comitê paralímpico brasileiro

Transcrição

comitê paralímpico brasileiro
INFORMAÇÕES SOBRE O TESTE DE DOPING
E O USO DE MEDICAMENTOS NO
ESPORTE PARALÍMPICO
INFORMAÇÕES SOBRE O TESTE DE DOPING
E O USO DE MEDICAMENTOS NO
ESPORTE PARALÍMPICO
COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO
Coordenação Antidoping
Quarta Edição
Brasília, Brasil.
Ano 2012
AUTORES
Hesojy Gley Pereira Vital da Silva
Coordenador Antidoping, Comitê Paralímpico Brasileiro
Roberto Vital
Departamento Médico, Comitê Paralímpico Brasileiro
Eduardo Henrique de Rose
Bureau de Fundação, Agência Mundial Antidoping
Francisco Radler de Aquino Neto
Laboratório de Controle de Dopagem, Instituto de Química, UFRJ
COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO
Andrew Parsons
Presidente
Luiz Claudio Pereira
1° Vice Presidente
Mizael Conrado
2° Vice Presidente
Assessor Institucional
Luiz Garcia
Superintendente Administrativo,
Finanças, Contabilidade e Eventos
Carlos José Vieira de Souza
Diretoria Técnica
Edilson Alves da Rocha
Gerência de Marketing
Frederico L. Motta
Conselho Fiscal
José Afonso da Costa
Hélio dos Santos
Roberto Carlos Emilio Picello
SUMÁRIO
PRÓLOGO............................................................................................................................. 10
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE ............................................................................................ 11
O USO DE MEDICAMENTOS NO ESPORTE .................................................................... 12
ASPECTOS HISTÓRICOS DO DOPING ............................................................................. 12
ANTIGÜIDADE ............................................................................................................................ 12
DEFINIÇÃO DE DOPING..................................................................................................... 17
VIOLAÇÃO DAS REGRAS ANTIDOPING ......................................................................... 18
ORGANOGRAMA DO SISTEMA SIGNATÁRIO ANTIDOPING........................................ 19
PECULIARIDADES DO COMBATE AO DOPING NO ESPORTE PARALÍMPICO .......... 20
LINKS DA FEDERAÇÕES ............................................................................................................... 21
AUTO. PARA USO TERAPÊUTICO DE SUBSTÂNCIAS RESTRITAS E PROIBIDAS....... 22
TIPOS DE CONTROLE ANTIDOPING EXISTENTES ........................................................ 23
CONTROLE EM COMPETIÇÃO ....................................................................................................... 23
CONTROLE FORA DE COMPETIÇÃO............................................................................................... 23
CONTROLE DE SAÚDE ................................................................................................................. 23
ATLETAS OLÍMPICOS ................................................................................................................. 23
ATLETAS PARALÍMPICOS ............................................................................................................. 24
DISREFLEXIA AUTÔNOMA ............................................................................................................ 24
CONTROLE DE DOPING PARA ANIMAIS COMPETINDO EM ESPORTES ................................................. 25
REGRAS ANTIDOPING ................................................................................................................. 25
CONTROLE DOS EQUIPAMENTOS .................................................................................................. 25
LISTA DE SUBSTÂNCIAS E MÉTODOS PROIBIDOS DA AGENCIA M. ANTIDOPING . 26
SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS PERMANENTEMENTE (EM COMPETIÇÃO E FORA DE COMPETIÇÃO)................... 26
MÉTODOS PROIBIDOS PERMANENTEMENTE (EM COMPETIÇÃO E FORA DE COMPETIÇÃO) ...................... 30
SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS EM COMPETIÇÃO .................................................................................... 31
SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS EM ESPORTES ESPECÍFICOS ...................................................................... 33
RELAÇÃO DE FÁRMACOS PERMITIDOS ......................................................................... 35
ANALGÉSICOS ............................................................................................................................ 35
ANTIÁCIDOS .............................................................................................................................. 35
ANTIALÉRGICOS ......................................................................................................................... 35
ANTIASMÁTICOS ......................................................................................................................... 35
ANTIBIÓTICOS............................................................................................................................ 35
ANTICONVULSIVANTES ................................................................................................................ 35
ANTIDEPRESSIVOS ...................................................................................................................... 35
ANTIDIARRÊICOS ........................................................................................................................ 36
ANTIEMÉTICOS ........................................................................................................................... 36
ANTIFÚNGICOS........................................................................................................................... 36
ANTIGRIPAIS .............................................................................................................................. 36
ANTI-INFLAMATÓRIOS ................................................................................................................. 36
ANTI-HEMORROIDÁRIOS ............................................................................................................. 36
ANTIULCEROSOS ........................................................................................................................ 36
COLÍRIOS .................................................................................................................................. 36
CONTRACEPTIVOS ...................................................................................................................... 36
CREMES DERMATOLÓGICOS ......................................................................................................... 37
DESCONGESTIONANTES NASAIS.................................................................................................... 37
ENXAQUECAS ............................................................................................................................ 37
EXPECTORANTES E ANTITUSSÍGENOS ............................................................................................. 37
HIPOGLICEMIANTES ORAIS .......................................................................................................... 37
INSÔNIA.................................................................................................................................... 37
LAXATIVOS ................................................................................................................................ 37
PREPARAÇÕES OFTÁLMICAS ........................................................................................................ 37
PREPARAÇÕES VAGINAIS ............................................................................................................. 38
RELAXANTES MUSCULARES ......................................................................................................... 38
SEDATIVOS ................................................................................................................................ 38
DIVERSOS ................................................................................................................................. 38
O USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES E PRODUTOS NATURAIS ........................ 39
PROGRAMAS EDUCATIVOS E DE CONTROLE DO COMITÊ PARALÍMPICO
BRASILEIRO (CPB) .............................................................................................................. 40
PROGRAMAS EDUCATIVOS ........................................................................................................... 40
PROGRAMA DE CONTROLE .......................................................................................................... 40
SELEÇÃO................................................................................................................................... 40
NOTIFICAÇÃO ............................................................................................................................ 40
TOMADA DA AMOSTRA ............................................................................................................... 40
ANÁLISE DA AMOSTRA ............................................................................................................... 41
CONTROLE DE RESULTADOS......................................................................................................... 41
RESUMO DE PROCEDIMENTOS...................................................................................................... 42
ATLETAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL .............................................................................................. 43
ATLETAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL....................................................................................... 43
ATLETAS COM SISTEMAS DE DRENAGEM ........................................................................................ 43
RESULTADO ANALÍTICO ADVERSO ................................................................................. 44
SANÇÕES ............................................................................................................................. 44
OS DIREITOS E AS RESPONSABILIDADES DOS ATLETAS ............................................ 44
DIREITOS DOS ATLETAS .............................................................................................................. 44
RESPONSABILIDADES DOS ATLETAS ............................................................................................... 45
BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 47
ANEXOS ................................................................................................................................ 49
FORMULÁRIO DE ISENÇÃO DE USO TERAPÊUTICO (IUT) ................................................................. 49
EXEMPLO DE PREECHIMENTO DE FORMULÁRIO .............................................................................. 52
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
10
PRÓLOGO
Caros leitores,
Este livro foi elaborado pensando em todos aqueles
que fazem o Esporte Paralímpico no Brasil. Atletas,
técnicos, treinadores, dirigentes, todos têm nas mãos
um exemplar completo com informações sobre o sistema antidoping brasileiro e internacional.
O doping destrói não só ídolos, mas pessoas que buscam esse tipo de artifício para melhorarem sua performance. Em sua política de combate ao doping, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) atua em três frentes:
educação, testes e transparência. Este livro faz parte
da primeira vertente. Todas as informações necessárias para que os atletas brasileiros não façam uso de
substâncias ou medicamentos proibidos pela Agência
Mundial Antidoping (WADA).
Ferramenta de proteção do espírito de fair play no esporte, o doping é detalhado neste livro desde o início,
na antiguidade, quando não havia nenhum tipo de
controle. Todas as substâncias proibidas são elencadas
e detalhadas. O processo de testagem também.
O objetivo de todo esse cuidado é garantir o alto nível
das competições, promovendo a saúde e igualdade de
condições entre todos os atletas.
Esperamos fornecer todos os subsídios para que o Esporte Paralímpico Brasileiro possa se desenvolver de
forma limpa, livre do doping.
Boa leitura!
Um grande abraço,
Andrew Parsons
Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
As informações constantes neste documento, referentes à lista de substâncias e métodos
proibidos e restritos, são válidas a partir do dia 1º de Janeiro de 2012 e valida somente
até a data de 31 de Dezembro de 2012.
A partir desta data, a Agência Mundial Antidoping (AMA), com a chancela do Ministério
do Esporte, emitirá uma nova lista de substâncias e métodos proibidos, bem como sua
relação com as diversas modalidades esportivas.
Para consultar esta lista após o mês de janeiro próximo, acesse a página da AMA em
www.wada-ama.org em caso de dúvida, consulte o Comitê Paralímpico Brasileiro
www.cpb.org.br.
Comitê Paralímpico Brasileiro:
End.: SBN - Qd.2, Edifício Via Capital, 14º andar
CEP.: 70.040-020 | Brasília DF / Brasil
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MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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O USO DE MEDICAMENTOS NO ESPORTE
O aumento do uso de substâncias ou métodos proibidos, destinados a melhorar artificialmente o desempenho esportivo, tem motivado uma ação intensa das autoridades nacionais e internacionais. O objetivo desta atuação visa evitar uma vantagem desleal de um
competidor sobre os demais, além de preservar os aspectos éticos e morais do esporte e,
sobretudo, a saúde dos atletas.
ASPECTOS HISTÓRICOS DO DOPING
O problema do doping vem do homem para o esporte e não vai do esporte para o homem. O desejo do ser humano de se superar continuamente, tentando ser mais forte e
mais potente, sem respeitar limites, pode ser evidenciado em todas as etapas da história
da humanidade. Csaky menciona que o primeiro caso de doping ocorreu no paraíso,
quando Eva oferece a Adão a maçã, dizendo que se comesse o fruto proibido seria tão
forte e poderoso quanto Deus, o que era eticamente proibido.
Antiguidade
Na China, o Imperador Shen-Nung, no ano 2.737 A.C., já conhecia os efeitos estimulantes da infusão de “machuang”, uma folha que contém altas concentrações de efedrina, e
era rotineiramente utilizada para aumentar a capacidade de trabalho.
De acordo com os relatos de Philostratus e Galeno, já nos Jogos Olímpicos da Antigüidade, que foram iniciados no ano 776 A.C., os atletas bebiam chás de diversas ervas
e comiam certos tipos de cogumelos buscando aumentar seu rendimento atlético nas
competições.
