2010_PAEX - Vida Economica

Transcrição

2010_PAEX - Vida Economica
NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010
www.vidaeconomica.pt
AGENDA
ÍNDICE
Porto dedica mês
ao empreendedorismo
A Cidade das Profissões, no âmbito do Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo, dedicou o mês de Abril à temática do empreendedorismo.
As actividades realizadas foram sobretudo
para aqueles que pretendem obter mais
informação sobre a criação do seu próprio
negócio. O primeiro workshop foi sobre o
tema “Da ideia ao projecto: Como desenvolver um plano de negócios”, promovido pela
entidade SBI Consulting, seguido da conferência informativa “Passos para a criação do
próprio emprego”, dinamizado pela equipa
do Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo. “Passos
para a Criação do Próprio Emprego” (dia 13), “Avaliação
de Desempenho” (dia 14), “(In)Formação e Atelier GAE”
(dia 21 e 27) e “Workshop GAE” (dia 23) foram os temas
abordados. Paralelamente a estas actividades, a Cidade
das Profissões dinamizou, ainda, sessões de promoção
de competências de empregabilidade.
Como refere o comunicado de imprensa, nestas sessões
procurou-se explorar as etapas da procura de emprego, a
Agenda.............................................1
Estudo...............................................2
Editorial............................................2
Entrevista (Carlos Brito)..............3
Empreendedorismo social........4
Notícias............................................5
Opinião............................................6
Opinião............................................7
Caso em destaque........................8
construção de um currículo e de uma carta de apresentação atractivos e, qual a postura a adoptar no decorrer
das provas de selecção, especificamente, nas entrevistas
de emprego.
Foram ainda, dadas a conhecer entidades de apoio à
criação da própria empresa e quais as suas medidas de
incentivo, como por exemplo, Agência Inova, Net, Associação Nacional de Direito ao Crédito, Associação Nacional de Jovens Empresários e INOV Capital.
NOTÍCIAS
COTEC apresenta
2010 Idea to
Product Portugal
Competition
P. 4
Não olhe para o retrovisor,
porque o que está à frente
dificilmente será igual ao que
ficou lá atrás.
PEDIDOS PARA:
E-mail: [email protected] • http://livraria.vidaeconomica.pt • http://www.speculationsandtrends.com
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010
ESTUDO
EDITORIAL
A Anatomia de um Empreendedor
Um trabalho publicado em Julho 2009 pela
Kauffman Foundation of Entrepreneurship,
com o tema “A Anatomia de um Empreendedor”, dos autores Vevik Wadhwa, Raj Aggarwal, Krisztina Holly e Alex Salkever.
Este trabalho começa por destacar que
os empreendedores estão entre as pessoas mais adoradas na nossa cultura, como
exemplos temos, Steve Jobs, Bill Gates, Sergey Brin e Larry Page que frequentemente
são capas de revistas. Este empreendedores
e inovadores são destacados como o combustível para o crescimento da economia
e fornecem às nações vantagens competitivas.
Numa tentativa de traçar um perfil dos empreendedores, foi feita uma pesquisa a 549
fundadores de empresas, e analisar o seu
passado e enquadramento socioeconómico, nível académico e familiar e as suas motivações, chegando às seguintes conclusões:
- Estes empreendedores têm uma boa estrutura académica,
e são de meia-idade, com a média de idades de 40 anos.
- Na maioria dos casos, foram alunos acima da média.
- Estes empreendedores são, tendencialmente, da classe
média e, normalmente, com um grau académico superior aos seus pais.
- Em mais de metade dos casos são os primeiros da família a lançar um negócio.
- A maioria é casada e tem filhos e desde muito cedo demonstram uma capacidade para iniciar empresas.
- Como motivação para se tornarem empreendedores, os
inquiridos apontam, o desejo de criar riqueza e o capitalizar a sua própria ideia como principais motivações, assim
como, ter a sua própria empresa e ter uma cultura de iniciar negócios.
- A maioria dos empresários inquiridos tem uma experiência significativa antes de iniciar o seu negócio, tendo
trabalhado como empregados noutras empresas em
média 6 anos, sendo que quase metade destes lançou a
sua própria empresa tendo mais de 10 anos de experiência como trabalhador por conta de outrem.
Em Maio de 2007, o INE apresentou um estudo realizado
entre o último trimestre de 2005 e o primeiro de 2006,
em que indica que a melhoria da situação financeira e
realização pessoal constituem as principais motivações
para a criação de novas empresas, sendo este o perfil dos
empresários fundadores das novas empresas.
A principal motivação dos empresários para a constituição da empresa é a melhoria da sua situação financeira,
tendo 47,5% dos empresários atribuído grande importância à “perspectiva de ganhar mais dinheiro”. A realização
pessoal (“Desejo de novos desafios”) e a independência
(“Desejo de ser o meu próprio patrão”) constituem os restantes factores mais importantes, com 44,6% e 32,7% das
respostas, respectivamente. A perspectiva de ganhar mais
dinheiro é apontada como primeira opção pelos empresá-
rios detentores do ensino básico. Para os outros níveis de
habilitações superiores essa opção aparece em segundo
lugar, precedida do desejo de novos desafios. Os detentores de ensino médio ou superior colocam na lista das
quatro prioridades para a constituição de empresas, o facto de terem uma ideia para um novo serviço ou produto.
