Pelagra Desencadeada por Antidepressivo

Transcrição

Pelagra Desencadeada por Antidepressivo
Pelagra Desencadeada por
Antidepressivo
Ricardo T. Villa1, Alexandre N. Harada2, Fernanda D. M. Campos2, Valcinir Bedin3
(1) Pós-graduanda da Fundação Técnico Educacional Souza Marques e Fundação Pele Saudável
(2) Professor (a) da Fundação Técnico Educacional Souza Marques e Fundação Pele Saudável
(3) Coordenador da Fundação Técnico Educacional Souza Marques e Fundação Pele Saudável
INTRODUÇÃO:
CONCLUSÃO:
Apresenta-se caso de paciente com pelagra
após uso crônico e contínuo de fluoxetina.
A importância do presente relato encontra-se
na grande difusão do uso de antidepressivos,
que raramente são recordados como agentes
relacionados à etiopatogênese da pelagra.
Também faz jus à menção a escassez de
literatura recente na abordagem da pelagra,
datando a maior parte dos estudos das
décadas de 40, 50 e 60 do século passado.
HISTÓRIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:
Paciente feminina de 43 anos, Fitzpatrick IV,
portadora de transtorno depressivo. Há três
anos em uso contínuo de inibidor seletivo da
captação da serotonina (fluoxetina 20 mg/dia)
evoluindo com dermatose predominante nas
áreas fotoexpostas caracterizada por eritema
difuso associado a prurido. Ao exame
dermatológico, xerose cutânea acentuada,
eritrodermia difusa, áreas extensas de
liquenificação e hiperpigmentação nas áreas
de fotoexposição. Seu exame anátomopatológico foi compatível com pelgra.
Atualmente, em uso de complexo vitamínico B
com remissão das lesões e melhora dos
sintomas.
Pápulas eritemato-violáceas descamativas
em região esternal.
Eritrodermia esfoliativa difusa.
DISCUSSÃO:
A pelagra é uma doença metabólica crônica
com exacerbações e remissões sazonais
frequentemente relacionada à deficiência de
niacina (vitamina B3 ou ácido nicotínico) e
caracterizada pela tríade clássica dos três "D":
dermatite, diarréia e demência. Quando sem
tratamento, pode-se incluir um 4º "D" de
"death" (morte). A sintomatologia cutânea se
apresenta sob a forma de um eritema simétrico
nas superfícies expostas ao Sol, como
extremidades, face (disposição em asa de
borboleta) e área escapulo-clavicular (colar de
Casal). As lesões são bem delimitadas e
podem
assemelhar-se
à
queimaduras.
Sintomas gastrointestinais estão presentes em
50% dos casos.
Lesões descamativas,
hiperpigmentadas No braço direito.
Lesões descamativas,
hiperpigmentadas No braço esquerdo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
⇒ MARCHE, J.; Drug-induced pellagra. Prophylaxis and treatment.Therapie.
3(1): 9-27, 1968 Jan-Feb.
⇒ RAGHURAM, TC.; KRISHNASWAMY, K.; Serotonin metabolism is pellagra.
Arch Neurol; 32(10): 708-10, 1975 Oct.
⇒ STRATIGOS, J.; KATSAMBAS, A.; GALANOPOULOU, P.; Pellagra, serotonin
and 5-HIAA. Br J Dermatol; 90(4): 451-2, 1974 Apr.
⇒ SAMPAIO, S.A.P.; RIVITTI, E.A.; Avitaminoses e dermatoses nutricionais.
Dermatologia. 3ª Ed. Artes Médicas, São Paulo, p.887-889, 2007.
⇒ AZULAY, L.; BONALUMI, A.; AZULAY, DR.; LEAL, F. Pelagra. Atlas de
dermatologia: da semiologia ao diagnóstico. Elsevier, Rio de Janeiro, 556-57,
2007.
⇒ WOLFF, K. et al; Skin in nutritional, metabolic and heritable disease. Fitzpatrick’s
Dermatology in General Medicine. 7º Ed. Mac Graw Hill, p. 1209-10, 2003.

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