per capita
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per capita
Repartição dos rendimentos Repartição primária do rendimento – rendimentos primários Rendimentos primários e rendimentos secundários • Os rendimentos do trabalho (salários) e do capital (juros, lucros e rendas) são rendimentos primários, pois resultam de uma primeira repartição (repartição primária dos rendimentos), efetuada pelas unidades produtivas. • Existe uma segunda repartição dos rendimentos (redistribuição dos rendimentos), feita pelo Estado, destinada a atenuar as desigualdades resultantes da repartição primária. • Esta designa-se por repartição secundária dos rendimentos e inclui rendimentos (rendimentos secundários) como pensões de reforma, pensões de invalidez, abono de família, rendimento social de inserção e subsídio de desemprego. Rendimentos primários • O Salário é o rendimento que remunera o trabalho. • Este rendimento pode aparecer com outras designações, como ordenado ou vencimento, por exemplo. • Uma distinção importante é entre salário bruto ou ilíquido (antes de deduzidos os impostos e contribuições sociais) e salário líquido, já com estas deduções, que é o efetivamente recebido pelo trabalhador. • Outra distinção a fazer-se é entre salário nominal e salário real. Salário nominal e salário real • O salário nominal é o valor em moeda que remunera o trabalhador em função do seu contributo para a produção. • Mas sabemos que a moeda não tem sempre o mesmo valor. Em geral, esse valor diminui continuamente porque os preços sobem (inflação). • Por isso, se o salário nominal não aumentar a uma taxa de variação idêntica à taxa de inflação, o salário real diminui. • O salário real é o salário nominal corrigido com base na taxa de inflação e permite avaliar a evolução do poder de compra do salário nominal. Salário nominal e salário real • Suponhamos que um trabalhador recebia em 2011 um salário mensal de 500 euros. Em 2012, tem um aumento de 25 euros. Entretanto, o IPC de 2012, relativamente a 2011, foi de 110. • Será que o poder de compra deste trabalhador aumentou ou diminuiu? • Quanto valem os 525 euros em 2012, relativamente a 2011? Valem 1,1 vezes menos. Então,… 525 = 477,3 1,1 Salário nominal e salário real • O salário nominal é de 525 euros, em 2012, mas o salário real é de aproximadamente 477,3 euros. • Isto aconteceu, obviamente, porque o salário nominal aumentou menos (5%) que os preços (10%), o que significa que o trabalhador, com 525 euros, tem ainda menos poder de compra do que tinha com os 500 euros, que ganhava no ano anterior. Salário nominal e salário real salário nominal salário real = ×100 IPC Salário nominal e salário real 1. Constrói uma tabela que apresente os valores do salário real e as taxas de variação do salário nominal e do salário real nos anos considerados. 2. Compara a evolução dos salários nominal e real no período considerado. 2010 2011 2012 Salário nominal (€) 1000 1200 1250 IPC 100 110 125 Salário real (€) 1000 1091 1000 Taxa de variação do salário nominal - 20% 4,2% Taxa de variação do salário real - 9,1% -8,3% Rendimentos primários • A renda é o rendimento que remunera o proprietário de terra que a cede para fins produtivos. • O juro é a remuneração de agentes económicos pelos empréstimos de capital (dinheiro), que se destina ao financiamento de investimentos. • O juro é calculado com base na taxa de juro que se aplica ao montante de capital emprestado. Rendimentos primários • O lucro remunera o empresário pela iniciativa, pelo risco e pela capacidade de inovação. • Ao nível de uma empresa, o lucro é o que resta depois dos custos com as matérias primas, as matérias subsidiárias e os equipamentos e depois de pagos os salários, juros e rendas. Lucro = Receitas – Custos de produção Repartição funcional dos rendimentos • A repartição funcional dos rendimentos é uma perspetiva de análise que mostra como se reparte o rendimento pelos intervenientes no processo produtivo, de acordo com a função por eles desempenhada. • Este tipo de análise da repartição do rendimento permite-nos saber como se repartiu o rendimento pelo trabalho e pelo capital Repartição pessoal dos rendimentos • A repartição pessoal dos rendimentos é uma perspetiva de análise que mostra como se distribui o rendimento pelas famílias, independentemente da função que desempenharam no processo produtivo. • Este tipo de análise da repartição do rendimento permite-nos saber se existem desigualdades na repartição do rendimento e se estas desigualdades são mais ou menos profundas. Repartição funcional e repartição pessoal dos rendimentos Repartição funcional e repartição pessoal dos rendimentos Repartição funcional dos rendimentos Rendimento nacional salários lucros rendas juros 18250 1500 7750 2500 6500 Repartição pessoal dos rendimentos Rendimento nacional Família A Família B Família C Família D 18250 500 2250 9000 6500 Repartição funcional dos rendimentos Repartição pessoal dos rendimentos Que conclusões retiras relativamente à desigualdade da repartição do rendimento no país X? Justifica com os valores apresentados na tabela REPARTIÇÃO DO RENDIMENTO NO PAÍS X 2010 Rendimento anual das famílias (milhares de euros) Percentagem em relação ao nº total de famílias