O Ópio, um látex obtido pelo corte dos bulbos da Papoula somniferum era conhecido
pelos sumérios no ano 3000 a.C. Na China, por volta de 2737 a.C. já se conheciam algumas plantas cuja mastigação, ou uso de extratos ou infusões, produziam efeitos estimulantes: a efedra (efedrina), a machuang (alcalóide) e a mandragora (afrodisíaca com sabor
e cheiro desagradáveis). Os árabes, em 1000 a.C. conheciam a maconha (cannabis.), o
haxixe (dez vezes mais forte que a cannabis), a catina ( da qual, hoje se extrai a dextronorisoefedrina) e o ginseng ( uma amina que era usada para estimular os guerreiros). Na
antiga Grécia, em 300 a.C. nos Jogos Olímpicos Antigos, os corredores de longa distância
usavam uma cocção de plantas que tinha como principal produto um alucinógeno extraído de cogumelos. Para o pensamento da época, era para evitar o surgimento do “baço
grande e duro”. Em alguns atletas era feita até a retirada do baço (esplenectomia). Em outros, fazia-se uma cauterização com ferro em brasa. É dessa época a primeira notícia de
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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uma espécie de regulamentação olímpica em que se proibia qualquer prática mutilante,
como a esplenectomia ou a cauterização em atletas. Na mitologia nórdica, os lendários
berseks ou berserkers, usavam a bufoteína, uma droga estimulante extraída de um certo
tipo de fungo. Na África, os nativos já usavam a “cola acuminata”e a “cola nitida” como
estimulantes nas marchas e nas corridas.
Nessa época, o ópio já estava sendo muito usado na Grécia e na Ásia. Ele teve uma
grande divulgação entre os árabes porque o Alcorão (livro muçulmano sagrado) proibia
o uso do álcool, mas não citava o ópio. Na Ilíada, poema de Homero, a encantadora
Helena, nas festas oferecia aos amigos uma poção milagrosa que curava certas dores e
doenças além de produzir sonhos maravilhosos. Provavelmente, era ópio. Na China, as
mães embalavam seus filhos num ambiente com fumaça da fervura do ópio para que
seus filhos parassem de chorar e adormecessem. Na Turquia, os médicos presenteavam
as pessoas mais influentes do reino com formulações que continham opiáceos. Em todas
as batalhas desse período, era comum os guerreiros usarem opiáceos para diminuir a dor
dos ferimentos e aumentar a coragem para a batalha.
Um pouco antes de Cristo, na antiga Roma, os tratadores de cavalos, usavam o chamado
hidromel, uma mistura de água, mel e aveia que eles imaginavam melhorar a forma física
dos animais usados nas provas esportivas. Na verdade, antecipando-se aos primeiros conhecimentos de fisiologia, eles hidratavam e aumentavam o suporte de glicose e proteína
nos cavalos. Para mostrar ao povo o rigor das leis ou ter a desculpa perfeita para algumas
derrotas frente aos gregos, o Senado Romano punia com a crucificação o tratador de
cavalos que usasse o hidromel.
Numa análise mais crítica, fica a desconfiança de que os atletas gregos quando subiam
o monte Olimpo para buscar inspiração e proteção de Zeus, ficavam ali por dois ou três
dias, usando alucinógenos para aumentar a coragem e a audácia para as competições.
Na América do Sul, a coca mascada era usada para aumentar o desempenho, diminuir o
cansaço e amenizar a fome nos trabalhos forçados e nas longas marchas. Depois, a folha de
coca passou a ter o domínio da nobreza e dos sacerdotes, com caráter divino, mas como se
confirmou que ela diminuía a fadiga, passou a ser ofertada aos “mensageiros” a chamada
“cocada”, uma bola de folhas de coca misturada com calcário. Com o calcário, o efeito era
amenizado porque ele alcanizava o ambiente gástrico impedindo a rápida degradação da
cocaína pela saliva e pelo suco gástrico. Os índios escondiam algumas plantas nativas de
coca porque já estavam dependentes de seus efeitos. Quando o espanhol Francisco Pizarro
começou as primeiras conquistas na região em 1532, pagava os índios mineiros com folhas
de coca. Eles mantinham a dependência e tinham mais ânimo para descer nas minas de
cobre e prata. Quando Pizarro destruiu o Império Inca (atual Cuzco), essa prática terminou.
Na América do Norte, ingeria-se uma planta chamada peyote, que contém um alcalóide
estimulante conhecido como mescalina. No Tirol, usavam substâncias contendo arsêni-
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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co com fins religiosos. Na Europa do século XVI surgem drogas com cafeína e esse é o
ponto inicial da dopagem entre os povos mais civilizados e entre os atletas. Em 1806, o
aprendiz de farmacêutico Friedrich Sertuner, alemão, isola o principal alcalóide do ópio
e lhe dá o nome de morfina em alusão a Morfeu.
Dez anos depois, ela já é usada em cavalos na Inglaterra. Em 1865, na construção do Canal do Norte em Amsterdã, os operários recebiam drogas que aumentavam o rendimento
no trabalho. Na inauguração do Canal, houve uma prova de natação e vários nadadores
competiram usando drogas estimulantes. Em 1879, na Corrida Ciclística dos Seis Dias,
na França, os franceses usavam misturas à base de cafeína, os belgas usavam cubos de
açúcar mergulhados em bebida alcoólica ou éter (era conhecido desde o século XII como
anestésico, mas usado com fins recreativos na Inglaterra em 1700) e alguns ciclistas usavam a nitroglicerina pelo seu efeito vasodilatador coronariano.
Em 1886, já com o uso indiscriminado de estimulantes pelos atletas, acontece a Corrida
dos 600 Km entre Bordeaux e Paris e nela se tem a primeira notícia de morte em atleta por
uso de estimulantes: morre o ciclista inglês Linton, que usou uma mistura de cocaína com
nitroglicerina. Por volta de 1900, no boxe usavam-se tabletes de estriquinina misturados
com conhaque e cocaína. Nessa época, era comum a prática de debilitar o adversário
com drogas dopantes acondicionadas em garrafas de água. É possível que mortes tenham
ocorrido por esse motivo.
No final do século XIX, quando o esporte começou a ser organizado de uma forma internacional, um alquimista da Córsega com o nome de Mariani produziu um vinho com
folhas de cocaína, chamado de “Vin Mariani”, e que se tornou bastante popular entre os
ciclistas da época.
Em 1896,o pacifista francês Barão Pierre de Coubertin organizou os primeiros Jogos Olímpicos da Idade Moderna na cidade de Atenas, capital da Grécia. Na época, os atletas já
conheciam o uso de estimulantes, particularmente a cocaína, a efedrina e a estriquinina,
e as utilizavam em forma de pequenas esferas, chamadas de “bolinhas”. Deste fato é que
surgem os termos “usar bola” ou “emboletar-se”.
Em 1919, o farmacêutico japonês Ogata sintetiza a anfetamina e com isso cresce a dopagem esportiva, principalmente no ciclismo.
Durante a 2ª Guerra Mundial, de 1939 a 1945, os soldados recebiam o medicamento
Pervitin (uma anfetamina) nos seus “kits”de sobrevivência. Seu efeito estimulante e a
abolição do sono eram úteis nas grandes marchas e nos vôos noturnos. Depois, passaram a usa-lo também nos jogos do exército. Então, terminada a guerra, muitos soldados
estavam viciados com esses comprimidos. Quando voltaram a seus países, muitos deles
continuaram suas práticas desportivas, principalmente os jogadores de futebol america-
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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no. Estavam mais corajosos pelas agruras da guerra e, além disso, jogavam dopados. Isso
fez disseminar o uso de anfetaminas entre os desportistas, prática que existe até hoje,
incorporada ao uso de outras substâncias proibidas pelas leis esportivas.
Nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960, são descritas três mortes por uso de doping:
Knut Enemark Jensen, um ciclista da Dinamarca de 25 anos (quinze tabletes de anfetamina, mais oito tabletes de um vasodilatador coronariano, misturados a uma garrafa
de café), Dirck Howard, alemão, medalha de bronze nos 400m. (por dose excessiva de
heroína) e Simpson, um corredor inglês (também por um estimulante).
Até essa época, os métodos de detecção da dopagem ainda eram muito simples. O primeiro método foi desenvolvido pelo químico russo Bukowski que trabalhava no Jóquei
Clube da Áustria e analisava saliva dos cavalos. Mas ele negava-se a revelar seu método.
No mesmo ano, 1910, Sigmundo Frankel químico da Universidade de Viena desenvolveu um novo método, também trabalhando com saliva. Nas décadas de 40 e 50, foram
criados e desenvolvidos os métodos da cromatografia gasosa e delgada que foram sendo
aperfeiçoados com o tempo, até serem substituídos pela moderna espectrofotometria de
massa que pode determinar na urina a presença e dosagem da maioria das substâncias
listadas como proibidas para os atletas.
Já em 1955, a Federação Mundial de Ciclismo iniciava trabalhos de análises de urina.
Chegou ao ponto de em uma só prova, obter cinco resultados positivos em vinte e cinco
amostras. Ela foi a primeira, porque em muitos países da Europa o ciclismo é um esporte
de massa e naquela época os interesses comerciais de divulgação de marcas e logotipos
por parte dos ciclistas, era uma realidade. Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio em
1964 um congresso da UNESCO conjuntamente com o Comitê Olímpico InternacionalCOI iniciou o combate à dopagem, esboçando leis, controles e punições. Seguiram-se
simpósios na Alemanha, Áustria, Itália e Suíça, mas os países não reconheciam essas deliberações, muitas vezes invocando razões até de uso de dopagem por patriotismo. Desde
1965 e com periodicidade de três anos, a Liga Ciclística da Bélgica passou a divulgar o
resultado de seus exames. De 25,59% em 1965, caiu para 8,16% em 1968 e para 4,78%
em 1971, vindo a aumentar para 7,10% em 1974 provavelmente pelo desenvolvimento
das técnicas de cromatografia. A substância mais encontrada foi a anfetamina e os exames positivos eram quase todos de profissionais e de veteranos com mínimos percentuais
em principiantes.
Em 1968, durante os Jogos Olímpicos de Inverno em Grenoble, o COI forma uma comissão
de cinco médicos e um químico que unificaram todas as deliberações e leis existentes. Três
meses antes dos Jogos Olímpicos do México essa primeira lei foi enviada para todos os países participantes da Olimpíada, mas o controle foi muito pequeno e sem qualquer punição.
Os países alegavam o pouco tempo entre a lei e os Jogos. Muitos até ameaçaram não comparecer aos Jogos e outros chegaram a manifestar intenção de abandonar a Vila Olímpica.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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A anfetamina e produtos assemelhados, que dominavam os casos positivos passaram a
ser substituídos paulatinamente pelos Hormônios masculinos, os chamados esteróides
anabólicos com poderes muito mais vitoriosos mas também com efeitos colaterais mais
desastrosos. Depois, os atletas começaram a usar diuréticos para mascarar a presença dos
hormônios e mais recentemente os Hormônios do Crescimento, principalmente, ganharam destaque na preferência dos atletas.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
DEFINIÇÃO DE DOPING
Considera-se como doping a utilização de substâncias ou métodos capazes de aumentar
artificialmente o desempenho esportivo, sejam eles potencialmente prejudicial à saúde
do atleta ou a de seus adversários, ou contra o espírito do jogo. Quando duas destas três
condições estão presentes, pode caracterizar-se um doping, de acordo com o Código da
Agencia Mundial Antidoping. (AMA).
