A Arca de Noé - WordPress.com

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A Arca de Noé - 120 anos
Amigo leitor, o presente artigo é muito interessante. Ele vem desmontar uma tradição
protestante das mais persistentes – de que Noé demorou 120 anos para construir seu grande
barco – uma analise detalhada do contexto vai revelar algo fantástico e surpreendente. Faça a
leitura lentamente e com atenção para entender o que realmente diz a história biblica. Já
bastam as muitas tradições espalhadas no nosso meio, que por sinal vem apenas revelar algo
assustador: O povo evangélico não confere com as Escrituras aquilo que ouvem nos púlpitos
de suas Igrejas.
Vou dar alguns exemplos. Quem lançou o cajado diante de Faraó, aquele que se transformou
em serpente? Apesar de a Bíblia dizer que foi Arão, muitos garantem que foi Moisés (Êxodo
7:10). Confira: “… Moisés e Arão foram a Faraó, e fizeram assim como o Senhor
ordenara; e lançou Arão a sua vara diante de Faraó, e diante dos seus servos, e tornouse em serpente”.
A propósito, também foi Arão quem tocou com seu cajado nas águas do Rio Nilo, que se
tornou em sangue. Veja Êxodo 7:20: “E Moisés e Arão fizeram assim como o Senhor tinha
mandado; e Arão levantou a vara, e feriu as águas que estavam no rio, diante dos olhos
de Faraó, e diante dos olhos de seus servos; e todas as águas do rio se tornaram em
sangue”.
Quem não conhece a parábola dos dez talentos – esse foi o título da parábola por muitos anos
em algumas bíblias protestantes. Na verdade não são dez, mas apenas oito talentos (Mateus
25:13-15), os quais foram transformados em quinze.
“Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.
Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os
seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a
outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe”.
Até hinos falam mais alto que as Escrituras. Quem não se lembra do clássico, cem ovelhas? O
pastor deixa noventa e nove no aprisco e vai em busca da extraviada.
Elas não ficaram no aprisco!
“Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa NO
DESERTO as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a achá-la?” (Lucas
15:4).
Quando o pastor sai em busca da ovelha desgarrada, as outras noventa e nove ficam no
deserto. Isto demonstra o grau de cuidado do pastor em relação à que se desgarra.
A confirmação disto encontra-se no Evangelho de Mateus 18:12: “Que vos parece? Se um
homem tiver cem ovelhas, e uma delas se extraviar, não deixará ele NOS MONTES as
noventa e nove, indo procurar a que se extraviou?”
Quem não já ouviu um afoito pregador afirmar aos brados que as cinco virgens néscias foram
umas dorminhocas, louvando a atitude das outras cinco, que ficaram acordadas. O problema é
que todas as dez dormiram: “E, tardando o noivo, foram TODAS tomadas de sono, e
ADORMECERAM” (Mateus 25:5).
A Bíblia não diz que o nome da filha de herodias, a qual dançou diante de Herodes, era
Salomé. Um dia alguém disse que era Salomé o nome da jovem e a coisa pegou. E os
evangélicos acreditam!
E Mardoqueu, era o que de Ester? Tio, milhões vão dizer. Ele não era tio dela, mas sim
primo. Eis o que diz a Bíblia: “Este criara a Hadassa (que é Ester, filha do seu tio),
porque não tinha pai nem mãe, e era moça bela de parecer, e formosa à vista. e,
morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por sua filha”, (Ester 2:7).
A confusão é criada por alguns por causa da referência ao TIO de Mardoqueu, Abigail. Veja:
“Chegando pois a vez de Ester, filha de Abigail, TIO DE MARDOQUEU (que tomara
por sua filha), para ir ao rei … ” (Ester 2: 15).
Uma multidão incontável de cristãos passou a acreditar em mitos porque ouviram alguém
pregar ou ensinar sobre um determinado assunto, sem consultá-lo de perto nas Escrituras.
Qualquer cristão que passa bastante tempo pesquisando e estudando a palavra de Deus sabe
perfeitamente o que estou querendo dizer. Temos a tendência de aceitar tudo sem examinar,
acreditando que o indivíduo que está apresentando um problema ou assunto verificou
minuciosamente o material envolvido, o que nem sempre é verdadeiro.
