Relatório do Projeto MG # 10753 Rotary Club de Ouro Preto Distrito
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Relatório do Projeto MG # 10753 Rotary Club de Ouro Preto Distrito
Jornal do Projeto Lighthouse nº 13 janeiro - Fevereiro - Março - 2008 Rotary Club de Ouro Preto - Distrito 4580 Relatório do Projeto MG # 10753 Rotary Club de Ouro Preto Distrito 4580 Distrito 6900 Março/2008 Presidente 2007/2008 - José de Oliveira Loreto Coordenador do Projeto: Jório Coelho Relatório sobre o Projeto Lighthouse de Alfabetização Introdução O Projeto Lighthouse começou a ser implantado em janeiro de 1999), quando da assinatura do convênio entre a UFOP e o Rotary International Distrito 4580, cuja vigência, após o primeiro Termo Aditivo, se estende até setembro de 2008, podendo ainda ser ampliada por mais quatro anos. Esse acordo permitiu que, com o apoio financeiro da Fundação Rotária, a professora Glória Maria Guiné de Mello fosse enviada à Tailândia, para um treinamento sobre a metodologia CLE (Concentrated Language Encounter), adotada no projeto. A professora Glória durante seu treinamento na Tailândia, ministrando aula para alunos tailandeses, em português, para que se pudesse avaliar a eficácia da metodologia, bem como sua capacidade se tornar uma multiplicadora. O CLE, cuja pesquisa experimental foi realizada na Austrália, teve na Tailândia o maior centro de aplicação, com o apoio da Fundação Rotária que investiu cerca de US$ 700 mil. Após uma experiência em 400 escolas, a metodologia passou a ser utilizada em todo o país, provando ser eficaz, de baixo custo, e excelente para ser aplicada em países em desenvolvimento. A aplicação do CLE na Tailândia, que começou em 1987, teve, durante os primeiros passos, a avaliação do Dr. John Chapman da Open University do Reino Unido, que incentivou a continuação dos trabalhos em função dos resultados. O resultado positivo pode ser visto nos quadros abaixo, quando analisamos os dados do teste de PISA, e comparamos o Brasil com a Tailândia. Ver gráfico 1. Desenvolvimento do Projeto Lighthouse Os primeiros passos do Projeto Lighthouse no Brasil se deram em Contagem, Curitiba e Recife, mas foi a partir do convênio entre o Rotary e a UFOP que se tornou nacionalmente conhecido. O início em Ouro Preto teve muita resistência, que ainda persiste, e em Mariana a metodologia CLE floresceu (ver filme CD, gravado pelos professores da escola de Passagem de Mariana), mas as freqüentes trocas de secretários da educação têm invalidado os excelentes resultados. De Ouro Preto o projeto foi levado a Carangola e Manhuaçu, em Minas Gerais e Araras em São Paulo. A partir dos bons resultados, se propagou por São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina, Distrito Federal e Goiás. Infelizmente, não temos capacidade de atender a todos os pedidos de cursos que nos chegam de todo o país. Os gráficos dos testes de PISA mostram claramente a vantagem dos resultados da Tailândia comparados aos do Brasil (Fonte: OCDE, 2003) Estatísticas As tabelas abaixo mostram os esforços que temos feito para reduzir o analfabetismo no país, com a capacitação de 804 professores brasileiros na metodologia CLE. Número de professores capacitados em Minas Gerais e São Paulo Número de professores capacitados em outros estados Goiás Minas Gerais São Paulo Rio de aneiro Legenda/ Santa Catarina Área de aplicação do CLE DELET/ICHS/UFOP - Rotary Estado Distribuição geográfica dos cursos de CLE com o apoio do Rotary Club de Ouro Preto e da Universidade Federal de Ouro Preto Publicação Dois livros sobre o CLE foram traduzidos e publicados, os quais são distribuídos gratuitamente para os professores: • 2000 apostilas: Manual do Professor Iniciante • 8000 livros: CLE - Educação para Todos (trad. Profª Glória Guiné) O livro tem despertado o interesse de educadores e sabemos que é muito utilizado como referência e fonte de pesquisa no curso de Pedagogia da UNIPAC, em Mariana. Depois da publicação do livro CLE – Educação para Todos, vários distritos brasileiros se interessaram em publicá-lo, e devido a essa participação foi possível reduzir os custo para R$ 2,40 o preço unitário. Os distritos participantes foram, além do D. 4580, 6900 e da Fundação Rotária (MG#10753 ): Projeto 3H dos distritos 4520, 4560, 4760, e os distritos 4420, 4530 e 4540. Fac-símile das capas do livro CLE e da apostila Além disso, dois artigos sobre