Almonda - Junho 2011 (ribeira do Norte e pseudo

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Almonda - Junho 2011 (ribeira do Norte e pseudo
RELATÓRIO DE CAMPANHA
Exploring the Underwater Cave System
Fevereiro 2012
39o 30’ 17.25’’ N, 08o 36’ 55.17’’ W, elevação 80m
1
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
3
OBJECTIVOS
3
MÉTODOS
5
EQUIPA
5
ÁREAS DE RESPONSABILIDADE
6
PREPARAÇÃO PRÉVIA
8
PROGRAMA DIÁRIO
9
TOPOGRAFIA
10
SEGURANÇA
11
ENCHIMENTOS
17
PLANO COMUNICACIONAL E APOIOS
18
ALOJAMENTO
22
ALIMENTAÇÃO
23
GESTÃO FINANCEIRA
24
EMERGÊNCIA
24
RESULTADOS
25
CONCLUSÕES
29
AGRADECIMENTOS
33
REFERÊNCIAS
34
ANEXOS
34
2
INTRODUÇÃO
Este relatório descreve a recente campanha de exploração das áreas submersas do sistema da
gruta do Almonda, sua preparação, execução e resultados obtidos. Bebe informação no já
conhecido, mostra como foram lançadas as bases do Projecto Almonda e de uma exploração
continuada e regular da gruta, e sugere o futuro.
Encontra-se organizado para ser de fácil leitura, tendo sido seguido um esquema de artigo
científico. A informação adicional está localizada em anexos.
OBJECTIVOS
Os objectivos principais do presente projecto de exploração das galerias subaquáticas da Gruta
do Almonda são:
1. Topografar as galerias submersas e elaborar a sua cartografia
2. Aferir os resultados de trabalhos anteriores realizados por outras equipas
3. Procurar e mapear galerias desconhecidas
4. Divulgar os resultados obtidos a todos os interessados
Os objectivos específicos da campanha de exploração, organizada pelo XploraSub e pelo NEUA
e realizada de 9 a 13 de Junho de 2011, foram:
1. Aferir e complementar a informação existente sobre a Galeria do Norte
2. Aferir e complementar a informação existente sobre a Galeria do Oeste
3. Aferir e complementar a informação existente de trabalhos anteriores na Cisterna1
(parte submersa)
4. Estabelecer uma topometria contínua desde a nascente (entrada) até ao ponto mais
profundo nesta área da gruta (Galerias A e do Norte)
5. Detectar eventuais galerias acessórias (com ou sem significado para a progressão dos
mergulhadores no sistema)
6. Captar imagens subaquáticas para divulgação da campanha
Os objectivos específicos foram seleccionados por incidirem sobre secções reconhecidas como
desenvolvimentos primordiais do sistema, sendo por isso, não apenas consideradas como as
hipóteses mais óbvias de exploração, mas como peças fundamentais na cartografia do sistema.
1
Cisterna: designação habitual para a grande sala, com um lago subterrâneo e parte aérea, que se situa
após o labirinto da entrada da nascente.
3
Imagens retiradas de vídeo captado por P. Santos
Informações transmitidas oralmente por anteriores exploradores, neste caso concreto por
João Neves, indicam que estas secções foram à época adequadamente exploradas, não tendo
sido detectadas passagens transponíveis por mergulhadores para além de determinados
pontos na gruta.
Estando-se ciente da transitoriedade da morfologia dos sistemas cársicos activos, pretendia-se
despistar a ocorrência de passagens significativas que permitissem prosseguir com a
exploração para lá das áreas que se sabe já terem sido visitadas.
Para a prossecução destes objectivos foi previsto:
 Prosseguir a topografia da Galeria A
 Reequipar e topografar a Cisterna (parte submersa)
 Explorar e realizar a topografia da Galeria do Norte
 Explorar e topografar a Galeria do Oeste
 Dedicar especial atenção a quaisquer derivações das galerias principais
4
Foto A. Almeida
MÉTODOS
A fim de realizar as acções previstas foi montada pelo XploraSub e pelo NEUA uma campanha
de mergulho espeleológico, que teve a duração de 5 dias, de 9 a 13 de Junho de 2011. O início
da preparação logística iniciou-se em no final de Março de 2011.
EQUIPA
Foi reunida uma equipa de espeleo-mergulhadores e de apoio de superfície, compreendendo
13 elementos (Anexo 1).
Mergulhadores:
1. António Mendes
2. Manuel Leotte
3. Miguel Lopes
4. Nuno Sousa
5. Pedro Ivo Arriegas
6. Pedro Santos
7. Rui Luís
5
Apoio de superfície:
8. Andreia Almeida
9. Carlos Gomes
10. Jorge Russo
11. Paulo Carmo
12. Pedro Tomás
13. Susana Costa
Foram ainda integrados na campanha dois profissionais da comunicação social:
14. Carla Castelo
15. Hugo Dinis Neves
Foto R. Luís/AESDA
ÁREAS DE RESPONSABILIDADE
Foram definidas áreas de responsabilidade e feita a sua atribuição aos participantes:

