Latinoamérica Latinoamérica

Transcrição

Latinoamérica Latinoamérica
Frecuencia
COMUNICAÇÃO SEM FIO NA AMÉRICA LATINA
Latinoamérica
Edição em português
Ano 8 - Nº 58 - Junho 2004
www.frecuenciaonline.com
BANDA LARGA
CRESCE NA AL
MERCADO PERUANO:
TEMPO DE TRANSIÇÃO
Comunicação
SEM RISCO
Políticas de uso e novos
padrões garantem segurança
das redes Wireless
ESPECIAL
flp_jun2004_capa.pmd
1
GSM
Tecnologia amplia participação no
segmento móvel latino-americano
01/06/04, 09:20
EDITORIAL
FRECUENCIA Nº 58
Junho 2004
www.frecuenciaonline.com
MATRIZ
ITP Editorial
475 Biltmore Way, Suite 308
Coral Gables, FL 33134-5756
Todo cuidado
sempre será pouco
DIRETORA EDITORIAL
Graça Sermoud
[email protected]
EDITORA EXECUTIVA
Ana Paula Lobo
[email protected]
EDITORA ASSISTENTE
Clara Persand
[email protected]
CORRESPONDENTES
Argentina - Elías Tarradellas
Ecuador - Jaime Yumiseva
Perú - Marco Villacorta
Miami - Andres Velazquez
CIRCULAÇÃO
Carmen Burgos
[email protected]
WEBMASTER
Danilo Bilbao
[email protected]
TRADUTORA
Ana Cristina Gonçalves
ADMINISTRAÇÃO & FINANÇAS
Carmen Luz Yumiseva
ESCRITÓRIOS REGIONAIS
ITP EDITORIAL – BRASIL
Avenida Cidade Jardim, 400 – 20 Andar
São Paulo, SP – CEP: 01454-000
Tel: 55-11-3818-0848
Fax: 55-11-3818-0899
ITP EDITORIAL – REGIÃO ANDINA
Av. Eloy Alfaro 3822 y Gaspar de Villaroel
Quito – Ecuador
Tel: 593-22-422-568
Fax: 593-22-424-871
REDAÇÃO FRECUENCIA/ BRASIL
Av. Ibirapuera, 2907 / conj: 121
Moema - São Paulo – CEP: 04029-200
Telefones: 55-11-5053-9828 / 9829
FAX: 55-11-5053-9838
Impressão
Henel Indústrias Gráficas Ltda.
www.henel.com.br
Edição de Arte e Diagramação
Pedro R Costa
[email protected]
FRECUENCIA LATINOAMÉRICA circula dez vezes
no ano e é distribuída às empresas e executivos
do mercado de telecomunicações sem fio.
Assinatura anual: Latinoamérica, EUA e Canadá:
US$ 75. Europa e Ásia: US$ 95. Direitos
Reservados. É proibida a reprodução do conteúdo
desta publicação sem prévia autorização da
direção. As opiniões contidas na revista
Frecuencia Latinoamérica refletem a posição dos
autores e não necessariamente a da ITP Editorial.
Na tecnologia, assim como na vida real, segurança não é uma
simples questão de aquisição de produtos ou de sistemas
eficientes de vigilância. Ela requer a adoção de políticas de
gestão e de conduta para evitar situações de risco. No mundo
Wireless, a máxima de que não existe rede 100% segura é mais
do que válida e esse é o tema do especial que Frecuencia
Latinoamérica preparou para essa edição.
Nele, será possível identificar quais são as melhores
estratégias para conduzir, com o máximo de zelo possível, o uso e a
implementação das redes sem fio na rotina de trabalho. Os
especialistas advertem: qualquer deslize poderá ser suficiente para a
presença de invasores. Mais do que isso. Os responsáveis pela
administração da rede não podem se enganar.
Os inimigos não estão apenas além dos muros da empresa. Eles
podem estar dentro de casa. Para acalmar os mais reticentes, os
especialistas asseguram, no entanto, que a evolução dos produtos é
constante e tornam o mundo Wireless tão "inviolável" quanto o das redes
tradicionais. Uma safra de padrões desembarca no mercado e ajuda a
montar uma infra-estrutura de qualidade e confiável.
Outro tema importante na edição é a evolução tecnológica
da telefonia móvel na América Latina. Cada vez mais,
acirra-se o confronto entre os mundos GSM e CDMA, que
disputam a preferência das operadoras na região. Os
fornecedores GSM comemoram os bons resultados alcançados
e, em entrevista exclusiva à Frecuencia Latinoamérica,
Alberto Blanco, diretor de Marketing da Oi, operadora de
telefonia móvel brasileira e considerada um fenômeno mundial
Graça Sermoud
de implementação da tecnologia, revela as ações da carrier
para tornar-se uma das líderes do segmento.
Por sua vez, os fornecedores CDMA não admitem perder
espaço nesse combate. Em evento realizado no final de maio,
no Rio de Janeiro, Brasil, os desenvolvedores deixaram claro
que a evolução para a Terceira Geração está na utilização
da tecnologia. Como não há ainda uma definição sobre
como será o uso da freqüência 3G na América Latina, esse
duelo promete ter vários rounds.
Ana Paula Lobo
Equipe editorial
COMERCIAL
Latinoamérica, USA y Europa
GERENTE de
VENDAS & MARKETING
Sara Astoul
475 Biltmore Way, Suite 308
Coral Gables, Fl 33134-5756
tel: 305-567-2492
[email protected]
Argentina
Edgardo Muchnik
Defensa 649 - 4º “D”
C1065 - Capital Federal
Buenos Aires
tel: 15-4182-2565
[email protected]
Ásia
Ben Sanosi
interAct Group
10 Anson Road
No. 11-17 International Plaza
Singapore 079903
Tel/Fax: +65 68770418
[email protected]
Brasil
Avenida Cidade Jardim, 400
20 Andar - CEP: 01454-000
São Paulo, SP
Tel: 55-11-3818-0848
Fax: 55-11-3818-0899
FRECUENCIA – JUNHO 2004
DIRETORA & EDITORA-CHEFE
Ana María Yumiseva
[email protected]
3
flp_jun04_3_editorial.pmd
3
03/06/04, 19:48
Í N D I C E
06
NOTÍCIAS DOS PAÍSES
12
PERFIL
Em entrevista exclusiva à FRECUENCIA LATINOAMÉRICA,
Matt Gharegozlou, diretor geral da Hitachi Data Systems,
adianta que as mudanças do sistema financeiro
determinadas pelo acordo de Basiléia terão impacto em
todos os setores produtivos.
14
ESPECIAL GSM
Os fornecedores têm motivos para comemorar. Com
exceção do Haiti, todos os demais países da América
Latina possuem uma operação GSM ativada. Brasil,
México, Chile e Colômbia despontam como os
principais mercados da tecnologia na região.
18
22
TECNOLOGIA
REGIONAL
O mercado peruano está em transformação. O governo
decide se renova ou não o contrato de concessão da
Telefónica Peru, principal fornecedora de serviços fixo no
País. Na telefonia móvel, a possível compra da BellSouth
pela Telefónica Móviles divide opiniões.
Especialistas advertem que é uma ingenuidade do mercado
acreditar que padrões e equipamentos de última geração
podem garantir segurança absoluta. Sem políticas de gestão
definidas, os investimentos podem ser improdutivos e a
rede estará mais vulnerável do que nunca.
MERCADO
29
Colômbia Móvel e Telmex são as primeiras usuárias na
região do padrão Parlay, que surge como uma alternativa
à necessidade das operadoras de lançar novas soluções
em escala comercial no menor tempo possível.
30
SOLUÇÃO
32
APLICAÇÃO
34
OPINIÃO
QUEM
INVADIU
A MINHA
?
FRECUENCIA – JUNHO 2004
REDE
Telefónica Argentina investe em Data Warehouse e Business
Intelligence para fidelizar e conquistar novos assinantes.
Educação e inclusão social e digital através de redes IP
deixam de ser promessas tecnológicas.
ENVIE SUAS OPINIÕES E COMENTÁRIOS PARA [email protected]
4
flp_jun04_4_indice.pmd
Os serviços de banda larga apresentam grande potencial
de crescimento, mas precisam adequar-se à realidade
social e econômica da região.
4
03/06/04, 18:27
NOTÍCIAS
AMÉRICA LATINA
Carlos Slim mostra
a sua força na AL
FRECUENCIA – JUNHO 2004
O megaempresário Carlos Slim
viajou pelos países onde está
investindo pesado: Argentina, Chile
e Brasil. No Chile, primeira escala
do tour, o executivo não poupou
critícas à Subtel (Superintendência
de Telecomunicações). O órgão
concordou com um reajuste de 40%
para a tarifa de interconexão
proposta pela Telefónica CTC,
monopolista da última milha no País.
Segundo Carlos Slim, que recém-comprou as operações da
ChileSat, provedora de serviços de telecom para mercado
corporativo, o valor é excessivo e prejudicará a oferta de novos
produtos aos consumidores. O megaempresário aproveitou também
para revelar a sua posição em relação ao processo de aquisição da
BellSouth pela Telefónica Móviles. Carlos Slim é contrário à
aprovação do negócio, por entender que a fusão das empresas
prejudicaria a concorrência na telefonia móvel chilena, já que a
nova operadora ficaria com mais de 45% do market share.
NOVAS FRENTES
Na Argentina, Slim confirmou que as empresas que adquiriu –
AT&T, Techtel e MetroRed – vão passar a usar a marca Telmex em
suas operações, para facilitar o entendimento do consumidor de
que, agora, essas empresas são uma só. Na telefonia móvel, para
enfrentar a concorrência da Telefónica, Slim dedicou mais de US$
150 milhões à renovação da infra-estrutura de tecnologia e de
atendimento ao cliente da CTI Móvil. “Estamos trabalhando para
ser um provedor completo de serviços móveis e fixos com a
integração de todas as companhias que compõem o grupo Telmex
no País”, destacou Slim, em entrevista à imprensa argentina.
A última etapa da viagem foi no Brasil. O megaempresário
elogiou a condução da economia nacional pelo Governo Luis
Inácio Lula da Silva, mas criticou a excessiva carga tributária
imposta ao mercado produtivo e ao consumidor brasileiro.
Questionado sobre o interesse da Telmex em adquirir o controle
da Net, operadora de TV por assinatura nacional, Slim não
confirmou, mas também não descartou. Ele assegurou que está
“interessado em investir em tudo que estimule o
desenvolvimento dos negócios da companhia”.
Com relação à Embratel, adquirida pelo grupo Telmex,
o empresário disse que aguarda tão somente a liberação da
compra pelos órgãos reguladores brasileiros para assumir o
controle da operadora. A Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) deverá posicionar-se oficialmente
sobre a compra na segunda quinzena de junho.
CHILE
Fusão BellSouth/telefónica
fica para 2005
Especialistas do setor de telecomunicações
acreditam que a fusão entre as operações da
BellSouth e da Telefónica Móvil no Chile só deverá
ser concretizada no primeiro semestre de 2005.
Eles descartam a possibilidade de uma fusão
imediata, uma vez que, até o momento, as
autoridades antimonopolistas ainda não tomaram uma
posição oficial em relação ao negócio. Se aprovada, a
fusão gera uma operação gigante, que deterá 45% do
mercado de telefonia móvel chilena.
O aspecto legal, no entanto, não é o único entrave
para uma operação mais ágil. Os acionistas da CTC,
operadora de telefonia fixa chilena, precisam aprovar a
venda de Telefónica Móvil para Telefónica de Espanã.
Os analistas acreditam que esse processo deverá levar
mais dois meses para ser concluído. Somente após
todas essas etapas vencidas, a Telefónica Móviles,
subsidiária latino-americana da Telefónica da Espanha,
irá assumir o controle da BellSouth.
Para acelerar o processo de aprovação da compra,
a Telefónica apresentou, no fim de maio, um relatório
para as autoridades chilenas onde busca provar que a
compra não determinará a formação de um monopólio
na telefonia móvel do País. No estudo, a carrier
espanhola aponta que o Chile conta com outros três
provedores – Smartcom PCS, Entel PCS e Nextel. Ao
mesmo tempo, admite que, nos últimos 18 meses,
cerca de 40% dos clientes trocaram de operadora em
função das campanhas realizadas pela concorrência.
