a reinvenção permanente

Transcrição

a reinvenção permanente
n ova s f r o n t e i r a s
a reinvenção
permanente
guatemala obra rodoviária
marca a estreia no país
defesa o cotidiano de quem
trabalha pela soberania
Soluções
em toda parte
Melhorar a qualidade de vida das pessoas, onde quer que
estejam, é um dos objetivos da Organização Odebrecht.
Para isso, suas equipes se multiplicam em 20 países de quatro
continentes. Levam tecnologias e disposição para atender
demandas complexas num mundo em constante transformação.
Novas soluções são desenvolvidas, a todo momento, para
vencer os novos desafios e apoiar países e regiões na busca
do que mais almejam: vida digna e prosperidade.
E D I T O R I A L
A cApAcidAde
de Se reiNveNtAr
É
um movimento contínuo e
em constante reinvenção. A
internacionalização e a diversificação
de negócios da Odebrecht, iniciadas
na década de 1970, renovam-se
permanentemente para acompanhar
as transformações do mundo.
Atender clientes planeta afora
é uma missão que não admite
anacronismos. É uma jornada que
requer olhos no horizonte, mesmo
que, como sempre, dependa-se do
legado das gerações anteriores para
que ela dê os frutos esperados.
O processo, dinâmico, segue
sempre em frente, porém planejado
e realizado com a cautela que
a experiência ensina e com a
maturidade de quem quer dar passos
certeiros, pois disso dependerá
a completa satisfação daqueles
– comunidades e países – que
precisam de serviços eficazes para
crescer.
Nesta edição, você será
apresentado a novas oportunidades
de negócios da Organização
Odebrecht, surgidas, com frequência,
em ambientes nos quais suas
equipes atuavam, tradicionalmente,
apenas em prestação de serviços de
infraestrutura. Seja como prestadora
2
de serviços ou produtora de bens,
seja como investidora, como parceira
de joint ventures ou como empresa
concessionária, a Odebrecht
desenvolve hoje, em nações de quatro
continentes, novas formas de atuar,
que lhe possibilitam se renovar como
organização empresarial destinada a
servir – e, assim, fortalecer-se para
servir ainda melhor.
É um novo cenário, no qual os
princípios explicitados na tecnologia
empresarial Odebrecht (teO)
continuam sendo a base para a
relação com clientes, comunidades
e parceiros, que, agora, recebem,
como você verá nas reportagens
desta edição, os aportes dos novos
tempos, com suas diferentes e
desafiadoras demandas, as quais só
poderão ser devidamente atendidas
por aqueles que entenderem que é
crucial se reinventar todos os dias,
de modo que o passar do tempo, em
vez de obstáculo, seja o maior e mais
decisivo aliado.
reinventar-se, entretanto, algumas
vezes significa empreender uma
retirada em busca de novos caminhos.
É o caso de Odebrecht Informa, que
deixa de circular, temporariamente, a
partir desta edição. ]
Fred Chalub
π Fábio rodrigues no Laboratório do Banco Óptico do míssil A-dArter, na sede da Mectron
Odebrecht informa
3
d e s t a q u e s
capa
Integrante da Biocom em laboratório na
sede da empresa, em Cacuso, Angola.
Foto de Juca Varella.
aNGOla
28
06
Novas Fronteiras
Processo de internacionalização e diversificação de
negócios da Odebrecht, iniciado no fim da década
de 1970, é dinâmico e experimenta, na atualidade,
acentuado fortalecimento
Biocom, indústria de bioenergia que incorpora
tecnologia de ponta nos processos agrícolas,
representa a oportunidade de carreira para a
população da região de Cacuso
Guatemala
15
Em seu primeiro projeto no país, Odebrecht executa a
duplicação e ampliação da Rodovia Centro Americana 2,
pela qual circula a maior parte do PIB nacional
4
12
44
RepÚBlIca DOmINIcaNa
Termelétrica Punta Catalina, em construção na
província de Baní, contribuirá de maneira decisiva
para o fortalecimento e a diversificação da matriz
energética dominicana
DeFeSa
Fabricante de mísseis e radares, a Mectron,
empresa criada em 1991 e integrada à
Organização em 2011, tem, nos testes de
campo realizados por suas equipes, desafios
de alta complexidade
GeNte
eNtRevISta
38
24
Conheça um pouco das ideias e das paixões de Natalie
Dowsley, Saulo Rezende, Elias Lages e Rodney Carvalho
20
50
eNGeNHaRIa
INDuStRIal
Miguel Peres, Diretor-Superintendente Internacional da
Odebrecht Ambiental, fala do processo de chegada da
empresa ao exterior
Uma história iniciada na década
de 1980, no Brasil, apresenta hoje
resultados em vários países, com
destaque para aportes nos quais se
sobressai uma expertise diferenciada
aRGumeNtO
FuNDaÇÃO ODeBRecHt
Dois integrantes de projetos
desenvolvidos no Baixo Sul da Bahia
compartilham suas experiências
de trabalho e de vida no Programa
Jovem Construtor América Latina
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Marcelo Arantes analisa o movimento de
internacionalização da Braskem e salienta a importância
da prática da Tecnologia Empresarial Odebrecht para o
alcance dos objetivos esperados
Odebrecht informa
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C A P A
N o v a s
F r o n t e i r a s
π Biocom: primeira indústria de bioenergia de Angola, país em que a Odebrecht está presente desde 1984
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Juca Varella
FRONteIRaS que
Se expaNDem
PROCESSO DE INTERNACIONALIzAçãO E
DIVERSIFICAçãO DE NEgóCIOS DA ODEBREChT
ExPERIMENTA ACENTUADO FORTALECIMENTO
Odebrecht informa
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F r o n t e i r a s
Johan Ordanez- AFP
N o v a s
π rodovia centro Americana 2, na Guatemala: atuação da Odebrecht amplia-se na América Latina
Novas formas de trabalhar em lugares onde já se estava há muito tempo, mas também novos lugares
e os desafios inerentes às estreias. No conjunto de reportagens que começa na página ao lado, você
conhecerá exemplos das novas fronteiras internacionais e de negócios da Organização Odebrecht.
Na República Dominicana, a Termelétrica Punta Catalina é o primeiro projeto da Organização no
país que envolve engenharia industrial. Angola vê nascer, com a Biocom, uma indústria moderna
e automatizada, dotada de tecnologia de ponta em processos agrícolas, sua primeira no setor de
bioenergia. Na atuação das equipes da Odebrecht Defesa e Tecnologia reside um dos ícones do
constante dinamismo do processo de diversificação da Odebrecht, representado, nesse caso, por
um trabalho diretamente relacionado à soberania nacional brasileira. Na Guatemala, a nação mais
populosa da América Central, a atuação da Odebrecht começou há menos de dois anos. Lá, as equipes
constroem a Rodovia Centro Americana 2. É um novo ambiente para a Organização, que fortalece
sua tradicional presença na América Latina. Histórias que falam do apreço pelo novo e do desejo de
manter-se em sintonia com os novos tempos e suas exigências. Acima de tudo, relatos sobre decisões e
realizações de pessoas desejosas de aprender, crescer e servir unidas em uma organização empresarial
que, desde sua origem, tem compromisso permanente com a construção do futuro.
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o time de houston
EqUIPE ESPECIALIzADA PRESTA SERVIçOS DE PROCUREMENT
EM APOIO AOS DIVERSOS NEgóCIOS DA ORgANIzAçãO
texto Patrick Cruz | Foto André Valentim
Os planos de atuação fora do Brasil entraram na
pauta da Organização na década de 1970, mas talvez nem o mais visionário de seus protagonistas
pudesse antecipar a profundidade desse processo de internacionalização - uma cultura hoje tão
arraigada na Odebrecht que lhe permite a realização de iniciativas até surpreendentes, como injetar sotaque argentino em uma base de operações
de engenharia industrial em Houston, no estado
norte-americano do texas. Sim, há um pouco (ou
um tanto) de Odebrecht Argentina na presença da
Organização nos estados Unidos.
esse reforço dado pelos argentinos começou a ser desenhado em junho de 2013, quando a
Odebrecht engenharia industrial decidiu instalar
uma unidade de apoio estratégico a seus projetos:
a Odebrecht procurement center (Opc). Houston
foi a cidade escolhida por ser um centro mundial
da indústria de petróleo e gás, setor que tem relação direta com os projetos de engenharia industrial, com os quais a Opc atua. O objetivo é,
no futuro, a prestação de serviços de procurement
também para outras empresas da Organização,
com a maximização de possíveis sinergias entre os
diversos Negócios.
“A adaptação tem sido muito boa, mesmo com
o desafio de organizar a nova vida em um país com
normas e processos bem diferentes dos que estamos habituados”, diz ricardo Unzner, diretor de
procurement. Unzner mudou-se, com a família,
da Argentina para os estados Unidos, para assumir as novas funções. Naquele primeiro momento, mudaram-se também os argentinos Fernando
rodríguez e Juan Manuel Baya. Logo depois, o time foi reforçado pelos compatriotas emmanuel
contreras e ezequiel Adamo.
A equipe da Opc trabalha como uma espécie
de central de abastecimento dos projetos e busca
aproveitar o máximo de sinergia para a sua relação
com os fornecedores. essa equipe trabalha para os
contratos e em alinhamento com eles. cuida das
requisições de materiais, compras e abastecimento daqueles itens previamente acordados com os
contratos. Os integrantes argentinos são maioria
na equipe porque já possuíam experiência específica em procurement, perfil adequado para a internacionalização e disponibilidade para assumir o
desafio nos Estados Unidos. Hoje, a equipe é formada por 14 pessoas – e ainda há planos de reforçar o grupo, à medida que os contratos assim
o requeiram. com a experiência já acumulada por
terem formado o time de estreia da nova operação,
os profissionais argentinos são importantes não
apenas por seu pioneirismo, mas também pelo papel de orientadores que devem assumir em breve.
“estamos pensando em como capacitar e integrar pessoas nos diferentes países com os quais
vamos trabalhar”, diz Unzner. A ideia é expatriar
esses profissionais por curtos períodos de tempo e prepará-los para trabalhar em sintonia com a
equipe da Opc baseada em Houston.
todos os membros da Opc estão capacitados
para as atividades de compra e gestão dos pedidos de equipamentos e materiais que chegam dos
projetos. essa tarefa inclui negociação de preços e
controle de demanda para evitar que peças e máquinas faltem ou cheguem em excesso aos canteiros de obra.
Um time jovem
O time é jovem: a média de idade é de 32 anos.
Mesmo com as diferenças culturais que existem
entre Argentina e estados Unidos, o trabalho de
apoio à engenharia industrial mudou pouco desde a criação da Opc. “tenho orgulho de estar aqui
não porque pretendo deixar uma ‘marca argentina’
nas operações da companhia nos estados Unidos,
mas por causa do desafio que é fazer parte de uma
equipe que está abrindo uma nova frente de trabalho na Organização”, diz emmanuel contreras.
ricardo Unzner acredita que ele, seus compatriotas e os demais integrantes da equipe têm
Odebrecht informa
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N o v a s
F r o n t e i r a s
conseguido deixar uma identidade própria na operação. “implementamos com êxito um método de
trabalho que une os benefícios de uma administração descentralizada por projetos aos da centralização do contato com os fornecedores”, diz ele. É
o princípio da descentralização, um dos pilares da
tecnologia empresarial Odebrecht (teO) combinada com o trabalho de uma equipe que concentra
o relacionamento com as empresas que fornecem
materiais e equipamentos.
A atuação da Opc não se restringe aos
estados Unidos. O primeiro projeto executivo de que a Opc participou foi a construção do
poliduto pascuales-cuenca, no equador. O contrato, no valor de US$ 369 milhões, era complexo, e os técnicos tiveram que quebrar a cabeça
para manter a engenharia industrial abastecida: o
terminal pascuales, o ponto inicial do poliduto,
fica na região de Guaiaquil, ao nível do mar. A partir dali, são 210 km de tubos de aço até cuenca, na
cordilheira dos Andes. pelos dutos passarão gasolina, diesel e gás liquefeito de petróleo.