Para uma boa parte dentro do cristianismo o assunto pode parecer sem importância e sem
maiores perigos, não causando danos à fé cristã, se discutimos quanto tempo realmente Noé
levou para construir a Arca. No entanto, os equívocos gerados por causa das más
intepretações do texto bíblico no que diz respeito aos fatos sobre o dilúvio nos revela o
descaso com que a maioria trata as Escrituras dando crédito àquilo que a Bíblia jamais
mencionou.
A história do dilúvio, com suas estranhas interpretações, é apenas uma gota nesse imenso
oceano teológico das santas tradições protestantes.
Quantas pessoas construíram a Arca?
A Arca de Noé permanece até hoje a conquista mais importante e memorável da arquitetura
naval e engenharia. Sem ela, a humanidade não teria sobrevivido o maior desastre que a Terra
já conheceu. Mas para muitos, a tecnologia necessária para construir uma embarcação de
madeira com 515 metros de comprimento continua a ser um obstáculo intransponível. Como
poderia essa antiga civilização, o homem da Idade da Pedra, conceber um navio desse tipo?
O presente assunto é se essa antiga civilização, especificamente o homem antediluviano, teria
estado à altura deste desafio.
Para começar, é necessário dizer que em nenhum lugar nos relatos do dilúvio diz que Noé e
seus filhos construíram a Arca sozinhos. Noé poderia ter contratado trabalhadores
qualificados ou parentes. Por outro lado, a força física e os processos mentais dos homens nos
dias de Noé foram pelo menos tão grande (bastante provável, até mesmo superior) ao nosso.
Eles certamente teriam tido meios eficientes para colheita e corte de madeira, bem como para
a modelagem e transporte para erguer as vigas maciças e placas necessárias. Se um ou dois
homens hoje podem erguer uma grande casa em apenas 12 semanas, o que poderiam fazer
200 homens em poucos anos?
Observe que Gênesis capítulo quatro já faz menção a “metalúrgica” e instrumentos musicais,
bem como a agricultura e a pecuária. Eles tinham martelos, machados, enxós, e certamente
tinham formões e polias para talhas, alavancas, bois, e medidas com paus ou varas e com
certeza havia também instrumentos de serragem e de perfuração nos dias de Noé. Para muitos
pode surpreender, mas os descendentes de Adão estavam fazendo instrumentos musicais
complexos, forjando metal e construindo cidades (Gn 4:16, 17; 21,22). Observe que o verso
21 faz menção a harpa e órgão numa época em que Adão ainda vivia. Portanto, suas técnicas
de construção não eram primitivas. Eles não eram homens das cavernas!
Devemos entender e assumir de uma vez por todas, que o homem “Idade da Pedra” é uma
forma particular de raciocínio circular que provoca argumentos tipo: “Sua teoria não funciona
sob a minha teoria, assim sua teoria deve estar errada“. O problema de frases como “Idade da
Pedra”, “Idade do Bronze”, e “Idade do Ferro” são uma parte convencional da arqueologia e
da antropologia, não são termos bíblicos. Além disso, os termos aplicados pressupõe que o
homem é um animal razoável acidental, e não um ser criado à imagem de Deus. (Gênesis
1:27).
Um artigo publicado no New York Times recentemente indica que até mesmo o homem
“Idade da Pedra” exercia profissões e possuía ferramentas para a construção naval. Muitas
dessas ferramentas foram encontradas em camadas de sedimentos que supostamente foram
estabelecidas de 100 mil anos atrás, ou até 700.000. Estas ferramentas são, portanto, um
exemplo de “artefatos fora de lugar”, um tapa bem dado naqueles que entendem que Noé e
seus contemporâneos eram incapazes, se comportavam como homens das cavernas e
andavam encurvados. O contrário do que muitos imaginam, este povo antediluviano deixou
vestígios demonstrando que suas capacidades marítimas eram muito maiores do que os
arqueólogos já supunham.
No Egito, China e nas Américas as dinastias anteriores construíam edifícios mais
impressionantes ou tiveram arte mais fina ou melhor ciência do que muitos podem imaginar.
Muitas das chamadas invenções modernas vieram a ser reinvenções, como o concreto, que foi
usado pelos romanos.
