Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011
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Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011
v.4, Dez. 2011 ISSN 1982 - 2065 O FENÔMENO DOS KIDULTS NA PUBLICIDADE 1 Juliann Caroline Leonardo Barbosa 2 Hermes Dorta Pessoa RESUMO O estudo apresentado visa compartilhar com estudantes e profissionais os temas: Marketing, Publicidade e Comportamento do Consumidor, esta pesquisa sobre uma tendência de público recente, mas que já provoca esforços de alguns segmentos de mercado. Os Kidults, neologismo formado pela junção de duas palavras em inglês: Kid - criança e Adult - adulto são indivíduos inseridos em um novo nicho de mercado, de poder aquisitivo alto. São pessoas financeiramente independentes, que se encontram com 25 anos ou mais, muitas vezes casadas e com filhos, mas que se comportam, consomem e, até mesmo, vestem-se como se ainda fossem crianças. O fenômeno, com esta nomenclatura, começou a ser estudado pelo professor e sociólogo, Frank Furedi, quando este percebeu que na Universidade de Kent, na Inglaterra, alguns jovens apresentavam comportamentos infantilizados no ambiente universitário. O Marketing e a Publicidade enxergam nesse público, uma oportunidade de mercado que só faz ampliar devido à busca de cada indivíduo pelo alcance do topo da pirâmide: a sua realização pessoal. E, é à luz dos conceitos do Marketing e da Publicidade de satisfazer, encantar e comunicar aos públicos de forma diferenciada, que apresentamos “O fenômeno dos Kidults na Publicidade”. PALAVRAS-CHAVE: Kidults. Marketing. Publicidade. Comportamento. Consumo. ABSTRACT The review presented aims to share with students and professionals about the topics: Marketing, Advertising and Consumer Behavior. This investigation is about a new public tendency, but that has already caused actions by some market segments. The Kidults is a neologism created by combining the words kid and adult, they are individuals inserted into a new market niche, with high purchasing power. They are financially independent people, who are about twenty five years old or more, some of the time they are married and have children, but they behave, consume and dress like they are still children. The phenomenon, with this nomenclature, began to be studied by the professor and sociologist, Frank Furedi, when he understood that in the University of Kent, England, some young people showed infantile behavior in the university environment. The Marketing and the Advertising see in this public, a market opportunity which is just expanding, because of the search of each individual for reach the top of the pyramid: his personal accomplishment. And, it’s on light of the Marketing concepts and the Advertising to satisfy, to fascinate and to communicate the public in a different way, that we are presenting "The Phenomenon of Kidults in Advertising”. KEYWORDS: Kidults. Marketing. Advertising. Behavior. Consumption. 1 Comunicadora Social com habilitação em Publicidade e Propaganda, concluinte do Curso de Pósgraduação em Administração de Marketing. 2 Mestre. Professor da FCAP. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 1 1 INTRODUÇÃO Este trabalho visa mostrar o comportamento de um nicho de consumidores que, nos últimos anos, vem crescendo em paralelo com a perspectiva de que, cada vez mais, o homem enquanto cidadão e consumidor moderno não tem medo de revelar seus reais pensamentos, desejos e necessidades. Este tema vem ganhando evidência principalmente pelo fato de ser algo recente, oriundo do século XXI, que está ligado a um modo comportamental do qual, as pessoas não possuíam nas décadas passadas, ou, que pelo menos, não o demonstravam tão intensamente. Despertou-se o interesse sobre essa nova tendência, pelo fato de envolver o modo de agir dessas pessoas e, pelos seus hábitos de consumo. Peter Pan tem atraído cada vez mais “meninos perdidos” para o seu mundo. São pessoas que, embora já estejam bem crescidinhas, trabalhem, sejam casadas e tenham filhos, não querem deixar a criança interior morrer. Eles gostam de brincar, agir e se vestir como crianças. São os chamados: Kidults – palavra proveniente da junção de duas palavras em inglês: Kid - criança e Adult - adulto. Pessoas com 25 anos ou mais, que vivem suas vidas com comportamentos infantis. Colecionam coisas de seu tempo de criança e, até se vestem com acessórios que remetam infantilidade. O fenômeno foi analisado pelo professor e sociólogo, Frank Furedi, no início da década de 2000, quando este percebeu que, na Universidade de Kent, na Inglaterra, encontravam-se muitas pessoas que gostavam de ficar horas assistindo programas de televisão voltados exclusivamente para o público infantil, como os Teletubbies e, que se comportavam de maneira infantilizada. Furedi (2004) pensa que o fenômeno dos Kidults é uma questão de patologia, onde quem pratica essa tendência comportamental possui várias deficiências como medo de assumir responsabilidade e compromissos. Em um de seus livros: Cultura da Terapia – Cultivando a Vulnerabilidade numa Era de Ansiedade relata pesquisas de comportamento com os adeptos desse nicho. Mas isso pode ser questionado, uma vez que, grande parte desse nicho, são pessoas estabilizadas financeiramente e que exercem cargos muitas vezes importantes em determinadas empresas. