A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada

Transcrição

A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
1
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada
na restauração do controle motor
Paula Macedo Sant’Anna de Mello - [email protected]
Master em Fisioterapia Traumato-Ortopedia e Desportiva
Instituto de Pós-Graduação – IPOG
Rio de Janeiro, 01 de junho de 2013
Resumo:
Mais de 70% dos adultos terão pelo menos um episódio de dor lombar na vida. Para
Wadell (1987) esse tipo de dor foi descrito como sendo o “desastre médico do século
20”. A maioria dos adultos sofrerá recorrência em um ano. O objetivo desse estudo foi
demonstrar como a restauração do controle motor pode auxiliar no tratamento de dor
lombar crônica, oferecendo melhora significativa e também diminuindo o número de
recidiva. Foram realizadas pesquisas na literatura com as palavras-chave na língua
inglesa: therapeutic exercise, lumbopelvic stabilization, motor control, low back pain
nos sites Science Direct, Ovid e Pubmed, bem como as mesmas palavras na língua
portuguesa baseadas no site Scielo. A pesquisa mostrou benefícios no tratamento com
fortalecimento dos músculos superficiais do tronco, assim como no trabalho específico
da musculatura profunda, porém, a intensidade da dor e a recidiva foram menores nos
pacientes submetidos ao tratamento específico da musculatura profunda. A restauração
do controle motor parece ser eficaz para dor lombar, visto que a mesma está
intimamente correlacionada a disfunção do controle motor.
Palavras-chave: Controle Motor. Exercícios Terapêuticos. Dor Lombar Crônica.
Estabilização Lombo-Pélvica.
Introdução
A dor lombar crônica é definida como dor nas costas quando perdura por mais de 12
semanas (ROZEMBERG, 2010). É a segunda razão mais comum para o afastamento do
trabalho e de consulta médica, pois afeta mais que 50% da população em geral. A
prevalência costuma ser maior em jovens, adultos economicamente ativos, em
populações da América do Sul, estimando-se que mais de 70% dos adultos terão um
episódio de dor lombar durante a vida (FRANÇA et al. 2010 apud LAWRENCE JP et
al. 2006; DE VITTA A. 1996; EBENBICHLER GR.2001). Além dos casos de recidiva
gerarem altos custos para os seguros de saúde e para o Estado.
Um dos fatores de risco importantes para a dor lombar é a fraqueza de músculos
superficiais do tronco e abdominais e a melhora significativa da dor lombar, bem como
diminuição da incapacidade funcional está associada ao fortalecimento destes músculos.
Outro fator é a fraqueza e o pobre controle motor dos músculos profundos do tronco,
como o transverso do abdômen (TrA) e multífido lombar (ML). Outrossim, vários
autores como Shirado et al. (1992); Takemasa (1995) Hides (1996); Carpenter et al.
(1999); Leggett (1999); Danneels (2000); Bayramoglu (2001); Hodges (2003); Camels
(2004); Liddle (2004); Hayden (2005); Barr (2007); Ferreira (2009) partilham da
mesma opinião. Foi demonstrado por Ferreira et al.(2009) e Hodges et al.(1996) que o
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
2
TrA apresenta ativação insuficiente e velocidade de contração muscular tardia em
indivíduos com dor lombar.
Um episódio de lombalgia aguda (LBP) se resolve em apenas algumas semanas para
90% dos pacientes. No entanto, no ano seguinte ao primeiro episódio, 60-80% dos
pacientes apresentam recidiva de dor lombar. No Brasil, 80% da população adulta é
afetada, culminando em absenteísmo e afastamento do trabalho, o que gera grande custo
social (75-90% - Previdência Social). A prevenção bem sucedida da lombalgia
recorrente continua a ser um desafio. Não há um entendimento completo desta
vulnerabilidade para recorrência. A instabilidade da coluna lombar é considerada uma
causa importante. Panjabi (1992) propôs que a instabilidade é uma perda de controle ou
movimento excessivo na zona neutra da coluna vertebral, o qual está associado com
lesão, doença degenerativa do disco ou fraqueza muscular. Demonstrou-se em estudos
in vitro que músculos podem promover a estabilização segmentar, controlando o
movimento na zona neutra, respeitando os limites fisiológicos por controle muscular
eficaz. (HIDES; RICHARDSON; JULL, 1996).
Tendo em vista o que foi apresentado como a alta incidência de dor lombar, o elevado
custo social e grande possibilidade de recidiva, seria interessante portanto uma
abordagem de tratamento que gerasse benefícios a curto, mas também a longo prazo.
Assim como um programa de prevenção de casos de dores lombares e recidivas.
A abordagem do tratamento baseado na restauração do controle motor parece benéfica,
pois possibilita reeducação postural, de movimento e muscular. Como é fundamentado
no aprendizado motor, possibilita ao paciente autocorreção e manutenção do que foi
ensinado, tornando-a uma ferramenta própria.