Gestão geral da campanha – Pedro Ivo Arriegas

Controlo operacional dos mergulhos – apoio de superfície

Topografia – Rui Luís

Enchimentos – Manuel Leotte

Segurança de trabalho à superfície – Manuel Leotte
6

Tesouraria – Nuno Sousa

Intendência – Jorge Russo e Andreia Almeida

Emergência (planeamento) – Miguel Lopes

Emergência (gestão) – Jorge Russo

Captação de imagem subaquática – Pedro Santos

Comunicação – M. Lopes, P. Ivo, J. Russo

Captação de imagens superfície – Rui Luís (Andreia Almeida, Carlos Gomes, Paulo
Carmo e Pedro Tomás produziram também importante registo fotográfico de toda a
campanha).
Foto A. Mendes
Equipamento tipo usado por mergulhador:
Nome
Tipo de Equipamento
António Mendes
Circuito Aberto
Manuel Leotte
Circuito Fechado
Miguel Lopes
Circuito Aberto
Nuno Sousa
Circuito Aberto
Pedro Ivo Arriegas
Circuito Fechado
Pedro Santos
Circuito Fechado
Rui Luís
Circuito Aberto
7
Em anexo pode ser consultada uma lista de material comum utilizado (Anexo 2).
PREPARAÇÃO PRÉVIA
Em antecipação a esta campanha foram executadas diversas acções de preparação:

progressão técnica da equipa, nomeadamente ao nível da topografia e da
familiarização com esta secção do sistema

discussão e definição de procedimentos de topografias, estabelecimento de um
memorando com normas comuns e elaboração de tabelas exemplificativas de recolha
de dados topométricos