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 2 O consumidor atual, além de ser mais informado sobre aquilo que consome, vai atrás de tudo que possa suprir os seus desejos mais íntimos. Essa nova onda de consumo de produtos infantis por adultos tem direcionado, consideravelmente, o foco da indústria. Isso ocorre porque o consumidor adulto tem, certamente, mais poder de compra, do que uma criança ao pedir um produto para seus pais. Com o crescente número de adeptos à tendência do consumo, percebeu-se a importância de investigar quais as causas que levam esses indivíduos a quererem se sentir eternas crianças e, como isso pode ser utilizado a favor do marketing e da publicidade. A finalidade prática deste artigo é analisar o fenômeno dos kidults, que vem conquistando um crescente número de adeptos. Saber como a sociedade encara o fato de que os adultos não querem mais pensar apenas em suas responsabilidades e obrigações, mas também desejam reviver sua infância e adolescência, agindo de uma maneira que pode ser vista, de acordo com determinadas premissas, como sendo infantil e saber o que essas pessoas buscam e querem alcançar ao assumirem um comportamento infantilizado, seja em suas atitudes, desejos ou maneira de se vestir. O assunto foi escolhido por se tratar de uma tendência nova e muito forte, a qual, muitas pessoas estão seguindo. Ela desperta interesse, acima de tudo, por estar diretamente ligada a um novo comportamento humano, onde os kidults mesclam suas características adultas com características infantis. Desta forma, os objetivos propostos são, em uma visão geral: discutir a influência da publicidade no comportamento dos kidults, bem como, de forma específica: traçar os motivos que levam a essa infantilização; analisar o estilo de vida e as relações interpessoais dos kidults com a sociedade em geral e entre eles mesmos e saber como é realizada a sua experiência de compra. Para que os objetivos sejam analisados e comprovados, ou não, foram tratados os temas: a visão de estudiosos sobre o tema; a Publicidade para os kidults; o universo kidult na web, desenhos animados direcionados às crianças ou aos adultos e os kidults no Recife. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 3 Tendo em vista tratar-se do comportamento de um público homogêneo que possui costumes parecidos, foi utilizada uma amostra de caráter aleatório simples. Procedimentos de coleta, como pesquisas em forma de questionário e observação de ambientes que o referido público frequenta, foram realizados para que se possa contribuir com a conceituação sobre como os kidults se comportam entre eles e entre a sociedade como um todo. O mote foi escolhido por se tratar de algo que, embora já desperte o interesse da publicidade e do mercado, ainda não se constituiu como tema comum em pesquisas acadêmicas. 2 A VISÃO DE ESTUDIOSOS SOBRE O TEMA Nesta etapa, foram analisadas as visões de autores que discutem o cenário do tema abordado. A função da publicidade deve apreender-se na idêntica perspectiva extraeconômica da ideologia do dom, da gratuidade e do serviço. A publicidade não se manifesta apenas como vendas, como sugestão para fins econômicos. Possivelmente, nem sequer começa por ser tal (cada vez se levanta mais a pergunta pela sua eficácia econômica): a especificidade econômica do discurso publicitário consiste em negar a racionalidade econômica da troca mercantil sob os auspícios da gratuidade (BAUDRILLARD, 1995, p.174). Compreende-se então, nesta citação de Baudrilliard (1995) que a publicidade não é uma mera tática de venda do marketing e, sim, uma independente “arma” para atingir o público desejado. Para isso, ela busca entender como os seus consumidores se comportam, como são os seus modos, ações, pensamentos e hábitos de compra e, acima de tudo, ela procura descobrir suas necessidades e desejos, para assim, poder conquistá-los. No livro “A síndrome de Peter Pan”, o psicólogo Dan Kiley (1987, p.102) cita as necessidades humanas sugestionadas por Maslow: O psicólogo Abrahan Maslow já advertira desta inevitabilidade há muitos anos. Ele ensinava que uma forma simples de se conhecer o comportamento humano é focalizar nossas necessidades e a maneira como atuamos para satisfazê-las. Ele sugeriu a seguinte hierarquia de necessidades: abrigo, segurança, pertences, auto-estima e auto-realização. Segundo a teoria de Maslow, uma vez sentindo-nos seguros de que uma Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 