Caio Barsoti Mídia Impressa Fabra Neto Dicas
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Caio Barsoti Mídia Impressa Fabra Neto Dicas
PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA APP CAPÍTULO UBERLÂNDIA ANO 0 - N0 02 - NOV/DEZ/JAN 2010 DISTRIBUIÇÃO DIRIGIDA Fabra Neto Um dos criadores da campanha mais famosa da Brastemp avalia a propaganda atual e decreta: o mercado emburreceu Caio Barsoti O profissional da comunicação assume o desafio de garantir a qualidade dos serviços publicitários no país. Mídia Impressa Expansão do acesso a internet exige transformação dos profissionais e veículos. Dicas Parte do sucesso de uma campanha nasce nacoleta de um bom briefing Mauro Marques PALAVRA DO PRESIDENTE anaCleto neVeS Presidente APP Uberlândia Sobrevivemos ao primeiro round. E também ao segundo. O resultado parcial desta luta está em suas mãos: a 2ª edição da Revista Canto do Galo. Produzida por nossa Diretoria de Comunicação num trabalho conjunto com a Lead Assessoria de Imprensa e tendo o apoio decisivo da Diretoria Social, esta revista tem a marca dos campeões Gustavo Lazzarini, Janaina Depiné e Célio Cardoso. Afinal, não é sempre que encontramos parceiros tão determinados a não se deixarem abater pelas adversidades e permanecerem de pé nesta luta. Pois, se não sabem, editar uma revista no nosso mercado é quase tão difícil quanto enfrentar um grande campeão. Juro que eu preferia enfrentar o Mike Tyson! Em nome da atual Diretoria da APP gostaria de agradecer a dedicação dessas pessoas. Se dizem que nós, os brasileiros, não podemos ver um brasileiro fazendo sucesso que logo encontramos um jeito de desmerecer suas qualidades, queremos fugir à regra. Ou melhor, reinventar uma nova prática, onde o reconhecimento possa ser efetivo, nominal, direto e de coração. E tudo isso foi feito para você, associado da APP e profissional do nosso mercado de comunicação. Vale lembrar que outros rounds virão e como me disse o grande filósofo e amigo, Celso Machado, quando vencemos uma luta apenas conquistamos o direito de lutar com um adversário mais forte. Esta é a vida. E que bom que ela é assim! Boa leitura! diretoria aPP – Capítulo uberlândia – Biênio 2009/2010 Conselho de administração Presidente: Anacleto Nogueira Neves Primeiro Vice-presidente: Júlio César M. de Paiva segundo Vice-presidente: Adriano G. Novaes diretor: Gustavo Lazzarini diretor: Renata M. C. Garcia diretor: Nilson Damaceno diretor: José Baptista de Moraes Neto diretor: Sérgio Gouveia diretor: Antônio Luis de Freitas executivo Chefe: Tony Amaral secretária executiva: Mariana Dias dos Santos diretoria executiva diretor Financeiro: Rogério Peres da Fonseca diretor Primeiro secretário: Janaína Depiné diretor segundo secretário: Ricardo Cunha diretor: Rosane Lucho diretor: Paulo Fernando B. Souza diretor: Leonardo Cerqueira Melo diretor: Noel Arantes diretor: Daniel Labanca diretor: Paula Bernardes diretor: José Ferreira Neto EXPEDIENTE Revista Canto do Galo Publicação trimestral da APP Uberlândia Edição nº 02 – novembro / dezembro / janeiro Conselho editorial: Adriano Novaes Anacleto Neves Carlos Magno D’armada Célio Cardoso Fabiana Barcelos Gustavo Lazzarini Janaina Depiné Luiz Antônio Batista Dias Jornalista responsável: Janaína Depiné Mtb 6668 diretor responsável: Gustavo Lazzarini Mtb MG 05407 JP Conteúdo e assessoria de imprensa: Lead Assessoria Colaboradores desta edição: Aline Morais Carolina Ikeda 4 diretor: Jurema Martinez diretor: Ana Carolina Almeida diretor: Alvim F. Costa Neto Conselho Fiscal Presidente: Adalberto Silvio Deluca Membro efetivo: Célio Cardoso dos Santos suplente: Marcelo Silva suplente: Emerson Côrtes Carrijo suplente: David Nunes Conselho Consultivo Luiz Antonio B. Dias Rogério Nery Carlos Roberto Viola Pérola Novais Rafael Cândido Raphael Lalli Jessica Block Hanny Angele Renato Cabral Neto (NIdéias) Aline Moraes diretor Comercial: Célio Cardoso Fotógrafos colaboradores: Mauro Marques Capa: Diferi Comunicação de Impacto Marca: Fórmula P Produção e edição de arte: Meio&Mídia Publicações Revisão: Lead Pré-impressão: CTP Registro Digital Pedro José Lacerda do Nascimento Eriberto Gussoni Everton Machado Zander Junior Ettore Braia José Reinaldo Dimas Le Senechal Paulo Zago Hamilton Rocha Roberto Paul Chacur Eduardo Guaratto Wladmir Marques Virote impressão: Gráfica Brasil tiragem: 2000 exemplares distribuição: Conex Logística Integrada Os anúncios e artigos publicados e assinados são de responsabilidade de seus autores. É expressamente proibida a reprodução, parcial ou total, sem autorização prévia da APP Uberlândia. Críticas e sugestões: [email protected] / 34 3237 4470 Associação dos Profissionais de Propaganda - APP Capítulo Uberlândia Avenida Rondon Pacheco, 2.100 Bairro Copacabana - Uberlândia-MG CEP: 38408-343 - Fone:(34) 3237-4470 site: www.appuberlândia.com.br Blog: www.appudia.blogspot.com twitter: @APPUdi Facebook: APP Uberlândia A natureza sabe fazer bem feito... Nós também! Uberlândia 34 3239.5800 | Franca 16 3707.3555 | Brasília 61 3343.0521 comercial@graficabrasil.com.br | www.graficabrasil.com.br 5 Conheça os associados da aPP que fizeram as ações e campanhas criativas no segundo semestre de 2010 Jornada APP 2010 agência: Ei!quanta direção de Criação: Gilberto Gildo Redação: Diana Almeida atendimento: Renata Garcia Produção de Vídeo: Imaginare Filmes Produção de Áudio: A Voz da América agência: know how Peça: Campanha Churrasco APP direção de Criação: Adalberto Deluca direção de arte: Alessandra Carla Rocha Reis Redação: Adriana Chuffi Rodrigues Revisão: Augusta Deluca atendimento: Antonio Freitas Produção Gráfica: Ana Antonia Produção de Vídeo: Cinefilmes Áudio: Voz da América 6 canto do galo Mídia: TV Integração, TV Vitoriosa, Band, TV Paranaíba, Canal da Gente Produção de Camisetas: Chamativa ilustrações: Guilherme Silva (Guideki) assessoria de imprensa: Lead Pré-impressão: Registro Digital impressão: Gráfica Côrtes evento: Meio&Mídia Eventos diretor Responsável: Célio Cardoso canto do galo 7 divulgação entrevista JanaIna DePInÉ Lead É ASSIM UM... FABRA NETO um dos criadores da campanha mais famosa da Brastemp avalia a propaganda atual e decreta: o mercado emburreceu O sucesso do publicitário Pascoal Fabra Neto, sócio da renomada agência Fabra & Quinteiro e dono de reconhecido talento, é resultado de muito trabalho, humildade e ousadia. Ele conversou com exclusividade com a Revista Canto do Galo. Conta como criou célebres campanhas, o impacto das novas mídias e os rumos da propaganda. Revista Canto do Galo - Como entrou no mercado de publicidade? Como foi sua trajetória? pesquisa, e o Planejamento detectou o sentimento de adquirir um produto Brastemp, Ricardo Freire e eu saímos com o Fabra Neto - Comecei em Arquitetura e logo vi que minha conceito de “Não é assim uma Brastemp” e fechando o conceito paixão era Comunicação e Propaganda. Me formei nos Estados que “Brastemp não tem comparação”. Unidos, vendi muito pastel na 5ª avenida, fui salva-vidas na St. Jonhs Beach e parquiei muito carro de madame, tudo para RCG - Há muito tempo não vemos um slogan ser custear a universidade. Acho que isso me deu uma dimensão do massificado assim (como o da Brastemp). Acha que a qualidade valor da venda e da busca pelo ideal. criativa da publicidade diminuiu ou o perfil das campanhas mudou? RCG - Você é presidente da Fabra & Quinteiro, mas o FN - Acho que o mercado emburreceu nos dois sentidos. vemos assinando várias campanhas, seja na criação, design ou Tanto as agências ficaram medrosas e deixaram de ousar, como projeto gráfico. Acha que o executivo de uma agência não deve os cliente ficaram temerosos em arriscar. A história nos ensina deixar o publicitário de lado? que todas as grandes campanhas sempre tiveram ou terão, FN - O título nunca foi importante. A liderança tem que acredito eu, a responsabilidade de 50% do cliente e 50% da ser conquistada ao invés de ser imposta, não sou burocrata. agência, especificamente no case Brastemp, credito o sucesso Amo o que faço e atuo em várias áreas. O meu pessoal tem um da campanha na postura do cliente em acreditar na ousadia lema aqui dentro “Se deixar, o Fabra vem e faz!” da agência. Quando, há 20 anos, você imaginaria um líder de mercado em eletrodoméstico pudesse colocar uma campanha RCG - Uma das campanhas inesquecíveis que tem a sua assinatura é “Não é assim uma Brastemp” que virou um jargão no ar, nacional, assumindo que o consumidor comprou outra marca ao invés da sua? utilizado por muita gente até hoje. Como foi o processo de criação da primeira campanha dessa série? FN - Gostaria de deixar bem claro os créditos dessa utilizavam a internet como carro-chefe, como foi o caso da campanha: tenho muito orgulho de ter criado essa campanha Epson. Como acredita que as novas mídias estão influenciando junto com Ricardo Freire e no Planejamento Estratégico a propaganda? Fernando Quinteiro, hoje meu sócio, na Pesquisa Rita 8 RCG - Em 2006 você já pensava em campanhas que FN - Sim. Toda a estratégia da Epson foi baseada em uma Almeida, e Julio Ribeiro sendo o maestro disso tudo. Diria campanha viral, só que ficou tão boa que a Epson dos Estados que o processo de criação foi um processo onde o consumidor Unidos quis colocar na mídia convencional. Acredito que já estava falando que o grande desejo era ter sua Brastemp, estamos no momento das novas mídias e como diz o ditado mas que na época não conseguia. Quando chegou à Criação a temos que surfar com as ondas do mercado! canto do galo rua. Como um criador experiente, obedeço a um bom briefing, RCG - A Fabra & Quinteiro atende o Bradesco e nas últimas campanhas do banco o foco de “completo” mudou para e como um bom criador, sempre ouço minhas sinalizações internas, avanço um pouco o sinal. “presença”. Acha que a globalização está exigindo uma postura diferente nos produtos e na forma de comunicá-los? FN - No caso do Bradesco, tenho particularmente uma posição quanto ao conceito “Completo” para a época foi boa porém, na minha opinião, uma das maiores instituições financeiras do Brasil é pressuposto básico. Já o conceito “Presença” é o grande asset da Organização Bradesco. Pois o banco atende de A a Z e sua presença em território nacional é comprovadamente verdadeira, ou seja, este conceito tem melhor aderência à organização. Respondendo quanto à globalização: uma ideia universal é sempre melhor aceita porque é entendida por todos. RCG - Muitos publicitários se sentem amarrados pelo RCG - Para você criatividade nasce do ócio ou do trabalho duro? FN - Já dizia Peter Drucker “Criatividade decorre do aproveitamento das oportunidades e não da solução dos problemas. Solução de problema só restaura normalidade e oportunidade significa explorar novos caminhos”. Ou seja, é osso duro de roer, é muito trabalho! RCG - Qual campanha é seu grande orgulho? FN - Várias campanhas que criei, ora participei como autor, ora co-autor. Uma que me orgulho muito, quando trabalhei com o Jornal da Tarde. Newton Pacheco e eu criamos a campanha “Não deixe a CPI do Orçamento acabar em pizza”. briefing ou pela verba restrita do cliente. Qual a importância de se extrapolar as limitações na hora de pensar uma campanha? FN - Muitas vezes na