salvador bahia | fevereiro 2016
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salvador bahia | fevereiro 2016
SALVADOR BAHIA | FEVEREIRO 2016 1 2 SALVADOR BAHIA | FEVEREIRO 2016 ÍNDICE BAHIANEST 5 Entrevista: Marlindo Pereira Fernandes 10 Café - de vilão a mocinho 6 Festa e congraçamento na posse da diretoria da SAEB 12 Alerta sobre cursos de pós-graduação não oficiais 8 Jornada Baiana de Anestesiologia 13 Encontro reúne anestesiologistas em comemoração ao dia da categoria e pelos 30 anos da COOPANEST-BA 14 Rol da ANS e a interpretação do Poder Judiciário 100 95 75 BAHIANEST é uma publicação da SAEB - Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia em parceria com a COOPANEST-BA - Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas Estado da Bahia. 25Presidente Dr. José Admirço Lima Filho CRM/Ba 15.231 | Vice-Presidente Dra. Vera Lúcia Fernandes de Azevedo CRM/Ba 3.811 | Secretário Geral Dr. Fernando Cézar Cabral de Oliveira Filho CRM/Ba 19.697 | 1º Secretário Dr. Alexandre Chaves Mira CRM/Ba 16.364 | 1ª Tesoureiro Dr. Libório Ximenes Aragão Filho CRM/Ba 19.851 | 2º Tesoureira Dra. Ana Cláudia Morant Braid CRM/ 5 Ba 9.365 | Diretor Científico Dr. Lucas Jorge Santana de Castro Alves CRM/Ba 20.686 | Diretor de Defesa Profissional Dr. Paulo Cezar Medauar Reis CRM/Ba 6.428 | Presidente da COOPANESTBA Dr. Carlos Eduardo Aragão de Araujo CRM/Ba 3.811 | Responsável pela revista: Dr. José Admirço Lima Filho CRM/Ba 15.231 | Textos e Edição Cinthya Brandão Jornalista DRT 2397 0 www.cinthyabrandao.com.br | Designer Gráfico Carlos Vilmar www.carlosvilmar.com.br | Fotografias Sr. Hitanez Freitas e Cinthya Brandão Tiragem 800 exemplares | Impressão Cartograf 3 EDITORIAL BAHIANEST NOTA MESTRADO A SAEB parabeniza o Dr. Lucas Jorge Santana de Castro Alves, membro da Comissão Científica da sociedade, pela defesa de dissertação de Mestrado na UNESP – Campus Batucatu (SP), em 19/02/2016. Caros Sócios, Depois de dois anos à frente da sociedade de anestesiologia chega o momento de passar o comando da nossa sociedade para a nova diretoria eleita em dezembro de 2015. Nesse período, focamos na reaproximação do sócio para com a nossa sociedade. Investimos em comunicação e retorno do médico anestesiologista para a participação do maior objetivo da nossa sociedade, o conhecimento científico. Aprendemos que a comunicação é um processo dinâmico e interativo. Investimos em novos canais como: mail marketing, mensagens por SMS e principalmente em redes sociais. A nossa fan page já possui mais de 6 mil seguidores, onde a interação com a sociedade é bem intensa. O resultado já pode ser percebido com o aumento expressivo na participação do nosso maior evento a Jornada Baiana de Anestesiologia. Com quase 250 inscritos conseguimos compartilhar, discutir, interagir sobre a melhor prática de realizar o ato anestésico. Agradeço a todos, em especial aos meus companheiros de diretoria, aos funcionários da SAEB, à Cinthya Brandão e ao apoio da COOPANEST-BA. Um grande abraço, Dr. José Admirço Lima Filho Presidente da SAEB 2014/2015 4 Segue o resumo do artigo e a publicação completa está disponível no: HTTP://www.anesthesia-analgesia.org Alves LJSC. Duloxetina para melhoria na qualidade de recuperação anestésica em histerectomia abdominal. [dissertação]. Botucatu: Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; 2016. 55p. RESUMO Introdução. A qualidade de recuperação pós-operatória é pior em pacientes do sexo feminino quando comparado ao sexo masculino. A duloxetina vem sendo usada com sucesso no tratamento da dor crônica, mas para dor aguda existe apenas um estudo. Ainda mais importante é avaliar se a duloxetina é capaz de melhorar a qualidade global de recuperação pós-operatória. O principal objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da duloxetina perioperatória na qualidade da recuperação pós-operatória em mulheres submetidas à histerectomia abdominal. Métodos. O estudo realizado foi prospectivo, randomizado, duplo-cego e placebo controlado. Pacientes do sexo feminino submetidas à histerectomia abdominal foram randomizadas para receber duloxetina (60 mg por via oral 2 horas antes da cirurgia e 24 horas após a cirurgia) ou uma pílula idêntica de placebo. O desfecho primário foi a pontuação do QoR-40 (Quality of Recovery-40) em 24 horas. Dor e o consumo de opioides foram os desfechos secundários. Um valor de P <0,05 foi utilizado para anular o erro de tipo I. Resultados. Setenta pacientes foram recrutadas, e 63 completaram o estudo. A