Arte digital: fundamentos, artefactos e visões

Transcrição

Arte digital: fundamentos, artefactos e visões
Universidade Aberta, Lisboa, 25 Nov. 2009
Adérito Fernandes Marcos [email protected]
marcos@univ ab pt
Departamento de Ciências e Tecnologia
Arte Digital: fundamentos, artefactos e visões
Tópicos
1. Fundamentos: Contribuição dos Pioneiros; Media Digital na Arte;
2. Artefactos & Lições aprendidas: Características diferenciadoras
da Arte Digital; Artefactos;
3. Visões: A Rede Artech
Adérito Fernandes Marcos
Fundamentos: os Pioneiros
Fundamentos: os Pioneiros (Dada)
Características DADA :
9 inconformidade com as regras
aceites e as convenções sociais
sociais.
9 escândalo como leitmotiv para
chocar o público e leva-lo à tomada
de consciência própria
9 adopção do caos (anti-lógica) e a
irracionalidade
9 apresentando-se como anti-arte
9 certa forma de niilismo
“Fountain”, por Marcel
Duchamp
Fundamentos: os Pioneiros (Dada)
Dadaistas
D
d i t adoptaram
d t
os
princípios da abstração,
espontaneidade
p
e ocaso e
exploraram técnicas como a
colagem e justaposição de
imagem e texto para criar o
sentido do absurdo.
Dadaistas estavam unidos não
por um estilo comum, mas pela
rejeição das convenções na arte
e no pensamento.
Fundamentos: os Pioneiros (vários)
“an interactive machine that
i it d users tto iinteract
invited
t
t with
ith
concentric rotating glass plates
to g
generate visual effects”
Características principais:
- interactivo
- espontâneo e dinâmico
- apelo a outros sentidos
“Rotary Glass Plates”, por
Marcel Duchamp & Man Ray
(1920)
“a device for creating light
sculptures
l t
b
by projecting
j ti
silhouettes in movement.”
Características principais:
- volátil ((um certo sentido de
virtualidade)
- espontâneo e dinâmico
“Kinetic Sculpture Moving”, por
László Moholy-Nagy
Moholy Nagy (1933)
Fundamentos: os Pioneiros (Arte Conceptual)
Arte Conceptual : a ideia ou
conceito é o aspecto mais
importante do trabalho artístico.
artístico
- conceito é rei
- não necessariamente estético
“One and Three Chairs”, por Joseph
Kosuth (1965)
Fundamentos: os Pioneiros (Fluxus)
O movimento Fluxus explorou
intensivamente a ideia de arte
gerada com base em
g
instruções e ainda a imersão
do público na
instalação/artefacto forçando
instalação/artefacto,
interacção entre o observador
e a obra de arte
“Musique télépathique n°
n 5 (Telepathic
Music #5)”, por Robert Filliou (1978)
Art as “experimental
research in computergenerated
transformations of visuals
through mathematical
functions.”
A obra “hummingbird”
“
”
constitui um bom exemplo
de animação gerada em
computador.
“Hummingbird
g
”,, por
p Charles Csuri ((1967))
Fundamentos: os Pioneiros (OULIPO, EAT)
Grupo OULIPO
G
O
O (Ouvroir
(O
de Littérature Potentielle)) ((1960, Raymond
Queneau and François Le Lionnais), explorou o conceito de
processo combinacional e das regras restritas da poesia Dadaista,
conjuntamente
j
com a noção d
de acesso aleatório.
l ó i Tal
T l constitui
i i uma
forma aleatoriedade controlada para gerar e activar instruções para
aceder e processar informação, criando obras de cariz aleatório..
Grupo EAT (Experiments in Art and Technology) (60s, Billy Klüver),
promoveu a colaboração
p
ç entre artistas,, engenheiros,
g
,p
programadores,
g
,
investigadores e cientistas (entre outros) que se tornaria e ainda
permanece uma das características diferenciadoras das comunidades
g
de hoje,
j i.e., é comum nestas comunidades q
que o
de artistas digitais
trabalho criativo envolva a colaboração de equipas
multidisciplinares.