Novos desafios já se avizinham para os argentinos e seus colegas da Opc. em 2015, eles atuarão,
por exemplo, no apoio à construção do Gasoduto
Sul peruano. O projeto é grandioso em suas cifras
e em seus desafios logísticos. Orçado em cerca
de US$ 4 bilhões, o gasoduto se estenderá pelos
mais de 1.000 km entre a cidade de cusco, nos
Andes, e o porto de ilo, na região de Moquegua.
“certamente nos trará mais um grande aprendizado”, diz Unzner. e a lição, ele e seus colegas argentinos passarão adiante. ]
π ricardo Uzner: capacitação e integração de pessoas
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π poliduto pascuales-cuenca, no equador: primeiro projeto executivo com a participação da Opc
Acervo Odebrecht
Odebrecht informa
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N o v a s
F r o n t e i r a s
produzindo crescimento
TERMELéTRICA PUNTA CATALINA, PRIMEIRA OBRA DA ODEBREChT
NA REPúBLICA DOMINICANA qUE ENVOLVE ENgENhARIA
INDUSTRIAL, gARANTIRá ENERgIA MAIS BARATA PARA O PAíS
texto Cláudio Lovato Filho | Foto Erika Santelices - AFP
π emanuel Ximenes (à esquerda) e david carvalho Neto no canteiro de obras da termelétrica, na província de peravia: atendimento aos mais rigorosos padrões
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O capixaba José Luiz Rocha olha com fisionomia compenetrada para as águas azuis do Mar
do caribe, na costa da província dominicana de
peravia, próximo ao ponto em que o rio catalina
tem sua foz. ele tem 27 anos de Odebrecht, é
encarregado de portos e trabalha hoje nas obras da
central termelétrica punta catalina, que incluem a
construção de um terminal marítimo. A seriedade
está estampada no rosto, mas as palavras revelam
grande otimismo, e elas são convincentes, não apenas pelo tom e conteúdo, mas porque vêm embaladas na convicção de quem é dono de um currículo
exemplar: “Temos enfrentado desafios com a cravação das tubulações, mas está tudo certo”. diante
da pergunta sobre o cronograma dos serviços, evidencia-se um traço bastante conhecido no veterano
encarregado: o bom humor. “Opa! Nunca atrasei a
entrega de uma obra. Aliás, sempre antecipei! Não
vai ser diferente aqui!”
São palavras que o presidente da república
dominicana, danilo Medina, gostaria muito de ouvir. Não que ele já não tenha recebido essa garantia
da equipe responsável pela obra, em execução pela Odebrecht, a italiana technimont e a dominicana estrella, parceiras do país na busca pelo alcance
de seu maior objetivo relacionado ao crescimento:
a produção de energia. A república dominicana
tem um déficit energético que gira em torno de
US$ 1.2 bilhão por ano. “São destinados 15% do
orçamento do país ao pagamento desse déficit”, diz Marco cruz, diretor-Superintendente da
Odebrecht na república dominicana.
A decisão de construir uma usina termelétrica a carvão foi tomada com base na relação custo /
benefício para o país, que não produz gás nem outros tipos de combustível. O carvão é um insumo
de preço relativamente baixo, o que possibilitará a
geração de energia de baixo custo. A decisão do uso
do carvão também resultou da certeza de que as
empresas responsáveis pelo empreendimento utilizariam o que existe de mais avançado no mundo
em termos tecnológicos. “das caldeiras às turbinas
e aos geradores, estamos trazendo para a república
dominicana aquilo que há de mais moderno e ambientalmente recomendável para a execução de usinas termelétricas a carvão”, salienta Marco cruz.
relacionados a procedimentos ambientais
“Este projeto muda o país”
As obras foram iniciadas em dezembro de 2013 e
estarão concluídas em 2017. O contrato é do tipo
epc (engenharia, procura e construção) green
field, ou seja, executado a partir do zero absoluto. A capacidade de geração será de 720 MW,
Odebrecht informa
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F r o n t e i r a s
em duas unidades de 360 MW. O projeto inclui
55 km de linhas de transmissão, entre a usina
e a subestação, em Santo domingo, de maneira
que ocorra a integração ao sistema nacional de
geração. O terminal portuário, na própria área do
canteiro de obras, será formado por uma ponte
de 1.300 m de extensão e um píer de atracação
com 300 m, no qual os navios (provavelmente
vindos dos estados Unidos e da colômbia) descarregarão o carvão.
“Este projeto muda o país”, afirma David
carvalho Neto, diretor de contrato da Odebrecht.
“Haverá energia mais barata, com operação própria, feita pelo Governo, por meio da cdeee
[corporação de empresas elétricas estatais], o nosso cliente. Sinto-me pessoalmente recompensado,
pela certeza que tenho de que a energia termelétrica é o melhor caminho para o país e por estarmos
usando o melhor da tecnologia mundial, que atende
aos mais rigorosos padrões no que diz respeito aos
procedimentos ambientais”, ele acrescenta.
O avanço da obra, hoje, é de 12%. No momento,
aproximam-se do fim as obras pesadas de infraestrutura, como a terraplenagem da área de 1 milhão
de m2 na qual a usina está sendo construída. com
isso, vão tendo início os serviços de montagem industrial, que a Odebrecht realiza pela primeira vez
na república dominicana.
O visual da usina será condizente com sua
condição de maior obra que envolve engenharia
civil e industrial já realizada na história do país.
As caldeiras terão 72 m de altura, e a chaminé,
que será fabricada in loco, 160 m. Haverá 3 km
de tubulações, com estruturas de 2,5 m de diâmetro. A logística é um desafio complexo: todas
as peças virão, pré-fabricadas, de fora do país.
para fazê-las chegar ao canteiro será colocada em
prática uma estratégia multimodal, com prioridade para o modal marítimo.
Um dos destaques tecnológicos e metodológicos
da obra será a utilização de um sistema de descarga sem correia a céu aberto, com o transporte do
carvão ocorrendo de forma confinada, para evitar a
dispersão do pó na atmosfera. Os cuidados relacionados ao solo também são especiais, por causa de
seu alto potencial de liquefação, que produz instabilidade. Mas não é só isso. “estamos em zona de
terremotos, furacões e tsunamis”, informa emanuel
Magno Brito Ximenes, da Odebrecht, responsável
por engenharia. “isso nos levou a realizar aqui um
amplo estudo de solo e correntes marítimas, que
está sendo devidamente documentado e que será
um dos legados da obra para o país”, ele ressalta.
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A preparação das equipes
Os legados serão muitos, em vários aspectos.
provavelmente, o mais importante deles esteja relacionado a instrutores e alunos juntos em
salas de aula em oficinas, em uma iniciativa de
capacitação chamada programa creer. No pico
da obra, que ocorrerá entre novembro de 2015 e
abril de 2016, haverá em torno de 7.500 pessoas
no canteiro. É um número que ajuda a entender
o porquê da necessidade de um amplo trabalho
de qualificação de profissionais para ofícios da
engenharia industrial. A existência desse tipo
de profissional é escassa no país.
O programa creer, desenvolvido com base no Programa de Qualificação Profissional
continuada Acreditar, vem tendo papel fundamental no enfrentamento desse desafio. “O
país dispõe de trabalhadores para obras civis,
como carpinteiros e pedreiros, mas possui poucos profissionais para projetos industriais, como soldadores”, diz pedro Leitão, Gerente de
pessoas e Organização. “e o nível de exigência
aqui será muito alto, de uma forma sem precedentes no país.”
em 9 de dezembro, a equipe de Odebrecht
Informa teve a oportunidade de acompanhar a
cerimônia de formatura de 184 pessoas no programa creer, realizada em Baní, principal cidade
da província de peravia. elas passaram por três
meses de curso, nos quais receberam orientações teóricas e práticas sobre os ofícios pelos
quais optaram.
“Os alunos têm muita força de vontade e
muito desejo de crescer”, destaca o alagoano
victor paulino, 25 anos, um dos três instrutores do Serviço Nacional de Aprendizagem
industrial (Senai) que atuam em punta catalina.
A instituição brasileira é encarregada de transferir conhecimento e tecnologia ao dominicano instituto Nacional de Formação técnicoProfissional (Infotep). “Os profissionais do Senai
baseiam sua atuação em critérios técnicos claros. Houve muita integração entre nós”, diz o
instrutor do infotep cristian pelaez, 41 anos,
nascido em Santo domingo.
Quem mais ganhou com isso foram os alunos, claro. “Foi uma experiência extraordinária.
Quero dar prosseguimento aos estudos”, garante Juan ernesto Guerrero, 35 anos, que se capacitou como caldeireiro. “estou feliz. Uma nova
porta se abriu”, diz Yesenia estefania Figuereo,
24 anos, que se formou como mecânica montadora industrial. ]
π cidade da Guatemala: capital do país mais populoso da América central
ancestral e moderno
ODEBREChT FAz SUA ESTREIA NA gUATEMALA, BERçO DA
CIVILIzAçãO MAIA E hOJE A MAIOR ECONOMIA DA AMéRICA CENTRAL
texto Bruno Galba | Foto Johan Ordanez - AFP
“para servirlo”, dizem os guatemaltecos sempre
que alguém agradece por algum trabalho realizado. A cultura do espírito de servir, manifestada
em uma expressão do cotidiano, evidencia-se na
atuação da Odebrecht na Guatemala. Nação mais
populosa da América central, com, aproximadamente, 15 milhões de habitantes distribuídos
em um território de 109 mil km2, a Guatemala
é o mais novo país a entrar no mapa de presença
internacional da Organização.
O projeto de estreia da Odebrecht na
Guatemala é a reabilitação e duplicação de 140
km dos 300 km da rodovia centro Americana 2
(cA-2), obra iniciada em junho de 2013. A estrada corta o sul do território guatemalteco, tendo papel fundamental na logística nacional. ela
atravessa a principal região produtiva do país,
que concentra grandes fazendas produtoras de
cana-de-açúcar, borracha e gado, facilita o escoamento de produtos importados que chegam
pelo porto Quetzal e serve como principal canal de comércio exterior entre a Guatemala,
o México e el Salvador. Segundo o Governo
Federal, pela cA-2 circula o equivalente a 65%
do piB do país.
Apesar de sua importância, a cA-2 tornou-se
uma rodovia saturada pelo desenvolvimento urbano. Atualmente, trafegam por ela, em média,
13 mil veículos por dia, a uma velocidade média
de 17 km/h. Ali ocorrem cerca de mil acidentes
por ano. “Ao chegar, avaliamos os projetos prioritários visualizados pelo Governo, e nos chamou
Odebrecht informa
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F r o n t e i r a s
π desafios técnicos: construção de 76 pontes faz parte do escopo de trabalho da Odebrecht no projeto
a atenção a cA-2, por sua importância estratégica para o país", explica Marcos Machado, diretorSuperintendente da Odebrecht na Guatemala.
“tomamos a iniciativa de consultar diversos líderes políticos e empresariais. Foi unânime a compreensão do projeto como essencial para a competitividade do país. Ficou claro que a obra não era
apenas objetivo de um governo, mas, sim, de interesse nacional”, acrescenta Marcos.
Culturas em sintonia
Obra conquistada, foco no trabalho. A realização
do projeto impõe grandes desafios técnicos, como
a construção de 76 pontes, e de produtividade, já
16
que é preciso conviver com o alto índice pluviométrico, entre 4 e 5 mil mm/ano, com maior intensidade de maio a outubro. Some-se a isso a necessidade de realizar todo o trabalho sem impedir
o livre trânsito de veículos na pista.