Na verdade, os níveis tecnológicos do antigo Egito, Grécia antiga, a Roma imperial e do
Renascimento falam mais alto do que os críticos. O homem moderno tem esquecido isto
devido, principalmente, a Idade das Trevas, um período em que quase toda a tecnologia da
Roma imperial foi perdida. O nível de tecnologia que Roma possuía nunca deixou de
surpreender os historiadores que se especializaram no período – e o nível de tecnologia que
os antigos egípcios possuíam eram iguais os da antiga Roma, se não superior – as pirâmides
servem como indicador.
A ideia de que as civilizações mais primitivas são mais para trás no tempo é um conceito
evolutivo. Na realidade, quando Deus criou Adão, ele era perfeito e dotado de uma
inteligência superior e indescritível, certamente extinta dentre os seres humanos há milênios.
Hoje, o intelecto humano individual tem sofrido diante de 6.000 anos de pecado e
decadência. Por isso, um número considerável de historiadores e estudiosos do
comportamento humano afirma que o súbito aumento da tecnologia nos últimos séculos nada
tem a ver com o aumento da inteligência; é uma combinação de publicação e partilha de
ideias culminado na disseminação de invenções que se tornaram ferramentas importantes
para a investigação e fabricação.
Assim, e ao contrário do que alguns dos argumentos mais comuns levantadas contra a história
de Noé e sua arca, o homem moderno não tem razão para supor que Noé não poderia ter
construído a arca, como a Bíblia descreve. Além disso, as recentes descobertas nos
proporcionam razões suficientes para supor que Noé realmente sabia o suficiente para
construí-la. E mesmo tendo em conta a possível perda de tecnologia devido ao Dilúvio, as
primeiras civilizações pós-inundação também tinham o necessário para um projeto como a
Arca.
Historiadores e estudiosos do texto bíblico garantem que Noé poderia facilmente ter
construído um barco de 515 metros de comprimento usando o tipo de ferramentas que os
antigos egípcios tinham à sua disposição. O homem pré-diluviano, sendo de longa duração
(800 a 900 anos, em média; ver Gênesis 5) e algumas gerações contadas desde Adão, teria
sido brilhante o suficiente para desenvolver, nos 1656 anos entre a criação e o dilúvio global,
um nível de tecnologia a altura do que o homem moderno não pode imaginar. Tomemos por
base uma quantidade aproximada de tempo: desde a Idade das Trevas para a década de 1970,
o homem moderno tinha conseguido telecomunicações e mostrou-se bem sucedido no
lançamento e retorno de expedições de coleta de amostra para outro corpo astronômico, a
saber, a lua. E, de fato, alguns experts sugerem que o homem antediluviano poderia ter
comandado um nível de tecnologia ainda maior do que os antigos egípcios.
Quantos anos levou a construção da Arca?
Segundo a teoria tradicional Noé levou muitos anos para construir a Arca; essa tese afirma
que foi 120 anos, uma suposição gerada por causa de Gênesis 6:3, quando, diante do
lamentável quadro de corrupção humana naqueles dias, Deus diz:“… Não contenderá o meu
Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão
cento e vinte anos… Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem
até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito”.
Logo, se entende que os 120 anos são um tempo de tolerância até o dilúvio. Na verdade, essa
afirmação tem gerado mais problemas do que soluções. Se estudarmos com bastante atenção
vamos descobrir que esse longo período de 120 anos para a construção da Arca é um
equivoco, e não é dos pequenos.
Algumas considerações interessantes e curiosas serão expostas aqui. Precisamos observar
diante de alguns contextos que o anúncio do dilúvio veio após a total corrupção do homem.
Ou seja, as passagens, quando bem analisadas, parecem dizer que Deus anuncia o dilúvio
bem perto de acontecer a catástrofe, e não 120 anos antes, se atentarmos para alguns detalhes
sobre os personagens que circundam a história. Para descobrir se isso realmente é verdade
precisamos olhar com atenção alguns envolvidos: os filhos de Noé, o avô de Noé,
Matusalém, o filho deste, Lameque, pai de Noé e os principais causadores do dilúvio, a
população que se corrompeu naquela ocasião.