Fundamentos: a contribuição dos pioneiros para a arte digital
contemporânea
Os Pioneiros criaram e exploraram novos paradigmas
paradigmas,
nomeadamente:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
inconformidade com as regras aceites e as convenções.
adoptaram o caos (anti-lógica) e a irracionalidade
interactividade
espontaneidade e dinâmica
apelo a outros sentidos
volatilidade (um certo sentido de virtualidade);
o conceito é rei
não necessariamente estético
arte
a
te baseda e
em instrucções
st ucções p
pré-definidas
é de das
imersão do público na obra de arte
procedimentos gerados em computador e aleatoriedade
controlada
Fundamentos: o media digital
Fundamentos: media digital
9 Arte e Cultura são parte do fenómeno social,
social consequência da
interacção social, da manifestação individual e colectiva, em
que se estabelece conjuntamente um espaço
comunicacional e informacional comum abarcando
artefactos ditos culturais e artísticos.
9 Tais artefactos, alguns podendo ser intangíveis, constituem
de facto o resultado do fenómeno cultural e artístico. Eles são
expressão do imaginário individual e colectivo.
9 Eles chegam-nos através dos nossos sentidos e induzem
percepções, emoções, sentimentos, experiencias
cognitivas etc.
cognitivas,
etc
“Autopoiesis
A t
i i ” by
b K
Ken Ri
Rinaldo
ld (2000)
9
O media
di computacional
t i
léd
definido
fi id aquii como o
conjunto das tecnologias digitais, electrónicas,
robóticas desde os formatos digitais até às infrarobóticas,
estruturas e ferramentas de comunicação e de
processamento de informação
p
ç e os engenhos
g
mecânicos, que podem ser definidos com um
“medium artístico contínuo” explorado pelos artistas
para produzir
d i artefactos
t f t digitais
di it i e electrónicos.
l tó i
9 Arte digital explora o media computacional tanto
como ferramenta de criação como matéria prima.
Arte Digital
• Rocha
• Madeira
• Cerâmica
• Pigmento
g
•…
Mundo
Físico
Real
Estático
Passivo
Componentes
• Mecânicos
• Eléctricos
• Electrónicos
• Conteúdo Informativo Digital
• Multimédia & Multimodal
& Tecnologia Ubíqua
• Comunicação & Apresentação
& Infra-estruturas registo
•…
Mundo
Virtual
Artefactos
Mecânicos
Electrónicos
Artefactos
baseados no
Computador
Artefactos
Interactivos
Digitais
Virtual
Dinâmico
Interactivo
Medium Artístico Contínuo
Características diferenciadoras da Arte Digital
Arte Digital baseia-se
baseia se fundamentalmente em 3 conceitos basilares :
9 Acesso Aleatório: (pseudo) algoritmos não-determinísticos
abrem a possibilidade de acesso instantâneo a elementos media
que podem ser (re)combinados e apresentados de novas formas,
em ciclos infinitos sem controlo aparente;
9 Virtualidade: o objecto físico migra para o virtual ou objecto
conceptual. O conceito por si só torna-se perceptível através da
sua virtualização;
i t li
ã
9 Interactividade: o observador assume um papel activo na obra
obra,
podendo influenciar o seu estado, criando novas instancias da
mesma.
Arte
A
t Di
Digital
it l é d
definida
fi id como arte
t que explora
l
o media
di
computacional (ferramentas, tecnologias, infra-estruturas e
conteúdo digital) como ferramenta de e matéria prima para
a criação.
Conteúdo Digital é definido como matéria informativa
codificada
difi d em formato
f
t digital
di it l que abarca
b
a possibilidade
ibilid d
de ser accionada (processada) para transmitir uma
mensagem.
mensagem
ArteFactos : exemplos de arte digital
“Virtually Brushing my Tooth” por
Cristina Sylla & Heduino Rodrigues (2008)
“YMYI – You MoveYou Interact” por
João Martinho & Jorge Sousa (2008)