diferença média (intervalo de confiaça-95%) na recuperação global QoR-40 (Quality of Recovery-40), entre a a duloxetina e o grupo do placebo em 24 horas era de 9 (4–20) (P < 0.001). O consumo total de opioides foi reduzida em 24 horas no grupo de duloxetina em comparação com o grupo placebo, mediana (intervalo interquartil) de 1 (0-5) mg de morfina EV em comparação com 5,5 (0,5-9) mg de morfina EV (P = 0,004). Náuseas, vômitos e tempo de alta da unidade de cuidados pós-anestésica não foram significativamente reduzidos no grupo duloxetina em comparação com placebo. Conclusões. A duloxetina melhora a qualidade de recuperação pós -operatória em histerectomia abdominal. Além disso, duloxetina reduz o consumo de opioide no pós-operatório mesmo com uma analgesia pós-operatória multimodal. A duloxetina parece ser uma estratégia farmacológica viável para melhorar a qualidade de recuperação pós-operatória em pacientes submetidas a histerectomia abdominal. Palavras-chave: duloxetina, histerectomia, recuperação, qualidade, mulheres. SALVADOR BAHIA | FEVEREIRO 2016 ENTREVISTA Marlindo Pereira Fernandes Uma história dedicação e respeito à anestesia Nascido na região de Guanambi, Dr. Marlindo Pereira Fernandes, teve duas opções profissionais bem típicas do sertão: ser médico ou engenheiro agronômico. Escolheu a medicina por aptidão mesmo sem uma influência direta, já que na família ninguém havia optado por esta profissão. Veio para a capital baiana concluir os estudos no Colégio Central da Bahia e cursou Medicina na Escola Bahiana. Em 1976/77, fez residência em anestesiologia no Hospital Estadual do Servidor Público de São Paulo, juntamente com o atual governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, e o prof. titular de anestesiologia da USP, José Otávio Costa Auler Júnior. Quando finalizou a residência foi convidado a atuar em Bauru (SP), Cascavel (PR), Feira de Santana (BA), mas escolheu Brumado (BA), onde trabalhou por três anos. Em 1978, filou-se à SBA e à SAEB. Apreciador de viver grandes emoções, chegou a fazer um curso de aviação com várias horas de vôo, porém com a morte do instrutor acabou não concluindo e continuou vivendo as emoções de salvar vidas – o que não deixa de ser uma profissão que oferece riscos, emoção e adrenalina. “Como dizia ex-ministro da saúde, Prof. Mário Augusto Castro Lima: ‘eu quero viver em perigo’. E o anestesiologista é assim, gosta de viver sob tensão, com decisões rápidas e precisas. Eu vivo intensamente isso, já faz parte da minha característica”. Com 25 anos de formado Dr. Marlindo já havia participado de todos os Congressos Brasileiros de Anestesiologia e é o sócio baiano com o maior número de participação na Jornada Baiana de Anestesiologia, da qual faz questão de estar presente até hoje. Segundo Dr. Marlindo, os aspectos preponderantes para essa assídua participação é a possibilidade de levar novas condutas à prática anestésica diária. “Qualquer aula nos acrescenta. Mesmo que eu não atue em procedimentos de transplante cardíaco, por exemplo, me enriquece adquirir conhecimentos sobre as particularidades da técnica anestésica e sempre existirão pontos importantes que eu posso levar à minha rotina de trabalho”. Além disso, o reencontro com os colegas é outro fator que o atrai a participar dos encontros científicos. Amigável e muito carismático, Dr. Marlindo desde a residência era sempre o indicado a fazer procedimentos em crianças pela forma amável de tratar o paciente. “O segredo é ser sincero sem explicar demais. Chegar de mansinho fazendo amizade com a criança e dizer o que vai acontecer. Até hoje eu digo que tenho um filho da idade da criança pra ela ficar mais segura. Eu faço raqui em criança de seis anos com tranquilidade, o que não é fácil. Mas eu digo que ele não deve mexer porque agulha é bem fininha, igual a um fio de cabelo. Meu jeito sempre foi assim de brincar muito”. Dr. Marlindo deixa uma mensagem para os jovens médicos e fala da preocupação na conduta desses novos profissionais com seus pacientes. “Eu estive com o secretário de saúde para solicitar apoio para realizar uma jornada médica em Guanambi. O objetivo é mostrar ao jovem médico a necessidade de uma aproximação com o paciente num exame clínico mais minucioso antes de pedir tantos exames. Sabemos que o próprio sistema compromete a qualidade do atendimento, mas com uma simples conversa e examinar com afinco é possível resolver muitos problemas, experiência que adquiri com muitos anos atuando também em clínica médica”. 