"And how hear we every man in our own tongue, wherein we were

Transcrição

"And how hear we every man in our own tongue, wherein we were
“E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?”
(Atos 2:8)
Cursos e seminários com tradução assíncrona para uma educação globalizada
Wilson Azevedo
Aquifolium Educacional
[email protected]
Jose Manuel da Silva
SENAC/RJ
[email protected]
Este texto descreve uma abordagem inovadora ao design e à implementação de cursos e
seminários virtuais, permitindo que indivíduos de diferentes ambientes linguísticos
participem e contribuam para as discussões e outras atividades colaborativas realizadas
com o auxílio de sistemas de conferência por computador – ainda que tais indivíduos não
apresentem proficiência suficiente para ler e/ou escrever numa língua estrangeira –,
utilizando-se um novo tipo de serviço de tradução: a tradução assíncrona. São
discutidos aqui alguns tópicos de cunho educacional, gerencial e linguístico:




Como configurar o ambiente virtual de maneira que cada grupo linguístico possa ler
e escrever em sua própria língua, ao mesmo tempo em que interage coletivamente
com indivíduos de outros grupos linguísticos.
Como oferecer, em ambientes assíncronos de aprendizagem em rede, um serviço
eficaz de tradução que realize o mesmo ―milagre de Pentecostes‖ encontrado na
interpretação simultânea.
Quais os principais desafios e barreiras que este novo tipo de serviço de tradução
precisa considerar e equacionar.
Quais competências e habilidades este novo profissional de tradução precisa
dominar de modo a realizar esta nova tarefa.
Esta abordagem foi testada e aplicada em nove cursos e seminários virtuais, com mais de
400 falantes do inglês, português e alemão desde 2002, demonstrando ser bastante
produtiva e promissora no aumento da qualidade na interação humana voltada para o
ensino/aprendizagem em iniciativas educacionais globalizadas.
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Os pioneiros da Educação On-line no mundo inteiro são falantes nativos do
inglês. Naturalmente, quando os primeiros brasileiros começaram a ingressar nesta nova
área, foram o trabalho e os escritos destes pioneiros que os inspiraram. As primeiras
traduções para o português de livros sobre Educação On-line chegaram ao mercado
brasileiro na virada do milênio e imediatamente os brasileiros perceberam que havia muito
a aprender com eles. E se os educadores a distância brasileiros pudessem interagir com
os pioneiros da Educação On-line, participando de discussões e lhes perguntando
diretamente como implementar e melhorar seu trabalho? A Internet permite conexão e
interação com qualquer pessoa em todo o mundo, inclusive com os especialistas e
estudiosos. Por que não convidar alguns deles para participar em seminários ou
encontros virtuais assíncronos, compartilhando conosco suas ideias, respondendo
algumas de nossas perguntas e esclarecendo algumas de nossas dúvidas e malentendidos?
Parece uma grande ideia. Entretanto, nem todos os educadores brasileiros
possuem a proficiência necessária para ler e escrever em inglês. Em encontros
presenciais podem-se contratar serviços profissionais de interpretação simultânea, de
modo que tanto os palestrantes quando os participantes possam se entender por meio do
trabalho destes intérpretes, embora cada um fale em seu próprio idioma. Por que não
tentar este mesmo tipo de ―milagre de Pentecostes‖ em ambientes virtuais assíncronos?
Para
satisfazer
esta
necessidade,
a
Aquifolium
Educacional
<http://www.aquifolium.com>, uma empresa brasileira especializada em Educação Online, planejou e conduziu seminários e encontros virtuais com alguns dos pioneiros do
ramo, especialmente criados para educadores brasileiros. Para superar as barreiras
linguísticas, um novo tipo de serviço profissional de tradução foi criado, testado e
implementado: a tradução assíncrona.
