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Transcrição

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Bahianest
agosto
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Padrão em segurança para fármacos
Único sistema de embalagem com:
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2 | Bahianest agosto
AF_An_20,3x27_ilustras.indd 1
2010
5/14/10 5:36 P
Editorial
BAHIANEST é uma publicação da SAEB Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia
em parceria com a COOPANEST-BA- Cooperativa
dos Médicos Anestesiologistas Estado da Bahia.
Redação
Av. Garibaldi, 1815, Sobreloja, Bloco B, Centro
Médico Empresarial, Ondina, Salvador - Bahia.
Fone: 71 3247-4333
DIRETORIA
Presidente
Dr. Marco Aurélio Oliveira Guerra
CRM/Ba 11.048
Tivemos um semestre muito proveitoso com vários eventos e assídua participação dos associados. Realizamos o 15º ENAI em Teixeira
de Freitas com engajamento da comunidade médica e acadêmica do
extremo sul da Bahia, resultando no maior número de participantes
dos últimos 10 anos. A SAEB esteve presente apoiando outros eventos como o Curso do Instituto de Anestesia Regional, ABNM - Bloqueio
Residual, Monitorização e Reversão, Proteção de Órgãos com Inalatórios e Gas Man. Tudo isso evidencia o quanto os anestesiologistas
baianos tem grande interesse em atualização científica.
Modernizamos o site da SAEB tornando-o mais prático e acrescentamos novidades como a
área de classificados e a revista on-line. A partir de agora, o associado terá acesso a todas
as edições atuais e anteriores da Bahianest através do site.
No momento estamos empenhados num novo desafio, a realização da 23ª JORBA nos dias
24 e 25 de setembro no Hotel Sauípe Class, no Complexo Costa do Sauípe. Será um evento
inovador para o associado e sua família. Contamos com a sua presença!
Dr. Marco Aurélio Oliveira Guerra
Presidente da SAEB
CRM-Ba 11.048
Vice-Presidente
Dr. Adhemar Chagas Valverde
CRM/Ba 6.055
Secretário Geral
Dr. Gilvan da Silva Figueiredo
CRM/Ba 12.617
1º Secretário
Dr. Hugo Eckener Dantas de Pereira Cardoso
CRM/Ba 15.709
1ª Tesoureira
Dra. Ana Cláudia Morant Braid
CRM/Ba 9.622
2º Tesoureiro
Dr. Luiz Alberto Vicente Teixeira
CRM/Ba 5.739
Diretor Científico
Dr. Márcio Henrique Lopes Barbosa
CRM/Ba 11.988
Diretor de Defesa Profissional
Dr. Jedson dos Santos Nascimento
CRM/Ba 11.927
Prezado Colega,
A 23ª Jornada Baiana de Anestesiologia está se aproximando. Nos
dias 24 e 25 de setembro, Sauípe será o palco de grandes debates
em anestesiologia.
A programação científica está envolvente. Convidamos renomados
palestrantes e, teremos três importantes cursos durante a jornada.
Tudo isso para que você possa trocar experiências e incorporar novos conhecimentos.
O destino é Sauípe, na JORBA!
Dr. Márcio Henrique Lopes Barbosa
Diretor Científico da SAEB
CRM/Ba 11.988
www.saeb.org.br
Presidente da COOPANEST-BA
Dr. Carlos Eduardo Aragão Araujo
CRM/Ba 3811
Responsável pela revista:
Dr. Marco Aurélio Oliveira Guerra
CRM/Ba 11.048
Textos e Edição
Cinthya Brandão - Jornalista DRT 2397
www.cinthyabrandao.com.br
Designer Gráfico
Carlos Vilmar
www.carlosvilmar.com.br
Fotografias
Hitanez Freitas
Tiragem 800 exemplares
Impressão
Cartograf
Bahianest
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23ª JORBA
em Costa do Sauípe:
conhecimento científico
no paraíso
Comissão Nacional
de Acreditação
Especialidades:
Anestesiologia:
15,0 pontos
Medicina Intensiva:
8,0 pontos
Nos dias 24 e 25 de setembro, a SAEB – Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia realizará o evento mais importante da especialidade no estado. A 23ª JORBA – Jornada de Anestesiologia do Estado da Bahia acontecerá num local paradisíaco, no Complexo Costa do Sauípe. “Após ouvir a opinião de vários colegas, surgiu uma idéia: porque não fazer um evento
onde pudéssemos unir o científico ao lazer? Então a diretoria decidiu fazer a JORBA no Hotel Sauípe Class, para que os associados possam desfrutar de um fim de semana com suas
famílias e seus colegas fazendo uma interação entre ambos, já que nossas rotinas tão corridas muitas vezes não permitem que haja essa convivência”, explica o presidente da SAEB,
Dr. Marco Guerra.
No contrato com o complexo, a SAEB
buscou condições diferenciadas de hospedagem para os sócios. “Para tornar o
fim de semana proveitoso e acessível,
procuramos montar um pacote all inclusive com o passaporte de lazer para
que enquanto o associado participe das
aulas, sua família desfrute de toda a estrutura que o hotel dispõe. Montamos
uma programação cientifica iniciando
às 9h e terminando às 16h para que o
associado também aproveite com sua
família”, acrescenta Dr. Marco.
A programação científica também
é inovadora, este ano, com os cursos: SAVA (Suporte de Vida Avançado em Anestesia), Ultrassonografia
em Anestesia e Monitorizarão Hemodinâmica, além das aulas teóricas com palestrantes competentes de
todo o Brasil e um destacado convidado internacional. “Estamos trabalhando com muito afinco para reali4 | Bahianest
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zar uma jornada inesquecível. O tema
é atualização em perioperatório. Destarte, abordaremos o que é relevante
para os anestesiologistas. Ademais,
os cursos durante a jornada, frutos de
parcerias com a SBA e outras entidades de relevo, proporcionarão educação continuada com qualidade”, ressalta o diretor científico da SAEB, Dr.
Márcio Henrique Barbosa.
As perspectivas são as melhores possíveis de acordo coma diretoria e comissão organizadora da jornada.
“Com uma programação científica de
alto padrão e a possibilidade de integração entre as famílias dos associados, acredito que a JORBA terá sucesso nos seus objetivos e resultando
num final de semana diferente e agradável”, finaliza Dr. Marco Guerra.
Cinthya Brandão
Jornalista DRT/Ba 2.397
Programação
24 de setembro (6ª feira)
8h Entrega de material de pré-inscritos
Inscrições
9h – 9h50 Painel: Hemotransfusão
Coordenador: Dr. Eron Garcia de Santana (Ba)
9h – 9h20
Gatilho transfusional: o que há de novo?
Dr. Eron Garcia de Santana (Ba)
9h20 – 9h40 Estratégias alternativas em pacientes que
recusam transfusão
Dra. Liana Torres de Araújo Azi (Ba)
Debate
9h50 – 10h10 Diabetes mellitus – Como conduzir a
farmacoterapia no perioperatório?
Dr. Marcos Antonio Albuquerque (Se)
10h10 – 10h30 Hipotermia perioperatória não intencional:
influência no resultado cirúrgico
Dr. Macius Pontes Cerqueira (Ba)
10h30 – 10h50
Coffee-break
10h50 – 11h30
Painel: Obstetrícia
Coordenador: Dr. Jedson dos Santos Nascimento
10h50 – 11h10 Alterações fisiológicas na gestante e
implicações para a anestesia
Dra. Ana Paula Cronemberger (DF)
11h10 – 11h30 Como conduzir a anestesia nas
emergências obstétricas
Dr. Jedson dos Santos Nascimento (Ba)
11h30 – 11h50 Guidelines em PCR. O que pode mudar?