Hoje, trabalham na obra mais de 1.750 pessoas, com muita vontade de desenvolver-se e
ter uma profissão. A maioria trabalhava apenas seis meses por ano, durante a safra de cana-de-açúcar. ”Ao chegar a um país novo, temos a preocupação de transmitir nossa cultura,
fazê-los entender que cada um deve cuidar do
seu negócio, pois é dessa forma que a empresa
funciona”, afirma o diretor de contrato carlos
Tecnologia e produtividade
A obra da Rodovia Centro Americana (CA-2) foi organizada em três trechos de, aproximadamente, 45 km cada, onde operam simultaneamente 18
frentes de trabalho, com atividades de terraplenagem, construção de pontes e pavimentação. O concreto asfáltico utilizado na pavimentação está
sendo produzido em duas centrais industriais instaladas nas margens dos rios Nahualate e Ocosito, com capacidade para produzir até 130 t/hora.
Elas estão instaladas em locais estratégicos, para facilitar a logística e apoiar a produção das equipes de pavimentação.
Aproveitando a proximidade com as fazendas de borracha, a equipe da CA-2 desenvolveu um projeto que incorporou látex natural à fabricação
de emulsão asfáltica termoaderente. A ideia, além de produzir um material de melhor qualidade e aderência, diminuiu os custos de produção em
3,65% e estreitou a relação entre a empresa e os produtores locais.
A proatividade da Odebrecht também ajudou a mudar a maneira de fazer cimento da Guatemala. Após concluir que as estruturas de concreto no
país apresentavam baixa durabilidade, a equipe da obra sugeriu à Cementos Progreso – empresa líder na fabricação nacional – que utilizasse um
cimento de baixa reação álcali-agregado (fenômeno químico que pode causar expansões e fissuras, por exemplo), gerando um novo produto com
maior durabilidade e menos custo de produção. “Isso permitiu uma opção melhor de cimento não apenas para a CA-2, mas para o país”, afirma o
Diretor de Contrato Carlos Eduardo Rosa.
π pavimentação: mais qualidade, com custos menores
Odebrecht informa
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N o v a s
F r o n t e i r a s
π Marcos Machado: diálogo com líderes políticos
e empresariais
eduardo rosa. “Felizmente, a aceitação tem
sido excelente.”
exemplos dessa sintonia entre as culturas da
Guatemala e da Odebrecht podem ser encontrados
tanto entre os jovens quanto entre os mais experientes. O engenheiro mecânico Jaime escobar, com
mais de 20 anos de experiência em plantas de trituração, abandonou o trabalho de consultor técnico e toda sua carteira de clientes para ingressar na
Odebrecht. “Fiquei muito motivado com o desafio de
liderar grandes plantas industriais e pela possibilidade de crescimento na empresa. Além disso, é claro, pesou a possibilidade de escrever meu nome na
história do desenvolvimento do meu país, com esta
grande obra.” Jaime foi integrado como responsável
pelas plantas industriais de Asfalto.
A CULTURA DA EVOLUÇÃO
GUATEMALA VALORIZA O PASSADO PARA CRESCER COM SABEDORIA
CIDADE DA
GUATEMALA
L O C A L I Z A Ç Ã O
BERÇO DA
CIVILIZAÇÃO
MAIA,
a Guatemala tem alguns
dos mais fascinantes sítios
arqueológicos das Américas,
com pirâmides, templos, antigos
centros comerciais e residências,
além de um rico acervo de
esculturas desse período
PIB
US$ 50,3 bilhões
15 milhões
de habitantes
distribuídos em um território de
109 mil km 2
Montanhas e lagos vulcânicos
fazem parte das riquezas naturais que o país oferece
18
CRESCIMENTO ECONÔMICO MÉDIO
3,5 % ao ano
Espanhol
é o idioma oficial, mas há outras
22 línguas de
origem indígena
faladas por comunidades
residentes no interior do país
perla ruiz e Jacobo Ortiz, que estão entre os
21 Jovens parceiros do empreendimento, têm
grande expectativa em relação ao desenvolvimento de suas carreiras. “conhecendo agora a
empresa e as oportunidades que ela dá, me anima muito a possibilidade de um dia liderar um
grande projeto, seja aqui ou no exterior”, afirma
Jacobo. em contraponto, perla não se vê fora
do país, mas projeta voos igualmente altos. “eu
gostaria de chegar a uma função de liderança em
projetos sociais que realmente façam diferença
para a vida das pessoas. espero contribuir para
ver o meu país mudar”, salienta.
Relação de confiança
A satisfação no relacionamento entre a
Organização e o povo guatemalteco trafega em
via de mão dupla. O cliente, que mantém os
olhos rígidos na execução do contrato (no valor de US$ 384 milhões, um dos maiores investimentos já realizados no país em todos
os tempos), elogia o andamento do trabalho.
"A Odebrecht foi a empresa que apresentou a melhor infraestrutura física, técnica e
financeira entre todas as que já acompanhei.
A boa impressão é geral, entre nós e entre os
trabalhadores”, ressalta Jaime Laj, chefe da
Supervisão do Ministério de comunicações,
infraestrutura e Moradia, responsável por fiscalizar a obra. Segundo carlos eduardo rosa,
isso decorre da transparência da relação da
Odebrecht com o cliente. “ele tem a confiança
de que vamos entregar um produto diferenciado”, assinala.
Assim como em todos os países em que a
Odebrecht atua, o objetivo é chegar para ficar. “depois de termos conquistado o primeiro projeto e experimentado o que é a operação na Guatemala, esperamos estar aqui por
muito tempo, tendo a cA-2 como uma referência para novas conquistas”, observa Marcos
Machado. “estamos estudando novos projetos, públicos e por meio de parcerias público-privadas. No radar, estão novas estradas,
hidrelétricas, gasodutos e projetos de mobilidade urbana”, ele acrescenta. Um crescimento
com base no oferecimento de uma contribuição qualificada à Guatemala, para servirla. ]
Nasce uma associação
π integrante da associação em Nahualate: rompimento de paradigmas
Uma estrada recuperada e duplicada significa mais segurança, produtividade e oportunidades de negócio para o país.
Entretanto, outras “vias” de desenvolvimento estão sendo
desenhadas.
Uma delas é o projeto Calzados Nahualate, idealizado e
liderado pela Odebrecht e que oferece alternativa de geração
de trabalho e renda à comunidade que dá nome ao projeto.
Hoje, 18 moradores estão sendo capacitados para a produção
e comercialização de calçados, colocando-se, assim, em condições de romper o paradigma local: sobreviver de pequenos
trabalhos esporádicos. De início, o foco são as sandálias
artesanais, para atender à demanda local. Para mais adiante,
está prevista a produção de outros tipos de calçado, para
escolas e indústrias. Além de proporcionar capacitação técnica, a Odebrecht construirá a sede da associação e fornecerá
todos os equipamentos necessários.
“É uma grande oportunidade para mim e para meus companheiros, especialmente para nós mulheres, que, em geral, só
trabalhávamos como donas de casa”, diz Eugenia Garcia,
30 anos. “Estamos aqui para, com fé em Deus, nos tornarmos empresários. Não estamos apenas trabalhando, mas
aprendendo muito, principalmente porque aqui as pessoas
têm nos apoiado totalmente.”
Odebrecht informa
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N o v a s
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uma empresa do mundo
ANgOLA, ESTADOS UNIDOS, MéxICO, VENEzUELA: CRESCE A
PRESENçA INTERNACIONAL DA ODEBREChT ENgENhARIA INDUSTRIAL
texto Luiz Carlos Ramos
Os anos 1980 foram decisivos na Organização
para a formação da base daquilo que hoje é o
coração do trabalho da Odebrecht engenharia
industrial. A incorporação da técnica Nacional
de engenharia (tenenge), em 1986, foi o embrião para um novo ciclo de crescimento. A
empresa já apresentava extensa lista de grandes
obras, presença consolidada no segmento de
engenharia industrial no Brasil e enorme potencial para as missões que seriam assumidas
em seguida pela Organização Odebrecht.
“O processo de integração da tenenge à
Odebrecht foi gratificante, pois representava, para a Organização, um evolução dentro e
fora do Brasil”, diz Fausto Aquino, integrante da Organização há 35 anos, responsável
por pessoas e Organização na Odebrecht
engenharia industrial.
de 1986 a 1991, no chile, a tenenge, já incorporada à Organização Odebrecht, enfrentou seu primeiro grande desafio internacional
na área industrial: foram executados diversos
projetos industriais nesse período, nas áreas de
mineração, siderurgia, energia, petróleo e papel e celulose. entre os destaques estavam as
obras realizadas para a enap (empresa Nacional
de petróleo), como a construção de plataformas
fixas offshore em punta Arenas, no extremo sul
do continente americano, a execução do complexo industrial para beneficiamento de cobre de Quebrada Blanca, no norte do chile, na
cordilheira dos Andes, a 4.500 m de altitude,
e a construção de uma nova planta de produção de celulose para o cliente privado celulosa
Arauco y construcción, em carampague, na região de concepción.
Diversificação e transversalidade
em 1979, a Odebrecht dava início à construção da central Hidrelétrica charcani v, em
Arequipa, no peru, e ingressava nos setores de
petróleo e gás, criando a Odebrecht perfurações
20
Ltda. (OpL), e de petroquímica, por meio da
aquisição de um terço do capital da companhia
petroquímica camaçari (cpc), na Bahia. Novos
caminhos iam surgindo. No início dos anos
1990, a Odebrecht assumiu o controle acionário da poliolefinas e participou da ampliação da
central petroquímica do Sul (copesul), no polo
petroquímico de triunfo (rS).
Foram empreendimentos que colocaram a
Odebrecht a caminho da liderança em química
e petroquímica. O que se realizou nesses projetos foi agregado ao acervo de experiências e conhecimento do qual a Organização lançou mão
quando criou a Braskem, em 2002. A Odebrecht
engenharia industrial participou dessa transformação. Hoje a empresa dá sua contribuição para que o México concretize o sonho de
ver surgir o complexo petroquímico Braskem
idesa – etileno XXi, no estado de veracruz,
fruto de investimento da joint venture da
Braskem e a mexicana idesa.
O maior desafio, neste momento de intensificação do processo de saída da Odebrecht
engenharia industrial para o mundo, é a preparação e integração de pessoas. A internacionalização envolve circunstâncias cada vez mais
complexas, como a necessidade de formar uma
nova geração de pessoas com perfil de atuação
internacional e lideranças locais nos países de
atuação, planejar a formação de substitutos e
transferir conhecimento.
Desafios na América Latina
com isso em mente, os líderes da Odebrecht
engenharia industrial foram a campo. A
América Latina vem se configurando um ambiente de grandes oportunidades para a empresa. Na Argentina, está em andamento um
amplo projeto de ampliação de gasodutos, em
âmbito nacional, que envolve a instalação de
mais de 2.100 km de tubulações, além de 25
plantas compressoras. Um novo contrato torna
π Quebrada Blanca, no chile: complexo para beneficiamento de cobre teve papel de destaque no desenvolvimento da engenharia industrial na Odebrecht
Odebrecht informa
21
N o v a s
F r o n t e i r a s
realidade a ampliação dos gasodutos-tronco da
Argentina.
As equipes da empresa vão proporcionando o acúmulo de experiência e o compartilhamento de conhecimento. diego casarín,
engenheiro nascido em córdoba, 41 anos,
há sete na Odebrecht, trabalhou no oeste
da Argentina, nas obras da planta de potássio de río colorado, com o engenheiro brasileiro carlos Nascimento, que era diretor de
contrato. Hoje, casarín está no equador, como
Gerente de produção das estações terminais do
poliduto pascuales-cuenca, uma sequência de
210 km de dutos, cinco estações e o terminal
de La troncal. “Aprendi a me adaptar às mudanças”, afirma diego.
Nascimento, por sua vez, assumiu, no peru,
as funções de diretor de contrato do Gasoduto
Sul peruano, que atravessará 1.132 km para levar
gás das reservas de camisea, em Las Malvinas,
na planície Amazônica, passando pelos Andes e
pelas cidades de cusco e Arequipa, até chegar a
três portos do pacífico. ele destaca a aplicação,
na obra, do programa creer peru, que tem como
base o programa de Qualificação profissional
continuada Acreditar. “dos atuais 380 integrantes, vamos chegar a 7 mil”, ele informa.”