minha carreira profissional ouvi de RCG - E qual gostaria de ter feito? FN - São várias, mas como gráfico gostaria de ter feito vários clientes “verba não tem, verba se cria”. O que isso quer ABSOLUT. E outra campanha conceitual é a da Mastercard dizer? Traga uma boa ideia que farei de tudo para colocá-la na “Não tem preço”. Carolina Ikeda entrevista CAIO BARSOTTI JanaIna DePInÉ Lead depois de 11 anos da gestão de Petrônio Côrrea no Cenp, o profissional da comunicação assume o desafio de garantir a qualidade dos serviços publicitários no país Presidente do Cenp (Conselho Executivo das NormasPadrão), Caio Barsotti atuou em agências como Salles, Almap, Colucci e DPZ e em veículos como Lance, Scala FM, TV Sorocaba (SBT) e Yahoo. De 2003 a 2006 esteve no Governo Lula, como secretário de Comunicação Integrada da Presidência da República, exercendo as atividades de coordenação e supervisão da publicidade dos órgãos federais. Em 2006 assumiu a diretoria comercial das oito emissoras da Rede Paranaense de Comunicação. No comando do Conselho, desde o final de 2009, Barsotti tem o desafio de garantir que as mais de duas mil agências certificadas cumpram as Normas-Padrão em vigor desde 98, mais do que isso ele tem o papel estratégico de garantir a qualidade em serviços, sem barrar a livre concorrência. Nessa entrevista exclusiva, ele trata do papel e dos desafios do Cenp na nova gestão. Revista Canto do Galo - Quantas agências são hoje certificadas pelo Cenp no Brasil? E quantas você acredita que atuem sem a certificação? Caio Barsotti - Neste momento temos o registro de 2592 agências certificadas no Brasil, das quais 297 estão em Minas Gerais, e 73 no Triângulo Mineiro. Desde o surgimento do Cenp, há 11 anos, já recebemos mais de 10 mil solicitações para certificação, este número é similar ao apontado pelo estudo feito pelo IBGE para a ABAP, e também às informações da Fenapro sobre o total de agências que cumprem a contribuição sindical anual para a Federação. Observando estes números, me parece que eles confirmam que por um lado os critérios e o rito do processo para certificação é bastante rigoroso, assegurando aos anunciantes e veículos que as agências certificadas possuem condições que presumem uma qualidade superior em serviços de publicidade, e por outro que a livre concorrência reina plenamente em nosso país, pois demonstram que não há barreiras na autorregulação comercial contidas nas Normas- 10 canto do galo Padrão da Atividade Publicitária que impeçam as empresas que ainda não tenham obtido o certificado de qualificação técnica expedido pelo CENP de operar no mercado. RCG - O Conselho Executivo das Normas-Padrão tem como objetivo cumprir as Normas-Padrão da Atividade Publicitária. Como isso é assegurado? Caio Barsotti - O funcionamento do CENP se dá por meio de seus organismos, todos com representação equilibrada de Anunciantes, Agências e Veículos, que são: Conselho Executivo, Conselho de Ética, Conselho Fiscal, Diretoria Executiva, Conselho Consultivo e Assembléia Geral. Nossa estrutura administrativa, embora enxuta, consegue acompanhar o que ocorre em nosso continental Brasil, graças à tecnologia, mas fundamentalmente pela cooperação de todos os líderes e profissionais que atuam no mercado, que nos informam continuamente sobre acontecimentos que possam sugerir comportamento anti-ético nas relações comerciais.Além destas informações, temos uma área de vistoria que visita regularmente as agências, observando de perto cada relação comercial existente com seus respectivos anunciantes. Esta agenda de visitas é formada tanto com base nas informações a que me referi acima, como por nossa iniciativa. Este ano realizamos até o momento aproximadamente 750 vistorias. São estas as principais fontes para que seja aberto, ou não, um procedimento no Conselho de Ética. RCG - Qual o volume de denúncias de práticas ilegais ou irregulares que chegam ao Cenp mensalmente? Quem mais as faz, o cliente ou os próprios profissionais do mercado da comunicação? Caio Barsotti - O volume de denúncias é baixo, em torno de três por mês e são, em quase sua totalidade, de agências queixando-se da postura adotada por veículos. RCG - Como é o cumprimento do mercado mineiro em relação às normas-padrão? Existe algum dado específico para o Estado? Caio Barsotti - As Normas-Padrão tratam fundamentalmente das relações éticas comerciais, e para garantir segurança e tranqüilidade a todo o sistema, não existe sequer a contabilização de casos que tenham sido objeto de atenção no Conselho de Ética. Somente as partes e os conselheiros deste organismo é que tem conhecimento dos casos. No entanto posso afirmar que nestes 11 anos muito já foi feito, mas ainda temos muito a fazer. Esta consciência deve ser motivo de atenção e disposição de todos os líderes e profissionais de nossa atividade, notadamente do mercado mineiro de propaganda, uma vez que os fundamentos da autorregulação pressupõem como condição básica o compromisso de todos os agentes para a manutenção deste modelo bem sucedido e cada vez mais reconhecido frente aos mercados internacionais. RCG - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou este ano a lei 12.232 que regulamenta as licitações e contratos administrativos para a escolha de agências de publicidade em todas as esferas do poder público (incluindo a União, Estados e Municípios e abrangendo o Executivo, Legislativo e Judiciário). De que forma essa lei corrobora com as práticas já adotadas pelo Cenp desde a sua fundação e como ela beneficia o mercado? Caio Barsotti - De várias maneiras. Esta lei conseguiu reunir as melhores práticas existentes tanto na iniciativa privada como na esfera pública. O Deputado José Eduardo Cardozo soube ouvir todos os setores impactados por esta lei, associar estas informações com as preocupações resultantes tanto da CPMI dos Correios, como ficou conhecida, como dos levantamentos realizados pelo TCU à época. A Câmara e o Senado, por meio de suas comissões que analisaram a lei compreenderam que se tratava de um avanço significativo para as relações público-privadas na contratação e execução de publicidade dos órgãos e, finalmente, o Presidente completou este processo, reconhecendo, portanto, o valor que têm as agências de publicidade para o serviço público, notadamente para o cumprimento do artigo 37 de nossa Carta Magna. RCG - A nova lei também institucionalizou o Conselho Executivo das Normas-Padrão (Cenp) como órgão certificador de qualidade do setor. De que forma isso ampliou a legitimidade do Cenp no mercado? Caio Barsotti - Para nós do CENP é motivo de orgulho e muita responsabilidade o fato da entidade haver sido reconhecida como certificadora da qualidade técnica das agências de publicidade, tornando obrigatório que serviços de publicidade, bem claros na lei, somente sejam contratados em agências que possuam este certificado. Com relação à legitimidade, minha opinião é que ela foi alcançada ao longo de todos estes anos de trabalho, e principalmente pela nossa história em implementação da autorregulamentação, que começou há 30 anos com a fundação do CONAR. Assim, a lei reconheceu que esta atividade realizada pelo CENP para a iniciativa privada de certificação de qualidade técnica das agências, reúne condições de oferecer ao Estado mais segurança em suas contratações, o que como já disse, é motivo de orgulho para todos nós que atuamos neste mercado, mas que trás também uma grande responsabilidade. RCG - Você assumiu a presidência do Cenp no final do 2009. Além da lei 12.232, quais as outras conquistas ocorreram na sua gestão até o momento? Caio Barsotti - Seguramente a maior de todas as conquistas é termos conseguido concluir uma transição de forma serena e segura para o sistema. Depois de 11 anos de gestão do Petrônio Côrrea, a quem sempre serei grato por tudo que realizou em sua trajetória por nossa atividade, e também pelo convite para assumir este desafio, nosso foco tem sido o fortalecimento institucional da entidade, garantindo o pleno funcionamento de seus organismos, estimulando cada vez mais o interesse pela agenda da autorregulação comercial. Tenho visitado muitos estados e suas regiões econômicas mais importantes, principalmente ouvindo, mas também levando informações que consideramos relevantes para o aprimoramento das relações comerciais, para o desenvolvimento de melhores práticas que tornem nosso negócio cada vez mais promissor, notadamente neste mundo em constante transformação em altíssima velocidade. RCG - O CONAR e o CENP são órgãos distintos, com funções distintas, mas ambos garantem para consumidores e anunciantes um serviço de qualidade, tanto pelo funcionamento das agências como nos trabalhos que apresentam. Existe alguma ação feita em conjunto pelos dois órgãos? Como é essa relação? Caio Barsotti - A relação é de respeito e companheirismo. Como você disse, são órgãos distintos, com agendas distintas. Nossa luta, no entanto, é a mesma: garantir a liberdade com responsabilidade, fortalecendo o modelo de autorregulação, por considerarmos que ele tem fundamentos democráticos, de elevada consciência cidadã e que tem se mostrado ao longo da história, uma contribuição tanto para o Estado e sociedade, como para toda nossa atividade publicitária. canto do galo 11 inovação raFael CÂnDIDo Lead A ERA DAS REDES SOCIAIS E MÍDIAS ONLINE Planejamento é o grande diferencial de uma comunicação bem sucedida nesse meio A internet veio para romper barreiras e proporcionar uma interação global. As redes sociais, por exemplo, começaram tímidas e hoje já contam com um número grande de pessoas que a utilizam, tornando-se até ferramentas de publicidade de algumas empresas. Várias delas já realizam campanhas em redes como Orkut, Facebook e Twitter. Mas feita de forma aleatória e sem planejamento não gera resultado, pois para algumas empresas apenas esse tipo de comunicação não é o bastante. É necessário planejamento com prazos, estratégias e mensuração de resultados. Existem grandes problemas com relação à empresa e a participação na internet. Um deles é a falta de um planejamento. Cada mídia tem sua personalidade e característica, cabe à organização avaliar em qual rede seu público está e como poderá interagir com ele. Mas, como uma marca/organização pode medir seu conteúdo e verificar se sua participação na rede é eficaz para o negócio da empresa? Para o diretor do núcleo digital da APP, Felipe Garcia, “é preciso um planejamento bem feito na hora da divulgação online. Pois sem planejamento é impossível ter a certeza se uma campanha vai ter resultados positivos”, diz. Para o responsável pelo planejamento de mídia online da Formula P, Bruno Figueredo, é preciso pensar no público e como atingir o objetivo da campanha. “Antigamente planejávamos campanhas para atingir uma massa. Você dava um tiro de canhão e atingia milhares de pessoas. Hoje em dia você 12 canto do galo precisa suar a camisa e fazer várias ações. Afinal, hoje existem vários grupos e segmentos. E para cada um deles é preciso um esforço, linguagem, uma mídia, uma ação. A mídia online permite a aferição em tempo real, o que proporciona você ir melhorando ou alterando sua campanha dependendo do nível de aceitação do