamos de Deus.
4. O Escoteiro é amigo de todos e irmão dos demais
Escoteiros – Ser amigo é compartilhar com todos, é
praticar o desprendimento, é abrir nossas vidas para que
os outros tenham nela um espaço. Quem compartilha
descobre que todos nós temos algo a dizer, que nós
todos necessitamos de espaço para nos manifestarmos,
que todos merecemos ser respeitados e apreciados.
5. O Escoteiro é cortês – É ser amável, é ser capaz de
acolher e aceitar o outro porque só lhe deseja o bem, não
simplesmente fazer gestos educados que se esgotam na
aparência, é ser verdadeiramente gentil.
6. O Escoteiro é bom para os animais e as plantas –
Ele respeita a vida pelo que ela realmente é e protege
a natureza, tomando consciência da relação que existe
entre o Homem e as demais espécies animais e vegetais.
7. O Escoteiro é obediente e disciplinado – Para o
Escoteiro, ser obediente e disciplinado significa se
organizar e não fazer nada pela metade. Quando se
compromete, age de acordo com o compromisso
assumido, porque sabe que foi assumido com pessoas
que confiaram em sua palavra. Ele organiza sua vida
porque valoriza o trabalho em equipe e entende que no
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cumprimento dos compromissos assumidos entre todos
reside o êxito de qualquer tarefa.
8. O Escoteiro é alegre e sorri nas dificuldades – A vida
precisa ser enfrentada com alegria e boa disposição de
espírito. A alegria de viver não impede que encaremos
com seriedade nossas obrigações e relações. Alegria
não é rir dos outros, é alegre quem ri com os demais e
a todos convida a rir, compartilhando sua alegria. É ser
otimista e enfrentar o que vier pela frente com humor e
força de vontade, acreditando sempre no sucesso.
9. O Escoteiro é econômico e respeita o bem alheio –
Descobrindo nossas potencialidades podemos, por meio
delas, inter vir na construção do mundo, contribuir com
o máximo que formos capazes de fazer, de um modo
criativo e consciente da diversidade das capacidades
e expressões humanas. O Escoteiro valoriza o trabalho.
Ser econômico não é ser avarento, é usufruir das coisas
sem desperdício, é respeitar e valorizar o que se tem e
o que não nos pertence.
10. O Escoteiro é limpo de corpo e alma – O Escoteiro tem
integridade na alma, possui retidão de espírito. Pratica a
bondade porque ela faz parte de si, é verdadeiro. Esse
artigo nos convida a fazer um questionamento constante
sobre o quanto de integridade existe em nossa alma, no
que pensamos, dizemos e fazemos.
O primeiro compromisso é com Deus, o jovem deve
intensificar a relação de amizade com Ele e promete
orientar sua vida pelo amor: Amor ao próximo, à sua
família, a seus amigos, à Criação, a seu país. A presença
de Deus é parte da relação pessoal que com Ele
estabelece cada jovem, é um gesto do reconhecimento
do vínculo que os une.
O compromisso com a Pátria é ser vir à terra em que
vivemos, é proteger a natureza, garantir a fertilidade
do solo, manter puro o ar e limpa a água, eliminar o
lixo, não contaminar e proteger o ambiente. É assumir
um compromisso com a gente dessa terra, a justiça,
como fundamento da paz, com os que mais sofrem,
com os pobres e os marginalizados, os segregados e os
excluídos. É respeitar a cultura da gente que vive nesta
terra, amar a música, as tradições, os estilos culturais
que fazem parte de nossa identidade.
A boa ação que os jovens se propõe a fazer todos os
dias é um convite para agir, a converter o compromisso
em fatos concretos.
A Promessa Escoteira
“Prometo, p ela minha Honra, fazer o melhor possível
para
Cumprir meus deveres para com Deus e a Pátria,
Ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião e
Obedecer à Lei Escoteira”
A Promessa Escoteira é o ato que oficializa a adesão
do jovem aos princípios e aos valores do Movimento
Escoteiro. A Lei está ligada, de maneira inseparável, à
Promessa, que, de fato, dá validade, realidade e, até
mesmo, efetividade a ela. Através da Promessa, o jovem
compromete-se, sem compulsão, de livre e espontânea
vontade. Como penhor desse comprometimento, ele cita
sua Honra. Porém, ele se compromete, simplesmente, a
fazer o melhor de si mesmo para cumprir seu compromisso.
Esperar que ele nunca falte ao compromisso assumido
seria esperar demais da natureza humana, mas promete
sinceramente fazer tudo o que se espera dele.
Unidade 10: Cardápios de atividades (Nutrição e balanceamento)
Planejar Cardápios
Antes de fazer o cardápio da sua próxima atividade é
essencial que o escotista e sua patrulha/clã levem em
consideração alguns fatores que influenciam diretamente
na sua confecção.
Embora possam existir algumas semelhanças, não
dá para planejar um cardápio para um acampamento
fixo e pretender utilizá-lo também em uma jornada ou
acampamento volante, já que este tipo de atividade
requer um cardápio diferenciado que leve em conta as
suas peculiaridades.
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Da mesma, não podemos crer que uma jornada
realizada no verão por algumas praias deva ter o mesmo
cardápio que uma travessia realizada no inverno na
serra.
Acampamentos Fixos X Jornadas
Ao confeccionar um cardápio para uma jornada
devemos ter em mente três pontos fundamentais:
•Preparação simples e rápida das refeições (curto
tempo de cozimento)
•Conser vação dos alimentos
•Relação peso x volume
De fato, ao planejarmos o cardápio de um
acampamento volante é preciso lembrar que os almoços,
em geral, serão frios; isto é, a patrulha ou a tropa
farão um lanche reforçado constituído basicamente
de sanduiches, barra de cereais e frutas. Assim, no
almoço não haverá o preparo de refeições quentes, o
que economizará o combustível do fogareiro e diminuirá
tempo de preparação da refeição e, consequentemente,
o da parada para o almoço. Aliás, o lanche que vai
substituir o almoço, pode começar literalmente assim
que terminar o desjejum e prolongar-se até a hora do
jantar. Isto é muito recomendável em caminhadas,
atividades prolongadas e desgastantes que roubam
calor ou consomem muita energia, sendo necessária
uma contínua alimentação.
Já o jantar deverá, preferencialmente, ser feito com
apenas uma panela ou no máximo duas, o que exigirá
refeições mais simples e fáceis de fazer, porém, não
menos nutritivas.
Por outro lado, é preciso lembrar que em uma
jornada devemos procurar levar a menor quantidade
possível de peso, já que todo o material será carregado
exclusivamente por você. Nunca é demais advertir que
uma mochila excessivamente pesada é capaz de acabar
com o humor de qualquer pessoa e fazer da caminhada
um suplício. Desta forma, a escolha do cardápio, dos
alimentos e das embalagens é importantíssima para
garantir uma boa nutrição da patrulha, mas também o
bem estar dos seus membros.
E neste ponto, não há do que reclamar. A indústria
vem a cada dia melhorando as embalagens dos produtos,
muitas vezes substituindo o vidro e os enlatados por
plástico ou sachê que são infinitamente mais leves e
fáceis de transportar. Um exemplo é o leite condensado
que é um ótimo alimento para uma jornada já que tem
uma grande quantidade de caloria, além de ser delicioso e
poder ser usado para a confecção de sobremesas rápidas
como brigadeiro ou beijinho de coco. Antigamente, este
produto só estava disponível em embalagens enlatadas,
hoje, porém, é muito fácil encontrá-lo em bisnagas. A
maionese também é outro exemplo, antes era vendida
apenas em vidros, atualmente, é possível comprá-la em
sachês, fáceis de carregar.
Outra forma de diminuir o peso das mochilas é
preparar antecipadamente a bebida do café da manhã.
Ainda em casa, você deve decidir o que irá beber em
cada dia e preparar a mistura, colocando as porções
individuais em saquinhos plásticos. Assim, se no primeiro
dia você for beber leite com chocolate, é só preparar um
saquinho contendo a mistura de 3 colheres de leite em
pó com 1 ou 2 colheres de achocolatado e, na hora,
só precisará acrescentar a água. Desta forma, cada
membro da patrulha pode escolher o que vai tomar de
manhã, já que cada um vai preparar antecipadamente a
sua mistura. Aí vale usar a criatividade, você pode optar
por capuccino, chocolate quente, leite com café solúvel,
chá, etc. É óbvio que além da bebida você terá que levar
pão, biscoito ou bolachas e seus acompanhantes, mas
estes últimos serão calculados pela patrulha, ou então,
por duplas ou trios, que costumam ser adotados para
facilitar o planejamento e confecção do cardápio.
Essa mesma técnica pode ser usada para levar
alimentos para serem beliscados durante a caminhada,
sem que seja necessário fazer uma parada. Como você
gastará muitaenergia caminhando, será preciso repôla com alimentos calóricos. Aqui, teremos como opção
diversos tipos de frutas secas (ex: nozes, castanhas,
damasco seco, passas, ameixa seca, ...) e o amendoim,
que além de não estragarem com facilidade, são leves e
possuem grande quantidade de calorias.
Agora, se o acampamento for fixo, o cardápio pode e deve - ser mais completo pois é possível acrescentar
alguns itens valiosos, como legumes, carnes frescas e
até, verduras.
Caso o local da atividade ofereça geladeira, aproveite
e planeje um cardápio bem variado e completo seguindo
a pirâmide de alimentos apresentada.
Se não houver refrigeração, utilize meios alternativos
como o isopor, a bolsa térmica ou a geladeira feita no
rio e concentre os alimentos perecíveis no primeiro e
segundo dias da atividade.
Clima X Alimentação
Caso sua atividade seja realizada em local frio ou no
inverno, lembre-se que as comidas quentes ajudam a
manter a temperatura do corpo mais alta e fornecem
uma sensação de conforto no café da manhã e,
principalmente, à noite. Por isso, procure sempre planejar
refeições quentes nestas refeições e abuse
dos chás/chocolates quentes nas ceias. Todavia, se
a atividade for um lugar quente ou durante o verão, o
cardápio deverá ser mais leve. Tente acrescentar mais
saladas e inclua um salpicão ou uma salada de macarrão,
por exemplo. Para sobremesa, uma boa pedida é uma
salada de frutas.
As sopas, aqui, já não cairão tão bem. Pense, por
exemplo, naquela jornada pelas praias realizada no
verão... Vale mais a pena, apostar no purê de batata
25
desidratado que só precisa de um pouco de leite ou,
então, numa farofa pronta. Com uma breve busca pelo
mercado, você achará opções saborosas e diferentes
do tradicional sopão.
A seguir apresentamos duas sugestões de cardápio
para atividades bem diferentes, um indicado para um
acampamento fixo de verão (contando com geladeira
para conser vação dos alimentos) e outro indicado para
uma jornada na serra durante o inverno.
Cardápio para uma Jornada na serra durante
o inverno
Café da manhã: Em casa
Almoço: Lanche frio trazido de casa
Lanche: Maçã e/ou barra de cereal ou
biscoitos.
1º Dia
Cardápio para um acampamento fixo de verão
Ceia: Chocolate quente com rocambole ou
bolo.
Café da Manhã: Em casa
Almoço: Lanche frio trazido de casa
1º Dia
Café da manhã: Leite com café (mistura),
pão com queijo e patê.
Jantar: Arroz, purê de batata, carne moída,
salada de alface com tomate e suco.
Lanche: Barra de cereal ou chocolate
Sobremesa: goiabada com queijo
Café da Manhã: Leite com chocolate, pão
com queijo e presunto e frutas.
2º Dia
Almoço: Salpição de frango (frango desfi
ado, er vilha, milho, passas, batata palha
e maionese) e mate com limão (pode ser
levado pronto em garrafas pet).
2º Dia
Jantar: Macarrão à carbonara (feito com
ovos, bacon e queijo ralado) e suco.
Sobremesa: palha italiana.
Jantar: Arroz, chuchu cozido, bife acebolado,
salada de alface, pepino e tomate e suco.
Sobremesa: palha italiana.
Ceia: Chá com biscoitos.
Café da manhã: Capuccino
torradas com patê e geleia.
Café da Manhã: Capuccino, panquecas com
geleia e mel e frutas.
Almoço: Sanduíche de pão árabe com
salame, queijo prato ou provolone, cenoura
ralada e cebola e suco em pó ou liofilizado.
Sobremesa: bananada
Sobremesa: banana passa
3º Dia
Lanche: Mix de frutas secas: passas,
damasco e banana passa.
Jantar: Arroz de carreteiro (feito com carne
seca, bacon e linguiça calabresa)
Sobremesa: beijinho de coco.
4º Dia
(mistura),
Lanche: Doce de Leite em barra ou passas
Almoço: Salada de macarrão com atum
(macarrão parafuso, atum desfiado, ovos
de codorna cozidos, cenoura ralada e
maionese) e mate com limão.
Jantar: Arroz, batatas coradas e filé de
frango ao molho de mostarda e suco.
Almoço: Sanduíches de pão preto com
pasta de atum com maionese, beterraba
ralada, milho e batata palha e suco em pó
ou liofilizado. Sobremesa: pé de moleque
Lanche: Mix de frutas secas: passas,
damasco e banana passa.