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Em linhas gerais, o ambiente virtual foi organizado em dois ambientes principais:
dois ambientes virtuais em um sistema assíncrono de conferência por computador. Num
dos ambientes havia somente falantes do português, e lá as mensagens eram distribuídas
somente em português brasileiro. No outro ambiente havia somente falantes do inglês, e
lá somente mensagens em inglês eram distribuídas. Nos dois ambientes ficava um
mesmo tradutor profissional que recebia as mensagens de um ambiente, as traduzia e as
enviava ao outro ambiente, invertendo o processo depois. Portanto, quando uma pergunta
era enviada por um falante do português ao ―ambiente português‖, o tradutor a recebia, a
traduzia e a enviava ao ―ambiente inglês‖, de maneira que o especialista a recebia em seu
próprio idioma, lia, redigia uma resposta em inglês e a enviava ao ―ambiente inglês‖. O
tradutor recebia esta resposta traduzia e a enviava ao ―ambiente português‖. Neste
ambiente, os participantes recebiam apenas perguntas e respostas em seu próprio
idioma. O mesmo ocorria para os participantes no ambiente virtual em inglês. O milagre
de Pentecostes estava assim reproduzido assincronamente.
Do ponto de vista do moderador, este sistema pode significar mais trabalho — até
o dobro do trabalho existente em seminários virtuais tradicionais. Ele precisa enviar as
mensagens ao tradutor e a seguir do tradutor ao ambiente apropriado. Na verdade, há
duas conferências a moderar e duas discussões simultâneas a coordenar, ambas com o
mesmo conteúdo, mas em duas línguas diferentes. Uma solução possível para evitar a
sobrecarga de trabalho pode ser dividi-lo com outro moderador/coordenador, cada um
responsável por um ambiente.
Outra preocupação é evitar a sobrecarga para os participantes, para o
especialista e, consequentemente, para o tradutor. A discussão precisa se manter dentro
de alguns limites; o número e o tamanho das mensagens precisam ser controlados, de
forma que a tradução possa ser realizada em tempo hábil. Algumas normas relativas às
contribuições para a discussão devem ser apresentadas previamente, de modo a priorizar
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a objetividade e a compreensão. Além disso, às vezes o moderador precisa relembrar
estas normas a alguns participantes, solicitando que reescrevam as perguntas de maneira
mais concisa e clara, antes de enviá-las ao tradutor. Se esta já é uma preocupação
relevante numa conferência em uma única língua, pode se tornar crítica em conferências
bilíngues com tradução.
A tradução existente num evento virtual é de outro tipo, algo entre a tradução —
como geralmente entendida — e a interpretação. Devido a fusos horários, acúmulos de
mensagens, referências cruzadas, diversos níveis de formalidade e informalidade, e
acima de tudo a novidade das ideias e da terminologia veiculadas em tal evento, o
tradutor precisa adaptar sua habilidade e técnica para facilitar a interação entre
palestrantes e participantes. Ademais, o acesso rápido a glossários, dicionários e ao
banco de dados do tradutor, juntamente com a habilidade de trabalhar com diversas
janelas e programas ao mesmo tempo, mais do que numa tradução normal, tudo isto se
torna essencial para facilitar o trabalho de tradução. À medida que os setores acadêmico
e corporativo começarem a utilizar eventos bilíngues ou multilíngues, os tradutores
precisarão estar mais bem equipados para lidar com os novos desafios.
Em 2002, este formato foi testado num seminário de uma semana com Rena
Palloff e Keith Pratt. Seu primeiro livro, "Construindo Comunidades de Aprendizagem no
Ciberespaço", acabara de ser lançado em português e eles foram convidados para falar
sobre o livro e discutir as ideias e o conteúdo nele existentes, num evento com
educadores e pesquisadores brasileiros. Obviamente Rena e Keith não entendem
português, e, como explicado acima, poucos participantes brasileiros podiam ler e
escrever em inglês. O ambiente virtual foi organizado como acima descrito e o seminário
se transformou numa grande e frutífera oportunidade de aprendizagem, com avaliação
muito positiva por parte dos participantes.