A Odebrecht lidera o consórcio com 75%, e a
π construção da refinaria de puerto La cruz, na venezuela: obra estratégica encomendada pela pdvSA
22
π Ampliação de gasodutos na Argentina: instalação de mais de 2.100 km de tubulações e de 25 plantas compressoras
enagás, da espanha, tem 25% para a concessão do gasoduto por 34 anos. A Odebrecht
engenharia industrial atua em sinergia com a
Odebrecht infraestrutura e com a Latinvest,
braço da Organização para investimentos na
América Latina.
A engenharia industrial está presente também na venezuela, onde concluiu a primeira
etapa das obras da refinaria de puerto La cruz
para a empresa estatal petroleo de venezuela
(pdvSA), e cuida da modernização da usina de
açúcar e álcool central Guanare, além da implantação de novas usinas de açúcar e álcool para a pdvSA Agrícola. próxima missão: o projeto
Gás Anaco, formado por centros para recoletar,
comprimir e transferir o gás produzido em cinco cidades venezuelanas. Na região da América
central e caribe, a central termelétrica punta
catalina (veja reportagem sobre a obra nesta
edição), garantirá mais 720 MW de energia elétrica à república dominicana.
Novos projetos estão sendo visualizados em
Angola e nos estados Unidos. Angola é um dos
maiores produtores de petróleo da África, mas
precisa de uma grande refinaria para ter gasolina e óleo diesel a preços mais acessíveis. As
equipes da Odebrecht engenharia industrial
estão prontas e motivadas para ajudar seus
clientes a alcançarem esses objetivos. ]
Odebrecht informa
23
e N T R e v i s T A
N o v a s
F r o n t e i r a s
O INícIO De uma NOva
e INteNSa jORNaDa
MIgUEL PERES, DS INTERNACIONAL DA ODEBREChT AMBIENTAL
texto Bruna Paulino | Foto Guilherme Afonso
“A oportunidade de continuar aprendendo é o que faz brilhar meus olhos”, diz Miguel Peres.
Há 31 anos na Organização, ele chega à Odebrecht Ambiental com o desafio de traduzir a
excelência na prestação de serviço e o compromisso com a melhoria da qualidade de vida do
Negócio em linguagem universal. O Diretor-Superintendente (DS) Internacional terá como
grande aliada sua própria experiência: Miguel viveu 28 anos no exterior, continuamente.
Trabalhou em países como Peru, Venezuela, Colômbia, México, Estados Unidos e Moçambique.
De volta ao Brasil, ele afirma: “Estou me adaptando novamente, mas trabalhar com o que tenho
experiência faz que eu me sinta em casa”.
24
π Considerando sua trajetória de 28 anos no exterior, para você, o que é mais desafiador quando se
vive fora do país de origem?
São muitos desafios. destaco alguns, como o idioma,
as particularidades da cultura local e a adaptação pessoal e familiar. Mas todos esses fatores, quando bem
trabalhados, levam ao conhecimento da idiossincrasia
e à integração à cultura local de
cada país.
π Quais aprendizados você destaca no tempo em que
viveu fora do Brasil? Qual país mais o marcou?
dois países foram muito marcantes nessa minha trajetória e, talvez, não por coincidência, o primeiro e o
último em que vivi. O peru foi marcante, não só por
ter sido a primeira experiência de expatriação, mas,
principalmente, pelos desafios profissionais e pessoais
que se apresentaram. era um período difícil para o
país, que enfrentava não só uma grave crise econômica,
mas também um momento delicado de ordem pública,
com atuações ainda muito fortes de movimentos guerrilheiros. No meio desse quadro, tive oportunidades
importantes de crescimento na minha carreira, e, ao
mesmo tempo, ocorreu uma adaptação familiar muito
boa. tão boa que minha esposa e eu decidimos que
dois de nossos três filhos nasceriam no país. A experiência mais recente, em Moçambique, foi também
marcante e a minha primeira no continente africano,
em um mercado que, guardadas as devidas proporções,
se assemelhava, em termos de desafios, às primeiras
experiências que tive no peru.
π Você assumiu o programa como DS Internacional
da Odebrecht Ambiental em agosto de 2014. Como
você vê esse desafio?
estar na Odebrecht Ambiental, um Negócio novo em
minha trajetória dentro da Organização, é altamente
motivador. Além de poder contar com forte time de
empresários-parceiros, há prospecções para a atuação
da empresa em países que já conheço bem, por ter
residido ou feito negócios. essa será uma jornada
intensa e, com certeza, recompensadora!
π Como você analisa a internacionalização dentro do
processo de crescimento da Odebrecht Ambiental?
Assim como ocorreu com a Odebrecht nos últimos
35 anos, a internacionalização da Odebrecht Ambiental
é um caminho natural de crescimento. A empresa
desenvolveu modelos de negócios de sucesso no Brasil,
e enxergamos oportunidades interessantes para replicação desses modelos em outros países.
π Nesse contexto, quais são os principais desafios
para a Odebrecht Ambiental, que é uma empresa
relativamente nova?
estamos em uma etapa de desenvolvimento de novos
negócios e temos o grande desafio de identificar oportunidades diferenciadas em cada mercado, por meio das quais
possamos aportar a experiência adquirida pela empresa
desde sua criação. Apesar de sua “juventude”, a empresa
acumulou, ao longo dos últimos anos, muitas experiências
que nos qualificam para desenvolver negócios diferenciados no Brasil e no exterior.
π Como sua experiência no desenvolvimento e
implantação de novos negócios no exterior agregará
ao processo de internacionalização da Odebrecht
Ambiental?
Meu principal papel é o de trabalhar com nossos
empresários-parceiros que atuam nos diferentes países
em que temos prospecções, sempre trabalhando a
pedagogia da presença, aportando o conhecimento
adquirido nos vários países pelos quais passei, coordenando os apoios necessários das áreas corporativas da
empresa e buscando catalisar positivamente as sinergias internas e externas.
“tEmOS O gRANDE DESAfIO DE
IDENtIfICAR OpORtUNIDADES
DIfERENCIADAS Em CADA
mERCADO”
π Quais as principais diferenças em se fazer
negócio no Brasil e no exterior, principalmente nos
segmentos de atuação da Odebrecht Ambiental
(Água e Esgoto, Resíduos e Utilities)?
É difícil generalizar, pois cada país traz seus próprios
desafios. Há mercados extremamente desenvolvidos,
como os estados Unidos, e outros ainda em etapa
inicial de institucionalização, no que diz respeito ao
nosso negócio, como é o caso de Angola. No Brasil,
temos modelos de negócio desenvolvidos e conhecimentos adquiridos que podem ser perfeitamente
adaptados a cada um dos mercados internacionais,
sempre tendo em conta as adequações à legislação
local e à necessidade das comunidades, clientes e
usuários-clientes beneficiados pelos nossos projetos.
esse é o nosso desafio.
Odebrecht informa
25
F r o n t e i r a s
Juca Varella
N o v a s
π Luanda, Angola: foco no país são os contratos de assistência técnica e treinamento
π A sinergia com outros Negócios ajuda na hora
de levar a Odebrecht Ambiental aos países em que
a Organização já atua? Como é feita essa troca de
conhecimento?
A sinergia com outros Negócios da Organização é
fundamental em nossa estratégia de internacionalização. Nossos mercados foram definidos em países
nos quais a Odebrecht já tem atuação consolidada. A
troca de conhecimento se dá, fundamentalmente, no
dia a dia, por meio da presença e atuação de nossos
empresários-parceiros.
π A Odebrecht Ambiental analisa oportunidades de
negócios em Angola, no méxico, nos Estados Unidos
e no peru. Como você vê essas possibilidades de
atuação?
cada mercado tem suas peculiaridades, mas já temos
oportunidades bem trabalhadas em cada um deles. em
Angola, estamos focados em contratos de prestação
de serviço de assistência técnica e treinamento. No
peru, além de oportunidades de sinergia com a Odebrecht infraestrutura, estamos desenvolvendo alguns
programas de gestão delegada de água e esgoto. No
México, temos oportunidades em concessões municipais de água e esgoto, e, no segmento de
Utilities, estamos com empresas como [a estatal
do setor de petróleo e gás] pemex e a Braskem. Nos
26
estados Unidos, estamos desenvolvendo uma iniciativa privada na área de água de reúso no texas e participando, em sinergia com a Odebrecht infraestrutura,
de um programa de água e esgoto no âmbito de uma
parceria público-privada na Flórida.
π Como a Odebrecht Ambiental pode reforçar o
compromisso com o desenvolvimento de integrantes
locais e com a melhoria da qualidade de vida nesses
países em que começa a atuar?
temos plena convicção de que o desenvolvimento de
integrantes locais é fundamental para nosso processo
de crescimento e integração à cultura de cada país.
estamos trabalhando desde já na identificação de
profissionais locais, aproveitando os programas que já
existem na Organização, como o Jovem parceiro,
para incorporar jovens com potencial para
crescimento. também estamos utilizando as redes de
conhecimento de pessoas que a empresa
desenvolveu ao longo dos anos de presença em cada
mercado. Nossos serviços são, por natureza,
dedicados à melhoria da qualidade de vida,
principalmente por meio da eficiência e qualidade do
tratamento e/ou reciclagem de água e esgoto,
atividades altamente relacionadas ao bem-estar
da população. É um segmento no qual é
prazeroso atuar. ]
O primeiro eBook da
TEO agora também
em espanhol!
Depois de ser lançada em português, a versão digital de Sobreviver,
Crescer e Perpetuar foi também disponibilizada no idioma espanhol.
Os livros escritos por Norberto Odebrecht já podem ser lidos em seu
computador, tablet ou smartphone. Para adquirir os eBooks da TEO, acesse:
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Odebrecht informa
27
N o v a s
F r o n t e i r a s
um projeto de novas energias
INDúSTRIA DE BIOENERgIA PIONEIRA NO PAíS, BIOCOM REPRESENTA A
PRIMEIRA OPORTUNIDADE DE TRABALhO PARA MUITOS ANgOLANOS
texto Guilherme Bourroul | Foto Juca Varella
π A Biocom, em cacuso, província de Malanje: parte do polo industrial de capanda
28
Odebrecht informa
29
N o v a s
F r o n t e i r a s
pelo rádio de sua caminhonete, virgílio Manuel dá
orientações a um colega angolano. “dênis, está na escuta? Acabo de passar na Fazenda 1 e tem um ponto desatrelado na rede de água. Leve dois integrantes
contigo e ajuste, por favor.”
virgílio lidera 51 pessoas (entre as quais seus dois
irmãos) que trabalham no turno A da área de irrigação
da Biocom em Angola. ele foi um dos primeiros angolanos a chegar ao projeto, há quase três anos, e os
poucos conhecimentos que tinha em irrigação havia
aprendido no curso técnico de agronomia. “Sabia noções básicas, mas toda a prática eu aprendi aqui.”
Muitos angolanos tiveram a primeira oportunidade profissional na Biocom. “Quando retornava para a
minha cidade natal, em vez de dar dinheiro a quem
precisava e me pedia, eu oferecia trabalho. A Biocom
recebe a pessoa mesmo que ela não tenha conhecimento técnico e a capacita. É uma grande escola”, destaca.
A Biocom compõe o polo Agroindustrial de
capanda, que tem como pano de fundo a intenção
do governo angolano de desenvolver a agricultura e
incrementar a economia local. para tanto, disponibilizou 400 mil hectares no norte do país, dos quais
37 mil terão cana-de-açúcar da Biocom, com possibilidade de expansão.