Neste último grupo, estará mais representado o empreendedorismo associado à exploração de oportunidades e
introdução de inovação, por contrapartida à satisfação de
necessidades, por falta de alternativas viáveis, observado
nos grupos com menores habilitações.
A maioria das novas empresas elege o mercado local/regional (60,6%) como objectivo, e apenas 9,9% e 1,8% das
empresas procuram alcançar o mercado comunitário ou
extra-comunitário, respectivamente. Apesar de algumas
empresas dirigirem a sua produção para vários mercados em simultâneo, o mercado local/regional e o mercado nacional, têm a exclusividade de 50,2% e 30,8% das
empresas, respectivamente.
No momento do arranque da empresa, as principais dificuldades identificadas pelos empresários foram a burocracia (34,8%), a selecção de pessoal adequado (33,6%) e a
obtenção dos pagamentos de facturas em dívida (32,3%).
DIFERENÇAS
- Habilitações Académicas.
Em Portugal apenas cerca
de 15% dos inquiridos tem
habilitações académicas
correspondendo ao ensino
superior. Nos EUA esse
valor ascende a cerca
de 80% dos empresários.
SEMELHANÇAS
- Motivações para
criar a sua própria
empresa.
PAULO FERREIRA
EMPREENDER CONTRA
VENTOS ADVERSOS
“A adversidade aguça o engenho”.
A expressão, utilizada pelo eng. Belmiro de Azevedo na edição especial
The Economist/Vida Económica
“O Mundo em 2010”, retrata bem a
encruzilhada em que o nosso país
se encontra. Ao longo dos anos, a
capacidade de iniciativa e o espírito empreendedor foi-se perdendo.
Paulatinamente, a economia tornouse cada vez mais pública e menos
privada, chegando ao ponto actual
em que as despesas do Estado já representam mais de metade do PIB e
com vontade de continuar a crescer.
Com 3,4 milhões de pensionistas,
700 mil funcionários públicos, 500
mil desempregados e 400 mil beneficiários do rendimento social de
inserção, há muitos cidadãos público-dependentes e cada vez menos
cidadãos dispostos a enfrentar as
adversidades do mercado e a ter
que suportar em simultâneo todos
os encargos da outra metade que
vive abrigada, produz pouco, não
compete, não arrisca e também não
sonha.
É neste contexto de muita adversidade e falta de engenho que foi
criada na “Vida Económica”, a secção Empreender. Com periodicidade mensal na versão em papel,
a nova secção passa a ter também
uma versão digital. O conceito é
simples e inovador: apresentar casos concretos de PME portuguesas
analisados por professores das várias Escolas de Negócios.
Na base do novo conceito que agora criámos está o trabalho desenvolvido pela Mónica Monteiro. É justo
referir a reflexão profunda sobre os
conteúdos, o elevado número de
contactos e opiniões recolhidas, a
articulação entre a informação impressa e o suporte digital através
do site da VE e o novo blogue veempreender.blogspot.com, bem
como o cuidado posto no planeamento, já que a secção se abre a
um vasto conjunto de empresas e
de analistas.
Esta secção é dirigida ao país que
produz, que compete, que não desiste e que não deixa de acreditar
no mérito do trabalho sério. Nós
também acreditamos que esse
país será inevitavelmente maior,
apesar de todas as contrariedades
existentes, materializadas na tributação exagerada sobre as actividades produtivas, nas normas legais
desequilibradas e paralisantes e na
rigidez do mercado laboral.
JOÃO LUÍS DE SOUSA
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010
ENTREVISTA
Escola de Gestão do Porto lança 2ª edição do PAEX
“O networking é uma das formas mais avançadas
para se inovar e crescer”
A 2ª edição do Programa PAEX – Parceiros para a Excelência arrancou
durante o mês de Abril. Como explica o professor da Escola de Gestão
do Porto, Carlos Brito, este é um programa que conjuga três vertentes:
consultoria, formação e networking:
“Isto significa que, pelo seu carácter
inovador, encerra em si mesmo um
cariz empreendedor”. Em entrevista à
Vida Económica, Carlos Brito salienta
que “trabalhar em rede apostando no
networking é uma das formas mais
avançadas para se inovar e crescer”.
Empreender – Em 2008, a EGP-UPBS
faz uma parceira com uma escola de
negócios brasileira para a realização do
Programa PAEX. Que factores estiveram
na origem da escolha desta escola?
Carlos Brito – Um dos objectivos estratégicos da EGP-UPBS passa pelo
estabelecimento de parcerias internacionais. A escola de negócios brasileira a que se refere é a Fundação
Dom Cabral (FDC), com sede em Belo
Horizonte. Devo começar por realçar
que, segundo o mais recente ranking
do Financial Times, a FDC é a 13ª melhor business school do mundo. O que
é que ganhamos com essa parceria?
Em primeiro lugar, estamos associados a uma escola de grande prestígio
internacional. Depois, a FDC tem uma
enorme experiência na formação de
executivos que nos pode ser útil. E, finalmente, tem uma grande projecção
na América Latina o que para nós é
interessante. Em suma, há entre a EGPUPBS e a FDC sinergias óbvias que dão
particular interesse à parceria.
