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Frecuencia COMUNICAÇÃO SEM FIO NA AMÉRICA LATINA Latinoamérica Edição em português Ano 8 - Nº 58 - Junho 2004 www.frecuenciaonline.com BANDA LARGA CRESCE NA AL MERCADO PERUANO: TEMPO DE TRANSIÇÃO Comunicação SEM RISCO Políticas de uso e novos padrões garantem segurança das redes Wireless ESPECIAL flp_jun2004_capa.pmd 1 GSM Tecnologia amplia participação no segmento móvel latino-americano 01/06/04, 09:20 EDITORIAL FRECUENCIA Nº 58 Junho 2004 www.frecuenciaonline.com MATRIZ ITP Editorial 475 Biltmore Way, Suite 308 Coral Gables, FL 33134-5756 Todo cuidado sempre será pouco DIRETORA EDITORIAL Graça Sermoud [email protected] EDITORA EXECUTIVA Ana Paula Lobo [email protected] EDITORA ASSISTENTE Clara Persand [email protected] CORRESPONDENTES Argentina - Elías Tarradellas Ecuador - Jaime Yumiseva Perú - Marco Villacorta Miami - Andres Velazquez CIRCULAÇÃO Carmen Burgos [email protected] WEBMASTER Danilo Bilbao [email protected] TRADUTORA Ana Cristina Gonçalves ADMINISTRAÇÃO & FINANÇAS Carmen Luz Yumiseva ESCRITÓRIOS REGIONAIS ITP EDITORIAL – BRASIL Avenida Cidade Jardim, 400 – 20 Andar São Paulo, SP – CEP: 01454-000 Tel: 55-11-3818-0848 Fax: 55-11-3818-0899 ITP EDITORIAL – REGIÃO ANDINA Av. Eloy Alfaro 3822 y Gaspar de Villaroel Quito – Ecuador Tel: 593-22-422-568 Fax: 593-22-424-871 REDAÇÃO FRECUENCIA/ BRASIL Av. Ibirapuera, 2907 / conj: 121 Moema - São Paulo – CEP: 04029-200 Telefones: 55-11-5053-9828 / 9829 FAX: 55-11-5053-9838 Impressão Henel Indústrias Gráficas Ltda. www.henel.com.br Edição de Arte e Diagramação Pedro R Costa [email protected] FRECUENCIA LATINOAMÉRICA circula dez vezes no ano e é distribuída às empresas e executivos do mercado de telecomunicações sem fio. Assinatura anual: Latinoamérica, EUA e Canadá: US$ 75. Europa e Ásia: US$ 95. Direitos Reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta publicação sem prévia autorização da direção. As opiniões contidas na revista Frecuencia Latinoamérica refletem a posição dos autores e não necessariamente a da ITP Editorial. Na tecnologia, assim como na vida real, segurança não é uma simples questão de aquisição de produtos ou de sistemas eficientes de vigilância. Ela requer a adoção de políticas de gestão e de conduta para evitar situações de risco. No mundo Wireless, a máxima de que não existe rede 100% segura é mais do que válida e esse é o tema do especial que Frecuencia Latinoamérica preparou para essa edição. Nele, será possível identificar quais são as melhores estratégias para conduzir, com o máximo de zelo possível, o uso e a implementação das redes sem fio na rotina de trabalho. Os especialistas advertem: qualquer deslize poderá ser suficiente para a presença de invasores. Mais do que isso. Os responsáveis pela administração da rede não podem se enganar. Os inimigos não estão apenas além dos muros da empresa. Eles podem estar dentro de casa. Para acalmar os mais reticentes, os especialistas asseguram, no entanto, que a evolução dos produtos é constante e tornam o mundo Wireless tão "inviolável" quanto o das redes tradicionais. Uma safra de padrões desembarca no mercado e ajuda a montar uma infra-estrutura de qualidade e confiável. Outro tema importante na edição é a evolução tecnológica da telefonia móvel na América Latina. Cada vez mais, acirra-se o confronto entre os mundos GSM e CDMA, que disputam a preferência das operadoras na região. Os fornecedores GSM comemoram os bons resultados alcançados e, em entrevista exclusiva à Frecuencia Latinoamérica, Alberto Blanco, diretor de Marketing da Oi, operadora de telefonia móvel brasileira e considerada um fenômeno mundial Graça Sermoud de implementação da tecnologia, revela as ações da carrier para tornar-se uma das líderes do segmento. Por sua vez, os fornecedores CDMA não admitem perder espaço nesse combate. Em evento realizado no final de maio, no Rio de Janeiro, Brasil, os desenvolvedores deixaram claro que a evolução para a Terceira Geração está na utilização da tecnologia. Como não há ainda uma definição sobre como será o uso da freqüência 3G na América Latina, esse duelo promete ter vários rounds. Ana Paula Lobo Equipe editorial COMERCIAL Latinoamérica, USA y Europa GERENTE de VENDAS & MARKETING Sara Astoul 475 Biltmore Way, Suite 308 Coral Gables, Fl 33134-5756 tel: 305-567-2492 [email protected] Argentina Edgardo Muchnik Defensa 649 - 4º “D” C1065 - Capital Federal Buenos Aires tel: 15-4182-2565 [email protected] Ásia Ben Sanosi interAct Group 10 Anson Road No. 11-17 International Plaza Singapore 079903 Tel/Fax: +65 68770418 [email protected] Brasil Avenida Cidade Jardim, 400 20 Andar - CEP: 01454-000 São Paulo, SP Tel: 55-11-3818-0848 Fax: 55-11-3818-0899 FRECUENCIA – JUNHO 2004 DIRETORA & EDITORA-CHEFE Ana María Yumiseva [email protected] 3 flp_jun04_3_editorial.pmd 3 03/06/04, 19:48 Í N D I C E 06 NOTÍCIAS DOS PAÍSES 12 PERFIL Em entrevista exclusiva à FRECUENCIA LATINOAMÉRICA, Matt Gharegozlou, diretor geral da Hitachi Data Systems, adianta que as mudanças do sistema financeiro determinadas pelo acordo de Basiléia terão impacto em todos os setores produtivos. 14 ESPECIAL GSM Os fornecedores têm motivos para comemorar. Com exceção do Haiti, todos os demais países da América Latina possuem uma operação GSM ativada. Brasil, México, Chile e Colômbia despontam como os principais mercados da tecnologia na região. 18 22 TECNOLOGIA REGIONAL O mercado peruano está em transformação. O governo decide se renova ou não o contrato de concessão da Telefónica Peru, principal fornecedora de serviços fixo no País. Na telefonia móvel, a possível compra da BellSouth pela Telefónica Móviles divide opiniões. Especialistas advertem que é uma ingenuidade do mercado acreditar que padrões e equipamentos de última geração podem garantir segurança absoluta. Sem políticas de gestão definidas, os investimentos podem ser improdutivos e a rede estará mais vulnerável do que nunca. MERCADO 29 Colômbia Móvel e Telmex são as primeiras usuárias na região do padrão Parlay, que surge como uma alternativa à necessidade das operadoras de lançar novas soluções em escala comercial no menor tempo possível. 30 SOLUÇÃO 32 APLICAÇÃO 34 OPINIÃO QUEM INVADIU A MINHA ? FRECUENCIA – JUNHO 2004 REDE Telefónica Argentina investe em Data Warehouse e Business Intelligence para fidelizar e conquistar novos assinantes. Educação e inclusão social e digital através de redes IP deixam de ser promessas tecnológicas. ENVIE SUAS OPINIÕES E COMENTÁRIOS PARA [email protected] 4 flp_jun04_4_indice.pmd Os serviços de banda larga apresentam grande potencial de crescimento, mas precisam adequar-se à realidade social e econômica da região. 4 03/06/04, 18:27 NOTÍCIAS AMÉRICA LATINA Carlos Slim mostra a sua força na AL FRECUENCIA – JUNHO 2004 O megaempresário Carlos Slim viajou pelos países onde está investindo pesado: Argentina, Chile e Brasil. No Chile, primeira escala do tour, o executivo não poupou critícas à Subtel (Superintendência de Telecomunicações). O órgão concordou com um reajuste de 40% para a tarifa de interconexão proposta pela Telefónica CTC, monopolista da última milha no País. Segundo Carlos Slim, que recém-comprou as operações da ChileSat, provedora de serviços de telecom para mercado corporativo, o valor é excessivo e prejudicará a oferta de novos produtos aos consumidores. O megaempresário aproveitou também para revelar a sua posição em relação ao processo de aquisição da BellSouth pela Telefónica Móviles. Carlos Slim é contrário à aprovação do negócio, por entender que a fusão das empresas prejudicaria a concorrência na telefonia móvel chilena, já que a nova operadora ficaria com mais de 45% do market share. NOVAS FRENTES Na Argentina, Slim confirmou que as empresas que adquiriu – AT&T, Techtel e MetroRed – vão passar a usar a marca Telmex em suas operações, para facilitar o entendimento do consumidor de que, agora, essas empresas são uma só. Na telefonia móvel, para enfrentar a concorrência da Telefónica, Slim dedicou mais de US$ 150 milhões à renovação da infra-estrutura de tecnologia e de atendimento ao cliente da CTI Móvil. “Estamos trabalhando para ser um provedor completo de serviços móveis e fixos com a integração de todas as companhias que compõem o grupo Telmex no País”, destacou Slim, em entrevista à imprensa argentina. A última etapa da viagem foi no Brasil. O megaempresário elogiou a condução da economia nacional pelo Governo Luis Inácio Lula da Silva, mas criticou a excessiva carga tributária imposta ao mercado produtivo e ao consumidor brasileiro. Questionado sobre o interesse da Telmex em adquirir o controle da Net, operadora de TV por assinatura nacional, Slim não confirmou, mas também não descartou. Ele assegurou que está “interessado em investir em tudo que estimule o desenvolvimento dos negócios da companhia”. Com relação à Embratel, adquirida pelo grupo Telmex, o empresário disse que aguarda tão somente a liberação da compra pelos órgãos reguladores brasileiros para assumir o controle da operadora. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deverá posicionar-se oficialmente sobre a compra na segunda quinzena de junho. CHILE Fusão BellSouth/telefónica fica para 2005 Especialistas do setor de telecomunicações acreditam que a fusão entre as operações da BellSouth e da Telefónica Móvil no Chile só deverá ser concretizada no primeiro semestre de 2005. Eles descartam a possibilidade de uma fusão imediata, uma vez que, até o momento, as autoridades antimonopolistas ainda não tomaram uma posição oficial em relação ao negócio. Se aprovada, a fusão gera uma operação gigante, que deterá 45% do mercado de telefonia móvel chilena. O aspecto legal, no entanto, não é o único entrave para uma operação mais ágil. Os acionistas da CTC, operadora de telefonia fixa chilena, precisam aprovar a venda de Telefónica Móvil para Telefónica de Espanã. Os analistas acreditam que esse processo deverá levar mais dois meses para ser concluído. Somente após todas essas etapas vencidas, a Telefónica Móviles, subsidiária latino-americana da Telefónica da Espanha, irá assumir o controle da BellSouth. Para acelerar o processo de aprovação da compra, a Telefónica apresentou, no fim de maio, um relatório para as autoridades chilenas onde busca provar que a compra não determinará a formação de um monopólio na telefonia móvel do País. No estudo, a carrier espanhola aponta que o Chile conta com outros três provedores – Smartcom PCS, Entel PCS e Nextel. Ao mesmo tempo, admite que, nos últimos 18 meses, cerca de 40% dos clientes trocaram de operadora em função das campanhas realizadas pela concorrência. ARGENTINA Telecom Argentina é multada em US$ 360 mil O mau atendimento ao cliente começa a ser punido com rigor na Argentina. A comissão Nacional de Comunicações (CNC) aplicou uma multa de US$ 360 mil na Telecom Argentina por não ter implementado um sistema de telefonia pública de emergência em áreas que tiveram o serviço de telefonia prejudicado em função de roubo de cabos. A carrier terá ainda que conceder um abono aos clientes que ficaram mais de 10 dias sem serviço na próxima conta telefônica. 