ARGENTINA
Telecom Argentina é
multada em US$ 360 mil
O mau atendimento ao cliente começa a ser punido
com rigor na Argentina. A comissão Nacional de
Comunicações (CNC) aplicou uma multa de US$ 360 mil
na Telecom Argentina por não ter implementado um
sistema de telefonia pública de emergência em áreas que
tiveram o serviço de telefonia prejudicado em função de
roubo de cabos. A carrier terá ainda que conceder um
abono aos clientes que ficaram mais de 10 dias sem
serviço na próxima conta telefônica.
6
flp_jun04_6a9_noticias.pmd
6
03/06/04, 20:26
NOTÍCIAS
BRASIL
Alcatel aposta em manufatura
A empresa francesa vive um novo momento no
mercado brasileiro. Na área de manufatura, a Alcatel
avalia a fabricação de celulares no País. Enquanto isso,
inicia a produção de Estações Radiobase, com
investimentos que somarão US$ 2,600 milhões, em
busca de alto nível de nacionalização. Na linha de
negócios, a Alcatel dá prosseguimento a costura de novos
contratos para fornecimento de tecnologia GSM para as
operadoras celulares. A Claro, operadora do grupo América
Móvil e a Brasil Telecom (BrT) são as candidatas.
Mais do que ações, a Alcatel contabiliza resultados
numéricos. Segundo anunciou seu presidente no Brasil,
Jonio Foigel, a empresa encerrou o primeiro trimestre
de 2004 com uma receita líquida de R$ 216 milhões.
Para o executivo, o resultado preliminar é um bom
sinal de reversão do quadro. Em termos de
comparação, a empresa contabilizou, no final de 2003,
receita líquida de R$ 667 milhões, 20% abaixo do
resultado alcançado em 2002, quando registrou a
marca de R$ 837 milhões.
Governo cria programa de
doação de computadores usados
Através de um programa batizado de
"Computadores para inclusão", o governo brasileiro
promoverá, anualmente, a doação de 120 mil
computadores usados . O secretário de Logística
e Tecnologia da Informação do Ministério do
Planejamento, Rogério Santanna, diz que a
iniciativa faz parte do plano que busca combater a pobreza e a
violência por meio da inclusão digital.
"Imaginamos que algo em torno de 120 mil computadores/ano
possam ser recuperados a partir das máquinas que o governo
substituir nas ruas redes, nas diversas empresas estatais e nos
órgãos da administração direta", disse.
O secretário do Ministério do Planejamento explicou que
esse projeto já foi testado com sucesso em outros países,
entre eles, o Canadá, onde cerca de meio milhão de
computadores já foram encaminhados às escolas públicas para
programas de inclusão digital e social.
Investimento em redes
celulares cai 12% em 2003
Vendas de WLAN
crescem 7% no trimestre
Os atrasos na implementação e adoção de redes de terceira geração
provocaram uma queda de 12% nos investimentos mundiais em infraestrutura de redes celulares em 2003, revela estudo realizado pelo Gartner.
Levantamento indica que as operadoras de telefonia móvel investiram, no
ano passado, ainda menos do que em 2002. Os gastos com equipamentos de
acesso via rádio, comutação, aplicativos e infra-estrutura pesada de redes
totalizaram US$ 40 bilhões, US$ 5 bilhões a menos do que no ano anterior.
De acordo com o estudo, a Ericsson manteve a posição de liderança,
com 26% de participação nas vendas, mas esse valor foi 3% menor
frente a 2002. A fabricante suiça deve se beneficiar com a previsão de
aumento do uso de redes 3G em 2004. A Nokia e a Siemens
aumentaram, respectivamente, suas participações de mercado para 14%
e 13%, impulsionadas pelos gastos com GSM e WCDMA. No estudo do
Gartner, a Motorola ficou em quarto lugar, a Nortel ocupou a quinta
posição e a Lucent Technologies ficou em sexto lugar.
A tecnologia GSM foi dominante nos anúncios de contratos em 2003,
respondendo por 64% do total de negócios divulgados e 59% do
montante dos valores envolvidos. WCDMA e CDMA responderam por 14%
do número de contratos anunciados, embora o CDMA, que respondeu por
37% dos valores envolvidos, ultrapasse o WCDMA.
O Dell'Oro Group, instituto de pesquisas
nas áreas de indústrias de redes e
telecomunicações, aponta o crescimento de
7% nas vendas mundiais de Wireless LAN
802.11 no primeiro trimestre deste ano.
O faturamento do setor atingiu a marca de
US$ 537 milhões. Primeira colocada no
ranking, a Cisco cresceu 55% no período.
De acordo com Greg Collins, diretor senior
do Dell'Oro Group, nos primeiros três meses
deste ano, a produção de unidades da
802.11g respondeu por mais da metade do
volume total da indústria de redes e por cerca
de 60% do total do faturamento.
O relatório trimestral do segmento de
Wireless LAN inclui 802.11b, 802.11g e as
multimodais (802.11a/b and 802.11a/g).
De acordo com dados do Dell´Oro, a Cisco
ocupa a liderança de vendas, seguida pela
Symbol e pela Proxim.
FRECUENCIA – JUNHO 2004
MERCADO
7
flp_jun04_6a9_noticias.pmd
7
03/06/04, 20:26
NOTÍCIAS
AMÉRICA LATINA
CDMA minimiza
efeitos da concorrência
REALIDADE
FRECUENCIA – JUNHO 2004
Ana Paula Lobo
Um erro de decisão. Desta forma
os representantes do CDG – CDMA
Development Group – avaliam a
possibilidade de a Telefónica Móviles
migrar as operações latino-americanas
da BellSouth de CDMA para GSM.
Perry LaForge, presidente e diretor
executivo do conselho do CDG é
taxativo. "GSM é uma tecnologia para
voz. CDMA é para a
convergência de voz e dados.
Quem está investindo em
GSM/GPRS terá que refazer
seus planos em curto prazo",
declarou o executivo durante
a 3ª Conferência latinoamericana de CDMA,
realizada no final de maio,
no Rio de Janeiro.
Questionado sobre o
impacto da possível decisão
de a Telefónica Móviles
migrar as operações da
BellSouth de CDMA para
GSM, LaForge afirmou que a
gigante espanhola precisa levar em
conta o exemplo da norte-americana
AT&T, que vendeu a operação GSM
para a Cingular e está contratando
infra-estrutura CDMA da Sprint.
Ainda assim, o executivo descarta a
perda de mercado na região. "Se
houver mudanças, elas serão
pontuais. Não atingirão todas as
unidades", enfatizou.
RANKING
De acordo com dados da CDG, em
2010 haverá um bilhão de usuários de
celulares com tecnologia CDMA ao
redor do mundo. Deste total, cerca de
70% utilizarão CDMA2000,
acrescenta LaForge.
Segundo a entidade, a partir de
2006 o GSM perderá força e cederá
lugar para o CDMA. "Cada vez mais
os serviços de dados serão importantes
na operação móvel. Eles vão
impulsionar o uso da tecnologia",
destacou o diretor do CDG.
Para alcançar a liderança, as
Baratear o custo dos terminais
CDMA é uma das missões dos
desenvolvedores da tecnologia. Não
à toa, até o final deste ano, a
Qualcomm finalizará a produção da
segunda geração do chipset 6000,
que permitirá aos fabricantes CDMA
reduzir ainda mais o custo de
manufatura e produção do terminal
móvel celular para o usuário final. A
nova versão, batizada de 6500,
estará disponível comercialmente no
primeiro trimestre de 2005.
Atualmente, a primeira geração
do chipset 6000 está presente em
terminais que têm um custo final
“GSM é uma tecnologia para
voz. CDMA é para a
convergência de voz e dados.
Quem está investindo em
GSM/GPRS terá que refazer
seus planos em curto prazo”
Perry LaForge, presidente e
diretor executivo do conselho do CDG
operadoras CDMA têm desafios
imediatos. Entre eles, o de investir na
disseminação da infra-estrutura de
rede EV-DO, que permite a
transmissão de dados a uma
velocidade de 2Mbits. Nos Estados
Unidos, a Verizon Wireless anunciou
que irá estender o piloto com a
tecnologia para todas as
cidades do País.
Na América Latina, a brasileira Vivo
será a primeira da região a realizar testes
comerciais com a tecnologia EV-DO.
O projeto, que envolve a participação da
Lucent Technologies, Motorola e Nortel
Networks, está previsto para o segundo
semestre deste ano.
inferior a US$ 100 para as
operadoras. A Kyocera já utiliza o
chip na produção do K 112, criado
para ser o mais popular da sua
linha de handsets.
O presidente da Qualcomm do
Brasil, Marco Aurélio Rodrigues,
lembrou que América Latina foi a
grande motivadora dos investimentos
da companhia no desenvolvimento
do chipset de menor custo. Hoje,
três anos depois, essa linha também
está sendo direcionada para atender
aos megamercados da China e da
Índia que, recentemente, adotaram o
CDMA em suas operações móveis.
8
flp_jun04_6a9_noticias.pmd
8
03/06/04, 20:26
NOTÍCIAS
COMO FUNCIONA
BRASIL
450MHz: tecnologia sai na frente
para a postura dos demais
países latino-americanos em
relação ao uso comercial da
faixa 450MHz. "Se fizermos a
escolha correta, ela será adotada em toda
a região. O combate à exclusão digital e
social é tarefa comum em todos os países
da América Latina", observou o executivo.
Sem perder tempo, os fornecedores
CDMA atraem para si a
responsabilidade de viabilizar o uso da
freqüência.
A Lucent, por exemplo, é responsável,
desde abril, por um teste que envolve a
oferta de serviços de telefonia e
Internet para cidades não atendidas
pela infra-estrutura convencional de
telecomunicações. O projeto acontece
no Distrito Federal, na
região Central do País.
Durante a 3ª
Conferência latinoamericana da tecnologia
CDMA, a Nortel Networks e
a ZTE anunciaram que farão
testes na freqüência. Ainda esse mês, a
fabricante chinesa inicia um projeto
piloto em parceria com a operadora
Unicel, que recém-recebeu autorização
da Anatel para a experiência.
Já a Nortel Networks anunciou
que fará a sua experiência no
segundo semestre, numa cidade
brasileira ainda a ser definida. O
objetivo é mostrar os benefícios do
uso da tecnologia CDMA nas
iniciativas de inclusão digital e de
ampliação da oferta de serviços de
telefonia móvel e fixa.
FRECUENCIA – JUNHO 2004
Até a segunda quinzena de junho, a
Agência Nacional de Telecomunicações
(Anatel) colocará em consulta pública o
regulamento para a destinação da
freqüência 450 MHz para a oferta de
serviços Internet, trunking
(radiochamada), telefonia móvel e
telefonia fixa. O órgão regulador brasileiro
corre para regulamentar o uso da faixa
com o intuito de poder utilizá-la nas
licitações do Serviço de Comunicação
Digital, previstas para serem lançadas
antes do final desse ano. O SCD levará o
acesso Internet banda larga para as
escolas, hospitais e órgãos públicos.
O vice-presidente da Anatel, Antonio
Carlos Valente, admite que o
posicionamento brasileiro será decisivo
O CDMA 450 MHz
permite uma cobertura
geográfica de 10 a 20
vezes maior que as ERBs
(Estações Rádiobase)
nas freqüências em uso.
Com isso o raio de
alcance é de até 60 Kms.
9
flp_jun04_6a9_noticias.pmd
9
03/06/04, 20:26
PERFIL
Abaixo da linha do
EQUADOR
Ana Paula Lobo
Os países da América Latina fazem parte
da vida profissional do norte-americano
Matt Gharegozlou. Nos últimos 12 anos,
ele atuou na região como gerente de
Soluções da StorageTek, diretor de Vendas
da Brocade e executivo de Negócios Globais
da Hitachi Data Systems, tradicional
fornecedora de soluções de armazenamento.