pessoal na internet”, conta Bruno. Ainda de acordo com Bruno Figueiredo, a internet sai à frente das outras mídias quando o assunto é medir o interesse do público pela propaganda. “Quando uma emissora vem vender uma cota de patrocínio de uma novela, jornal ou programa ela mostra os dados do IBOPE, se é líder de audiência, quantos pontos e domicílios que ela atinge. Mas nenhuma emissora consegue afirmar que aquelas pessoas prestaram atenção no seu VT. Aliás, no break comercial é a hora em que você vai na geladeira pegar um sorvete, tomar uma água, dá uma zapeada e confere a programação de outras emissoras, ou seja, o nível de dispersão é altíssimo, diferente da internet, que você consegue saber de que maneira o usuário reagiu frente a uma mídia”, disse. diFeReNÇa de Mídia oNliNe e Redes soCiais Como em todos os outros setores, as crises acontecem, o que não será diferente nas redes sociais, por isso é importante saber como lidar com esse problema. Não só com relação ao crescimento da rede, mas também com os comentários feitos. Por esse motivo é preciso separar mídia online e redes sociais. “A mídia online deve ser pensada como uma parte importante de qualquer campanha publicitária, de maneira integrada e que gere resultados positivos. Jamais deve ser apenas uma replicação de material feito para usar em TV, rádio ou revista. A mídia online deve ser pensada, criada e planejada pensando na interação que o público pode vir a ter com a peça, com o vídeo, com a ação, com o banner, o e-mail marketing ou qualquer outra ação designada a uma plataforma que permite a interatividade”, conta Bruno Figueredo. As redes sociais já são um meio de se conectar a outras pessoas na internet. Os sites de redes sociais geralmente funcionam tendo como base os perfis de usuário uma coleção de fatos sobre o que um usuário gosta, não gosta, seus interesses, hobbies, escolaridade, profissão ou qualquer outra coisa que ele queira compartilhar. Neles oferecem vários níveis de controle de privacidade. Por exemplo, o Orkut permite que outras pessoas encontrem o seu perfil, procurando pelo seu nome ou endereço de email, mas você pode proteger as informações particulares do seu perfil de qualquer um que você não tenha aprovado especificamente. No Twitter, você pode definir que suas atualizações sejam particulares, podendo ser vistas apenas pelas pessoas que você aprovar. O objetivo das redes sociais é juntar um grupo de pessoas com quem você esteja interconectado por um ou mais fatores. Monitoramento das mídias O monitoramento das mídias online é também um assunto que está sendo disseminado constantemente e permite que a empresa compreenda seu público, por meio das coletas de dados, tendo em vista que, “as peças de redes sociais tem muita liberdade e fogem de formatos já praticados pela propaganda tradicional. A percepção é diferente por parte de quem é impactado e a interatividade pode ser muito maior, já que estamos falando de um ambiente em que o visitante é que faz a demanda (on demand). Ele precisa ser envolvido”, afirma Felipe Garcia. As organizações buscam uma aproximação do seu público e uma oportunidade para evitar danos à imagem e a reputação. O monitoramento das mídias sociais permite isso, pois, se feito de forma constante e com planejamento, os resultados auxiliam na melhoria dos processos da empresa. eventos alIne MoraIS Lead JORNADA APP É SUCESSO Presidente do CeNP elogia evento realizado pela aPP A Associação dos Profissionais de Propaganda - APP Capítulo Uberlândia realizou no dia 26 de outubro a Jornada APP, na Esamc. Com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentado do mercado de comunicação regional, o evento que foi aberto ao público, teve ampla programação e foi dividido em duas etapas. Na primeira, pela manhã, os profissionais da comunicação puderam conhecer o caminhão itinerante da “Votorantim” FIBRA , equipado com sala para palestras e oficinas. Ele mostrou processos de fabricação de papel com sustentabilidade e ecoeficiência. Em seguida participaram do Workshop de mídia on line, com Diego Daminelli, professor de Pós Graduação em Marketing Digital na ESPM-RJ. Já à noite, na segunda parte do evento, foi a vez das palestras com Caio Barsotti, presidente do Conselho Executivo das Normas - Padrão (CENP) e Paulo Gomes que falou sobre a operação da Câmara Nacional de Arbitragem na Comunicação. De acordo com o palestrante Caio Barsotti, presidente do CENP, que discutiu as relações de mercado entre anunciantes, agências, veículos e fornecedores, foi muito boa a conversa em Uberlândia. “Teve muita interação, perguntas inteligentes e pertinentes. Parabéns à APP pelo evento e aos participantes”, comenta. A Jornada APP foi pensada para promover a capacitação e o desenvolvimento profissional, e em conseqüência fortalecer o mercado da comunicação da região. De acordo com Tony Amaral, executivo da APP, “a jornada proporcionou uma agenda de trabalho voltada às questões de regulação do mercado de comunicação. Envolvendo agências, veículos, fornecedores e anunciantes. E principalmente, no que diz respeito às boas práticas e aspectos legais envolvendo comunicação”, avalia. Ainda segundo o executivo a APP a realização de eventos de conteúdo como este, devem ser cada vez mais frequentes, pois são ações amplas e eficazes. Gustavo lazzarini, anacleto neves e Célio Cardoso, todos da diretoria da APP ao lado de César dos Santos, gestor de contas da KSR Distribuidora no caminhão itinerante da empresa. tony amaral, anacleto neves e Carlos Magno, respectivos executivo, presidente e diretor da APP ao lado dos palestrantes Caio barsotti e Paulo Gomes durante a programação da Jornada APP. 14 canto do galo anacleto neves, presidente da APP, entre os palestrantes Caio barsotti, presidente do CENP e do advogado da APP Brasil, Paulo Gomes. Concorrência em alta? Falta de cliente? Não sabe como planejar sua comunicação? Sem tempo para elab orar uma estratégia de ma rketing? Há 15 anos fazemos tudo isso para mais de 160 empresas. Faça o planejamento estratégico de comunicação com a gente. A diferença vai aparecer nos resultados. Criação Estratégia Planejamento Ética canto do galo tecnologia REALIDADE MUITO MAIS VIRTUAL JanaIna DePInÉ Lead tecnologia revoluciona a publicidade e se populariza de medicina? Tudo isso parece impossível, mas serão cenários ser o enredo da trilogia Matrix, mas é uma boa definição para a viáveis em um futuro bem próximo”, provoca Marlos. Mas a popularização da Realidade Aumentada veio mesmo Realidade Aumentada. Segundo o especialista Ronald Azuma, quando ela passou a ser utilizada em peças publicitárias. O a Realidade Aumentada (RA) “é um ambiente que envolve tanto realidade virtual como elementos do mundo real, criando filme Avatar é um bom exemplo. Não só retrata o RA no futuro, um ambiente misto em tempo real. Por exemplo, um usuário da em 2154 para ser exata, como o utilizou na campanha de divulgação. RA pode utilizar óculos translúcidos, e através destes, poderia Entre as montadoras, por exemplo, a Mini foi a pioneira ver o mundo real, bem como imagens geradas por computador Um mundo dos sonhos gerado por computador. Poderia projetadas no mundo”. A prática já está repleta de exemplos concretos da RA . Quem viu as imagens de patrocinadores e tira-teimas de lances projetados nos campos de futebol durante a Copa do Mundo na áfrica, conheceu a Realidade Aumentada, mesmo sem saber que ela possuía esse nome. “A Realidade Aumentada (ou Augmented Reality), definida de uma forma bem simples, é a adição de elementos virtuais (imagens, vídeos, informações e sensações) ao mundo real. Em pouco tempo a RA poderá transformar diversas áreas do nosso universo – nossa educação, construção, saúde,exército e, pricipalmente, a indústria de games e entretenimento”, acredita Marlos Carmo, diretor da agência 5 Cliks, de Belo Horizonte. Com a tecnologia de Realidade Aumentada aplicada é possível fazer coisas que até então eram inimagináveis. “Já pensou em trocar o cabeçote do motor do seu carro, sem divulgaçã entender nada de mecânica? Ou ir para um grande gramado sozinho e jogar futebol com seus amigos a distância, podendo correr, chutar e até comemorar junto com a torcida? Ou fazer uma cirurgia simples, sem ao menos ter frequentado uma aula 16 canto do galo Marlo Carmo, da 5 Click a usar essa tecnologia. Em uma peça numa revista alemã havia um símbolo que direcionado para a webcam projetava um modelo do Mini-Cooper em 3D na tela. Já no Brasil, a primeira a fazer a experiência virtual foi a Chevrolet que lançou um hotsite para a nova campanha do Vectra GT no qual o visitante podia dirigir um modelo do automóvel através dos movimentos da revista, na qual veio impresso um volante e uma chamada para o site. uBeRlÂNdia e a ra tecnologia, que vão elevar ainda mais as possibilidades para muito além das que temos disponíveis hoje. Imagine poder abrir um livro qualquer e assistir à batalha do bandido contra o mocinho, naquela história épica e sangrenta. Nenhum monitor seria necessário, pois o livro viria com óculos especiais que criariam as imagens diante dos seus olhos, a cada nova página aberta”, prevê a produtora. Marlos Carmo concorda. “O mundo virtual cada vez mais se confunde com o mundo real. Num futuro bem próximo, quando vermos um sujeito de óculos escuros na rua, falando sozinho e gesticulando, não vamos poder rotulá-lo de louco – ele pode estar apenas em uma reunião importante bem longe dali. RoboCop ainda está em um futuro distante, mas sua “visão além do alcance” à moda Thundercats será possível em breve”. Segundo a Dpi Filmes, pioneira em RA no mercado de Uberlândia, apesar da Realidade Aumentada ainda estar em uma fase inicial de desenvolvimento, aplicações CoMo FuNCioNa incríveis já foram criadas localmente. “Em parceria com Marlos Carmo, da 5 Clik, agências de propaganda como explica que o funcionamento a R&B e a Fórmula P temos da Realidade Aumentada é, desenvolvido programações basicamente, uma sobreposição de códigos de RA para os de gráficos na esfera real sendo clientes deles. Utilizamos atualizados constantemente. tecnologia que dispensa o Em alguns casos, são uso da internet para ver a necessários três componentes Realidade Aumentada, o que para o seu funcionamento: o que facilita a interação e • Vídeo-Capacete: torna a aplicação mais atrativa atualmente utilizam-se capacetes e ágil”, informa a impresa. com visores que captam a Outra ação interessante imagem que o usuário esta vendo foi a da Feijoada APP, cujo e a reproduzem em um visor com 1- Para conseguir visualizar, acesse: www.ideiasdpi.com.br/app e ligue sua webcam; 2 - Certique se o local onde você se encontra tem boa iluminação e se sua convite possuía um código de informações sobre o que está webcam está ligada e funcionando perfeitamente; 3 - Posicione o símbolo da Realidade Aumenta que se encontra na revista em RA para visualização do vídeo sendo observado. frente a webcam, procure deixar a página sempre plano, sem dobras. Feito isso, você conseguirá visualizar o conteúdo com sucesso. da campanha. Recentemente a • Tecnologia de Revista Cult também aderiu à rastreamento e orientação: novidade. tecnologias de identificação de posicionamento