Dr. Márcio Pinho (RJ)
11h50 – 12h10
Betabloqueadores: estratégia clínica e aspectos práticos do uso
Dr. Marcius Vinicius Maranhão (Pe)
12h10 – 13h20
Almoço
13h30 – 14h00
Anestesia e medicina perioperatória
Dr. Enis Donizetti Silva (SP)
14h – 14h20
Aspectos relevantes na anestesia para o obeso mórbido
Dr. Luiz Marcelo Sá Malbouisson (SP)
14h20 – 15h10 Painel: Dor
Coordenadora: Dra. Anita Perpétua de Castro
14h20 – 14h40 Bloqueio de nervo periférico –
Uma boa opção para otimizar a analgesia
pós-operatória?
Dr. Antonio Argolo Sampaio Filho (Ba)
14h 40 – 15h00 Hiperalgesia induzida por opióides no
centro cirúrgico: como devo manejá-la?
Dra. Anita Perpétua de Castro (Ba)
Debate
15h10 – 16h
Painel: Responsabilidade médica
Coordenador: Dr. José Abelardo Garcia de Meneses
15h10 – 15h30 A prática da anestesia e o Novo
Código de Ética Médica
Dr. José Abelardo Garcia de Meneses (Ba)
15h30 – 15h50
Responsabilidade médica:
uma visão jurídica
Dr. Iran Furtado (Ba)
Debate
18h Sessão Solene
25 de setembro (sábado)
9h – 9h30
Avanços na anestesia para cirurgia torácica
Dr. Eduardo Chini (EUA)
9h30 – 10h40
Painel: Monitorização hemodinâmica
Coordenador: Dr. Gustavo França (Ba)
9h30 – 9h50 Monitorização minimamente invasiva
Dr. Enis Donizetti Silva (SP)
9h50 – 10h10 Monitorização hemodinâmica avançada
Dr. Gustavo França (Ba)
10h10 – 10h30 Avaliação hemodinâmica da adequação
da volemia
Dr. Luiz Marcelo Sá Malbouisson (SP)
Debate
10h40 – 11h
Coffee-break
11h – 11h20 Impacto do sugamadex no uso dos
relaxantes musculares
Dr. Edmar José Santos (RJ)
11h20 – 11h40 Anestesia na criança-como minimizar riscos e complicações baseadas em evidências?
Dr. Alexandre Vieira Figueiredo (Ba)
11h40 – 12h
Anestesia no paciente com TCE
Dr. Antonio Carlos Brandão (MG)
12h – 13h30 Almoço
13h30 – 14h40
Painel: Cardiopata em cirurgia não cardíaca
Coordenador: Dr. Márcio Henrique Barbosa (Ba)
13h30 – 13h50 Algoritmo para avaliação do cardio
pata em cirurgia não cardíaca
Dr. Jedson dos Santos Nascimento (Ba)
13h50 – 14h10 Revascularização miocárdica pré-operatória
Dr. Márcio Henrique Barbosa (Ba)
14h10 – 14h30 Abordagem ao paciente em uso de antiagregantes plaquetários
Dr. Carlos Hohlenwerger Tavares (Ba)
Debate
14h40 – 15h
Proteção de órgãos no intraoperatório
Dra. Alexandra Rezende Assad (RJ)
15h – 15h20
Anestesia venosa total:
fundamentos práticos.
Dr. Marcos Antonio Albuquerque (Se)
15h20 – 15h40
Equilibrando custo e qualidade em
anestesia
Dr. Alexandre Goulart Pustilnik (Ba)
15h40 – 16h
Fatos sobre o idoso para consideração do anestesiologista
Dr. Eduardo Chini (EUA)
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SALVAMENTO
Ato de coragem e profissionalismo
salva vida de homem soterrado
O desabamento de um casarão de três andares na noite do dia 17 de julho, em Conceição da Praia, ficará marcado na memória da população baiana e, principalmente,
de quem vivenciou o dramático resgate.
Elielson dos Santos Oliveira, 40 anos, foi
uma das quatro vítimas soterradas. Com
o braço esquerdo preso em uma das vigas que sustentava os escombros, ele
precisou amputar o membro para conseguir ser salvo com vida. Puxá-lo seria uma
tentativa arriscada já que poderiam ocorrer novos desmoronamentos. Elielson ficou debaixo dos escombros durante todo
o sábado e a cirurgia, que durou cerca de
duas horas, começou por volta das 22h.
História teve diversos protagonistas, dentre eles um jovem médico que se dedica
a salvar vidas nas mais adversas e inusitadas situações, há 2 anos e 6 meses, no
SAMU da Região Metropolitana de Salvador: o anestesiologista em último ano de
residência, Dr. Enox de Paiva Júnior, natural de Catolé do Rocha, na Paraíba, formado em 2006 pela Universidade Federal
de Campina Grande. Dr. Enox Júnior é um
dos integrantes do CET das Obras Sociais
Irmã Dulce, coordenado pela Dra. Vera
Azevedo. Em entrevista, ele conta como
foi a experiência de realizar uma anestesia numa situação de tamanho risco.
Bahianest: Como qualifica o momento vivido durante o resgate?
Dr. Enox Jr: Uma experiência que envolve
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o estudo dos riscos envolvido, pois a equipe do SAMU não estava pensando apenas em Elielson. Nossa preocupação era
com a equipe do corpo de bombeiros e do
SAMU que já estavam lá há quase 24 horas. A retirada de Elielson com segurança,
também garantiu a segurança de todos os
profissionais envolvidos no resgate.
Bahianest: Qual a técnica utiliza para realizar o bloqueio?
Dr. Enox Jr: Inicialmente tentei utilizar a
técnica de Vieira modificada. Palpação da
1° costela, progressão com agulha toque
na 1° costela com agulha, recuo e administração. O posicionamento da vítima dificultou a abordagem sendo optado pela
técnica interescalenica perivascular de
winnie. Não me recordo com certeza a
duração do procedimento, mas devo ter
demorado uns 40 minutos. Com muita
sorte consegui parestesia logo na primeira tentativa, não dispunha de estimulador
de nervo periférico, e mesmo que tivesse, não sei se conseguiria manipular agulha, seringa e estimulador na posição em
que estava. Seguro pelas pernas e ancorado pelo cinto quase de cabeça para baixo. Tive que descer duas vezes ao local.
A primeira infiltração com 20 ml de lidocaína 2% com vasoconstrictor forneceu
melhora de 80 por cento da dor, segundo Elielson. Não sei se por latência ou por
falha, ele referiu dor ao início da desarticulação ao nível do cotovelo esquerdo.
A nova infiltração do mesmo volume da
mesma solução favoreceu anestesia suficiente para o procedimento.
Bahianest: O que contribuiu para o sucesso da ação?
Dr. Enox Jr: A preparação da cena pelos
colegas do SAMU e pela equipe do corpo
de bombeiros foi decisiva. No atendimento pré-hospitalar, só se resgata vítimas
se a equipe estiver segura. O mandamento do socorrista é em primeiro, 2° e 3°
lugar a segurança da equipe. Outros fatores que contribuíram foi o treinamento fornecido pelo SAMU em resgate vertical (não chamar de rapel) e o treinamento
que o CET me ofereceu na prática de bloqueios regionais.