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Em 2003, foi organizado outro seminário no mesmo formato, mas este foi um
evento com tradução assíncrona alemão-português, com a presença do Prof. Otto Peters,
da Fernuniversitat, na Alemanha. No mesmo ano foi realizada uma série de seminários
assíncronos com Murray Turoff, Linda Harasim, Andrew Feenberg e Robin Mason.
Somente a Profª. Harasim conseguia ler e escrever em português, mas se sentia mais à
vontade em fazê-lo em sua língua materna, o inglês. Desde então, quatro outros
seminários foram organizados e realizados com a mesma estrutura. Em torno de 400
educadores e pesquisadores brasileiros puderam participar destes eventos virtuais,
interagindo diretamente com especialistas e pioneiros de renome, elevando bastante o
nível da discussão e da construção do conhecimento na área da Educação On-line no
Brasil. Para compreender melhor este processo, analisemos alguns detalhes e conceitos
envolvidos.
Conceitualmente, podemos afirmar que o termo tradução está diretamente
relacionado ao texto, à escrita. No outro extremo está a interpretação, originalmente
relacionada à oralidade: pode ser consecutiva (o intérprete ―traduz‖ trechos do discurso a
intervalos de tempo mais ou menos pré-determinados) ou simultânea (o intérprete
―traduz‖ ao mesmo tempo em que ouve o que é dito). Essencialmente, o que interessa
aqui é que a interpretação se refere em geral à oralidade, não ao texto escrito. Se
imaginarmos uma linha reta, poderemos visualizar a tradução em um de seus extremos e
a interpretação no outro. Enquanto permanecermos nos extremos, poderemos associar a
tradução à escrita e a interpretação à oralidade.
Com o advento e o desenvolvimento das TICs (Tecnologias da Informação e
Comunicação), chegaram o e-mail e o chat. Teoricamente, o e-mail (e qualquer
mensagem postada num fórum virtual) é o que podemos chamar de comunicação
assíncrona, ou seja, que não ocorre em tempo real. O chat (e qualquer troca de
mensagens em mensageiros instantâneos  msn, icq, por exemplo), por outro lado,
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pertence ao campo da comunicação síncrona, ou seja, em tempo real. À primeira vista,
pode-se ficar tentado a categorizar tanto o e-mail quanto o chat como texto escrito, na
medida em que ambos utilizam letras e pontuação que podem ser lidas na tela ou
impressas. Entretanto, a pesquisa vem demonstrando que o problema é mais complexo e
podemos nos referir a este tipo de texto como texto virtual.
Se considerarmos um e-mail formal, por exemplo, no qual o autor recorre a uma
gramática e ortografia mais acuradas, com a possibilidade de diversas revisões, em
outras palavras, um texto mais preocupado com a forma, estaremos provavelmente
lidando com um texto tradicional, escrito. Por outro lado, num e-mail mais informal,
detectaremos basicamente as mesmas características do texto tradicional com alguma
influência de emoticons, abreviaturas, acrônimos e expressões da língua oral, além das
convenções próprias ao texto virtual (vc, d, q, pra, ow, kdvc?, rs, [ ]s). O chat (e
mensageiros instantâneos) traz ainda mais complexidade ao problema. Visto que as
mensagens são trocadas em tempo real, de maneira semelhante a uma conversa face a
face, há pouco tempo para revisão e menor preocupação com gramática, ortografia ou
estilo; além disso, estão presentes mais fatos da língua oral. Esta é a razão pela qual
alguns estudiosos consideram o chat um híbrido de língua escrita e oral, o que também
pode ser dito, como vimos acima, de grande número de e-mails.