E – Podemos por isso falar de um programa empreendedor?
CB – Sem dúvida. O PAEX não é um
simples curso de formação. É um programa que conjuga três vertentes:
consultoria, formação e networking.
Isto significa que, pelo seu carácter
inovador, encerra em si mesmo um
cariz empreendedor. Em Portugal não
há nada que se assemelhe ao PAEX. É,
de facto, um programa único.
traduz num apoio no âmbito das finanças, marketing, operações, recursos humanos, etc. Tudo isto depende
das necessidades específicas de cada
empresa. A vertente formação inclui
um curso geral de gestão de cerca de
100 horas dirigida a três a cinco participantes por empresa. Além disso,
há um ciclo de seminários de gestão
avançada. Finalmente, na vertente
networking inclui-se toda a rede de
contactos potenciada pelo PAEX não
só a nível interno que externo.
“Um dos objectivos estratégicos da EGP-UPBS
passa pelo estabelecimento de parcerias internacionais”, refere o professor da instituição,
Carlos Brito.
E – Quais os inputs que o PAEX trouxe
para as boas práticas de gestão desenvolvidas actualmente pelas empresas?
CB – Dirigido a empresas de média dimensão que queiram crescer
de forma sustentável, o programa
procura responder a três grandes
objectivos. Em primeiro lugar, dotar
as empresas participantes das competências estratégicas e funcionais
(ao nível das finanças, do marketing,
dos processos, das pessoas, das operações e da logística) que lhes assegurem um posicionamento competitivo. Depois, desenvolver sistemas
de controlo de gestão que permitam
um adequado acompanhamento da
performance e dos resultados. E, em
terceiro lugar, proporcionar um ambiente favorável ao networking e intercâmbio de ideias e experiências.
E – Este é um programa diferente e de
dimensão internacional. Pode-nos explicar um pouco as vertentes do programa e como elas se relacionam entre si?
CB – O PAEX tem três vertentes:
consultoria, formação e networking.
Na vertente consultoria damos um
apoio às empresas participantes
quer no âmbito da consultoria estratégica – o que passa pela definição
do plano de negócios e implementação do balanced scorecard – quer
mais a nível operacional – o que se
E – O PAEX é um programa que se destina a empresas de média dimensão.
Qual é a proposta de valor que tem para
oferecer aos potenciais aderentes?
CB – A proposta de valor assenta
fundamentalmente no desenvolvimento de competências. Aquilo que
pretendemos é ajudar as empresas
participantes a desenvolver competências de modo a torná-las mais dotadas para enfrentarem os desafios
do mundo actual.
E – A EGP-UPBS tem alguma oferta
para empresas de dimensão mais reduzida?
CB – O PAEX dirige-se prioritariamente a empresas com uma facturação anual entre os 10 e os 50 milhões
de euros. Para empresas de menor
dimensão temos um portefólio de
programas que incluem acções de
formação que vão desde um dia até
cursos anuais.
E – Vivemos actualmente numa crise
que afecta globalmente todas as empresas. Que benefícios podem esperar
os clientes do Programa PAEX?
CB – Gostaria de destacar os seguintes: melhoria nos resultados económico-financeiros; redefinição da estratégia de gestão da empresa com base
num modelo integrado; definição de
indicadores de performance e desenvolvimento do balanced scorecard;
acompanhamento periódico de metas; redesenho dos processos críticos
com maior impacto nos resultados;
redefinição da estratégia de marketing; e, por último, ampliação dos horizontes a partir do contacto com as
melhores práticas de gestão.
E – Numa cultura empresarial onde
ainda predomina o lema ”o segredo é
a alma do negócio”, como foi encarado
um dos vectores fundamentais do PAEX
que é o networking e benchmarking?
CB – É nas empresas com práticas de
gestão mais atrasadas que se verifica
essa cultura. Nas que estão mais avançadas – ou que estão abertas à introdução de práticas de gestão mais
sofisticadas – reconhece-se que uma
parte significativa da inovação pode
resultar dos contactos estabelecidos
com outras organizações: clientes,
fornecedores, universidades e até
mesmo concorrentes. Por isso, e em
suma, trabalhar em rede apostando
no networking é uma das formas mais
avançadas para se inovar e crescer.
E – Qual tem sido a adesão/interacção
das empresas na Rede Internacional?
CB – Aquilo que designamos por
Rede PAEX engloba cerca de 320
empresas espalhadas por vários países: Portugal, Brasil, Argentina, Chile
e, em breve, os EUA. No total, essas
empresas empregam cerca de 65
mil colaboradores e facturam anualmente qualquer coisa como 3,5 mil
milhões de euros.
E – Está em fase de lançamento a segunda Edição do PAEX. Qual tem sido
o feedback das empresas que participaram na primeira Edição?
CB – Excelente. As empresas que já
participam no PAEX reconhecem
que o programa lhes traz mais-valias
óbvias em termos de práticas de gestão avançadas.
E – Qual a data prevista para arranque da segunda edição?
CB – Prevê-se que a 2ª edição arranque no mês de Abril.
