Livro de Resumos - 2º Congresso Latino
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Livro de Resumos - 2º Congresso Latino
COMISSÃO ORGANIZADORA Presidente do Congresso: Lauro Barcellos Diretor do Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios – Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Comissão Científica: Valeria Ruoppolo (Presidente da Comissão Científica) Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais; Projeto Biopesca; International Fund for Animal Welfare (IFAW) Cecília Baptistotte Coordenadora Nacional da área Veterinária do Projeto TAMAR, Centro TAMAR-ICMBio Eduardo Resende Secchi Laboratório de Tartarugas e Mamíferos Marinhos - Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Fernanda Niemeyer Attademo Doutoranda em Ciências Veterinárias - UFRPE; Médica veterinária colaboradora do Centro Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio); Responsável pelo Projeto de Monitoramento de Sirênios José Luiz Catão Dias Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo (LAPCOM/FMVZ – USP) Juliana Marigo Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo (LAPCOM/FMVZ – USP); Projeto Biopesca Julio D. Loureiro Fundación Mundo Marino Katia R. Groch Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo (LAPCOM/FMVZ – USP); Projeto Biopesca Laura C. Reisfeld Aquário de São Paulo; Projeto Biopesca Ralph Eric Thijl Vanstreels Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo (LAPCOM/FMVZ – USP) Sergio Rodríguez Heredia Fundación Mundo Marino Talita A. Aguiaro Pereira Centro de Pesquisas Petrobras (CENPES) Comissão Organizadora: Rodolfo Pinho da Silva Filho (Presidente da Comissão Organizadora) Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Universidade Federal do Rio Grande (CRAMFURG); Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais Andréa Corrado Adornes Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Universidade Federal do Rio Grande (CRAMFURG) Aryse M. Martins Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Universidade Federal do Rio Grande (CRAMFURG) Claudia C. Nascimento Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais, Centro Universitário Monte Serrat (UNIMONTE); Centro de Pesquisas, Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (CPTRAS) - CEPEMA-USP; Projeto Biopesca; Paula Lima Canabarro Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Universidade Federal do Rio Grande (CRAMFURG) Paulo S. Valobra Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais Pedro Bruno Filho Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Universidade Federal do Rio Grande (CRAMFURG) Roberta Petitet Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Universidade Federal do Rio Grande (CRAMFURG) Silvia B. Gastal Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Universidade Federal do Rio Grande (CRAMFURG) Valeria Ruoppolo Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais; Projeto Biopesca; International Fund for Animal Welfare (IFAW) Vanessa M. Pedroso Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Universidade Federal do Rio Grande (CRAMFURG) Secretaria e Tesouraria: Andréa Corrado Adornes Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Universidade Federal do Rio Grande (CRAMFURG) Gelza Vieira Fernandes Soares Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais CARTA DE BOAS VINDAS No ano de 2008, a Fundación Mundo Marino organizou o “1º Congresso Latinoamericano de Reabilitação de Fauna Marinha”, em San Clemente del Tuyú, na Argentina. O evento que ocorreu no Oceanário Mundo Marino foi um sucesso grandioso e contou com a presença de 250 profissionais e estudantes de diversos países, incluindo Argentina, Brasil, Chile, Colombia, Costa Rica, Mexico, Peru, Portugal e Uruguai. O Centro de Recuperação de Animais Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG) consolidou-se como um centro de referência internacional nas atividades de resgate e reabilitação de fauna marinha devido ao seu longo histórico e pioneirismo no Brasil, atuando desde 1974. Por esta razão, é natural que o CRAMFURG tenha sido indicado para acolher a segunda edição do “Congresso Latinoamericano de Reabilitação de Fauna Marinha”. Organizado pelo CRAM-FURG, juntamente com a Aiuká e seus parceiros, o evento ocorre entre os dias 3 a 6 de Setembro de 2012, no Centro de Convivência dos Meninos do Mar (CCMar-FURG), em Rio Grande, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Com a descoberta de novas tecnologias e o aumento da presença humana e das atividades econômicas relacionadas nos oceanos, a conservação da fauna marinha é um desafio constante e cada vez maior. Este evento é um fórum em que biólogos, médicos veterinários, oceanógrafos, profissionais técnicos e da indústria, agências governamentais e cientistas podem discutir os efeitos dos impactos ambientais sobre a fauna marinha e desenvolver estratégias para a sua mitigação, numa atmosfera de confluência das diversas áreas do conhecimento. Portanto, ficamos muito satisfeitos em recebê-los neste evento, que será mais uma importante oportunidade para compartilhar experiências, esforços de planejamento e realizações na pesquisa e reabilitação de animais marinhos na América Latina. Sejam bem vindos! Cordialmente, Comissão Organizadora CARTA DE BIENVENIDA En el año 2008, la Fundación Mundo Marino organizó el "1er Congreso Latinoamericano de Rehabilitación de Fauna Marina" en San Clemente del Tuyú, Argentina. El evento, que ocurrió en el Oceanario Mundo Marino, tuvo gran éxito y contó con la participación de 250 profesionales y estudiantes de muchos países, entre ellos Argentina, Brasil, Chile, Colombia, Costa Rica, México, Perú, Portugal y Uruguay. El Centro de Recuperación de Animales Marinos de la Universidad Federal de Río Grande (CRAM-FURG), que inició sus actividades en 1974, se ha consolidado como un centro de referencia internacional en las actividades de rescate y rehabilitación de fauna marina debido a su larga historia y pionerismo en Brasil. Por esta razón, es natural que el CRAM-FURG ha sido nominado para acoger la segunda edición del "Congreso Latinoamericano de Rehabilitación de Fauna Marina". Organizado por CRAM-FURG junto con Aiuká y sus socios, el evento ocurrirá entre los días 3 a 6 de septiembre 2012, en el Centro de Convivencia dos Meninos do Mar (CCMar-FURG) en Río Grande, en el estado de Río Grande do Sul, Brasil. Con el descubrimiento de nuevas tecnologías, la presencia humana y el aumento de las actividades económicas relacionadas en los océanos, la conservación de la fauna marina es un desafío constante y creciente. Este evento es un foro en el cual biólogos, veterinarios, oceanógrafos, técnicos y profesionales de la industria, agencias gubernamentales y los científicos pueden discutir los efectos de los impactos medioambientales sobre la fauna marina y desarrollar estrategias para su mitigación en un ambiente de confluencia de diversas áreas de conocimiento. Por lo tanto, les damos la bienvenida a este evento, que será una importante oportunidad para compartir experiencias, planificar los esfuerzos y logros en investigación y rehabilitación de animales marinos en América Latina. Saludos cordiales, Comité Organizador ORGANIZADORES O Complexo de Museus da Universidade Federal do Rio Grande, tem como núcleo o Museu Oceanográfico. Antes de mais nada, este Museu foi o catalisador do alvorecer da Oceanologia no Brasil, esta imensa importância pretérita é devida à determinação de um visionário, o Professor Emérito Eliézer de C. Rios - Diretor Fundador do Museu Oceanográfico. Foi ele quem chamou a atenção das lideranças da época, há 60 anos, para a relevância do estudo dos ecossistemas marinhos que circundavam a região. A importância atual do Museu consiste não só na pesquisa científica e na preservação da memória, esta reside na sua capacidade de ensinar ao grande público sobre a natureza dos Oceanos em uma linguagem acessível e plural. Além de ser um espaço de lazer e contemplação, profundamente enraizado na comunidade rio-grandina, este, já é parte do contexto urbano e é referência para todos que vivem e chegam na cidade. Como complexo, seu espectro de ação maximiza-se, por conseqüência sua importância também: passa a ser uma grande casa de memória da cidade, não só da pesquisa oceanográfica da FURG, mas dos ecossistemas, também da história náutica e dos homens do mar, da pesquisa antártica e da história desde o Império, tornando-se assim, agente ativo da transformação das comunidades. A este complexo associam-se dois centros: o de recuperação da animais marinhos CRAM - e o de convívio dos meninos do mar - CCMar - o primeiro desenvolvendo uma ação para a reabilitação dos animais marinhos que ocorrem enfermos e debilitados na região e o segundo através de uma ação social e educativa, oferece cursos profissionalizantes em nível básico, com ênfase na mentalidade marítima, para os jovens em risco social, econômico e ambiental, com idade entre 14 a 17 anos, da nossa comunidade. O Complexo de Museus da FURG é, portanto, um grande sistema de enriquecimento da cultura, preservação da memória científica, ambiental e histórico-social e um meio concreto e ativo para melhorar a vida dos cidadãos. A Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais foi fundada em 2010 por um time de profissionais que desde o ano 2000 integra as equipes internacionais de resgate do International Bird Rescue e do IFAW – International Fund for Animal Welfare. Estas organizações internacionais são líderes no mundo em atividades de resgate e reabilitação de fauna selvagem em situações de emergência. O objetivo da empresa é dar continuidade e ampliar a experiência na mitigação do impacto humano sobre aves, répteis, mamíferos aquáticos e outros animais. A Aiuká possui equipes técnicas treinadas e utiliza protocolos de tratamento internacionais, comprovadamente eficazes, para lidar com animais afetados por derramamentos de substâncias químicas e/ou petroquímicas de diferentes magnitudes nos três níveis de categorização de resposta internacionalmente reconhecidos, denominados Tier 1, Tier 2 e Tier 3. Devido ao seu capital humano única empresa brasileira com desenvolvimento de planos de planejamento voltados com assistência da fauna. e acúmulo de conhecimento, a Aiuká é a primeira e experiência internacional no serviço de reabilitação, contingência exclusivos para a fauna, treinamento e exclusividade ao trabalho de gerenciamento e PATROCINADORES La misión del Fondo Internacional para la Protección de los Animales y su Hábitat (IFAW - International Fund for Animal Welfare) es mejorar el bienestar de los animales, tanto de los silvestres como de los domésticos, alrededor del mundo, mediante la reducción de su explotación comercial, la protección de su hábitat y la asistencia a animales en sufrimiento. En el IFAW buscamos motivar a la población para que evite las prácticas crueles contra los animales y para que promueva su bienestar, así como alentar políticas públicas conservacionistas que permitan un avance significativo en la calidad de vida de las personas y los animales. El IFAW se fundó en 1969 para combatir la cruel masacre comercial de focas arpa y de capucha en Canadá. Actualmente somos una de las más grandes organizaciones promotoras del bienestar de los animales en el mundo. En la actualidad el IFAW cuenta con oficinas en 15 países y con un equipo de trabajo de más de 200 profesionales, entre los que se encuentran experimentados desarrolladores de campañas, expertos en asuntos políticos, legales y científicos internacionalmente reconocidos. Para más información visite www.ifaw.org A Refinaria de Petróleo Riograndense (RPR) está localizada em Rio Grande (RS) e seu controle acionário é exercido por BRASKEM, PETROBRAS e ULTRA. Em 7 de setembro de 2012 a Empresa comemora 75 anos de atividades sendo a Empresa pioneira no refino de petróleo nacional. Atestando a qualidade e consistência de seus processos de gestão, a Refinaria tem a certificação de seu Sistema de Gestão Integrada (SGI), incluindo as certificações ISO 14.001 (meio ambiente), ISO 9001 (qualidade) e OSHAS 18001 (saúde e segurança). O desenvolvimento de seus colaboradores e sua qualificação profissional são foco de atenção através do PATE – Programa Anual de Treinamentos e Eventos. A Empresa produz derivados de petróleo tais como GLP, gasolina, óleo diesel, nafta petroquímica e óleo combustível, além de ser a única fabricante nacional de pentanos, importante insumo para a indústria química e petroquímica. Quando se prepara para comemorar os 75 anos do início de suas operações a RPR reafirma as diretrizes de seus sócios e segue buscando caminhos para assegurar sua sustentabilidade. Em tal contexto a sustentabilidade passa pela clareza de propósitos, pela compreensão das restrições e potencialidades e pelo entendimento de que uma empresa é um ente econômico e, como tal, sua função é obter resultados econômicos a partir de seu processo produtivo, respeitando e promovendo o desenvolvimento da força de trabalho, com atenção aos princípios e requisitos de saúde, segurança e preservação ambiental, e gerando riqueza para a sociedade. La Organización para la Conservación de los Mamíferos Acuáticos de América del Sur - YAQU PACHA es una institución nogubernamental independiente, sin fines de lucro, con sede principal en Alemania. Fue creada en 1992 por un grupo multidisciplinario con el fin de estudiar y proteger los mamíferos acuáticos, como también promover actividades educacionales y difundir a la sociedad los conocimientos científicos sobre este grupo de animales. Desde sus comienzos YAQU PACHA siempre ha optado en cooperar con instituciones y organizaciones de América del Sur ofreciendo ayuda económica y apoyo de índole profesional. Profesionalidad y confianza son los pilares en los que YAQU PACHA basa su accionar en América del Sur. Con proyectos claves y apoyo a largo plazo, la organización YAQU PACHA está involucrada en proyectos de conservación en Brasil, Uruguay, Argentina, Chile y Perú. Desde el año 2001, YAQU PACHA ha asesorado y apoyado a científicos chilenos abocados a la protección del delfín chileno, especie endémica de Chile, y del delfín austral. La base logística para estos estudios es la Estación Experimental de Biología Marina que la Universidad Austral de Chile posee en Yaldad. Un convenio de cooperación firmado entre la Universidad y YAQU PACHA ha posibilitado la realización de este proyecto de vital importancia para la conservación del área marina en el Sur de Chile. Desde 1998 YAQU PACHA trabaja con científicos de Brasil y de Uruguay con el fin de establecer estrategias de conservación para el delfín Franciscana. Profesionales de la Universidad Federal de Río Grande, Brasil y de la ONG Cetáceos Uruguay elaboran desde hace muchos años proyectos destinados a preservar esta especie de delfín. Los fondos necesarios para la realización de estos proyectos son aportados por YAQU PACHA. Por último es de vital importancia para YAQU PACHA que todos los proyectos financiados desde Alemania tengan un componente educacional. Convencidos por el hecho de que a largo plazo solamente un pueblo informado es capaz de proteger la naturaleza, es nuestra misión el promover la conservación en todos los niveles de la sociedad. International Bird Rescue has been saving seabirds and other aquatic birds around the world since 1971. Bird Rescue's team of specialists operate two year-round aquatic bird rescue centers in California, which care for over 5,000 birds every year, and has led oiled wildlife rescue efforts in over 200 oil spills in more than a dozen countries. International Bird Rescue was formed to provide the expertise and capacity needed to save oiled aquatic birds in emergency situations. Our highly trained staff and dedicated volunteers ensure that each bird receives expert and compassionate care. We save birds' lives around the world by: (1) Responding to wildlife impacted by oil spills and providing expertise in planning and training to government agencies, oil industry personnel, wildlife groups and volunteers; (2) Taking action during wildlife disasters, such as red tides and algal blooms, when no other resources are available; (3) Caring for oiled, injured and orphaned aquatic birds year-round at our two rescue centers in California; (4) Conducting ongoing research into the most effective and bird-friendly ways to save lives; (5) Training organizations and individuals around the world who are committed to rescuing seabirds; (6) Inspiring the next generation by educating them about our life-saving work and the plight of the birds we care for. O Porto do Rio Grande, privilegiado por seus aspectos geográficos, consolidou-se como o porto do Mercosul, estando entre os mais importantes portos do continente americano em produtividade, oferecendo serviços ágeis e de qualidade. Com uma completa infraestrutura operacional, o porto gaúcho é considerado o segundo mais importante porto do país para o desenvolvimento do comércio internacional brasileiro. Uma grande vantagem do Porto do Rio Grande é a disponibilidade de malhas modais diversificadas e bem distribuídas no território do Rio Grande do Sul. A multimodalidade é um importante fator na redução de custos e no aumento da eficiência logística, agregando maior valor às mercadorias que passam por suas instalações. Entretanto, o único Porto Marítimo do RS não para de realizar investimentos em infraestrutura, estando sempre adequado aos padrões internacionais. A modernização e a qualificação de todo o complexo portuário não envolve apenas as obras de ampliação, a introdução de novas tecnologias e a atualização de equipamentos, mas engloba também as questões ambientais, de saúde, a revitalização das áreas portuárias para o melhoramento da relação entre porto e cidade e novas formas de gestão e administração dos serviços portuários que venham resultar em maior produtividade. Durante muito tempo nosso Porto foi o ponto de passagem obrigatório a todos aqueles que pretendiam entrar ou sair do Rio Grande do Sul. Hoje somos um Porto comercial e offshore que reúne em todo seu complexo uma comunidade portuária ativa e consciente das potencialidades que lhe são oferecidas. PROGRAMA 03/09/2012 08:00 – 08:30 Inscrições / 08:30 – 09:00 Inscripciones 09:00 – 09:30 Abertura 09:30 – 10:00 L. Barcellos 10:00 – 10:30 11:30 – 12:00 05/09/2012 06/09/2012 C. Baptistotte F. Attademo K. Moore Intervalo para café e exposição de posters 10:30 – 11:00 11:00 – 11:30 04/09/2012 F. Gulland 12:00 – 12:30 12:30 – 14:00 A. Martins V. Ruoppolo P. Actis R. Hurtado G. Rodríguez-Ban R. Vanstreels M. Ataíde A. Cabana M. Brandão J. Ikeda C. Oliveira R. Sardi Almoço / Almuerzo 14:00 – 14:20 C. Poleschi 14:20 – 14:40 P. Canabarro Visita ao L. Reisfeld 14:40 – 15:00 Y. Vega CRAM-FURG e ao E. Olaguibel 15:00 – 15:20 P. Bruno-Filho Complexo de P. Gonçalves-Filho 15:20 – 15:40 G. Dutra Museus FURG M. Mansilla 15:40 – 16:00 D. Smith 16:00 – 16:30 18:30 – 19:00 Exposição de posters / Exposición de posters 20:00 – 22:30 Confraternização 16:30 – 18:00 18:00 – 18:30 F. Sellera B. Callahan J. Holcomb G. Larrán Intervalo para café e exposição de posters Oficinas/Talleres: Oficinas/Talleres: “Pinípedes e “Aves” ou/o Mesa redonda cetáceos” ou/o “Resposta a “Quelônios” emergências” Encerramento Palestras de palestrantes convidados / Charlas de oradores invitados Apresentações orais de congressistas / Presentaciones de congresistas Oficinas de palestrantes convidados / Talleres de oradores invitados Confraternização PROGRAMA COMPLETO Segunda-feira / Lunes, 03/09/2012 08h00 – 09h00 Inscrições e Retirada de material / Inscripciones y retirada de material 09h00 – 09h30 Abertura solene / Abertura solemne Vice-Almirante Paulo Cezar de Quadros Küster e Prof. Dr. João Carlos Brahm Cousin 09h30 – 10h00 “A reabilitação de animais marinhos no Brasil: a história e o futuro” Lauro Barcellos – Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios 10h00 – 10h30 Intervalo para café e exposição de posters / Intervalo para café y exposición de posters 10h30 – 12h30 “Preocupações emergentes com a saúde de pinípedes em reabilitação” Frances Gulland – The Marine Mammal Center 12h30 – 14h00 Almoço / Almuerzo 14h00 – 14h20 “Pingüinos de Magallanes rehabilitados e identificados en el Área Natural Protegida Punta Tombo, Chubut, Argentina” Carla Poleschi, Franco Corral 14h20 – 14h40 “O programa de capacitação pessoal no CRAM-FURG: a importância na reabilitação da fauna marinha” Paula Lima Canabarro, Rodolfo Pinho da Silva-Filho, Lauro Barcellos 14h40 – 15h00 “Rescate y rehabilitación de Golondrinas de la tempestad (Oceanodroma hornbyi) en Lima, Perú, 2009 – 2012” Yovana Murillo Vega, Luis Alberto Delgado Albuquerque 15h00 – 15h20 “Redução de fratura de fêmur e recuperação de um pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus)” Pedro Luís Bruno-Filho, Rodolfo Pinho da Silva-Filho, Roberta Petitet, Aryse Moreira Martins, Silvia Bainy Gastal, Daiser Paulo Sampaio Jr, Vanessa Edon, Ana Paula Neuschrank Albano, Carlos Daniel Dutra 15h20 – 15h40 “Acesso intravascular em tartarugas marinhas verde (Chelonia mydas) e de couro (Dermochelys coriacea) pela técnica de Seldinger guiado por ultrassonografia” Gustavo Henrique Pereira Dutra, Fábio Futema, Cristiane Lassálvia Nascimento 15h40 – 16h00 “Better blogging for wildlife rehabilitators: write less, be more effective” Dawn Smith 16h00 – 16h30 Intervalo para café e exposição de posters / Intervalo para café y exposición de posters 16h30 – 19h00 Exposição de postes / Exposición de posters 20h00 – 22h30 Confraternização / Confraternización Terça-feira / Martes, 04/09/2012 08h30 – 10h00 “Tartarugas marinhas: Panorama atual na conservação e desafios” Cecília Baptistotte – Projeto TAMAR/ICMBio 10h00 – 10h30 Intervalo para café e exposição de posters / Intervalo para café y exposición de posters 10h30 – 11h00 “Avaliação epidemiológica da aspergilose em pinguins-de-Magalhães no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG)” Aryse Moreira Martins, Melissa Orzechowski Xavier, Raúl Andrés Mendoza-Sassi, Andréa Corrado Adornes, Ângela Leitzke Cabana, Mário Carlos Araújo Meireles, Rodolfo Pinho da Silva-Filho 11h00 – 11h30 “Vírus da Influenza em centros de reabilitação de fauna marinha: o que fazer?” Renata Hurtado, Ralph Eric Thijl Vanstreels, Andréa Corrado Adornes, Cristiane Lassálvia Nascimento, Pryscilla Maracini, Cristiane K. Miyaji Kolesnikovas, Ariana Fernandes, Edison Luiz Durigon 11h30 – 12h00 “Celioscopia exploratória em tartarugas-verde (Chelonia mydas) como método de diagnóstico e tratamento para impactação do trato gastrointestinal” Michelli Westphal de Ataíde, Carlos Afonso de Castro Beck, Derek Blaese de Amorim, Marcelo Meller Alievi, Vanessa Lanes Ribeiro, Thayane Santana Mikhailenko, Lívia Eichenberg Surita, Kauê Danilo Helene Lemos dos Reis 12h00 – 12h30 “Resgate, reabilitação e reintrodução de um espécime de golfinho-cabeça-de-melão (Peponocephala electra) encalhado no litoral de Pernambuco” Joana Midori Penalva Ikeda, Ernesto Frederico da Costa Foppel, Fernanda Loffler Niemeyer Attademo, Luciano Wagner Dórea Reis, Inês de Lima Serrano, Ana Juliete Brito de Moraes, Sheila Janaina Santana Reis Gomes, Juliana Guimarães Matzembacher, Tais Costa Staffen, Renata de Souza Gomes, Isis Cristina Urias 12h30 – 14h00 Almoço / Almuerzo 14h00 – 16h00 Visita: Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG), Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, e Eco-Museu da Ilha da Pólvora 16h00 – 16h30 Intervalo para café e exposição de posters / Intervalo para café y exposición de posters 16h30 – 19h00 Oficinas: Pinípedes e Cetáceos (Frances Gulland e Katie Moore) ou Quelônios (Cecília Baptistotte e Daphne Wrobel) Talleres: Pinnípedos y Cetáceos (Frances Gulland y Katie Moore) o Quelonios (Cecília Baptistotte y Daphne Wrobel) Quarta-feira / Miércoles, 05/09/2012 08h30 – 10h00 10h00 – 10h30 10h30 – 11h00 11h00 – 11h30 11h30 – 12h00 12h00 – 12h30 12h30 – 14h00 14h00 – 14h20 14h20 – 14h40 14h40 – 15h00 15h00 – 15h20 15h20 – 15h40 15h40 – 16h00 16h00 – 16h30 16h30 – 19h00 “O impacto das ações antrópicas no encalhe de sirênios no Brasil e a reabilitação como ferramenta para minimizar o status de conservação da espécie” Fernanda Attademo – UFPR, CMA/ICMBio, Projeto Monitoramento de Sirênios Intervalo para café e exposição de posters / Intervalo para café y exposición de posters “Reavistamentos de pinguins-de-Magalhães petrolizados, reabilitados e anilhados na América do Sul, 2000-2010” Valeria Ruoppolo, Ralph Eric Thijl Vanstreels, Eric J. Woehler, Sergio Andres Rodríguez Heredia, Andréa Corrado Adornes, Rodolfo Pinho da Silva-Filho, Ricardo Matus, Carla Poleschi, Karen Griot, Cristiane K. Miyaji Kolesnikovas, Patrícia Serafini “Proyecto de reinserción en el medio marino de ejemplares de Chungungo (Lontra felina)” Guillermo Rodríguez-Ban, A. Robles, I. Hernández “Diagnóstico precoce da aspergilose em pinguins através de monitoramento sorológico” Ângela Leitzke Cabana, Melissa Orzechowski Xavier, Rodolfo Pinho da Silva-Filho, Andréa Corrado Adornes, Paula Lima Canabarro, Pedro Luis Bruno-Filho, Aryse Martins, Mário Carlos Araújo Meireles “Abordagem clínica e recuperação de fratura em filhote de peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis): relato de caso e descrição de dois anos de processo de reabilitação” Carolina Schuch de Oliveira, Augusto Carlos da Bôaviagem-Freire, Miriam Marmontel Almoço / Almuerzo “Terapia fotodinâmica no tratamento de pododermatite em pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus)” Fábio P. Sellera, L. T. Fernandes, F. C. Pogliani, C. R. Teixeira, G. Dutra, C. Lassávia Nascimento “Isolamento de Mycobacterium abscessus e M. fortuitum a partir de lesão cutânea de peixe-boi da Amazônia mantido em cativeiro” Laura Reisfeld, Laura Ippolito, Renato Marchetti Constanzi, Bruna Silvatti, Jéssica Cabral, Ricardo Cardoso, Cássia Yumi Ikuta, José Soares Ferreira Neto, José Luiz Catão-Dias, Fernando C. W. Rosas, José Anselmo D‟Affonsêca Neto, Vera F. da Silva “Rehabilitación y manejo de cría de lobo marino de un pelo (Otaria flavescens) en el Zoológico del Parque de las Leyendas” Erick Medina Olaguibel, Jacqueline Liza Rodríguez, Federico Gutierrez Aliaga, Erika Zapater Zadel, Zoila Navarro Inga, Arnaldo Alejos Angulo, Alisa Aliaga Samanez, Martin Mujica Tedín “Descrição topográfica comparativa da veia jugular direita em pinguins-de-Magalhães” Pedro Renato Gonçalves Filho, Pryscilla Maracini, Gustavo Graeff Kura “Rabdomiosarcoma pulmonar metastásico en lobo marino juvenil (Otaria flavescens) de vida silvestre de Talcahuano, Chile: Caracterización inmunofenotípica” Miguel Mansilla, M. Loyola, C. Schifferli, M. Vargas “Red Oficial de Rescate de Fauna Marina de la Provincia de Buenos Aires” Germán Larrán, Manuel Ortale, Guillermo Muñoz, Rodolfo Acuña, Federico Rimoldi Intervalo para café e exposição de posters / Intervalo para café y exposición de posters Oficinas: Aves (P. Canabarro e S. Heredia) ou Respostas a emergências (B. Callahan, J. Holcomb, R. Silva-Filho e V. Ruoppolo) Talleres: Aves (P. Canabarro y S. Heredia) o Respuestas a emergencias (B. Callahan, J. Holcomb, R. Silva-Filho y V. Ruoppolo) Quinta-feira / Jueves, 06/09/2012 08h30 – 10h00 “Evolução de uma rede de encalhes: avaliando o sucesso através da resposta a encalhes em massa” Katie Moore – IFAW Marine Mammal Rescue & Research 10h00 – 10h30 Intervalo para café e exposição de posters / Intervalo para café y exposición de posters 10h30 – 11h00 “Comparación hematológica del lobo marino (Zalophus wollebaeki) en dos colonias del Archipiélago Galápagos” Pamela Soledad Actis, Mariano Sironi 11h00 – 11h30 “Malária aviária em pinguins durante a reabilitação em centros permanentes e emergências de fauna na América Latina” Ralph Eric Thijl Vanstreels, Valeria Ruoppolo, Cristiane K. Miyaji Kolesnikovas, Rodolfo Pinho da Silva-Filho, Sabrina Epiphanio, José Luiz Catão-Dias 11h30 – 12h00 “O papel dos helmintos como ferramenta auxiliar no trabalho de conservação do pinguim-de-Magalhães” Martha Lima Brandão, Karina Braga, José Luis Luque 12h00 – 12h30 “Programa de prevención y rehabilitación de fauna marina empetrolada (Resolución Nº 25/08 MAyCDS)” Romina Verónica Sardi 12h30 – 14h00 Almoço / Almuerzo 14h00 – 15h00 “Gerenciamento de respostas em grande escala para animais selvagens” Barbara Callahan – International Bird Rescue 15h00 – 16h00 “As melhores técnicas de manejo disponíveis para aves aquáticas” Jay Holcomb – International Bird Rescue 16h00 – 16h30 Intervalo para café e exposição de posters / Intervalo para café y exposición de posters 16h30 – 18h30 “Mesa redonda: Critérios para a atuação de reabilitadores de fauna em derramamentos de petróleo” Luciana Ramos (Coordenação Geral de Petróleo e Gás, Divisão de Licenciamento - IBAMA), Barbara Callahan e Jay Holcomb (International Bird Rescue - USA), Valeria Ruoppolo (Aiuká) 18h30 – 19h00 Encerramento / Cierre 20h00 – 22h30 Confraternização de encerramento / Confraternización de cierre RESUMOS EXPANDIDOS Poleschi & Corral - Pingüinos de Magallanes (Spheniscus magellanicus) rehabilitados e identificados en el Área Natural Protegida Punta Tombo, Chubut, Argentina ..................................................................... 1 Canabarro et al. - O programa de capacitação pessoal no CRAM-FURG: a importância na reabilitação da fauna marinha ............................................................................................................................................ 4 Vega & Albuquerque - Rescate y rehabilitación de Golondrinas de la tempestad (Oceanodroma hornbyi) en Lima, Perú, 2009 – 2012 ............................................................................................................... 7 Bruno-Filho et al. - Redução de fratura de fêmur e recuperação de um pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) ............................................................................................................................... 9 Dutra et al. - Acesso intravascular em tartarugas marinhas verde (Chelonia mydas) e de couro (Dermochelys coriacea) pela técnica de Seldinger guiado por ultrassonografia .......................................... 13 Smith - Better blogging for wildlife rehabilitators: write less, be more effective......................................... 17 Martins et al. - Avaliação epidemiológica da aspergilose em pinguins-de-Magalhães no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) ....................................................................................... 20 Hurtado et al. - Vírus da Influenza em centros de reabilitação de fauna marinha: o que fazer? ................. 24 Ataíde et al. - Celioscopia exploratória em tartarugas-verde (Chelonia mydas) como método de diagnóstico e tratamento para impactação do trato gastrointestinal .......................................................... 28 Ikeda et al. - Resgate, reabilitação e reintrodução de um espécime de golfinho-cabeça-de-melão (Peponocephala electra) encalhado no litoral de Pernambuco, Brasil ......................................................... 32 Ruoppolo et al. - Reavistamentos de pinguins-de-Magalhães petrolizados, reabilitados e anilhados na América do Sul, 2000-2010 ........................................................................................................................... 36 Rodríguez-Ban et al. - Proyecto de reinserción en el medio marino de ejemplares de Chungungo (Lontra felina) ................................................................................................................................................ 41 Cabana et al. - Diagnóstico precoce da aspergilose em pinguins através de monitoramento sorológico ... 44 Oliveira et al. - Abordagem clínica e recuperação de fratura em filhote de peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis): relato de caso e descrição de dois anos de processo de reabilitação ....................... 48 Sellera et al. - Terapia fotodinâmica no tratamento de pododermatite em pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) ............................................................................................................................. 51 Reisfeld et al. - Isolamento de Mycobacterium abscessus e M. fortuitum a partir de lesão cutânea de peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) mantido em cativeiro ............................................................ 55 Olaguibel et al. - Rehabilitación y manejo de cría de lobo marino de un pelo (Otaria flavescens) en el Zoológico del Parque de las Leyendas ........................................................................................................... 58 Gonçalves-Filho et al. - Descrição topográfica comparativa da veia jugular direita em pinguins-deMagalhães ..................................................................................................................................................... 61 Mansilla et al. - Rabdomiosarcoma pulmonar metastásico en lobo marino juvenil (Otaria flavescens) de vida silvestre de Talcahuano, Chile: Caracterización inmunofenotípica .................................................. 64 Larrán et al. - Red Oficial de Rescate de Fauna Marina de la Provincia de Buenos Aires ............................. 67 Actis & Sironi - Comparación hematológica del lobo marino (Zalophus wollebaeki) en dos colonias del Archipiélago Galápagos ................................................................................................................................. 69 Vanstreels et al. - Malária aviária em pinguins durante a reabilitação em centros permanentes e emergências de fauna na América Latina ..................................................................................................... 73 Brandão et al. - O papel dos helmintos como ferramenta auxiliar no trabalho de conservação do pinguim-de-Magalhães .................................................................................................................................. 77 Sardi - Programa de prevencion y rehabilitacion de fauna marina empetrolada (Resolución Nº 25/08 MAyCDS) ........................................................................................................................................................ 80 RESUMOS DOS POSTERS Adornes et al. - Análise da sazonalidade dos animais recebidos no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) num período de 17 anos........................................................................................ 84 Albernaz et al. - Análise do conteúdo estomacal de lobo-marinho sul americano (Arctocephalus australis) encalhados na costa Sul do Rio Grande do Sul .............................................................................. 85 Albernaz et al. - Hábito alimentar do leão-marinho-do-sul (Otaria flavescens) na costa sul do Rio Grande do Sul ................................................................................................................................................ 86 Braga et al. - Ocorrência de Cryptosporidium spp. em pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) ................................................................................................................................................ 87 Brandão et al. - Helminthological fauna of Magellanic penguins (Spheniscus magellanicus) on the Brazilian coast ................................................................................................................................................ 88 Brito et al. - Ocorrência, reabilitação e causas de mortalidade de aves marinhas resgatadas no litoral do Rio Grande do Norte e Ceará, Brasil......................................................................................................... 89 Brito et al. - Ocorrência, reabilitação e causas de mortalidade de tartarugas-marinhas resgatadas no litoral do Rio Grande do Norte e Ceará, Brasil .............................................................................................. 90 Brito et al. - Reabilitação de pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) resgatado no litoral do Ceará, Brasil ................................................................................................................................................... 91 Brito et al. - Reabilitação e soltura de uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) sem nadadeiras peitorais resgatada no litoral leste do Ceará, Brasil ...................................................................................... 92 Canabarro et al. - Ação integrada na resposta à emergência de pinguins-de-Magalhães atingidos por óleo na costa do Rio Grande do Sul no inverno de 2011 .............................................................................. 93 Cardoso et al. - Isolamento de bactérias dos gêneros Aeromonas spp. e Vibrio spp. em tartarugas marinhas encalhadas no litoral centro-norte do estado do Rio de Janeiro .................................................. 94 Corral et al. - Acciones de Fundación Patagonia Natural frente a los distintos problemas que afectan a la Fauna Marina em la Patagonia ............................................................................................................... 95 Domínguez et al. - Centro de Rescate de Fauna Marina Buin Marino, Chile, 2007-2012 ............................ 96 Dutra et al. - Diagnóstico de fusariose em pneumonia granulomatosa de tartaruga verde (Chelonia mydas) por imunohistoquímica: Primeiro relato no Brasil ........................................................................... 97 Ebert et al. - Registros de encalhe de tartarugas marinhas no Litoral Sul de São Paulo, Brasil ................... 98 Ferrando et al. - Primer registro confirmado histopatologicamente de papilomatosis en tortuga verde (Chelonia mydas) juvenil en Uruguay ............................................................................................................ 99 Ferrando et al. - Rehabilitación de tortugas marinas en Uruguay (2001-2011) ......................................... 100 Figueroa - Evaluación de las actividades de rescate, rehabilitación y reinserción de fauna marina em la región de Tarapacá, Chile ........................................................................................................................ 101 Futema et al. - Raquianestesia em tartaruga verde (Chelonia mydas) para remoção de formações papilomatosas cutâneas .............................................................................................................................. 102 Gastal et al. - Coproparasitologia como ferramenta para o diagnóstico de parasitoses gastrointestinais em Centro de Recuperação de Animais Marinhos – CRAM-FURG .................................. 103 Gerpe et al. - Estudio preliminar sobre biomarcadores en sangre de mamíferos y aves marinas de centros de rehabilitación: Herramientas para el establecimiento integral de estados de salud................ 104 Heredia et al. - Pingüinos de penacho amarillo (Eudyptes chrysocome) y su relación con el petróleo en la costa de la Provincia de Buenos Aires, Argentina, 1987-2011 ........................................................... 105 Heredia et al. - Varamientos de Franciscanas (Pontoporia blainvillei) lactantes: aportes de la Fundación Mundo Marino para su asistencia ............................................................................................. 106 Lemos et al. - Avaliação bacteriológica preliminar de cetáceos da costa norte do estado do Rio de Janeiro, Brasil............................................................................................................................................... 107 Llach et al. - Diseño de un protocolo de seguimiento sanitario para la especie Trichechus manatus en Colombia ...................................................................................................................................................... 108 Loureiro et al. - Valores hematológicos de referencia de lobo marino de dos pelos sudamericano (Arctocephalus australis) en un centro de rehabilitación y en un medio ambiente controlado ................ 109 Mansilla et al. - Citobiometría hemática de zifio de Arnoux (Berardius arnuxii) varado vivo en Colcura, Región del Biobio, Chile ............................................................................................................................... 110 Mansilla et al. - Cloacitis em pingüino de Humbdoldt (Spheniscus humboldti) de vida libre de la Costa del Biobio, Chile: Reporte de caso ............................................................................................................... 111 Mansilla et al. - Deformación de la ranfoteca em pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti) de vida libre de la región del Biobio, Chile: Reporte de Casos ......................................................................... 112 Mansilla et al. - Diagnóstico ecografico de luxación de cristalino y desprendimiento de retina en lobo marino de Juan Fernandez (Arctocephalus philippii): Reporte de caso ..................................................... 113 Mansilla et al. - Epibiontes de Lepidochelys olivacea y Chelonia mydas (Reptilia: Testudinata: Cheloniidae) en la costa centro sur de Chile ............................................................................................... 114 Mansilla et al. - Extraccion endoscópica de anzuelos del esófago en tortugas marinas (Lepidochelys olivacea y Chelonia mydas), Concepción, Chile: Reporte de casos ............................................................. 115 Mansilla et al. - Fibrosarcoma condroide plantar multicéntrico en gaviota de vida libre (Larus dominicanus), Coronel, Región del BioBio, Chile......................................................................................... 116 Mansilla et al. - Hallazgos endoscópicos en la porción gastroesofágica en pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti), Concepción, Chile ................................................................................................. 117 Mansilla et al. - Lesiones y biometría ocular en pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti) y pingüinos Magallánicos (Spheniscus magellanicus) de vida libre, región del Bio-Bio, Chile ....................... 118 Mansilla et al. - Parásitos gastrointestinales del pingüino de Humboldt (Spheniscus humboldti) de la costa centro sur de Chile: aspectos taxonómicos y terapéuticos ............................................................... 119 Mansilla et al. - Ubicación de las venas yugulares en lobos marinos sudamericanos por ecografia y su utilidad clínica .............................................................................................................................................. 120 Mansilla et al. - Úlceras gástricas parasitarias en pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti), de la Región del Biobio, Chile: Diagnóstico patológico .................................................................................... 121 Mansilla et al. - Ultrasonografía ocular en animales marinos y su utilidad clínica como criterio de liberación: Experiencia en Chile .................................................................................................................. 122 Martins et al. - Acompanhamento de parâmetros sanguíneos e massa corpórea de pinguins-deMagalhães em reabilitação no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) ................... 123 Massola et al. - Fundación Recepción y Asistencia Primaria de Animales Marinos (FRAAM): Centro de Educación Ambiental ................................................................................................................................... 124 Niemeyer et al. - Hemograma e bioquímica sérica de pinguins-de-Magalhães aptos à soltura reabilitados de petróleo .............................................................................................................................. 125 Pedroso et al. - Avaliação hematológica como ferramenta diagnóstica e de controle para a reabilitação de fauna marinha no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) .............. 126 Pereira et al. - Panorama sobre os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) recebidos no setor de reabilitação do CECLIMAR/IB/UFRGS entre 2009 e 2011 ............................................................. 127 Petitet et al. - Tartarugas-verdes (Chelonia mydas) recebidas no Centro de Recuperação de Animais Marinhos – CRAM-FURG ............................................................................................................................. 128 Poester et al. - Malária e aspergilose em pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus): Relato de um caso de infecção mista no sul do Brasil ................................................................................................. 129 Poleschi et al. - Monitoreo de Pingüinos de Magallanes rehabilitados en el Área Natural Protegida Punta Tombo, Chubut, Argentina ............................................................................................................... 130 Reisfeld et al. - Desafios da terapia medicamentosa para o tratamento de aspergilose crônica em pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) ..................................................................................... 131 Reisfeld et al. - Respostas comportamentais de pinguins-de-Magalhães à água doce e à água salgada e sua importância para o cativeiro .............................................................................................................. 132 Ribeiro et al. - Celiotomia pela fossa pré-femoral para colopexia incisional em tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) .......................................................................................................................................... 133 Rodríguez-Ban et al. - Rehabilitación de foca leopardo (Hydrurga leptonyx) en Chile .............................. 134 Rossi et al. - Contributions of flow cytometry and gas chromatography for conservation of Chelonia mydas (Testudines, Cheloniidae) in Brazil ................................................................................................... 135 Rossi et al. - Establecimiento de escores para determinar el grado de severidad de la fibropapilomatosis en Chelonia mydas (Testudines, Cheloniidae) capturadas en la costa brasilera ......... 136 Sánchez-Sarmiento et al. - Comparison between corporal subjetive classification and body condition index (BCI) for Chelonia mydas (Testudines, Cheloniidae) caught in Brazilian coast .................................. 137 Sánchez-Sarmiento et al. - Distribución anatómica de fibropapilomas en tortugas verdes, Chelonia mydas (Testudines, Cheloniidae), capturadas en la costa brasilera ........................................................... 138 Saviolli et al. - Encalhe incomum de Baleia-Piloto-de-Peitorais-Curtas (Globicephala macrorhynchus) na Praia de Boracéia, São Sebastião, SP, Brasil ........................................................................................... 139 Saviolli et al. - Monitoramento de fauna marinha através do monitoramento de praias e atendimento a encalhes realizados nos anos de 2010 e 2011 em São Sebastião, SP, Brasil ...................... 140 Sellera et al. - Terapia fotodinâmica na consolidação de fratura de carapaça em tartaruga-verde (Chelonia mydas) ......................................................................................................................................... 141 Sellera et al. - Tratamento de fibropapilomatose em tartarugas-verdes (Chelonia mydas) através de terapia fotodinâmica ................................................................................................................................... 142 Silva et al. - Resgate de uma tartaruga-oliva Lepidochelys olivacea (Eschscholtz, 1829) no litoral piauiense, Brasil ........................................................................................................................................... 143 Surita et al. - Acesso intraósseo como via alternativa para fluidoterapia em Chelonia mydas .................. 