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Agosto 2008 Universidade de São Paulo Instituto de Física FAP5844 - Técnicas de Raios-X e de feixe iônico aplicados à análise de materiais Manfredo H. Tabacniks FI1-2008 O homem sempre buscou a origem das coisas: Na Grécia antiga, Empédocles (~492 - 432 AC) classificou a matéria em quatro elementos: terra, água , ar e fogo 12/08 FI-1 19/08 FI-2 26/08 FI-3 04/09 05/09 Revisão: Interação de fótons (raios-X) com a matéria para análise elementar: Absorção e emissão de raios-X característicos. Interação de íons energéticos com a matéria: Poder de freamento, excitação eletrônica, espalhamento elástico. Raios-X para análise elementar: Fundamentos dos métodos XRF e PIXE. Análise qualitativa e quantitativa elementar. Instrumentação, bases de dados e softwares para análise e simulação de espectros de raios X. Exemplos e exercícios. Laboratório PIXE no LAMFI Setembro 2008 02/09 FI-4 16/09 FI-5 Fundamentos da Espectrometria de Retroespalhamento Rutherford, RBS. Análise e interpretação de espectros RBS Instrumentação, bases de dados e softwares para análise e simulação de espectros RBS. Exemplos e exercícios. Laboratório RBS no LAMFI 18/09 19/09 23/09 FI-6 30/09 FI-7 Aplicações avançadas: Difusão em filmes finos, rugosidade, filmes multicamada e multielementares; análise PIXE de amostras espessas. Análises PIXE em feixe externo. Apresentação e discussão dos resultados das análises PIXE e RBS. 07/10 FI-8 PROVA: Métodos de análise com feixes iônicos e com raios-X Os atomistas gregos Átomo = “a-tomos” = indivisível (Leucipo de Mileto). Matéria constituída de partículas em movimento perpétuo. Demócrito de Abdera (~460-370 AC) Esses 4 elementos eram envoltos por: amor e ódio. O amor une os elementos. O ódio os separa. A mistura dos elementos cria todas as coisas. AS PARTÍCULAS ATÔMICAS • invisíveis (muito pequenas) • indivisíveis • sólidas (sem espaço vazio interno) • cercadas de espaço vazio (para se movimentar) • com infinitas formas (explica a multitude da Natureza) http://perso.club- internet.fr/molaire1/e_plan.html http://perso.club- internet.fr/molaire1/e_plan.html No século 18, a chama dos materiais indicava a presença de elementos específicos. O maçarico (bico) de Bunsen (1811-1899) aperfeiçoou a espectroscopia de chama. Uma chama de cor fraca e muito quente, simples e fácil de usar. O espectrômetro de Bunsen-Kirchhoff amostra prisma espectro bico de bunsen césio - Cs lítio - Li sódio - Na cobre - Cu http://physics.kenyon.edu/EarlyApparatus/Optics/Spectrometers/Bunsen_Spectrometer.JPG 1 A tabela periódica no tempo (1500AC - 2000) 11 elementos conhecidos em 1500 AC A experiência de Rutherford (1909) Atirando alfas em finas folhas de ouro (0,086 µm) F 15 elementos no final do Século 17 folha de ouro muito fina 34 elementos no final do Século 18 82 elementos final do Século 19 http://dbhs.wvusd.k12.ca.us/AtomicStructure/Rutherford-Model.ht ml A maioria das partículas atravessa a folha, como se ela não existisse... fonte colimada de partículas α ..mas algumas poucas (1:8000) ricocheteiam e retornam em direção à fonte . (Marsden e Geiger, 1909) É como se um tiro de canhão contra uma folha de jornal, retornasse. www.uniterra.de/rutherford Moseley (1887-1915) 1913 Espectroscopia de raios X A O “mistério Z ≅ da carga nuclear 2 “detector” cristal número atômico O modelo planetário (1911) O átomo de Bohr... blindagem fonte de raios-X http://photos.aip.org/history/Thumbnails/moseley_henry_d9.jpg Feixe de fótons na matéria Feixe de fótons na matéria (Absorção e espalhamento) N = e −µ .