Sobremesa: salada de frutas
3º Dia
Jantar: Caldo + ou – verde (batata, cenoura,
250g de linguiça Calabresa cortada fininha,
cebola, alho, salsa desidratada, azeite) com
torradas. Sobremesa: goiabada com queijo
Café da Manhã: Leite com café, torradas
com patê e geleia e frutas.
e suco. Sobremesa: doce de leite
Almoço: Arroz, strogonoff de carne e batata
palha e suco. Sobremesa: doce de leite.
* A canjica pode ser adquirida semi-pronta;
basta fer ver por 15’ e temperar com cravo,
canela e, se quiser, com leite condensado.
Ceia: Canjica
Café da manhã: Mingau de chocolate ou
aveia, biscoitos e geleia
Lanche: Granola ou Amendoim
4º Dia
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Almoço: Cachorro quente feito com linguiça
calabresa defumada, cenoura ralada, milho,
er vilha, passas e batata palha e suco.
Sobremesa: paçoca e doce de amendoim.
ÁGUA
Mantenha-se sempre hidratado, não espere sentir sede
para beber água, mesmo no frio. Alguns excursionistas
possuem um péssimo hábito de não beber água para
não transpirar muito, trata-se de um mito absurdo. O
corpo necessita transpirar para liberar calor, através
da evaporação do suor. E beber água é o mecanismo
natural de reposição da água perdida pela transpiração.
O ideal é beber poucas quantidades, várias vezes ao
invés de beber o cantil de uma só vez.
Deixe seu cantil sempre à mão, se possível adquira
um bolsa de hidratação (daquelas que possuem uma
mangueira de plástico), assim não precisará parar
durante a caminhada para se hidratar.
Fonte: Texto extraído do Guia do Desafio Sênior.
Unidade 11: Da responsabilidade de Escotistas e Dirigentes
Institucionais Decorrente de Acidentes em Atividades Escoteiras
A responsabilidade pode se dividir principalmente
em dois grandes ramos: a responsabilidade civil e a
responsabilidade penal.
•Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde
de outrem:
A responsabilidade penal é pessoal e intransferível.
Não pode o dirigente responder penalmente pelos atos
praticados pelo escotista que tenham colocado o jovem
em risco. Dependerá, invariavelmente, de um ato (ou
omissão) praticado pelo adulto, que seja previsto como
crime em lei, e que tenha ocorrido por dolo ou culpa do
próprio adulto.
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Crime, para todos os efeitos, é a ação ou omissão
contrária à lei, para a qual haja previsão de pena (daí
direito penal).
Aumento de pena
Os crimes mais comuns, decorrentes da falta de
atenção à segurança em atividades são:
•Homicídio simples
Art 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
•Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de
1/3 (um terço), se o crime resulta de inobser vância de
regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente
deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura
diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar
prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena
é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado
contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60
(sessenta) anos
Lesão corporal culposa
§ 6° Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer
qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.
Vale ressaltar que os crimes dolosos são aqueles
praticados com intenção, ao passo que os culposos são
praticados sem intenção, ou seja, sem que o resultado
criminoso fosse desejado.
A responsabilidade civil, por outro lado, poderá ser
compartilhada por todos os escotistas envolvidos na
atividade, pelos dirigentes da unidade escoteira local,
e pela própria unidade escoteira local, que responderá
com seu patrimônio.
O próprio Código Civil assume a tarefa de conceituar
a responsabilidade civil em seu artigo 927:
“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.
Já o artigo 186 prevê que todo aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que esse dano seja
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Logo se vê, portanto, que tanto os acidentes
físicos, que venham a causar ferimentos ou a perda
27
da vida, como os infames trotes, infelizmente ainda
tão comuns, que causem qualquer forma de situação
vexatória ou humilhante ao jovem, serão geradores de
responsabilidade civil de toda a cadeia acima mencionada
(escotista, dirigente, unidade local escoteira).
Ao contrário da responsabilidade penal, que faz uma
clara distinção entre dolo e culpa, a responsabilidade
civil fala apenas em culpa. No entanto, essa culpa
englobará as ações e omissões dolosas ou as praticadas
por imprudência, negligência ou imperícia. Para efeitos
de responsabilidade, os conceitos são os seguintes:
Imprudência: Falta de cuidado + ação. Exemplo disso
é a direção em alta velocidade.
Negligência: Falta de cuidado + omissão. Quando
o agente deveria agir, mas não o faz. Exemplo trazido
por Flávio Tartuce em seu Manual de Direito Civil é “a
empresa que não treina o empregado para exercer
determinada função”. Vale reparar a proximidade do
exemplo à obrigação de treinamento de escotistas.
A responsabilidade civil, no entanto, nem sempre
depende da existência de culpa para se caracterizar. É
o que nos informa o parágrafo único do artigo 927 do
Código Civil:
“Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados
em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para
os direitos de outrem”.
Ora, as atividades normalmente desenvolvidas dentro
do escotismo sem sombra de dúvida implicam, por sua
natureza, risco para os direitos de nossos jovens. Portanto,
ainda que seja um acidente, que ninguém tenha culpa e
que ninguém possa ser diretamente responsabilizado,
mesmo assim, por força desse dispositivo legal, haverá
a responsabilidade civil do escotista, do dirigente e da
unidade local escoteira.
Fonte: texto baseado no Manual de Direito Civil, Volume
Único, do Flávio Tartuce, 1a. edição
Imperícia: Falta de qualificação ou treinamento para
desempenhar uma determinada função.
Unidade 12: Confecção de um plano de segurança para diversos
tipos de atividades
Procedimentos e Obrigações para Evitar Acidentes
Da Diretoria de Grupo:
Dos Escotistas responsáveis pela atividade:
Treinamento - Promover e exigir o treinamento dos
adultos que vão dirigir a atividade.
Treinamento para os responsáveis pela atividade
- Participar de todo o treinamento necessário para a
atividade.
Autorização formal para a atividade - Exigir dos
Escotistas da Seção o preenchimento de solicitação de
autorização para atividades, incluindo a programação
os esquemas de segurança e de emergência que serão
utilizados. A Diretoria deve avaliar esta solicitação e
somente autorizar quando ficar assegurado que foram
previstas todas as medidas de segurança e emergência
necessárias para o tipo de atividade.
Materiais de segurança - Disponibilizar materiais de
segurança na quantidade e qualidade necessárias para
a atividade.
Treinamento de Dirigentes e Escotistas – Incentivar
os Dirigentes do Grupo Escoteiro a participarem de
iniciativas de formação voltadas ao tema.
Treinamento para os demais participantes Promover ou usar instrutores externos para capacitar
todos os participantes. Garantir que todos entenderam
os procedimentos e comportamento necessário para a
atividade e demonstraram na prática a correta utilização
dos materiais e equipamentos de segurança.
Autorização dos responsáveis – Condicionar a
participação dos jovens à autorização escrita dos pais
ou responsáveis para a participação na atividade.
Ficha de saúde – Manter atualizada a ficha de
saúde de cada participante da atividade, especificando
tratamentos médicos que os participantes estejam
submetidos, restrições de saúde, autorização dos
pais para inter venções cirúrgicas de emergência e
internamentos. Existência de planos/seguros de saúde.
Comunicação formal aos participantes - Informar
quais são os materiais e equipamentos de segurança
28
obrigatórios para a atividade. Informar também os
procedimentos de segurança a serem empregados na
atividade.
Manutenção periódica dos equipamentos - Promover
periodicamente a conser vação e manutenção dos
equipamentos e materiais do grupo.
Uso de equipamentos de segurança - Tornar
obrigatório o uso de materiais e equipamentos de
segurança nas atividades.
•Foram analisadas as consequências destes riscos?
•Foram adotadas medidas preventivas para eliminar ou
minimizar os riscos e suas consequências?
Quando p ensamos no que vamos fazer e
providenciamos um esquema de segurança, estamos
eliminando riscos e ou minimizando a possibilidade da
ocorrência de acidente.
Registro de incidentes e acidentes – Registrar os
incidentes e acidentes para avaliação e adoção de
medidas para evitar que se repitam.
Exemplo de um esquema de segurança para a
utilização de uma travessia em uma falsa baiana
Estojo de primeiros socorros - Garantir que seja
levado na atividade um estojo de primeiros socorros
adequado ao tipo de atividade.
•Possuir cordas em bom estado de conser vação e
compatíveis com o peso a sustentar.
Dos participantes
Planejamento - Participar do planejamento das
atividades.
Treinamento - participar dos treinamentos para as
atividades.
Informar aos responsáveis – Explicar para os
responsáveis como será feita a atividade e quais os
procedimentos de segurança e treinamento que serão
utilizados. Solicitar a autorização assinada pelos pais ou
responsáveis para a participação.
Manutenção dos materiais do Grupo - Participar
da conser vação e manutenção dos equipamentos e
materiais do grupo.
Assumir uma postura de vigilância permanente –
Verificar constantemente os materiais e equipamentos
de segurança. Interromper a utilização ao constatar
qualquer irregularidade e informar aos Escotistas
responsáveis pela atividade para que possa ser feita
uma avaliação do comprometimento da anomalia na
segurança da atividade.
Comportamento durante a atividade – cumprir
rigorosamente os procedimentos de segurança recebidos
durante o treinamento e utilizar a forma correta os
equipamentos e materiais.
Ficha de saúde - Manter atualizada sua ficha de
saúde.
Passos para prevenir Acidentes
Antes de qualquer atividade ser executada é prudente
questionar:
•Que tipo de atividade será executado?
•O local oferece as condições apropriadas para a
atividade prevista?
•Foram identificados os riscos possíveis na atividade?
•Promover o treinamento dos jovens nas técnicas de
travessia em falsa baiana.
•Verificar as condições dos suportes onde serão
amarradas as cordas. Se em ár vores obser var a
existência de lagartas (elas geralmente são perigosas
e não podem ser tocas).
•Instalar cabo de segurança acima da falsa baiana para
sustentar o jovem caso este venha a cair durante a
travessia.
Nas atividades devem ser previstos esquemas
de emergências. Os esquemas de emergências
devem prever ações a serem tomadas caso o corram
acidentes.
Medidas de emergência para o exemplo
anteriormente apresentado:
•Disponibilidade de pessoas treinadas que possam se
deslocar na falsa baiana para atender o jovem que
tenha se acidentado.
•Disponibilidade de equipamentos adicionais que
possam auxiliar na remoção do acidentado. (Todo o
deslocamento de vítimas deve ser feito com o máximo
cuidado, pois remoções precipitadas podem agravar o
estado da vítima).
•Disponibilidade de estojo de primeiros socorros
compatível para a atividade.
•Pessoas treinadas e habilitadas a prestar os primeiros
socorros.
•Conhecimento prévio da localização do hospital mais
próximo que poderá dar atendimento ao acidentado.
O uso de uma lista de verificação é recomendado antes
de iniciar uma atividade. À medida que os responsáveis
pela atividade forem adquirindo experiência, outras
listas mais completas poderão ser elaboradas.
29
SEÇÃO:
ATIVIDADE:
PONTOS A SEREM CONSIDERADOS
•RESPONSÁVEL
Possui capacitação para dirigir a atividade
programada?
A quantidade de Escotistas é suficiente para a
atividade?
Acompanha pessoa com conhecimentos de 1os
socorros?
No caso de um acidente existe um esquema de
emergência?
•LOCAL
O responsável conhece o local que vai dirigir a
atividade?
Permite o acesso em condições de emergência?
O croqui de acesso está à disposição no Grupo?
Os recursos que o local possui são adequados
para a atividade?
•EQUIPAMENTO
É apropriado para o tipo de atividade?
O estado de conser vação é satisfatório para a
atividade?
Existe em quantidade suficiente para todos?
Acompanha estojo de primeiros socorros?
•PARTICIPANTES
Estão treinados para realizar a atividade com
segurança?
Estão em boas condições de saúde?
Possuem materiais individuais adequados?
Entregaram autorização?
•PAIS OU RESPONSÁVEIS
Foram informados sobre a programação?
Conhecem o local e horário de saída e chegada?
Receberam o croqui do local?
•AUTORIZAÇÕES FORMAIS
Os pais autorizaram por escrito a participação
na atividade?
A Diretoria do Grupo autorizou a atividade?
O Proprietário do local autorizou o uso?
30
LOCAL:
OK?
Alternativa
DATA:
Data limite para
obter a alternativa
Alternativa
OK?
Modelo de Autorização de participação em Atividade Externa e Ficha Médica – Disponível no SIGUE
31
Modelo de Ficha – Informações Importantes – Disponível no SIGUE
SUGESTÕES DE CRONOGRAMA DE PLANEJAMENTO (EM DIAS) ANTES DA ATIVIDADE
32
AÇOES
GRUPO
SEÇÃO
PATRULHA
Nomeação do Coordenador e de
responsáveis pelas tarefas
60
28
21
Escolha/visita ao local
42
21
21
Programação detalhada /cardápio
definido/meio de transporte/cálculo da
taxa
21
14
14
Caso estes três primeiros passos não tenham ocorridos dentro dos prazos, este é o momento de repensar sobre
as possibilidades da atividade ser realizado com sucesso e com segurança.