144 Valobra et al. - Ocorrência e reabilitação de aves marinhas no CETAS-Unimonte (Centro de Triagem de Animais Selvagens Refúgio Mata Atlântica Lello-Unimonte), São Vicente, SP, Brasil ............................ 145 Vanstreels et al. - Desafios na leitura diferencial de leucócitos em pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) .............................................................................................................................................. 146 Vanstreels et al. - O papel dos centros de reabilitação na proteção às fêmeas de pinguins-deMagalhães (Spheniscus magellanicus) durante sua migração invernal ...................................................... 147 Pingüinos de Magallanes (Spheniscus magellanicus) rehabilitados e identificados en el Área Natural Protegida Punta Tombo, Chubut, Argentina Carla Poleschi1,4, Franco Corral2,3 1 Secretaria de Turismo y Áreas Protegidas, Dirección General de Gestión Técnica y Operativa, Rawson, Chubut, Argentina; 2 Proyecto Sistema Interjurisdiccional de Áreas Protegidas Costero Marinas – SIAPCM (ARG 10/G47 GEF-PNUD), Puerto Madryn, Chubut, Argentina; 3 Fundación Patagonia Natural – FPN, Puerto Madryn, Chubut, Argentina; 4 Email: [email protected] INTRODUCCIÓN Punta Tombo se encuentra ubicada a 107 km al sur de la ciudad de Trelew, a 44º02‟S 65º11‟W (Losano y Tagliorette, 2009). Es una península rocosa de 500 m de ancho promedio que se extiende hacia el mar aproximadamente 4 kilómetros en dirección noreste. Presenta playas suaves de canto rodado, playas de conchillas, dunas costeras, afloramientos y acantilados rocosos (Harris et al., 1998). La reserva faunística de Punta Tombo, posee la mayor colonia continental del pingüino de Magallanes (Spheniscus magellanicus) (Boersma et al., 1990). En el año 1972 es declarada Estación Biológica, avanzando en su grado de protección y elaborando su plan de manejo para hoy en día pertenecer al Sistema de Áreas Naturales Protegidas de la Provincia del Chubut. El pingüino de Magallanes presenta un esquema de reproducción estacional. Se encuentra presente en Punta Tombo desde fines de Agosto o principios de Septiembre hasta mediados de Abril, para reproducirse. La puesta de huevos tiene lugar en Octubre, las eclosiones ocurren en Noviembre y los pichones se independizan del nido en Febrero. La muda de los adultos ocurre previamente a abandonar la colonia para emprender la migración anual. (Boersma et al., 1990). Los individuos de Punta Tombo siguen una ruta bien definida, a menos de 400 km de la costa y una franja angosta de aproximadamente 100 km de ancho. (Stokes et al., 1998; Skewe y Boersma, 2004). Dentro de las amenazas para las aves marinas se encuentra la contaminación marina (Gandini et al., 1994). El Pingüino de Magallanes migra entre Argentina y Brasil en el océano Atlántico en rutas que están superpuestas con las rutas de tráfico pesado del comercio petrolero. (Stokes et al., 1998). MÉTODOS Empezando la temporada de reproducción del año 2011, los primeros pingüinos que arriban a la colonia del ANP Punta Tombo muestran signos de presencia de manchas de hidrocarburo en su plumaje. Los guardafaunas del ANP realizan las primeras tareas de recolección de los ejemplares y le otorgan los primeros auxilios. Se 1 coordina con Fundación Patagonia Natural, organización no gubernamental que hace más de 20 años se dedica a la rehabilitación de aves empetroladas, para su traslado y recuperación. Se recolectaron 18 ejemplares de la colonia de Punta Tombo, se los rehabilitó durante dos meses aproximadamente, siguiendo los protocolos básicos para tratar aves afectadas con hidrocarburos, de instituciones como International Bird Rescue e International Fund for Animal Welfare (IFAW). Posteriormente se realizó la suelta de estos pingüinos pasando los criterios de liberación (estado general óptimo, hematocrito >38%, porcentaje de linfocitos<2%, proteína total >3 g/dl, impermeabilidad del plumaje 100%) (V. Ruoppolo, com. pers., Programa de Contingencias IFAW). En el mes de Noviembre se liberaron en tres tandas diferentes, separadas por algunos días, en las cercanías de la ciudad de Puerto Madryn. Se les colocó un anillo de acero inoxidable identificatorio en la aleta izquierda con datos de numeración y contacto, que fueron donados por la Dra. Dee Boersma, la cual trabaja hace más de 25 años en el ANP Punta Tombo. RESULTADOS De los 18 ejemplares rehabilitados en esta temporada, se hallaron tres pingüinos. Ubicándolos en distintos nidos y en aparente buen estado de salud de la colonia del ANP Punta Tombo. Los relevamientos que se realizaron fueron 10 caminatas de más de 5 kilómetros cada una, por parte del personal del Área. Se realizaron en los sectores cercanos a donde fueron hallados inicialmente empetrolados y en “las avenidas” de ingreso del mar a la colonia. Los animales reavistado fueron: uno en el nido, sin pichones en el mes de diciembre y otros dos animales en el mes de abril dentro del nido terminando la muda. Se tomó su posición con GPS. Se observaron en forma externa en un buen estado de salud aparente. DISCUSIÓN Los pingüinos rehabilitados en el ANP Punta Tombo fueron encontrados durante las tareas de rutina de los guardafaunas durante toda la temporada reproductiva. Es probable que de haber destinado un programa específico, se encontrarían otros animales rehabilitados. Así mismo que de tener anillos específicos para las tareas de rehabilitación se visualizarían más rápidos y no se confundirían con los anillos de estudios anuales en la colonia por los investigadores. El monitoreo regular permitiría realizar un seguimiento de los animales rehabilitados en una forma más eficiente para comprobar su total reinserción en su hábitat nuevamente, al poder comprobar las secuencias de su ciclo de vida. La rehabilitación de pingüinos de Magallanes es una estrategia más que contribuye a la atenuación de los efectos adversos de los derrames de petróleo y la contaminación crónica de pingüinos de Magallanes. Así mismo se marca una gran importancia en la necesidad de capacitación constante de personal de campo de Áreas Protegidas en la 2 identificación de anormalidades, en la monitoreo posterior de los pingüinos. colecta, en otorgar primeros auxilios y AGRADECIMIENTOS Nuestro agradecimiento a la Dirección de Flora y Fauna de la Provincia del Chubut. A Los guardafaunas del Chubut, a la Dirección General de Gestión Técnica y Operativa, a Soledad Díaz Ovejero y Sandra Rivera, a la STyAP, Oscar Biagioni, Julián Andrejuk, a Fundación Patagonia Natural, Guillermo Caille, Voluntarios de FPN, Dee Boersma por los anillos identificatorios, a International Bird Rescue e IFAW, a Valeria Ruoppolo, Rodolfo Pinho da Silva-Filho, Sergio Rodríguez Heredia, Romina Sardi, Adrián Rodríguez, por el apoyo constante en el trabajo diario, a Pesquera San Isidro, Magistral P&G, Patagonia Ecológica S.A., empresas que se suman al trabajo de rehabilitación. REFERENCIAS Boersma PD, Stokes DL, Yorio PM. 1990. Reproductive variability and historical change of Magellanic Penguins (Spheniscus magellanicus) at Punta Tombo, Argentina. In: Davis LS, Darby JT (eds.), Penguin biology. Academic Press, San Diego, USA. pp. 15-43. Gandini P, Boersma D, Frere E, Holik T, Lichtschein V. 1994. Magellanic Penguins (Spheniscus magellanicus) affected by chronic petroleum pollution along the coast of Chubut, Argentina. Auk 11:2027 Pp. 9-14 Losano P, Tagliorette A. 2009. Diagnóstico de la situación actual del turismo en las localidades de la costa patagónica. 1ª ed. Fundación Patagonia Natural. Plan de manejo del Área Natural Protegida Punta Tombo, Chubut Patagonia Argentina. 2007. Consolidación e Implementación del Plan de Manejo de la Zona Costera Patagónica para la Conservación de la Biodiversidad. Proyecto ARG/02/G31- GEF/PNUD. Skewe E, Boersma D. 2004. Protecting Penguins with creative ocean zoning in the SW Atlantic. Proceedings of the Vth International Confererence, Ushuaia, Argentina. Stoke DL, Boersma D, Davis JD, 1998. Satellite Tracking of Magellanic Penguin Migration. The Condor 100:376-381. Yorio P, Bertellotti M, Garcia Borboroglu P, Carribero A, Giarcardi M, Lizurume ME, Boersma D, Quintana F. 1998. Distribución reproductiva y abundancia de las aves marinas de Chubut. Parte 1: de Península Valdés a Islas Blancas. pp 39-73. 3 O programa de capacitação pessoal no CRAM-FURG: a importância na reabilitação da fauna marinha Paula Lima Canabarro1,4, Rodolfo Pinho da Silva-Filho1,2,3, Lauro Barcellos1 1 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 2 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 3 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 4 Email: [email protected] INTRODUÇÃO O Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) recebe anualmente um grande número de animais marinhos e costeiros debilitados, e desenvolve diariamente atividades de manejo e tratamento destes animais. O centro incorporou a suas atividades de rotina um programa para capacitação de pessoal, que contribui nas atividades diárias do centro bem como na formação de recursos humanos capacitados no momento de uma emergência com grande montante de animais. Este trabalho tem como objetivo apresentar e discutir o programa de capacitação pessoal do CRAM-FURG, sua importância e aplicação em emergências com animais impactados por óleo. O PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PESSOAL O programa de capacitação pessoal do CRAM-FURG possui diferentes modalidades, afim de oferecer a oportunidade de que interessados em distintas situações participem do programa. O centro recebe: 20 estudantes de universidades da região, na forma de colaboradores voluntários, com acompanhamento das atividades em um turno de um dia fixo da semana, semanalmente durante um semestre ou mais; dois estudantes de universidades distantes por mês, na forma de estágio curricular ou supervisionado, nos meses de abril a setembro, durante 15 ou 30 dias consecutivos; e profissionais recém formados ou técnicos de outras instituições na forma de reciclagem. Todos os participantes acompanham os técnicos do CRAM-FURG nos procedimentos desenvolvidos, possibilitando o aprendizado, o treinamento e o entendimento das etapas de recuperação dos animais de forma gradativa. Há um esforço por parte da equipe do CRAM-FURG em dedicar-se na transmissão de informação no decorrer de suas atividades de rotina. Nesse processo, ocorre uma relação mútua de ganho de informação e ajuda na realização dos procedimentos diários. A afinidade pela atividade e o perfil de cada participante parece contar bastante na continuidade ou não no programa. Muitos participantes interessam-se pela idéia da reabilitação buscam o programa e quando passam a atuar na atividade e conhecer a 4 fundo o processo, enquanto outros não se identificam, abandonam o programa e seguem outros caminhos, o que tem seu valor no sentido que essas pessoas ficam com noções básicas acerca do assunto. Por outro lado, alguns estudantes de universidades locais participam do programa durante anos, e seguem após a graduação atividades relacionadas à reabilitação de animais, seja na forma de emprego ou de programas de pós-graduação. Um exemplo disto é que dos oito técnicos que compõe a equipe principal do CRAM-FURG atualmente, seis deles tiveram o primeiro contato com a atividade a partir do programa de capacitação em suas diferentes modalidades. Os participantes de estágio curricular/supervisionado e reciclagem que já integram algum projeto de reabilitação em outras localidades aplicam o aprendizado e o conhecimento adquirido na experiência vivida no CRAM-FURG, para melhorias das atividades nas suas instituições. Desta forma, tornam-se multiplicadores da informação recebida, aumentando o sucesso na recuperação dos animais debilitados ao longo do país. A APLICAÇÃO DO PROGRAMA EM RESPOSTAS À EMERGÊNCIA ENVOLVENDO FAUNA Um dos objetivos deste programa de capacitação é a formação de pessoal para participação em respostas a emergência envolvendo fauna impactada por óleo. Quando o CRAM-FURG é acionado para responder a tais emergências, conta com a participação dos integrantes do programa já capacitados em suas diferentes modalidades. Em setembro de 2008, o CRAM-FURG respondeu a emergência envolvendo mais de 300 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) atingidos por uma mancha órfã no litoral de Santa Catarina. Além dos três técnicos da equipe principal do centro, a operação contou com a participação de quatro integrantes do programa de colaboradores voluntários há mais de dois anos, e três estagiários curriculares que passaram pelo centro em meses anteriores ao evento. Estes sete participantes foram mantidos na operação graças ao apoio do International Fund for Animal Welfare (IFAW). No inverno de 2011, o centro recebeu mais de 150 pinguinsde-Magalhães com o corpo coberto por óleo; a ação de recuperação destas aves durou cerca de dois meses e contou com a participação de vinte colaboradores voluntários, mesclados entre já capacitados e em processo de capacitação, e técnicos de outras instituições que já haviam passado pelo programa na forma de estágio curricular/supervisionado e reciclagem. A atuação destas pessoas foi de extrema importância para a organização, a agilidade e a eficiência de ambas as respostas. Nestes eventos com grande número de animais contaminados, a população local comove-se e empenha-se em atuar de forma voluntária no socorro a esses animais, esta ajuda é valiosa, dado o complexo de funções envolvidas neste processo. No entanto, se as atividades não forem desempenhadas de forma organizada, não se obtém bons resultados. Assim, quanto mais pessoas capacitadas participarem da 5 operação, mais facilmente ocorrerá a instrução dos voluntários e o desenvolvimento das atividades. Neste sentido, é importante enfatizar, que cotidianamente os participantes do programa são capacitados para capacitar, formando profissionais preparados para repassar informação. Além disso, devido à experiência e a confiança nos envolvidos nas ações, desempenha-se um sistema hierárquico, onde os mais capacitados responsabilizam-se por determinadas funções e comandam voluntários menos experientes sob a supervisão e coordenação da equipe principal do CRAMFURG, deste modo, diversas etapas do processo ocorrem simultaneamente atendendo os distintos estágios de recuperação em que se encontram os animais em tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS O programa de capacitação pessoal acima discutido oferece a oportunidade de que estudantes e profissionais de diferentes formações e localidades tenham contato com um serviço técnico e especializado, que envolve um conjunto de técnicas baseadas em experiências vivenciadas, somadas a um embasamento científico que possibilitam definições de protocolos de tratamento, técnicas de manejo, estruturas adequadas para realização do processo, entre outros. Com isso, o programa contribui não apenas uma grande equipe capacitada a atender emergências envolvendo animais impactados por óleo, mas também forma multiplicadores de informações em prol da melhoria dos projetos de reabilitação de animais marinhos ao longo da costa brasileira. AGRADECIMENTOS Agradecemos à equipe CRAM-FURG, a todos os estagiários e voluntários que participaram do programa de capacitação do CRAM-FURG, ao apoio da PETROBRAS, e em especial ao International Fund for Animal Welfare - Animal Rescue Program (IFAW) e ao International Bird Rescue que foram fonte de inspiração para este trabalho. 6 Rescate y rehabilitación de Golondrinas de la tempestad (Oceanodroma hornbyi) en Lima, Perú, 2009 – 2012 Yovana Murillo Vega1,3, Luis Alberto Delgado Albuquerque2 1 Medifauna, Lima, Perú; 2 Escuela Profesional de Medicina Veterinaria, Universidad Ricardo Palma, Lima, Perú; 3 Email: [email protected] INTRODUCCIÓN Dentro la familia Hydrobatidae (Mathews 1912) se encuentran a las aves marinas conocidas como Golondrinas de tempestad (Oceanodroma sp.), que son especies propias de la corriente de Humboldt (Murphy 1936, Koepcke 1964, Johnson 1965) (Warham, 1990). Dentro de las más estudiadas tenemos: Oceanodroma tethys kelsalli y O. markhami. Aspectos sobre la biología e historia natural de O. hornbyi son poco conocidos, siendo la principal incógnita su lugar de anidación. Cada año, entre los meses de Marzo a Julio se reportan en la ciudad de Antofagasta, Chile, hallazgos regulares de caídas de O. hornbyi, en su mayoría volantones. En la ciudad de Lima, vienen sucediendo eventos similares desde muchos años atrás (Brooke, 2004). Mediante este estudio se buscó registrar, rescatar y rehabilitar golondrinas de la tempestad varadas/caídas en la ciudad de Lima entre el periodo del 2009 al 2012. MÉTODOS Al tener conocimiento de un ave caída, se rescató y evaluó la condición a su llegada. Se registraron los siguientes datos: fecha y lugar de caída, peso al llegar, condición corporal (deshidratación), datos de plumaje y otros datos biométricos. El proceso de rehabilitación y liberación fue realizado inicialmente en un intervalo de 5 a 7 días. En el 2012 se redujo a solo 3 días. Como punto inicial para su estabilización se hidratado a las aves por vía oral con NaCl 0.9%. La alimentación fue a base de licuado de pescado entero (anchoveta) a través de una sonda gástrica. Con aves en estado crítico se utilizó alimento “Emeraid®- carnívoros”. La liberación se realizó al anochecer cerca a la costa. Las aves rehabilitadas fueron marcadas con anillos de incoloy. RESULTADOS Y DISCUSIÓN Se registraron 66 golondrinas de la tempestad caídas en total hasta Julio del 2012 en 13 distritos de Lima, donde 4 individuos fueron O. tethys y 64 individuos de O. hornbyi; en la gran mayoría sin lesiones aparentes pero si desorientadas. Solo dos golondrinas registraron problemas de lesiones óseas aparentemente producidas por la caída no logrando recuperarse, otras 9 golondrinas registraron pobre condición 7 corporal no sobreviviendo al primer día de rehabilitación, y en 2 aves a la necropsia se registraron hallazgos de restos de material plástico dentro del proventrículo. Junio fue el mes en que se registraron más caídas. Informaciones señalan que O. markahmi tiene una época reproducción durante el invierno austral entre los meses de julio y noviembre (Jahncke, 1993), lo cual puede coincidir con otras especies de Oceanodroma. Existen publicaciones relacionadas con la desorientación en otras especies de petreles por contaminación lumínica (Salamolard et al., 2009). Como resultado, en total se lograron rehabilitar y liberar 53 golondrinas, de las cuales 45 fueron anilladas. Lograr un perfeccionamiento del proceso de rehabilitación incluyendo un sistema de telemetría satelital ayudaría a conocer sus lugares de anidamiento y rutas migratorias en busca de su conservación; teniendo en cuenta que las Procellariiformes regresan a reproducirse a las áreas donde nacieron, mostrando fidelidad por los nidos (Richdale, 1965 apud Warham, 1990; Boersma et al., 1980). AGRADECIMIENTOS A Corbidi por los anillos para el marcaje de las aves. A la ONG Amazon Shelter, al M.V. Luis Delgado y a Carlos Calvo por el apoyo en los rescates y liberaciones. A los zoológicos Parque de las Leyendas y Huachipa por entregarme las aves para rehabilitación. A la M.V. Valeria Ruoppolo y Lic. Sergio Rodríguez de IFAW; a la M.V. Patricia Mendoza y M.V. Marcela Uhart de WCS por el interés y consejos en este proyecto. A todas las personas que recogieron las aves de las calles en busca de ayudarlas en llegar a su camino al mar. REFERENCIAS Boersma PD, Wheelwright NT, Nerini MK, Wheelwright ES. 1980. The breeding biology of the Fork-tailed Storm-Petrel (Oceanodroma furcata). Auk 97:268-282. Brooke M. 2004. Albatrosses and petrels across the world. Oxford University Press, Oxford, UK. Jahncke J. 1993. Primer informe del área de anidación de la golondrina de tempestad negra Oceanodroma markhami (Salvin 1883). Proceedings of 10th Congreso Nacional de Biología, Lima, Perú. pp. 339–343. Pyle P, Howell SNG, RuckS, Desante DF, 2008. Identification Guide to North American Birds Part 2. Slate Creek Press, Bolinas, USA. Salamolard M, Ghestemme T, Couzi FX, Minatchy N, Le Corre M. 2007. Impacts des éclairages urbains sur les pétrels de Barau, Pterodroma baraui sur l'Ile de la Réunion et mesures pour réduire ces impacts. Ostrich 78(2):449-452. Schulenberg T, Stotz D, Lane D, O'Neill J, Parker TA. 2010. Birds of Peru. Princeton Field Guides, Princeton, USA. Warham J. 1990. The petrels: their ecology and breeding systems. Academic Press, London, UK. 8 Redução de fratura de fêmur e recuperação de um pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) Pedro Luís Bruno-Filho1,7, Rodolfo Pinho da Silva-Filho1,2,3, Roberta Petitet1,4, Aryse Moreira Martins1, Silvia Bainy Gastal1, Daiser Paulo Sampaio Jr5, Vanessa Edon5, Ana Paula Neuschrank Albano6, Carlos Daniel Dutra5 1 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 2 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 3 IFAW - International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 4 Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 5 Clínica Veterinária Doutor Paulo Sampaio, Pelotas, RS, Brasil; 6 Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre, Universidade Federal de Pelotas – UFPel, Pelotas, RS, Brasil; 7 Email: [email protected] INTRODUÇÃO Os pinguins são aves marinhas da família Spheniscidae amplamente distribuídos nas águas frias, temperadas e quentes do Hemisfério Sul (Sick, 1997). O pinguim-demagalhães (Spheniscus magellanicus) utiliza as águas costeiras do sul e sudeste do Brasil como área de migração para alimentação durante o inverno e primavera (Sick, 1997). Durante essa fase, alguns indivíduos são afetados direta ou indiretamente por ações antrópicas como destruição do habitat e turismo desordenado, a redução da disponibilidade de alimentos devido à pesca predatória, a poluição marinha e derramamento de óleo ao longo da costa, a captura incidental e entre outras ameaças (Petry & Fonseca, 2002; García-Borboroglu et al., 2006; Pinto et al., 2007; Mäder et al., 2010). Além disso, existem causas naturais desconhecidas que provocam mortalidade destas aves na costa brasileira (Mäder, 2009). O objetivo deste trabalho foi relatar o primeiro caso no Centro de Recuperação de Animais Marinhos, da Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), de um exemplar de pinguim-de-Magalhães, que passou por um procedimento cirúrgico para reparação de uma fratura no fêmur esquerdo realizada como parte do tratamento. RELATO DE CASO No dia 31/07/2010, a equipe do CRAM-FURG, resgatou um exemplar juvenil de pinguim-de-Magalhães, encontrado na Praia do Cassino, Rio Grande - RS, Brasil. O animal estava alerta, com condição corporal regular (2,996 kg), entretanto, permanecia todo o tempo em decúbito ventral e apresentava duas lesões profundas na região dorsal, próximo a lombar. Foi realizado exame clínico e constatou-se que o pinguim apresentava fratura completa fechada de fêmur esquerdo, além de desidratação e hipotermia. Em seguida foi feito imobilização provisória do membro fraturado, utilizando-se 9 bandagem elástica. Após essa etapa, foi aplicado o protocolo de reabilitação estabelecido no CRAM-FURG de acordo com Ruoppolo et al. (2004), o qual inclui estabilização da temperatura corporal, utilizando lâmpadas de aquecimento, hidratação com água mineral por via oral, além de alimentação, antibioticoterapia e exames complementares semanais como avaliação hematológica e acompanhamento da massa corpórea. Após estabilização e evolução do quadro clínico do animal, no dia 03/08/2010, o pinguim foi encaminhado para Clínica Veterinária Dr. Paulo Sampaio, localizada na cidade de Pelotas - RS, onde foi realizado exame radiológico do membro lesionado, confirmando a fratura de fêmur. Após avaliação da lesão e do procedimento a ser adotado, o animal foi encaminhado ao centro cirúrgico, para a redução da fratura, procedimento este realizado pelo médico veterinário cirurgião Dr. Carlos Daniel Dutra. Como medicação pré-anestésica administrou-se morfina na dose de 0,5 mg/kg IM e midazolan na dose de 0,2 mg/kg IM. Após 30 minutos, o animal foi anestesiado utilizando máscara de inalação contendo oxigênio a 100% e isofluorano como anestésico principal. Quando atingiu o plano cirúrgico, foi realizada a remoção das penas e a antissepsia do campo cirúrgico utilizando álcool iodado. O procedimento cirúrgico iniciou com a incisão de pele e tecido subcutâneo e exposição do segmento fraturado que foi reduzido por fixadores externos tipo II, através da inserção percutânea de pinos lisos de Steimann de 1,5 mm, que atravessaram a pele, tecidos moles e ambas corticais do osso, sendo fixados por acrílico auto polimerizante. Os planos musculares e o tecido subcutâneo foram aproximados com fio absorvível, através de sutura contínua simples enquanto que a sutura cutânea foi realizada por pontos isolados tipo Wolff utilizando-se fio mononylon, sendo após a recuperação encaminhado ao CRAM-FURG para o início dos procedimentos pós-operatórios, realizados por sua equipe. Nas duas primeiras semanas o animal foi mantido em área seca, passando diariamente por duchas rápidas para higienização das penas. Também foi administrado por via oral 1 comprimido de Flotril® 50 mg, a cada 24 horas, durante 14 dias e na ferida cirúrgica foi utilizado Rifocina® spray sobre a lesão e Previne Mastite® (clorexidina 2%) diluído em água (60 mL/L) para a desinfecção do ambiente e assepsia da lesão. A partir da terceira semana, o animal foi colocado em piscina com água doce com temperatura de aproximadamente 26ºC, por 8 horas, com objetivo de melhorar a higienização das penas e início de fisioterapia, com isso a ave iniciou movimentos leves do membro operado quando colocada na piscina, apresentando uma evolução satisfatória, sendo que na quarta semana de recuperação, o pinguim permaneceu em estação, e a lesão com cicatrização externa completa. Após 66 dias do procedimento cirúrgico o pinguim foi encaminhado a clínica veterinária, para novos exames radiológicos, onde foi constatado consolidação da fratura. No dia 10/11/2010, foi feita a retirada dos pinos de fixação externo e 10 continuaram as sessões de fisioterapia, com exercícios na água, nadando livremente complementados por estimulo manuais realizados pela equipe técnica do CRAMFURG para a movimentação do membro, além de exercícios no solo, fazendo com que o animal a caminhasse por alguns minutos. Após mais de três meses de recuperação, o pinguim voltou a utilizar o membro naturalmente, quando optou-se em colocá-lo no tanque externo, abastecido por água salobra, juntamente com um grupo de pinguins que estavam na última etapa do processo de reabilitação e já se encontravam prontos para liberação. A liberação ocorreu no dia 07/12/2010, sendo que na ocasião, os animais foram encaminhados a uma embarcação da praticagem do Porto de Rio Grande, e liberados a aproximadamente 10 milhas náuticas ao Sul da saída do canal dos Molhes da Praia do Cassino – Rio Grande - RS, Brasil. CONCLUSÃO A eficácia do procedimento foi constatada pela liberação do animal, demonstrando que este tipo de conduta pode ser adotada no processo de reabilitação para minimizar o impacto antrópico sobre espécies como a relatada que encontram-se ameaçadas de extinção. AGRADECIMENTOS Agradeço aos voluntários e integrantes da equipe CRAM (Andréa Adornes, Lauro Barcellos, Paula Lima Canabarro, Vanessa Pedroso) que fizeram parte de todo processo de reabilitação desse pinguim, agradeço também a todos integrantes da Clínica Dr. Paulo Sampaio que nos deram todo apoio durante o procedimento cirúrgico. REFERÊNCIAS García-Borboroglu P, Boersma PD, Ruoppolo V, Reyes L, Rebstock GA, Griot K, Hereida SR, Adornes AC, Silva RP, 2006. Chronic oil pollution harms Magellanic penguins in the Southwest Atlantic. Marine Pollution Bulletin 52: 193-198 Mäder A, 2009. Efeito das mudanças climáticas sobre aves aquáticas: ecologia e epidemiologia. Cadernos de Ecologia Aquática 4:1-9. Mäder A, Sander, M, Casa JR. G, 2010. Ciclo sazonal de mortalidade do pinguim-de-magalhães, Spheniscus magellanicus influenciado por fatores antrópicos e climáticos na costa do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Ornitologia 18:228-233. Petry MV, Fonseca VS, 2002. Effects of human activities in the marine environment on sea birds along the coast of Rio Grande do Sul, Brazil. Ornitología Neotropical 13:137-142. 11 Pinto MBLC, Siciliano S, Di Beneditto APM, 2007. Stomach contents of the Magellanic Penguin Spheniscus magellanicus from the northern distribution limit on the Atlantic coast of Brazil. Marine Ornithilogy 35:77-78. Ruoppolo V, Adornes AC, Nascimento AC, Silva RP, 2004. Reabilitação de pinguins afetados por petróleo. Clínica Veterinária 51:78-83. Sick H, 1997. Ornitologia brasileira: uma introdução. 1 ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, Brasil. 12 Acesso intravascular em tartarugas marinhas verde (Chelonia mydas) e de couro (Dermochelys coriacea) pela técnica de Seldinger guiado por ultrassonografia Gustavo Henrique Pereira Dutra1,3, Fábio Futema2, Cristiane Lassálvia Nascimento1 1 Aquário Municipal de Santos, Santos, SP, Brasil; 2 Universidade de Guarulhos – UNG, Guarulhos, SP, Brasil; 3 Email: [email protected] INTRODUÇÃO Quelonídeos encalhados têm desequilíbrio hidroeletrolítico, hipercalemia, hiponatremia e hipoglicemia, necessitando fluidoterapia por via parenteral (Walsh, 1999; Wyneken et al., 2006). Coloidais, transfusões, medicações e nutrição parenteral podem ser administrados via cateter (Mader & Rudloff, 2006). Fluidoterapia melhora a função hepática e taxa de filtração glomerular (McArthur, 2004). A colocação e manutenção de cateteres intravenosos (IV) ou intraósseos (IO) podem ser difíceis (Mader & Rudloff, 2006). As desvantagens dos cateteres IO são fluxo limitado, administração dolorosa de drogas, e a agulha pode quebrar (Krum, 1997; Norton, 2005). A veia subcarapacial é mais usada para bólus em quelonídeos. O seio supravertebral é mais usado para venipunção, mas para a manutenção e patência do catéter, é melhor a veia jugular (Divers, 1997; McArthur, 2004; Norton, 2005; Mader & Rudloff, 2006). Em alguns pacientes, dissecção precisa ser feita (Briscoe & Syring, 2004). Catéteres são associados com hemorragias, infecções e embolização (Yildizeli et al., 2004). No entanto, a técnica de Seldinger guiada por ultrassonografia (US) parece ser o acesso mais seguro para inserção percutânea de catéter, com menor taxa de complicação (Pittiruti et al., 2000; Van Boxtel et al.,2008; Warrington Jr et al., 2012). Di Bello et al. (2010) trabalharam com 22 Caretta caretta encaminhadas para excisão de petrechos de pesca. A US foi feita com transdutor de 11 MHz, para acessar a veia cefálica e veia jugular, com Doppler. Uma vez o acesso localizado, foi colocado um cateter na pele abaixo do transdutor. O progresso do cateter, até inserção foi bem sucedido e monitorado por US. Em todos os animais, o cateter foi mantido com sucesso. MÉTODOS Foram utilizadas cinco Chelonia mydas juvenis e um macho adulto de tartaruga de couro (Dermochelys coriacea) de 360 kg e 2,2 metros de comprimento. Os animais foram enviados ao Aquário Municipal de Santos para reabilitação. As tartarugas verdes foram admitidas em datas diferentes com diversos estádios clínicos de fibropapilomatose para exérese cirúrgica dos tumores. A Dermochelys foi encontrada no canal do Porto de Santos, com flutuabilidade alterada no dia 17 de março de 2011. O animal foi transferido para uma piscina de 13 5000 litros. No dia 19 de março o animal foi submetido à cateterização da veia jugular pela técnica de Seldinger, com cateter venoso central de poliuretano monolúmen 14 G de 20 cm, com fio guia, guiada por um ultrassom Sonosite Nanomaxx® com transdutor de 10 MHz. O catéter foi tampado com dispositivo luer, suturado à pele com fio nylon e o animal foi submetido à fluidoterapia intravenosa com soro fisiológico, soro glicosado, ringer lactato, metronidazol, albumina, metoclopramida, mercepton e ceftazidima. O tratamento foi mantido por via intravenosa até a soltura do animal. As tartarugas verdes foram encaminhadas para a Universidade de Guarulhos para exérese dos tumores e criocirurgia no dia 30 de junho de 2011. Os animais foram induzidos com propofol IV a 5,0 mg/kg para intubação. Os animais tiveram a veia jugular cateterizada pela técnica de Seldinger com um cateter de poliuretano monolúmen 18 G de 20 centímetros, com fio guia, guiada por ultrassom com frequência em 10 Mhz. Os catéteres foram tampados com dispositivo luer e suturados à pele. Todos os animais foram anestesiados com isofluorano com vaporizador calibrado numa CAM de 2,5%. Uma única tartaruga de 25 kg foi anestesiada com infusão contínua de propofol a 1% com uma bomba de infusão de seringa na razão de 30 ml/hora, na dose de 200 μg/kg/min, conectada a uma dânula e ao cateter venoso central. Associado à dânula, um equipo forneceu solução salina (25 ml/kg). Por esta via o animal recebeu hidroxietilamido na dosagem de 4,0 ml/kg. Todos os animais tiveram seus tumores excisados com bisturi eletrônico e submetidos á criocirurgia com nitrogênio líquido. Os animais tiveram os acessos mantidos após o procedimento. RESULTADOS Para Dermochelys o animal pode ser hidratado e receber medicação IV. O animal defecou, melhorou a flutuabilidade e para evitar lacerações por choque, pérvias à possível contaminação, o animal recebeu anilhas metálicas BR 75672 e BR 75673, o cateter foi retirado e o dermoquelídeo solto nas imediações do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos no dia 25/03/2011. Para as tartarugas verdes, os cateteres mantiveram patência e foram bem fixados. Não houve reação granulomatosa ou infecção relacionada ao catéter. Uma Chelonia morreu após o procedimento. À necrópsia o cadáver exibiu evidente cardiomegalia, e este órgão estava com dez centímetros de diâmetro. Ao corte do coração, havia uma neoplasia de 2,0 centímetros na região de cavum pulmonale ventricular e grande quantidade de coágulo cruórico nas câmaras atriais. Para a Chelonia de 25 quilos, houve excisão de 5,4 quilos de fibropapilomas cutâneos, o animal recebeu hidroxietilamido a 4,0 ml/kg IV. Apesar das extensas áreas tissulares neoplásicas excisadas, houve excelente cicatrização e reparo dos ferimentos cirúrgicos e o uso da criocirurgia foi competente para os fibropapilomas. 14 DISCUSSÃO Para a Dermochelys, acreditamos ser a forma mais eficaz, adequada (talvez a única) para reposição volêmica nesta espécie, impossibilitada de ficar em decúbito dorsal para receber rotineira fluidoterapia intracelomática. Como se trata de espécie criticamente em perigo de extinção, todos os esforços devem ser envidados na conservação de um indivíduo adulto macho. A despeito do que relataram Yildizeli et al. (2004), não houve contaminação do local de inserção do catéter neste animal de hábitos pelágicos, com mais de uma semana de cateterização. O uso da ultrassonografia possibilitou a monitoração do acesso. Para as tartarugas verdes, os resultados corroboraram DiBello et al. (2010) com relação à monitoração do acesso, patência do cateter e difusibilidade de fármacos e fluidos. O óbito verificado em uma das tartarugas foi decorrente a uma insuficiência cardíaca congestiva direita provocada pelo crescimento neoplásico no ventrículo. Para a tartaruga verde que sofreu excisão de 5,4 quilos de tumores, acreditamos que a hemorragia devido a exérese foi significativa e este animal foi mantido vivo devido à patência do cateter, que possibilitou a administração de coloidais para restabelecer a perfusão. Concluímos que a técnica de Seldinger, guiada por ultrassonografia é a mais adequada, segura e eficaz forma de acesso vascular para reposição volêmica em quelônios marinhos que necessitem de intensivismo. REFERÊNCIAS Briscoe JA, Syring R. 2004. Techniques for Emergency Airway and Vascular Access in Special Species. Seminars in Avian and Exotic Pet Medicine, 13(3):118-131 Di Bello A, Valastro C, Freggi D, Saponaro V, Grimaldi D. 2010. Ultrasound-guided vascular catheterization in loggerhead sea turtles (Caretta caretta). Journal of Zoo and Wildlife Medicine. 41(3):516-8. Divers SJ. 1997. Emergency care of the critically ill reptiles. Proceedings of Association of Reptilian and Amphibian Veterinarians pp. 153-161. Krum H. 1997. Intraosseous fluid administration in sea turtles. Proceedings of Association of Reptilian and Amphibian Veterinarians pp. 125. Mader DR, Rudloff K. 2006. Emergency and critical care In: Mader DR. Reptile Medicine and Surgery. Saunders Elsevier, St. Louis, USA. pp. 533-548. Martinez-Jimenez D, Hernandez-Divers SJ. 2007. Emergency Care of Reptiles. Veterinary Clinics of North America: Exotic Animal Practice 10:557–585. McArthur S. 2004. Problem-solving approach to conditions of marine turtles. In: McArthur S, Wilkinson R, Meyer J. Medicine and Surgery of Turtles and Tortoises. Blackwell Publishing, Oxford, UK. Pp.301307. Norton TM. 2005. Chelonian emergency and critical care. Seminars in Avian and Exotic Pet Medicine, 14:106-130. Pittiruti M, Buononato M, Malerba M, Carriero C, Tazza L, Gui D. 2000. Which is the easiest and safest technique for central venous access? A retrospective survey of more than 5,400 cases. Journal of Vascular Access. 1:100-107. 15 Van Boxtel AJH, Fliedner MC, Borst DM, Teunissen SCCM. 2008. Peripherally Inserted Central Venous Catheters: First Results after the Introduction in a Dutch University Medical Center. Journal of the Association for Vascular Access 13(3):128-133. Walsh M, Rehabilitation of sea turtles In: Eckert KL, Bjorndal KA, Abreu-Grobois FA, Donnelly M. 1999. Research and Management Techniques for the Conservation of Sea Turtles. IUCN/SSC Marine Turtle Specialist Group Publication. pp. 202-207. Warrington Jr WG, Penoyer DA, Kamps TA, Van Hoeck. 2012. Outcomes of using a modified seldinger technique for long term intravenous therapy in hospitalized patients with difficult venous access. Journal of the Association for Vascular Access 17(1):24-30. Wyneken J, Mader DR, Weber ES, Merigo C. 2006. Medicine care of sea turtle In: Mader DR. Reptile Medicine and Surgery. Saunders Elsevier, St. Louis, USA. pp. 972-1007. Yildizeli B, Laçin T, Batirel HF, Yüksel M. 2004. Complications and management of long-term central venous access catheters and ports Journal of Vascular Access 5(4):174-178. 16 Better blogging for wildlife rehabilitators: write less, be more effective Dawn Smith1,2 1 Freelance writer and wildlife conservation consultant, Forestdale, MA, USA; 2 Email: [email protected] INTRODUCTION Hate to write blogs for your website? Not sure why you‟re spending time on social media? You‟re not alone. When writing for the internet, take into account these key factors: 1. 2. 3. Your blog needs to be easy to read online or readers won‟t stay. Your blog needs to be easily found by search engines so that casual browsers will be directed to you. Appropriate choice and effective use of social media can help. There are ways to take advantage of these factors to cut back on the time spent while improving the quality of your blog and increasing your readership. KEEP IT SHORT AND CHANGE IT UP TO KEEP YOUR READERS You don‟t need to write 1000 word blogs. In fact, you really shouldn‟t. Keep it to 300-400 words and save the rest of the information for your next blog. Decide on one, and only one, concept that you want to discuss. For long-term projects brief updates will keep your readers coming back and give you lots of material to work with. For example, if you have an interesting animal in care, you can blog about how the animal came to your facility one week. Then talk about the actual care the next week and if the animal is released you can then talk about the release. Paragraphs should be between 50 and 75 words. They can be a bit shorter, but much longer will cost you readers who are overwhelmed by that big block of text. That doesn‟t mean you have to check your word count for each paragraph. Instead, think in terms of lines. Four lines are about 65 words so aim for 3-5 lines and you‟ll be in the right range. Use a variety of angles to maintain interest. If you‟ve just done a few blogs on the problems of a local endangered species, it might be time to put in a photo essay to lighten things up. Include both good news and bad news stories. People want to know the whole picture. Some blogs can include an ask (request for support) but be sure there are plenty of thank yous in your blog as well. 17 USE LONG-TAIL KEYWORDS TO TAKE ADVANTAGE OF GOOGLE’S NEW ALGORITHM Google has changed the way it searches websites to target specialist niches rather than generalist information. For example if you type in the word penguin, the first thing you get is the Penguin Publishing Company, plus thousands of other things that you probably have no interest in. But if you type in „penguin research South America‟ you get seabirds.org‟s Falkland Island Penguin Research at the top of the list. Penguin research South America is a long tail keyword. Use these types of word combinations to draw the right audience rather than just any audience. And to help the search engines understand what your website or blog is all about. Take a little time to think about keywords but don‟t overthink it. Start with the words you suspect people interested in your organization or work would be likely to search for on the web. Your long-tail keywords may come from various combinations of these potential search words. Once you have decided on your keywords, include them in your blog but don‟t get carried away or you‟ll get penalized for keyword stuffing. Keyword stuffing is using the same word(s) over and over where other words could be used. USE WHITE SPACE, BOLD SUBHEADINGS AND PICTURES TO BREAK UP TEXT To give readers a better viewing experience, which will make them stay on your pages, take advantage of the flexibility of the internet to create a blog that is easy to read. As I have done here, use bold subheadings to set off each separate area of thought. Putting a picture in every 100 to 200 words also helps. These don‟t have to be high resolution photographs. In fact, it is better to use mid-range resolution (640X480 pixels) as these will load more quickly. Slow loading pages will cost you readers. If you are a serious photographer and don‟t want your pictures „stolen‟ for use on other sites be sure to put in a copyright notice and, ideally, include a watermark. When creating your headings use a little html code to help the search engines find your keywords. When you write a heading do it like this: <h3> Using White Space, Bold Headings and Pictures to Break Up Text </h3> It will come up bold which is easy for readers to see and the search engines will see it has h3 text and „crawl‟ it for keywords. 18 CHOOSING AND USING SOCIAL MEDIA TO PROMOTE YOUR BLOG OR WEBSITE Social media can be a useful tool or serious time waster. It‟s important to decide which types of social media you are comfortable with and likely to use. Each has its pros and cons but the most important thing to remember is that social media only helpful if you use it appropriately. It is important to do more than just post things. Find other people or organizations that interest you and follow them. Google+, retweet or like posts from them. Respond personally to likes and follows to let people know you appreciate their support, which will build a following. These people will help get the word out about what you do. Consider each platform– Facebook, Twitter and Google+ – are the most well-known but LinkedIn, Reddit, StumbleUpon, RedGage, and the newest entry, Pinterest, are other options. Look at each site to get a feel for the type of person who uses it and decide whether they fit into your target audience. Then decide how many platforms you want to use so you don‟t get overwhelmed. BLOGGER’S CHECKLIST I‟ve included a checklist at the end to help you remember the elements of a good blog. You don‟t need to hit every one on every blog but the list will keep you on track. • • • • • • 300-400 words per blog 50-75 words per paragraph White space between paragraphs At least 2 H3 headings At least 2 photographs Stick to regular schedule 19 Avaliação epidemiológica da aspergilose em pinguins-de-Magalhães no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) Aryse Moreira Martins1,6, Melissa Orzechowski Xavier2, Raúl Andrés Mendoza-Sassi2, Andréa Corrado Adornes1, Ângela Leitzke Cabana3, Mário Carlos Araújo Meireles3, Rodolfo Pinho da Silva-Filho1,4,5 1 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 2 Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 3 Universidade Federal de Pelotas – UFPel, Pelotas, RS, Brasil; 4 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 5 Aiuká - Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 6 Email: [email protected] INTRODUÇÃO A aspergilose é uma doença fúngica primariamente respiratória, cuja infecção ocorre por inalação dos conídios de Aspergillus spp., os quais se encontram dispersos por todos os ambientes (Latgé, 1999). O desencadeamento da doença está relacionado com a virulência da cepa infectante, a quantidade de inóculo inalada, e, especialmente a imunidade do hospedeiro (Abundis-Santamaria, 2003; Tell, 2005). Embora pouco frequente em pinguins de vida livre (Hocken, 2000), durante a reabilitação de pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), a aspergilose se destaca como uma das principais doenças oportunistas dentre os problemas secundários que surgem devido ao cativeiro, sendo responsável por altas taxas de mortalidade destes animais neste período (Xavier et al. 2007). A literatura referente a aspergilose em pinguins é rica em relatos ou séries de casos enfocando dados clínicos, microbiológicos e histopatológicos bem como em estudos relacionados a diagnóstico, tratamento e prevenção da enfermidade, no entanto, estudos epidemiológicos são escassos. Neste sentido, o trabalho objetivou realizar um levantamento epidemiológico retrospectivo de seis anos da aspergilose em pinguins-de-Magalhães no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAMFURG), no intuito de determinar a densidade de incidência e os principais fatores de risco da aspergilose. MÉTODOS Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo da aspergilose em pinguins-deMagalhães no CRAM-FURG, incluindo todos os indivíduos recebidos para reabilitação entre janeiro de 2004 e dezembro 2009. Animais que foram a óbito e não tiveram dados disponíveis sobre a causa mortis foram excluídos por não preencherem os critérios necessários para sua classificação quanto ao desfecho. 