6 flp_jun04_6a9_noticias.pmd 6 03/06/04, 20:26 NOTÍCIAS BRASIL Alcatel aposta em manufatura A empresa francesa vive um novo momento no mercado brasileiro. Na área de manufatura, a Alcatel avalia a fabricação de celulares no País. Enquanto isso, inicia a produção de Estações Radiobase, com investimentos que somarão US$ 2,600 milhões, em busca de alto nível de nacionalização. Na linha de negócios, a Alcatel dá prosseguimento a costura de novos contratos para fornecimento de tecnologia GSM para as operadoras celulares. A Claro, operadora do grupo América Móvil e a Brasil Telecom (BrT) são as candidatas. Mais do que ações, a Alcatel contabiliza resultados numéricos. Segundo anunciou seu presidente no Brasil, Jonio Foigel, a empresa encerrou o primeiro trimestre de 2004 com uma receita líquida de R$ 216 milhões. Para o executivo, o resultado preliminar é um bom sinal de reversão do quadro. Em termos de comparação, a empresa contabilizou, no final de 2003, receita líquida de R$ 667 milhões, 20% abaixo do resultado alcançado em 2002, quando registrou a marca de R$ 837 milhões. Governo cria programa de doação de computadores usados Através de um programa batizado de "Computadores para inclusão", o governo brasileiro promoverá, anualmente, a doação de 120 mil computadores usados . O secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, diz que a iniciativa faz parte do plano que busca combater a pobreza e a violência por meio da inclusão digital. "Imaginamos que algo em torno de 120 mil computadores/ano possam ser recuperados a partir das máquinas que o governo substituir nas ruas redes, nas diversas empresas estatais e nos órgãos da administração direta", disse. O secretário do Ministério do Planejamento explicou que esse projeto já foi testado com sucesso em outros países, entre eles, o Canadá, onde cerca de meio milhão de computadores já foram encaminhados às escolas públicas para programas de inclusão digital e social. Investimento em redes celulares cai 12% em 2003 Vendas de WLAN crescem 7% no trimestre Os atrasos na implementação e adoção de redes de terceira geração provocaram uma queda de 12% nos investimentos mundiais em infraestrutura de redes celulares em 2003, revela estudo realizado pelo Gartner. Levantamento indica que as operadoras de telefonia móvel investiram, no ano passado, ainda menos do que em 2002. Os gastos com equipamentos de acesso via rádio, comutação, aplicativos e infra-estrutura pesada de redes totalizaram US$ 40 bilhões, US$ 5 bilhões a menos do que no ano anterior. De acordo com o estudo, a Ericsson manteve a posição de liderança, com 26% de participação nas vendas, mas esse valor foi 3% menor frente a 2002. A fabricante suiça deve se beneficiar com a previsão de aumento do uso de redes 3G em 2004. A Nokia e a Siemens aumentaram, respectivamente, suas participações de mercado para 14% e 13%, impulsionadas pelos gastos com GSM e WCDMA. No estudo do Gartner, a Motorola ficou em quarto lugar, a Nortel ocupou a quinta posição e a Lucent Technologies ficou em sexto lugar. A tecnologia GSM foi dominante nos anúncios de contratos em 2003, respondendo por 64% do total de negócios divulgados e 59% do montante dos valores envolvidos. WCDMA e CDMA responderam por 14% do número de contratos anunciados, embora o CDMA, que respondeu por 37% dos valores envolvidos, ultrapasse o WCDMA. O Dell'Oro Group, instituto de pesquisas nas áreas de indústrias de redes e telecomunicações, aponta o crescimento de 7% nas vendas mundiais de Wireless LAN 802.11 no primeiro trimestre deste ano. O faturamento do setor atingiu a marca de US$ 537 milhões. Primeira colocada no ranking, a Cisco cresceu 55% no período. De acordo com Greg Collins, diretor senior do Dell'Oro Group, nos primeiros três meses deste ano, a produção de unidades da 802.11g respondeu por mais da metade do volume total da indústria de redes e por cerca de 60% do total do faturamento. O relatório trimestral do segmento de Wireless LAN inclui 802.11b, 802.11g e as multimodais (802.11a/b and 802.11a/g). De acordo com dados do Dell´Oro, a Cisco ocupa a liderança de vendas, seguida pela Symbol e pela Proxim. FRECUENCIA – JUNHO 2004 MERCADO 7 flp_jun04_6a9_noticias.pmd 7 03/06/04, 20:26 NOTÍCIAS AMÉRICA LATINA CDMA minimiza efeitos da concorrência REALIDADE FRECUENCIA – JUNHO 2004 Ana Paula Lobo Um erro de decisão. Desta forma os representantes do CDG – CDMA Development Group – avaliam a possibilidade de a Telefónica Móviles migrar as operações latino-americanas da BellSouth de CDMA para GSM. Perry LaForge, presidente e diretor executivo do conselho do CDG é taxativo. "GSM é uma tecnologia para voz. CDMA é para a convergência de voz e dados. Quem está investindo em GSM/GPRS terá que refazer seus planos em curto prazo", declarou o executivo durante a 3ª Conferência latinoamericana de CDMA, realizada no final de maio, no Rio de Janeiro. Questionado sobre o impacto da possível decisão de a Telefónica Móviles migrar as operações da BellSouth de CDMA para GSM, LaForge afirmou que a gigante espanhola precisa levar em conta o exemplo da norte-americana AT&T, que vendeu a operação GSM para a Cingular e está contratando infra-estrutura CDMA da Sprint. Ainda assim, o executivo descarta a perda de mercado na região. "Se houver mudanças, elas serão pontuais. Não atingirão todas as unidades", enfatizou. RANKING De acordo com dados da CDG, em 2010 haverá um bilhão de usuários de celulares com tecnologia CDMA ao redor do mundo. Deste total, cerca de 70% utilizarão CDMA2000, acrescenta LaForge. Segundo a entidade, a partir de 2006 o GSM perderá força e cederá lugar para o CDMA. "Cada vez mais os serviços de dados serão importantes na operação móvel. Eles vão impulsionar o uso da tecnologia", destacou o diretor do CDG. Para alcançar a liderança, as Baratear o custo dos terminais CDMA é uma das missões dos desenvolvedores da tecnologia. Não à toa, até o final deste ano, a Qualcomm finalizará a produção da segunda geração do chipset 6000, que permitirá aos fabricantes CDMA reduzir ainda mais o custo de manufatura e produção do terminal móvel celular para o usuário final. A nova versão, batizada de 6500, estará disponível comercialmente no primeiro trimestre de 2005. Atualmente, a primeira geração do chipset 6000 está presente em terminais que têm um custo final “GSM é uma tecnologia para voz. CDMA é para a convergência de voz e dados. Quem está investindo em GSM/GPRS terá que refazer seus planos em curto prazo” Perry LaForge, presidente e diretor executivo do conselho do CDG operadoras CDMA têm desafios imediatos. Entre eles, o de investir na disseminação da infra-estrutura de rede EV-DO, que permite a transmissão de dados a uma velocidade de 2Mbits. Nos Estados Unidos, a Verizon Wireless anunciou que irá estender o piloto com a tecnologia para todas as cidades do País. Na América Latina, a brasileira Vivo será a primeira da região a realizar testes comerciais com a tecnologia EV-DO. O projeto, que envolve a participação da Lucent Technologies, Motorola e Nortel Networks, está previsto para o segundo semestre deste ano. inferior a US$ 100 para as operadoras. A Kyocera já utiliza o chip na produção do K 112, criado para ser o mais popular da sua linha de handsets. O presidente da Qualcomm do Brasil, Marco Aurélio Rodrigues, lembrou que América Latina foi a grande motivadora dos investimentos da companhia no desenvolvimento do chipset de menor custo. Hoje, três anos depois, essa linha também está sendo direcionada para atender aos megamercados da China e da Índia que, recentemente, adotaram o CDMA em suas operações móveis. 8 flp_jun04_6a9_noticias.pmd 8 03/06/04, 20:26 NOTÍCIAS COMO FUNCIONA BRASIL 450MHz: tecnologia sai na frente para a postura dos demais países latino-americanos em relação ao uso comercial da faixa 450MHz. "Se fizermos a escolha correta, ela será adotada em toda a região. O combate à exclusão digital e social é tarefa comum em todos os países da América Latina", observou o executivo. Sem perder tempo, os fornecedores CDMA atraem para si a responsabilidade de viabilizar o uso da freqüência. A Lucent, por exemplo, é responsável, desde abril, por um teste que envolve a oferta de serviços de telefonia e Internet para cidades não atendidas pela infra-estrutura convencional de telecomunicações. O projeto acontece no Distrito Federal, na região Central do País. Durante a 3ª Conferência latinoamericana da tecnologia CDMA, a Nortel Networks e a ZTE anunciaram que farão testes na freqüência. Ainda esse mês, a fabricante chinesa inicia um projeto piloto em parceria com a operadora Unicel, que recém-recebeu autorização da Anatel para a experiência. Já a Nortel Networks anunciou que fará a sua experiência no segundo semestre, numa cidade brasileira ainda a ser definida. O objetivo é mostrar os benefícios do uso da tecnologia CDMA nas iniciativas de inclusão digital e de ampliação da oferta de serviços de telefonia móvel e fixa. FRECUENCIA – JUNHO 2004 Até a segunda quinzena de junho, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) colocará em consulta pública o regulamento para a destinação da freqüência 450 MHz para a oferta de serviços Internet, trunking (radiochamada), telefonia móvel e telefonia fixa. O órgão regulador brasileiro corre para regulamentar o uso da faixa com o intuito de poder utilizá-la nas licitações do Serviço de Comunicação Digital, previstas para serem lançadas antes do final desse ano. O SCD levará o acesso Internet banda larga para as escolas, hospitais e órgãos públicos. O vice-presidente da Anatel, Antonio Carlos Valente, admite que o posicionamento brasileiro será decisivo O CDMA 450 MHz permite uma cobertura geográfica de 10 a 20 vezes maior que as ERBs (Estações Rádiobase) nas freqüências em uso. Com isso o raio de alcance é de até 60 Kms. 9 flp_jun04_6a9_noticias.pmd 9 03/06/04, 20:26 PERFIL Abaixo da linha do EQUADOR Ana Paula Lobo Os países da América Latina fazem parte da vida profissional do norte-americano Matt Gharegozlou. Nos últimos 12 anos, ele atuou na região como gerente de Soluções da StorageTek, diretor de Vendas da Brocade e executivo de Negócios Globais da Hitachi Data Systems, tradicional fornecedora de soluções de armazenamento. Em abril, foi promovido ao cargo de diretor Geral da HDS na AL. Em entrevista exclusiva à Frecuencia Latinoamérica, Gharegozlou diz que a experiência acumulada ao longo desse período é crucial para os novos desafios: aumentar a presença da empresa no mercado de telecomunicações e ampliar o número de parceiros FRECUENCIA – JUNHO 2004 Tradicional na área financeira, a HDS não tem a mesma participação no mercado de telecomunicações. Quais