Autorização dos Pais (circular) e
Autorização para a atividade
21
14
14
Recolhimento das taxas, autorizações e
entrega aos pais do croqui do local
14
7
7
Solicitação dês materiais ao
almoxarifado
7
7
7
Realização da atividade
0
0
0
Após a atividade:
•Enviar uma correspondência para o proprietário do local agradecendo pelo uso do local.
•Apresentar para a Diretoria um relatório financeiro da atividade.
•Providenciar a limpeza e reparo dos materiais de campo
Unidade 13: Escotismo Mundial e Gilwell Park
Gilwell Park-A História
da Insígnia da Madeira, dirigido pelo primeiro Chefe de
Campo Francis Gidney, teve ligar em setembro de 1919
com 19 participantes. Escotistas do mundo inteiro que
completam os requisitos do Curso da Insígnia da Madeira
em seus países, tornam-se membros do Grupo de Gilwell
Locais característicos e construções em Gilwell Park
levam o nome de escotistas que contribuíram para o
desenvolvimento do Movimento Escoteiro ou para a
formação de novos escotistas
O Kudu e o Movimento Escoteiro
Gilwell é um nome que foi dado por De Bois Maclaren
ao terreno que ele comprou em 1919 por 7 mil libras e
doou ao Movimento Escoteiro. Outras 3 mil libras foram
também utilizadas para que as primeiras construções
ficassem prontas. Assim, como queriam MacLaren
e o Chefe Escoteiro do Mundo Lord Baden Powell ,
Gilwell tornou-se o local das atividades dos escoteiros
de Londres e o centro de treinamento dos escotistas
daquela época.
Gilwell Park está localizado em Chingford, norte de
Londres, no limite exterior da Floresta de Epping. O
meridiano de Greenwich corta o local. O primeiro curso
33
O kudu é uma variedade de antílope cujo habitat
vai da África do Sul até a Etiópia. O kudu macho pode
ter uma altura de até 2 metros a sua coloração vai
desde o cinza avermelhado até o azul. Devido ao seu
privilegiados sentidos da audição, visão e olfato, somado
a sua capacidade de imprimir altas velocidades, o kudu é
um animal difícil de ser caçado.
Um fato muito curioso é que os primeiros escotistas a
completarem o Curso Avançado do Ramo Lobinho usavam
dentes de tigre em vez das contas, representando os
dentes de Shere Khan. Mais tarde, devido à pressão dos
ambientalistas, já atuantes naquele tempo, fez com que
os dentes fossem substituídos pelas atuais contas.
Seguindo uma tradição que já dura mais de 85 anos,
em cursos de Insígnia da Madeira em todo o mundo, as
tropas são chamadas ao som do Kudu. Pode parecer
muito estranho que o som proveniente do berrante de
chifre de Kudu seja utilizado para chamar escotistas
ao redor do mundo. Mas foi ao som do Kudu, um dos
troféus africanos de Baden Powell, que as tropas foram
chamadas para o primeiro acampamento experimental
em Brown Sea no distante verão de 1907.
O Lenço de Gilwell
A Insígnia da Madeira
O Arganel de Gilwell
Quando o primeiro grupo de escotistas completou o
seu curso em Setembro de 1919, BP reconheceu que
deveria haver uma forma de identificar os participantes
que haviam terminado o treinamento. Pensando na lista
de troféus da sua carreira militar ele lembrou-se de um
colar de contas de Madeira. O colar era feito com mais
de 1000 contas, cada uma feita utilizando uma madeira
sul-africana de cor amarelada. O formado da madeira
formava um encaixe natural de forma que cada conta se
ajustava per feitamente a seguinte.
O lenço, conhecido como o Lenço de Gilwell era cinza
(cor da humildade) por for a e vermelha tijolo por dentro.
Hoje em dia o lenço e bege por fora.
Na parte superior do triangulo está fixado um pequeno
tartan do Clã MacLaren, em reconhecimento ao Sr. De
Bois MacLaren que doou Gilwell Park para o Movimento
Escoteiro.
Nos primeiros tempos o lenço era amarrado com um
nó. Em 1920 ou 1921 foi introduzida a peça que hoje
conhecemos como o arganel de Gilwell. Dizem que o
nome arganel, woggle em inglês, foi inventada pelo
Primeiro Chefe de Campo de Gilwell, o Chefe Gidney.
No inicio do século XIX estava em moda fazer fogo
por fricção e isto era sempre demonstrado nos cursos
de treinamento de adultos. A principal peça para esta
atividade era um pedaço de couro, estreito e longo
o suficiente, para que fora de uso, formasse um nó
Cabeça de Turco de duas voltas, o woggle, ou o Arganel
de Gilwell.
(Texto retirado de Provincial Notes(Ontario-Canada) de
Junho de 1992).
Canções de Gilwell
Este tipo de colar era conferido a realeza e aos
guerreiros que haviam se distinguido pelo seu valor
em campo de batalha. Aquele colar em particular havia
sido usado pelo Rei Dinizulu dos Zulus e havia caído nas
mãos de BP quando os ingleses venceram os Zulus na
Província de Natal.
B-P pegou duas contas do grande colar e passandoas por um pequeno barbante fechou-a com um nó
formando um colar que ficaria conhecido mundialmente
como a Insígnia da Madeira.
34
As réplicas são feitas com a madeira retirada da
Floresta de Epping, localizada nos arredores de Gilwell
Park. Originalmente o colar era utilizado para prender o
chapéu. Mais tarde ele passou a ser utilizado ao redor
do pescoço, como é atualmente. O lenço e o arganel
completavam o uniforme.
CANÇÃO DE GILWELL
Em meus sonhos volto sempre a Gilwell
Onde alegre e feliz eu acamparei
Vejo os fins de semana com meus velhos amigos
E o campo em que treinei
É mais verde a grama lá em Gilwell
Onde o ar do Escotismo eu respirei
E sonhando assim
Verei B-P, que nunca sairá dali
NOS CAMPOS DE GILWELL
Eu vou voltar a acampar
Com todos meus amigos
E junto ao fogo poder cantar
Nos campos lá de Gilwell
Como eu quero voltar
De mochila e cantil a acampar
Com peito transbordando de alegria
E meus amigos
E juntos da fogueira
Nossas vozes reunidas
Mil canções cantar
A Organização Mundial do Movimento Escoteiro é
uma organização internacional, não governamental,
composta por suas Associações Escoteiras Nacionais
reconhecidas.
Hoje somos cerca de 30 milhões de Escoteiros, jovens
e adultos, rapazes e moças, em 218 países e territórios.
Existem 155 países com Associações Escoteiras
Nacionais, membros reconhecidas da Organização
Mundial do Movimento Escoteiro.
Existem 26 territórios onde o Escotismo existe
através de “filiais” de Associações Escoteiras.
Existem ainda 35 países onde o Escotismo existe, mas
não há uma Associação Escoteira Nacional reconhecida
como membro da OMME.
Por fim, existem 06 países no mundo onde o
Escotismo não existe.
Nos campos lá de Gilwell
VOLTO A GILWELL
Volto a Gilwell, terra boa
Um curso assim que eu possa vou tomar
Eu era bom * Cuco *
Um bom * Cuco * de lei
Não estou maus * cuqueando *
O que fazer não sei
Me sinto velho e fraco
A Gilwell vou voltar
Um curso assim que eu possa vou tomar
* substituir por outra patrulha, ou por escoteiro,
sênior, lobinho, etc.
A Organização Mundial do Movimento
Escoteiro
A Conferência Mundial do Escotismo
A Conferência é a “Assembleia Geral” do Escotismo.
É o órgão máximo da Organização Mundial do Movimento
Escoteiro e reúne-se a cada três anos, sempre em um país
diferente. É composta por todos os seus membros, que
são as Associações Escoteiras Nacionais reconhecidas.
Somente uma Associação é reconhecida em cada país.
Em alguns países, onde há várias Associações, estas
são organizadas em Federações, que são as detentoras
deste reconhecimento.
As Associações membro são representadas nas
Conferências Mundiais do Escotismo por um máximo de
seis delegados. Os obser vadores autorizados por suas
Associações podem também participar.
O objetivo da Conferência é promover a unidade, a
integridade e o desenvolvimento do Movimento Escoteiro
Mundial. Isto é alcançado através de uma estrutura
organizada para: troca de idéias e informações entre
seus membros, formular as políticas mundiais, analisar
e aprovar os relatórios e recomendações do Comitê
Mundial e dos órgãos que gerenciam a Organização
Mundial, eleições, aprovação de novos membros, taxas
de registro, emendas a Constituição Mundial e aos
regimentos etc.
O Comitê Mundial do Escotismo
O Comitê Mundial é o órgão diretivo da Organização
Mundial do Movimento Escoteiro. É responsável pela
execução do que foi definido na Conferência Mundial
e por agir em seu interesse entre as suas reuniões.
O comitê é composto de 14 membros; destes, 12 são
eleitos para mandatos de seis anos e devem ser todos
de países diferentes. Os membros não representam seu
país, mas sim os interesses do movimento como um
todo. As eleições ocorrem nas Conferências Mundiais a
35
cada 3 anos, portanto, metade do Comitê é renovado a
cada triênio.
•super visão de eventos mundiais e regionais tal como
jamborees;
O Secretário Geral, e o Tesoureiro, da OMME são
membros ex-officio do comitê. Os presidentes dos
Comitês Regionais participam nas reuniões do Comitê
Mundial como consultores.
•manter relações com organizações internacionais cujas
atividades são relacionadas com juventude.
O Comitê reúne-se duas vezes ao ano, geralmente
em Genebra, Suíça. Seu Comitê Executivo, constituído
pelo Presidente, dois Vice-presidentes e pelo Secretário
Geral reúne-se sempre que necessário.
O Bureau Mundial do Escotismo
O Bureau Mundial é o secretariado da Organização
Mundial. O Bureau é dirigido pelo Secretário Geral da
OMME. Ele é nomeado pelo Comitê Mundial e é o principal
gerente administrativo da Organização. Praticamente
todas as pessoas que lá trabalham são profissionais a
ser viço do Escotismo.
O Bureau Mundial foi criado e sediado em Londres,
Inglaterra em 1920. Em 1959 foi transferido para Ottawa
no Canadá e finalmente em 1968 mudou-se para
Genebra, Suíça, onde permanece até hoje.
Existem também filiais do Bureau que ser vem às
Regiões Escoteiras; são os escritórios regionais que
estão localizados como segue (o escritório principal está
por primeiro):
•Região África: Nairobi, Quênia; Dakar, Senegal e Cidade
do Cabo, África do Sul.
•Região Árabe: Cairo, Egito.
•Região Ásia Pacífico: Manila, Filipinas.
•Região Eurásia: Yalta-Gurzuf, Ucrânia, e Moscou, Rússia.
•Região Européia: Genebra, Suíça e Bruxelas, Bélgica.
•Região Interamericana: Ciudad del Saber, Panamá
Como secretariado da OMME, o Bureau Mundial tem
diversas funções constitucionalmente definidas. São
elas:
•suporte às conferências mundiais e regionais,
aos comitês mundial e regionais e a seus órgãos
subsidiários no cumprimento de suas funções;
•preparação das reuniões e apoio para a execução das
decisões destes diversos órgãos;
•promoção do Escotismo em todo o mundo;
•manter relações com as Associações Escoteiras
Nacionais;
•apoio no desenvolvimento do Escotismo nos países.
•promover o desenvolvimento do Escotismo em países
onde ele não existe ou ainda não é reconhecido;
36
O Bureau Mundial realiza estas funções de diversas
maneiras:
•dando apoio para comitês, forças tarefa e grupos de
trabalho;
•desenvolvendo e conduzindo cursos;
•auxiliando técnica e consultivamente;
•publicando
Escotismo.
boletins
regulares
com
notícias
do
O Bureau Mundial tem seus custos financiados
parcialmente pelas taxas anuais de registro pagas
pelas Associações Nacionais, baseadas no número de
associados. Outros recursos provem de contribuições
das fundações, das corporações, das agências e de
indivíduos. Uma parcela provem da Fundação Mundial
do Escotismo, que é um fundo de capitalização. As
contribuições para a Fundação são investidas de tal forma
que produzem uma entrada regular para a Organização
Mundial. A Fundação recebe também doações materiais
para o Escotismo internacional
A Organização Interamericana de Escotismo
A Organização Interamericana de Escotismo faz parte
da Organização Mundial do Movimento Escoteiro e é
composta pelos membros desta última, que desejem
agrupar-se dentro da área geográfica da Região
Interamericana.
Podem ser membros da Organização Interamericana
as Associações Escoteiras de países da Região
Interamericana e que sejam reconhecidas pela
Conferência Mundial como membros da OMME. Além
destas, podem também fazer parte as “filiais” de
Associações Nacionais de países localizados em outras
Regiões, mas que tenham atividades em seus territórios
dentro da Região Interamericana.
A Conferência Interamericana do Escotismo
A Conferência Interamericana é o órgão máximo da
Organização Interamericana de Escotismo e se reúne
a cada 3 anos, sempre em um país diferente (definido
pela Conferência anterior) e no ano que antecede a
Conferência Mundial.