de rastreamento Quem também fez uma ação com RA foi o Grupo Algar. do usuário. Essas informações devem ser muito mais precisas “Fizemos para Algar Tecnologia uma RA para um folder do que os GPSs que encontramos no mercado, pois este tipo institucional que mostrava o novo vídeo da empresa ao ser de tecnologia precisa de dispositivos que tenham precisão de posicionado em frente à Webcam”, explica Bruno Figueiredo, milímetros. A orientação é o que identifica de forma milimétrica gestor da P Interactive, responsável pela ação. o posicionamento do corpo, da cabeça e do olhar do usuário, para que a experiência seja a mais próxima possível do real. o FutuRo • Dispositivo de computação móvel: para captar a visão, interpretar e gerar gráficos em tempo real é preciso que Para conseguir visualizar, www.ideiasdpi.com.br/app e ligue sua rápido webcam; Para a equipe da Dpi,acesse: as possibilidades da RA são infinitas. haja um processamento e compacto. Muito tem se “Estão sendo trabalhados novos estágios no desenvolvimento da pesquisado sobre estes tipos de dispositivos. Certifique se o local onde você se encontra tem boa iluminação e se sua webcam está ligada e funcionando perfeitamente; canto do galo Posicione o símbolo da Realidade Aumenta que se encontra na revista em frente a webcam, procure deixar 17 tecnologia Bons exemplos de ra MiNi CoCaCola ZeRo Campanha da montadora de carros MINI sobre sua versão Mini Cabrio, na qual você acessava o hotsite da campanha, apontava a contracapa de uma revista para a webcam e através da Realidade Aumentada é gerado uma projeção 3D do carro que se movimenta de acordo com a movimentação da revista. toPPs 3d liVe CaRds A Coca-Cola lançou uma embalagem promocional do seu produto Coca-Cola Zero com uma etiqueta “AVTR” (tag-3D) juntamente com uma URL para ativar a realidade aumentada. MaTTel Ao comprar figurinhas do álbum da liga de baseball americana, o usuário pode entrar no hotsite apontar as “live cards” para a câmera e ver o personagem da figurinha projetado em 3D sobre a figurinha real de forma animada e interativa. É possível até jogar com as imagens geradas. 18 canto do galo A Mattel, maior fabricante de brinquedos do mundo, anunciou a nova linha de produtos vinculados a um filme. Cada embalagem de brinquedo continha uma etiqueta (tag-3D) para que, ao serem exibidas em frente a webcam, dessem vida ao brinquedo no mundo on-line. canto do galo 19 20 canto do galo canto do galo 21 video CINEMA NACIONAL CRESCE E CONQUISTA PÚBLICO alIne MoraIS Lead as produções nacionais lotam as bilheterias. Na publicidade, bom momento não é percebido Desde que chegou ao Brasil o cinema encanta pessoas em diversos estados. Mas, como produto nacional é sempre como o inesquecível Glauber Rocha. Mas, nada de grandes alvo de críticas e opiniões diversas, a produção local passou investimentos nessa área, o que se agravou com os cortes de por várias fases e tendências diferentes. A primeira sessão verbas por causa da crise financeira pela qual o Brasil passava, de cinema no país foi no Rio de Janeiro, na Rua do Ouvidor especialmente na década de 80. Com isso, os filmes nacionais em 1886, com a exibição de gala, de um filme que mostrava se resumiam a alusões eróticas e sem grande expressão cenas da cidade, dentre elas a baía da Guanabara. Nesse cultural. Felizmente essa fase passou e hoje temos vários filmes período as exibições eram precárias, devido o fornecimento brasileiros que são muito melhores que diversas produções de energia elétrica no país. hollywoodianas. E em vários quesitos: produção, direção, Mais de 100 anos se passaram depois dessa primeira exibição, mas foi só a partir dos anos 50 e 60 que o cinema fotografia, roteiro e interpretação”, afirma. Depois dessa reestruturação do cinema, as salas de filmes novo conseguiu introduzir temáticas e linguagens nacionais. nacionais estão voltando a ganhar a presença do público. Antes Com a chegada da década de 80, a crise nas artes atingiu o com o declínio das produções nacionais o público exigia cada cinema, que passou a registrar filmes de consumo fácil: as vez mais filmes norte-americanos. Hoje esse cenário mudou e chamadas pornochanchadas. A partir da década de 90, com as produções estão cada vez melhores. o ressurgimento do nosso cinema, as produções voltaram a Segundo Sérgio Labruna, publicitário, diretor artístico fazer sucesso tanto no Brasil, como no exterior. Hoje o país se e professor, alguns fatores explicam a procura por filmes destaca por suas produções que são sucesso de bilheterias. nacionais. “Melhoramos em tecnologia, principalmente o som O jornalista e crítico de cinema, Kelson Venâncio 22 na era do chamado "Cinema Novo" e grandes diretores que foi sempre nosso calcanhar-de-aquiles. Melhoramos em destaca essa mudança: “Acredito que o cinema brasileiro distribuição e nas parcerias de produção com os exibidores. nunca passou por uma fase tão boa quanto à atual. Nunca As leis de incentivo ao audiovisual também ampliaram tivemos tantos filmes bem produzidos como agora. É claro as possibilidades de apoio e patrocínio e a captação tem que no passado tivemos bons filmes nacionais, especialmente aumentado em todo o país. É como já se sabe: quanto mais canto do galo Arquivo pessoal Kelson Venâncio ainda dá a dica de como melhorar ainda mais as produções nacionais. “Em minha opinião a única coisa que falta é investirmos em histórias diferentes de tráfico de drogas, favelas, corrupção policial, pobreza e violência que é a fórmula mais explorada atualmente no cinema nacional. Não que isso não esteja dando certo, mas acho que temos capacidade de criar boas histórias diferentes dessas.”, sugere. Para o publicitário anacleto neves filmes publicitários pecam pela “estética da internet” Para o diretor Daniel labanca, melhoria nas produção foi decisiva O especialista Kelson Venâncio comemora bom momento do cinema nacional Mauro Marques Arquivo pessoal democracia, mais tempo para o lazer e para a cultura”, conta. Que o cinema brasileiro melhorou isso é fato, como destaca Daniel Labanca, diretor da Cinefilmes, produtora de filmes em Uberlândia. “A partir de filmes como Bicho de sete cabeças, O Quatrilho e Central do Brasil, a diferença das produções – e por consequência a percepção do público – foi notável. Prova disto é que as filas e a expectativa diante de lançamentos nacionais recentes eram inimagináveis antigamente", afirma. Daniel ainda cita recentes lançamentos nacionais que já estão causando imensas filas nos cinemas brasileiros. “Veja o caso de Tropa de Elite 2, que na primeira semana de exibição já encontra dificuldade para se comprar ingressos dada a alta procura. E também no recente Nosso Lar que bateu recordes de bilheteria e também de investimento técnico na produção, utilizando recursos avançados de produção e pós-produção para filmes nacionais”, cita. O cinema nacional, se continuar neste mesmo perfil citado por Labanca deve estimular investimentos e apoio dos empresários brasileiros, pois este é um dos problemas encontrados no ramo atualmente. Quando um produto é bem trabalhado e sua qualidade técnica segue a excelência, o retorno para empresários é certo, quando se associa uma marca a uma produção cultural de qualidade. Filmes publicitários não sentem impacto Um dos ramos da produção de filmes no país é o voltado para a publicidade. Não tão antigo quanto o cinema tradicional, mas que também carrega uma bagagem grande de produções que marcaram a história. Porém quando se fala em premiação, a produção de filmes publicitários não anda tão bem assim. Neste ano, na 57ª edição do Festival Internacional de Publicidade de Cannes, que é o maior festival da área, sediado na Riviera Francesa, o Brasil teve um desempenho histórico, alcançando a marca de 58 troféus. Mas apenas um leão de prata foi destinado a categoria de filme, que foi a peça da agência BorghiErh/Lowe com o comercial criado para o detergente em pó Skip, da Unilever. Quando se fala em filmes publicitários, Anacleto Neves, presidente da Associação dos Profissionais de Propaganda – APP Capítulo Uberlândia, não destaca nenhuma produção. “Apesar de termos comerciais com boas ideias criativas, sinto falta de um bom texto”, diz. De acordo com Anacleto o desempenho do Brasil em Cannes, na categoria de filmes, não mudou muito na ultima década. “Grande parte do nosso reconhecimento internacional está na alta qualidade dos materiais produzidos para mídia impressa. Quanto aos filmes, não acho que está faltando criatividade. A geração atual é tão criativa quanto as que a sucedeu, o que faz nossa propaganda uma das mais admiradas do mundo”, afirma. Mas esse baixo reconhecimento tem explicação para o publicitário: “Não gosto de filmes na TV com o que chamo de “estética de internet”, ou seja, filmes feitos com pouco acabamento. Na internet funciona, mas na TV soa como um material mambembe e de qualidade duvidosa”, diz. Durante o festival foram distribuídos 787 troféus em forma de Leões de Ouro, Prata e Bronze ao melhor da propaganda em 12 categorias. Ao todo 90 países concorreram na competição. O Brasil teve ainda um leão de ouro na categoria de agência do ano em Cannes Lions 2010, que foi para a agência de propaganda paulista, AlmapBBDO. canto do galo 23 tendência OS NOVOS CAMINHOS DA MÍDIA IMPRESSA PÉRola noVaIS Lead expansão do acesso à internet exige transformação dos profissionais e veículos A pergunta de 10 entre 10 profissionais da comunicação é: num mundo tão virtualizado, qual será o futuro das mídias impressas? Sabe-se do poder da internet e da influência deste canal de comunicação entre as pessoas do mundo todo por vários motivos: maior interatividade, maior dinamismo e rápido acesso às informações. A “mágica” da internet está em conectar pessoas de todos os lugares do mundo instantaneamente. Portanto, não há como comparar a agilidade própria da internet com a da mídia impressa. Um fato que acontece no momento em que você lê esta matéria será notícia instantaneamente nos sites. Já o processo de impressão é mais lento e burocrático para uma revista ou jornal. Falar em um “desaparecimento” da mídia impressa pode ser arriscado, mas quem atua na área é unânime em dizer que o veículo vai passar por uma grande transformação, sim. E mais, o processo já começou. “Para sobreviver tem que se transformar urgentemente. O que o leitor vai ler amanhã já está hoje nos sites informativos. A mídia impressa precisa oferecer mais opiniões, levar à reflexão, disponibilizar um viés diferente de texto puramente informativo. Conteúdos com esse alinhamento são postados imediatamente na rede”, afirma o jornalista e empresário na área de comunicação há 10 anos, Gino Carneiro. 