avaliação da reprodutibilidade dos dados de um equipamento de

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avaliação da reprodutibilidade dos dados de um equipamento de
AVALIAÇÃO DA REPRODUTIBILIDADE DOS DADOS DE UM EQUIPAMENTO DE
DENSITOMETRIA ÓSSA ATRAVÉS DO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO (CV) E SUA CONTRIBUIÇÃO
NA QUALIDADE E SEGURANÇA
Gonçalves, P. M.
Instituto Pró Universidade Canoense (IPUC), Rio Grande do Sul, RS - Brasil
Resumo: A densitometria óssea é empregada para determinar qualidade mineral óssea,
através de um equipamento que faz a leitura da densidade desta estrutura. Esta técnica
apresentou um desenvolvimento bastante relevante, principalmente, nos últimos trinta anos e
vem se destacando na prevenção e controle da osteoporose. De forma a garantir a qualidade
do procedimento bem como sua precisão e acuraria alguns cuidados são fundamentais: 1 - O
conhecimento do equipamento por parte do operador incluído suas peculiaridades e
variações, uma vez que os riscos de erros de diagnóstico são aumentados quando realizamos
procedimentos em equipamentos descalibrados; 2 - Monitoração e controle dos artefatos na
imagem; 3 - Padronização e controle no modo de condução operacional na realização do
exame, como em sua análise; 4 - Controle de qualidade e realização de manutenções
preventivas. A verificação de anomalias em um, ou mais, dos itens listados acima são os mais
fortes preditores de comprometimento ao resultado final como no aumento na dose
impingida ao paciente e técnico. Para tanto, considerando as variabilidades imprevisíveis na
anatomia humana, além das dificuldades inerentes a prática da rotina no que se refere ao
posicionamento do paciente e condução do exame. A determinação do coeficiente de variação
do equipamento é uma ação que nos permite determinar e quantificar a qualidade do exame.
Objetivo: Buscar informações sobre a reprodutibilidade do equipamento de densitometria
óssea, para determinar o coeficiente de variação do mesmo. Realizar o cálculo.
Métodos: Sendo assim, realizamos cinquenta procedimentos simulados utilizando o para isso
um fantoma de coluna lombar. Em cada simulação realizamos duas medidas para comparação
e efetivado o cálculo estatístico, tais aquisições nos possibilitaram a determinação do
coeficiente de variação do equipamento de densitometria óssea. Assim podemos concluir que
a quantificação do coeficiente de variação é uma ferramenta associada ao controle de
qualidade e consequentemente de segurança radiológica.
Resultados: Através deste estudo, realizado as varreduras de um fantoma, possibilitou o
cálculo final do CV igual a 2,16%, sabe-se que cada equipamento deve desenvolver seu CV%
em um cálculo individual e único, segundo orientação de seu fabricante. Média esperada
segundo a SBDens.
Conclusão: Concluiu-se que através do objetivo do exame de densitometria óssea, de
determinar, quantificar e qualificar massa óssea, é necessário certificar sempre de que os
coeficientes de variação (%CV) indicativos da precisão do método estejam dentro dos limites
aplicáveis. Acompanhando as variações do %CV é possível atestar com segurança se variações
observadas são ou não significativas, identificando com boa sensibilidade problemas nas
aplicações das técnicas de posicionamento, análise ou mesmo problemas técnicos do
equipamento que mereçam correções e possíveis reparos. Existe a necessidade de que o
protocolo do exame seja padrão, no que se refere à condução do exame como um todo,
mesmo que executado por mais de um profissional técnico, visando aumentar o grau de
certeza diagnóstica. Os resultados obtidos são o esperado para o método, isto é, estão dentro
dos limites aceitáveis.
Introdução
A Densitometria Óssea teve um
desenvolvimento
bastante
relevante,
principalmente, nos últimos trinta anos e
vem se destacando pela importância na
prevenção e controle da osteoporose. Com
este estudo, é possível afirmar que, com o
avançar da idade, as pessoas estão com
probabilidade aumentada de diminuição da
massa óssea por vários fatores.
Este trabalho é um estudo, baseado em
exames arquivados, em um determinado
período, em pacientes da Densitometria
Óssea. Para isto, é necessário descrever
sobre conteúdo analisado, interação e
conversão da energia em dados, válidos e
fidedignos, através do estudo do
coeficiente de variação do aparelho de
Densitometria
Óssea.