20 O diagnóstico de aspergilose foi realizado a partir de exames post-mortem, considerando as lesões encontradas na necropsia, associadas ao isolamento de fungos do gênero Aspergillus no cultivo micológico e a visualização de estruturas fúngicas de parasitismo no tecido por exame direto e/ou histopatológico. Para determinação dos fatores de risco para aspergilose, foram analisadas variáveis categóricas como idade (juvenil ou adulto), gênero (masculino ou feminino), petrolização (sim ou não), uso de itraconazol profilático (sim ou não) e procedência (animais recebidos diretamente das praias da região sul do Brasil ou animais de outras regiões, passando previamente por outros Centros de reabilitação, e encaminhados posteriormente ao CRAM-FURG). As análises estatísticas foram realizadas no programa SPSS® 20.0. Calculou-se a densidade de incidência anual e para todo o período de estudo. O teste Qui Quadrado foi utilizado para análise das variáveis categóricas. Para verificar o efeito independente dos fatores, utilizou-se a regressão logística, calculando-se as Razões de Chance (Odds Ratio - OR) e os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95). A qualidade do modelo foi avaliada mediante o teste de Hosmer-Lemeshow. Valores de p menores que 0,05 foram considerados significativos. RESULTADOS Durante o período do estudo o CRAM-FURG recebeu 366 pinguins-de-Magalhães, dos quais 39 foram excluídos, resultando em um total de 327 animais estudados. A densidade populacional variou entre os seis anos, apresentando o menor valor no ano de 2007 (n=14) e o maior em 2008 (n=163). Dentre os 327 pinguins incluídos no estudo, 66 foram ao óbito por aspergilose durante o processo de reabilitação. Cerca de 75% dos casos de aspergilose (50/66) ocorreram em animais provenientes de outros Centros do país e consequentemente submetidos a transporte aéreo. Da mesma forma, 77,3% (51/66) dos casos ocorreram em animais não petrolizados, e 84,8% (56/66) em animais sem uso de terapia antifúngica profilática. Os pinguins juvenis representaram 95,5% dos casos de aspergilose (63/66), e a distribuição dos mesmos quanto ao gênero foi similar. Considerando os seis anos de seguimento, a densidade de incidência encontrada foi de 7,3 casos/100 pinguins-mês. A densidade de incidência anual variou de zero nos anos de 2005 e 2007, a 32 casos de aspergilose/100 pinguins-ano de seguimento em 2008. Na análise bivariada, a petrolização e o uso profilático do itraconazol foram apontados como fator de proteção (p=0,002 e p=0,04, respectivamente), assim como a idade juvenil e a procedência de outros Centros (p=0,02 e p<0,0001, respectivamente) como fator de risco para o desenvolvimento da aspergilose. Em contrapartida, quando ajustadas entre si na análise multivariada, algumas variáveis 21 perderam a significância, sendo consideradas como fatores de confusão, permanecendo a “procedência de outros Centros” como fator de risco significativo para a doença, com p=0,003 e OR=3,468. A qualidade do ajuste do modelo foi comprovada pelo Teste de Hosmer-Lemeshow (p=0,246). DISCUSSÃO A evidenciação de 2008 como ano de maior densidade de incidência da aspergilose no Centro, pode ser consequência da alta densidade populacional ocorrida neste período. A aglomeração de animais culmina com maior acúmulo de matéria orgânica, maior dificuldade na manutenção de uma ventilação e desinfecção ambiental adequada, e consequentemente maior aporte nutricional para rápido desenvolvimento fúngico (Russel et al., 2003; Tseng, 1993). As modificações na significância das variáveis quando ajustadas se devem ao que 98% da população de animais adultos, e 100% dos petrolizados e com profilaxia antifúngica pertenciam ao grupo de animais encontrados nas regionais, o qual foi significativamente menos acometido pela doença dos animais procedentes de outros Centros. fato de uso de praias que os O alto risco de animais procedentes de outros Centros serem acometidos por aspergilose, está provavelmente relacionado as implicações do processo de transporte aos quais são submetidos. Considerando que durante o período de vôo os animais são submetidos a um ambiente com superlotação, escassez de ventilação, acúmulo de matéria orgânica e consequentemente péssima qualidade do ar, com provável proliferação dos conídios de Aspergillus spp., tornando o risco de infecção alto (Russel et al, 2003; Tseng, 1993). O estudo de Bunting et al. (2009) demonstra que os fármacos genéricos não atingem concentrações plasmáticas necessárias para atividade antifúngica, e que o itraconazol utilizado deve ser comercial (Sporanox®) e administrado na dose de 20 mg/Kg uma vez ao dia. Consequentemente, isso pode justificar a ineficácia do uso deste fármaco para prevenção da aspergilose encontrada no presente estudo. CONCLUSÃO Os resultados obtidos comprovam a importância da aspergilose nestes animais. Em adição, salienta ainda a necessidade de adoção de medidas de controle e prevenção, especialmente para animais que serão submetidos a transporte aéreo, a fim de reduzir a mortalidade por aspergilose e maximizar a taxa de liberação dos pinguins ao seu habitat natural. 22 AGRADECIMENTOS A equipe técnica do Centro de Recuperação de Animais Marinhos, ao diretor do Museu Oceanográfico Lauro Barcellos e ao Grupo de pesquisa e diagnóstico em micologia da UFPel-Micvet. REFERÊNCIAS Abundis-Santamaria, E, 2003. Aspergillosis in birds of prey. http://www.aspergillus.man.ac.uk Bunting EM, Madi NA, Cox S, Martin-Jimenez T, Fox H, Kollias G, 2009. Evaluation of Oral Itraconazole Administration in Captive Humboldt Penguins (Spheniscus humboldti). Journal of Zoo and Wildlife Medicine 40: 508-518. Hocken AG, 2000. Cause of death in blue penguins (Eudyptula m. minor) in North Otago, New Zealand. New Zealand Journal Zoo 27: 305-309. Latgé, JP. 1999. Aspergillus fumigatus and aspergillosis. Clinical Microbiological Review 2:310-350. Russel M, Holcomb J, Berkner A 2003. 30-Years of Oiled Wildlife Response Statistics. Proceedings of the 7th International Effects of Oil and Wildlife Conference, Hamburg, Germany. Tell LA 2005. Aspergillosis in mammals and birds: impact on veterinary medicine. Medical Mycology 43:S71-S73. Tseng F 1993. Care of oiled seabird: a veterinary perspective. Proceedings of the Oil Spill Conference, Washington, USA. Xavier MO, Soares MP, Meinerz ARM et al. 2007. Aspergillosis: a limiting factor during recovery of captive Magellanic penguins. Brazilian Journal of Microbiology 38:480-484. 23 Vírus da Influenza em centros de reabilitação de fauna marinha: o que fazer? Renata Hurtado1,2,9, Ralph Eric Thijl Vanstreels3, Andréa Corrado Adornes4, Cristiane Lassálvia Nascimento5, Pryscilla Maracini6, Cristiane K. Miyaji Kolesnikovas7, Ariana Fernandes8, Edison Luiz Durigon2 1 Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 2 Departamento de Microbiologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 3 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 4 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 5 Aquário Municipal de Santos, Santos, SP, Brasil; 6 Acqua Mundo Guarujá, Guarujá, SP, Brasil; 7 Associação R3 Animal, Florianópolis, SC, Brasil; 8 Centro de Triagem de Animais Silvestres, Núcleo de Fauna IBAMA Florianópolis, Florianópolis, SC, Brasil; 9 Email: [email protected] INTRODUÇÃO Os vírus da influenza aviária pertencem à família Orthomyxoviridae, gênero Influenzavirus A (Alexander, 2007). Este gênero é considerado o mais importante devido às seguintes características: (i) Ampla variedade de hospedeiro, sendo capaz de acometer aves e mamíferos (Webster, 1992); (ii) Grande diversidade genética, relacionada à capacidade de recombinação gênica de dois importantes tipos de glicoproteínas de superfície (hemaglutinina e neuraminidase) (Fouchier et al., 2007); e (iii) Presença de reservatório silvestre, uma vez que todos os subtipos virais já foram encontrados em aves pertencentes as ordens Anseriformes e Charadriiformes, e estas raramente apresentam sinais clínicos (Stallknecht & Brown, 2008). A transmissão e manutenção da influenza aviária ocorre pela ingestão (água e alimentos contaminados) e inalação dos aerossóis contendo partículas virais (Nicholson, 1998; Yewdell & García-Sastre, 2002). A gravidade da doença está intimamente relacionada com o subtipo envolvido; os vírus da influenza podem ser divididos em 2 grupos de acordo com a capacidade de provocar doença e gravidade dos sinais clínicos em galinhas: Highly Pathogenic Avian Influenza (HPAI, relacionado apenas aos subtipos H5 e H7) e Low Pathogenic Avian Influenza (LPAI, relacionado a todos os outros subtipos) (Alexander, 2007). Apesar de ser uma doença de extrema importância, vale salientar que os vírus da influenza A ocorrem naturalmente em aves aquáticas, e o risco para saúde pública começa quando estreita-se o contato entre aves e humanos (Stallknecht & Brown, 2008). 24 POR QUE SE PREOCUPAR? Além de se tratar de uma zoonose, os vírus da influenza podem ser transmitidos entre aves e mamíferos, incluindo o homem (Salomon & Webster, 2009). Quando uma ave infectada é recebida, além do risco para a equipe, há o risco em potencial ao plantel para reabilitação. Do ponto-de-vista conservacionista, ao liberar uma ave infectada pode-se colocar em risco populações livres do vírus. Além disto, a detecção da influenza aviária pode trazer implicações para a opinião pública e para o controle sanitário em animais domésticos e silvestres, sendo importante uma abordagem próativa dos centros de reabilitação para o diagnóstico e intervenção precoce. POTENCIAIS RESERVATÓRIOS EM CENTROS DE REABILITAÇÃO Através de questionário, foi feito o levantamento das espécies de aves marinhas recebidas por quatro importantes instituições no Brasil: Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG; Rio Grande/RS), Associação R3 Animal (Florianópolis/SC), Aquário Municipal de Santos (Santos/SP), Acqua Mundo (Guarujá/SP). Cada espécie recebeu um escore de 0 a 5 quanto à sua frequência média de recebimento: (0) Ausente, (1) Muito rara (<1/ano), (2) Rara (1-5/ano), (3) Ocasional (6-15/ano), (4) Comum (16-30/ano), (5) Muito comum (>31/ano). O levantamento revelou que as espécies mais frequentes (escore médio de todas as instituições ≥ 2) são: Spheniscus magellanicus (4.75), Larus dominicanus (3.25), Sula leucogaster (2.25), Fregata magnificens (1.25), Sterna hirundinacea (1.25), Macronectes giganteus (1.0), Puffinus puffinus (1.0); demais espécies ≤0.75. Revisão em literatura demonstrou que já foram relatadas a presença de anticorpos e/ou detecção viral nestas espécies ou a Ordem à qual pertencem. DIAGNÓSTICO Em humanos, os sintomas são inespecíficos, como febre alta, calafrios, dores de cabeça, mialgia, tosse seca e diarréia (Hilleman, 2002). Em aves, o LPAI é geralmente assintomático ou causa sinais clínicos brancos, como lacrimejamento excessivo, sinusite, conjuntivite. O HPAI causam doença sistêmica severa com alta mortalidade (Swayne & Pantin-Jackwood, 2008). As lesões necroscópicas são inespecíficas e variam muito em função da espécie hospedeira e do subtipo viral envolvidos, dificultando o diagnóstico. Materiais biológicos provenientes da cloaca e orofaringe devem ser colhidas com auxílio de swabs estéreis e armazenados imediatamente em criotubos contendo meio de transporte específico para vírus (VTM – Viral Transport Media) e congeladas. 25 Estas amostras podem ser estocadas a -40˚C por meses ou a -80 ˚C por anos (Philippa, 2008). Os resultados oficiais só podem ser dados por laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Evandro Chagas e Instituto Adolfo Lutz. No entanto, em casos de resultados positivos resultantes de pesquisa científica acadêmica, uma alíquota da amostra deve ser encaminhada a um dos laboratórios oficiais, para fins de confirmação e subtipagem. Após este resultado, os técnicos do serviço de defesa animal do MAPA decidirão quais medidas de controle e erradicação serão efetuadas. PREVENÇÃO O ideal é que todo e qualquer manejo envolvendo aves aquáticas sejam feitos utilizando Equipamentos de Proteção Individual. É fundamental o uso de máscaras modelo N95 e luvas de procedimento durante necropsia e coleta de material biológico, bem como em outras atividades que demandem contato próximo com os animais recebidos. As amostras biológicas (fluidos corporais, tecidos, penas) jamais devem ser manipuladas sem luvas. Se houver contato direto com o animal, deve-se lavar muito bem aos mãos com detergente e água e desinfecção com álcool 70% (Birnbaum & O‟Brien, 2008) É aconselhado, sempre que possível, manter os animais recém-chegados em quarentena, anotando a procedência e data de chegada ao centro de reabilitação, e não acomodar diferentes espécies no mesmo recinto. Evitar o contato com aves domésticas/não-cativas também é fundamental. A limpeza simples apenas com água pode espalhar o vírus através de calçados, roupas, equipamentos e outros fômites. Assim, é essencial uma desinfecção completa dos itens que estiveram em contato com fezes e outras secreções das aves. Os vírus da influenza A são facilmente inativados por detergentes; os desinfetantes (hipoclorito de sódio e formaldeído) devem permanecer em contato com a superfície por pelo menos 10 minutos (Birnbaum & O‟Brien, 2008; Philippa, 2008). E SE HOUVER UM CASO POSITIVO? No Brasil, não há um protocolo pré-estabelecido sobre as medidas a serem tomadas em caso de aves silvestres positivas cativas em centros de reabilitação, aquários ou zoológicos. Os casos devem ser isoladamente avaliados, levando-se em conta o subtipo envolvido, a quantidade de animais infectados, a presença de produção avícola nas proximidades e etc. 26 Em caso de suspeita, é recomendável manter a ave confinada e isolada, e entrar em contato com o médico veterinário do órgão estadual de defesa animal ou do MAPA, para que ele colete as amostras necessárias (esta é uma doença de notificação obrigatória para o MAPA). Além disso, é crucial que o Ministério da Saúde também seja informado, afim de indicar a melhor diretriz a ser seguida pela equipe de reabilitadores e contactantes. AGRADECIMENTOS À todas as Instituições que participaram deste trabalho e à Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP 2009/10695-0). REFERÊNCIAS Alexander DJ, 2007. An overview of the epidemiology of avian influenza. Vaccine 25(30):5637-5644. Birnbaum NG, O‟Brien B, 2008. Methods for inactivation of avian influenza virus in the environment. In: Swayne DE (ed). Avian Influenza. Blackwell Publishing, Oxford, UK. Fouchier RA, Munster V, Keawcharoen J, Osterhaus ADME, Kuiken T, 2007. Virology of avian influenza in relation to wild birds. Journal of Wildlife Diseases 43:7-14. Hilleman MR, 2002. Realities and enigmas of human viral influenza: pathogenesis, epidemiology and control. Vaccine 20(25-26):3068-3087. Nicholson KG, 1998. Human influenza. In: Nicholson KG, Webster RG, Hay AJ (eds). Textbook of influenza. Blackwell Science, London, UK. Philippa JD, 2008. Avian Influenza. In: Fowler ME, Miller RE (eds). Zoo and wild animal medicine. Saunders Elsevier, Philadelphia, USA. Salomon R, Webster RG, 2009. The influenza virus enigma. Cell 136:402-410. Stallknecht DE, Brown JD, 2008. Ecology of Avian Influenza in Wild Birds. In: Swayne DE (ed). Avian Influenza. Blackwell Publishing, Oxford, UK. Swayne DE, Pantin-Jackwood M, 2008. Pathobiology of Avian Influenza Virus Infections in Birds and Mammals. In: Swayne DE (ed). Avian Influenza. Blackwell Publishing, Oxford, UK. Yewdell J, García-Sastre A, 2002. Influenza virus still surprises. Current Opinion in Microbiology 5:414418. Webster RG, Bean WJ, Gorman OT, Chambers TM, Kawaoka Y, 1992. Evolution and ecology of influenza A viruses. Microbiology Review 56:152-179. 27 Celioscopia exploratória em tartarugas-verde (Chelonia mydas) como método de diagnóstico e tratamento para impactação do trato gastrointestinal Michelli Westphal de Ataíde1,3, Carlos Afonso de Castro Beck2, Derek Blaese de Amorim2, Marcelo Meller Alievi2, Vanessa Lanes Ribeiro2, Thayane Santana Mikhailenko2, Lívia Eichenberg Surita2, Kauê Danilo Helene Lemos dos Reis2 1 Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil; 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS,Porto Alegre, RS, Brasil; 3 Email: [email protected] INTRODUÇÃO Os impactos do lixo marinho são inúmeros, porém os danos causados em tartarugas vem contribuindo para o desaparecimento das espécies, principalmente em indivíduos que chegam à costa para alimentação (Ataide, 2011). Estas, frequentemente apresentam distúrbios de flutuação que as incapacitam de flutuar ou submergir por apresentarem acúmulo excessivo de gases no trato gastrointestinal quando há lesão obstrutiva, podendo evoluir para ruptura do trato (McArthur, 2004). A videocirurgia vem sendo cada vez mais utilizada como método auxiliar de diagnóstico e terapêutico, levando em consideração a rápida recuperação (Bennett, 2004). O objetivo deste trabalho é relatar os procedimentos videocelioscópicos via exploratória em espécimes de tartaruga-verde (Chelonia mydas) com alterações de flutuabilidade, bem como seus prognósticos. MÉTODOS Cinco espécimes de tartarugas-verde (C. mydas), juvenis, pesando entre 2,5 a 9,8 kg, clinicamente debilitadas e resgatadas no litoral norte do RS, foram conduzidos ao Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS. Ao exame clínico, apresentavam-se com desidratação leve a moderada e com bom escore corporal. Nenhum indivíduo apresentava secreções nasais e oculares, e, as mucosas oral e cloacal estavam levemente rosadas. Já no teste de flutuabilidade, todos estes evidenciaram assimetria, não conseguindo submergir. Foram realizadas coletas de sangue para avaliação dos valores hematológicos e bioquímicos séricos, que evidenciaram elevações de ácido úrico e anemia regenerativa em três C. mydas. As radiografias celomáticas demonstraram presença de conteúdo intestinal e gases ao logo do estômago e intestinos. A terapêutica inicialmente instituída foi passagem de sonda orogástricas com a associação de solução fisiológica de NaCl 0,9% aquecido, dimeticona e óleo mineral, além da antimicrobianoterapia com enrofloxacino (2,5 mg/kg IM SID) durante sete dias. Em dois espécimes foi utilizada metoclopramida na dose de 2,5 mg/kg IM SID durante cinco dias. Não evidenciando melhoras ou fezes durante o tratamento, os animais foram submetidos a contenção química para realização de videocelioscopia exploratória com a administração de butorfanol (2,5 28 mg/kg IM) como medicação pré-anestésica 30 minutos antes da indução com propofol (5 mg/kg IO). A manutenção anestésica foi obtida com isoflurano vaporizado a oxigênio 100% com sonda traqueal 2,5. Todas as tartarugas-marinhas foram mantidas com fluidoterapia com solução fisiológica de NaCl 0,9% via intraóssea durante todo procedimento cirúrgico. Com o paciente em decúbito dorsal e após antissepsia com clorexidine aquosa a 0,2%, foi realizada uma incisão na fossa pré-femoral esquerda de aproximadamente 6 mm para a introdução fechada do primeiro trocater de 5 mm para utilização do endoscópio rígido, de zero grau e luz xenon. O mesmo procedimento foi realizado na fossa contralateral. Não foi necessária a insuflação da cavidade com CO2 medicinal. Inicialmente eram realizadas inspeção da cavidade celomática com consequente avaliação do trato gastrointestinal a partir do estômago, com auxílio da pinça Babycock. Nos pacientes em que foram observado presença de impactação ou de corpo estranho, o segmento foi exteriozado através da incisão na fossa pré-femoral primária e se houvesse necessidade, realizado a gastrotomia e enterotomia para realização da remoção do conteúdo. A síntese dos mesmos eram realizadas com mononáilon e em duas camadas de sutura, sendo a primeira de inversão e a segunda de aposição da camada seromuscular. Em seguida, a cavidade celomática era lavada com solução fisiológica aquecida (500 ml/kg) e, assim como nos animais não diagnosticados com presença de resíduos antropogênicos, a cavidade era ocluída com mononáilon 2-0 e padrão Sultan e a redução do espaço morto com mesmo fio em sutura contínua simples. Já a pele era aposicionada com mononáilon 3-0 e pontos interrompidos simples. Na terapia pós-operatória foi instituído, em todos os pacientes, cloridrato de tramadol (1 mg/kg IM SID) durante cinco dias, assim como limpeza da ferida cirúrgica. As tartarugas-marinhas que passaram pelo procedimento de enterotomia ou gastrotomia, além da analgesia, permanecia com enrofloxacina (5mg/kg IM SID) por sete dias no pós-operatório. Todos os pacientes eram mantidos em ambientes secos durante 72 horas, sendo colocados em seguida em tanques com água aquecida. A retirada dos pontos era realizada após o 30° dia. RESULTADO E DISCUSSÃO A presença de resíduos marinhos, cada vez mais está comprometendo a sobrevivência da espécie, levando a lesões corporais externas e internas e ao óbito na maioria dos casos (Ivar do Sul, 2005). O acesso à cavidade celomática é geralmente feito através do plastrão, por meio da remoção dos escudos córneos e placas ósseas ventrais através de serras. Este acesso mostra-se desvantajoso pelo maior tempo cirúrgico e a intervenção ser bastante traumática e dolorosa para o paciente, levando ao retardo na recuperação (Pessoa et al., 2008). A recuperação de 75% dos pacientes ocorreram dentro do esperado para a espécie, sendo que que 50% destes passaram somente por celioscopia, não sendo visibilizados impactação ou resíduos antropogênicos que causassem uma obstrução do TGI considerável. Em dois indivíduos foi realizado enterotomia (cólon 29 descendente). Porém, após o término do procedimento, em um deles foi optado pela eutanásia, pois os danos nos tecidos adjacentes ao segmento operado estavam muitos afetados, além da membrana celomática hiperêmica. O outro paciente recuperou-se bem ao longo dos próximos 30 dias, chegando inclusive se alimentar. A realização de enterotomia é um procedimento complexo tendo em vista os pacientes quelônios, porém, quando realizado antes dos danos dos tecidos adjacentes à obstrução ocorrer (Bennet, 2006). Em um indivíduo foi observado o estômago repleto do bolo alimentar contendo materiais rígidos e pontiagudos. Foi realizada então uma gastroscopia para certificação do conteúdo, e após a constatação, foi decidido exteriorizar um segmento do órgão para gastrotomia e retirada do bolo impactado. Os métodos diagnósticos buscando auxílio de endoscópios estão sendo cada vez mais utilizados, principalmente quando pode-se investigar interiormente aos órgãos ocos, facilitando o diagnóstico e permitindo um prognóstico para os répteis acometidos por enfermidades obstrutivas (Hernandez-Divers, 2006). Pelo tempo estendido do procedimento cirúrgico, o retorno anestésico do paciente da gastrotomia foi maior em relação aos demais e, após 15 dias da intervenção, esta foi a óbito. A necropsia não evidenciou problemas relacionados a técnica cirúrgica realizada. Em suma, a celioscopia facilitou o acesso e a magnificação dos órgãos celomáticos em tartarugas-marinhas auxiliando não só no diagnóstico e prognóstico, como na terapêutica de alguns quadros clínicos pertinentes na clínica da fauna marinha. AGRADECIMENTOS À UFRGS pelo acolhimento durante o mestrado e desenvolvimento de todos os projetos e trabalhos realizados. Aos professores Carlos Afonso Beck e Marcelo Alievi pela eterna parceria nos trabalhos, casos clínicos e por sempre acreditarem nos meu ideais. E aos meus companheiros de trabalho de sempre, Derek de Amorim, Vanessa Ribeiro, Thayane Mikhailenko, Kauê Danilo dos Reis e Lívia Surita. REFERÊNCIAS Ataide MW, 2011. Efeitos de resíduos antropogênicos na saúde da tartaruga-verde (Chelonia mydas) do litoral norte do RS. Congresso da Sociedade de Zoológicos do Brasil. Gramado, Brasil. Bennett RA, 2004. Soft tissue surgery. In: Mader, Douglas R. Reptile medicine and surgery. Saunders, Philadelphia, USA. Bennet RA, 2006. Principles of Reptile Surgery. In: Bennett RA. Reptilian surgery. Compendium on Continuing Education for the Practicing Veterinarian 11: 2-3. Hernandez-Divers SJ, 2006. Reptile coeliotomy: a vital technique to master. The North American Veterinary Conference. California, USA. 30 Ivar do Sul JA, 2005. Lixo Marinho na Área de Desova de Tartarugas Marinhas do Litoral Norte da Bahia: consequencias para o meio ambiente e moradores locais. Monografia de Graduação, Universidade Federal de Rio Grande, Rio Grande, Brasil. McArthur S, 2004. Problem-solving approach to conditions of marine turtles. In: McArthur S, Wilkinson R, Meyer J. Medicine and Surgery of Tortoises and Turtles. Blackwell, Iowa, USA. Pessoa CA, Rodrigues MA, Kozu FO, Prazeres RF, Fecchio RS, 2008. Ooforectomia videoassistida por acesso pré-femural em targaruga-de-ouvido-vermelho (Trachemys scripta elegans). Pesquisa Veterinária Brasileira. 28:345-349. 31 Resgate, reabilitação e reintrodução de um espécime de golfinho-cabeça-demelão (Peponocephala electra) encalhado no litoral de Pernambuco, Brasil Joana Midori Penalva Ikeda1,2,7, Ernesto Frederico da Costa Foppel1,2, Fernanda Loffler Niemeyer Attademo1,3, Luciano Wagner Dórea Reis1,2, Inês de Lima Serrano1, Ana Juliete Brito de Moraes1,3, Sheila Janaina Santana Reis Gomes1, Juliana Guimarães Matzembacher1,4, Tais Costa Staffen1,5, Renata de Souza Gomes1,6, Isis Cristina Urias1,6, Raissa Barbosa de Oliveira1,3 1 Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA-ICMBio), Itamaracá, PE, Brasil; 2 Instituto Mamíferos Aquáticos, Itamaracá, PE, Brasil; 3 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil; 4 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Dracena, SP, Brasil; 5 Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, SP, Brasil; 6 Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina, PE, Brasil; 7 Email: [email protected] INTRODUÇÃO O golfinho-cabeça-de-melão (Peponocephala electra) é um delfinídeo de distribuição pantropical, com status de conservação na categoria de Menor Preocupação pela IUCN (2012). Embora algumas capturas acidentais ou intencionais tenham sido relatadas ao longo da sua distribuição, nenhum problema particular na sua conservação foi identificado (Reeves, et al., 2003). É uma espécie oceânica de estrutura social, encontrada em grupos de 100 a 500 indivíduos (Jefferson et al., 1993). As causas de encalhe, além de processos patológicos, têm sido relacionadas a atividades sonoras antropogênicas, como sonares e explorações sísmicas (Brownwell Jr et al., 2009). No Brasil, um encalhe em massa de pelo menos 240 indivíduos foi registrado em 1987, no litoral da Bahia (Lodi et al., 1990). O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos – CMA/ICMBio é uma unidade mantida pelo Governo Federal que atua na conservação dos mamíferos aquáticos de ocorrência nacional e entre suas atribuições está o resgate e reabilitação desses animais (Luna & Passavante, 2010). O objetivo do presente trabalho é relatar o resgate, reabilitação e reintrodução de um exemplar de golfinho-cabeça-de-melão encalhado no litoral sul de Pernambuco e discutir os procedimentos adotados. RESGATE No dia 01/08/2011 às 17h, uma Peponocephala electra fêmea, juvenil, com comprimento total de 2 m e peso de 90 kg, encalhou e foi encontrada por pescadores na praia de Serrambi, PE, Brasil (8°33'44,64''S 35°00'38,12"W). Após tentativas de devolução ao mar sem sucesso, a equipe de resgate do CMA/ICMBio foi acionada e chegou ao local às 19h, prestando os primeiros socorros e constatando 32 que o animal não equilibrava na água. Na avaliação clínica não foram encontradas lesões externas, porém o animal apresentava quadro de má nutrição evidenciado por discretas depressões intercostais, sinais de estresse agudo com arqueamento do corpo e apnéias prolongadas. A equipe optou pelo resgate para a unidade de reabilitação, na Ilha de Itamaracá-PE, há aproximadamente 120km de distância do ponto de encalhe. Para o transporte, o animal foi tranqüilizado com diazepam na dose de 0,15 mg/kg intramuscular, de acordo com Barnett et al. (1998) e recebeu uma dose de 0,1 mg/kg de dexametasona para prevenção de choque (Geraci & Lounsbury, 1993). Os sinais de estresse foram reduzidos e durante todo o transporte o animal foi monitorado por veterinário, chegando com segurança à unidade de reabilitação. REABILITAÇÃO Na sua chegada, o animal foi colocado em piscina de fibra, com aproximadamente 60 cm de profundidade, necessitando do auxílio de bóias para manter o equilíbrio, adernando sempre para o lado direito. No orifício respiratório, foi observada a presença de grande quantidade de secreção mucosa de cor esbranquiçada e odor fétido. No período da manhã, o golfinho foi colocado no mar, com apoio de um ou dois técnicos para estimular o nado e reflutuação (Geraci & Lounsbury, 1993). Este procedimento foi mantido até o término da reabilitação. Além de swab nasal para cultura, foram colhidas amostras sanguíneas para hematologia e cultura e swab retal para cultura microbiológica. A hematologia foi analisada com parâmetros sugeridos por Aubin (2002) para golfinhos do gênero Stenella, com aumento na contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito e diminuição nos eosinófilos. Hemocultura resultou no crescimento de Vibrio fluviatilis, swab retal com E. coli e Aeromonas hyrophila/caviae e nasal com Shewanella algae, uma bactéria Gram negativa encontrada em ambientes marinhos e que pode infectar o ser humano, causando infecções de pele, ouvido e, por vezes, bacteremia e sensível a algumas cefalosporinas (Holt et al., 2005). O tratamento instituído foi à base de cefalexina, 24 mg/kg a cada 12 horas e ranitidina, 2 mg/kg a cada 12 horas (Dierauff & Gulland, 2001), administrados por sonda oral. O animal recebia alimentação e hidratação oral duas vezes ao dia. A fórmula era composta de água mineral, sardinhas, Emulsão Scott®, Hemolitan®, Aminomix®, Peptozil®, Extrato de Própolis e Aquavits®. O uso do diazepam foi mantido até o final do tratamento, utilizando uma dose de 0,05 mg/kg sempre que o animal demonstrava sinais de estresse descritos no Protocolo de Conduta para Encalhes de Mamíferos Aquáticos – Remane (IBAMA, 2005). Uma nebulização com solução fisiológica era realizada diariamente por 20 minutos. No terceiro dia de reabilitação, o animal começou a demonstrar maior evolução do nado. No quarto, começou a se alimentar voluntariamente de peixes inteiros e expelir maior quantidade de secreção na respiração. A hidratação por sonda foi 33 mantida até o sétimo dia, quando passou a receber apenas os peixes inteiros, com as medicações inseridas no alimento. O animal defecava normalmente e demonstrava aumento de apetite, sendo alimentado de três a quatro vezes por dia. Ao oitavo dia de reabilitação, uma nova colheita de sangue para hematologia foi realizada, com os valores alterados já quase completamente reestabelecidos. A secreção já não era visível pelo orifício respiratório e o pulmão se mostrava limpo à auscultação. No mesmo dia, passou a se equilibrar sem as bóias quando era mantido no mar. A partir daí, começou a buscar alimentos ofertados a maior distância e aumentar os sinais de estresse no cativeiro. A equipe então optou por realizar a reintrodução. REINTRODUÇÃO O golfinho-cabeça-de-melão foi reintroduzido no dia 11/08. O benzodiazepínico foi suspenso nesse dia, o animal foi marcado com PIT tag na base da nadadeira dorsal para identificação no caso de novo encalhe. Por ser um animal jovem, não possuía marcas e cicatrizes visíveis. O local escolhido para soltura foi há 13 milhas da costa da Ilha, por se tratar de uma espécie oceânica e ter maiores chances de encontrar outro grupo. Foi necessário o transporte do animal em embarcação motorizada, sobre espuma molhada, à sombra, tendo a sua superfície molhada durante todo o percurso. O transporte durou cerca de uma hora e o animal foi monitorado durante todo o trajeto. Ao ser colocado no mar, boiou no mesmo local por poucos minutos e então mergulhou e nadou em velocidade, não sendo possível acompanhá-lo. O monitoramento de praia foi intensificado por uma semana e nenhum encalhe foi registrado. CONCLUSÃO Considera-se que a terapia instituída de redução do estresse, em conjunto com a escolha do antibiótico e o manejo nutricional foram importantes fatores para a recuperação do animal. AGRADECIMENTOS Aos funcionários, voluntários e colaboradores do CMA/ICMBio e Instituto Mamíferos Aquáticos que auxiliaram para o sucesso de reabilitação deste animal. À ONG 34 Ecomar pelo apoio ao encalhe. A Karina Massei e Rosana Rodrigues pelo apoio técnico. REFERÊNCIAS Barnett J, Knight A, Stevens M, 1998. Marine mammal medic handbook. British Divers Marine Life Rescue. Printed Word, Gillingham, UK. Brownell Jr RL, Ralls K, Baumann-Pickering S, Pole MM, 2009. Behavior of melon-headed whales, Peponocephala electra, near oceanic islands. Marine Mammal Science 25:639-658. Dierauf A, Gulland FMD, 2001. CRC Handbook of marine mammal medicine.2nd ed. CRC Press, Boca Raton, USA. Geraci JR, Lounsbury VJ, 1993. Marine Mammal Ashore: A field guide for strandings. Texas A&M University Sea Grant College Program, Galveston, USA. Holt HM, Gahrn-Hansen B, Brunn B, 2005. Shewanella algae and Shewanella putrefaciens: clinical and microbiological characteristics. 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Miyaji Kolesnikovas11, Patrícia Serafini12 1 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 2 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 3 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 4 School of Zoology, University of Tasmania, Hobart, Tasmania, Australia; 5 Fundación Mundo Marino, San Clemente del Tuyú, Buenos Aires, Argentina; 6 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 7 Natura Patagonia, Punta Arenas, Magallanes, Chile; 8 Fundación Patagonia Natural, Puerto Madryn, Chubut, Argentina; 9 Dirección de Conservación de Áreas Protegidas, Subsecretaria de Turismo y Áreas Protegidas, Ministerio de Comercio Exterior Turismo y Inversiones, Puerto Madryn, Chubut, Argentina; 10 Mar del Plata Aquarium, Mar del Plata, Buenos Aires, Argentina; 11 Associação R3 Animal, Florianópolis, SC, Brasil; 12 Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres; Florianópolis, SC, Brasil; 13 Email: [email protected] INTRODUÇÃO Pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) são nativos à Argentina, Chile e às ilhas Falkland/Malvinas (Williams & Boersma, 1995). Durante o inverno austral, estas aves migram milhares de quilômetros em busca de oferta alimentar nas costas do norte da Argentina, Uruguai e Brasil (Stokes and Boersma, 1999; Pütz et al. 2000, 2007), com juvenis atingindo regularmente a região Sudeste e, por vezes, até a região Nordeste do Brasil (Sick, 1997; García-Borboroglu et al., 2010). Derramamentos acidentais e a contaminação crônica por petróleo são impactos antrópicos com efeitos negativos bem documentados para a conservação dos pinguins-de-Magalhães, podendo atingi-los tanto durante a temporada reprodutiva quanto durante sua migração invernal (Gandini et al., 1994; Petry & Fonseca, 2002; García-Borboroglu et al., 2006). Uma fração destes animais chega viva às praias e é encaminhada aos centros de reabilitação ou recebe tratamento por equipes de resposta a emergências de fauna, sendo reabilitados, anilhados e liberados após atingirem critérios específicos de saúde (Ruoppolo et al., 2004; García-Borboroglu et al., 2006). A eficácia da reabilitação de pinguins petrolizados foi bem demonstrada e estudada para a conservação de outras espécies (Randall et al., 1980; Underhill et al., 1997, 1999; Whittington, 1999, 2003; Giese et al., 2000; Goldsworthy et al., 2000a, 2000b; Barham et al., 2006, 2007; Wolfaardt et al., 2008a, 2008b, 2008c, 2009), porém há menos informação em relação à eficácia da reabilitação de pinguins-deMagalhães. Neste estudo, apresentaremos os registros de reavistamentos de pinguins-de-Magalhães reabilitados, anilhados e liberados por seis instituições na 36 costa da América do Sul durante uma década de esforços pela reabilitação e conservação destas aves. MÉTODOS Foram examinados os dados de seis instituições ao longo da costa da América do Sul, de 2000 a 2010: International Fund for Animal Welfare (IFAW), Fundación Mundo Marino, Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG), Natura Patagonia, Associação R3 Animal, e Mar del Plata Aquarium. Neste período, 2183 pinguins-de-Magalhães petrolizados foram reabilitados durante as atividades de rotina destas instituições ou em respostas de emergência a derrames de petróleo em que as instituições estiveram envolvidas; todos os pinguins reabilitados foram anilhados e liberados. Os derrames de petróleo atendidos neste período pelas instituições estudadas foram: Uruguay Mystery spill 2001, Uruguay Mystery spill 2002, Punta Arenas spill 2006, Uruguay Mystery spill 2007, Caleta Córdova spill 2008, Syros spill 2008, e Florianópolis Mystery spill 2008. Estas instituições adotaram protocolos de reabilitação internacionalmente reconhecidos (Callahan, 2001; Ruoppolo et al., 2004; Silva-Filho e Ruoppolo, 2007; Heredia et al., 2008), que chegam a atingir 80-95% de taxa de liberação, dependendo das circunstâncias (Heredia et al., 2007; Ruoppolo et al., 2007). São liberados apenas pinguins que atingem critérios clínicos e de manejo bem definidos: perfeita impermeabilização da plumagem, escore de condição corporal 3 ou 4 (numa escala de 1 a 4), hematócrito ≥ 38%, células brancas < 2%, proteína plasmática total ≥ 3 g/dL, ausência de sinais clínicos de doença ou lesões relevantes, comportamento normal. Os reavistamentos foram obtidos através da comunicação direta com guardaparques, pescadores e turistas, um formulário online (http://www.ifaw.org/penguinband), e através da colaboração com grupos de pesquisa ativamente trabalhando para detectar aves anilhadas nas colônias reprodutivas. RESULTADOS Até 31/12/2011, 41 dos pinguins liberados foram reavistados. No momento do reavistamento, estes pinguins estavam a 604 ± 673 km (média ± DP) do local de liberação (amplitude: 0 a 2160 km). Em 18 casos, os pinguins foram reavistados a pelo menos 500 km do local de soltura; em 10 casos, mais de 1000 km; em dois casos, mais de 2000 km. Os pinguins foram reavistados após 789 ± 770 dias (amplitude: 8 a 3338 dias). Em 12 casos, os reavistamentos ocorreram 2 a 3 anos após a soltura, e em outros 10 casos os pinguins foram reavistados mais de 3 anos após a soltura. 37 Durante a reabilitação, os animais que foram reavistados haviam sido registrados como: 12 juvenis (4 machos, 7 fêmeas, 1 sexo indeterminado), 28 adultos (12 machos, 14 fêmeas, 2 sexo indeterminado) e 2 indivíduos de grupo etário e sexo indeterminados. Os pinguins haviam sido recebidos com 0 a 100% de sua superfície corpórea coberta por óleo (46 ± 29%). A massa corpórea foi registrada em três momentos: na admissão (3.24 ± 0.49 kg, n=35), na liberação (3.93 ± 0.51 kg, n=37), e no reavistamento (3.35 ± 0.80 kg, n=27). Trinta animais estavam vivos quando reavistados (30/41; 73%), sendo que pinguins admitidos à reabilitação como adultos foram reavistados vivos (80%) com maior frequência do que aqueles admitidos em plumagem juvenil (20%) (P=0.052). Machos e fêmeas foram reavistados vivos com frequência semelhante (respectivamente, 69% e 86%; P=0.254). Dos animais reavistados mortos: 82% estavam em migração invernal, e 18% morreram no primeiro mês pós-liberação. Dos animais reavistados vivos: 43% estavam em ninhos ativos (destes, 77% incubando ovos, 15% criando filhotes, e 8% copulando), 10% estavam em migração invernal, 10% estavam em muda de plumagem, 3% estavam sem ninho durante a estação reprodutiva, e em 33% não foi possível determinar se estavam ou não associados a um ninho. DISCUSSÃO O sucesso a longo prazo dos esforços de reabilitação destas aves só poderá ser determinado quando uma maior fração das colônias reprodutivas da espécie forem monitoradas para o reavistamento de aves anilhadas. No entanto, os resultados oferecem evidência suficiente de que, à semelhança do observado para outras espécies de pinguins (Randall et al., 1980; Underhill et al., 1997, 1999; Whittington, 1999, 2003; Giese et al., 2000; Goldsworthy et al., 2000a, 2000b; Barham et al., 2006, 2007; Wolfaardt et al., 2008a, 2008b, 2008c, 2009), quando combianada com estratégias preventivas, a reabilitação de pinguins-de-Magalhães é uma estratégia que contribui para a mitigação dos efeitos adversos dos derrames de petróleo e da poluição crônica. AGRADECIMENTOS Ao International Fund for Animal Welfare (IFAW), International Bird Rescue, Fundación Mundo Marino, Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAMFURG), Associação R3 Animal, Natura Patagonia, Fundación Patagonia Natural, Mar del Plata Aquarium e a todos os seus profissionais e voluntários. A todos aqueles que reportaram reavistamentos e contribuíram ao manuscrito, em especial a P. Dee Boersma, Luciana Pozzi, Pablo García-Borboroglu, Claudia Godoy, Agustina Gómez Laich, Corporación Nacional Forestal de Chile (Alejandra Silva, Roberto Fernandez), Consejo Agrario Provincial de Santa Cruz - Areas Protegidas (Pablo Irazoqui, Mario 38 Beroiz). À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (2009/53956-9, 2010/51801-5). REFERÊNCIAS Barham, P.J., Crawford, R.J.M., Underhill, L.G., Wolfaardt, A.C., Barham, B.J., Dyer, B.M., Leshoro, T.M., Mëyer, M.A., Navarro, R., Oschadleus, D., Upfold, L., Whittington, P.A., Williams, A.J., 2006. Return to Robben Island of African penguins that were rehabilitated, relocated or reared in captivity following the Treasure oil spill of 2000. Ostrich 77, 202-209. Barham, P.J., Crawford, R.J.M., Underhill, L.G., Leshoro, T.M., 2007. Differences in breeding success between African penguins that were and were not oiled in the Treasure oil spill in 2000. Emu 107, 7-13. Callahan, B., 2001. 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En una primera instancia este primer ejemplar fue trasladado al CERFAM (Centro de Rescate de Fauna Marina, del Colegio del Padre Negro) en Caldera, pero posteriormente en el 20/08/2010 se efectuó su traslado al Centro de Rescate existente en el Buin Marino del Buin Zoo, donde se le aplicó un tratamiento de mayor especialización. El segundo ejemplar, procedente de un particular, recibió el mismo tratamiento, consistente en una inspección física completa, análisis parasitológicos y la administración de dietas apropiadas sustitutivas de la leche materna. Según la literatura, Lontra felina (Molina, 1782) (Carnivora: Mustelidae) es la especie de nutria más pequeña de su género, y la única con distribución neotropical exclusivamente marina (Badilla y George-Nascimento, 2009). Su distribución natural abarca el litoral rocoso marino, hasta las islas del Cabo de Hornos e Islas de Los Estados (Sielfeld y Castilla, 1999). Posee un amplio nicho trófico, siendo crustáceos y peces las presas más consumidas, seguidas de moluscos en menos cantidad (Córdova et al., 2009). El primer ejemplar de Chungungo rescatado durante agosto ha mostrado una buena recuperación en las instalaciones del Buin Marino del Buin Zoo, y con 9 meses de vida su alimentación dejó de ser exclusivamente lactante, introduciéndose pequeñas porciones pescado de forma progresiva. En ese momento presentaba condiciones de salud que le permiten adaptarse a la vida en su medio natural, aunque muestra claros indicios de estar fuertemente improntado. Consecuente con esto, se planifica la realización de su proceso de reinserción al ambiente natural en la Reserva Marina Islas Choros y Damas, un lugar cuyas condiciones de resguardo disminuyen la probabilidad de contacto con humanos, y permiten la realización del proceso de adaptación y aprendizaje, necesario para el éxito de esta actividad. 41 METODOLOGÍA DE REINSERCIÓN Durante el proceso de recuperación, los ejemplares de Chungungo fueron sometidos a tratamientos de desparasitación, y se les realizó una batería de exámenes para descartar enfermedades infecciosas previas a su reinserción. El traslado entre el Centro de Recuperación (Región Metropolitana) y la localidad de Punta de Choros (Región de Coquimbo) se efectuó por vía terrestre, utilizando jaulas de transporte adecuadas. Finalmente, el traslado por mar entre la localidad de Punta de Choros e Isla Damas se realizó en embarcación de SERNAPESCA Región de Coquimbo. Se contó con un campamento base, ubicado en la Isla Damas, donde se mantuvieron el equipamiento y los suministros necesarios para garantizar el cuidado de los animales. Para la actividad de reinserción se escogió el borde costero de la Isla Damas, la que cuenta con una buena población de Chungungos. La morfología de su costa permite la existencia de sectores que ofrecen las condiciones de resguardo del oleaje necesarias para desarrollar las siguientes etapas del proceso de reinserción. El proceso de adaptación se estimaba que tendría una duración de varias semanas e incluiría las siguientes actividades: • • • • Reconocimiento del medio, el que se realizaría recorriendo sectores del borde costero, de tal forma de generar la confianza de los ejemplares con el medio. Natación y buceo asistido, efectuado en el sector de “la laguna” existente en la cara oeste de la Isla Damas (que ofrece las condiciones de resguardo y profundidad somera más adecuadas Captura de la presas, lo que podría ser realizado de forma paralela, o una vez se estimaran superadas las etapas previas, se alimentaría a los ejemplares de Chungungo en el mar, para forzar el reflejo de caza propio de estos animales. Socialización con ejemplares de poblaciones locales; finalmente, se forzaría el encuentro con ejemplares de poblaciones locales de esta especie, lo que sería supervisado por el profesional veterinario a cargo del proceso de reinserción. El correcto tránsito por cada una de las etapas previas debiera concluir con el debilitamiento de los lazos existentes entre los ejemplares y los responsables de su recuperación. Para determinar esto último se monitorearía en lo posible el comportamiento independiente de los ejemplares en el medio, y la finalización de las “visitas” o acercamientos a humanos. MONITOREO POSTERIOR Esto se realizaría mediante visitas periódicas del SERNAPESCA a la localidad de reinserción, y efectuando la coordinación con Guardaparques de CONAF de esa localidad. Después de tres semanas en una instalación preparada para acostumbrarlas al entorno, previamente a su suelta definitiva, ambos animales 42 murieron. En la necropsia se detectaron fallos renales, lo que se achacó a la ingesta de agua de mar. REFERENCIAS Badilla M., George-Nascimento M., 2009. Conducta diurna del chungungo Lontra felina (Molina, 1782) en dos localidades de la costa de Talcahuano, Chile: ¿efectos de la exposición al oleaje y de las actividades humanas? Revista de Biologia Marina y Oceanografía 44:409-415. Boher Elton F., 2005. Ámbito de hogar y territorialidad del chungungo Lontra felina (Molina 1782) en el litoral central de Chile, Quintay. Memoria de título presentada para optar al título de Médico veterinario. Valdívia, Chile. Castilla J. 1982. Nuevas observaciones sobre conducta, ecología y densidad de Lontra felina (Molina 1782) (Carnivora: Mustelidae) en Chile. Publicación Ocacional del Museu Nacional de Historia Natural 38:197-206. Córdova O., Rau J., Suazo C., Arriagada A. 2009. Estudio comparativo de la ecología alimentaria del depredador de alto nivel trófico Lontra felina (Molina, 1782) (Carnivora: Mustelidae) en Chile. Revista de Biología Marina y Oceanografía 44:429-438. Medina-Vogel G., Boher F., Flores G., Santibañez A., Soto-Azat C. 2007. Spacing behavior of marine otters (Lontra felina) in relation to land refuges and fishery waste in central Chile. Journal of Mammalogy 88:487-494. Sielfeld W., Castilla J. 1999. Estado de conservación y conocimiento de las nutrias en Chile. Estudios Oceanológicos 18:69-79. 