O Código da AMA foi já aprovado tanto pelos distintos setores do Movimento Olímpico
e Paralímpico como pelas Autoridades Públicas dos cinco continentes, e entrou em vigor
no dia 1º de janeiro de 2004, propiciando uma harmonização de regras e procedimentos.
O doping contraria os princípios fundamentais do esporte, e da Medicina do Esporte.
É proibida a sua prática, como também o é recomendar, propor, autorizar, relevar ou
facilitar o uso de qualquer substância ou método incluídos nesta definição. O progresso
permanente da Farmacologia, da Medicina e das Ciências do Esporte, faz surgir constantemente novas formas de incrementar artificialmente o desempenho, o que torna necessário uma legislação dinâmica, atual e suficientemente abrangente.
Aqueles que de alguma forma participam ativamente do esporte de alto rendimento,
como atletas, treinadores e médicos especializados, devem buscar atualizar-se constantemente para evitar o uso acidental de medicações que possam ocasionar uma infração
da regra de doping.
O objetivo desta publicação é oferecer a possibilidade de uma consulta rápida para saber
se um determinado produto, produzido no Brasil ou no exterior, pode ser utilizado durante uma competição esportiva ou fora dela, sem risco de sanções por uso de substância
ou método proibido.
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MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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VIOLAÇÃO DAS REGRAS ANTIDOPING
1. Presença de Substâncias Proibidas;
2. Uso ou Tentativa de Uso de uma Substância Proibida ou de um Método Proibido;
3. Recusar-se a (ou deixar de) se submeter à coleta de Amostra;
4. Não fornecer informações para o Whereabout e/ou não realizar os testes;
5. Adulteração, ou Tentativa de Adulteração, de qualquer parte do Controle de
Doping;
6. Posse de Substâncias Proibidas e Métodos Proibidos;
7. Tráfico ou Tentativa de Tráfico de qualquer Substância Proibida ou Método
Proibido; e
8. Administrar ou Tentar Administrar a qualquer Atleta.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
ORGANOGRAMA DO SISTEMA SIGNATÁRIO ANTIDOPING
Assim como qualquer regra de validade internacional, as regras antidoping seguem
um sistema signatário, ou seja, se uma entidade assina cumprir as regras antidoping da
WADA, todas as suas entidades filiadas automaticamente tem que seguir o mesmo regimentos. Abaixo encontra-se o gráfico resumido do sistema signatário.
Federações
Internacionais
Agências
Nacionais
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MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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PECULIARIDADES DO COMBATE AO DOPING NO ESPORTE
PARALÍMPICO
A política do Comitê Paralímpico Internacional- IPC de combate ao doping segue todas
as diretrizes da WADA- World Anti Doping Agency- Agência Mundial Antidoping. Porém
existem algumas peculiaridades do esporte paralímpico que valem apena ser ressaltadas:
•
O Comitê de combate ao doping do IPC é diretamente ligado a comissão médica
e científica do IPC, assim como a comitê de classificação funcional. Isto permite
maior interligação entre os comitês médicos;
•
O limite entre dose terapêutica e dose dopante de um medicamento dado a um
atleta, que possui uma patologia de base, pode ser tênue. Daí o trabalho mais
ardoroso das comissões de Isenção Terapêutica das entidades que trabalham com
esporte paralímpico, visto que a presença de tais patologias é extremamente mais
comuns entre atletas paralímpicos;
•
As competições sancionadas pelo IPC devem obrigatoriamente ter controle de
doping;
•
A IUT (Isenção de Uso Terapêutico) ou TUE (Therapeutic Use Exemption) do IPC
é reconhecida diretamente pela WADA, e está no cadastro internacional on-line
da WADA / ADAMS;
•
Uma das prioridades do IPC é aumentar o controle fora de competição. O IPC
realiza exames de doping fora de competição e para isso realiza controle de localização rigoroso de seus atletas.
•
Nos Jogos Paralímpicos, o IPC é responsável por todo o gerenciamento do controle de dopagem, inclusive com transferência de gerenciamento das federações
internacionais para o IPC, além das isenções terapêuticas e gerenciamento de
resultados. Porém, apenas durante os Jogos.
•
O IPC apresentou o seu posicionamento oficial a respeito de uso de cateteres. O
Cateter, para coleta de urina em Lesados Medulares, é considerado como objeto de uso pessoal, pelo risco de infecção e alergias ao uso de outras marcas ou
modelos, que os atletas não estariam acostumados. Portando a coleta de urina
por cateter será de inteira responsabilidade do atleta. Será considerado serviço
complementar, a disponibilização de cateteres em estações de coleta de doping
do Jogos Paralímpicos e em outros eventos regulamentados pelo IPC.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
21
•
As análises dos exames sejam de sangue ou urina, quando possuem resultados
negativos, podem ser emitidos em 36 a 72 horas em grandes eventos e de um a
três meses em menores eventos. Os atletas devem guardar seus formulários por
cerca de três meses. De forma geral os resultados negativos não são informados
de rotina para os atletas.
•
Certificações de IUT (TUE) das federações internacionais serão aceitas para os
Jogos Paralímpicos pelo IPC.
Aplicação do IUT
Ski Alpino
Arco de Flecha
Atletismo
Hockey no Gelo
Ski Nórdico
Halterofilismo
Tiro Esportivo
Natação
Dança em Cadeira de Rodas
Futebol de 5
Goalball
Judô
IBSA
SUBMISSÃO DIRETO
À FEDERAÇÃO
INTERNACIONAL (FI)
Futebol de 7
Bocha
IPC
CPISRA
Esgrima em Cadeira de Rodas
Rugby em Cadeira de Rodas
Ciclismo (UCI)
Esportes Equestre (FEI)
Boliche (FISA)
Vela (IFDS)
Tênis de Mesa (ITTF)
Voleibol (WOVD)
Basquete em Cadeira de Rodas (IWRF)
Curling em Cadeira de Rodas (WCF)
Tênis em Cadeira de Rodas (ITF)
IWAS
FI
FONTE: IPC
Links da Federações
IPC: paralympic.org
IBSA: ibsa.es
CPISRA: cpisra.org
IWAS: iwasf.com/iwasf/
CICLISMO: uci.ch
EQUITAÇÃO: fei.org
REMO: worldrowing.com
VELA: sailing.org
VOLEIBOL SENTADO: fivb.org
BASQUETEBOL EM CADEIRA DE RODAS: iwbf.org
CURLING EM CADEIRA DE RODAS: worldcurling.org
TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS: itftennis.com
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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AUTORIZAÇÃO PARA USO TERAPÊUTICO DE SUBSTÂNCIAS
RESTRITAS E PROIBIDAS
Eventualmente um atleta poderá vir a necessitar de uma medicação que possua na sua
formulação uma substância proibida ou restrita, por razões de saúde e por indicação
médica.
Atletas paralímpicos podem necessitar medicações de controle. Atletas asmáticos necessitam eventualmente usar Beta-2 agonistas ou corticosteróides, enquanto atletas hipertensos não podem muitas vezes prescindir de um diurético, bem como atletas diabéticos
insulino-dependentes devem continuar usando insulina. Nestes e em outros casos, torna-se necessário contatar o Comitê Paralímpico para solicitar uma permissão especial, que
poderá ser concedida após a análise do diagnóstico e da indicação apropriada de um
determinado medicamento.
Formulários especiais de Isenção de Uso Terapêutico (TUE), utilizados para este tipo de
solicitação, podem ser encontrados no Anexo ao final deste texto, ou no site do Comitê
Paralímpico Brasileiro.
É importante que este processo seja realizado junto à autoridade médica responsável
antes da participação do atleta em uma competição, para que seja evitado um controle
eventualmente positivo. A declaração de uso de medicamentos, feita rotineiramente durante um controle de doping, não atende aos requisitos de um processo de autorização
para uso de substâncias proibidas ou restritas.
Em anexo um formulário de IUT (TUE) e um formulário para exemplificar o uso já preenchido.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
TIPOS DE CONTROLE ANTIDOPING EXISTENTES
O controle de doping pode ser realizado em sangue ou urina. Existem basicamente dois
tipos de controle antidoping:
CONTROLE EM COMPETIÇÃO
O controle “em competição” é realizado imediatamente após o término de uma competição esportiva.
CONTROLE FORA DE COMPETIÇÃO
O controle “fora de competição” pode ser efetuado a qualquer momento, durante um
treinamento, na residência do atleta, e até mesmo algum tempo antes ou depois de uma
competição esportiva.
As substâncias controladas nos dois tipos de testes não são as mesmas. Enquanto o exame “em competição” inclui todo o universo de classes de substâncias e de métodos
proibidos, o exame “fora de competição” é mais específico, incluindo apenas os agentes
anabolizantes, os hormônios peptídicos, alguns beta-2 agonistas, os agentes com atividade antiestrogênica e os diuréticos e mascarantes, além de todos os métodos proibidos.
Estimulantes, narcóticos analgésicos e drogas sociais não são analisados neste tipo de
controle.
Existe um terceiro tipo de teste, realizado imediatamente antes de uma competição. Este
controle é designado como “controle de saúde”.
CONTROLE DE SAÚDE
Atletas Olímpicos
Realizado antes de uma competição, que é característico do ciclismo e de alguns esportes de inverno, como o esqui de fundo e a patinação de velocidade. sendo realizado
apenas em sangue.
O resultado pode eventualmente excluir o atleta de uma prova sem que, no entanto, seja
considerado como um controle positivo de doping.
23
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
24
Atletas Paralímpicos
Disreflexia Autônoma
Pessoas com lesão cervical ou torácica alta podem sofrer de reflexo simpático anormal
chamado DISREFLEXIA AUTÔNOMA. Este reflexo é causado por estímulo doloroso da
parte inferior do corpo, particularmente distensão ou irritação da bolsa urinária. Os sintomas da disreflexia são rápido aumento da pressão arterial, dor de cabeça, suor, manchas
na pele e pele arrepiada. Em casos graves, confusão, hemorragia cerebral e até mesmo
morte.
Este reflexo, pode ocorrer espontaneamente ou pode ser deliberadamente causado (“Estimulação”). Como se trata de risco de vida, o Comitê Paralímpico Internacional proíbe
competição em estado de disreflexia.
Exames podem ser feitos por pessoas indicadas pelo Comitê Médico do IPC e ocorrerão
a qualquer hora inclusive na sala de chamada ou demais áreas usadas pelos atletas para
aquecimento antes do evento e a qualquer outro momento considerado apropriado.
A não cooperação é proibida e sujeita a desqualificação da competição.