Cinthya Brandão
Jornalista DRT/Ba 2397
DICA DE LEITURA
DICA DE SITE
www.perfline.com/livro
Este site traz na íntegra uma boa oportunidade de introdução aos conceitos da circulação extracorpórea. Com
uma linguagem fácil e tópicos objetivos o livro está em
sua segunda edição e pode ser baixado em pdf. Recomendo especialmente aos residentes em anestesiologia
com interesse em anestesia cardíaca.
www.nysora.com/
Para os admiradores da anestesia regional recomendo
o site da escola de anestesia regional de NY. O site traz
textos ilustrados e atualizados sobre as diversas técnicas de bloqueio. Traz também suas últimas publicações
e vídeos sobre as diversas técnicas de anestesia guiadas por US.
Dr. Daniel Adans Wenzinger
Médico Anestesiologista
CRM-SP 127.016 - CRM-BA 21.732
SER MÉDICO E SER HUMANO
Dr. Décio Iandoli Jr.
O livro conta, através de várias histórias, a trajetória do seu
aprendizado, no que se refere à verdadeira vocação do médico, hoje um tanto apagada pelo tecnicismo e pela industrialização da medicina. Talvez esse livro possa ser capaz de despertar os ideais mais nobres, aqueles que levam as pessoas
a escolher as profissões da Área da Saúde, e resgatar o brilho e a empolgação do início de suas formações profissionais. A leitura desta obra é um bálsamo para nossos atribulados dias.
Dr. Décio Iandoli Jr. (43 anos) é médico, formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista, no ano de 1987.
Especializou-se em Cirurgia Geral e em Cirurgia do Aparelho
Digestivo e é membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia do Aparelho Digestivo (CBCD). Concluiu o Doutorado em
Medicina no ano de 1999 pela Universidade Federal Paulista – Escola Paulista de Medicina (UNIFESP-EPM). É professor titular da cadeira de “Fisiologia” dos cursos de Biologia,
Fisioterapia e Farmácia da Universidade Santa Cecília (UNISANTA) e ministra a disciplina de “envelhecimento e espiritualidade” no curso de Gerontologia na mesma universidade.
Professor doutor do departamento de Cirurgia do Centro Universitário Lusíada – Faculdade de Ciências Médicas de Santos (UNILUS-FCMS).
Dra. Cidália Maria Limoeiro de Araújo Auad
Médica Anestesiologista
CRM/Ba 9640
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15º ENAI atrai público recorde
dos últimos 10 anos
N
o dia 22 de maio, a cidade de
Teixeira de Freitas foi palco do 15º ENAI - Encontro de
Anestesiologia do Interior da Bahia,
que trouxe o Seminário de Medicina Perioperatória e Emergências. O
evento foi uma realização da SAEB Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia, em parceria com a
Unimed Extremo Sul e a Secretaria
Municipal de Saúde de Teixeira de
Freitas.
A médica Cidália Auad, anestesiologista em Teixeira de Freitas, membro ativo da Saeb e delegada em
exercício do Conselho Regional de
Medicina, abriu o evento agradecendo aos membros da Saeb, pela
oportunidade para realização deste encontro em Teixeira de Freitas.
Agradeceu também a participação
expressiva da sociedade médica do
extremo sul da Bahia, bem como a
inscrição de outros profissionais da
saúde. Dra. Cidália ressaltou que o
evento foi um marco na história da
medicina do extremo sul, iniciando
uma nova era de atualizações e de
inclusão da região no cenário científico da Bahia.
Dentre as 105 inscrições encontravam-se médicos de várias especialidades, representando toda região
do extremo sul, inclusive de Eunápolis e dos municípios da 9ª DIRES,
enfermeiros, estudantes de enfermagem, biomedicina e fisioterapia.
Todos participaram com entusiasmo e aproveitamento, atualizando e
adquirindo mais conhecimentos no
atendimento em emergências médicas durante palestra sobre as no8 | Bahianest
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vas diretrizes na ressuscitação cardiopulmonar, com apresentação
prática da médica anestesiologista Roseny Rodrigues, em manequim
cedido pela FASB.
Os temas foram abordados pelos 6
palestrantes, mestres e professores
da SAEB, Dr. Hugo Eckener Cardoso,
Dr. Jedson Nascimento, Dr. Luciano
Garrido, Dr. Márcio Henrique Barbosa, Dra. Roseny Rodrigues e Dra.
Vera Lúcia Azevedo, acompanhados do vice-presidente da Saeb, Dr.
Adhemar Chagas Valverde e do seu
presidente Dr. Marco Guerra, que
destacou a importância deste evento para a região do extremo sul, ressalvando o interesse dos profissionais locais por mais conhecimentos
e melhores condições de trabalho.
Ao final do evento os participantes receberam Certificado da Saeb,
com validação para crédito de título e com carga horária de 10 horas
para os estudantes. O vice-prefeito
Hosmário Ferreira, esteve presente e proferiu palavras de incentivo a
este projeto, parabenizando a iniciativa e reforçando a importância de
se vencer as distâncias para trazer
mais conhecimento à região.
Na sexta-feira, 21 de maio, a direção da Saeb reuniu-se com diretores técnicos de hospitais de Teixeira de Freitas e municípios visinhos,
quando o Dr. Jedson Nascimento,
Dr. Márcio Henrique Barbosa e Dr.
Marco Guerra discorreram sobre a
importância da consulta pré-anestésica para diminuir o risco cirúrgico e
a incidência de suspensão de cirur-
Dra. Cidália Auad é homenageada pelo
grande apoio ao 15º ENAI.
gias após todo preparo do paciente.
Foi solicitado para que todos os hospitais da região implantem consultórios de Consulta Pré-anestésica em
atendimento às Normas da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, resultando num grande avanço para a
medicina do Extremo sul Baiano.
Por fim, o presidente Dr. Marco
Guerra, em nome da Diretoria da
Saeb, convidou Dr. Adhemar Chagas Valverde para entregar uma placa de agradecimento e reconhecimento à médica anestesiologista
Cidália Auad com a seguinte descrição: “A Sociedade de Anestesiologia da Bahia presta homenagem à
Dra. Cidália Maria Limoeiro de Araújo Auad, por sua dedicação e esmero
na organização do 15º ENAI, registrando, com a entrega desta placa,
o agradecimento e reconhecimento
pelo seu grande trabalho desenvolvido, tornando possível a realização
de mais um Encontro de Anestesiologia do Interior da Bahia, neste ano,
na cidade de Teixeira de Freitas. Diretoria da SAEB”.
Também foram agraciados os patrocinadores e parceiros que tornaram possível o Seminário: Unimed
Extremo Sul representada pelo presidente Michel Correia Auad e seus
diretores Cláudio Ferreira Chagas
e Ronaldo Silva, Secretaria Municipal de Teixeira de Freitas na pessoa
do secretário Geraldo Magela, representado pelo Vice-Prefeito Hosmário Ferreira e Laboratório Cristália, presente no evento através do
Gerente Distrital, Arnol Brito da Silva Filho e do seu Gerente Regional,
Isaias Gonçalves da Silva.