A primeira indústria de bioenergia
A 400 km de Luanda fica a cidade de Cacuso, onde está situada a Biocom, uma indústria moderna e
automatizada, dotada de tecnologia de ponta nos
π virgílio Manuel: “A Biocom é uma grande escola”
30
processos agrícolas, resultante de um investimento
que totaliza US$ 750 milhões. trata-se da primeira
indústria de bioenergia e um dos principais empreendimentos em Angola.
O pioneirismo tem seu preço. para atualizar a estrutura no país voltada à agricultura, a Biocom precisou criar, por exemplo, uma estação meteorológica
dentro da unidade, que capta diariamente informações de temperatura, vento e chuva. Outros serviços
indispensáveis para a realização da operação estão em
fase final de implantação, como a fábrica de calcário e
o laboratório de análise de solo.
Já em um estágio mais avançado de desenvolvimento está o sistema de mudas pré-brotadas (MpB),
método que acelera o desenvolvimento de novas variedades de cana. O trabalho é liderado no dia a dia
por Gabriela Hilário, que foi colega de classe de
virgílio no ensino médio focado em agronomia.
ela e sua equipe de 25 pessoas são responsáveis
pelo plantio diário de mais de 10 mil mudas. depois
de tanta prática, hoje Gabriela reconhece facilmente
as diferentes variedades de cana. “vejo a diferença pela folha, pela cor, pelo entrenó. elas têm características
próprias”, conta.
O trabalho consiste em experimentar essas novas
variedades, acompanhar o crescimento delas, multiplicá-las com rapidez e testá-las dentro do ambiente
de solo e clima do projeto. “temos uma curva de crescimento que indica a competição de cada variedade”,
diz Gabriela. Atualmente, 98% do censo varietal da
Biocom está concentrado em apenas cinco variedades
π Biocom terá 37 mil hectares de cana-de-açúcar
em escala comercial. Já estão em multiplicação 27 espécies novas sendo testadas em campo.
Gabriela sonha em ir ainda mais longe: “todo
mundo aqui está com vontade de aprender e crescer. pretendo continuar na Biocom e aumentar o
nível acadêmico, fazer faculdade de agronomia”,
projeta.
Capacitação
Sulfitação, caleação, decantação. José Kissambo Junior
tem na ponta da língua todo o processo industrial e
relata com precisão e orgulho o que acontece com a
cana, desde a chegada da matéria-prima até o ensaque
do açúcar. ele nunca havia ouvido falar nesses termos.
“tudo o que sei sobre indústria aprendi aqui. Sempre
trabalhei na área administrativa.”
ele foi um dos 317 angolanos que participaram do
programa de capacitação industrial desenvolvido pela Biocom em parceria com o Serviço Nacional de
Aprendizagem industrial (Senai) para a formação de
operadores industriais e profissionais de manutenção.
“A empresa está ajudando muito no desenvolvimento
da região, especialmente dos jovens. temos um trabalho que nos dá conhecimento e oportunidade de crescimento. Acredito que, nas próximas safras, poderei
reter mais e mais conhecimento”, afirma.
em um processo de transferência de conhecimento
e tecnologia, cada área da indústria tem um líder brasileiro e um líder angolano, que está sendo preparado
para assumir novas responsabilidades. Junior trabalha à frente da fábrica de açúcar. “Nos próximos anos,
surgirão novas indústrias em Angola, e estaremos
preparados para passar esse conhecimento adquirido”,
ele estima.
esperança da Silva foi outra aprovada nos cursos
do Senai. ela já trabalhava na área agrícola da Biocom,
mas viu que, com mais qualificação, novas oportunidades surgiriam. Foi o que a motivou a fazer o curso de analista de laboratório industrial. responsável
por realizar a análise das amostras provenientes da
fermentação, esperança relata: “vejo a porcentagem
de álcool, pH, produtividade, acidez. Agradeço muito
pela oportunidade que a Biocom tem me dado. Quero
me desenvolver muito ainda”.
O laboratório industrial conta hoje com 16 analistas, todos angolanos e capacitados pelo Senai, sob a
liderança de dois brasileiros que já tinham experiência
na área. “Quando temos dúvidas, eles sempre estão
disponíveis para nos orientar”, diz esperança.
“este projeto ajuda muita gente em Angola,
de muitas províncias diferentes”, destaca virgílio
Manuel. “Seria bom investir em outros projetos iguais,
porque o país cresce estruturalmente”, ele acrescenta.
Até poucos anos, cacuso não tinha agências bancárias. Hoje tem mais de cinco. “Nascemos com o propósito de contribuir e deixar um mundo melhor. Fico
feliz com a Biocom. Quem nascer amanhã, já nascerá
em um país mais avançado.” ]
Odebrecht informa
31
N o v a s
F r o n t e i r a s
é super e é nosso
REDE DE SUPERMERCADOS NOSSOSUPER gERA
TRABALhO E DESEMPENhA IMPORTANTE PAPEL
NO INCREMENTO DA PRODUçãO AgRíCOLA ANgOLANA
texto Guilherme Bourroul | Foto Kamene Traça
π Jaime Mendoza (à esquerda) e Aristides chicomo: investimento na capacitação
32
primeiro filho de uma família de oito irmãos,
Aristides chicomo iniciou sua trajetória no
nossosuper em fevereiro de 2008, como auxiliar administrativo. Foi sua primeira oportunidade de trabalho formal. em pouco tempo, tornou-se gerente de loja e, hoje, é o responsável
pela compra de equipamentos e pela montagem de lojas de toda a rede angolana de supermercados administrada pela Odebrecht Africa
Fund, que soma 34 lojas – 15 na capital Luanda
e 19 nas demais províncias do país.
“O crescimento veio de forma rápida e natural. O nossosuper foi pioneiro no varejo. então
pude crescer junto com ele. Sou um privilegiado. tenho orgulho de trabalhar aqui”, afirma
Aristides.
A rede é uma das principais geradoras de
oportunidades de trabalho em Angola. São
1,8 mil postos diretos, com 98% deles preenchidos por angolanos. Mais que gerar vagas, o nossosuper oferece possibilidades de
crescimento. todos os gerentes de lojas são
angolanos, e alguns gerentes regionais, também. Um dos irmãos de Aristides é gerente
da loja de Laúca, próxima ao Aproveitamento
Hidrelétrico de Laúca, em construção pela
Odebrecht. “Minha mãe é viúva. eu tinha que
sustentar sozinho meus sete irmãos e meus
três filhos. depois que indiquei meu irmão
para trabalhar no nossosuper, ele divide comigo as despesas familiares”, relata Aristides.
“Fico feliz por vê-lo se desenvolvendo em uma
empresa que investe e acredita nas pessoas”,
acrescenta. Aristides pretende indicar também
seus irmãos mais novos, conforme eles se qualificarem profissionalmente. “O nossosuper é
uma família. Só conseguimos mostrar o que sabemos quando temos oportunidade. Foi o que
aconteceu comigo”, afirma.
de acordo com Jaime Mendoza, diretor
comercial do nossosuper, o desafio da capacitação das pessoas é um dos maiores enfrentados. “Queremos dar muito embasamento para
que os angolanos assumam cargos estratégicos
e substituam os expatriados”, salienta.
Nesse sentido, a rede passou a utilizar, em 2013, o programa Jovem parceiro,
da Organização Odebrecht. Kitoco Bengui,
graduado em gestão de empresas, trabalha em
uma das lojas de Luanda e participou da primeira turma. “comecei pela matriz, percorri
todas as áreas. Agora estou passando pelos setores da loja. Sou encarregado pela mercearia”,
explica, com orgulho. “preciso conhecer bem
todos os processos, pois estou sendo formado
para ser gerente de loja”, complementa.
Compromisso com a produção local
Além da geração de oportunidades de trabalho,
a rede desempenha importante papel no incremento da produção agrícola do país. Segundo
Jaime Mendoza, estimular a “produção nacional” faz parte da estratégia de negócio da rede. “Atuamos em duas frentes: com pequenos
camponeses, que fornecem produtos às próprias províncias onde estão localizados, e com
fazendas maiores, que fornecem a maior parte
dos alimentos frescos”, diz. Os principais produtos fornecidos são folhagens, batata, cebola, tomate, berinjela, pepino, abóbora e banana,
entre outros. “Queremos mudar a realidade deles e fortalecer a economia local. Oferecemos
suporte técnico e tudo o mais que eles precisam”, acrescenta Mendoza.
Uma das lojas da rede, situada na cidade
de Ndalatando, é abastecida por agricultores
que integram o projeto de agricultura familiar
Kukula Ku Moxi. Desenvolvido pela Odebrecht
desde 2009, o programa congrega quase 800
agricultores de pequena escala que produzem
na região da província de Malanje. O leque de
produtos oferecidos pelo projeto ao nossosuper
Ndalatando é diversificado. Apenas em 2014,
18 itens foram comercializados.
Segundo Lauren pereira, responsável pelo programa Kukula Ku Moxi, cada agricultor
produz a partir de um kit de semente padrão,
o que os torna aptos a entregar ao nossosuper.
“considerando que o nossosuper é um cliente
que vai recomercializar o produto, fazemos um
controle de qualidade de apresentação estética
mais rígido no momento de atender ao seu pedido, comparado a esses clientes que são os refeitórios”, esclarece. cada produto é pesado na
própria comunidade, registrado e depois repassado aos clientes, que depositam os pagamentos em uma conta do Kukula Ku Moxi. Desse
valor, 10% é descontado para cobrir custos de
logística e assistência técnica.
Perspectivas
para 2015, o nossosuper tem metas ousadas.
Além de abrir mais oito lojas e ampliar outras existentes, a expectativa é inaugurar uma
padaria industrial que abasteça toda a rede.
“Será um ano muito desafiador. Queremos nos
Odebrecht informa
33
N o v a s
F r o n t e i r a s
π Nossosuper: estímulo à produção agrícola nacional é prioridade na estratégia negocial da rede
aproximar ainda mais dos consumidores e, para
isso, faremos lojas em locais que lhes permitam
estar inseridas nos bairros tradicionais”, antecipa Jaime Mendoza. A maioria das lojas será
em Luanda. Afinal, dos mais de 20 milhões de
pessoas que vivem em Angola, 8 milhões estão
na capital.
Outro foco de concentração do nossosuper
diz respeito aos produtos de marca própria.
Os consumidores terão à disposição alimentos
34
diversos, como artigos de charcutaria, leites e
massas, além de bebidas e produtos de venda a granel – entre eles, feijão, arroz, farinha
e açúcar, este como resultado da sinergia entre o nossosuper e a Biocom (veja reportagem
sobre a Biocom nesta edição). em uma área de
atuação nova para a Organização Odebrecht, a
rede de supermercados cresce comprometida
em oferecer alimento de qualidade ao povo angolano. ]
A R G U M e N T O
N o v a s
F r o n t e i r a s
A FOrçA QUe NOS MOve
M A R C e L O
"ALCANçAMOS RESULTADOS qUE
DEMONSTRAM NOSSO COMPROMETIMENTO
COM O PROCESSO DE FORTALECIMENTO DA TEO"
em 2010, oito anos depois de sua criação, a Braskem começou a dar os primeiros passos em direção à internacionalização.
em fevereiro daquele ano, anunciamos a aquisição dos ativos
de polipropileno da Sunoco chemicals, nos estados Unidos, e,
no ano seguinte, a incorporação das plantas da dow chemical,
fortalecendo a nossa presença também na europa.
As novas fronteiras permitiram a consolidação de uma empresa mais forte, mas essa trajetória não teria sido bem-sucedida sem a nossa principal base de crescimento: a tecnologia
empresarial Odebrecht (teO). Logo no início do processo,
buscamos entender a cultura de cada empresa incorporada e
percebemos que os conceitos da teO conquistariam os novos integrantes. Por ser baseada na confiança, que se consolida na descentralização e na delegação planejada, precisávamos
fortalecer a prática da parceria entre líder e liderado e da responsabilização dos empresários-parceiros, não somente pelos
resultados a serem gerados, mas pela formação de pessoas de
conhecimento em cada local.