Considera-se um estado de disreflexia de risco quando a pressão arterial sistólica é de
180 mmHG ou mais. Um atleta com essa pressão arterial será re-examinado aproximadamente 10 minutos após o primeiro exame. Se no segundo exame a pressão arterial
sistólica permanecer acima de 180 mmHG o atleta não deverá participar da competição
em questão naquele momento. Toda tentativa deliberada de induzir Disreflexia Autônoma é proibida e sujeita a desqualificação.
Se um atleta com lesão da espinha medular na altura de T6 ou acima é hipertenso,
o atleta deve apresentar evidencia médica que a substancie antes da competição. Esta
evidencia médica deve salientar a pressão arterial do atleta e o tratamento administrado.
Esta evidência deve ser submetida ao TUE (Isenção para uso terapêutico). Atletas nesta
categoria estão sujeitos a avaliações e verificação antes e durante a competição. O Comitê Médico do IPC acredita que o aumento da pressão arterial via uso de medicamentos
seja desencorajada.
A questão da Disreflexia Autônomo é a priori de responsabilidade do Comitê Paralímpico
Nacional ao qual o atleta pertence. Essa responsabilidade inclui: assegurar que seu atleta
não esteja disreflexivo antes de entrar na área de chamada, assegurar que o atleta não
está fazendo uso de mecanismos que possam causar ou provocar disreflexia, seguir as
instruções do representante do Comitê Médico do IPC ( ou Médico Chefe de Competição
caso o representante do Comitê Médico do IPC não estiver presente) na área de chamada,
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
25
apresentar ao Comitê Médico do IPC uma lista com a pressão arterial de repouso de seus
atletas que se encontram nesta situação.
A não cooperação é proibida e sujeita a sanções impostas ao atleta e a seu Comitê Paralímpico Nacional. Sanções podem incluir a retirada de atletas dos Comitês Paralímpicos
Nacionais de uma competição ou prova em particular.
CONTROLE DE DOPING PARA ANIMAIS COMPETINDO EM ESPORTES
Regras antidoping
Em qualquer esporte que inclua animais na Competição, a Federação Internacional do
respectivo esporte deverá estabelecer e implementar regras antidoping para os animais
incluídos no esporte. As regras antidoping deverão incluir uma lista de Substancias Proibidas, procedimentos adequados de Testes e uma lista de laboratórios aprovados para
análise de Amostras.
CONTROLE DOS EQUIPAMENTOS
Nos esportes em que são utilizados equipamentos ou acessórios e necessário que os mesmos estejam em conformidade com o tipo de deficiência do atleta, e serão inspecionados
durante a sua classificação e antes das competições.
Exemplos:
•
Basquete: antes de cada partida as cadeiras são aferidas, e devem estar de acordo
com as medidas oficiais para cada classificação.
•
Ciclismo – antes da competição examina-se a bicicleta esta adequada com o tipo
de deficiência do atleta.
•
Tênis de mesa – em que se analisa o tipo de cola utilizada para colar as borrachas
da raquete, que podem influenciar na velocidade da bola. (Chamado de Doping
de raquete e o atleta é desclassificado)
As normas que definem o que é doping, descrevem os diferentes tipos de controles, e
listam as substâncias e métodos proibidos ou restritos, estão descritas no Código Mundial
Antidoping, publicado pela AMA. Este Código foi aprovado em 2003 pelo Movimento
Olímpico, Paralímpico e pelos Governos dos cincos continentes, e foi revisado em 2007,
na cidade de Madri, e em Dezembro de 2011.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
26
A LISTA DE SUBSTÂNCIAS E MÉTODOS PROIBIDOS DA
AGENCIA MUNDIAL ANTIDOPING
O Comitê Olímpico Internacional estabeleceu em 1967 uma Comissão Médica para iniciar o controle de doping nos Jogos Olímpicos, que começou suas atividades no ano seguinte, nos Jogos de Inverno de Grenoble, e nas Olimpíadas da Cidade do México. A partir de então, este controle foi sistematicamente realizado pelo COI e IPC, por Associações
Continentais de Comitês Olímpicos e Paralímpicos em seus principais eventos esportivos.
Em 1999 foi fundada a Agência Mundial Antidoping – AMA, conhecida em Inglês como
World Anti- Doping Agency – WADA, que passou a regular harmoniosamente o controle
de doping em nível de Comitês Olímpicos, Paralímpicos e Autoridades Públicas. Para
orientar este controle, definindo o que pode ou não ser usado pelos atletas, a AMA publica anualmente, como um anexo do Código Mundial Antidoping, a lista de substâncias e
métodos proibidos, válida a partir da data de 1º de janeiro.
O termo “substâncias com estrutura química e efeitos farmacológicos similares”, encontrado ao final das classes de estimulantes e dos diuréticos, indica que a relação apresentada não é terminal e que substâncias com formulação química ou ação terapêutica similar
também não poderão ser usadas.
Abaixo se encontram as classes de substâncias e métodos proibidos e as doenças mais
frequentes que podem ser tratadas com medicamentos que podem estar na lista de substâncias proibidas.
Lista de Proibições 2012
Código Mundial Antidoping
Válida a partir de 1º de janeiro de 2012
De acordo com o artigo 4.2.2 do Código Mundial Anti-Dopagem todas as Substâncias Proibidas devem ser consideradas como “Substâncias especificadas” exceto
Substâncias das classes S1, S2, S4.4, S4.5, S6.a, e Métodos Proibidos M1, M2 e M3.
SUBSTÂNCIAS E MÉTODOS PROIBIDOS PERMANENTEMENTE (EM COMPETIÇÃO E FORA DE COMPETIÇÃO)
SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS
S0. SUBSTÂNCIAS NÃO APROVADAS
Qualquer substância farmacológica que não esteja referenciada por nenhuma das
seções subseqüentes desta lista e sem aprovação em curso por autoridade gover-
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
27
namental regulamentadora da saúde para uso terapêutico em humanos (ex.: drogas
em desenvolvimento pré-clínico ou clínico ou descontinuadas, drogas de desenho,
medicamentos veterinários) são proibidas em qualquer tempo.
S1. AGENTES ANABÓLICOS
Agentes anabólicos são proibidos.
1. Esteróides Anabólicos Androgênicos (EAA)
a. EAA exógenos*, incluindo:
1-Androstenodiol
(5α-androst-1-eno-3ß,-17ß-diol);
1-androstenodiona
(5α-androst-1-eno-3,17-diona); bolandiol (estr-4-eno-3ß,17ß-diol); bolasterona,
boldenona; boldiona (androsta-1,4-dieno-3,17-diona); calusterona; clostebol; danazol (17α-etinil-17ß-hidroxiandrost-4-eno[2,3-d]isoxazola); dehidroclorometiltestosterona (4-cloro-17ß-hidroxi-17α-metilandrosta-1,4-dien-3-ona); desoximetiltestosterona (17α-metil-5α-androst-2-en-17ß-ol); drostanolona; etilestrenol
(19-nor-17α-pregn-4-en-17-ol); estanozolol; estembolona; fluoximesterona; formebolona; furazabol (17ß-hidroxi-17α-metil-5α-androstano[2,3-c]furazana); gestrinona; 4-hidroxitestosterona (4,17ß-dihidroxiandrost-4-en-3-ona); mestanolona;
mesterolona; metandienona (17ß-hidroxi-17α-metilandrosta-1,4-dien-3-ona); metandriol; metasterona (2α,17α-dimetil-5α-androstan-3-ona-17ß-ol); metenolona;
metildienolona (17ß-hidroxi-17α-metilestra-4,9-dien-3-ona); metil-1-testosterona
(17ß-hidroxi-17α-metil-5α-androst-1-en-3-ona); metilnortestosterona (17ß-hidroxi17α-metilestr-4-en-3-ona);
metribolona
(metiltrienolona,
17ß-hidroxi-17αmetilestra-4,9,11-trien-3-ona); metiltestosterona; mibolerona; nandrolona; 19-norandrostenodiona (estr-4-eno-3,17-diona); norboletona; norclostebol; noretandrolona;
oxabolona; oxandrolona; oximesterona; oximetolona; prostanozol (17ß-hydroxy-5αandrostano[3,2-c]pirazola); quimbolona; 1-testosterona (17ß-hidroxi-5α-androst1-en-3-ona); tetrahidrogestrinona (18a-homo-pregna-4,9,11-trien-17ß-ol-3-ona);
trembolona e outras substâncias com uma estrutura química similar ou efeitos biológicos similares.
b. EAA endógenos** quando administrados exógenamente:
androstenodiol (androst-5-eno-3ß,17ß-diol); androstenodiona (androst-4-eno-3,17-diona) ; dihidrotestosterona (17ß-hidroxi-5α-androstan-3-ona); prasterona (dehidroepiandrosterona, DHEA); testosterona e seus metabólitos e isômeros, incluindo
mas não limitados a:
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28
5α-androstano-3α,17α-diol; 5α-androstano-3α,17ß-diol; 5α-androstano-3ß,17α-diol;
5α-androstano-3ß,17ß-diol; androst-4-eno-3α,17α-diol; androst-4-eno-3α,17ß-diol;
androst-4-eno-3ß,17α-diol; androst-5-eno-3α,17α-diol; androst-5-eno-3α,17ß-diol;
androst-5-ene-3ß,17α-diol; 4-androstenodiol (androst-4-eno-3ß,17ß-diol); 5-androstenodiona (androst-5-eno-3,17-diona); epi-dihidrotestosterona, epitestosterona; 3α-hidroxi-5α-androstan-17-ona; 3ß-hidroxi-5α-androstan-17-ona; 7α-hidroxiDHEA; 7ß -hidroxi-DHEA; 7-keto-DHEA; 19-norandrosterona; 19-noretiocolanolona.
2. Outros agentes anabólicos, incluindo, mas não limitados a:
Clembuterol, moduladores seletivos de receptores androgênicos (SARMs), tibolona,
zeranol, zilpaterol.
Para compreensão desta seção:
* “exógeno” se refere a uma substância que não é capaz de ser produzida pelo corpo
naturalmente.
** “endógeno” se refere a uma substância que pode ser produzida naturalmente
pelo corpo.
S2. HORMÔNIOS PEPTÍDICOS, FATORES DE CRESCIMENTO E SUBSTÂNCIAS AFINS
As seguintes substâncias e seus fatores de liberação são proibidos:
1. Agentes estimuladores da eritropoiese [e.x. eritropoietina (EPO), darbepoietina
(dEPO), estabilizantes de fatores induzíveis por hipóxia (HIF), metoxi polietileno
glicol-epoetina beta (CERA), peginesatide (Hematide)];
2. Gonadotrofina Coriônica (CG) e Hormônio Luteinizante (LH) em homens;
3. Insulinas;
4. Corticotrofinas;
5. Hormônio do Crescimento (GH); Fator de Crescimento semelhante à Insulina-1
(IGF-1), Fatores de Crescimento Fibroblásticos (FGFs), Fator de Crescimento de Hepatócitos (HGF), Fatores de Crescimento Mecânicos (MGFs); Fator de Crescimento
derivado de Plaquetas (PDGF), Fator de Crescimento Endotelial-Vascular (VEGF) e
assim como qualquer outro fator de crescimento que afete a síntese/degradação de
proteínas de músculo, tendão ou ligamento, vascularização, utilização de energia,
capacidade regenerativa ou conversão do tipo de fibra;
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
29
e outras substâncias com estrutura química similar ou efeito(os) biológico(s)
similar(es).