Em abril, foi promovido ao cargo de diretor
Geral da HDS na AL. Em entrevista exclusiva
à Frecuencia Latinoamérica, Gharegozlou
diz que a experiência acumulada ao longo
desse período é crucial para os novos
desafios: aumentar a presença da empresa
no mercado de telecomunicações e
ampliar o número de parceiros
FRECUENCIA – JUNHO 2004
Tradicional na área financeira, a HDS
não tem a mesma participação no mercado de telecomunicações. Quais são
as ações previstas pela companhia
para ampliar o market share na região?
As operadoras de telecomunicações
descobriram que armazenar seus dados
em sistemas robustos não faz mais a
diferença. É preciso tratá-los, refiná-los
para conduzir as melhores estratégias e
campanhas de marketing. É nesse cenário que a HDS planeja atuar: seremos
um provedor de informações direcionado
para a tomada de decisão.
Até porque, nos próximos 10 anos,
o segmento de storage irá crescer continuamente na América Latina, mas
não mais com o foco puro e simples
do armazenamento. Cada vez mais as
aplicações ganham vida própria. Numa
economia globalizada, o cliente precisa medir o valor do seu investimento
em qualquer área, inclusive na tecnologia. A idéia da HDS é tornar-se uma
fornecedora completa de soluções.
Temos condições de armazenar, tratar
e valorizar o dado. Só assim será possível ao cliente medir o retorno do investimento realizado em storage. No
segmento financeiro, essa percepção
já existe e várias instituições bancárias nos vêem como um parceiro de negócios. Queremos trazer essa
integração para o mundo das telecomunicações e para os negócios com o
governo, uma área muito promissora na
12
flp_jun04_12e13_perfil.pmd
12
03/06/04, 13:36
PERFIL
AL, já que a maior parte quer profissionalizar sua administração e elege a tecnologia como a ferramenta ideal para essa evolução.
O que levou a HDS a promover uma reestruturação mundial e a criar uma unidade própria para a América Latina?
Mudar é uma obrigação de toda e
qualquer empresa que planeja brigar
pela liderança do seu segmento. A HDS
detectou que era o momento de renovar. Até então, a América Latina ficava
no mesmo guarda-chuva da China e
Ásia. É uma geografia de difícil administração para qualquer executivo. Agora, a região latino-americana tem unidade e é gerenciada de Miami. Estamos
mais próximos dos nossos parceiros. A China permanece debaixo da divisão Ásia, mas ganhou
uma atenção especial, já que os
negócios naquele País não
páram de crescer. Os outros segmentos são a Europa, os Estados Unidos e a África.
Toda essa reformulação tem
uma explicação lógica: a HDS
quer deixar de ser uma empresa de venda direta. Os canais
ganham representatividade
cada vez maior no negócio. Eles serão
os nossos parceiros. Na AL, decidimos
criar quatro divisões para incrementar
a política de vendas indiretas: Brasil,
que responde por 40% das vendas da
HDS na região; México, que contribui
com 35%; NOLA, que reúne países
como Venezuela, Colômbia, Centroamérica e Caribe; e SOLA, com Peru,
Equador, Chile, Argentina, Paraguai e
Uruguai, que somados respondem por
25% da receita.
Cada divisão terá equipes próprias
e parceiros capacitados para atuar
com nossas soluções. Investimos
mais de US$ 14 bilhões em Pesquisa e Desenvolvimento. Esse conheci-
mento será repassado para os nossos
parceiros. Eles serão identificados
como a HDS. Com esse modelo de
atuação, estabelecemos a meta de
aumentar as vendas indiretas de 35%
para 65%, até o final do nosso ano
fiscal, em abril de 2005.
A HDS é uma empresa de origem japonesa. Como o senhor explica as peculiaridades da América Latina ao primeiro escalão da corporação?
Nos últimos 12 anos o que mais
fiz na vida foi viajar pelos países situados abaixo da linha do Equador. Foi
pansão. O setor de telecomunicações,
o governo e a área de utilities precisam tratar suas informações. Em resumo, a América Latina é um mercado
onde os números e os prognósticos de
vendas driblam qualquer adversidade.
Como o senhor vê o processo de consolidação do setor de telecomunicações na América Latina? É um momento de oportunidades?
A compra da operação da BellSouth
pela Telefónica Móviles poderá tornarse um dos maiores cases de integração
de tecnologia em nível mundial. São
milhares de base de dados que
serão consolidadas; plataformas
de software e hardware e aplicações integradas. É um trabalho que chamará a atenção de
todo fornecedor de solução. Temos experiências importantes
de integração no mundo financeiro e esse conhecimento pode
nos dar um diferencial de
competitividade diante dos nossos concorrentes. Com relação
aos mexicanos, somos parceiros
da Telmex e da Telcel. Isso poderá nos dar a chance de conquistar novos espaços.
“O acordo de Basiléia II
provocará uma grande
revolução no uso da
tecnologia em todos os
segmentos e não apenas no
financeiro. Acredito que
esse movimento será tão
impactante como foi o
bug do milênio”
Quais são os desafios do mercado
de armazenamento nos próximos
cinco anos?
O acordo de Basiléia II provocará
uma grande revolução no uso da tecnologia. Os bancos terão que se adequar
às novas regras de tratamento de informações. Muitos deles, inclusive, já investem pesado na atualização dos seus
sistemas. Acredito que esse movimento
causará um impacto semelhante ao do
"bug do milênio". Essas mudanças provocarão um efeito dominó. As grandes
corporações e as próprias operadoras de
telecomunicações também terão que investir mais para cuidar das suas informações e adequar-se à nova realidade.
FRECUENCIA – JUNHO 2004
e é uma experiência fantástica. Conheci pessoas e locais maravilhosos. É
verdade que as crises políticas e sociais preocupam, como essa que acontece na Venezuela, um mercado promissor. Mas os negócios sobrevivem a
todas essas turbulências. A América
Latina cresce num ritmo próprio. É
uma área que instiga aos executivos
de negócios. Tem vida e alma. Na própria HDS, a região registrou um crescimento de 15% no último ano fiscal.
Mundialmente, o crescimento da companhia foi de 9%. Hoje, a AL representa 4% da receita total da área de
tecnologia da HDS. O melhor de tudo
é que os negócios permanecem em ex-
13
flp_jun04_12e13_perfil.pmd
13
03/06/04, 13:36
ESPECIAL GSM
Tecnologia dá um salto
na América Latina e
briga pela liderança no
segmento móvel
Ana Paula Lobo e Graça Sermoud
De grão
o
s fornecedores GSM (Global Systems for Mobile
Communications) têm motivos para comemorar.
Mais de um bilhão de assinantes utilizam a tecnologia no mundo. Na América Latina, os números também são satisfatórios. De acordo com dados da EMC
Celular, instituto de pesquisa especializado em telefonia
móvel, o GSM apresentou um crescimento de 200% num
prazo de 12 meses, na região.
O Brasil é o País que lidera o ranking de novos usuários
GSM. Em março de 2004, contabilizava 9,9 milhões de assinantes da tecnologia. Em segundo lugar, desponta o México,
com 6,6 milhões de usuários. Em seguida, vem o Chile, com
3,4 milhões, e a Colômbia, com 1,9 milhão. Para Erasmo
Rojas, diretor Executivo da 3G Américas, essa é uma prova de
que a tecnologia foi a escolhida para substituir o TDMA, principal infra-estrutura de telefonia móvel na América Latina.
Entusiasmado com os resultados, Martin Miguel, diretor
FRECUENCIA – JUNHO 2004
EM GRÃO
14
flp_jun04_14a17_gsm.pmd
14
03/06/04, 18:29
da subsidiária latino-americana da GSM Association, diz não
ter dúvida que a tecnologia será a líder na região em 2006.
Com exceção do Haiti, lembra ele, todos os países da América
Latina possuem operadoras com infra-estrutura GSM. "Ainda
temos um caminho a percorrer, mas a GSM/GPRS (General
Radio Packet Services) é a sucessora do TDMA. Isso significa
que as operadoras apostam na qualidade do serviço prestado
a partir da tecnologia", afirma o executivo.
DIANTEIRA
Erasmo Rojas, da 3G Américas, diz que o Brasil é um
excelente termômetro e referência para a região no uso da
tecnologia GSM. Segundo ele, a Oi, considerada um fenômeno na implementação da tecnologia (Leia matéria na página
17), cresceu 150% em um ano, enquanto a Vivo, líder do
mercado nacional e usuária da tecnologia CDMA, registrou
um aumento de 30% na sua base de assinantes.
Outro País que mostra
MAIORES USUÁRIOS GSM
um desempenho importante
NA REGIÃO (MARÇO/2004)
nessa guerra pela liderança
PAÍS
ASSINANTES
é a Argentina. Depois da esBrasil
9,9 milhões
tagnação econômica, o segMéxico
6,6 milhões
mento móvel volta a invesChile
3,4 milhões
tir. Na guerra pela conquisColômbia
1,9 milhões
ta dos clientes, destaca-se a
Venezuela
1,3 milhões
CTI Móvel, que migrou sua
Jamaica
1,0 milhão
infra-estrutura CDMA para
Peru
659.800
GSM e, ao longo desse ano,
República Dominicana
598.800
planeja uma série de novos
lançamentos. Para não perder espaço, a Personal Argentina
também amplia a sua cobertura e aposta na oferta de serviços multimídia para fidelizar seus assinantes.
Chile e Argentina, aliás, terão papel decisivo no futuro da
evolução do GSM. Para isso, basta que a Telefónica Móviles que, em março, anunciou a compra das unidades da BellSouth na região - mantenha a decisão de migrar a infra-estrutura CDMA dessas operações para o GSM. Esse movimento
implicará novas concorrências e uma mudança significativa
nos dados de uso das duas tecnologias.
Fonte: EMC World Celular Database - Maio 2004
E
TECNOLOGIA
SPECIAL GSM
PROGRESSÃO
2001: 81M DE ASSINANTES
CDMA
22,8%
ANALÓGICO
24,5%
2008: 170M DE ASSINANTES
ANALÓGICO
0,8%
TDMA
23,8%
CDMA
31,1%
GSM
4,0%
TDMA
48,7%
GSM
44,3%
Fonte: Pyramid Research (baseado em 18 mercados)
Um dos grandes motivadores para o sucesso do GSM na
América Latina é a possibilidade de economia de escala com a
produção de terminais e de equipamentos de infra-estrutura,
admite Erasmo Rojas, diretor Executivo da 3G Américas.
De acordo com o executivo, o poder de negociação foi
o grande motivador da decisão da América Móvil de eleger
a tecnologia como a principal nas suas operações na
região. "Compras em grande quantidade sempre dão
margem para a obtenção de descontos. O poder de
barganha do usuário cresce muito e há diversos
fornecedores GSM no mercado", ressalta Rojas.
FRECUENCIA – JUNHO 2004
ESCALA
15
flp_jun04_14a17_gsm.pmd
15
03/06/04, 18:29
ESPECIAL GSM
Serviços de dados incrementam investimentos em EDGE
Janela de
OPORTUNIDADES
está diretamente ligado ao sucesso
das aplicações de dados.
Nas operadoras que escolheram a
tecnologia GSM/GPRS (General Radio
Packet Services), o futuro para a construção de uma infra-estrutura veloz e
mais capacitada para a oferta de novas aplicações está na
EDGE (Enhanced Data Rates for GSM Evolution).
Na América Latina, duas gigantes já dão os primeiros
passos em direção a essa evolução:
Telefónica, no Chile; e Telecom Itália,
QUEM É O VERDADEIRO DONO?
no Brasil e no Chile. As operadoras do
grupo América Móvil - Claro, no BraO WCDMA pode vir a ser um entrave para os investimentos em EDGE na
sil, e CTI Móvil, na Argentina - tamAmérica Latina, avaliam os especialistas. Segundo eles, com recursos cada vez
bém capacitaram suas redes para a
menores para grandes aportes em infra-estruturas, muitas operadoras da região
EDGE, mas ainda não têm planos copoderão optar por não migrarem suas redes e aguardar uma definição sobre o
merciais com a tecnologia.
uso das freqüências relativas à Terceira Geração.
