- Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de
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www.jornalistasp.org.br Jornal UNIDADE - [email protected] JORNAL DOS JORNALISTAS Filiado à Órgão mensal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo número 323 PEC do Diploma aprovada na CCJ da Câmara e Senado Arquivo Sindicato dos Jornalistas/CE Rodolfo Stuckert/SEFOT-Secom NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009 O presidente do SJSP, Guto, com o senador Antonio Carlos Valadares(PSB) Os jornalistas obtiveram as primeiras vitórias contra o fim da exigência do diploma para o exercício da profissão. No dia 2 de dezembro foi aprovada na Comissão de Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de autoria do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) que restituti a exigência de formação específica para o exercício do jornalismo. Outra PEC com mesmo teor, de autoria do deputado Paulo Pimenta (PT/RS) foi aprovada na CCJ da Câmara Federal. As matérias seguem agora para votação nos plenários. Ministério do Trabalho controlará o registro profissional dos jornalistas. O Sindicato esteve reunido com o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi que deverá, nos próximos dias, apresentar parâmetros para a expedição do registro profissional dos jornalistas. Pág4 Veja a edição especial do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, com a relação de ganhadores. Jornalistas terão grande representação na 1ªConfecom Pág3 2 UNIDADE NOVEMBRO/DEZEMBRO2009 Editorial Os sustos de 2009 e o desejo de um bom ano novo A suspensão pelo STF da necessidade de formação universitária específica para o exercício profissional do jornalismo, cujo acórdão, ironicamente, foi publicado na sexta-feira 13, cinco meses após o julgamento em julho, está dando frutos não muito saborosos. Inicialmente surgiu em Brasília a Associação Brasileira dos Jornalistas (ABJ), criada pelo Movimento em Defesa dos Jornalistas sem Diploma, cujo lema é “Abaixo o diploma...jornalismo é arte”. A entidade já providenciou sua carteirinha pelo preço módico de R$ 35,00 que, aliás, é bastante parecida com a da Fenaj, com a única diferença que não tem valor legal. Aqui em São Paulo, mais precisamente na Estrada da Aldeia, em Carapicuíba, foi organizado o Sindicato Nacional dos Jornalistas Liberais, que já solicitou carta sindical junto ao Ministério do Trabalho e Emprego. Da diretoria provisória, composta por dez membros, quatro são da mesma família. O procedimento será avaliado pelo Ministério mas cabe recurso pelos Sindicatos de Jornalistas, caso ele seja aceito. Apesar de não ser mais necessário o diploma, como cultura e informação são sempre bem vindas, várias iniciativas para “formar” novos jornalistas começaram a surgir por todo o Brasil. Já é possível aprender tudo sobre jornalismo em um curso on line “sem mensalidades ou taxas adicionais”, pagando apenas R$ 40,00 com tempo estimado de curso em 45 horas. Caso resolva optar por uma formação mais sólida, em Manaus, em 3 meses e com turmas reduzidas de 15 alunos, você está preparado para a profissão, pois, como diz a propaganda do curso: “Finda a obrigatoriedade do Diploma, passamos todos a potenciais jornalistas, potenciais formadores de opinião, comunicadores de fatos e ideias”. A FENAJ havia detectado distorções graves junto aos registros concedidos por força da liminar há algum tempo. O caso do analfabeto de Minas Gerais, que por força da liminar concedida pelo STF, obteve seu registro de Jornalista e não pode assinar o nome na carteira da FENAJ, foi inclusive exposto aos deputados em audiência pública na Câmara Federal quando se discutia a aprovação da PEC 386/09. A ausência de qualquer norma para a concessão do registro profissional junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, como sugere o ministro Gilmar Mendes, só vai agravar esta situação. Por isso, a posição do Ministro Carlos Lupi de garantir algumas regras para a obtenção do registro é uma forma de minimizar o risco. Mas, sabemos que a solução está no Legislativo. A aprovação, pelo Senado e Câmara, das Propostas de Emendas Constitucionais (PEC) é o primeiro passo para a solução do caos criado pelo STF. Em 2010, portanto, desejamos um bom ano, com a aprovação definitiva em plenário da volta do diploma para o exercício profissional do jornalismo e o final das aberrações que assombram o final deste ano. Diretoria do Sindicato Órgão Oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo Rua Rego Freitas, 530 - sobreloja CEP 01220-010 - São Paulo - SP * Tel: (11) 3217-6299 - Fax: (11) 3256-7191 E-mail: [email protected] - site: www.jornalistasp.org.br EXPEDIENTE Diretor responsável: Rose Nogueira (MTb 9736/SP) Editor: Simão Zygband (MTb 12.474/SP) Diagramação: Rubens M. Ferrari (MTb 27.183/SP) Depto. Comercial: Fone (11) 3217-6299 Colaborador: Eduardo Ribeiro (Moagem) Impressão: Foma Certa Fone (11) 36722727Tiragem:10.000 exemplares DIRETORIA EXECUTIVA Presidente - José Augusto de Oliveira Camargo (Guto); Secretário Geral - André Luiz Cardoso Freire; Secretário de Finanças - Kepler Fidalgo Polamarçuk; Secretário do Interior - Alcimir Antonio do Carmo; Secretária de Cultura e Comunicação - Rose Nogueira; Secretária de Relações Sindicais e Sociais - Evany Conceição Francheschi Sessa; Secretário Jurídico e de Assistência Paulo Zocchi; Secretária de Ação e Formação Sindical -Telé Cardim ; Secretária de Sindicalização Márcia Regina Quintanilha. CONSELHO DE DIRETORES Suely Torres de Andrade, Luigi Bongiovanni, José Aparecido dos Santos, Cláudio Luis de Oliveira Soares, Cândida Maria Rodrigues Vieira, Luiz Francisco Alves Senne, Arístocles Coutinho de Moura Lima, Wladimir Miranda, Lílian Mary Parise DIRETORES REGIONAIS Bauru - Rodrigo Ferrari Campinas - Agildo Nogueira Júnior Oeste Paulista - Sérgio Carlos Francisco Barbosa Piracicaba - Martim Vieira Ferreira Ribeirão Preto - Aureni Faustino de Menezes Santos - Carlos Alberto Ratton Ferreira S. José do Rio Preto - Daniele Jammal Sorocaba - José Antonio Rosa Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira - Edivaldo Antonio de Almeida COM. REG. E FISC. EXERC. PROF. (CORFEP) Titulares: Carlos Roberto Botelho, Douglas Amparo Mansur, Vitor Celso Ribeiro da Silva. Suplentes: Alan Felisberto Rodrigues , José Eduardo de Souza CONSELHO FISCAL Titulares: José Donizete Costa, Marcelo Carlos Dias dos Santos , Dulcimara Cirino. Suplentes: Carlos Eduardo Luccas Castro, Simone de Marco Rodrigues. Augusto Melges. Campinas: Kátia Maria Fonseca Dias Pinto, Hugo Arnaldo Gallo Mantellato, Orlando Arco e Flexa Neto, Elisa Vitachi, Fernanda de Freitas. Oeste Paulista: Tânia Cristina Brandão, Priscila Guidio Bachiega, Sérgio Ricardo Guzzi, Fernando Sávio Rodrigues dos Santos, Hércules Farnesi da Costa Cunha, Danilo Augusto Maschio Pelagio Piracicaba: Luciana Montenegro Carnevale, Fabrice Desmonts da Silva, Paulo Roberto Botão, Poliana Salla Ribeiro, Ubirajara de Toledo, Vanderlei Antonio Zampaulo. Ribeirão Preto: Firmino Luciano Piton, Antonio Claret Gouvea, Eduardo Augusto Schiavoni,Tadeu Queiroz da Silva. Santos: Eraldo José dos Santos, Glauco Ramos Braga, Emerson Pereira Chaves, Pedro Figueiredo Alves da Cunha, Marcelo Luciano Martins Di Renzo, Reynaldo Salgado, Joaquim Ordonez Fernandes Souza. Sorocaba: Adriane Mendes, Fernanda Oliveira Cruz, Regivaldo Alves Queiroz, Emídio Marques, Marcelo Antunes Cau. São José do Rio Preto: Daniele Gonçalves Jammal Augusto Fiorin, Carlos Eduardo de Souza, Dulcimara Cirino, Júlio Cezar Garcia e Nelson Gonçalves. Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira: Jorge Silva, Sirlene de Santana Viana, Fernanda Soares Andrade, Neusa Maria de Melo, Rita de Cássia Dell’Aquila. Diretorias Regionais: Bauru: R. Primeiro de Agosto, 4-47, Sala 604 E. Telefax: (14) 3222.4194 Campinas: R. Dr. Quirino, 1319, 9º andar. Tel.: (19) 3231.1638 Oeste Paulista: R. Pedro de Oliveira Costa, 64, Bosque, Presidente Prudente. Tel.: (18) 3901.1633 Piracicaba: Pça. José Bonifácio, 799 - Sl. 22. Tel: (19) 3434.8152 Ribeirão Preto: R. Dr. Américo Brasiliense, 405, sl. 404. Tel.: (16) 3610.3740 Santos: R. Martim Afonso, 101 - 6º andar. Tels: (13) 3219.2546/3219.4359 S. J. do Rio Preto: R. Major Joaquim Borges de Carvalho, 497, Vila Angélica. Tel: (17) 3211.9621 CEP:15050-170 Sorocaba: Rua Cesário Mota, 482 CEP 18035-200. Tel.: (15) 3342 8678 e-mail:[email protected] Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira: R.Conselheiro Rodrigues Alves, 203, Casa 2, Centro, S.José dos Campos. Tel.: (12) 3941.2686 Comissão de Ética: Denise Fon, Roland Marinho Sierra, Antonio Raimundo Chastinet Pontes Sobrinho (Tony), Alcides Rocha, Flávio Tiné, Fernando Jorge, Dr. Lúcio França, Cristina Charão, Antonio Funari Filho. DIRETORIAS DE BASE Conselho Editorial: Jaqueline Lemos, Luiz Bauru: Marcelo de Souza Carlos, Ieda Carlos Ramos, Laurindo (Lalo) Leal Filho, Cristina Borges, Sergio Luiz Bento, Carlos Mello, Assis Ângelo, Karina Fernando Prado Grim, Flávio Renato Yakabe e Adunias Bispo da Luz. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou do Sindicato Conferência UNIDADE NOVEMBRO/DEZEMBRO/2009 O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo participou da organização e dos trabalhos da 1ª Conferência Paulista de Comunicação (ConfecomSP), realizada entre os dias 20 e 22 de novembro, na Assembleia Legislativa de São Paulo. Na oportunidade, foram eleitos delegados e definidas propostas que serão levadas à plenária nacional da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), que aconteceu entre os dias 14 e 17 de dezembro em Brasília. A diretoria do Sindicato participou também de conferências regionais e municipais em cidades do ABC, Litoral e Interior do Estado. Os jornalistas participaram em peso das várias conferências regionais ocorridas no estado e terão forte representação. Três diretores do Sindicato foram eleitos delegados para a Conferência Nacional de Comunicação: o presidente, José Augusto de Camargo (Guto), a diretora de Sindicalização, Márcia Regina Quintanilha e do Vale do Paraíba, Litoral Norte e Mantiqueira, Neusa Maria de Melo. Além disso, foram eleitos os diretores Edivaldo Antonio de Almeida (na conferência do Vale do Paraíba), Lilian Mary Parise (na vaga da CUT), e José Eduardo de Souza (pela ONG Abraço). Diversos jornalistas de várias regiões do Estado (de ONGs, Sindicatos, Assessorias de Imprensa, entre outras) se juntarão a outros 1.800 delegados de todos os estados brasileiros, eleitos em suas respectivas cidades para participar da Conferência Nacional de Comunicação. André Freire 1ª Confecom terá grande participação de jornalistas 3 Plenária final da sociedade civil não empresarial na Confecom-SP A Confecom, a primeira a ser realizada no Brasil, foi convocada por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 16 de abril, terá a participação de jornalistas, trabalhadores do setor de comunicação, empresários, representantes da sociedade civil e do poder público, entre outros. Os delegados terão a responsabilidade de ajudar a elaborar e implementar políticas públicas de comunicação no país. Apesar de ser uma atribuição de estado, o governador paulista, José Serra, passou esta incumbência para a Assembleia Legislativa e ela foi convocada pelo presidente da Comissão de Transporte e Comunicação da Alesp, deputado Edmir Chedid (DEM). O estado de São Paulo terá ao todo 84 delegados, dos quais 56 da Capital e 28 do Interior. Além da Confecom-SP, o presidente do Sindicato dos Jornalistas, José Augusto de Camargo participou também da Conferência do Município de São Paulo 4 UNIDADE NOVEMBRO/DEZEMBRO2009 Defesa do Diploma N os próximos dias, o Ministério do Trabalho apresentará aos sindicatos dos Jornalistas e a Fenaj os novos parâmetros que serão adotados para a expedição do registro profissional para o exercício da profissão. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT-RJ), afirmou, em reunião com dirigentes sindicais dos jornalistas, que o Ministério não abre mão do controle sobre os registros profissionais. O encontro, realizado em 24/11, em Brasília, contou com a presença do presidente da FENAJ, Sérgio Murillo, e os presidentes dos Sindicatos dos Jornalistas de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Distrito Federal. Depois da decisão do STJ que suspendeu a obrigatoriedade do diploma, o Ministério do Trabalho interrompeu a emissão de novos registros em todo a País até que o acórdão do Supremo fosse publicado e analisado pela área jurídica do MTE – o que aconteceu no último no mês. “O entendimento do Ministro sobre a decisão do STF coincide com a dos Sindicatos, ou seja, o fim da obrigatoriedade do diploma não significa que o exercício do jornalismo se transformou em terra de ninguém, uma não–profissão”, avaliou o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, José Augusto de Camargo (Guto). Na ocasião o ministro Carlos Lupi assinalou que o controle sobre registros profissionais é prerrogativa do Poder Executivo e reafirmou o entendimento de que o Jornalismo é uma profissão cuja regulamentação está em vigor. “O que o STF revogou foi um dos itens da regulamentação”, disse o ministro. José Cruz Ministério do Trabalho controlará registros de jornalistas O presidente do SJSP, Guto (de costas), na audiência com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi Regulamentação completou 40 anos Há 40 anos, no dia 17 de outubro de 1969, o Decreto Lei nº 972 regulamentava finalmente a profissão de jornalista, uma conquista que foi decorrência de uma luta da categoria, com a histórica greve de 1961 – e não um entulho autoritário, como muitos querem fazer crer. Nesse mesmo ano foi consagrada a exigência de curso superior de Jornalismo para a profissão. O decreto ainda está em vigor, apesar do fim da obrigatoriedade do diploma determinado pelo Supremo Tribunal Federal em 17/6. A Fenaj e os sindicatos esperam a publicação do acórdão para esclarecimentos de pontos omissos na determinação do STF. A partir de 1961, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo passou a ser mais conhecido nacionalmente, conquistou o piso salarial que não existia para a categoria. Ao julgar a greve, a Tribunal Regio- nal de São Paulo referendou o piso (cerca de dois salários mínimos, na época). Os patrões recorreram ao Tribunal Superior do Trabalho, onde também perderam. A decisão final de Brasília, num acórdão publicado em 1964, dizia que era legítimo o TRT fixar – como pedia o Sindicato – um salário-piso profissional. A greve foi vitoriosa do começo ao fim. No ano seguinte, em 1962, a entidade recebeu o maior número de filiações, como escreveu José Hamilton Ribeiro no livro ‘Jornalistas 1937 – 1997 História da imprensa paulista vista pelos que batalham laudas (terminais), câmeras e microfones’. Aprofundando conquistas E em 1969, apesar da ditadura militar, no aprofundamento dessas conquistas, foi quando, por meio de artigo 11 da Lei 972, ficou determinado que as “funções desempenhadas pelos jornalistas, como empregados, serão assim classificadas: I – Redator: aquele que, além das incumbências de redação comum, tem o encargo de redigir editoriais, crônicas ou comentários; (...) III – Repórter: aquele que cumpre a determinação de colher notícias ou informações, preparando ou redigindo matéria para divulgação; (...)”, etc., e por fim, no parágrafo único: “Os Sindicatos serão ouvidos sobre o exato enquadramento de cada profissional.” A regulamentação profissional, começando pelo óbvio, como já expressou o jornalista Zuenir Ventura, constituiu um avanço em relação autodidatismo e, mesmo com a universidade imperfeita como a nossa, não pode ser dispensada, mas aperfeiçoada. Qualquer determinação em contrário cheira a obscurantismo. Pesquisa traça perfil dos jornalistas no mercado de trabalho Os associados do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo responderam no início deste mês formulário eletrônico (questionário) para participar da pesquisa “As mudanças no Mundo do Trabalho do Jornalista”, realizada pelo grupo de pesquisa Comunicação e Trabalho da Universidade de São Paulo (USP). O trabalho, coordenado pela Profª Roseli Fígaro, é credenciado pelo CNPQ e pretende realizar levantamento inédito sobre o perfil sócio-econômico e cultural dos jornalistas, buscando entender quais os impactos que as mudanças tecnológicas na organização do trabalho têm sobre a categoria. Para participar da pesquisa, os associados receberam convite com senha de acesso exclusiva para responder ao for- mulário eletrônico (questionário), que é dividido em três partes: dados pessoais, profissionais e hábitos culturais. Os resultados servirão para entender o que ocorre com os jornalistas no mercado de trabalho e orientar, inclusive, a política de formação de novos profissionais, ajudando a compreender os cenários futuros no campo da comunicação e no jornalismo. Secom vai anunciar nas TVs comunitárias A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) vai incluir em seus planos de mídia as TVs comunitárias, dando sequência à política de democratização de recursos e conteúdos ao Poder Executivo Federal. Estima-se que, atualmente, no Brasil, existam cerca de 60 canais comunitários de sinal fechado no País, que estariam aptos a receber inserções de mídia dos anunciantes do Governo Federal. As TVs comunitárias deverão seguir critérios semelhantes aos demais veículos que recebem publicidade oficial, tais como documentação regularizada e inserida nas normas da Lei Federal 8.977/95 - que deu origem aos Canais Básicos de Utilização Gratuita, ou canais comunitários - emissão de notas fiscais ou faturas e declaração de fatura. A Secom está cadastrando todas as TVs comunitárias interessadas para montar um banco de veículos com o qual passará a trabalhar na avaliação para veiculação de peças, de acordo com o perfil de suas campanhas. Os contatos das emissoras com a Secom para a realização desse cadastro podem ser realizados por meio do Núcleo de Mídia da Secom, no telefone (61) 2192-5000 ou pelo email: [email protected]. Defesa do Diploma UNIDADE NOVEMBRO/DEZEMBRO/2009 5 Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal aprovou no último dia 2, por 22 votos contra 2, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33/09, de autoria do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE ), que restitui a exigência da formação superior específica para o exercício do jornalismo. Com sua aprovação, a matéria segue para deliberação do Plenário. Os três senadores de São Paulo, Aloysio Mercadante, Eduardo Suplicy (ambos do PT/SP) e Romeu Tuma (PTB/SP) votaram favoravelmente. Os únicos votos contrários foram do próprio presidente da CCJ, senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e ACM Junior (DEM-BA). Representantes dos Sindicatos patronais, Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação Nacional de Revistas (ANR) e Associação Brasileiras das Empresas de Radiodifusão (ABERT) fizeram lobby, distribuindo panfletos contra o diploma no encontro. O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, José Augusto de Oliveira Camargo (Guto), acompanhou a votação juntamente com o presidente da Fenaj, Sérgio Murilo e presidentes de sindicatos de outros estados. Na semana anterior à votação, Guto e demais dirigentes foram recebidos em audiência pelo presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB/AP), que se comprometeu a agilizar o processo de votação em plenário da PEC 33/09, aprovada na CCJ. De acordo com o texto aprovado, que recebeu emendas do relator, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), a profissão de jornalista deve ser privativa do portador de diploma de curso superior de jornalismo, cujo exercício será definido em lei. A regra é facultativa ao colaborador - aquele que, sem relação de emprego, produz trabalho de natureza técnica, científica ou cultural, relacionado à sua especialização. A exigência do diploma não é obrigatória para aquele que comprovar o efetivo exercício da profissão ou para jornalistas provisionados (os que não têm diploma em jornalismo, mas obtiveram registro por terem sido contratados por empresa jornalística em município onde não há curso específico). Fotos: Sindicato dos Jornalistas/CE Nova vitória: CCJ do Senado aprova a PEC do Diploma A O presidente do SJSP, Guto reunido com o relator da PEC do Senado, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) Primeira