Ainda foram lembrados: o Laboratório B. Braun, Hospital São Paulo, Cenarium Eventos, FASB, além da Decoração Rebouças, Pousada Lord,
Gil Som, Arte e Festa, e pelas secretárias voluntárias do evento Magna
Lima, Tawana Passos e Thalita Alves.
Fonte: www.teixeiranews.com.br
NÚMERO DE PARTICIPANTES DOS
ÚLTIMOS 10 ANOS
ANO Nº CIDADE
INSCRITOS
2001 6º FEIRA DE SANTANA
91
2002 7º LENCÓIS
42
2003 8º PORTO SEGURO
40
2004 9º VALENÇA
62
2005 10º VITÓRIA DA CONQUISTA 43
2006 11º ITABUNA
24
2007 12º FEIRA DE SANTANA
52
2008 13º VITÓRIA DA CONQUISTA 37
2009 14º GUANAMBI
24
2010 15º TEIXEIRA DE FREITAS 105
“Esta nova abordagem atraiu um grande número de profissionais ao evento, dando a todos a oportunidade de ampliar seus conhecimentos, participando de debates e aula prática em ressuscitação cardiopulmonar. O momento de troca e aprendizagem aumentou a confraternização entre colegas, incentivando novos encontros
científicos. Toda a população sentiu-se homenageada com esta oportunidade de sediar o 15º ENAI e aguarda novos eventos da SAEB.”,
Dra. Cidália Auad.
“A Unimed extremo sul parabeniza a SAEB pela iniciativa de trazer à nossa região
evento científico deste porte. Nosso interesse em propiciar mais oportunidade de atualização aos cooperados nos fez parceiros desta sociedade que disponibilizou seu quadro de professores para ministrar aulas e debater assuntos de grande importância no
atendimento em emergência. Diminuindo as distâncias, o 15º ENAI trouxe da capital incentivo à educação continuada, que, muitas vezes, falta no interior dos estados.”,
Michel Correia Auad, presidente da Unimed Extremo Sul.
“O segredo do sucesso do ENAI foi a inovação. Procuramos fazer algumas alterações
para tornar o encontro atrativo: pesquisamos o interesse dos anestesiologista, temas importantes - discutimos a medicina perioperatória e urgência, aulas práticas,
o trabalho abnegado da Dra.Cidália e a motivação dos palestrantes. Nesse diapasão,
posso dizer que o caminho para a criatividade passa pelo hábito de buscar o novo e o
diferente, sempre. E o ENAI de Teixeira de Freitas foi diferente.”,
Dr. Márcio Henrique Barbosa, diretor científico da SAEB.
“Para um evento como esse ter um resultado tão positivo não há “fórmula secreta”. O
que precisamos é de trabalho, engajamento, temas que sejam do interesse dos envolvidos e divulgação do evento. No caso do ENAI, contamos com o grande apoio de Dra.
Cidália, o envolvimento da comunidade médica na escolha dos temas e no formato do
encontro além da presença de médicos altamente qualificados como palestrantes.”,
Dr. Marco Guerra, presidente da SAEB.
“Em qualquer evento o patrocinador espera entre outras coisas uma boa programação científica, no sentido de que possa atrair um bom público, objetivo que neste
evento em particular, foi plenamente alcançado conforme mostrado no elevado número de inscritos que marcaram presença, o que para nós da Cristália possibilitou a
oportunidade de vários e importantes contatos”,
Isaias Gonçalves da Silva, gerente regional da Cristália.
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ARTIGO CIENTÍFICO
Estratégia de controle
glicêmico no paciente
crítico: parceira ou vilã?
A
reposta do organismo a uma
situação ameaçadora à homeostase foi descrita pela primeira vez em 1936 por Hans Selye
que a denominou de Síndrome de
Adaptação Geral (SAG) e a dividiu didaticamente em três fases interdependentes – Alarme, Estresse contínuo e Exaustão. Naquela época, o
pesquisador sugeria a mobilização
de glicose pelo fígado como uma
resposta inerente à primeira fase
desta síndrome e necessária ao restabelecimento da homeostasia.
Atualmente, sabemos que a hiperglicemia é um achado comum em
pacientes críticos, podendo acometer até 70% dos pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Estes desenvolvem uma
resposta neuroimunometabóloca ao
estresse, responsável pela liberação aumentada de hormônios contra-regulatórios à ação da insulina
(glucagon, hormônio do crescimento, catecolaminas e glicocorticóides) e citocinas inflamatórias (IL-1,
IL-6 e TNF-α). Assim, o estado hormonal gerado, favorece a elevação e
manutenção destes níveis glicêmicos por promover glicogenólise, gliconeogênese e resistência periférica à insulina; e, ainda, perpetra uma
alteração no metabolismo dos carboidratos.
Além disso, outros fatores colaboram para a elevada prevalência deste estado em pacientes críticos: o
uso prévio de anestésicos inalatórios pode propiciar a diminuição da
secreção de insulina; a utilização de
drogas vasoativas e fontes de glicose exógenas; nutrição enteral e parenteral; além de outros fármacos e
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a restrição ao leito interferindo no
metabolismo glicídico.
Até o final dos anos 1990, acreditava-se que o aumento da glicemia
relacionado à injúria era oriundo de
uma resposta adaptativa e não deletéria, devendo a glicemia permanecer em nível alto o suficiente
para maximizar a captação de glicose pela célula sem, entretanto, causar um estado hiperosmolar. Assim,
convencionalmente só eram tratados pacientes com níveis glicêmicos
acima de 215 mg/dL.
Entretanto, parece que estávamos
equivocados. Estudos posteriores
apontaram para um possível efeito negativo da manutenção de níveis glicêmicos elevado no desfecho
de pacientes críticos. O estudo DIGAMI (Diabetes and Insulin-Glucose
Infusion in Acute Myocardial Infarction), por exemplo, em 1995 já sugeria que a hiperglicemia à admissão hospitalar estava relacionada à
piores resultados em pacientes diabéticos, com infarto agudo do miocárdio (IAM) e acidente vascular cerebral (AVC).
A hiperglicemia e a liberação aumentada de ácido graxos livres,
pela demanda metabólica aumentada, elevam o consumo de oxigênio no cenário de um IAM ou AVC,
podendo aumentar a área de isquemia. Outrossim, predispõe a uma
diminuição da função imunológica,
aumento da resposta inflamatória e
adesividade plaquetária, distúrbios
eletrolíticos, disfunção endoltelial
e diurese osmótica; influenciando,
assim, negativamente no desfecho
do tratamento destes indivíduos.
Experimentalmente, a utilização de
insulina para controle glicêmico
apresenta efeitos antiinflamatórios.
A insulina suprime vias reguladas
pelo fator nuclear kappa beta (NFkB), inibindo a produção de TNF-alfa, fator inibitório da migração de
macrófagos e geração de superóxido. Em pacientes, o controle glicêmico reduziu a proteína C reativa e a
TNF-alfa (importantes mediadores
inflamatórios).
Reconhecendo, deste modo, o potencial efeito deletério da hiperglicemia aguda, a sua associação com
piores resultados em pacientes críticos e o provável efeito salutar
que a insulina exerce suprimindo a
transcrição de fatores pró-inflamatórios, imaginamos que o controle
estrito destes episódios de elevação
glicêmica com a infusão contínua
de insulina seja benéfico – e que influencie positivamente o resultado
no cuidado do paciente crítico! Ledo
engano – talvez!