Os filhos de Noé e suas esposas
Acompanhe com atenção todo o contexto. Observe que Noé gerou três filhos depois dos 500
anos de idade: “E era Noé da idade de quinhentos anos, e gerou Noé a Sem, Cão e Jafé”,
Gênesis 5:32.
Quando Deus anuncia o dilúvio, ele menciona os filhos de Noé e suas respectivas esposas. Os
três filhos de Noé não somente eram homens feitos quando Deus falou da arca, como também
já eram casados. Preste atenção: Noé gerou seus filhos depois que fez 500 anos. A Bíblia diz
que o dilúvio veio quando Noé tinha 600 anos: “E era Noé da idade de seiscentos anos,
quando as águas do dilúvio inundaram a terra”.
Notaram o problema enorme para a tese dos 120 anos? Quando Noé tinha quinhentos anos e
mais alguns, seus filhos nasceram um após o outro. Sendo assim, podemos inferir que eles
eram ainda criancinhas quando o velho Noé estava na idade de – vamos dizer – 505 anos. O
problema é que quando o dilúvio foi anunciando os filhos de Noé eram casados. O que isso
deve significar em detalhes nós vamos ver adiante.
Observe no último versículo citado do contexto a seguir quem deveria entrar na arca depois
dela estar construída. Não esqueça que a palavra veio quando ainda não havia nenhuma arca:
“Faze para ti uma arca da madeira de Gofer; farás compartimentos na arca, e a
betumarás, por dentro e por fora, com betume.
E desta maneira a farás: De trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta
côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura.
Farás na arca uma janela, e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás
ao seu lado; far-lhe-ás andares baixos, segundos e terceiros.
Porque eis que Eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, (AQUI É QUE O DILÚVIO
FOI ANUNCIADO) para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos
céus; tudo o que há na terra expirará.
Mas contigo estabelecerei o meu pacto; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, e a tua
mulher, e as mulheres dos teus filhos contigo”, Gn 6:14-18.
Assim, descobrimos que Deus anuncia o dilúvio a Noé quando este já havia ultrapassado em
muito os seus 500 anos de idade. Note que Deus ordena a Noé que faça a arca para si, sua
esposa, seus filhos e suas respectivas esposas como também para os animais; logo, a arca
começou a ser construída quando os filhos de Noé já eram adultos e casados. Além do mais,
como foi mostrado anteriormente, o dilúvio veio sobre a terra quando Noé tinha 600 anos, e
um dos seus filhos, Sem, teria apenas 100 anos depois do dilúvio: “Estas são as gerações de
Sem: Sem era da idade de cem anos e gerou a Arfaxade, dois anos depois do dilúvio”.
E aqui a teoria dos 120 anos desmorona com grande estrondo. Basta observar que Noé não
teve o seu primeiro filho de registro até que ele fez 500 anos de idade, e veio o dilúvio 100
anos depois (Gênesis 7:6). Se permitirmos que os filhos de Noé cresçam e depois disso
encontrem suas esposas, acrescentando que somente depois de casados é que foi feito o
anúncio do dilúvio, ficamos então com um período bem menor que os 120 anos tradicionais
para a construção da Arca.
Apenas em Gn 6:22 é que Noé fez conforme tudo quanto Deus lhe ordenou: “Assim fez Noé;
conforme a tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez”. Aqui é que se começa a fazer
menção da construção da arca e não 120 anos antes.
Matusalém e Lameque
Alguns fatos curiosos envolvendo dois personagens antediluvianos podem mudar tudo com
relação à interpretação tradicional dos 120 anos para o tempo de construção da Arca. Falo de
Matusalém, avô de Noé, e seu filho Lameque, pai de Noé.
A Bíblia afirma que Lameque morreu apenas cinco anos antes do dilúvio, e se fizermos uma
leitura atenta das datas do Antigo Testamento também descobriremos que de Matusalém é
dito ter morrido no ano da grande enchente. Observe que em Gênesis 5:28, 29 está registrado
que Lameque tinha 182 anos quando gerou Noé: “E viveu Lameque cento e oitenta e dois
anos, e gerou um filho, a quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de
nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor
amaldiçoou”.