5 NOVA DIRETORIA Festa e congraçamento na posse da diretoria da SAEB 2016/2017 A Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia fechou mais um ciclo administrativo e uma nova diretoria assume a instituição pelos próximos dois anos. A Solenidade de Transmissão de Posse e Cargos aconteceu em 22/01, no auditório da COOPANEST-BA, e contou com a presença de sócios, familiares e amigos. Nos discursos um misto de emoção, reconhecimento e novas propostas para manter o crescimento e a solidez conquistados nos últimos anos. No momento de despedida Dr. José Admirço Lima Filho reconheceu o empenho e trabalho dos funcionários que compõem há décadas a instituição, bem como, foi grato aos companheiros de diretoria e à COOPANEST-BA, fiel parceira em todos os projetos e iniciativas. “Agradeço as pessoas que estavam do meu lado que me ajudaram a executar algumas metas. Tive grandes amigos que fizeram com que 6 eu colocasse em prática algumas das propostas programadas. Agradeço a todos os meus diretores e em especial a minha vice, Vera, que esteve presente, me ouvindo e me ajudando nas decisões. Meu muito obrigado também aos familiares, minha esposa Larissa, meus filhos, meu pai e minha mãe e irmãos por compreenderem minha ausência em muitos momentos”. Dr. Admirço também fez referência em agradecimento aos colegas da CAS que muitas vezes os substituíram quando precisava comparecer aos compromissos representando SAEB nas diversas viagens e eventos, e falou da produtiva parceria com as entidades médicas, principalmente com o Cremeb. Em discurso, o presidente do Cremeb, Dr. José Abelardo Meneses, falou da satisfação em constatar o primor administrativo dos jovens anestesiologistas à frente da diretoria SAEB nos últimos anos, criando uma dinâmica na comunicação e reaproximação com os sócios. Na oportunidade, Dr. Abelardo tratou com veemência a necessidade de fortalecer as ações de Defesa Profissional e revelou que em apenas três dias de funcionamento, o novo portal do Cremeb, que está no ar desde 18/01, já ajudou a confirmar três casos de exercício ilegal da medicina no estado, por meio da nova ferramenta de busca de médicos, que agora disponibiliza também a foto do profissional. Em seu primeiro discurso como presidente da SAEB, Dra. Vera após cumprimentar a mesa, agradeceu a presença dos familiares, sócios e amigos. Agradeceu também aos colegas do Hospital Santo Antônio que compartilham com ela o difícil exercício de formar anestesiologistas, e também aos familiares. “Faço um agradecimento mais que especial aos meus familia- SALVADOR BAHIA | FEVEREIRO 2016 res na pessoa do meu pai - que anos atrás teve a percepção que o único caminho para seus filhos seria investir na educação e que abriu mão de tantas coisas e sonhos por esse projeto - obrigado pai por sua generosidade! E por último, agradeço aos meus companheiros de diretoria que aceitaram participar desse desafio, porque considero exercer qualquer cargo associativo um desafio”. Dra. Vera falou do trabalho vitorioso realizado pela diretoria anterior, apresentou alguns dos projetos para sua gestão e falou sobre a realidade que o profissional médico enfrenta no atual cenário político, citando Martin Luther King: ‘o que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me pre- ocupa é o silêncio dos bons’. Finalizou recitando o poema de Elisa Lucinda ‘Só de Sacanagem’ - num desabafo sobre a postura corrupta e desonesta de muitos brasileiros. Dr. Ricardo Azevedo, vice -presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, na oportunidade representando o presidente da entidade Dr. Antônio Fernando Carneiro, fez um balanço das ações da SBA e cumprimentou os novos membros da diretoria. Participaram também da solenidade, Dr. Otávio Marambaia, representando o CFM, Dr. Hugo Eckener, presidente da FEBRACAN, Dr. Jedson Nascimento, representando a ABM e Dr. Carlos Eduardo Araujo, presidente da COOPANEST-BA. Após a assinatura do termo de posse, houve o descerramento da foto de Dr. José Admirço que passou a fazer parte da Galeria dos ex-presidentes da SAEB e, por fim, todos se reuniram no coquetel de congraçamento. 