batalha foi vencida na Câmara No dia 11 de novembro, os jornalistas obtiveram a primeira vitória em relação à obrigatoridade do diploma para o exercício da profissão. A PEC (Proposta de Emenda Const itucional) 386/09, de autoria do deputado Paulo Pimenta (PT/RS) foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), por voto de liderança – apenas o PSDB foi contra. O próximo passo é a criação de uma Comissão Especial que terá prazo de 40 sessões para analisar o texto da proposta até sua chegada ao plenário. A PEC 386/09 será votada em dois turnos no plenário da Câmara antes de seguir para o Senado. A obrigatoriedade do diploma para exercer o jornalismo foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em ju- Jornalistas com autores das PECs do Senado e Câmara, senador Valadares e deputado Paulo Pimenta (ao centro e a direita) lho deste ano. Por oito votos a um, a Corte Suprema entendeu que não seria necessária a exigência de curso superior específico para a prática do jornalismo. Em seu voto, o ministro Gilmar Mendes, defendeu que a obrigatoridade do diploma fere a liberdade de expressão assegurada pela Constituição. Carta aberta aos parlamentares A Câmara e o Senado Federal deram testemunho de sensibilidade e sintonia com a vontade popular ao formular, debater e aprovar nas suas respectivas Comissões de Constituição e Justiça as propostas de emenda constitucionais relativas a necessidade de formação universitária específica para o exercício da profissão de jornalista. O Legislativo sai engrandecido deste episódio. O debate foi garantido em audiências públicas e no diálogo fértil travado entre parlamentares, jornalistas e empresários de meios de comunicação, onde os diversos pontos de vista em questão foram apresentados. O papel do jornalista e o da imprensa na sociedade contemporânea, temas de extrema relevância pública, foram tratados neste processo – a despeito da opinião dos céticos – em tempo extremamente curto e de forma aprofundada. Os parlamentares, a democracia e o exercício da cidadania saem engrandecidos deste episódio. Por isso, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo congratula-se com todos os deputados e senadores que se envolveram,direta e indiretamente, neste importante momento, agradecendo especialmente aos senadores Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), autor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 33/09; Inácio Arruda (PCdoB-CE), relator da matéria; aos deputados federais Paulo Pimenta (PT-RS), autor da PEC 386/09 e do seu relator, Maurício Rands (PT-PE). As propostas, agora, seguem para as próximas instâncias deliberativas onde o debate certamente terá continuidade, aperfeiçoando os textos até a sua aprovação em plenário. Agindo assim, será preenchido o verdadeiro vácuo legal deixado pela infeliz decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que eliminou a necessidade do diploma de jornalismo para o exercício profissional, deixando atônitos não só os profissionais como toda a sociedade que utiliza diariamente a informação jornalística. À diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado e São Paulo. 6 UNIDADE NOVEMBRO/DEZEMBRO2009 Informes Categoria referenda Convenção Coletiva Rádio e TV: luta pela unificação do piso Cursos de Formação do Sindicato em janeiro e fevereiro epois de cinco meses de luta e reivindicações, os jornalistas de jornais e revistas da Capital referendaram, em assembleia na sede do Sindicato, dia 17/11 à noite, o resultado da consulta que aprovou o reajuste salarial de 5,45% da Convenção Coletiva 2009/2010, com data-base retroativa a 1º de junho. Foram ouvidos 461 jornalistas, sendo que no Estadão, o Sindicato teve de fazer Jornalistas votam na calçada do Estadão a consulta na calçada, já que a empresa não para discutir com a categoria, que exprespermitiu a entrada dos diretores no prédio. sou a todo momento seu descontentamenNo final, 404 colegas disseram ‘sim’, para to com a intransigência das empresas. É aprovação, e 57 ‘não’ (veja tabela). importante lembrar que nossa reivindicaO índice de 5,45% (INPC do período) ção de reajuste (12,83%) equivale ao cresservirá para reajuste dos salários e benefí- cimento do faturamento publicitário das cios, pela inflação do período (1º de junho empresas em 2008 – e em 2009 elas contide 2008 a 31 de maio de 2009). A diferen- nuaram a expandir seus negócios. ça, retroativa a 1º de junho, será paga em O Sindicato considera que, mesmo que duas parcelas, nos salários de dezembro e a proposta esteja aquém do reinvindicado, janeiro. O piso salarial para 5 horas será de é conveniente aceitá-la neste momento. R$ 1.883,01 e R$ 2.932,81 para 7 horas. Para obter melhores resultados, a categoria Essa proposta, conquistada junto ao sin- precisa estar mais organizada e mobilizada dicato patronal, foi o resultado de meses para pressionar as empresas, com o objetide batalha dos jornalistas e do Sindicato. vo de obter avanços e conquistas. A direForam realizadas várias rodadas de nego- toria do Sindicato trabalha neste sentido, ciação, com comparecimento às redações com visitas mais frequêntes às redações. O Sindicato entregou aos patrões a pauta da campanha de reajuste salarial dos jornalistas de rádio e TV e aguarda o agendamento das datas das primeiras negociações. A data-base é 1º de dezembro. As propostas foram aprovadas em assembleias na Capital e nas Regionais. Ao contrário do que ocorreu na campanha dos jornalistas de jornais e revistas, a negociação começa em um momento bom para a economia do País, quando todos os indicadores apontam para o crescimento. A categoria precisa aproveitar este quadro favorável para diminuir as perdas acumuladas nos últimos anos, que chegam a 8,46%. CONHEÇA AS PRINCIPAIS CLÁUSULAS ECONÔMICAS Piso unificado para todo o Estado 5 horas – R$ 1.500,00 7 horas – R$ 2.625,00 Os cursos do Departamento de Formação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo serão realizados nos meses de janeiro e fevereiro. Eles são os seguintes: 1) Técnicas de Entrevista Jornalística - de 18 a 20 de janeiro (segunda a quarta), das 19h30 às 22h30 - Docente: jornalista e professor Moisés dos Santos Local: auditório Vladimir Herzog do Sindicato (Rua Rego Freitas, 530 – Sobreloja) - Valores: R$ 130,00 (em 2 x) para sindicalizados e pré e R$ 180,00 (em 2 x) para os não sindicalizados. 2) Elaboração do Texto Escrito (Prática de Redação) - 20 de fevereiro a 20 de março, somente aos sábados, das 9h00 às 13h00 - Docentes: Inez Sautchuk (doutora em Língua Portuguesa pela USP) e Márcia Ligia Guidin (doutora em Letras pela USP) Local: Ação Educativa - Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque (próximo ao metrô Santa Cecília) - Valores: R$ 210,00 (em 2 x) para os sindicalizados e pré e R$ 280,00 (em 2 x) para os não sindicalizados 3) Assessoria de Imprensa e Media Training - 22 de fevereiro a 05 de março, segunda à sexta, das 19h30 às 22h30 - Docente: jornalista e professor Gilberto Lorenzon - Local : Ação Educativa - Rua General Jardim, 660 – Vila Buarque (próximo ao metrô Santa Cecília) - Valores: R$ 240,00 (em 2 x) para os sindicalizados e pré e R$ 320,00 (em 2 x) para os não sindicalizados Obs: Programação completa, outros valores, formas de pagamento, ficha de inscrição no site do Sindicato, www.jornalistasp. org.br . Outras informações no Departamento de Formação Profissional - Atendimento: Marlene e Fábio - Telefones (11) 3217 6299 ramais 6233 ou 6241 ou pelo e-mail: [email protected] Parceiros: Ação Educativa - Rua General Jardim, 660 – Metrô Santa Cecília www.acaoeducativa.org Universidade Cidade de São Paulo Rua Cesário Galeno, 448/475 – Metrô Carrão www.unicid.br André Freire D Reajuste dos salários Além da melhora de inúmeras cláusulas, os jornalistas reivindicam reajuste de 9,2% (INPC estimado de 4,2% mais 3,8% com base no faturamento publicitário do setor). Recomposição das perdas 1% (de um total de 8,46% a ser recomposto em cinco anos) Totalizando 9,2% Sindicato conquista garantias no Diário de S. Paulo Os jornalistas e o Sindicato foram surpreendidos, em outubro, pelo anúncio da Infoglobo de que havia vendido o Diário de S. Paulo para o Grupo Traffic, do empresário J. Hawilla (que publica os jornais da Rede Bom Dia), e que os 92 profissionais de imprensa seriam demitidos para serem recontratados pela nova empresa. Em nenhum momento o Sindicato havia sido procurado para negociar previamente a situação dos jornalistas. Imediatamente, a diretoria do Sindicato Mais dois funcionários da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, uma jornalista e um produtor gráfico, foram demitidos de forma arbitrária na sextafeira (27/11). Ambos tinham anos de experiência, e apesar disso ouviram como justificativa da dispensa que não teriam o “perfil adequado” a suas funções. Esse é o mais recente episódio de um grave processo em curso na Imprensa Oficial. A diretoria da empresa reali- marcou assembleias com os jornalistas e reuniões com as empresas envolvidas. A linha definida, desde o início, foi a de defesa de todos os empregos, dos salários e dos direitos de todos os jornalistas. Nesse processo, o Sindicato fez várias assembleias e reuniões, tanto na sede do Sindicato, quanto na própria redação, para que a própria categoria acompanhasse e decidisse cada passo da negociação. A Rede Bom Dia acertou com a Infoglobo a compra da marca Diário de S. Paulo, Arbitrariedades na Imprensa Oficial za demissões sistemáticas de funcionários de carreira, muitas vezes substituídos por pessoas nomeadas em cargos de confiança. Promove também o desmonte do setor responsável pela edição do produto que é a razão de ser da empresa, o Diário Oficial do Estado. A Imprensa Oficial é uma empresa assim como do mobiliário e equipamentos. Especialistas ouvidos pelo Unidade afirmam que a Infoglobo havia pago R$ 250 milhões e vendeu o jornal por R$ 100 milhões. Em relação aos funcionários, a saída encontrada pela direção do Sindicato foi propor a assinatura de um Acordo Coletivo, que tem força de lei, com as duas empresas. Os jornalistas foram recontratados com manutenção de salários, convênios médico e odontológico e vale refeição. pública de