limpeza e reparação da sinalética no sistema, onde necessário

continuação da topografia do labirinto da entrada

captação de apoios externos
Foto C. Gomes
8
PROGRAMA DIÁRIO
Tendo por base os objectivos específicos da campanha e as capacidades dos intervenientes
foram estabelecidas missões diárias, tendo por referência o destino, a profundidade e a função
(Anexo 3).
Foi estabelecido o seguinte programa:
-
08:00 - 08:30 - Pequeno-almoço
(Cabeço das Pias) tratado pelos
participantes
-
08:45 - Briefing
-
09:30 - Chegada ao Almonda
-
11:45 - 1º mergulho (head in 11:45 /
14:00 head out)
-
14:30 - 16:30 - Almoço leve (Almonda)
e intervalo de superfície
-
16:30 – Eventual 2º mergulho (17:00
head in / 18:30 head out)
-
19:45 - Chegada ao Cabeço das Pias; debriefing; descarregar dados e consolidar
informação; preparar equipamento, carregar garrafas, carretos e iluminações
-
21:00 - 22:30 - Jantar /descontracção (Moitas Venda, excepto no dia 13)
-
23:00 - Descanso (Cabeço das Pias)
foto R. Luís/AESDA
Foi preparada uma tabela para definição
das tarefas diárias para cada interveniente.
Foi também elaborada uma tabela
destinada ao controlo operacional dos
mergulhos pelo apoio de superfície, onde
constavam o nome do mergulhador, o nº
de mergulho/dia, o destino, a hora de
entrada, o tempo de mergulho previsto, a
profundidade prevista e as horas de saída,
prevista e efectiva.
Foto R. Luís/AESDA
9
TOPOGRAFIA
Foi analisada a informação topográfica elaborada por outras equipas, mas a sua
disponibilidade é muito reduzida.
A consulta a um esboço resultante de trabalhos realizados por anteriores exploradores
(Thomas, C. & Neves, J. - Gruta da Nascente do Almonda. Topo Deg 4) ou a detecção de
resquícios de antiga equipagem permitiram em muitos casos confirmar se determinadas
galerias ou secções já teriam sido visitadas.
Todavia a baixa disponibilidade de informação escrita não permitiu confirmar se estas mesmas
galerias já teriam sido mensuradas e registadas. Esta análise também permitiu detectar alguns
lapsos nessa informação topográfica.
Foi compilado um histórico da topografia realizada ao longo dos últimos anos pelo NEUA e
pelo XploraSub.
Foi estabelecido um documento com as tarefas a realizar nas diferentes galerias.
Os dados recolhidos durante a campanha (no que se refere às galerias A, Oeste e Norte, e à
Cisterna) foram descarregados num programa informático de topografia subterrânea (Visual
Topo 4.7).
Foto R. Luís/AESDA
10
Foram afixadas ainda na sala de trabalho:
-
Figura com a poligonal/topometria
realizada até à campanha
-
Figura com a topografia conhecida do
sistema
-
Histórico da Topografia (documento de
trabalho elencando o trabalho
topográfico realizado pelos XploraSub
e o NEUA nas galerias subaquáticas do
Almonda)
-
Tarefas de Topografia (a executar a
curto prazo)
-
Memorando com normas acordadas
para realização de topografia
-
Tabela tipo para recolha de dados
topográficos
-
Foto P. Tomás
Colecção de exemplos para utilização
adequada de técnicas de topografia
SEGURANÇA
Procedeu-se à elaboração e à instalação de estrados e passadeira, de forma a facilitar a
movimentação da equipa sobre a parede da represa e a incrementar a segurança, evitando a
ocorrência de quedas potencialmente graves. Estes estrados e passadeira ficaram
armazenados na Fábrica da Renova.
Foi elaborado um documento de Avaliação de Risco (Anexo 4).
Enuncia os Perigos (qualquer obstáculo, elemento, acção ou inacção que possa colocar em
causa o seguro desenrolar da actividade), Quem está sujeito ao Perigo, Grau de Risco em
relação à possibilidade de ocorrência do Perigo, Acções Preventivas que possam reduzir o risco
e Medidas Imediatas e Acções Mitigantes que possam ajudar a reduzir o dano resultante da
efectiva ocorrência do risco. Este documento foi de leitura obrigatória para todos os que têm
intervenção operacional nesta campanha.
Este documento demonstra que os riscos associados à exploração subaquática da gruta do
Almonda foram analisados e que medidas concretas para sua minimização foram tomadas.
11
Foto R. Luís/AESDA
Foi elaborada uma lista de verificação individual (checklist) para mergulho em gruta. Este
documento relembra e alerta para determinadas acções que devem ser executadas antes de
iniciar o mergulho e relaciona-se com Sinais, Procedimentos de Emergência, Plano,
Flutuabilidade, Gás e Equipamento. Este documento está à disposição dos mergulhadores para
consulta prévia ao mergulho (Anexo 5).
À entrada do sistema em exploração, a seguir à nascente, foi instalada uma placa de aviso:
Foto A. Mendes
12
Estiveram sempre disponíveis, junto à represa, 4 coletes salva-vidas para eventuais
utilizadores.
Foram instalados 2 toldos para protecção solar aos envolvidos.