Gênesis 5:31 registra que Lameque morreu com 777 anos: “E foram todos os dias de
Lameque setecentos e setenta e sete anos, e morreu”.
Perceba agora: se ele gerou Noé com 182 anos de idade está faltando 595 anos para
completar 777 anos. Assim, quando Lameque morreu Noé tinha 595 anos. Isso significa que
Lameque morre cinco anos antes da enchente vir, pois sabemos por Gên 7:6 que o dilúvio
chegou sobre a terra quando Noé tinha 600 nos: “E era Noé da idade de seiscentos anos,
quando o dilúvio das águas veio sobre a terra”.
Se você acompanha a leitura atentamente observe agora o problema maior: Ele se chama
Matusalém.
A Bíblia diz em Gên 5:27 que Matusalém, avô de Noé, morreu aos 969 anos: “E foram todos
os dias de Matusalém novecentos e sessenta e nove anos, e morreu”.
Acredito que não são muitos que se perguntem por que Noé recebeu instruções de Deus para
fazer uma Arca em 120 anos, mas antes do barco ser construído ele diz que somente
deveriam entrar nele Noé e sua família direta e nada diz sobre dois outros familiares de Noé
vivendo entre eles, seu avô e seu pai, os quais também eram homens piedosos, como sugere o
contexto sobre os mesmos. Em outras palavras, acredito que não são poucos os estudiosos do
texto bíblico que deixaram de perceber que Deus decide mandar as águas do dilúvio sobre a
terra e eliminar dela tanto homens quanto animais, que Noé foi considerado um homem justo
e foi escolhido para recomeçar a povoar a terra a partir de sua família, mas havia dois
ancestrais do patriarca, Matusalém e Lameque dos quais nada foi dito. Por que o silêncio
sobre estes dois personagens se o anúncio da construção da arca teria ocorrido mais de um
século antes de suas respectivas mortes?
E aqui pode surgir uma questão: Como saber se eles realmente eram tementes a Deus? Não é
difícil resolver o problema quando atentamos para alguns detalhes interessantes sobre
Lameque e Matusalém.
Desde que Matusalém morreu no ano do Dilúvio, talvez alguns se perguntem se ele também
era um descrente e pereceu nas águas da inundação, mas a Bíblia não indica que a causa de
sua morte foi por afogamento. De sua condição espiritual, sabemos pouco, exceto que ele era
filho de Enoque (aquele que Deus tomou para si), mas sabemos que seu filho Lameque
profetizou com discernimento espiritual o nascimento de Noé: “E viveu Lameque cento e
oitenta e dois anos, e gerou um filho, a quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará
acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor
amaldiçoou”.
Outro detalhe interessante é que, quando Matusalém nasceu, seu pai, o piedoso Enoque, deve
ter profeticamente conhecido as próximas coisas, pois ele deu um nome muito interessante e
significativo ao seu filho. Matusalém quer dizer: “quando ele morrer, o julgamento virá“. Não
acredito ter sido mera coincidência que a morte de Matusalém possa ter ocorrido justamente
antes da grande enchente.
Podemos, portanto, fazer aqui algumas inferências; Matusalém e Lameque, cabeças de
gerações e descendentes da linhagem do justo Sete eram homens piedosos que aguardavam
consolação permanecendo fiéis ao Criador. Portanto, é lícito crer que Deus anunciou o
dilúvio somente depois da morte de Lameque, quando Noé contava com 595 anos de idade,
sendo que a morte de Matusalém era o último sinal para o fim, motivo pelo qual Deus diz que
apenas Noé, sua esposa, seus filhos e suas respectivas esposas, entrassem na arca. E se o
dilúvio veio quando ele estava com 600 anos (Gn 7:6), então Noé levou cinco anos para
construir a Arca. O livro de Jasher (que foi citado em Josué 10:13 e 2 Samuel 1:18) no
capítulo 5, versículo 34 afirma que Noé demorou cinco anos para construí-la: “Em seus
quinhentos e noventa e cinco anos Noé começou a fazer a arca, e ele fez a arca em cinco
anos, como o Senhor tinha ordenado”.
Deus dá uma ordem específica para Noé construir a arca depois que Lameque, seu pai, morre
– Noé tem 595 anos.