43 Diagnóstico precoce da aspergilose em pinguins através de monitoramento sorológico Ângela Leitzke Cabana1,4, Melissa Orzechowski Xavier2, Rodolfo Pinho da Silva-Filho3, Andréa Corrado Adornes3, Paula Lima Canabarro3, Pedro Luis Bruno-Filho3, Aryse Moreira Martins3, Mário Carlos Araújo Meireles1 1 Universidade Federal de Pelotas –UFPel, Pelotas, RS, Brasil; 2 Universidade Federal de Rio Grande – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 3 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 4 Email: [email protected] INTRODUÇÃO A aspergilose é doença infecciosa, não contagiosa, causada por fungos do gênero Aspergillus, especialmente A. fumigatus (Heidenreich, 1997, Xavier, 2008). Ela representa uma das principais causas de mortalidade em pinguins em cativeiro (Abundis-Santamaria, 2003, Tell, 2005, Xavier, 2007). Seu diagnóstico definitivo é difícil, pois os sinais clínicos são inespecíficos, como dispneia, regurgitação e apatia. Estes sinais geralmente surgem em estágios avançados da enfermidade. Igualmente, as alterações em imagenologia, como opacidade de sacos aéreos ocorrem tardiamente, e a inespecificidade das alterações no hemograma, como neutrofilia e eosinofilia não permitem diagnósticos (Diebold et al., 1999). Ainda, os exames micológicos clássicos apresentam baixa sensibilidade e especificidade, não sendo considerados padrão-ouro para diagnóstico de aspergilose. Assim, o prognóstico da doença é desfavorável. A maioria dos casos culmina em óbito, com confirmação através de exames post-mortem (Xavier et al., 2008). Considerando que a precocidade do diagnóstico in vivo da aspergilose está diretamente relacionada com a eficácia terapêutica, o trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia e a precocidade da detecção de anticorpos anti-Aspergillus fumigatus por monitoramento sorológico. Foi utilizada imunodifusão radial dupla em gel de ágar (IDGA) como método de diagnóstico da aspergilose em pinguins em cativeiro. MÉTODOS O estudo aconteceu entre junho/2009 e dezembro/2011, avaliando pinguins-deMagalhães (Spheniscus magellanicus) em cativeiro para reabilitação no Centro de Recuperação de Animais Marinhos/CRAM-FURG. Todos os animais foram submetidos a coletas de sangue periférico na chegada ao CRAM e durante o período de cativeiro até seu destino. A primeira coleta foi realizada por venopunção da veia jugular. As demais, a partir da veia metatarsal média a cada 7-15 dias. Os soros foram 44 separados por centrifugação, aliquotados e congelados a -20°C para posterior análise. Animais com permanência inferior a 30 dias e com apenas uma amostra sérica coletada foram excluídos do estudo. O monitoramento foi realizado semanalmente para detecção de anticorpos anti-A. fumigatus. A técnica de IDGA foi usada com antígeno e soro controle positivo: Aspergillus fumigatus ID antigen IMMY® e Aspergillus fumigatus ID control IMMY®. Foram consideradas positivas as amostras onde observou-se linha de precipitação antígeno-anticorpo contígua a linha do soro controle (linha de identidade). Após a compilação dos dados, foram calculadas as taxas de sensibilidade (S), especificidade (E), valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) da IDGA no diagnóstico da aspergilose, considerando como padrão-ouro os exames post-mortem (lesões típicas em necropsia, isolamento de fungos do gênero Aspergillus no cultivo micológico e a visualização de estruturas fúngicas de parasitismo no tecido por exame direto e/ou histopatológico). Para avaliar a precocidade diagnóstica do teste, foram analisados dados sobre o tempo decorrido entre a primeira IDGA positiva e o aparecimento de sinais clínicos e óbito dos animais com aspergilose. RESULTADOS Dos 239 pinguins-de-Magalhães recebidos no CRAM nesse período, 105 foram excluídos, 64 por menos de 30 dias de permanência e 41 por apenas uma coleta sérica, totalizando 134 animais estudados. Dentre 134 animais incluídos, 33 vieram a óbito por aspergilose: 31 (93,9%) por A. fumigatus e dois (6,1%) por A. flavus, quatro por outras causas, e 97 animais foram reabilitados e liberados ao seu habitat. Nenhum pinguim apresentou IDGA positiva na chegada ao CRAM. Mas durante monitoramento sorológico, a presença de anticorpos anti-A. fumigatus foi detectada pela IDGA em 27 animais: 22 morreram por aspergilose, e os outros cinco foram liberados após uma média de 11 dias (variando de um a 24 dias) da IDGA positiva, não apresentando sinais clínicos. Dos 108 animais que não tiveram nenhuma amostra positiva na IDGA, 11 vieram a óbito por aspergilose. Estes dados resultaram em taxas de 81% de sensibilidade, 89% de especificidade, 66% de VPP e 95% de VPN. Os principais sinais clínicos observados nos animais que foram a óbito são dispnéia, apatia e regurgitação. Estes sinais foram evidenciados em média 34 dias (variando de seis a 183 dias) após IDGA positiva, culminando com óbito em poucos dias. 45 DISCUSSÃO O presente estudo investigou a eficácia do teste de IDGA para o diagnóstico da aspergilose em pinguins em cativeiro através de monitoramento semanal. Embora a sorologia seja descrita por outros autores como um método diagnóstico desta doença em pinguins e demais espécies, eles fazem referência a técnica de ELISA (Tell, 2005; Redig, 1993; Graczyk et al., 1998) que, apesar de ter maior sensibilidade, é uma técnica trabalhosa e de complexa operacionalização, ao contrário da IDGA. Por outro lado, estudos descrevendo taxas de sensibilidade, especificidade, VPP e VPN da IDGA para diagnóstico de aspergilose em aves não estão descritos na literatura. As altas taxas de sensibilidade e especificidade da IDGA superiores a 80%, encontradas neste estudo, são similares às descritas para outras espécies, nas quais esta técnica pode ser considerada como padrão-ouro para diagnóstico: cães com aspergilose sinonasal (Sharp et al., 1984) e humanos com aspergiloma (Babatasi et al., 2000) e rinosinusite (Cameli-Rojas et al., 2004). Os resultados falso-negativos na IDGA encontrados em 11 pinguins que vieram a óbito por aspergilose podem ser decorrentes de uma imunossupressão do indivíduo, culminando com incapacidade imunológica de produzir grande quantidade de anticorpos necessária para positivar o teste (Grackzyk et al., 1998; Latgé, 1999), no entanto estes resultados não interferiram na eficácia do teste que demonstrou VPN de 95%. Em relação aos cinco animais com IDGA positiva e sem confirmação diagnóstica de aspergilose pode-se sugerir que eles foram infectados, mas conseguiram debelar o agente fúngico sem desenvolver gravemente a doença ou ainda que os animais encontravam-se em período de incubação da doença, pois todos foram liberados ao seu habitat natural em um período inferior a 34 dias que correspondeu ao tempo médio encontrado no estudo entre sorologia positiva e início dos sinais clínicos. O tempo médio de cerca de um mês, observado entre a primeira IDGA positiva e o óbito por aspergilose, indica boa precocidade diagnóstica, caracterizando como ponto crucial para eficácia terapêutica e melhor prognóstico (Graczyk et al., 1998; Abundis-Santamaria, 2003; Redig, 1993). Conclui-se que o monitoramento sorológico, através de IDGA, é uma ferramenta útil para detecção precoce da aspergilose em pinguins em cativeiro e deve ser implementado para reduzir a mortalidade em decorrência da infecção por Aspergillus spp. 46 AGRADECIMENTOS Agradecimento ao Grupo de pesquisa e diagnóstico em micologia da UFPel-Micvet, CNPq, CAPES, FAPERGS, Centro de Recuperação de Animais Marinhos - CRAM-FURG, Laboratório de Micologia da FURG/FAMED, M.V Msc. Ana Paula Neuschrank Albano. REFERÊNCIAS Abundis-Santamaria, E. 2003. Aspergillosis in birds of prey. http://www.aspergillus.man.ac.uk. Babatasi G, Massetti M, Chapelier A, et al. 2000. Surgical treatment of pulmonary aspergilloma: current outcome. Journal of Thoracic Cardiovascular Surgery 119:906-12. Cameli-Rojas, V; Mata-Essayag, S; De Capriles, CH; Magaldi, S; De Perez, EG; Garrido,L; Balderrama-Caballero, D. 2004. Aspergillus species in patients with chronic rhinosinusitis. Mycoses 47:47-49. Diebold, EN.; Branch, S.; Henry, L. 1999. Management of penguin population in North American zoos and aquariums. Marine Ornithology 27:171-176. Graczyk, TL; Cranfield, MR; Klein PN.1998. Value of antigen and antibody detection, and blood evaluation parameters in diagnosis of avian invasive Aspergillosis. Mycophatologia 140:121-127. Heidenreich, M.1997. Birds of prey: medicine and management. Blackwell Science, Malden, USA. Latgé, JP. 1999. Aspergillus fumigatus and aspergillosis. Clinical Microbiology 12:310-350. Redig, PT. 1993. General Infectious Diseases-Avian Aspergillosis. In: Fowler, ME: Zoo & Wild Animal Medicine: current therapy 3. WB Saunders Inc, Denver, Colorado, USA. Sharp, NJH; Burrell, MH; Sullivan, M. et al. 1984 Canine nasal aspergillosis: serology and treatment with ketoconazole. Journal of Small Animal Practice 25:149-158. Tell, LA. 2005. Aspergillosis in mammals and birds: impact on veterinary medicine. Medical Mycology 43:S71-S73. Xavier, MO. 2007. Aspergilose em Pingüins em Cativeiro: Diagnóstico, Prevenção e Controle em Centro de Recuperação e Animais Marinhos. Dissertação de mestrado, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Brasil. Xavier, MO. 2008. Aplicações e limitações do método de detecção do antígeno galactomanana para o diagnóstico de aspergilose. Tese de doutorado, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil. Xavier, MO; Pasqualotto, AC; Soares, MP; Silva- Filho, RP; Meireles, MCA. 2008. Aspergillosis in penguins: gross lesions in 15 cases. In: Abstract book - 3rd Advances Against Aspergillosis, Miami, USA. 47 Abordagem clínica e recuperação de fratura em filhote de peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis): relato de caso e descrição de dois anos de processo de reabilitação Carolina Schuch de Oliveira1, Augusto Carlos da Bôaviagem-Freire2, Miriam Marmontel1,3 1 Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Tefé, AM, Brasil; 2 Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PB, Brasil; 3 Email: [email protected] INTRODUÇÃO O presente trabalho retrata o processo de reabilitação de um filhote de Trichechus inunguis resgatado no dia 7 de junho de 2010. O animal estava sendo mantido em uma caixa d‟água de 1000 litros por uma comunitária do povoado Santa Helena, localizado nas proximidades da Ilha do Icé, médio Rio Solimões, Amazonas, Brasil. O caso foi informado por um agente ambiental voluntário (AAV) ao Grupo de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos Amazônicos (GPMAA) do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM). O filhote foi resgatado e levado ao Centro de Reabilitação de Peixe-boi Amazônico de Base Comunitária da Reserva Amanã. Após avaliação física, foi constatado que se tratava de uma fêmea com 17 kg de massa corporal e aproximadamente 3 meses de vida. O animal encontrava-se apático, desidratado, com baixa condição corpórea, queimadura solar na região ventral, escoriações espalhadas pelo corpo, lesão por artefato perfuro-cortante na região crânio-lateral direita de aproximadamente 2 cm de comprimento, 1 cm de largura e 3 cm de profundidade, além de paresia facial direita, demonstrando incapacidade de fechar o olho direito e abrir a narina direita. De acordo com o AAV, a lesão tinha sido decorrente de flecha, lançada por um ribeirinho da localidade. Antes que a equipe de resgate chegasse ao local, o filhote permaneceu algumas horas fora do ambiente aquático e exposto à luz solar, o que justifica as queimaduras e descamações encontradas na porção ventral do animal. ABORDAGEM CLÍNICA Assim que o animal chegou ao Centro de Reabilitação foi realizada a limpeza da lesão com solução fisiológica, lauril dietileno glicol éter sulfato de sódio 28% (Tergenvet®) e PVPI. Em seguida iniciou-se o tratamento tópico com cloridrato de oxitetraciclina e hidrocortisona (Terra-Cortril®), sulfadiazina de prata, alumínio e cipermetrina (Bactrovet®). Nas lesões decorrentes do sol, utilizou-se pomada à base de óxido de zinco (Hipoglós®). Em associação à medicação tópica, foi empregado o tratamento sistêmico com administração de antibióticos composto por associação de penicilinas (benzilpenicilinas procaína e benzatina) e dihidroestreptomicina (Shotapen LA®) a cada 72 horas durante 5 dias e enrofloxacino (Flotril® 10%) na 48 dose de 5 mg/kg IM, SID durante 14 dias. Foi administrado também antiinflamatório à base de cetoprofeno (Ketofen®) na dose de 1 mg/kg IM, SID durante 5 dias. A coleta de sangue para hemograma e exames bioquímicos foi realizada e encaminhada ao laboratório de análises clínicas humanas na cidade de Tefé-AM. Os resultados demonstraram-se pouco conclusivos, podendo ser apenas identificados moderado aumento do hematócrito e um quadro clássico de leucocitose (D‟Affonseca et al., 2002). Quanto aos exames bioquímicos, detectou-se um aumento nos níveis séricos de uréia, porém não de creatinina. Uma possível explicação para este perfil é que ele possa estar mais associado com um quadro de desidratação do que com lesão renal (Colares et al., 1992; Finco, 1997). Após 10 dias no centro de reabilitação, já demonstrando um quadro de saúde estável, o filhote foi submetido ao exame radiográfico a fim de melhor investigar o grau de lesão assim como definir o seu prognóstico. De acordo com o exame através da projeção lateral oblíqua, uma linha de fratura na altura do ângulo mandibular direito foi evidenciado na região da lesão perfuro cortante acometida pela ação da flecha. REABILITAÇÃO Devido à paresia lateral direita na região rostral, o filhote era incapaz de se alimentar através de mamadeira, sendo necessário a administração do leite via sonda esofágica duas vezes ao dia, sendo a primeira de 100 mL no período da manhã e a segunda de 150 mL no período da tarde. Nos intervalos entre as sondas, 4 mamadeiras eram oferecidas a fim de avaliar as limitações do animal. Com o passar dos dias, a aceitação da mamadeira pelo filhote começou a obter êxito, alimentando-se dessa forma no sétimo dia do processo de reabilitação, recebendo 200 mL de leite divididos em quatro aleitamentos de 50 mL, sendo suspenso o uso de sonda esofágica. A fórmula láctea oferecida era composta de leite em pó integral bovino na concentração de 30 g para cada 100 mL de água, acrescido de óleo de canola e polivitamínicos. No fim da primeira semana de reabilitação em cativeiro o filhote foi observado, pela primeira vez, consumindo macrófita conhecida como chibé (Azolla caroliniana), que era ofertada diariamente, juntamente com outras espécies de vegetais aquáticos que compõem a dieta do peixe-boi amazônico (Guterres et al., 2008). Sete dias após a administração do leite via mamadeira, o volume total oferecido diariamente foi aumentado em 50 mL, sendo acrescida uma mamadeira, no turno da noite, totalizando 250 mL/dia. Passados 15 dias de reabilitação, o filhote voltou a recusar as mamadeiras, sendo novamente necessária a utilização de alimentação enteral via sonda esofágica por 16 dias. Completado um mês de reabilitação, e com o objetivo de estimular o desenvolvimento do filhote, optou-se por utilizar suplementação de vitamina C e suplemento aminoácido-vitamínico (Aminomix®). Seis meses após seu resgate, ainda apresentando uma incapacidade de oclusão ocular, o animal passou a apresentar um processo inflamatório na terceira pálpebra no olho direito, sendo adotada como tratamento limpeza local com solução fisiológica e aplicação tópica 3 49 vezes ao dia de pomada oftálmica à base de acetato de retinol 10.000 UI, aminoácidos 2,5% metionina 0,5% e cloranfenicol 0,5% (Epitezan®). Passados os primeiros seis meses críticos para sua sobrevivência, onde cuidados clínicos intensivos foram necessários, o filhote passou a apresentar um desenvolvimento de comportamento, físico e clínico progressivo, não mais apresentando debilidade de saúde. O animal começou a ter maior mobilidade oral, assim como satisfazer os movimentos fisiológicos de abertura nasal e oclusão ocular, sugerindo uma boa consolidação óssea e cicatrização de tecidos moles adjacentes. Esse quadro contribuiu com um melhor hábito alimentar do filhote que, anteriormente, estava restrito a dieta láctea, não sendo observado o consumo de vegetais pelo mesmo. Tais características podiam ser evidenciadas através de suas fezes, quando as mesmas apresentavam baixos teores de fibras e coloração esbranquiçada, típicos de animais que tem como base alimentar apenas o leite. Hoje, passados 2 anos desde o seu resgate, o animal está com 65 kg de massa corporal, 145 cm de comprimento total e em processo de desmame para posterior soltura ao ambiente natural. AGRADECIMENTOS À Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, pelo apoio financeiro, e aos assistentes de campo e estagiários do Centro de Reabilitação de Peixes-boi de Base Comunitária, pelos cuidados aos animais. REFERÊNCIAS Colares EP, Colares IG, Do Amaral ADP, 1992. Parâmetros bioquímicos do sangue do peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis; Mammalia: Sirenia). Revista Peixe Boi 1:26-31. Converse LJ, Fernandes BS, Macwilliams PS, Bossart GD, 1994. Hematology, serum chemistry and morphometric reference values for Antillean manatees (Trichechus manatus manatus). Journal of Zoo and Wildlife Medicine 25(3):423-431. D´Affonseca Neto JA, Rosas FCW, Mattos GE, Silva VMF, Marques, 2002. Hematologia do peixe boi da Amazônia (Trichechus inunguis). In: Memoria de la X Reunión de Trabajo de Especialistas em Mamíferos Acuáticos de América del Sur y del IV Congreso SOLAMAC, p. 72. Dierauf LA, Gulland MD, 2001. CRC Handbook of Marine Mammal Medicine, 2nd ed. CRC Press, Boca Ratón, USA. Finco DR, 1997. Kidney function. In: Kaneko JJ, Harvey JW, Bruss ML, 1997. Clinical Biochemistry of domestic animals. 5 ed. Academic Press, California, USA. pp. 441-484. Guterres MG, Marmontel M, Ayub DM, Singer RF, Singer RB, 2008. Anatomia e Morfologia de plantas aquáticas da Amazônia utilizadas como potencial alimento por peixe-boi amazônico. Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, Belém, Brasil. 50 Terapia fotodinâmica no tratamento de pododermatite em pinguins-deMagalhães (Spheniscus magellanicus) Fabio Parra Sellera1,4, Lorie Tukamoto Fernandes2, Fabio Celidonio Pogliani1, Carlos Roberto Teixeira3, Gustavo Henrique Pereira Dutra2, Cristiane Lassálvia Nascimento2,3 1 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; Aquário Municipal de Santos, Santos, SP, Brasil; 3 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP, Brasil; 4 Email: [email protected] 2 INTRODUÇÃO Segundo a União Internacional para Conservação da Natureza, a população mundial de pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) está estimada em 1,3 milhões de pares; não há consenso sobre o declínio populacional da espécie, estando classificada como “quase ameaçada” (IUCN, 2012). O Brasil faz parte da rota migratória e a conservação destas aves é de extrema importância (Silva-Filho & Ruoppolo, 2006; Roots, 2006). A pododermatite (bumblefoot) é uma síndrome multietiológica, caracterizada por qualquer processo inflamatório nos membros posteriores, desde enrijecimento ou tumefação até abscessos crônicos com afecção do tecido adjacente (Shane, 2005; Hocking et al., 2007). É uma das mais frequentes enfermidades em aves marinhas mantidas em cativeiro (Erlacher-Reid, 2011). Pinguins passam cerca de 75% da vida no mar, permanecendo em área seca somente nos períodos de muda das penas, nidificação ou descanso, não estando adaptados à longa permanência sobre superfícies firmes encontrados em cativeiro (Fowler & Fowler, 2001; Silva-Filho & Ruoppolo, 2006). A patogênese da pododermatite não foi plenamente determinada, fatores contribuintes como longo tempo em área seca apoiado sobre os pés causa pressão sobre a superfície plantar, comprometendo a perfusão sanguínea resultando em necrose isquêmica semelhante a “ferida de decúbito” em humanos. Há inicialmente inchaço ou fissuras na pele, se a lesão inicial não é tratada, progride para infecção bacteriana, claudicação ou perda da função do membro, abscesso, osteomielite, sepses e morte (Erlacher-Reid, 2011; Reidarson, 1999; Cooper, 2002). Há uma tendência da pododermatite bilateral a partir de lesão unilateral, uma vez que a ave passa a depositar o peso corporal sobre o membro sadio (Cooper, 2002; Shane, 2005; Tovar, 2006; Silva-Filho & Ruoppolo, 2006; Berk, 2007; Kelecom, 2008). O tratamento em pinguins costuma ser longo e frustrante, envolvendo cirurgia, uso de pomadas antibióticas tópicas e bandagem. Utiliza-se também antibióticos e antiinflamatórios sistêmicos. O tempo de tratamento pode variar de 1 a 3 meses e em alguns casos chegar a 2 anos (AZA, 2005; Erlacher-Reid, 2011; Reidarson, 1999; Wack, 2012). 51 A Terapia Fotodinâmica (TFD) requer o uso de um fotossensibilizador capaz de ser absorvido pela célula alvo e de uma fonte de luz de comprimento de onda ressonante, formando radicais livres, que resultam em lesão e morte celular (Dougherty et al., 1998; Kessel et al., 2004; Olgiby, 2006). O efeito ocorre quando a molécula do fotossensibilizador absorve um fóton, que por sua vez sai de seu estado fundamental e vai para o estado excitado. Neste momento, pode ocorrer a perda de energia por processos de fluorescência do estado excitado para o fundamental ou ocorrer o processo de cruzamento entre sistemas, levando a molécula para o estado excitado tripleto. No estado tripleto, a molécula pode perder energia excedente via emissão fosforescente (Sibata et al., 2000). O fotossensibilizador em seu estado tripleto pode interagir com o meio através de dois processos distintos denominados de mecanismo tipo I e II. No tipo I, as reações de transferência de elétrons ocorrem entre o fotossensibilizador e o substrato, formando espécies de radicais livres. No tipo II, ocorre transferência de energia do fotossensibilizador ao oxigênio no estado fundamental, havendo a formação de oxigênio singleto, que é quimicamente muito ativo e pode induzir várias reações lesionando componentes celulares (Oschner et al., 1997; Moor et al., 2000).Os fotossensibilizadores derivados das fenotiazinas têm sido amplamente empregados nas pesquisas envolvendo a TFD. (Fonseca et al., 2008). São corantes azuis, como o azul de toluidina e azul de metileno. Em baixas concentrações não produzem ação citotóxica e a dose necessária para a morte bacteriana é menor que a dose para causar danos às células, tais como os queratinócitos e fibroblastos (Soukos et al., 1996). Nos últimos anos, a fototerapia por laseres destaca-se como método bioestimulador para o reparo tecidual (Vladimirov et al., 2004; Smith et al., 2005), aumentando a circulação local, proliferação celular e síntese de colágeno (Desmet et al., 2006; Minatel et al., 2009). MÉTODOS Foram atendidos no Aquário Municipal de Santos cinco pinguins-de-Magalhães apresentando pododermatite estadiados em Classe III (Oaks, 1993). Os animais apresentavam ferimento aberto, de tamanhos variados com presença de exsudato fibrino necrótico, aumento de volume e temperatura, sensibilidade e dificuldade de locomoção. Os animais foram submetidos à anestesia inalatória com sevofluorano através de traqueotubo e realizada a exérese dos exsudatos fibrino necróticos. Aplicou-se sobre a lesão remanescente o fotossensibilizador azul de metileno (concentração de 300 µM), em seguida irradiou-se com laser de diodo de 660 nm e 100 mW de potência. 52 RESULTADOS O tempo de cicatrização das lesões variou de acordo com a extensão dessas. Para dois animais houve regressão total da lesão em cinco semanas, para um deles em sete semanas, para outro em nove semanas e dezesseis semanas para o animal com lesão de maior extensão. O tempo médio de tratamento foi de aproximadamente oito semanas, com uma aplicação semanal de TFD. Os cinco animais tiveram regressão total das lesões e foram devolvidos à exposição, sem recidivas até o momento. DISCUSSÃO No Aquário Municipal de Santos, cerca de 28 dos 34 pinguins apresentavam algum grau de pododermatite. Esta afecção é encontrada na maioria dos cativeiros e tradicionalmente se recorre a um arsenal de drogas para debelá-la. A antibioticoterapia amplamente difundida como tratamento dessas feridas infectadas podem apresentar efeitos colaterais característicos da droga utilizada e ter sua ação prejudicada pelo baixo aporte sanguíneo por se tratar de uma necrose isquêmica. Deve-se levar em consideração que a associação de lasers de baixa intensidade e fotossensibilizadores além de causarem a destruição seletiva de microrganismos promovem aceleração da reparação tecidual, migração de fibroblastos e angiogênese através do efeito residual do laser, o que vem de encontro às principais dificuldades encontradas nesta enfermidade. A revisão bibliográfica confirma que a pododermatite é uma doença de alta morbidade e reforça a importância do estudo de novas técnicas para seu tratamento. A TFD se mostrou eficiente e de baixo custo para pododermatite classe III em pinguins-de-Magalhães, e o fato de não existirem trabalhos na literatura correlacionando a TFD e a pododematite torna esse trabalho pioneiro e mais estudos estão sendo realizados. REFERÊNCIAS AZA – American Zoo And Aquarium Association 2005. Penguin Husbandry manual. Detroit, USA. p 9495. Berk, J. 2007. Can alternative kinds of litter reduce foot pad lesions in female turkeys. Proceedings of the 4th International Symposium on Turkey Production, Berlin, Germany. Cooper, J.E. 2002. Birds of Prey: Health and disease. Blackwell Publishing, Oxford, UK. Desmet K.D., Paz D.A., Corry J.J., Eells J.T., 2006. Clinical and experimental applications of NIR-LED photobiomodulation. Photomedicine and Laser Surgery 24:121-128. Dougherty, T.J.; Gomer, C.J.; Henderson, W. B.; Jori, G.; Kessel, D.; Korbelik, M.; Moan, J.; Peng, Q. 1998. Review: Photodynamic Therapy. Journal of the National Cancer Institute 90:12. Erlacher-Reid, C.; Dunn, J.L.; Macha, L.; Mazzaro, L.; Tuttle, A.D. 2011. Evaluation of potential variables contributing to the development and duration of plantar lesions in a population of aquariummaintained African Penguins (Spheniscus demersus). Zoo Biology 30:1-15. 53 Fonseca, M.; Júnior, P.; Pallota, R.; Filho, H. 2008. Photodynamic therapy for root canals infected with Enterococcus faecalis. Photomedicine and Laser Surgery 26(3):209-213. Fowler, G.S.; Fowler, M.E. 2001. Order Sphenisciformes (Penguins). In: Fowler, G.S.; Fowler, M.E., Biology medicine and surgery of South American wild animals. Iowa State University Press, Iowa, USA. pp. 53-64. Garcia-Borboroglu, P.; Boersma, P. D.; Ruoppolo, V.; Reyes, L.; Rebstock, G. A.; Griot, K.; Heredia, S. R.; Adornes, A. C.; Silva, R. P. 2006. Chronic oil pollution harms Magellanic penguins in the Southwest Atlantic. Marine Pollution Bulletin 52:193-198. Hocking, P.; M.; Mayne, R.; K.; Else, R.; W.; French, N.; A.; Gatcliffe, J. 2007. Standardised footpad dermatitis scoring system for use in turkey processing plants. Proceedings of the 4th International Symposium on Turkey Production, Berlin, Germany. IUCN - International Union for Conservation of Nature, 2012. Red List of Threatened Species 2012 Spheniscus magellanicus. Disponível em http://www.iucnredlist.org/ Kelecom, P.M. 2008. Pododermatite em aves de gaiola. Monografia de pós-graduação Latto Senso em Clínica Médica e Cirúrgica de Animais Selvagens e Exóticos. Qualittas, Rio de Janeiro, Brasil. Kessel, D. 2004. Photodynamic therapy: from the beginning. Photodiagnosis and Photodynamic Therapy 1:3-7. Minatel D. G.; Frade M. A. C.; França S.C.; Enwemeka C.S. 2009.Phototherapy promotes healing of chronic diabetic leg ulcers that failed to respond to other therapies. Lasers in Surgery and Medicine, DOI: 10.1002/ lsm. 20789, 2009. Moor, A.C.E. 2000. Signaling pathways in cell death and survival after photodynamic therapy. 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Biochemistry 69:81-9. 54 Isolamento de Mycobacterium abscessus e M. fortuitum a partir de lesão cutânea de peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) mantido em cativeiro Laura Reisfeld1, Laura Ippolito1, Renato Marchetti Constanzi1, Bruna Silvatti1, Jéssica Cabral1, Ricardo Cardoso1, Cássia Yumi Ikuta2, José Soares Ferreira Neto2, José Luiz Catão-Dias3, Fernando C. W. Rosas4, José Anselmo D‟Affonsêca Neto4, Vera F. da Silva4 1 Aquário de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 2 Laboratorio de Zoonoses Bacterianas (LZB), Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 3 Laboratório de Mamíferos Aquáticos, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – LMA/INPA, Manaus, Amazonas, Brasil; 4 Email: [email protected] INTRODUÇÃO O peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) é um mamífero aquático endêmico da bacia Amazônica e que possui comportamento tímido e arredio. Essa espécie é classificada como Vulnerável pela Lista Vermelha da IUCN (IUCN,2010) e no Livro Vermelho de Espécies Brasileiras Ameaçadas (Silva et al, 2008). Mycobacterium fortuitum e Mycobacterium abscessus são micobactérias atípicas, de crescimento rápido e são encontradas no solo e em ambiente aquáticos. São saprófitas e oportunistas (Bercovier & Vincent, 2001). Essas micobactérias já foram isoladadas em humanos, leões e lobos marinhos, foca-comum, peixe-boi amazônico e peixe-boi marinho (Sato et al.,2003; Kells et al., 1990; Lewis, 1987; Bercovier & Vincent, 2001). M. fortuitum e M. abscessus são resistentes a antibióticos convencionais, sendo o segundo a micobactéria mais resistente de todas (Vadakekalam & Ward, 1991; Huang et al., 2010). O tratamento sistêmico de micobacterioses deve incluir pelo menos duas drogas, sendo uma delas a Claritromicina e a outra preferencialmente a Ciprofloxacina. O tratamento deve ser mantido por 2 a 6 meses. (Vadakekalam & Ward, 1991; Bercovier & Vincent, 2001; Huang et al., 2010, Jassies van der Lee et al., 2007). O objetivo desse trabalho é relatar o isolamento de M. abscessus e M. fortuitum de lesão cutânea em peixe-boi Amazônico e a importância de um diagnóstico e tratamento corretos. RELATO DE CASO Um peixe-boi da Amazônia, macho, com 11 anos, de 168 kg e 2,10 m de comprimento, é mantido no Aquário de São Paulo em um tanque com água a 29ºC (±0,5ºC), juntamente com peixes de diversas espécies: pirarucus (Aparaima gigas), 55 Tambaquis (Colossoma macropomum), pirararas (Phractocephalus hemioliopterus) e jau (Paulicea luetkeni). O tanque possui sistema de circulação de água, filtragem de sólidos, filtragem biológica, três geradores de ozônio para a esterilização e luz UV. Clorações, com duração de 48 horas, são realizadas nos filtros de sólidos; trocas parciais e retrolavagens são realizadas para evitar o acumulo de matéria orgânica nos filtros. No final de novembro de 2011, foram evidenciadas três lesões circulares acima das narinas do animal. Inicialmente, através de swabs das lesões, foram realizadas culturas bacterianas e fúngicas para diagnóstico da etiologia da lesão. Foi observado o crescimento de Candida sp. (crescimento exuberante) e não houve crescimento bacteriano. A partir deste resultado, iniciou-se o tratamento com CREMA 6A® e Epitezan®. O tratamento foi selecionado através dos resultados das culturas e também a partir da propriedade cicatrizante, consistência e capacidade de fixação na água das pomadas. Realizou-se coleta de sangue para hemograma e nenhuma alteração foi observada. Após um mês de tratamento a lesão apresentou leve melhora, porém a cicatrização se mostrou bastante lenta. Em março de 2012, uma nova cultura da lesão foi realizada, onde foi evidenciado o crescimento exuberante de Candida sp. e de Pseudomonas aeruginosa. O tratamento foi substituído por Nistatina associada a óxido de Zinco, Alantol® e pomada de Ciprofloxacina. No início de abril, o hemograma foi repetido e leucocitose moderada foi observada. Uma semana após a mudança do tratamento a lesão apresentou melhora. Em Maio de 2012, 6 meses após o inicio do aparecimento da lesão, formou-se um abscesso (5,0 x 3,0 cm) com conteúdo purulento, acima das lesões anteriores, que neste momento já estavam praticamente cicatrizadas. O animal apresentava dor, aumento de temperatura e volume no local. O abscesso foi drenado e foi realizada assepsia do local com solução fisiológica 0,9% e clorexidine 2%. Após a limpeza foi realizada aplicação tópica de Rifocina spray (Rifocin®), Ciprofloxacina (Ciloxan®), Nistatina e Alantol®. Uma pequena quantidade de material purulento e um fragmento foram submetidos para culturas fúngicas e bacterianas, incluindo cultura e coloração para micobactérias A histopatologia de um fragmento desprendido da lesão permitiu observar dermatite mista, focalmente extensiva. A cultura apresentou crescimento de Candida sp. (colônia exuberante) e Mycobacterium fortuitum e M. abscessus. Os isolados apareceram após cinco dias de incubação e foram confirmados através da cultura, coloração de Ziehl-Nielsen e PCR. A partir de provas de sensibilidade e de referências previamente descritas na literatura em leão marinho, foca e humanos, iniciou-se tratamento sistêmico com Ciprofloxacina e Claritromicina (1000 mg, SID, VO, por 2 meses). A dosagem foi estabelecida através de cálculo alométrico. O tratamento tópico, com aplicação 3 vezes por semana, foi mantido com Rifocina spray (Rifocin®), Ciprofloxacina (Ciloxan®), Nistatina e Alantol®. Antes do início da antibioticoterapia sistêmica, nova coleta de sangue foi realizada e a leucocitose ainda pode ser observada. A coleta de sangue deverá ser repetida na metade e ao término do tratamento. Os parâmetros bioquímicos se encontram 56 dentro dos valores de referência para a espécie. Após o diagnóstico das micobactérias e da modificação do tratamento, uma grande evolução na cicatrização da lesão pode ser observada. Durante todo o período o animal continuou com o mesmo apetite, tendo uma leve diminuição somente na primeira semana do tratamento sistêmico com antibióticos. Alterações comportamentais não foram observadas. CONCLUSÃO A partir destes resultados sugere-se que lesões de difícil cicatrização, principalmente em animais que vivem em ambientes aquáticos, sejam avaliadas para a presença de Micobactérias atípicas. Ressalta-se também a importância do diagnóstico e tratamento correto e de cuidados devidos durante o manejo de animais com infecções por micobactérias, uma vez que essas espécies possuem potencial zoonótico. REFERÊNCIAS Bercovier, H., Vincent, V, 2001. Mycobacterial infections in domestic and wild animals due to Mycobacterium marinum, M. fortuitum, M. chelonae, M. porcinum, M. farcinogenes, M. smegmatis, M. scrofulaceum, M. Xenopi, M. kansasii, M. simiae and M. genavense. Scientific and Technical Review of the Office International des Epizooties 20:265-290. Huang, Y.C., Liu, M.F., Shen, G.H., Kao, C.C., Liu, P.Y., Shi, Z.Y., 2010. Clinical Outcome of Mycobacterium abscessus Infection and Antimicrobial Susceptibility Testing. Journal of Microbiology, Immunology and Infection 43:401-406. IUCN - International Union for Conservation of Nature, 2012. Red List of Threatened Species 2012 Trichechus inunguis. Disponível em http://www.iucnredlist.org/ Jassies-van der Lee, A., Houwers, D.J., Meertens, N., van der Zanden, A.G.M., Willemse, T., 2009. Localised pyogranulomatous dermatitis due to Mycobacterium abscessus in a cat: A case report. The Veterinary Journal 179:304-306. Lewis, J.C.M., 1987. Cutaneous mycobacteriosis in a Southern sea lion. Aquatic Mammals 13:105-108. Sato, T., Shibuya, H., Ohba, S., Nojiri, T., Shirai, W., 2003. Mycobacteriosis in two captive Florida Manatees (Trichechus manatus latirostris). Journal of Zoo and Wildlife Medicine 32:184-188. Silva V.M.F. da, Rosas F.C.W., Catanhede A.M., 2008. Peixe-boi da Amazônia, Trichechus inunguis (Natterer, 1883). In Machado A.B.M., Drummond G.M., Paglia A.P. (eds) Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameac¸ada de Extinção. Ministério do Meio Ambiente e Fundação Biodiversitas, Belo Horizonte, Brasil. pp. 816–818. Vadakekalam, J., Ward, M.J, 1991. Mycobacterium fortuitum lung abscess treated with ciprofloxacin. Thorax 46:737-738. Wells, S.K., Gutter, A., Van Meter, K., 1990. Cutaneous mycobacteriosis in a Harbor Seal: attempted treatment with hyperbaric oxygen. Journal of Zoo and Wildlife Medicine 21(1):73-78. 57 Rehabilitación y manejo de cría de lobo marino de un pelo (Otaria flavescens) en el Zoológico del Parque de las Leyendas Erick Medina Olaguibel1,2, Jacqueline Liza Rodríguez1, Federico Gutierrez Aliaga1, Erika Zapater Zadel1, Zoila Navarro Inga1, Arnaldo Alejos Angulo1, Alisa Aliaga Samanez1, Martin Mujica Tedín1 1 Zoológico del Parque de las Leyendas, Lima, Perú; 2 Email: [email protected] INTRODUCCIÓN Un lobo de mar de un pelo (Otaria flavescens), macho, de alrededor de 4 meses de edad, 15 kg de masa corporal y 82 cm de largo de nariz a cola, proveniente de un varamiento en la playa Punta Hermosa en Lima – Perú, ingresó en mayo del 2011 a este zoológico. El animal estaba en pobre condición corporal, deshidratación moderada y costillas muy evidentes, mostrando secreción nasal bilateral blanquecina, estertores a la auscultación, y una herida abierta de 2 cm de diámetro en región mentoniana. La atención médica se centró en el proceso respiratorio y la herida, y se estableció un protocolo de manejo y alimentación. MÉTODOS Se le realizó un examen físico completo: examen coproparasitologico, hemograma, bioquímica sanguínea. El proceso respiratorio se trató a base de oxitetraciclina 50 mg y dexametasona 0.5 mg (Ciclosona Biovet), la deshidratación se controló mediante solución fisiológica (al 0.9%) inyectada en el alimento. La herida con tratamiento tópico y como reconstituyente Vitamina B12 1 mg, ATP 2 mg, Selenito de sodio 2 mg, Aspartato de potasio 20 mg y Aspartato de magnesio 30 mg IM (Biodyl Merial) y vitamina B1 VO. Para desparasitarlo se administró praziquantel 5 mg/kg. VO. Al no mostrar mejoría se procedió a administrar Ivermectina en pasta a razón de 0.2 mg/kg VO y prednisona 5 mg/día por 3 días. Se repitió la dosificación de ivermectina en 15 días. Se le realizó un hemograma de control a posteriori. Fue alojado en un ambiente de cuarentena de 3x2 m durante 6 meses, a una temperatura promedio de 25°C. Se colocó una fuente de calor sobre una caja con arena de 1 x 1.5 m y una tarima de madera para evitar contacto con superficies frías; también se cerró toda corriente de aire y se le bañó regularmente con agua (30 g de sal por litro) a 36.5-37.5°C. Como protocolo de control se estableció pesarlo una vez por semana en ayunas durante los primeros 6 meses, de ahí en adelante una vez al mes. La primera semana fue alimentado con 500 g de pejerrey (Odontesthes regia) (tal como ofrecido: EB 530 Kcal., 76.5 % H , 23.5 % M.S.; en B.S.: 10.2 % grasa) durante los siguientes 3 meses (hasta los 7 meses de edad) 2 Kg (tal como ofrecido: EB 2120 Kcal, 76.5 % H , 23.5 % M.S.; en B.S.: 10.2 % 58 grasa) en una frecuencia de 4 veces/día; a partir de los 7 meses de edad se redujo a una frecuencia de 3 veces/día (2.5 Kg) pejerrey y jurel (Tachurus symmetricus murphyi) (tal como ofrecido: EB 2725 Kcal., 76.2 % H ,23.8 % M.S.; en B.S.: 11.43 % grasa) y a partir de los 9 meses de edad se le ofrece jurel entero, incrementándose la cantidades según requerimiento nutricional energético (Worthy,G 2001). Posteriormente, adaptado a la dieta y manejo diario, se le traslado a uno de los refugios del acuario de lobos marinos, y para minimizar los factores de stress se estableció un programa de enriquecimiento y entrenamiento. A la edad aproximada de 14 meses se hizo un estudio del efecto del enriquecimiento por dos semanas, realizándose previamente un monitoreo ad libitum para la obtención de patrones de comportamiento (Etograma) y se realizó un gráfico del ambiente para visualizar las zonas de preferencia del individuo. Se evaluó dos ítems de enriquecimiento: (1) Pescados (Perrejey) incrustados en cubos de hielo, y (2) Bidón de agua con agujeros y conchas de mar vacías. El monitoreo se realizó dos veces por semana durante una hora en la mañana y cuatro horas en la tarde, alternando días con y sin enriquecimiento. Se empleó tabla de registro para animal focal, y se analizaron los datos obtenidos con graficas en el programa Excel para comparar la variación del porcentaje de los comportamientos con y sin enriquecimiento y entre ambos ítems de enriquecimiento evaluando si responde a ambos con la misma magnitud. RESULTADOS Y DISCUSIÓN De las pruebas realizadas inicialmente se encontraron: coproparasitologico (huevos tipo Ascaris), hemograma (glóbulos rojos 3490000/µL, neutrófilos 12100/µL, eosinófilos 10%) y bioquímica sanguínea (Urea 112 mg/dl). El cuadro respiratorio no remitió a la antibioterapia, desparasitandose luego con ivermectina en pasta a razón de 0.2 mg/kg VO y prednisona 5 mg/día por 3 días, lográndose pasar de una tos seca a una tos productiva hasta su remisión en 4 días. De los examenes a posteriori se observó un incremento de glóbulos rojos 5040000/µL, y un descenso de neutrófilos a 10,600/µL, con 2% de eosinófilos.El diagnóstico presuntivo confirmado por tratamiento fue de nematodiasis respiratoria, y remitió bajo efecto de la ivermectina, sustancia utilizada regularmente por vía parenteral en esta especie (Gage, 2001) pero se comprobó su eficacia administrada en forma de pasta oral para el tratamiento de un proceso parasitario de vías respiratorias como éste; la forma de administración resulta en una forma segura, sin trauma y sin posterior rechazo. La ganancia de peso con relación a la edad tiene un coeficiente de Correlación Lineal R=0,9556 y la correlación entre el alimento consumido y la edad es de R=0.7614. Los resultados del estudio de enriquecimiento mostraron una variabilidad en los patrones de comportamiento, hubo una considerable variación en el ítem 2 con y sin enriquecimiento en el comportamiento jugar, y no se observó mucha variación en porcentaje comparando ambos ítems habiendo sido aceptados favorablemente por el lobo marino. 59 CONCLUSIONES Las medidas veterinarias y de manejo integral realizadas fueron favorables para la rehabilitación del lobo marino y su inserción al grupo formado de lobos del acuario, las acciones tomadas sirvieron para mejorar los protocolos de rehabilitación y manejo para futuros casos. AGRADECIMIENTOS Al Zoológico Parque de las Leyendas “Felipe Benavides Barreda”, a los voluntarios, practicantes del zoológico y a nuestras familias por apoyarnos incondicionalmente en nuestra pasión. REFERENCIAS Gage L.,2001. Medicina de Mamíferos Marinos.Six Flags Marine World, Vallejo, USA. Worthy G. 2001. Nutrition and Energetics. In: Dierauf, L Gullard, F. Handbook of Marine Mammal Medicine.2 Edition. CRC Press, Boca Ratón, USA. 60 Descrição topográfica comparativa da veia jugular direita em pinguins-deMagalhães Pedro Renato Gonçalves-Filho1,4, Pryscilla Maracini2, Gustavo Graeff Kura3 1 Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil; 2 Acqua Mundo Guarujá, Guarujá, SP, Brasil; 3 Instituto de Ciências Biológicas, Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil; 4 Email: [email protected] INTRODUÇÃO Atualmente existem 18 espécies reconhecidas de pinguins onde quatro já foram registradas em nosso litoral. Spheniscus magellanicus (Forster, 1781) é a espécie mais comumente registrada no litoral brasileiro, migra desde suas colônias reprodutivas na região da Patagônia através das correntes oceânicas a procura de alimento farto. Sabe-se que o número de instituições com o intuito de reabilitar esses animais tem aumentado, sendo assim, é de extrema importância conhecer a anatomia dessas aves. Neste contexto, este trabalho tem como objetivo descrever e comparar a localização da veia jugular direita dos pinguins-de-Magalhães com a literatura existente, que utiliza como base outras espécies de aves, bem como compreender a sua importância como local de venipunção. MÉTODOS Foram utilizados cinco animais que estavam em reabilitação no Aquário de Guarujá Ltda – Acqua Mundo, onde posteriormente vieram a óbito. Com a finalidade de evidenciar o sistema venoso dos espécimes, uma angiotécnica foi utilizada afim de melhorar a visualização venosa, inicialmente, os músculos cervicais laterais foram rebatidos para permitir a localização da veia jugular esquerda, que foi canulada com a utilização de uma sonda de polietileno. Posteriormente foi injetada a solução aquosa de "Neoprene Látex 450" a 50% (Du Pont do Brasil Industrias Quimicas), que recebeu um pigmento de cor azul (Globo S/A Tintas e Pigmentos). As aves foram fixadas e conservadas em uma solução aquosa de formol a 10%, mediante a aplicação intramuscular, subcutânea e intracavitária. Após os procedimentos iniciais, os espécimes foram dissecados e fotodocumentados. RESULTADOS Da união da veia cefálica caudal, mandibular e cutânea cervical descendente originou-se um tronco venoso que convergiu para a veia cefálica cranial formando a veia jugular direita. Topograficamente a veia jugular direita dos pinguins-deMagalhães, apresenta-se no terço cranial e médio do pescoço localizada lateralmente 61 e dorsalmente em relação ao esôfago e traquéia, no terço caudal este vaso situa-se dorsalmente a estas estruturas. No presente trabalho a veia jugular esquerda dos pinguins-de-Magalhães visualmente apresentou um menor diâmetro em relação a jugular direita. DISCUSSÃO Em todas as espécies de aves, as veias jugulares são responsáveis por drenar o sangue proveniente da cabeça e pescoço. Na descrição anatômica das veias jugulares, parece haver um consenso de que a veia jugular direita na maioria das aves é significantemente mais calibrosa do que a veia jugular esquerda. Neste contexto em algumas aves de pequeno porte criadas em cativeiro, a veia jugular esquerda está ausente (Dyce et. al. 1996). Resultados semelhantes foram encontrados por Wade (1876) que descreveu a veia jugular esquerda apresentandose atrofiada e não funcional em algumas espécies de passáros. Nos pinguins- demagalhães a veia jugular esquerda visualmente apresentou um menor diâmetro em relação a jugular direita. Está característica pode ser explicada pela presença de uma anastomose inter-jugular, que ocorre de forma oblíqua, onde parte do sangue venoso do lado esquerdo é desviado para o sistema jugular direito (Baumel et. al.,1993). Em relação a topografia da veia jugular direita dos pinguins-deMagalhães, os resultados encontrados assemelham-se aos descritos por Baumel (1986) que verificou na entrada do toráx da galinha, a veia jugular direita, localizada dorsalmente ao esôfago e traquéia, onde confluem com as veia subclávias formando a veia cava cranial. Devido as suas características anatômicas a veia jugular direita é visível através da pele nas aves domesticas, neste local a veia jugular direita é facilmente acessada para punção venosa (Dyce et. al.,1996). Esta descrição também foi verificada nos pinguins-de-Magalhães que encontram-se em reabilitação em nosso centro. Em relação a formação da veia jugular direita, os nossos resultados divergem da literatura clássica, que baseia-se na anatomia venosa da espécie Gallus gallus, onde as veias jugulares se formam pela confluência das veias cefálicas craniais e cefálicas caudais (Baumel et. al. 1993). AGRADECIMENTOS Agradeço ao Aquário do Guarujá pelo apoio e animais cedidos para o estudo, em especial a Médica Veterinária Pryscilla Maracini. À Universidade de Passo Fundo principalmente à disponibilidade do professor Gustavo Kura, e a toda equipe do Centro de Recuperação de Animais Marinhos – CRAM-FURG, que está sempre com as portas abertas prontas para transmitir suas experiências e ensinamentos perante os animais marinhos. 62 REFERÊNCIAS Baumel, J. J., 1986. Coração e vasos sanguíneos das aves. In: Getty R, Sisson e Grossman Anatomia dos Animais Domésticos, 5ª ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, Brasil. Baumel, J. J., 1993. Handbook of Avian Anatomy: Nomina Anatomica Avium, 2nd ed. Nuttall Ornithological Club, Cambridge, UK. Dyce. K. M., Sack, W. O., Wensing C.J.G., 1996. Tratado de anatomia veterinária, 2º ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, Brasil. Wade, C. H., 1876. Notes on the venous system of birds. Journal of the Linnean Society of London, Zoology 12: 531 -535. 63 Rabdomiosarcoma pulmonar metastásico en lobo marino juvenil (Otaria flavescens) de vida silvestre de Talcahuano, Chile: Caracterización inmunofenotípica Miguel Mansilla1,3, M. Loyola1, C. Schifferli1, M. Vargas2 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Laboratorio Central de Inmunohistoquímica, Santiago, Chile; 3 Email: [email protected] INTRODUCCIÓN El Rabdomiosarcoma es una neoplasia maligna que afecta músculos esqueléticos estriados o células precursoras musculares. Este tumor mesenquimático es raro en animales domésticos, y poco descrito en animales silvestres, con solo una comunicación en pinipedos. Es agresivo, invasor y metastiza a otros órganos en animales domésticos. Los tumores primarios o secundarios que involucran el corazón son muy raros. Esta comunicación describe el caso de un lobo marino juvenil de vida libre que ingresó desde Talcahuano en estado agónico al Centro de Rescate del Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián Concepción, Chile. A su ingreso el lobo marino (Otaria flavescens), macho juvenil, de 36 kg de peso, de 8 meses de edad aproximada, manifestó sintomatología gastroentérica hemorrágica, neurológica y cardiorespiratoria quién murió a horas de ser admitido, enviándose a necropsia. A la necropsia se diagnosticó muerte en diástole, congestión hipostática derecha, neumonía nodular blanquecina (1-2 mm de diámetro) focal diseminada y cardiohipertrofia derecha con coágulos lardáceos intracavitarios, hipertrofia ventricular izquierda, nefrocongestión bilateral y congestión meníngea difusa. Durante el protocolo de necropsia, se halló tabique interventricular engrosado y múltiples nódulos pequeños en ambos pulmones. Se tomaron muestras de las zonas sospechosas y se enviaron para estudio histopatológico. El informe histopatológico informó “neoplasia maligna infiltrante compatible con Rabdomiosarcoma pleomórfico miocárdico con metástasis pulmonares”. Con el fin de confirmar el diagnóstico se realizó estudio del inmunofenotipo del tumor. MÉTODOS De las lesiones halladas en pulmón y miocardio se tomaron muestras para estudio histopatologico, las cuales fueron fijadas en formalina neutra al 10% e incluidas en parafina histológica. Se realizaron cortes de 3 micras de espesor, los cuales fueron adheridos a portaobjetos silanizados. La observación microscópica se llevó a cabo con Hematoxilina-Eosina, Giemsa (Merck) y Hematoxilina Fosfotúnstica de Mallory (PTAH) . La Inmunohistoquímica utilizó primarios para Vimentina; Desmina; Actina Músculo específica; Miogenina; Caldesmon y Proteína S-100. El Sistema de detección 64 utilizado fué LSAB (Bios SB, USA) y kit de revelado a base de DAB con recuperación antigénica por calor con Buffer Citrato tritón X-100 a pH 6,0 y 125°C en olla digital (Decloacker Chamber, Biocare, USA). Las muestras se procesaron en el laboratorio de Citodiagnóstico de la Escuela de Tecnología Médica de la Universidad San Sebastián. RESULTADOS Y DISCUSIÓN En la histopatología con Hematoxilina-Eosina, destacó la proliferación e invasión neoplásica extensa con patrón morfológico de células redondas, en su mayoría aisladas, pleomórficas, fusiformes y periformes, con presencia de células gigantes multinucleadas y extensión neoplásica nodular al pericardio. A nivel pulmonar, se observó un patrón morfológico similar al encontrado en el miocardio, con presencia de émbolos vasculares y alveolares en un área tumoral de consolidación con mayor heterotipia celular. La Histoquímica (PTAH) no identificó estriaciones a nivel de la neoplasia. La inmunohistoquímica mostró ser positiva para Vimentina, Actina, S-100 y Miogenina. El Caldesmon resultó negativo. Las características histopatológicas y el Inmunofenotipo ensayado concuerdan con el diagnóstico morfológico de Rabdomiosarcoma pleomórfico postulado inicialmente. Este Rabdomiosarcoma concuerda con un sólo caso similar descrito en lobo marino juvenil de California, USA (Zabka et al., 2004) de localización en el músculo esquelético con metástasis pulmonar. Debido a que la neoplasia hallada a nivel del miocardio muestra una clara transición entre miocitos maduros bien diferenciados y la neoplasia maligna, es posible postular al miocardio como origen del primario en este caso, siendo el foco de infiltración pulmonar una metástasis del mismo. El patrón de marcación aislado intenso para la Miogenina pudiera no concordar con lo indiferenciado de la neoplasia, debiendo ser cauteloso en el sentido de que la mayoría de los anticuerpos utilizados son de uso humano. Existen datos muy preliminares que sostienen que la neoplasia a nivel pulmonar presenta índices de proliferación superiores al observado en el miocardio. Los organoclorados se han asociado a cánceres y mortalidad de lobos marinos en California (Gina et al., 2005). En Chile no sean determinado bioindicadores de contaminación química, que se correlacionen con neoplasias o tumores en mamíferos marinos, que puedan ser proyectados a la salud humana. El presente trabajo constituye el primer diagnóstico de una neoplasia cardíaca con metástasis pulmonar en un lobo marino de Chile, de vida libre, mediante necropsia, histoquímica e inmunhistoquímica. 