Abordagem Diagnóstica e Terapêutica da Diabete Melito Não

Transcrição

Abordagem Diagnóstica e Terapêutica da Diabete Melito Não
Abordagem Diagnóstica e
Terapêutica da Diabete Melito Não
Complicada em Cães
Cecilia Sartori Zarif
Residente em Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais da UFV

Distúrbio do Pâncreas Endócrino

Diabete Melito Insulino Dependente:
“Caracterizada pela hipoinsulinemia”
“Falha em estabelecer o controle glicêmico por meio de dieta ou
tratamento com hipoglicemiantes orais”
“Necessidade absoluta de insulina exógena para manutenção do
controle glicêmico”
Fonte: Nelson.Couto

Multifatorial
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◦
Predisposição genética
Infecções
Doenças e Drogas antagonistas à ação da insulina
Obesidade
Insulinite imunologicamente mediada
Pancreatite

Prevalência: 7 a 9 anos
◦ Diabetes juvenil: < 1 ano (raro)
◦ Fêmeas são mais acometidas que machos

Predisposição racial
Perda da função das células ß,
Hipoinsulinemia,
Diminuição do transporte de glicose circulante,
Aumento da gliconeogênese e glicogenólise hepáticas
Hiperglicemia  Glicosúria
Poliúria / Polidipsia, Polifagia e Perda de Peso





Histórico: Poliúria / Polidipsia, Polifagia, Perda de Peso
Catarata
Pelame ralo, seco, quebradiço e sem brilho
Hepatomegalia
Sinais sistêmicos: letargia, anorexia, vômito, fraqueza,
cetonemia e acidose metabólica
Fonte: www.wikimedia.org
Fonte : www.hospitalveterinario.pt

Sinais clínicos
 Hiperglicemia em jejum
 Glicosúria
◦ Diabetes melito x doença renal primária
◦ Diabetes melito x outras causas de hiperglicemia

Avaliação laboratorial:
◦ Hemograma
◦ Painel bioquímico sérico
◦ Mensuração da imunorreatividade sérica da tripsina e
tripsinogênio
◦ Urinálise e urocultura

Hemograma:
◦ Tipicamente normal
◦ Leucocitose por neutrofilia, neutrófilos tóxicos na presença de
pancreatite ou infecção

Bioquímico:
◦ Hiperglicemia
◦ Hipercolesteronemia
◦ Hipertrigliceridemia (lipidemia)

Urinálise:
◦
◦
◦
◦
◦
Densidade urinária > 1,025
Glicosúria
Cetonúria variável
Proteinúria
Bacteriúria

Ultra-sonografia:
◦
◦
◦
◦
Pancreatite
Adrenomegalia
Piometra
Anormalidades do fígado e trato urinário





Eliminação dos sinais
Insulinoterapia adequada
Dieta
Exercícios
Prevenção ou controle dos distúrbios inflamatórios,
infecciosos, neoplásicos e hormonais concorrentes
1.
Insulinoterapia Inicial

Insulina lenta (NPH): 0,25 a 0,5U/kg, BID
Duração do Efeito (Horas)
Tipo de Insulina Via de Administração Início do Efeito Cão
Gato
IV
Imediato
1/2 a 2
1/2 a 2
Regular Cristalina IM
10 a 30 min
1a4
1a4
SC
10 a 30 min
1a5
1a5
NPH
SC
1/2 a 2h
2 a 10
2a8
Lenta
SC
1/2 a 2h
2 a 10
2 a 10
Ultralenta
SC
1/2 a 8h
4 a 16
4 a 16
Tempo do Efeito Máximo (Horas)
Cão
Gato
1a4
1a4
3a8
3a8
4 a 10
4 a 10
6 a 18
4 a 12
8 a 20
6 a 18
6 a 24
6 a 24
Fonte: Nelson.Couto
Ajustes iniciais na insulinoterapia:

◦
◦
◦
◦
Glicemia determinada nos horários de administração da
insulina e às 11h, 14h e 17h
Objetivo: começar a reverter distúrbios metabólicos induzidos
pela doença, adaptação à insulina e ensinar o proprietário
Avaliação 1 vez por semana
Observar: ingestão de água, débito urinário e saúde geral
2.
Terapia Dietética

Ajustes na dieta e práticas de alimentação
◦
◦
Dietas ricas em fibras (fibra insolúvel x solúvel)
12% ou mais de fibra insolúvel ou 8% ou mais
de mistura de fibra insolúvel e solúvel
◦
Desvantagens fibra insolúvel: freqüência excessiva de
defecação, constipação, hipoglicemia após aumento de
conteúdo de fibras da dieta, recusa para alimentar com a dieta
◦
Desvantagens fibra solúvel: fezes pastosas a líquidas,
hipoglicemia após aumentos de conteúdo de fibras da dieta
Fonte: Canine Diabetes Mellitus
(Priscilla Fernandes de Faria)
Cães muito magros / caquéticos:
insulinoterapia + dieta de manutenção (densidade calórica mais
elevada e pobre em fibras)
3.
Exercícios

Promove a perda de peso e elimina a resistência insulínica
induzida pela obesidade
◦
Efeito hipoglicemiante
Cuidados:

◦
◦
Hipoglicemia grave
Redução da dose de insulina
4.
Identificação e Controle de Doenças Concomitantes

Interferem na sensibilidade tecidual à insulina
Retirar uso de drogas antagonistas à insulina
Tratamento de doenças concomitantes



História e Exame Clínico

Concentração da Frutosamina sérica (225 a 375 µml/l)
◦ Resultam de uma ligação irreversível da glicose não-enzimática e
não-dependente da insulina às proteínas séricas
◦ Diretamente relacionada com a glicemia
◦ Acima de 500 µml/l: controle inadequado
◦ Acima de 600 µml/l: mau controle glicêmico
◦ Abaixo de 300 µml/l: períodos de hipoglicemia

Monitoração da Glicosúria: cetose recorrente e/ou hipoglicemia
Curva glicêmica:

◦
◦
◦
◦
Seguir o esquema de alimentação do proprietário
Sangue obtido a cada 1 ou 2 horas para glicemia
Objetivos: eficácia da insulina, nadir da glicose, tempo do pico
do efeito da insulina, duração do efeito da insulina e flutuações
glicêmicas
Interpretação: glicemias devem estar entre 100 e 250 mg/dl,
glicemia mais alta ocorre no momento de injeção de insulina
Fonte:
www.diabetecoluta.blogspot.com
Fonte: Nelson.Couto
Fonte: Nelson.Couto

Presença e reversibilidade de doenças concomitantes

Regulação do estado diabético com insulina
Comprometimento do proprietário com o tratamento
Sobrevida: dependente do tempo em que o diagnóstico é feito
e da presença de doenças concomitantes


◦ Os primeiros 6 meses são críticos
“O controle glicêmico é atingido quando o sinais clínicos do diabetes
forem resolvidos, o animal for saudável e interativo, seu peso
corpóreo for estável, o proprietário estiver satisfeito com o
progresso do tratamento e, se possível, as taxas de glicose estiverem
situadas entre 100 a 250mg/dl durante o dia.”
Fonte: Nelson.Couto