S3. BETA-2 AGONISTAS
Todos os beta-2 agonistas (incluindo seus dois isômeros óticos onde relevante) são
proibidos com exceção de salbutamol (máximo 1600 microgramas durante 24 horas), formoterol (máximo 36 microgramas durante 24 horas) e salmeterol quando
administrados por inalação conforme recomendação de uso terapêutico do fabricante.
A presença de salbutamol na urina em concentração superior a 1.000 ng/mL ou de
formoterol em concentração superior a 30 ng/mL é compreendida como não sendo
uso terapêutico planejado e será considerada como um Resultado Analítico Adverso, a menos que o Atleta prove, através de um estudo farmacocinético controlado,
que este resultado anormal seja conseqüência do uso da dose terapêutica inalada
até o limite máximo exposto acima.
S4. MODULADORES HORMONAIS E METABÓLICOS
As seguintes classes de substâncias são proibidas:
1. Inibidores da aromatase incluindo, mas não limitados a: aminoglutetimida, anastrozola, 4-androsteno-3,6,17-triona (6-oxo), androsta-1,4,6-trieno-3,17-diona (androstatrienodiona), exemestano, formestano, letrozola, testolactona.
2. Moduladores seletivos de receptores de estrogênios (SERMs) incluindo, mas não
limitados a: raloxifeno, tamoxifeno, toremifeno.
3. Outras substâncias anti-estrogênicas incluindo, mas não limitadas a: clomifeno,
ciclofenila, fulvestranto.
4. Agentes modificadores da função(ões) da miostatina incluindo, mas não limitados
a: inibidores da miostatina.
5. Moduladores metabólicos: Agonistas do Receptor Ativado de Proliferação Peroxissomal δ (PPARδ) (e.x., GW 1516) e agonistas do eixo proteína quinase PPARδAMP-ativada (AMPK) (e.x. AICAR).
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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S5. DIURÉTICOS E OUTROS AGENTES MASCARANTES
Agentes mascarantes são proibidos. Eles incluem:
Diuréticos, desmopressina, expansores de plasma (e.g. glicerol; administração intravenosa de albumina, dextrana, hidroxietilamido e manitol), probenecida e outras
substâncias com efeito(s) biológico(s) similar(es). A aplicação local de felipressina
em anestesia dental não está proibida.
Diuréticos incluem:
Ácido etacrínico, acetazolamida, amilorida, bumetanida, canrenona, clortalidona,
espironolactona, furosemida, indapamida, metolazona, tiazidas (e.g. bendroflumetiazida, clorotiazida, hidroclorotiazida), triantereno, além de outras substâncias
com estrutura química similar ou efeito(s) biológico(s) similar(es) (excetuando-se a
drosperidona, pamabrom e uso tópico de dorzolamida e brinzolamida que não são
proibidas).
O uso dentro e fora de competição, conforme o caso, de qualquer quantidade de
uma substância sujeita a limites máximos (ou seja, formoterol, salbutamol, morfina,
catina, efedrina, metilefedrina e pseudoefedrina) associada com um diurético ou
outro agente mascarante exige a concessão de uma Isenção de Uso Terapêutico específica para essa substância, além da concessão para um diurético ou outro agente
mascarante.
MÉTODOS PROIBIDOS
M1. AUMENTO DA TRANSFERÊNCIA DE OXIGÊNIO
Os seguintes são proibidos:
1. Dopagem sanguínea, incluindo o uso de sangue autólogo, homólogo ou heterólogo, ou de produtos de glóbulos vermelhos de qualquer origem.
2. Aumento artificial da captação, transporte ou aporte de oxigênio, incluindo, mas
não limitado aos perfluoroquímicos, efaproxiral (RSR13) e produtos à base de hemoglobina modificada (e.g. substitutos de sangue com base em hemoglobina, produtos de hemoglobina microencapsulados), excluindo oxigenação suplementar.
M2. MANIPULAÇÃO QUÍMICA E FÍSICA
Os seguintes são proibidos:
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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1. Manipular ou tentar manipular, visando alterar a integridade e validade das Amostras coletadas no Controle de Dopagem é proibido. Isso inclui, mas não se limita à
substituição e/ou adulteração de urina (e.g. proteases).
2. Infusões intravenosas e/ou injeções maiores que 50 mL por um período de 6 horas
são proibidas exceto aquelas administradas durante ocasiões de visitas hospitalares
ou investigações clínicas.
3. Retirada seqüencial, manipulação e reintrodução de qualquer quantidade de sangue total no sistema circulatório.
M3. DOPING GENÉTICO
Os seguintes, com o potencial de melhorar o desempenho atlético, são proibidos:
1. A transferência de ácidos nucleicos ou sequências de ácidos nucleicos;
2. O uso de células normais ou geneticamente modificadas;
SUBSTÂNCIAS E MÉTODOS PROIBIDOS EM COMPETIÇÃO
Além das categorias S0 a S5 e M1 a M3 definidas anteriormente, as seguintes
categorias são proibidas em competição:
SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS
S6. ESTIMULANTES
Todos os estimulantes (incluindo seus dois isômeros óticos quando relevantes) são
proibidos, exceto derivados de imidazol para uso tópico e aqueles estimulantes incluídos no programa de monitoramento de 2012*.
Estimulantes incluem:
a: Estimulantes não especificados:
Adrafinil; amifenazola; anfepramona; anfetamina; anfetaminil; benfluorex; benzfetamina; benzilpiperazina; bromantano; clobenzorex; cocaína; cropropamida;
crotetamida; dimetilanfetamina; etilanfetamina; famprofazona; femproporex;
fencamina; fendimetrazina; fenetilina; fenfluramina; 4-fenil-piracetam (carfedom);
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fenmetrazina; fentermina; furfenorex; mefenorex; mefentermina; mesocarbo; metanfetamina (d-); p-metilanfetamina; metilenedioxianfetamina; metilenedioximetanfetamina; modafinil; norfenfluramina; prenilamina; prolintano.
Um estimulante não citado expressamente nesta seção é uma Substância Especificada.
b: Estimulantes especificados (exemplos):
Adrenalina**; catina***; efedrina****; estricnina; etamivan; etilefrina; fenbutrazato; fencanfamina; fenprometamina; heptaminol; isometepteno; levmetanfetamina;
meclofenoxato; metilefedrina****; metilhexanoamina (dimetilpentilamina); metilfenidato; niquetamida; norfenefrina; octopamina; oxilofrina; parahidroxianfetamina; pemolina; pentetrazol; propilexedrina; pseudoefedrina*****; selegilina; sibutramina; tuaminoheptano e outras substâncias com estrutura química similar ou
efeito(s) biológico(s) similar(es).
*As seguintes substâncias, incluídas no programa de monitoramento de 2012 (bupropiona, cafeína, fenilefrina, fenilpropanolamina, nicotina, pipradol, sinefrina) não
são consideradas Substâncias Proibidas.
** A administração local (e.g. nasal, oftalmológica) de Adrenalina ou co-administração com agentes anestésicos locais não é proibida.
*** Catina é proibida quando sua concentração na urina for maior do que 5 microgramas por mililitro.
**** Tanto a efedrina como a metilefedrina são proibidas quando sua concentração
na urina for maior do que 10 microgramas por mililitro.
***** Pseudoefedrina é proibida quando sua concentração na urina for maior do
que 150 microgramas por mililitro.
S7. NARCÓTICOS
Os seguintes narcóticos são proibidos:
Buprenorfina, dextromoramida, diamorfina (heroína), fentanil e seus derivados, hidromorfona, metadona, morfina, oxicodona, oximorfona, pentazocina e petidina.
S8. CANABINÓIDES
Natural (e.g. cannabis, haxixe, maconha) ou delta 9-tetrahidrocanabinol (THC) sintético e canabimiméticos [e.g. “Spice” (contendo JWH018, JWH073), HU-210] são
proibidos.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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S9. GLICOCORTICOSTERÓIDES
Todos os glicocorticosteróides são proibidos quando administrados por via oral, retal, intramuscular ou intravenosa.
SUBSTÂNCIAS PROIBIDAS EM ESPORTES ESPECÍFICOS
P1. ÁLCOOL
Álcool (etanol) é proibido somente Em Competição, nos esportes abaixo relacionados. A detecção será feita por análise respiratória e/ou pelo sangue. O limite permitido (em valores hematológicos) é de 0,10 g / L.
Aeronáutica (FAI)
Arco e flecha (FITA)
Automobilismo (FIA)
Karatê (WKF)
Lancha de potência (UIM)
Motociclismo (FIM)
P2. BETA-BLOQUEADORES
A menos que seja especificado, beta-bloqueadores são proibidos somente Em Competição, nos seguintes esportes:
Aeronáutica
FAI
Arco e flecha
(proibido também Fora De Competição)
FITA
Automobilismo
FIA
Bilhar (todas modalidades)
WCBS
Bocha
CMSB
Boliche de 9 e 10 pinos
FIQ
Bridge
FMB
Dardos
WDF
Esqui/Snowboarding
(salto com esqui e estilo livre em snow board)
FIS
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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Golfe
IGF
Lancha de potência
UIM
Tiro
(proibido também Fora De Competição)
ISSF, IPC
Beta-bloqueadores incluem, mas não se limitam, aos seguintes compostos:
Acebutolol, alprenolol, atenolol, betaxolol, bisoprolol, bunolol, carteolol, carvedilol, celiprolol, esmolol, labetalol, levobunolol, metipranolol, metoprolol, nadolol,
oxprenolol, pindolol, propranolol, sotalol, timolol.
ATENÇÃO!
EXTREMO CUIDADO ANTES DE REALIZAR QUALQUER TRATAMENTO
MÉDICO OU USAR QUALQUER SUBTÂNCIA. MESMO QUE SEJA
INDICADA POR SEU MÉDICO A LISTA DE SUBSTÂNCIAS E MÉTODOS
PROIBIDOS SEMPRE DEVE SER CONSULTADA.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
RELAÇÃO DE FÁRMACOS PERMITIDOS
ANALGÉSICOS
AAS, AAS Infantil, Acetofen, Acetaminofen 500, Algi Tanderil, Aminofen, Analgex, Analgex C, Antitermin, Aspirina, Aspirina forte, Aspirina infantil, Baralgin, Buscopan, Cefalium, Cefunk, Cibalena A, Dipirona, Doran, Dorflex, Doribel, Dôrico, Endosalil, Fontol,
Fontol 650, Melhoral, Melhoral infantil, Novalgina, Paracetamol, Ponstan, Ronal, Sensitram, Sylador, Tramal e Tylenol.