Na prática, a EDGE permite transmisEm todos os seminários ligados ao uso da GSM, o WCDMA – Wideband Code
são
de dados em velocidade de até 473
Division Multiple Access – desponta como a tecnologia 3G. Com taxas de
kbps,
com taxas médias de 80 a 130 kbps.
velocidades de transmissão de dados até 100 vezes superiores às ofertadas hoje
Ela
aumenta
em três ou quatro vezes a
nas redes móveis, a tecnologia habilita uma nova geração de serviços, incluindo
capacidade de transmissão de dados da
voz, vídeo, som digital, cor, imagens e animações. Ao mesmo tempo, o WCDMA
GPRS. Além disso, pode ser implementada
permite o uso mais eficiente do espectro - bem cada vez mais escasso - se
na maioria das bandas usadas hoje: 800,
comparado a outras técnicas, uma vez que é capaz de concentrar maior número
900, 1800 e 1900 MHz.
de usuários numa faixa de freqüência.
Exatamente por isso, os fornecedoO WCDMA levanta polêmica em relação a sua origem. Os fornecedores
res
do mundo GSM/GPRS/EDGE asseda arqui-rival CDMA asseguram que o WCDMA é uma evolução pura e
guram
que a tecnologia é a de melhor
simples, tanto que mantém o nome da tecnologia. Já os dirigentes da 3G
custo/benefício para as carriers que opAméricas e da GSM Association são taxativos ao afirmar que WCDMA não é
taram por construir infra-estruturas
CDMA já que não é uma tecnologia "proprietária de um único dono",
TDMA, uma vez que elas podem realizar
numa referência clara a norte-americana Qualcomm, detentora da
superposição nas suas redes, estejam
patente de desenvolvimento CDMA.
elas em 850 e/ou 1900 MHz. Hoje, a
Mas para evitar confusões ainda maiores, a 3G Américas e a GSM
tecnologia TDMA é a líder de mercado
Association resolveram, em novembro do ano passado, deixar de usar a
na região. De acordo com pesquisa da
nomenclatura WCDMA. Para substituí-la, foi criada a marca 3GSM, numa
Pyramid Research, em 2008, o TDMA
tentativa de esclarecer ao mercado as verdadeiras opções de serviços ligados ao
responderá ainda por 25% do market
uso da tecnologia no mundo.
share da telefonia móvel celular.
FRECUENCIA – JUNHO 2004
Ampliar a rentabilidade média por
usuário (ARPU) é missão de toda e
qualquer operadora. Na América Latina, onde a presença do serviço prépago é dominante – 80% dos assinantes preferem essa modalidade – essa
tarefa é mais decisiva. O produto voz ainda é o grande
responsável pelo sucesso da telefonia móvel, mas as
carriers já detectaram que o aumento efetivo da receita
16
flp_jun04_14a17_gsm.pmd
16
03/06/04, 18:30
E
TECNOLOGIA
SPECIAL GSM
Com dois anos de atuação, a Oi, empresa de telefonia
móvel celular do grupo Telemar, é considerada um
case de sucesso mundial da tecnologia GSM.
Em entrevista exclusiva à Frecuencia Latinoamérica,
o diretor de Marketing da operadora, Alberto Blanco,
revela os planos da carrier para ampliar participação
no mercado brasileiro e avalia o momento atual do
segmento móvel na América Latina.
Arrojo e
INOVAÇÃO
Arrojo, inovação e marketing agressivo. Esses foram os pilares da atuação
da Oi no mercado. Na área de infra-estrutura, a Telemar não poupou recursos
para a construção da maior rede GSM
(Global System Mobile) a ser lançada no
mundo de uma só vez. Esse esforço tem
uma razão significativa: desde sempre a
Telemar acredita na convergência dos
serviços fixo-móvel. Esse é o futuro que
estamos construindo hoje.
Associada à infra-estrutura, a Oi
priorizou promoções inovadoras e campanhas de marketing agressivas. Focamos a nossa atuação em ofertas segmentadas por tipos de clientes, incluindo planos customizados e produtos que
ofereçam sinergia entre telefonia fixa e
móvel. Vale ressaltar que a Oi foi a primeira operadora do mercado brasileiro
a criar produtos específicos para crianças e jovens, até então, esquecidos pelos players da telefonia. Batizados de
Oi Xuxa e Oi Universitário, os pacotes,
em conjunto, representam cerca de
25% das vendas.
O mercado latino-americano mostrase concentrado em três grandes
players: América Móvil, Telefónica
Móviles e Telecom Itália. Juntas, essas gigantes detêm mais de 80% do
segmento móvel celular da região.
Como a Oi, que é uma nova competidora, posiciona-se neste cenário?
Essas operadoras são competidoras
importantes, mas o mercado não está
fechado. Quem quer trabalhar, encontra
o seu lugar. Em dois anos de atuação, a
Oi conquistou 20% do market share da
região onde atua - Rio de Janeiro ao
Amazonas. Em março, alcançamos a
marca de 4,4 milhões de assinantes. Até
o final do ano, acreditamos chegar aos 6
milhões. Há espaço para quem sabe
atuar e planeja produtos que atendam a
demanda do mercado celular. Queremos
liderar na nossa região de atuação e
estamos trabalhando para alcançar essa
meta o mais rápido possível.
Quais são os passos futuros da Oi em
relação à evolução do GSM/GPRS?
O futuro está na licitação da Terceira Geração, que a Agência Nacional de
Telecomunicações ainda não definiu
como acontecerá no Brasil. Quando hou-
“Essas operadoras
(Telefónica Móviles,
Telecom Itália e
América Móvil) são
competidoras
importantes, mas o
mercado não está
fechado. Quem quer
trabalhar, encontra
o seu lugar”
ver o processo, vamos decidir uma nova
estratégia. É bom frisar, no entanto, que
a tecnologia GPRS atende a convergência de voz e dados e oferece a velocidade necessária para a oferta de serviços
como mensagens multimídia (MMS),
toques musicais( ringtones) e download
de vídeos. Aliás, essa é uma aposta importante no mundo móvel. Hoje, a Oi tem
o produto Mundo Oi, que reúne mais de
100 vídeos para serem baixados nos terminais. O preço do download é de apenas R$ 1,99. A proposta é disseminar o
uso da tecnologia no País.
FRECUENCIA – JUNHO 2004
A Oi é considerada uma referência
mundial na tecnologia GSM. Quais as
ações determinantes para o sucesso
alcançado em tão pouco tempo?
17
flp_jun04_14a17_gsm.pmd
17
03/06/04, 18:31
REGIONAL
PERU
Jornada para o
FUTURO
FRECUENCIA – JUNHO 2004
Mudanças regulatórias
e fusões marcam um
momento singular das
telefonias móvel e fixa
do Peru. Novo cenário
promete aumentar
a oferta de serviços
ao consumidor
Marco Villacorta y Paul Troncoso
Como todos os países da América Latina, o Peru também vive um momento
especial no setor de telecomunicações. Na
área de telefonia fixa, as atenções estão
voltadas para o dia 14 de junho, quando
o Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) divulgará se irá ampliar ou não
o contrato de concessão da Telefónica
Peru até 2024. Na telefonia móvel, a possível aquisição da BellSouth pela Telefónica Móviles, operação anunciada no
dia 08 de março, promete mudar o perfil
dos serviços oferecidos até aqui.
Sobre a renovação do contrato de
concessão da Telefónica Peru, a movimentação vem ocorrendo desde o início
do ano. É uma decisão importante e
atrairá a atenção dos segmentos produtivos do País. O Governo informou que levará em
conta todas as etapas de
avaliação - entre elas, destacam-se o informe apresentado pelo Organismo
Supervisor de Investimento Privado em Telecomunicações
(OSIPTEL) e a audiência pública
realizada no dia 30 de abril de
2004, da qual participaram todos os interessados na questão.
Por enquanto, a operadora se
mantém na liderança do mercado, mesmo com a entrada de empresas como a AT&T (hoje Telmex),
BellSouth e Americatel no País. Es-
sas provedoras concentraram suas atuações na área corporativa e descartaram o
atendimento ao consumidor final. Prova
disso é que o crescimento do serviço de
linhas se manteve estável.
COMPETIÇÃO
Adicionalmente, o surgimento de
duas novas variáveis promete causar
impacto no setor nos próximos meses: a
aprovação recente da interoperabilidade dos cartões pré-pagos e a definição
do fator de produtividade para os próximos três anos, que entrará em vigor a
partir de setembro deste ano. No que se
refere aos cartões pré-pagos, o mercado
peruano deu um passo importante em
sua utilização, permitindo que outras
empresas operadoras utilizem seus cartões na rede da Telefónica Peru.
Outro fato importante é a modificação do fator de produtividade, que desde agosto deste ano é de 6% ao ano,
podendo chegar a 10,38% anuais para
instalação, renda e chamadas locais, e
a 7,87% no caso das chamadas de longa distância. O fator de produtividade é
um valor que incentiva a empresa regulada a ser mais eficiente e a repassar a
economia de custos para os usuários por
meio de tarifas menores, atingindo uma
redução significativa.
Diferentemente da telefonia fixa, o
setor de longa distância internacional tem
sido um dos mais dinâmicos do mercado.
18
flp_jun04_18a20_regional.pmd
18
03/06/04, 18:32
REGIONAL
PERU
MERCADO DE TELEFONIA FIXA
Teledensidade fixa em dezembro de 2003 era de 6,72 linhas em serviço para cada 100 habitantes
2.2
45
1.8
57
1.6
71
1.5
1.6
18
39
2.0
2.0
27
22
2.0
01
2.0
10
1.6
54
37
Linhas instaladas
500
Linhas em serviço
0
1994
1995
1996
1997
Esse dinamismo foi iniciado, em novembro de 1999, com a abertura do mercado
e com a adoção do sistema de pré-seleção. Nele, o cliente pode escolher o serviço e a cobrança de uma série de operadoras. Este setor conseguiu um crescimento
ainda maior no segundo trimestre de 2002
graças à introdução do sistema de chamada por chamada, através do qual o usuário pode escolher a operadora de longa
distância que quer utilizar no momento
em que realiza a chamada.
Uma das variáveis a observar em
2004 é a publicação para avaliação da
cobrança feita pela Telefônica Peru (US$
0,1925) às empresas de longa distância, por incluir em seus recibos a fatura
do sistema de chamada por chamada.
Este encargo está sujeito à avaliação e
modificações para que reflita os custos
reais associados a esse serviço. Cabe ressaltar a grande concorrência e guerra de
preços que surgiu com a entrada de várias operadoras de longa distância, o que
finalmente favoreceu os usuários.
VÉRTICE DE MUDANÇAS
Com o anúncio da compra da BellSouth pela Telefónica Móviles, no último dia 08 de março, mais uma variável
foi acrescentada ao cenário do mercado
de serviços móveis no Peru, onde cada
vez mais se pergunta qual será o futuro
da comunicação móvel este ano, tanto
para operadoras quanto para usuários.
1998
1999
2000
2001
2002
Cabe lembrar que nos últimos anos, o
mercado de telefonia móvel tem sido
muito dinâmico e à luz dos últimos acontecimentos continuará no vértice das
mudanças. Por exemplo: existem atualmente duas grandes linhas de atuação,
onde ainda não foram tomadas as decisões definitivas por parte das entidades
envolvidas (OSIPTEL e MTC). Quando
isto acontecer, transformações importantes ocorrerão no setor.
2003
Dados de dezembro de 2003.
Fonte: Empresas Operadoras e OSIPTEL
ção no mercado móvel, o que se torna,
desde já, um tema crítico tanto para os
usuários quanto para as operadoras.
Esta situação traz uma série de
questionamentos que poderão dissipar-se
de acordo com as soluções apresentadas.
(1) A possibilidade real de que a banda
de freqüência designada para a BellSouth reverta ao Estado antes da aprovação da aquisição; ação igual poderá
ser efetuada pelos diferentes organismos
reguladores latinoamericanos de telecomunicações. Vale lembrar que o acordo
anunciado no dia 8 de
março prevê a aquisição dos ativos da BellSouth em 10 países da
América Latina, por
US$ 5,8 bilhões e depende da aprovação
regulatória e de outros
trâmites específicos
em cada um deles.