Se desejarmos traduzir um e-mail formal, estaremos mais próximos da habilidade
normalmente necessária a traduzir um texto tradicional, escrito. Ao nos movermos em
direção ao outro extremo, a tradução tende a contemplar aspectos da língua oral, poucos
num e-mail formal, mais num e-mail informal, e muito mais durante uma sessão de chat. É
fácil notar que a tradução de e-mails, formais e informais, exige do tradutor uma
habilidade semelhante àquela utilizada para traduzir textos escritos convencionais. No
entanto, traduzir as mensagens num chat pode ficar mais próximo da habilidade utilizada
na interpretação, não somente daquela utilizada na tradução, embora as mensagens
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sejam transmitidas em forma de texto. De fato, para sermos coerentes, durante um chat,
ou seja, num formato híbrido de língua escrita e oral, estaremos realizando um trabalho
híbrido de tradução e interpretação. Veja a Figura 1 abaixo.
e-mail
informal
tradução
língua
escrita
interpretação
língua
oral
chat
e-mail
formal
Figura 1: Relação entre língua escrita e oralidade considerando o texto virtual
Em teoria, traduzir as mensagens trocadas durante um evento virtual deveria se
assemelhar
a
traduzir
um
texto
convencional,
exceto
por
algumas
poucas
particularidades. Já vimos que o texto virtual contém algumas diferenças em relação ao
texto não eletrônico. A primeira é que os e-mails, e consequentemente as trocas de
mensagens durante um evento virtual, já trazem aspectos da oralidade; na verdade,
quanto mais informal for a mensagem, mais fatos da língua oral ela terá. Isto vai ocorrer
mesmo com os palestrantes mais renomados, basicamente por duas razões: (1) Os
palestrantes, após mais ou menos tempo, tendem a interagir bastante com os
participantes, utilizando assim uma linguagem mais informal, emoticons, abreviaturas e
representações de alterações fonéticas, além do que não há uma preocupação tão rígida
com o registro formal nem com erros de digitação; (2) Quando os palestrantes estão em
outro país, muitas vezes sujeitos a fusos horários diferentes, aparentemente as respostas
às perguntas são redigidas em bloco, ou seja, o palestrante responde a todas as
mensagens de uma só vez, fazendo com que tenha pouco tempo para revisões,
reduzindo assim o grau de formalidade.
É interessante notar que os participantes geralmente começam com um registro
mais formal e, dependendo das respostas dos palestrantes, mantêm o registro formal ou
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passam a utilizar um registro mais informal. Assim, é fácil compreender que a tradução
das mensagens em tais eventos será bastante diferente da tradução de textos em outras
situações. Na realidade, tais eventos podem ser entendidos como uma longa
discussão/conversa, pois as mensagens dos participantes e palestrantes num dado
momento podem se referir a mensagens trocadas anteriormente.
Tudo isto implica o resumo de textos, o aumento da informalidade, menos tempo
para revisões, mais referências cruzadas entre as mensagens, maior utilização de
citações e referências e, naturalmente, maior aporte de aspectos da oralidade. O tradutor
terá de traduzir um grupo de mensagens de uma só vez, dependendo do fuso horário
considerado e/ou do número de mensagens, e, dependendo ainda do tamanho das
mensagens, torna-se estressante traduzir uma grande quantidade de texto em pouco
tempo. Palestrante e participantes alocam um determinado tempo de seu dia ou de sua
noite para a participação no evento, e as mensagens traduzidas precisam estar em sua
caixa postal ou no fórum o mais rápido possível. O texto então se move em direção à
interpretação, distanciando-se um pouco da tradução. A novidade está no fato de o
movimento da tradução em direção à interpretação não incluir somente o chat, mas
também e-mails e mensagens de modo geral, não somente porque sejam textos virtuais,
mas devido às peculiaridades do evento virtual, ou seja, velocidade, pressão do tempo e
acúmulo de mensagens. Os itens da Figura 1 acima deslocam-se para a direita.