24 canto do galo Empresas de veículos impressos, pensando nessa competitividade com a mídia on line, têm procurado investir em recursos e em talentos humanos que estejam aptos para um trabalho que exige do profissional de comunicação mais dinamismo e familiaridade com a tecnologia. “No Correio (jornal) criamos o projeto de convergência de mídias que visa envolver nossos profissionais na elaboração de conteúdos jornalísticos para atender tanto à mídia impressa quanto à virtual’, diz Cézar Honório, coordenador de conteúdo da Algar Mídia. a MoRte do JoRNal Recentemente uma notícia abalou os veículos de comunicação impressa e profissionais do meio. Com 119 anos de tradição, o Jornal do Brasil (famoso JB) confirmava à todos o fim de sua circulação impressa e manutenção no mercado apenas por meio de versão on line. Para os profissionais do meio o fim do JB foi um fato isolado. “Foi uma aposta em um mercado ainda incipiente. O jornal impresso, tamanho “standart” (tamanho padrão da maioria dos jornais brasileiros), está sendo substituído para um formato mais fácil de manusear e ler. Isso já é uma tendência mundial”, defende Gregório José, diretor do Jornal Gazeta de Uberlândia. PuBliCidade oN liNe FutuRoloGia A publicidade, sustentáculo dos veículos, mostra grande Já em 2006, o tradicional The Economist trouxe uma interesse na mídia on line, por isso os tradicionais impressos estão correndo para se adaptar às exigências dos internautas. Um exemplo é o Valor Econômico, considerado o maior reportagem especial de capa: “Quem matou o jornal?”. A matéria dizia que de todos os meios ‘antigos’, os jornais são os que têm mais a perder para a internet. “A circulação tem caído nos Estados Unidos, na Europa ocidental, na América Latina, na Austrália e jornal de economia, negócios e finanças do país. Recentemente, na Nova Zelândia (nos outros lugares, as vendas sobem). Mas, em parceria com a Aunica (uma companhia de métricas para nos últimos anos, a web acentuou o declínio. Em seu livro The mídias digitais), criou novos formatos de publicidade online Vanishing Newspaper, Philip Meyer calcula que o primeiro considerados de alta qualidade técnica e que permitem uma trimestre de 2043 será o momento em que o jornal impresso maior possibilidade de comunicação com o usuário, além de morrerá nos Estados Unidos, quando o último leitor cansado serem “peças” mais impactantes e mais interativas. “Apostamos nesta fórmula que, ao longo do tempo, tem se provado muito eficaz na mídia online”, diz Renata Aguiar, Gerente de Produtos Digitais do Valor Econômico. colocar de lado a última edição amarrotada”, dizia a reportagem. De acordo com o estudo, as audiências mais jovens estão sim interessadas em notícias, mas querem isto em novas plataformas, com formatos que se encaixem melhor nos conceitos destes consumidores. Dos novos formatos apresentados como publicidade na Tudo indica que muitos jornais estão acordando, depois versão online do Valor Econômico, dois se destacam: o Super de anos ignorando a realidade. “Muitos estão tentando Pushdown e Arroba Pushdown que expandem sob demanda atrair jovens leitores direcionando o conteúdo de suas do usuário, dão maior destaque ao anúncio e oferecem recursos diferenciados, como realidade aumentada, animações em 3D ou em flash, redes sociais e vídeos. “Além destes, teremos o Arroba Vídeo, Vídeo Layer e Wallpaper que também histórias para o entretenimento, estilos de vida e assuntos que pareçam mais relevantes à vida diária das pessoas do que as notícias internacionais e de política. Eles estão tentando criar novos negócios dentro e fora da internet, além de investir em jornais diários gratuitos, que não esgote nenhum possibilitam uma maior interação do usuário com a marca do de seus limitados recursos editoriais”, avalia o professor e anunciante”, completa Aguiar. publicitário Henrique Santos. Arquivo pessoal Gino Carneiro defende a transformação urgente dos impressos Cézar Honório Jornal Correio de Uberlândia já começou o projeto de convergência Gregório José defende uma mudança de formato Florença Goulart canto do galo 25 26 canto do galo canto do galo 27 beneficios ASSOCIADOS Já ESTÃO COM APP CARD/POLICARD Parceria entre Policard e aPP gera benefícios Já são mais de 20 o número de associados APP que fizeram o APP Card e o disponibilizaram aos colaboradores. O APP Card/Policard é fruto de uma parceria entre a APP e a Policard, formalizado no último trimestre, na Certificação Anual das empresas associadas edição 2010. Com o cartão os usuários podem realizar compras com prazo de até 40 dias para pagar, fazer saques, pagar contas, entre outros benefícios. Quem saiu a frete e se tornou o primeiro associado a receber o APP Card/Policard foi à agência, Magno Publicidade. A entrega dos cartões à equipe foi feita no dia 20 de agosto. Para Carlos Magno, diretor da agência, o processo para fazer o cartão foi simples. “Entrei em contato com o consultor, recebia a visita onde todos os pontos foram esclarecidos. Então, preenchemos a proposta e anexamos alguns documentos. São inúmeras as vantagens, como o adiantamento salarial, a segurança para saques e a praticidade de uso em toda a rede credenciada”, explica. Este benefício disponibilizado pela APP tem um valor muito grande, de acordo com o publicitário. “Primeiro devemos destacar a imagem da entidade, que representa o mercado publicitário. O fortalecendo com atitudes e ações que são mais importantes que discursos e belas palavras. Ter um cartão com a marca APP é ter orgulho de pertencer a uma profissão que ajuda no desenvolvimento do país. Devemos portar e usar o cartão APP como um advogado faz com a carteira da OAB”, afirma o publicitário. PaRCeRia De acordo com Anderson Oliveira, consultor da Policard, “a parceria com a APP é de grande importância. Uma vez que uniram duas marcas de grande representatividade em uma ação inovadora, pela qual a APP oferece um grande diferencial aos associados não só no ponto de vista de custos, mas também no que se refere ao fortalecimento das duas instituições”, afirma. Está parceria das instituições foi à primeira de outras, que segundo o consultor já estão em desenvolvimento, como Campinas, Ribeirão Preto, entre outras. Ele ainda garante que as vantagens para os associados são ótimas, pois o APP Card “não é cartão de crédito. Portanto, não gera cobrança de juros e não induz os funcionários a endividamentos, ou seja, tudo que ele adquirir será automaticamente descontado na sua folha de pagamento do mês”, conta. CoMo adQuiRiR o CaRtÃo? Para quem não aderiu ao cartão e quer oferecer o benefício aos funcionários é simples. Basta estar com o cadastro regularizado na APP e ter empresa registrada. O contato pode ser realizado com a secretaria da APP ou com a equipe comercial da Policard no (34) 3233-3430 ou 3233-3426. Arquivo pessoal VaNtaGeNs do aPP CaRd - Até 40 dias para pagar as compras realizadas; - Pagamento de contas; - Parcelamento de compras; - Crédito automático; - Desconto em folha; - Sem consulta ao SERASA/SPC; - Aceito em milhares de estabelecimentos. 28 canto do galo canto do galo 29 dicas CaRolIna IKeDa Lead DE HERÓI A VILÃO, O BRIEFING PEDE PASSAGEM Parte do sucesso de uma campanha nasce na coleta de um bom briefing Completo, claro e objetivo. Estas são algumas características de um bom briefing e o sucesso de um trabalho ou produto está diretamente ligado a ele. Conjunto de informações do cliente que possibilita a equipe de trabalho envolvida a compreender e mensurar o projeto, o briefing tem o poder de evitar problemas futuros numa campanha ou peça de comunicação. Cada agência ou empresa possui estilos de briefing diferentes de acordo com o seu modelo de negócio e estrutura interna. Porém, o importante é que todos contenham especificações básicas como o perfil do cliente, qual o produto a ser desenvolvido, o conceito, para quem se destina e os recursos produtivos. “O briefing é o guia que orienta o trabalho da agência de forma alinhada com os objetivos do cliente. É uma ferramenta que provoca o raciocínio crítico e a organização de todos. É a linha mestre que une todas as partes. E é a parte mais interessante e gostosa do trabalho do atendimento”, explica a executiva de contas do Grupo Creative, Gisela Monteiro. Segundo Alvim Fagundes, diretor da agência Hip Comunicação, hoje o que diferencia uma agência sólida das outras na hora de fechar novos negócios é o conhecimento total da atividade do cliente o que só é permitido através da coleta do briefing. “Para se ter um bom briefing é importante ser curioso e paciente. Não é na primeira reunião com o cliente que você sairá com todas as informações. Nem sempre o cliente tem o conhecimento e os objetivos claros, portanto devemos também ser assessores e não apenas fornecedor. Devemos ter a sensibilidade em obter as informações e resumi-las de uma maneira clara e objetiva”, pontua Alvim. Gisela reforça ainda que além de se conhecer bem o cliente, o profissional deve ser atualizado, alinhado com a equipe interna 30 canto do galo da agência e com os fornecedores e ter boas noções de produção, mídia e visão de longo prazo do mercado publicitário. Convencer os clientes da importância do briefing, às vezes pode ser uma tarefa difícil, uma vez que o mesmo é encarado como uma ação simples e imediata. E é aí que mora o perigo, pois um briefing ruim leva a um projeto ruim. As consequências, relata Gisela, vão desde a refação de peças, perda de tempo e financeira e até a mais grave de todas que é a insatisfação do cliente. Alvim ressalta que um briefing dado ou coletado de forma errada significa horas de trabalho jogadas no lixo. “Podemos dizer que ele é o ‘caminho do tesouro perdido’. Quando uma empresa nos contrata, na maioria das vezes, está claro o que o cliente quer, porém ele não sabe como chegar lá. E quando não temos as informações corretas, acabamos conduzindo toda a campanha de maneira errada”. Mas o errado “às vezes”, e com muita sorte, pode dar certo. Fagundes conta que certa vez colheram um briefing incompleto e no meio do processo a agência desenvolveu outro trabalho que acabou aprovado. O mais comum mesmo é um briefing errado levar ao insucesso. “Houve uma concorrência em que participamos e que não havíamos definido com o cliente o “tom da campanha”. Definimos por conta própria considerando o perfil de compra do público-alvo. No entanto, os empresários que iriam aprová-la eram todos mais velhos e bem conservadores. Nós levamos uma campanha com um excelente planejamento de mídia e criação, mas a criação estava voltada para o lado cômico. Resultado: na hora em que apresentamos as peças pude ver na expressão de cada um que não tinham aprovado”, relembra Alvim. significado A palavra briefing vem do dicionário do inglês “to brief ”: resumir os erros mais comuns encontrados nos briefings : Muito eXteNso causando preocupações para os dois lados: a agência fica Por ser excessivamente elaborado, abarrotado de todos naturalmente aborrecida quando uma ideia brilhante tem os fatos que possivelmente podem ser do uso de alguém, que ser rejeitada porque a ênfase está errada ou porque levam ao desperdício de tempo (e conseqüentemente ela não considera uma parte importante da estratégia de dinheiro) na sua preparação e leitura. Ele tende a confundir marketing; e o anunciante – que é o responsável pelos e não a esclarecer. Não é errado somente porque é longo, custos – fica frustrado pelo atraso do processo, pois tudo mas porque não é seletivo. precisa ser refeito. deMasiadaMeNte sisteMatiZado Muito doGMÁtiCo Aqui o perigo é que o sistema se torna mais Isso pode ocorrer, por exemplo, quando alguém na importante que a informação que deveria ser resumida e transmitida. Consequentemente, ele