Aprendemos, com nossa experiência, que é preciso
A R A N T e s
adotar constantemente ações de educação pelo trabalho e de
educação para o trabalho para que a teO seja disseminada
e as equipes se integrem à cultura local. em primeiro lugar, é
preciso que haja um processo contínuo de capacitação sobre a
nossa cultura, e, para reforçarmos o aprendizado no dia a dia,
que existam pessoas com experiência, aptas a dividir o seu
conhecimento. Além disso, é de extrema importância o desenvolvimento de integrantes locais, de maneira que tenham
oportunidades de assumir novos desafios e praticar o que foi
aprendido. Um exemplo dessa possibilidade foi a escolha de
um norte-americano para liderar nosso negócio na europa,
cargo assumido posteriormente por um indiano.
depois de quase cinco anos de internacionalização, alcançamos um conjunto de resultados tangíveis e intangíveis que
demonstram nosso comprometimento com o processo de fortalecimento da TEO. Nossos desafios, porém, não param. O
ano de 2015 será importante para a história da Braskem e ficará marcado pelo início da operação do projeto etileno XXi, o
maior investimento privado no México, realizado em parceria
com a idesa. Até o início das operações, vamos atrair e capacitar cerca de 700 integrantes, que atuarão diretamente no atendimento das necessidades dos nossos clientes. É um projeto
de grandes dimensões, em que, mais uma vez, olhamos para
o nosso principal bem, o ser humano, e apostamos nele para
continuar a escrever uma história de sucesso. ]
Marcelo Arantes é Responsável por Apoio ao Empresariamento (RAE) Pessoas e Organização,
Tecnologia da Informação e Suprimentos na Braskem
Odebrecht informa
35
C O M U N i D A D e
N o v a s
F r o n t e i r a s
apOIO paRa a RetOmaDa
PROgRAMA DE REABILITAçãO PROFISSIONAL Dá OPORTUNIDADE
PARA NOVOS COMEçOS NA TRAJETóRIA DE VIDA E TRABALhO
texto Thereza Martins | Foto Holanda Cavalcanti
dia 27 de janeiro de 2012. eram 4 horas da tarde de uma sexta-feira chuvosa quando edinaldo
Lima, ex-metalúrgico, hoje auxiliar de almoxarifado no consórcio corredor d. pedro i, em
itatiba (Sp), estava voltando do trabalho. Aquele
dia mudou sua vida.
“eu estava de moto e iria entrar em uma curva. Ao desviar de outra moto, derrapei e caí.
como teria prova na faculdade [de Automação
industrial], levantei e segui em frente, mas não
consegui concluir o teste, porque sentia muita
dor. Fui levado ao hospital, e os médicos constataram fraturas no joelho esquerdo. Fui operado,
fiquei 10 meses em tratamento, vivendo com o
auxílio que recebia da previdência Social.”
edinaldo tem 32 anos. trabalhou como metalúrgico desde os 14 anos, até o dia do acidente. Sem salário, não pôde mais pagar a mensalidade da faculdade, mas não entregou os pontos.
Matriculou-se em um curso técnico, gratuito e,
quando o consórcio corredor d. pedro i lançou o programa de reabilitação profissional, em
parceria com a agência do iNSS de itatiba, viu
surgir uma oportunidade para recomeçar. “eu tinha uma carreira como metalúrgico, que precisei
abandonar por não conseguir ficar em pé o dia
inteiro na linha de produção, mas a vida me deu
nova chance.”
De volta ao mercado de trabalho
“A parceria com o iNSS de itatiba resultou
em benefícios para todos os envolvidos”, afirma João roberto tavares, responsável por
pessoas e Organização no consórcio vinculado à
Odebrecht infraestrutura. “Sobretudo, ganharam
os próprios profissionais, com a possibilidade
de voltar à ativa.”
36
A iniciativa foi do consórcio, que procurou
a agência do iNSS em itatiba e propôs a parceria. Foram selecionados 20 beneficiários, entre
os 150 em condições de reabilitação profissional no município, e sete deles participaram da
primeira turma de treinamento. “Nosso objetivo
não é apenas cumprir a cota legal, mas plantar
uma semente que já está dando frutos”, afirma
João roberto. A demanda do consórcio é de 16
pessoas. Assim, novas turmas já estão sendo organizadas.
São pessoas que estão afastadas de seu antigo posto de trabalho por doença ou acidente. A
reinserção exige treinamento nas novas funções,
o que pode durar de 45 a 90 dias. Os sete participantes da primeira fase do programa, todos
eles da região de Itatiba, receberam certificado e
foram contratados pelo consórcio em diferentes
funções: são zeladores, auxiliares de serviços
gerais, motoristas, ajudantes de produção, auxiliares de laboratório de qualidade e auxiliares de
serviços gerais.
Segundo Fabíola Furegatti, gerente executiva
da agência do iNSS no município, um dos maiores méritos do programa de reabilitação profissional é devolver a autoestima aos participantes.
“eles se sentem produtivos novamente.”
essa é, também, a opinião de Andreia
Aparecida da costa, 41 anos, contratada como
zeladora pelo consórcio corredor d. pedro i.
“eu era gari em uma empresa de limpeza pública em itatiba, mas fui afastada do trabalho
após diagnóstico de artrose aguda.” A doença
não tem cura, mas a rotina na atual função é
outra, e Andreia está se saindo bem. “Agarrei
essa oportunidade como quem realiza um
sonho.” ]
π edinaldo Lima: “A vida me deu nova chance”
Odebrecht informa
37
G e N T e
N o v a s
F r o n t e i r a s
texto Eliana Simonetti
Arquivo Pessoal
VIAgEM
O prazer das
descobertas
de Bonito, no pantanal matogrossense, muita gente já ouviu
falar. O que Saulo carrijo rezende
descobriu em costa rica (MS), onde
trabalha como supervisor agrícola de
enfardamento de palha da Unidade da
Odebrecht Agroindustrial, instalada
na cidade, é outro paraíso que merece
uma visita. trata-se do parque
Natural Salto do Sucuriu, com uma
belíssima cachoeira e infraestrutura
para turismo ecológico. “para quem
gosta de rafting e de tirolesa, esse
parque é o que há”, diz Saulo. Aos
33 anos, solteiro, esse engenheiro
agrônomo, goiano de Mineiros,
está na Organização há cinco anos,
sempre na Odebrecht Agroindustrial.
“Quando descubro lugares assim,
encantadores, aproveito ao máximo”,
completa.
π Saulo com familiares: paixão pela natureza
FAMíLIA
Arquivo Pessoal
Cuidado e
transparência
π Natalie: influência dos pais
38
Natalie dowsley nasceu em recife (pe). Seu
pai, djalma, trabalha no iNSS, cuidando de
idosos. Sua mãe, edinar, é médica pediatra.
Natalie formou-se em psicologia. “talvez
por influência de meus pais, desenvolvi forte
preocupação com o bem-estar das pessoas”,
diz ela. Natalie é coordenadora de pessoas na
concessionária rota do Atlântico, onde atua
desde junho de 2012. Sua equipe conta com
duas pessoas e apoia as 175 que integram a
concessionária – cerca de 60% das quais são
mulheres. “passamos mais tempo no trabalho
que com a família. daí nossa preocupação
em desenvolver um ambiente corporativo
harmonioso e respeitoso, como temos em
nossas casas”, explica Natalie.
ESPORTE
CULTURA
Um apaixonado
pelas letras
Emoção até o último segundo
Aos 4 anos, Beatriz, a filha mais
velha de elias Lages e sua esposa,
danila, já escolhe os livros de
que gosta e as histórias que quer
ouvir. Miguel, de 1 ano, já vem se
acostumando ao mundo da fantasia.
Elias é um aficionado da leitura.
Na Organização, quando era líder
do projeto rota dos coqueiros, em
2012, implantou o via escola, para a
formação continuada de professores
e a implantação de bibliotecas em
escolas. Um episódio de que ele
não se esquece: na inauguração da
biblioteca da escola José rodovalho,
em Jaboatão dos Guararapes,
recebeu um livro feito com escritos
das crianças. Atualmente, elias é
diretor de investimento e diretor
presidente da concessionária rota
do Atlântico, que executa o projeto
renovando Nossa escola, com visão
de longo prazo. “Vamos ficar 30 anos
por aqui, e gostaria que as crianças
que hoje têm 5 anos estivessem
bem preparadas para integrar nossa
equipe daqui a duas décadas”, afirma.
Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal
O carioca rodney carvalho está na Odebrecht há 32 anos. Hoje trabalha
no peru, onde é diretor da Área de Gasodutos da Odebrecht Latinvest,
atuando como diretor-presidente do Gasoducto Sur peruano. rodney é
apaixonado pelo basquete da NBA (the National Basketball Association),
liga de times masculinos dos estados Unidos. Fã ardoroso do denver
Nuggets, tem o Miami Heat como seu segundo time, e, quando possível,
vai à American Airlines Arena, construída pela Odebrecht, casa do
Miami Heat. pela tv ou ao vivo, assiste a todas as 82 rodadas do
campeonato. Além disso, há mais de sete anos vai aos jogos das estrelas
(All Star Games), que se realizam em fevereiro, em diferentes cidades
norte-americanas. “No basquete é assim: a disparidade entre os times é
pequena, e, faltando dois segundos para terminar o jogo, você ainda não
sabe quem vai ganhar, o que é sempre emocionante.”
π rodney: o basquete no coração
π Elias: aficionado da leitura
Odebrecht informa
39
N o v a s
F r o n t e i r a s
imersão no conhecimento
TRANSFERêNCIA DE TECNOLOgIA é O PONTO CENTRAL DO PROJETO
PROSUB-EBN, qUE TORNARá POSSíVEL A CONSTRUçãO DO PRIMEIRO
SUBMARINO BRASILEIRO COM PROPULSãO NUCLEAR
Arquivo da Marinha
texto João Marcondes
π Natalie: influência dos pais
π Submarino convencional em construção pela icN em itaguaí: previsão de conclusão para 2017
40
Nos anos 1980, o Brasil tentou implantar uma
indústria de submarinos. cléber Siqueira, então com 25 anos, era um promissor oficial da
Marinha. engenheiro Naval, realizou um complemento de estudos na Universidade de São paulo
(USP). Em um fim de semana de treinamento no
rio de Janeiro, desceu a escotilha de um submarino pela primeira vez na vida. era uma visita ao
tonelero, de fabricação inglesa.
A primeira sensação foi de confinamento. O
corredor tinha menos de 1 m de largura (70 cm), e
a cama não chegava a meio metro do chão. era um
beliche. Ao olhar para o alto, o nariz encostava na
cama superior. No corredor exíguo, outro tripulante deitava em uma maca suspensa pelos colegas
e encaixada em um batente. O ar tinha cheiro de
óleo de cozinha e diesel. entrar naquele ambiente
claustrofóbico provocou uma decisão de vida para cléber: desde então, sua trajetória foi permeada
pelo sonho de participar da construção do primeiro submarino nuclear brasileiro.
Hoje, aos 54 anos, cléber é diretor Operacional
da itaguaí construções Navais (icN). A empresa,
controlada pela Odebrecht defesa e tecnologia
Odebrecht informa
41
N o v a s
F r o n t e i r a s
(Odt), é responsável pela construção de quatro submarinos convencionais (modelo francês
Scorpène) e do primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro. "poder um dia entrar nesse
submarino seria a coroação de uma carreira", destaca Siqueira.
construir um submarino de propulsão nuclear
é um salto gigantesco. coisa para um clube restrito: estados Unidos, rússia, inglaterra, França e
China. Para o Brasil, significa o controle absoluto
sobre a sua "Amazônia Azul", uma área marítima
de 3,5 milhões de km2, caminho de 95% das exportações e importações brasileiras, das atividades
pesqueiras e da exploração de recursos biológicos
e minerais (95% do petróleo nacional).
do ponto de vista da soberania nacional, esse
controle representa a capacidade de dissuasão de
ameaças estrangeiras. Não é demais lembrar: foi
um submarino nuclear, enviado pela primeiraministra Margaret thatcher, que decidiu a Guerra
das Malvinas em favor dos ingleses. Até então, a
esquadra argentina levava vantagem.
por isso, existe o programa de desenvolvimento
de Submarinos (prosub), idealizado pela Marinha
do Brasil. A icN, sediada em itaguaí (rJ), é uma
Sociedade de Propósito Específico (SPE) entre a
Odebrecht e a dcNS, empresa francesa com mais
π Ufem: local de montagem das embarcações com material vindo da França
de 350 anos de tradição na construção naval. O
ponto central desse projeto é a transferência de
tecnologia.