(2) O Ministério dos Transportes e das Comunicações (MTC) do Peru afirmou que a
Telefónica ainda não solicitou a transferência da concessão de freqüência da
BellSouth. A operadora provavelmente
espera cobrir todas as frentes para evitar
qualquer condicionamento ou impedimento dos reguladores e/ou pretende realizar
uma ação conjunta e coordenada em todos os países da América Latina.
Novas variáveis prometem
causar impacto no setor de
telecom nos próximos meses:
a aprovação recente da
interoperabilidade dos
cartões pré-pagos e a definição
do fator de produtividade
Em primeiro lugar, a oferta de compra da BellSouth pela Telefônica
Móviles. Até dezembro de 2003, a participação das operadoras no mercado de
telefonia móvel era a seguinte: Telefónica
Móviles (51%), BellSouth (23%), Telecom Italia Mobile (21%) e Nextel (5%).
Feitas as contas, a provável fusão da
Telefónica Móviles com a BellSouth dará
à gigante espanhola 74% de participa-
FRECUENCIA – JUNHO 2004
1.5
1.3
87
9
1.000
4
1.0
68
32
1.5
1.9
65
1.7
60
1.3
1.500
75
Linhas (em milhres)
2.000
2.0
19
12
50
2.500
As empresas estreantes
(AT&T – atualmente
Telmex –, BellSouth e
Americatel) se concentram
em clientes corporativos.
Somente a BellSouth entrou
no segmento residencial
(31 mil linhas em
dezembro de 2003)
19
flp_jun04_18a20_regional.pmd
19
03/06/04, 18:32
REGIONAL
PERU
MERCADO DE SERVIÇOS MÓVEIS
As tarifas por meio de
chamadas originadas em
celulares caíram
40% no último ano.
A teledensidade móvel em dezembro 2003 alcançou 10,71 linhas por cada 100 habitantes
3.500
2.9
07
Taxa de crescimento
2.3
2.500
93
116%
1.0
69%
1.3
1.500
47
40
1.7
2.000
1.000
34%
43
6
73
6
41%
42%
75
1993
1994
1995
20
52
2
500
37
Linhas em Serviços (em milhares)
30
Linhas em Serviços móveis
168%
3.000
29%
28%
27%
0
1996
(3) É bom lembrar que, no Peru, as operadoras móveis estabelecem as tarifas
para uma chamada de um telefone fixo
para um móvel; e como são tarifas muito elevadas, o OSIPTEL, órgão regulador peruano, deu um prazo a elas para
que, até junho deste ano, reduzam substancialmente as tarifas cobradas, caso
contrário, haverá intervenção.
(4) Diante da possibilidade de fusão da
Telefónica com a BellSouth, o OSIPTEL
poderá se adiantar e atuar rapidamente para
adequar a regulamentação. Uma alternativa poderá ser abandonar o modelo atual de tarifas supervisionadas para passar ao modelo de tarifas
reguladas, como acontece no mercado de telefonia fixa. O OSIPTEL
poderá estabelecer uma
tarifa top, que poderá
ser igual para todas as
operadoras móveis.
Mesmo assim, poderia se estabelecer um encargo e uma
interconexão top a fim de garantir igualdade de condições de concorrência entre as operadoras. Este modelo implica
conhecer os custos de cada uma delas
e determinar uma margem razoável de
rentabilidade, o que historicamente não
é bem visto nem aceito pelas carriers,
razão pela qual a entidade reguladora
1997
1998
1999
2000
2001
2002
terá um duro trabalho a realizar, caso
queira de fato regular o setor.
Em segundo lugar, a licitação da
quarta banda de serviços móveis. O Ministério dos Transportes e Comunicações
do Peru está tomando as medidas necessárias para conduzir o processo em
curto prazo, com implicações que podem acarretar a alta concentração de
participação de mercado (74%) por parte da Telefónica Móviles.
O MTC poderá optar por um modelo
FRECUENCIA – JUNHO 2004
A presença da América Móvil
no País ajudaria a ampliar a
competição e poderia servir
para dar maior equilíbrio a
este mercado, onde apenas a
Telecom Itália surge como
concorrente da Telefónica
que exija da nova operadora uma área maior de serviços no território peruano, tendo
como uma das condições que sua cobertura inclua Lima, capital do País, e as principais cidades do interior. Este modelo difere dos anteriores, em que o ministério outorgava a banda celular à empresa que oferecesse o maior preço na licitação pública.
Também existe a alternativa de implantar
2003
20
Participação de Mercado:
Telefónica: 51.4%
BellSouth: 22.2%
TIM: 21.4%
Nextel: 5.0%
Dados de dezembro de 2003.
Fonte: Empresas Operadoras e OSIPTEL
um modelo misto, em que não apenas é
relevante o montante do investimento, mas
também a cobertura do serviço.
Uma opção importante para o mercado móvel é a participação da Telmex por
meio de sua operadora celular, a América
Móvil. Esta alternativa é bastante viável,
já que assim a gigante mexicana das telecomunicações completaria o circuito de
seus investimentos no Peru, onde já adquiriu a AT&T, operadora de telefonia fixa,
e também uma participação importante
no cabo submarino Global Crossing, que
tem um landing point em Lurín-Perú.
A presença da América Móvil no País
ajudaria a ampliar a competição na área
de serviços móveis e poderia servir para
dar maior equilíbrio a este mercado,
onde apenas a Telecom Itália surge como
concorrente da Telefónica Móviles. Aos
peruanos, resta esperar que, no que falta deste ano e em 2005, o mercado de
serviços públicos de telecomunicações
se desenvolva e, mais que isso, permita
o crescimento dos investimentos no País.
Marco Villacorta é Diretor Executivo
da Intellity Consulting
Paul Troncoso é consultor especializado em
telecomunicações e docente universitário
[email protected]
(Agradecemos os valiosos aportes de Fátima
Ponce e Jorge Naksato de OSIPTEL, que
gentilmente cederam informações necessárias
para o presente artigo)
20
flp_jun04_18a20_regional.pmd
Linhas pré-pagas:
Lima: 75%
Província: 85%
03/06/04, 18:32
TECNOLOGIA
Ana Paula Lobo e Graça Sermoud
QUEM
É uma ingenuidade o mercado acreditar que
padrões e equipamentos de última geração podem
garantir segurança absoluta, decretam os
especialistas. Mas para tranqüilizar os mais
reticentes, eles afirmam que as redes sem fio estão
muito próximas de conquistar um nível de proteção
semelhante ao existente nas redes tradicionais.
De qualquer forma, os especialistas alertam:
produtos não são suficientes para impedir
possíveis invasões. Sem políticas de gestão
definidas, todo o investimento em
infra-estrutura pode ser improdutivo
INVADIU
FRECUENCIA – JUNHO 2004
A MINHA
?
REDE
22
flp_jun04_22a26_tec.pmd
22
03/06/04, 19:51
A
TECNOLOGIA
A
máxima de que não existe rede 100% segura
precisa ser adotada também nas soluções Wireless. Como qualquer tecnologia, a comunicação
sem fio é vulnerável e requer vigilância permanente. Qualquer brecha poderá ser fatal para a
estabilidade da rede. Especialistas em segurança são taxativos
ao afirmar que não há um "Santo Graal" que combata e previna
os males provenientes de invasões e ataques de hackers ou de
funcionários e clientes insatisfeitos.
Mas há ações importantes em desenvolvimento para contornar as fragilidades dessa tecnologia. Surgida no final da
década de noventa, a rede sem fio ainda tem um longo caminho de amadurecimento. Nesse cenário, desponta o padrão
de segurança 802.11i. Depois de inúmeros adiamentos, a
estréia do standard está prevista para o segundo semestre
desse ano, pelas mãos da Wi-Fi Alliance, entidade mundial
que reúne os principais fornecedores de soluções sem fio.
Em linhas gerais, o 802.11i eleva e turbina o nível de
proteção intrínseca da rede sem fio, uma vez que reforça as
camadas de criptografia e de autenticação do padrão, explica
o especialista em redes Wireless, Eduardo Prado. O 802.11i
"repara" as vulnerabilidades do padrão WEP (Wired Equivalent Privacy), nativo das infra-estruturas sem fio.
DEFASAGEM
destaca o especialista da Cisco. Já os acessos externos (outdoor)
funcionam com uma outra expectativa e enfoque de mercado. Na
verdade, a maioria dessas aplicações tem o objetivo de disseminar o uso da tecnologia e, nesse caso, a segurança extrema pode
não ser a melhor política, complementa o especialista.
EVOLUÇÃO
A Symbol também contesta a tese de insegurança que
cerca a rede sem fio. "Há vulnerabilidades nessa infra-estrutura como há em qualquer outra rede", observa o gerente de
Engenharia de Sistemas da companhia, Gilberto de Souza. O
especialista reconhece que as redes Wireless foram concebidas de forma mais aberta, e que essa modelagem favorece a
atuação de hackers. Entretanto, ao mesmo tempo, o fato de
ela ser mais acessível também a transforma num elemento
significativo para ampliar a demanda e reforçar as ações de
combate à exclusão digital e social.
Se o padrão WEP apresenta falhas consideradas críticas,
os fornecedores elevaram o grau de segurança com a adoção
do WPA (Wi-Fi Protected Access), que reforça a chave de criptografia da transmissão dos dados. "Por adotar uma chave
única em toda a operação, o WEP simplifica o trabalho do
hacker. Com o WPA, esse modelo já é diferenciado. Ele aumenta o nível de segurança para 128 bits", diz o consultor de
redes da 3Com, Eduardo Teixeira.
Ele explica que o WPA embute o TRIP (Protocolo de Integridade de Chave Temporária), que exige a troca permanente
e automática de senhas na transmissão dos dados. Além disso, o padrão também inclui características do AES (Advanced
Encryption Standard), que reforça o nível de criptografia.
A chegada do 802.11i é bem-vinda, mas é tardia, criticam
alguns fornecedores de soluções Wireless. A Cisco, por exemplo,
não esperou pelo desembarque do novo standard. Tendo as aplicacões Wireless como um dos seus maiores negócios, a gigante
partiu para a criação de padrões próprios, entre eles, o EAP- TLS
(Extensive Autenthication Protocol - Transport
Layer Security), que reforça o processo de criptografia dos dados transmitidos.
O especialista em segurança de redes da
No mundo Web, os certificados digitais - que funcionam como carteiras de
companhia, Maurício Gaudêncio, diz que a
identidade virtuais - conquistam a confiança dos usuários e das companhias
medida foi mais do que necessária. "Há uma
que usam a rede para fomentar novos negócios. Agora, eles desembarcam no
grande demora na liberação do 802.11i. A premundo Wireless. A Consist, empresa especializada em soluções corporativas,
visão inicial era janeiro desse ano, agora está
tornou-se representante, na América Latina, da canadense Diversnet,
sendo esperado para julho, mas pode vir apedesenvolvedora de PKIs (Infra-Estrutura de Chaves Públicas).
nas no final do ano", detalha. Segundo GauO vice-presidente de Tecnologia da companhia, João Serrano, explica
dêncio, ocorre um erro de avaliação sobre a
que os certificados digitais são um instrumento importante de segurança
performance e a segurança das redes sem fio
quando as aplicações Wireless são integradas às soluções de redes
já que o mercado ainda mistura os conceitos
tradicionais e também de notebooks, Pockets PCs, Handhelds e celulares
de acesso indoor (interno) e outdoor (externo).
baseados em tecnologia GPRS/CDMA 1x.
Os acessos internos, mais utilizados pelas
"São aplicações que precisam de um código de identificação seguro",
corporações, integram as facilidades das redes
destaca o executivo. Projetos pilotos com a solução já estão em curso,
sem fio à segurança das VPNs (redes virtuais
principalmente nos pregões eletrônicos, que têm servido para assegurar
privadas). "Elas funcionam como as Intranets e
transparência nas ações de compra governamentais.
possuem todo o tipo de segurança possível",
FRECUENCIA – JUNHO 2004
RG VIRTUAL
23
flp_jun04_22a26_tec.pmd
23
03/06/04, 19:52
TECNOLOGIA
COMBATE AOS
VISITANTES
INDESEJÁV
Gestão é a melhor estratégia para evitar riscos desnecessários
"Análise de risco é um elemento essencial para quem apóia o surgimento
de novas aplicações e não envolve apenas o item segurança. É algo muito mais
abrangente e diz respeito ao destino da
corporação. No entanto, ela não deve ser
feita apenas pelo corpo técnico. Os gestores do negócio precisam compartilhar
essa preocupação", observa Gesteira. Na
visão do consultor, sem a aliança entre
a área técnica e a de negócios, o projeto
de implementação de novas tecnologias
corre sério risco de não acontecer.