O povo antediluviano
Gênesis 6:1-3 diz o seguinte: “E aconteceu que, como os homens começaram a
multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, e viram os filhos de Deus
que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que
escolheram”.
Atentemos para o contexto onde está registrado como teve inicio a corrupção do gênero
humano. Pela sequência dos acontecimentos podemos perceber que tomou um tempo
consideravelmente longo para que essa corrupção se generalizasse despertando a ira de Deus,
pois o texto principal usa frases como: “… os homens começaram a multiplicar-se…
nasceram-lhes filhas”; precisamos de tempo para permitir que os filhos de Deus
observassem as filhas dos homens, e o contexto seguinte requer ainda mais tempo para que
estes se relacionem multiplicando-se consideravelmente ao ponto de gerar um caos total
dando motivos suficientemente maléficos para que Deus resolva destruir todos.
Acompanhe a leitura em Gênesis 6:
1 E ACONTECEU que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da
terra, e lhes nasceram filhas,
2 Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si
mulheres de todas as que escolheram.
3 Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem;
porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.
4 Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus
entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve
na antiguidade, os homens de fama.
5 E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.
6 Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em
seu coração.
7 E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o
homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os
haver feito.
Observe na sequência abaixo que o anúncio do dilúvio somente é feito a Nóe em Gn 6:13. O
pensamento inicial do dilúvio simplesmente envolveu Deus apenas diante do espetáculo que a
raça humana havia se transformado. Deus não fala a Noé até o versículo 13, momento em
que ele expressa sua preocupação com a violência na terra, a sua intenção de destruir a terra,
e as instruções subsequentes sobre como construir a arca.
Note que no contexto que acompanha a rebelião dos homens, o escritor de Gênesis
novamente lembra os filhos que Noé gerou e deixa explícito que citava a geração dos justos
em vigência, a de Noé. Como ele fala da geração do patriarca, curiosamente não repete a
idade de Noé quando gerou os três filhos; isso porque nessas alturas dos acontecimentos Noé
já passava em muito dos 500 anos de idade.
A sentença sobre a grande catástrofe vem depois de total corrupção sobre a terra. Estamos
avançando na história, nos aproximando de 1656, o ano do dilúvio.
8 Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.
9 Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé
andava com Deus.
10 E gerou Noé três filhos: Sem, Cão e Jafé.
11 A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de
violência.
12 E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia
corrompido o seu caminho sobre a terra.
13 Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque
a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.
O foco está em Noé e sua descendência. Importante também é notar os verbos indicando os
acontecimentos em vigência. Alguns versículos mostram que a terra já estava toda tomada
por corrupção e violência quando usa termos como: “Estava corrompida”, “encheu-se a
terra de violência”, “havia corrompido”. O ponto culminante vem com a sentença do
último verso citado, onde Deus deixa explícito sobre a situação do momento presente, ou
seja, a terra “esta cheia de violência”, o que pede uma intervenção direta e extraordinária do
próprio Senhor.
Devemos observar também outro detalhe importante no verso 13, onde Deus diz que o fim de
tudo que tem fôlego de vida era iminente – estava para vir breve – quando usa a sentença: “…
O fim de toda a carne é vindo perante a minha face”. Esse detalhe também nos permite
inferir que o anuncio do diluvio foi feito perto do acontecimento, o que fielmente traduz a
versão King James quando atesta que “The end of all flesh is come (é chegado)”. A tradução
da NSA foi mais precisa quando diz que “The end of all flesh has come (chegou)”. Deus não
seria urgente e claro com Noé, dizendo que havia chegado o momento, se ainda faltassem
120 anos para o dilúvio acontecer. E no versículo 14 o senhor diz: “Faze para ti uma arca
de madeira de gofer…”.
O verbo fazer está no imperativo expressando uma ordem, um pedido, uma orientação, ou
seja, Deus está dizendo: “faze tu uma arca… O dilúvio está às portas”…
E os 120 anos de tolerância?
Como vimos anteriormente, a ideia original que levou 120 anos para construir a arca é
baseado em Gênesis capítulo 6, versículo 3, que diz: “E o Senhor disse: Meu espírito não
permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão de cento e
vinte anos”.