são as ações previstas pela companhia para ampliar o market share na região? As operadoras de telecomunicações descobriram que armazenar seus dados em sistemas robustos não faz mais a diferença. É preciso tratá-los, refiná-los para conduzir as melhores estratégias e campanhas de marketing. É nesse cenário que a HDS planeja atuar: seremos um provedor de informações direcionado para a tomada de decisão. Até porque, nos próximos 10 anos, o segmento de storage irá crescer continuamente na América Latina, mas não mais com o foco puro e simples do armazenamento. Cada vez mais as aplicações ganham vida própria. Numa economia globalizada, o cliente precisa medir o valor do seu investimento em qualquer área, inclusive na tecnologia. A idéia da HDS é tornar-se uma fornecedora completa de soluções. Temos condições de armazenar, tratar e valorizar o dado. Só assim será possível ao cliente medir o retorno do investimento realizado em storage. No segmento financeiro, essa percepção já existe e várias instituições bancárias nos vêem como um parceiro de negócios. Queremos trazer essa integração para o mundo das telecomunicações e para os negócios com o governo, uma área muito promissora na 12 flp_jun04_12e13_perfil.pmd 12 03/06/04, 13:36 PERFIL AL, já que a maior parte quer profissionalizar sua administração e elege a tecnologia como a ferramenta ideal para essa evolução. O que levou a HDS a promover uma reestruturação mundial e a criar uma unidade própria para a América Latina? Mudar é uma obrigação de toda e qualquer empresa que planeja brigar pela liderança do seu segmento. A HDS detectou que era o momento de renovar. Até então, a América Latina ficava no mesmo guarda-chuva da China e Ásia. É uma geografia de difícil administração para qualquer executivo. Agora, a região latino-americana tem unidade e é gerenciada de Miami. Estamos mais próximos dos nossos parceiros. A China permanece debaixo da divisão Ásia, mas ganhou uma atenção especial, já que os negócios naquele País não páram de crescer. Os outros segmentos são a Europa, os Estados Unidos e a África. Toda essa reformulação tem uma explicação lógica: a HDS quer deixar de ser uma empresa de venda direta. Os canais ganham representatividade cada vez maior no negócio. Eles serão os nossos parceiros. Na AL, decidimos criar quatro divisões para incrementar a política de vendas indiretas: Brasil, que responde por 40% das vendas da HDS na região; México, que contribui com 35%; NOLA, que reúne países como Venezuela, Colômbia, Centroamérica e Caribe; e SOLA, com Peru, Equador, Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai, que somados respondem por 25% da receita. Cada divisão terá equipes próprias e parceiros capacitados para atuar com nossas soluções. Investimos mais de US$ 14 bilhões em Pesquisa e Desenvolvimento. Esse conheci- mento será repassado para os nossos parceiros. Eles serão identificados como a HDS. Com esse modelo de atuação, estabelecemos a meta de aumentar as vendas indiretas de 35% para 65%, até o final do nosso ano fiscal, em abril de 2005. A HDS é uma empresa de origem japonesa. Como o senhor explica as peculiaridades da América Latina ao primeiro escalão da corporação? Nos últimos 12 anos o que mais fiz na vida foi viajar pelos países situados abaixo da linha do Equador. Foi pansão. O setor de telecomunicações, o governo e a área de utilities precisam tratar suas informações. Em resumo, a América Latina é um mercado onde os números e os prognósticos de vendas driblam qualquer adversidade. Como o senhor vê o processo de consolidação do setor de telecomunicações na América Latina? É um momento de oportunidades? A compra da operação da BellSouth pela Telefónica Móviles poderá tornarse um dos maiores cases de integração de tecnologia em nível mundial. São milhares de base de dados que serão consolidadas; plataformas de software e hardware e aplicações integradas. É um trabalho que chamará a atenção de todo fornecedor de solução. Temos experiências importantes de integração no mundo financeiro e esse conhecimento pode nos dar um diferencial de competitividade diante dos nossos concorrentes. Com relação aos mexicanos, somos parceiros da Telmex e da Telcel. Isso poderá nos dar a chance de conquistar novos espaços. “O acordo de Basiléia II provocará uma grande revolução no uso da tecnologia em todos os segmentos e não apenas no financeiro. Acredito que esse movimento será tão impactante como foi o bug do milênio” Quais são os desafios do mercado de armazenamento nos próximos cinco anos? O acordo de Basiléia II provocará uma grande revolução no uso da tecnologia. Os bancos terão que se adequar às novas regras de tratamento de informações. Muitos deles, inclusive, já investem pesado na atualização dos seus sistemas. Acredito que esse movimento causará um impacto semelhante ao do "bug do milênio". Essas mudanças provocarão um efeito dominó. As grandes corporações e as próprias operadoras de telecomunicações também terão que investir mais para cuidar das suas informações e adequar-se à nova realidade. FRECUENCIA – JUNHO 2004 e é uma experiência fantástica. Conheci pessoas e locais maravilhosos. É verdade que as crises políticas e sociais preocupam, como essa que acontece na Venezuela, um mercado promissor. Mas os negócios sobrevivem a todas essas turbulências. A América Latina cresce num ritmo próprio. É uma área que instiga aos executivos de negócios. Tem vida e alma. Na própria HDS, a região registrou um crescimento de 15% no último ano fiscal. Mundialmente, o crescimento da companhia foi de 9%. Hoje, a AL representa 4% da receita total da área de tecnologia da HDS. O melhor de tudo é que os negócios permanecem em ex- 13 flp_jun04_12e13_perfil.pmd 13 03/06/04, 13:36 ESPECIAL GSM Tecnologia dá um salto na América Latina e briga pela liderança no segmento móvel Ana Paula Lobo e Graça Sermoud De grão o s fornecedores GSM (Global Systems for Mobile Communications) têm motivos para comemorar. Mais de um bilhão de assinantes utilizam a tecnologia no mundo. Na América Latina, os números também são satisfatórios. De acordo com dados da EMC Celular, instituto de pesquisa especializado em telefonia móvel, o GSM apresentou um crescimento de 200% num prazo de 12 meses, na região. O Brasil é o País que lidera o ranking de novos usuários GSM. Em março de 2004, contabilizava 9,9 milhões de assinantes da tecnologia. Em segundo lugar, desponta o México, com 6,6 milhões de usuários. Em seguida, vem o Chile, com 3,4 milhões, e a Colômbia, com 1,9 milhão. Para Erasmo Rojas, diretor Executivo da 3G Américas, essa é uma prova de que a tecnologia foi a escolhida para substituir o TDMA, principal infra-estrutura de telefonia móvel na América Latina. Entusiasmado com os resultados, Martin Miguel, diretor FRECUENCIA – JUNHO 2004 EM GRÃO 14 flp_jun04_14a17_gsm.pmd 14 03/06/04, 18:29 da subsidiária latino-americana da GSM Association, diz não ter dúvida que a tecnologia será a líder na região em 2006. Com exceção do Haiti, lembra ele, todos os países da América Latina possuem operadoras com infra-estrutura GSM. "Ainda temos um caminho a percorrer, mas a GSM/GPRS (General Radio Packet Services) é a sucessora do TDMA. Isso significa que as operadoras apostam na qualidade do serviço prestado a partir da tecnologia", afirma o executivo. DIANTEIRA Erasmo Rojas, da 3G Américas, diz que o Brasil é um excelente termômetro e referência para a região no uso da tecnologia GSM. Segundo ele, a Oi, considerada um fenômeno na implementação da tecnologia (Leia matéria na página 17), cresceu 150% em um ano, enquanto a Vivo, líder do mercado nacional e usuária da tecnologia CDMA, registrou um aumento de 30% na sua base de assinantes. Outro País que mostra MAIORES USUÁRIOS GSM um desempenho importante NA REGIÃO (MARÇO/2004) nessa guerra pela liderança PAÍS ASSINANTES é a Argentina. Depois da esBrasil 9,9 milhões tagnação econômica, o segMéxico 6,6 milhões mento móvel volta a invesChile 3,4 milhões tir. Na guerra pela conquisColômbia 1,9 milhões ta dos clientes, destaca-se a Venezuela 1,3 milhões CTI Móvel, que migrou sua Jamaica 1,0 milhão infra-estrutura CDMA para Peru 659.800 GSM e, ao longo desse ano, República Dominicana 598.800 planeja uma série de novos lançamentos. Para não perder espaço, a Personal Argentina também amplia a sua cobertura e aposta na oferta de serviços multimídia para fidelizar seus assinantes. Chile e Argentina, aliás, terão papel decisivo no futuro da evolução do GSM. Para isso, basta que a Telefónica Móviles que, em março, anunciou a compra das unidades da BellSouth na região - mantenha a decisão de migrar a infra-estrutura CDMA dessas operações para o GSM. Esse movimento implicará novas concorrências e uma mudança significativa nos dados de uso das duas tecnologias. Fonte: EMC World Celular Database - Maio 2004 E TECNOLOGIA SPECIAL GSM PROGRESSÃO 2001: 81M DE ASSINANTES CDMA 22,8% ANALÓGICO 24,5% 2008: 170M DE ASSINANTES ANALÓGICO 0,8% TDMA 23,8% CDMA 31,1% GSM 4,0% TDMA 48,7% GSM 44,3% Fonte: Pyramid Research (baseado em 18 mercados) Um dos grandes motivadores para o sucesso do GSM na América Latina é a possibilidade de economia de escala com a produção de terminais e de equipamentos de infra-estrutura, admite Erasmo Rojas, diretor Executivo da 3G Américas. De acordo com o executivo, o poder de negociação foi o grande motivador da decisão da América Móvil de eleger a tecnologia como a principal nas suas operações na região. "Compras em grande quantidade sempre dão margem para a obtenção de descontos. O poder de barganha do usuário cresce muito e há diversos fornecedores GSM no mercado", ressalta Rojas. FRECUENCIA – JUNHO 2004 ESCALA 15 flp_jun04_14a17_gsm.pmd 15 03/06/04, 18:29 ESPECIAL GSM Serviços de dados incrementam investimentos em EDGE Janela de OPORTUNIDADES está diretamente ligado ao sucesso das aplicações de dados. Nas operadoras que escolheram a tecnologia GSM/GPRS (General Radio Packet Services), o futuro para a construção de uma infra-estrutura veloz e mais capacitada para a oferta de novas aplicações está na EDGE (Enhanced Data Rates for GSM Evolution). Na América Latina, duas gigantes já dão os primeiros passos em direção a essa evolução: Telefónica, no Chile; e Telecom Itália, QUEM É O VERDADEIRO DONO? no Brasil e no Chile. As operadoras do grupo América Móvil - Claro, no BraO WCDMA pode vir a ser um entrave para os investimentos em EDGE na sil, e CTI Móvil, na Argentina - tamAmérica Latina, avaliam os especialistas. Segundo eles, com recursos cada vez bém capacitaram suas redes para a menores para grandes aportes em infra-estruturas, muitas operadoras da região EDGE, mas ainda não têm planos copoderão optar por não migrarem suas redes e aguardar uma definição sobre o merciais com a tecnologia. uso das freqüências relativas à Terceira Geração. Na prática, a EDGE permite transmisEm todos os seminários ligados ao uso da GSM, o