ANTIÁCIDOS
Aclorisan, Alca-luftal, Alrac, Andursil, Asilone, Bisuisan, Digastril, Estomagel, Gastrogel,
Gastrol, Gastromag Gel, Gaviz, Gelusil M, Hidroxigel, Kolantyl, Leite de Magnésia, Maalox Plus, Magnésia Bisurada, Mylanta Plus, Pepsamar, Pepsogel, Siligel, Siludrox, Simeco
Plus, Sonrisal e Tums.
ANTIALÉRGICOS
Agasten, Allegra 120, Allegra 180, Calamina, Cilergil, Claritin, Desalex, Fenergan, Hismanal, Intal, Loratadina, Periatin, Polaramine, Prometazina e Zofran.
ANTIASMÁTICOS
Aero-clenil, Aerojet, Aerolin, Serevent, Suxar e Teoden.
NOTA: Estes medicamentos estão permitidos apenas por inalação e uma declaração de
uso (IUT) deve ser solicitada à autoridade médica competente.
ANTIBIÓTICOS
Amicacina, Amoxicilina, Amplitor, Assepium balsâmico, Bacfar, Bacigen, Bacterion,
Carbenicilina, Ceclor, Cefalex, Cefalexina, Cefalotina, Cefamezin, Cefaporex, Cibramox,
Claritromicina, Clindamicina, Cloranfenicol, Dalacin-C, Despacilina, Diastin, Dicloxalina, Dientrin, Duoctrin, Eritrex, Eritrofar, Espectrin, Garamicina, Gentamicina, Glitisol,
Hiconcil, Ilosone, Imuneprim, Infectrin, Kefazol, Keflex, Levofloxacino, Lincomicina,
Longacilin, Mefoxin, Megapen, Moxifloxacino, Netromicina, Norfloxacina, Novamin,
Novocilin, Oracilin, Oxacilina, Penicilina G Potássica, Pantomicina, Pen-veoral, Penvicilin, Septiolan, Sintomicetina, Staficilin-N, Terramicina, Tetraciclina, Tetrex, Tobramina,
Totapen, Trimexazol, Vancomicina e Vibramicina.
ANTICONVULSIVANTES
Depakote, Depakene, Diempax, Epelin, Fenobarbital, Gardenal, Hidantal, Primidona,
Rivotril, Tegretol, Valium e Valpakine.
ANTIDEPRESSIVOS
Buspar, Pamelor, Prozac, Valix, Wellbutrin SR e Zoloft.
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MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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ANTIDIARRÊICOS
Diarresec, Enterobion, Floratil, Florax, Furazolin, Imosec, Kaomagma, Kaopectate e Parenterin.
ANTIEMÉTICOS
Copena, Dramin, Emetic, Estac, Eucil, Kytril, Metoclopramida, Motilium, Normopride
Enzimático, Plamet, Plasil, Vogalene, Vomix, Vontrol e Zofran.
ANTIFÚNGICOS
Ancotil, Canesten, Cetoconazol, Daktarin, Flagyl, Flagyl Nistatina, Fluconazol, Fulcin,
Fungizon, Lamisil, Micostatin, Nistatina, Sporanox e Sporostatin.
ANTIGRIPAIS
Analgex C, Aspi C, Benegrip, Bialerge, Cebion, Coldrin, Cortegripan, Grip Caps C, Melhoral C, Optalidon, Resprin, Redoxon, Termogripe C e Trimedal 500.
ANTI-INFLAMATÓRIOS
Actiprofen, Advil, Aflogen, Algi-danilon, Algi-flamanil, Algiperalgin, Alginflan, Algizolin,
Analtrix, Anartrit, Artren, Artril, Artrinid, Artrosil, Benevran, Benotrin, Benzitrat, Biofenac, Brexin, Butazil, Butazolidina, Butazona, Cataflam, Cataflam D, Cataren, Celebra,
Cetoprofeno, Cicladol, Ciclinalgin, Clofenak, Danilon, Deflogen, Deltaflan, Deltaflogin,
Deltaren, Diclofenaco Potássico, Diclofenaco Sódico, Diclotaren, Doretrim, Dorgen, Doriflan, Eridamin, Febupen, Feldene, Feldox, Fenaflan, Fenaflan Sódico, Fenaren, Fenburil,
Fenilbutazona Sódica, Fisioren, Flanax, Indocid, Inflamene, Motrin, Naprosyn, Nisulid,
Piroxifen, Piroxiflam, Proflam, Scaflam, Sintalgin, Tandrilax, Tilatil e Voltaren.
ANTI-HEMORROIDÁRIOS
Claudemor, Glyvenol, Hemorroidex, Nestosyl, Preparado H, Venalot e Xiloproct.
ANTIULCEROSOS
Antak, Cimetidina, Climatidine, Esomeprazol, Gastrodine, Label, Logat, Neocidine, Nexium, Omeprazol, Pantoprazol, Ranidin, Ranitidina, Tagamet, Ulcedine, Ulcenon, Ulcoren e Zadine.
COLÍRIOS
Anestésico Oculum, Colírio Moura Brasil, Fenilefrina Colirium e Visine.
CONTRACEPTIVOS
Diane 35, Minulet, Selene, Yasmin, Yaz, Evra (adesivo), Mirena (DIU) e NuvaRing (anel
vaginal).
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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CREMES DERMATOLÓGICOS
Em princípio, podem ser usados todos os cremes existentes no mercado, exceto os que
contêm anabolizantes, desde que respeitadas suas indicações e preferencialmente sob
orientação médica. Não devem ser usados o Trofodermin e Novaderm por conterem
Clostebol, que é anabólico.
DESCONGESTIONANTES NASAIS
Afrin, Naldecon, Neo-Sinefrina, Ornatrol, Spansule, Otrivina, Rinosbon, Rinosoro, Sinutab, Sorine, Superhist e Triaminic.
ENXAQUECAS
Cafergot e Ormigren.
NOTA: Os seguintes medicamentos não devem ser utilizados pois contêm noretindrona,
que se converte em 19-norandrosterona no organismo e pode resultar em um teste positivo: Mesigyna, Micronor e Promolut-nor.
EXPECTORANTES E ANTITUSSÍGENOS
Alergogel, Alergotox Expectorante, Atossion, Benadryl, Besedan, Bisolvon, Bisolvon Ampicilina, Clistin Expectorante, Descon Expectorante, Fluimucil 10% e 20%, Glicodin,
Glycon lodepol, Iodetal, Iodeto de Potássio Líquido, Pulmonix, Silencium, Silomat, Tossbel, Transpulmin, Xarope de Iodeto de Potássio Composto e Xarope Valda.
HIPOGLICEMIANTES ORAIS
Avandia, Amaryl, Daonil, Diabexil, Diabinese, Diamicron, Glibenclamida, Glipizida,
Glucoformin, Minidiab e Prandin.
INSÔNIA
Barbitúricos: Gardenal e Fenobarbital Anti-histamínicos: Fenergan e PrometazinaBenzodiazepínicos: Dalmadorm, Dormonid, Nitrazepan, Nitrazepol, Rohypnol e Sonebon.
LAXATIVOS
Agarol, Agiolax, Dulcolax, Fitolax, Fleet Enema, Frutalax, Guttalax, Humectol D, Lacto-Purga, Metamucil, Minilax, Óleo mineral, Purgoleite, Supositório de Glicerina e Tamarine.
PREPARAÇÕES OFTÁLMICAS
Afrin oftálmico, Anestalcon colírio, Cloranfenicol, Colírio cicloplégico, Flumex 0,10% e
0,25%, Fluoresceína, Isopto Carpine, Lacrima, Maxidex, Maxitrol, Minidex, Opti-tears e
Pilocarpina 1%,2% e 4%.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
38
PREPARAÇÕES VAGINAIS
Flagyl, Ginedak, Gyno-daktarin, Micogyn, Nistatina e Talsutin.
RELAXANTES MUSCULARES
Coltrax, Mioflex e Sirdalud.
SEDATIVOS
Ansitec, Calmociteno, Diazepam, Dienpax, Dormonid, Frisium, Kiatrium, Lexotan, Lorax, Psicosedin, Somalium, Tensil, Tranxilene e Valium.
DIVERSOS
Premarin, Provera e Viagra.
NOTA: Aminoácidos, sais minerais e vitaminas podem ser utilizados desde que o atleta
use com cautela pois as pesquisas mostram que alguns deles apresentam contaminação
com substâncias proibidas.
Tenha sempre muita atenção ao fato de que muitos produtos possuem nomes semelhantes. Muitas vezes um é permitido e outro proibido. A referência a produtos específicos
nesta secção visa apenas ilustrar alguns exemplos. As medicações aqui mencionadas não
são necessariamente todas as que existem no mercado, nem são endossadas pelo Comitê
Paralímpico Brasileiro. A responsabilidade final de sua utilização será sempre do atleta.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
O USO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES
E PRODUTOS NATURAIS
A maioria dos produtos denominados de suplementos alimentares, que incluem entre
outros os aminoácidos, a creatina, as vitaminas e os sais minerais, não sofre por parte
dos órgãos governamentais controladores de muitos países uma avaliação de segurança
e eficácia em sua produção.
Um estudo realizado pelo Laboratório de Controle de Doping de Colônia, patrocinado
pelo Comitê Olímpico Internacional, mostrou claramente que alguns destes produtos não
apenas não contêm o que deveriam conter, de acordo com seus rótulos, mas eventualmente possuem em sua formulação até mesmo precursores de hormônios e testosterona,
podendo ocasionar controles de doping positivos.
Por esta razão, atletas de alto rendimento devem apenas utilizar produtos tradicionais,
preferencialmente testados previamente, para não correrem o risco de uma contaminação que, mesmo claramente não intencional, não evitará uma punição.
ATENÇÃO!
Recomenda-se usar produtos regulamentados pela ANVISA, pois garante
que o rótulo contém de fato, as informações do produto.
39
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
40
PROGRAMAS EDUCATIVOS E DE CONTROLE DO
COMITÊ PARALÍMPICO BRASILEIRO (CPB)
PROGRAMAS EDUCATIVOS
O Comitê Paralímpico Brasileiro realiza ações educativas à atletas, técnicos e dirigentes
em vários momentos. Essas ações aparecem tanto em competições como em semanas de
treinamento e a distância. Algumas das nossas propostas são:
•
•
•
•
•
Site do Comitê Paralímpico Brasileiro, com um espaço específico para o departamento Antidoping;
Lista de bolso com as Proibições atualizadas;
Livreto com informações sobre Controle, Lista de Proibições, Formulários de Isenção de Uso Terapêutico;
Programas educativos em competições- Jogos;
Palestras educativas em competições e fases de treinamento;
PROGRAMA DE CONTROLE
Você encontrará aqui um sumário elaborado pelo Departamento Antidoping do CPB,
que tem por objetivo proteger os direitos fundamentais dos atletas de participar de um
esporte livre de doping através de um programa de detecção efetivo. Este segmento é
composto por cinco partes: seleção, notificação, toma da amostra, análise da amostra e
controle de resultados.