4 necessidade será satisfeita, voltamos nossa atenção para a necessidade imediatamente acima na hierarquia. O ser humano sempre estará desejando algo para suprir suas necessidades. Para cada novo nicho que surge no mercado, novas necessidades são percebidas, novos desejos criados e novos valores, a ele, são atribuídos. Muitas vezes, o indivíduo se deixa envolver pelo nicho no qual pertence e, uma necessidade primeiramente individual, transforma-se numa necessidade de todo o grupo. Isso ocorre quando a identificação de um determinado nicho se dá através, por exemplo, de produtos onde eles possam estabelecer uma espécie de identidade. Esses nichos, como explica Kiley (1987, p.38): “São seduzidos pelos anúncios dos meios de comunicação de massa, que dizem que “o fazer parte” é fazer o que todo mundo faz”. Os kidults são um típico exemplo de como um nicho identifica-se através de seus produtos específicos. Eles estão sempre em busca de tudo que possa lhes remeter à infância, O que interessa para eles é tentar reviver constantemente sua juventude e não deixar morrer a criança interior. Eles querem manter o espírito jovem e, torná-lo, de certo modo, tangível através dos produtos a eles destinados. Desde as épocas antigas, os pais brincavam com seus filhos, ou seja, embora fossem adultos eles continuavam brincando. Hoje em dia, se os adultos gostam de brincar, não precisam fazê-lo apenas quando querem agradar as crianças, podem brincar entre eles mesmos, como acontece, por exemplo, nas Lan Houses, onde adultos passam horas jogando uns com os outros. De acordo com Schelp (2004, p. 15), o culto à juventude começou a ser estimulado no século XX: [...] o culto moderno à juventude tem início na segunda metade da década de 40, nos Estados Unidos, quando começaram a nascer os baby boomers (nascidos no período de altos índices de natalidade após a II Guerra). Eles transformaram a sociedade radicalmente. Em quinze anos 70 milhões de pessoas. [...] os baby boomers provocaram uma revolução no consumo quando se tornaram adolescentes, porque eram muitos e tinham poder de compra. O culto à juventude surgiu como resultado desse fenômeno econômico. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 5 Assim como o baby boomers de antigamente, os kidults tem poder de compra para suprir suas “necessidades infantis”. Diferentemente das crianças, que precisam pedir para os seus pais qualquer coisa que desejem, podem então, eles mesmos efetuarem as suas compras. Esses “adultos-crianças” possuem um comportamento infantilizado, buscam se parecer com crianças, tanto no modo de se apresentar, ou seja, nas roupas e acessórios (que remetem ao mundo infantil) que gostam de usar, como no próprio modo de agir em relação ao mundo ao seu redor. Como destaca Kiley (1987, p.57): “A irresponsabilidade é a chave para se permanecer criança”. Faz-se necessário explanar que, os kidults, não são pessoas irresponsáveis, visto que, muitos deles são chefes de família e têm uma carreira de sucesso, porém, procuram não levar a vida “tão a sério”. Não querem viver apenas em função de seu trabalho. Quanto à característica mais comum nos kidults, a infantilização do seu comportamento, Frank Furedi (2004, p. A4) diz: A ausência de uma palavra prontamente reconhecida para descrever esses adultos infantilizados demonstra o mal-estar com que fenômeno é saudado. [...] publicitários e fabricantes de brinquedos cunharam o termo kidult [...] é importante não confundir “adultecentes” com as pessoas descritas como estando na meia juventude. Estas se encontram uma geração à frente dos “adultecentes”. São pessoas de 35 a 45 anos que vêem como estando na vanguarda da cultura jovem; elas passam por fase conhecida como “mediascência” [...] as pessoas sempre procuram incansavelmente pelo segredo da juventude e [...] desacelerar o inexorável processo de envelhecimento. Essas pessoas buscam momentos, onde possam ter de volta, por pelo menos alguns instantes, a sua juventude, principalmente ao que diz respeito à infância. São saudosistas e nostálgicas, mesmo que seus tempos de criança não estejam num passado tão distante: Houve época em que a nostalgia era prerrogativa de avós, evocando memórias da Segunda Guerra ou dos anos 1950, hoje ela é promovida como algo “cool” a ser curtido por pessoas que mal deixaram a fase “teen”, Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 6 cada vez mais, os “bons velhos tempos” são associados aos anos 1980 ou até mesmo aos 1990. (FUREDI, 2004, p. A4). Face às referências citadas, pode-se dizer, primeiramente, que os kidults são um nicho de mercado como qualquer outro, os indivíduos pertencentes a ele, necessitam como outros nichos, suprirem suas necessidades e desejos. 