Minicurso: Origami, arte ou matemática?
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Minicurso: Origami, arte ou matemática?
Minicurso: Origami, arte ou matemática? Bruna Camila Gargarella Pedro de Araújo Queiroz Theófilo Satoshi Okada* Instituto de Ciências Matemática e de Computação, ICMC, USP 13566-590, São Carlos, SP E-mail: [email protected] Esther Pacheco de Almeida Prado Universidade de São Paulo – Instituto de Ciências Matemática e de Computação 13566-590, Campus São Carlos, SP E-mail: [email protected] RESUMO A matemática pode ser considerada a matéria desagradável para a maioria dos alunos da escola básica. Talvez isso ocorra porque a matemática escolar impõe ao aluno uma “obediência cega às definições e teorias, onde qualquer resposta fora do esperado é considerada errada” [6], sendo que a utilização exacerbada da técnica de resoluções de problemas solicite do aluno apenas a memorização de um algoritmo de resolução para problemas semelhantes [6]. Para mudar essa situação e colocar a matemática escolar mais próxima dos alunos da educação básica foi proposto este minicurso de origami. A escolha por trabalhar com o origami se deu ao conhecermos que desde 1876 no Japão, estas atividades fazem parte do currículo escolar [5]. As razões apresentadas neste Portal são de que o origami promove o desenvolvimento intelectual, a capacidade criativa e a psicomotricidade, características estas que nem sempre são priorizadas na prática da matemática escolar atual. Além disso, o origami é importante no ensino de geometria euclidiana, podendo ser utilizado na inclusão de deficientes auditivos [4]. Este minicurso tem como objetivo discutir as razões do uso do origami no ensino de matemática com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais [1], PCNs, que orientam para que se “observem semelhanças e diferenças entre formas tridimensionais e bidimensionais, figuras planas e não planas [...]”. A etimologia da palavra origami se origina do ‘ori’ que significa dobrar e ‘kami’ que significa papel, e por isso, o origami também é conhecido como a arte de dobrar papel. Isso pode parecer uma informação desnecessária, mas saber a origem do conteúdo abordado facilita muito a aprendizagem do aluno. O minicurso será iniciado com o Tsuru, pois a construção deste possui as principais dobras utilizadas nos demais origamis e também por ser considerado o símbolo do origami. Com os Tsuru serão feitas várias analogias no passo a passo para facilitar ao participante memorizar o que deverá ser feito. No decorrer da construção será contada a história de Sadako Sassaki [2], enquanto se aguarda que todos estejam no mesmo passo. A história de Sadako Sassaki [2] é sobre uma menina que morava na cidade de Hiroshima no período da Segunda Guerra Mundial e sobreviveu à explosão da bomba atômica. Porém, um tempo depois ela adoeceu, constatando-se que tinha leucemia e teria pouco tempo de vida. Lembrando-se da lenda dos mil tsurus, quem fizer os mil tsurus terá um pedido realizado, ela deu início à luta pela sua vida. Infelizmente não conseguiu completar os mil tsurus, mas seus colegas concluíram e organizaram-se na construção do Monumento da Paz às Crianças, em memória de todas as crianças vítimas da bomba atômica. Ao término do Tsuru será desenvolvido o cubo Sonobe, para gerar a discussão sobre a diferença entre um quadrado e um cubo, uma confusão comum entre os alunos da educação básica que nos indica a necessidade em diferenciar uma figura bidimensional de uma tridimensional. O cubo Sonobe necessita de seis peças e inicialmente iremos desenvolver a primeira peça e em seguida pediremos que algum dos participantes ensine os demais. Isso será feito para que eles sintam como seria ensinar origami. * Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID/CAPES Como atividade complementar, será desenvolvido o kusudama Sonobe, cujas peças são semelhantes ao cubo Sonobe. Este por sua vez possui uma dobra a mais, o dobro de peças e uma forma semelhante de montar. Vale ressaltar que o origami não é necessariamente uma ferramenta de uso exclusivo da escola básica. Como Nishida e Hayasaka [3] afirmam que “no nível acadêmico mais avançado, o origami pode ser usado para representar moléculas tridimensionalmente (“origami molecular”) [...]”. Ao fim do minicurso serão ressaltadas as ideias geométricas utilizadas na montagem dos origamis: quadrado e seus elementos – lados e ângulos, diagonal do quadrado, bissetrizes, lados paralelos, lados que se interceptam. Dessa forma ao utilizarmos conceitos geométricos para substituir as analogias anteriores, o origami passa de uma arte para uma “arte matemática”. Palavras-chave: Matemática escolar, Geometria, Origami. Referências [1] BRASIL (País) SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros curriculares nacionais: matemática. Ministério da Educação e Desporto. Secretaria de Educação Fundamental: Brasília (DF), 1997 v.3. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf>. Acessado em: 04 mar. 2014. [2] CIDRAL, F. CBN. Sadako e seus pássaros da paz, em Hiroshima: a cidade que pede paz ao mundo 19/07/12. Disponível em: <http://colunas.cbn.globoradio.globo.com/platb/caminhosalternativos/tag/paz/>. Acessado em: 04 mar. 2014. [3] HAYASAKA, Enio Yoshinori; NISHIDA, Silvia Mitiko. Origami na Educação. Universidade Estadual Paulista. Disponível em: <http://www2.ibb.unesp.br/Museu_Escola/Ensino_Fundamental/Origami/Documentos/indice_origa mi_educacao.htm>. Acessado em: 05 mar. 2014. [4] OLIVEIRA, Priscila Logatto de Almeida. A matemática surda. Caderno dá licença. 2012 v. 7 ano 10. Disponível em: <http://www.uff.br/var/www/htdocs/dalicenca/images/artigo2.pdf>. Acessado em: 05 mar 2014. [5] PORTAL Japão. Origami (Arte da Dobradura de Papel). Portal Japão. Disponível em: <http://www.japao.org.br/modules/xt_conteudo/index.php?id=33>. Acessado em: 28 fev. 2014. [6] RUIZ, Adriano Rodrigues. Matemática, Matemática escolar e o nosso quotidiano. Faculdade de Ciências de Lisboa. 2001. Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/fdm/textos/ruiz%2001.pdf>. Acessado em: 25 fev. 2014. * Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID/CAPES
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