WCDMA – Wideband Code são de dados em velocidade de até 473 Division Multiple Access – desponta como a tecnologia 3G. Com taxas de kbps, com taxas médias de 80 a 130 kbps. velocidades de transmissão de dados até 100 vezes superiores às ofertadas hoje Ela aumenta em três ou quatro vezes a nas redes móveis, a tecnologia habilita uma nova geração de serviços, incluindo capacidade de transmissão de dados da voz, vídeo, som digital, cor, imagens e animações. Ao mesmo tempo, o WCDMA GPRS. Além disso, pode ser implementada permite o uso mais eficiente do espectro - bem cada vez mais escasso - se na maioria das bandas usadas hoje: 800, comparado a outras técnicas, uma vez que é capaz de concentrar maior número 900, 1800 e 1900 MHz. de usuários numa faixa de freqüência. Exatamente por isso, os fornecedoO WCDMA levanta polêmica em relação a sua origem. Os fornecedores res do mundo GSM/GPRS/EDGE asseda arqui-rival CDMA asseguram que o WCDMA é uma evolução pura e guram que a tecnologia é a de melhor simples, tanto que mantém o nome da tecnologia. Já os dirigentes da 3G custo/benefício para as carriers que opAméricas e da GSM Association são taxativos ao afirmar que WCDMA não é taram por construir infra-estruturas CDMA já que não é uma tecnologia "proprietária de um único dono", TDMA, uma vez que elas podem realizar numa referência clara a norte-americana Qualcomm, detentora da superposição nas suas redes, estejam patente de desenvolvimento CDMA. elas em 850 e/ou 1900 MHz. Hoje, a Mas para evitar confusões ainda maiores, a 3G Américas e a GSM tecnologia TDMA é a líder de mercado Association resolveram, em novembro do ano passado, deixar de usar a na região. De acordo com pesquisa da nomenclatura WCDMA. Para substituí-la, foi criada a marca 3GSM, numa Pyramid Research, em 2008, o TDMA tentativa de esclarecer ao mercado as verdadeiras opções de serviços ligados ao responderá ainda por 25% do market uso da tecnologia no mundo. share da telefonia móvel celular. FRECUENCIA – JUNHO 2004 Ampliar a rentabilidade média por usuário (ARPU) é missão de toda e qualquer operadora. Na América Latina, onde a presença do serviço prépago é dominante – 80% dos assinantes preferem essa modalidade – essa tarefa é mais decisiva. O produto voz ainda é o grande responsável pelo sucesso da telefonia móvel, mas as carriers já detectaram que o aumento efetivo da receita 16 flp_jun04_14a17_gsm.pmd 16 03/06/04, 18:30 E TECNOLOGIA SPECIAL GSM Com dois anos de atuação, a Oi, empresa de telefonia móvel celular do grupo Telemar, é considerada um case de sucesso mundial da tecnologia GSM. Em entrevista exclusiva à Frecuencia Latinoamérica, o diretor de Marketing da operadora, Alberto Blanco, revela os planos da carrier para ampliar participação no mercado brasileiro e avalia o momento atual do segmento móvel na América Latina. Arrojo e INOVAÇÃO Arrojo, inovação e marketing agressivo. Esses foram os pilares da atuação da Oi no mercado. Na área de infra-estrutura, a Telemar não poupou recursos para a construção da maior rede GSM (Global System Mobile) a ser lançada no mundo de uma só vez. Esse esforço tem uma razão significativa: desde sempre a Telemar acredita na convergência dos serviços fixo-móvel. Esse é o futuro que estamos construindo hoje. Associada à infra-estrutura, a Oi priorizou promoções inovadoras e campanhas de marketing agressivas. Focamos a nossa atuação em ofertas segmentadas por tipos de clientes, incluindo planos customizados e produtos que ofereçam sinergia entre telefonia fixa e móvel. Vale ressaltar que a Oi foi a primeira operadora do mercado brasileiro a criar produtos específicos para crianças e jovens, até então, esquecidos pelos players da telefonia. Batizados de Oi Xuxa e Oi Universitário, os pacotes, em conjunto, representam cerca de 25% das vendas. O mercado latino-americano mostrase concentrado em três grandes players: América Móvil, Telefónica Móviles e Telecom Itália. Juntas, essas gigantes detêm mais de 80% do segmento móvel celular da região. Como a Oi, que é uma nova competidora, posiciona-se neste cenário? Essas operadoras são competidoras importantes, mas o mercado não está fechado. Quem quer trabalhar, encontra o seu lugar. Em dois anos de atuação, a Oi conquistou 20% do market share da região onde atua - Rio de Janeiro ao Amazonas. Em março, alcançamos a marca de 4,4 milhões de assinantes. Até o final do ano, acreditamos chegar aos 6 milhões. Há espaço para quem sabe atuar e planeja produtos que atendam a demanda do mercado celular. Queremos liderar na nossa região de atuação e estamos trabalhando para alcançar essa meta o mais rápido possível. Quais são os passos futuros da Oi em relação à evolução do GSM/GPRS? O futuro está na licitação da Terceira Geração, que a Agência Nacional de Telecomunicações ainda não definiu como acontecerá no Brasil. Quando hou- “Essas operadoras (Telefónica Móviles, Telecom Itália e América Móvil) são competidoras importantes, mas o mercado não está fechado. Quem quer trabalhar, encontra o seu lugar” ver o processo, vamos decidir uma nova estratégia. É bom frisar, no entanto, que a tecnologia GPRS atende a convergência de voz e dados e oferece a velocidade necessária para a oferta de serviços como mensagens multimídia (MMS), toques musicais( ringtones) e download de vídeos. Aliás, essa é uma aposta importante no mundo móvel. Hoje, a Oi tem o produto Mundo Oi, que reúne mais de 100 vídeos para serem baixados nos terminais. O preço do download é de apenas R$ 1,99. A proposta é disseminar o uso da tecnologia no País. FRECUENCIA – JUNHO 2004 A Oi é considerada uma referência mundial na tecnologia GSM. Quais as ações determinantes para o sucesso alcançado em tão pouco tempo? 17 flp_jun04_14a17_gsm.pmd 17 03/06/04, 18:31 REGIONAL PERU Jornada para o FUTURO FRECUENCIA – JUNHO 2004 Mudanças regulatórias e fusões marcam um momento singular das telefonias móvel e fixa do Peru. Novo cenário promete aumentar a oferta de serviços ao consumidor Marco Villacorta y Paul Troncoso Como todos os países da América Latina, o Peru também vive um momento especial no setor de telecomunicações. Na área de telefonia fixa, as atenções estão voltadas para o dia 14 de junho, quando o Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) divulgará se irá ampliar ou não o contrato de concessão da Telefónica Peru até 2024. Na telefonia móvel, a possível aquisição da BellSouth pela Telefónica Móviles, operação anunciada no dia 08 de março, promete mudar o perfil dos serviços oferecidos até aqui. Sobre a renovação do contrato de concessão da Telefónica Peru, a movimentação vem ocorrendo desde o início do ano. É uma decisão importante e atrairá a atenção dos segmentos produtivos do País. O Governo informou que levará em conta todas as etapas de avaliação - entre elas, destacam-se o informe apresentado pelo Organismo Supervisor de Investimento Privado em Telecomunicações (OSIPTEL) e a audiência pública realizada no dia 30 de abril de 2004, da qual participaram todos os interessados na questão. Por enquanto, a operadora se mantém na liderança do mercado, mesmo com a entrada de empresas como a AT&T (hoje Telmex), BellSouth e Americatel no País. Es- sas provedoras concentraram suas atuações na área corporativa e descartaram o atendimento ao consumidor final. Prova disso é que o crescimento do serviço de linhas se manteve estável. COMPETIÇÃO Adicionalmente, o surgimento de duas novas variáveis promete causar impacto no setor nos próximos meses: a aprovação recente da interoperabilidade dos cartões pré-pagos e a definição do fator de produtividade para os próximos três anos, que entrará em vigor a partir de setembro deste ano. No que se refere aos cartões pré-pagos, o mercado peruano deu um passo importante em sua utilização, permitindo que outras empresas operadoras utilizem seus cartões na rede da Telefónica Peru. Outro fato importante é a modificação do fator de produtividade, que desde agosto deste ano é de 6% ao ano, podendo chegar a 10,38% anuais para instalação, renda e chamadas locais, e a 7,87% no caso das chamadas de longa distância. O fator de produtividade é um valor que incentiva a empresa regulada a ser mais eficiente e a repassar a economia de custos para os usuários por meio de tarifas menores, atingindo uma redução significativa. Diferentemente da telefonia fixa, o setor de longa distância internacional tem sido um dos mais dinâmicos do mercado. 18 flp_jun04_18a20_regional.pmd 18 03/06/04, 18:32 REGIONAL PERU MERCADO DE TELEFONIA FIXA Teledensidade fixa em dezembro de 2003 era de 6,72 linhas em serviço para cada 100 habitantes 2.2 45 1.8 57 1.6 71 1.5 1.6 18 39 2.0 2.0 27 22 2.0 01 2.0 10 1.6 54 37 Linhas instaladas 500 Linhas em serviço 0 1994 1995 1996 1997 Esse dinamismo foi iniciado, em novembro de 1999, com a abertura do mercado e com a adoção do sistema de pré-seleção. Nele, o cliente pode escolher o serviço e a cobrança de uma série de operadoras. Este setor conseguiu um crescimento ainda maior no segundo trimestre de 2002 graças à introdução do sistema de chamada por chamada, através do qual o usuário pode escolher a operadora de longa distância que quer utilizar no momento em que realiza a chamada. Uma das variáveis a observar em 2004 é a publicação para avaliação da cobrança feita pela Telefônica Peru (US$ 0,1925) às empresas de longa distância, por incluir em seus recibos a fatura do sistema de chamada por chamada. Este encargo está sujeito à avaliação e modificações para que reflita os custos reais associados a esse serviço. Cabe ressaltar a grande concorrência e guerra de preços que surgiu com a entrada de várias operadoras de longa distância, o que finalmente favoreceu os usuários. VÉRTICE DE MUDANÇAS Com o anúncio da compra da BellSouth pela Telefónica Móviles, no último dia 08 de março, mais uma variável foi acrescentada ao cenário do mercado de serviços móveis no Peru, onde cada vez mais se pergunta qual será o futuro da comunicação móvel este ano, tanto para operadoras quanto para usuários. 1998 1999 2000 2001 2002 Cabe lembrar que nos últimos anos, o mercado de telefonia móvel tem sido muito dinâmico e à luz dos últimos acontecimentos continuará no vértice das mudanças. Por exemplo: existem atualmente duas grandes linhas de atuação, onde ainda não foram tomadas as decisões definitivas por parte das entidades envolvidas (OSIPTEL e MTC). Quando isto acontecer, transformações importantes ocorrerão no setor. 