7 JORNADA DE ANESTESIOLOGIA Jornada Baiana de Anestesiologia atrai grande público Cumprindo mais uma vez seu objetivo primordial, a Jornada Baiana de Anestesiologia (JORBA) mobilizou um número significativo de participantes nos dias 12 e 13 de setembro de 2015. Com o tema Segurança e Qualidade em Anestesia, a 27ª JORBA ofereceu educação continuada atualizada com conteúdos de grande pertinência do que há de mais recente em estudos na anestesiologia mundial, além de viabilizar o encontro social entre sócios e amigos. Como atividades pré-jornada, foram realizados os cursos de USG Básico e Avançado, além do Workshop de Ventilação Mecânica, no dia 11, todos com as inscrições esgotadas a exemplo da última edição da jornada. A Solenidade de Abertura emocionou o público com uma homenagem ao trabalho eterni- 8 zado de Irmã Dulce. Além de um breve histórico da vida e obra da freira chamada o Anjo Bom da Bahia, houve a apresentação do coral do Centro Educacional Santo Antônio, uma das unidades das Obras Sociais de Irmã Dulce, que cantou o Hino Nacional. Além do presidente da SAEB, Dr. José Admirço Lima Filho, compuseram a mesa da cerimônia o Secretário de Saúde do Estado, Dr. Fábio Vilas-Boas, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, Dr. Ricardo Azevedo, o presidente do Cremeb, Dr. José Abelardo Garcia de Meneses, o presidente da Febracan, Dr. Hugo Eckener, o presidente da Coopanest-Ba, Dr. Carlos Eduardo Araujo, representando a ABM, Dr. Jedson Nascimento, o diretor científico da SAEB, Dr. Lucas Castro Alves, além do Procurador da República na Bahia, Dr. Samir Ca- bus Nachef Júnior que apresentou o projeto 10 Medidas contra a Corrupção - Propostas do Ministério Público Federal para o combate à corrupção e à impunidade. A diretoria da SAEB disponibilizou um espaço no evento para colher assinaturas de apoio. Dr. Admirço Lima Filho reiterou a satisfação de promover SALVADOR BAHIA | OUTUBRO 2014 mais uma jornada que se consagrou pelo grande número de participantes, qualidade científica, com o envolvimento de todos que compõem a diretoria e os funcionários. Agradeceu o empenho e dedicação de cada um dos envolvidos. HOMENAGEM Durante a solenidade a SAEB concedeu homenagem a Dr. Marlindo Pereira Fernandes pela participação assídua nas edições da JORBA, deixando de comparar a somente dois eventos nesses 27 anos - um exemplo de dedicação e valorização ao trabalho desen- volvido pela sociedade cuja missão é levar aprimoramento científico aos médicos anestesiologistas baianos. Dr. Marlindo recebeu uma placa de reconhecimento do presidente, Dr. José Admirço Lima Filho. PALESTRA MOTIVACIONAL Após a cerimônia, o palestrante motivacional de 32 anos de experiência, Prof. Gretz, conduziu com entusiasmo e descontração uma palestra sobre qualidade de vida. Com mais de 5 mil apresentações, o irreverente palestrante de cabelo lilás já conduziu tra- balhos para 3.200 empresas e outras organizações em todo o Brasil e no exterior. Autor de 14 livros, Prof. Gretz nasceu no interior de São Paulo, e desde cedo trabalhou na roça e na feira, ajudando seus pais. Aos 20 anos, foi para a capital paulista, formou-se em Administração de Empresas, trabalhou em grandes empresas como diretor de Recursos Humanos e exerceu cargos de liderança em programas motivacionais para a Qualidade, até tornar-se palestrante. Após a palestra houve o momento de confraternização no coquetel ao som da Banda Santo Remédio – formada por médicos. 9 ARTIGO CIENTÍFICO Café de vilão a mocinho Desde os primeiros relatos de sua torra para utilização como bebida na Pérsia, no século XVI1, até seu uso atual em comprimidos pelos “café-holics”, o café vem sendo protagonista de inúmeros debates, uma vez que as implicações para a saúde do seu consumo frequente são controversas. Apontado como gerador de hipertensão2 e de maior risco de hemorragia subaracnóidea, quando consumido em excesso3, o café era, por muitos, vinculado a uma imagem negativa. No entanto, pesquisas recentes vêm, cada vez mais, confirmando os benefícios do uso contínuo do café. Estudo publicado em Dezembro de 2015 com dados do Instituto Nacional do Câncer nos Estados Unidos, concluiu que o consumo de café está inversamente associado a mortalidade por diversos fatores como diabetes, doença respiratória crônica, pneumonia, gripe, suicídio e até mesmo causas cardiovasculares. Os achados não diferiram entre as pessoas que bebem café preto daquelas que acrescentam leite, creme ou açúcar. O estudo não demonstrou relação entre café e mortalidade por câncer, talvez pelo curto se- 10 guimento de 9 anos4. A ausência de evidência positiva em relação ao câncer pode ser justificada pelos diferentes resultados correlacionados aos variados tipos de câncer, alguns associando o consumo de café a menor incidência, como no caso de fígado5 e cólon6 ou maior incidência, como no caso de pulmão7. Outro estudo