∆x N0 Espalhamento incoerente E = E0 − ∆E Efeito fotoelétrico Eν = cte ∆x I0(E) Raios-X característicos Elétrons Auger Foto-elétrons Feixe de íons na matéria N 0 = cte dE E ' = E0 − ∆x dx Espalhamento coerente Absorção µ = τ + σcoer + σincoer Adaptado de Jenkins, Gould & Gedke. Quantitative X-ray Spectro metry. Marcel Dekker, 1981: 26 2 Feixe de fótons na matéria (Absorção e espalhamento) Feixe de fótons na matéria (Absorção e espalhamento) Efeito fotoelétrico, τ Espalhamento coerente ‘elástico’ µ Espalhamento incoerente ‘inelástico’ Espalhamento para Ex = 8046 eV (Cu-Kα) em carbono 12.4 λ(A ) = E(keV) o cm2/g 0,133 0,231 0,364 4,15 4,51 Esp.Incoerente Esp.Coerente Esp. Total Fotoelétrico Total Espalhamento para Ex = 8046 eV (Cu-Kα) em carbono 12.4 λ(A ) = E(keV) o fração 0,029 0,051 0,081 0,919 Esp.Incoerente Esp.Coerente Esp. Total Fotoelétrico Total Jenkins, Gould & Gedke. Quantitative X-ray Spectro metry. Marcel Dekker, 1981: 26 cm2/g 0,133 0,231 0,364 4,15 4,51 fração 0,029 0,051 0,081 0,919 Jenkins, Gould & Gedke. Quantitative X-ray Spectro metry. Marcel Dekker, 1981: 26 Medindo a absorção de raios-X pela matéria monocromador Tubo de raios-X Qual a energia transferida ? absorvedor Qual a probabilidade do evento ? colimadores detector Leighton, Principles of Modern Physics, McGraw, 1959 Feixe de fótons na matéria (Absorção e espalhamento) Efeito fotoelétrico ~ absorção total Espalhamento inelástico (Efeito Compton) λ λ' θ Absorção total I ( x) = I 0 e − µ . x h ∆λ = (1 − cos θ ) m0c ( I ( x) = I 0 e − µ . x µ (λ ) = a λ3 + b ) ) 2 2 dσ c 1 / 2 r0 1 + cos θ ' 4ε 2 sen 4 1 / 2θ ' = 1+ 2 dΩ 1 + cos2 θ ' 1 + 2ε sen 2 1 / 2θ ' 1 + 2ε sen 2 1 / 2θ ' ( ( )( ) Fórmula de Klein-Nishina (1929) Espalhamento elástico E = hν = cte σ0 = e4 6πε 02 m 2c 4 σf = µ ρ N0 / A σ f ≅ C 0 K Z 4 λ3 + B σf ≅ 12.4 C0 K Z 4 +B E x4 C0 K = 2.25m −1 Fração da radiação incidente espalhada por um único elétron. (Espalhamento de Thompson) Leighton: 422, 428, 433 Le ighton: 422 3 Carga efetiva Poder de freamento (stopping power) prótons 250 keV (β ≡ v/c = 0,023) Feixe iônico superfície Adaptado de Ziegler, 1980 e nc R Nastasi et al., 1996 ca Al Elétrons secundários Freamento Eletrônico E > 1 Me V/u Freamento Eletrônico Freamento Nuclear Es = Freamento Nuclear E ~ keV/u 1 1 e2 M Z ≈ 0,025 AZ 2 MeV 2 4πε 0 h 2 Íon neutro: vp = vK A. De lgado, IFUSP Freamento eletrônico β = 0,05 Bethe-Bloch 10 keV/u β = 0,01 Andersen-Ziegler β = 0,1 v ≈ v 0 .Z 22 /3 4π e 4 Z14 / 3 Z 2 e 4 2 v 2 m dE − = (0,92 ) ln v.v0 m dx e I 300 eV/u Lindhard, Scharff e Schiöt (LSS) k ≡ kL = Z11/ 6 Poder de freamento (stopping power) 1MeV/u dE dx − dε = kε 1/ 2 dρ e v >>v0.Z2 Bethe-Bloch − 0.0793 Z11/ 2 Z 12 / 2 (M 1 + M 2 )3 / 2 ( Z12 / 3 + Z 22 / 3 )3 / 4 M 13 / 2 M 12/ 2 E dE Z12 ∝ ln dx e ( E / M 1Z 2 ) M1 Z 2 Freamento eletrônico v >>v0.Z2 E dE Z ∝ ln dx e (E / M 1Z 2 ) M 1Z 2 2 1 o 30 eV/A ≈ 60 eV/10 15 at/cm 2 E / AZ 2A ≈ 1015 at/cm 2 1MeV/u 0,2 MeV/u β = 0,05 Andersen-Ziegler Bethe-Bloch (m→M) dE 4π e 4Z14/ 3Z 2e 4 2 v2 m = (0,92) ln dx e v.v0 m I v ≈ v 0 .Z 2 2/3 10 keV/u Lindhard, Scharff e Schiöt (LSS) β = 0,01 − dE 4πZ12 N Z 22 e 4 2 M v 2 = ln dx n M 2v2 I dE / dx n dε = kε 1 / 2 dρ e k ≡ k L = Z11/ 6 ε ε H = Z2 Z v < v0 Bethe-Bloch − 1 dE ε= ρ dx Freamento nuclear β = 0,1 − Energy loss rate Stopping power cross section Alumínio E − Feld man & Mayer, Fundamentals of surface and thin film analysis. North Holland, 1986 :42 dE / dx e ≈ mZ 2 1 ≅ M 2 3600 0.0793Z11/ 2 Z 12/ 2 (M 1 + M 2 )3 / 2 ( Z12 / 3 + Z 22 / 3 )3/ 4 M13 / 2 M 12/ 2 