65 CONCLUSIONES Los hallazgos a la microscopía de luz con Hematoxilina & Eosina de ambas lesiones y la sospecha de una lesión maligna de células pequeñas redondas con un importante pleomorfismo orientaron al diagnóstico de um rabdomiosarcoma pleomórfico dónde la Inmunohistoquímica confirmó la filiación miogénica de la neoplasia a partir de la positividad para Vimentina, Actina músculo específica; Miogenina y Desmina. REFERENCIAS Gina M, Stein JE, Hom T, Johson LK, Tilbury KL, Hall AJ, Rowles T, Greig D, Lowenstine LJ, Gulland F. 2005. The role of organochlorines in cancer-associated mortality in California sea lions (Zalophus californianus). Marine Pollution Bulletin 50:30-39. Zabka TS, Buckles EL, Gulland FMD, Haulena M, Naydan DK, Lowenstine LJ. 2004. Pleomorhic rhabdomyosarcoma with pulmonary metastasis in a Stranded Steller (Northern) Sea Lion (Eumetopias jubatus). Journal of Comparative Pathology 130:195-198. 66 Red Oficial de Rescate de Fauna Marina de la Provincia de Buenos Aires Germán Larrán1,2, Manuel Ortale1, Guillermo Muñoz1, Rodolfo Acuña1, Federico Rimoldi1 1 Organismo Provincial para el Desarrollo Sostenible (OPDS) de la Provincia de Buenos Aires, La Plata, Buenos Aires, Argentina, Brasil; 2 Email: [email protected] INTRODUCCIÓN Lanzada en el año 2010 por José Molina, titular del OPDS (Autoridad Ambiental Provincial), la Red Oficial de Rescate de Fauna Marina está coordinada por la Dirección Provincial de Recursos Naturales, que articula la participación del Estado y las Organizaciones vinculadas a la preservación de la biodiversidad y cuidado del medio ambiente desarrollando tareas de rescate, rehabilitación y reintroducción de fauna marina en las costas bonaerenses. Su objetivo es asistir a todos aquellos ejemplares que aparezcan en las costas bonaerenses por algún tipo de afectación, ya sea por varamiento, desorientación, empetrolamiento o bien por quedar atrapados en las redes de pesca. Históricamente las acciones de rescate, traslado, recuperación y liberación de fauna marina en estado traumático, han sido llevadas a cabo de hecho, de manera espontánea y voluntaria por parte de fundaciones, organizaciones civiles y centros de rescate privados, sin que exista una intervención programada del Estado Provincial en la coordinación, reglamentación y fiscalización de las mencionadas actividades. Por ello, en el año 2010 el OPDS implementó este programa de alivio en emergencias y rehabilitación que funciona frente a incidencias, desastres naturales, varamientos o empetrolamiento de especies marinas, facilitando así la generación de estrategias para su protección y conservación. ESPECIES ATENDIDAS Las especies vinculadas a las actividades de la Red pertenecen a los grupos de Pinnípedos; Cetáceos; Aves Marinas y Tortugas Marinas. El primero de ellos incluye varias especies de lobos marinos, siendo los más representativas los lobos marinos de uno y dos pelos (Otaria flavescens y Arctocephalus australis). El grupo de los Cetáceos está representado por diversas especies de ballenas y delfines, entre los que se destaca el Delfín del Plata o Franciscana (Pontoporia blainvillei). En cuanto las aves marinas es habitual la aparición de pingüinos, particularmente del Magallánico (Spheniscus magellanicus), que aparece frecuentemente sobre las costas de la provincia de Buenos Aires, por donde pasan en sus desplazamientos migratorios anuales, principalmente desde comienzos del otoño hasta mediados de la primavera. Las tortugas marinas habitan en todos los océanos, desde aguas heladas hasta 67 tropicales. Se reproducen en tierra y desovan en zonas muy alejadas de las regiones de alimentación. El litoral estuarial y marítimo bonaerense, constituye un área de alimentación muy importante para al menos, tres de las siete especies de tortugas marinas del mundo: Dermochelys coriacea (Tortuga Laúd), Caretta caretta (Tortuga Cabezona) y Chelonia mydas (Tortuga Verde). Las tres especies se encuentran en peligro de extinción según la Unión Internacional para la Conservación de la Naturaleza (IUCN), y se encuentran incluidas en el Apéndice I de la Convención en Comercio Internacional en especies amenazadas de Flora y Fauna (CITES). Por ello, en el marco de las acciones para proteger la vida de las especies de animales más vulnerables, la Red ya ha devuelto a su hogar desde el 2010 a la actualidad, a 35 pingüinos Magallánicos, 24 lobos marinos, un elefante marino (Mirounga leonina), una foca de Weddell (Leptonychotes weddellii) y 22 tortugas marinas. Uno de los casos más reciente fue el de una tortuga marina que después de cuatro meses de rehabilitación fue liberada en las aguas de la Bahía Samborombón durante el mes de abril. En esta oportunidad, se trabajó en forma conjunta con el Acuario del Zoo de la Ciudad de Buenos Aires y con los alumnos del Jardín de Infantes de Punta Indio, quienes momentos previos a la liberación fueron los encargados de bautizar al animal con el nombre de "Candelaria". Se trató de un ejemplar que pertenece a la especie Chelonia mydas o tortuga verde, juvenil de 6,25 kg de masa corporal (ingresó con 5,1 kg en diciembre 2010) y 38 cm. de longitud corporal. INSTITUCIONES Los principales centros con que trabaja la Red son el Acuario del Zoo de la Ciudad de Buenos Aires, el Mar del Plata Aquarium y la Fundación Mundo Marino de San Clemente del Tuyú. También participan el Ministerio de Asuntos Agrarios de la Provincia, Prefectura Naval Argentina, municipios y Defensa Civil, actuando en forma coordinada en la sección sur de la provincia con la Dirección de Áreas Naturales Protegidas. Para reforzar estas acciones orientadas a buscar un equilibrio entre las especies más vulnerables como se mencionara el OPDS va incorporando progresivamente a su Red de Rescate a los zoológicos de distintas localidades. AGRADECIMIENTOS Prefectura Naval Argentina, Cuerpo de Guardaparques de la Dirección de Areas Naturales Protegidas del OPDS, Fundación Mundo Marino, Fundación Mar del Plata Aquarium, y Acuario Nacional del Zoo de la Ciudad de Buenos Aires. 68 Comparación hematológica del lobo marino (Zalophus wollebaeki) en dos colonias del Archipiélago Galápagos Pamela Soledad Actis1,2, Mariano Sironi1 1 Cátedra de Diversidad Animal II, Universidad Nacional de Córdoba, Córdoba, Argentina; 2 Email: [email protected] INTRODUCCIÓN El lobo marino de Galápagos, Zalophus wollebaeki, es una especie endémica de pinnípedos presente en las Islas Galápagos, Ecuador, que se encuentra en peligro de extinción. A pesar de las numerosas investigaciones realizadas hasta la fecha, no se cuenta con los puntos de referencia que permitan evaluar cuantitativamente su estado de salud. Determinar los valores hematológicos en el lobo marino de Galápagos ayudará a diagnosticar enfermedades y/o afecciones. Así, estos estudios puedan ser usados como una herramienta fundamental a la hora de estudiar su estado poblacional y como base para la toma de decisiones y de manejo para su conservación. Por tal motivo, centramos nuestro estudio en dos colonias de la Reserva Marina de Galápagos con mayor y menor impacto antrópico. Con el objetivo de determinar el rango, en clases de edad, de los parámetros hematológicos de Z. wollebaeki, con la finalidad de realizar diagnósticos más certeros sobre el estado de salud de esta especie, fortaleciendo así la toma de decisiones que ayudarán al manejo para su conservación. MÉTODOS El estudio se llevó a cabo en dos colonias de lobos marinos: Isla Santa Fe e Isla San Cristóbal. Las muestras fueron tomadas durante octubre - noviembre 2010, pero se contó adicionalmente con datos de muestras tomadas durante el mes de marzo-abril 2010 (en ambas colonias) (Brock & Acevedo en prep.) considerando que la diferencia entre las estaciones frías y cálidas no son relevantes (Villegas-Amtmann & Costa, 2010). Se recolectaron un total de 139 muestras de sangre para los análisis de hematología, 78 correspondieron a la isla Santa Fe y 61 a la isla San Cristóbal. No se usaron anestésicos, los que pueden causar variaciones de los parámetros sanguíneos (Duguy, 1982). Como medida morfométrica, se tomó el peso (Geraci & Lounsbury, 1993). Se dividió los animales en 4 clases de edad: Lobos menores a 1 mes, lobos de 1 mes a 4 meses, lobos de 1 a 2 años, hembras adultas (solo para Santa Fe). 69 Se midieron los valores de Hemoglobina (Hb), Hematocrito (Hct), Recuento eritrocitario (RBC) y Recuento leucocitario (WBC), Recuento leucocitario diferencial, Volumen corpuscular medio (MCV), Hemoglobina corpuscular media (MCH) y Concentración de hemoglobina corpuscular media (MCHC). Los análisis estadísticos se realizaron usando el programa Infostat 2011 (Di Rienzo et al., 2011). Para determinar los valores hematológicos de cada parámetro, se obtuvo la media y el desvío estándar en cada categoría, haciendo luego ANOVA a tres factores entre las islas para cada categoría. RESULTADOS Y DISCUSIÓN De las 139 muestras tomadas en total, estos valores representan el 20,57 % en Santa Fe y el 12% en San Cristóbal, de la población estimada para cada colonia al momento en que ya habían ocurrido la mayoría de los nacimientos (obs per.). La ausencia de diferencias significativas entre las hembras del estadio 3 y 4 de Santa Fe, probablemente se deba a que las hembras adultas estudiadas, provenían de un parto reciente, por lo que sus valores hematológicos podrían verse disminuidos por la preñez y la pérdida de sangre durante el parto. Se observó un aumento de las variables Hb, Hct y RBC en la clase de edad tres. Lo que puede ser explicado por los requerimientos fisiológicos y comportamentales de los animales marinos de vida anfibia. Este patrón coincide con lo encontrado para otras especies de mamíferos de vida anfibia (Horning & Trillmich, 1997; Weise & Costa, 2006; Trillmich et al., 2008). RBC, MCV Y MCH, fueron los únicos parámetros para los que se encontraron diferencias significativas entre islas. Esto, evidencian una discrepancia entre la fisiología de las poblaciones estudiadas Lo que podría deberse a los distintos escenarios que presentan cada una de las colonias. Santa Fe es una isla virgen y San Cristóbal es la capital de Galápagos, por lo que la actividad antrópica allí modifica constantemente las características del hábitat (Murillo, 2010). Si bien el MCV y la MCH presentan valores menores en San Cristóbal que en Santa Fe, esto parece compensarse con el mayor RBC encontrado en la colonia de San Cristóbal. Sin embargo, el menor valor del MCV presentado en los lobos de San Cristóbal, podría estar evidenciando una Anemia microcitica, la cual puede estar causada por varios motivos, siendo la que consideramos más probable el envenenamiento con plomo. El plomo cuando está presente en sangre bloquea la síntesis de hemoglobina (Poma, 2008). Hasta el momento, se desconocen los valores normales de dichos parámetros, aunque asumimos que los valores hallados en los lobos de Santa Fe, sean los más aproximados a los valores normales para una población en condiciones naturales. 70 Algunas de las fórmulas leucocitarias (neutrófilos, leucocitos y eosinófilos) varían entre estadios etarios, lo que resulta lógico debido a las diferencias fisiológicas y de comportamiento que tiene cada clase etaria. A diferencia de los valores reportados para otras especies de mamíferos en general (Castellini et al., 1993; Delgado et al., 1995) y en especial con Z. californianus (Isis, 2011), el porcentaje de monocitos encontrados para Z. wollebaeki es significativamente menor, viéndose aumentados los eosinófilos. Estos valores podrían ser explicados por dos hipótesis. Por un lado, podrían estar actuando ciertos factores en ambas poblaciones, que estimulen el aumento de los eosinófilos en respuesta a alergias y parásitos. Por otro lado, los valores de referencia para la mayoría de los mamíferos marinos son obtenidos de animales en cautiverio los cuales son desparasitados regularmente, lo que hace que los eosinófilos se vean claramente reducidos (Delgado et al., 1995). Los valores de referencia presentados en el presente trabajo constituyen un valioso aporte para el conocimiento de la fisiología de Z. wollebaeki y representa un paso importante en una serie de trabajos más exhaustivos destinados a evaluar el impacto de factores ambientales (como las actividades antrópicas, cambio climático, etc.) sobre la salud y conservación de las poblaciones de esta especie tan amenazada. AGRADECIMIENTOS Agradecemos especialmente a Eduardo Espinoza, Marilyn Cruz, María de los Angeles Bistoni, Ricardo Torres, Isabel Aro, Macarena Parra, Paddy Brock, Sandie Salazar, Gustavo Jiménez, Yasmania Yirena, Mónica Mime, Jana Jeglinski, Jorge Torres, Leidy Márquez, Juan Carlos Murillo, Arnaldo Mangeaud, Luis Capozzo, Marcela Uhart, Andrea Chirife, Eduardo Lobo, Guarda parques de recursos marinos, Autoridades del Parque Nacional Galápagos que permitieron la toma y análisis de las muestras bajo el permiso PC-18-09" and "PC-18-09 (Ext. 1). REFERENCIAS Castellini M A, Davis R W, Loughlin T R, Williams T R, 1993. Blood chemistries and body condition of Steller sea lion pups at Marmot Island, Alaska, Marine Mammal Science 9:202-208. Delgado C F, Solórzano V J L, Berruecos V J M, 1995. Hallazgo hematológico de la Orcinus orca a la altura de la ciudad de México. Veterinaria México 26(3):237-245. Di Rienzo J A, Casanoves F, Balzarini M G, Gonzalez L, Tablada M, Robledo C W. Infostat versión 2011. Grupo Infostat, Fca, Universidad Nacional de Córdoba, Argentina. http://www.infostat.com.ar Duguy R, 1982. Biology of the Reptilia (iii), Carl Gans (Ed), Academic Press, New York 155-88. Geraci J, Lounsbury V, 1993. Marine Mammals Ashore, a field guide for strandings. A Texas A&M sea grant publication. 71 Horning M. Trillmich F, 1997. Development of hemoglobin, hematocrit, and erythrocyte values in Galápagos fur seals. Marine Mammal Science 13(1) 100-113. International Species Information System. 2011. http://www.isis.org. Murillo J, 2010. Manejo de las colonias de lobos marinos, Zalophus wollebaeki en Isla San Cristóbal. Informe técnico. Parque Nacional Galápagos. Poma P, 2008. Lead effects on humans. Anales de la Facultad de Medicina 69(2):120-6. Trillmich F, Rea L, Castellini M, Wolf J B W, 2008. Age-related changes in hematocrit in the Galápagos sea lion (Zalophus wollebaeki) and the Weddell seal (Leptonychotes weddellii). Marine Mammal Science 24(2): 303–314. Villegas-Amtmann S, Costa D, 2010. Oxygen stores plasticity linked to foraging behavior and pregnancy in a diving predator, the Galapagos sea lion. Functional Ecology 24: 785–795. Weise M, Costa D, 2006. Total body oxygen stores and physiological diving capacity of California sea lions as a function of sex and age. The Journal of Experimental Biology 210: 278-289. 72 Malária aviária em pinguins durante a reabilitação em centros permanentes e emergências de fauna na América Latina Ralph Eric Thijl Vanstreels1,6, Valeria Ruoppolo1,2,3, Cristiane K. Miyaji Kolesnikovas4, Rodolfo Pinho da Silva-Filho2,3,4, Sabrina Epiphanio5, José Luiz Catão-Dias1 1 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 2 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 3 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 4 Associação R3 Animal, Florianópolis, SC, Brasil; 5 Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, São Paulo, SP, Brasil; 6 Email: [email protected] INTRODUÇÃO A malária aviária é uma enfermidade infecciosa causada por protozoários do gênero Plasmodium, sendo que há cerca de 38 espécies que podem infectar aves (Valkiūnas, 2005). É importante salientar que estes parasitas são incapazes de infectar humanos e não apresentam qualquer risco à nossa saúde (Valkiūnas, 2005). A infecção plasmódica é veiculada por mosquitos, em especial Culex spp., e acomete aves das mais diversas espécies em todo o planeta, com exceção do Continente Antártico (Valkiūnas, 2005; Atkinson et al., 2008). Sua prevalência é tipicamente baixa, da ordem de 1 a 4%, e na maioria dos casos as infecções são subclínicas e não têm implicações graves para a saúde das aves acometidas (Atkinson & Van Ripper III, 1991; Valkiūnas, 2005; Atkinson et al., 2008). No entanto, há dois táxons aviários que são atipicamente suscetíveis à infecção plasmódica, desenvolvendo quadros fulminantes e letais de malária aviária: as aves nativas do Havaí (Passeriformes: Drepanidinae) e os pinguins (Sphenisciformes) (Atkinson & Van Ripper III, 1991; Jones & Shellam, 1999a, 1999b). O grande número de surtos de malária aviária em pinguins cativos, com até 60 a 90% de mortalidade em poucas semanas, levou muitos pesquisadores a considerarem a malária aviária uma potencial ameaça à conservação dos pinguins e um importante fator a ser considerado na reabilitação destas aves (Brossy et al., 1999; Jones & Shellam, 1999b; Miller et al., 2001). Todas as sete espécies de pinguim com ocorrência na América do Sul são sabidamente suscetíveis à infecção por Plasmodium sp, sobretudo P. relictum e P. elongatum (Jones & Shellam, 1999a; Quillfeldt et al., 2011). No cativeiro e nos centros de reabilitação da América Latina, há numerosos relatos anecdotais e publicações científicas da infecção na Argentina (Buenos Aires, San Clemente del Tuyú), Brasil (Bauru, Florianópolis, Rio de Janeiro, Niterói, Rio Grande, Salvador, São Paulo), Chile (Valdívia) e Perú (Lima) (Ruoppolo et al., 2004; Bueno et al., 2010). Dos pinguins sul-americanos, apenas para o pinguim-de-Galápagos (Spheniscus mendiculus) há relatos de infecção plasmódica em vida livre (Levin et al., 2010). Outras investigações de campo têm sido conduzidas nas colônias reprodutivas das 73 outras espécies sul-americanas de pinguins, sem que tenham sido registrados animais infectados (Quillfeldt et al., 2011). DIAGNÓSTICO A malária aviária geralmente se apresenta em pinguins na forma de morte súbita, sem qualquer sinal clínico antes do óbito. Em alguns casos pode-se observar sinais clínicos inespecíficos como convulsão, letargia, anorexia, dispnéia, mucosas pálidas, diarréia e regurgitação (Atkinson et al., 2008; Bueno et al., 2010). Os surtos geralmente se concentram no período do verão-outono, com vários animais morrendo num período de poucas semanas. À necropsia, observam-se principalmente esplenomegalia, hepatomegalia e hidropericárdio (Atkinson & Van Ripper III, 1991; Atkinson et al., 2008). O diagnóstico pode ser feito em animais vivos através de esfregaços sanguíneos: colher uma amostra de sangue, preparar um esfregaço sanguíneo delgado, deixar secar em temperatura ambiente, fixar através da imersão em metanol absoluto por alguns segundos, deixar secar em temperatura ambiente, corar com um corante adequado (Panótico, Diff-Quick, Giemsa, Rosenfeld, etc.) e armazenar em caixa de lâminas. Para o diagnóstico em animais mortos, podem-se utilizar a histopatologia: colher fragmentos pequenos (< 1 cm) de vários tecidos (em especial pulmões, baço, fígado, coração e rins) e armazená-los em um frasco bem fechado com um volume dez vezes maior de formol tamponado 10%. Recomenda-se também coletar e armazenar amostras de sangue total congelado, soro/plasma congelado e tecidos congelados (sobretudo pulmão, baço, fígado e medula óssea) para análises diagnósticas complementares. PREVENÇÃO Plasmodium geralmente é comum nas aves silvestres nativas dos arredores dos centros de reabilitação, de modo que é inviável visar a erradicação destes parasitas na instituição. Estas aves serão carreadoras assintomáticas destes parasitas, de modo que a circulação destes parasitas no ambiente é praticamente inevitável. Neste sentido, as estratégias de melhor custo-benefício para a prevenção da malária aviária nos pinguins consistirão em proteger estas aves de entrar em contato com mosquitos. Dentre as estratégias que podem ser utilizadas, as telas anti-mosquito ou vidros são efetivas para evitar a entrada de mosquitos nas instalações de reabilitação. Telas mais estreitas e impregnadas com repelentes podem ser mais efetivas, porém também são caras e bloqueiam muito a luz solar. Ventiladores e armadilhas de mosquitos também podem ser usadas para evitar a presença de mosquitos. No caso de repelentes, devem-se utilizar apenas produtos cuja composição não interfira com 74 a impermeabilização das penas. A medicação profilática com primaquina durante todo o verão (1 a 1.25 mg/kg VO q24h) também ajuda a prevenir a mortalidade por malária aviária; a cloroquina (5 mg/kg VO q24h) provavelmente é menos eficaz. O controle efetivo desta doença dependerá da combinação de várias destas estratégias, juntamente com o monitoramento de todos os pinguins através de esfregaços sanguíneos (semanalmente ou a cada duas semanas). TRATAMENTO O protocolo terapêutico clássico: no primeiro dia, quatro administrações de cloroquina (10 mg/kg VO q6h); do segundo ao décimo dia, administrações diárias de cloroquina (5 mg/kg VO q24h) e primaquina (1 mg/kg VO q24h). Considerando a dificuldade de obter-se primaquina em certos países, pode-se fazer o protocolo unicamente com a cloroquina, porém a eficácia será menor. Para pinguins que persistirem infectados, pode-se acrescentar mais dez dias de tratamento com trimetoprim-sulfa (40 mg/kg VO q24h). Há relatos de de tratamentos com outras drogas antimaláricas (sobretudo pirimetamina e mefloquina), porém a posologia todavia não está bem estabelecida. CONCLUSÃO Por agruparem grandes números de animais num curto espaço de tempo e em condições ambientais que podem ser favoráreis ao contato com mosquitos, os centros de reabilitação e as respostas a emergências de fauna podem ser ambientes favoráveis para a ocorrência de surtos maláricos em pinguins, e por este motivo é importante que os reabilitadores conheçam esta enfermidade e seu diagnóstico, prevenção e tratamento. AGRADECIMENTOS Aos nossos amigos e colegas da Associação R3 Animal, CRAM-FURG, Fundación Mundo Marino, IFAW e SANCCOB por seu suporte e ajuda, em especial Andréa Adornes, Felix Capellino, Julio Loureiro, Sergio Rodríguez Heredia, Nola Parsons e Venessa Strauss assim como a todos os centros de reabilitação, aquários e pesquisadores que colaboram com nossos estudos. À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (2009/53956-9, 2010/51801-5) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq 301517/2006-1). 75 REFERÊNCIAS Atkinson CT, Thomas NJ, Hunter DB, 2008. Parasitic Diseases of Wild Birds. Wiley-Blackwell, Ames, USA. Atkinson CT, Van Riper III C, 1991. Pathogenicity and epizootiology of avian haematozoa: Plasmodium, Leucocytozoon, and Haemoproteus. In: Loye JE; Zuk M (eds). Bird-parasite interactions: ecology, evolution and behaviour. Oxford University Press, Oxford, UK. Brossy JJ, Plös AL, Blackbeard JM, Kline A, 1999. Diseases acquired by captive penguins: what happens when they are released into the wild? Marine Ornithology 27:185-186. Bueno MG, Lopez RPG, Menezes RMT, Costa-Nascimento MJ, Lima GFMC, Araújo RAS, Guida FJV, Kirchgatter K, 2010. Identification of Plasmodium relictum causing mortality in penguins (Spheniscus magellanicus) from São Paulo Zoo, Brazil. Veterinary Parasitology 173:123-127. Jones HI, Shellam GR, 1999a. Blood parasites in penguins, and their potential impact on conservation. Marine Ornithology 27:181–184. Jones HI, Shellam GR, 1999b. The occurrence of blood-inhabiting protozoa in captive and free-living penguins. Polar Biology 21:5-10. Levin II, Outlaw DC, Vargas FH, Parker PG, 2009. Plasmodium blood parasite found in endangered Galapagos penguins (Spheniscus mendiculus). Biological Conservation 141:3191-3195. Miller GD, Hofkin BV, Snell H, Hahn A, Miller RD, 2001. Avian malaria and Marek‟s Disease: potential threats to Galapagos Penguins Spheniscus mendiculus. Marine Ornithology 29:43-46. Quillfeldt P, Arriero E, Martínez J, Masello JF, Merino S, 2011. Prevalence of blood parasites in seabirds a review. Frontiers in Zoology 8:26. Ruoppolo V, Silva-Filho RP, Adornes AC, Catão-Dias JL, 2004. Occurence of Malaria in Magellanic Penguins (Spheniscus magellanicus) in a rehabilitation center in Southern Brazil. Proceedings of the Vth International Penguin Conference, Ushuaia, Argentina. Valkiūnas G, 2005. Avian Malaria Parasites and Other Haemosporidia. CRC Press, Boca Raton, USA. 76 O papel dos helmintos como ferramenta auxiliar no trabalho de conservação do pinguim-de-Magalhães Martha Lima Brandão1,2, Karina Braga1, José Luis Luque1 1 Laboratório de Parasitologia de Peixes, Departamento de Parasitologia Animal, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 2 Email: [email protected] INTRODUÇÃO Parasitos são parte integrante de um ecossistema e atuam nele regulando a abundância da população hospedeira, modulando interações interespecíficas e afetando a estrutura e estabilidade de comunidades naturais. O conhecimento da biodiversidade de helmintos em uma comunidade hospedeira, que esteja sofrendo alterações em sua dinâmica populacional, pode ser útil para identificar fatores que afetam a estabilidade desta população. O estudo da biodiversidade parasitária auxilia no esclarecimento de teorias sobre biodiversidade e conservação de espécies, pois suas populações estão confinadas a ambientes restritos onde o pesquisador possui mais domínio sobre seu habitat. Em espécies de vida livre, como os pinguins, o controle e monitoramento da população e de fatores abióticos, dificulta a coleta de dados e algumas vezes análises mais aprofundadas sobre o comportamento da população. Os parasitos representam a possibilidade de outro nível de análise sobre espécies que vemos com nossos olhos, no caso deste trabalho, do pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus). Entender os fatores que modulam e estruturam a população parasitária é um passo importante e auxiliar para o entendimento da população hospedeira e fundamental para avançar no conhecimento da saúde de ecossistemas. O objetivo deste trabalho foi utilizar dados de ocorrência de espécies helmintos parasitos dos pinguins-deMagalhães, para conhecer um pouco mais sobre hábitos e rotas da espécie durante a migração. MÉTODOS Pinguins encontrados mortos em praias do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Sergipe foram coletados para análise do conteúdo gastrointestinal em busca de helmintos. Estômago e intestino foram separados durante necropsia, acondicionados em saco plástico e congelados para processamento laboratorial posterior. Os helmintos encontrados nos conteúdos foram separados, contados e acondicionados de acordo com protocolo específico para cada Classe de helminto. Foi realizado um extenso levantamento bibliográfico e os helmintos foram identificados por comparação ao descrito na literatura, e com o auxílio de chaves 77 taxonômicas (Dubois, 1968; Yamaguti, 1971). Dados do ciclo biológico dos espécimes identificados foram analisados. RESULTADOS Foram identificadas dez espécies de helmintos parasitos. No estômago apenas Contracaecum pelagicum e Capillaria sp.. O intestino apresentou maior diversidade de espécies, além do C. pelagicum também foram identificados: Corynosoma australe, Ascocotyle (P.) longa, Ascocotyle sp., Mesostephanus odhneri, Posthodiplostomum macrocotyle, Stephanoprora sp., Cardiocephaloides physalis e Tetrabothrius lutzi. DISCUSSÃO Dados sobre a biologia da grande maioria destas espécies parasitas são escassos, mas alguns dos grupos são conhecidamente parasitos de peixes de água doce (Posthodiplostomum sp. e Stephanoprora sp.) (Yamaguti, 1975; Nasir & Scorza, 1968) o que indica a ingestão de espécies de peixes que não fazem parte da dieta normal do Pinguim-de-Magalhães. Este pinguim é conhecidamente um predador oportunista e relatos de animais avistados em bacias e até rios que desaguam na costa do Brasil, são comuns. O acantocéfalo Corynosoma australe encontrado reafirma a não ingestão de Engraulis anchoita, espécie de peixe mais abundante na dieta do pinguim na Patagônia (Mäder, et al, 2010), da maioria dos animais durante a migração. Formas imaturas deste parasito são encontradas neste peixe na costa da Patagônia assim como na costa do Brasil (Timi, 1999). A biologia desta espécie é relativamente bem conhecida (Parshad & Crompton, 1981) e os machos deste parasito abandonam o hospedeiro após a cópula, ficando apenas fêmeas para completarem o ciclo. Se o pinguim estivesse se alimentando deste peixe estaria se reinfectando e, tanto machos quanto fêmeas, seriam encontrados no hospedeiro, porém apenas fêmeas foram encontradas em todos os pinguins parasitados por esta espécie (20%; N= 17). Este dado nos permite inferir que durante a migração o pinguim não se reinfesta e por isso provavelmente não está se alimentando desta espécie de peixe que parece ser sua preferência na Patagônia. Os dados de achados helmintológicos corroboram com os dados de achados no conteúdo estomacal dos pinguins em que praticamente só foram encontrados bicos de cefalópodes na grande maioria dos animais. Em apenas um pinguim do Rio de Janeiro, foi encontrado um otólito de Engraulis anchoita. 78 Com os resultados encontrados pode-se afirmar que os animais durante a migração, se alimentam de algumas espécies de peixes não habituais em sua dieta na Patagônia assim como deixam de ingerir outros que são abundantes em toda costa. Provavelmente os pinguins estão predando espécies de peixes mais vulneráveis por não encontrarem facilidade em capturar as espécies de preferência durante a migração. Muitos dados sobre ciclo de vida dos helmintos ainda são necessários para elucidar melhor questões sobre a biologia da migração dos pinguins-de-Magalhães, mas com o pouco que já conhecemos, é possível elucidar alguns pontos. Futuros projetos em que se compare a fauna destes parasitos nos pinguins que chegam ao Brasil com a fauna dos animais na Patagônia poderão auxiliar a identificar como variações na estabilidade da comunidade parasitária pode afetar a comunidade hospedeira. A participação de cefalópodes no ciclo de vida de muitos parasitos é conhecida, porém pouco se sabe até agora como se dá essa interação. Muitas das espécies encontradas parasitando os pinguins possuem estes como hospedeiros intermediários e essa é uma área que merece especial atenção. AGRADECIMENTOS Ao CNPq e CAPES pelo auxílio com a concessão de bolsa de doutorado e bolsa sanduíche, respectivamente. REFERÊNCIAS Dubois, G. 1938. Monographie des Strigeidae (Trematoda). Mémoires de la Scociété Neuchateloise des Sciences Naturelles, Tome VI, 1–535. Mäder, A.; Sander M., & Casa Jr., G. 2010. Pinguim-de-Magalhães arribados na costa do Rio Grande do Sul: análise de dieta e ecologia alimentar. Resumo expandido do IV Congresso de Oceanografia. FURG. Nasir, P., & Scorza, J. V. 1968. Studies on freshwater larval trematodes XVIII. The life cycle of Stephanoprora denticulata (Rudolphi, 1802) Odhner, 1910 (Trematoda: Digenea: Echinostomatidae). Zeitschrift für Parasitenkunde, 30, 134-148. Parshad VR. & Crompton DWT. 1981. Aspects of Acanthocephala Reproduction. Adv. Parasitol. 19: 73138. Timi, J. T., Martorelli, S. R., Sardella, N. H. (1999). Digenetic tramatodes parasitic on Engraulis anchoita (Pisces: Engraulidae) from Argentina and Uruguay. Folia Parasitologica, 46, 132-138. Yamaguti, S. 1971. [Synopsis of Digenetic Trematodes of Vertebrates]. Vol. 1. Keigaku Publishing Co. Yamaguti, 1975. [A synoptical review of life histories of digenetic trematodes of Vertebrates]. Keigaku Publishing Co. 79 Programa de prevencion y rehabilitacion de fauna marina empetrolada (Resolución Nº 25/08 MAyCDS) Romina Veronica Sardi1,2 1 Ministerio de Ambiente y Control Del Desarrollo Sustentable- Provincia del Chubut, Argentina; 2 Email: [email protected] INTRODUCCIÓN El Programa de Prevención y Rehabilitación de Fauna Marina Empetrolada se presenta como proyecto ante el Ministerio de Ambiente y Control del Desarrollo Sustentable de la provincia y surge de las experiencias obtenidas en el manejo de fauna marina en situaciones de emergencia a causa de derrames de hidrocarburos acaecidos en la provincia del Chubut, que denotaron la carencia de infraestructura, equipamiento, formación técnica-profesional en el manejo de fauna en estas situaciones. Mediante Resolución Nº 25/08 MAyCDS se crea el Programa de Prevención y Rehabilitación de Fauna Marina Empetrolada, generándose el marco institucional necesario para la implementación de un programa que permita contar con la infraestructura móvil mínima e indispensable para la atención primaria de fauna afectada. La provincia del Chubut se encuentra ubicada entre los paralelos 42º y 46º de latitud sur, limitando hacia el oeste con la cordillera de los Andes y hacia el este con el océano Atlántico. Tanto en las costas como en las aguas litorales se encuentran distintas especies faunísticas entre las que se destacan lobos, leones y elefantes marinos; cetáceos como ballena franca austral, orca y toninas; pingüinos y gran variedad de aves marinas. Asimismo, cuenta con reservas naturales principalmente en Península Valdés con una de las colonias reproductivas de pingüinos de Magallanes (Spheniscus magellanicus) más grandes del mundo en la reserva faunística de Punta Tombo y el Parque Marítimo Costero al norte del Golfo San Jorge, que se extiende desde 40-50 km al norte de la ciudad de Comodoro Rivadavia llegando a la altura de la localidad de Camarones, abarcando más de 100 km de costa, lecho marino y aguas, con más de 40 islas donde se reproducen, alimentan y migran 38 especies de peces, numerosas aves y mamíferos marinos. Por otro lado, la principal actividad económica de la provincia se basa en la explotación de hidrocarburos fósiles no renovables (petróleo y gas butano). La actividad petrolera comenzó en Argentina en 1907 tras el descubrimiento de importantes yacimientos en Comodoro Rivadavia. Esta actividad de gran importancia para la economía, impacta en la producción industrial y agrícola, en el consumo popular, entre otros sectores, por ello se toma a este recurso natural y a tantos otros como insumos estratégicos. Los Yacimientos petrolíferos distribuyen su producto a 80 distintas regiones a través de diferentes vías entre ellas la navegación. Para ello se realizan maniobras de carga, transporte y descarga de petróleo entre distintos puertos de la costa argentina, produciéndose en muchas ocasiones, por malas maniobras y/o accidentes, el derrame del hidrocarburo a lo largo de la costa atlántica, generándose distintos grados de contaminación. Esto afecta al ambiente en general y por ende a las especies que habitan él, causando grandes daños a la fauna de nuestra región. PROBLEMÁTICA Comodoro Rivadavia, presenta una economía basada en extracción de petróleo e industrias pesqueras, posee un puerto con movimientos de barcos de diversos calados y boyas para suministro de hidrocarburo a buques de transporte. Por las actividades y la diversidad de fauna marino/costera presente, es un área altamente sensible, que hace que sea necesario contar con un plan de emergencia para situaciones de afectación de la fauna. Antecedentes de derrames de hidrocarburos con afectación de fauna marina en Chubut: • • • • 1991- Derrame de hidrocarburo entre Punta Norte y Cabo Dos Bahías por accidente de buque petrolero. Afectación masiva de pingüinos magallánicos. 2007- Derrame de hidrocarburo en Caleta Córdova. Afectación de diversas especies de aves marinas. 2008- Derrame de hidrocarburo en las costas de Caleta Córdova por fuga en monoboya. No hubo aparición de fauna afectada. 2010 y 2011- Pingüinos afectados con hidrocarburos en las costas. Península Valdéz y Punta Tombo. CREACIÓN DEL PROGRAMA DE PREVENCIÓN Y REHABILITACIÓN DE FAUNA MARINA EMPETROLADA Se presenta un proyecto con el fin de mejorar la formación técnica y profesional en el manejo de fauna en situaciones de emergencia y contar con infraestructura y medios adecuados. Mediante Resolución Nº 25/08 MAyCDS se crea el Programa de Prevención y Rehabilitación de Fauna Marina Empetrolada. Los objetivos incluyen contar con infraestructura y equipamiento de fácil traslado para atención de fauna afectada con hidrocarburo. Dentro de los objetivos específicos se destacan: Construir un centro móvil para rehabilitación de fauna marina empetrolada y equiparlo con los materiales necesarios; Capacitar a la comunidad en el manejo del centro y de la fauna marina; Establecer el financiamiento para construcción y equipamiento del centro; Designar el lugar de 81 guarda y personal encargado del manejo del centro; Elaborar planes de contingencia y protocolos de respuesta ante eventuales derrames de hidrocarburo en la provincia y puesta a disposición para formar parte del Plan Nacional de la Prefectura Naval Argentina. Para el financiamiento del proyecto se contará con la participación de empresas privadas, aportes del estado provincial, gestión para financiamiento nacional e internacional y creación de convenios con interesados. CONCLUSIÓN Se ha logrado dar el marco institucional al programa mediante la Res. Nº 25/08MAyCDS. Se cuenta a la fecha con los contenedores marítimos donde se montará la infraestructura como también con diversos materiales que han sido donados por empresas y organismos interesados en el proyecto. Se sigue avanzando en las gestiones para que el centro móvil sea una realidad que permita contar en la provincia con una herramienta a fin de poder atender casos de emergencia en donde se vea involucrada fauna marina por derrames de petróleo. Se ha incluido el programa dentro de la red de fauna costera de la provincia, en el marco de la cual se han efectuado reuniones con representantes de diversos organismos y fuerzas de seguridad a fin de ir concretando la creación de planes de acción para cada caso particular y se ha distribuido folletería informativa realcionada a la aparición de fauna en las costas. El hombre no está exento de cometer errores y aun así, contando con la mayor prevención y recaudos se pueden suceder accidentes que causen desastres ecológicos de gran magnitud, para los que hay que estar preparados en todos los aspectos. AGRADECIMIENTOS A las personas que colaboraron y me brindaron su apoyo durante la elaboración del proyecto y también a aquellas que me transmitieron sus conocimientos y experiencia durante los sucesos vividos y me permitieron participar em los mismos adquiriendo el interés necesario para llevar adelante este proyecto: Nicolás Coluccio, Julia Perez Krenek, Jorgelina Caponero, Roberto Jure, Marcelo Ávila, Sergio Rodriguez Heredia, Valeria Ruoppolo, Rodolfo Pinho da Silva-Filho, Carla Poleschi. A las empresas e instituciones que realizaron aportes al proyecto: MIDA S.R.L.; ENAP SIPETROL ARGENTINA S.A.; MARES & CIELOS S.A.; CARITAS DIOCESANA COMODORO RIVADAVIA- Padre Juan Corti; TECPETROL S.A. 82 SITIOS WEB DE INTERES Fundación Mundo Marino - www.fundmundomarino.com.ar Fundación Patagonia Natural - www.patagonianatural.org Fundación Cethus - www.cethus.org International Fund for Animal Welfare - www.ifaw.org International Bird Rescue - www.Bird-Rescue.org REFERENCIAS Heredia S.A.R., Alvarez C.K., Loureiro, J.D. 2008. Aves marinas empetroladas. Guía para su manejo y atención. Fundación Mundo Marino, San Clemente del Tuyú, Argentina. Secretaria de Ambiente y Desarrollo Sustentable, Dirección de Recursos Ictícolas y Acuícolas. 2002. Manual de Recomendaciones para el rescate de aves, tortugas y mamíferos marinos. Buenos Aires, Argentina. United States Fish and Wildlife Service. 2003. Best practices for migratory bird care during oil spill response. International Petroleum Industry Enviromental Conservation Association. 2000. Guidelines on biological impacts of oil pollution. International Petroleum Industry Enviromental Conservation Association/Energy Institute/Centre of Documentation, Research and Experimentation on Accidental Water Pollution. 2004. Guidelines for oil spill waste minimization and management. International Petroleum Industry Enviromental Conservation Association. 2004. A guide to oiled wildlife response planning. Ruoppolo V., Callahan B., Holcomb J. 2005. Eider oil spill Antofagasta, Chile. Wildlife Rehabilitation Summary Report, November 2005. 83 Análise da sazonalidade dos animais recebidos no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) num período de 17 anos Andréa Corrado Adornes1, Aryse Moreira Martins1,4, Silvia Bainy Gastal1, Vanessa Marques Pedroso1, Lauro Barcellos1, Rodolfo Pinho da Silva-Filho1,2,3 1 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 2 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 3 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 4 Email: [email protected] RESUMO O Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) recebe todos os anos uma grande diversidade de fauna marinha. O objetivo desse trabalho foi caracterizar a sazonalidade dos diferentes grupos de animais marinhos recebidos no CRAM-FURG num período de 17 anos. Foi realizado o levantamento do mês de ingresso dos animais recebidos de julho de 1995 a junho de 2012, os quais foram classificados pelos diferentes grupos taxonômicos. Dos animais marinhos incluídos neste trabalho, (61%) eram Sphenisciformes, (13%) tartarugas-marinhas, (12%) Charadriiformes, (7%) pinípedes, (6%) Procellariiformes e (1%) cetáceos. Os Sphenisciformes tiveram predominância característica nos meses de inverno, apresentando dois picos distintos: em junho com 362 animais, e em outubro com 463 indivíduos. O grupo representado pelas tartarugas-marinhas não seguiu um padrão de sazonalidade, ocorrendo ao longo de todo o ano, com pico máximo em maio. Ao se analisar os dados referentes aos Charadriiformes, observou-se que essas aves são recebidas no Centro durante todo o ano, sendo o verão a estação de maior abundância. Em relação aos pinípedes, observou-se ocorrência crescente a partir dos meses de inverno, atingindo pico máximo em setembro. A curva de frequência dos Procellariiformes, mostra que estes ocorrem em todos os meses, apresentando pico máximo em maio. Os cetáceos apresentaram maior prevalência no mês de novembro. O conhecimento da predominância de ocorrência de determinados grupos de acordo com a época do ano, permite o planejamento logístico e das atividades do CRAM-FURG a fim de proporcionar aos animais, manejo e tratamento adequados. Agradecimentos: Aos colegas do Centro de Recuperação de Animais Marinhos, voluntários e colaboradores. 84 Análise do conteúdo estomacal de lobo-marinho sul americano (Arctocephalus australis) encalhados na costa Sul do Rio Grande do Sul Thaise Lima de Albernaz1,3, Emanuel C. Ferreira1,2, Eduardo R. Secchi1 1 Laboratório de Ecologia e Conservação da Megafauna Marinha (ECOMEGA), Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 2 Programa de Pós-graduação em Oceanografia biológica, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 3 Email: [email protected] RESUMO O lobo-marinho sul americano (Arctocephalus australis) nos meses de inverno e primavera realiza movimentos de dispersão pós-reprodutivos, usando regularmente o litoral do RS como área de alimentação e descanso. Entretanto, pouco se conhece sobre os hábitos alimentares de A. australis na costa Sul do RS. Compreender a alimentação desses indivíduos, determinando os itens mais importantes na dieta, contribui para o conhecimento sobre sua ecologia e sobre a demanda alimentar de indivíduos em reabilitação. Para isso, foi feita a análise dos conteúdos estomacais de indivíduos de A. australis encontrados mortos no litoral sul do RS, no período de 2009-2011. Os animais apresentavam comprimento total médio de 112,1 cm, (D.P. = 30,6). O conteúdo estomacal de 58 A. australis (23 machos, 19 fêmeas e 16 indeterminados) foi analisado. Para a triagem dos conteúdos, foi utilizada uma peneira com malha de 200 µm. Itens alimentares como otólitos e bicos de lula foram conservados para identificação. A coleta dos animais ocorreu durante o inverno (n=37), primavera (n=16), outono (n=04) e verão (n=01). Onze estômagos apresentaram bicos de cefalópodes, pertencentes a duas famílias: Omastrephidae e Loliginidae, representadas pelas espécies Illex argentinus e Loligo sanpaulensis. Em dois estômagos foram encontrados peixes teleósteos, pertencentes às famílias Balistidae e Sciaenidae representadas pelas espécies Balistes capriscus e Stellifer rastrifer. Havia dois estômagos com uma pequena quantidade de plástico, dez com estruturas não identificadas e 33 foram encontrados vazios. Os resultados sugerem que o A. australis é uma espécie generalista, alimentando-se de espécies com maior disponibilidade no ambiente. Agradecimentos: Ao CNPQ, YAQU PACHA e CRAM-FURG. 85 Hábito alimentar do leão-marinho-do-sul (Otaria flavescens) na costa sul do Rio Grande do Sul Thaise Lima de Albernaz1,3, Emanuel C. Ferreira1,2, Eduardo R. Secchi1 1 Laboratório de Ecologia e Conservação da Megafauna Marinha (ECOMEGA), Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 2 Programa de Pós-graduação em Oceanografia biológica, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 3 Email:[email protected] RESUMO O Leão-Marinho-do-Sul (Otaria flavescens) se distribui na região costeira da América do Sul e pode ser encontrado nos molhes de Rio Grande, ocorrendo principalmente nos meses de outono e primavera. O estudo teve como objetivo conhecer os hábitos alimentares de O. flavescens encontrados na costa do Rio Grande do Sul (RS), permitindo uma melhor compreensão sobre a ecologia alimentar da espécie. Para esta finalidade, foram coletados os conteúdos de 19 estômagos de animais encalhados entre 2008-2010. Os conteúdos foram triados sobre uma peneira com malha de 200µm. Estavam presentes nos estômagos itens alimentares como mandíbulas, otólitos, cristalinos, exoesqueletos e bicos de cefalópodes. Dentre os itens não alimentares, encontraram-se gastrólitos, linhas de nylon, madeira, papelão e plástico. Otólitos foram identificados por meio de comparações com as coleções de referência do Laboratório de Recursos Demersais da FURG. O número máximo de otólitos direitos ou esquerdos foi considerado como número mínimo de peixes ingeridos em cada estômago. As principais presas foram peixes ósseos, seguidos de elasmobrânquios, cefalópodes e crustáceos. Dentre estes grupos, os que apresentaram maior frequência de ocorrência foram Micropogonias furnieri, Paralonchurus brasiliensis e Urophycis brasiliensis com 26,66% cada. Com maior porcentagem numérica foram P. brasiliensis (29,96%), M. furnieri (14,67%) e Umbrina canosai (12,84%). Para biomassa, M. furnieri (59,29%), Cynoscion guatucupa (11,17%) e Menticirrhus americanus (10,04%). Já para o índice de importância relativa, P. brasiliensis (800,93), M. furnieri (407,24) e U. canosai (257,19). Os resultados apresentados sugerem que O. flavescens é uma espécie generalista, alimentando-se de espécies de peixes costeiros e predominantemente demersais. Agradecimentos: Ao CNPQ, YAQU PACHA e CRAM-FURG. 86 Ocorrência de Cryptosporidium spp. em pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) Carolina Silveira Braga1,2, Lívia Eichenberg Surita1, Mariana Caetano Teixeira1, Alessandra Guizzo da Rocha1, Juliana Bisol1, Marcelo Meller Alievi1, Flávio Antônio Pacheco de Araujo1 1 Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – FAVET-UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil; 2 Email: [email protected] RESUMO O pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) é a espécie de pinguim mais comumente encontrada em águas brasileiras, sendo frequente a ocorrência de encalhes. Os indivíduos resgatados, petrolizados ou não, geralmente apresentam sinais clínicos de desidratação, hipotermia e subnutrição. Diversas doenças associadas a patógenos locais e aos fatores estressantes do cativeiro e da captura podem interferir no processo de reabilitação destes animais. Cryptosporidium spp. é um protozoário pertencente ao filo Apicomplexa, geralmente inócuo, mas oportunista, que se torna patogênico em hospedeiros imunodeprimidos. A criptosporidiose tem sido associada a surtos de diarréia em um grande número de espécies de aves, répteis e mamíferos e, devido ao parasita não apresentar especificidade de hospedeiro, pode ocorrer infecção zoonótica entre os animais atendidos pelos centros de reabilitação e o homem. A transmissão é direta por via fecal-oral e os oocistos eliminados nas fezes podem ser veiculados pela água, pelos alimentos ou pela poeira e são resistentes a muitos desinfetantes iodados, clorados e mesmo ao formol a 5%. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ocorrência de amostras positivas para Cryptosporidium spp. em pinguins-de-Magalhães através da técnica de esfregaço de fezes com coloração Ziehl-Nielsen. Amostras de 26 indivíduos foram coletadas após a defecação, acondicionadas em frascos com formol a 10%, identificadas individualmente e encaminhadas ao Laboratório de Protozologia/UFRGS para processamento. Foram observados oocistos em amostras de 19% dos animais, nenhum com histórico de diarréia. Apesar da análise ter sido realizada em um grupo pequeno de animais, o fator zoonótico da infecção é importante e precisa ser mais estudado. Agradecimentos: Agradeço ao Núcleo de Conservação e Reabilitação de Animais Silvestres (PRESERVAS) e ao Laboratório de Protozoologia da UFRGS. 87 Helminthological fauna of Magellanic penguins (Spheniscus magellanicus) on the Brazilian coast Martha Lima Brandão1,2,3, Karina Braga1, Tomas Scholz1, Aneta Kostadinova2, José Luis Luque1 1 Laboratório de Parasitologia de Peixes, Departamento de Parasitologia Animal, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 2 Institute of Parasitology, Biology Centre of the Academy of Sciences of the Czech Republic, Prague, Czech Republic; 3 Email: [email protected] ABSTRACT Dead Magellanic penguins (Spheniscus magellanicus) were collected on the beaches of the Lagos Region in the state of Rio de Janeiro, Brazil (approx. 22°45'S, 42°15'W) during the winters of 2008 and 2010 and also some penguins from Rio Grande do Sul and Sergipe were included in this study. A total of 87 birds were examined for gastrointestinal parasites. Gastrointestinal tracts of freshly died birds were isolated and kept frozen until examination. Adult mature helminths founded were: two Nematodas (Contracaecum pelagicum e Capillaria sp.), one Cestoda (Tetrabothrius lutzi), one Acanthocephala (Corynosoma australe) and six Digeneas (Mesostephanus odhneri, Posthodiplostomum macrocotyle, Stephanoprora uruguayense, Ascocotyle (Phagicola) longa, Ascocotyle (Phagicola) sp., Cardiocephaloides physalis). Five of those species are new records for penguins and three are new records in its geographic distribution. Posthodiplostomum macrocotyle and Stephanoprora uruguayense are probably accidental infections once it has fresh water life cycles. The founding of some helminth species in this study reinforces the feeding habit of Magellanic penguins that is known to be opportunist. During migration penguins feed on fishes that are not common in its diet and, that are intermediate hosts of helminths that has as definitive host eat fishing birds. Life cycle of these helminths is completed with penguins as accidental hosts, even they are not the normal definitive host, the parasite can complete its life cycle. Acknowledgements: We thank the students and researchers that helped in collecting the penguins: Claudia Maribel Vega (PUC-Rio); Jailson Fulgencio de Moura, Victor Silveira, Estéfane Cardinot and Thais Sholl (Fiocruz, RJ), Karina Braga (UFRRJ) and the staff of CRAM (Centro de Recuperação de Animais Marinhos - FURG): Ralph Eric Thijl Vanstreels, Silvia Gastal, Pedro Bruno-Filho, Rodolfo P. Silva-Filho. Thanks to Francisco Montero from Universitá de Valencia, Spain. This study was supported by the Czech Science Foundation grant P505/12/G112 (AK, TS) and by CAPES and CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico) grants from Brazil. 88 Ocorrência, reabilitação e causas de mortalidade de aves marinhas resgatadas no litoral do Rio Grande do Norte e Ceará, Brasil Ana Paula Domingos Brito1,5, Márcia Aparecida Bergamini1, Thiago Emanoel Bezerra da Costa1, Ana Emília B. de Alencar1, Antonio Carlos Amâncio2, Carlos Iberê Alves Freitas3, Ana Bernadete Lima Fragoso1,4, Flávio José de Lima Silva1,4 1 Projeto Cetáceos da Costa Branca, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Mossoró, RN, Brasil; 2 Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos - AQUASIS,Caucaia, CE, Brasil; 3 Universidade Federal do Semi-Árido – UFERSA,Mossoró, RN, Brasil; 4 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Mossoró, RN, Brasil; 5 Email: [email protected] RESUMO Os dados de aves marinhas do Brasil são geralmente baseados na ocorrência e reprodução em ilhas costeiras pelo litoral, capturas em atividades de pesca, impactos antrópicos, aspectos biológicos de animais mortos nas praias e censos no mar. Este trabalho teve como objetivo reportar a casuística, reabilitação e causa mortis de aves resgatadas pelo Projeto Cetáceos da Costa Branca - UERN, no litoral leste do Ceará e oeste do Rio Grande do Norte, nos anos de 2010 e 2011. Durante monitoramento de praias, foram registrados no setor veterinário 16 aves marinhas, sendo 2 Calidris pusilla, 1 Calidris minutilla, 1 Spheniscus magellanicus, 2 Sterna hirundo, 2 Sterna dougalli, 1 Fregata magnificens, 4 Calonectris borealis, 1 Rynchops niger, 1 Sula leucogaster e 1 Actitis macularius. Destas ocorrências, 88% eram adultos e 12% imaturos. Dentre os sinais clínicos apresentados, 37% dos indivíduos estavam emaciados, 38% foram diagnosticados com infecção no trato gastrointestinal, 31% com fratura óssea, 12,5% lesão traumática, 12,5% inanição e 6% anemia grave. Parte das aves resgatadas vivas (40%) foram liberadas ou translocadas para centros especializados após reabilitação. O tempo médio de reabilitação em 2010 foi de seis dias e em 2011 de treze dias. As causa mortis dentre os necropsiados foram 40% relacionadas a condições patológicas, representadas por casos de endotoxemia (50%), inanição (25%) e anemia grave (25%). Dados provenientes de exames ante e post mortem são de vital importância para aumento do conhecimento sobre enfermidades que afetam as aves marinhas na costa brasileira. Agradecimentos: Agradecemos aos monitores e técnicos do PCCB-UERN e AQUASIS, às comunidades e instituições locais pelas comunicações de registros, à Universidade Federal do Semi-Árido pela realização de exames e ao Centro de Recuperação de Animais Marinhos – CRAM-FURG pelo recebimento de um pingüim para soltura. Projeto de Condicionante Ambiental – Petrobrás RN/CE. 89 Ocorrência, reabilitação e causas de mortalidade de tartarugas-marinhas resgatadas no litoral do Rio Grande do Norte e Ceará, Brasil Ana Paula Domingos Brito1,5, Márcia Aparecida Bergamini1, Thiago Emanoel Bezerra da Costa1, Ana Emília B. de Alencar1, Antonio Carlos Amâncio2, Carlos Iberê Alves Freitas3, Ana Bernadete Lima Fragoso1,4, Flávio José de Lima Silva1,4 1 Projeto Cetáceos da Costa Branca, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Mossoró, RN, Brasil; 2 Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos - AQUASIS,Caucaia, CE, Brasil; 3 Universidade Federal do Semi-Árido – UFERSA,Mossoró, RN, Brasil; 4 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Mossoró, RN, Brasil; 5 Email: [email protected] RESUMO Este trabalho teve como objetivo reportar casuística, principais sintomas e causas de morte de quelônios resgatados e reabilitados pelo Projeto Cetáceos da Costa BrancaUERN, no litoral oeste do Rio Grande do Norte e leste do Ceará, nos anos de 2010 e 2011. Em dois anos de monitoramento periódico foram registrados no setor veterinário 101 ocorrências de quelônios, sendo 86 Chelonia mydas, 10 Eretmochelys imbricata, 3 Caretta caretta, 1 Dermochelys coriacea e 1 Lepidochelys olivacea, além de um ninho com 23 filhotes vivos desta última espécie. Os quelônios registrados com quadros graves de caquexia ou emaciação chegaram mortos ou vieram a óbito. Dentre a sintomatologia apresentada foram diagnosticados 32% de desidratação, 25% ingestão de lixo, 22% acúmulo de gases no trato gastrointestinal, 11% pneumonia, 8% presença de fibropapiloma, e 2% com amputação de membros por interação antrópica. Dos casos de quelônios resgatados vivos 14% foram reintroduzidos após resgate e reabilitação e 3% permaneceram em tratamento. O tempo médio de reabilitação foi de 34 dias. Os animais necropsiados apresentaram causa mortis relacionados a causas antrópicas (57%), como a ingestão de lixo, e patológicas (43%), entre elas fibropapilomatose e endotoxemia. A maioria dos indivíduos estava acometida por mais de uma patologia. Mais de 91% dos quelônios que vieram a óbito por ingestão de lixo apresentaram também desordens patológicas como fecaloma e endotoxemia. Exames em tartarugas marinhas enfermas proporcionam informações importantes sobre doenças e ameaças sofridas por tais espécies. Agradecimentos: Agradecemos aos monitores e técnicos do PCCB-UERN e AQUASIS, às comunidades costeiras e instituições do Rio Grande do Norte e Ceará pelas comunicações de registros e à Universidade Federal do Semi-Árido - UFERSA pela realização de exames. Projeto de Condicionante Ambiental – Petrobrás RN/CE. 90 Reabilitação de pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) resgatado no litoral do Ceará, Brasil Ana Paula Domingos Brito1,6, Márcia Aparecida Bergamini1, Rosemary Dayse Salustiano Barros1, Thaís de Godoy1, Francisco Carlos Pereira Nascimento1, Ana Emília B. de Alencar1, Thiago Emanoel Bezerra da Costa1, Rodolfo Pinho da SilvaFilho2,3,4, Ana Bernadete Lima Fragos1,5, Flávio José de Lima Silva1,5 1 Projeto Cetáceos da Costa Branca, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Mossoró, RN, Brasil; 2 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 3 IFAW International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 4 Aiuká - Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 5 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Mossoró, RN, Brasil; 6 Email: [email protected] RESUMO No dia 6 de agosto de 2011, um pinguim-de-Magalhães, Spheniscus magellanicus, foi encontrado vivo no mar do Ceará por pescadores, sendo mantido por três dias numa câmara frigorífica da embarcação, até ser levado para a praia da Barrinha Icapuí/CE. Resgatado pela equipe do Projeto Cetáceos da Costa Branca-PCCB/UERN, o pingüim estava apático, pesando 1,5 kg, desidratado, hipotérmico (36,5°C) e com fraqueza muscular, porém se apresentou responsivo ao toque e face plantar sem pododermatites. O tratamento inicial consistiu de seis sondagens gástricas diárias, intercalando hidratação e papa de peixe com vitaminas, protetor de mucosa, prebióticos e probióticos via sonda oral, tratamento preventivo para aspergilose e vermifugação. Foram realizados banhos matinais diários, evitando acúmulo de sujidades e obstrução da cloaca. No décimo dia o animal conseguiu erguer-se e um dia depois começou a caminhar, passando a ter acesso à piscina, para fortalecer a musculatura, e incentivar a higienização e organização da plumagem. As refeições foram reduzidas (3 ao dia), sendo ofertados peixes inteiros sem restrição de quantidade. No dia 23 de agosto de 2011, foi coletada amostra sanguínea, assim como swabs para exame microbiológico da glote e cloaca. Com resultados dentro dos padrões o tratamento foi mantido até indivíduo obter um peso de 3,8 kg. No dia 09 de setembro de 2011, foi realizada a translocação do espécime, por via aérea, para o Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG), localizado em Rio Grande/RS. Dois dias depois a soltura foi realizada juntamente com mais 20 indivíduos da mesma espécie na praia do Cassino - Rio Grande/RS. Agradecimentos: Agradecemos à Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos - AQUASIS pela comunicação do registro, ao Prof. Dr. Carlos Iberê Freitas pelos exames realizados na Universidade Federal do Semi-Árido e ao Centro de Recuperação de Animais Marinhos – CRAM-FURG pelo recebimento do animal para soltura. Projeto de Condicionante Ambiental – Petrobrás RN/CE. 91 Reabilitação e soltura de uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) sem nadadeiras peitorais resgatada no litoral leste do Ceará, Brasil Ana Paula Domingos Brito1,3, Márcia Aparecida Bergamini1, Rosemary Dayse Salustiano Barros1, Carolina Heredia Tosi1, Damião Nascimento Oliveira1, Francisco Carlos Pereira Nascimento1, Camilo Chagas Dantas1, Iraê Terra Guedes de Oliveira1, Thiago Emanoel Bezerra da Costa1, Ana Emília B. de Alencar1,2, Flávio José de Lima Silva1,2 1 Projeto Cetáceos da Costa Branca, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Mossoró, RN, Brasil; 2 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Mossoró, RN, Brasil; 3 Email: [email protected] RESUMO No dia 04 de janeiro de 2011, a equipe de resgate do Projeto Cetáceos da Costa Branca/UERN foi comunicada sobre o encalhe de uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), sub-adulta, na comunidade da Prainha do Canto Verde, município de Beberibe/CE, com 79 cm de comprimento e 76 cm de largura curvilínea da carapaça. O animal apresentava as nadadeiras peitorais amputadas, porém completamente cicatrizadas e foi encaminhado para a base de reabilitação localizada em Areia Branca/RN. O quelônio apresentava estado nutricional moderado, mucosa oral normocorada, peso estimado de 33 kg, sinais de cansaço, ruídos à auscultação pulmonar, desidratação e constipação. O sangue foi coletado para avaliação hematológica, onde foram observadas infecção generalizada e anemia. O tratamento foi baseado em antibioticoterapia, alimentação oral, fluidoterapia parenteral, administração de suplementos vitamínicos, antitóxico, antigases, enema e fisioterapia na piscina. Este visava melhorar a flutuabilidade e agilidade em emergir e submergir apenas com as nadadeiras posteriores. O tratamento efetuado culminou na evacuação de plásticos, melhor adaptação na natação e apetite. Dois meses depois, o indivíduo encontrava-se bastante ativo, demonstrando interesse por alimentos ofertados na piscina, defecando normalmente, e mergulhando com agilidade. Uma nova coleta de sangue foi realizada revelando dados hematológicos normais. No dia 12 de abril de 2011, às 6 horas da manhã, o animal foi transportado até a praia de Morro Pintado, município de Areia Branca/RN para a realização da soltura em área de recifes coralíneos com baixa profundidade. Monitoramentos diários em praias foram realizados na região, não havendo evidências de encalhe do animal. Agradecimentos: Agradecemos à comunidade da Prainha do Canto Verde, Beberibe/CE pela comunicação do registro e ao Prof.Dr. Carlos Iberê Freitas pelos exames realizados na Universidade Federal do Semi-Árido - UFERSA. Projeto de Condicionante Ambiental – Petrobrás RN/CE. 92 Ação integrada na resposta à emergência de pinguins-de-Magalhães atingidos por óleo na costa do Rio Grande do Sul no inverno de 2011 Paula Lima Canabarro1,5, Rodolfo Pinho da Silva-Filho1,2,3, Valeria Ruoppolo2,3,4, Lauro Barcellos1 1 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 2 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 3 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 4 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 5 Email: [email protected] RESUMO O Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) recebeu mais de 150 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) com o corpo coberto por óleo no inverno de 2011, o processo de reabilitação desses animais durou cerca de dois meses e foi uma ação conjunta, com a participação de várias instituições. A resposta foi coordenada pela equipe do CRAM-FURG e teve a ajuda voluntária de estudantes das universidades locais, e colaboração de técnicos já capacitados de outras instituições. Dois técnicos do Aquário de São Paulo e um estagiário do CETAS LELLO UNIMONTE (patrocinado pela Aiuká) passaram um mês auxiliando no manejo e tratamento dos animais, juntamente com cerca de 20 voluntários locais. Dois pósgraduandos do Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens da Universidade de São Paulo (LAPCOM-USP) colaboraram na coleta de amostras biológicas e exames laboratoriais. A operação contou com a participação dos técnicos do Parque Nacional da Lagoa do Peixe/ICMBio que resgataram a maioria dos pinguins no litoral médio do Rio Grande do Sul e transportaram até o centro de recuperação. A emergência também serviu de ensaio para cinco técnicos da Coordenação Geral de Emergências Ambientais (CGEMA-IBAMA), que vivenciaram a rotina de uma operação de resposta de fauna. A atuação integrada de profissionais de diferentes instituições em conjunto com a equipe técnica do CRAM-FURG proporcionou uma resposta rápida e eficiente, com troca de conhecimento, aprendizado e treinamento de profissionais e estudantes, afim de, formar uma grande equipe com condições de atender de forma exitosa, futuras emergências envolvendo fauna impactada por óleo no país. Agradecimentos: Agradecemos a equipe técnica do CRAM-FURG, aos voluntários que participaram da resposta, ao apoio da PETROBRAS, ao International Fund for Animal Welfare (IFAW) e em especial as instituições que disponibilizaram seus técnicos para o sucesso da operação. 93 Isolamento de bactérias dos gêneros Aeromonas spp. e Vibrio spp. em tartarugas marinhas encalhadas no litoral centro-norte do estado do Rio de Janeiro Maíra Duarte Cardoso1,4, Leila Soledade Lemos2, Dália dos Prazeres Rodrigues3, Roberta Laine3, Emily Moraes Roges3, Jailson Fulgêncio de Moura1,2, Carlos Alexandre Rey Matias1, Salvatore Siciliano2 1 Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente, ENSP/Fiocruz, Manguinhos, RJ, Brasil; 2 Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos), Departamento de Endemias, ENSP/Fiocruz, Manguinhos, RJ, Brasil; 3 Laboratório de Referência Nacional de Cólera e Outras Enteroinfecções Bacterianas, IOC/Fiocruz, Manguinhos, RJ, Brasil; 4 Email = [email protected] RESUMO As bactérias dos gêneros Vibrio spp. e Aeromonas spp. são autóctones de ambientes aquáticos, encontradas especialmente em ambientes costeiros e estuarinos. Algumas espécies pertencentes a estes gêneros podem causar doenças em animais ou em seres humanos e algumas são responsáveis por zoonoses. Neste estudo, quatro das cinco espécies de tartarugas marinhas de ocorrência no Brasil foram avaliadas (Chelonia mydas, n=62; Eretmochelys imbricata, n=4; Lepidochelys olivacea, n=2; e Caretta caretta, n=2). Entre os anos de 2008 e 2012, amostras microbiológicas de 70 tartarugas encalhadas, ainda vivas, foram coletadas pela equipe do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos, ao longo do litoral centro-norte do estado do Rio de Janeiro. Swabs cloacais, orais, oculares e, algumas vezes, de lesões e de carapaça foram coletados e encaminhados ao Laboratório de Referência Nacional de Cólera e Outras Enteroinfecções Bacterianas (LRNCEB/IOC/FIOCRUZ), com o objetivo de detectar bactérias dos gêneros Vibrio spp. e Aeromonas spp. Bactérias do gênero Vibrio spp. foram isoladas em 87% dos indivíduos, onde as espécies mais comuns foram Vibrio fluvialis, Vibrio alginolyticus e Vibrio coralliilyticus, respectivamente. 45% dos animais amostrados apresentavam bactérias do gênero Aeromonas spp. em seus tecidos, sendo Aeromonas caviae a espécie mais relevante nos achados. Conhecer estas bactérias pode auxiliar no tratamento de animais em reabilitação, e como algumas destas bactérias podem ser causadoras de zoonoses, é importante que profissionais atuantes em reabilitação de fauna marinha tenham atenção e tomem as medidas necessárias para evitar contaminações. 94 Acciones de Fundación Patagonia Natural frente a los distintos problemas que afectan a la Fauna Marina em la Patagonia Franco Matias Corral1,3, Julián Andrejuk1,2, Oscar Ernesto Biagioni1 1 Proyecto SIAPCM (ARG 10/G47 GEF-PNUD) – Fundación Patagonia Natural, Puerto Madryn, Chubut, Argentina; 2 Veterinaria Peumayen Puerto Madryn, Chubut, Argentina; 3 Email: [email protected] RESUMEN La Fundación Patagonia Natural (FPN) cuenta con un grupo especializado en el rescate y rehabilitación de fauna silvestre, conformado por veterinarios y biólogos, a los que se suma un grupo de voluntarios con experiencia. En su sede en Puerto Madryn, posee un pequeño centro de rescate, con el equipamiento necesario para la atención y recuperación de fauna a pequeña escala (animales con sunchos, enmalles en redes de pesca, heridas de bala, anzuelos, afectadas por hidrocarburos, etc.). Desde su creación, hace 22 años, FPN ha participado de cinco eventos de empetrolamientos de aves de gran importancia en las costas de nuestro país: En 1991: desde Punta Norte hasta Cabo dos Bahías, en Chubut; en 2005 y 2006: Cabo Vírgenes, en Santa Cruz; en 2007: Caleta Córdova y Comodoro Rivadavia, en Chubut; en 2010: Caleta Valdés, Estancia San Lorenzo y Punta Tombo, en Chubut. Fuera de las contingencias a gran escala, el área de rescate trata en promedio 40 a 60 animales al año. En los casos en que la fauna se ve afectada por causas antrópicas, más cuando son de gran magnitud, la presión de respuesta sobre las autoridades de aplicación gubernamentales, ONGs y otros organismos referentes es intensa; en muchos de los casos se necesita reforzar la preparación, capacitación y recursos para enfrentar este tipo de problemas. Considerando esto, en el marco del Proyecto SIAPCM (ARG 10/G47 GEF-PNUD), FPN invierte en mejorar la capacitación del personal involucrado (guardafaunas, prefectura naval argentina, guardaparques, etc.) en las cinco provincias costero-marinas de Argentina. Agradecimientos: Se agradece a los Voluntarios de FPN por el apoyo y el trabajo que han realizado a los largo de estos años. Y especialmente a IFAW, Carla Poleschi y Romina Sardi por su ayuda y participación durante los grandes eventos de rescate y rehabilitación de fauna en los que a intervenido FPN. 95 Centro de Rescate de Fauna Marina Buin Marino, Chile, 2007-2012 I. Hernández Alonso1, J Gutiérrez Domínguez1,2, G. Rodríguez Ban1 1 Centro de Rescate de Fauna del Buin Marino, Parque Zoológico Buin Zoo, Buin, Región Metropolitana de Santiago, Chile;2 Email: [email protected] RESUMEN El Centro de Rescate Buin Marino fue operado por la empresa Espectáculos Mundomar Ltda., funcionó entre los años 2007 y 2012 dentro de las instalaciones del Zoológico Buin Zoo en Santiago de Chile. Durante esos 4 años ingresaron 179 ejemplares para su rehabilitación. Las especies que ingresaron fueron: Pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti), Rey (Aptenodytes patagonicus), Magallanes (S. magellanicus) y Macaroni (Eudyptes chrysolophus), León Marino Sudamericano (Arctocephalus australis), Lobos Marinos Finos de Juan Fernández (A. philippii), Antártico (A. gazella) y Subantártico (A. tropicalis), Foca Leopardo (Hydrurga leptonyx) y de Weddell (Leptonychotes weddellii), Nutria Marina (Enhydra lutris), Tortuga Olivácea (Lepidochelys olivacea), Delfín Común (Delphinus delphi) y Marsopa Espinosa (Phocoena spinipinnis). El 72% de los ejemplares murieron o se les practicó eutanasia. Se buscó siempre dar un sentido a esas muertes, desde el punto de vista científico y de conservación. Al practicar necropsias y tomar muestras los ejemplares se convirtieron en una fuente de conocimiento. Un 10 % de los ejemplares que ingresaron al Centro, se rehabilitaron, pero por diversas causas como impronta, fracturas, amputaciones, heridas que afectan su impermeabilidad y ceguera no pudieron ser reinsertados a su medio natural y permanecen en cautiverio con fines de educación, investigación y divulgación. El porcentaje de liberación correspondió al 17,8%, ésta es la culminación exitosa de toda rehabilitación. Se liberaron ejemplares de Pingüino de Magallanes, Humboldt y Macaroni, Lobo Marino Fino, León Marino Sudamericano y Foca Leopardo. Las personas que colaboraron y trabajaron en el Centro de Rescate de Buin Marino han demostrado el interés de dar continuidad al trabajo realizado y están desarrollando otros proyectos de conservación del ecosistema marino y de rescate y rehabilitación de la fauna marina de Chile. 96 Diagnóstico de fusariose em pneumonia granulomatosa de tartaruga verde (Chelonia mydas) por imunohistoquímica: Primeiro relato no Brasil Gustavo Henrique Pereira Dutra1,4, M. R. Werneck2, H. E. Jensen3 1 Aquário Municipal de Santos, Santos, SP, Brasil; 2 BW Laboratório Veterinário, Ubatuba, SP, Brasil; 3 Department of Pathobiology, University of Copenhagen, Copenhagen, Denmark; 4 Email: [email protected] RESUMO Micoses sistêmicas não são incomuns em tartarugas marinhas e são caracterizadas pela presença de granulomas epitelióides com células gigantes periféricas e monócitos infiltrando tecido pulmonar. Agentes como Aspergillus, Penicillium, Fusarium, e Paecilomyces estão implicados em casos de pneumonia fúngica. A hipotermia, comum em tartarugas marinhas de vida livre, suprime o sistema imunológico, permitindo que saprófitas tornem-se patogênicos; variações sazonais ocorrem no sistema linfóide com diminuição de imunoglobulinas no frio. Uma Chelonia mydas foi admitida para reabilitação no Aquário Municipal de Santos com caquexia, prostração e muitos epibiontes. A despeito do tratamento utilizado, o animal morreu e na necrópsia os pulmões mostraram cinco grandes granulomas em cada lobo, firmes e crepitantes quando cortados. Fragmentos de pulmão foram processados histologicamente e corados com hematoxilina-eosina, Ziehl-Nielsen e ácido periódico-Schiff. A imunohistoquímica foi utilizada para identificar o agente etiológico, utilizando anticorpos monoclonais e policlonais. Ao exame histopatológico, foi observada pneumonia granulomatosa com presença de hifas septadas ramificadas, dicotômicas e dispostas radialmente. Células gigantes, fibrose intensa e células mononucleares em torno dos granulomas foram evidenciados em HE e PAS. Todas as hifas foram identificadas como Fusarium, devido à reatividade de um anticorpo policlonal obtido heterologamente contra antígenos somáticos de Fusarium. Micoses sistêmicas são difíceis de diagnosticar clinicamente e, geralmente, são diagnosticadas por histopatologia ou cultura, no entanto, as hifas apresentam-se muito semelhantes, exigindo uma técnica de imunohistoquímica para sua evidenciação em tecido embebido em parafina. Naquele ano, a temperatura média da superfície do mar foi de 14 ºC, associada a La Niña e a ressurgência de águas frias, possivelmente resultando em águas mais frias e imunidade comprometida. 97 Registros de encalhe de tartarugas marinhas no Litoral Sul de São Paulo, Brasil Mariana Bertoldi Ebert1,3, Daiana Proença Bezerra1,2, Ana Paula de Souza Maistro1 1 Instituto de Pesquisas Cananéia, Cananéia, SP, Brasil; 2 Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil; 3 Email: [email protected] RESUMO Encalhes de animais marinhos proporcionam dados valiosos a respeito da mortalidade dos mesmos. O litoral sul do estado de São Paulo recebe a visita das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem na costa brasileira, sendo o Complexo Estuarino-Lagunar de Cananéia uma área de alimentação para Chelonia mydas juvenis. De janeiro de 2010 a junho de 2012, foram realizados monitoramentos sistemáticos nas praias da Ilha Comprida (74 km) e na praia de Itacuruçá (5 km), Ilha do Cardoso, a fim de encontrar tartarugas marinhas encalhadas. Os animais foram analisados com relação ao tamanho da carapaça, presença de fibropapiloma e sazonalidade dos encalhes. Durante os monitoramentos, foram encontradas 340 tartarugas marinhas encalhadas. Dessas, 14 foram encontradas vivas, porém em estado de letargia. Chelonia mydas representou 71% dos encalhes (média ± D.P. = 38.2 ± 6.5 cm), Caretta caretta 24% (74.7 ± 11.4 cm), Lepidochelys olivacea 2% (61.2 ± 6.1 cm), Eretmochelys imbricata 1% (40.4 ± 12.6 cm), Dermochelys coriacea 1% (105.5 ± 10.7 cm) e não identificadas representaram 1%. Ainda foi encontrada uma tartaruga aparentemente híbrida (C. caretta e C. mydas; CCC = 38.5). As C. mydas com fibropapiloma representaram 2% dos animais encalhados dessa espécie. A maior frequência dos encalhes foi observada nos meses de inverno (46%), seguida pelos meses de primavera (26%), outono (19%) e verão (9%). Estes dados contribuem para o desenvolvimento de estratégias efetivas de manejo e conservação das tartarugas marinhas na região. Agradecimentos: As autoras agradecem ao IPeC e todos seus pesquisadores que colaboraram com o desenvolvimento da pesquisa. 98 Primer registro confirmado histopatologicamente de papilomatosis en tortuga verde (Chelonia mydas) juvenil en Uruguay Virginia Ferrando1, Deborah Cesar2, Javier de Leon3, Fernando Cirilo4 1 ONG Karumbé, Montevideo, Uruguay; 2 Profesional liberal, Montevideo, Uruguay; 3 Facultad de Veterinaria. Universidad de la República – UDELAR, Montevideo, Uruguay; 4 Zoologico de Villa Dolores, Montevideo, Uruguay; 5 Email: [email protected] RESUMEN El 2 de julio del 2010 vara en Punta del Diablo, Rocha, una tortuga verde (Chelonia mydas) juvenil de 44,6 cm de largo curvo estándar y 10,5 kg de peso. Presentaba buena condición corporal, levemente deprimida. No poseía problemas en la flotación, comía y defecaba. Mostró nódulos de superficie granular y textura rugosa de color negro/gris/rosa en el parpado secundario de ambos ojos cubriendo un área de aproximadamente 2 x 4 cm. En piel presentaba neoformaciones en cuello, zona axilar e inguinal de coloración negra y rosa, de forma verrugosa de 0,5 a 3 cm de diámetro aproximadamente. Los neoformaciones de piel y ojos fueron extirpados y colocados en formol al 10%. Para la inducción se utilizó ketamina (70 mg/kg) y se mantuvo con isofluorano 2%. La histopatología mostró una neoplasia del epitelio estratificado no cornificado, sobre un tejido conjuntivo muy vascularizado y células con pigmentación amarronada. En el epitelio se observó que la capa basal presenta una leve vacuolización intracelular, mientras que la capa espinosa presenta una hiperplasia importante, con crecimiento endofítico. Algunas células espinosas muestran un halo blanquecino rodeando a un núcleo hipercromatico. A nivel del tejido conjuntivo se presenta un leve a moderado exudado de células mononucleares con una disposición perivascular. Las observaciones histopatológicas señalan una neoplasia epidermica benigna compatible con un papiloma. Agradecimientos: A Haroldo Brum, por su ayuda y su dedicación, a todos los voluntarios que participaron de los tratamientos y a los funcionarios del Zoologico de Villa Dolores por su colaboración. 99 Rehabilitación de tortugas marinas en Uruguay (2001-2011) Virginia Ferrando1,5, Deborah Cesar2, Javier de Leon3, Fernando Cirilo4 1 ONG Karumbé, Montevideo, Uruguay; 2 Profesional liberal, Montevideo, Uruguay; 3 Facultad de Veterinaria. Universidad de la República – UDELAR, Montevideo, Uruguay; 4 Zoologico de Villa Dolores, Montevideo, Uruguay; 5 Email: [email protected] RESUMEN En Uruguay, desde el año 2001, existe una de Red de Varamientos y Rescate de tortugas marinas de la ONG Karumbé. Para ello cuenta con dos centros de rehabilitación, ubicados uno en La Coronilla, Rocha, cercano al Área Costero-Marina Protegida (Cerro Verde) y otro, a partir del año 2010, en el Zoológico de Villa Dolores (Montevideo). El ingreso de tortugas marinas a los centros de rehabilitación ha ido en aumento. De 1154 varamientos o capturas incidentales de tortugas marinas, 25,9% (n = 300) fueron tortugas vivas que se trasladaron a nuestros centros de rehabilitación. Del total, 279 fueron tortugas verdes juveniles (LSC = 40,4 cm; rango = 25,7 – 58,5 cm), 15 fueron tortugas cabezonas (Caretta caretta), tanto juveniles como subadultos (LSC = 59,4 cm; rango = 35,2 – 71,1 cm), 5 tortugas carey juveniles (Eritmochelys imbricata) (LSC = 36,0 cm rango = 27,6 – 33,7 cm) y una siete quillas subadulta (Dermochelys coriacea) (LSC = 127,3 cm). El 35,4 % (n = 99) de las tortugas verdes fueron rehabilitadas, mientras que fueron liberadas el 40% (n = 6) de las tortugas cabezonas. La tortuga siete quillas presento lesiones en piel profundas en una aleta pero encontrándose en buen estado fue liberada. Las principales afecciones por las que ingresan las tortugas al centro son: obstrucciones por ingestión de desechos antropogenicos, neumonías, infecciones de piel, hipotermia e interacción con anzuelos. Las obstrucciones por plásticos fueron las enfermedades más frecuentemente encontradas en tortuga verde y carey, mientras que en Caretta caretta fueron la interacción con anzuelos y traumatismos. Agradecimientos: A Haroldo Brum, por su ayuda y su dedicación, a todos los voluntarios que participaron de los tratamientos y a los funcionarios del Zoologico de Villa Dolores por su colaboración. 100 Evaluación de las actividades de rescate, rehabilitación y reinserción de fauna marina em la región de Tarapacá, Chile Pablo Villegas Figueroa1,2 1 Centro de Investigación y Recreación Marino de Iquique (CMAR), Corporación Municipal de Desarrollo Social de Iquique, Iquique, Region de Tarapacá, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN La conservación de la biodiversidad en el ambiente marino costero chileno tiene varios problemas, siendo los dos más importantes: la sobre explotación de recursos marinos y la polución ingresada al mar por las actividades de las industrias y de las ciudades costeras, las cuales dañan a una gran variedad de especies y altera el medio ambiente. Por esta razón son de suma importancia las investigaciones científicas enfocadas a la conservación de la biodiversidad y del ecosistema. Pese a ello, lamentablemente en Chile las investigaciones realizadas sobre dicho tema son insuficientes para lograr un manejo adecuado de estos. En este sentido, una estimación de la abundancia, distribución, composición de especies y la identificación de sitios de importancia para los ciclos vitales de estas en la Región permitiría una mejora sustancial en los procedimientos de rescate, rehabilitación y reinserción de mamíferos, aves y tortugas marinas. La información obtenida proporcionaría conocimiento para establecer áreas de reinserción, protección y posible intervención en caso de contingencias ambientales. Es en este contexto, que el presente trabajo entrega resultados obtenidos del proyecto “Evaluación de las Actividades de Rescate, Rehabilitación y Reinserción de Fauna Marina en la Región de Tarapacá” el cual es financiado a través del Fondo de Protección Ambiental (FPA) perteneciente al Ministerio del Medio Ambiente. 101 Raquianestesia em tartaruga verde (Chelonia mydas) para remoção de formações papilomatosas cutâneas Fábio Futema1, Gustavo Henrique Pereira Dutra2,3, Luciano Cacciardi Baruffaldi Almeida da Silva2, Giancarlo Bressane Gomes2, Fabiano Takeo Miyahira2 1 Universidade de Guarulhos – UNG, Guarulhos, SP, Brasil; 2 Aquário Municipal de Santos, Santos, SP, Brasil; 3 Email: [email protected] RESUMO A fibropapilomatose tem caráter panzoótico e acomete a tartaruga marinha verde (Chelonia mydas). As lesões predominantes são fibromas e fibropapilomas cutâneos. Para seu tratamento, a cirurgia é preconizada e modalidades que permitam hipnose e analgesia são requeridas, como anestesia local associada à sedação ou anestesia geral inalatória, promovendo anestesia balanceada. A raquianestesia (subaracnóidea) é realizada nas proximidades da medula espinhal e associada a reduzida morbidade e mortalidade, maior analgesia pós-operatória e baixo custo. Uma Chelonia mydas, pesando 25 kg, foi submetida à exérese de 5,4 kg de fibropapilomas medindo aproximadamente 10 cm de diâmetro cada. Foram utilizados meperidina e midazolam, ambos na dose de 1 mg/kg, por via intramuscular. A indução e a manutenção foram feitas com propofol IV nas doses de 2 mg/kg e 0,3 mg/kg/min, respectivamente, sob bomba de infusão Baxter®. O bloqueio foi realizado com um agulha 25 x 0,70 mm, após o extravasamento de liquor na agulha, sendo administrada bupivacaína isobárica 0,5% (0,1 mL para cada 10 cm de carapaça). Não foram observadas respostas frente aos estímulos dolorosos. Não houve alterações paramétricas. A técnica utilizada neste presente estudo foi a mesma referida por outros estudos para anestesia espinhal em Chelonoides carbonaria e para excisão de fibropapilomas em anestesia epidural. A técnica de anestesia espinhal é uma técnica eficaz, de baixo custo, prática, não necessitando de equipamentos, que pode ser utilizada em vários procedimentos cirúrgicos comuns. Assim, a anestesia subaracnóidea nesse exemplar mostrou-se eficaz, proporcionando anestesia e analgesia satisfatória e excelente recuperação anestésica. Agradecimentos: Universidade Guarulhos e ao Aquário Municipal de Santos pela infraestrutura disponibilizada e todo apoio financeiro para realização do procedimento. 102 Coproparasitologia como ferramenta para o diagnóstico de parasitoses gastrointestinais em Centro de Recuperação de Animais Marinhos – CRAMFURG Silvia Bainy Gastal1,5, Aryse Moreira Martins1, Vanessa Marques Pedroso1, Ralph Eric Thijl Vanstreels2, Rodolfo Pinho da Silva-Filho1,3,4 1 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 2 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 3 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 4 Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 5 Email: [email protected] RESUMO As helmintoses gastrointestinais ocorrem com frequência em animais marinhos em reabilitação. Embora nem sempre levem a lesões ou complicações graves, muitas vezes são capazes de tornar os animais mais susceptíveis a doenças secundárias, além de potencializar os efeitos negativos do estresse e da subnutrição. No entanto, embora seu diagnóstico à necropsia seja frequente, o diagnóstico ante-mortem de parasitoses ainda não está presente na rotina da maioria das instituições reabilitadoras. Desde 2011, o Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAMFURG) implementou um laboratório para a realização de exames coproparasitológicos de rotina. Os exames direto com lugol e de sedimentação espontânea já apresentaram eficácia para detectar ovos de helmintos e larvas em amostras fecais de pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), lobo-marinhodo-sul (Arctocephalus australis), gaivotão (Larus dominicanus) e pardela-preta (Procellaria aequinoctialis) recebidos no CRAM-FURG. A aplicação da técnica revelou a necessidade de estudos mais detalhados para a caracterização morfológica de cada ovo e larva e a espécie de helminto à qual pertencem, sendo limitada a literatura para animais marinhos. A implementação da coproparasitologia nos protocolos de manejo de centros de recuperação de fauna marinha é de grande importância por tratar-se de um exame de baixo custo, fácil e rápida execução, facilitando o diagnóstico e possibilitando o tratamento mais adequado contra parasitoses. Neste sentido, a coproparasitologia será uma ferramenta para o monitoramento e avaliação dos tratamentos anti-helmínticos e para o aprimoramento dos protocolos de medicação antiparasitária e de medidas preventivas, contribuindo para o sucesso dos esforços de reabilitação. Agradecimentos: Ao diretor do Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de C. Rios da Universidade Federal do Rio Grande, Lauro Barcellos; aos integrantes da equipe CRAM-FURG e ao Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens (LAPCOM/FMVZ-USP), em especial ao Prof. Dr. José Luiz Catão Dias. 103 Estudio preliminar sobre biomarcadores en sangre de mamíferos y aves marinas de centros de rehabilitación: Herramientas para el establecimiento integral de estados de salud Marcela Gerpe1,2,4, María Belén Romero1,2, Paula Polizzi1,2, Sergio Rodríguez Heredia3, Julio D. Loureiro3 1 Laboratorio de Ecotoxicología, Departamento de Ciencias Marinas, Instituto de Investigaciones Marinas y Costeras (IIMyC), Facultad de Ciencias Exactas y Naturales (FCEyN), Universidad Nacional de Mar del Plata (UNMdP), Mar del Plata, Argentina; 2 Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (CONICET), Ciudad de Buenos Aires, Buenos Aires, Argentina; 3 Fundación Mundo Marino, San Clemente del Tuyu, Buenos Aires, Argentina; 4 Email: [email protected] RESUMEN La Fundación Mundo Marino es una entidad reconocida en la rehabilitación de fauna marina (lobos marinos, pingüinos y tortugas). El Grupo de Investigación de Toxicología Ambiental ha desarrollado, en los últimos años, estudios en biomarcadores de estrés ambiental. Éstos constituyen respuestas de los organismos ante situaciones de estrés, considerándoselo como una desestabilización del equilibrio dinámico (alostasis). Los biomarcadores son considerados señales de alarma temprana, ya que se manifiestan ante el menor signo de estrés. El objetivo del presente trabajo fue validar la información obtenida de biomarcadores de estrés en sangre de predadores marinos superiores y su implementación durante la rehabilitación. Se han evaluado biomarcadores en Tursiops truncatus, Otaria flavescens, Arctocephalus australis y Spheniscus magellanicus. Los ejemplares analizados correspondían a organismos sintomáticamente estables y otros con signos de estrés (empetrolamiento, inanición, delgadez, etc.). Los parámetros evaluados fueron: metalotioneínas (MT, biomarcador de estrés metálico y protección ante estrés oxidativo), peroxidación de lípidos (LPO, indicador de estrés oxidativo) e índice heterófilos/leucocitos (H/L) en frotis sanguíneos. Los niveles de MT estuvieron asociados a cobre y cinc (metales esenciales y abundantes) y aquellas situaciones de estrés. También se relacionaron con bajos niveles de LPO, como consecuencia de la función antioxidante de las MTs. El índice H/L estuvo correlacionado positivamente con los correspondientes a LPO, asociándose a estrés oxidativo, posiblemente consecuencia de procesos bacterianos. Los resultados encontrados constituyen la primera y única información sobre biomarcadores de estrés en sangre de las especies evaluadas; con alta probabilidad de su uso como indicadores de estado de salud. 104 Pingüinos de penacho amarillo (Eudyptes chrysocome) y su relación con el petróleo en la costa de la Provincia de Buenos Aires, Argentina, 1987-2011 Sergio Rodríguez Heredia1,5, Julio D. Loureiro1, Karina C. Alvarez1, Félix Capellino1, Juan Pablo Loureiro1, Gastón Delgado1, Valeria Ruoppolo2,3,4 1 Fundación Mundo Marino, San Clemente del Tuyú, Buenos Aires, Argentina; 2 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 3 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 4 IFAW International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 5 Email: [email protected] RESUMEN La biodiversidad marina de la provincia de Buenos Aires, Argentina, se ve amenazada por la presencia crónica de hidrocarburos, siendo las aves marinas una de las principales víctimas, las cuales han sido utilizadas como indicadores del ecosistema marino. En nuestras latitudes, el efecto del petróleo en los pingüinos de Magallanes (Spheniscus magellanicus) ha sido ampliamente reconocido aunque no sea la única especie amenazada: el pingüino de penacho amarillo (Eudyptes chrysocome) evidencia también esta situación, siendo su caso de mayor consideración al tratarse de una especie vulnerable. La Fundación Mundo Marino recorre, desde el año 1987, una zona de 160 km, la cual incluye aéreas pobladas que facilitan el hallazgo de las aves afectadas. El objetivo de su asistencia es la mitigación de los efectos nocivos del petróleo, a través de eficientes protocolos para su rehabilitación. Desde 1987 a 2011, 149 pingüinos de penacho amarillo han sido rescatados y admitidos; el 67.11% (100/149) estaban empetrolados, rehabilitándose el 89% (89/100) de los mismos. El mayor porcentaje de aves empetroladas son adultos (85.7%), lo que puede tener consecuencias en la conservación de la especie a largo plazo: en aves marinas longevas, con tamaño de puesta reducido, una decreciente supervivencia de adultos, puede causar la declinación de la población. La vulnerabilidad citada amerita una legislación más eficaz ante el manejo del petróleo como fuente de contaminación marina. Agradecimientos: Oceanario Mundo Marino, International Fund for Animal Welfare, Procter & Gamble. 105 Varamientos de Franciscanas (Pontoporia blainvillei) lactantes: aportes de la Fundación Mundo Marino para su asistencia Sergio Rodríguez Heredia1,2, Julio D. Loureiro1, Karina C. Alvarez1, Félix Capellino1, Juan Pablo Loureiro1, Gastón Delgado1 1 Fundación Mundo Marino, San Clemente del Tuyú, Buenos Aires, Argentina; 2 Email: [email protected] RESUMEN Los varamientos individuales de cetáceos lactantes desencadenan una compleja sucesión de desafíos al iniciar su asistencia: la infraestructura necesaria y el uso de protocolos adecuados condicionan el resultado, si bien el estado del ejemplar al momento del hallazgo es determinante. La ocurrencia de franciscanas (Pontoporia blainvillei) varadas en la costa noreste de Buenos Aires, Argentina, presenta una preocupante frecuencia reflejando la fragilidad de su población, amenazada por la creciente mortandad relacionada a los enmallamientos. Dichos ejemplares son encontrados en relevamientos de 160 km de la costa bonaerense, siendo la primavera y el verano las épocas del año de los encuentros, coincidiendo con su periodo de reproducción. La utilización de un protocolo adecuado (antibioticoterapia profiláctica inicial prolongada, exhaustivas evaluaciones de parámetros sanguíneos y respiratorios, tratamiento del agua, hidratación preliminar seguida de la administración de formula con un contenido calórico de 120 kcal/kg/día concomitante con la estimulación para la ingesta de sólidos y control de la sustentabilidad) representa la única alternativa válida para mitigar los efectos del varamiento. La Fundación Mundo Marino, desde el año 1987 ha registrado 39 lactantes vivos, de los cuales el 61.53% (24/39) corresponde a hembras y el 38.46% (15/39) a machos. El consecuente perfeccionamiento del protocolo de atención utilizado ha permitido incrementar los días de supervivencia (90 días en el último ejemplar asistido), y el aumento de peso de los ejemplares durante el tratamiento, permitiendo augurar futuros desenlaces satisfactorios; empero, la duración del varamiento y el diagnostico certero de la situación inicial son los factores que atentan contra la supervivencia de los ejemplares. Agradecimientos: Oceanario Mundo Marino, Dr. Lorenzo Von Fersen, Dra. Rosana Mattiello y MSc Valeria Ruoppolo. 