MÓNICA MONTEIRO
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Empreendedorismo Social
– Uma oportunidade num desafio!
Facilmente se associam os conceitos
de “empreendedor” e de “empreendedorismo” às ideias de negócio,
criação de valor, inovação, oportunidade e sucesso.
O empreendedorismo social, além
das características apresentadas,
distingue-se pelo seu objectivo
principal de actuação que se baseia
na maximização do capital social.
Princípios básicos como a luta contra a pobreza e a exclusão social, a
inserção socioprofissional, a criação
de emprego e o desenvolvimento
local e sustentável são os motores
desta filosofia.
O recurso a diversos factores como
ferramentas tecnológicas, o envolvimento de parceiros (desde a esfera
política à esfera empresarial local,
nacional e internacional), a participação da população, a criatividade,
o pensamento “Pensar Global, Agir
Local”e a gestão participativa, sempre na perspectiva da optimização
de recursos e de processos de produção mais eficientes, são agentes
de extrema relevância que contribuem para o sucesso das iniciativas
e projectos.
Surge assim o exemplo e a certeza
de que esta será a forma de intervenção social que as empresas deverão adoptar como forma de ampliar os seus horizontes para novos
negócios, muito além da postura
mais tradicional, em que as oportunidades do mercado de trabalho,
as oportunidades de processos de
produção e produtos, as oportunidades de participação, as oportunidades de gestão e os novos compromissos e responsabilidades com
as questões ambientais, sociais e de
bem-estar ditam as regras do jogo.
O grande desafio prende-se com a
criação de novos paradigmas capazes de garantir a sobrevivência de
todos, da Humanidade, da Natureza
e dos negócios.
Existem oportunidades de negócio
que beneficiam empresários, governantes, consumidores e sociedade
em geral. É este factor diferenciador,
este acreditar, esta garra e sentimento de oportunidade que distingue as
Organizações de e com FUTURO. Organizações visionárias, com capacidade de antever oportunidades, com
modelos de negócio onde todos ganham –“win-win” – com capacidades
para sobreviver no mercado.
O Grupo Nueva* é uma holding que
actua na América Latina nos sectores
de produtos florestais sustentáveis,
sistemas de abastecimento de água
e materiais leves de construção.
Uma crise económica mundial e
a situação da empresa, ameaçada pela falência, foram o ponto de
partida para a mudança. O primeiro
passo foi a promoção de um concurso de ideias entre funcionários,
do qual surgiu a ideia de apostar
num programa de vendas móveis
– “AMANCO de Vendas Móveis”.
Começaram por abastecer dois camiões com produtos da empresa e
fazer o transporte dos materiais às
pequenas lojas de material hidráulico e de construção (PME locais) das
áreas mais pobres de Buenos Aires.
Assim, foi possível oferecer aos clientes mais de 50 produtos diferentes e
a possibilidade de comprar, facturar
e entregar os produtos numa única
transacção.
Com este projecto foi possível:
- Levar quantidades limitadas de
produtos a clientes mais pequenos
(sem necessidade de ter stock de
material);
- Aumentar a proximidade entre
produtos e clientes;
- Receber os pagamentos na hora e
em dinheiro (sem existência de intermediários e a um preço justo);
- Duplicar o número de clientes fixos de acessórios hidráulicos;
- Aumentar a frota de camiões afectos à iniciativa para dar resposta aos
pedidos que, entretanto, aumentaram consideravelmente;
- Evitar a falência da empresa com
a iniciativa;
- Desenvolver relações com pequenos fornecedores locais e com
uma ONG sem fins lucrativos – a
Habitat para a Humanidade – que
constrói casas com a ajuda de futuros moradores e depois as vende sem qualquer lucro e mediante
empréstimos sem juros (A AMANCO fornece materiais à Habitat a
um custo competitivo, passou a
servir uma nova linha de clientes,
aumentou as vendas e criou novos
mercados);
- Vender produtos à ONG e contribuir para ajudar os pobres.
As vendas móveis passaram a representar cerca de 15% das vendas
totais da AMANCO Argentina e 40%
da sua receita.
É essencial assumir esta abordagem
na gestão, que consiste em:
- centrar as energias para as actividades de negócio que contribuam
para o desenvolvimento da Humanidade (criar valor para o accionista
e agir com responsabilidade);
- aumentar e melhorar a oferta de
bens e serviços, para um número
cada vez maior de pessoas, a preços
compatíveis com as suas possibilidades económicas;
- partilhar as preocupações públicas, como as questões da pobreza,
do ambiente, das alterações demográficas e da globalização e contribuir para a sua resolução;
- aumentar os lucros para as empresas, os benefícios significativos para
a sociedade e o reconhecimento
público do bem que as empresas
podem criar.
*In “Negócios com inclusão social
– Guia prático para empresas”, WBCSD
(World Business Council for Sustainable
Development).Tum iriuscilit la feugait et
SUSANA ABREU
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010
NOTÍCIAS
COTEC APRESENTA
2010 IDEA TO PRODUCT
PORTUGAL COMPETITION
A COTEC Portugal apresentou o 2010 Idea to Product Portugal Competition, no Porto Palácio Hotel
and Spa. O Idea to Product (I2P®) Competition é
um concurso de planos de comercialização de tecnologia criado originalmente em 2001 pela Universidade do Texas em Austin. O objectivo desta
competição é gerar uma ideia de produto a partir
de uma tecnologia, fazendo a ponte entre a ciência
e o mercado.