O presente estudo tem como objetivo demonstrar como a restauração do controle motor
pode contribuir no tratamento de dor lombar crônica ao oferecer melhora significativa
da dor e disfunção assim como diminuir a possibilidade do número de recidiva.
2. Materiais e Métodos
Foram realizadas pesquisas na literatura com palavras-chave na língua inglesa, nos sites
Science Direct, Ovid e Pubmed: therapeutic exercise, lumbopelvic stabilization, motor
control, low back pain. Essa mesma busca foi realizada no site Scielo com as mesmas
palavras-chave na língua portuguesa.
Para ser incluído no presente estudo, o artigo precisava apresentar em seu corpo as
palavras supracitadas. O contrário foi excluído. A pesquisa foi realizada em livros e
artigos nas bases de dados do Science Direct, Ovid, Pubmed e Scielo.
Estabilização Segmentar Vertebral
Segundo Panjabi (1992), bioengenheiro indiano do Departamento de Ortopedia e
Reabilitação da Universidade de Yale, a estabilidade vertebral consiste na integração de
3 (três) subsistemas: passivo, ativo e controle neural. O sistema passivo é composto
pelas vértebras, discos intervertebrais, articulações e ligamentos que promovem a maior
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
3
parte da estabilidade pela limitação passiva no final do movimento. Panjabi (1994)
simulou lesões em estruturas passivas e observou aumento na zona neutra articular. Esta
foi definida por ele como a parte da amplitude de movimento intervertebral onde ocorre
a menor resistência de estruturas passivas ao movimento. Sendo assim, quanto maior for
a zona neutra, menor será a capacidade de controle intervertebral pelo sistema de
estabilização (PANJABI, 2003; MARSHAL; MURPHY, 2006). No sistema ativo,
compreende-se os músculos e tendões, que geram suporte e rigidez articular no nível
intervertebral sustentando forças exercidas diariamente. Cerca de 10% da contração
máxima, ou seja, pouca co-ativação é necessária para garantir a estabilidade em
situações normais. Já no caso de uma lesão, como por exemplo a discal, será necessária
uma maior co-ativação. Por último, o sistema neural, que abrange os sistemas nervosos
central e periférico, sendo responsável pela coordenação da ativação muscular
necessária, promovendo o movimento, mas protegendo a coluna de lesões (estabilidade
dinâmica), como mostra a figura 1. Apesar de conceituados separadamente, são
funcionalmente interdependentes, pois, quando um subsistema falha, os outros se
reorganizam para assegurar a homeostase, porém, essa tentativa de reorganização
muitas vezes é inadequada, sobrecarregando os subsistemas, podendo levar a uma
cronicidade da disfunção como é apresentado em seu modelo biomecânico da Zona
Neutra e Instabilidade Clínica - redução significativa da capacidade do sistema
estabilizador vertebral em manter as zonas neutras intervertebrais dentro dos limites
fisiológicos, resultando em dor e disfunção (PANJABI, 1992).
Evidências científicas demonstraram que na presença de dor, fadiga muscular,
degeneração ou trauma ocorreram alterações na integridade dos subsistemas, levando a
perda do controle segmentar lombar e consequentemente à instabilidade clínica e
microtraumas (RICHARDSON et al., 1996 e HODGES et al., 1996). Pequenas
alterações na precisão do movimento causam microtraumas e a manutenção deles
desencadeiam macrotraumas e dor. (JANDA, 1986; SAHRMANN, 2000).
F
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
4
Bergmark (1989) propôs a classificação de músculos em global e local, no qual
possuem papéis importantes na estabilidade dinâmica. O global consiste de grandes
músculos produtores de torque, agem sobre a pelve e a caixa torácica e tem como
função prevenir a deformação vertebral e equilibrar as forças externas aplicadas ao
tronco. São eles, o reto abdominal (RA), oblíquo externo (OE), obliquo interno (OI), a
parte torácica do iliocostal lombar e porção torácica do longuíssimo torácico. O sistema
local é formado por músculos com inserção direta na lombar e são responsáveis pelo
controle do movimento intersegmentar e posicionamento da coluna lombar. Tais
músculos são o multífido lombar (ML), o transverso do abdômen (TA), as fibras
posteriores do oblíquo interno (OI), as fibras médias do quadrado lombar, porção
lombar do iliocostal lombar e a porção lombar do longuíssimo torácico.
Não obstante, Comerford e Mottram (2001) sugeriram outra classificação para o sistema
ativo muscular e classificaram como estabilizadores locais, estabilizadores globais e
mobilizadores globais.
Os estabilizadores locais exercem função de controle intersegmentar de translação e
rotação (multifidio e transverso do abdômen).
Os estabilizadores globais exercem papel de controle da orientação e postura do
complexo lombo-pélvico (porção lombar do longuíssimo torácico, porção média do
quadrado lombar e fibras posteriores do oblíquo interno). Foram assim classificados,
pois apresentam características em comum: tanto os estabilizadores local quanto o
global cruzam uma articulação ou são responsáveis por um único movimento,
controlando um movimento específico. Além de estarem intimamente associados com
estruturas articulares, possuem função antigravitacional e unidade motora de contração
tônica (contração lenta, com fibras do tipo I).