300 eV/u 4 Intensidade do freamento de íons na matéria (na prática) ... e seu uso na análise de materiais TRIM Programa de simulação Monte Carlo para amostra complexas e multicamada SR Programa ‘rápido’ para cálculo de S e R usando polinômios ZBL SRIM RADIAÇÃO RADIAÇÃODE DEFREAMENTO FREAMENTO ELÉTRON SECUNDÁRIO Ee>100eV TRAÇO SECUNDÁRIO Ep< 5keV www.srim.org PIXE COLUNA IONIZADA TRAÇO PRIMÁRIO Polinômios ZBL 602,22 1 1 + S( E) = An S L S H ~2 nm S L = a.E b + c.E d −1 SH = Ziegler, J.F., Biersack, JP., Littmark, U. The Stopping and Range of Ions in Solids. Vol. 1. Pergamon, NY, 1985. TRAÇO SECUNDÁRIO Ep>5000eV e g ln + h.E Ef E [ S ] = keV / mg / cm “Bolha” de elétrons secundários 10-100eV RBS Par e-íon E* ~30eV PROJÉTIL IÔNICO ÁTOMO de RECUO FRS 2 Adaptado de Choppin, Liljenzin e Rydberg, Radiochemistry and Nuclear Chemistry, 2002. Interação de íons com a matéria - MeV PIXE arranjo experimental elétrons secundários luz amostra íons espalhados elétrons secundários Feixe incidente Feixe transmitido (MeV/u.m.a.) núcleos de recuo (ERDA) íons retro-espalhados (RBS) raios γ (PIGE) raios X (PIXE) Geometria experimental: PIXE ou ED-XRF detector Si(Li) e absorvedores x´ y´ D1, D2: detectores T: amostra C: colimador de feixe F: copo de faraday. θ fóton emergente z´ energia E0 partícula incidente α l S(E) µi d h z O analisador multicanal contagens E, σX(E) i ρidv ou raio-X dN X = Ω ε σ X ( E ) n( x, y )ρ nT ( z ) dxdydz 4π canal (energia) Jenkins, Gould & Gedke. Quantitative X-ray Spectro metry. Marcel Dekker, 1981: 164 5 Principais linhas de raios-X Um espectro “real” . Canal PIXE - Análise elementar de uma amostra de soro sanguíneo Um acelerador eletrostático •Fonte de íons (ou de elétrons) •Fonte de alta tensão (VDG ou Crockroft Walton) • Estrutura em vácuo para transporte do feixe (íons ou elétrons) padrão interno gerador (VDG ou CW) R R R R R R R R R R V K = V.q E fonte de íons 0V vácuo tubo acelerador gás isolante S Bernardes, Dissertação de mestrado, IFUSP, maio 2007 Acelerador eletrostático Acelerador Pelletron tipo tandem com stripper gasoso Tecnicas analíticas Eo M E o RBS M M E' ERDA Rutherford Backscattering Spectrometry H+ + H PIXE M Elastic Recoil Detection Analysis X ray Particle Induced X ray Emission γ ray PIGE Particle Induced Gamma ray Emission www.pelletron.com 6 métodos analíticos RBS Rutherford Backscattering Spectrometry ERDA Elastic Recoil Detection Analysis • • • • • alta sensibilidade: < 1014 Au/cm2 absoluto: não necessita calibração perfil em profundidade ( ∆x ~ 100Å) rápido: 10-20 min sensível à topografia (tese Dr.) PIXE Particle Induced X ray Emission PIGE Particle Induced Gamma ray Emission • • • • alta sensibilidade: ppm (ou 1014 at/cm2) Z > 11 necessita calibração rápido : 10-20 min Feixe externo para amostras especiais medir todos os elementos da tabela periódoca SIMS • • • • • • • Secondary Ion Mass Spectrometry feixe 16 O, 20 keV, 3µm altíssima sensibilidade: 1012 at/cm2 todos elementos da tabela periódica mapa elementar imagem por elétrons retroespalhados semiquantitativo perfil em profundidade (∆x ~ 10 Å) AMS Accelerator Mass Spectrometry 1014 • hiper alta sensibilidade: 1: • composição isotópica • absoluto: não necessita calibração www.if.usp.br/manfredo/fap5844 www.if.usp.br/lamfi/tutoriais.htm Tutorial 1. Análise de filmes finos por PIXE e RBS AMS-2 Accelerator Mass Spectrometry Instalação de um espectrômetro de massa no implantador de íons de 300kV. Sensibilidade prevista 1010 at/cm2. (em projeto de viabilidade) 7
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