Não se está afirmando aqui que a tradução nos eventos virtuais seja equivalente
a uma interpretação. O que se quis mostrar foi que a tradução em eventos virtuais
assíncronos, pelas razões acima apontadas, contém alguns aspectos inerentes à
interpretação. Consequentemente, é de grande auxílio para o tradutor possuir algum
conhecimento teórico e alguma prática de interpretação, pois em alguns momentos o
acúmulo de mensagens e a rapidez com que tem de traduzir, sem a revisão necessária,
vão impregnar a tradução com aspectos de uma interpretação, no mínimo consecutiva.
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Uma das particularidades de um evento virtual está em que, caso seja bem
sucedido, a interação entre os participantes aumenta; por isso, o número de mensagens
também aumentará. Este fato tornará o trabalho de tradução ainda mais difícil, mas o fator
que chamamos de costura de mensagens será um outro complicador. Analisemos a
dinâmica retratada na Figura 2 abaixo.
Mensagem a
Participante 1
Resposta a
Palestrante 1
Mensagem b
Participante 2
Resposta b
Palestrante 1
Mensagem c
Participante 3
Resposta c
Palestrante 1
Comentário c
Palestrante 4
(duas semanas depois,
referindo-se à Resposta a do
Palestrante 1)
Comentário a
Participante 1
(referindo-se à Resposta c)
Comentário b
Palestrante 1
(referindo-se ao
Comentário a, que cita um
trecho da Mensagem c
aludindo à Resposta b)
Figura 2: “Costura de mensagens” num evento virtual típico
Observe as referências cruzadas e multiplique o diagrama acima pelo número de
participantes e palestrantes envolvidos no evento. Em primeiro lugar, é necessário
recuperar a mensagem original citada na mensagem que está sendo traduzida, o que
pode levar bastante tempo, pois muitas vezes quem cita não informa data ou nome; além
disso, existem diversas paráfrases e não citações diretas. Em segundo lugar, é
recomendável manter as citações e paráfrases o mais próximo possível do original, para
facilitar a compreensão e a interação do grupo. Na pressa, a tendência é traduzir cada
mensagem como se fosse uma nova mensagem, traduzindo-se o texto  incluindo a
citação  como algo independente. Assim, parte da discussão pode ficar perdida. Este
problema fica maior se o evento trouxer diversos palestrantes e se for mais longo; neste
caso, palestrantes e participantes irão se referir a mensagens postadas há mais tempo.
Tudo isso ressalta a importância de se recuperar o significado exato das citações
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originais, em respeito à conferência. Recomenda-se que o tradutor organize as
mensagens por data, assunto, remetente, ou por qualquer outro método. Pode ser
cansativo no início, mas certamente este procedimento reduzirá o tempo de recuperação
das mensagens anteriormente enviadas. É igualmente importante classificar e ordenar as
mensagens e as traduções, pois num dado momento o tradutor pode traduzir para o palco
ou para o palestrante. O processo ficará facilitado se o tradutor conhecer o ambiente
virtual: programas de e-mail, listas de discussão, fóruns etc. Um simples editor de texto
será suficiente para executar as tarefas acima.
A terminologia precisa ser coerente durante o evento. Muito do que se troca
durante um evento virtual será usado em discussões futuras pelos palestrantes e
participantes em seus locais de trabalho. Mais importante, diversos tópicos discutidos em
seminários virtuais são muito recentes, mencionados pela primeira vez no evento. Daí a
responsabilidade do tradutor, não só em encontrar um termo equivalente na outra língua,
mas também em mantê-lo durante todo o evento. Recomenda-se, portanto, manter um
glossário, atualizado diariamente, de termos, expressões e exemplos contextualizados,
para referência constante.