O significado destes “120 anos” tem sido um ponto de discussão. Alguns alegam que é
provavelmente uma sentença comunicando que haverá 120 anos antes do Dilúvio como um
tempo de tolerância. Outros ensinam que Deus estava estabelecendo o tempo de vida máximo
de seres humanos, embora todos na linha de Noé até Jacó (12 gerações depois de Noé)
viveram mais do que isso. E há um terceiro grupo que diz que são as duas coisas. No entanto,
a diminuição da vida dos homens vem de fato a acontecer. É interessante notar, que depois do
dilúvio, o tempo de vida passa a ser muito menor do que o de seus ancestrais pré-diluvianos,
mas que esta transformação vai acontecendo gradualmente, como se Deus houvesse de
alguma forma reprogramado o genoma humano, fazendo com que nosso organismo se
extinguisse cada vez mais cedo a ponto de estabelecer a idade de 120 anos como tempo limite
de vida para os homens.
A limitação de anos não era sobre esses homens ou naqueles imediatamente após o dilúvio,
mas sobre a raça humana em geral. Demorou algumas gerações para a vida dos homens
encurtar a 120 anos, mas vemos declínio constante. Arfaxade viveu até os 438. Salah viveu
até os 433, Eber viveu até os 464, Peleg viveu até os 239, assim como Reu, Serugue viveu até
os 230, e Naor viveu até os 148. Abraão viveu até os 175, mas é indicado que ele viveu uma
vida excepcionalmente longa. No tempo de Moisés, a idade do homem caiu para 120.
O fato de os primeiros homens viverem tanto tempo, perto de mil anos, conforme o relato
bíblico, pode parecer uma coisa mitológica ou simbólica aos olhos do homem moderno, mas
não é. Vários historiadores antigos o confirmam, não poucos, conforme relata Flávio Josefo:
“que muitos que escreveram a história da Grécia como de outras nações, dão este testemunho.
Maneton, que escreveu a história dos egípcios, Berose, que nos deixou a dos caldeus, Moco,
Hestieu e Jerônimo, o egípcio, que escreveram a dos fenícios dizem também a mesma coisa.
Hesíodo, Hecateu, Ascaulila, Helanico, Eforo e Nicolau, referem que estes primeiros homens
viviam até mil anos”. (História dos Hebreus – Volume I – Cap 15).
A Bíblia ensina que Noé pregou durante 120 anos?
Não podemos esquecer que Deus ordena a construção da Arca para Noé e sua família,
ninguém mais. Gênesis 6:13-18 esclarece: “Faze para ti uma arca da madeira de gofer…
Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda a carne
em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará.
Mas
contigo estabelecerei a minha aliança; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, tua mulher
e as mulheres de teus filhos contigo”.
Na verdade, não há na Bíblia a afirmação de que Noé tenha pregado durante 120 anos, apesar
de a Bíblia dizer que ele o fez por algum tempo. Vamos ver em 2 Pedro 2: 5: “[Deus] não
poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas,
quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios”.
Ainda Pedro…
“Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para
levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito, no
qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais em outro tempo foram
rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se
preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água”, 1 Pedro 3:
18-20.
Note que na sua segunda carta o apóstolo Pedro chama Noé de “pregador da justiça” e na
primeira carta nos informa da longanimidade de Deus que aguardava naqueles dias. Isso nos
autoriza a pensar que Noé pregou sim aos seus contemporâneos, provavelmente por um
tempo mais longo, mesmo antes do início da construção da arca.
Qual o conteúdo da pregação de Noé?
Certamente, a mesma pregação acerca do futuro juízo de Deus, como já havia pregado o seu
bisavô Enoque:
Judas 1:14, 15 “Quanto a estes foi que também profetizou Enoque, o sétimo depois de
Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades, para exercer juízo
contra todos e para fazer convictos todos os ímpios, acerca de todas as obras ímpias que
impiamente praticaram e acerca de todas as palavras insolentes que ímpios pecadores
proferiram contra ele”.
O historiador Flávio Josefo (37-103 AD) opina: “Noé, entristecido pela dor de vê-los imersos
em seus crimes, exortava-os a mudar de vida” (1).
Noé chamava as pessoas para que entrassem na arca?