A despeito do resultado obtido pela
Dra. Greet Van den Berghe e colaboradores - em 2001, em um estudo
prospectivo e randomizado, envolvendo 1548 pacientes internados em
uma UTI cirúrgica que, entre outras
coisas, demonstrou a diminuição da
mortalidade em 34% dos pacientes tratados com controle intensivo
dos valores glicêmicos (Alvo variando entre 80-110 mg/dL) -, os estudos adicionais não conseguiram validá-lo de maneira contundente ou,
então, não conseguiram extrapolar
este resultado para a população de
pacientes não cirúrgicos. Ao contrário, estudos recentes apontam para
uma maior incidência de eventos
adversos, hipoglicemia e mortalidade entre a população submetida ao
controle intensivo da glicemia.
Recentemente (Abril, 2009), o resultado do NICE-SUGAR (Normoglycemia in Intensive Care Evaluation
and Survival Using Glucose Algorithm Regulation) - um estudo multicêntrico, multinacional, randomizado, envolvendo 6104 pacientes, dos
quais 35% haviam sido admitidos
à unidade após procedimentos cirúrgicos eletivos ou de emergência
– mostrou não haver diferença na
mortalidade em 90 dias, no número de dias de internamento em UTI
e até a alta hospitalar, na necessidade de ventilação mecânica ou terapia de substituição renal entre os
pacientes tratados agressivamente (Glicose: 81 -108 mg/dL) e os tratados convencionalmete (Glicose:
144 -180 mg/dL). E, ainda, observou
um aumento da mortalidade no grupo de tratamento intensivo (27,5%
x 24,9%: OR= 1,14). Antes dele, dois
grandes ensaios (o VISEP e o GLUCONTROL) foram interrompidos
precocemente devido aos episódios
de hipoglicemia.
Todavia, as técnicas de coleta e os
dispositivos utilizados atualmente
para mensurar os valores de glicose sanguíneos podem estar implicados nos episódios de hipoglicemia
iatrogênica.
A hipoglicemia promove uma resposta compensatória ao estresse e
é uma grave ameaça à homeostase. Níveis persistentemente baixos
de glicose levam á disfunção celular irreversível, apoptose celular,
falência orgânica múltipla e óbito.
Entretanto, os sinais de episódios
hipoglicêmicos e a resposta fisiológica do organismo a estes episódios
podem estar diminuídos, ou ausentes, em pacientes críticos e, então,
associar-se a conseqüências deletérias relacionadas ao aumento da
mortalidade nessa população.
Porém, para nós anestesiologistas,
isto não significa que esta terapêutica poderá ser totalmente abandonada e que quaisquer níveis de
glicemia serão aceitáveis para os
nossos pacientes. Apesar de inúmeros estudos abordando este assunto
já terem sido concluídos, observase que a heterogeneidade das populações estudadas, dos alvos de glicemia toleradas e dos protocolos de
mensuração e controle destas deixaram muitas perguntas.
A utilização de insulina está freqüentemente associada aos eventos
hipoglicêmicos na prática médica,
sendo esta uma das cinco drogas
mais comumente relacionadas á erros de importância clínica nos EUA.
Atualmente, muitos especialistas em terapia intensiva e no manejo do paciente crítico permanecem
incertos a respeito das estratégias
de controle glicêmico. Parece- lhes
equivocada a alternativa sugerida pelo estudo de Leuven (Dra Greet Van der Berghe) de manutenção
de valores de glicose <110 mg/dL e
de qual população se beneficiaria de
uma estratégia menos rigorosa (Glicose: 140-180 mg/dL).
Estratégia de controle glicêmico no
paciente crítico: parceira ou vilã?
Esperamos que os estudos atualmente em andamento possam encontrar essa resposta.
Dr. Luís Maurício Freitas
Médico Anestesiologista
CRM 18.679
Referências:
1. Griesdale DE, de Souza RJ, van Dam RM,
Heyland DK, Cook DJ, Malhotra A, Dhaliwal R,
Henderson WR, Chittock DR, Finfer S, Talmor D.
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2. Umpierrez GE, Isaacs SD, Bazargan N, You X,
Thaler LM, Kitabchi AE. Hyperglycemia: an independent marker of inhospital mortality in patients
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3. Gandhi GY, Nuttall GA, Abel MD, Mullany CJ,
Schaff HV, O’Brien PC, Johnson MG, Williams AR,
Cutshall SM, Mundy LM, Rizza RA, McMahon MM.
Intensive intraoperative insulin therapy versus
conventional glucose management during cardiac surgery: a randomized trial. Ann Intern Med
2007;146: 233–43
4. Van den Berghe G, Wouters P, Weekers F,
Verwaest C, Bruyninckx F, Schetz M, Vlasselaers
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ton R, Potter J, Robinson BG, Ronco JJ. Intensive
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5. Shamsuddin A, Paul GB, Silvio EI. Scientific
Principles and Clinical Implications of Perioperative Glucose Regulation and Control. Anesth Analg
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8. Dluhy RG, McMahon GT. Intensive Glycemic
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6. Gandhi GY, Murad HM, Flynn DN, Erwin PJ, Cavalcante AB, Nielsen HB, Capes SE, Thorlund K,
Montori VM, Devereaux PJ. Effect of Perioperative
Insulin Infusion on Surgical Morbidity and Mortality: Systematic Review and Meta-analysis of Randomized Trials. Mayo Clin Proc 2008; 83(4): 418430
7. Finfer S, Chittock DR, Su SY, Blair D, Foster D,
Dhingra V, Bellomo R, Cook D, Dodek P, Henderson WR, Hebert PC, Heritier S, Heyland DK, McArthur C, McDonald E, Mitchell I, Myburgh JA, Nor-
patients. N Engl J Med 2009;360:1283–97
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N
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9. Skyler JS, Bergenstal R, Bonow RO, Buse J, Deedwania P, Gale EA, Howard BV, Kirkman MS, Kosiborod M, Reaven P, Sherwin RS. Intensive glycemic control and the prevention of cardiovascular
events: implications of the ACCORD, ADVANCE,
and VA diabetes trials: a position statement of the
American Diabetes Association and a scientific
statement of the American College of Cardiology
Foundation and the American Heart Association.
Circulation 2009;119:351–7
Bahianest
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2010 | 11
DEIXARAM SAUDADES
Dr. Eduardo Lins Ferreira
de Araujo Filho
Anestesiologista
Nascido a 03 de agosto de 1921, na capital baiana, filho do Professor Eduardo Lins Ferreira de Araujo e de Beatriz
Marques de Araujo, foi o segundo filho
de três irmãos: Helga, Eduardo e Rubens.
Teve as suas primeiras letras ensinadas por sua mãe e, posteriormente, na
Escola Jesus Maria José, e o seu curso secundário no Colégio Antonio Vieira
que ficava em frente a sua casa no Garcia 82, e nele viveu a sua juventude, pois
quando não estava a estudar, participava dos campeonatos de futebol que era
um de seus esportes preferidos, cultivando-o até quando a saúde não o impediu, nos babas do Clube dos Médicos
aos sábados à tarde. Além do futebol
praticou o remo na Ribeira, nos quadros do Esporte Clube Vitória que era
seu time de coração.
Em 1940, entrou na Faculdade de Medicina da Bahia, quando prestou o seu
Concurso vestibular, e obteve a classificação em primeiro lugar. Lá concluiu
o seu curso médico e dela guardava várias recordações.