O 2010 I2P® Portugal Competition é a primeira
competição I2P® em Portugal e vai ter lugar nos
dias 9 e 10 de Abril. Durante os dois dias de competição, as 10 equipas candidatas, uma por cada
universidade convidada, partiram de uma tecnologia com características únicas e inovadoras
e construir um plano de comercialização de um
produto ou serviço baseado nessa tecnologia,
destacando o seu potencial de mercado.
O prémio para os membros da equipa vencedora
foi de 10.000J, já o segundo e terceiro classificados receberam, respectivamente, 5.000J e 2.500J.
A equipa vencedora foi ainda convidada a concorrer ao I2P Europe Challenge, nos dias 16 e 17
de Julho em Aachen, na Holanda.
A cerimónia de entrega dos prémios decorreu pelas
15h30 do dia 10 de Abril e contou com a presença
do presidente da COTEC Portugal, Carlos Moreira da
Silva, e do seu director-geral, Daniel Bessa.
disponível em www.ecossistemaempreendedor.
pt e que visa facilitar a interacção entre os novos
empreendedores e a DNA, assim como com as
entidades financiadoras, capitais de risco, Business Angels, Interim Managers, entre outros.
Através do registo no portal, os empreendedores
podem remeter toda a informação necessária
para a DNA analisar os seus projectos, desde os
dados pessoais e profissionais dos empreendedores, aos dados do seu projecto, como a memória descritiva e os elementos financeiros.
Para além disso, os vários parceiros da DNA, em
especial os Business Angels e Interim Managers,
podem registar-se e ficar aptos a receber projectos
para análise. As entidades financeiras e capitais de
risco podem ainda igualmente registar-se para serem interlocutores do Ecossistema Empreendedor.
A agência DNA Cascais lançou o Portal do Ecossistema Empreendedor, uma ferramenta online
Link
ANGOLA, CHINA, ÍNDIA
E REINO UNIDO SÃO
DESTINOS DAS PRÓXIMAS
MISSÕES EMPRESARIAIS
Link
IBERIA ADVANCED
HEALTHCARE LANÇA
CONCEITOS INOVADORES
NA SAÚDE
Link
DNA CASCAIS LANÇA PORTAL
DO EMPREENDEDOR
Para este responsável, a grande valia deste conceito assenta na sua capacidade de, “com custos
reduzidos de instalação dos equipamentos”, acrescentar “mais-valias a infra-estruturas municipais ou
projectos turístico-hoteleiros”, ao mesmo tempo
que contribui “para a melhoria da saúde pública”.
A Iberia Advanced Healthcare, empresa de inovação e empreendedorismo no sector da saúde,
será responsável pela gestão do hotel de saúde e
Medical Spa do resort Cegonha Negra Golf & Spa
Resort, a nascer na Guarda.
Trata-se de um projecto que inclui uma valência
de acompanhamento médico, num conceito inovador em Portugal. O Medical Resort inclui uma
vertente clínica e estética em ambulatório. De
acordo com António Lúcio Baptista, médico cirurgião cardiovascular e presidente da Iberia Advanced Healthcare, empresa que desenvolveu o
conceito Medical Resort, o conceito permite gerar
“uma mais-valia competitiva ao projecto turístico”,
criando uma “oferta ainda não disponível em Portugal” neste segmento.
A Anje promove, este ano, missões empresariais a
Angola, China, Índia e Reino Unido. “A aposta em
promissores sectores de actividade e na personalização dos contactos bilaterais assume-se como
elemento distintivo das viagens de negócios
agendadas para os próximos meses”, afirma a associação. A primeira missão é multi-sectorial e tem
como destino a China. A viagem foi de 13 a 22 de
Abril e paragens em Hong Kong, Macau e Guangzhou. O programa da viagem incluiu uma visita
à Feira de Cantão, a maior e mais tradicional feira
multi-sectorial do Extremo Oriente, entre outros
encontros de negócios e encontros institucionais,
nomeadamente com associações representativas
do empresariado e autoridades locais. Segundo a
Anje, o objectivo é facilitar o estabelecimento de
contactos empresariais e comerciais.
Os jovens empresários podem visitar Angola de 23
a 30 de Maio. “Uma viagem voltada para o sector
da Moda e do Design, bem como das TICE (Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica)”,
revela a mesma fonte. Em Outubro, terão lugar as
missões ao Reino Unido (Indústrias Criativas) e à
Índia (TICE, Biotecnologia e Energias Renováveis),
devendo também realizar-se durante este ano
uma viagem de negócios a Espanha (Turismo).
Link
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010
OPINIÃO
A BOA GESTÃO
Se quisermos definir um indicador
o mais directo possível da qualidade de um gestor, teremos que nos
centrar naquele que é o propósito
último da sua actividade no seio de
uma empresa ou de qualquer outra
entidade: a capacidade de criar valor.