Seleção
Você pode ser selecionado para controle de doping em qualquer tempo ou em qualquer
lugar, antes ou depois de uma competição.
Notificação
No caso de um escolta ou um oficial de doping (DCO) fizer a você uma notificação do
controle de doping, você deve:
• Identificar-se;
• Assinar o formulário de controle de doping, assegurando-se que você está disposto a ceder uma amostra biológica.
Tomada da amostra
Durante este processo, que pode ser relativo à urina ou à urina e sangue, você tem deve:
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
41
•
•
•
•
•
•
•
•
Ter um representante presente, se disponível;
Ter uma opção de escolha nos recipientes selados de toma de amostra;
Ceder uma amostra a um DCO do mesmo sexo, com a vista não obstruída;
Permanecer em controle de sua amostra até a mesma ser selada em um frasco
especial inviolável. A amostra deve permanecer à vista do DCO o tempo todo;
Selecionar um conjunto de frascos selados A e B;
Dividir sua amostra entre os frascos selecionados, segundo a orientação do DCO,
e selar os mesmos;
Assegura-se que o código da amostra esteja escrito corretamente no formulário
de controle;
Se você der uma amostra insuficiente, você terá que dar uma amostra adicional.
O DCO verificará a acidez (pH) e a concentração (GS) de sua amostra para assegurar-se
de que a mesma pode ser analisada. Se uma ou ambas destas medidas não forem adequadas, você será solicitado a repetir a coleta de urina.
•
•
•
As medicações prescritas, não prescritas, vitaminas, minerais e suplementos devem ser declarados;
Você tem o direito de fazer comentários, se apropriado;
Assegurar-se que o formulário está preenchido corretamente e assinado por todos
os participantes.
Análise da amostra
•
•
•
Todas as amostras de urina devem ser enviadas por um correio seguro a em laboratório devidamente credenciado pela Agência Mundial Antidoping (AMA);
O laboratório fará a analise do conteúdo do frasco A de sua urina para a presença
de substâncias ou métodos proibidos;
A maior parte das organizações esportivas adota a lista de substâncias proibidas
da AMA. Entretanto, alguns esportes podem ter uma variação desta lista.
Será sempre sua obrigação assegurar-se de que você está devidamente informado das
substâncias proibidas em seu esporte, tanto fora de competição como em competição.
Controle de resultados
•
Os resultados serão enviados à autoridade do jogo, com uma cópia a AMA e à sua
Federação Internacional.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
42
Resumo de Procedimentos
1- Urinar no Frasco
Coletor - 75ml
2- Distribuição da Urina
nos Frascos A e B
3- Fechamento dos Frascos
e Colocação na Caixa
4- Arquivamento da
Amostra B
5- Análise da Amostra A
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
43
Alguns procedimentos no esporte Paralímpico tem especificidades:
Atletas com deficiência visual
•
•
•
•
•
Atletas com deficiência visual devem ser acompanhados em todos os momentos
durante a sessão de coleta da amostra por um representante de sua preferência;
O representante do atleta pode assinar o Formulário de Controle de Doping ou
Formulário Complementar Relatório em nome do atleta;
O atleta deve sempre que possível ter a oportunidade de inspecionar todo e qualquer equipamento de tomada de amostra pelo toque. E para conferência de número de amostra, ele pode pedir auxílio ao seu representante;
Para as partes do protocolo em que a inspeção visual é necessária (por exemplo,
número de código de exemplo), o representante do atleta deve ser oferecida a
oportunidade de inspecionar o kit de coleta de amostra;
Para testes fora de competição, na residência do atleta, é recomendável que o
oficial só entre nas instalações se o seu representante estiver presente.
Atletas com deficiência intelectual
•
Um atleta com deficiência intelectual deve ser acompanhado em todos os momentos durante a sessão de coleta de amostra por um representante do atleta, de
preferência de escolha do atleta.
Atletas com sistemas de drenagem
Atletas que estão usando a coleta de urina ou sistemas de drenagem devem, quando possível, escolher um dos seguintes meios para a prestação de suas amostras:
•
Se cateter de permanência ou de drenagem preservativo é usado, o atleta deve
idealmente descartar o saco de recolha em uso e anexar um saco de novo, não
usado para o cateter. A urina recolhida neste novo saco vai ser drenado para o
vaso de recolha como a amostra a ser processada;
•
Se a substituição / desligar o saco já em uso, é difícil devido ao tipo de cateter
utilizado, o saco existente deve ser totalmente esvaziado, e uma amostra fresca
recolhidos no saco. A urina fresca recolhidos no saco vai ser drenado para o vaso
de recolha como a amostra a ser processada;
•
A amostra também pode ser levado diretamente através do cateter dentro do vaso
de coleta. O atleta ou atendente, sob a instrução do atleta, pode temporariamente
apertar do cateter para o saco perna.
Como é o caso com todos os procedimentos de coleta de amostra, o processo de cateterismo vai ser testemunhado. A bolsa coletora deve ser drenado e substituído (se possível)
logo após a notificação prática. Usando o conteúdo do saco de recolha de amostra antes
da notificação não é uma amostra aceitáve
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
44
RESULTADO ANALÍTICO ADVERSO
•
•
•
Analise da amostra – ‘A‘ – resultado analítico adverso (positivo);
Suspensão provisória - imediata de qualquer competição;
Analise da amostra -‘B‘ – confirma o resultado analítico adverso (positivo)- Caso
Solicitado Análise.
SANÇÕES
•
•
•
Desqualificação dos resultados individuais obtidos naquele evento – perda de
medalhas, pontos ou prêmios;
Primeira violação: Meses a Dois (2) anos;
Segunda violação: Inelegibilidade perpétua.
OS DIREITOS E AS RESPONSABILIDADES DOS ATLETAS
Direitos dos atletas
Os direitos dos atletas são os seguintes:
•
•
•
•
•
•
•
•
Verificar as credenciais do DCO para um determinado controle;
Ser notificado por escrito de sua seleção;
Ser corretamente informado sobre as consequências em caso de recusa;
Ser informado sobre o correto andamento do teste;
Com o consentimento do DCO, mas acompanhado por um escolta, você pode:
a) receber o prêmio, se necessário
b) fazer o relaxamento;
c) receber atenção médica;
d) atender compromissos com a imprensa;
e) competir em outros eventos no mesmo dia.
Selecionar os equipamentos que serão usados;
Ser observado por alguém do mesmo sexo ao dar a amostra;
Receber uma cópia assinada de todos os documentos.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
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Responsabilidades dos atletas
As responsabilidades dos atletas são as seguintes:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
É de responsabilidade de cada atleta assegurar que nenhuma substância proibida entre em seu corpo. Atletas são responsáveis por toda substância proibida
ou seu Metabolismo ou seus Marcadores encontrados em seus fluidos corporais.
Portanto, não é preciso que seja demonstrada intenção, culpa, negligencia ou
consciência do uso por parte do atleta para que se estabeleça uma violação da
regra antidoping.
Conhecer as normas de seu Comitê Paralímpico, do IPC e de seu esporte.
Informar ao seu médico pessoal ou farmacêutico de que você é um atleta e está
sujeito a controle de doping;
Consultar o seu Comitê Paralímpico com antecedência se você necessitar usar
alguma medicação proibida para tratamento médico, usando os formulários adequados pata tanto, antes de ser autorizado a usar esta substância;
Manter uma lista atualizada de todos os medicamentos, suplementos ou produtos herbáceos que você está tomando para declará-los em caso de um teste de
doping;
Ser cuidadoso ao ingerir suplementos alimentares (vitaminas, sais minerais ou
aminoácidos) ou produtos herbáceos, uma vez que estes podem conter substâncias proibidas;
Levar uma identificação com fotografia para apresentar ao DCO em caso de um
controle;
Numa competição, em um treinamento ou em casa, sempre permanecer à vista
do DCO ou do escolta desde a notificação até a fase de conclusão da toma da
amostra;
Hidratar-se com bebidas não alcoólicas devidamente fechadas;
Estar preparado para iniciar o processo de toma da amostra tão logo seja notificado;
Permanecer no controle de sua amostra até que a mesma seja devidamente selada;
Assegurar-se de que toda a documentação é corretamente assinada e de que você
recebeu a sua cópia.
O IPC encoraja os países a estabelecer sua própria lista de drogas permitidas com
seus nomes comerciais, uma vez que uma mesma marca pode ser utilizada em
diferentes países em medicamentos com diferentes composições. Todavia, isto
não dá autoridade aos países de sobrepor as determinações da WADA a respeito
das Substâncias que são Proibidas;
O único uso legítimo de drogas no esporte é sob a supervisão de um médico para
um motivo clínico justificável e quando não entra em conflito com o Código;
Se uma substância da Lista Proibida é usado para fins terapêuticos durante uma
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
46
•
•
•
Competição, o Atleta deve buscar imediatamente uma possível isenção do IPC
IUT ou na ausência de tal isenção, desistir da competição;
Se um Atleta, segundo o Diretor Médico do IPC, corre risco de causar danos à sua
saúde ou à saúde de outros, ao continuar a competir, então após consultar com o
Comitê Paralímpico Nacional (CPN) do atleta, pode-se pedir ao Atleta que desista
da Competição;
A única possibilidade de Isenção para Uso de uma Substância da Lista Proibida
por um Atleta é o processo de IUT;
Os Comitês Organizadores devem garantir que qualquer material promocional
distribuído aos Participantes seja livre de contaminação por substancias da Lista
proibida. Da mesma forma, farmácias nas Competições devem assegurar que os
medicamentos prescritos para Participantes que estão na Lista proibida estejam
claramente identificados como tal.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
BIBLIOGRAFIA
Aquino Neto, F.R. O papel do atleta na Sociedade e o controle de dopagem no esporte.
Ver. Bras. Med. Esporte 7 (4):134-48, 2001.
Bento, R.M.A.; Damasceno, L.M.P.; Aquio Neto, F.R. Recombinant human erythropoietin
in sports: a review. Rev. Bras. Med. Esporte 9 (3):181-190, 2003.
DEF - Dicionário de Especialidades Farmacêuticas. Jornal Brasileiro de Medicina, 32ª.
edição. Editora de Publicações Científicas Ltda. Rio de Janeiro, 2003/2004.
De Rose, E. H. A Medicina do Esporte através dos tempos. In: Oliveira, M.A.B e Nobrega, A.C.L. (Editores) Tópicos Especiais em Medicina do Esporte. Editora Atheneu. São
Paulo, 2003.
De Rose, E.H. e Nóbrega, A.C.L. O doping na atividade esportiva. In: Pace Lasmar, N.,
Camanho, G.L. e Pace Lasmar, R.C.
(Editor es) Medicina do Esporte. Editora Revinter. Rio de Janeiro, 2002.
Enciclopédia de Produtos Farmacêuticos Millennium (CD) Versão 3.3.146 Centralx Medical Technology Group. São Paulo, 2003.