Os mobilizadores globais, orientam no controle das forças externas e equilíbrio de todo
o corpo (grande dorsal, porção lateral do quadrado lombar, reto abdominal e oblíquo
externo). Por cruzarem várias articulações influenciam em mais de uma articulação, são
músculos longos e fusiformes, ficam localizados distantes da articulação que atuam e
são clinicamente mais ativados e encurtados.
Sendo assim, a estabilização lombo-pélvica dar-se-á pela integração entre o multifido
lombar, transverso do abdômen, a fáscia tóraco-lombar, diafragma, assoalho pélvico e
articulação sacro-ilíaca.
Multifido lombar
O´Sullivan et al. (1997) observaram que exercícios para o músculo multifidio lombar
eram efetivos na redução da dor e da disfunção lombar em indivíduos com diagnóstico
radiológico de espondilólise ou espondilolistese, mesmo após 30 meses do término do
tratamento.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
5
Um estudo randomizado e controlado comparativamente em pacientes com primeira
queixa de crise lombar, apontou que o músculo estabilizador multifidio apresentava-se
diminuído ao exame de ultrassom de imagem. Após 4 (quatro) semanas de exercícios,
tanto o grupo que realizou os exercícios da Estabilização Segmentar Vertebral (ESV)
quanto o grupo controle que recebeu exercícios gerais (medicamento, musculação e
natação) obtiveram um alívio da dor, porém somente os que realizaram os exercícios da
Estabilização Segmentar Vertebral restauraram a área seccional transversa do músculo
acometido (HIDES et al., 1996). Como episódios de dor lombar aguda desaparecem em
semanas mas retornam em 60% a 80% dos indivíduos (JOHNSON, 2002), os mesmos
pesquisadores realizaram o follow-up de 1 e 3 anos desses pacientes. No grupo dos
indivíduos que realizaram exercícios específicos, 30% apresentaram recorrência, contra
84% do grupo dos exercícios gerais. Apenas 35% do grupo específico apresentou
recorrência contra 75% do grupo controle no primeiro e terceiro ano de follow-up,
respectivamente. O que parece ser de grande relevância em relação ao decréscimo de
recidiva, gerando menos custos para seguros-saúde e para o Estado.
Transverso do Abdome (TA)
O transverso do abdome, quando ativo, contrai a parede abdominal inferior aumentando
a pressão intra-abdominal (CRESSWELL; THORSTENSSOM, 1994). A sua contração
promove um deslizamento horizontal ao redor do abdome, gerando uma tensão ao
processo transverso de cada vértebra lombar pela fáscia tóraco-lombar, onde se insere.
(WILLIAMS et al., 1989).
Foi sugerido por McGill e Norman (1993) que a contração do TA gera um cilindro
rígido, promovendo a rigidez interna sem impedir o movimento lombar.
Hodges e Richardson (1996) concluíram que o TA possui uma contração antecipatória
ao deltoide para movimentos de abdução, flexão e extensão do ombro em pacientes sem
dor lombar, demonstrando que a contração do TA está atrasada em indivíduos
sintomáticos para os mesmos movimentos. Foi notado também que o reto abdominal,
oblíquo interno e oblíquo externo dificilmente antecediam ao movimento do membro
superior, indicando que há perda da contração antecipada do TA em relação a outros
músculos abdominais na presença de dor lombar, sugerindo-se então que a contração do
TA era dependente do movimento do ombro e que o padrão de contração era fásico.
Antes da execução de algum movimento, o TA é ativado, a fim de evitar perturbações
posturais, mostrando que possui um papel importantíssimo na antecipação. O sistema
nervoso central é o responsável pela pré-programação de tal resposta.
França et al. (2010) fizeram um estudo em indivíduos com dor lombar comparando os
resultados do tratamento com estabilização segmentar versus fortalecimento dos
músculos de tronco. Segundo os pesquisadores, ambos foram bem sucedidos para
diminuição da dor e incapacidade funcional, porém o grupo de estabilização alcançou
boa ativação do TrA, com diminuição da dor (99%) e melhora da incapacidade
funcional. Enquanto que o melhor ganho do grupo de fortalecimento foi a diminuição
da dor (61%).
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
6
Urquhart et al. 2003 apud Richardson et al. 2004, sugeriram que a contração do
transverso do abdômen era melhor compreendida e realizada pelos pacientes quando
solicitava-se uma contração da parede inferior do abdômen sem que houvesse
movimento da coluna ou da pelve, diminuindo a circunferência abdominal (da cintura).
Na figura 2a, a parede abdominal encontra-se relaxada. Não obstante, a figura 2b,
apresenta a ilustração da contração da parede abdominal inferior.
Figura 2. A ativação do TA:
(a)Parede abdominal relaxada; (b) contração do abdômen inferior – ativação do TA.
(Reproduzido com permissão de Northwater Publishing Australia.).