Em pesquisa realizada pela PwC com
cerca de sete mil empresas norte- americanas, 50% revelaram ter algum tipo
de aplicação Wireless. Dessas, 37% não
tiveram receio e admitiram já ter sofrido
algum tipo de invasão. Estudo semelhante foi realizado na América Latina. Das
corporações pesquisadas, 29% afirmaram adotar alguma aplicação Wireless e
cerca de 20% desse total de usuários
admitiram já ter sido invadido. "Esses
CAUTELA
Segmente a rede corporativa convencional da infra-estrutura Wireless para evitar riscos desnecessários
FRECUENCIA – JUNHO 2004
Faça autenticação individual. Nunca forneça senhas coletivas ou permita que senhas das redes tradicionais sejam
repetidas nas Wireless
Controle periodicamente o espectro da infra-estrutura Wireless. Veja quais são os canais localizados em volta da rede.
Os riscos de invasão são constantes nesse quesito. Especialistas recomendam essa ação também para as redes cabeadas
Invista na capacitação técnica dos profissionais de Tecnologia nas redes sem fio
Todo cuidado é pouco com a política de distribuição de senhas, especialmente se houver a integração de redes
externas às internas sem fio a partir de VPNs.
24
flp_jun04_22a26_tec.pmd
24
03/06/04, 19:53
Fonte: empresas entrevistadas na reportagem
D
esde que rede é rede, ela
tem sido passível de ataques
externos e internos. Não à
toa, requer vigilância permanente. No mundo Wireless não é diferente. Todo cuidado é pouco para combater
os riscos de ações indesejáveis. Para o
consultor especializado em Segurança da
PriceWaterhouseCoopers, Antônio Gesteira, quem lida com tecnologias emergentes tem de estar consciente dos prós
e contras de suas adoções.
TECNOLOGIA
TAL E QUAL
dados só reforçam o fato de que uma
empresa precisa estar ciente do investimento realizado em redes sem fio. A
segurança tem que ser de toda a plataforma, não apenas das aplicações", completa Gesteira.
EM CURSO
Novidade assusta e traz desconforto, diz o diretor de mobilidade da Intel
Brasil, Flávio Lobo. Para ele, as redes
Wi-Fi apresentam dois usuários distin-
tos: o público em geral, baseado na disseminação dos hotspots; e o privado,
conectado em redes internas e com aplicações de mobilidade. A integração desses dois mundos, observa o executivo,
ainda está em estudo e trará muitas
discussões à tona.
De acordo com o diretor da Intel, as
aplicações internas que permitem acesso em qualquer lugar da empresa - o que
dá mais mobilidade aos funcionários têm sido um desafio para a área de TI.
"Muitos diziam que a Internet
nunca seria a porta ideal
para aplicações de negócios
pela sua insegurança,
fragilidade etc. Exatamente
como acontece agora com as
redes sem fio"
Fernando Nery, sócio-diretor
da Módulo Consultoria
Até então, ressalta Lobo, os usuários ficavam estáticos nos seus pontos de conexão. Agora, se autorizados, eles podem conectar-se de qualquer lugar.
"Esse é um movimento importante e requer cuidado permanente do gestor de
tecnologia, além de segurança física
para os equipamentos como laptops,
handhelds e outros", complementa.
Vanderley Rigatieri, presidente da
WDC Networks, empresa especializada
na distribuição de produtos sem fio e
no desenvolvimento de soluções de segurança baseadas na tecnologia, lembra
que é crucial cercar-se de
todos os cuidados possíveis
referentes ao espectro da
infra-estrutura. “É necessário avaliar quem está ao lado
da infra-estrutura. O inimigo está no ar”, aponta. Para
o executivo, um bom projeto de topologia de rede é caminho básico para evitar falhas ao longo do percurso
das aplicações Wireless.
FRECUENCIA – JUNHO 2004
ÁVEIS
O sócio-diretor da Módulo Consultoria, Fernando Nery, lembra que a resistência à
inovação é uma característica comum do mundo da tecnologia. As redes sem fio, diz o
especialista, passam pelo mesmo crivo que a Internet sofreu quando despontou como
uma ferramenta efetiva de melhoria de comunicação para o mundo corporativo.
"Quem não lembra das discussões em torno do uso da Web nas empresas?",
indaga Nery. "Muitos diziam que a rede nunca seria a porta ideal para aplicações de
negócios pela sua insegurança, fragilidade etc. Exatamente como acontece agora
com as redes sem fio", complementa.
De acordo com Nery, assim como na época da Internet exigiu-se dos gestores de
Tecnologia uma preparação para adequar-se ao novo tempo, as aplicações Wireless
também requerem o desenvolvimento de políticas próprias de gestão e de uso.
O consultor Eduardo Prado lembra que a proibição pura e simples da integração
dos acessos públicos sem fio (hotspots) às redes internas com VPNs pode ser uma
solução imediata, mas terá efeito de curto prazo. Segundo o especialista, as
facilidades chegaram para melhorar a comunicação e devem ser preservadas com a
adoção de políticas de segurança que contemplem todo o universo envolvido notebooks, redes internas e transmissão de dados confidenciais.
25
flp_jun04_22a26_tec.pmd
25
03/06/04, 19:54
TECNOLOGIA
MULTIPLICAÇÃO
A
DE ACESSOS
s redes Wi-Fi já integram o
modelo de negócios das operadoras de telecomunicações. Na Argentina, por
exemplo, a Telefónica anunciou que irá
instalar mais de 200 hotspots até o
final de 2005. No Brasil, as operadoras Brasil Telecom e Oi, empresa de
telefonia móvel da Telemar, não poupam recursos para popularizar o acesso à Internet sem fio.
O diretor de Produtos e Serviços Internet da Brasil Telecom, Dilton Caldas, defende que as operadoras interessadas em investir em pontos públicos baseados em Wi-Fi não devem se
preocupar em criar restrições de acesso, em função da maior segurança na
transmissão dos dados. "Não nos cabe
esse papel. O acesso tem que ser sim-
Hotspots crescem e operadoras contestam
a obrigação de reforçar segurança
plificado para ser difundido. Quem tem
que criar restrições de uso são os usuários e as corporações", determina.
FORA DA REDE
Até o final desse ano, a Brasil Telecom deverá contar com uma rede de
400 hotspots no País. Hoje, a operadora possui 220 pontos de acesso ativados, sendo 40 próprios, distribuídos
pela sua área de atuação (região Centro Sul do Brasil) e o restante por meio
de interligação com redes de terceiros. Internacionalmente, a empresa
negocia interconexão com compa-
FRECUENCIA – JUNHO 2004
UM QUÊ A MAIS
Uma das maiores preocupações das operadoras que investem em hotspots é
diminuir o risco de indisponibilidades de acesso em função das interferências
tecnológicas inerentes à comunicação sem fio. "Esse é um item que preocupa os
gestores de tecnologia. Eles temem que as redes Wireless possam ser facilmente
derrubadas", diz o diretor de Serviços Internet da Brasil Telecom, Dilton Caldas.
De acordo com o executivo, a possibilidade de falhas existe, especialmente
se houver um grande número de provedores no mesmo espectro de
transmissão - 2,4 MHz. "Com poluição da freqüência, todo o serviço fica
prejudicado. Ninguém quer isso, pelo menos os que apostam no Wi-Fi como
um gerador de receita", afirma. No Brasil, diz Caldas, as operadoras já
firmaram um acordo de respeito à capacidade de restrição do espectro. Assim,
diminuem a possibilidade de interferência na transmissão dos dados sem fio.
nhias como a européia T-Systems.
Na Oi, operadora de telefonia celular da
Telemar, que instala hotspots no País a partir da contratação de pontos da provedora
Vex, a segurança é um item importante e
não está restrita apenas à infra-estrutura
de rede, informa o gerente de Negócios
Wi-Fi da carrier, Daniel Deividsson.
O executivo conta que um dos projetos em estudo envolve os SIMCards, chips
que permitem o uso da tecnologia GSM/
GPRS. "Eles podem ser um diferencial no
processo de autenticação do usuário, fazendo uma ponte entre os acessos públicos e os de uso restrito", destaca Deividsson. Em relação à infra-estrutura de
acesso, o executivo diz que a Vex está em
processo de implementação do protocolo
WPA em substituição ao WEP, exatamente para ampliar a camada de segurança
da transmissão de dados pública.
O serviço pré-pago, criado pela operadora para fomentar o uso dos hotspots em
aeroportos, hotéis e lojas de conveniência, é visto como um aliado a mais no processo de popularização do uso das redes
Wi-Fi. De acordo com Deividsson, o modelo é ideal para criar a cultura de uso e
revelar que a aplicação, adotando políticas de segurança, é viável e funcional para
usuários finais e corporativos.
26
flp_jun04_22a26_tec.pmd
26
03/06/04, 19:55
SOLICITUD DE SUSCRIPCIÓN
Deseo recibir la revista Frecuencia Latinoamérica gratuitamente* SI NO
Alternativamente, puede suscribirse electrónicamente en www.frecuenciaonline.com. O VÍA FAX AL 305-448-5067
NUEVA
RENOVACIÓN
CAMBIO DE DIRECCIÓN
NOMBRE / APELLIDO: ________________________________________________________________________
CARGO / FUNCION: _________________________________________________________________________
NOMBRE DE EMPRESA / ORGANIZACIÓN: __________________________________________________________
DIRECCIÓN: ______________________________________________________________________________
CIUDAD: ________________________________________________________________________________
PROVINCIA / ESTADO / CÓDIGO POSTAL: ___________________________________________________________
PAÍS: ___________________________________________________________________________________
TEL(S): _________________________________________________________________________________
E-MAIL: _________________________________________________________________________________
PAGINA ELECTRÓNICA: www. _________________________________________________________________
DESEO RECIBIR EL BOLETÍN / SERVICIO DE NOTICIAS ELECTRÓNICO GRATUITAMENTE? SI NO FECHA: __________________________ FIRMA: ________________________________________________
ESTIMADO LECTOR:
LA RENOVACIÓN DE SU SUSCRIPCIÓN NO ES AUTOMÁTICA. POR FAVOR LLENE EL CUPÓN CADA SEIS MESES PARA CONTINUAR RECIBIENDO FRECUENCIA
LATINOAMÉRICA REGULARMENTE. POR FAVOR COMPLETE CADA PREGUNTA EN SU TOTALIDAD (SUSCRIPCIONES INCOMPLETAS NO SERÁN PROCESADAS).
Antenas & torres
Accesorios celulares
Aparatos inalámbricos (PDA’s,
teléfonos, etc...)