2.1 A Publicidade para os kidults A publicidade e propaganda, como ferramentas do marketing, têm como finalidade despertar o desejo e suprir as necessidades dos indivíduos com apelos que divulguem produtos ou serviços. O nicho estudado possui suas necessidades já supridas e estão em busca de realizar seus desejos, alguns deles, por ventura, não preenchidos antes, em sua infância. Serão citadas algumas ações no campo da publicidade, onde se encontram referências direcionadas aos kidults. O fenômeno dos kidults começou a ser percebido por estudiosos como o já citado Frank Furedi e, até mesmo, publicitários a partir da década de 2000. Os publicitários nova-iorquinos Becky Ebenkamp e Jeff Odiorne definiram o conceito dos kidults através de outra nomenclatura e com as suas próprias palavras: "Peterpandemônio: pessoas na casa dos 20 e dos 30 anos buscam produtos que lhes deem a sensação de serem reconfortadas. Elas querem experiências sensórias que lhes tragam de volta uma fase da vida mais inocente e mais feliz: a infância". A loja de variedades nacional, Imaginarium, caracteriza-se como uma marca que se destaca por comercializar artigos exclusivos e, é muito procurada quando se quer presentear alguém com um algo diferenciado. Ela possui uma linha de produtos direcionada exclusivamente para os Kidults, uma coleção de artigos com as mais variadas finalidades, que leva o nome do referido público. Na Coleção Kidults Imaginarium, encontram-se produtos como mochilas, chaveiros, luminárias e, até mesmo, bonecos, tudo com as características infantilizadas. As criações da referida loja possuem referências do movimento Toy Art, muito presente no universo dos kidults. A linguagem empregada no site¹ (Anexo A) da loja possui características próprias no espaço direcionado à Coleção Kidults, fala, justamente, o que se Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 7 percebe entre estes indivíduos: a vontade de voltar a ser criança, deixar um pouco a responsabilidade de lado, vestir-se da forma que se quer, alegrando-se e de bem com a vida. É uma forma de se aproximar do público, propondo que ao comprar os produtos kidults da marca, o indivíduo suprirá os seus desejos de voltar à infância. Toy Art, por tradução, significa brinquedo de arte. Todavia, são produtos que não são direcionados para brincar e seu público-alvo são pessoas acima de 14, que compram estes artigos para colecionar, decorar ambientes ou presentear amigos. Este movimento surgiu na China, no ano de 1998, quando designers fizeram uma releitura moderna de antigos bonecos infantis daquele país. Hoje, é uma tendência de sucesso, sendo apropriada para produções da moda mundial, design de ambientes, dentre outras assimilações (Anexo B). A moda também se apropria das referências kidults. A Semana da Moda de Milão, que aconteceu em janeiro deste ano, trouxe alusões dos desenhos animados em suas coleções. A grife de alta costura Dolce & Gabbana estampou em suas jaquetas e malhas, o personagem mais famoso da Walt Disney, o Mickey Mouse (Anexo C). Esta coleção é direcionada para o público masculino jovem da marca, no caso, homens dos 18 aos 30 anos, com poder aquisitivo alto, indivíduos que estão dentro do nicho dos kidults. É, certamente, a percepção de uma nova oportunidade da marca para um público que vem crescendo. Percebe-se, também, referências kidults, nos produtos chamados commodities, que na tradução, significa mercadoria. São artigos definidos como produtos de base, as matérias-primas ou com pouca interferência da indústria. São produzidos em grande quantidade, por diferentes produtores e com qualidade quase que uniforme. Produtos commodities como as maçãs da Turma da Mônica e as sobremesas do Senninha, ambos comercializados no Brasil, são artigos produzidos para o público-alvo infantil, contudo, foi percebido que os referidos também atraíam o ¹Disponível em : www.imaginarium.com.br/produtos/especiais/colecao_kidults2.jsp - Acesso em: 11mar. 2011 público adulto por se tratar de personagens que fizeram parte da infância deles. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 8 Em meados de junho de 2010, a TIM, multinacional do ramo das telecomunicações, buscou referência em jogos infantis para divulgar um de seus pacotes de serviços, o TIM Turbo. Utilizou em um de seus comerciais veiculados na TV aberta, uma corrida de autorama, competição entre carrinhos manipulados por pessoas através de um controle remoto, que fez muito sucesso entre as crianças anteriormente e, até hoje, ainda faz. No filme publicitário, competiam um celular da TIM, fazendo o papel de um dos carrinhos e outros competidores, dentre eles, um carro vermelho, certamente para fazer alusão ao seu concorrente, a empresa Claro. A partida começa e, depois de algumas voltas, o celular TIM Turbo ganha a disputa. Foi a forma lúdica que a marca encontrou para informar que os seus planos são mais “turbinados” que os da concorrência, dando mais poderes aos seus clientes. Como foi percebido, para seduzir este nicho, a publicidade utiliza-se sempre de referências