atual, publicado recentemente na Circulation, também relacionou o uso frequente da bebida a menor risco de morte. Avaliando os dados de mais de 4 milhões de pessoas em três grandes cohorts, ao longo de um seguimento de 28 anos, o estudo concluiu que o consumo moderado de café está associado a menor risco de mortalidade e que seu consumo em grandes quantidades (acima de 5 xícaras) não está associado, como alguns acreditavam, a maior risco de mortalidade. Excluído o fator fumo, consumido habitualmente com a bebida, a evidência torna-se ainda mais forte e uma curva linear relacionando seu maior uso ao menor risco de morte é demonstrada. Ao concluir que “higher consumption of total coffee, caffeinated coffee, and decaffeinated coffee was associated with lower risk of total mortality” o estudo equivale os benefícios do café ao do descafeinado, sugerindo que outros constituintes, além da cafeína, podem corroborar para os resultados encontrados. Entre as hipóteses possíveis para justificar esses achados estão a melhora da sensibilidade à insulina, níveis mais baixos de enzimas hepáticas e de marcadores inflamatórios8. Conhecido como a droga mais popular do mundo9, o café apresenta ainda benefícios no sistema nervoso, sendo implicado a um menor risco de depressão10 e de aparecimento da doença de Parkinson11. Dentre os variados efeitos farmacológicos da cafeína, ele é um broncodilatador fraco e redutor da fadiga muscular respiratória. Dessa forma, pode reduzir os sintomas da asma e ter um papel potencial em seu tratamento12. Ele é consagrado como um estimulante, afetando de forma positiva a memória por atuar em diversas áreas cerebrais, notadamente o hipocampo13. No entanto, quando consumido antes de dormir pode afetar o ritmo circadiano por alteração do padrão de liberação da SALVADOR BAHIA | FEVEREIRO 2016 melatonina14. Não se pode esquecer ainda da atuação da cafeína como adjuvante no tratamento da dor. Em recente atualização de metanálise anterior, a Cohrane ratificou essa ação e concluiu que a adição de cafeína em doses superiores a 100mg a analgésicos comuns gera um pequeno, mas importante, aumento na percepção de alívio da dor15. Atualmente cerca 80% dos Americanos bebem café e cerca de 60% o fazem diariamente16. No Brasil o consumo de café é crescente e vem batendo recorde nos últimos anos, principalmente em monodoses (cafés expressos, cafés em sachês ou em cápsulas)17. Segundo dados da ABIC (Associação Brasileira da Indústria de Café) o Brasil é o segundo consumidor global de café, atrás apenas dos Estados Unidos. Já os líderes mundiais por habitante são Fin- lândia, Noruega e Dinamarca18. Segundo pesquisa realizada em 2010 por uma famosa cafeteria americana, a medicina é a segunda profissão que mais consome café. Muitas vezes o café é usado como estimulante para enfrentar longas jornadas de trabalho ou para aumentar a capacidade de concentração e performance19. Outro estudo avaliando o consumo de café dentre as especialidades médicas concluiu que as especialidades cirúrgicas (notadamente a ortopedia) consomem mais café que as clínicas. Os anestesistas ficaram em 8o lugar, talvez pela pesquisa ter utilizado como medida o padrão de compra de café em lanchonetes do hospital, não coletando números de máquinas de vendas ou o consumo advindo de cafeteiras dentro do centro cirúrgico20. Os efeitos de uma dieta rica em café continuam sendo estuda- dos, seus potenciais efeitos nocivos e suas consequências a longo prazo, especialmente no tocante a sua relação com o câncer. Enquanto isso, anestesistas ou não, aguardamos todos ansiosos os próximos achados, saboreando um bom café. Referências: demiological studies. Eur J ClinNutr. 2015 [Epub ahead of print]. 8. Ding M, Satija A, Bhupathiraju S, Hu Y, Sun Q, Han J, Lopez-Garcia E, Willett W, van Dam R, Hu F. Association of coffee consumption with total and cause-specific mortality in 3 large prospective cohorts. Circulation. 2015; 132:2305-2315. 9. Weinberg BA, Bealer BK. The world of caffeine: The science and culture of the world’s most popular drug. 2001. New York: Routledge. 10. Grosso G, Micek A, Castellano S, Pajak A, Galvano F. Coffee, tea, caffeine and risk of depression: A systematic review and dose -response meta-analysis of observational studies. MolNutr Food Res. 2016; 60:22334. 11. Qi H, Li S. Dose-response meta-analysis on coffee, tea and caffeine consumption with risk of Parkinson’s disease. Geriatr Gerontol Int. 2014; 14:430-9. 