Como resulta desta ideia, essa capacidade pode não se traduzir (unicamente) na obtenção de bons resultados económicos e financeiros,
sendo antes relevada pela forma
como tal empresa ou organização
interage com as suas diferentes contrapartes, internas ou externas.
Uma vez consciente de tal facto,
o gestor deverá começar por estipular o caminho que pretende
seguir na referida criação de valor:
será através da qualidade dos seus
produtos ou serviços? Será através
da relação de proximidade com os
seus clientes? Será através das con-
dições de trabalho proporcionatrolo sobre os factores críticos para
das aos seus colaboradores? Será
o sucesso.
através de um exercício dinâmico
È então altura de assumir metas, dede uma efectiva responsabilidade
vidamente quantificadas e calendasocial empresarial?
rizadas, e de traçar caminhos, idenPor esta via, será possível definir a mistificando os recursos necessários à
são, os valores e a orientaprossecução dos objectição estratégica da referida
vos estabelecidos e, com
empresa ou organização,
igual clareza, a fonte e o
os quais, acabarão por
timing que conduzirão à
reunir uma súmula de disua aquisição.
ferentes prioridades que
A exaustividade e o ridevem nortear sempre
gor da informação aí
RICARDO RIO
todas as suas opções e
expressa e, de forma não
[email protected]
acções futuras.
menos importante, a
Numa óptica estrita da gestão do
ambição e o desafio constantes de
negócio ou da actividade, é tamtal Plano, traduzem-se em requisitos
bém fundamental dotar-se de um
fundamentais deste guia da naveconhecimento profundo da realidagação, o qual requer igualmente a
de envolvente e das próprias caractransparência e disseminação da
terísticas/recursos da organização,
informação no seio da organização
sob as mais diversas perspectivas,
e o compromisso de todas as áreas
assim adquirindo um superior con/ colaboradores.
Neste particular, possuir uma visão
integrada, ser capaz de protagonizar uma liderança forte e motivadora e polvilhar com uma quantidade
significativa de bom senso todas
as decisões e iniciativas são igualmente requisitos para a melhoria da
qualidade da gestão.
Seguir-se-á o desenvolvimento e
implementação de capazes mecanismos de controlo e monitorização, aptos a permitir a detecção de
problemas, o potenciar de oportunidades e o ajustamento flexível do
conjunto da organização à luz de
novos condicionalismos internos ou
externos.
Em suma, há que antecipar, conhecer, prever, planear, fazer, medir,
controlar e corrigir e outros tantos verbos que se querem assumir
como sinónimos de bem gerir ou de
empreender.
Caldo de Empreendedores
Muito se tem falado nos últimos tempos da necessidade de fomentar o
empreendedorismo. Que há apoios,
que é necessário, que é o futuro, agora até que é sexy… (muito mais do
que carro da empresa, AC, ordenado
garantido ao fim do mês…).
A verdade é que muitos empreendedores que decidem arriscar e que
têm a pouca sorte de ver a sua primeira experiencia falhar, estão condenados a ser estigmatizados pela
sociedade, para além de arriscarem
ficar sem os bens que tinham amealhado até então. De facto, qualquer
projecto que necessite de financiamento bancário, obriga a um aval
pessoal em que todos os bens do
empreendedor “estão em cima da
mesa” para, caso o negócio falhe, o
banco se possa ressarcir.
Ou seja, anos de trabalho poderão
ser apanhados pelo “tsunami” do falhanço do projecto, levando atrás os
anos de dedicação ao projecto mais
as poupanças anteriores e deixando
ainda pela frente uma “travessia do
deserto” sem qualquer suporte…
Sim, porque eles não têm dinheiro a
subsídio de desemprego (apesar de
terem direito a descontar para a Segurança Social…).
Estas pessoas arriscam assim perder
3,5 ou 10 anos da sua vida (pelo menos financeira), ao mesmo tempo que
ficam com um estigma social, que lhes
vai tornar muito difícil recomeçar.
Claro que existem projectos que falham, pois não são válidos, ou os seus
promotores não tem o que é neces-
sário para ser empreendedor. Esses
devem ser vítimas da selecção natural.
Mas são os outros, os Akio Morita desta vida (sim, o da Sony, que levou o seu
primeiro negócio à falência) que necessitam de uma forma de poderem
ser “repescados” para a sua vocação de
empreender, arriscar, criar emprego.
E que tal um seguro (tipo “professional indemnity”) para  empreendedores que têm uma falência em mãos
…e não, não estamos a falar de falência fraudulenta ou negligente, o que
competiria às seguradoras avaliar.
Esse seguro serviria para solver os
(ou pelo menos alguns) compromissos que o projecto não conseguisse
e permitir que o desgaste que uma
situação destas sempre provoca não
fosse tão devastador. Dos muitos mi-
lhões que têm sido “atirados ao problema” do desemprego, talvez algum
fosse bem empregue ao fomentar
um instrumento deste tipo.
E se as seguradoras que enfrentam
um mercado maduro e sem grande
potencial de desenvolvimento agarrassem esta oportunidade e/ou se
os organismos estatais competentes
criassem as condições ao aparecimento desta solução…!?