O Comitê Interamericano de Escotismo
O Comitê Interamericano de Escotismo é composto
por 10 membros, eleitos pela Conferência Interamericana
para mandatos de 6 anos. A cada Conferência são eleitos
5 novos membros. Portanto, a cada 3 anos o Comitê
passa por uma renovação de 50%. O Diretor Executivo
Regional também faz parte deste Comitê, na função de
Secretário Executivo. O Comitê reúne-se ordinariamente
2 vezes ao ano.
Os próprios membros do Comitê elegem o Presidente
e os dois Vice-presidentes. Juntamente com o Diretor
Executivo, formam o Comitê Executivo, que se reúne
sempre que necessário.
outro Grupo em sua reunião de sede. Todos devem ser
tratados como irmãos, com carinho e atenção.
Acampamentos setoriais, regionais, nacionais
e internacionais são oportunidades de praticar a
fraternidade escoteira. Os grupos devem motivar e
viabilizar a participação do maior número de jovens.
A partir de 1920, e com inter valos de quatro anos,
vêm sendo realizados Jamborees Mundiais.
Esta atividade reúne jovens e adultos de todo o
mundo em um acampamento onde o ponto forte é a
confraternização. Os jovens vencem a barreira da língua
e estabelecem relacionamentos fraternos que devem
ser vir de modelo aos dirigentes mundiais.
O Escritório Interamericano de Escotismo
O Escritório Interamericano de Escotismo, muito
conhecido como OSI (Oficina Scout Interamericana) é
uma filial do Bureau Mundial, que tem como principal
função dar o suporte administrativo à Organização
Interamericana de Escotismo, ao Comitê Interamericano
de Escotismo e às Associações membro.
FRATERNIDADE
•Inicia no próprio Grupo
•passa pelos Grupos do Setor
•segue pelas atividades nacionais
•chega em outros países
Sua sede está localizada na Ciudad del Saber, Panamá.
Fraternidade Mundial
Um Escoteiro chegando a uma cidade, estado ou
país estranho não é um forasteiro ou estrangeiro, pois
é recebido como um irmão pela comunidade escoteira.
FRATERNIDADE MUNDIAL
DO MOVIMENTO ESCOTEIRO
CARATERÍSTICAS:
União
Convivência como irmãos
Harmonia
Paz e concórdia
Na cerimônia da Promessa, o Escotista informa ao
jovem que a partir daquele momento ele passa a fazer
parte da fraternidade mundial do Movimento Escoteiro.
O jovem ingressa na grande família escoteira, que não
distingue raças, credos, fronteiras, religiões ou classes
sociais.
Receber ou visitar membros do Movimento Escoteiro
geralmente são atividades agradáveis e devem ser
incentivadas. A fraternidade não se inicia em outro
continente ou outro país. Ela está presente quando
fazemos um jogo setorial ou se recebe um jovem de
A troca de correspondências entre membros do
Movimento, atividade conhecida por “Companheiros de
Pena”, “Pen Pal” ou “LinkUp”, deve ser incentivada.
Anualmente ocorre no terceiro final de semana de
outubro o Jamboree no Ar (JOTA) e o Jamboree na Internet
(JOTI), que une jovens de todo o mundo por meio do
radioamadorismo e da internet respectivamente.
Bianualmente também ocorrem os Elos, que são
acampamentos descentralizados, realizados a nível
setorial, abrangendo uma determinada região. A
característica é que os acampamentos devem ser
realizados na mesma data e com a mesma programação.
Jamborees Mundiais
Um Jamboree Mundial é um evento único na vida de
seus participantes. É o grande encontro dos Escoteiros
de todo o mundo. Realiza-se a cada quatro anos, sempre
em um local diferente. Suas últimas edições têm reunido
mais de 30.000 participantes.
Veja abaixo quando e onde foram realizados os
Jamborees Mundiais.
01.°
1920
Olympia, Londres, Inglaterra.
02.°
1924
Ermelunden, Copenhague,
Dinamarca.
03.°
1929
Arrowe Park, Birkenhead, Inglaterra.
37
1933
Gödöllö, Hungria.
05.°
1937
Vogelensang-Bloemendaal, Países
Baixos.
06.°
1947
Moisson, França.
07.°
1951
Salzkammergut, Bad Ischl, Áustria.
08.°
1955
Niagara on the Lake, Canadá.
09.°
1957
Sutton Park, Inglaterra.
10.°
1959
Mount Makiling, Filipinas.
11.°
1963
Maratona, Grécia.
12.°
1967
Farragut State Park, Idaho, EUA.
13.°
1971
Asagiri Heights, Japão.
14.°
1975
Lake Mjosa, Lillehammer, Noruega.
01.°
1931
Kandersteg, Suíça.
1979
Previsto para ser realizado no Irã, o
Jamboree foi cancelado.
02.°
1935
Ingaro, Suécia.
03.°
1939
Monzie, Escócia.
15.°
1983
Kananaskis Countr y, Alberta,
Canadá.
04.°
1949
Skiak, Noruega.
Cataract Scout Park, New South
Wales, Austrália.
05.°
1953
Kandersteg, Suíça.
16.°
1988 1989
06.°
1957
Sutton Coldfield, Inglaterra.
17.°
1991
Mount Sorak National Park, Coréia
do Sul.
07.°
1961
Melbourne, Austrália.
08.°
1990-1991
Melbourne, Austrália.
18.°
1995
Drönten, Flevoland, Países Baixos.
09.°
1992
Kandersteg, Suíça.
19.°
19981999
Picarquin, Chile.
10.°
1996
Ransberg, Suécia.
11.°
2000
México
20.°
2002 2003
Sattahip, Chonburi Province,
Tailândia.
12.°
2004
Hualien, Taiwan.
13º
2010
Nairobi, Quênia
21.°
2007
Hylands Park, Chelmsford ,
Inglaterra
14º
2013
Montreal, Canadá
22.°
2011
Rinkaby, Kristianstad, Suécia.
23º
2015
Yamaguchi, Japão
Moots
Pouco depois de iniciado o escotismo por B-P,
verificou-se com surpresa que alguns rapazes mais
velhos que saiam das Patrulhas continuavam ligados
ao movimento. Foi então que começou a crescer uma
irmandade de escoteiros mais velhos. Eles começaram a
chamar-se Rovers, e não só cumpriam a Lei Escoteira e
a Lei dos Cavaleiros, como o seu lema era “Ser vir”. No
Brasil, os Rovers são chamados de Pioneiros.
Em 1933 B-P organiza o primeiro Rover Moot mundial
que a cada quatro em quatro anos se realizou até
1961 (sendo só interrompido pela IIª Guerra Mundial).
Entre 1965 e 1982 os Rover Moots mundiais foram
substituídos por Anos Moot mundiais (os World Rover
Moots), esta mudança teve o objetivo de aumentar o
número de eventos e a melhorar a acessibilidade dos
jovens do Ramo Pioneiro.
38
Moots a um nível mundial. No entanto este início foi
difícil, pois tantos anos sem se reunirem e sem um
acompanhamento a nível mundial, os pioneiros de todo
o mundo eram diferentes, muito similares nas regiões,
mas contrastantes no global.
04.°
Durante a Conferência Mundial de 1989 na Austrália,
analisou-se a possibilidade de voltar a organizar os
Por essa razão combinou-se realizar uma reunião
de jovens em 1990/91 na Austrália, e outro no verão
de 1992 na Suíça; no entanto foi eliminada a palavra
Rover para permitir a participação de todos os jovens
pertencentes ao Movimento Escoteiro com as idades
compreendidas entre os 18 e os 26 anos (regra que
ainda hoje se mantém).
Conferências Mundiais
Países
CME
Ano
Local
01.ª
1920
Londres, Inglaterra.
33
02.ª
1922
Paris, França.
30
03.ª
1924
Copenhague, Dinamarca.
34
04.ª
1926
Kandersteg, Suíça.
29
05.ª
1929
Birkenhead, Inglaterra.
33
06.ª
1931
Vienna-Baden, Áustria.
44
07.ª
1933
Gödöllö, Hungria.
31
08.ª
1935
Estocolmo, Suécia.
28
09.ª
1937
Haia, Holanda.
34
10.ª
1939
Edimburgo, Escócia.
27
11.ª
1947 Chateau de Rosny, França.
32
12.ª
1949
Elvesaeter, Noruega.
25
13.ª
1951
Salzburgo, Áustria.
34
14.ª
1953
Vaduz, Liechtenstein.
35
participantes
15.ª
1955
Niagara Falls, Canadá.
44
06
Bangladesh
133.376.684
908.435
0,68%
16.ª
1957
Cambridge, Inglaterra.
52
07
Paquistão
147.663.429
526.403
0,36%
17.ª
1959
Nova Dheli, Índia.
35
08
Reino Unido
59.778.002
498.888
0,83%
18.ª
1961
Lisboa , Portugal.
50
09
48.324.000
252.157
0,52%
19.ª
1963
Rhodes, Grécia.
52
20.ª
1965
Cidade do México,
México.
59
21.ª
1967
Seattle, EUA.
70
22.ª
1969
Otaniemi, Finlândia.
70
23.ª
1971
Tóquio, Japão.
71
24.ª
1973
Nairobi, Quênia.
77
25.ª
1975
Lundtofte, Dinamarca.
77
26.ª
1977
Montreal, Canadá.
81
27.ª
1979
Birmingham, Inglaterra.
81
28.ª
1981
Dakar, Senegal.
74
29.ª
1983
Dearborn, EUA.
90
30.ª
1985
Munique, Alemanha.
31.ª
1988
32ª
Coréia do
Sul
10
Japão
126.974.630
220.223
0,17%
11
Canadá
31.902.268
212.259
0,67%
12
Quênia
31.138.735
151.722
0,49%
13
Alemanha
83.251.851
123.937
0,15%
14
Tanzania
37.187.939
102.739
0,28%
15
França
59.765.983
102.405
0,17%
16
Itália
57.715.625
100.675
0,17%
17
Australia
19.546.792
98.084
0,50%
18
Malásia
22.662.365
96.893
0,43%
19
Bélgica
10.274.595
88.271
0,86%
20
Polônia
38.625.478
85.822
0,22%
21
Uganda
24.700.000
77.894
0,32%
93
22
Egito
70.712.345
74.598
0,11%
Melbourne, Austrália.
77
23
Espanha
40.077.100
74.561
0,19%
1990
Paris, França.
100
24
Hong Kong
7.303.334
74.147
1,02%
33.ª
1993
Bangkok, Tailândia.
99
25
Portugal
10.084.245
70.863
0,70%
34.ª
1996
Oslo, Noruega.
108
35.ª
1999
Durban, África do Sul.
116
22.548.009
69.452
0,31%
36ª
2002
Tessalônica, Grécia.
125
37.ª
2005
Hammamet, Tunísia,
124
38.ª
2008
Coréia do Sul
39.ª
2011
Curitiba, Brasil
29
40ª
2014
Ljubljana, Eslovênia
30
Taiwan
26
(Scouts of
China)
27
Brasil
176.029.560
66.375
0,04%
28
Suécia
8.876.744
60.122
0,68%
16.067.754
57.484
0,36%
Suíça
7.301.994
52.349
0,72%
33
Argentina
37.812.817
44.981
0,12%
Efetivo Mundial
34
México
103.400.165
39.327
0,04%
Somos hoje cerca de 30 milhões de Escoteiros,
distribuídos em 218 países e territórios. A tabela abaixo
mostra os países com o maior número de Escoteiros e
Escoteiras (as Bandeirantes não estão incluídas nestes
números) e sua relação em porcentagem com o número
total de habitantes.
36
Chile
15.498.930
33.812
0,22%
Países
Baixos
Fontes: OMME 2003 e MSN Encarta 2002Fotgrafia:
http://w w w.f64.com.br/
Escoteiros
N°
País
População
Escoteiros
na
População
01
Indonésia
232.073.071
8.909.435
3,84%
281.421.906
6.239.435
2,22%
Estados
02
Unidos da
América
03
Índia
1.045.845.226
2.138.015
0,20%
04
Filipinas
84.525.639
1.956.131
2,31%
05
Tailândia
62.354.402
1.305.027
2,09%
39
Unidade 14: Motivação de Adultos
Motivação para o Bem
Autora: Anísia Villas Boas Sukadolnik
O conceito de motivação tem sido utilizado com
diferentes conotações, tornando-se de difícil definição.
De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a
pessoa a agir de determinada, ou pelo menos dá origem
a uma propensão, a um comportamento específico.
Resumindo, chama-se de motivação tudo o que impele a
atividade, seja corporal ou mental. No voluntariado, essa
mola propulsora é a solidariedade – a capacidade de agir
em benefício do outro.
Muitas são as “forças internas” que nos levam a um
trabalho voluntário. Após ouvir pessoas que decidiram
doar seu tempo, trabalho e talento e questioná-las sobre
motivação, costumamos ter como respostas frases do
tipo: “Pode ser divertido e interessante”; “ É meu dever
ajudar”; “É preciso fazer alguma coisa”; “Eles gostam
e precisam de mim”; “Só terão êxito se eu ajudar”;
“Desejo explorar essa área para ver se me agrada”.
Cada uma dessas ideias é diferente e originada por
forças diversas. Mas todas são importantes e devem
ser levadas em consideração quando se desenvolve um
projeto de voluntariado.