Fonte: Richardson; Hodges; Hides, 2004
Crommert et al (2011) sugeriu que o nível de ativação do transverso está associado com o
aumento da demanda postural causada pela elevação do centro de massa. Além disso, o
transverso controla a flexão do tronco através do aumento da pressão intra-abdominal,
contribuindo para a estabilização da coluna vertebral quando o tronco é exposto a flexão e
extensão moderadas.
Fáscia tóraco-lombar (FTL)
Gracovetsky S; Farfan HF; Lamy C. (1981) observaram que a FTL e os ligamentos
posteriores da lombar suportam a coluna vertebral e a tensão é controlada pelos
músculos abdominais.
Barker et al (2007) sugerem que a resistência das ligações entre a FTL e o transverso
abdominal é tal que o último pode ser importante no controle segmentar lombar. Como
foi visto por Hodges anteriormente (1999), apresentado pelo esquema na figura 3.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
7
Yahia et al. (1992) demonstraram que a FTL apresenta um papel proprioceptivo
importante sobre a coluna lombar, visto que há presença de receptores de dor
(terminação livre) e mecanorreceptores dinâmico e estático como Ruffini e Pacini.
Figura 3. Modelo da contribuição diferencial dos músculos do tronco na estabilidade vertebral. (A)
Os músculos superficiais do tronco (reto abdominal, oblíquo interno, oblíquo externo e eretor
espinhal) possuem vantagem mecânica global para controlar a orientação ou a postura da coluna.
(B) Ao contrário, o TrA não é capaz de controlar o direcionamento das forças externas, mas pode
controlar o movimento intersegmentar por aumento da pressão interna abdominal e tensão na
fáscia tóraco-lombar.
Fonte: P. W. Hodges, 1999
Diafragma e assoalho pélvico
Hodges et al. (1997) concluíram que havia uma contração antecipatória do diafragma no
movimento de flexão do ombro (30m) em relação ao deltoide durante as fases
inspiratória e expiratória.
Existem evidências de que o Transverso do abdômen, o diafragma e os músculos do
assoalho pélvico são co-ativados formando um cinturão abdominal, o que sugere que a
função de tal co-ativação é controlar a estabilidade da coluna vertebral (HODGES,
1999).
Os músculos do assoalho pélvico auxiliam na geração de pressão interna abdominal
(PIA) e de tensão na fáscia tóracolombar, contribuindo para controle intervertebral da
coluna lombar, como mostrado na figura 4 (HODGES, 1999).
Vários estudos demonstraram relação entre o aumento da PIA e estabilidade da coluna
vertebral. Hodges et al. (2005) mostraram evidências de que a rigidez interna da coluna
lombar é aumentada quando a PIA é elevada.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
8
Figura 4: o cinturão abdominal é formado pela co-ativação do diafragma, TrA e assoalho pélvico. A
ativação de todos esses músculos é necessário para que a contração do TrA aumente a pressão
interna abdominal e aumente a tensão na fáscia tóraco-lombar.
Fonte: Hodges, 1999.
Articulação Sacroilíaca
Richardson C. et al. (2002) testaram dois padrões de contração muscular abdominal no
mesmo grupo de indivíduos e compararam seus efeitos na estabilidade da articulação
sacroilíaca. O padrão de contração que utilizou o músculo transverso do abdômen
seletivamente promoveu significantemente (p<0.0260) uma maior rigidez interna
articular (diminuição da frouxidão) na articulação sacroilíaca comparados com a
contração generalizada da musculatura abdominal (RICHARDSON, 2002).
Segundo Pool-Goudzwaard (2004), a articulação sacro-ilíaca contribui para estabilidade
lombo-pélvica através da forma (relacionada com a forma anatômica) e da força de
fechamento (estabilidade da articulação sacroilíaca gerada pelos ligamentos, TA,
multifidio, assoalho pélvico, fáscia tóraco-lombar e diafragma). Em episódios de dor
lombar, a força de fechamento representado por esses músculos de controle local,
encontram-se deficientes, comprometendo a estabilidade da região. (RICHARDSON &
JULL, 1996; HODGES, 1999; HODGES & RICHARDSON, 1996; HUNGEFORD
GILLERAD & HODGES, 2003; POOL-GOUDZWAARD et al, 2004; RICHARDSON,
JULL; HODGES E OCULTA, 2000; SAPSFORD & KELLEY, 2004). Enquanto que
em pacientes sem dor lombar todos esses músculos recebem um comando de ativação
antecipatório, via SNC e, assim, garantem a estabilidade da região. (HODGES, 1999).
Alterações na estabilidade lombo-pélvica podem levar a má transferência de carga da
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
9
pelve à coluna vertebral, gerando dor. Isso significa que esses músculos precisam ser
retreinados, mas pode-se utilizar um cinto pélvico enquanto houver dor.