o tema, um de autoria da professora Glória Guiné e outro do governador Jório Coelho, foram publicados na revista Brasil Rotário, que possui uma tiragem de 70 mil exemplares. Divulgação A mídia local tem sido utilizada para divulgar o programa, com entrevistas em jornais locais, TVs comunitárias e, algumas vezes, em TV de maior expressão, como nos jornais locais de Santos (TV Globo) e Santa Catarina (TV Record). Um jornal on line foi lançado com a finalidade de divulgar nosso trabalho, e já está no décimo terceiro número. É enviado aos clubes de Rotary no Brasil e publicado no informativo internacional da Austrália. A Profª Glória Guiné e o Prof. Jório Coelho participaram do 2º Congresso Internacional de Educação Infantil e Séries Iniciais, realizado pela Futuro Congressos e Eventos em São Paulo, de 12 a 14 de fevereiro de 2005. Um banner com informações sobre a metodologia CLE foi exposto, tendo atraído a atenção de inúmeros participantes, o que também proporcionou troca de experiências. Visita ao Projeto No início do projeto, o Governador Barry Smith e sua esposa Vivian fizeram uma visita a Ouro Preto e participaram da assinatura do convênio entre o Rotary International d. 4580 e a Universidade Federal de Ouro Preto. EDG Barry Smith e sua Vivian, EDG Jório Coelho and Prof. Dirceu do Nascimento (ex-Reitor da UFOP) EDG José F. B. Sobral, Profa Glória Guiné (UFOP), PDG Barry Smith and his wife Vivian. A partir da esquerda, EDG Hipólito Ferreira, EDG Ray Klinginsmith (2004-2005 Rotary Foundation Trustees), Judie, Marilene, Professora Glória Guiné, e o rotariano Gabriel Bicalho (ex-presidente do Rotary Club de Mariana). A segunda foto as crianças da escola Santa Dorotéia,apresentam uma peça de teatro para os visitantes. O projeto recebeu também a visita do Ex-Governador Ray Klinginsmith (2004-2005 Rotary Foundation Trustees) juntamente com sua esposa Judie. Na ocasião, visitaram uma Escola em Mariana na qual a metodologia CLE estava sendo aplicada. Continuação do Projeto O CLE é composto de três estágios, mas até o momento, apenas o Estágio I, para iniciantes, tem sido desenvolvido. Somente em Araras se avançou para o Estágio II. O objetivo do projeto é introduzir, o mais rapidamente possível, os demais estágios. Em 2008 o projeto continuará sua expansão, atingindo o estado de Mato Grosso do Sul. Uma outra frente de trabalho está no contato mantido com o Instituto Internacional da Língua Portuguesa, com sede em Cabo Verde, através de sua diretora Executiva Dra. Amélia Arlete Mingas, o que possibilitará a introdução da metodologia CLE nas antigas colônias portuguesas. Conclusões e Recomendações A metodologia CLE, por ser baseada em observação cuidadosa do que ocorria nas salas de aula, principalmente com o objetivo de buscar soluções para evitar o fracasso escolar, encontrou na Lingüística e na Teoria do Discurso o caminho para uma alfabetização que desenvolve as capacidades de todos os alunos podendo, inclusive, ser utilizada com crianças, jovens e adultos. Além disso, por se tratar de metodologia de ensino e não de teoria, permite sua adaptação para a cultura e as necessidades locais. Portanto, recomendamos que o Projeto Lighthouse, que utiliza a metodologia CLE, tenha prosseguimento, inclusive com a introdução dos Estágios II e III, que tornarão os alunos, ao final do Ensino Fundamental, aptos para cursar o Ensino Médio com sucesso. Conforme dito anteriormente, a maior dificuldade para a implantação da metodologia CLE, ou qualquer outra, no Brasil, se prende ao fato de as secretarias de educação municipais (podendo se estender isso aos níveis estadual e federal) não terem uma política educacional voltada para o treinamento de seu corpo docente. Para que uma mudança aconteça, é necessário que os rotarianos: • ampliem a sua participação junto às administrações municipais, estaduais e federal, a fim de divulgar e incentivar o uso da referida metodologia; • estimulem visitas às escolas nas quais a metodologia vem sendo desenvolvida, além de oferecer suporte material aos alunos. Cabe às Escolas e Universidades estimular a participação de outras universidades brasileiras a se engajarem no combate ao analfabetismo através de uma metodologia cuja eficácia transformou, em dez anos, a realidade da Tailândia: a taxa de 97% de analfabetos passou a ser de 97% de alfabetizados.
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