Em 1944, trabalhou como interno da Cadeira de Clínica Propedêutica Cirúrgica,
e foi iniciado como todos naqueles tempos se orientavam para as especialidades cirúrgicas, a pulso e a contra gosto
na realização de anestesias gerais.
Por necessidade e por obrigação tornou-se íntimo das máscaras de Ombredane e Yankhauer e de outros dispositivos utilizados para administração de
anestésicos inalatórios. O basofórmio, o
clorofórmio e o cloreto de etila passaram a fazer parte da sua respiração e
certamente foram os agentes indutores
da futura especialização.
Em 1945, após a sua formatura na turma Adriano Pondé, foi em busca de
mais conhecimentos num centro maior,
pois faltavam equipamentos, e tudo
aquilo que os livros já indicavam, à épo12 | Bahianest
agosto
2010
ca e, sobretudo, à experiência de uma
especialidade que estava nascendo e se
afirmando no meio médico, pois ainda
muito seria necessário para a responsabilidade de ato tão complexo como a
anestesia geral. Foi apresentado a um
colega da força expedicionária brasileira, o Dr. José Monteiro que o convidou
para acompanhá-lo no Hospital das Clinicas da USP, em cujo Serviço de Anestesia trabalhava, e neste convívio cultivou grandes amizades de quem sempre
se recordava com carinho: Kentaro
Takaoka, Alberto Caputo, Varela e a figura para ele inesquecível de Gil Soares Bairão.
Terminado o estágio, na época não
existia ainda residência médica, teve
que retornar a Salvador, pois o dinheiro
acabou e o pouco que restava mal dava
para comprar e pagar as prestações de
um aparelho de anestesia, um jogo de
laringoscópio, cal sodada, ciclopropano, protóxido de azoto e dois cilindros
de oxigênio.
Em Salvador fez os seus primeiros
contatos e começou a prestar serviços inicialmente gratuitos, a cirurgiões da época no Hospital Santa Izabel,
e na Maternidade Climério de Oliveira,
transportando o material e todo o equipamento, inclusive drogas e o próprio
oxigênio. Usando o “carro de praça”,
pois na época não possuía ainda carro
e não existia “TAXI”.
Em 1954 já eram 17 especialistas em
Salvador e, juntamente com aqueles
pioneiros da anestesia baiana atentos à
necessidade gregária da especialidade
ao perigo de desagregação e do aviltamento da especialidade que lhes queriam impor os IAP’S, fundou o SAS –
Serviço de Anestesia de Salvador Ltda,
em 16 de outubro de 1954, sendo então
o seu primeiro presidente. Em seguida
veio a fundação da SAB – Sociedade de
Anestesia da Bahia de que também foi
presidente na gestão 1955 que se tornou
a SAEB – Sociedade de Anestesiologia
do Estado da Bahia.
Da consciência dessa importância de
união nasceu em 1948 e consolidou-se
o movimento associativo da anestesiologia nacional simbolizado pela nossa
organização maior a SBA – Sociedade
Brasileira de Anestesiologia.
Destacou-se pela sua extraordinária
capacidade de organizar e pela incessante disposição de luta. Participou da
organização de todos os congressos realizados na Bahia até 1995, pois a esta
época a idade e a saúde já o tinha afastado das atividades profissionais embora se manifestasse atento a leitura dos
periódicos nacionais, e regionais das
entidades médicas. Foi sócio da ABM e
AMB por vários anos até o seu jubilamento.
Podemos destacar a sua atuação na AR
– Assembléia de Representantes realizada no Congresso Brasileiro de Anestesiologia em 1962, quando ficaram
definidos os valores a quantificar os honorários dos anestesiologistas aliandose com Paulo Legerini, do Rio Grande
do Sul e outros valentes companheiros,
conquistado através da edição da famosa Resolução 062/63 do Departamento Nacional de Previdência Social, pleito que recompensou por vários anos o
trabalho realizado pelos anestesiologistas. Até a criação da tabela da AMB
e do INAMPS.
Participou de muitos movimentos da
SBA, em 1969; no mais rigoroso domínio da farda, se alinhou com os anestesiologistas do Rio Grande do Sul e em
seguida aos do Pará em movimento de
paralisação, pleiteando recomposição
de perdas decorrentes do desrespeito já
em andamento desde aquela época por
uma remuneração digna do nosso trabalho. Eram tempos de mares agitados,
pairavam nos ares sensações de medo
e insegurança, não havia ambiente para
reivindicações litigiosas com órgãos do
governo. Contido pela cautela dos mais
jovens numa inversão das situações habituais de vida lhe restou apenas apoiar
o movimento. No seu trabalho privado
pertenceu a CAS – Clínica de Anestesia
de Salvador atuando nos Hospitais Português, Hospital Espanhol e IBOPC locais que guardava grandes recordações
de convívio com os colegas.
Em 1977 ao realizar-se em Salvador a
primeira JONNA foi nela agraciado com
o titulo de sócio honorário da SAEB –
Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia. Em 2004 participou das
comemorações dos 50 anos da SAEB
recebendo a medalha dos ex-presidentes, acredito que foi uma das suas últimas participações associativas.
Em 1987 a dinâmica social, com as suas
leis inexoráveis, lançou faíscas na nossa comunidade de trabalho e o SAS que
dirigiu por 30 anos deu lugar a COPAS
e posteriormente a COOPANEST-BA
– Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia da qual foi também
seu fundador. Deixando em seus quadros dois anestesiologistas, um filho e
um neto.
Não podemos deixar de referir o seu
papel de professor de microbiologia na
Faculdade de Medicina da Universidade
Federal da Bahia, que veio a se aposentar quando da transferência da Faculdade de Medicina do Terreiro.
Ainda continuou lecionando na UFBA,
no Departamento de Biologia a cadeira
de Zoologia por vários anos apaixonado que foi pela vida marinha, tendo uma
união muito afetiva com o mar, seja nos
seus estudos de biologia marinha, nos
dias contemplativos de veraneio em
Mar Grande, na determinação das regatas de Itapagipe ou na sutileza do seu
pincel ao fixar na tela de suas marinhas,
a poesia e a beleza que o nosso mar é
capaz de transmitir.
Sua personalidade marcante, não teria por certo tantas realizações se não
tivesse ao seu lado uma mulher, com
quem se casou em 22 de dezembro
de 1947, RUBRIA, serena e determinada, com capacidade de compreender e
amar, características do seu perfil de
esposa, mãe, avó, e bisavó. Com quem
partilhou a sua vida enquanto esteve ao
seu lado.
Faleceu em 25 de julho de 2010 aos 88
anos. Deixando uma família com seis filhos, onze netos, e cinco bisnetos inspirados por princípios morais construtivos e orientados para o amor, e a
construção de um mundo melhor.
Por, Dr. Carlos Eduardo Aragão Araujo
CREMEB 3811
Presidente da COOPANEST-BA
Dr. Walter Vianna – uma vida
dedicada à anestesiologia baiana
Um dos precursores
da anestesiologia
baiana, Walter Vianna (TSA-SBA) faleceu no dia 28 de abril
de 2010 na cidade de Salvador. Walter
nasceu em Juazeiro, no norte do estado, no dia 07 de dezembro de 1922. Filho
de família abastada e de grande influência política do sertão baiano, região do
rio São Francisco, dois dos seus ascendentes próximos foram governadores
da Bahia, no entanto, Walter Vianna foi
pessoa modesta e de fácil convivência,
avesso a ostentação e honrarias, mais
interessado em SER do que TER, sempre bem humorado, e pronto para servir
onde o seu concurso fosse necessário.