Restauração do controle motor:
Estabilização Segmentar Dinâmica
exercícios
terapêuticos
específicos
na
Exercícios Terapêuticos específicos (ETE) têm como objetivo utilizar o sistema
muscular local (BERGMARK, 1989) para estabilização segmentar vertebral no
tratamento da dor lombar aguda, crônica e recorrente. O conceito foi idealizado por um
grupo de fisioterapeutas australianos (JULL G; HIDES J., HODGES P.,
RICHARDSON C., 2000) da Universidade de Queensland baseado em pesquisas
científicas, dentre elas a hipótese de Panjabi (1992).
A técnica de treinamento da estabilização segmentar destina-se a aliviar a dor oriunda
da irritação de estruturas sensíveis a dor após a lesão dos tecidos. Sabe-se que a dor de
origem vertebral está associada a disfunção do controle motor. Essa descoberta
aconteceu depois da observação clínica de pacientes com dor lombar e através de novas
abordagens de pesquisa, no qual permitiu que a morfologia e o controle dos músculos
profundos fossem investigados cientificamente pela primeira vez. Esse novo modelo de
função dos músculos profundos e disfunção e o tipo de exercício necessário para o
manejo da dor lombar, foi desenvolvido com reconhecimento da estreita relação entre
função muscular e a biomecânica da estabilidade vertebral. Sendo assim, o tratamento
de dor de origem vertebral deve envolver a restauração da habilidade dos músculos do
tronco, inclusive os profundos, para realizar o controle da estabilidade vertebral
dinâmica a fim de proteger a coluna de lesões ou recorrências (RICHARDSON;
HODGES; HIDES, 2004).
Aprendizado motor
A aprendizagem motora baseia-se em 3 estágios (FITTS e POSNER, 1967):
1ª Cognitivo: todos os elementos da realização do movimento são organizados
conscientemente. Essa fase é caracterizada pela alta frequência, amplos erros e
variabilidade;
2ª Associativa: o foco modifica, dos elementos simples de performance de uma tarefa,
para performance consistente, com sucesso e refinamento. A proporção e a frequência
dos erros diminuem.
3ª Automático: é alcançado após prática e experiência. A tarefa se torna habitual e
automática e a necessidade de intervenção consciente diminui.
Assim, podemos correlacionar os estágios do controle motor às fases da estabilização
segmentar vertebral (ESV):
- A fase cognitiva representaria o primeiro estágio da ESV, onde os músculos alvos
correspondem ao sistema local. Nessa primeira fase, a sugestão é isolar os músculos
locais, ativando-os especificamente, de preferência sem ação da gravidade, até o ganho
de resistência ideal de 10 repetições de 10 segundos.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
10
- A fase associativa seria o segundo estágio onde além dos músculos locais, os globais
estabilizadores também seriam ativados. A atividade dos músculos locais é mantida
com exercícios de cadeia fechada e uma carga é adicionada sem a perda do controle.
- A fase automática é o último estágio da ESV e acrescenta-se os músculos globais
mobilizadores aos locais e globais estabilizadores. Nessa fase pode-se realizar
exercícios de cadeia aberta. Há expectativa de automatismo dos músculos locais.
As três fases para o modelo de exercícios do controle segmentar, em situações
funcionais, estão ilustradas na figura 5 e, para cada etapa há um avaliação clínica. A
fase 1 caracteriza-se pelo controle segmentar local; a fase 2 utiliza a cadeia fechada no
controle segmentar; enquanto que na fase 3 evolui-se para uma cadeia aberta e desafiase o controle segmentar dentro das funções.
Byström MG et al (2013) realizaram um estudo de meta-analise para estabelecer a
eficácia dos exercícios de controle motor em relação a dor e disfunção em pacientes
com dor crônica lombar e recidiva. Assim, compararam o efeito de exercícios de
controle motor a exercícios gerais e concluíram que os exercícios de controle motor
obtiveram êxito, tanto para dor quanto para disfunção em relação a exercícios gerais e
também foi superior em relação à terapia manual para disfunção, mas não para dor.
Quando comparado a mínima intervenção, os exercícios de controle motor alcançaram o
melhor desempenho em relação a dor e disfunção.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
11
Figura 5. O modelo da estabilização segmentar na prevenção e tratamento de dor
lombar.
Fonte: adaptado de Richardson e Jull, 1995b.
Discussão
O presente estudo tem como objetivo demonstrar como a restauração do controle motor
pode contribuir no tratamento de dor lombar crônica ao oferecer melhora significativa
da dor e disfunção, assim como diminuir a possibilidade do número de recidiva. Os
resultados favoreceram os exercícios terapêuticos específicos quando comparados aos
exercícios gerais em relação a dor e a disfunção. Entretanto, Macedo et al (2009), não
encontrou diferenças significativas entre os exercícios de controle motor e exercícios
gerais, exceto para melhora da disfunção a curto prazo com os exercícios de controle
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
12
motor, talvez por falta de um critério de exclusão mais preciso em relação aos artigos
escolhidos.
Um ano depois, Unsgaard-Tondel M et al. (2010) compararam os efeitos dos exercícios
de controle motor com exercícios gerais, uma combinação de fortalecimento e
alongamento gerais. Os exercícios de controle motor foram bem sucedidos em relação a
dor a curto e médio prazo e à disfunção a curto, médio e longo prazo.