tende a atrapalhar e não a ajudar, a confundir e não a esclarecer. Um exemplo típico é um questionário excessivamente elaborado que tenta dar a todos os aspectos uma importância igual quer sejam relevantes ou não. CuRto deMais Isso significa um briefing com deficiências de informação, deixando muito espaço para o pensamento ilimitado do pessoal criativo. Como resultado, suas ideias podem não ser direcionadas para o foco correto, Alvim Fagundes garante que um bom briefing nasce da curiosidade e paciência organização do cliente tem ideias fortes, pré-concebidas sobre qual deve ser o approach da propaganda. Pode também ocorrer quando as conclusões da pesquisa são interpretadas muito literalmente. Na Hora e MaNeira eRrada A falta de coordenação leva a idéias confusas e até conflitantes. Muitas reuniões, poucas reuniões. Muito tempo gasto com coisas secundárias. Pouquíssimo tempo para o desenvolvimento criativo – ou talvez até muito, tornando o interesse e o entusiasmo menores. Fonte: “Propaganda de A a Z” de Rafael Sampaio Gisela Monteiro defende o briefing como a melhor parte do atendimento canto do galo 31 áudio alIne MoraIS Lead POR TRáS DOS JINGLES E SPOTS Produtoras de áudio se especializam e oferecem profissionalização ao mercado publicitário A produção de áudio na propaganda sempre foi importante numa divulgação, seja no rádio, TV ou qualquer outro meio de comunicação. Tanto que hoje produtoras trabalham para contribuir com o sucesso da publicidade e propaganda e se especializaram na produção de áudio. O rádio já em 1931 veiculava comerciais em sua programação. Feitos, na grande maioria, por cantores, locutores e artistas da época. Radialista, jornalista e publicitário, Jorge Chamberlain começou a atuar no rádio na década de 70 e se lembra como era a publicidade naquela época: “As publicidades no rádio eram feitas por locutores e rádioatores, nos interprogramas ou espaços comerciais, com textos lidos ao vivo. Com o passar do tempo foram acrescentados aos materiais lidos, gravações”, afirma. O profissional se recorda de que nessa mistura de ao vivo e gravado passou por situações cômicas e até mesmo constrangedoras. “Costumava-se nessa mistura de participações ao vivo e gravada, utilizar o prefixo da emissora para separar as notas de falecimento, frequentes nas rádios do interior até hoje. Certo dia, um técnico de som (hoje operador de som) cometeu um ligeiro engano. Colocou após a fala do locutor um spot gravado de um produto novo no mercado. Quando a voz pesarosa concluía: ‘... noticiamos o falecimento da Senhora Maria das Dores Barata’. Veio logo o spot: ‘Aquela baratinha morreu, Rodox mata mesmo’, propagava a alegre voz gravada. Confusão à parte, os velhos jingles e spots fizeram muito sucesso, curaram pessoas, mudaram hábitos e muito jingle virou música de carnaval”, lembra Chamberlain. Mas muita coisa mudou na propaganda e com a produção e áudio não foi diferente. Empresas especializadas em áudio 32 canto do galo para comerciais surgiram, como a Cia. Royal que em 1935 produzia spots e jingles, e se expandiram com o advento da tecnologia. Hoje já estão consolidadas no mercado, sendo responsáveis pela maioria das produções. Hermes Negrão foi locutor de rádio e há 18 anos abriu a própria produtora de áudio. “Percebi que havia uma procura muito grande por produções de áudio profissional, então comecei muito tímido no início 1989”. Para ele essa mídia deveria ser mais explorada: “Apesar de alguns publicitários considerarem a propaganda no rádio apenas como um complemento de outras mídias é necessário destacar que existem grandes anunciantes que vivem apenas de rádio. E boas ideias criadas para o rádio, não apenas usando o áudio de um VT, dão resultado”, afirma. A má utilização das mídias é hoje um problema que, de fato, afeta o bom resultado da propaganda. Márcio Alvarenga é jornalista e trabalha em rádio desde 1964. Para ele a publicidade é vital para a sobrevivência de um veículo, mas que no caso do rádio, muitas vezes é mal usada. “Percebo na grande maioria da publicidade veiculada uma total inadequação à linguagem do rádio. O que vemos em muitas publicidades é uma reprodução no rádio do material veiculado pela televisão. O resultado disso é que muitas vezes o retorno comercial não se dá na mesma proporção, o que leva em muitos casos, empresas desistirem de investir”, diz. Para ele a falta de especialização é a grande culpada pela inadequação de linguagem. “As agências muitas vezes não têm pessoal preparado para trabalhar com a linguagem do rádio. Durante as décadas de 60 e 70, o rádio detinha uma grande fatia do bolo publicitário, os jingles eram produzidos por cantores e artistas que tinham uma real noção da linguagem. Hoje, quem cuida da criação de jingles são, em grande parte, pessoas que não vivenciaram o rádio e, por isso, o resultado muitas vezes não é dos melhores. Mesmo assim, a publicidade do rádio tem desafiado muito a criatividade e o viés do humor tem sido um diferencial muito interessante”, conta. Leonardo Cerqueira trabalha com produção de áudio há mais de 20 anos. Ele observa que o número de produtoras de áudio está aumentando, mas a qualidade das produções está caindo pela falta de profissionais experientes. “Por mais que a tecnologia tenha avançado e facilitado as produções não podemos esquecer que ela depende da criatividade e do profissionalismo. O áudio publicitário não se faz com texto “Ctrl C / Ctrl V”, músicas da moda e um locutor de voz bonita”, afirma. JiNGles Que FiCaM Na “CaBeÇa” Os jingles sem dúvida são um dos mais importantes instrumentos da propaganda. Feitos com duração pequena e refrão simples são fáceis de memorizar e difíceis de esquecer. Com uma melodia que cativa, são transmitidos em rádios, TVs, carros de som, entre outros. No Brasil o primeiro jingle foi criado em 1932, por Ademar Casé para a padaria Bragança. Na frase bem rimada e cantada com sotaque português dizia: “Oh, padeiro desta rua, tenha sempre na lembrança, não me traga outro pão que não seja o pão Bragança”. Desde então o uso dos jingles cresceu no país, se tornando essencial para o sucesso da propaganda de algumas empresas. “O jingle é uma das peças mais importantes para a propaganda. Mais que uma “musiquinha” é um tema desenvolvido para uma ação de identificação do produto ou marca. De acordo com o seu público alvo, partindo de uma análise de nível intelectual e financeiro, um jingle produzido com a linguagem apropriada pode ser comparado a um hit de sucesso. É aí que o objetivo se transforma no que chamo de consequência de sucesso. As técnicas de produção são diversas de acordo com o briefing da agência”, conta Leonardo Cerqueira. No Brasil alguns jingles marcaram a história. Entre eles estão: Pernambucanas, Guaraná Antártica, Parmalat Mamíferos, Maionese Hellmann´, entre vários outros. Em Uberlândia alguns jingles fizeram tanto sucesso que são lembrados pelo público até hoje como o da Via Rural (Paulo Florentino) e Bom Jesus. Hermes Negrão destaca dois que chamam atenção atualmente “Dos atuais, o do Guaraná Mineiro e o do Café Cajubá se destacam”, afirma. Márcio alvarenga considera que o viés do humor na publicidade do rádio tem sido um diferencial muito interessante leonardo Cerqueira começou na produção de áudio em 87. Para ele época em que o áudio era tratado como arte. Hermes negrão destaca: “Propaganda em rádio, pensada para o meio rádio, criada por gente que entende de áudio, dá resultado” canto do galo 33 qualificação APP DISCUTE PLANEJAMENTO DE MÍDIA associação promove qualificação dos profissionais no mercado A Associação dos Profissionais de Propaganda (APP), Belo Horizonte. Patrícia mostrou um planejamento de mídia capítulo Uberlândia, realizou em novembro o curso real desenvolvido para uma grande empresa, além de abordar “Planejamento de Mídia – teoria, técnica e prática”. temas como a expansão da internet, o surgimento de novas Com o objetivo de apresentar as informações avançadas da seleção de meios, as técnicas do planejamento de mídia, as oportunidades de rentabilidade de compra de mídia e os formatos de administração. O curso teve como professora Patrícia Avellar, consultora de mídia da Avellar MM, empresa de soluções em mídia de mídias e as Mídias Tradicionais X Novas Mídias. O curso contou com 33 alunos que participaram de atividades durante todo o dia. Empresas de Uberlândia e de Ituiutaba prestigiaram a iniciativa da APP. O curso também pôde ser acompanhado via Twitter pelo @APPudi. Profissionais participaram do curso Patrícia avellar 34 canto do galo Patrícia avellar e Rogério Fonseca Profissionais do mercado fazem a foto oficial ao final do curso canto do galo 35 certificados app NúCleo de aGeNCias Ação Propaganda AGBRASILIS Comunicação Blues Comunicação Cannes Publicidade Magno Publicidade Diferi Comunicação Ei!Quanta Comunicação Convergente Engenho & Arte Comunicação Fórmula P G.A. Comunicação Gente Que Atende Marketing e Publlicidade Grafiti Comunicação Total Grupo Creative Hip Comunicação Identifica Marketing e Comunicação Attitude Inteligência Política Interage Comunicação N Idéias Know How Comunicação Loop Propaganda Multiplica Propaganda e Marketing Mundo Z Propaganda e Marketing Olho Vivo Comunicação OVNI Propaganda e Arquitetura de Marca Players Comunicação & Marketing R&B Propaganda e Marketing Rfreitas Publicidade RedHouse Comunicação Sic Marketing e Comunicação Simões Comunicação Tree Comunicação Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Comunicação e assessoria Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Comunicação Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Agencia de Publicidade e propaganda Comunicação e Eventos A Voz da América Gravações Ares Comunicação Batuki Produções Brascon Comunicação Visual Breda Artes Gráfica Center Shopping Close Comunicação Conex Logística Integrada Damaceno Produções dPi Filmes Produções ESAMC - Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação Graphix Locação Gráfica Brasil Registro Fotolito Digital Imídia Comunicação e Marketing Interpret Agencia de Atores e Modelos Lead Assessoria de Imprensa Leondor Paineis Luder Brindes Plamarc Ltda Praia Clube Imaginare Filmes Produções RLG Comunicação Visual Nonsense Filmes Senechal Outdoor Tony Amaral Cinefilmes Produtora de àudio Assessoria de Imprensa Produtora de áudio Comunicação Visual Gráfica Entretenimento, hotelaria e turismo Produtora de vídeo Distribuição de Malas Diretas e Publicações Produtora de vídeo e eventos Produtora de vídeo Faculdade de Administração em Marketing e Finanças e Comunicação Social Informatica e Eventos Gráfica pré impressão e gráfica rápida Assessoria de Comunicação e Marketing Agência e escola de atores, modelos, recepcionistas e promotoras Assessoria de Imprensa e produção de conteúdo Produção e veiculação de painéis Comunicação Visual e Brindes Produção e veiculação de painéis Lazer e entretenimento Produtora de vídeo Comunicação Visual Computação gráfica Produção e veiculação de painéis Assessoria e Treinamento Produtora de vídeo AQUA interativa Quipus Fábrica Way Complexo Criativo Comunicação digital Comunicação digital Comunicação digital NúCleo de FoRNeCedoRes NúCleo de Mídia diGital 36 