106 Avaliação bacteriológica preliminar de cetáceos da costa norte do estado do Rio de Janeiro, Brasil Leila Soledade Lemos1,4, Maíra Duarte Cardoso2, Dália dos Prazeres Rodrigues3, Roberta Laine3, Emily Moraes Roges3, Jailson Fulgêncio de Moura1,2, Carlos Alexandre Rey Matias2, Salvatore Siciliano1 1 Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos (GEMM-Lagos), Departamento de Endemias, ENSP/Fiocruz, Manguinhos, RJ, Brasil; 2 Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente, ENSP/Fiocruz, Manguinhos, RJ, Brasil; 3 Laboratório de Referência Nacional de Cólera e Outras Enteroinfecções Bacterianas, IOC/Fiocruz, Manguinhos, RJ, Brasil; 4 Email: [email protected] RESUMO No ambiente marinho habitam inúmeros micro-organismos patógenos (bactérias e vírus) que podem ser causadores de enfermidades na fauna marinha e também em humanos. Dentre os organismos marinhos, os mamíferos marinhos se destacam por serem predadores de topo de cadeia e por terem uma longa vida, caracterizando ótimas espécies sentinelas. Dentre os anos de 2008 e 2012 foram coletados 87 swabs (orais, genitais, anais, oculares, da língua, do orifício respiratório e, ocasionalmente, da glândula mamária, do pulmão e de uma mácula) de dez espécimes de sete diferentes espécies (Balaenoptera acutorostrata, n=2; Megaptera novaeangliae, n=1; Delphinus sp., n=2; Kogia sima, n=1; Pontoporia blainvillei, n=2; Steno bredanensis, n=1; Tursiops truncatus, n=1), na costa norte do estado do Rio de Janeiro, visando investigar a ocorrência de bactérias dos gêneros Aeromonas e Vibrio. Em 40% dos cetáceos analisados foram encontradas bactérias do gênero Aeromonas e em 90% do gênero Vibrio. As espécies mais comumente encontradas foram Aeromonas sobria (20%) e Vibrio alginolyticus (48%). Quanto à diversidade das bactérias, a baleia-minke (B. acutorostrata), que é uma espécie migratória, apresentou maior variedade quanto às bactérias do gênero Aeromonas (43%) e a toninha (P. blainvillei), que é uma espécie de hábito costeiro, apresentou maior variedade quanto às bactérias do gênero Vibrio (60%). Estes resultados comprovam a grande importância de se realizar um monitoramento microbiológico, principalmente em indivíduos que estejam sendo tratados em centros de reabilitação, uma vez que estes patógenos podem ser causadores de zoonoses em profissionais que trabalham no seu manejo. 107 Diseño de un protocolo de seguimiento sanitario para la especie Trichechus manatus en Colombia Alejandra Vega Llach1,2, Leonardo Arias Bernal1, Diego Soler Tovar1 1 Universidad de La Salle, Bogotá, Colombia; 2 Email: [email protected] RESUMEN El manatí antillano (Trichechus manatus) categorizado como “Vulnerable” y como “En Peligro” en Colombia. Es un animal considerado centinela para la salud humana y del ambiente, dando información del estado del medio donde viven. Es importante para la conservación de la especie, fortalecer el conocimiento desde la perspectiva de las ciencias veterinarias que se puede realizar por medio del diseño del protocolo sanitario. Se realizó un acercamiento a protocolos de seguimiento y monitoreo de la salud del manatí antillano a nivel mundial, se extrajeron elementos para el diseño del protocolo de monitoreo de la especie, aplicable a individuos en cautiverio y vida libre en el país, siguiendo los parámetros de un examen clínico, abordando los sistemas que componen el organismo. Posteriormente se validó de manera teórica con expertos de las instituciones Dolphin Discovery, Fundación Omacha y Colegio de la Frontera Sur- México. Para el protocolo se siguieron pasos para realizar el monitoreo de la salud de los animales, empezando con la observación, después se realiza la restricción física, y se lleva a cabo el examen físico. Se toma muestra de sangre, recolección de orina, materia fecal y si es necesario citologías. Se puede complementar con pruebas especializadas como radiografía, ultrasonido o endoscopia. La restricción química no se recomienda, debido a que pone la vida del animal en peligro por apneas que pueden presentar bajo el efecto de los medicamentos. En los resultados de hematología y bioquímica sanguínea pueden encontrarse variaciones en los rangos entre animales de vida libre y cautiverio, por lo cual es importante la interpretación de laboratorio en la especie. El protocolo y manejo en el animal no debe generar estrés para este. 108 Valores hematológicos de referencia de lobo marino de dos pelos sudamericano (Arctocephalus australis) en un centro de rehabilitación y en un medio ambiente controlado Julio D. Loureiro1,5, Sergio Rodríguez Heredia1, Félix Capellino1, Juan Pablo Loureiro1, Karina C. Alvarez1, Valeria Ruoppolo2,3,4 1 Fundación Mundo Marino, San Clemente del Tuyú, Buenos Aires, Argentina; 2 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 3 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 4 IFAW International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 5 Email: [email protected] RESUMEN El análisis hematológico es una herramienta importante para evaluar el estado de salud de los mamíferos marinos, el objetivo del presente trabajo fue determinar valores hematológicos de referencia de lobos marinos de dos pelos sudamericanos (Arctocephalus australis). Se trabajó con 18 ejemplares clínicamente sanos, alojados en un medio ambiente controlado y en un centro de rehabilitación, la extracción de sangre, en animales menor a 20 kg de peso corporal se obtuvieron de la vena braquiocefálica con el animal en posición decúbito dorsal, en ejemplares con peso corporal mayor a 20 kg se procedió a obtener las muestras de la vena glútea con el animal en posición decúbito ventral, la contención se realizó manualmente y en los que tenían una actitud agresiva se procedió a trabajarlos bajo anestesia con la combinación de ketamina y midazolan con una dosis de 6 mg/kg IM y 0,17 mg/kg IM, respectivamente. Los valores obtenidos fueron: Eritrocitos (106/mm3) 4.81 ± 0.63 (4.02 – 6.60); Hematocrito (%) 42.79 ± 5.88 (36 – 60); Hemoglobina (g/dL) 14.15 ± 1.73 (11.5 – 18.9); V.C.M. (fL) 94.2 ± 2.55 (87.48 – 95.24); H.C.M. (pg) 30.78 ± 1.03 (29.52 – 32.43); C.H.C.M. (g/dL) 32.72 ± 1.22 (31.0 – 34.36); Leucocitos (/mm3) 8108.93 ± 1970.67 (4800 – 12500); Neutrófilos (%) 64.0 ± 6.76 (54 – 76); Linfocitos (%) 31.54 ± 6.63 (23 – 44); Eosinofilos (%) 0.46 ± 1.15 (0 – 4.0); Monocitos (%) 4.0 ± 3.19 (0 – 10.0); Basófilos (%) 0 ± 0 (0 – 0); Plaquetas (103/mm3) 618 ± 145.79 (435 – 803). Si bien los valores obtenidos son de utilidad para el diagnóstico del estado de salud, no obstante se deben aumentar el número de muestras de animales clínicamente sanos con la finalidad de disponer de datos más confiables. Agradecimientos: A los técnicos de la Fundación Mundo Marino y entrenadores de Mundo Marino. 109 Citobiometría hemática de zifio de Arnoux (Berardius arnuxii) varado vivo en Colcura, Región del Biobio, Chile Miguel Mansilla1,2, S. Avello1, O. Fritz1, M. Loyola1, C. Peña1, C. Calderón1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN La familia Ziphidae es una de las más desconocidas entre los cetáceos, caracterizados por tener una talla media de más de 4 metros, con rostro prominente y dos surcos que convergen en la garganta. Están representados por 21 especies agrupadas en seis géneros, son las criaturas más desconocidas del planeta, pues habitan aguas frías y profundas, dentro de estas el Zifio de Arnoux (Berardius arnuxii) no es la excepción, que se distribuye en aguas frías subpolares del Hemisferio Sur. En el 07/03/2012, por primera vez en Chile Continental en la Bahía de Colcura, VIII región (Latitud: 37°06‟39”S, Longitud: 73°08‟52”W) a varado un ejemplar vivo, una hembra de 9,4 metros de largo, aleta caudal 2,3 metros, peso aproximado 8 toneladas. En el sitio de varamineto se acude a la emergencia para su reintroducción al mar. Durante las maniobras de rescate, se procede a obtener sangre de la aleta caudal para análisis sanguíneos. Dada las características de los componentes celulares sanguíneos encontrados en el proceso, se solicita un estudio citomorfométrico al Laboratorio de Morfofisiopatolotología y Citodiagnóstico de la Facultad de Ciencias de la Salud, que pudiesen contribuir al conocimiento de esta enigmática especie. Se realizó un hemograma donde se evaluó el recuento eritrocitario, leucocitario y plaquetario, hematocrito, concentración de hemoglobina. Además fue hecha la análisis de biometría eritrocitaria y leucocitaria a través del programa CellProfiler 11710, determinación de glicemia, proteínas, albumina, globulinas, fibrinógeno y tasa de sedimentación. Estos datos entregan aspectos hematológicos desconocidos de un ejemplar varado vivo de Zifio de Arnoux por primera vez documentados en Chile. 110 Cloacitis em pingüino de Humbdoldt (Spheniscus humboldti) de vida libre de la Costa del Biobio, Chile: Reporte de caso Miguel Mansilla1,2, H. González1, M. Marín1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN La cloaca es el punto final común del tracto urinario, reproductivo y digestivo de las aves. Como resultado de una enfermedad o alteración de diverso origen en uno de los tres sistemas puede manifestarse como inflamación de la cloaca. La cloacitis clínicamente se caracteriza por protrusión parcial o total de cloaca, presentando su mucosa tumefacta, hiperémica, con presencia de exudados. El siguiente caso describe la presentación de cloacitis en una hembra juvenil de Pingüino de Humboldt (Spheniscus humboldti), ingresada por SERNAPESCA VIII región, al Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián. Al examen clínico presenta compromiso general de salud, caquexia, shock hipotérmico, deshidratación, anemia, diarrea, caquexia, compromiso respiratorio, paresia de las extremidades posteriores e incoordinación en sus movimientos, plumaje sucio con material fecal y prolapso parcial de la pared ventrolateral izquierda de la cloaca. Se realiza estabilización hemodinámica del ave, recolección de muestras biológicas, exámenes sanguíneos, cultivo, citología; además de limpieza y lavado del plumaje pericloacal, exámenes radiológicos y endoscopia de la cloaca. Se observa eliminación de cestodos a través del coprodeum, irritación, inflamación de los componentes de la cloaca (coprodeum, proctodeum, urodeum) se realiza sexaje del ave (poro genital). Se visualiza una estructura de carácter fibroso (brida) ubicada entre el techo del urodeum y el proctodeum, además de gran contenido fecal y parásitos. Identificada la causa de cloacitis se procede a realizar los tratamientos adecuados y la rehabilitación del ave, siendo posteriormente liberado en su hábitat natural. 111 Deformación de la ranfoteca em pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti) de vida libre de la región del Biobio, Chile: Reporte de Casos Miguel Mansilla1,2, P. Montiel1, H. González1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN La ranfoteca de las aves esta en continuo crecimiento armónico, su estructura es dinámica compuesta de hueso, cartílagos, vasos sanguíneos, dermis queratinizada, articulaciones y epitelios con capas en continuo crecimiento y remodelación. La deformación de esta puede tener varias causas tanto congénitas como adquiridas originando desviaciones, prognatismo, braquignatia u otras deformaciones que pudiesen afectar el normal funcionamiento y por ende el estatus nutricional del ave. El trabajo da cuenta de dos ejemplares juveniles de pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti) de escaso desarrollo y peso, varados en las costas de la región del Biobio en el año 2011 y ingresados al Centro de Rescate de la Universidad San Sebastián por el Servicio Nacional de Pesca para su cuidado y rehabilitación. Ambos ejemplares presentaban una desviación de la valva inferior lateral izquierda y la superior leve desviación hacia el lado derecho, produciendo un cruzamiento de la maxila y mandíbula, dificultando la articulación con el hueso cuadrado. Diversos autores señalan un origen congénito al no haber pérdida de continuidad en el examen radiográfico, otros que puede deberse deficiencias de biotina, ácido fólico o pantoténico en la etapa embrionaria, otros indican que puede deberse a microtraumas, o necrosis durante el desarrollo. También se describe el efecto de patógenos parasitarios, virales o bacterianos en las capas germinativas, deficiencias minerales y vitamina D, alteraciones hepáticas o tóxicas. Sería necesario realizar estudios más avanzados para descifrar el origen. Constituye el primer reporte documentado de Pingüinos de Humboldt de vida libre en Chile con esta alteración. 112 Diagnóstico ecografico de luxación de cristalino y desprendimiento de retina en lobo marino de Juan Fernandez (Arctocephalus philippii): Reporte de caso Miguel Mansilla1,2, A. Marín1, H. González1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN El examen ultrasonográfico, de mucha utilidad clínica, rápido, indoloro, no invasivo, con uso frecuente en medicina veterinaria, en especial en mamíferos marinos evitando el estrés por manejo del paciente. Se presenta un caso clínico de luxación completa y espontánea del cristalino a cámara vítrea, asociado a un glaucoma, catarata y desprendimiento de retina. Ingresa al Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián, lobo marino de dos pelos de Juan Fernandez (Arctocephalus philippii), 45 kg, 1,4 m de largo, derivado por SERNAPESCA. El animal se presentaba con traumatismo encefalocraneano, en estado shock, edema facial y palpebral, opacidad corneal derecha, que imposibilitaba examinar el ojo (uveítis). Se realizó ecografía en modo M en corte axial, con transductor de 7,5 MHz, para examinar y visualizar sus estructuras, la cabeza en posición dorsoventral. Se observó luxación total del cristalino, ectopia lentis a cámara anterior, aumento de su densidad (catarata madura), contacto entre el cristalino y la cara posterior de la córnea, signos de descompensación corneal. La ecografía permitió visualizar y realizar biometría, destacando alteraciones de las estructuras del globo ocular, se observó uveítis, edema corneal depósitos pigmentarios con hemorragia en cámara posterior, desprendimiento retinal, evidencias de glaucoma del ojo derecho, con presión intraocular de 30 mmHg. La exploración del ojo izquierdo resultó normal, presentando una presión de 20 mmHg. Se hizo un tratamiento farmacológico convencional, durante tres semanas, quedando con déficit visual permanente del ojo derecho, posteriormente fue marcado y liberado a su ambiente natural. 113 Epibiontes de Lepidochelys olivacea y Chelonia mydas (Reptilia: Testudinata: Cheloniidae) en la costa centro sur de Chile Miguel Mansilla1,3, I. Fernández2, M. A. Retamal2, F. Yáñez2, V. Campos2, H. González1, A. Valenzuela2 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Universidad de Concepción, Concepción, Chile; Email: [email protected] 3 RESUMEN Entre Junio de 2011 y Mayo de 2012, un ejemplar de Chelonia mydas y dos de Lepidochelys olivacea fueron encontrados flotando en la zona costera de Arauco (37º10‟S) por el Servicio Nacional de Pesca (SERNAPESCA), entidad que las remitió al Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián. Mediante exámenes clínicos y de laboratorio se pudo establecer su condición clínica y se hospitalizó con el objetivo de efectuar tratamiento para recuperación. En la inspección clínica se advirtió la presencia de abundantes organismos epibiontes firmemente adosados a la superficie de la piel y caparazón, junto con algas filamentosas a su alrededor. Estos fueron retirados mediante pinzas y espátula permitiendo observar alteración morfológica en el lugar donde estaban situados. Los epibiontes fueron enviados a la Facultad de Ciencias Biológicas de la Universidad de Concepción donde se identificaron cinco taxa de organismos epibiontes y cuatro de algas mediante la observación de su morfología y consulta de literatura especializada. La presencia de epibiontes eventualmente no causa mayor daño clínico en estos hospederos aunque sí se asocia a una menor actividad debido a que se favorece su adhesión. De hecho, el ejemplar de condición clínica más grave fue el más intensamente colonizado, y finalmente falleció. Los otros dos ejemplares se recuperaron y fueron liberados en la costa norte de Chile. La presencia de tortugas marinas en el litoral centro sur chileno es considerada un evento ocasional relacionado a migraciones pasivas o cambios oceánicos-atmosféricos. Debido a la escasa información en Chile se consideró pertinente comunicar esta situación. 114 Extraccion endoscópica de anzuelos del esófago en tortugas marinas (Lepidochelys olivacea y Chelonia mydas), Concepción, Chile: Reporte de casos Miguel Mansilla1,2, A. Berríos1, A. Marín1, P. Montiel1, E. Montero1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN Diversas actividades humanas ponen en peligro las tortugas marinas. Son capturadas accidentalmente cuando realizan faenas con red o anzuelos, las tortugas suelen morir antes de que las puedan liberar o no se puedan alimentar posteriormente. El esófago en tortugas marinas cuenta con papilas agudas, queratinizadas, como espinas, dirigidas aboral, que llegan hasta el estómago, esto dificulta la eliminación de cualquier cuerpo extraño ingerido. El objetivo de este trabajo es aportar información del uso de la endoscopía en tortugas marinas para la extracción de cuerpos extraños gastroesofágicos. Se presentan dos casos: una tortuga olivacea (Lepidochelys olivacea) y una tortuga verde (Chelonia mydas), ambas ingresadas al Hospital Veterinario de la Universidad San Sebastián, Concepción, al ser encontradas flotando en las costas del Biobio, Chile por el Servicio Nacional de Pesca. En ambas se realiza examen clínico, estudios radiográficos dorso ventral, detectándose un objeto compatible con anzuelos en esófago y estómago, fue indicada su extracción mediante endoscopia esofagogástrica, a fin de evitar la apertura de su caparazón. Una inducción anestésica fue realizada con Zoletil (5 mg/kg) y una mantención con Isofluorano al 2%. Una guía endoscópica de PVC fue introducida, y con una pinza de tres puntas se realizó la extracción, que demoró promedio 10 minutos, debido a los lugares en que se encontraba el anzuelo en la pared del esófago. Es necesaria la protección del endoscopio dada la fuerte musculatura esofágica y las papilas que presentan las tortugas marinas, permitiendo una rápida recuperación pos intervención, lo que facilita su reinserción al medio natural. 115 Fibrosarcoma condroide plantar multicéntrico en gaviota de vida libre (Larus dominicanus), Coronel, Región del BioBio, Chile Miguel Mansilla1,2, C. Schifferli1, P. Montiel1, M. Loyola1, C. Peña1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN Se presenta el caso de una gaviota (Larus dominicanus) adulta, macho, caquéctica ingresada por el Servicio Nacional de Pesca que presenta un tumor plantar de 3x5 cm de diámetro en miembro posterior izquierdo, que luego de haber sido estabilizada, se somete a exámenes sanguíneos, radiológicos y cirugía para su extirpación en el Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián, Concepción y enviado para su estudio histopatológico, el paciente se mantiene hospitalizado en cautiverio durante un mes, falleciendo. Su cadáver se deriva a necropsia, mostrando metástasis en músculos pectorales, áreas de consolidación pulmonar y aerosaculitis focal diseminada. La histopatología confirma que se trata de un fibrosarcoma con focos condroides, y en algunos nódulos infiltración linfoheterófila. Se realizan diversos estudios inmunohistoquímicos para su caracterización histológica. El fibrosarcoma condroide constituye un desafío diagnóstico, dado que los fibrosarcomas pueden presentar una matriz cartilaginosa con mayor o menor mineralización, por lo que la diferenciación radiológica se hace dificultosa. Sin embargo, la evaluación histopatológica resulta determinante para la caracterización imagenológica y clínica, que a su vez determinará el manejo clínico del paciente. La confirmación de ésta neoplasia, permite inferir la presencia de factores carcinogénicos medioambientales que serían necesarios pesquisar. Cabe indicar que es el primer caso documentado de neoplasia en Chile en gaviotas de vida libre. 116 Hallazgos endoscópicos en la porción gastroesofágica en pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti), Concepción, Chile Miguel Mansilla1,2, C. Schifferli1, M. Loyola1, H. González1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN La endoscopía es una de las herramientas diagnóstica muy relevante en medicina aviar, sin embargo, esta es poco utilizada en Chile. La importancia de este procedimiento radica en que no es invasivo, y permite la visualización in situ de las características del tejido en estudio, facilitando la obtención de muestras y biopsias, así como, la administración de fármacos en localizaciones específicas. El presente trabajo expone los hallazgos endoscópicos en la porción gastroesofágica en pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti) con alteraciones digestivas, derivados por SERNAPESCA al Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián, Concepción, Chile, en el período 2006-2012. Se utilizó un fibroendoscopio Fujinon BRO-Y3S y sedación, permitiendo observar esófago, estómago y píloro. Se observaron úlceras en la mucosa del esófago y estómago, focos hemorrágicos submucosos, formaciones eritematosas fibronodosas, edema, parásitos nematodos y cestodos visualizados tanto en el lumen como fijados a la mucosa, se tomaron biopsias y se realizaron cultivos y antibiogramas de las lesiones encontradas. La realización del examen endoscópico en pingüinos, no presenta mayor dificultad en su realización, permite evidenciar y determinar alteraciones patológicas y obtener muestras in situ de las lesiones encontradas y tomar decisiones de tratamiento y potenciar la recuperación y liberación posterior de los ejemplares a su hábitat, considerando el estatus de vulnerabilidad en el que se encuentra esta especie. Se pudo determinar la presencia in situ de parásitos no descritos antes en pingüinos de Humboldt de la octava región de Chile. 117 Lesiones y biometría ocular en pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti) y pingüinos Magallánicos (Spheniscus magellanicus) de vida libre, región del Bio-Bio, Chile Miguel Mansilla1,2, M. Loyola1, C. Peña1, A. Marín1, C. Morales1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN Lesiones oculares son frecuentes de encontrar en pingüinos en centros de rehabilitación debido a causas antrópicas como naturales, por lo cual el examen oftalmológico debería ser realizado en forma rutinaria. En circunstancias normales puede ser realizado usando métodos directos o indirectos como oftalmoscopía, cultivos y antibiogramas, presión intraocular, test de Schirmer; en ocasiones la inflamación del ojo o de estructuras anexas, opacidad, sangre, u otros infiltrados impiden ver su integridad, debiendo utilizarse ultrasonografía en Modo B bidimensional en tiempo real que facilite la visualización de estructuras internas del globo ocular, así como de estructuras adyacentes, a fin de poder instaurar un tratamiento oportuno y adecuado. Este trabajo da a conocer algunas lesiones oculares que han sido diagnosticadas, a través de examen oftalmológico convencional y ultrasonografico en pingüinos ingresados al Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián. Fueran estudiados animales vivos y muertos traídos por el Servicio Nacional de Pesca, varados en la costa del Bio-Bio, a fin de rehabilitarlos o para estudios forenses. Se han examinado ambos ojos de 130 pingüinos (Spheniscus humboldti y S. magellanicus) juveniles y adultos de ambos sexos, con un peso promedio 3,0 kg, entre los años 2005-2012. Fueran detectadas ulceras corneales, desgarros palpebrales, quemosis, conjuntivitis, uveítis, neoplasias, neuritis, desprendimientos de retina, infiltrados celulares, hifema, retinitis, cataratas, luxación de cristalino, entre otras. Además de estudios biométricos, test de Schirmer, Tonometría ocular, cultivos y antibiogramas. Evaluar la integridad visual es esencial al momento de decidir sobre su liberación y sobrevivencia en su medio natural. 118 Parásitos gastrointestinales del pingüino de Humboldt (Spheniscus humboldti) de la costa centro sur de Chile: aspectos taxonómicos y terapéuticos Miguel Mansilla1,3, I. Fernández2, F. Yáñez2, V. Campos2, H. González1, A. Valenzuela2 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Universidad de Concepción, Concepción, Chile; 3 Email: [email protected] RESUMEN Spheniscus humboldti es un ave marina oceánica endémica de la corriente de Humboldt cuyo estado de conservación es considerado como vulnerable, y en los últimos años sus poblaciones han disminuido notoriamente. Durante el período de Enero de 2008 a Junio de 2012 el Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián, sede Concepción, recibió 156 ejemplares de Spheniscus humboldti derivados por SERNAPESCA. De éstos, 71 llegaron vivos y su evaluación clínica reveló avanzados estados de desnutrición, debilidad y alteraciones digestivas, por lo que fueron sometidos a procedimientos clínicos para la obtención y análisis de muestras biológicas de importancia diagnóstica y aplicación de tratamientos. Con el fin de determinar la fauna parasitaria gastrointestinal se efectuó análisis coproparasitario mediante las técnicas Burrows, Teüscher y Ziehl-Nielsen, endoscopía gastroesofágica, y en aquellos ejemplares que no sobrevivieron por necropsia. En el 45,07% (32/71) de los pingüinos analizados se encontraran cuatro especies de helmintos (cestodos, trematodos y nematodos), los que ya habían sido identificados anteriormente para ejemplares de las costas de Chile. No se observó presencia de protozoos. Los animales positivos sobrevivientes se trataron con antiparasitarios de amplio espectro. Tras la terapia correspondiente, los ejemplares sobrevivientes se recuperaron y fueron liberados en la costa centro sur de Chile. Se discute la información presentada, el tratamiento terapéutico antiparasitario y el rol del parasitismo en la condición sanitaria de estos animales. 119 Ubicación de las venas yugulares en lobos marinos sudamericanos por ecografia y su utilidad clínica Miguel Mansilla1,2, E. Montero1, H. González1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN El presente trabajo se realizó en lobos marinos Otaria flavescens y Arctocephalus australis juveniles atendidos en shock en el Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián en el período 2005 - 2008. Ante la dificultad de abordar las venas glúteas o venas marginales, en Lobos marinos de peso reducido, en shock, politraumatizados, con pérdida de conciencia, episodios convulsivos e hipotensos, se empleó la guía ecográfica a fin de ubicar las venas yugulares. Los lobos fueron puestos en posición de cubito prono derecho o izquierdo, con el cuello en extensión, se utilizó un ecógrafo Pie Medical con transductor sectorial de 7,5 MHz haciendo un barrido de la zona lo que permitió acceder sin dificultades a ellas. Con la cabeza en extensión, en ambas especies las venas yugulares se encuentran siguiendo un plano horizontal trazado a la altura de la comisura labial, en el tercio anterior del cuello, a una distancia entre 20 y 25 cm del punto de referencia, siendo esta la zona con mayores facilidades para la localización externa. El diámetro de la yugular es de aproximadamente 1.4 cm. La carótida subyace en la parte superior, y el nervio vago se desliza en contacto con el borde ventral de la vena yugular. El abordaje de la yugular permitió tomar muestras sanguíneas para análisis de laboratorio, aplicación de fluidos y medicamentos que los casos requerían. El uso de la ecografía, previo conocimiento anatómico, debería ser una herramienta de uso frecuente en especies silvestres. 120 Úlceras gástricas parasitarias en pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti), de la Región del Biobio, Chile: Diagnóstico patológico Miguel Mansilla1,2, I. Fernández1, C. Schifferli1, H. González1, F. Yáñez1, M. Loyola1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN Entre los años 2009-2012 fueron encontrados 30 pingüinos de Humboldt (Spheniscus humboldti), varados en las costas de la octava región del Biobio por el Servicio Nacional de Pesca, y derivados al Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián en Concepción. Cinco de estos ejemplares fallecieron a pesar de los esfuerzos realizados para salvarlos, dado su compromiso generalizado. Con el objetivo de determinar las causas de muerte de estos ejemplares, se realizaron estudios forenses consistentes en determinar su condición parasitaria y posibles lesiones. Se describe los hallazgos macroscópicos e histológicos y lesiones gástricas asociadas a la presencia del nematodo anisakido Contracaecum pelagicum. Este parásito ha sido registrado en otras especies de pingüinos, describiéndose variadas especies de anisakidos adultos que generan lesiones ulcerativas en el tracto gastrointestinal de sus huéspedes. En Chile, publicaciones relacionadas con parasitismo gastrointestinal por nematodos del género Contracaecum en pingüinos son principalmente de carácter taxonómico, pero no se refieren a lesiones generadas en el huésped. Por lo tanto, este trabajo constituye la primera descripción patológica de una manifestación de ulceración parasítica estomacal en el pingüino de Humboldt. Considerando la condición vulnerable de esta especie, destaca la relevancia de ahondar el conocimiento sobre las enfermedades que la afectan y, por lo tanto, la necesidad de desarrollar estrategias diagnósticas en pos de la recuperación de los ejemplares cuando son admitidos en Centros de Rescate con fines de rehabilitación. 121 Ultrasonografía ocular en animales marinos y su utilidad clínica como criterio de liberación: Experiencia en Chile Miguel Mansilla1,2, A. Berríos1, C. Morales1, C. Peña1 1 Universidad San Sebastián, Concepción, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN Es frecuente encontrar injurias oculares en animales ingresados en centros de rehabilitación por diversas etiologías, por lo cual el examen oftalmológico debe ser realizado en forma rutinaria, siendo esencial al ingreso para su tratamiento o al ser liberados. Debe ser realizado en forma convencional o con instrumentos que permitan visualizar de mejor forma los ojos y anexos para observar su integridad cuando se requiera, entre estos instrumentos no invasivo está la ultrasonografía en tiempo real 2-D. Este trabajo pretende dar a conocer algunos hallazgos y observaciones encontradas en diversas especies de fauna marina, mediante el uso de ecografía ocular, permitiendo de evaluar y conocer la morfología de estructuras internas del globo ocular y anexos. Se han examinado aves marinas, tortugas y mamíferos marinos ingresados al Hospital Clínico Veterinario de la Universidad San Sebastián en Concepción entre los años 2005-2012, utilizando un ecógrafo Pie Medical con transductor convexo sectorial de 7,5 MHz, en modos M y B, realizando diversos cortes seccionales en planos verticales y horizontales, con un pivoteo del transductor en diversos sentidos para visualizar las distintas estructuras anatómicas del globo ocular, patologías (cataratas, infiltrados, neuritis óptica, entre otras), y realizar biometría. Estos hallazgos demuestran el alto valor diagnóstico de esta técnica oftalmológica no invasiva, rápida, en fauna marina. Siendo muy importante al momento del ingreso para su tratamiento y fundamental al momento de la liberación y sobrevivencia en su hábitat, o para ser remitidas a centros de permanencia con fines educativos. 122 Acompanhamento de parâmetros sanguíneos e massa corpórea de pinguinsde-Magalhães em reabilitação no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) Aryse Moreira Martins1,5, Rodolfo Pinho da Silva-Filho1,2,3, Andréa Corrado Adornes1, Ricardo Berteaux Robaldo4 1 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 2 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 3 Aiuká - Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 4 Universidade Federal de Pelotas – UFPel, Pelotas, RS, Brasil; 5 Email: [email protected] RESUMO O acompanhamento de parâmetros medidores de sanidade de animais em recuperação é essencial para a avaliação do estado de saúde do indivíduo, sendo pré-requisito para liberação de indivíduos em recuperação. Esse trabalho objetivou avaliar indicadores de sanidade ao longo do processo de reabilitação de pinguins-deMagalhães (Spheniscus magellanicus), relacionando-os ao desfecho dos animais. Foram feitas pesagens e colheitas de sangue ao ingresso e semanalmente, durante 5 semanas, de 168 pinguins-de-Magalhães recebidos pelo Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) para reabilitação entre Janeiro de 2006 e Dezembro de 2009. As amostras de sangue foram utilizadas para a determinação do hematócrito (Ht) e de proteínas plasmáticas totais (PPT). Os pinguins foram classificados em função do desfecho do processo de reabilitação: 101 foram liberados e 67 foram a óbito. Animais liberados apresentaram queda no Ht nas duas primeiras semanas (41,2% e 39,9% respectivamente) seguido de recuperação dos valores na quarta e quinta semana (41,4% e 43,7% respectivamente) além de apresentarem aumento progressivo das PPT ao longo das coletas, estabilizando na quarta coleta com 7,3 g/dL. Os pinguins também apresentaram ganho de peso gradual ao longo da reabilitação (≈37%). Em contrapartida, animais que foram a óbito não apresentaram diferença significativa do Ht e tiveram aumento gradual de PPT entre as coletas (ANOVA, Tukey, α=5%). Apresentaram aumento de peso durante as três primeiras coletas (37%), e declínio nas quarta e quinta coletas (3%). As curvas de peso e Ht durante a reabilitação foram consideradas boas indicadoras de saúde dos pinguins em reabilitação. Agradecimentos: Aos colegas de trabalho e amigos do CRAM-FURG, ao diretor do Museu Ocenográfico Lauro Barcellos, ao Ralph Vanstreels e à Melissa Xavier. 123 Fundación Recepción y Asistencia Primaria de Animales Marinos (FRAAM): Centro de Educación Ambiental Victoria María Massola1,2, Cristina Suldrup1, Juan Facundo Sosa1 1 Fundación Recepción y Asistencia Primaria de Animales Marinos, Bahía Blanca, Buenos Aires, Argentina; 2 Email: [email protected] RESUMEN La aparición de ciertas especies de animales marinos en la costa es normal. La mayoría presentan un comportamiento relacionado al proceso de migración, lo cual determina que la usen regularmente y de manera estacional. Sin requerir mayor intervención humana desde la autoridad pública, que la salvaguardia de los animales que suelen descansar en las playas, alejando a los curiosos y evitando actos de crueldad. No obstante y, con más frecuencia, es común el reporte de animales heridos, varados, débiles y agotados encontrados sobre las playas. Este escenario también se presenta en las costas del Sud Oeste de la Provincia de Buenos Aires – Argentina entre las ciudades de Bahía Blanca y Monte Hermoso, en donde desde el año 2003, como referentes locales en el tema tortugas marinas, trabajando “de oficio” somos también contactados para asistir a otras especies. La falta de un espacio físico nos movilizó para lograr el actual predio de 1500 m2, ubicado en el humedal costero Villa del Mar (38°51‟18”S 62°07‟01”W), Coronel Rosales, en donde estamos levantando la Fundación FRAAM (Exp 21209-264426). Conformamos un equipo interdisciplinario de trabajo: veterinarios, biólogos, guardaparques, educadores ambientales, docentes. En la recuperación colaboran Prefectura Naval Argentina Delegación Bahía Blanca, Coronel Rosales y Monte Hermosos; Zoológico de la ciudad de Bahía Blanca; el Museo de Ciencias Naturales de Monte Hermoso. Coordinamos con la Red de Rescate de Fauna Marina de la Provincia OPDS. Superada la asistencia primaria, se trasladan a centros de mayor complejidad como Fundación Mundo Marino y Mar del Plata Aquarium. 124 Hemograma e bioquímica sérica de pinguins-de-Magalhães aptos à soltura reabilitados de petróleo Claudia Niemeyer1,5, Paula Lima Canabarro2, Vanessa M. Pedroso2, Rodolfo Pinho da Silva-Filho2,3,4, José Luiz Catão-Dias1 1 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 2 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 3 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 4 IFAW International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 5 Email: [email protected] RESUMO Pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) são aves migratórias especializadas na natação, assim refletem alterações e impactos do ambiente marinho, tais como a ocorrência de vazamentos de petróleo, impactos da indústria pesqueira, etc, que estejam em sua rota migratória. De 11 de Junho à 12 de Julho de 2011, o CRAM (Centro de Recuperação de Animais Marinhos) da FURG localizado em Rio Grande – RS recebeu 137 pinguins-de-Magalhães contaminados com petróleo. Durante o processo de reabilitação as aves foram clinicamente tratadas e lavadas. Um dos parâmetros clínicos que avaliam as aves para a soltura é o padrão sanguíneo, assim o presente trabalho apresenta os dados hematológicos de 58 pinguins-de-Magalhães soltos no segundo lote de aves reabilitadas em 2011. Aproximadamente 10 mL de sangue foram coletados de cada pinguim pela punção da veia jugular dividido em tubos contendo heparina e gel ativador de coagulação. O sangue para hematócrito foi centrifugado a 12.000 G em capilares, a contagem total de células vermelhas e brancas foi realizada manualmente usando corante NattHerrick e câmara de Neubauer. A contagem diferencial de leucócitos foi realizada em microscópio óptico com lâmina de esfregaço sanguíneo à fesco fixada com metanol e corada com Rosenfeld. A hemoglobina e a bioquímica sérica foram determinadas pelo método comercial Labtest® e o espectofotômetro LabQuest® conforme indicação do fabricante. Os resultados estão colocados em tabelas. Estes resultados podem servir de base para outros centros de reabilitação, assim como aquários e zoológicos que mantém a espécie em cativeiro. Agradecimentos: Fapesp, CNPq, equipe do CRAM-FURG e Museu Oceanográfico. 125 Avaliação hematológica como ferramenta diagnóstica e de controle para a reabilitação de fauna marinha no Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) Vanessa Marques Pedroso1,5, Ralph Eric Thijl Vanstreels2, Silvia Bainy Gastal1, Aryse Moreira Martins1, Rodolfo Pinho da Silva-Filho1,3,4 1 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 2 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 3 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 4 IFAW International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 5 Email: [email protected] RESUMO O exame hematológico é um importante instrumento para o diagnóstico de muitas enfermidades e para o acompanhamento clínico de animais marinhos. O Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG), localizado em Rio Grande, RS, Brasil, desenvolveu nos últimos anos um laboratório com os equipamentos e materiais necessários para exames de sangue de rotina para avaliação de parâmetros sanguíneos. Embora parâmetros hematológicos simples como o hematócrito e a proteína sérica sejam historicamente reconhecidos como importantes indicadores de saúde em animais marinhos, a recente implementação de outros exames de rotina, como a leitura diferencial de leucócitos, tem evidenciado os benefícios destas técnicas complementares. É importante reconhecer que a avaliação destes parâmetros não necessariamente permite o diagnóstico preciso de um processo infeccioso ou não-infeccioso, sua localização ou natureza. Mesmo assim, no entanto, os exames representam uma ferramenta fundamental para a detecção precoce de animais marinhos enfermos antes que eles apresentem sinais clínicos evidentes, quando muitas vezes já será muito tarde para o tratamento bem sucedido. Por outro lado, porém, a literatura científica sobre os valores de referência para parâmetros sanguíneos de animais marinhos ainda é limitada, e um fator complicante adicional é que antes e durante o processo de reabilitação os animais marinhos passam por situações de debilitação e estresse que podem resultar em alterações significativas de seu perfil hematológico “normal”. Em suma, os exames hematológicos são uma ferramenta valiosa para o manejo e medicina de populações em reabilitação, permitindo a detecção de animais com doença subclínica e garantindo intervenções diagnósticas e terapêuticas mais precoces. Agradecimentos: Aos nossos amigos e colegas do CRAM-FURG LAPCOM/FMVZ-USP, em especial Lauro Barcellos e José Luiz Catão-Dias. e do 126 Panorama sobre os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) recebidos no setor de reabilitação do CECLIMAR/IB/UFRGS entre 2009 e 2011 Alice Pereira1, Pedro Ivo Campani de Castro Figueiredo1, Bruna Maldaner1, Ruth Maria Sutello de Oliveira1, Derek Blaese Amorim1, Maurício Tavares1,2 1 Setor de Reabilitação (CERAM) do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos, Instituto de Biociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CECLIMAR/IB/UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil; 2 Email: [email protected] RESUMO Existem quatro espécies de pinguins registradas para o Rio Grande do Sul (RS), sendo o pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) a mais comum no litoral gaúcho. O presente trabalho apresenta registros sobre a espécie no litoral (norte e médio leste) do Rio Grande do Sul entre 2009 e 2011. Nesse período, foram recebidos 203 espécimes (n=30 em 2009; n=52 em 2010; n=121 em 2011), sendo 137 juvenis, 26 adultos e 40 não avaliados. Do total, 132 foram a óbito, 46 encaminhados ao Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM) da FURG, 24 foram soltos após reabilitação e um eutanasiado. Noventa e quatro apresentaram algum vestígio de óleo na plumagem (um em 2009; cinco em 2010; 88 em 2011). O maior recebimento de espécimes com óleo em 2011 foi relacionado a um evento de origem desconhecida que atingiu um grande número de animais no litoral gaúcho entre as localidades de Torres e Tavares. Dos espécimes com óleo recebidos em 2011, 43 foram estabilizados e encaminhados ao CRAM-FURG devido a falta de espaço físico no CECLIMAR para atendimentos a acidentes de grandes proporções, mesmo este sendo o centro de referência em atendimentos de animais marinhos no litoral norte do RS. Registros no sul do Brasil tornam-se fundamentais para uma melhor compreensão acerca da dinâmica populacional desta espécie. Nesse sentido, o setor de Reabilitação do CECLIMAR está desenvolvendo e colaborando com uma série de projetos de pesquisa sobre organoclorados, genética, isótopos estáveis, ecologia alimentar e anilhamento. Agradecimentos: Agradecemos especialmente a todos os funcinonários do CECLIMAR que de alguma forma colaboraram com as atividades do setor de Reabilitação, a todos estagiários voluntários e bolsistas que conosco estiveram no período de estudo, a toda equipe da FAVET e do HCV da UFRGS, bem como ao Comando Ambiental da Brigada Militar pelo constante apoio nas operações de resgate e translado de espécimes de fauna silvestre. A toda equipe do CRAM-FURG pelo apoio e colaboração no atendimento aos espécimes afetados por óleo em 2011. 127 Tartarugas-verdes (Chelonia mydas) recebidas no Centro de Recuperação de Animais Marinhos – CRAM-FURG Roberta Petitet1,2,6, Pedro Bruno-Filho1, Laís Guterres3, Andréa Corrado Adornes1, Lauro Barcellos1, Rodolfo Pinho da Silva-Filho1,4,5 1 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 2 Instituto de Oceanografia, Universidade Federal de Rio Grande – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 3 Laboratório de Tartarugas e Mamíferos Marinhos, Instituto de Oceanografia – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 4 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 5 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 6 Email: [email protected] RESUMO O Centro de Recuperação de Animais Marinhos, da Universidade Federal de Rio Grande (CRAM-FURG), recebe todos os anos uma grande quantidade de tartarugasverdes (Chelonia mydas) com causas variadas de debilidade. Durante o ano de 2011 o CRAM-FURG recebeu 92 tartarugas-verdes juvenis com um intervalo de 28,5 a 62,0 cm (Média ± D.P. = 38,0 ± 4,96 cm) de comprimento curvilíneo da carapaça (CCC). Ocorreram dois picos de entrada desses animais, um por volta de abril/maio e outro por volta de outubro/novembro. Das 92 tartarugas-verdes recebidas, 56 obtinham resíduos sólidos (lixo) em seu trato gastrointestinal, 21 com grande quantidade de epibiontes em sua carapaça, 9 com evidências de interação com a pesca e os 9 restantes por motivo indeterminado. Porém dos 9 casos com evidências de interação com a pesca, 3 indivíduos também apresentaram epibiontes (1) e resíduos sólidos (2). Os animais do primeiro grupo estavam em sua maioria caquéticos e apresentavam desidratação severa, enquanto que os animais do segundo pico estavam em uma condição corporal regular/bom e desidratação moderada, sugerindo que esses animais do primeiro pico são vítimas da grande quantidade de resíduo sólido acumulado pelos turistas que utilizam as praias do Rio Grande do Sul durante o verão. Já os animais do segundo pico são tartarugas que passaram o inverno na costa e possivelmente entraram em um estado de letargia devido à baixa temperatura da água e disponibilidade de alimento, possibilitando a fixação e crescimento de animais nas carapaças dessas tartarugas. 128 Malária e aspergilose em pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus): Relato de um caso de infecção mista no sul do Brasil Vanice Rodrigues Poester1,6, Ângela Leitzke Cabana2, Andréa Corrado Adornes3, Alice Meirelles Leite2,3, Mauro Pereira Soares2, Rodolfo Pinho da Silva-Filho3,4,5, Mário Carlos Araújo Meireles2, Melissa Orzechowski Xavier1 1 Universidade Federal de Rio Grande – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 2 Universidade Federal de Pelotas –UFPel, Pelotas, RS, Brasil; 3 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 4 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 5 Aiuká - Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 6 Email: [email protected] RESUMO Os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) são aves marinhas provenientes do hemisfério Sul que durante o período de migração percorrem o litoral brasileiro. Quando debilitados estes animais saem da água sendo encontrados na orla e encaminhados para centros de reabilitação, onde o cativeiro os torna suscetíveis a doenças infecciosas. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de infecção mista por Plasmodium sp. e Aspergillus fumigatus em um pinguim-deMagalhães em reabilitação no sul do Brasil. Em 2005, o CRAM-FURG recebeu um pinguim-de-Magalhães, fêmea, adulto, encontrado no litoral do Rio de Janeiro para reabilitação. Após aproximadamente dois meses em cativeiro a ave apresentou deterioração do estado geral, palidez de mucosas e 24h antes do óbito apresentou apatia, anorexia e dispnéia. Na necropsia observou-se ruptura do baço, hepatomegalia severa, hidropericárdio e edema pulmonar, alterações sugestivas de malária, bem como sacos aéreos espessados com pequenos nódulos esbranquiçados, sugerindo aspergilose em estágio inicial de aerosaculite. O diagnóstico de malária foi confirmado através de histopatologia, demonstrando esquizontes no endotélio capilar do baço, pulmão e fígado, merozoítos intraeritrocíticos em vários órgãos. O diagnóstico de aspergilose foi confirmado pela detecção de estruturas fúngicas de parasitismo nos sacos aéreos por histopatologia associada ao isolamento de A. fumigatus em cultivo micológico. Considerando a extensão e gravidade das distintas lesões, sugere-se que a infecção fúngica foi secundária à debilidade do animal ocasionada pela malária. Este relato instiga a realização de estudos relacionados a concomitância e associação destas duas principais doenças em pinguins em cativeiro. Agradecimentos: Ao CRAM- FURG. 129 Monitoreo de Pingüinos de Magallanes rehabilitados en el Área Natural Protegida Punta Tombo, Chubut, Argentina Carla Poleschi1,3, Franco Corral2 1 Secretaria de Turismo y Áreas Protegidas. Dirección General de Gestión Técnica y Operativa. Chubut. Argentina; 2 Proyecto SIAPCM (ARG 10/G47 GEF-PNUD) - Fundación Patagonia Natural. Chubut. Argentina; 3 Email: [email protected] RESUMEN A principios de septiembre del año 2011, un grupo de 18 Pingüinos de Magallanes (Spheniscus magellanicus) arribó con manchas de hidrocarburo en su plumaje, a la colonia de nidificación del Área Natural Protegida Punta Tombo (ANPPT), localizada a 107 km al sur de Trelew en la provincia del Chubut (44º02‟S, 65º11‟W). Los guardafaunas del ANPPT, los recolectaron, realizaron los primeros auxilios y los derivaron a Fundación Patagonia Natural, en Puerto Madryn, para su rehabilitación. Después de dos meses se los liberó con un anillo en su aleta izquierda para permitir su identificación. En sus tareas de rutina, los guardafaunas del ANPPT reavistaron en la colonia tres ejemplares rehabilitados en este evento. Las aves se encontraban en buenas condiciones de salud, cumpliendo distintas etapas de su ciclo de vida. El monitoreo regular permitiría realizar un seguimiento de los animales rehabilitados en una forma eficiente para comprobar la reinserción en su hábitat nuevamente, y así poder cumplir con las secuencias de su ciclo de vida. El trabajo de recorridas del personal de las áreas protegidas es una gran ayuda en las tareas de rescate y rehabilitación de pingüinos, ya que son los primeros que detectan un problema y son los que pueden realizar un monitoreo. Así mismo se resalta la gran importancia de capacitar al personal de campo de Áreas Protegidas en la identificación de anormalidades, la colecta, otorgar primeros auxilios y en el monitoreo posterior de los pingüinos. Agradecimientos: Nuestro agradecimiento a la Dirección de Flora y Fauna de la Provincia del Chubut. A Los guardafaunas del Chubut, a la Dirección General de Gestión Técnica y Operativa, a Soledad Díaz Ovejero y Sandra Rivera, a la STyAP, Oscar Biagioni, Julián Andrejuk, a Fundación Patagonia Natural, Guillermo Caille, Voluntarios de FPN, Dee Boersma por los anillos identificatorios, a International Bird Rescue e IFAW, a Valeria Ruoppolo, Rodolfo Pinho da Silva-Filho, Sergio Rodríguez Heredia, Romina Sardi, Adrián Rodríguez, por el apoyo constante en el trabajo diario, a Pesquera San Isidro, Magistral P&G, Patagonia Ecológica S.A., empresas que se suman al trabajo de rehabilitación. 