No mesmo ano, França et al. (2010) sugeriu que ambos os exercícios de controle motor
e de fortalecimento foram bem sucedidos para diminuição da dor e incapacidade
funcional, porém o grupo de estabilização alcançou uma boa ativação do transverso,
diminuição da dor (99%) e a melhora da incapacidade funcional. Enquanto que o
melhor ganho do grupo de fortalecimento foi a diminuição da dor (61%).
Entretanto, estudos futuros precisam ser realizados com objetivo de comparar exercícios
de controle motor à um grupo controle com um único tratamento, pois a maioria dos
trabalhos associam técnicas e exercícios distintos tornando difícil identificar o método
mais eficaz. Assim como descrever cada exercício para que não haja erro de
interpretação.
Além disso, a inexistência de uma correlação fidedigna entre os achados clínicos e de
imagem tornam complicados o estudo e a abordagem das lombalgias. Como são
raramente cirúrgicos, há escassas e inadequadas informações quanto aos achados
anatômicos e histológicos das estruturas possivelmente comprometidas, o que torna a
interpretação do fenômeno doloroso difícil (ROCHA 2007).
Sabe-se que existe um programa de exercícios para dor lombar crônica destinado a
reverter o descondicionamento e o medo do movimento associado a dor. Esses
exercícios são conduzidos em grupo e incluem exercícios aeróbicos como caminhar ou
pedalar associados ao fortalecimento e alongamento (HAYDEN et al., 2005). Em escala
progressiva, clínicas de reabilitação vêm introduzindo o método Pilates combinado ao
conceito de estabilização segmentar vertebral como um tratamento continuado, visto
que abrange os princípios de controle motor somado aos resultados benéficos de uma
atividade aeróbica para pacientes com dor crônica. Esta seria mais uma possibilidade de
tratamento, contudo, existe uma grande necessidade de estudos que comprovem a
eficácia desta integração e o perfil de paciente que será beneficiado com tal atividade.
Conclusão
O presente estudo sugere restaurar a habilidade dos músculos do tronco quando houver
dor de origem vertebral, visto que esse tipo de dor foi correlacionada à disfunção do
controle motor, pois o estudo pôde registrar o quanto há eficácia no tratamento das
lombalgias e suas recidivas baseado nos exercícios terapêuticos específicos, por
exercerem papel direto na restauração do controle motor, promovendo ativação
antecipatória dos músculos profundos. Como foi visto anteriormente, os exercícios de
controle motor foram desenvolvidos baseados no princípio de que indivíduos com dor
lombar crônica possuem um déficit no controle dos músculos profundos do tronco.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
13
Assim, a proposta é utilizar o aprendizado motor para retreinar o controle e a
coordenação necessárias da coluna vertebral. A intervenção envolve o treinamento dos
músculos profundos do tronco, inicialmente em tarefas estáticas, progredindo até
atividades mais complexas, dinâmicas e funcionais integrando a ativação.
Por promover a diminuição da dor, disfunção e recidiva, contribuirá não só para uma
melhora da qualidade de vida como também para a redução de custos para seguros de
saúde e para o Estado à medida que haverá menos afastamentos do trabalho e consultas
médicas.
Referências
BARKER, P.J; URQUHART D.M; STORY, I.H; FAHRER, M; BRIGGS, C.A. The
middle layer of lumbar fascia and attachments to lumbar transverse processes:
implications for segmental control and fracture.Eur Spine J. 2007; 16:2232–
2237. [PMC
free
article] [PubMed].
Disponível
em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2140134/. Acesso em 5 maio 2013.
BARR, K.P; GRIGGS M; CADBY, T. Lumbar stabilization: A review of core
concepts and current literature, part 2. Am J Phys Med Rehabil. 2007; 86:72-80, doi:
10.1097/01.phm.0000250566.44629.a0.
BAYRAMOGLU, M et al. Isokinetic measurement of trunk muscle strength in
women with chronic low back pain. Am J Phys Med Rehabil. 2001; 80:650-5, doi:
10.1097/00002060-200109000-00004.
BERGMARK, A. Stability of the lumbar spine: a study in mechanical engineering.
Acta Orthop Scand. 1989;230 (Suppl 60):20-4.
BYSTRÖM MG; RASMUSSEN-BARR E; GROOTEN WJ. Motor control exercises
reduces pain and disability in chronic and recurrent low back pain: a metaanalysis.
Spine
(Phila
Pa
1976). 2013
Mar
15;38(6):E350-8.
doi:
10.1097/BRS.0b013e31828435fb
CALMELS,
P.
et
al.
Étude
comparative
entre
technique
isocinétique et kinésithérapie
classique
chez le lombalgique
chronique. Résultats préliminaires: Ann Readapt. Med Phys. 2004; 47:20-7.