infantis. Seja em roupas alegres e divertidas lembrando as quae estas pessoas usavam quando eram crianças ou, em alimentos, como as maçãs da Turma da Mônica, algo que qualquer criança de antigamente gostaria de ter para deixar o seu lanche mais feliz e, ainda, em produtos direcionados exclusivamente para adultos, como os planos de celulares. Essas marcas perceberam que os kidults têm poder aquisitivo e não têm medo de comprar produtos com caracteres infantis para satisfazerem seus desejos. Eles procuram nesses produtos, a fuga da mesmice, buscam a criança interior, através de suas aquisições materiais. Nota-se, ainda, uma característica que se sabe que está provocando uma inconstância nas relações de casais jovens recém-casados. Muitos homens na faixa etária entre 25 e 35 anos, ainda jogam videogame, fato que vem atrapalhando a recente vida a dois. As suas esposas relatam que, nos fins de semana, por exemplo, ao invés de fazerem uma programação juntos eles chamam os amigos para fazerem verdadeiros campeonatos de videogame por horas e horas. E, os problemas podem não parar por aí, algumas ainda reclamam que, seus companheiros gastam parte considerável do orçamento com jogos e aparelhos de última geração. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 9 Em pesquisa feita pela Brazil Quarterly PC Tracker², constatou-se que em 2010, foram vendidos mais de 13 milhões de computadores, em contrapartida, cresceu também o número de brigas entre casais por causa de videogames e outros tipos de jogos. Empresas como a Nintendo, inovam os seus “brinquedinhos” cada vez mais para atender a esse público tão exigente. Portanto, é possível afirmar que, a Comunicação, o Marketing, juntamente às ações de Publicidade e Propaganda, têm voltado os seus olhos para o público Kidults, pela percepção positiva de que estes indivíduos são um nicho com poder de compra e, que consomem produtos dos mais variados segmentos para satisfazer seus desejos. 2.2 O universo Kidult na Web A internet é uma importante e atual ferramenta de comunicação. Ela pode conectar diversas pessoas ao redor do mundo que tenham os mesmos gostos. Neste cenário, também encontramos a interação entre os kidults em redes sociais como Orkut, Facebook, Twitter e, também, o uso da web como meio de publicidade para interatuar com esse público. Os kidults fazem parte de um nicho “antenado” nas tendências e, para interagirem e se comunicarem, utilizam a internet como meio. A ascensão das redes sociais e, também sites de lojas, como o da já citada loja Imaginarium, que comercializa os seus produtos via web, foram incorporados ao dia a dia dessas pessoas. Através da internet, elas se encontram, ficam sabendo de novos produtos, participam de interações com as marcas que lhe interessam. No Orkut, a rede social mais popular do Brasil, encontra-se as chamadas comunidades, onde os participantes são unidos por assuntos em comum e discutem sobre diversos temas nos espaços chamados fóruns. Nestes fóruns, eles marcam encontros, debatem sobre cultura, indicam lojas, filmes, dentre outros assuntos em comum. Foram analisadas algumas comunidades de relacionamento no site e, percebeu-se um perfil de seguidores que gostam de trocar informações sobre suas vidas, o que gostam de fazer, o que compram. ²Disponível em : http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4964674-EI15607,00Venda+de+jogos+e+briga+ de+casais+ crescem+juntos+no+Brasil.html - Acesso em 19 mar. 2011 Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 10 Na comunidade do orkut, denominada kidult, foi encontrada uma enquete postada para perguntar aos participantes sobre a seguinte questão: “O que você fazia na sua infância que continua fazendo até hoje?” (Anexo D). A página também informa o resultado da enquete: 39% responderam que ainda assistem desenho animado, 24% informam que jogam videogame, 16% gostam de jogar jogos de tabuleiro e, 21% dizem colecionar papéis de carta, figurinhas etc. As marcas também enxergam a web como um meio de se comunicar com esse público. Em recente ação lançada no facebook, a Estrela, empresa que comercializa brinquedos, criou um aplicativo para internet em comemoração aos 25 anos do jogo de tabuleiro “Cara a Cara” (Anexo E). A versão on-line utiliza a foto do dono do perfil e as dos seus amigos, como as “caras” a serem descobertas. O utilizador pode, ainda, imprimir o material e fazer o seu próprio tabuleiro. Os 30 anos do jogo eletrônico Pac-Man, comemorado em 2010, fez sucesso na internet. O jogo eletrônico japonês criado em 1980, consiste na mecânica onde uma bola amarela em forma de cabeça que é manipulada pelo jogador, precisa “comer” pastilhas e fugir dos fantasmas em um labirinto. Uma ação criada pelo Google inseriu em sua página inicial na web, um aplicativo com o jogo para comemoração mundial de aniversário do game. Quem entrava no site, poderia jogar quantas vezes quisesse