Além dos submarinos, o prosub inclui a construção de um complexo de infraestrutura, que engloba o estaleiro e a Base Naval (eBN) e a Unidade
de Fabricação de estruturas Metálicas (Ufem,
já pronta, onde são montadas as embarcações
com material vindo da França), obras a cargo da
Odebrecht infraestrutura – Brasil.
π cléber Siqueira: “coroação da carreira”
42
Autonomia e discrição
por que é tão importante ter um submarino de propulsão nuclear? Justamente por sua
Arquivo da Marinha
capacidade de autonomia e discrição (não ser
detectado). Os submarinos convencionais, movidos por uma combinação de energia elétrica e
óleo diesel, precisam emergir praticamente todo
o mês, para resgate de ar e recarga de baterias. O
de propulsão nuclear pode ficar seis meses debaixo da água. Ou até mais. ele é maior, mais
rápido, vai mais fundo e é quase invisível. O ar é
tratado ali dentro mesmo. "O único limite desse
submarino é o psicológico da tripulação", explica Siqueira.
O desenvolvimento da indústria de defesa,
no entanto, não se resume à estratégia militar.
"É nesse setor que se dá o domínio estratégico
do conhecimento", explica André Amaro, Líder
empresarial da Odt. "O desenvolvimento dessa
indústria, aqui no Brasil, possibilita a preservação de nossos melhores cérebros e a produtiva
vinda de estrangeiros", acrescenta. André salienta: "temos que ser os designers, criadores
de ideias, e não apenas integradores de tecnologia alheia". Nesse aspecto, o Brasil poderá se
tornar exportador de tecnologia de defesa para
a região.
O primeiro submarino construído no prosub
pela ICN ficará pronto no segundo semestre de
2017. O nome deverá ser riachuelo, homenagem à batalha de mesmo nome na Guerra do
paraguai. O de propulsão nuclear possivelmente estará concluído entre 2023 e 2025. Até lá, o
processo de transferência de expertise da dcNS
para a indústria nacional terá sido completo.
"Os submarinos convencionais já trazem tecnologia dos nucleares. Sua construção é uma
etapa para se chegar ao nuclear", comenta o
presidente da icN, o engenheiro naval pascal
Le roy, francês nascido na Bretanha, terra com
forte tradição na formação de trabalhadores do
mar. "Hoje estamos consolidando uma identidade aqui na icN, uma empresa que mistura o melhor destas culturas, a do Brasil e a da
França", ele diz.
A transferência de tecnologia é feita por meio
de um modelo de gestão de conhecimento. "A
metodologia da dcNS é acompanhada, registrada e multiplicada passo a passo. Algo parecido com as comunidades de conhecimento da
Odebrecht, só que, aqui, restrito ao âmbito da
icN, por causa do sigilo que envolve esse projeto", explica o diretor-Administrativo carlos
Alberto Oliveira.
Treinamento na França
cerca de 150 pessoas foram à França, para treinamento – de engenheiros a soldadores, como patrícia Leme da Silva, 34 anos, moradora
do bairro de campo Grande, na Zona Oeste do
Rio de Janeiro. Sozinha, com uma filha para criar,
ela trabalhou de garçonete e vendedora, até fazer o curso de soldadora no Serviço Nacional
de Aprendizagem industrial (Senai). ingressou
na icN e viajou duas vezes para a região da
Normandia. Além de desenvolver a técnica, visitou paris e museus. "Foco, detalhismo e habilidade manual são características que me ajudam
nesse trabalho", diz patrícia. "Hoje sou guardiã e
multiplicadora desse conhecimento", afirma. ]
Odebrecht informa
43
N o v a s
F r o n t e i r a s
trabalho de alta precisão
CRIADA EM 1991, A MECTRON, EMPRESA DA ODEBREChT
DEFESA E TECNOLOgIA PRODUz MíSSEIS E RADARES
texto Luiz Carlos Ramos | Foto Fred Chalub
π O míssil MAA-1 piranha: campanha de lançamento envolveu testes em canoas (rS)
44
Os gritos que ecoam de um hangar da base da Força
Aérea Brasileira (FAB) em canoas, na região metropolitana de porto Alegre, transmitem a sensação de uma
sequência de gols. Lá dentro, porém, percebe-se a
única semelhança entre esse barulho e o do futebol: a
alegria pela vitória, após longa luta. essa euforia, quase no fim de 2014, é da celebração do sucesso de mais
uma ação da equipe de testes de mísseis de defesa desenvolvidos para a FAB. Os alvos foram atingidos com
precisão. Missão cumprida.
Militares e civis abraçam-se. eles fazem parte da
mesma equipe, na campanha de lançamento de 10
mísseis de terceira geração MAA-1A piranha, na qual
também foram utilizados aviões e modernos equipamentos. A 1.100 km de canoas, as comemorações
são compartilhadas por engenheiros e técnicos da
Mectron, empresa da Odebrecht defesa e tecnologia
(Odt), no polo de tecnologia Aeroespacial de São
José dos campos (Sp), local de fabricação dos mísseis.
“É um extenso e cuidadoso trabalho de equipe, em
que ninguém pode errar”, conta o engenheiro carlos
Alberto de paiva carvalho, da Mectron, que produz
mísseis e radares. Na fábrica de São José dos campos
e em testes em bases aéreas, ele checa detalhes e vibra
com as conquistas. “O momento de testar o produto
é decisivo para deixá-lo em condições de uso e entregá-lo ao cliente, a FAB. Antes, cada componente é
testado, na fábrica”, explica à Odebrecht Informa, após
voltar de canoas.
A Mectron foi criada em 1991, por cinco engenheiros recém-formados pelo instituto tecnológico de
Aeronáutica (itA), em São José dos campos. A empresa evoluiu, completou 20 anos em 2011, época em
que a Odebrecht defesa e tecnologia (Odt) assumiu
seu controle acionário. Quatro fundadores permaneceram após a aquisição da Mectron, e hoje trabalham
em programas na própria empresa e na Odt.
Decolando para Canoas
Manhã de 2 de novembro, domingo. O avião da FAB
decola do Aeroporto de São José dos campos levando
a equipe da Mectron à Base Aérea de canoas, para os
testes do MAA-1. previsão: duas semanas de exercícios.
O voo de duas horas para o rio Grande do Sul
permite a carlos Alberto trocar ideias com o engenheiro Michael José Fonseca dos Santos, paulista de
São José dos campos, Líder na Área de engenharia
da Mectron, responsável pela equipe e pela campanha
de lançamento. diante de seu laptop, Michael revê
os passos anteriores, os testes desse lote de mísseis
na Base Aérea de Santa cruz, no rio de Janeiro, em
agosto, até chegar à projeção para o final. “Tudo certo”,
diz Michael. eles conversam também sobre os avanços dos países produtores de mísseis. O Brasil, hoje, é
uma dessas nações.
em canoas, os 10 mísseis MAA-1A piranha estão
sendo montados. A FAB equipa seus aviões com esses
π A partir da esquerda, Michael dos Santos, paulo rogério pereira, paulo Morais, Felipe Fonseca, Wesley Barros, Julio
césar Lage e Júlio Florêncio: equipe coesa e motivada para operações que exigem absoluta exatidão
Odebrecht informa
45
N o v a s
F r o n t e i r a s
mísseis para patrulhar o território e as fronteiras do
Brasil.
As duas semanas de testes são agitadas, tensas. Às
vezes, até meia-noite, sem tempo para o lazer. Além
de carlos Alberto e Michael, a equipe da Mectron
é formada por Julio césar Lage, paulo rogério
Aparecido pereira, Wesley Mendes da Silva Barros,
paulo Alves de Morais, Felipe do Amaral Fonseca (o
gerente do programa) e Júlio Florêncio, o Julinho, de
Guaratinguetá (Sp), ex-sargento da FAB, 16 anos
de Mectron. ele testou outros mísseis em três bases, além de canoas: Santa cruz, no rio, Barreira do
inferno, em Natal, e Serra do cachimbo, no pará. “O
piranha faz parte da história”, ele analisa. O avião dos
testes é o AMX.
Balanço de Michael ao terminar a missão de
canoas, em 15 de novembro: “tivemos 14 decolagens,
10 lançamentos com sucesso, sendo atingido o alvo
idealizado. É hora de voltar a São José dos campos”.
Os gritos da equipe a cada alvo atingido parecem
compreensíveis, ao estilo do futebol. cada alvo, uma
conquista.
Avanço da internacionalização
Na prática, os modernos mísseis ar-ar, usados a partir de um avião contra outro, não são simples ogivas
ocas disparadas a esmo pelo piloto. A tecnologia criou
MAA-1A
PIRANHA
SEU DESENVOLVIMENTO É
FRUTO DA MODERNIZAÇÃO DOS
MÍSSEIS DE CAÇAS DA FAB
motores propulsores de velocidade supersônica e uma
calota dianteira com “cérebro” de observação do alvo
para correção do rumo, o que amplia o índice de precisão. A evolução garante a detecção da radiação infravermelha do alvo – saída da turbina do avião inimigo ou do aquecimento cinético da estrutura –, e isso
possibilita o disparo preciso. Os explosivos ficam na
área central do míssil.
O piranha, de terceira geração, é parte da modernização dos mísseis dos caças da FAB, mas a Mectron
produz outras versões inovadoras, como o MAA-1B,
de quarta geração, o A-darter, de quinta geração, e o
radar Scp-01, de tecnologia italiana, multifuncional
para aviões AMX. para o exército, há o míssil superfície-superfície MSS-1.2, para agir no solo contra tanques.
O A-darter, ou Agile darter, é um projeto que
envolve, desde 2007, a brasileira Mectron e a
sulafricana denel Aerospace, para garantir novos
mísseis à FAB e à South African Air Force. Após
testes na África do Sul, com a participação de
Michael Fonseca e equipe da Mectron, o modelo
está em fabricação. O A-darter será integrado aos
caças F-5 e aos futuros aviões suecos Gripen da
FAB. Darter é o nome inglês de um pássaro conhecido no Brasil como anhanga ou carará. É ágil no
voo e sabe mergulhar na água.
Cabides de fixação (3)
Cabeça-de-guerra
Canards
Motor-foguete
Espoleta de
proximidade
Seção de controle
e guiamento
46
Empenas
Além do Piranha, de terceira geração, a
Mectron produz outras versões inovadoras,
como o MAA-1B, de quarta geração, e o
A-Darter, de quinta geração. Para o Exército,
há o míssil superfície-superfície MSS-1.2,
para agir no solo contra tanques.
π O missíl MAA-1 piranha: campanha de lançamento envolveu testes em canoas (rS)
Uma história que tem o ITA em sua origem
O engenheiro carlos Alberto de paiva carvalho fala, nesta entrevista, sobre os primeiros 23 anos da fábrica que nasceu e cresceu em São José dos campos, e a
chegada da Odebrecht, em 2011. ele integra a equipe de
engenharia corporativa da Mectron, empresa que ajudou a criar em 1991 e que tem hoje André Amaro como
diretor-presidente.
π O que mais favoreceu a criação da mectron?