Não há nenhum texto bíblico que diga isto, pelo contrário, diante da maldade do mundo,
Deus ordena a arca para a salvação de Noé e de sua família.
Hebreus 11:7 “Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda
não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa;
pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé”.
Mas, sendo assim, então para que servia a pregação de Noé? Para conclamar a justiça de
Deus sobre aos impenitentes!
Através do Novo Testamento vemos um paralelo entre o juízo de Deus no Dilúvio e a
destruição de Sodoma e Gomorra:
Lucas 17:26-29 “Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do
Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos. O mesmo aconteceu nos dias de Ló:
comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que
Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos”.
E Pedro acrescenta
2 Pedro 2: 5-8 “e [Deus] não perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, pregador da
justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; e
condenou à subversão as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza e pondoas para exemplo aos que vivessem impiamente; e livrou o justo Ló, enfadado da vida
dissoluta dos homens abomináveis (porque este justo, habitando entre eles, afligia todos
os dias a sua alma justa, pelo que via e ouvia sobre as suas obras injustas)”.
Lembremos que Abraão tentou interceder por aquelas cidades:
Gênesis 18:23-32 “E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o
ímpio? Se, porventura, houver cinquenta justos na cidade, destrui-los-ás também e não
pouparás o lugar por causa dos cinquenta justos que estão dentro dela? Longe de ti que
faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti
seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra? Então, disse o SENHOR: Se eu em
Sodoma achar cinquenta justos dentro da cidade, pouparei todo o lugar por amor deles.
E respondeu Abraão, dizendo: Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor, ainda que
sou pó e cinza. Se, porventura, faltarem de cinqüenta justos cinco, destruirás por
aqueles cinco toda a cidade? E disse: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco.
E continuou ainda a falar-lhe e disse: Se, porventura, acharem ali quarenta? E disse:
Não o farei, por amor dos quarenta. Disse mais: Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda
falar: se, porventura, se acharem ali trinta? E disse: Não o farei se achar ali trinta. E
disse: Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor: se, porventura, se acharem ali vinte?
E disse: Não a destruirei, por amor dos vinte. Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que
ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a
destruirei, por amor dos dez”.
E o resultado:
Gênesis 19:15, 16; 24,25 “E, ao amanhecer, os anjos apertaram com Ló, dizendo:
Levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças na
injustiça desta cidade. Ele, porém, demorava-se, e aqueles varões lhe pegaram pela mão,
e pela mão de sua mulher, e pela mão de suas duas filhas, sendo-lhe o Senhor
misericordioso, e tiraram-no, e puseram-no fora da cidade. Então, o SENHOR fez
chover enxofre e fogo, do SENHOR desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra. E
derribou aquelas cidades, e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas
cidades, e o que nascia da terra”.
Usando do paralelo destes textos com os outros já estudados podemos entender que a
presença de um certo número de pessoas tementes a Deus, chamadas de “justos” nestas
ocasiões seria suficiente para que Deus, por amor a elas, cancelasse a destruição; todavia, este
número de pessoas nessas mínimas condições de temor a Deus não chegou a dez em cada
caso. Deste modo, tanto os anjos enviados à casa de Ló, como a arca de Noé foram
instrumentos de Deus para a salvação dos poucos que criam nEle.
Contudo, assim que Noé iniciou a construção da arca, podemos assegurar que o esforço seu e
de sua família tenha se concentrado no trabalho árduo; e que as marteladas na madeira se
tornaram a sua pregação mais eloquente, indicando o juízo que fatalmente se cumpriria.
Entretanto, estes acontecimentos não podem ser circunscritos à mera história, pois, servem de
alerta para o materialismo e vaidade de nossos dias. Jesus Cristo nos alerta:
Mateus 24.37-39 “Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do
Homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam,
casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o
perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda
do Filho do Homem”.
E Ele vem!
Amém
Fontes
1 - “O que a Bíblia não diz... mas muitos pregadores e Mestres dizem”. Autor: Paulo de Aragão Lins
2 - What is the Meaning of Noah and the Ark?
http://gnosticteachings.org/faqs/scripture/3394-what-is-the-meaning-of-noah-and-the-ark.html?
3 - Did Noah Spend 120 Years Building the Ark?
http://midwestapologetics.org/blog/?p=1445

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