novembro 2010 atiVidade PRiNCiPal canto do galo atiVidade PRiNCiPal atiVidade PRiNCiPal Na contratação de empresas de comunicação a APP recomenda seus associados Núcleo de Veículos Atividade Principal Canal da Gente Rádio América de Uberlândia Meio&Mídia Publicações Cultura HD Tv Integração Transamerica Uberlândia Tv Paranaíba Rádio Paranaíba Vitoriosa - SBT Band Triângulo Jornal Correio TV a cabo Emissora de Rádio Publicações e Assessoria de Imprensa Emissora de Radio Emissora de TV Emissora de Radio Emissora de TV Emissora de Radio Emissora de TV Emissora de TV Produção e veiculação de conteúdo Anacleto Nogueira Neves Felipe Oliveira Garcia Gustavo Lazzarini Lídia Parente Valente Mauro Marques Vitor Lima Consultor Programador web Assessoria de comunicação e marketing Eventos Fotografias Publicitário Cecília Constantino Eduarla Fhamily Frederico Cardoso Oliva Jéssica Gentile Baldijão Leonardo Coelho Fernandes Sirlei Oliveira de Souza Júnior Vanoni Parreira de Freitas Junior Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante Estudante Sócios Efetivos Sócios Estudantes Atividade Principal Atividade Principal anunciante raFael CÂnDIDo Lead A IMPORTÂNCIA DA AGÊNCIA DE PUBLICIDADE NA SUA EMPRESA Por que contratar um quebra-galho costuma ser um grande erro Se você precisa operar o apêndice, irá procurar um PoR Que uMa aGÊNCia? médico, um dentista ou um filho de um amigo que acaba de entrar na faculdade de medicina? A analogia é a mesma na hora de anunciar um produto. Afinal, quem quer um trabalho profissional precisa, obrigatoriamente, contratar profissionais. Muitas vezes, o empresário investe na loja, na decoração, na mercadoria a ser comercializada, mas quer economizar na As agências têm uma ampla visão de mercado, dispondo de recursos, pesquisas, dados e informações sobre diversos veículos de comunicação. Podem fazer planejamentos de mídia mais eficientes e econômicos, racionalizando investimentos publicitários. Muitas empresas sabem disso. É o caso do Frigorífico Mataboi S. A. Com a contratação de uma agência, campanha publicitária. Outros a consideram mesmo um gasto o posicionamento do frigorífico mudou. Decidiram criar produtos com valor agregado para potencializar o desnecessário. Com isso, contratam o famoso quebra-galho mercado de carnes nobres. Assim, lançaram a linha de que possa criar um anúncio barato, porém sem conceito ou novilho precoce Di Prima. “A comunicação é a maior planejamento. Lembre-se: se a Nike, a Coca Cola ou outras estratégia entre a empresa, o mercado e os consumidores marcas gigantes pensassem assim, certamente não seriam o e uma agência nos orientando e nos dando suporte que são hoje. 38 canto do galo facilita e encurtam os caminhos para atingir nossos objetivos. A importância é total e necessária, pois somam fogo, não liga para a eficiência da mensagem, muito menos conhecimentos e agregam valor em serviços e produtos”, para a eficácia das ações. Toda logística das operações fica diz o diretor administrativo e financeiro da Mataboi, por conta do cliente. O grande diferencial de uma agência Rubens Vicente. Para Fauser Ramos, diretor da OVNI a agência tem uma importância fundamental nas empresas. “Só ela pode saber o que realmente o cliente precisa. O diferencial é reunir talentos das diversas áreas que um planejamento de comunicação exige (mídia, redator, diretor de arte, planejamento, orçamento, atendimento entre outros) e da OVNI e de qualquer outra agência com profissionais produzir resultados que, no mínimo, são esperados. Além qualificados é enxergar o cliente como o todo. Um quebra- disso, mostramos diretrizes e damos sugestões que muitas galho vai fazer o trabalho que o cliente solicita, mas será vezes o cliente nem havia pensado”, diz. que realmente é isso que ele precisa? Uma agência tem essa visão de necessidade do cliente. Já tive cliente que solicitou apenas um trabalho, após a realização ele pôde perceber a importância e a evolução que sua marca obteve. A partir daí começamos a planejar o trabalho da agência junto com a empresa”, conta. Rafael Borges, da agência Hip!, ainda faz um alerta. O publicitário lembra-se de um caso curioso. Em 2009, um empresário procurou a agência para que pudessem ajudá-lo num processo começado por um quebra-galho. “O projeto era muito interessante e do nosso departamento de mídia surgiram inúmeras possibilidades para serem exploradas. O resultado foi satisfatório e hoje, “O profissional quebra-galho não se preocupa com o além de atendermos o cliente, assumimos a conta de outra resultado final das ações. Como ele está lá para apagar empresa do grupo”, conta. anunciante Nova lei garante: publicidade é assunto de agência eNteNda a lei Nº12. 232/10 atividade publicitária, e que tenham obtido certificado de qualificação técnica, emitido pelo Cenp (Conselho No dia 29 de abril, foi sancionada a Lei nº12. 232/10 que regulamenta as licitações e contratos administrativos para a escolha de agências de publicidade em todas as esferas do poder público, incluindo a União, Estados e Municípios e abrangendo o Executivo, Legislativo e Judiciário. Além disso, a lei estabelece a certeza jurídica da atividade publicitária, definindo-a de forma clara. O documento unifica a visão da indústria da comunicação sobre o tema. Os principais pontos da lei, que muda o dia a dia das empresas de comunicação, são: a definição de serviço de publicidade, as atividades realizadas para o planejamento, a criação e a distribuição da publicidade aos veículos. Só poderão ser contratadas para prestar este tipo Os contratos podem incluir planejamento e execução de pesquisas e de outros instrumentos de avaliação e de geração de conhecimento sobre o mercado, o público-alvo, os meios de divulgação nos quais serão difundidas as peças e ações publicitárias ou sobre os resultados das campanhas realizadas. Além, naturalmente, da produção e execução técnica das peças e projetos publicitários e a criação e desenvolvimento de formas inovadoras de comunicação, atendendo as exigências das novas plataformas de comunicação. Com essa nova lei, a administração pública reconhece e incorpora o modelo brasileiro de negociação ancorado de serviço agências de publicidade cujas atividades pelo Cenp. Define de forma clara o que é a atividade estejam descritas na Lei 4.680/65, que regulamenta a publicitária e quem a exerce. Rafael Tomé - Hip 40 Executivo das Normas-Padrão). canto do galo Fauser Ramos: “agência enxerga o cliente como o todo” futuro JanaIna DePInÉ Lead VOCÊ AINDA VAI TER UM CANAL DE TV Videologs conquistam o público e prometem revolucionar o universo audiovisual Roberto Marinho construiu o império da TV Globo eXPliCaÇÕes Para o FeNÔMeNo quando já tinha mais de 60 anos, mas você leitor não precisará de tanto tempo para conquistar o seu espaço no mundo audiovisual. Se dúvida é porque ainda não conhece o fenômeno dos videologs. Sim, a brincadeira começou em 2000, quando Adam Kontras, criou o primeiro videolog da internet para mostrar sua ida de Ohio à Califórnia, ao começar uma carreira no showbusiness norte-americano. Quatro anos depois, o que é uma eternidade para o mundo digital, foi lançado por Edson Mackenzie e Ariel Alexandre, o Videolog, considerado o primeiro portal de vídeos do mundo. “Tínhamos uma produtora de áudio e muitos problemas de entrega de áudio. Queríamos resolvê-los, por isso criamos o Videolog”, conta Mackenzie. Quase um ano depois foi lançado o site americano You Tube, que se tornou um estrondoso sucesso internacional e teve grande impacto na popularização dos vlogs. Para se ter uma ideia desse fenômeno, hoje o Videolog é um dos canais mais usados para postar os videologs no mundo. “Mensalmente recebemos seis milhões de visitas. Uma média de 20 milhões de vídeos exibidos por mês. Só em 2009 tivemos 157 milhões de vídeos exibidos e um crescimento de 100% de audiência”, diz o diretor do canal. Mackenzie diz que o sucesso dos vídeos é facilmente explicável. “Cerca de 40% da audiência do vídeo é gerada pelo próprio usuário que sai mandando e-mail para os contatos, 35% larga, a queda dos preços das câmeras digitais e o serviço gratuito dos sites como Youtube e Videolog, os internautas descobriram um novo hobby: os videoblogues. Para a estudiosa Paula Sibilia, esse sucesso também teria explicações sócio-psicológicas mais profundas. “Cada vez mais, o que cada um é mostra-se na superfície visível do corpo, na epiderme trabalhada como um objeto de design. E, também, na auto-estilização inspirada nos personagens cinematográficos, de preferência exposta em uma tela. Eis uma pista que talvez possa explicar esse curioso “detalhe” dos novos diários íntimos publicados na Internet, tão opostos a seus ancestrais genuinamente privados: o fato de nascerem com vocação exibicionista, para serem vistos e lidos por milhões de olhos alheios nas infinitas telas da rede”, diz. o FeNÔMeNo do FeNÔMeNo Como toda a febre, os Vlogs também têm seus ídolos. Uma das maiores estrelas da internet mundial chama-se Joe Penna, conhecido no YouTube como MysteryGuitarMan (violonista misterioso). Com vídeos divertidos e repletos de efeitos, o rapaz de cabelos arrepiados e óculos escuro, interage com o internauta. O que nem todos sabem é que Joe é brasileiro. Nasceu em São é reflexo dessa primeira audiência, como um fenômeno viral, Paulo e, aos 12 anos, mudou-se para Boston, EUA, com a família. amigos indicando amigos. Somente 20% vemdo portal onde No tempo livre ele começou a “brincar” no computador. está hospedado o vídeo.” 42 A facilidade do acesso à internet com conexão de banda canto do galo Chegou a cursar Medicina durante três anos, mas já era tarde demais. MysteryGuitarman, a criatura, já havia engolido o Quem vem trilhando os mesmos caminhos de PC é Victor criador. “Comecei fazendo vídeos de mim mesmo indo a lojas, Masson, conhecido como Barão. O Scriptease, comandado conversando com a câmera.Depois comecei a aprender mais sobre por ele, começou como uma tentativa dele e de dois amigos edição de vídeos e truques. Hoje faço pequenos filmes de curta”, publicitários de agitarem o mercado mineiro com um serviço conta na entrevista que fizemos com ele direto de Los Angeles. novo, mas o vlog ganhou fama e espaço. “Este mês vamos Hoje Joe Penna vive do videolog. “Existem duas formas completar um milhão de vídeos vistos”, conta Barão cujo de comercializar. Com anúncios do site que hospeda seus programa agora é exibido também na MTV brasileira. vídeos (no caso dele o Youtube) e das companhias que têm um produto e querem que ele associe sua imagem a ele”, explica. VeRsÃo Brasileira QuaNdo a BRiNCadeira Vira NeGóCio Sim. É possível viver de videolog, mas engana-se que a vida será de sossego e fama. O ritmo de produção, para um vlogger Em menos de um ano, o ilustrador e colorista de histórias em reconhecido, é quase industrial. “Levou três anos para eu começar quadrinhos Paulo César Siqueira, o PC Siqueira, 24, “num dia que a ganhar dinheiro com o vlog. Hoje ele me consome 80 horas por não tinha nada muito importante para fazer, e queria me distrair” semana. Toda terça e quinta baixo um novo vídeo e cobro a mim começou a gravar um desabafo no videolog “Maspoxavida”. Seus vídeos hoje já somam