e, ainda hoje, é possível, pois foi criada uma página especial, para a permanência da ação na rede. Posteriormente, foi divulgada uma pesquisa com o resultado da iniciativa, pela organização RescueTime, o efeito foi massivo e o saldo foi mais de 4,8 milhões de horas gastas com a brincadeira. Ou seja, o horário que, normalmente era utilizado para atividades de trabalho, foi interrompido por um pouco de diversão aos usuários. A internet é uma forma de propagação de ideias, divulgação de trabalhos, e, também, uma forte aliada das marcas para se tornarem conhecidas. Os resultados das ações podem ser monitorados para que possam ser feitas pesquisas sobre as necessidades e desejos dos consumidores, bem como, propostos novos produtos e serviços para satisfazerem os anseios dos públicos. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 11 São percebidas formas de comunicação inovadoras pelas marcas, que enxergam nos kidults, uma nova oportunidade, resgatando os tempos de criança com brincadeiras e ações que remetam a tudo aquilo que eles querem ter de volta. 2.3 Desenhos animados: direcionados às crianças ou aos adultos? A sétima arte é uma forma de expressão que provoca emoções das mais variadas aos telespectadores. Entra-se até na seguinte questão: a arte imita a vida, ou a vida imita a arte? As pessoas gostam de ir ao cinema para se divertirem, encontrar amigos, para fugirem um pouco da rotina com algo que lhes faça bem. Os filmes que retratam as histórias em desenhos animados, a primeira vista, são direcionados às crianças, contudo, foram observados alguns títulos que vêm atraindo outras faixas etárias. Hoje em dia, não se vê mais adultos nessas salas de cinema, apenas acompanhando seus filhos ou sobrinhos, é notado que, muitas vezes, eles vão sozinhos ou em companhia de outras pessoas da mesma idade. Foram analisados dois filmes de desenhos animados lançados recentemente para que se possa entender o porquê dessas histórias atraírem pessoas de tão diferentes idades. 2.3.1 Shrek para sempre. O último capítulo. Seguindo a linha dos outros filmes da série, “Shrek para sempre” mistura as histórias de contos de fada de forma engraçada onde, muitas vezes, as piadas são entendidas apenas por adultos (Anexo F). Na última história da série, Shrek vê-se em uma crise existencial típica de um homem de meia idade: encontra-se em um cenário de “vida perfeita”, com mulher, filhos, amigos, problemas como a pia quebrada pra consertar... Mas essa vida é bem diferente da que ele tinha quando era o ogro mais temido por todo o Reino de Tão Tão Distante e isso mexe com o ego dele. É quando por meio de um acordo com o vilão Rumpel, um duende cheio de lábia, Shrek tem a possibilidade de ter por um dia, a sua vida de solteiro de volta, sem filhos, sem mulher, sem amigos e sem problemas. Mas em troca ele tem que dar qualquer dia de sua vida ao vilão, para ele fazer o que bem entender com a sua existência. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 12 Essa turbulência pela qual o personagem passa, é retirada da vida dos homens comuns que, às vezes, querem de volta o gostinho da vida de solteiro, por exemplo. Quando Shrek tem a sua parte do acordo adquirida, sai pelo reino amedrontando a todos e vivendo em sua aventura recuperada. Como algumas pessoas que vivem em sociedade quando têm a oportunidade de fazer algo diferente de sua rotina. Porém, como acontece na vida real, o contrato do acordo assinado é cheio de surpresas e letras pequeninas e o dia em que o vilão queria, era o dia do nascimento do nosso ogro favorito para que, a partir daquele momento, ele nunca mais voltasse a existir. Quando Shrek se dá conta que era tudo armação, tenta de tudo para reverter a situação, só que não sabe nem como começar. As diversas faixas etárias que se interessam pelo filme, veem de forma diferente a história. As crianças, em sua inocência, têm o ogro como um atrapalhando super-herói que as diverte com suas falas extravagantes. Os adultos veem eles mesmos nas cenas, com todas as suas inseguranças, incertezas e preocupações de suas vidas cotidianas. Os outros personagens da história começam a aparecer: como o seu fiel amigo burro. Mas, como a vida anterior de Shrek não existe, o burro não se lembra dele. Contudo, como a “ligação de outras vidas” dos dois é tão forte, o burro decide ajudá-lo. Fala-lhe sobre a cláusula de rescisão contratual que é encontrada quando se é feito um tipo de origami da folha contratual, dando a visão de outro texto. Shrek, assim, descobre que tem que receber um beijo verdadeiro de amor até o final do dia para que tenha a sua vida perfeita de volta. Outra passagem que chamou atenção foi uma fala do duende que cita a “parábola do copo meio cheio ou meio vazio”, onde a cena retrata que o tempo de Shrek está passando. Essa analogia faz-se também com a relação de otimismo e pessimismo em como enxergar os problemas da vida adulta. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 13 É por essas e outras mensagens no decorrer da história, que se percebe que o filme foi feito para agradar tanto às crianças quanto aos adultos. Talvez, a essa segunda faixa mais do que a primeira. E, por fim, Shrek consegue reverter o feitiço do vilão com o clássico beijo verdadeiro de Fiona que descobre que se apaixonou por ele. Shrek então entende o real valor da vida ao ter de volta sua família e amigos. É possível então, perceber uma relação com a vida real e uma autorreflexão com os temas abordados no filme. 2.3.2 Toy Story 3. Quem assistiu Toy Story 1 e Toy Story 2, quando criança, provavelmente, hoje, tem em torno de 25 anos (Anexo F). Isso, porque, o primeiro filme da série foi lançado em 1995, foi o primeiro longa-metragem da Disney, totalmente feito em computação gráfica. Um sucesso para a época. Então, como lançar um terceiro filme que tenha audiência certa? Direcionando a história, para as mesmas pessoas que o assistiram há mais de uma década atrás. O terceiro filme da franquia Toy Story mistura de forma harmoniosa todos os acontecimentos para agradar às crianças, mas aos adultos, principalmente. Retrata a vida de brinquedos que falam, têm sentimentos e passam por experiências típicas da vida humana, como a rejeição, eles demonstram sentimentos como amor, alegria e raiva. Se antigamente os desenhos animados eram pensados e criados para agradar as crianças, verifica-se uma forte tendência ao oposto, eles são realmente feitos e pensados para atrair adultos às salas de cinema. Pode-se encontrar em um texto no blog do jornalista Zeca Camargo³, captado em 24 de junho de 2010, depoimentos de pessoas que assistiram ao filme e deram suas impressões sobre a temática abordada: Raissa: 25 junho, 2010 as 11:05 pm Me emocionei muito! Toy Story fez parte da minha infância e me identifiquem muito com o último filme… quando chega o momento em que você cresce e não sabe mais o que fazer com aqueles brinquedos que eram tão especiais. Tenho a mesma idade que o personagem Andy, então Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 14 um turbilhão de lembranças vem à tona, é incrível! ³Disponível em: http://colunas.g1.com.br/ zeca camargo/2010/06/24/brinquedos-de-adulto Acesso em 24 jun. 2010 Scheila: 25 junho, 2010 as 11:03 pm Sinceramente não havia percebido este aspecto do filme como feito pela sua análise. Achei que iria apenas levar meus sobrinhos assistirem a um filme de criança, mas quem chorou no filme fui eu. Principalmente quando eles estão prestes a serem queimados e todos se dão a mão. Aliás, uma grande lição de amizade. Trata-se sim de rejeição, mágoa, mas também de apego, alegria, entre tantos sentimentos. Foi um filme muito interessante recomendável para todas as idades,..Parabéns pela análise. Percebe-se então, nesses filmes citados e em outras histórias, um forte sinal de que além do público infantil, os adultos são vistos como público-alvo. Para quem assiste e, teoricamente, não está dentro da faixa indicativa do filme, como pessoas com mais de 25 anos, a diversão leva além do sentimento de nostalgia ou a busca do passado. É um momento de alegria, realmente, instante de distração em que se permitem experimentar para saírem da rotina. 2.4 Os kidults no Recife. Observou-se o comportamento desse nicho na cidade do Recife no dia a dia nas ruas, em cinemas e em lojas que comercializam roupas com características infantis, mas que possuem números maiores para atenderem justamente a esse público. Nas salas de cinema da cidade, onde passaram o filme Toy Story 3, já citado anteriormente, constatou-se que muitos grupos de jovens adultos, aparentemente com mais de 20 anos de idade, foram assistir ao filme sem estarem na companhia de crianças, como filhos ou sobrinhos. Assim, foi possível revelar que eles foram fazer um programa de lazer normal no qual, para se divertirem, escolheram por assistir a um filme que fez parte de suas infâncias. Nas lojas Imaginarium localizadas em dois dos principais shoppings da cidade, viu-se tanto homens como mulheres, em seu momento de compra, adquirindo objetos para o seu cotidiano, com características infantis, como mochilas, Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 15 bolsas femininas e, até, mesmo objetos como bonecos que, não teriam nenhuma finalidade, a não ser decorar o ambiente. A loja de departamentos Renner tem em sua seção de roupas de adulto, camisetas com algumas referências infantis como estampas de personagens de desenho animados clássicos como o Mickey Mouse e a Minnie, o Superman, a Mulher Maravilha dentre outros. Na referida loja, verificou-se que muitos adultos compravam esses indumentos para se vestirem no dia a dia, o que foi constatado também em ambientes públicos como nas ruas da cidade, em frente a cinemas, praças de alimentação de shoppings, adultos vestidos com essas características. Estas observações contribuíram para constatarmos que o comportamento kidult não é uma realidade apenas em centros de consumo maiores que a nossa região, como as cidades do Sul do Brasil. Eles já estão presentes em diversas partes do país, bem como, de acordo com os relatos, em diversas partes do mundo. 