Pode-se afirmar que essa “chama” que traz o
voluntário à organização precisa ser constantemente
alimentada em todas as fases do gerenciamento, e
cabe ao coordenador dos voluntários identificar o novo
integrante de sua equipe para saber que tipo de ação
precisa realizar a fim de continuar a estimulá-lo.
Algumas ferramentas são muito úteis para que
o coordenador de voluntários conheça os novos
integrantes de seu grupo. A primeira entrevista, quando
bem elaborada, já traz dados significativos sobre a
personalidade, os valores, os interesses, as motivações
etc. A obser vação da conduta durante o trabalho, o
relacionamento com os demais e a capacidade de
integração dão informações importantes sobre as
formas de motivação e a sua intensidade.
A avaliação é também, uma ferramenta importante de
motivação. Propicia ao voluntário um feedback de seu
desempenho e da contribuição que ele deu na obtenção
dos resultados. Elogiando seus pontos fortes e sugerindo
no que pode melhorar, a avaliação constitui um forte
recurso motivador. A instituição, na medida do possível,
deve criar situações que respondam às motivações de
seus voluntários.
Pode-se considerar o reconhecimento como outro
importante fator de motivação, e cada instituição deverá
escolher a melhor forma de fazê-lo. Algumas sugestões
são planejar um evento para os voluntários com a diretoria
da organização, criar um certificado de reconhecimento,
uma carta de agradecimento, indicar voluntários para
dar entrevista em veículos de comunicação e organizar
passeios culturais comemorativos.
Devemos levar em conta que todo voluntário espera
algum tipo de retorno. Dizemos que o trabalho voluntário
é hoje um “caminho de mão dupla”. O que motiva esse
tipo de trabalho é um sentimento altruísta, mas, até
mesmo sem se dar conta, o voluntário espera algo em
troca.
Fonte: Texto extraído do site Instituto Brasil Voluntário.
http://w w w.fa caparte.org.br/link /motiva cao-para-obem/
Unidade 15: Criatividade e Inovação
Com o mundo cada vez mais globalizado causa reflexos
no nosso cotidiano. O per fil dos jovens que participam
nos Grupos Escoteiros hoje é diferente dos jovens
participantes de um tempo atrás. Existe a mudança na
linguagem, vestimenta, alimentação, relacionamento e
interesses de atividades.
O Escotista e o Dirigente necessita se adaptar a este
mundo e ter a sabedoria para mesclar as novidades que
40
o mundo atual oferece com a essência do Escotismo na
formação da criança e do jovem.
Desde o planejamento de uma atividade numa seção
quanto na gestão de um Grupo Escoteiro é necessário
a dosagem correta. A documentação exigida pela
legislação brasileira, as formas de arrecadação para
manutenção da sede, a forma de comunicação entre
os membros do Grupo, a disponibilidade de tempo dos
voluntários mudaram ao longo dos anos.
Diante desta nova realidade é necessário que o
voluntário seja criativo no planejamento e execução
de suas tarefas. As atividades devem continuar sendo
atrativas para as crianças e jovens e o Grupo deve
continuar oferecendo subsídios para que o programa
educativo seja aplicado com qualidade para o
desenvolvimento do jovem.
Alguns exemplos de onde a criatividade se faz
necessária:
05. Na mística principalmente (manter a mística sempre
presente)
06. Nas avaliações (formas diferentes de avaliar)
07. Nos fundos de cenas (diferenciados de acordo com a
atividade), festas...
08. Ao receber o jovem principalmente
• jogos de entrada
• cerimônias personalizadas
• locais de cerimônias, etc...
01. Nos jogos (fazer vários jogos diferentes a partir de
um único jogo)
02. Nas canções (procurar sempre se atualizar nas
canções novas)
03. Na cozinha (cardápio variado)
09. Na espiritualidade
10. Locais de acampamento
Fonte: texto baseado no Livro Criatividade Levada a
Sério – Edwad De Bono
04. Na dramatização (variar os temas)
Unidade 16: Captação e Manutenção de Adultos
O recrutamento de adultos pode ser expresso com
o seguinte lema: “Encontrar a pessoa certa, para o
trabalho adequado, no momento preciso”, ou seja,
necessitamos de adultos que tenham determinadas
habilidades, comportamentos e atitudes.
Algumas vezes, os Dirigentes de um Grupo poderá
defrontar-se com o trabalho oposto: livrar-se de uma
pessoa que não tenha habilidade para lidar com os jovens,
ou que se mostrem antiquados, ou interessados em
outras coisas, ou por demais atarefados com assuntos
particulares ou profissionais, ou, ainda, que perderam
a motivação, etc. Os Dirigentes deverão mostrar-se
firmes com tais pessoas, porque são os jovens que são
o objetivo do Movimento, e não os adultos. Em muitas
ocasiões o problema poderá ser resolvido oferecendose outra função, mais adequada, no próprio GE ou em
outro nível do Movimento.
As Características Necessárias
Os adultos são as pessoas que vão atuar como
Dirigentes, conduzindo a administração e os destinos
do Grupo Escoteiro ou como Escotistas, Chefes e
Assistentes nas Seções, trabalhando diretamente com a
educação dos jovens. Eles deverão ter disponibilidade
de tempo e habilidades para administrar, planejar,
executar e avaliar as atividades do Grupo, envolvendo:
reuniões de diretoria, contatos com a sociedade, gestão
financeira e patrimonial, reuniões de sede, excursões,
acampamentos, visitas, etc.
É necessário, portanto:
a) Identificação com os nossos Princípios;
b) Facilidade e experiência em lidar com adultos e
jovens;
c) Disponibilidade de tempo para dedicar algumas
horas por semana para as reuniões de diretoria ou, no
caso de Escotistas, reuniões de sede e planejamento, e
alguns finais de semana por ano para as atividades de
maior porte;
d) Boa vontade para aprender as técnicas necessárias
que por ventura não domine.
Requisitos para Exercer Funções no Grupo
A Diretoria do Grupo deve ter certeza de que a
pessoa indicada, pelo seu caráter e vida pregressa, pode
receber o encargo de dirigir jovens. É possível que a
conscientização da responsabilidade envolvida com os
requisitos venha a assustar o candidato. Atuar como
educador voluntário é uma missão que nem todas as
pessoas estão dispostas a assumir.
Requisitos necessários para a função:
a) Compreender e aceitar os fundamentos do
Movimento Escoteiro;
O candidato deve tomar conhecimento dos
Fundamentos do Movimento Escoteiro e mostrar
conduta coerente àqueles princípios. Os Dirigentes
41
não devem aceitar pessoas que demonstram alguma
incompatibilidade com os Princípios pois dificilmente eles
mudarão de comportamento, vindo a causar problemas
no Grupo.
b) Fazer a Promessa Escoteira;
Fazer a Promessa Escoteira tem o significado do adulto
acordar consigo mesmo de viver de em conformidade
com os Princípios do Escotismo.
c) Compreender e aceitar o Estatuto e demais
normas da UEB;
A condição de membro do Movimento Escoteiro
implica em direitos e deveres, sendo fundamental que o
candidato aceite o Estatuto e demais normas escoteiras.
d) Ter posição social e cultural compatível com a da
função que vai exercer no Grupo;
O Grupo atua em uma determinada comunidade.
Espera-se que os
Escotistas pertençam a essa
comunidade ou que tenham uma condição social e
cultural semelhante a dos seus membros.
e) Possuir relativa independência financeira;
A atividade do Chefe exige a doação voluntária de
horas do seu tempo e eventual uso de algum recurso
financeiro; assim, ele deve possuir relativa independência
financeira, de modo que o Escotismo não venha a ser
uma fonte de despesas ou diminuição de sua receita.
f) Estar em boas condições de saúde;
A atividade do Chefe exige a participação em
atividades ao ar livre. O candidato deve estar em boas
condições de saúde e possuir capacidade física para o
exercício do cargo.
g) Dispor de tempo para planejar, executar e avaliar
atividades;
O envolvimento com as atividades de chefia/
dirigente exige tempo para o planejamento, preparação
e execução de atividades. O candidato deve ser capaz
de dedicar ao Grupo ou à Seção o tempo necessário
para executar tais atividades com qualidade.
h) Aceitar receber treinamento;
A atividade educacional no Escotismo exige um
certo treinamento em Fundamentos do Escotismo e
em Técnicas Escoteiras. O candidato deve aproveitar
as oportunidades oferecidas para frequentar os cursos
apropriados a sua linha de atuação
42
i) Aplicar o Método Escoteiro;
O Método Escoteiro é o instrumento de trabalho
obrigatório para o Chefe Escoteiro. Não se pratica o
Escotismo sem a obser vação do Método Escoteiro.
j) Conhecer os documentos necessários para
executar sua função no Grupo.
O candidato deve ter conhecimento da documentação
necessária para executar a função que vai exercer no
Grupo. Mas, além de conhecer, deve também mantê-los
atualizados.
A Seleção dos Adultos
O Movimento Escoteiro não pode receber como
membros aqueles que de acordo com seus regulamentos
seriam eliminados firme e prontamente, no caso de já
terem sido admitidos.
Por isso, a primeira e mais importante seleção é evitar
os moralmente incapazes, e mais:
a) Os que praticam atos notoriamente reprovados
pela sociedade em geral ou atos que possam trazer
desprestígio ao Escotismo ou para a instituição;
b) Os que poderiam vir a atentar contra os Estatutos
e regulamentos do Escotismo, ou a praticar atos
incompatíveis com os Princípios Escoteiros;
c) Os que poderiam tentar envolver a Entidade
Escoteira em competição de caráter religioso, políticopartidário ou social.
Nenhuma indicação ou nomeação deve ser feita,
principalmente para Escotista, sem uma cuidadosa
avaliação da pessoa, quanto ao caráter, nível cultural
e capacidade para exercer sua missão. Quando uma
pessoa desconhecida faz uma oferta de trabalho ou
ser viço no Grupo, ou procura ajudar de alguma forma,
ou se associar ao Grupo, deve-se procurar conhecê-la
antes de aceitar seu oferecimento, procurar informações
sobre ela, solicitar referências, endereço, telefone, local
de trabalho, etc. Se já tiver pertencido ao Movimento,
procurar informações com o antigo Grupo ou na Região
Escoteira.
O Escotismo é um Movimento Educativo, portanto,
não podemos aceitar o princípio da justiça comum em
que a dúvida favorece o réu, pois tal favorecimento
pode representar um perigo para os jovens. Assim, em
caso de dúvida, deve-se recusar a admissão.
Para educar melhor e para administrar melhor
devemos cumprir sempre os seguintes princípios:
a) Uma pessoa - uma tarefa;
b) A pessoa adequada para o cargo adequado;
c) Tantos assistentes quantos forem necessários;
d) Antes muitos fazendo pouco do que poucos
fazendo muito;
e) Devemos convencer a pessoa que nos interessa
a aceitar voluntariamente um cargo, mas não devemos
aceitar a pessoa que não nos interessa só porque se
apresentou voluntariamente.
d) Patrocinar a participação em eventos escoteiros
(Regionais, Nacionais, Internacionais);
A participação em eventos escoteiros de grande porte
é um dos maiores atrativos do Movimento Escoteiro, mas
exige trabalho a longo prazo, organização, levantamento
de fundos. A Diretoria do Grupo pode ter uma atuação
relevante para que o Grupo participe desses eventos.
Uma das formas de incentivar e motivar os membros
adultos,é o Grupo pagar a taxa de inscrição e/ou a
viagem dele(s) para eventos escoteiros de grande porte
acompanhando os membros juvenis.
Manutenção de voluntários
e) Lembrar do aniversário;
O trabalho voluntário também cansa, e a falta de
reconhecimento muitas vezes leva pessoas competentes
e valiosas a abandonarem o Movimento. Um bom
chefe ou um bom dirigente é uma joia rara e preciosa e
deve ser motivado para a sua função, para continuar a
buscar coisas novas, atraentes e manter um bom nível
de trabalho. Todos nós, seres humanos, envelhecemos,
cansamos, temos problemas profissionais, pessoais,
familiares, etc., que podem, de uma maneira ou de
outra, tirar nossa concentração, reduzir a disponibilidade
de tempo, desmotivar o trabalho voluntario.
Uma das formas de fortalecer o vínculo e fazer com
que o voluntário se sinta prestigiado é lembrar do seu
aniversário. Hoje em dia existem formas práticas e
econômicas de criar uma sistemática de lembretes
dos aniversariantes ou até mesmo de envio de cartões
virtuais. Pode-se destinar esta responsabilidade para um
determinado voluntário ou de uma equipe. Outra forma
de não deixar passar em branco esta data seria de
comemorar aniversários a cada 3 meses.
Assim, é muito importante reconhecer o trabalho
desenvolvido pelos Escotistas e Dirigentes. Há inúmeras
maneiras para fazê-lo. Vejamos algumas:
f) Fornecer os meios necessários ao trabalho no
grupo (materiais, literatura, etc.) e apoiar no que for
preciso.
a) Elogiar, em público, o trabalho realizado;
O elogio, como um estímulo, só tem efeito se realizado
em público, perante aqueles que conhecem e estão
envolvidos de uma forma ou de outra com o trabalho do
membro adulto. De nada adianta o elogio em particular.
b) Solicitar a concessão de
escoteiras (Bons Serviços, Gratidão);
condecorações
A UEB concede uma série de condecorações (Bons
Ser viços, Gratidão, Valor, etc.) aos seus membros, cada
uma possui seus requisitos; a princípio, para aqueles
que atuam em Grupo, podem ser concedidas as de Bons
Ser viços (graus bronze, prata e ouro dependendo com
o número de anos) e de Gratidão (esta não depende
do número de anos, mas do grau e da importância dos
ser viços prestados).