2003 Dados de dezembro de 2003. Fonte: Empresas Operadoras e OSIPTEL ção no mercado móvel, o que se torna, desde já, um tema crítico tanto para os usuários quanto para as operadoras. Esta situação traz uma série de questionamentos que poderão dissipar-se de acordo com as soluções apresentadas. (1) A possibilidade real de que a banda de freqüência designada para a BellSouth reverta ao Estado antes da aprovação da aquisição; ação igual poderá ser efetuada pelos diferentes organismos reguladores latinoamericanos de telecomunicações. Vale lembrar que o acordo anunciado no dia 8 de março prevê a aquisição dos ativos da BellSouth em 10 países da América Latina, por US$ 5,8 bilhões e depende da aprovação regulatória e de outros trâmites específicos em cada um deles. (2) O Ministério dos Transportes e das Comunicações (MTC) do Peru afirmou que a Telefónica ainda não solicitou a transferência da concessão de freqüência da BellSouth. A operadora provavelmente espera cobrir todas as frentes para evitar qualquer condicionamento ou impedimento dos reguladores e/ou pretende realizar uma ação conjunta e coordenada em todos os países da América Latina. Novas variáveis prometem causar impacto no setor de telecom nos próximos meses: a aprovação recente da interoperabilidade dos cartões pré-pagos e a definição do fator de produtividade Em primeiro lugar, a oferta de compra da BellSouth pela Telefônica Móviles. Até dezembro de 2003, a participação das operadoras no mercado de telefonia móvel era a seguinte: Telefónica Móviles (51%), BellSouth (23%), Telecom Italia Mobile (21%) e Nextel (5%). Feitas as contas, a provável fusão da Telefónica Móviles com a BellSouth dará à gigante espanhola 74% de participa- FRECUENCIA – JUNHO 2004 1.5 1.3 87 9 1.000 4 1.0 68 32 1.5 1.9 65 1.7 60 1.3 1.500 75 Linhas (em milhres) 2.000 2.0 19 12 50 2.500 As empresas estreantes (AT&T – atualmente Telmex –, BellSouth e Americatel) se concentram em clientes corporativos. Somente a BellSouth entrou no segmento residencial (31 mil linhas em dezembro de 2003) 19 flp_jun04_18a20_regional.pmd 19 03/06/04, 18:32 REGIONAL PERU MERCADO DE SERVIÇOS MÓVEIS As tarifas por meio de chamadas originadas em celulares caíram 40% no último ano. A teledensidade móvel em dezembro 2003 alcançou 10,71 linhas por cada 100 habitantes 3.500 2.9 07 Taxa de crescimento 2.3 2.500 93 116% 1.0 69% 1.3 1.500 47 40 1.7 2.000 1.000 34% 43 6 73 6 41% 42% 75 1993 1994 1995 20 52 2 500 37 Linhas em Serviços (em milhares) 30 Linhas em Serviços móveis 168% 3.000 29% 28% 27% 0 1996 (3) É bom lembrar que, no Peru, as operadoras móveis estabelecem as tarifas para uma chamada de um telefone fixo para um móvel; e como são tarifas muito elevadas, o OSIPTEL, órgão regulador peruano, deu um prazo a elas para que, até junho deste ano, reduzam substancialmente as tarifas cobradas, caso contrário, haverá intervenção. (4) Diante da possibilidade de fusão da Telefónica com a BellSouth, o OSIPTEL poderá se adiantar e atuar rapidamente para adequar a regulamentação. Uma alternativa poderá ser abandonar o modelo atual de tarifas supervisionadas para passar ao modelo de tarifas reguladas, como acontece no mercado de telefonia fixa. O OSIPTEL poderá estabelecer uma tarifa top, que poderá ser igual para todas as operadoras móveis. Mesmo assim, poderia se estabelecer um encargo e uma interconexão top a fim de garantir igualdade de condições de concorrência entre as operadoras. Este modelo implica conhecer os custos de cada uma delas e determinar uma margem razoável de rentabilidade, o que historicamente não é bem visto nem aceito pelas carriers, razão pela qual a entidade reguladora 1997 1998 1999 2000 2001 2002 terá um duro trabalho a realizar, caso queira de fato regular o setor. Em segundo lugar, a licitação da quarta banda de serviços móveis. O Ministério dos Transportes e Comunicações do Peru está tomando as medidas necessárias para conduzir o processo em curto prazo, com implicações que podem acarretar a alta concentração de participação de mercado (74%) por parte da Telefónica Móviles. O MTC poderá optar por um modelo FRECUENCIA – JUNHO 2004 A presença da América Móvil no País ajudaria a ampliar a competição e poderia servir para dar maior equilíbrio a este mercado, onde apenas a Telecom Itália surge como concorrente da Telefónica que exija da nova operadora uma área maior de serviços no território peruano, tendo como uma das condições que sua cobertura inclua Lima, capital do País, e as principais cidades do interior. Este modelo difere dos anteriores, em que o ministério outorgava a banda celular à empresa que oferecesse o maior preço na licitação pública. Também existe a alternativa de implantar 2003 20 Participação de Mercado: Telefónica: 51.4% BellSouth: 22.2% TIM: 21.4% Nextel: 5.0% Dados de dezembro de 2003. Fonte: Empresas Operadoras e OSIPTEL um modelo misto, em que não apenas é relevante o montante do investimento, mas também a cobertura do serviço. Uma opção importante para o mercado móvel é a participação da Telmex por meio de sua operadora celular, a América Móvil. Esta alternativa é bastante viável, já que assim a gigante mexicana das telecomunicações completaria o circuito de seus investimentos no Peru, onde já adquiriu a AT&T, operadora de telefonia fixa, e também uma participação importante no cabo submarino Global Crossing, que tem um landing point em Lurín-Perú. A presença da América Móvil no País ajudaria a ampliar a competição na área de serviços móveis e poderia servir para dar maior equilíbrio a este mercado, onde apenas a Telecom Itália surge como concorrente da Telefónica Móviles. Aos peruanos, resta esperar que, no que falta deste ano e em 2005, o mercado de serviços públicos de telecomunicações se desenvolva e, mais que isso, permita o crescimento dos investimentos no País. Marco Villacorta é Diretor Executivo da Intellity Consulting Paul Troncoso é consultor especializado em telecomunicações e docente universitário [email protected] (Agradecemos os valiosos aportes de Fátima Ponce e Jorge Naksato de OSIPTEL, que gentilmente cederam informações necessárias para o presente artigo) 20 flp_jun04_18a20_regional.pmd Linhas pré-pagas: Lima: 75% Província: 85% 03/06/04, 18:32 TECNOLOGIA Ana Paula Lobo e Graça Sermoud QUEM É uma ingenuidade o mercado acreditar que padrões e equipamentos de última geração podem garantir segurança absoluta, decretam os especialistas. Mas para tranqüilizar os mais reticentes, eles afirmam que as redes sem fio estão muito próximas de conquistar um nível de proteção semelhante ao existente nas redes tradicionais. De qualquer forma, os especialistas alertam: produtos não são suficientes para impedir possíveis invasões. Sem políticas de gestão definidas, todo o investimento em infra-estrutura pode ser improdutivo INVADIU FRECUENCIA – JUNHO 2004 A MINHA ? REDE 22 flp_jun04_22a26_tec.pmd 22 03/06/04, 19:51 A TECNOLOGIA A máxima de que não existe rede 100% segura precisa ser adotada também nas soluções Wireless. Como qualquer tecnologia, a comunicação sem fio é vulnerável e requer vigilância permanente. Qualquer brecha poderá ser fatal para a estabilidade da rede. Especialistas em segurança são taxativos ao afirmar que não há um "Santo Graal" que combata e previna os males provenientes de invasões e ataques de hackers ou de funcionários e clientes insatisfeitos. Mas há ações importantes em desenvolvimento para contornar as fragilidades dessa tecnologia. Surgida no final da década de noventa, a rede sem fio ainda tem um longo caminho de amadurecimento. Nesse cenário, desponta o padrão de segurança 802.11i. Depois de inúmeros adiamentos, a estréia do standard está prevista para o segundo semestre desse ano, pelas mãos da Wi-Fi Alliance, entidade mundial que reúne os principais fornecedores de soluções sem fio. Em linhas gerais, o 802.11i eleva e turbina o nível de proteção intrínseca da rede sem fio, uma vez que reforça as camadas de criptografia e de autenticação do padrão, explica o especialista em redes Wireless, Eduardo Prado. O 802.11i "repara" as vulnerabilidades do padrão WEP (Wired Equivalent Privacy), nativo das infra-estruturas sem fio. DEFASAGEM destaca o especialista da Cisco. Já os acessos externos (outdoor) funcionam com uma outra expectativa e enfoque de mercado. Na verdade, a maioria dessas aplicações tem o objetivo de disseminar o uso da tecnologia e, nesse caso, a segurança extrema pode não ser a melhor política, complementa o especialista. EVOLUÇÃO A Symbol também contesta a tese de insegurança que cerca a rede sem fio. "Há vulnerabilidades nessa infra-estrutura como há em qualquer outra rede", observa o gerente de Engenharia de Sistemas da companhia, Gilberto de Souza. O especialista reconhece que as redes Wireless foram concebidas de forma mais aberta, e que essa modelagem favorece a atuação de hackers. Entretanto, ao mesmo tempo, o fato de ela ser mais acessível também a transforma num elemento significativo para ampliar a demanda e reforçar as ações de combate à exclusão digital e social. Se o padrão WEP apresenta falhas consideradas críticas, os fornecedores elevaram o grau de segurança com a adoção do WPA (Wi-Fi Protected Access), que reforça a chave de criptografia da transmissão dos dados. "Por adotar uma chave única em toda a operação, o WEP simplifica o trabalho do hacker. Com o WPA, esse modelo já é diferenciado. Ele aumenta o nível de segurança para 128 bits", diz o consultor de redes da 3Com, Eduardo Teixeira. Ele explica que o WPA embute o TRIP (Protocolo de Integridade de Chave Temporária), que exige a troca permanente e automática de senhas na transmissão dos dados. Além disso, o padrão também inclui características do AES (Advanced Encryption Standard), que reforça o nível de criptografia. A chegada do 802.11i é bem-vinda, mas é tardia, criticam alguns fornecedores de soluções Wireless. A Cisco, por exemplo, não esperou pelo desembarque do novo standard. Tendo as aplicacões Wireless como um dos seus maiores negócios, a gigante partiu para a criação de padrões próprios, entre eles, o EAP- TLS (Extensive Autenthication Protocol - Transport Layer Security), que reforça o processo de criptografia dos dados transmitidos. O especialista em segurança de redes da No mundo Web, os certificados digitais - que funcionam como carteiras de companhia, Maurício Gaudêncio, diz que a identidade virtuais - conquistam a confiança dos usuários e das companhias medida foi mais do que necessária. "Há uma que usam a rede para fomentar novos negócios. Agora, eles desembarcam no grande demora na liberação do 802.11i. A premundo Wireless. A Consist, empresa especializada em soluções corporativas, visão inicial era janeiro desse ano, agora está tornou-se representante, na América Latina, da canadense Diversnet, sendo esperado para julho, mas pode vir apedesenvolvedora de PKIs (Infra-Estrutura de Chaves Públicas). nas no final do ano", detalha. Segundo GauO vice-presidente de Tecnologia da companhia, João Serrano, explica dêncio, ocorre um erro de avaliação sobre a que os certificados digitais são um instrumento importante de segurança performance e a segurança das redes sem fio quando as aplicações Wireless são integradas às soluções de redes já que o mercado ainda mistura os conceitos tradicionais e também de notebooks, Pockets PCs, Handhelds e celulares de acesso indoor (interno) e outdoor (externo). baseados em tecnologia GPRS/CDMA 1x. Os acessos internos, mais utilizados pelas "São aplicações que precisam de um código de identificação seguro", corporações, integram as facilidades das redes destaca o executivo. Projetos pilotos com a solução já estão em curso, sem fio à segurança das VPNs (redes virtuais principalmente nos pregões eletrônicos, que têm servido para assegurar privadas). "Elas funcionam como as Intranets e transparência nas ações de compra governamentais. possuem todo o tipo de segurança possível", FRECUENCIA – JUNHO 2004 RG VIRTUAL 23 flp_jun04_22a26_tec.pmd 23 03/06/04, 19:52 TECNOLOGIA COMBATE AOS VISITANTES INDESEJÁV Gestão é a melhor estratégia para evitar riscos desnecessários "Análise de risco é um elemento essencial para quem apóia o surgimento de novas aplicações e não envolve apenas o item segurança. É algo muito mais abrangente e diz respeito ao destino da corporação. No entanto, ela não deve ser feita apenas pelo corpo técnico. Os gestores do negócio precisam compartilhar essa preocupação", observa Gesteira. Na visão do consultor, sem a aliança entre a área técnica e a de negócios, o projeto de implementação de novas tecnologias corre sério risco de não acontecer. Em pesquisa realizada pela PwC com cerca de sete mil empresas norte- americanas, 50% revelaram ter algum tipo de aplicação Wireless. Dessas, 37% não tiveram receio e admitiram já ter sofrido algum tipo de invasão. Estudo semelhante foi realizado na América Latina. Das corporações pesquisadas, 29% afirmaram adotar alguma aplicação Wireless e cerca de 20% desse total de usuários admitiram já ter sido invadido. "Esses CAUTELA Segmente a rede corporativa convencional da infra-estrutura Wireless para evitar riscos desnecessários FRECUENCIA – JUNHO 2004 Faça autenticação individual. Nunca forneça senhas coletivas ou permita que senhas das redes tradicionais sejam repetidas nas Wireless Controle periodicamente o espectro da infra-estrutura Wireless. Veja quais são os canais localizados em volta da rede. Os riscos de invasão são constantes nesse quesito. Especialistas recomendam essa ação também para as redes cabeadas Invista na capacitação técnica dos profissionais de Tecnologia nas redes sem fio Todo cuidado é pouco com a política de distribuição de senhas, especialmente se houver a integração de redes externas às internas sem fio a partir de VPNs. 24 flp_jun04_22a26_tec.pmd 24 03/06/04, 19:53 Fonte: empresas entrevistadas na reportagem D esde que rede é rede, ela tem sido passível de ataques externos e internos. Não à toa, requer vigilância permanente. No mundo Wireless não é diferente. Todo cuidado é pouco para combater os riscos de ações indesejáveis. Para o consultor especializado em Segurança da PriceWaterhouseCoopers, Antônio Gesteira, quem lida com tecnologias emergentes tem de estar consciente dos prós e contras de suas adoções. TECNOLOGIA TAL E QUAL dados só reforçam o fato de que uma empresa precisa estar ciente do investimento realizado em redes sem fio. A segurança tem que ser de toda a plataforma, não apenas das aplicações", completa Gesteira. EM CURSO Novidade assusta e traz desconforto, diz o diretor de mobilidade da Intel Brasil, Flávio Lobo. Para ele, as redes Wi-Fi apresentam dois usuários distin- tos: o público em geral, baseado na disseminação dos hotspots; e o privado, conectado em redes internas e com aplicações de mobilidade. A integração desses dois mundos, observa o executivo, ainda está em estudo e trará muitas discussões à tona. De acordo com o diretor da Intel, as aplicações internas que permitem acesso em qualquer lugar da empresa - o que dá mais mobilidade aos funcionários têm sido um desafio para a área de TI. "Muitos diziam que a Internet nunca seria a porta ideal para aplicações de negócios pela sua insegurança, fragilidade etc. Exatamente como acontece agora com as redes sem fio" Fernando Nery, sócio-diretor da Módulo Consultoria Até então, ressalta Lobo, os usuários ficavam estáticos nos seus pontos de conexão. Agora, se autorizados, eles podem conectar-se de qualquer lugar. "Esse é um movimento importante e requer cuidado permanente do gestor de tecnologia, além de segurança física para os equipamentos como laptops, handhelds e outros", complementa. Vanderley Rigatieri, presidente da WDC Networks, empresa especializada na distribuição de produtos sem fio e no desenvolvimento de soluções de segurança baseadas na tecnologia, lembra que é crucial cercar-se de todos os cuidados possíveis referentes ao espectro da infra-estrutura. “É necessário avaliar quem está ao lado da infra-estrutura. O inimigo está no ar”, aponta. Para o executivo, um bom projeto de topologia de rede é caminho básico para evitar falhas ao longo do percurso das aplicações Wireless. FRECUENCIA – JUNHO 2004 ÁVEIS O sócio-diretor da Módulo Consultoria, Fernando Nery, lembra que a resistência à inovação é uma característica comum do mundo da tecnologia. As redes sem fio, diz o especialista, passam pelo mesmo crivo que a Internet sofreu quando despontou como uma ferramenta efetiva de melhoria de comunicação para o mundo corporativo. "Quem não lembra das discussões em torno do uso da Web nas empresas?", indaga Nery. "Muitos diziam que a rede nunca seria a porta ideal para aplicações de negócios pela sua insegurança, fragilidade etc. Exatamente como acontece agora com as redes sem fio", complementa. De acordo com Nery, assim como na época da Internet exigiu-se dos gestores de Tecnologia uma preparação para adequar-se ao novo tempo, as aplicações Wireless também requerem o desenvolvimento de políticas próprias de gestão e de uso. O consultor Eduardo Prado lembra que a proibição pura e simples da integração dos acessos públicos sem fio (hotspots) às redes internas com VPNs pode ser uma solução imediata, mas terá efeito de curto prazo. Segundo o especialista, as facilidades chegaram para melhorar a comunicação e devem ser preservadas com a adoção de políticas de segurança que contemplem todo o universo envolvido notebooks, redes internas e transmissão de dados confidenciais. 25 flp_jun04_22a26_tec.pmd 25 03/06/04, 19:54 TECNOLOGIA MULTIPLICAÇÃO A DE ACESSOS s redes Wi-Fi já integram o modelo de negócios das operadoras de telecomunicações. Na Argentina, por exemplo, a Telefónica anunciou que irá instalar mais de 200 hotspots até o final de 2005. No Brasil, as operadoras Brasil Telecom e Oi, empresa de telefonia móvel da Telemar, não poupam recursos para popularizar o acesso à Internet sem fio. O diretor de Produtos e Serviços Internet da Brasil Telecom, Dilton Caldas, defende que as operadoras interessadas em investir em pontos públicos baseados em Wi-Fi não devem se preocupar em criar restrições de acesso, em função da maior segurança na transmissão dos dados. "Não nos cabe esse papel. O acesso tem que ser sim- Hotspots crescem e operadoras contestam a obrigação de reforçar segurança plificado para ser difundido. Quem tem que criar restrições de uso são os usuários e as corporações", determina. FORA DA REDE Até o final desse ano, a Brasil Telecom deverá contar com uma rede de 400 hotspots no País. Hoje, a operadora possui 220 pontos de acesso ativados, sendo 40 próprios, distribuídos pela sua área de atuação (região Centro Sul do Brasil) e o restante por meio de interligação com redes de terceiros. Internacionalmente, a empresa negocia interconexão com compa- FRECUENCIA – JUNHO 2004 UM QUÊ A MAIS Uma das maiores preocupações das operadoras que investem em hotspots é diminuir o risco de indisponibilidades de acesso em função das interferências tecnológicas inerentes à comunicação sem fio. "Esse é um item que preocupa os gestores de tecnologia. Eles temem que as redes Wireless possam ser facilmente derrubadas", diz o diretor de Serviços Internet da Brasil Telecom, Dilton Caldas. De acordo com o executivo, a possibilidade de falhas existe, especialmente se houver um grande número de provedores no mesmo espectro de transmissão - 2,4 MHz. "Com poluição da freqüência, todo o serviço fica prejudicado. Ninguém quer isso, pelo menos os que apostam no Wi-Fi como um gerador de receita", afirma. No Brasil, diz Caldas, as operadoras já firmaram um acordo de respeito à capacidade de restrição do espectro. Assim, diminuem a possibilidade de interferência na transmissão dos dados sem fio. nhias como a européia T-Systems. Na Oi, operadora de telefonia celular da Telemar, que instala hotspots no País a partir da contratação de pontos da provedora Vex, a segurança é um item importante e não está restrita apenas à infra-estrutura de rede, informa o gerente de Negócios Wi-Fi da carrier, Daniel Deividsson. O executivo conta que um dos projetos em estudo envolve os SIMCards, chips que permitem o uso da tecnologia GSM/ GPRS. "Eles podem ser um diferencial no processo de autenticação do usuário, fazendo uma ponte entre os acessos públicos e os de uso restrito", destaca Deividsson. Em relação à infra-estrutura de acesso, o executivo diz que a Vex está em processo de implementação do protocolo WPA em substituição ao WEP, exatamente para ampliar a camada de segurança da transmissão de dados pública. O serviço pré-pago, criado pela operadora para fomentar o uso dos hotspots em aeroportos, hotéis e lojas de conveniência, é visto como um aliado a mais no processo de popularização do uso das redes Wi-Fi. De acordo com Deividsson, o modelo é ideal para criar a cultura de uso e revelar que a aplicação, adotando políticas de segurança, é viável e funcional para usuários finais e corporativos. 