grande importância para a população paulista. A edição do Diário Oficial assegura a publicação regular de atos oficiais que afetam a vida de todos os cidadãos. O parque gráfico da empresa está capacitado para desenvolver inúmeros trabalhos de interesse coletivo. Esse patrimônio de todo o povo paulista, que conta com profissionais preparados e dedicados, está em risco. ERRATA Na edição 322 deixamos de registrar os créditos das fotos publicadas páginas 8 e 9, dos colegas repórteres fotográficos: Evelson de Freitas (pág. 8); Helvio Romero, Filipe Araújo e Fernando Donasci (pág. 9). A eles nossas desculpas. Especial Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos Douglas Mansur 31º 2009 Direitos Humanos em novos tempos Duas novas categorias – Direitos Humanos Intangíveis e Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão –, transmissão ao vivo pela internet, inauguração de um portal com todos os vencedores desde 1979 (www.premiovladimirherzog.org.br) e uma homenagem ao ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas, Audálio Dantas, marcaram a emocionanate 31ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, entregue dia 26/10, no Tuca, da PUC, em São Paulo. O Prêmio, um dos mais importantes do País, agora alia a tradição de defesa dos Direitos Humanos com modernas tecnologias, fortalecido com a criação do Instituto Vladimir Herzog, que a partir deste ano será o parceiro na organização, ao lado do Sindicato dos Jornalistas. A homenagem a Audálio Dantas (na foto ao lado, com Fernando Pacheco Jordão), que recebeu uma placa comemorativa, tem sua razão. Ele era o presidente do Sindicato e mobilizou a categoria em um grande ato ecumênico que ganhou eco País quando Herzog foi morto nos porões da ditadura. Começava a luta pela Anista. O presidente do Sindicato, Guto Camargo, lembrou que a Lei da Anistia (que fez 30 anos) foi um dos “motores da idéia” da premiação. “Poderíamos também estar comemorando 40 anos da regulamentação da profissão de jornalista, mas fomos atacados pela extinção do diploma e o fim da Lei de Imprensa”, afirmou. Na cerimônia estavam várias autoridades e militantes dos Direitos Humanos, como o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, o governador José Serra, o secretário municipal de Direitos Humanos, José Gregori, Raphael Martinelli, presidente do Fórum Permanente dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos no Estado; Ivan Seixas, presidente do Condepe; Sergio Murillo, presidente da Fenaj; Fernando Pacheco Jordão, Luiz Gonzaga Dantas, das Ouvidorias de Polícia e José Aparecido Barbosa, gerente de Comunicação SP e Sul da Petrobras. Conheça os ganhadores do Prêmio Valdimir Herzog nas páginas internas NOVEMBRO/DEZEMBRO2009 Fotos: Douglas Mansur/Tuca Melges 2 E Prêmio Jornalístico Vladim de Anistia e Direitos H 31º Vladimir prem melho categ Os jornalistas que receberam o Prêmio Jornalístico Valdimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, nas 11 categorias, são destaque da categoria, por que demonstraram, no exercício da profissão, o respeito que dedicam àqueles para qual é realizado o trabalho no dia a dia das redações: os telespectadores, leitores, ouvintes, apreciadores da arte de ler, ver ou ouvir. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo não poderia deixar de parabenizar estes profissionais que, através de seu trabalho, ajudam a construir uma sociedade mais justa e democrática. À todos, os nossos parabéns! Prêmio Especial: Analfabetismo Cultural Analfabetismo: a exclusão pelas letras Amanda Machado Cieglinsk - Agência Brasil (Empresa Brasil de Comunicação) Menção Honrosa Educação – série Fábio Féter - TV Brasil Radiografia da Educação Mineira Daniela Arbex - O Tempo - Belo Horizonte (MG) Comissão julgadora Ivo Herzog Renato Rovai Alan Rodrigues Artes Menor infrator Renato Machado Gonçalves - Diário de S. Paulo Comissão julgadora Francisco Ucha Jal ( José Alberto Lovetro) Elifas Andreato Fotografia Advogada é morta por ladrão, na Ponta da Praia Alexsander Ferraz, - A Tribuna de Santos - Santos (SP) Menção Honrosa A Flor da Pele Alexandre Severo Jornal do Commercio, - Recife (PE) O destino do trágico das crianças Francisco Chagas Porto - Jornal do Commercio - Recife (PE) Comissão julgadora Flávio Florido Hélio Campos Melo Cildo Oliveira Granzotti e equipe (Erlin Schmidt, Ivone Moreira da Silva, Claudionor José Pecorari) EPTV Campinas (TV Globo) Menções honrosas Anistia 30 anos Rosana Janco Mamani e equipe (Rodrigo Vianna, Márcia Silveira da Cunha, Glauco Dória Fonseca, Sandro Henrique Ferreira, Eduardo Salsa, Fernando Gonçalves) TV Record - Jornal da Record Crack – nem pensar Giovana Perine Jacques e equipe (Ildiane Silva e Marcia Callegaro) - RBS TV - Florianópolis (SC) Comissão julgadora James Akel Amadeu Memolo Antonio Ciambra TV Reportagem Moradores de rua Sandra Aparecida TV Documentário Infância perdida para o tráfico Catia Cristina Mazin e equipe (Flávio Rodrigues Ley Antonio, Letícia Maria Rezende Gil e Cristiano Rodrigo de Souza Teixeira) - TV Record Menções Honrosas Chico Mendes, Cartas da Floresta Dulce Valéria Queiroz - TV Câmara Fome na América Central Marcelo Canellas e equipe (André Fellipe Gatto e Lúcio Matildes Alves) TV Globo Comissão julgadora João Batista de Andrade Antonio Carlos de Jesus Luiz Carlos Teixeira do Nascimento TV Imagem Moradores de rua Erlin Schmidt - EPTV Campinas (TV Globo) Comissão julgadora João Batista de Andrade Especial NOVEMBRO/DEZEMBRO/2009 3 mir Herzog Humanos 2009 r Herzog mia os ores da goria Antonio Carlos de Jesus Luiz Carlos Teixeira do Nascimento Rádio Preconceito: a intolerância no futebol Leandro Mota Lima dos Santos Rádio CBN Menções honrosas Escravos da esperança: a saga dos bolivianos em São Paulo George Rodrigues Cardim e Celso Cavalcanti de Melo Junior - Rádio Senado Crack: vidas interrompidas Paulo Henrique Souza e Priscila de Souza - Rádio CBN. Comissão julgadora Fausto Camunha Bene Rodrigues Rose Nogueira Jornal Feridas abertas da Fome 1º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão Por iniciativa do Instituto Vladimir Herzog, ocorreu a entrega do 1º Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, voltado a estudantes de jornalismo. O prêmio tem o nome de um jornalista exemplar e sua entrega ficou a cargo do governador de São Paulo, José Serra. Os estudantes que ganharam este prêmio são Marcelle Souza, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – O uso de agrotóxicos e os suicídios em Fátima do Sul (MS) e Renato Santana de Jesus e Leandro Ramos Martins de Siqueira, da Universidade Presbiteriana Mackensie – Quanto vale um egresso. Ciara Núbia de Carvalho Alves e Ana Carolina de Almeida - Jornal do Commercio (PE) Menções honrosas Curió abre arquivo e revela que Exército executou 41 no Araguaia Leonêncio Nossa Jr. e Francisco de Assis Sampaio - O Estado de S. Paulo Quilombolas Silvia Bessa e Vandeck Santiago Diário de Pernambuco (PE) Comissão julgadora Altamiro Borges Sérgio Murillo Gilberto Lorenzon Revista Porque a Justiça não pune os ricos Tatiana Merlino Dias de Almeida Caros Amigos Menções honrosas Tolerância se aprende na escola Ana Lima S. Aranha - Época Castelo dos Sonhos Marques Edilberth Casara e Tatiana Cardeal - Na Mão Certa. Comissão julgadora Reginaldo Dutra Ivan Seixas Rodrigo Manzano Internet Uma missa para o torturador Lucia de Fátima Rodrigues Gonçalves e Tatiana Merlino Dias de Almeida Caros Amigos Menções honrosas Deputado Luiz Couto - o padre censurado pela igreja católica Edson Sardinha de Souza Congresso em Foco Analfabetismo: a exclusão pelas letras Amanda Machado Cieglinski - Agência Brasil (Agência Brasil de Comunicação) Comissão julgadora Soninha Francine Celso Horta Marcos Aranha Livro Reportagem Olho por Olho - Os Livros Secretos da Ditadura Lucas Castro Figueiredo - Editora Record Menções honrosas O Olho da Rua Eliane Brum - Editora Globo Operação Condor: O Sequestro dos Uruguaios - Uma Reportagem dos Tempos da Ditadura Luiz Cláudio Cunha - L&PM Editores Comissão julgadora Vera Rota José Paulo Lanyi Fernando Jorge 4 Especial NOVEMBRO/DEZEMBRO2009 Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos 31º 2009 A idéia de criar um prêmio que denunciasse a repressão, atribuindo-lhe o nome de Vladimir Herzog, surgiu dentro do Comitê Brasileiro de Anistia (CBA) de Minas Gerais, então presidido por Helena Grecco, em 1977, dois anos após o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas dependências do DOI/CODI, em São Paulo. A proposta foi levada ao Congresso Nacional pela Anistia, realizado em São Paulo, em 1978, e aí aprovada, ficando com o CBA/SP a tarefa de elaborar o regimento do prêmio e concretizá-lo. Perseu Abramo, então representante do Sindicato dos Jornalistas no CBA/SP, assumiu a tarefa de “servir de ponte entre as entidades e articular, juntamente com muitos outros companheiros, a implementação da idéia e organização da primeira edição do prêmio”, como explicou o próprio Perseu Abramo na época. Primeiro prêmio explicitamente antifascista do País, o Vladimir Herzog foi, na verdade, uma decorrência da vontade da sociedade brasileira, que se batia então pela democracia e pelos ideais de justiça e liberdade. O primeiro foi entregue em 1978, organizada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Comitê Brasileiro de Anistia, Comissão de Direitos Humanos da OAB, Comissão de Justiça e Paz da Cúria Metropolitana/SP, Associação Brasileira de Imprensa, Federação Nacional dos Jornalistas. Recebeu apoio imediato das agências e jornais internacionais, que acompa- nhavam as ações repressivas, os atentados à liberdade de imprensa e, principalmente, as denúncias de desrespeito aos Direitos Humanos e de perseguição àqueles que lutavam pela democratização do País. O objetivo da premiação era estimular os jornalistas, numa época de forte censura, a denunciar estes abusos. Nos primeiros anos, participar do Vladimir Herzog era visto como um desafio ao governo. Como essa situação era vivida por praticamente toda a América Latina, em suas primeiras edições, o Prêmio Vladimir Herzog era concedido também a profissionais desses países. Com a redemocratização em boa parte do continente, cerca de oito anos depois, a