12. Welsh EJ, Bara A, Barley E, Cates CJ. Caffeine for asthma.Cochrane Database Syst Rev. 2010 Jan 20;(1):CD001112. doi: 10.1002/14651858.CD001112.pub2. Review. 13. Borota D, Murray E, Keceli G, Chang A, Watabe JM, Ly M, Toscano JP, Yassa MA. Post-study caffeine administration enhances memory consolidation in humans. Nat Neurosci. 2014; 17:201-3. 14. Burke TM, Markwald RR, McHill AW, Chinoy ED, Snider JA, Bessman SC, Jung CM, O’Neill JS, Wright KP Jr. Effects of caffeine on the human circadian clock in vivo and in vitro. Sci Transl Med. 2015; 7:305146. 15. Derry CJ, Derry S, Moore RA. Caffeine as an analgesic adjuvant for acute pain in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Dec 11;12:CD009281. doi: 10.1002/14651858. CD009281.pub3. Review. 16. National Coffee Association. National Coffee Drinking Trends. 2014. New York: National Coffee Association. 17. Consumo de café no Brasil cresce 1,24% em 12 meses, diz Abic. Do Estadão Conteúdo. Atualizado em 24/02/2015 15h15. Disponível em: http://www.abic.com.br/publique/ cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=4180&sid=59&tpl=printerview 18. Consumo de café do brasileiro bate recorde e chega a 83 litros por ano. Do UOL, em São Paulo 06/02/201310h27. Atualizada 05/07/201314h09. Disponível em: http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/02/06/consumo-de-cafe-do-brasileiro-bate-recorde-e-chega-a-83-litros -por-ano.htm 19. Career Builder and Dunkin’ Donuts Survey Finds Which Professions Need Coffee the Most. Chicago, 27 Set, 2010. Disponível em: http://news.dunkindonuts.com/news/careerbuilder-and-dunkin-donuts-survey-finds -which-professions-need-coffee-the-most 20. Giesinger K, Hamilton D, Erschbamer M, Jost B, Giesinger J. Black medicine: an observational study of doctors’ coffee purchasing patterns at work. BMJ. 2015;351:h6446. 1. Martins AL. História do café. 1a ed. São Paulo: Editora Contexto. 320p. 2. Steffen M, Kuhle C, Hensrud D, Erwin PJ, Murad MH. The effect of coffee consumption on blood pressure and the development of hypertension: a systematic review and meta-analysis. J Hypertens. 2012; 30:2245-54. 3. Sakamaki T1, Hara M, Kayaba K, Kotani K, Ishikawa S. Coffee consumption and incidence of subarachnoid hemorrhage: the Jichi medical school cohort study. J Epidemiol. 2015 [Epub ahead of print]. 4. Loftfield E, Freedman ND, Graubard BI, Guertin KA, Black A, Huang WY, Shebl FM, Mayne ST, Sinha R. Association of coffee consumption with overall and cause-specific mortality in a large US prospective cohort study. Am J Epidemiol. 2015; 182:1010-22. 5. Sang LX, Chang B, Li XH, Jiang M. Consumption of coffee associated with reduced risk of liver cancer: a meta-analysis. BMC Gastroenterol. 2013; 13:34. 6. Sinha R, Cross AJ, Daniel CR, Graubard BI, Wu JW, Hollenbeck AR, Gunter MJ, Park Y, Freedman ND. Caffeinated and decaffeinated coffee and tea intakes and risk of colorectal cancer in a large prospective study. Am J ClinNutr. 2012; 96:374–381. 7. Xie Y, Qin J, Nan G, Huang S, Wang Z, Su Y. Coffee consumption and the risk of lung cancer: an updated meta-analysis of epi- Dra. Liana Maria Torres de Araújo Azi Diretora Científica da SAEB Link para acesso aos artigos em PDF: https:// www.dropbox.com/sh/ae0n4h8l9d90g5q/AAAzTrslNqfFDt8g0K-d4anfa?dl=0 11 PÓS-GRADUAÇÃO Alerta sobre cursos de pós-graduação não oficiais A SBA de divulgou uma carta de manifesto sobre a abertura de cursos de especialização em anestesiologia sem a anuência e reconhecimento das instituições reguladoras da formação na especialidade. Veja o documento na íntegra: Prezados colegas médicos, A Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) prima e zela pela formação de médicos anestesiologistas através de seus Centros de Ensino e Treinamento (CETs) tendo critérios teóricos, práticos e da assistência aos pacientes muito bem estabelecidos. Em convênio com a Associação Médica Brasileira (AMB), convênio este aprovado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), emite o Titulo de Especialista em Anestesiologia (TEA), àqueles que concluem e cumprem todos os requisitos de acordo com Edital específico, que é elaborado pela SBA com base no Regulamento do Titulo de Especialista em Anestesiologia, e encaminhado para aprovação da AMB. Por outro lado, a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) também estruturou um PRM - Programa de Residência Médica em Anestesiologia que estabelece outro caminho para a formação em Anestesiologia. Estes são os caminhos legais e oficiais para a formação de médicos anestesiologistas