26 flp_jun04_22a26_tec.pmd 26 03/06/04, 19:55 SOLICITUD DE SUSCRIPCIÓN Deseo recibir la revista Frecuencia Latinoamérica gratuitamente* SI NO Alternativamente, puede suscribirse electrónicamente en www.frecuenciaonline.com. O VÍA FAX AL 305-448-5067 NUEVA RENOVACIÓN CAMBIO DE DIRECCIÓN NOMBRE / APELLIDO: ________________________________________________________________________ CARGO / FUNCION: _________________________________________________________________________ NOMBRE DE EMPRESA / ORGANIZACIÓN: __________________________________________________________ DIRECCIÓN: ______________________________________________________________________________ CIUDAD: ________________________________________________________________________________ PROVINCIA / ESTADO / CÓDIGO POSTAL: ___________________________________________________________ PAÍS: ___________________________________________________________________________________ TEL(S): _________________________________________________________________________________ E-MAIL: _________________________________________________________________________________ PAGINA ELECTRÓNICA: www. _________________________________________________________________ DESEO RECIBIR EL BOLETÍN / SERVICIO DE NOTICIAS ELECTRÓNICO GRATUITAMENTE? SI NO FECHA: __________________________ FIRMA: ________________________________________________ ESTIMADO LECTOR: LA RENOVACIÓN DE SU SUSCRIPCIÓN NO ES AUTOMÁTICA. POR FAVOR LLENE EL CUPÓN CADA SEIS MESES PARA CONTINUAR RECIBIENDO FRECUENCIA LATINOAMÉRICA REGULARMENTE. POR FAVOR COMPLETE CADA PREGUNTA EN SU TOTALIDAD (SUSCRIPCIONES INCOMPLETAS NO SERÁN PROCESADAS). Antenas & torres Accesorios celulares Aparatos inalámbricos (PDA’s, teléfonos, etc...) Automatización Baterías/sistemas UPS Centrales privadas (PABX) Centrales rurales Cables Instrumentos de prueba, medición Radiodifusión Telefonía pública (plantas externas) Otro I. ¿CUÁL DE LAS SIGUIENTES CATEGORÍAS REPRESENTA MEJOR LA ACTIVIDAD DE LA EMPRESA DONDE UD. TRABAJA? a. EMPRESA DE TELECOMUNICACIONES (ESPECIFIQUE) Proveedor de telefonía fija (plantas externas) Proveedor de servicios de telefonía de larga distancia Servicios de Internet Otra b. OPERADORA / PROVEEDORA DE SERVICIOS INALÁMBRICOS (ESPECIFIQUE) Servicios inalámbricos digitales Servicios inalámbricos análogos Servicios de localización Servicios de troncalización Transmisión y banda ancha inalámbrica Internet móvil Servicios de telefonía WLL c. OPERADORA DE OTRO TIPO DE SERVICIOS INALAMBRICOS Servicios satelitales Cable o TV Otra SERVICIOS DE SOFTWARE (ESPECIFIQUE) OSS/CRM Facturación, prepago-postpago IT inalámbrico Rastreo, localización, mapeo Desarrollador de aplicaciones Consultoría de ingeniería Constructoras, empresas de ingeniería, mantenimiento Banca, finanzas, inversionistas de capital f. USUARIO CORPORATIVO PÚBLICO PRIVADO Servicios de gas, electricidad, agua Empresas de internet (puntocom) Seguridad/militar/policía/bomberos Empresa forestal d. FABRICANTE / REPRESENTANTE DE FÁBRICA REVENDEDOR / DISTRIBUIDOR (ESPECIFIQUE) cupom_1.pmd e. INTEGRADOR DE SISTEMAS, 1 Empresa petrolera Empresa de transporte Ente gubernamental nacional/ regional/ municipal g. TELEMARKETING, CALL CENTERS h. PRENSA Y EDITORIAL i. DOCENCIA E INVESTIGACIÓN j. ASOCIACIÓN/ORGANIZACIÓN DE LA INDUSTRIA DE LAS TELECOMUNICACIONES k. OTRA (ESPECIFIQUE) Gerente de operaciones Funcionario público Otro (especifique) II. CUÁL DE LAS SIGUIENTES CATEGORÍAS DESCRIBE MEJOR SUS FUNCIONES LABORALES? MARQUE SÓLO UNA. Presidente, vicepresidente, director, gerente general, propietario Gerente administrativo, consultor Gerente financiero, contador, contralor Gerente de mercadotecnia, relaciones públicas Gerente de ingeniería, supervisor de servicios, técnico, mantenimiento Gerente de planeación y producción Gerente de sistemas de información, computación y telecomunicaciones Gerente de ventas, gerente comercial Gerente de compras IV. CUÁL ES SU ROL EN LA COMPRA Y VENTA DE EQUIPOS/SERVICIOS PARA SU EMPRESA? MARQUE SÓLO UNA. Decisión final, efectúa compra Aprobación técnica/financiera Recomendación técnica/financiera Ninguna Otras (especifique) 02/06/04, 17:16 III. CUANTAS PERSONAS LABORAN EN SU EMPRESA? Menos de 100 100 - 1,000 1,000 - 5,000 5,000 - 10,000 10,000 - 50,000 V. CUÁL ES EL MONTO ANUAL APROXIMADO DE INVERSIONES EN PRODUCTOS O SERVICIOS DE TELECOMUNICACIONES DE SU EMPRESA (EN DÓLARES NORTEAMERICANOS)? Menos de 50,000 50,000 - 100,000 100,000 - 500,000 500,000 - 1,000,000 1,000,000 - 5,000,000 5,000,000 - 10,000,000 Más de 10,000,000 MERCADO Parlay: padrão para a DIVERSIDADE Uma das marcas mais claras do mercado de telecomunicações tem sido a acirrada disputa entre as operadoras de telefonia. Tão forte que, cada vez mais, estas empresas têm exigido de seus fornecedores o desenvolvimento de inovações em tempo recorde, e de seus departamentos comerciais a oferta em escala de forma ainda mais rápida. Foi para atender a esta necessidade - e demandas - que cinco empresas, entre elas a Lucent Technologies, a British Telecom e a IBM, criaram em 1998, o Parlay, consórcio que tem como objetivo pesquisar e desenvolver um padrão de interoperabilidade a ser seguido pelos desenvolvedores de soluções. Estes têm seguido as especificações técnicas do novo padrão, que funciona como uma camada de adaptação à rede, traduzindo a aplicação, autenticando-a e enviando-a a qualquer protocolo, seja ela fixo, móvel ou Internet. Atualmente, o Parlay é utilizado por operadoras como British Telecom, Orange e Telecom Itália. Na América Latina, Telmex e Colômbia Móvel são as pioneiras em sua implementação, sendo que a primeira vem trabalhando com uma empresa mexicana, especializada no desenvolvimento de aplicações, chamada Intech. É em empresas como a Intech que o Parlay mostra a que veio. Jorge Sala, gerente de mercado da companhia, explica: "Nosso enfoque são as aplicações de trâmite, que são as que geram maior benefícios às operadoras". Novo standard surge como alternativa à necessidade das operadoras de lançar novas soluções em escala comercial no menor tempo possível Como exemplo, o executivo cita o desenvolvimento de uma aplicação de envio de mensagens, chamada Mobile Publicity, que já está em funcionamento no México. O usuário entra na página www.mobilepublicity.com.mx, cadastra-se e decide que tipo de publicidade deseja receber. O envio será feito por meio do Parlay. Além do México, o aplicativo em breve deverá estar em operação na Colômbia, fruto das negociações em andamento entre a Intech e a Colômbia Móvel. CUSTO-BENEFÍCIO Jorge Sala aponta benefícios no novo padrão. Entre eles, o fato de que as aplicações funcionam em todo tipo de redes e podem ser vendidas a qualquer operadora do mundo que utilize o Parlay. "O inconveniente é que, embora seja uma camada mais abstrata, ainda exige que os desenvolvedores tenham conhecimento de telecomunicações, por isso há poucos trabalhando nisso", diz. Um dos fatores determinantes para a negociação entre a Colômbia Móvel e a Intech é justamente o fato de o Mobile Publicity estar baseado no novo padrão. Para Luis Carroll, gerente de serviços de valor agregado da operadora colombiana, "a meta do Parlay é explorar o mercado e, no futuro, oferecer soluções corporativas". Não por acaso, a operadora já conta com o Parlay gateway e está montando seu servidor de aplicações também baseado no padrão. Entre as opções a serem escolhidas, estão a IBM, a BellwellLogic e a Oracle. Atualmente, a operadora atende a 800 mil assinantes com tecnologia GSM em banda 1900 Mhz. O movimento não é isolado e tem por objetivo minimizar a concorrência. A entrada da Telefónica Móviles naquele País, por meio da operação da BellSouth, é preocupante. A Colômbia Móvel planeja combater o conglomerado espanhol com o Parlay já que o padrão proporciona, em pouco tempo, o lançamento de serviços de envio de mensagem, como SMS, MMS e correio eletrônico, que deverão estar em operação no próximo trimestre do ano. A Telcel também se mostra interessada em conhecer o padrão mais de perto. Para Gabriel Escobar Ontiveros, gerente de desenvolvimento de serviços de valor agregado da operadora, e para o engenheiro de estratégia tecnológica de serviços de valor agregado, José Gerardo García Cortés, é positiva a variedade de opções de escolha entre desenvolvedores de aplicações. Mas ambos acreditam que houve atraso na adoção geral do conceito do Parlay no âmbito das telecomunicações. FRECUENCIA – JUNHO 2004 Clara Persand 29 flp_jun04_29_mercado.pmd 29 03/06/04, 18:32 S O LU Ç Ã O Velocidade ARGENTINA • Roosevelt Nogueira de Holanda, especial para Frecuencia Latinoamérica Apesar das disparidades econômicas, da baixa penetração de computadores, dos custos elevados de serviços e do alto índice de exclusão social e digital, os produtos para banda larga revelam um grande potencial de crescimento na América Latina. É o que aponta um estudo realizado pela consultoria Frost & Sullivan, apresentado no Broadband Latin América, evento realizado em maio, no Rio de Janeiro, Brasil. Atualmente os serviços de banda larga são utilizados por pouco mais de 12% dos assinantes de Internet da região. Até BRASIL 38 milhões • de habitantes • 8,4 milhões • FRECUENCIA – JUNHO 2004 • 47 milhões 838 mil • 4,5 milhões de empresas 1 milhão • de assinantes Internet (dados de 2003), sendo que 20% deles utilizam banda larga. DSL e cabo dividem a preferência do consumidor. 8,7 milhões • 30 4,1 milhões de residências 159 mil de empresas • 954 mil • assinantes Internet em 2003. 38% deles usuários da banda larga. DSL e cabo são as tecnologias adotadas para a oferta do produto. de assinantes Internet em 2003. A banda larga respondeu por 14% desses usuários. A tecnologia DSL é a líder no acesso à Internet de alta velocidade. 30 flp_jun04_30e31_sol.pmd 15,6 milhões de habitantes de residências empresas • CHILE de habitantes de residências • 178 milhões 2007, revela o estudo, acontecerá um salto no uso da tecnologia, que passará de menos de um milhão de acessos, em 2002, para mais de seis milhões. Os principais mercados são Brasil, México, Argentina e Chile. A pesquisa aponta ainda que há boas perspectivas de crescimento na Venezuela e na Colômbia. A responsável pelo estudo e analista da Frost & Sullivan na área de Telecomunicações e TI, Patrícia Penteado, diz que há limitações comuns à adoção da tecnologia na AL. Um dos mais significativos entraves para a dissemi- 03/06/04, 18:33 Fonte: Frost & Sullivan Os serviços de banda larga apresentam grande potencial de crescimento, mas precisam adequar-se à realidade social e econômica da região. Custo ainda é um entrave significativo MÁXIMA S O LU Ç Ã O CRITICIDADE Para tentar reduzir esse impasse entre custo e benefício, o CEO da chilena Magenta & RedVoiss, Alberto Mordojovich, defende a desregulamentação do mercado, concentrado em poucos e grandes fornecedores. Segundo ele, a medida aumentaria a competição e serviria para proteger o direito do usuário a um serviço de qualidade com preço acessível. O estudo da Frost & Sullivan aponta ainda as tecnologias de transmissão através da energia elétrica – PLC (Power Line Communication), DPL (Digital Power Line) ou BPL (Broadband over Power Line) – como alternativas viáveis para reduzir o custo da transmissão de dados na região. COLÔMBIA • PREFERÊNCIAS Os produtos que aceleram a velocidade de transmissão na infraestrutura telefônica através do DSL (Digital Subscriber Line) são dominantes no Brasil, Venezuela e Chile. Nos demais países da região, eles dividem a preferência com as aplicações banda larga oriundas do acesso via TV a cabo. No México, a infra-estrutura a cabo praticamente divide ao meio o mercado com os acessos DSL, perfazendo 49,7% do total. Na Argentina, também há uma disputa pelo mercado banda larga entre os acessos por cabo e os oferecidos a partir do DSL. Já na Colômbia, o cabo revela a sua força e mostra uma liderança indiscutível, representando quase 70% dos acessos banda larga no País. O poder de fogo do DSL desponta com a promessa de rentabilidade para os fornecedores. Segundo o estudo da Frost & Sullivan, a cifra correspondente à receita dos serviços baseados na tecnologia aumentará de US$ 500 mil, em 2002, para mais de US$ 3 milhões de dólares, em 2007. O excesso de tecnologias , aliás, desperta reações. "O mercado de banda larga está inundado de promessas Wireless não cumpridas", dispara Alexandre Alvim, diretor-executivo da Unidade de Negócios Internet, da Embratel/Vésper. MÉXICO 43,7 milhões • de habitantes • VENEZUELA • de habitantes 7 milhões • de residências 21,3 milhões 1 milhão de empresas • 827 mil assinantes Internet. Banda larga conta com pouco mais de 10% de usuários. O acesso via cabo é o mais utilizado no País, com liderança de 74% na oferta de produtos de Internet rápida. • 2,9 milhões • 848 mil (53%) vão ser • 1,2 milhão de empresas • assinantes de DSL em 2007 • 5,2 milhões de residências de empresas • 25,1 milhões de habitantes de residências • Fonte: Frost & Sullivan 110 milhões O Wi-Fi é citado como um exemplo dessa “fartura”. Na visão do executivo, a tecnologia reúne muitas vantagens. O problema, adverte Alvim, é que ela ainda não está preparada para suprir a demanda e a expectativa do mercado. 