premiação se concentrou apenas nas matérias publicadas em território nacional. Hoje, o Brasil vive um regime democrático e sem cerceamento da informação, mas, infelizmente, os atos de desrespeito e de atropelo aos Direitos Humanos continuam acontecendo. Diariamente, nos jornais e nas emissoras de rádio e tevê, o cidadão brasileiro se defronta com denúncias de abusos contra crianças, adolescentes, idosos, internos em casas de detenção, cidadãos à margem da sociedade e injustiças sociais de toda ordem. Neste sentido, o prêmio acabou ganhando ainda mais força e crescente responsabilidade por premiar jornalistas que se dedicam a reportagens que estimulam a luta pela cidadania, contra todo o tipo de tortura e exclusão social e, ainda, pelos direitos à moradia, educação e saúde. Ato solene homenageia vencedores A Assembleia Legislativa de São Paulo realizou no dia 23 de novembro o ato solene em Prol do Respeito aos Direitos Humanos e Coexistência Pacífica entre os Povos e Homenagem aos Vencedores do Prêmio “Vladimir Herzog” de Anistia e Direitos Humanos de 2009. O evento aconteceu no auditório Franco Montoro e foi uma iniciativa do deputado estadual Fernando Capez. Prêmio Herzog digitalizado O projeto de digitalização do foi elabo- rado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, pelo Centro de Informação da ONU para o Brasil em parceria com o Instituto Vladimir Herzog e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. A página possibilitará aos internautas, em especial jornalistas e estudantes, o acesso fácil a informações e às reportagens premiadas ao longo dos últimos 30 anos de realização do Prêmio. Os trabalhos foram digitalizados e todo o acervo estará disponível para pesquisa. Arquivo/SJSP Prêmio Vladimir Herzog retrata a história da luta pela Democracia Instituto preserva a memória política do Brasil O Instituto Vladimir Herzog foi constituído em 25 de junho de 2009 com a missão de contribuir para a reflexão e produção de informação que garanta o direito à vida e o direito à justiça. A cerimônia de lançamento foi realizada na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, com a presença de várias autoridades. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos e com neutralidade político-partidária que busca atingir seus objetivos baseando suas ações em três pilares: 1) Preservação da história do Brasil com foco especial a partir do Golpe de 1964 e tendo com centro de referência a própria história do jornalista Vladimir Herzog, com a formação de um acervo multimídia que já conta com doações da Fundação Padre Anchieta, Família Herzog, Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, entre outros. Reedição facsímile de periódicos da época tais como o Jornal Ex, Jornal Movimento e outros. 2) Promoção, orientação e premiação de trabalhos de comunicação (artes, jornalismo, cinema, teatro etc) que abordem temas pertinentes às questões que afetam o direito à vida e o direito à justiça da sociedade. O exemplo mais emblemático é o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Além dele, outras novas premiações serão desenvolvidas pelo Instituto. Entre as novidades, destaca-se o Prêmio Fernando Pacheco Jordão Jovem Jornalista voltado exclusivamente para estudantes de Jornalismo e Comunicação Social; 3) Desenvolvimento de palestras, debates, cursos e treinamentos nos assuntos das áreas correlatas à comunicação. Exemplos: questão do diploma de jornalista, análise de novas mídias, a nova linguagem jornalística na era da internet. Publicação de livros (exemplo – Manual de Jornalismo Público). Reforma no Sindicato com projeto de Ruy Ohtake O presidente do Sindicato dos Jornalistas, Guto Camargo, anunciou na solenidade de entrega do Prêmio Herzog que o auditório da entidade (Vladimir Herzog), na Rua Rego Freitas, sobreloja, será totalmente reformado com projeto do arquiteto Ruy Ohtake, que foi amigo e companheiro de Vlado no colégio. 7 Jornalistas assassinados na ditadura Memória Nunca mais José Rofoi visto. berto SpieGilberger – Nascito Olimpio do em 1948, Maria – Miem Barra do litante do Piraí (RJ). PCB e posteCursou ciriormente do nema e jorPCdoB, nasnalismo. Em ceu em Mi1970, na rassol (SP), clandestiniem março de dade, como 1942. Cursou membro do engenharia MR-8 (Movina antiga mento RevoChecosloválucionário 8 quia e trabade Outubro), lhou no jorfoi morto nal A Classe suposto tiOperária, até roteio com 1964. Rela- O jornalista Luis Eduardo Merlindo agentes do tório do Ministério da Marinha diz que DOI-CODI e está sepultado no Rio. foi morto em 25 de dezembro de 1973, Luiz Inácio Maranhão Filho – Irmão na Serra das Andorinhas, no Araguaia. O de Djalma Carvalho Maranhão, que se exicorpo nunca foi encontrado. lou e morreu no Uruguai, Luiz Inácio nasHiran Lima Pereira – Alto dirigente ceu em Natal (RN), em 1921. Era advogado, do PCB, nasceu em Caicó (RN), em 1913. jornalista e professor filiado ao PCB. Em 3 Em 1949 mudou-se para Recife, onde tra- de abril de 1974, quando passava por uma balhou na Folha do Povo, órgão do PCB praça em São Paulo, foi algemado e preso em Pernambuco. Foi preso em 1975 pelo por agentes do delegado Fleury. Nunca DOI-CODI de São Paulo e desapareceu. mais foi visto. Ieda Santos Delgado – Carioca nasciLuiz Guilhardini – Operário naval, da em 1945, trabalhou na Tribuna da Im- ferreiro e jornalista, nasceu em Santos prensa. Foi presa em 11 de abril de 1974 em janeiro de 1920. Filiou-se ao PCB em em São Paulo, segundo relatório do Ser- 1945. Em 4 de janeiro de 1973, a casa em viço de Informação do DOPS/SP. Nunca que morava no Rio foi invadiada por 13 mais foi encontrada. homens. Ele, a mulher Orandina e um Jayme Amorim Miranda – Advoga- filho adotivo de oito anos foram tortudo, jornalista nascido em 1926 em Maceió rados. Nove dias depois, Guilhardini foi (AL). Foi diretor do jornal Voz do Povo, morto e enterrado como indigente. de Maceió. Preso em 4 de fevereiro de Mário Alves de Souza Vieira – Nas1975, no Rio, é outro desaparecido. ceu em Santa Fé (BA), em 1923. Filiado Joaquim Câmara Ferreira – Paulista- ao PCB, dirigiu os jornais Novos Rumos e no, nascido em 1913. Entrou para o PCB Voz Operária. Expulso do PCB, foi um dos em 1933 e foi diretor de vários jornais fundadores do PCBR (Partido Comunista do partido. Dia 23 de dezembro de 1970 Brasileiro Revolucionário). Dia 16 de janeifoi preso em Moema, morrendo logo em ro de 1970, por volta das 20h, foi preso pelo seguida sob tortura. Câmara (Toledo ou DOI-CODI do Rio e morreu sob tortura. Velho, como também era conhecido) foi Mauricio Grabois – Baiano de Salvasepultado no Cemitério da Consolação. dor, nascido em 1912, foi amigo de gináArquivode Rolando Freitas V ladimir Herzog não foi o único jornalista morto durante a ditadura militar. Outros profissionais foram torturados e assassinados pela forças de segurança. Vários ainda estão na lista de desaparecidos. Sem contar os que foram perseguidos, ameaçados, cassados, indiciados, condenados, exilados, presos e torturadores – principalmente os da imprensa alternativa. Nos 30 anos da Lei da Anistia, nossas homenagens a eles. Reproduzimos aqui levantamento de Luiz Antônio Maciel para o Unidade de outubro de 2005. Luis Eduardo da Rocha Merlino – Nasceu em Santos, em 1948. Assinava como Luis Merlino. Começou no Jornal da Tarde. Era filiado ao Partido Operário Comunista (POC). Cinco dias depois de voltar de uma viagem a Rouen, na França, em julho de 1971, foi preso em Santos e levado para a Oban, na Rua Tutóia, onde foi torturado. Morreu no dia 19 de julho. Antônio Benetazzo – Natural de Verona, na Itália, em 1941, veio pequeno ao Brasil. Foi presidente do Centro Acadêmico de Filosofia da USP e idealizador do jornal alternativo Amanhã. Preso em 28 de outubro de 1972, foi torturado no DOI-CODI. Morreu no dia 30, em consequência de traumatismo craniano. David Capistrano da Costa – Está desaparecido desde 1974, quando tinha 61 anos – nasceu em Boa Viagem, Ceará, em 1913. Atuou na política pernambucana até 1964, tendo dirigido os jornais A Hora e Folha do Povo. Em 1971, asilou-se na Checoslováquia. Ao voltar, em 1974, foi preso na fronteira do Brasil com a Argentina, torturado e morto, mas oficialmente é dado como desaparecido. Djalma Carvalho Maranhão – Nasceu em Natal (RN) em 1915. Filiou-se ao PCB na década de 30. Fundou um jornal no início do Estado Novo. Com o golpe de 64, foi cassado e preso em Fernando de Noronha. Libertado no mesmo ano, exilou-se em Montevidéu. Em 1971, morreu de parada cardíaca. Foi julgada à revelia no Brasil e condenado a 18 anos. Edmur Péricles Camargo – Paulistano nascido em 1914. Ingressou no PCB em 1944. Em 1952 passou a ser jornalista em A Tribuna Gaúcha, órgão do partido no Rio Grande do Sul. Foi para o Chile e em 1973, no golpe que derrubou Salvador Allende, tentou retornar ao Brasil. Relatório do Ministério da Marinha diz que foi preso dia 11 de junho de 1974 por autoridades brasileiras e argentinas em Buenos Aires. UNIDADE NOVEMBRO/DEZEMBRO/2009 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos Foi neste dia, em 1948, que os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos foram aprovados, com voto do Brasil, em Paris, durante a Assembléia Geral das Nações Unidas. O projeto, segundo pesquisadores, pertence a Ricardo Alfaro, ex-presidente do Panamá. A votação do texto final se deu após a meia-noite do dia 10 de dezembro. Entre os tópicos, os destaques são o direito à vida e nacionalidade; a liberdade de pensamento, consciência e religião; o direito ao trabalho e à educação; e o direito à alimentação e habitação. sio de Carlos Marighella. De 1945 a 1949, foi diretor do jornal A Classe Operária. Em 1967 mudou-se para a região do Araguaia, onde implantou o núcleo que seria a Guerrilha do Araguaia. Em 1972, tropas do Exército mataram 59 guerrilheiros (ele inclusive), a maioria desaparecidos, já que seus corpos não foram encontrados. Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior – Nascido em Santa Teresa (ES), em 1915, trabalhou como jornalista no Estado de Minas, onde chegou a secretário de redação. Filiado ao PCB, foi eleito vereador em 1946. Dia 8 de outubro de 1975 sua família recebeu um telefonema anônimo dizendo que havia sido preso. Está desaparecido desde então. Pedro Ventura Felipe de Araújo Pomar – Nasceu em Óbidos, no Pará, em 1913.Foi secretário de Educação e Propaganda do PCB, responsável por cerca de 25 jornais, em todo o País. Foi diretor do Tribuna Popular e da Imprensa Popular e colaborou com o Notícias de Hoje. Em 1962 ajudou a criar o PCdoB, tornandose membro do Comitê Central e redatorchefe do jornal A Classe Operária. No dia 16 de dezembro de 1976, quando participava de uma reunião do partido, na Lapa, em São Paulo, agentes do DOI-CODI cercaram a casa e fuzilaram todos. Está enterrado em Belém do Pará. Rui Osvaldo Aguiar Pftzenreuter – Integrante do Partido Operário Revolucionário Trotskista (Port), foi preso em São Paulo em 14 de abril de 1972. Morreu sob tortura. Era formado em sociologia e jornalismo e nasceu em Orleans (SC), em 1942. Sidney Fix Marques dos Santos – Nasceu em São Paulo em 1940. Filiado ao Port, tornou-se editor do jornal Frente Operária. No dia 15 de fevereiro de 1972, agentes de Segurança Federal da Argentina invadiram sua casa em Buenos Aires e o levaram. Nunca foi encontrado. Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto – Natural de Parintins (AM), onde nasceu em 1937. Em 1958, mudou-se para o Rio, onde trabalhou como jornalista. Em 7 de maio de 1974 foi preso no Rio e nunca mais visto. Foi amigo do ator Carlos Vereza, que o hospedou em sua casa. Wanio José de Mattos – Capitão da PM de São Paulo e jornalista, nasceu em Piratuba (SC), em 1926. Foi banido para o Chile em 1971. Com o golpe militar que derrubou Salvador Allende, Wanio e a mulher foram presos em Santiago. Morreu em 16 de outubro de 1973, em conseqüência de ferimentos na prisão. 8 Homenagem a Sacchetta, Abramo e aos 75 anos da Batalha da Sé “ do Instituto de Estudos Avançados da USP), por Guto Camargo, presidente do Sindicato; por Marcelo e Paula Sacchetta (filho e neta de Hermínio), pelo professor emérito da USP e fundador do PT, Antônio Cândido; por Marcos Sokol, da 4ª Internacional; por Paula e Marcelo Abramo (neta e filho de Fúlvio), pelo vereador Antônio Donato (PT); e por Dainis Karepovs, membro do Comitê de História do Projeto Memória e História da Fundação Perseu Abramo. A organização do ato-homenagem foi da Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional, Marcelo e Paula Abramo e Vladimir e Paula Sacchetta, com apoio do gabinete do vereador Antônio Donato (PT) e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de SP. Douglas Mansur Companheiros e companheiras jornalistas reunidos neste salão, estou honrado por estar aqui neste ato, neste Sindicato que é um dos mais expressivos do Brasil. Fui jornalista desde cedo, na década de 50, e depois quando o País enfrentou a crueldade da pressão”, disse Jacob Gorender, de 86 anos, na abertura do emocionante ato-homenagem a Fúlvio Abramo, Hermínio Sacchetta e comemoração do 75º aniversário da Batalha da Praça da Sé. A cerimônia foi dia 19/10, no Sindicato. Familiares de Abramo e Sacchetta, além de inúmeras personalidades estiveram na solenidade que lotou o auditório Vladimir Herzog. A mesa foi composta, além de Gorender (autodidata e militante, historiador marxista e professor visitante Memória Marighella cidadão paulistano Na noite de 4/11, a Câmara Municipal de São Paulo concedeu o título de cidadão paulistano a Carlos Marighella, morto há 40 anos pelos agentes da ditadura militar, na Alameda Casa Branca, nos Jardins. O título foi sugestão do vereador Ítalo Cardoso e foi entregue a Clara Scharf e Carlos Augusto, mulher e filho de Carlos Marighella. Na Alameda Casa Branca, onde foi morto, também está marcado o local em que foi emboscado. Sonia Mele UNIDADE NOVEMBRO/DEZEMBRO2009 legenda QUEM FOI Fúlvio Abramo (1909-1993) foi jornalista, agrônomo e militante trotskista. Interessou pela luta social a partir da relação com o avô Bôrtolo Scarmagnan, que permitiu-lhe o primeiro contato com o pensamento anarquista. Antes de completar 20 anos (1928) formou, com a irmã, Lélia, e Azis Simão, um grupo marxista independente do PCB. Pouco tempo depois, fundou, com Mário Pedrosa, Lívio Xavier, Aristides Lobo, Hilcar Leite, Rodoldo Coutinho, Rudolf Josip Lauff e João da Costa Pimenta, a Liga Comunista Internacionalista, seção brasileira da Oposição de Esquerda trotskista, chegando a fazer parte da Comissão Executiva. Preso em duas ocasiões (1934 e 1935) pelo Estado Novo, foi para a Bolívia, com mais três camaradas, onde permaneceu até 1946, trabalhando como motorista, cobrador de impostos e professor de Botânica Aplicada. Em 1961, de volta a São Paulo, liderou a greve do Sindicato dos Jornalistas, que conseguiu histórica vitória. Em 1965 volta à imprensa, como redator e repórter na revista Realidade, da Editora Abril; anos depois, trabalhou como redator no Diário do Commércio e na Gazeta de Pinheiros. Nos anos 1980 esteve junto ao movimento de construção do PT e retoma sua militância trotskista participando da Direção Nacional da Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional. Dedicou seus últimos anos de militância no trabalho de preservação da memória da classe operária como impulsionador do Centro de Documentação do Movimento Operário Mário Pedrosa (CEMAP), hoje sob guarda do CEDEM-Unesp. QUEM FOI Hermínio Sacchetta (1909 – 1982) foi jornalista e militante trotskista. Iniciou sua carreira profissional em 1928, como revisor do Correio Paulistano, passando depois por importantes jornais daquela época como a Folha da Manhã, a Folha da Noite, os Diários Associados e O Tempo. Para a militância política entrou em 1932, no Partido Comunista, onde se tornou editor do jornal A Classe Operária; secretário do Comitê Regional São Paulo e membro do Bureau Político. Em novembro de 1937, Hermínio, codinome Paulo. Em meio a uma luta interna no partido,é acusado de fracionismo trotskista e expulso do PCB. Constitui com o Comitê Regional de São Paulo a Dissidência Pró-Reagrupamento da Vanguarda Revolucionária. Preso, foi solto quase dois anos depois e torna-se dirigente do recém-fundado Partido Socialista Revolucionário (PSR), então seção brasileira da 4ª Internacional com Febus Gikovate, Alberto da Rocha Barros, Vítor Azevedo, Patricia Galvão (Pagu), Florestan Fernandes, Maurício Tragtenberg, entre outros. Dedicou-se à militância e ao jornalismo. Cláudio Abramo, seu companheiro de redação no Jornal de São Paulo, recordaria: “Sacchetta foi durante muitos e muitos anos um dos melhores e mais importantes chefes de redação que o jornalismo de São Paulo produziu.” O QUE FOI A batalha da Praça da Sé – Frente Única Antifascista (7 de outubro de 1934) - Também conhecida como ‘Revoada dos galinhas-verdes’ foi o confronto que teve lugar na Praça da Sé, em São Paulo. Nesse confronto, trotskistas, anarquistas, socialistas, comunistas, sindicalistas organizados na Frente Única Antifascista, se colocaram contra a realização de uma marcha organizada pela Ação Integralista, que congregava correntes reacionárias e fascistas, dirigida por Plínio Salgado. Nesse confronto armado morreu o militante da juventude comunista, Décio Pinto de Oliveira, estudante da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, alvejado na cabeça enquanto discursava. Ele passou a ser o símbolo do movimento antifascista brasileiro daqueles anos. Também foi ferido o militante trotskista Mário Pedrosa. Antirracismo UNIDADE NOVEMBRO/DEZEMBRO/2009 Parte esquecida da contribuição afro-descendente Colaboração de Flavio Carrança O mês da consciência negra é o período em que se costuma lembrar o papel central que tiveram negros e negras na construção deste país. Vamos aproveitar para tirar do esquecimento um pouco da contribuição dos afrodescendentes para o jornalismo brasileiro. Desde o começo desta nação, logo após o primeiro reinado, a situação dos negros esteve em discussão na imprensa do país. No período das regências (década de 1830), liberais exaltados e até mesmo caramurus, defensores do absolutismo e do domínio português, criaram no Rio de Janeiro jornais para combater o preconceito, como O Brasileiro Pardo e O Crioulinho, ambos de 1833. Esses jornais, que tiveram apenas um número, defenderam direitos constitucionais dos homens livres de cor que estariam sendo desrespeitados depois da abdicação de Dom Pedro I, denunciando também a exclusão dos libertos do serviço público e casos de perseguição. Ainda nesse período, os liberais radicais, chamados de exaltados, criaram também alguns jornais para defender a integração dos negros e mulatos livres e libertos, combater o preconceito e defender a igualdade de direitos. Entres eles estavam O Cabrito e O Mulato ou O Homem de Cor, que junto com outros jornais denunciavam a inconstitucionalidade da discriminação racial. Vale lembrar que O Homem de Cor foi publicado, também em 1883, por Francisco de Paula Brito, homem negro dono de uma tipografia onde se reuniam intelectuais como Machado de Assis, Bernardo Guimarães e Casimiro de Abreu. Não encontrei registro da existência de jornais de uma imprensa negra ou de jornalistas negros famosos durante boa parte do segundo império. Apenas no final do século XIX, Luiz Gama e José do Patrocínio se destacaram nacionalmente como abolicionistas, atuando nos principais jornais da época ou em semanários satíricos. Logo no início do século XX, o elegante João do Rio leva para as páginas dos jornais em estilo inesquecível a vida do povo pobre e quase sempre preto das ruas do Rio de Janeiro. A imprensa negra paulista - jornais feitos por negros para negros - surgiria depois da abolição. No ano de 1889, aparece em São Paulo o jornal A Pátria, fundado pelo tipógrafo abolicionista Ignácio Araújo Lima. Depois dele, viria O Baluarte, que circulou em Campinas entre 1903 e 1904. Na sequência desses vieram dezenas de títulos, alguns dos quais podem ser vistos na publicação Imprensa Negra, reeditada pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo por iniciativa da Cojira - Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial deste sindicato. Mas fora da sua própria imprensa o espaço para negros no jornalismo sempre foi muito restrito. Uma exceção foi o poeta Lino Guedes, que iniciou a carreira em Campinas passando por vários