Fez os seus primeiros estudos na cidade natal e veio posteriormente para
Salvador, onde cursou o ginasial e o colegial; ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal onde
graduação em 1946. Concluído o curso
de medicina, dedicou-se ao estudo da
anestesiologia, fez estágio no Hospital
Moncorvo Filho, na cidade do Rio de Janeiro. Retornou à Salvador e assumiu o
cargo de assistente em uma das cadeiras de clínica cirúrgica do Hospital das
Clínicas da FMUFBA, passando a che-
fiar o serviço de anestesiologia. Foi estagiário, em 1952, do JOHN HOPKINS
HOSPITAL – BALTIMORE MEDICAL
COLLEGE OF VIRGINIA – RICHMOND,
USA, como bolsista do CNPQ - Conselho Nacional de Pesquisa. Ao retornar à
Faculdade de Medicina da UFBA, exerceu o cargo de Professor Adjunto, responsável pela formação de várias gerações de anestesiologistas.
Fundador da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia (SAEB), em
1953, Walter Vianna fez parte da primeira diretoria como Diretor Científico e
exerceu o cargo de presidente de 1963
a 1965, cuja administração foi marcada por diversos eventos científicos. Diretor da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, em 1966, honrou a Regional
da Bahia pela sua competência e serenidade nas decisões da entidade maior
da especialidade.
Walter Vianna tinha fome de saber.
De formação clínica primorosa, viveu
para ensinar e aprender. Não satisfeito com a sua vasta cultura médica, resolveu estudar odontologia e graduouse pela Faculdade de Odontologia da
UFBA em 1969. Durante a sua trajetória
acadêmica publicou diversos trabalhos
científicos, participou de várias bancas
examinadoras de concursos e foi conferencista em inúmeros congressos e
jornadas. Ao longo de sua vida profissional foi fundador de quase todas as
organizações relacionadas com a especialidade em nossa capital, a exemplo do Serviço de Anestesia de Salvador
(SAS), Clínica de Anestesia de Salvador
(CAS) e Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas da Bahia (COOPANESTBA). Além disso, trabalhou em quase
todos os hospitais de Salvador, embora sua maior dedicação tenha sido ao
Hospital da Beneficência Portuguesa, o
qual lhe conferiu o título de Sócio Honorário pelos relevantes serviços prestados à instituição.
Walter deixa viúva a competente e dedicada enfermeira Suzani Costa Vianna, que lhe conferiu dignidade nos seus
momentos finais. Deixa também os filhos Valéria, Walter Filho, Marcos e os
netos Felipe, Lucas e Maria Eduarda.
Dr. Altamirando Santana, Presidente da Sociedade
Brasileira de Anestesiologia, 1982.
CRM/BA 1863
Bahianest
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2010 | 13
FIQUE POR DENTRO
Médicos não praticam cartel, defendem entidades
A partir de denún¬cias de planos de saúde, a SDE man¬tém o entendimento de
que os médicos, ao se “juntarem em bloco para impor uma tabela de honorários, impossibilitam a con¬corrência entre pres¬tadores de serviços e elevam os
custos para as operadoras e consumidores”.
go. “Argumentamos que os médicos não
pre¬tendem cartelizar nem impor tabela. Dis-semos que não há nenhum sistema de reajuste para os mé¬dicos, como
existe para outras classes de trabalhadores, pois as empresas não aceitam acordo, não aceitam cláusula contratual de
repasse aos médicos e blo¬queiam qualquer ne¬gociação”. O jurídico do CFM defende que a CBHPM é nomrati¬va e referencial, não impositiva. Por par¬te da
SDE, segundo Florisval, houve pelo menos um avanço no entendimento de que
os médicos po-dem se organizar para negociar, aceita-se a negociação através
de entidade médica, associação ou grupo de médicos, o que dá maior equilíbrio
em relação à concepção anterior, de que
a ne¬gociação deveria ser individual entre
médi¬co e operadora.
Na avaliação de Flo¬risval Meinão, membro da COMSU e diretor da AMB, o encontro foi positivo, pois reabriu o diálo-
A SDE abriu recente¬mente processos
ad-ministrativos contra a União Nacional das Instituições de Auto¬gestão (Uni-
Membros da COM¬SU, juntamente com o
departamento jurídico do CFM, estiveram
no dia 24 de março reuni¬dos com técnicos da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça. A SDE
mais o Con¬selho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Secretaria de
Acompanhamento Econômico (Seae) do
Ministério da Fazenda são encarregados
de zelar pela defesa da concorrência no
Brasil.
das), refe¬rentes a negociações de preço
no Amazo¬nas, Espírito Santo e Distrito Federal. De acordo com a SDE, a Unidas faz negocia¬ções em bloco, em nome
de suas filiadas, para a contratação
de prestadores de servi¬ços médicoshospita¬lares nestas regiões. Para a SDE,
a atuação concertada da Unidas impede a concretiza¬ção das vantagens de
um mercado compe¬titivo, eliminando
as possibilidades de ne¬gociações individuais entre operadoras e prestadores de
servios e a consequente possibilidade
de con¬tratação sob condi¬ções variadas.
Essa medida con¬tra as operadoras demonstra que quem tem muito mais poder econômico e capa¬cidade de atuar em
forma de cartel são os planos de saúde,
não os médicos.
Fonte: Boletim da Comissão Nacional de Saúde
Suplementar (COMSU) - Abril/2010
PLS 276: reajuste anual dos honorários pode virar lei
Após mobilização da Comissão Nacional
de Saúde Suplemen¬tar (COMSU) e da
Co-missão de Assuntos Políticos (CAP),
que reúne representantes das entidades mé¬dicas nacionais, foi aprovado no
dia 10 de fevereiro de 2010, na Comissão
de Assun¬tos Sociais do Senado Federal,
o substitutivo do senador Augusto Botelho (PT-RR) ao Projeto de Lei do Se¬nado
(PLS) 276/2004, de autoria da Senado¬ra
Lucia Vânia (PSDB-GO). O PLS 276 altera
a Lei dos Planos de Saúde (Lei 9656/98)
ao tornar obrigató¬ria a existência de
contratos firmados entre as operadoras e os médicos pres¬tadores de serviços. O substitutivo apro¬vado contém
emen¬da apresentada pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que prevê a
periodi¬cidade anual do rea¬juste a ser
repassado aos honorários médi¬cos. De
acordo com a emenda, os planos de saúde devem pro¬mover o reajuste no prazo de 90 dias após o início de cada ano.
Caso o prazo não seja cumprido caberá à ANS definir o reajuste a ser repassado aos médicos. O projeto contempla,
assim, o PL3466/04, já aprova¬do na Câmara Federal, que instituiu a CBHPM
na saúde supementar. A aprovação na
Co¬missão de Assuntos Sociais do Senado teve caráter terminati¬vo e, como
não houve recurso em Plenário, no dia 13
de março o Senado Federal reme¬teu o
PLS 276 para a apreciação da Câma¬ra
dos Deputados.
Fonte: Boletim da Comissão Nacional de Saúde
Suplementar (COMSU) - Abril/2010
Receita Federal aperta o cerco contra os contribuintes
1. O QUE SERÁ CRUZADO:
Todos devem começar a acertar a sua
situação com o leão, pois neste ano o
fisco começa a cruzar mais informações e no máximo em dois anos eles
vão cruzar tudo.