Parece até desnecessário falar nisso, mas, em muitos
Grupos, os Chefes têm que fazer tudo sozinho, e logo
se cansam e acabam desistindo. A Diretoria existe para
ajudar e apoiar.
g) Realizar, algumas vezes por ano, atividades
específicas para os Chefes e Dirigentes.
Por exemplo, passar um final de semana fora,
organizar um evento social (jantar, queijos e vinhos,
churrasco, etc.), Indaba de Chefes e Dirigentes com um
tempo reser vado ao lazer, etc.
c) Patrocinar os cursos de formação;
O Grupo pode pagar as taxas de inscrição nos cursos
necessários ao desempenho da função do voluntário.
Além disso, os Dirigentes do Grupo devem conhecer e
divulgar o Calendário Regional de Cursos e incentivar a
participação dos Escotistas.
43
Unidade 17: Administrando Conflitos
Os conflitos existem desde o início da
humanidade, fazem parte do processo de
evolução dos seres humanos e são necessários
para o desenvolvimento e o crescimento de
qualquer sistema familiar, social, político e
organizacional.
Se obser varmos a história, até há pouco
tempo a ausência de conflitos era encarada
como expressão de bom ambiente, boas
relações e, no caso das organizações, como
sinal de competência. Alguns profissionais viam
o conflito de forma negativa, como resultante
da ação e do comportamento de pessoas
indesejáveis, associado à agressividade, ao
confronto físico e verbal e a sentimentos
negativos, os quais eram considerados
prejudiciais ao bom relacionamento entre
as pessoas e, consequentemente, ao bom
funcionamento das organizações.
Visão Positiva do Conflito
O conflito é fonte de ideias novas, podendo
levar a discussões abertas sobre determinados
assuntos, o que se revela positivo, pois permite
a expressão e exploração de diferentes pontos
de vista, interesses e valores. Em alguns
momentos, e em determinados níveis, o conflito
pode ser considerado necessário se não se
quiser entrar num processo de estagnação.
Assim, os conflitos não são necessariamente
negativos; a maneira como lidamos com eles é
que pode gerar algumas reações.
Para entender um pouco mais a visão
positiva de conflito, podemos conceituálo como um processo onde uma das partes
envolvidas percebe que a outra parte frustrou
ou irá frustrar os seus interesses. Isto quer
dizer que no dia-a-dia vivemos o conflito de
diferentes maneiras: quantas vezes as pessoas
não atravessam nosso caminho, dificultando
ou mesmo impedindo o atingimento de nossos
objetivos? Assim, o conflito não deve ser visto
apenas como impulsionador de agressões,
disputas ou ataques físicos, mas como um
processo que começa na nossa percepção e
termina com a adoção de uma ação adequada
e positiva.
44
Possíveis Causas do Conflito
Para a correta administração do conflito é importante
que sejam conhecidas as possíveis causas que levaram
ao seu surgimento. Dentre elas, é possível citar:
- Experiência de frustração de uma ou ambas as
partes: incapacidade de atingir uma ou mais metas e/
ou de realizar e satisfazer os seus desejos, por algum
tipo de inter ferência ou limitação pessoal, técnica ou
comportamental;
- Diferenças de personalidade: são invocadas como
explicação para as desavenças tanto no ambiente
familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no
relacionamento diário através de algumas características
indesejáveis na outra parte envolvida;
- Metas diferentes: é muito comum estabelecermos e/
ou recebermos metas/objetivos a serem atingidos e que
podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros
departamentos, o que nos leva à geração de tensões
em busca de seu alcance;
- Diferenças em termos de informações e percepções:
costumeiramente tendemos a obter informações e
analisá-las à luz dos nossos conhecimentos e referenciais,
sem levar em conta que isto ocorre também como outro
lado com quem temos de conversar e/ou apresentar
nossas ideias, e que este outro lado pode ter uma forma
diferente de ver as coisas.
Níveis de Conflito
Um conflito, como já se viu, frequentemente pode
surgir de uma pequena diferença de opiniões, podendo se
agravar e atingir um nível de hostilidade que chamamos
de conflito destrutivo.
É possível acompanhar a evolução dos conflitos e
suas características:
§ Nível 1 - Discussão: é o estágio inicial do conflito;
caracteriza-se normalmente por ser racional aberta e
objetiva;
§ Nível 2 - Debate: neste estágio, as pessoas fazem
generalizações e buscam demonstrar alguns padrões de
comportamento. O grau de objetividade existente no
nível 1 começa a diminuir;
§ Nível 3 - Façanhas: as partes envolvidas no conflito
começam a mostrar grande falta de confiança no caminho
ou alternativa escolhida pela outra parte envolvida;
§ Nível 4 - Imagens fixas: são estabelecidas
imagens preconcebidas com relação à outra parte,
fruto de experiências anteriores ou de preconceitos
que trazemos, fazendo com que as pessoas assumam
posições fixas e rígidas;
§ Nível 5 - Loss of face (ficar com a cara no chão.):
trata-se da postura de continuo neste conflito custe o
que custar e lutarei até o fim, o que acaba por gerar
dificuldades para que uma das partes envolvidas se
retire;
§ Nível 6 - Estratégias: neste nível começam a surgir
ameaças e as punições ficam mais evidentes. O processo
de comunicação, uma das peças fundamentais para a
solução de conflitos, fica cada vez mais restrito;
§ Nível 7 - Falta de humanidade: no nível anterior
evidenciam-se as ameaças e punições. Neste, aparecem
com muita freqüência os primeiros comportamentos
destrutivos e as pessoas passam a se sentir cada vez
mais desprovidas de sentimentos;
§ Nível 8 - Ataque de ner vos: nesta fase, a necessidade
de se autopreser var e se proteger passa a ser a única
preocupação. A principal motivação é a preparação para
atacar e ser atacado;
§ Nível 9 - Ataques generalizados: neste nível chegase às vias de fato e não há alternativa a não ser a
retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota
de um deles.
§ Conflito manifesto: trata-se do conflito que já
atingiu ambas as partes, já é percebido por terceiros e
pode inter ferir na dinâmica da organização.
Áreas de Conflito
Os conflitos podem ser divididos nas seguintes áreas:
§ Conflito social: surge em decorrência do grau de
complexidade e implicação social. Não podemos esquecer
que vivemos numa sociedade altamente evoluída do
ponto de vista social e tecnológico, mas bastante
precária em termos de habilidade para negociações.
Além disso, a violência tem sido, no decorrer da história,
um dos instrumentos mais utilizados na tentativa de
sanar conflitos. Talvez a fantasia de todo ser humano
seja eliminar uma idéia adversa à sua, em vez de ter que
questionar sua própria posição;
§ Conflitos tradicionais: pertencem à história e são
aqueles que reúnem indivíduos ao redor dos mesmos
interesses, fortalecendo sua solidariedade. Os conflitos
aparecem por três razões principais:
•pela competição entre as pessoas, por recursos
disponíveis mas escassos;
•pela divergência de alvos entre as partes;
•pelas tentativas de autonomia ou libertação de uma
pessoa em relação a outra.
Tipos de Conflito
O conflito é um elemento importante. Seja na dinâmica
pessoal ou organizacional, é um fator inevitável. Por mais
que se desenvolvam esforços no sentido de eliminá-lo,
não poderemos contê-lo. Obser vam-se, hoje, inúmeros
profissionais disseminando fórmulas e estratégias para
trabalhar com os conflitos. No entanto, o que se faz
necessário é conhecê-los, saber qual é sua amplitude e
como estamos preparados para trabalhar com eles.
Existem vários tipos de conflito e sua identificação
pode auxiliar a detectar a estratégia mais adequada
para administrá-lo:
§ Conflito latente: não é declarado e não há,
mesmo por parte dos elementos envolvidos, uma clara
consciência de sua existência. Eventualmente não
precisam ser trabalhados;
§ Conflito percebido: os elementos envolvidos
percebem, racionalmente, a existência do conflito,
embora não haja ainda manifestações abertas do
mesmo;
§ Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as
partes, e em que há emoção e forma consciente;
Podem ser entendidos como fontes de conflito:
direitos não atendidos ou não conquistados; mudanças
externas acompanhadas por tensões, ansiedades e
medo; luta pelo poder; necessidade de status; desejo de
êxito econômico; exploração de terceiros (manipulação);
necessidades individuais não atendidas; expectativas
não atendidas; carências de informação, tempo e
tecnologia; escassez de recursos; marcadas diferenças
culturais e individuais; divergência de metas; tentativa
de autonomia; emoções não expressas/inadequadas;
obrigatoriedade de consenso; meio-ambiente adverso e
preconceitos.
Conflitos Interpessoais nas Organizações
Tais conflitos se dão entre duas ou mais pessoas e
podem ocorrer por vários motivos: diferenças de idade,
sexo, valores, crenças, por falta de recursos materiais,
financeiros, por diferenças de papéis, podendo ser
divididos em dois tipos:
§ Hierárquicos: colocam em jogo as relações com
a autoridade existente. Ocorre quando a pessoa é
responsável por algum grupo, não encontrando apoio
45
junto aos seus subordinados e vice-versa. Neste caso,
as dificuldades encontradas no dia-a-dia deixam a maior
parte das pessoas envolvidas desamparada quanto à
decisão a ser tomada.
§ Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira
de ser, agir, falar e tomar decisões. As rixas pessoais
fazem com que as pessoas não se entendam e, portanto,
não se falem. Em geral esses conflitos surgem a partir
de pequenas coisas ou situações nunca abordadas entre
os interessados. O resultado é um confronto tácito que
reduz em muito a eficiência das relações.
Consequências do Conflito
Dentre os vários aspectos do conflito, alguns
podem ser considerados como negativos e aparecem
com frequência dentro das organizações. Segundo
Nascimento (2002, p.52), os mais visíveis podem ser
identificados nas seguintes situações:
§ quando desviam a atenção dos reais objetivos,
colocando em perspectiva os objetivos dos grupos
envolvidos no conflito e mobilizando os recursos e os
esforços para a sua solução;
§ quando tornam a vida uma eterna derrota para os
grupos de perdedores habituais, inter ferindo na sua
percepção e na socialização daqueles que entram na
organização;
§ quando favorecem a percepção estereotipada a
respeito dos envolvidos, como ocorre frequentemente
em organizações. Se por um lado existem os estereótipos
genéricos referentes às categorias profissionais, dentro
de cada organização, além dos tipos que fazem parte
de sua cultura individual, como seus heróis, mitos, tipos
ideais, começam a surgir seus perdedores, ganhadores,
culpados e inimigos.
Esses aspectos podem ser obser vados em todas as
organizações e são considerados negativos (salvo diante
de alguns objetivos menos confessáveis). No entanto,
existem potenciais efeitos benéficos dos conflitos, a
saber:
Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem
ser considerados úteis pelo papel que desempenham na
vida das pessoas. O chamado comportamento político
na organização também inevitável, tem uma forte
vinculação com o conflito pois sua relação é direta, ou
seja, quanto mais conflito mais comportamento político.
Assim, quando há dúvidas sobre a sobrevivência da
organização, sobre sua resposta às necessidades
organizacionais, sobre aspectos sucessórios, mais
voltada para a formação de alianças e para negociações
será a atuação de seus membros.
Lidar com o conflito implica trabalhar com grupos
e tentar romper alguns dos estereótipos vigentes na
organização, sabendo que essas mesmas estratégias
deverão ser repetidas periodicamente.
Criar tarefas a serem executadas em conjunto por
grupos diferentes é uma forma de garantir que seu
cumprimento seja reconhecido pela potencialização do
trabalho dos grupos. Quaisquer estratégias de confronto
podem ser utilizadas caso o conflito já seja franco, desde
que exista entre as partes alguém que desempenhe um
papel moderador.
Como Administrar os Conflitos
Para uma eficaz resolução dos conflitos é preciso
compatibilizar alguns passos a serem seguidos, conhecer
e aplicar alguns saberes e, também, definir o estilo a ser
adotado.
Os seguintes passos são considerados de suma
importância:
a) criar uma atmosfera afetiva;
b) esclarecer as percepções;
c) focalizar
compartilhadas;
em
necessidades
individuais
e
d) construir um poder positivo e compartilhado;
e) olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o
passado;
f) gerar opções de ganhos mútuos;
g) desenvolver passos para a ação a ser efetivada;
h) estabelecer acordos de benefícios mútuos.
§ são bons elementos de socialização, pois oferecem
aos novos participantes de um grupo a sensação de
envolvimento com alguma causa;
§ ajudam a equilibrar as relações de poder dentro da
organização, pois em qualquer episódio de conflito pode
haver diferentes ganhadores (independentemente das
percepções anteriores);
§ propiciam a formação de alianças com o objetivo de
ganhar num conflito específico mas também de garantir
mais poder.