veículos até se tornar chefe da revisão do Diário de São Paulo, cargo que ocupou por muitos anos. Antes disso foi redator-chefe de O Getulino (1923/26) jornal da imprensa negra que criou em Campinas, junto Gervásio Moraes. Logo em seguida, surge o periódico paulistano O Clarim da Alvorada (1924/40), fundado por Jaime Aguiar e José Correia Leite. Foram dois jornais que marcaram uma virada na imprensa negra desse período, assumindo um caráter reivindicativo, em contraposição aos veículos da fase anterior, mais voltados para a vida social da comunidade negra. Em meados do século XX, a revisão era o caminho normal de acesso à profissão. O problema é que a maioria dos jornalistas negros não passava daí. Novas exceções: nos anos 50, Fernando Góes fez sucesso como cronista no Diário de São Paulo e, mais adiante, Oswaldo de Camargo, por muitos anos revisor, ocupou funções variadas no Estadão e no Jornal da Tarde, utilizando frequentemente o espaço que tinha nessas publicações para divulgar o trabalho dos escritores negros. Na imprensa negra, foi editor chefe da revista Níger, órgão da Associação Cultural do Negro, tendo ainda aberto o caminho para os jornalistas negros que atuaram no jornal Versus. Odacir de Mattos era revisor na revista Realidade, mas foi parceiro de Narciso Kalili em famosa reportagem sobre a discriminação racial no país. Foi também editor do Jornegro, um dos periódicos que marcaram a volta da imprensa negra na década de 1980. Juarez Bahia, um baiano que veio tentar a sorte em São Paulo, teve brilhante carreira na grande imprensa. Com talento e competência, venceu os obstáculos do racismo. Começou como tipógrafo, passando para a redação no Diário de Santos. Trabalhou muito tempo no Jornal do Brasil e foi correspondente em Portugal, escrevendo no Estadão, Folha e revista Exame. Foi professor da ECA-USP e é reconhecido como teórico do jornalismo. Hamilton Cardoso, um dos editores da seção Afro-Latino América do jornal Versus, que foi por vários anos o principal repórter de política do Diário Popular e depois “Repórter do Povo” no SBT. Na Globo, os destaques são Heraldo Pereira, Glória Maria. Mais recentemente diversos jornais da TV têm nas suas equipes apresentadores e repórteres negros. Mesmo assim são poucos, levando em conta o peso da população negra no país. Claro que muita gente ficou de fora, mas o que importa aqui é dizer que, apesar da importante contribuição de muitos negros e negras para o jornalismo brasileiro, a regra nas redações continua sendo uma presença extremamente reduzida de afro-descendentes. Será que isso tem consequências negativas na cobertura dos temas de interesse da população negra? Imagino que sim, embora essa certamente não seja a única causa dos problemas existentes nessa área. É preciso investigar mais. A discussão está apenas começando, mas o surgimento de organismos de combate ao racismo nos sindicatos de jornalistas de Alagoas, Bahia, Brasília, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo indica que ela deve se ampliar rapidamente. 9 Homenagem a Luiz Gama, nome de rua no Cambuci Quem passa pela Rua Luiz Gama, na Capital paulista, aquela que vai do Largo Cambuci à Av. do Estado, cortando a Rua da Mooca até a Radial Leste, talvez não saiba que o homenageado foi um jornalista filho de uma escrava, nascido na Bahia, em 1830, e falecido em São Paulo, em 1882, portanto antes da abolição - que se deu 1888. Foi um intelectual autodidata e fervoroso abolicionista, injustamente esquecido pelos acadêmicos. A vida e obra desse revolucionário, porém, foi tema de doutorado na Universidade de Paris 3 – Sorbonne da professora da USP, Ligia Fonseca Ferreira. Ela que Gama era “representante legítimo do direito e mal disfarça a impaciência que o desgarra de seus correligionários e da própria Justiça, perante um regime servil que se eterniza, e pelo qual parece disposto a seguir um caminho revolucionário”. Em 1864 ele fundou o jornal satírico “Diabo Coxo”, que tinha ilustrações do italiano Ângelo Agostini, considerado um marco no segmento da imprensa humorística de São Paulo. Colaborou ainda com os jornais “Ipiranga”, “Coroaci”, ”O Polichinelo” e “Cabrião”. Juntamente com o republicano Rui Barbosa fez o jornal “Radical Paulistano”, em 1869. O escritor Raul Pompéia lhe dedicou uma crônica: “Luiz Gama fazia tudo: libertava, consolava, dava conselhos, demandava, sacrificava-se, lutava, exauria-se no próprio ardor, como uma candeia iluminando à custa da própria vida as trevas do desespero daquele povo de infelizes, sem auferir uma sombra de lucro, entendendo que advogado não significa o indivíduo que vive dos jantares que lhe paga Têmis; entendendo que deve-se fazer um pouco de justiça grátis. E, com esta filosofia, empenhava-se de corpo e alma, fazia-se matar pelo bem. O herói... Pobre, muito pobre, deixava para os outros tudo o que lhe vinha das mãos de algum cliente mais abastado; doente, moribundo, encontrava no âmago da sua natureza uma reserva instintiva de energia, e ia gastá-la em proveito da justiça e da beneficência oculta, avessa à fanfarra das reclames, sublime (...). Havia para ele como que um trono em minha alma.” 10 JORNAL O Grupo Traffic, de J. Hawilla, com- prou da Infoglobo, o Diário de S.Paulo, e logo depois de anunciar a operação confirmou Leão Serva como diretor de Redação. Também pertencente ao Grupo Traffic, a rede de jornais Bom Dia lançou edições em Catanduva, ABC e Oeste (Osasco e Barueri – Alphaville) – todos com parceiros locais. L Moagem UNIDADE SETEMBRO/OUTUBRO/2009 ançado pelo grupo português Ongoing, o novo jornal de economia e negócios Brasil Econômico, tem na sua área editorial cerca de 70 pessoas, sob a direção de Ricardo Galuppo. O adjunto é Dárcio Oliveira e os editores-executivos Costábile Nicoletta, Fred Mello Paiva, Gabriel de Salles e Thaís Costa. O time de editores conta com Mariana Mainenti, Rita Karam, Arnaldo Comin, Jiane Carvalho, Laura Knapp e Cristina Ramalho. Os subeditores são Marcelo Cabral, Isabelle Moreira Lima, Fabiana Parajara, Cláudia Bozzo, Luciano Feltrin, Marcel Salim e Phydia de Athayde. Trinta e dois repórteres distribuem-se pelas várias editorias: Aline Lima, Amanda Vidigal, Ana Paula Machado, Carlos Valim, Carolina Pereira, Cíntia Esteves, Clara Ywata, Conrado Mazoni, Daniel Haidar, Daniela Paiva, Denise Barra, Dubes Sênego, Fábio Suzuki, Fernando Taquary, Guilherme Guimarães, Gustavo Kahil, Ivone Santana, João Paulo Freitas, Juliana Elias, Luís Ligabue, Luís Silveira, Lurdete Ertel, Maria Luíza Filgueiras, Mariana Celle, Mariana Segalla, Marina Gomara, Martha San Juan França, Natália Flach, Natália Mazzoni, Regiane Oliveira, Ruy Barata Neto e Thaís Folego. Na Arte, a direção é de Pena Placeres, o Peninha, que tem como editor Betto Vaz e os assistentes Alex Silva (infografista), Evandro Moura, Henrique Peixoto e Canon Moura (tratamento de O Moagem desta edição destaca as numerosas contratações feitas pelo novo jornal de economia e negócios, o Brasil Econômico, e também pelo iG, que decidiu reestruturar todo o seu conteúdo. Estão na liderança desses dois processos Ricardo Galuppo (no jornal) e Eduardo Oinegue (no portal). A edição mostra ainda a chegada de dois novos títulos da Spring (relançamento da América Economia e lançamento da Revista ESPN), além da ampliação da Rede Bom Dia de jornais, de J. Hawilla, agora também dono do Diário de S.Paulo e inúmeras mudanças em veículos como Folha, Estadão e Valor, Econômico, entre outros. Boa leitura! E-mail: [email protected] imagem), Letícia Alves, Maicon Silva, Mônica Sobral, Paulo Argento, Renata Rodrigues e Tânia Aquino. Antonio Milena é o editor de Fotografia e a seu lado estão Marcela Beltrão e Henrique Manreza. A secretária de Redação é Shizuka Matsuno. Na Folha de S.Paulo, Maria Cristina Frias é agora titular da coluna Mercado Aberto, no caderno Dinheiro, que também foi reforçado pela chegada da repórter Mariana Barbosa; e Sílvia Corrêa, da coluna Outro Canal, na Ilustrada. Marcelo Ninio é agora correspondente do jornal no Oriente Médio, sediado em Jerusalém. Ainda por lá, Amanda Demétrio substituiu Gustavo Villas Boas no Caderno Informática. Gustavo foi para a Ilustrada, onde também chegaram Rodrigo Russo e José Orenstein. No Guia da Folha entraram Milena Faria Emilião e Marilia Rachid Miragaia; em Cotidiano, Afonso Benites e Patrícia Gomes; em Esportes, Martin Fernandez; em Mundo, Cyrus Ashfar; e no Vitrine, Maria Luiza de Toledo Pacheco. N o caderno Metrópole do Estadão, Yuri Pita passou a pauteiro, no lugar de Luciana Garbin, que foi para o núcleo de Projetos Especiais com Roberto Gazzi. Registro também para chegada do repórter Lucas Frasão. Ainda no jornal, Lucas Pretti, que era do Link, sucedeu Luciano Marsiglia, que foi para a Época, na Chefia de Reportagem do Guia/ Divirta-se. N o Valor Econômico, Maria Inês Nassif passou a repórter especial de Política; Maria Christina Carvalho, a editora de Opinião; Vanessa Adachi, a editora de Finanças; João Villaverde, a repórter de Brasil; e Violeta Marrien, a editoraassistente de Opinião. Carol Mandl voltou de Recife como repórter de Finanças. Adir Tavares, da Arte, saiu. J anaína Nunes é a nova titular da coluna Olá, do Agora, no lugar de Odair Del Pozzo que foi para o portal Terra. REVISTA A Spring, que edita a versão brasileira da Rolling Stone, relançou no Brasil a América Economia, tendo na equipe Tatiana Engelbrecht (diretora editorial), Claudio Gradilone (editor-chefe), Solange Monteiro (editora executiva), Marcelo Galli (editor do site) e Janaina Diniz (diretora de Arte). Outra publicação lançada pela empresa é a Revista ESPN, em parceria com a ESPN Brasil. Estão na equipe o diretor de Redação Caio Maia; o editor-chefe Walterson Sardenberg; os editores Ubiratan Leal, Luís Augusto Símon e Thiago Medaglia; o diretor de Arte Luciano Arnold; e a designer Beatriz Gomes. V aldemir Cunha, editor de Fotografia da Próxima Viagem, deixou a empresa. D eixaram Exame Daniel Hessel Teich (foi ser editor-executivo de Época Negócios) e Maurício Lima (foi para a Vejinha, Rio). Com essas saídas, Cristiane Correa, Cristiane Mano e Carolina Meyer assumiram novas responsabilidades na revista. Rodrigo Leite substituiu Iuri Pitta como