De Rose, E.H.; Feder, M.G.; Bento, R.M.A.; Aquino Neto, F. R. Informações sobre o uso
de medicamentos no esporte, 4ª. edição. COB. Rio de Janeiro, 2003.
IPC – Anti-Doping – CODE – Bonn, Germany, Janeiro, 2004.
Martins da Costa, A.; Atividade física e esportes para portadores de deficiência física. In:
Lazer, atividades físicas e esportivas para portadores de deficiência, SESI-DN: Ministério
do Esporte e Turismo, Brasília,2001.
Nóbrega, A.C.L.; De Rose, E.H. O Doping na Atividade Esportiva. In: Lasmar N. (editor)
Medicina do Esporte. Editora Rio de Janeiro, 2002.
Pagnani, A.; Manual Pratico de Controle Antidoping. In: Confederacao Brasileira de Culturismo e Musculação / INDESP/Ministerio do Esporte e Turismo. São Paulo, 2000.
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Vital, R.; Programa de Controle Antidoping Paraolímpico – Revista Toque a Toque –
Abradecar – Ano X – n. 42 – agosto, 2000.
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WADA. Athlete’s guide to the doping control program. WADA. Montreal, 2003
WADA. The World Anti-Doping Code (version 3.0). WADA. Montreal, 2003.
Vital, R. e De Rose, E.H. Informações Sobre o Teste de Doping e o Uso de Medicamentos
no Esporte Paraolímpico. – 1ª edição. Comitê Paraolímpico Brasileiro. Brasília, 2004.
Site - Associação Brasileira de Estudo e Combate ao Doping - http://antidoping.com.br/
main/historia.php - Acessando 15/02/2010 - 16 horas .
Site – Comitê Paraolímpico Internacional - http://www.paralympic.org/Anti_Doping/
Sanctioned_Athletes/
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
49
ANEXOS
ISENÇÕES DE USO TERAPÊUTICO (IUTs) - Formulário de Aplicação
Favor completar todos os campos com letra de forma e em caixa alta
1. Informações do atleta
Último nome: ……………....….............. Demais Nomes: …………………........................................
Feminino
Masculino
Data de Nascimento (d/m/a): ………......…...….....…….....
Endereço: ……............……................................................................................................................
Cidade: .......................................................... País: ................................... CEP: .............................
Tel.: ………………………….…….....…..…… E-mail: ……………………...........………………........…
(com código internacional)
Modalidade: .................................................. Prova/Categoria: ........................................................
Clube/UF: ……….............……………………….......................................………………………………
Se é atleta com deficiência, indicar qual e sua classe: .....................................................................
2. Informações médicas
Diagnóstico com informações médicas suficientes (vide nota 1):
............................................................................................................................................................
.....................................................................................……………………..........................................
.........................................................................................................................................................
Se um medicamento permitido pode ser usado para tratamento da condição médica, providenciar
uma justificativa clínica para requerimento de uso da medicação proibida.
............................................................................................................................................................
.....................................................................................……………………..........................................
............................................................................................................................................................
3. Especificações medicamentosas
Substância(s) proibida(s):
Nome genérico
1.
2.
3.
Dose
Rotina
Freqüência
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
50
Duração do tratamento:
(Favor marcar o espaço apropriado)
somente uma vez
data ...../...../............
emergência
ou duração (semanal/mensal): ....................................................
Já enviou algum formulário de IUT:
sim
não
Para qual substância? .....................................................................................................
Para quem? ............................................ Quando? .......................................................
Decisão:
Aprovado
Não aprovado
4. Declaração do profissional médico
Eu certifico que o tratamento acima mencionado é apropriado medicalmente e que o uso de medicação alternativa não prevista na lista proibida seria insatisfatório para essa condição.
Nome: …………………………………………………………………………………………………………
Especialidade: ……………………………………………………………………………………………..…
Endereço: ……………………………………………………………………………………………….….…
Telefone: ………………………………………………………………. Fax: ………………………….…..
E-mail: ................................................................................................................................................
Assinatura do profissional médico: .................................................................. Data:.........................
5. Declaração do atleta
Eu, …………………………………………………………………………………., certifico que as informações contidas no primeiro quadro são verossímeis e que estou requisitando aprovação para
fazer uso de uma Substância ou Método contidos na lista de proibição da WADA (Agência Mundial
Antidoping). Eu autorizo o repasse das informações médicas pessoais à Organização Antidoping
(ADO) assim como para os oficiais da WADA, para o TUEC (Comitê de Isenção de Uso Terapêutico) da WADA e para outras ADOs que estiverem previstas no Código. Eu entendo que se eu
desejar revogar os direitos dessas organizações para obter minhas informações de saúde em meu
favor, devo acionar meu profissional médico e a ADO que me representa para registrar tal fato.
Assinatura do atleta: .................................................................................... Data: ..........................
Assinatura do pai/responsável legal: ........................................................... Data: ..........................
(se o atleta for menor de idade ou sua deficiência o impeça de assinar este formulário, o pai ou responsável
legal deverá assinar com ou em nome dele).
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
51
6. Nota
Nota 1
Diagóstico A prova que confirma o diagnóstico deve ser anexada a este formulário.
A prova médica deve incluir um histórico medico compreensível e os resultados
de todos os exames relevantes, investigações laboratoriais e estudos de imagens.
Cópias dos relatórios ou cartas devem ser incluídas, se possível. A prova deve ser
a mais objetiva possível em circunstâncias clínicas e no caso de condições não
aparentes, opinião médica de suporte independente irá auxiliar nesta solicitação.
Formulários incompletos serão devolvidos e deverão ser enviados novamente.
Favor enviar o formulário preenchido para o ADO e manter uma cópia em seus arquivos.
O requerimento deve incluir um histórico medico compreensível e os resultados de todos os exames, investigações laboratoriais e estudos de imagens relevantes para o requerimento.
Os requerimentos mínimos para o arquivo médico ser usado no processo de IUT nos casos de
asma e suas variantes devem ser preenchidos por completo.
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
52
EXEMPLO DE PREENCHIMENTO DE FORMULÁRIO
ISENÇÕES DE USO TERAPÊUTICO (IUTs) - Formulário de Aplicação
Favor completar todos os campos com letra de forma e em caixa alta
1. Informações do atleta
Último nome: DA SILVA
Feminino
Demais Nomes: JOSÉ…..........………………........................................
Masculino
X
Data de Nascimento (d/m/a): 19/03/1983…...........…….....
Endereço: RUA JOSÉ BONIFÁCIO, Nº 25.........................................................................................
Cidade: SÃO JOSÉ DOS CAMPOS................................ País: BRASIL............ CEP: 05402-000
Tel.: +55 012 5555-0000……….….....… E-mail: [email protected]......................
(com código internacional)
Modalidade: NATAÇÃO.................... Prova/Categoria: 100 LIVRE S8..............................................
Clube/UF: NATAÇÃO PARADESPORTIVA / SP......................................………………………………
Se é atleta com deficiência, indicar qual e sua classe: S8................................................................
..............
2. Informações médicas
Diagnóstico com informações médicas suficientes (vide nota 1):
PACIENTE PORTADOR DA PATOLOGIA DIABÉTES TIPO 2 INSULINO DEPENDENTE, COM
FALÊNCIA NO TRATAMENTO ANTIDIABÉTICO ORAL. .................................................................
Se um medicamento permitido pode ser usado para tratamento da condição médica, providenciar
uma justificativa clínica para requerimento de uso da medicação proibida.
APRESENTA EXAMES LABORATORIAIS, RECEITAS E EXAMES COMPROVATIVOS DE NECESSIDADE E POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO DO MESMO. ..............................................
.................................................................................................................................................. ........
...........................................................................................................................................................
3. Especificações medicamentosas
Substância(s) proibida(s):
Nome genérico
1.INSULINA NDH
2.
3.
Dose
25UI
W Rotina
SUBCUTÂNEA
Freqüência
1 VEZ AO DIA
MANUAL ANTIDOPING DO ESPORTE PARALÍMPICO
53
Duração do tratamento:
(Favor marcar o espaço apropriado)
somente uma vez
data ...../...../............
emergência
ou duração (semanal/mensal): CONTÍNUA..................................
Já enviou algum formulário de IUT:
sim
não X
Para qual substância? .....................................................................................................
Para quem? ............................................ Quando? .......................................................
Decisão:
Aprovado
Não aprovado
4. Declaração do profissional médico
Eu certifico que o tratamento acima mencionado é apropriado medicalmente e que o uso de medicação alternativa não prevista na lista proibida seria insatisfatório para essa condição.
Nome: JOÃO SILVIRA ………………………………………………………………………………………
Especialidade: CLÍNICO GERAL …...…………………………………………………………………...…
Endereço: RUA MARIA ANA, Nº 15………………………………………………………………………...
Telefone: +55 012 5555-0505………………………………………... Fax: +55 012 5555-0505......…..
(com código internacional)
E-mail: [email protected]................................................................................................
Assinatura do profissional médico: .................................................................. Data:20/02/2012.......
5. Declaração do atleta
Eu, JOSÉ DA SILVA ....................................................................……., certifico que as informações
contidas no primeiro quadro são verossímeis e que estou requisitando aprovação para fazer uso de
uma Substância ou Método contidos na lista de proibição da WADA (Agência Mundial Antidoping).
Eu autorizo o repasse das informações médicas pessoais à Organização Antidoping (ADO) assim
como para os oficiais da WADA, para o TUEC (Comitê de Isenção de Uso Terapêutico) da WADA
e para outras ADOs que estiverem previstas no Código. Eu entendo que se eu desejar revogar os
direitos dessas organizações para obter minhas informações de saúde em meu favor, devo acionar
meu profissional médico e a ADO que me representa para registrar tal fato.
Assinatura do atleta: .................................................................................... Data: 20/02/2012.........
Assinatura do pai/responsável legal: ........................................................... Data: ..........................
(se o atleta for menor de idade ou sua deficiência o impeça de assinar este formulário, o pai ou responsável
legal deverá assinar com ou em nome dele).
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6. Nota
Nota 1
Diagóstico A prova que confirma o diagnóstico deve ser anexada a este formulário.
A prova médica deve incluir um histórico medico compreensível e os resultados
de todos os exames relevantes, investigações laboratoriais e estudos de imagens.
Cópias dos relatórios ou cartas devem ser incluídas, se possível. A prova deve ser
a mais objetiva possível em circunstâncias clínicas e no caso de condições não
aparentes, opinião médica de suporte independente irá auxiliar nesta solicitação.
Formulários incompletos serão devolvidos e deverão ser enviados novamente.
Favor enviar o formulário preenchido para o ADO e manter uma cópia em seus arquivos.
O requerimento deve incluir um histórico medico compreensível e os resultados de todos os exames, investigações laboratoriais e estudos de imagens relevantes para o requerimento.
Os requerimentos mínimos para o arquivo médico ser usado no processo de IUT nos casos de
asma e suas variantes devem ser preenchidos por completo.