PubMed
CARPENTER D.M; NELSON, B.W. Low back strengthening for the prevention
and treatment of low back pain. Med Sci Sports Exerc. 1999; 31:18-24, doi:
10.1097/00005768-199901000-00005.
COMERFORD M; MOTTRAM S.L. Functional stability re-training: principles and
strategies for managing mechanical dysfunction. Manual Therapy 2001; 6(1):3-14.
CRESSWELL A; THORSTEBSSIN A. Changes in intraabdominal pressure, trunk
muscle activation and force during isokinetic lifting and lowering. Eur J Appl
Physiol. 1994; 68:315-21
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
14
CROMMERT ME; EKBLOM MM; THORSTENSSON A. A ctivation of transversus
abdominis varies with postural demand in standing. Gait Posture 2011; 33: 473 –7 .
DANNEELS, L.A et al. CT imaging of trunk muscles in chronic low back pain
patients and healthy control subjects. Eur Spine J. 2000; 9:266-72, doi: 10.1007/
s005860000190.
FRANÇA, Fábio Renovato et al. Segmental stabilization and muscular
strengthening in chronic low back pain - a comparative study. Department of
Physical Therapy, Communication Science & Disorders, Occupational Therapy,
Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brazil. CLINICS
2010; 65(10):1013-1017 DOI:10.1590/S1807-59322010001000015. CLINICAL
SCIENCE
FERREIRA, P.H et al. Changes in recruitment of transversus abdominis correlate
with disability in people with chronic low back pain. Br J Sports Med. published
online 26 May 2009;doi:10.1136/bjsm.2009.061515.
FITTS, P. M.; POSNER, M. I. (1967). Human performance. Belmont, CA:
Brooks/Cole.
GRACOVETSKY, S; FARFAN, H.F; LAMY, C. The mechanism of the lumbar
spine. Spine (Phila Pa 1976). 1981 May-Jun;6(3):249-62.
______. Exercise therapy for treatment of non-specific low back pain. Cochrane
Database Syst Rev 2005. CD000335
HIDES, J.A; RICHARDSON, C.A; JULL, G.A. Multifidus muscle recovery is not
automatic following resolution of acute first-episode low back pain. Spine. 1996;
21:2763-9, doi: 10.1097/00007632-199612010-00011.
HODGES, Paul W. Low back pain and the pelvic floor. In: Carrière Beate; Feldt
Cynthia Markel. The pelvic floor.
HODGES, Paul W. Is there a role for transversus abdominis in lumbo-pelvic
stability? Manual Therapy (1999) 4(2), 74±86 # 1999 Harcourt Brace & Co. Ltd
______ et al. Experimental muscle pain changes feed forward postural responses of
the trunk muscles. Exp Brain Res. 2003; 151:262-71, doi: 10.1007/s00221-003-1457x.
______. G. Lorimer Moseley. Pain and motor control of the lumbopelvic region:
effect and possible mechanisms. Journal of Electromyography and Kinesiology 13
(2003) 361–370
______ et al. Intra-abdominal pressure increases stiffness of the lumbar spine. J
Biomech. 2005 Sep; 38(9):1873-80.
______. RICHARDSON C. A. Inefficient muscular stabilization of the lumbar spine
associated with low back pain: a motor control evaluation of transversus
abdominis. Spine. 1996; 21(22):2640-50, doi: 10.1097/00007632-199611150-00014.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
15
______. Contraction of the abdominal muscles associated with movement of the
lower limb. Physical Therapy 77: 132±144
LIDDLE, S. D; BAXTER, G. D; GRACEY J.H. Exercice and chronic low back pain:
What works? Pain. 2004; 107:176-90, doi: 10.1016/j.pain.2003.10.017.
MACEDO L.G, MAHER CG, LATIMER J, et al. Motor control exercise for
persistente, nonspecific low back pain: a systematic review. Phys Ther 2009; 89:9-25
MARSHAL, P; Murphy B. The relationship between active and neural measures in
patients with nonspecific low back pain. Spine 2006; 31(15):E518-E524
M.M. Panjabi. The stabilizing system of the spine. Part I. Function, dysfunction,
adaptation, and enhancement, Journal of Spinal Disorders 5 (4) (1992) 383–389.
______. Lumbar spine instability:
Orthopaedics 1994; 8:100-105.
A
biomechanical
challenge.
Current
______. Clinical spinal instability and low back pain. Journal of Electromyography
and Kinesiology 2003; 13(4):371-379.
MCGILL S.M.; NORMAN, R.W. Low back biomechanics in industry: the
prevention of injury through safer lifting. In: GRABINER, M. D, editor. Current
issues in biomechanics. Champaign, IL: Human Kinetics Publs; 1993. p69 -120.
O'SULLIVAN, Peter B. et al. Evaluation of Specific Stabilizing Exercise in the
Treatment of Chronic Low Back Pain With Radiologic Diagnosis of Spondylolysis
or Spondylolisthesis[Clinical Studies - Diagnosis] Ovid: O Sullivan: Spine, Volume
22(24).December 15, 1997.2959-2967
RICHARDSON, C. A. et al. The rel neda K, Ito T. Trunk muscle strength during
concentric and eccentric contraction: ation between the transversus abdominis
muscle, sacroiliac joint mechanics, and low back pain. Spine. 2002; 27(4):399-405.