46
Negociamos em todos os momentos durante nossa
vida. Nos âmbitos familiares, pessoais ou profissionais,
a negociação está sempre presente no relacionamento
com as outras pessoas. Uma boa negociação exige
certa habilidade e uma série de conceitos que devem
ser postos em prática a fim de viabilizar o sucesso. Os
bons negociadores devem saber qual conceito adotado,
e em momento mais adequado que devem empregá-lo
no processo.
Um dos elementos que devem ser obser vados no
processo de negociação são os conceitos das variáveis
básicas. Desta forma, uma negociação efetiva deve
apresentar independente de seu objetivo e de sua
importância, pelo menos duas das três variáveis básicas
da negociação que são: poder, tempo e informação.
Para um melhor entendimento mais preciso sobre
a dinâmica dos conflitos, devemos ter uma visão mais
abrangente de suas inúmeras possibilidades, além de
reconhecer que existe um modo destrutivo e um modo
construtivo de proceder. Na diferença em se tratar o
conflito pode estar o sinal do saudável, podendo se
fazer representar por duas possibilidades para uma ação
mais efetiva, uma negativista, que percebe o conflito
como algo prejudicial, devendo ser evitado a todo
custo, e a segunda alternativa é trabalhá-lo, procurando
os benefícios que as diferenças de opiniões e os
posicionamentos contrários podem gerar um nível de
aprendizagem pessoal e profissional.
Unidade 18: Perfil do Adulto para atuar como escotista e como
dirigente
Os Adultos Na UEB
Conforme o Estatuto da UEB e a publicação Princípios,
Organização e Regras (POR), os adultos podem se vincular
à UEB na condição de Escotista, Dirigente, Profissional
e Contribuinte.
Perfil Básico do Adultos de que Necessitamos
O per fil esperado do adulto que adere à UEB como
Escotista, Dirigente ou Profissional, e que corresponde
às expectativas da entidade é aquele que cuja pessoa
seja capaz de:
a) Contribuir para o propósito do Movimento Escoteiro,
com obser vância dos princípios e aplicação do Método
Escoteiro no desenvolvimento das atividades em que
estiver envolvido;
b) Relacionar-se consigo mesmo, com o mundo, com
a sociedade e com Deus, constituindo um testemunho
do Projeto Educativo do Movimento Escoteiro, com
particular ênfase à sua retidão de caráter, maturidade
emocional, integração social e capacidade de trabalhar
em equipe;
c) Assumir e enfrentar as tarefas próprias do seu
processo de desenvolvimento pessoal, no que se refere
às suas próprias responsabilidades educativas, ou em
função da necessidade de apoiar quem está diretamente
envolvido com tais responsabilidades;
f) Comprometer-se com o aprimoramento contínuo
dos conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias
ao desempenho de suas funções na UEB; e
g) Demonstrar apoio e adesão às normas da UEB,
aceitando-as e incorporando-as à sua conduta.
Escotistas - são todos adultos voluntários que,
possuindo capacitação pré-estabelecida para o fim que
se propõem, foram nomeados para cargo ou função
cujos beneficiários diretos são os membros juvenis, tais
como Chefes de Seção, seus Assistentes, instrutores
e auxiliares. Os Escotistas são os responsáveis pela
aplicação do Método Escoteiro por meio do Programa
de Educativo.
Dirigentes – São adultos voluntários que, possuindo
capacitação pré-estabelecida para o fim que se
propõem, foram eleitos ou nomeados para o cargo
ou função: membros de Diretorias, Comissões Fiscais,
outras comissões e Assembleias. Os Dirigentes são
responsáveis pelas tarefas administrativas, financeiras e
operacionais de apoio às atividades dos jovens e dos
Escotistas.
Fonte: texto extraído do documento POR
d) Manifestar uma atitude intelectual suficientemente
aberta para compreender o alcance fundamental das
tarefas que se propõe a desenvolver;
e) Desenvolver competências e qualificações
necessárias e compatíveis com a função que se propõe
a exercer, ou se já existentes, colocá-las em prática;
47
Unidade 19: Palestra Informativa
No processo de captação, o adulto idealmente
participa de uma palestra informativa. A palestra oferece
subsídios para que o adulto obtenha conhecimento para
tomar uma decisão de aceitar cargos e funções na União
dos Escoteiros do Brasil de maneira consciente.
•A mesma palestra é apresentada para o adulto que
irá atuar como Escotista quanto como Dirigente
Institucional;
A palestra informativa apresenta as seguintes
características gerais:
•Deve ser dirigido por uma pessoa devidamente
qualificada. A pessoa deverá ter pleno conhecimento
da estrutura e das funções que o adulto possa vir a
desenvolver;
•Pode ser desenvolvido na própria estrutura em que foi
realizado a captação. A palestra pode ser ministrado
em uma UEL, Escritório Regional, Escritório Nacional,
ou externamente junto a qualquer instituição.
•O número de participantes é variável. Se necessário
poderá ser ministrado de forma individual;
•Segundo o documento Diretrizes Nacionais para
Gestão de Adultos, a duração sugerida é de 1 hora.
Unidade 20: Plano de Grupo (avaliando resultados)
Estabelecer um Sistema de Avaliação e Fazer o Acompanhamento
Antes de dar inicio à execução do plano é preciso
desenvolver um sistema de avaliação que permita:
plano, liberando o Diretor Presidente para que cumpra
as tarefas imediatas de coordenação. Algumas ações de
acompanhamento podem ser:
•Corrigir e reforçar as ações durante a execução,
•Estimular e apoiar os participantes e
•Verificar se foram alcançados os resultados esperados.
Corrigir e reforçar as ações e, se for o caso, as metas,
é uma tarefa periódica e constante, sem a qual não
existe possibilidade de êxito.
Avaliar não é sinônimo de qualificar ou censurar. Antes
de tudo, é estimular, apoiar e dar ideias construtivas, que
contribuam para alterar os rumos e, ao mesmo tempo,
motivem as pessoas.
Elaborar um plano e não acompanhar seu
desenvolvimento nem verificar se os resultados foram
alcançados, é pior do que não fazer um plano, porque
perdem credibilidade aqueles que o fizeram e, mais
adiante, será muito difícil retomar a iniciativa.
O que mais estimula a qualquer pessoa que está
empenhada em cumprir um plano, é olhar para os lados
e ver que todos estão comprometidos com a mesma
tarefa, o que significa que “agora, é pra valer”.
É conveniente que um membro da Diretoria do Grupo
se encarregue especialmente do acompanhamento do
48
•Manter estatística confiável, que permita avaliar com
precisão os progressos nas metas que podem ser
medidas.
•Obser var diretamente o desenvolvimento das ações
projetadas, sugerindo as correções, ênfase ou reforços.
•Manter contatos pessoais periódicos com os
responsáveis, para avaliar o grau de comprometimento
das tarefas assumidas.
•Manter contatos pessoais periódicos com os
responsáveis, para avaliar o grau de cumprimento das
tarefas assumidas.
•Destinar um espaço, nas reuniões periódicas de
dirigentes e escotistas, para examinar o andamento do
plano e efetuar correções e reforços.
•Realizar reuniões especiais da Diretoria de Grupo
destinadas somente ao acompanhamento do plano.
São recomendáveis duas reuniões por ano.
Fonte: Documento – Façamos um Plano de Grupo
Unidade 21: Desenvolvendo Projetos Financeiros na Comunidade
O Escotismo presta um ser viço educacional para
a comunidade. Este ser viço produz um benefício na
qualidade de vida dos integrantes e indiretamente em
toda a comunidade.
O Grupo Escoteiro passa a ter mais apoio da
comunidade à medida que se envolve com seus problemas
e auxilia na sua solução. Destacase a importância na
participação dos Escoteiros em:
•Campanhas de vacinação;
•Atividades filantrópicas;
•Auxílio no atendimento a vítimas de calamidades;
•Eventos cívicos;
•Apoio a or fanatos e asilos;
•Boas ações coletivas;
•Projetos de desenvolvimento comunitário.
Campanhas melhor sucedidas são aquelas que:
•Prestam ser viços úteis aos patrocinadores e doadores
(churrasco, risoto, baile, vigilância de estacionamento
em um evento...);
•Utilizam o produto da doação para gerar trabalho no
Grupo e só após sejam comercializados (ex: com a
lã da doação são confeccionadas mantas que serão
vendidas em uma festa);
•Que atendem a objetivos específicos e bem claros (pagar
o telhado da sede, comprar x barracas...).
Campanhas de menor aceitação são aquelas que:
•Solicitam dinheiro ou o produto final, caracterizando
o ato de pedir sem que haja trabalho envolvido (rifas,
ação entre amigos, livro-ouro...);
As boas ações diárias não podem ser transformadas
em fontes de receita e por elas os membros juvenis não
deverão receber nem remuneração, nem gorjeta.
O trato de valores em todos os níveis da UEB, seja
por membros adultos ou por jovens, deve ser conduzido
com absoluta transparência e fiscalizado com rigor.
É vedado aos membros do Movimento, nesta
qualidade, isoladamente ou em grupos, tomar parte em
pedidos de dinheiro nas ruas ou de casa em casa, por
meio de coletas, livros de ouro, subscrições ou qualquer
outro meio que possa ser interpretado como uma forma
de esmolar, quer para suas próprias UEL - Unidades
Escoteiras Locais (Grupos Escoteiros ou Seções
Escoteiras Autônomas) e órgãos escoteiros, quer para
instituições ou obras de caridade, pois essa prática é
sempre nociva aos jovens e pode dar motivo a fraudes
e explorações por parte de pessoas mal intencionadas
e estranhas ao Movimento. Em casos excepcionais de
calamidade pública, e mediante expressa autorização da
Diretoria Regional, as UEL - Unidades Escoteiras Locais
(Grupos Escoteiros ou Seções Escoteiras Autônomas)
poderão permitir aos seus membros a participação
em atividades organizadas por entidades legalmente
reconhecidas para o recolhimento de materiais e
produtos em proveito das vítimas.
A orientação financeira da UEB aos membros juvenis
é parte integrante do processo educativo e visa à
formação de hábitos de independência financeira e de
correção no trato do dinheiro.
Fonte: Partes do texto foram extraídos do documento
POR
•Atendem a objetivos vagos ou generalistas (campanha
para aquisição do terreno e construção de toda a sede)
A Regra 24 do POR sobre Orientação sobre Finanças
diz:
REGRA 024 – FINANÇAS
Os jovens serão estimulados pelos escotistas
e dirigentes, com o apoio dos pais, a custear suas
despesas escoteiras com o fruto do seu trabalho ou
com economias de suas mesadas.
49
Unidade 22: Avaliando as ações e resultados de gestão de um GE
Diversas ações acontecem no cotidiano de uma
instituição. Seja ela no nível nacional, regional ou local.
Tomando como base um Grupo Escoteiro, acontecem
reuniões semanais, mutirões, acampamentos, campanhas
de diversos tipos, etc.
A etapa de avaliação faz com que se tenha clareza
se o objetivo planejado foi atingido. O mapeamento das
dificuldades encontradas e superadas durante a ação e
os resultados obtidos são fundamentais no processo de
avaliação. As informações obtidas durante a avaliação
ser virão de subsídio para o planejamento de ações
futuras no Grupo Escoteiro.
A reunião de avaliação é uma etapa tão importante
quanto o desenvolvimento das ações, pois é ela que dirá
se o caminho escolhido tem apresentado bons resultados.
Durante a etapa do planejamento é importante que
seja contemplado além do desenvolvimento da ação, a
metodologia que será utilizada para avalia-la.
Alguns Grupos Escoteiros aproveitam momentos
como reuniões de diretoria do grupo, indabas, encontro
de chefias ou reunião específica de um determinado
evento. O reconhecimento Grupo Padrão, Prêmio Aurélio
Azevedo Marques, Certificado de Funcionamento
fornecidos pelo nível nacional podem ser utilizados
como indicadores ou ferramentas de avaliação.
Unidade 23: Liderança
MELHOR LIDERANÇA, MAIOR
PARTICIPAÇÃO
Autor: Rubem Süffert
Para que o Escotismo cresça e se torne mais
significativo, é indispensável aprimorarmos sempre mais
a qualidade de nossos líderes, além de trabalharmos
dentro da ética que o Movimento propõe.
O crescimento, no Movimento Escoteiro tem três
vertentes: a) o surgimento de novos Grupos Escoteiros,
que dependem de uma adequada assistência da Região
Escoteira e dos Distritos no trabalho de fundação de
novas Unidades Escoteiras Locais (Grupos Escoteiros
e Seções Escoteiras Autônomas), bem como na
contribuição dos Grupos Escoteiros mais experientes
como local de estágio dos adultos em preparação para
os novos Grupos Escoteiros e padrinhos no apoio ao
seu desenvolvimento inicial; b) a expansão dos Grupos
Escoteiros, com a criação de novas seções até o tamanho
ideal para seu funcionamento, o que requer reduzir
as taxas de evasão; e c) a manutenção quantitativa e
o aprimoramento qualitativo do efetivo dos Grupos
Escoteiros, que já atingiram o tamanho adequado, com
a progressiva redução das suas taxas de evasão.
50
As três linhas de crescimento, requerem
lideranças capazes, tanto nas diversas funções de nossa
Região Escoteira e da Direção Nacional da UEB, como
nas das Unidades Escoteiras Locais.