As informações que envolvam o CPF ou
CNPJ serão cruzadas on-line com:
• CARTÓRIOS: Checar os Bens imóveis
- terrenos, casas, aptos, sítios, construções;
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2010
• DETRANS: Registro de propriedade de veículos, motos, barcos, jet-skis
e etc.;
• BANCOS: Cartões de crédito, débito,
aplicações, movimentações, financiamentos;
EMPRESAS EM GERAL: Além das operações já rastreadas (Folha de pagamentos, FGTS, INSS, IRR-F e etc), passam a ser cruzadas as operações de
compra e venda de mercadorias e Serviços em geral, incluídos os básicos
(luz, água, telefone, saúde), bem como
os financiamentos em geral. Tudo através da Nota Fiscal Paulista, Nota Fiscal
Eletrônica e Nota Fiscal Digital. TUDO
ISSO NOS ÂMBITOS MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL, amarrando pessoa
física e pessoa jurídica através destes
cruzamentos e o pior, podem FISCALIZAR OS ÚLTIMOS 5 ANOS !!!
2. MODERNIDADE DO SISTEMA:
Este sistema é um dos mais modernos e eficientes já construídos no mun-
do e logo estará operando por inteiro!!!
Só para se ter uma idéia, as operações
relacionadas com cartão de crédito e
débito foram cruzadas em um pequeno grupo de empresas varejistas no fim
do ano passado, e a grande maioria deles sofreram autuações enormes, pois
as informações fornecidas pelas operadoras de cartões ao fisco (que são
obrigados a entregar a movimentação),
não coincidiram com as declaradas pelos lojistas. Este cruzamento das informações deve, em breve, se estender o
número muito maior de contribuintes,
pois o resultado foi “muito lucrativo”
para o governo.
3. Foco nas empresas do SIMPLES:
Sua empresa é optante pelo SIMPLES?
Veja esta curiosidade inquietante:
TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO REAL:
Maioria das empresas de grande porte.
Representam apenas 6% das empresas
do Brasil e são responsáveis por 85% de
toda arrecadação nacional;
TRIBUTAÇÃO PELO LUCRO PRESUMIDO: Maioria das empresas de pequeno
e médio porte. Representa 24% das empresas do Brasil e são responsáveis por
9% de toda arrecadação nacional;
TRIBUTAÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL: 70% das empresas do Brasil e
respondem por apenas 6% de toda arrecadação nacional. OU SEJA, é nas
empresas do SIMPLES que o FISCO vai
focar seus esforços, pois é nela onde se
concentra a maior parte da informalidade, leia-se, sonegação!!!
4. INFORMALIDADE DEVERÁ DIMINUIR:
Acredita-se que muito em breve, a prática da informalidade tende a diminuir
muito!!!
A recomendação é de que as empresas devem se esforçar cada vez mais no
sentido de ir acertando os detalhes que
faltam para minimizar problemas com
o FISCO.
5. Supercomputador T-REX e Sistema
Harpia:
FISCO APERTA O CONTROLE DOS CONTRIBUINTES. A Receita Federal passou
a contar com o T-Rex, um supercomputador que leva o nome do devastador
Tiranossauro Rex, e o software Harpia,
ave de rapina mais poderosa do país,
que teria até a capacidade de aprender
com o “comportamento” dos contri-
buintes para detectar irregularidades.
O programa vai integrar as secretarias
estaduais da Fazenda, instituições financeiras, administradoras de cartões
de crédito e os cartórios.
6. DIMOF:
Com fundamento na Lei Complementar
nº 105/2001 e em outros atos normativos, o órgão arrecadador-fiscalizador
apressou-se em publicar a Instrução
Normativa RFB nº
811/2008, criando a Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira (DIMOF), pela qual as instituições financeiras têm de informar a
movimentação de pessoas físicas, se a
mesma superar a ínfima quantia de R$
5.000,00 no semestre, e das pessoas jurídicas, se a movimentação superar a
bagatela de R$ 10.000,00 no semestre.
A primeira DIMOF foi apresentada em
15 de dezembro de 2008.
7. Declaração do Imposto de renda já
pronta pelo Fisco previamente:
IMPORTANTE: O acompanhamento e
controle da vida fiscal dos indivíduos
e das empresas ficarão tão aperfeiçoados que a Receita Federal passará a
oferecer a declaração de Imposto de
renda já pronta, para validação do contribuinte, o que poderá ocorrer já daqui
a dois anos.
8. Primeira etapa já iniciada em 2008,
37.000 contribuintes:
Apenas para a primeira etapa da chamada Estratégia Nacional de Atuação
da fiscalização da Receita Federal para
o ano de 2008 foi estabelecida a meta
de fiscalização de 37 mil contribuintes,
pessoas físicas e jurídicas, selecionados com base em análise da CPMF, segundo publicado em órgãos da mídia de
grande circulação.
9. Criação do Sistema Nacional de Informações Patrimoniais do contribuinte:
O projeto prevê, também, a criação de
um sistema nacional de informações
patrimoniais dos contribuintes, que poderá ser gerenciado pela Receita Federal e integrado ao Banco Central, DETRAN, e outros órgãos.
juiz a decretação instantânea, por meio
eletrônico, da indisponibilidade de dinheiro ou Bens do contribuinte submetido a processo de execução fiscal.
11. Revisão procedimentos e controles
contábeis:
Tendo em vista esse arsenal, que vem
sendo continuamente reforçado para
aumentar o poder dos órgãos fazendários, recomenda-se que o contribuinte
promova revisão dos procedimentos e
controles contábeis e fiscais praticados
nos últimos cinco anos.
12. A Receita está trabalhando mesmo.
Hoje a Receita Federal tem diversos
meios (controles) para acompanhar a
movimentação financeira das pessoas.
Além da DIMOF, temos a DIRPF, DIRPJ, DACON.
DCTF, DITR, DIPI, DIRF, RAIS, DIMOB,
etc. etc.. Ou seja, são várias fontes de
informações.
13. Testes do sistema há já dois anos:
Esse sistema HARPIA, já estava em teste há 2 dois anos, e agora está trabalhando pra valer. Com a entrada em vigor da nota fiscal eletrônica e do SPED,
que vai começar pra valer em 2009, ai
é que a situação vai piorar, ou melhor,
melhorar a arrecadação.
Todo cuidado é pouco: A partir de agora todos devem ter controle de todos os
gastos no ano e verificar se os rendimentos ou outras fontes são suficientes
para comprovar os pagamentos, além
das demais preocupações, como lançar
corretamente as receitas, bens, etc.
OBSERVAÇÕES:
As Hárpias são seres mitológicos gregos. São três monstros, representados
com cabeça de mulher e corpo de ave
de rapina. Segundo a tradição antiga,
costumavam pousar nas casas de quem
estava para morrer e ser levado aos Infernos! Chama muito a atenção que, em
grego, hárpias significa LADRAS! São
as provedoras de almas para o Inferno!
Ladras de almas! Depois do LEÃO, as
HÁRPIAS e o TIRANOSSAURO REX!
Fonte: Sindcont
10. Penhora on line: Para completar, já
foi aprovado um instrumento de penhora on line das contas correntes. Por força do artigo 655-A, incorporado ao CPC
pela Lei 11382/2006, poderá requerer ao
Bahianest
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