______. HODGES, Paul; HIDES, Julie. Therapeutic Exercise for Lumbopelvic
Stabilization: a motor control approach for the treatment and prevention of low
back pain. . 2nd ed. London: Churchill Livingstone, 280 p; 2004.
SHIRADO O, KaA comparison between healthy subjects and patients with low
back pain. J Spinal Disord. 1992; 5:175-82, doi: 10.1097/ 00002517-19920600000005.
SIMON Gilchrist. Compensation strategies in patients with low back pain and
pelvic pain.Dr Annelies Pool-Goudzwaard.: B. Phty M. Phty (Sports) Disponível em:
http://www.marylebonephysio.com/uploads/File/compensation-strategies-in-patientswith-low-back-pain-and-pelvic-pain-simon-gilchrist.pdf . Acesso em: 02 jun.2013.
UNSGAARD-TONDEL M; FLADMARK AM; SALVESEN O, et al.
Motor
control exercises, sling exercises, and general exercises for patients with chronic
low back pain: a randomized controlled trial with 1-year follow-up. Phys Ther
2010; 90: 1426 –40.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
16
WLLIAMS, P.L; WARWICK, R; DYSON, M. BANNISTER, L.H, editors. Grays’
Anatomy. 37th ed. London: Churchill Livingstone; 1989.
YAHIA L. et al. Sensory innervation of human thoracolumbar fascia. An
immunohistochemical study. Acta Orthop Scand. 1992; 63:195–197. [PuMed]
ROZEMBERG S. Chronic low back pain: Definition and treatment. Rev Prat. 2008;
15; 58:265-72.
LAWRENCE JP, GREENE HS, GRAUNER JN. Back pain in athletes. J Am Acad
Orthop Surg. 2006; 14:726-35.
DE VITTA A. A lombalgia e suas relacões com o tipo de ocupação com a idade e o
sexo. Rev Bras Fisioter. 1996; 1:67-72.
EBENBICHLER GR, ODDSSON LIE, KOLLMITZER J, ERIM Z. Sensory-motor
control of the lower back: Implications for rehabilitation. Med Sci Sports Exerc.
2001; 33:1889-98, doi: 10.1097/00005768-200111000-00014.
BAYRAMOGLU M, AKMAN MN, KILINÇ S, CETIN N, YAVUZ N, ÖZKER R.
Isokinetic measurement of trunk muscle strength in women with chronic low back
pain. Am J Phys Med Rehabil. 2001; 80:650-5, doi: 10.1097/ 00002060-20010900000004.
DANNEELS LA, VANDERSTRAETEN GG, CAMBIER DC, WITVROUW EE,
CUYPER HJ. CT imaging of trunk muscles in chronic low back pain patients and
healthy control subjects. Eur Spine J. 2000;9:266-72, doi: 10.1007/ s005860000190.
HODGES PW, MOSELEY GL, GABRIELSSON A, GANDEVIA SC. Experimental
muscle pain changes feed forward postural responses of the trunk muscles. Exp
Brain Res. 2003; 151:262-71, doi: 10.1007/s00221-003-1457-x.
BARR KP, GRIGGS M, CADBY T. Lumbar stabilization: A review of core
concepts and current literature, part 2. Am J Phys Med Rehabil. 2007; 86:72-80, doi:
10.1097/01.phm.0000250566.44629.a0.
SHIRADO O, KANEDA K, ITO T. Trunk muscle strength during concentric and
eccentric contraction: A comparison between healthy subjects and patients with
low back pain. J Spinal Disord. 1992; 5:175-82, doi: 10.1097/ 00002517-19920600000005.
LIDDLE SD, BAXTER GD, GRACEY JH. Exercise and chronic low back pain:
What works? Pain. 2004; 107:176-90, doi: 10.1016/j.pain.2003.10.017.
HAYDEN JA, VAN TULDER MW, MALMIVAARA A, KOES BW. Meta-analysis:
Exercise therapy for nonspecific low back pain. Ann Intern Med. 2005; 142:765-75.
LEGGETT S, MOONEY V, MATHESON LN, NELSON B, DREISINGER T,
ZYTVELD JV, VIE L. Restorative exercise for clinical back pain. A prospective
two center study with one year follow-up. Spine. 1999; 24:889-98, doi: 10.
1097/00007632-199905010-00010.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014
A Eficácia no Tratamento de Dor Lombar Crônica baseada na restauração do controle motor
dezembro/2014
17
TAKEMASA R, YAMAMOTO H, TANI T. Trunk muscle strength and effect of
trunk muscle exercises for patients with chronic low back pain. The differences in
patients with and without organic lumbar lesions. Spine. 1995; 20:2522-30, doi:
10.1097/00007632-199512000-00012.
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 8ª Edição nº 009 Vol.01/2014
dezembro/2014