Talvez com isto, dos poucos que arriscam, alguns mais pudessem tentar de
novo e em vez de termos um caldeirão
que queima quem falha, pudéssemos
ter mais um instrumento para um verdadeiro Caldo de Empreendedores..
ANTÓNIO MALHEIRO REYMÃO
Gestor e Sócio-fundador
da Magma-Management Equity,
Acxiom Portugal e PacSis
BD INSOLVÊNCIA
base de dados on-line
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010
OPINIÃO
Competitividade Sistémica
A emergência do conhecimento
lificados, geograficamente discomo principal factor produtivo
tantes, a um custo menor, a orgacoloca o pensamento económico
nização conta com a diversidade
à beira de uma mudança de paradas contribuições para alavancar
digma. A “nova economia baseada
seu processo interno de inovação
no saber”, segundo William Halal
e em rede com outras empresas,
(na colectânea The Infinite Reobtendo vantagens em relação
source), é marcada pelo predomía seus concorrentes. O modelo
LUIS AUGUSTO
nio da liderança do conhecimento
económico baseado em conheciLOBÃO MENDES
e da visão sobre os outros factores
mento requer elevada formação
Professor da Fundação
de produção, levando à criação
científica e tecnológica.
Dom Cabral
de organizações que aprendem e
Também neste cenário a colabogerem o saber. Estamos diante de um cenário
ração é o novo princípio competitivo e uma rede rara complexidade, com fenómenos econóvolução silenciosa que é capaz de alterar a esmicos, sociais e novas plataformas tecnológicas
trutura de empresas, economia e da sociedade.
que provocam uma completa reestruturação
Construir redes de reciprocidade e solidariedado ambiente de negócios.
de, que criam riqueza monetária, fortalecendo
O novo contexto pressiona as empresas a
o sector.
transformarem o modelo de negócios em
O desenvolvimento dinâmico é fundamenprocessos mais ágeis, flexíveis, integrados,
tado no empreendedorismo e não na deautomatizados e interdependentes entre os
pendência das políticas governamentais. O
parceiros. Ao interagir com profissionais quasucesso e o esforço são individuais. O desen-
volvimento sistémico não está mais baseado
no funcionamento dos mercados e do empreendedorismo individual, mas também nos
esforços colectivos, para formar um ambiente
encorajador e rentável. A coopetição que explora uma forma nova de olhar para o negócio
e alavancar saudáveis relacionamentos, procurando cenários vencedores de uma estratégia, que se esforça para ampliar a participação
de cada uma das organizações, sem tomar a
participação do parceiro.
Negócios colaborativos, em que organizações
estão compartilhando informações e processos para aumentar a velocidade e eficiência em
modelos de negócio, construídas para obter o
máximo benefício das redes.
Um estudo de longevidade empresarial constatou que as organizações longevas tinham características em comum e apresentam comportamento similar ao dos seres vivos. Organismos
com forte noção de comunidade e identidade
colectiva.
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NEWSLETTER N.º 1 | MAIO 2010
CASO EM DESTAQUE
PacLine aposta na proximidade com o cliente
EMPRESA TÊXTIL QUER ENTRAR EM NOVOS
SEGMENTOS DE MERCADO ESTE ANO
Quando questionado sobre o fu­turo da sua
empresa, Paulo Cristó­vão sorri e afirma, com
os pés bem assentes na terra, que nunca
pensou muito no futuro, mas que sempre se
empenhou em planear bem um presente sólido. Embora fossem vizinhos, Paulo Cristóvão
e Márcia Saavedra não se conheciam, até
que um primo dele os apresentou. Ti­nha ele
16 anos e ela 15. Nessa altu­ra, não sabiam
que aí começara um projecto que os ia unir a
nível pesso­al e também profissional. Quando
se conheceram, estavam a terminar o 9º ano
de escolaridade e colocava-se uma decisão
importante na vida de qualquer jovem: que
carreira profissional escolher? Paulo tinha a
paixão por actividades ligadas ao marketing
e ao design, Márcia conhecia como ninguém
o processo produtivo da área têxtil. Assim, e
incentivados pelos pais de Márcia (Joaquim
e Maria de Fátima Saa­vedra), estes dois
jovens iniciaram aos 18 anos uma pequena
empresa têxtil, que deu origem ao que é hoje
a PacLine.
Inicio de actividade
A produção de roupa de menino foi a opção,
por exclusão de partes, uma vez que os pais
de Márcia tra­balhavam o segmento de menina e a irmã mais velha, Paula Saavedra, produzia para o segmento de se­nhora. No início,
por uma questão de necessidade, e porque a
estrutu­ra se resumia aos dois, decidiram que
iriam participar directamente nas actividades
das quais resultas­se maior valor acrescentado para o produto final.
Após a escolha conjunta das ma­térias-primas
a utilizar na confec­ção, quase sempre a parte
criativa surgia do Paulo, com a Márcia a liderar o corte, enquanto também preparava a
produção. Esta, por sua vez, era assegurada
por uma rede de costureiras independentes
que tinham a capacidade de garantir o nível
de qualidade pretendido para os artigos. Márcia ainda se lembra entusiasmada das primeiras peças produzidas: “Foram 100 blusões de
Verão, tipo marinheiro”.