mais de 13 milhões de exibições. A produção é simples: PC olhando para uma câmera e tratando de assuntos aleatórios, sempre interrompidos por análises e comentários divertidos sobre o comportamento da cachorrinha Lola. “Nunca me preocupei com quem iria ver o material. Ainda não me preocupo. A coisa sai naturalmente, sempre falo coisas que acredito, afinal é tudo de verdade”,comenta. O público mudou ao longo do tempo. No início a maioria era de vinte e poucos anos, como ele. “Agora a maioria é de 13 a 17 anos, sei lá por que. Os vídeos são feitos para a galera da minha idade, porque falo de coisas que só quem teve a infância nos anos 90 passou”, diz. mesmo para surpreender o público”, conta Joe Penna. Aliás, ele já ultrapassou a fronteira entre o virtual e o real. Fez comerciais para o Mc Donald´s e, mais recentemente para a Vivo, empresa brasileira de telefonia móvel e clipes de música. PC Siqueira, que também está na MTV, é outro que conseguiu transformar popularidade em rentabilidade “Você pode usar o espaço no vídeo para merchandising. Existe muita procura”, explica. Barão explica que produz vídeos semanalmente e tem que lidar com um público critico e exigente. “Se você atrasa a postagem do vídeo eles reclamam, falam que você abandonou o canal. Então, o desafio pra mim é, além de agradar, fazer com que tenham vontade de mandar para os amigos o que acabaram de ver”, diz Joe Penna (MysteryGuitarM anMysteryGuitarMan) Joe Penna (MysteryGuitarM anMysteryGuita rMan) PC Siqueira Victor Masson (barão) canto do galo 43 opnião Autor Renato Cabral Ilustração Neto Publicitário aos 40 Dizem que a crise da meia-idade não poupa homem algum. Nem publicitários, que não são tão homens assim, mas também merecem um pouco de misericórdia. É o meu caso. Mas eu não chegarei aos 40. Uma porque não ando comendo brócolis, deixei de fazer natação e abandonei o sexo tântrico, que evitava que eu desperdiçasse minha energia vital numa ejaculação melequenta e espalhafatosa. Outra porque incontinência urinária, flacidez muscular e queda de cabelo (ou cabelo nas orelhas) já me pegaram bem antes disso. Dizem que é como um clique. Numa noite você é o máximo, tem esperanças de ainda conquistar um leão em Cannes, mas ao acordar nem tem mais o velho tesão de mijo; tiraram seu nome até da APP local. É como criar pra varejo, não adianta piruetas, cambalhotas e fogos de artifícios. Quanto mais você espernear para tentar ser criativo, pior a coisa fica. E é quando você começa a fazer o básico. Para de arriscar. A resposta a esse miserável destino é a amarga consciência de que é preciso voltar ao que éramos: a autoafirmação a qualquer preço de quando tínhamos 17 e o atendimento ainda não tinha meninas tão gordas. O pior é chegar aos 40 sem ter alcançado muita coisa. O passado te espreita. Na verdade, o passado pesa tanto que você se sente como um estagiário de novo, com todas as inseguranças. E é exatamente nessa fase que a ex molecada da agência, envolvidos com jobs interativos, começam a te pedir pra que busque um cafezinho quando for até a cozinha. Se você lê Darwin, sabe que homens têm dois instintos: sobreviver e procriar, com uma tendência avassaladora pelo segundo item, o que é bom, mas perigoso. Na busca da próxima geração, você pode ficar sem a atual. É nessa idade que publicitários quarentões passam a entender que mulheres não nos paqueram mais e para onde você olha, está a consagração da juventude, do Photoshop e dos vegetais folhosos. Por isso, você está decidido a chamar a atenção (ou deixar de chamar; quem sabe uma abrir as pernas antes que o sinal abra. Mas não se iluda, esse peruca?) com a mesma disposição que esconde a barriga. raciocínio só vale pro dono da agência que acumulou muita Para alcançar seu objetivo de publicitário pseudo criativo de meia-idade (aplacar a memória avassaladora de que você desperdiçou toda sua existência com gibis e em um casamento sem-graça com a zarolha da Mídia, em uma agência mesquinha e tendo como máxima aventura as fritas do McDonalds) o mundo te oferece algumas opções: piercing, tatuagem, largar o emprego, fazer um fake no Twitter, um All Star novo ou comprar um carrão esportivo e arrumar garotas de 18, mas com corpinho de 25 (malditos carboidratos!). Crises da meia-idade para publicitários são nossa chance de se rebelar, de voltar à juventude perdida, só que com mais dinheiro e jogando PS3. É como se trocássemos as espinhas por brincos no mamilo. E, no caso do carrão, há benefícios. Por terem bancos baixos, as meninas oferecidas grana às suas custas nesses anos. Já você, ao invés do carrão, talvez alcance uma boa cadeira reclinável aos 40. O pior, confesso ainda aos 30, é que na meia-idade as generosas doses de testosterona são trocadas pelo repugnante estrógeno. Resultado: o cara tem um carrão, uma careca de mau, tatuagem, se veste igual ao Jony Deep, mas fala manso, é gentil e sensível. Ou seja, está a um passo de virar arquiteto, designer de interiores ou arte finalista. Exatamente o oposto da mulher, que aos 40 está mais durona, objetiva e com a energia sexual no auge. Ah, e o pior: passou a dirigir melhor que você; principalmente campanhas publicitárias. E se não bastasse, o sujeito chega aos quarenta na mesma época em que precisa ir aos médicos. É… o primeiro para (geralmente as redatoras novas que entram em busca de tirar coisas do seu corpo (colesterol, pedras nos rins, sapos oportunidade), olham primeiro o carro e só depois o topo dos clientes que ficaram no estômago); o segundo para de sua careca reluzente. Pronto, a equação perfeita: poder, pôr (alguém aí pensou em um dedo? Eu não falei nada). dinheiro, “juventude” e uma careca fálica a refletir o seu Coincidência ou sacanagem? E ainda tem cara que consegue velho companheiro. Tudo o que uma mulher precisa para achar o máximo em ser publicitário. notas NO MEIO DA MÍDIA Comunicadores ganham espaço na tV Prestes a completar um ano, o programa “No Meio da Mídia” tem discutido temas importantes sobre a comunicação local. Produzido pela Cinefilmes e a produtos Meio&Mídia, em parceria com o Canal da Gente, o programa tem um formato de bate-papo entre os personagens da mídia, sem amarras ou censura, no qual são abordados temas variados e polêmicos conduzidos pelos publicitários Célio Cardoso e Daniel Labanca. Buscando total interação entre a mídia, conta com participações pelo Twitter e por blogs relacionados à propaganda. “A conexão com o mundo virtual não é só pela audiência. Como o programa é antenado com relação ao que está acontecendo na comunicação, essa interação se torna obrigatória”, afirma o diretor da Cinefilmes e apresentador, Daniel Labanca. O público-alvo são os estudantes de comunicação e os profissionais do meio. “Os publicitários de Uberlândia sempre combinam almoços e reuniões da classe. São os que mais se expressam por meio das ferramentas que a internet disponibiliza. Antes não existia na TV local nenhum espaço para que eles pudessem trocar ideias e valorizar o trabalho. Dessa necessidade surgiu o projeto”, garante publisher do Grupo Meio & Mídia e também apresentador, Célio Cardoso. Cardoso explica que o foco central é passar o conceito de informalidade abrindo mão de roteiro, cenário e cortes. “Sempre levamo polêmicas sobre algum assunto. O cenário é o ambiente de estúdio, de bastidores, mostrando tudo que se passa atrás das câmeras. O grande diferencial é a irreverência e a liberdade de expressão, finaliza.” seRViÇo: Programa: No Meio da Mídia Veículo: Canal da Gente – TV à cabo (canal 15) Programação: www.canaldagente.com.br www.netcult.com.br PRÊMIO CARBORÉ data: 6 de dezembro local: Credicard Hall, em São Paulo –SP Horário: 19h30 o evento: O Prêmio Caboré foi instituído pelo jornal Meio & Mensagem em 1980 para homenagear profissionais e empresas que se destacam em seus respectivos setores de atuação e contribuem para o avanço da indústria da propaganda e o desenvolvimento do marketing e da comunicação no mercado brasileiro. Hoje é um dos mais importante e cobiçados prêmios do mercado publicitário brasileiro. http://www.cabore.com.br/ PRÊMIO CONTRIBUIÇÃO PROFISSIONAL – TROFÉU GARRA DO GALO data: 16 de novembro local: Fecomércio, em São Paulo – SP Horário: 19h30 o evento: Cerimônia de Entrega do Troféu Garra do Galo 2010 aos profissionais que promoveram ou realizaram ações que 46 canto do galo valorizam o nosso mercado e que também tenham apresentado ideias inovadoras. http://www.appbrasil.org.br 31º CONCURSO UNIVERSITáRIO DE CAMPANHAS PUBLICITáRIAS 2010 data: Inscrições até 18 de novembro local: APP Brasil, São Paulo – SP o evento: O Concurso Universitário de Campanhas Publicitárias, há 31 anos destaca, anualmente, os melhores Trabalhos de Conclusão de Curso - TCC entre as principais faculdades de publicidade e propaganda de São Paulo e outras localidades do Estado. É aberto à todas as Escolas que mantenham regularmente o curso de Publicidade e Propaganda, possuam turmas no último ano e promovam trabalhos de conclusão de curso (TCC) ou monografias. Outras informações:pelo telefone 11 3813-0188, com Jeni. http://www.appbrasil.org.br canto do galo 47 Ilustrações: Guideki clipping APP NO TOP 100 AITMAP A APP Capítulo Uberlândia participou em outubro deste ano, da entrega do Prêmio Melhores do Ano - Top 100 Aitmap, edição 2010. A associação foi responsável pela indicação do melhor Profissional de Comunicação de Uberlândia. A escolha foi feita de forma democrática pelos associados, que indicaram Rosane Lucho, diretora do Canal da Gente e associada certificada APP, para receber a premiação. O prêmio Aitmap é feito todos os anos e presta homenagem aos melhores profissionais de Uberlândia em 100 áreas diferentes. APP EM DESTAQUE 48 canto do galo APP PARTICIPA DO “PRÊMIO EMPRESáRIO HERÓI 2010” Os representantes dos núcleos da APP (Agências, Fornecedores, Veículos e Digital), foram convidados a participar da elaboração dos critérios para julgamento das peças inscritas no “Prêmio Empresário Herói 2010”. Neste ano uma das categorias avaliadas será a de melhor campanha publicitária. O Prêmio é anual e tem o objetivo de reconhecer as empresas da região que se destacam em critérios de sustentabilidade, gestão e na atuação no mercado. É promovido pela FIEMG, CINTAP e pelo INDERC. canto do galo 49 Ilustrações: Guideki Ch s o i c ó g e n , o ã ç a z i n r e t . a ê r f c o v Con a r p s a d i v 7 s i a em Agradecimentos: nte A Voz da América - Band - Canal da Ge maceno Chamativa Camisetas - Cinefilmes - Da s - Guideki - Jornal Correio Devassa - Gráfica Breda - Gráfica Côrte ão - KSR Distribuidora Jornal Tudo Já - know how comunicaç Digital - RN Brindes Policard - Rádio Cultura HD - Registro a - TV Paranaíba Revista Cult - TV Integração - TV Vitorios Realização: APP Uberlândia Organização e Captação: Meio & Mídia Eventos 50 canto do galo Ilustrações: Guideki . P P A a d o c s a urr canto do galo 52 canto do galo
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de trabalho da APP, vale uma breve explicação. A entidade é constituída por núcleos setoriais formados de empresas e profissionais que representam veículos de comunicação, agências de publicidade, ...
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