Automatización
Baterías/sistemas UPS
Centrales privadas (PABX)
Centrales rurales
Cables
Instrumentos de prueba, medición
Radiodifusión
Telefonía pública (plantas externas)
Otro
I. ¿CUÁL DE LAS SIGUIENTES
CATEGORÍAS REPRESENTA MEJOR
LA ACTIVIDAD DE LA EMPRESA
DONDE UD. TRABAJA?
a. EMPRESA DE TELECOMUNICACIONES (ESPECIFIQUE)
Proveedor de telefonía fija
(plantas externas)
Proveedor de servicios de
telefonía de larga distancia
Servicios de Internet
Otra
b. OPERADORA / PROVEEDORA DE
SERVICIOS INALÁMBRICOS
(ESPECIFIQUE)
Servicios inalámbricos digitales
Servicios inalámbricos análogos
Servicios de localización
Servicios de troncalización
Transmisión y banda ancha
inalámbrica
Internet móvil
Servicios de telefonía WLL
c. OPERADORA DE OTRO TIPO DE
SERVICIOS INALAMBRICOS
Servicios satelitales
Cable o TV
Otra
SERVICIOS DE SOFTWARE
(ESPECIFIQUE)
OSS/CRM
Facturación, prepago-postpago
IT inalámbrico
Rastreo, localización, mapeo
Desarrollador de aplicaciones
Consultoría de ingeniería
Constructoras, empresas de
ingeniería, mantenimiento
Banca, finanzas, inversionistas
de capital
f. USUARIO CORPORATIVO
PÚBLICO
PRIVADO
Servicios de gas, electricidad, agua
Empresas de internet (puntocom)
Seguridad/militar/policía/bomberos
Empresa forestal
d. FABRICANTE / REPRESENTANTE
DE FÁBRICA REVENDEDOR /
DISTRIBUIDOR (ESPECIFIQUE)
cupom_1.pmd
e. INTEGRADOR DE SISTEMAS,
1
Empresa petrolera
Empresa de transporte
Ente gubernamental nacional/
regional/ municipal
g. TELEMARKETING, CALL CENTERS
h. PRENSA Y EDITORIAL
i. DOCENCIA E INVESTIGACIÓN
j. ASOCIACIÓN/ORGANIZACIÓN
DE LA INDUSTRIA DE LAS
TELECOMUNICACIONES
k. OTRA (ESPECIFIQUE)
Gerente de operaciones
Funcionario público
Otro (especifique)
II. CUÁL DE LAS SIGUIENTES
CATEGORÍAS DESCRIBE MEJOR
SUS FUNCIONES LABORALES?
MARQUE SÓLO UNA.
Presidente, vicepresidente, director,
gerente general, propietario
Gerente administrativo, consultor
Gerente financiero, contador,
contralor
Gerente de mercadotecnia,
relaciones públicas
Gerente de ingeniería, supervisor
de servicios, técnico, mantenimiento
Gerente de planeación
y producción
Gerente de sistemas de
información, computación y
telecomunicaciones
Gerente de ventas,
gerente comercial
Gerente de compras
IV. CUÁL ES SU ROL EN LA COMPRA Y
VENTA DE EQUIPOS/SERVICIOS PARA
SU EMPRESA? MARQUE SÓLO UNA.
Decisión final, efectúa compra
Aprobación técnica/financiera
Recomendación técnica/financiera
Ninguna
Otras (especifique)
02/06/04, 17:16
III. CUANTAS PERSONAS
LABORAN EN SU EMPRESA?
Menos de 100
100 - 1,000
1,000 - 5,000
5,000 - 10,000
10,000 - 50,000
V. CUÁL ES EL MONTO ANUAL APROXIMADO DE INVERSIONES EN PRODUCTOS O SERVICIOS DE TELECOMUNICACIONES DE SU EMPRESA (EN
DÓLARES NORTEAMERICANOS)?
Menos de 50,000
50,000 - 100,000
100,000 - 500,000
500,000 - 1,000,000
1,000,000 - 5,000,000
5,000,000 - 10,000,000
Más de 10,000,000
MERCADO
Parlay: padrão para a
DIVERSIDADE
Uma das marcas mais claras do mercado de telecomunicações tem sido a
acirrada disputa entre as operadoras de
telefonia. Tão forte que, cada vez mais,
estas empresas têm exigido de seus fornecedores o desenvolvimento de inovações em tempo recorde, e de seus departamentos comerciais a oferta em escala de forma ainda mais rápida.
Foi para atender a esta necessidade
- e demandas - que cinco empresas,
entre elas a Lucent Technologies, a
British Telecom e a IBM, criaram em
1998, o Parlay, consórcio que tem como
objetivo pesquisar e desenvolver um
padrão de interoperabilidade a ser seguido pelos desenvolvedores de soluções. Estes têm seguido as especificações técnicas do novo padrão, que funciona como uma camada de adaptação
à rede, traduzindo a aplicação, autenticando-a e enviando-a a qualquer protocolo, seja ela fixo, móvel ou Internet.
Atualmente, o Parlay é utilizado por
operadoras como British Telecom,
Orange e Telecom Itália. Na América
Latina, Telmex e Colômbia Móvel são
as pioneiras em sua implementação,
sendo que a primeira vem trabalhando
com uma empresa mexicana, especializada no desenvolvimento de aplicações, chamada Intech.
É em empresas como a Intech que o
Parlay mostra a que veio. Jorge Sala, gerente de mercado da companhia, explica: "Nosso enfoque são as aplicações de
trâmite, que são as que geram maior benefícios às operadoras".
Novo standard surge como alternativa à necessidade
das operadoras de lançar novas soluções em
escala comercial no menor tempo possível
Como exemplo, o executivo cita o
desenvolvimento de uma aplicação de
envio de mensagens, chamada Mobile
Publicity, que já está em funcionamento no México. O usuário entra na página www.mobilepublicity.com.mx, cadastra-se e decide que tipo de publicidade deseja receber. O envio será
feito por meio do Parlay. Além do México, o aplicativo em breve deverá estar em operação na Colômbia, fruto das
negociações em andamento entre a
Intech e a Colômbia Móvel.
CUSTO-BENEFÍCIO
Jorge Sala aponta benefícios no novo
padrão. Entre eles, o fato de que as aplicações funcionam em todo tipo de redes e podem ser vendidas a qualquer
operadora do mundo que utilize o Parlay.
"O inconveniente é que, embora seja
uma camada mais abstrata, ainda exige
que os desenvolvedores tenham conhecimento de telecomunicações, por isso
há poucos trabalhando nisso", diz.
Um dos fatores determinantes para
a negociação entre a Colômbia Móvel e
a Intech é justamente o fato de o Mobile Publicity estar baseado no novo padrão. Para Luis Carroll, gerente de serviços de valor agregado da operadora
colombiana, "a meta do Parlay é explorar o mercado e, no futuro, oferecer soluções corporativas".
Não por acaso, a operadora já conta com o Parlay gateway e está montando seu servidor de aplicações também baseado no padrão. Entre as opções a serem escolhidas, estão a IBM,
a BellwellLogic e a Oracle. Atualmente, a operadora atende a 800 mil assinantes com tecnologia GSM em banda 1900 Mhz.
O movimento não é isolado e tem
por objetivo minimizar a concorrência.
A entrada da Telefónica Móviles naquele País, por meio da operação da BellSouth, é preocupante. A Colômbia Móvel planeja combater o conglomerado
espanhol com o Parlay já que o padrão
proporciona, em pouco tempo, o lançamento de serviços de envio de mensagem, como SMS, MMS e correio eletrônico, que deverão estar em operação no próximo trimestre do ano.
A Telcel também se mostra interessada em conhecer o padrão mais de perto. Para Gabriel Escobar Ontiveros, gerente de desenvolvimento de serviços
de valor agregado da operadora, e para
o engenheiro de estratégia tecnológica
de serviços de valor agregado, José
Gerardo García Cortés, é positiva a variedade de opções de escolha entre
desenvolvedores de aplicações. Mas
ambos acreditam que houve atraso na
adoção geral do conceito do Parlay no
âmbito das telecomunicações.
FRECUENCIA – JUNHO 2004
Clara Persand
29
flp_jun04_29_mercado.pmd
29
03/06/04, 18:32
S O LU Ç Ã O
Velocidade
ARGENTINA
•
Roosevelt Nogueira de Holanda, especial para Frecuencia Latinoamérica
Apesar das disparidades econômicas,
da baixa penetração de computadores,
dos custos elevados de serviços e do alto
índice de exclusão social e digital, os
produtos para banda larga revelam um
grande potencial de crescimento na
América Latina. É o que aponta um estudo realizado pela consultoria Frost &
Sullivan, apresentado no Broadband Latin América, evento realizado em maio,
no Rio de Janeiro, Brasil.
Atualmente os serviços de banda larga são utilizados por pouco mais de 12%
dos assinantes de Internet da região. Até
BRASIL
38 milhões
•
de habitantes
•
8,4 milhões
•
FRECUENCIA – JUNHO 2004
•
47 milhões
838 mil
•
4,5 milhões
de empresas
1 milhão
•
de assinantes Internet
(dados de 2003), sendo
que 20% deles utilizam
banda larga. DSL e cabo
dividem a preferência
do consumidor.
8,7 milhões
•
30
4,1 milhões
de residências
159 mil de empresas
• 954 mil
•
assinantes Internet
em 2003. 38% deles
usuários da banda
larga. DSL e cabo são
as tecnologias adotadas
para a oferta do
produto.
de assinantes Internet em
2003. A banda larga
respondeu por 14%
desses usuários.
A tecnologia DSL é a líder
no acesso à Internet de
alta velocidade.
30
flp_jun04_30e31_sol.pmd
15,6 milhões
de habitantes
de residências
empresas
•
CHILE
de habitantes
de residências
•
178 milhões
2007, revela o estudo, acontecerá um
salto no uso da tecnologia, que passará
de menos de um milhão de acessos, em
2002, para mais de seis milhões. Os
principais mercados são Brasil, México,
Argentina e Chile. A pesquisa aponta
ainda que há boas perspectivas de crescimento na Venezuela e na Colômbia.
A responsável pelo estudo e analista da Frost & Sullivan na área de Telecomunicações e TI, Patrícia Penteado,
diz que há limitações comuns à adoção da tecnologia na AL. Um dos mais
significativos entraves para a dissemi-
03/06/04, 18:33
Fonte: Frost & Sullivan
Os serviços de banda
larga apresentam
grande potencial de
crescimento, mas
precisam adequar-se
à realidade social e
econômica da região.
Custo ainda é um
entrave significativo
MÁXIMA
S O LU Ç Ã O
CRITICIDADE
Para tentar reduzir esse impasse
entre custo e benefício, o CEO da chilena Magenta & RedVoiss, Alberto Mordojovich, defende a desregulamentação do mercado, concentrado em poucos e grandes fornecedores. Segundo
ele, a medida aumentaria a competição e serviria para proteger o direito
do usuário a um serviço de qualidade
com preço acessível.
O estudo da Frost & Sullivan aponta ainda as tecnologias de transmissão através da energia elétrica – PLC
(Power Line Communication), DPL (Digital Power Line) ou BPL (Broadband
over Power Line) – como alternativas
viáveis para reduzir o custo da transmissão de dados na região.
COLÔMBIA
•
PREFERÊNCIAS
Os produtos que aceleram a velocidade de transmissão na infraestrutura telefônica através do DSL (Digital Subscriber Line) são
dominantes no Brasil, Venezuela e Chile. Nos demais países da região,
eles dividem a preferência com as aplicações banda larga oriundas do
acesso via TV a cabo.
No México, a infra-estrutura a cabo praticamente divide ao meio o
mercado com os acessos DSL, perfazendo 49,7% do total. Na Argentina,
também há uma disputa pelo mercado banda larga entre os acessos por
cabo e os oferecidos a partir do DSL. Já na Colômbia, o cabo revela a sua
força e mostra uma liderança indiscutível, representando quase 70% dos
acessos banda larga no País.
O poder de fogo do DSL desponta com a promessa de rentabilidade
para os fornecedores. Segundo o estudo da Frost & Sullivan, a cifra
correspondente à receita dos serviços baseados na tecnologia
aumentará de US$ 500 mil, em 2002, para mais de US$ 3 milhões de
dólares, em 2007.
O excesso de tecnologias , aliás, desperta reações. "O mercado de banda larga está inundado de promessas Wireless
não cumpridas", dispara Alexandre Alvim, diretor-executivo da Unidade de
Negócios Internet, da Embratel/Vésper.
MÉXICO
43,7 milhões
•
de habitantes
•
VENEZUELA
•
de habitantes
7 milhões
•
de residências
21,3 milhões
1 milhão de empresas
• 827 mil
assinantes Internet.
Banda larga conta com
pouco mais de 10% de
usuários. O acesso via
cabo é o mais utilizado no
País, com liderança de
74% na oferta de produtos
de Internet rápida.