“2nd MTAD exhibition” por digital art
students of UM (2008)
Visões: a Rede Artech
9 Espaço Criativo
Criati o Artech
abarcando diversos locais
distribuídos localmente e a
nível global :
9 Equipas multidisciplinares
a trabalharem em
projectos comuns
9 Repositórios Digitais
partilhados por equipas de
criativos e individualmente
9 Infra-estruturas e
equipamentos partilhados
9 Uma infra-estrutura
infra estrutura de
informação e comunicação
comum;
9 Labs experimentais e
espaços expositivos em cada
nó da Rede;
9 Acesso
A
aos estudantes
t d t de
d
graduação e pós-graduação,
multidisciplinares
9 Futuro: estender a Rede ao
criativo individual
localizado em qualquer
ponto
t d
do globo
l b
Design & Collaboration
Tools
Tec hnology
• Drawing/Storytelling
• Content/Interaction Design
• Document Sharing
• Annotating
• Ve
V rsion
i M ana gementt
• Cooperative Editing
•…
Artist Communit y
Starting
Concept
•
•
•
•
•
•
•
Infrastructure
Multimedia/ Multimodal
Virtual Rea lity / Avatar
Ambient Intelligent
Computer Vision
Al ith / Progra
Algorithms/
P
mming
i
Copyright M anageme nt
…
• Internet / WWW
• Conferenc e Rooms
• Grid/Ubiquit.Computing
• Storage Arrays
• Presentation Devices
(Caves, Video halls, mobile )
•…
Computer Medium: technology
Creative Design Space
Message Design
Concept
Design
Narrative
Design
A rtifact Development
Experience
D esign
Aesthetic
M using
Artif act
Design
Artifact
Implementa tion
Artifact
E xhibition
Pla nning
Final
Artifact
User Communit y
Computer Medium: information content
Hybrid Cultural
Heritage
g Content
• Digita l Recove ries
(Arc haeological, Cultural,
Architectural Sites)
• 3D/2D rec onstructions
• Ad hoc materials
•…
Digital D ocument
Repositor
p
ie s
• Digital Doc . Libraries
• Digital Music Libra ries
• I ndividual Catalogues
• Ad hoc Materia ls
•…
(Digital) Ar t
Re p
positories
• Digital Art Colle ctions
• Online Museums, Art
Ga lleries, E xhibitions
• Individual Cata logues
• Ad hoc Materials
•…
Artifact
Ac cessing via Presenta tion
Devices
Referencias
•
Adérito Marcos
Marcos, Pedro Branco and João Carvalho
Carvalho, “The
The computer
medium in digital art’s creative process”, book chapter, In James
Braman & Giovanni Vincenti (Eds.), Handbook of Research on
Computational Arts and Creative Informatics: IGI Publishing (ISBN:
978-1-60566-352-4), Chapter I, pp.1-25.
•
Marcos A
M
A.: “Digital
“Di it l Art:
A t When
Wh artistic
ti ti and
d cultural
lt l muse and
d computer
t
technology merge”. In: “IEEE Computer Graphics and Applications”,
ISSN: 0272-1716, IEEE Computer Society, Sept/Oct 2007 issue, vol.
27 no
27,
no. 5
5, pp.
pp 98
98-103.
103
•
Paul, Ch. (2005). Digital Art. London: Thames & Hudson Ltd.
Agradecimentos
9 Colegas
C l
no EngageLab:
E
L b P
Pedro
d B
Branco, M
Manuell JJoão,
ã
Nelson Zagalo
9 Estudantes de Mestrado: Martinho,
Martinho Jorge,
Jorge Heduino,
Heduino
Custódio, Luís, Rui, Carla, Sofia, Carolina, Sylla, António,
Nuno, Vítor, Ana, Filipe e Marta

Arte digital: fundamentos, artefactos e visões

Transcrição

Documentos relacionados

Brochura de inspiração - uc

veja aqui a sales sheet completa do produto

EXANTEMA SÚBITO (“6ª Doença” ou “Roseola infantum”)

Comunicado de Imprensa Sugestões…

Morada Avenida da República, n.º 244, 8.º Dto. 4450

Dica Enterprise Architect: Como Salvar um Perfil na Matriz de

Chamada de alunos - cadastro reserva - AVA

DL 434-86 - Dr. Campos Costa

Sugestões de leitura

TimeLine Matrix: an on demand view for software

Inválido para efeitos de certificação

Ficha de Unidade Curricular