editor, na Quatro Rodas. R onny Hein (texto) e Marcelo Pio (arte) trabalham no projeto da edição brasileira da inglesa Lonely Planet, que chegará ao mercado em dezembro, pela Duetto, após quatro edições com conteúdo apenas traduzido. C ristina De Luca assumiu a Diretoria de Redação do grupo Now Digital Business. L uiz Fernando Sá foi promovido a diretor Editorial adjunto de todas as publicações da Três. Na Dinheiro, Joaquim Castanheira passou a diretor de Redação e Leonardo Attuch, a redator-chefe. A revista perdeu Ana Clara Costa para a TV1 Editorial e contratou Tom Cardoso para cobrir Negócios. Na IstoÉ, registro para as contratações de Yan Boechat como editor de Política e de Solange Azevedo como editora especial. F rancisco Carvalho deixou de colaborar com as revistas O Tributário e O Jurista, que foram descontinuadas. O dir Cunha substituiu Alberto Mario de Pompeia como editor-chefe da revista de futebol FourFourTwo. TELEVISÃO N M a Record News, Helio Matosinho passou a chefe de Redação no lugar de João Beltrão, que foi para a sucursal da Record em Brasília. Também transferido, o editor Fabiano Falsi foi para a Produção do Domingo Espetacular e em seu lugar ficou Helena Fruet. Daniel Castro chegou para dirigir um talk show com Gugu Liberato (e também assinar um blog no portal R7 com notícias sobre televisão). A á na Record registro para a chegada de Alessandra Porro como editora do Jornal da Record. Na Escala, Sílvia Haidar deixou a Leituras da História. T endo Giovana Girardi como editora-chefe e Pablo Nogueira como editor, começou a circular a Unesp Ciência, publicação mensal com 25 mil exemplares. ayra Stachuk deixou a Quem e foi para a Marie Claire, como editora. Em seu lugar entrou Adriana Carvalho. Fundação Padre Anchieta lançou a revista Mbaraka, especializada em música e dança. Os editores são Gioconda Bordon e João Marcos Coelho. M árcia Santos começou como editora no Grupo Camel. J INTERNET O Observatório da Imprensa (www. UNIDADE SETEMBRO/OUTUBRO/2009 A GÊNCIA F lávia Bohone deixou a Bloomberg e começou na Agência Leia. observatoriodaimprensa.com.br) não faz mais parte do iG. O portal rescindiu o contrato. Outro que deixou o iG foi o blog de José Paulo Kupfer, que se transferiu para o portal do Estadão. O portal, aliás, sob a direção do publisher Eduardo Oinegue, do diretor de Conteúdo Roberto Gerosa e do diretor de Jornalismo Luciano Suassuna, optou por investir em jornalismo próprio, fazendo dezenas de contratações. A editoria de Gente é liderada por Ana Lúcia Ribeiro e conta com a editora Bia Sant’Anna (Celebridades) e a repórter Raquel Paulino. A de Mulher, por Paula Balsinelli, com o apoio da repórter Juliana Arruda. Geral tem Alessandra Blanco como editora executiva, Leo Camargo como editora e Christiane Bertelli como repórter. Viviane Zandonadi é a titular da editoria de Gastronomia, que tem ainda as repórteres Marcela Besson e Maria Rita Fava. Casa e Arquitetura tem cobertura de Juliana Bianchi e Ana Maria Rinaldi. Economia, com Cristiane Barbieri, conta com a editora Carla Falcão (Inovação) e os repórteres André Vieira e Olívia Alonso. Mariana Castro permanece como editora executiva do Último Segundo, responsável pelas editorias de Brasil, que tem na equipe a editora Camila Nascimento e os repórteres Daniel Torres e Letícia Maggi; e Educação, com a editora Gabriela Dobner e as repórteres Ana Carolina Rocha e Marina Morena. Esportes continua sob a coordenação de Gian Oddi e a Arte do diretor Rodrigo Daviod. Nelson Rocco está como repórter especial. A Editora Três remontou a estrutura editorial de seus principais títulos na web. Foram contratados na função de editores executivos Hélio Gomes para o site da IstoÉ, Ralphe Manzoni, da Dinheiro Online, e Fabiano Mazzei, da Gente Online – todos também editores das revistas impressas. Chegaram ainda para a IstoÉ Online Klester Cavalcanti, Roberto de Matos Moregola e Jaqueline Mendes de Oliveira; e para a Dinheiro Online, Carolina Matos. C hegaram à Folha Online, Bruno Oliveira em Dinheiro e André Monteiro e Fernanda Neves em Cotidiano. A nne Dias começou na TV UOL, no canal de Economia, em substituição a Sophia Camargo. V assiliki Constantinidou reformulou e ampliou o site www.gregosnobrasil. com.br. A na Francisca Ponzio criou o site www.conectedance.com.br. M ilton da Rocha Filho assumiu o site Infoenergia, que vinha sendo tocado por Fernanda Maldonado. J osé Paulo Lanyi é agora editor de Notícias do portal da Unesp. INTERIOR L ITORAL & C arlos Conde sucedeu Wilson Marini como editor-chefe de A Tribuna, em Santos. Marini está agora como editor executivo da APJ – Associação Paulista de Jornais. Outro que deixou A Tribuna foi Pedro Cunha, para um mestrado em História Social na USP. ASSESSORIAS T ales Rocha deixou a Philips para ser gerente de Comunicação da Allianz. Marlene Jaggi deixou a RP1. Carolina Stanisci começou na Co- municação no Ministério Público Federal em São Paulo, no lugar de Marcelo Oliveira, que foi para o Terra Magazine. F ernando Campoi integrou-se à Comunicação da Volkswagen, vindo da Ford. E duardo Octaviano deixou a TIM, no Rio de Janeiro, e está de volta a São Paulo. N elson Bertolini é o novo assessor da diretoria da Fatec de Piracicaba. C lau Duarte assumiu a área de Relações com a Imprensa do Grupo Santander Brasil. L eandro Conti substituiu EckartMichael Pohl como diretor de Comunicação Corporativa do Grupo Bayer no Brasil. Pohl hoje responde pela Comunicação das Câmaras de Comércio Alemãs no Mercosul. 11 M arco Chiaretti começou na S/A Comunicação, como diretor associado. A na Cecília Americano assumiu a Comunicação da Universidade AnhembiMorumbi. M arcelo Affini assumiu a direção da Oca Comunicação. G ustavo Schor assumiu a Comunicação do escritório de advocacia Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados. F ábio Barros, Paloma Muinã e Adriana Veronez começaram na Burson-Marsteller. TELEGRÁFICAS A Editora Três vai lançar em janeiro a revista 2016, que acaba ao final dos Jogos Olímpicos, em 2016. Nasce quadrimestral e avançará para mensal, no decorrer do tempo e com a proximidade dos Jogos. A událio Dantas lançou O menino Lula (Ediouro); Fernando Canzian, o Desastre Global (Publifolha); Mouzar Benedito e Ohi, a edição 2010-2012 do Anuário do Saci e seus amigos; Reinaldo José Lopes, Além de Darwin (Editora Globo); Marcos Guterman, O futebol explica o Brasil: uma história da maior expressão popular do país (Contexto); e Luiz Caversan, Introdução ao Jornalismo diário – Como fazer jornais todos os dias (Saraiva). REGISTRO F aleceram em São Paulo os colegas Carlos Guilherme de Mendonça Penafiel (Penam), aos 72 anos, de câncer no pulmão; Geraldo Mayrink, aos 67 anos, de câncer no pulmão e na boca; Rui Viotti, aos 79 anos, de falência múltipla dos órgãos; Saul Galvão, aos 67 anos, também de câncer no pulmão; Sérgio de Andrade, o Arapuã, aos 81 anos, de câncer; Rodolpho Valentini, aos 74 anos, de parada cardiorrespiratória, agravada por um câncer; Dirceu Marques da Cruz, aos 54 anos, de câncer no pâncreas. Fernando Asprino, de 71 anos, ou Asprino, como era tratado pelos amigos; José dos dos Santos Silva, o ‘Santos’, de 83 anos, arquivista do Estadão e Última Hora; Aldair Ramos, de 61 anos, da TV Record, vitimado por acidente automobilístico; Carlos Arruda Botelho, de 62 anos, de câncer no pâncreas e o jovem Pedro Iago Madalozzo, filho de Agildo Nogueira Jr., diretor do Sindicato em Campinas.. L IVROS O jornalista Alberto Dines lançou no dia 9 de dezembro edição comemorativa do livro O papel do jornal e a profissão de jornalista. O lançamento aconteceu com palestra. Além de comemorar 35 anos de publicação do livro, Dines retoma um debate superatual: a polêmica questão sobre a necessidade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. “Em apenas um ano, com a ajuda de uma conspiração e de manipulação judicial, acabou-se com uma profissão e com sua história”, afirma. O jornalista José Carlos Gutierrez lança o livro “O Importante é Viver”, que conta fatos da história política brasileira. Segundo o autor, os segredos de alguns proeminentes políticos serão revelados. O jornalista Luís Augusto Simon, também conhecido como Menon, lançou o livro ‘Tricolor Celeste (Publisher Brasil)’, com apresentações de Luís Augusto (Guto) Monaco e Mauro Beting e prefácio de Milton Neves. Ele trata das passagens de jogadores uruguaios pelo São Paulo Futebol Clube. U ma cartilha de alfabetização’ desenvolvida pela educadora, jornalista Fernanda Soares Andrade, diretora de base do Sindicato na Regional Vale, Litoral Norte e Mantiqueira, foi lançada pela Editora Todolivro, em parceria com a jornalista especializada em publicações infantis Virginia Finzetto. A obra é material de apoio paradidático, guia de orientação a pais e professores empenhados no ensino das primeiras letras às crianças em fase de alfabetização. Tem 88 páginas, divididas em quatros capítulos, um para cada bimestre escolar. 12 UNIDADE NOVEMBRO/DEZEMBRO2009 L Imagem Denúncias de Amarante uciano Amarante, fotógrafo do Metro News, se diz apaixonado pela cidade de São Paulo. Para um fotógrafo preocupado com as desigualdades da grande metrópole, sempre há algum fato novo para denunciar. Como essas remoções tão comuns e tão cruéis que vemos quase todos os dias na capital paulista. A questão habitacional é dramática na cidade que tem uma população de 11 milhões de habitantes e 22,1% do PIB (Produto Interno Bruto) do País. Pelo censo de 2000, cerca de 2 milhões de pessoas viviam em favelas só na cidade de São Paulo. Mais 1 milhão morava em cortiços e 3 milhões em moradias precárias. Provavelmente esse número foi ultrapassado quase uma década depois. O governo federal, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), pretende retomar o processo de planejamento do setor habitacional e garantir condições institucionais para promover o acesso à moradia digna a todos os segmentos da população. Mas o maior desafio é a implementação da Política Nacional de Habitação, com efetivação da participação dos Estados e municípios no Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e criação dos Conselhos e Fundos e desenvolvimento dos Planos. É uma luta que parece não ter fim.