Pelo exposto acima, este tipo de tradução possui características próprias, merece
investigação mais profunda e é realizado de maneira diferente em contextos diferentes
nos cursos, seminários e demais eventos virtuais. O tradutor, por isso, deve recorrer a
outras ferramentas e habilidades, além daquelas que utiliza numa tradução convencional,
principalmente porque, como vimos, este tipo de tradução apresenta alguns aspectos da
interpretação. Entretanto, esta tradução vem demonstrando seu potencial para servir a
necessidades cada vez mais globalizadas, num mundo cada vez mais globalizado.
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Questões para reflexão
1. Em que se diferencia a tradução de um evento virtual daquela de um texto
convencional?
2. Em que pode ajudar um tradutor de um evento virtual conhecer um pouco de
interpretação?
3. Quais os fatores que dificultam um trabalho de tradução em um evento virtual?
4. Quais são algumas das características do texto virtual?
5. Qual a relação da informalidade com a tradução de eventos virtuais
assíncronos?
6. Alguns especialistas recomendam a moderação (o controle sobre a distribuição
de mensagens) como uma medida para prevenir e evitar a sobrecarga de
mensagens num fórum ou grupo de discussão. Seria esta uma medida
adequada para evitar a sobrecarga num seminário virtual assíncrono bilíngue?
7. Como poderia ser organizado um ambiente para um seminário virtual
assíncrono com participantes de três grupos linguísticos diferentes?
8. Que outras aplicações seriam possíveis no meio acadêmico para esta
metodologia posta em prática nestes seminários virtuais aqui descritos?
9. Que outras aplicações seriam possíveis no ambiente corporativo para esta
metodologia posta em prática nestes seminários virtuais aqui descritos?
10. Qual o futuro deste tipo de iniciativa num país com as características do Brasil?
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Sugestões de leitura:
ALVES, Fábio et al. Traduzir com Autonomia. São Paulo: Contexto, 2003.
AQUIFOLIUM. Educação Online: A Perspectiva do Aluno. Registro completo do evento
online realizado entre 8 e 15 de março de 2002. Disponível em:
<http://www.aquifolium.com.br/educacional/evento/>. Acesso em: 10 de abril de 2005.
AZEVEDO, Wilson. Muito Além do Jardim de Infância. Recife: Livro Rápido, 2007.
CATFORD, J. C. Uma Teoria Lingüística da Tradução. São Paulo: Cultrix, 1980.
CRYSTAL, David. Language and the Internet. Cambridge: Cambridge University Press,
2001.
HARASIM, Linda et al. Redes de Aprendizagem. São Paulo: SENAC/SP, 2005.
MASON, R. Models of Online Courses [online]. ALN Magazine Volume 2, Número 2 Outubro
de
1998.
Disponível
em:
<http://www.aln.org/publications/magazine/v2n2/mason.asp>. Acesso em: 10 de abril de
2005.
MOUNIN, Georges. Os Problemas Teóricos da Tradução. São Paulo: Cultrix, 1975.
NEWMARK, Peter. Approaches to Translation. Cambridge: Prentice Hall, 1988.
PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. Construindo Comunidades de Aprendizagem no
Ciberespaço. Porto Alegre: Artmed, 2002.
PETERS, Otto. Didática do Ensino a Distância: experiências e estágio da discussão numa
visão internacional. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2001.
ROBINSON, Douglas. Becoming a Translator. London: Routledge, 1998.
TIFFIN, John; RAJASINGHAM, Lalita. In Search of the Virtual Class. Education in an
Information Society. London: Routledge, 1995.
Biodatas:
Wilson Azevedo possui formação em Teologia, Filosofia e Antropologia Social. Foi diretor
de Ética e Qualidade da ABED e é diretor técnico-pedagógico da Aquifolium Educacional.
José Manuel da Silva é formado em Letras, tem mestrado em Filologia Românica e
especialização em Gestão da Educação a Distância. É tradutor, professor de inglês e de
tradução. Atualmente trabalha no ISAT (Instituto Superior Anísio Teixeira), em São
Gonçalo, Rio de Janeiro.

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