Para
desenvolvimento do coeficiente de
variação, é fundamental que a curva se
apresente dentro dos limites estabelecidos.
A Densitometria Óssea teve um
desenvolvimento
bastante
relevante,
principalmente, nos últimos trinta anos e
vem se destacando pela importância na
prevenção e controle da osteoporose. Com
este estudo, é possível afirmar que, com o
avançar da idade, as pessoas estão com
probabilidade aumentada de diminuição da
massa óssea por vários fatores.
Este trabalho é um estudo, baseado em
exames arquivados, em um determinado
período, em pacientes da Densitometria
Óssea. Para isto, é necessário descrever
sobre conteúdo analisado, interação e
conversão da energia em dados, válidos e
fidedignos, através do estudo do
coeficiente de variação do aparelho de
Densitometria
Óssea.
Para
desenvolvimento do coeficiente de
variação, é fundamental que a curva se
apresente dentro dos limites estabelecidos.
Materiais e método
O equipamento utilizado neste trabalho
foi QDR 4500 da HOLOGIC, DEXA 2, que
possui a característica de duas faixas de
energias.
O
equipamento
Hologic
QDR4500, tem um feixe de raios-X em
forma de leque (fan beam) e dois níveis de
energia 80 e 140 kV. O sistema de
detectores é de alta densidade (estado
sólido). Os tipos de exames que são feitos:
coluna lombar e fêmur (direito e / ou
esquerdo). A região de varredura é de 195
cm x 65 cm. A exposição recebida pelo
paciente é muito baixa, devido à baixa
corrente que o equipamento utiliza para
fazer os exames, a corrente máxima que o
equipamento de densitometria óssea
Hologic QDR4500 é de 4 mA, e a dose
recebida a 2,0 metros do equipamento é
0,01 mSv/h. Gerador monofásico, filtração
total de 5,5 mm Al – 14,0 mm Al.
Testes e avaliações preliminares do
fabricante
são
realizados
nos
equipamentos antes de saírem da fábrica.
Estes testes visam segurança da radiação
de fuga, verificação da acurácia (realizando
mensuração de modelos de densidade
conhecida) e a precisão (através da
comparação de medidas conhecidas). Estes
testes são refeitos na instalação, toda vez
que o equipamento é transportado e após
grandes manutenções, como por exemplo,
troca de tubo de raios-X ou outras, para
assegurar que não tenham ocorrido danos
físicos aos componentes dos equipamentos
durante o transporte e instalação. Estes
testes incluem: medidas de isodose,
exames de phantoms metálicos, phantoms
de hidroxiapatita e de ossos de cadáveres
incluídos em resinas plásticas.
O equipamento DEXA II da Hologic só
habilita o inicio das atividades com agenda
de pacientes após a rotina diária de
calibração, que é a realização de scans de
calibração com inclusões de densidades
minerais e de material equivalente a
gordura conhecidos. Estes testes podem
ser realizados em phantoms de acrílico e
alumínio (tecido mole equivalente). Caso
falhem estes testes, o equipamento não
permite o início dos exames até que o
devido reparo do problema seja
solucionado. A importância desse controle
está na avaliação do tamanho e do tipo de
erro que pode ser esperado para
determinação de Densidade de Massa
Óssea (BMD), Quantidade de Massa Óssea
(BMC) e Área de Massa Óssea.
Coeficiente de variação
A densitometria Óssea é um método que
avalia qualidade mineral óssea. Neste
aspecto temos que ter em mente a
reprodutibilidade do aparelho, e sua
importância no valor percentual referente
ao erro padrão esperado para o método
(Coeficiente de Variação), dentro do qual
não se pode aferir alterações de forma
confiável.
Em aparelhos de densitometria óssea que
são
calibrados,
adequadamente
e
submetidos a rigorosos procedimentos de
controle de qualidade, a variação do exame
atribuída à máquina, ao operador e
decorrente do posicionamento adequado
do paciente está em torno de 1% para
coluna lombar, 1,5% para colo de fêmur e
menor que 1% para o exame de corpo
total. Nos indivíduos osteoporóticos, a
precisão é menor e o coeficiente de
variação (CV%) pode alcançar de 2 à 2,5%,
tanto para coluna lombar quanto para o
colo de fêmur pois, quanto menos osso,
mais difícil é de medi-lo.