Na primeira época do início de actividade, foram produzidas 900 peças que tiveram como
destino fi­nal o mercado grossista. O canal de
venda utilizado era, fundamental­mente, feiras
de revenda que se re­alizam semanalmente
em Espinho, Esmoriz, Gondomar, Guimarães
entre outras.
Apesar da sua juventude, esta dupla de empresários rapidamen­te se deu conta da importância de uma política de proximidade com o
cliente. “Fazer, tratar e sentir a mar­ca do nosso
cliente como se fosse a nossa marca”, esta tem
sido a estra­tégia seguida ao longo deste anos.
“Tenho que ser os olhos do clien­te. Necessito
de compreender o conceito, a necessidade e
o cliente alvo que o meu cliente pretende atingir, para poder transmitir isso nos artigos que
produzo”, é assim que Paulo Cristóvão encara
a rela­ção comercial com os seus clientes. A
verdade é que a estratégia seguida tem sido
frutuosa, com resultados bastante positivos e
que se traduzem numa confiança e relação
comercial já com vários anos.
“Assumimos a atitude dos nossos clientes
com elevada responsabilida­de e satisfação,
pois não queremos produzir os modelos apenas desta época, mas também das que ain­
da virão” afirma Paulo. Em alguns casos, os
clientes apenas lhe dizem quantos modelos
querem produzir por estação, dando-lhe plena
con­fiança e liberdade na concepção e nas tendências actuais do mercado.
A crescente confiança dos clientes e o dina-
mismo destes empresários traduziu-se no
crescimento da acti­vidade da PacLine, que, em
2003, obrigou à mudança de instalações e ao
investimento em activos fixos que permitiram
optimizar as activi­dades de corte e design.
Agora num espaço próprio, com mais quatro
elementos na equipa, e com um processo
produtivo ágil e flexível, estes empresários
contra­riam a tendência de encerramento de
empresas têxteis e, consequentemente, o aumento do número de desempregados neste
sector de actividade.
Num sector que actualmente sofre uma grande ameaça com a concorrência dos produtos
chine­ses, Paulo Cristóvão é peremptório quando afirma que “sem concor­rência não era feliz,
simplesmente hoje não existíamos”. Reconhece que a concorrência o obriga a estar constantemente preocupado, aten­to e empenhado,
progredindo desta forma sempre em direcção
ao que encara como “concorrência leal”. Esta
concorrência que inevitavel­mente se baseia
no mais, no melhor, no diferente e em nunca
descurar as questões de qualidade, eficiência
e compromisso com o nosso, tal como trata
todos os clientes, sejam eles pequenos ou
grandes, como “Principal Cliente”.
Lançamento da marca
Uma nova ideia começa a for­mar-se na cabeça
de Paulo, quebrar as regras, conceitos e criar
a sua pró­pria marca de roupa de criança sem
barreiras nem fronteiras, sempre tentando
dignificar o que de melhor se faz em Portugal
no segmento De­nim. Em 2006, nasce a Label
Jeans, marca de roupa de criança, que se destaca pelo seu estilo irreverente, atrevido e com
atitude. Dirigida ao segmento médio/alto, a
marca tem como ponto forte a vertente de pure
Jeans - calças, corsários, calções, camisas, tshirts e blusões. As faixas etárias abrangidas
são a li­nha de bebé, dos 0 aos 5 anos e a linha
júnior, dos 6 aos 16 anos. O objectivo da marca
é vestir a criança de uma forma diferente e com
um estilo próprio e irreverente.
A colocação dos produtos de marca própria
no mercado é fei­ta através de representantes,
pois, como Paulo explica, “o objectivo foi facilitar o processo de venda, dada a estrutura
reduzida que temos e que pretendemos continuar a manter. Um cérebro pequeno, controlado mas extremamente eficaz em todas as
suas necessidades”
Os produtos Label Jeans estão disponíveis
em lojas multimarcas no mercado nacional.
Internacio­nalmente, o mercado holandês é o
mercado preferencial para a marca, também
em regime de representação.
Convictos de que a comunicação, e, dentro
desta, a publicidade, é de­terminante para a
evolução da mar­ca, estes empresários pretendem de­senvolver, época a época, uma
série de iniciativas criativas, inovadoras e out
standing, porque. juntamente com os produtos, pretende-se “ven­der” uma imagem, uma
mensagem e um estilo.
Segundo os próprios, o ano de 2009 foi o melhor de sempre, ten­do sido produzidas vários
milhares de peças, tanto em “private label”,
como em marca própria. Este ano, novos desafios esperam esta dupla de jovens empresários, que deseja solidificar, e entrar em novos
seg­mentos de mercado, bem como em novos
canais de distribuição, se­guindo sempre o velho mas muito actual lema: “parar é morrer”.
MÓNICA MONTEIRO
FICHA TÉCNICA:
http://ve-empreender.blogspot.com
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Coordenador: Mónica Monteiro
Coordenador-adjunto: Patricia Flores
Colaboraram neste número: Paulo Ferreira; Luis lobão; Mónica Monteiro;
Susana Abreu; Ricardo Rio; Patricia Flores
Paginação: José Barbosa
Contacto: [email protected]

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