3 CONCLUSÃO Esta pesquisa teve o intuito de analisar e aprofundar os conhecimentos a respeito de um novo tipo de público consumidor, que vem se mostrando cada vez mais, os kidults. Esses indivíduos que, apesar de já serem adultos, apresentam alguns comportamentos e hábitos infantilizados. O marketing e a publicidade se voltam para oferecer produtos infantilizados para esse nicho, haja vista que, os adultos, mesmo com essas características de comportamento, possuem um maior poder de compra do que as crianças. O objetivo geral: discutir a influência da publicidade no comportamento dos kidults foi alcançado e obtido através de observações e questionários realizados com os indivíduos pertencentes ao tal nicho. Com a estratégia de análise apresentada, puderam-se traçar os motivos da infantilização tardia dessas pessoas, analisando seus estilos de vida e as relações interpessoais entre os kidults com a sociedade em geral e entre eles mesmos e, descobrir como se dá a experiência de compra dos produtos direcionados a esse público. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 16 A disseminação da venda de artigos voltados para esses consumidores chega através de estímulos do marketing e da publicidade que já perceberam tal oportunidade. Observou-se, bem como, a mensagem publicitária direcionada aos kidults. Ao se oferecer produtos e serviços, os motes das campanhas têm em sua natureza o humor, a busca pela nostalgia ao se inserir nos anúncios antigas brincadeiras como a corrida de autorama criada pela empresa TIM para apresentar os seus planos de telefonia, ou seja, materiais sempre divertidos, cuja mensagem ao consumidor adulto, é passada de forma eficiente. Constatou-se que os kidults, em geral, ainda se encontram no início da fase adulta entre os 25 e 35 anos e que não possuem distinção de gêneros, podendo ser encontrados entre homens e mulheres. Os produtos mais consumidos por eles são, de forma equiparada, roupas e programas de TV, seguidos de cinema. Este tipo de consumo retrata um dos motivos que os levam à infantilização: eles agregam sua condição kidult de ser, às questões como nostalgia, diversão, e, ainda a busca pela juventude. Conclui-se então que, essas pessoas são comuns as demais, possuem suas responsabilidades diárias, alguns até, casados e com filhos e que, como qualquer outro público, apresentam necessidades e desejos que buscam saciar. E, para que os esforços do marketing e da publicidade sejam eficazes no momento em que se oferece um produto ou serviço aos kidults, basta apenas que os estrategistas e criativos da área olhem para a criança que ainda deve existir dentro de cada um de nós. REFERÊNCIAS BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. 1. ed. Lisboa: Ed. 70, 1995. CAMARGO, Zeca. Post Brinquedos de adulto. Disponível em: http://colunas. g1.com.br/zecacamargo/2010/06/24/brinquedos-de-adulto. Acesso em: 24 jun. 2010. Blog do Jornalista. FUREDI, Frank. Therapy Culture - Cultivating Vulnerability in an Anxious Age (Cultura da Terapia - Cultivando a Vulnerabilidade numa Era de Ansiedade) ed. Kent: ed. Routledge, 2004. Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 17 FUREDI, Frank. Não quero crescer.. São Paulo: Folha de S. Paulo, 25 jul. 2004. Caderno Mais!, p. A-4 KILEY, Dan. A síndrome de Peter Pan. 12. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1987. KOTLER, Philip ; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. A Bíblia do Marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LOJA IMAGINARIUM. Site. Disponível em: www.imaginarium.com.br/ produtos/especiais/colecao_kidults2.jsp - Acesso em 11mar. 2011 SCHELP, D. A ditadura dos jovens. In: Veja. São Paulo, 18 ago. 2004. 1.876, ed. a. 37. n. 33, p. 11-15. PORTAL TERRA. Venda de jogos e briga de casais crescem juntos no Brasil. Disponível em: http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4964674EI15607,00Venda+de+jogos+e+briga+de+casais+crescem+juntos+no+Brasil.html Acesso em: 19 mar. 2011 Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 18 ANEXO A - Site Loja Imaginarium Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 19 ANEXO B - Toy Art Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 20 ANEXO C- Grife Dolce & Gabbana Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 21 ANEXO D - Comunidade do Orkut “Kidult” Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 22 ANEXO E - Ação da Estrela no facebook Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 23 ANEXO F – Filmes “Shrek para sempre” e “Toy Story 3” Revista da Ciência da Administração versão eletrônica v.4, dez. 2011 24