•
2,9 milhões
•
848 mil (53%) vão ser
•
1,2 milhão
de empresas
•
assinantes de DSL
em 2007
•
5,2 milhões
de residências
de empresas
•
25,1 milhões
de habitantes
de residências
•
Fonte: Frost & Sullivan
110 milhões
O Wi-Fi é citado como um exemplo dessa “fartura”. Na visão do executivo, a
tecnologia reúne muitas vantagens. O
problema, adverte Alvim, é que ela ainda não está preparada para suprir a demanda e a expectativa do mercado.
354 mil usuários
Internet. O acesso banda
larga é utilizado por 78%
dos assinantes web do
País. A tecnologia DSL é
a mais utilizada com 60%
da preferência. O acesso
via cabo fica com 33%.
642 mil usuários
(40%) vão usar o acesso
via cabo em 2007.
FRECUENCIA – JUNHO 2004
nação da banda larga é o quesito custo. O valor elevado das soluções, sejam
elas baseadas em DSL (Digital Subscriber Line), modem, Wireless ou satélite, atrasa o processo de migração do
modelo discado para o de melhor qualidade de transmissão e velocidade.
31
flp_jun04_30e31_sol.pmd
31
03/06/04, 18:33
A P L I C A ÇÃO
Gestão
PARALELO
AFIADA
Telefónica Argentina recorre
à inteligência para ampliar
carteira de clientes
FRECUENCIA – JUNHO 2004
Ana Paula Lobo
Identificar quem são os melhores
assinantes através do tratamento das
informações. Essa é a principal tarefa
delegada à área de Tecnologia da Telefónica, que busca recuperar a base
de clientes perdida durante a grave
crise financeira vivida pela Argentina.
Um dos passos mais importantes nessa missão foi a retomada dos projetos
de Data Warehouse e de Business Intelligence, congelados durante o período de 2000 a 2003.
No ano passado, com os sinais de
recuperação na economia, os executivos da operadora reavaliaram os
aportes na companhia. "A área de TI
precisava renovar seu parque de soluções para tornar-se mais efetiva nas
suas ações. A retomada dos projetos de DW
e BI foi considerada vital. Informação é o bem
mais precioso de uma
empresa, especialmente na área de serviços, como é o nosso
caso", destacou a gerente de Tecnologia da
Informação da Telefónica, Mônica Naveira.
Ao longo de 2003, foi
realizada uma concorrên-
Além de implementar os projetos de
Business Intelligence e de Data Warehouse,
a área de Tecnologia da Informação da
Telefónica Argentina vive momentos
decisivos de atualização e integração de
plataformas de hardware e software.
Nesse momento, os esforços concentram-se
na adoção do ATIS (Sistema Único de
Plataforma de Cobrança, Faturamento e
Atenção aos Clientes), em processo de
implementação em todas as unidades do
Grupo Telefónica na América Latina.
"É desafiante estarmos trabalhando com
iniciativas que remodelam a área de TI em tão
curto espaço de tempo. O ATIS precisa estar
integrado ao DW para reverter resultados
positivos para a nossa operação", diz a
gerente de Tecnologia da operadora, Mônica
Naveira. O sistema ATIS deverá estar
implementado até o final desse ano.
cia entre os principais
fornecedores de DW e BI
no mercado. As soluções
vitoriosas foram a da Teradata, para o Data Warehouse e o da MicroStrategy, para o tratamento e refinamento das informações.
PACTO
No final de abril, após oito meses
de implementação, surgiu o primeiro
trabalho concreto dessa renovação tecnológica. Depois de cinco anos, a operadora lançou sua primeira grande
campanha de marketing. Direcionada
para os clientes de maior poder aquisitivo, a iniciativa foi baseada em in-
formações lapidadas e tratadas a partir do DW e do BI.
"É a primeira de uma série de campanhas que vamos fazer ao longo de
2004", adiantou Mônica Naveira. "Economizamos dinheiro com estratégias
direcionadas e a possibilidade de retorno é muito maior". Transformar as
áreas de negócios e de marketing em
aliadas foi um dos maiores desafios da
unidade de Tecnologia.
"Eles tinham que
apoiar a iniciativa", recordou a executiva. Segundo Mônica Naveira, a política adotada foi a de
transformar cada integrante das unidades de
marketing e negócios em
"sócios". Atualmente, todos os projetos relativos
à conquista e à fidelização de assinantes acontecem com a participação direta das três áreas.
“Informação é o bem
mais precioso de
uma empresa,
especialmente na
área de serviços,
como é o nosso caso”
MÔNICA NAVEIRA,
gerente de Tecnologia da
Informação da Telefónica
32
flp_jun04_32_aplic.pmd
32
03/06/04, 18:33
EVENTOS
JUNHO
WCA 2004
Junho 1-4
Marriott Wardman Park Hotel
Washington D.C., USA
www.ibctelecoms.com.br
AGOSTO
SETEMBRO
Internet Satelital
Agosto 1,8,15,22 e 29
Auditório do Hotel San Martín
Trujillo, Peru
Expo Comm Argentina 2004
Setembro
Buenos Aires, Argentina
www.expocomm.com.ar
Andicom 2004
Outubro 20-22
Centro de Convenciones
Cartagena de Indias, Colombia
CDMA Americas Congress
Setembro 28-30
Centro de Convenciones de Miami
Miami, FL, USA
Futurecom 2004
Outubro 25-28
Florianópolis, Brasil
www.futurecom.com.br
Mobile Messaging
Americas 2004
Junho 2-4
Miami, FL, USA
OUTUBRO
NOVEMBRO
Caricam Mobile 2004
Novembro 1
Bahamas, Caribe
GSM Americas
www.ibctelecoms.com.br
SUPERCOMM 2004
Junho 20-24
McCormick Place
Chicago, IL, USA
GSM Brazil 2004
Junho 23-25
Rio de Janeiro, Brasil
COMPANHIA
PÁGINA
WEB
NOKIA
Capa 2
www.nokia.com
ARIS
Página 5
www.billwireless.com
RECELLULAR
Página 9
www.recellular.com
SIEMENS
Páginas 10 e 11
www.siemensmobile.com
CDMA AMERICAS
Página 21
www.cdg.org
EXPO COMM ARGENTINA
Página 28
www.expocomm.com.ar
INTELSAT
Capa 3
www.intelsat.com
ZTE
Capa 4
www.zte.com.cn
Próxima Edição
CONVERGÊNCIA FIXA-MÓVEL
Os gigantes do mercado de telecomunicações
apostam cada vez mais na convergência das infraestruturas fixa e móvel. Não à toa, as grandes carriers,
como a Telmex e a Telecom Itália, investem na compra
de ativos nos dois mundos. No Brasil, Telemar e Brasil
Telecom também ajustam suas estratégias para a oferta
casada de produtos aos assinantes. Atentos a esse
novo direcionamento, os fabricantes desenvolvem
linhas específicas de produtos.
BILLING
Com o incremento dos serviços de dados e de
aplicações como Wi-Fi e IP, as operadoras investem
cada vez mais no aperfeiçoamento das suas
plataformas de cobrança (biling). Frecuencia
Latinoamérica revela quais são as novas tendências
e os principais produtos utilizados nas carriers
móveis e fixas.
CHILE
As atenções estão voltadas para o País, que terá
grande peso na decisão da aprovação ou não da
compra da BellSouth pela Telefónica Móviles.
FRECUENCIA – ABRIL
JUNHO 2004
2004
ín d i c e d e a n u n c i a n t e s
33
flp_jun04_33_eventos.pmd
33
04/06/04, 19:45
OPINIÃO
Por um
COTIDIANO MELHOR
Educação e inclusão (social e digital) através de
redes IP não são mais promessas tecnológicas
FRECUENCIA – JUNHO 2004
Eduardo Giraldez
Os anseios da sociedade moderna em relação às
ofertas tecnológicas são
cada vez mais ambiciosos.
Nossos desejos são: HDTV
(High Definition TV), video
on demand, IP.TV, TV digital, universalização das telecomunicações,
voz sobre IP, internet de alta velocidade,
educação interativa, regionalização, vídeo
no celular, wi-fi e o que mais vier. No fundo, todos esses desejos remetem à eterna
busca pela convergência, pelo maior poder de comunicação e pela melhoria da
qualidade de vida em nosso cotidiano.
Neste cenário, a implementação da
TV Digital agita fornecedores, provedores e governos, entre eles o brasileiro, que
decidiu criar um padrão próprio e partiu
em busca do apoio dos vizinhos da América Latina e de gigantes como China e a
Índia, que ainda não optaram por qualquer dos padrões desenvolvidos pelos
norte-americanos, japoneses e europeus.
Todo este interesse todo nos leva a
fazer questionamentos importantes, isto
porque, para muitos ou quase todos, a
possibilidade de digitalização representa motivações difusas e confusas. Há
alguns itens a serem discutidos:
• OBTENÇÃO DE ALTA QUALIDADE DE IMAGEM - Provavelmente, não. A chamada
HDTV (High Definition TV) é para poucos, mas com a digitalização, o caminho seria apontado.
• PROMOÇÃO DE UM MAIOR PODER DE SEGMENTAÇÃO E REGIONALIZAÇÃO - Este talvez seja
o maior ponto. Com a redução das bandas e dos
custos de transmissão, poderíamos ter mais canais e
opções de programação.
• PROMOÇÃO DA INTERATIVIDADE
- Certamente, principalmente nas formas
que encontramos hoje nas TVs digitais
por assinatura. Por meio de troca de
mensagens, vai-se além do atual guia
de programação, o que inclui consultas
sobre o clima, acesso condicionado,
home banking e pay-per-view.
interatividade e colaboração maior do que
simples trocas de mensagens – uso de
chats, listas de discussão ou possibilidade de gravações digitais pelos usuários.
Surge, então, a IP.TV como conceito e
modalidade de TV digital para proporcionar aquilo que a internet não garantiu até
hoje. A partir das mesmas redes IP que a
internet utiliza, com um "browser" apropriado para mídia (vídeo, voz, e dados)
interativa e ao vivo, ao contrário dos procedimentos “on-demand”, tentamos trazer a
verdadeira colaboração que aponta para a
convergência de idéias, de pessoas e para
a construção de conhecimento coletivo.
Ao contrário da TV Digital, ainda em
debate, a IP.TV é real e promove inclusão social. No Brasil, por exemplo, já abre
caminhos para milhares de jovens. No
Maranhão, um dos Estados mais pobres
do País, a Universidade Virtual, patrocinada pelo Governo
do Estado, ministrará, nos próximos cinco meses, um curso
pré-vestibular para
6.000 alunos de baixa renda, que vivem
em locais distantes e
de difícil acesso à
comunicação. Durante esse período, esses alunos, que pertencem às mais diferentes classes e raças, terão a oportunidade de se preparar para disputar, em
igualdade de condições, uma vaga na
corrida pela formação de terceiro grau.
“Os desejos de modernidade
tecnológica nos remetem à
necessidade de convergência e
à melhoria da qualidade de vida
no cotidiano do ser humano”
TRANSPORTE E ACESSO À INTERNET - Não
cremos, a não ser que estivéssemos falando de meios de transporte por IP,
incluindo a transmissão do usuário ao
provedor de serviços.
• PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO INTERATIVA - Duvidamos também. Os modernos processos
atuais no campo da construção do conhecimento e da educomunicação apontam para a dialógica e mediática com
•
Eduardo Giraldez é presidente da IP.TV,
primeira operadora de redes e canais de TV
digital interativa por IP do mundo
34
flp_jun04_34_opiniao.pmd
34
03/06/04, 13:37

Documentos relacionados

Latinoamérica Latinoamérica

Latinoamérica Latinoamérica DIRETORA & EDITORA-CHEFE Ana María Yumiseva [email protected] DIRETORA EDITORIAL

Leia mais

dever de - Frecuencia Latinoamérica

dever de - Frecuencia Latinoamérica FRECUENCIA Nº 59 Julho/Agosto 2004 www.frecuenciaonline.com MATRIZ ITP Editorial 475 Biltmore Way, Suite 308 Coral Gables, FL 33134-5756

Leia mais

Frecuencia Latinoamérica

Frecuencia Latinoamérica Ano 9 - Nº 63 - Janeiro/Fevereiro 2005

Leia mais