percentagem do rendimento recebido por cada escalão de rendimento, em relação ao rendimento total ≤10 000 45 30 ]10 000; 30 000] 50 50 >30 000 5 20 Repartição pessoal dos rendimentos – curva de Lorenz e – reta de equidistribuição % do rendimento 100 (acumulada) 80 e 60 X 40 Y 20 0 20 40 60 80 100 % da população (acumulada) A reta de equidistribuição representa uma repartição perfeitamente equitativa do rendimento. X – país X Y – país Y A desigualdade da repartição do rendimento é tanto maior, quanto mais afastada a curva estiver da reta de equidistribuição.. Que percentagem do rendimento cabe aos 20% mais pobres, no país X? E aos 20% mais ricos? \ % do rendimento (acumulada) A Índice de Gini = ×100 A∆[MPN] N 100 80 e 60 X A – área de concentração X – país X O índice de Gini varia entre 0 e 100. A 40 20 M 0 20 e – reta de equidistribuição P 60 40 80 100 % da população (acumulada) Quanto mais próximo o índice estiver de 100, tanto maior é a desigualdade da repartição do rendimento. Repartição pessoal dos rendimentos – o leque salarial • O leque salarial é a medida de desigualdade do rendimento do trabalho, que mostra a relação existente entre o salário máximo e o salário mínimo praticados num país. • Assim, se num determinado país o salário máximo for de 3000 € e o salário mínimo 600 €, o leque salarial será: salário mínimo leque salarial = salário máximo leque salarial = 600 1 = 3000 5 • Este valor significa que neste país o salário mínimo é 1/5 do salário máximo, ou que o salário máximo é 5 vezes superior ao salário mínimo. Repartição pessoal dos rendimentos – o leque salarial • Alguns fatores que influenciam o leque salarial: – O género; – O nível de formação académica; – A experiência profissional; – As capacidades individuais; – A produtividade do trabalho e a força sindical, nas comparações internacionais. Repartição pessoal dos rendimentos – rendimento per capita • O rendimento per capita é o rendimento médio por habitante. • É utilizado para fazer comparações internacionais, inter-regionais e intertemporais. rendimento nacional rendimento per capita = população total Index mundi Pordata Repartição pessoal dos rendimentos – limitações do rendimento per capita • O rendimento per capita é um indicador muito utilizado para avaliar o nível de desenvolvimento dos países, mas apresenta algumas limitações. – É uma média e, por isso, oculta as desigualdades sociais. – Ignora o setor informal da economia. – Não discrimina a natureza da riqueza. 1. 2. 3. Interpreta o valor do rendimento per capita em2010. Explica duas das limitações do rendimento per capita como indicador de desenvolvimento. Relaciona, com base no gráfico e no quadro, a evolução do rendimento per capita com a evolução da taxa de risco de pobreza total e por géneros. Políticas de redistribuição dos rendimentos • A redistribuição dos rendimentos é feita pelo Estado. • O Estado transfere as contribuições sociais das empresas e famílias e parte dos impostos cobrados a estes agentes económicos, regra geral, para os estratos mais desfavorecidos da população, sob a forma de pensões, subsídios e comparticipações. • Além disso, o Estado presta diretamente serviços essenciais ou subsidia empresas ou outras instituições privadas que o façam. Políticas de redistribuição dos rendimentos • Os objetivos fundamentais da redistribuição dos rendimentos são: – Atenuar as desigualdades decorrentes da repartição primária dos rendimentos; – Proteger os indivíduos que se encontram temporária ou permanentemente em situações de fragilidade como: velhice; invalidez; deficiência; doença e desemprego; – Prestação de serviços e fornecimento de bens essenciais gratuitamente ou a preços inferiores aos de mercado, para que os estratos da população mais desfavorecidos a eles tenham acesso – justiça, educação, saúde, etc. Políticas de redistribuição dos rendimento – políticas fiscais • As políticas fiscais traduzem-se na preocupação do Estado em cobrar impostos, atendendo a critérios de justiça social, isto é, tributando mais os rendimentos mais elevados e tributando menos os rendimentos mais baixos. • É o que acontece, por exemplo, com o IRS (imposto sobre o rendimento das pessoas singulares). • O IRS é um imposto direto progressivo, isto é, as taxas aplicadas sobre os rendimentos das famílias são tanto mais elevadas quanto mais elevados forem os seus rendimentos. • Além disso, as famílias com rendimentos muito baixos estão isentas. • Por outro lado, o valor do imposto cobrado depende de fatores como: número de filhos, despesas de saúde, despesas com a educação, etc. Políticas de redistribuição dos rendimentos – As políticas sociais englobam: • As prestações da segurança social – pensões de velhice, pensões de invalidez, subsídios por doença, subsídio de desemprego, abono de família, rendimento social de inserção, etc. • Serviços essenciais prestados pelo Estado diretamente – assistência médica e hospitalar, justiça e proteção jurídica, educação, etc. • Muitas vezes, o estado subsidia empresas e instituições privadas, nomeadamente nas áreas da educação e da saúde para que estas forneçam estes serviços essenciais a preços inferiores aos de mercado. O salário mínimo em Portugal Rendimento disponível das famílias