estabelecidos em nosso país. Portanto a nossa recomendação, aos interessados na nossa especialidade, é de utilização dos caminhos definidos pelas instâncias reguladoras da formação, que com certeza, trazem uma maior assertividade na decisão de tornar-se um especialista. E a todos àqueles que buscam estes cursos de formação, reiteramos que a SBA conta, atualmente, com 109 Centros de Ensino e Treinamento credenciados em todo o Brasil, além de dezenas de programas ligados à CNRM, com direito a bolsa, auxílio moradia, dentre outros benefícios. Portanto este nos parece o melhor caminho para uma formação que busque uma qualificação formal. Outrossim, a atividade didática de médicos anestesiologistas vinculados à SBA em cursos não reconhecidos pela SBA, AMB e/ou CNRM fica a critério de decisão pessoal. Entretanto, a SBA se reserva o direito de denunciar aos órgãos competentes, programas que estejam fora das normas legais. Diretoria SBA Desde já agradecemos a sua atenção e renovamos nossa consideração e estima. Atenciosamente, Dr. Tolomeu Artur Assunção Casali Secretário Geral da SBA Dr. Rogean Rodrigues Nunes Diretor Depto.Científico da SBA Dr. Antônio Fernando Carneiro Presidente da SBA 12 SALVADOR BAHIA | FEVEREIRO 2016 ANIVERSÁRIO COOPANEST Encontro reúne anestesiologistas em comemoração ao dia da categoria e pelos 30 anos da COOPANEST-BA Em clima fraterno e descontraído, a Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia (SAEB) e a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado da Bahia (COOPANEST-BA) reuniram profissionais da categoria em comemoração pelo Dia do Anestesiologista e Dia do Médico (16 e 18 de outubro, respectivamente). Os 30 anos da COOPANEST-BA também estiveram na pauta da confraternização. O evento que aconteceu no dia 17 de outubro, na Churrascaria Fogo de Chão, teve o apoio do Santander que apresentou o tema “Comportamento em tempos de crise”, ministrado pelo economista Rodolfo Margato. Dentre os presentes, destacaram-se o presidente do CREMEB, Dr. José Abelardo Garcia de Meneses; do presidente da FEBRACAN, Dr. Hugo Dantas Eckener; do presidente da COOPANEST-BA, Dr. Carlos Eduardo Aragão Araujo e do presidente da SAEB, Dr. José Admirço Lima Filho. O motivo que os reuniu, reforça o propósito que a profissão exige: buscar a excelência profissional, fortalecendo conceitos educacionais, que prevê ainda a responsabilidade social da medicina. O encontro foi também um momento de demonstração da solidariedade dos Médicos Anestesiologistas, que aderiram em números expressivos à Campanha Doe uma Consulta. A iniciativa da SAEB em parceria com a COOPANEST-BA arrecadou verbas doadas pelos profissionais para manter o trabalho de assistência a pessoas necessitadas. A primeira edição da campanha foi destinada ao Asilo São Lázaro, que abriga idosos carentes, indigentes, muitos sem referência familiar e com problemas de saúde física e/ou mental. “Hoje, expandimos nossa temática para além da medicina. Resolvemos trazer à tona um assunto que possibilite discutirmos a realidade: crise econômica. Essa experiência nos ajudará a desenvolver um modelo de educação continuada mais abrangente”, explicou o presidente da FEBRACAN, Dr. Hugo Dantas Eckener. Embora o assunto da palestra tenha exigido seriedade em sua abordagem, o propósito maior do evento de confraternizar foi facilmente aderido por todos os presentes. “Estamos sempre nos bastidores, os centros cirúrgicos; então rever amigos, relembrar histórias e comemorar o prazer que a profissão nos proporciona é sempre motivo de comemoração”, disse o presidente da SAEB, Dr. José Admirço Lima Filho. A unidade entre os médicos anestesiologistas é motivo de orgulho para a categoria. “Durante os 30 anos de atuação da COOPANEST-BA enfrentamos dificuldades, mas mantivemos a união de ideais da profissão e hoje agregamos ano a ano mais conquistas para nossos médicos”, comemorou o presidente da COOPANEST-BA, Dr. Carlos Eduardo Aragão Araujo. 13 ARTIGO JURÍDICO Rol da ANS e a interpretação do Poder Judiciário A regulação dos planos de saúde no Brasil é feita pela ANS (Agencia Nacional de Saúde Suplementar). Esta é a responsável pela promoção da fiscalização e controle da atuação das operadoras no mercado de saúde do país, promovendo a defesa do interesse público. 