130 Desafios da terapia medicamentosa para o tratamento de aspergilose crônica em pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) Laura Reisfeld1,6, Kauê Moraes1, Bruna Silvatti1, Laura Ippolito1, Jéssica Cabral1, Ricardo Cardoso1, Ralph Eric Thijl Vanstreels2, José Luiz Catão-Dias2, Ângela Leitzke Cabana3, Melissa Orzechowski Xavier4, Tania Freitas Raso5 1 3 Aquário de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 2 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; Universidade Federal de Pelotas –UFPel, Pelotas, RS, Brasil; 4 Universidade Federal de Rio Grande – FURG, Rio Grande, RS, Brasil; 5 Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 6 Email: [email protected] RESUMO A aspergilose é a enfermidade infecciosa mais frequente em pinguins em cativeiro ou em reabilitação e seu diagnóstico precoce e tratamento são considerados alguns dos maiores desafios na medicina destas aves. Um pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), mantido em cativeiro no Aquário de São Paulo, apresentou um quadro progressivo de apatia e anorexia, com leucocitose por heterofilia, linfócitos reativos, hiperproteinemia e hiperglobulinemia. Foi estabelecido tratamento com Enrofloxacina, Itraconazol, Meloxicam, Ranitidina e Silimarina. O animal apresentou melhoras e pioras intermitentes nas semanas seguintes. Teste sorológico revelou positividade para Aspergillus; PCR para Chlamydophila psittaci apresentou resultado negativo. O exame radiográfico revelou uma estrutura em região torácica ventral esquerda (6.1 x 6.7 x 7.4 cm), oca, com paredes intensamente radiopacas e espessas (2.0 cm). Institui-se tratamento por 20 dias com Voriconazol (VFend® 4 mg∕kg, VO, BID), e manutenção dos tratamentos anteriores. Após três meses do diagnóstico inicial, o animal apresentava-se marcadamente apático e isolado do grupo, vindo a óbito com um quadro de profunda dispnéia e palidez de mucosas. A necropsia confirmou que a massa torácica era o saco aéreo torácico cranial esquerdo, cujas paredes encontravam-se espessadas por camadas brancoacinzentadas de material purulento sólido. Aspergillus fumigatus foi obtido em cultura pura. Histologicamente, a lesão foi caracterizada como um piogranuloma, com presença de hifas fúngicas visível ao ácido periódico-Schiff. O Voriconazol tem apresentado resultados promissores no tratamento de aspergilose em humanos e outras aves, porém, mais estudos são necessários para estabelecer a dose ideal para atingir concentrações eficientes e os efeitos deste medicamento em pinguins. Concluímos que a excisão cirúrgica poderia ter sido uma alternativa para reverter o quadro, porém, o comprometimento geral, comumente observado nos quadros de aspergilose continuaria sendo um fator limitante. Agradecimentos: A toda equipe do Aquário de São Paulo e a todos profissionais envolvidos nos exames diagnósticos necessários para este animal. 131 Respostas comportamentais de pinguins-de-Magalhães à água doce e à água salgada e sua importância para o cativeiro Laura Reisfeld1,3, Kauê Moraes1, Lygia Spaulussi1, Ricardo Cardoso1, Laura Ippolito1, Bruna Schwarz1, Rafael Gutierrez1, Bruna Silvatti1, Cristiane Schilbach Pizzutto2 1 Aquário de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 2 Departamento de Reprodução Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 3 Email: [email protected] RESUMO O pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) é a espécie mais comum na costa brasileira. São animais que despendem grande parte do seu tempo em água, informação esta, fundamental para a manutenção desta espécie em cativeiro. Pinguins em cativeiro estão predispostos a pododermatites (comumente conhecida como bumblefoot) devido a mudanças nos padrões normais de atividade, hábitos sedentários, tempo prolongado em superfícies duras e abrasivas e menor tempo na água. O objetivo deste trabalho foi avaliar a preferência ambiental de um grupo de pinguins-de-Magalhães, mantidos em cativeiro no Aquário de São Paulo, em duas condições diferentes de água: doce e salgada. Os animais haviam sido mantidos por três meses em água doce, sendo transferidos à água salgada; no mês anterior e posterior à transição de água seus comportamentos foram registrados pelo método de amostragem focal por intervalo de tempo de 30 segundos, totalizando 60 horas de observações para cada animal. Foi observado que, quando mantidos em água doce, os animais permaneciam 4.33% de seu tempo na água, enquanto que, em água salgada esse tempo aumentou para 77.8%, demonstrando uma preferência significativa pela segunda opção. A mudança no padrão de atividade, além de aumentar o tempo de forrageamento na água, também permitiu a observação de um maior repertório de comportamentos típicos da espécie e diminuiu a incidência de pododermatites, sinalizando ser uma ferramenta importante na tentativa de proporcionar bem-estar para esta espécie em cativeiro. Apesar de controvérsias a respeito da relevância clínica e fisiológica da utilização de água salgada para animais em cativeiro, nossos resultados justificam a manutenção destes animais em água salgada. Agradecimentos: A toda equipe do Aquário de São Paulo por toda sua dedicação e cuidados com os animais; Valeria Ruoppolo e Ralph Vanstreels por incentivarem o desenvolvimento deste trabalho. 132 Celiotomia pela fossa pré-femoral para colopexia incisional em tartarugacabeçuda (Caretta caretta) Vanessa Lanes Ribeiro1,3, Michelli Westphal de Ataíde2, Derek Blaese de Amorim1, Kauê Danilo Helene Lemos dos Reis1, Marcelo Meller Alievi1 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS,Porto Alegre, RS, Brasil; 2 Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS, Brasil; 3 Email: [email protected] RESUMO Uma Caretta caretta de 32 kg, 70 cm de CCC e sexo indefinido foi encaminhada ao PRESERVAS/HCV/UFRGS. Ao exame clínico, apresentou desidratação de 6%, mucosas rosadas e sem alterações de flutuabilidade. Foi observado prolapso de cloaca com o tecido viável, o qual foi reduzido com sutura em bolsa-de-tabaco após bloqueio anestésico. Foi observado ainda anemia regenerativa com desvio à esquerda. Já na radiografia e no EPF não foi revelado nada significativo. A endoscopia orogástrica e a colonoscopia foram realizadas com endoscópio flexível de 5 mm após administração de butorfanol (0,5 mg/kg IM) e diazepan (0,5 mg/kg IM), as quais evidenciaram o trato digestório livre de conteúdos obstrutivos. No décimo dia foi retirada a sutura e observou-se recidiva do prolapso. Com a administração de butorfanol na dose supracitada, propofol (2 mg/kg IO) e isoflurano vaporizado em oxigênio foi possível realizar a celiotomia por uma incisão na fossa pré-femoral direita de 5 cm. Após inspeção do intestino delgado e grosso não foi localizado ponto obstrutivo, portanto o cólon descendente foi fixado na parede celomática pela técnica incisional com poligalactina 910 2-0 PIS. Depois da lavagem da cavidade, a síntese da porção muscular da ferida cirúrgica em padrão Sultan e redução do espaço morto com mesmo fio foi preconizada, enquanto a pele com mononáilon 3-0 PIS. Durante a recuperação anestésica, o animal foi mantido em local seco e aquecido, recebendo butorfanol (0,8 mg/kg IM SID por 3 dias) e enrofloxacina (2,5 mg/kg IM SID por 7 dias). A recuperação da paciente ocorreu dentro do esperado, alimentando-se com crustáceos após 12 dias da cirurgia e sendo finalmente liberada ao mar. Agradecimentos: Agradeço especialmente à Médica Veterinária Michelli Westphal de Ataíde pela imensa colaboração neste trabalho, e ao Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS, que fornece subsídios para realização de procedimentos clínico-cirúrgicos em Animais Silvestres. 133 Rehabilitación de foca leopardo (Hydrurga leptonyx) en Chile G. Rodríguez-Ban1,2, A. Robles1, I. Hernández1 1 Centro de Rescate de Fauna del Buin Marino, Parque Zoológico Buin Zoo, Buin, Región Metropolitana de Santiago, Chile; 2 Email: [email protected] RESUMEN Los registros de focas leopardo (Hydrurga leptonyx) errantes se han informado desde principios del siglo pasado, en distintos lugares de Sudamérica, Australia, Nueva Zelanda y Sudáfrica. En Chile, se ha informado de focas leopardo en el archipiélago de Juan Fernández, en la costa central y norte de Chile. Estos desplaza¬mientos atípicos son potenciados por la corriente de Humboldt. Durante los años 2009 y 2010 se recibieron en el Centro de Rescate del Buin Marino (operado por Espectáculos Mundomar Ltda., Chile) tres ejemplares de foca leopardo juveniles con evidentes síntomas de deshidratación y emaciación. Todas recibieron tratamientos antibióticos y antiinflamatorios y los correspondientes cuidados con el fin de rehabilitarlas para su posterior liberación. La ingesta promedio diaria de pescado fue de 15 kg por animal. La primera foca, un macho juvenil, apareció en San Antonio, deshidratada y con síntomas de neumonía. Se le aplicaron los tratamientos adecuados, pero murió después de 2 meses aproximadamente. El segundo ejemplar, una hembra juvenil, apareció en Coquimbo, con una lesión ocular reciente, y presentaba adelgazamiento; fue tratada y rehabilitada, liberándose en Pichilemu (VI región). La tercer foca, macho juvenil, apareció en Algarrobo deshidratada y con bajo peso; presentaba heridas en el cuello; se liberó en El Canal Chacao, Puerto Montt. Para mantener los animales en mejores condiciones, la segunda y tercera se alojaron en una cámara a una temperatura de 8ºC. La liberación se realizó en conjunto con SERNAPESCA, la agencia gubernamental de fauna marina de Chile. 134 Contributions of flow cytometry and gas chromatography for conservation of Chelonia mydas (Testudines, Cheloniidae) in Brazil Silmara Rossi1,6, Angélica María Sánchez-Sarmiento2, Luiz Américo S. Vale3, Elmer Alexander Genoy-Puerto2, Denise Kinoshita4, Nicolle G. T. de Queiroz Hazarbassanov4, José Henrique Becker5, Eliana Reiko Matushima2 1 Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, Brasil; 2 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 3 Grupo de Pesquisa em Química Verde e Ambiental, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 4 Laboratório de Farmacologia e Toxicologia, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 5 Projeto TAMAR-ICMBio, Brasil; 6 Email: [email protected] ABSTRACT The fibropapillomatosis (FP) is one of the greatest important threats to the survival of green sea turtle (Chelonia mydas), which conservation status is endangered by International Union for Conservation of Nature and vulnerable by Red List of Brazilian fauna. Studies attribute the cause of the disease to the association of Chelonid Fibropapilloma-associated Herpesvirus, genetic and environmental factors like polychlorinated biphenyls (PCBs). This study aimed to assess the leukocytes function (phagocytosis and oxidative burst) by flow cytometry and investigate the PCBs presence in blood samples by gas chromatography (GC-MS/MS) correlating these results with hematological data. Specimens of C. mydas were caught randomly or rescue in Ubatuba-SP (n=49), a feeding area in Brazil. Were collected biometric data, numbers and distribution of the tumors in accordance to protocols of Projeto TAMAR-ICMBio. The leucocytes were obtained using Percoll Amersham Biosciences®, which corroborated its efficacy in separating mononuclears and granulocytes. The stimuli applied were: Phorbol Miristate-Acetate for oxidative burst and Saccharomyces cerevisiae for phagocytosis. The PCBs monitored congeners (28, 52, 101, 118, 138, 153 and 180) were detected. The number of tumors per animal ranged from 1 to 61, with the anterior region (head, eyes, throat and limbs) having the largest number. Animals with FP had a larger size than non-fibropapillomas turtles. The results were similar (p≥0.05) between afflicted and non-afflicted turtles. Samples from other regions are still being analyzed, which will allow the expansion of the preliminary results and the comparison between the areas of occurrence of C. mydas in Brazil. Acknowledgements: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): 2010/01781-8 and 2011/04565-7. Projeto TAMAR-ICMBio, Jorge Oyakawa from Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Herculano Pinho Pereira and Vagner Gonçalves Jr. from Laboratório de Farmacologia e Toxicologia, Universidade de São Paulo, Brazil. 135 Establecimiento de escores para determinar el grado de severidad de la fibropapilomatosis en Chelonia mydas (Testudines, Cheloniidae) capturadas en la costa brasilera Silmara Rossi1,5, Angélica María Sánchez-Sarmiento2, Ralph Eric Thijl Vanstreels2, Robson Guimarães dos Santos3, Cecília Baptistotte4, Eduardo Henrique Soares Moreira Lima4, José Henrique Becker4, Eliana Reiko Matushima2 1 Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, Brasil; 2 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 3 Departamento de Oceanografia e Ecologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil; 4 Projeto TAMAR-ICMBio, Brasil; 5 Email: [email protected] RESUMEN La fibropapilomatosis (FP) es una enfermedad que afecta tortugas marinas, en especial a la especie Chelonia mydas, siendo caracterizada por tumores cutáneos benignos. Es considerada una de las principales amenazas para su conservación junto a la captura por pesca y degradación del hábitat. Existe un consenso de que la FP tendría múltiples causas, incluyendo un agente viral, factores genéticos y ambientales. Fueron estudiados especímenes de C. mydas provenientes de UbatubaSP, Vitória-ES y Almofala-CE, áreas de alimentación en Brasil. Se registraron datos biométricos: Largo curvo del caparazón (cm), Ancho curvo del caparazón (cm) y Masa corporal (kg), tamaño y cantidad de tumores por región anatómica, conforme protocolo del Proyecto Tamar-ICMBio, clasificando los tumores por categorías: 1 (< 1 cm), 2 (1 cm ≤ tumor < 4 cm), 3 (4 cm ≤ tumor < 10 cm) y 4 (≥ 10 cm). El objetivo de este trabajo fue utilizar la cantidad de tumores por categoría para definir escores de gravedad de la enfermedad. Posteriormente esos escores serán correlacionados al índice de condición corporal (ICC), análisis de organoclorados y de función celular. La nueva propuesta, aún en desarrollo, contempla aplicación de modelaje estadístico utilizando estas categorías y la aplicación de una puntuación por categoría. Por ejemplo, categorías 1 y 2 llevarían menor puntuación por clasificar tumores más pequeños. Tal propuesta será utilizada para C. mydas de la costa brasilera, aplicándose mejor a esas poblaciones y los escores posibilitarán una mejor evaluación de la severidad de la FP (leve, moderada, grave, muy grave). Agradecimientos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (2010/01781-8 y 2011/04565-7). Projeto Tamar-ICMBio, a Jorge Oyakawa del Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens y a Marcillo Altoé Boldrin del CTA - Meio Ambiente. 136 Comparison between corporal subjetive classification and body condition index (BCI) for Chelonia mydas (Testudines, Cheloniidae) caught in Brazilian coast Angélica María Sánchez-Sarmiento1,7, Silmara Rossi2, Ralph Eric Thijl Vanstreels1, Robson Guimarães dos Santos3, Juliana Marigo1,4, Carolina Pacheco Bertozzi4, Cecília Baptistotte5, José Henrique Becker5, Eliana Reiko Matushima1 1 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 2 Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, Brasil; 3 Departamento de Oceanografia e Ecologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil; 4 Projeto Biopesca, Praia Grande, SP, Brasil; 5 Projeto TAMAR-ICMBio, Brasil; 6 Email: [email protected] ABSTRACT Chelonia mydas, green sea turtle, is an endangered species by the IUCN (2012) and a vulnerable species in Brazil. The threats are catch, habitat degradation (including pollution) and diseases. The fibropapillomatosis (FP) is one of the greatest threats against the survival of C. mydas due to the multifactorial causes and impact all over the world. Biometric data (Curved Carapace Length-CCL, Curved Carapace WidthCCW and Body Mass-BM) of green sea turtles from Ubatuba-SP, Praia Grande-SP and Vitória-ES were recorded. Straight Carapace Length (SCL) was calculated from CCL and was used to obtain the Body Condition Index (BCI = BM / SCL3). BCI was tested versus subjective body condition (poor, fair and good), which evaluates the general aspect and concavity of plastron. The results demonstrated that the subjective classification is reliable for animals with poor condition; nevertheless, this classification is not clear for turtles estimated as fair and good. On the other hand, the objective classification (BCI) was an appropriate indicator for body condition. BCI of specimens caught by fishing net (1.54 ± 0.03) was higher than green sea turtles from rehabilitation (1.30 ± 0.08) or those found stranded or floating (1.23 ± 0.05). BCI was higher in females (1.45 ± 0.03) than males (1.28 ± 0.06). Further studies will attempt to correlate BCI with presence and intensity of FP and levels of organochlorine pollutants in tissues samples from C. mydas caught in other areas of Brazilian coast, aiming to clarify the role and impact of FP for green sea turtles conservation. Acknowledgements: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP): 2011/04565-7 and 2010/01781-8. Projeto Biopesca, Projeto TAMARICMBio, Jorge Oyakawa from Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Universidade de São Paulo and Marcillo Altoé Boldrin from CTA - Meio Ambiente. 137 Distribución anatómica de fibropapilomas en tortugas verdes, Chelonia mydas (Testudines, Cheloniidae), capturadas en la costa brasilera Angélica María Sánchez-Sarmiento1,5, Silmara Rossi2, Ralph Eric Thijl Vanstreels1, Robson Guimarães dos Santos3, Cecília Baptistotte4, José Henrique Becker4, Eduardo Henrique Soares Moreira Lima4, Eliana Reiko Matushima1 1 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 2 Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, SP, Brasil; 3 Departamento de Oceanografia e Ecologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil; 4 Projeto TAMAR-ICMBio, Brasil; 5 Email: [email protected] RESUMEN Las tortugas marinas se encuentran mundial y regionalmente amenazadas de extinción. La tortuga verde, Chelonia mydas, está clasificada como “Amenazada” por la Unión Internacional para la Conservación de la Naturaleza y es listada como vulnerable de extinción por el Instituto Brasilero de Medio Ambiente y de los Recursos Naturales Renovables. Las amenazas para la especie incluyen captura por pesca, degradación del hábitat en las áreas de alimentación y anidación, polución marina y enfermedades. Una de las principales amenazas para la conservación de esta especie es la fibropapilomatosis, Green turtle fibropapilloma disease, una enfermedad tumoral que se destaca por su carácter multifactorial, amplia distribución e impacto. Se caracterizaron los fibropapilomas de 88 individuos provenientes de Almofala-CE (n=4), Ubatuba-SP (n=61) y Vitória-ES (n=23). En total, 3035 fibropapilomas (34,49 ± 27,69), de 1 a 129 por tortuga, fueron clasificados por categorías de tamaño: (1) < 1 cm (42,9% de los tumores), (2) 1 ≤ tumor < 4 cm (50,71%), (3) 4 ≤ tumor < 10 cm (6,06%), (4) ≥ 10 cm (0,33%). Se constató que los tumores se distribuyen en mayor cantidad en las aletas anteriores y posteriores (incluyendo en ambas piel adyacente) con un 44,18% y 29,16% respectivamente, región cervical (11,63%), plastrón (5,01%), ojos (4,15%), región inguinal y cola (3,23%), caparazón (1,75%) y escamas córneas de la cabeza (0,89%). Futuramente, los resultados serán correlacionados al histórico individual y concentraciones de compuestos organoclorados, estableciendo nuevas conductas para el análisis de la gravedad de esta enfermedad en tortugas verdes provenientes de la costa brasilera. Agradecimientos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (2011/04565-7 y 2010/01781-8). Projeto Tamar-ICMBio, a Jorge Oyakawa del Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens y a Marcillo Altoé Boldrin del CTA - Meio Ambiente. 138 Encalhe incomum de Baleia-Piloto-de-Peitorais-Curtas (Globicephala macrorhynchus) na Praia de Boracéia, São Sebastião, SP, Brasil Juliana Yuri Saviolli1,2,3, Mayra Aki Yamazaki Rocha1,2, Beatriz Barroso da Costa2, Shirley Pacheco de Souza2, Carlo Leopoldo Bezerra Francini1 1 Projeto Aves AMAR - Pesquisa, Monitoramento e Conservação de Aves Aquáticas, Marinhas e Ambientes Insulares de São Paulo, São Sebastião, SP, Brasil; 2 Projeto S.O.S Mamíferos Marinhos São Sebastião, SP, Brasil; 3 Email: [email protected] RESUMO A baleia-piloto-de-peitoriais-curtas (Globicephala macrorhynchus), espécie oceânica e cosmopolita, possui nadadeiras peitorais com comprimento menor que 20% do comprimento corporal e 2 a 3 pares de dentes a menos que a baleia-piloto-depeitorais-longas (Globicephala melas). Em 5 de outubro de 2010, às 05:30 AM, um exemplar de Globicephala macrorhynchus encalhou vivo na Praia de Boracéia no Município de São Sebastião, São Paulo. Encontrado por moradores, o animal veio à óbito horas depois. As 12:00 AM a equipe de atendimento a encalhes chegou ao local e realizou biometria e necropsia do animal. O indivíduo, um macho de 5,3 metros de comprimento, possuía apenas um dente incisivo inferior na cavidade oral, severamente desgastado. Marcas recentes de mordidas de tubarão charuto (Isistius brasiliensis) distribuídas pelo corpo continham crustáceos ciamídeos e outras encontravam-se cicatrizadas. A nadadeira peitoral esquerda media 94 cm de comprimento e 19 cm de largura, a nadadeira dorsal media 45 cm de altura e a nadadeira caudal 145 cm de largura. O indivíduo apresentava o estômago relativamente vazio, contendo apenas bicos de lulas. A única alteração patológica encontrada foi coleção de líquido em pericárdio (hidropericárdio). Amostras histopatológicas foram colhidas e encaminhadas para o Departamento de Patologia da FMVZ-USP e o exame destas poderá nortear esclarecimentos sobre o encalhe vivo e solitário de um indivíduo oceânico, de espécie tipicamente gregária. O animal foi enterrado no local para posterior recuperação do esqueleto. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), o status dessa espécie é classificado como “dados insuficientes”. Estudos investigam a existência de subespécies e, se confirmados, Globicephala macrorhynchus mudará para vulnerável ou criticamente ameaçada. Agradecimentos: Prefeitura Municipal de São Sebastião, Defesa Civil de São Sebastião, Comunidade de pescadores e colaboradores da cidade, Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens - LAPCOM da FMVZ-USP. 139 Monitoramento de fauna marinha através do monitoramento de praias e atendimento a encalhes realizados nos anos de 2010 e 2011 em São Sebastião, SP, Brasil Juliana Yuri Saviolli1,2,3, Mayra Aki Yamazaki Rocha1,2, Carlo Leopoldo Bezerra Francini1, Alvaro Augusto dos Santos Moura1 1 Projeto Aves AMAR - Pesquisa, Monitoramento e Conservação de Aves Aquáticas, Marinhas e Ambientes Insulares de São Paulo, São Sebastião, SP, Brasil; 2 Projeto S.O.S Mamíferos Marinhos São Sebastião, SP, Brasil; 3 Email: [email protected] RESUMO O monitoramento de praias é realizado nas praias de Guaecá, Barequeçaba e Grande no Município de São Sebastião, com maior ênfase nos meses de outono e inverno quando espécies migratórias visitam nossa costa e principalmente após intempéries marítimas (fortes ventos e mudanças bruscas de correntes e ondulações). Para tal, a equipe percorre toda a extensão de areia em busca de animais que possam ter sidos trazidos pelas frentes. Além disso, chamados diversos são atendidos para o resgate a encalhes. Em 2010, foram encontrados e/ou atendidos 86 aves, 9 tartarugas e 3 mamíferos marinhos, totalizando 98 animais. No dia 5 de agosto de 2010, cerca de 70 exemplares de pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) encalharam mortos distribuídos entre as praias de Guaecá e Barequeçaba. Já em 2011, somente 12 animais foram atendidos: 5 aves, 7 tartarugas e 2 odontocetos. Os animais encontrados mortos foram submetidos a biometria e necropsia para colheita de materiais histopatológicos, sendo estes destinados ao Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens (LAPCOM) da FMVZ-USP. Os animais encontrados vivos foram estabilizados e encaminhados ao centro de reabilitação mais próximo. Entre as aves foram identificadas 5 espécies diferentes: Spheniscus magellanicus, Thalassarche chlororhynchos, Procellaria aequinoctialis, Larus dominicanus, Nycticorax nictycorax. Para répteis identificaram-se 4 espécies de tartarugas marinhas: Chelonia mydas, Caretta caretta, Eretmochelys imbricatta, Lepidochelys olivacea; e 4 espécies de mamíferos: Globicephala macrorhynchus, Megaptera novaengliae, Pontoporia brainvillei e Sotalia fluviatilis. Os estudos realizados pelo Projeto Aves AMAR e Projeto S.O.S Mamíferos Marinhos buscam o levantamento de dados norteadores em prol da conservação das espécies e ecossistemas marinhos. Agradecimentos: Prefeitura Municipal de São Sebastião, Defesa Civil de São Sebastião, Escola Municipal de Vela de São Sebastião, Comunidade de pescadores e colaboradores da cidade, Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens - LAPCOM da FMVZ-USP. 140 Terapia fotodinâmica na consolidação de fratura de carapaça em tartarugaverde (Chelonia mydas) Fabio Parra Sellera1,4, Lorie Tukamoto Fernandes2, Fabio Celidonio Pogliani1, Carlos Roberto Teixeira3, Gustavo Henrique Pereira Dutra2, Cristiane Lassálvia Nascimento2,3 1 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 2 Aquário Municipal de Santos, Santos, SP, Brasil; 3 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP, Brasil; 4 Email: [email protected] RESUMO Dentre os traumas que ocorrem em quelônios, os mais comuns são fraturas na carapaça ou plastrão. Suas placas córneas recobrem um estruruta óssea e possuem a mesma função que a pele nos humanos, portanto, o casco fraturado deve ser tratado com os mesmos cuidados que uma pele lesionada. Os tratamentos convencionais para estes problemas clínicos dependem da etiologia e da extensão da lesão. Traumas relativamente frequentes em quelônios na natureza são lesões provocadas por predadores naturais e por atividades antrópicas, como colisões com embarcações. A terapia fotodinâmica antimicrobiana consiste na associação de um agente fotossensibilizador e luz visível, capaz de causar a destruição seletiva das células microbianas e acelerar a reparação tecidual. Foram atendidas duas tartarugas marinhas da espécie Chelonia mydas no Aquário Municipal de Santos (Santos, SP), com fraturas em carapaça. Os animais foram exclusivamente tratados com terapia fotodinâmica associando-se a irradiação de um laser vermelho com potência de 100 mW (DMC Ltda., São Carlos, SP), comprimento de onda (λ) de 660 nm e densidade de energia de 180 J/cm2. Este procedimento foi associado ao uso tópico do fotossensibilizador azul de metileno (solução aquosa, concentração de 60 µM). Dos dois animais atendidos, um obteve consolidação óssea da fratura, otimizando a recuperação do paciente após quatro tratamentos no período de um mês. O outro animal respondeu ao tratamento, porém veio á óbito por complicações devido à ingestão de resíduos antrópicos. Novos estudos devem ser realizados a fim de elucidar os mecanismos envolvidos na reparação de fratura de carapaça em repteis através de terapia fotodinâmica. 141 Tratamento de fibropapilomatose em tartarugas-verdes (Chelonia mydas) através de terapia fotodinâmica Fabio Parra Sellera1,4, Lorie Tukamoto Fernandes2, Fabio Celidonio Pogliani1, Carlos Roberto Teixeira3, Gustavo Henrique Pereira Dutra2, Cristiane Lassálvia Nascimento2,3 1 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 2 Aquário Municipal de Santos, Santos, SP, Brasil; 3 Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Botucatu, SP, Brasil; 4 Email: [email protected] RESUMO A fibropapilomatose é uma doença debilitante que se manifesta pela presença de tumores cutâneos benignos, verrucosos, de tamanho variável. Foram isolados alguns tipos de vírus do tecido neoplásico de tartarugas marinhas: retrovírus, adenovírus, herpesvírus, poliomavírus e papilomavírus. A enfermidade tem uma distribuição mundial. A literatura não recomenda um tratamento especifico sendo que em alguns casos sugere-se a remoção cirúrgica da massa tumoral, com margem de segurança. A Terapia Fotodinâmica (TFD) vem se destacando nas ultimas décadas como opção de tratamento de neoplasias cutâneas. A interação entre luz monocromática, fotossensibilizador e oxigênio culmina em uma serie de reações fotoquímicas que induzem a morte celular. O fotossensibilizador é absorvido pelas células cancerosas e pré-cancerosas que exposta à luz de comprimento de onda especifico as destrói seletivamente por meio de um processo de oxidação celular e preserva o tecido sadio. Foram atendidas três tartarugas marinhas da espécie Chelonia mydas no Aquário Municipal de Santos (Santos, SP) com lesões múltiplas compatíveis com fibropapilomatose. As lesões foram tratadas com laser vermelho com potência de irradiação de 100 mW (DMC Ltda, São Carlos, SP), comprimento de onda (λ) de 660 nm, densidade de energia 360 J/cm2, associado a aplicação intralesional do fotossensibilizador azul de metileno (solução aquosa de 300 µM). Todos os animais tratados responderam ao tratamento com regressão parcial ou total das lesões dependendo do tamanho das lesões e numero de tratamentos realizados. Novos estudos devem ser realizados a fim de elucidar os mecanismos envolvidos na etiologia da fibropapilomatose e o respectivo uso da terapia fotodinâmica em seu tratamento. 142 Resgate de uma tartaruga-oliva Lepidochelys olivacea (Eschscholtz, 1829) no litoral piauiense, Brasil Kesley Paiva-Silva1,2,4, Welanne Mendes de Santana Magalhães1,2, Maryfrances Casto Magalhães1, Suzana Bittencourt Lopes1, Manoel Neto Pinto Nascimento1,3 1 Projeto Tartarugas do Delta, Parnaíba, PI, Brasil; 2 Comissão Ilha Ativa - CIA, Parnaíba, PI, Brasil; 3 Universidade Federal do Piauí – UFPI, Campus Ministro Reis Veloso, Parnaíba, PI, Brasil; 4 Email: [email protected] RESUMO A tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) é considerada a menor tartaruga-marinha e distribui-se em oceanos tropicais e subtropicais. Atualmente é classificada como vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza-IUCN. O litoral do Piauí possui 66 km de extensão e está inserido na APA Delta do Parnaíba. Encalhes de tartarugas são comuns na região, causados por ações antrópicas e causas naturais. O presente trabalho relata o primeiro resgate de tartaruga-oliva viva na praia Pedra do Sal, Piauí. No dia 22 de Outubro de 2010, o exemplar foi avistado por pescadores durante suas atividades sendo liberado das redes e encalhando posteriormente. A equipe do Tartarugas do Delta analisou o indivíduo e constatou características de afogamento, possivelmente provocado pelo emalhe; ausência de caquexia, desidratação e tumores externos. A espécie foi determinada através do crânio e carapaça; e biometria: comprimento e largura de carapaça (CCC= 53,7 cm e LLC= 56,8 cm). Foram verificados cortes (cicatrizados) nas nadadeiras anteriores e posteriores, além de perfurações na carapaça e crânio, estas em reconstituição. As técnicas de reanimação foram aplicadas segundo a metodologia do Tamar/ICMBio, com descanso à sombra, elevação da parte posterior do animal e mantido em observação até apresentar reflexos e ser reintroduzido. A praia foi monitorada durante dois dias, não sendo registrado o retorno do animal, considerando assim uma reintrodução de sucesso. A continuidade dos monitoramentos aliada a ações educativas na comunidade pesqueira, informando sobre as ameaças, manejo e reanimação são de suma importância, pois podem contribuir para a conservação dos quelônios marinhos na APA Delta do Parnaíba. Agradecimentos: Agradecemos o patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, viabilizando a realização da pesquisa, à comunidade da Praia Pedra do Sal, em Parnaíba, pelo auxílio no levantamento de dados e aos órgãos ambientais locais pelo apoio técnico. 143 Acesso intraósseo como via alternativa para fluidoterapia em Chelonia mydas Lívia Eichenberg Surita1,4, Carolina Silveira Braga1, Miúriel de Aquino Goulart2, Michelli Westphal de Ataíde3, Marcelo Meller Alievi1, Daniela Moura dos Santos1, Eduardo Almeida Ruivo dos Santos1, Vanessa Lanes Ribeiro1 1 Faculdade de Veterinária (FAVET), Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil; 2 Hospital de Clínicas Veterinárias(HVC), Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil; 3 Universidade de Passo Fundo – UPF, Passo Fundo, RS, Brasil; 4 Email: [email protected] RESUMO O litoral do Rio Grande do Sul é uma importante área de crescimento e alimentação para tartarugas marinhas da espécie Chelonia mydas. Encalhes em decorrência de ações antrópicas ou de enfermidades naturais são comuns, observando-se indivíduos debilitados, desidratados, com alterações de flutuabilidade e lesões cutâneas. O restabelecimento do equilíbrio hidroeletrolítico é essencial para o sucesso do tratamento e reabilitação destes animais. A via intraóssea é indicada para fluidoterapia e aplicação de fármacos emergenciais por fornecer acesso rápido à circulação sanguínea. Comparada à via endovenosa, fornece mais estabilidade ao cateter e não colaba em caso de choque circulatório. É uma alternativa eficaz em relação às vias subcutânea e intracelomática. Em quelônios, o úmero é o local de acesso preferencial. Na técnica, o animal é posicionado em decúbito esternal e a pele é preparada assepticamente com solução de clorexidine. Uma agulha 40 x 1,2 mm acoplada a um cateter 22G é introduzida na epífise distal do osso, acessando o canal medular. Uma vez a agulha firmemente introduzida, o cateter é removido e o conteúdo aspirado para certificação do acesso correto. A infusão em bolus de solução fisiológica deve resultar em mínima resistência e ausência de infiltração no subcutâneo. O equipo de infusão pode ser conectado, e a velocidade de gotejamento da solução indicada varia conforme a necessidade clínica. O acesso deve ser fixado e protegido com curativo. A via intra-óssea revela-se uma boa e simples opção para a infusão de fluidos e fármacos em tartarugas marinhas. Agradecimentos: Ao Núcleo de Conservação e Reabilitação de Animais Silvestres (PRESERVAS) e ao Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS, que fornecem subsídios para realização de procedimentos clínico-cirúrgicos em Animais Silvestres. 144 Ocorrência e reabilitação de aves marinhas no CETAS-Unimonte (Centro de Triagem de Animais Selvagens Refúgio Mata Atlântica Lello-Unimonte), São Vicente, SP, Brasil Paulo Sergio Valobra1,4, Claudia Carvalho do Nascimento1,2, Nereston Josias de Camargo2, Jéssica Gonçalves Nunes3 1 Centro Universitário Monte Serrat – UNIMONTE, São Vicente, SP, Brasil; 2 Centro de Triagem de Animais Selvagens Refugio Mata Atlântica LELLO-UNIMONTE; 3 Universidade Santa Cecília – UNISANTA, Santos, SP, Brasil; 4 Email: [email protected] RESUMO O Centro de Triagem de Animais Selvagens Refúgio Mata Atlântica Lello-Unimonte (CETAS-Unimonte) está localizado no município de São Vicente, SP, Brasil. Inserido entre os biomas costeiro e de Floresta Atlântica, recebe vários táxons de animais selvagens, entre eles as aves marinhas. O presente trabalho visa relatar a ocorrência e os resultados da reabilitação de aves marinhas recebidas entre os anos de 2008 e 2012. Foram registrados neste período 147 ocorrências, sendo que a ordem Sphenisciformes (42,85% - 63/147) apresentou o maior número de entradas, seguido por Pelecaniformes (26,53% - 39/147) e Charadriiformes (23,12% 34/147). Dentre as espécies 42,85% Spheniscus magellanicus, 14,96% Larus dominicanus, 10,88% Sula leucogaster, 10,88% Phalacrocorax brasilianus, 4,76% Fregata magnificens, 3,4% Calonectris diomedea, 2,72% Puffinus gravis. Ao ingresso, cada indivíduo foi submetido ao exame físico e clínico completo; coleta de sangue para a determinação de Hematócrito e Proteínas Plasmáticas Totais; suporte térmico e terapêutico de acordo com protocolo de reabilitação específico para cada caso. Ao receberem alta clínica é realizada biometria e recebem uma identificação (anilha metálica) de acordo com o órgão responsável. As aves marinhas que vieram a óbito ou que foram eutanásiadas devido à impossibilidade de reabilitação foram encaminhadas para o exame necroscópico completo para definir a causa mortis. Durante este período foram reabilitadas 48,1% das aves marinhas recebidas no CETAS, 34% vieram a óbito, 10% chegaram em óbito, 6% foram eutanásiadas e 1,9% estão em processo de reabilitação. Além de servir como uma ferramenta para conservação, este trabalho mostra adaptações aos protocolos de reabilitação. 145 Desafios na leitura diferencial de leucócitos em pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) Ralph Eric Thijl Vanstreels1,5, Vanessa Marques Pedroso2, Rodolfo Pinho da SilvaFilho2,3,4, José Luiz Catão-Dias1 1 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 2 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 3 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 4 IFAW -International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 5 Email: [email protected] RESUMO Pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), assim como muitos outros animais selvagens, frequentemente não demonstram sinais externos de doença até que seu quadro clínico agrave-se demasiadamente. Por este motivo, a detecção precoce de indivíduos doentes antes que eles apresentem sinais clínicos evidentes é um grande desafio na reabilitação destas aves, e a contagem diferencial de leucócitos pode ser uma ferramenta útil neste sentido. No entanto, os leucócitos de pinguins-de-Magalhães possuem características morfológicas e tintoriais que requerem particular atenção para evitar erros ou viés nos diagnósticos hematológicos. Linfócitos reativos são frequentes e um erro importante é a sua confusão com monócitos; por esta razão, resultados de monocitose devem ser interpretados com cautela. Linfócitos excessivamente corados podem assemelhar-se a basófilos, e resultados de basofilia também devem ser considerados com atenção. A diferenciação de heterófilos e eosinófilos é relativamente fácil na maioria dos casos, porém pode tornar-se difícil em esfregaços mal corados ou em tinturas como Panótico ou Diff-Quick. Mesmo na ausência de anemia ou policromasia marcante, a espécie pode ter circulação de células primitivas da linhagem eritrocítica (próeritroblastos e eritroblastos), e com relativa facilidade estas células podem ser confundidas com linfócitos. Trombócitos e linfócitos pequenos também podem ser difíceis de diferenciar, e células vacuolizadas e/ou rompidas podem ser confundidas com linfócitos degenerados ou heterófilos. Em suma, o pinguim-de-Magalhães é uma espécie é particularmente desafiadora mesmo para hematologistas com experiência na análise de sangue de outras aves, e é recomendável ter cautela especial quando interpretando esfregaços sanguíneos desta espécie. Agradecimentos: A Lauro Barcellos e a toda a equipe do CRAM-FURG, assim como aos nossos amigos e colegas em centros de reabilitação, aquários e pesquisadores que colaboram direta ou indiretamente com nossas pesquisas. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq 301517/2006-1) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (2009/53956-9, 2010/51801-5). 146 O papel dos centros de reabilitação na proteção às fêmeas de pinguins-deMagalhães (Spheniscus magellanicus) durante sua migração invernal Ralph Eric Thijl Vanstreels1,6, Andréa Corrado Adornes2, Paula Lima Canabarro2, Valeria Ruoppolo1,3,4, Marcos Amaku5, Rodolfo Pinho da Silva-Filho2,3,4, José Luiz Catão-Dias1 1 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, SP, Brasil; 2 Centro de Recuperação de Animais Marinhos, Museu Oceanográfico Prof. Eliézer de Carvalho Rios, Universidade Federal do Rio Grande (CRAM-FURG), Rio Grande, RS, Brasil; 3 Aiuká – Consultoria em Soluções Ambientais, Praia Grande, SP, Brasil; 4 IFAW International Fund For Animal Welfare, Yarmouth Port, MA, USA; 5 Laboratório de Epidemiologia e Bioestatística, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil; 6 Email: [email protected] RESUMO O dimorfismo sexual nos pinguins é sutil, e por este motivo é comum que se subestime o papel do gênero na biologia destas aves. No entanto, estudos recentes têm demonstrado que pinguins machos e fêmeas podem diferir consideravelmente em seus hábitos e ecologia, o que pode trazer consequências importantes para a medicina, reabilitação e conservação destas aves. Ao analisar o sexo de 528 pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) recebidos entre 2002 a 2009 pelo Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG), observamos que: (1) entre as carcaças encontradas em praia, as fêmeas foram consideravelmente mais frequentes que os machos (73.9% fêmeas); (2) entre os animais recebidos vivos, as fêmeas tiveram uma pior taxa de sobrevivência do que os machos (morreram durante a reabilitação = 59.7% fêmeas; liberados à natureza = 48% fêmeas); (3) entre os animais recebidos vivos, a petrolização afetou os sexos de modo igualitário (50% machos e fêmeas), enquanto que as fêmeas foram maioria entre os animais não-petrolizados (60% fêmeas); e (4) entre os animais recebidos vivos, tanto machos quanto fêmeas tiveram maior probabilidade de sobreviver se tiverem maior massa corpórea. Estes achados demonstram a existência de diferenças importantes na migração e sobrevivência de machos e fêmeas nesta espécie, sendo que as fêmeas não-petrolizadas têm maior mortalidade do que os machos. As instituições reabilitadoras poderão se beneficiar em considerar o sexo como um fator importante no cuidado e reabilitação de pinguins não-petrolizados, de modo a minimizar a mortalidade enviezada de fêmeas e atenuar potenciais efeitos demográficos. Agradecimentos: Somos gratos aos nossos amigos e colegas do CRAM-FURG, do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental e do Laboratório de Tartarugas e Mamíferos Marinhos. Agradecemos também à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (2009/53956-9, 2010/51801-5) e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq 301517/2006-1). 147 ÍNDICE REMISSIVO DE AUTORES A Actis, 69 Acuña, 67 Adornes, 20, 24, 36, 44, 84, 123, 128, 129, 147 Albano, 9 Albernaz, 85, 86 Albuquerque, 7 Alencar, 89, 90, 91, 92 Aliaga, 58 Alievi, 28, 87, 133, 144 Alonso, 96 Alvarez, 105, 106, 109 Amaku, 147 Amâncio, 89, 90 Amorim, 28, 127, 133 Andrejuk, 95 Angulo, 58 Araujo, 87 Ataíde, 28, 133, 144 Attademo, 32 Avello, 110 B Baptistotte, 136, 137, 138 Barcellos, 4, 84, 93, 128 Barros, 91, 92 Beck, 28 Becker, 135, 136, 137, 138 Bergamini, 89, 90, 91, 92 Bernal, 108 Berríos, 115, 122 Bertozzi, 137 Bezerra, 98 Biagioni, 95 Bisol, 87 Bôaviagem-Freire, 48 Braga C.S., 87, 144 Braga K., 77, 88 Brandão, 77, 88 Brito, 89, 90, 91, 92 Bruno-Filho, 9, 44, 128 D D‟Affonsêca Neto, 55 Dantas, 92 Delgado, 105, 106 Domínguez, 96 Durigon, 24 Dutra C.D., 9 Dutra G.H.P., 13, 51, 97, 102, 141, 142 E Ebert, 98 Edon, 9 Epiphanio, 73 F C Cabana, 20, 44, 129, 131 Cabral, 55, 131 Calderón, 110 Camargo, 145 Campos, 114, 119 Canabarro, 4, 44, 93, 125, 147 Capellino, 105, 106, 109 Cardoso M.D., 94, 107 Cardoso R., 55, 131, 132 Catão-Dias, 55, 73, 125, 131, 146, 147 Cesar, 99, 100 Cirilo, 99, 100 Constanzi, 55 Corral, 1, 95, 130 Costa B.B., 139 Costa T.E.B., 89, 90, 91, 92 Fernandes, 24, 51, 141, 142 Fernández, 114, 119, 121 Ferrando, 99, 100 Ferreira, 85, 86 Ferreira Neto, 55 Figueiredo, 127 Figueroa, 101 Foppel, 32 Fragos, 91 Fragoso, 89, 90 Francini, 139, 140 Freitas, 89, 90 Fritz, 110 Futema, 13, 102 G Gastal, 9, 84, 103, 126 Genoy-Puerto, 135 Gerpe, 104 Godoy, 91 Gomes, 32, 102 Gonçalves-Filho, 61 González, 111, 112, 113, 114, 117, 119, 120, 121 Goulart, 144 Griot, 36 Guterres, 128 Gutierrez, 132 H Hazarbassanov, 135 Heredia, 36, 104, 105, 106, 109 Hernández, 41, 134 Hurtado, 24 I Ikeda, 32 Ikuta, 55 Inga, 58 Ippolito, 55, 131, 132 J M Magalhães M.C., 143 Magalhães W.M.S., 143 Maistro, 98 Maldaner, 127 Mansilla, 64, 110, 111, 112, 113, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 120, 121, 122 Maracini, 24, 61 Marigo, 137 Marín, 111, 113, 115, 118 Marmontel, 48 Martins, 9, 20, 44, 84, 103, 123, 126 Massola, 124 Matias, 94, 107 Matus, 36 Matushima, 135, 136, 137, 138 Matzembacher, 32 Meireles, 20, 44, 129 Mendoza-Sassi, 20 Mikhailenko, 28 Miyahira, 102 Montero, 115, 120 Montiel, 112, 115, 116 Moraes, 32, 131, 132 Morales, 118, 122 Moura A.A.S., 140 Moura J.F., 94, 107 Muñoz, 67 Jensen, 97 N K Kinoshita, 135 Kolesnikovas, 24, 36, 73 Kostadinova, 88 Kura, 61 Nascimento C.C., 145 Nascimento C.L., 13, 24, 51, 141, 142 Nascimento F.C.P., 91, 92 Nascimento M.N.P., 143 Niemeyer, 125 Nunes, 145 O L Laine, 94, 107 Larrán, 67 Leite, 129 Lemos, 94, 107 Leon, 99, 100 Lima, 136, 138 Llach, 108 Lopes, 143 Loureiro J.D., 104, 105, 106, 109 Loureiro J.P., 105, 106, 109 Loyola, 64, 110, 116, 117, 118, 121 Luque, 77, 88 Olaguibel, 58 Oliveira, 32, 48, 92, 127 Ortale, 67 P Pedroso, 84, 103, 125, 126, 146 Peña, 110, 116, 118, 122 Pereira, 127 Petitet, 9, 128 Pizzutto, 132 Poester, 129 Pogliani, 51, 141, 142 Poleschi, 1, 36, 130 Polizzi, 104 R Raso, 131 Reis, 28, 32, 133 Reisfeld, 55, 131, 132 Retamal, 114 Ribeiro, 28, 133, 144 Rimoldi, 67 Robaldo, 123 Robles, 41, 134 Rocha, 87, 139, 140 Rodrigues, 94, 107 Rodríguez, 58 Rodríguez Ban, 96 Rodríguez-Ban, 41, 134 Roges, 94, 107 Romero, 104 Rosas, 55 Rossi, 135, 136, 137, 138 Ruoppolo, 36, 73, 93, 105, 109, 147 S Samanez, 58 Sampaio Jr, 9 Sánchez-Sarmiento, 135, 136, 137, 138 Santos D.M., 144 Santos E.A.R., 144 Santos R.G., 136, 137, 138 Sardi, 80 Saviolli, 139, 140 Schiffeli, 121 Schifferli, 64, 116, 117 Scholz, 88 Schwarz, 132 Secchi, 85, 86 Sellera, 51, 141, 142 Serafini, 36 Serrano, 32 Siciliano, 94, 107 Silva F.J.L., 89, 90, 91, 92 Silva K.P., 143 Silva L.C.B.A., 102 Silva V.F., 55 Silva-Filho, 4, 9, 20, 36, 44, 73, 84, 91, 93, 103, 123, 125, 126, 128, 129, 146, 147 Silvatti, 55, 131, 132 Sironi, 69 Smith, 17 Soares, 129 Sosa, 124 Souza, 139 Spaulussi, 132 Staffen, 32 Suldrup, 124 Surita, 28, 87, 144 T Tavares, 127 Tedín, 58 Teixeira C.R., 51, 141, 142 Teixeira M.C., 87 Tosi, 92 Tovar, 108 U Urias, 32 V Vale, 135 Valenzuela, 114, 119 Valobra, 145 Vanstreels, 24, 36, 73, 103, 126, 131, 136, 137, 138, 146, 147 Vargas, 64 Vega, 7 W Werneck, 97 Woehler, 36 X Xavier, 20, 44, 129, 131 Y Yáñez, 114, 119, 121 Z Zadel, 58