Nada teria sido possível se não existisse o itA [instituto
tecnológico de Aeronáutica], instituição de ensino superior do Comando da Aeronáutica, que fica no DCTA
[departamento de ciência e tecnologia Aeroespacial],
em São José dos campos, no vale do paraíba, em São
paulo. essa escola de engenharia nasceu em 1950, pelo
idealismo do coronel-engenheiro casimiro Montenegro
Filho [1904-2000], com o apoio do professor norte-americano richard Smith, do Mit [Massachussetts institute
of technology]. O itA e o ctA, atual dctA, ligados ao
comando da Aeronáutica, tornaram-se o embrião da
embraer e de outras empresas. eu me formei no itA, em
1985, fiz amizades e aventuras até a fundação da Mectron,
em 1991, época difícil para a tecnologia no Brasil.
π Como se consolidou a amizade que possibilitou
abrir a empresa?
No fim dos anos 1980, quando o Brasil e os Estados
Unidos ainda eram parceiros do iraque, vários engenheiros do itA foram trabalhar lá. Fui um deles. A situação
complicou-se com a invasão do Kuwait pelo Iraque, em
1990. com ameaça de guerra, nós, brasileiros, fomos retirados de modo dramático. de volta, criamos a Mectron.
Éramos cinco: Wagner campos do Amaral, de Minas
Gerais, Antonio rogerio Salvador, do espírito Santo,
Azhaury da cunha Filho, de pernambuco, renato Zanetta,
de São paulo, e eu, de Minas. renato deixou a sociedade
há alguns anos. A pequena empresa cresceu e aperfeiçou
mísseis para a FAB. O sonho de casimiro era ver militares
e civis trabalhando juntos.
π para um pioneiro da mectron, o que significou a
chegada da Odebrecht?
O controle acionário da Odebrecht significa evolução.
precisávamos de um grande parceiro. Surgiu a Odebrecht,
que, além de tudo, é brasileira, do jeito que queríamos. e a
tecnologia empresarial Odebrecht [teO] coincide com a
cultura que já praticávamos aqui.
Odebrecht informa
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N o v a s
F r o n t e i r a s
eles também são construtores
JOVENS DO BAIxO SUL DA BAhIA COMPARTILhAM SUAS hISTóRIAS
DE TRABALhO E DE VIDA EM ENCONTROS NA COLôMBIA E NO PERU
texto Livia Montenegro | Foto Edson Machado
π Quésia em Bogotá: relato da vivência como agricultora
50
π Marcelo em Lima: experiência na atuação
em cooperativa
Quésia Santos, 18 anos, e Marcelo roma, 24, viveram, na Colômbia e no Peru, dias que ficarão para
sempre em sua memória. eles compartilharam suas
histórias de trabalho e de vida no programa Jovem
construtor América Latina (JcAL). Organizado
pela Odebrecht infraestructura, a iniciativa busca acelerar o processo de desenvolvimento de
Jovens parceiros, por meio do contato com diversos
Negócios da Organização, tendo como foco a condução da tarefa empresarial.
Na edição realizada em Bogotá, Quésia relatou
sua experiência como agricultora. Ela finalizou, em
2014, o curso de Educação Profissional Técnica em
Agronegócio integrado ao ensino Médio na casa
Familiar rural de igrapiúna (cFr-i). A instituição
faz parte do pacto de Governança do programa de
desenvolvimento e crescimento integrado com
Sustentabilidade do Mosaico de Áreas de proteção
Ambiental do Baixo Sul da Bahia (pdciS). “Ao ingressar na casa, minha história ganhou capítulos
diferentes. Até então, eu sequer tinha sonhos. Hoje
sou agente de transformação de minha família, da
comunidade e do lugar onde vivo”, afirmou.
O pdciS, um dos programas apoiados pela
Fundação Odebrecht e parceiros públicos e privados,
promove, simultaneamente, a educação de qualidade
no campo aliada à geração de trabalho e renda, com
cidadania e respeito ao meio ambiente.
Já Marcelo roma, ex-aluno da casa Familiar
rural de presidente tancredo Neves (cFr-ptN) e
associado da cooperativa dos produtores rurais de
presidente tancredo Neves (coopatan), instituições também ligadas ao pdciS, participou da edição do JcAL realizada em Lima. “Quero mostrar a
todos que o campo move a cidade, move o mundo.
Meu foco é na zona rural, e sou dono do meu negócio”, disse.
Segundo carlos Lucena, coordenador Acadêmico
do JcAL, a troca de experiências foi o diferencial
dos módulos do curso. “É interessante que os jovens
apresentem o que fazem e expliquem como funcionam as ações apoiadas no Baixo Sul, pois torna a
interação mais fluida, aproxima e facilita o entendimento dos participantes”, afirma.
“vimos de perto como a tecnologia empresarial
Odebrecht transcende o âmbito da Organização e
chega às pessoas que não fazem parte dela, transformando a vida e desenvolvendo-as”, ressalta
Maria Alejandra Quintana, da equipe Jurídica da
Odebrecht peru e uma das participantes do JcAL.
diego Zegarra, responsável pelo programa de
equipamentos do projeto costa verde da Odebrecht
peru e Jovem parceiro, acrescenta: “A maior lição
aprendida é que podemos levar às comunidades
do entorno das obras a provocação de ações sociais
que buscam o desenvolvimento sustentável, tendo
como exemplo os projetos em andamento no Baixo
Sul da Bahia”.
eduardo Queiroz, vice-presidente do conselho
de curadores da Fundação, ressalta que a sinergia
com a Organização Odebrecht é fundamental para
que os integrantes saibam a dimensão e o potencial
do programa desenvolvido no Baixo Sul. “Nosso
compromisso é contribuir para a construção de
uma sociedade sustentável, e é isso que nos inspira
e motiva a crescer”, salienta.
vera Gaspar, coordenadora empresarial do JcAL
e responsável pelos programas de desenvolvimento
da Odebrecht infraestrutura - América Latina, compartilha dessa ideia e acredita que a interação com
a Fundação Odebrecht é fundamental. “Os participantes do curso serão os líderes de amanhã e terão,
como empresários, perante a sociedade, responsabilidades que vão além daquelas relacionadas às riquezas materiais. para isso, precisam deixar como legado riquezas morais na busca da sustentabilidade. A
experiência no Baixo Sul é um exemplo para todos”,
enfatiza. ]
Odebrecht informa
51
P A P O
F i N A L
N o v a s
F r o n t e i r a s
a aRte eSSeNcIal De
lIDaR cOm aS DIFeReNÇaS
PAULO LEVITA, RESPONSáVEL ADMINISTRATIVO
DA JOINT VENTURE ETILENO xxI
Integrante da Organização desde 1999, Paulo Levita já
trabalhou em seis países. Em 2013, ele chegou ao México, para
atuar como Responsável Administrativo da joint venture Etileno
XXI, formada pela Odebrecht Engenharia Industrial, a Technip e
a ICAFluor, a cargo das quais está a construção de um dos
maiores complexos petroquímicos do mundo, na região de
Coatzacoalcos, no estado de Veracruz.
texto Luiz Assumpção
π Como foi o processo de formação
da joint venture Etileno XXI?
este projeto é da Braskem, que se
associou à mexicana idesa e venceu
uma licitação da pemex [empresa
estatal que controla o petróleo e gás
no país], para a execução de um complexo voltado à produção de polietileno. A Odebrecht engenharia industrial entrou no negócio para liderar o
contrato epc [engenharia, procura e
construção], realizado em parceria
com a icAFluor e a technip. O projeto
foi iniciado em 2010. O objetivo do
complexo é suprir cerca de 70% do
mercado interno mexicano de polietileno. estamos falando de um dos
maiores investimentos na América
Latina no momento.
π Quais são os maiores desafios do
projeto?
Acredito que o maior desafio seja
a gestão da diversidade cultural,
considerando o cliente, os sócios, os
integrantes e as comunidades. temos
mais de 17 mil pessoas no canteiro de
obras. A grande maioria delas é mexi-
52
cana, mas também há trabalhadores
de outras 22 nacionalidades. Já entre
os sócios, encontramos grandes diferenças em relação à cultura empresarial. respeitar essas diferenças e
lidar com elas é fundamental para o
sucesso de nosso trabalho.
π Como tem sido administrar o
cotidiano desses mais de 17 mil
trabalhadores em uma região com
carências de infraestrutura?
contratamos e treinamos muitos profissionais locais. Alguns deles nunca
tinham trabalhado em construção. Os
contratados de outras regiões e países
[que somam cerca de 5 mil], foram
alocados em coatzacoalcos, cidade
maior que Nanchital, onde o complexo está sendo construído. A administração de pessoal é extremamente
complexa, abrangendo segurança,
logística de transporte, alimentação e
a folha de pagamento, que, no México,
é semanal.
π O projeto é um dos maiores do
mundo no setor petroquímico. Qual
o significado e o possível legado
disso?
É extremamente gratificante quando
se alia a satisfação do cliente e a
geração de resultado para o acionista
com o desenvolvimento das comunidades do entorno do projeto. É a
oportunidade de realizar um projeto
que muda a condição socioeconômica
das pessoas, melhorando sua qualidade de vida. Quando há esse nível de
investimento, transforma-se, efetivamente, a dinâmica da região. Já é
notável, por exemplo, a expansão de
novos negócios nas cidades. O
montante relacionado a subcontratos
na região gira em torno de
US$ 250 milhões. isso possibilita
grande salto econômico. ]
Fazem parte da organização odebrecht:
Negócios
odebrecht Engenharia Industrial
odebrecht Infraestrutura – Brasil
Odebrecht Infraestrutura – África, Emirados Árabes
e Portugal
odebrecht Infraestrutura – américa Latina
odebrecht Estados Unidos
odebrecht Realizações Imobiliárias
odebrecht ambiental
odebrecht Latinvest
odebrecht Óleo e Gás
odebrecht Properties
odebrecht TransPort
Braskem
odebrecht agroindustrial
Enseada Indústria Naval
odebrecht defesa e Tecnologia
Soluções
em toda parte
Investimentos
Fundo odebrecht Brasil
odebrecht africa Fund
odebrecht Latin Fund
Melhorar a qualidade de vida das pessoas, onde quer queEmpresa Auxiliares
estejam, é um dos objetivos da Organização Odebrecht. odebrecht Serviços de Exportação
odebrecht Corretora de Seguros
Para isso, suas equipes se multiplicam em 20 países de quatro
odebrecht Engenharia de Projetos
continentes. Levam tecnologias e disposição para atender odebrecht Previdência
odebrecht Comercializadora de Energia
demandas complexas num mundo em constante transformação.
Ação Social
Novas soluções são desenvolvidas, a todo momento, para
Fundação odebrecht
vencer os novos desafios e apoiar países e regiões na busca
do que mais almejam: vida digna e prosperidade.
RESPONSáVEL POR COMuNICAçãO NA
ODEBREChT S.A.
Sérgio Bourroul
RESPONSáVEL POR CONTEúDO, MARCA E
COMuNICAçãO INTERNA NA ODEBREChT S.A.
Karolina Gutiez
COORDENAçãO EDITORIAL
Versal Editores
Editor José Enrique Barreiro
Editor Executivo Cláudio Lovato Filho
Editora de Fotografia Holanda Cavalcanti
Arte e Produção Gráfica Rogério Nunes
Tiragem 2.809 exemplares
Pré-impressão e Impressão Ipsis
REdação: Rio de Janeiro (55) 21 2239-4023
São Paulo (55) 11 3641-4743
e-mail: [email protected]
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contribuição
Novos negócios, novos lugares, novos tempos. Novas fronteiras. Uma rodovia na Guatemala. Uma indústria de
bioenergia em Angola. Submarinos para o monitoramento da costa brasileira. Exemplos da revigorante notícia de que há
aprendizados a caminho. Sintonia com um mundo em rápida e profunda transformação. Uma trajetória empresarial que
se renova, uma Organização que rejuvenesce com os desafios que enfrenta e supera. Uma capacidade de trabalho que se
amplia. Um espírito de servir que se fortalece.

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