Considera-se as inúmeras variabilidades,
que são imprevisíveis na anatomia
humana, além das dificuldades que se
encontra na prática da rotina no que se
refere ao posicionamento do paciente e
condução do exame de densitometria
como um todo. Os testes de precisão
poderiam se basear somente nas
aquisições de phantoms. Contudo, se faz
necessário certificar-se sempre de que os
coeficientes de variação (%CV) indicativos
da precisão do método são, de fato
aplicáveis aos pacientes, e principalmente
na aquisição, no seguimento a ser avaliado.
Após os dois scans de um mesmo
segmento no phantom e análise criteriosa
dos resultados obtidos (Área, BMC e BMD),
Calcula-se a diferença entre os dois
valores:
dD = BMD1 – BMD2
nde, BMD1 é referente a resultado 1 e
BMD2 é referente a resultado 2. Nesta
diferença obtemos uma variação. Ao longo
do somatório da diferença de 50
phantoms, proporciona um coeficiente de
significância maior.
d2= dD x dD, calculado a media para cada
phantom (M):
Mbmd= (BMD1 + BMD2)/2
Através desta média, calculado %CV,
empregado a equação:
CV%=2(√(Σ(d2)/n)) / (Σ(Mbmd) / n) x 100
A recomendação é que seja realizado no
mínimo de 27 phantoms. Para n. medindo
quatro vezes com reposicionamento, é
aceitável utilizar-se apenas de duas
medidas também com reposicionamento.
Esta equação é obtida para análise
estatística.
Tabela 1. Aquisições de phantom
Phantom
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
CV
Result. 1
0,980
1,129
0,941
0,920
1,047
1,021
1,049
1,397
1,146
0,725
0,723
1,303
1,105
0,981
1,130
1,187
1,197
0,966
1,152
0,983
0,939
1,167
0,970
1,078
1,194
1,125
0,858
1,115
0,836
1,037
1,004
1,002
1,012
1,010
1,003
1,002
1,007
1,009
1,006
0,997
0,995
0,992
0,979
1,009
1,011
1,017
1,018
0,986
1,004
1,017
0,022
Result. 2
0,979
1,142
0,941
0,942
1,048
1,005
1,045
1,413
1,138
0,727
0,721
1,308
1,097
0,992
1,123
1,171
1,163
0,962
1,149
0,995
0,907
1,134
0,988
1,098
1,208
1,122
0,862
1,103
0,833
1,026
1,010
1,007
1,020
1,009
1,001
1,008
1,011
1,012
1,013
0,999
0,992
0,984
0,981
1,016
1,014
1,020
1,021
0,990
1,002
1,018
2,16%
Conclusão
A cada varredura de fantoma, os dados
adquiridos são plotados, jogados no
sistema, obedecendo aos limites superior e
inferior, se aproximando ao máximo da
linha média, para estar conforme, pronto
para operar, se por uma eventualidade,
este sair dos limites, deverá averiguar pois
houve uma possível falha na ccalibração no
equipamento.
Acompanhando as variações do %CV é
possível atestar com segurança se
variações observadas são ou não
significativas, identificando com boa
sensibilidade problemas nas aplicações das
técnicas de posicionamento, análise ou
mesmo
problemas
técnicos
do
equipamento que mereçam correções e
possíveis reparos.
Referencias:
1. RAGI, Sergio. Dexa - Problemas e Soluções. 1ed. Vitoria (ES): Copiset Editora Empresarial,
maio de 1998.
2. GUYTON, Artur Fisiologia Humana. 6ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.
3. ROBINS, S. ET AL. Patologia Estrutural e Funcional. 5ed. São Paulo: Guanabara Koogan,
1996.
4. HTTP://sbdens.org.br.
5. SOUZA, R.R. Anatomia Humana. 1ed. São Paulo: Manole, 2001.
6. MOORE, K.L. Anatomia Orientada para Clinica, 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan
2004.
7. DANGELO/FANTTINI. Anatomia Humana. Sistemica e Segmentar. 1ed. São Paulo: Atheneu,
2007.
8. PORTH, C. M; KUNERT, M. P. Fisiopatologia. 6ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
9. BUSHONG, S.C. Manual de Radiologia para Técnicos. Física, Biologia y Proteccion
Radiologia. 5ed. Espanha: Mosby/Doyna Libros, 1993.
10.HOLOGIC, Model QDR 4500 Technical Manual. Hologic Inc., 1995

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