14 A ANS tem a responsabilidade de assegurar que os consumidores da saúde suplementar recebam uma assistência à saúde eficiente e de qualidade. Nesse sentido, a agência reguladora indica uma cartela mínima de procedimentos, exames e tratamentos de cobertura obrigatória por parte das operadoras de saúde. O Rol de procedimentos e Eventos em Saúde passa por um processo de revisão, a cada 2 (dois) anos, com a formação de um grupo técnico composto por representantes de interesse dos consumidores e dos planos de saúde. No presente ano, entrou em vigor a nova lista de cobertura obrigatória para consumidores dos planos, constando com a inclusão de 21 novos procedimentos, incluindo ampliação do número de consultas, exames de laboratório e novos medicamentos para tratamento do câncer fora do ambiente hospitalar. Importante registrar que o rol da ANS mostra-se de natureza meramente exemplificativa, representando uma lista apenas de cobertura mínima, ou seja, SALVADOR BAHIA | FEVEREIRO 2016 não quer dizer que o que se encontre fora da listagem não seja de obrigação de custeio da seguradora de saúde. A cobertura obrigatória do plano de saúde não decorre apenas da disposição específica da Lei n.º 9.656 /98, e nem está circunscrita às possibilidades de tratamento aos procedimentos listados no rol de serviços médico-hospitalares editado pela ANS, mas especialmente da observância ao princípio da dignidade da pessoa humana. Ocorre que, mesmo com a edição de normas e medidas que visam garantir uma boa relação entre prestadores e consumidores, são notórios as recorrentes práticas abusivas por parte das operadoras de saúde. Os beneficiário-pacientes sofrem constantemente com as recusas das seguradoras de saúde em autorizar tratamentos prescritos pelos seus médicos assistentes, sob a alegação de que os procedimentos estariam fora do Rol descrito pela ANS. Não cabe ao plano de saúde decidir qual o melhor tratamento para o paciente. Compete exclusivamente ao médico especialista indicar qual o procedimento mais indicado para preservar a vida do seu paciente. A Resolução Normativa nº 319, obriga as operadoras de planos de saúde a justificarem negativas de cobertura por escrito aos beneficiários que assim solicitarem. A informação deve ser transmitida ao beneficiário solicitante em linguagem clara, indicando a cláusula contratual ou o dispositivo legal que justifiquem o motivo da negativa. A recusa do plano em autorizar o procedimento solicitado pelo médico, necessário e adequado para preservação da saúde do seu segurado, constitui atitude abusiva e ilícita. Os contratos de plano de saúde encerram uma relação jurídica de natureza consumeristas, aplicando-se, assim, as normas do Código de Defesa do Consumidor , razão pela qual as cláusulas do contrato devem ser interpretadas de modo mais favorável ao consumidor, já que este é a parte vulnerável da relação contratual. Eventual cláusula contratual que obste a realização de tratamento e exame, embasada apenas nas normas da ANS, é nula de pleno direito, por abuso de direito, haja vista a preponderância do direito à saúde. O Código de Defesa do Consumidor aplica-se ao caso em tela, em especial os artigos46º, 47º e 51º: Vejamos: Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor, pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; A jurisprudência do STJ vem reconhecendo o direito ao ressarcimento dos danos morais advindos da injusta recusa de cobertura de seguro saúde, pois tal fato agrava a situação de aflição psicológica e de angústia do segurado, uma vez que, ao pedir a autorização da seguradora, já se encontra em condição de dor, de abalo psicológico e com a saúde debilitada. Conclui-se que o segurado\ paciente que sentir-se em situação desfavorável e abusiva por parte de sua operadora de saúde, tem o direito de ingressar com demanda no Poder Judiciário a fim de questionar a legalidade de tal ato abusivo, uma vez prevalece o direito à saúde como direito fundamental. Cita-se o art°5°, XXXV da Constituição Federal: XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Desse modo, a Constituição Federal e o Código de Defesa do Consumidor garantem como direito básico aos segurados o acesso aos órgãos judiciários e administrativos (PROCON e ANS), visando verificar e constatar a existência de cláusulas ilegais e abusivas. Ana Barbara Martins Costa – Bacharel em Direito pela Universidade Católica do Salvador – UCSAL. Pós – Graduanda em Direito Médico – Universidade Católica do Salvador – UCSAL. Advogada inscrita na OAB\BA sob nº 41.846 Fábio Follador Coelho – Bacharel em Direito pela Universidade Católica do Salvador – UCSAL. Advogado inscrito na OAB\BA sob nº 36.340 15
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