Assim, nossas lideranças devem ser capazes
de trabalhar com a qualidade do Escotismo, ou seja, a
influência positiva que realmente ele pode oportunizar
às crianças e jovens que nos procuram.
Na área das Diretorias, a qualidade do Escotismo
é alcançada com uma gestão eficaz das Unidades
Escoteiras Locais e com uma seleção e recrutamento
adequado de dirigentes e escotistas. Para se alcançar
esse resultado, a formação pessoal dos dirigentes é
muito importante, identificando as áreas em que cada
um precisa desenvolver seu aper feiçoamento.
Na área técnica, das Seções, a qualidade do
Escotismo é alcançada com um trabalho consciente
tendo em vista o Propósito, os Princípios e o Método
Escoteiro, e a adequada aplicação do Programa de Jovens
de sua Seção. Um trabalho eficaz de equipe na direção
da Seção, na qual os Assistentes são efetivamente
preparados para poderem um dia assumir a Chefia da
Alcateia, Tropa ou Clã, também é indispensável. Os
Assistentes podem atender áreas nas quais os Chefes de
Seção tenham especiais dificuldades. É na atuação dos
Assistentes, que a Diretoria e o Chefe podem identificar
novos valores para o preenchimento de eventuais vagas
nas chefias de Seção.
Finalmente é fundamental, além do planejamento
e negociação dos ciclos de atividades a serem realizados,
o desenvolvimento de uma sistemática avaliação, que
propicie a todos um constante amadurecimento. As
responsabilidades assumidas por cada pessoa ou
equipe devem ser atendidas a contento, e analisadas em
conjunto.
Os eventuais casos de evasão e mesmo as
ocorrências de ausências mais freqüentes, devem ser
estudados, a fim de se verificar as suas reais razões,
tanto com a criança ou jovem, com a respectiva família.
Em geral, aprimoramentos podem ser realizados a partir
de uma avaliação sincera desses fatos. É aqui, que
devemos retornar ao título de nosso artigo: Melhor
Liderança, MAIOR Participação.
E, além do plano de desenvolvimento pessoal
dos Escotistas, o progressivo crescimento no alcance
dos objetivos educacionais intermediários por parte
dos membros juvenis é a comprovação de que a prática
alcançada é dinâmica, e se tem condições de estabelecer
um processo de constante evolução.
Finalmente, para isso é fundamental que
cada dirigente e escotista do Movimento Escoteiro,
busque deixar para sua função uma pessoa que tenha
qualificações ainda melhores para o desempenho
daquela atribuição.
Unidade 24: Comunicação
Barreira Encontradas pela Diretoria na
Comunicação
Duas são as principais barreiras para uma comunicação
efetiva: as palavras e as emoções.
1. As palavras: As palavras por si só não possuem
significados. As palavras perdem seu valor como
instrumento de comunicação, quando empregadas
inapropriadamente.
2. As emoções; Atitudes e sentimentos podem ser tão
fortes a ponto de diminuir a compreensão do que outra
pessoa está transmitindo. É fundamental, para isso, bom
conhecimento e também consideração adequada às
diferenças individuais.
Sugestões para uma Boa Comunicação
Seis pontos ajudam a Diretoria aprimorar suas práticas
de comunicação, aumentando consequentemente à
eficácia da sua atuação.
1. Saber o que se quer dizer: Nem sempre é fácil
se dizer exatamente o que se quer dizer. O raciocínio,
coordenador do pensamento, deve ser disciplinado
para ser objetivo, simples, conciso. A profilaxia é a
consequência do não se saber exatamente o que
dizer e não haver uma organização da ideia que deseja
transmitir.
2. Conhecer para quem se está comunicando; Uma
coisa básica com relação à audiência (pode até mesmo
ser uma única pessoa), é o conhecimento do seu
interesse. Este, contudo, pode também ser tecnicamente
despertado.
3. Obter compreensão: Para facilitar o interesse no
que se esta dizendo é essencial que se cause bom
impacto sobre a audiência. Começar concordando é
uma boa prática. Outra é a utilização de fatos e não de
conclusões a respeito de fatos no início da seção de
comunicação. A simplicidade das palavras, o vagar e a
obtenção através de «realimentação» possibilitam ver o
nível do entendimento.
4. Conseguir memorização: Esquece-se 25% do que
se ouviu em menos de 24 horas; 85% em uma semana.
5. Conseguir atenção: Por mais clara que seja a
informação, não terá sentido, se a audiência não
estiver atenta. Há recursos diversos de natureza física
e psicológica para que a audiência prenda atenção ao
assunto: a importância, o interesse, a oportunidade, o
conteúdo, os métodos de apresentação, a linguagem,
as ilustrações, etc. São alguns dos fatores que fazem
com que a audiência preste atenção ao que está sendo
informado.
6. Antecipar e superar objeções emocionais;
Independentemente da exatidão, da conclusividade, da
clareza dos argumentos, ainda pode ser difícil transmitir
uma mensagem, porque a audiência pode encontrarse emocionalmente bloqueada, incapaz de aceitar
e entender o que se está dizendo devido a medo,
desconfiança ou suspeita, ou outro sentimento que
forma uma névoa emocional e impossibilita a interação
da comunicação efetivamente.
51
Unidade 25: Como o Adulto Aprende
Quando organizamos atividades de formação,
estamos tentando ajudar os participantes a realizar
melhor o seu trabalho. De fato, ao treinar pessoas, nós
tentamos modificar o modo pelo qual atendem às suas
tarefas.
O formador deveria analisar a tarefa a ser realizada
ou a situação a ser enfrentada. A partir disto deveria
analisar as necessidades das pessoas envolvidas.
Estas modificações são o resultado do fato de
adquirirem novos conhecimentos, novas habilidades e
novas atitudes. Afim de provocar estas modificações,
tomamos o cuidado com o conteúdo da formação e com
a escolha dos formadores.
Tais
solicitações
deveriam
ser
analisadas
cuidadosamente com o intuito de entender-lhes o real
significado. Um entendimento da tarefa e das reais
necessidades dos interessados nos permitirá definir o
objetivo da formação, em termos precisos e práticos, de
maneira a motiva-los.
No entanto não é suficiente que o formador tenha
escolhido o conteúdo cuidadosamente, nem que tenha
per feito conhecimento do assunto. Torna-se essencial,
ao se planejar a formação e ao ministra-la, tomar em
consideração os princípios pelos quais se adquire
conhecimentos, habilidades e atitudes, ou seja os
princípios de ensino/aprendizagem.
Os princípios de ensino aplicados com crianças não
são os mesmos a serem aplicados com adultos. Aqui
será tratados os princípios aplicados com adultos.
Vamos considerar em primeiro lugar o modo como os
adultos pensam e deduzir os princípios de ensino que
derivam deste modo de pensar.
Estas necessidades são usualmente expressas na
forma de solicitações de informações ou de opinião.
Importância da Motivação
Motivação é a pressão que um indivíduo sente dentro
de si; é uma energia que o movimenta em direção a
uma meta com intuito de satisfazer uma necessidade.
O indivíduo desta forma se denomina motivado. Ele está
interessado na sua formação e no seu progresso. Isto o
mantém atento e sustenta seu esforço. O ensinamento
que segue é mais rapidamente absor vido e se fixa por
mais tempo.
Estágios Progressivos
Modo de Pensar dos Adultos
O adulto não tem mais a curiosidade da criança. E
também já não tem a ideia de que é capaz de fazer
qualquer coisa como tem o adolescente. Sua inteligência
deixa de crescer, sua habilidade em se adaptar diminui, e
sua resistência às mudanças cresce.
Ao contrário, ele adquiriu experiência, e tem habilidade
para utiliza-la quando e como julgar adequado. Ele pode
se fixar em objetivos precisos e planejar como atingi-los.
Ao enfrentar uma tarefa, ele procura meios práticos de
executá-la. Conhecimentos teóricos, fora da realidade,
não o interessam.
Necessidade de Uma Meta Precisa
Aprender sempre requer um esforço. Um adulto não
fará este esforço a menos que tenha uma boa razão
para fazê-lo. Em outras palavras, um adulto não estudará
pela satisfação de estudar, mas somente para satisfazer
uma necessidade que vem em função de tarefas que
deve executar ou em relação a uma situação em que se
encontra.
52
Progressos em direção a uma meta definida só podem
ser obtidos por uma série de etapas sucessivas. Cada
uma destas etapas deve ser escolhida com cuidado.
Elas deveriam ser escolhidas em termos de pontoschave da sequência de tal forma que o ensinamento
seja progressivo, cada elemento sendo bem assimilado
levando assim a entender o seguinte e a assimila-lo
também.
Em uma situação estruturada, e dentro dos limites
precisos, um dado elemento só pode ser aprendido
se os elementos anteriores, no progresso para a meta
definida, já estiverem devidamente aprendidos.
Ritmo Apropriado
Cada pessoa aprende segundo seu próprio ritmo, que
varia de acordo com diversos parâmetros e de pessoa
para pessoa. A idade é um desses parâmetros porém,
dentro de determinados limites, tem menos influência
do que motivação, por exemplo.
Uma das principais características, é sem dúvida,
a natureza do ensinamento em si, ou ainda, a área
de ensinamento em causa. Assim certas pessoas
aprenderiam com facilidade uma sequência de ideias
intelectualizadas, porém achariam mais difícil adquirir
paciência. Outras pessoas poderiam facilmente adquirir
uma habilidade prática mas encontrariam dificuldades
em modificar suas atitudes. De fato, o que está em jogo
é a natureza da inteligência de cada pessoa.
Segue dali, que uma pessoa aprende melhor se pode
seguir seu próprio ritmo.
Confirmação e Reforço
A assimilação de cada elemento, de acordo com as
etapas progressivas e ritmo pessoal de aprendizagem,
deve ser verificada ou confirmada imediatamente. Como
já vimos, um dos princípios de ensino é de que numa
sequência lógica de treinamento, uma pessoa pode
aprender cada elemento se é capaz de relaciona-lo com
os elementos que o precedem e assim fixa-lo melhor
também.
Motivo tão bom quanto este que seria suficiente por
si só, é o de que qualquer um que se treina deva ser
capaz de verificar que entendeu.
Isto pode ser atingido por meio de questionários, ou
por exercícios práticos, numa sessão de avaliação ou
numa situação real.
A satisfação que provêm do sucesso reforçará a
aprendizagem. Informações dadas pelo formador, e
demonstrações de apreciação de sua parte, podem agir
como reforço.
Responsabilidade Compartilhada na
Formação
Ninguém pode aprender por outra pessoa. Fica por
conta de cada um providenciar sua própria formação.
Isto significa que cada um tem que estar ligado o mais
possível ao seu próprio treinamento.
Com este intuito, ele deve inicialmente aceitar a
finalidade da formação como anunciado, e se fixar nela.
Para tanto admite-se que alguém explicou a finalidade e
que ele tem a oportunidade de debater o assunto com
alguém. É também de grande importância que em cada
etapa do seu treinamento, ele acompanhe de perto a
avaliação que não é só reser vada aos formadores; é
uma responsabilidade que deveria ser compartilhada
entre os formadores e os participantes.
Alguns dos princípios de ensino/aprendizagem
aplicados à formação de adultos, foram descritos
anteriormente. Reunidos mostram que o ensino não
é o resultado da transmissão de conhecimentos a
receptores passivos. Pede a participação ativa e o
envolvimento voluntário e sustentado dos participantes;
exige progressivas e sucessivas ações de ensino/
aprendizagem que levem a um resultado definido, bem
assimilado por todos aqueles afetados - e que os motive.
A meta do reforço é - como sugerido pelo seu nome reforçar o aprendizado, isto é, torna-lo mais firme e mais
duradouro. Ao mesmo tempo, mantém a motivação e
facilita a assimilação do elemento que segue.
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PREPARARAM ESTE MATERIAL PARA VOCÊ
O conteúdo desta apostila foi organizado e montado com a colaboração de:
Alessandro G. Vieira
Altamiro Vilhena
Ana Marcelino
Antonio César Oliveira
Carmen V. C. Barreira
David Izecksohn Neto
Ernani Rodrigues
Ilka Denise Gallego Campos
Iracema Bezerra Oliveira
João Rodrigo França
Luis Gustavo Fogaroli
Luiz César de Simas Horn
Marcelo Puente
Marco Aurélio Romeu Fernandes
Maria dos Remédios da Silva S. Oliveira Lima
Marcos Car valho
Marcus Vinícius R. Lima
Megumi Tokudome
Paulo Henrique Maciel Barbosa
Paulo Palma
Rafael Will Suárez Cuadra
Renato Eugenio de Lima
Rubem Suffert
Rubem Tadeu Cordeiro Perlingeiro
Theodomiro M. Rios Rodrigues
Vitor Augusto Gay
Willian Rocha
A organização de conteúdos, coordenação das discussões e revisão final foi realizada
por intermédio da Diretoria de Métodos Educativos, por meio da Equipe
Nacional de Gestão de Adultos.
União dos Escoteiros do Brasil - Escritório Nacional
Rua Coronel Dulcídio, 2107 - Bairro Água Verde
CEP: 80250-100 Curitiba - PR
Tel: 41 3353-4732 - Fax: 41 3353-4733
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