354 mil usuários Internet. O acesso banda larga é utilizado por 78% dos assinantes web do País. A tecnologia DSL é a mais utilizada com 60% da preferência. O acesso via cabo fica com 33%. 642 mil usuários (40%) vão usar o acesso via cabo em 2007. FRECUENCIA – JUNHO 2004 nação da banda larga é o quesito custo. O valor elevado das soluções, sejam elas baseadas em DSL (Digital Subscriber Line), modem, Wireless ou satélite, atrasa o processo de migração do modelo discado para o de melhor qualidade de transmissão e velocidade. 31 flp_jun04_30e31_sol.pmd 31 03/06/04, 18:33 A P L I C A ÇÃO Gestão PARALELO AFIADA Telefónica Argentina recorre à inteligência para ampliar carteira de clientes FRECUENCIA – JUNHO 2004 Ana Paula Lobo Identificar quem são os melhores assinantes através do tratamento das informações. Essa é a principal tarefa delegada à área de Tecnologia da Telefónica, que busca recuperar a base de clientes perdida durante a grave crise financeira vivida pela Argentina. Um dos passos mais importantes nessa missão foi a retomada dos projetos de Data Warehouse e de Business Intelligence, congelados durante o período de 2000 a 2003. No ano passado, com os sinais de recuperação na economia, os executivos da operadora reavaliaram os aportes na companhia. "A área de TI precisava renovar seu parque de soluções para tornar-se mais efetiva nas suas ações. A retomada dos projetos de DW e BI foi considerada vital. Informação é o bem mais precioso de uma empresa, especialmente na área de serviços, como é o nosso caso", destacou a gerente de Tecnologia da Informação da Telefónica, Mônica Naveira. Ao longo de 2003, foi realizada uma concorrên- Além de implementar os projetos de Business Intelligence e de Data Warehouse, a área de Tecnologia da Informação da Telefónica Argentina vive momentos decisivos de atualização e integração de plataformas de hardware e software. Nesse momento, os esforços concentram-se na adoção do ATIS (Sistema Único de Plataforma de Cobrança, Faturamento e Atenção aos Clientes), em processo de implementação em todas as unidades do Grupo Telefónica na América Latina. "É desafiante estarmos trabalhando com iniciativas que remodelam a área de TI em tão curto espaço de tempo. O ATIS precisa estar integrado ao DW para reverter resultados positivos para a nossa operação", diz a gerente de Tecnologia da operadora, Mônica Naveira. O sistema ATIS deverá estar implementado até o final desse ano. cia entre os principais fornecedores de DW e BI no mercado. As soluções vitoriosas foram a da Teradata, para o Data Warehouse e o da MicroStrategy, para o tratamento e refinamento das informações. PACTO No final de abril, após oito meses de implementação, surgiu o primeiro trabalho concreto dessa renovação tecnológica. Depois de cinco anos, a operadora lançou sua primeira grande campanha de marketing. Direcionada para os clientes de maior poder aquisitivo, a iniciativa foi baseada em in- formações lapidadas e tratadas a partir do DW e do BI. "É a primeira de uma série de campanhas que vamos fazer ao longo de 2004", adiantou Mônica Naveira. "Economizamos dinheiro com estratégias direcionadas e a possibilidade de retorno é muito maior". Transformar as áreas de negócios e de marketing em aliadas foi um dos maiores desafios da unidade de Tecnologia. "Eles tinham que apoiar a iniciativa", recordou a executiva. Segundo Mônica Naveira, a política adotada foi a de transformar cada integrante das unidades de marketing e negócios em "sócios". Atualmente, todos os projetos relativos à conquista e à fidelização de assinantes acontecem com a participação direta das três áreas. “Informação é o bem mais precioso de uma empresa, especialmente na área de serviços, como é o nosso caso” MÔNICA NAVEIRA, gerente de Tecnologia da Informação da Telefónica 32 flp_jun04_32_aplic.pmd 32 03/06/04, 18:33 EVENTOS JUNHO WCA 2004 Junho 1-4 Marriott Wardman Park Hotel Washington D.C., USA www.ibctelecoms.com.br AGOSTO SETEMBRO Internet Satelital Agosto 1,8,15,22 e 29 Auditório do Hotel San Martín Trujillo, Peru Expo Comm Argentina 2004 Setembro Buenos Aires, Argentina www.expocomm.com.ar Andicom 2004 Outubro 20-22 Centro de Convenciones Cartagena de Indias, Colombia CDMA Americas Congress Setembro 28-30 Centro de Convenciones de Miami Miami, FL, USA Futurecom 2004 Outubro 25-28 Florianópolis, Brasil www.futurecom.com.br Mobile Messaging Americas 2004 Junho 2-4 Miami, FL, USA OUTUBRO NOVEMBRO Caricam Mobile 2004 Novembro 1 Bahamas, Caribe GSM Americas www.ibctelecoms.com.br SUPERCOMM 2004 Junho 20-24 McCormick Place Chicago, IL, USA GSM Brazil 2004 Junho 23-25 Rio de Janeiro, Brasil COMPANHIA PÁGINA WEB NOKIA Capa 2 www.nokia.com ARIS Página 5 www.billwireless.com RECELLULAR Página 9 www.recellular.com SIEMENS Páginas 10 e 11 www.siemensmobile.com CDMA AMERICAS Página 21 www.cdg.org EXPO COMM ARGENTINA Página 28 www.expocomm.com.ar INTELSAT Capa 3 www.intelsat.com ZTE Capa 4 www.zte.com.cn Próxima Edição CONVERGÊNCIA FIXA-MÓVEL Os gigantes do mercado de telecomunicações apostam cada vez mais na convergência das infraestruturas fixa e móvel. Não à toa, as grandes carriers, como a Telmex e a Telecom Itália, investem na compra de ativos nos dois mundos. No Brasil, Telemar e Brasil Telecom também ajustam suas estratégias para a oferta casada de produtos aos assinantes. Atentos a esse novo direcionamento, os fabricantes desenvolvem linhas específicas de produtos. BILLING Com o incremento dos serviços de dados e de aplicações como Wi-Fi e IP, as operadoras investem cada vez mais no aperfeiçoamento das suas plataformas de cobrança (biling). Frecuencia Latinoamérica revela quais são as novas tendências e os principais produtos utilizados nas carriers móveis e fixas. CHILE As atenções estão voltadas para o País, que terá grande peso na decisão da aprovação ou não da compra da BellSouth pela Telefónica Móviles. FRECUENCIA – ABRIL JUNHO 2004 2004 ín d i c e d e a n u n c i a n t e s 33 flp_jun04_33_eventos.pmd 33 04/06/04, 19:45 OPINIÃO Por um COTIDIANO MELHOR Educação e inclusão (social e digital) através de redes IP não são mais promessas tecnológicas FRECUENCIA – JUNHO 2004 Eduardo Giraldez Os anseios da sociedade moderna em relação às ofertas tecnológicas são cada vez mais ambiciosos. Nossos desejos são: HDTV (High Definition TV), video on demand, IP.TV, TV digital, universalização das telecomunicações, voz sobre IP, internet de alta velocidade, educação interativa, regionalização, vídeo no celular, wi-fi e o que mais vier. No fundo, todos esses desejos remetem à eterna busca pela convergência, pelo maior poder de comunicação e pela melhoria da qualidade de vida em nosso cotidiano. Neste cenário, a implementação da TV Digital agita fornecedores, provedores e governos, entre eles o brasileiro, que decidiu criar um padrão próprio e partiu em busca do apoio dos vizinhos da América Latina e de gigantes como China e a Índia, que ainda não optaram por qualquer dos padrões desenvolvidos pelos norte-americanos, japoneses e europeus. Todo este interesse todo nos leva a fazer questionamentos importantes, isto porque, para muitos ou quase todos, a possibilidade de digitalização representa motivações difusas e confusas. Há alguns itens a serem discutidos: • OBTENÇÃO DE ALTA QUALIDADE DE IMAGEM - Provavelmente, não. A chamada HDTV (High Definition TV) é para poucos, mas com a digitalização, o caminho seria apontado. • PROMOÇÃO DE UM MAIOR PODER DE SEGMENTAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO - Este talvez seja o maior ponto. Com a redução das bandas e dos custos de transmissão, poderíamos ter mais canais e opções de programação. • PROMOÇÃO DA INTERATIVIDADE - Certamente, principalmente nas formas que encontramos hoje nas TVs digitais por assinatura. Por meio de troca de mensagens, vai-se além do atual guia de programação, o que inclui consultas sobre o clima, acesso condicionado, home banking e pay-per-view. interatividade e colaboração maior do que simples trocas de mensagens – uso de chats, listas de discussão ou possibilidade de gravações digitais pelos usuários. Surge, então, a IP.TV como conceito e modalidade de TV digital para proporcionar aquilo que a internet não garantiu até hoje. A partir das mesmas redes IP que a internet utiliza, com um "browser" apropriado para mídia (vídeo, voz, e dados) interativa e ao vivo, ao contrário dos procedimentos “on-demand”, tentamos trazer a verdadeira colaboração que aponta para a convergência de idéias, de pessoas e para a construção de conhecimento coletivo. Ao contrário da TV Digital, ainda em debate, a IP.TV é real e promove inclusão social. No Brasil, por exemplo, já abre caminhos para milhares de jovens. No Maranhão, um dos Estados mais pobres do País, a Universidade Virtual, patrocinada pelo Governo do Estado, ministrará, nos próximos cinco meses, um curso pré-vestibular para 6.000 alunos de baixa renda, que vivem em locais distantes e de difícil acesso à comunicação. Durante esse período, esses alunos, que pertencem às mais diferentes classes e raças, terão a oportunidade de se preparar para disputar, em igualdade de condições, uma vaga na corrida pela formação de terceiro grau. “Os desejos de modernidade tecnológica nos remetem à necessidade de convergência e à melhoria da qualidade de vida no cotidiano do ser humano” TRANSPORTE E ACESSO À INTERNET - Não cremos, a não ser que estivéssemos falando de meios de transporte por IP, incluindo a transmissão do usuário ao provedor de serviços. • PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO INTERATIVA - Duvidamos também. Os modernos processos atuais no campo da construção do conhecimento e da educomunicação apontam para a dialógica e mediática com • Eduardo Giraldez é presidente da IP.TV, primeira operadora de redes e canais de TV digital interativa por IP do mundo 34 flp_jun04_34_opiniao.pmd 34 03/06/04, 13:37
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