Estiveram sempre disponíveis água e líquidos isotónicos. Uma adequada hidratação favorece a
descompressão.
Foram definidos 7 locais no interior da gruta para deposição de garrafas de segurança, com os
respectivos reguladores e manómetros:
Locais
Mistura
Volume
1. Bifurcação Galerias N/W
Nitrox 40
7 litros a 200 bar
2. Almondinha
Nitrox 50
7 litros a 200 bar
3. Hiperespaço
Nitrox 50
7 litros a 200 bar
4. Cisterna (lado do labirinto)
Nitrox 50
7 litros a 200 bar
5. Cruzamento Galerias A, B e D
Nitrox 50
7 litros a 200 bar
6. Galeria A (saída para Galeria B)
Nitrox 50
7 litros a 200 bar
7. Entrada (nascente)
Oxigénio
2 x 3 litros a 200 bar
A deposição destas garrafas tinham como objectivo elevar o nível de segurança, para eventuais
situações de emergência relacionadas com gás respirável.
A escolha dos pontos pré-definidos teve por base a sua notoriedade (facilidade de
identificação), o tempo de percurso entre eles em direcção à saída da gruta, e a sua relevância
numa adequada execução de um procedimento descompressivo (Anexo 6).
A escolha das misturas e da volumetria das garrafas teve por base as profundidades
conhecidas dos pontos pré-definidos e o tempo de percurso entre eles em direcção à saída da
gruta.
Estas garrafas foram colocadas no dia 9 e retiradas no dia 13 de Junho.
13
Pontos pré-definidos para colocação de garrafas de segurança (Safety)
14
Foto P. Tomás
Foi estabelecida uma norma comum a toda a equipa para marcação de garrafas com caneta
indelével:
-
locais de marcação na garrafa (marcação em ambos os lados externos, junto ao fundo
da garrafa – para ser visível com colocação à direita ou à esquerda – com função ou
utilizador, mistura e profundidade máxima de operação (MOD); na ogiva pode ser
colocada informação semelhante, mas em letra menor, para leitura pelo próprio)
-
utilizador
-
mistura
-
profundidade máxima de operação (MOD)
-
função (enchimentos, booster, segurança, gás de fundo, viagem ou descompressão)
Os reguladores foram etiquetados com a indicação da mistura e da profundidade máxima de
operação, de acordo com a garrafa onde foram colocados.
15
Foto J. Russo
Foi aconselhado o uso de P-valve ou fraldas.
Foi aconselhado a que nos patamares de descompressão mais longos estivessem disponíveis
luvas mais grossas, fontes de energia e líquidos para minimização da hipotermia, hidratação e
reposição de níveis energéticos.
Foto A. Mendes
Foi distribuído aos participantes da campanha um Termo de Responsabilidade isentando a
Renova de responsabilidades em eventuais incidentes ou acidentes (Anexo 7).
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ENCHIMENTOS
Para carregamento das garrafas, foi alugado um compressor Bauer V10, com um débito de
cerca de 350 litros/minuto, alimentado a energia eléctrica. Após a ultrapassagem de diversos
contratempos, e com a colaboração da empresa municipal Turrisepaços, E.E.M., foi possível
colocar em funcionamento este compressor no local de alojamento.
Como redundância foi transportado um compressor Bauer Utilus 10, com um débito de cerca
de 100 litros/minuto, alimentado a gasolina.
Esteve disponível um sistema de dupla filtragem (vapor de água, óleos, monóxido de carbono),
para eventual acoplagem à saída do compressor, de modo a assegurar gás com o adequado
grau de pureza.
Foto R. Luís/AESDA
Foi utilizada uma bomba de pressão Haskel Mini Booster MB9000 (booster pump), que permite
decantar com grande eficiência gás a pressões baixas, para pressões elevadas em garrafas de
mergulho. Esta bomba é alimentada por ar comprimido, tendo sido transportadas 5 garrafas
de 15 litros de ar comprimido a 220 bar.
Foi utilizada para produção de misturas Nitrox, sobretudo destinadas a misturas enriquecidas
para descompressão, e para recarga de garrafas de Oxigénio, designadamente para os
escafandros em circuitos fechado, uma garrafa de 50 litros de Oxigénio, a 200 bar.
Foi utilizada uma garrafa de 15 litros de Trimix (Tx 11/60) a 200 bar, para recarga de garrafas
de diluente de grande profundidade (baixo dos -50m) para os escafandros em circuitos
fechado (gás inboard).
17
Foram ainda utilizados:
 Mangueiras de transvaze de alta pressão, com manómetro
 Analisador de Oxigénio
 Analisador de Hélio
Foi previsto um Livro de Enchimentos, que foi preenchido durante a campanha.
Foto R. Luís/AESDA
PLANO COMUNICACIONAL E APOIOS
Este plano previu acções calendarizadas, orientadas para captar a atenção dos media de forma
a conceder visibilidade à campanha, uma condição importante para uma melhor e maior
divulgação do trabalho efectuado pelos participantes, e para a obtenção de apoios pontuais a
futuras acções ou campanhas, de apoios continuados a projectos, ou mesmo de apoios
institucionais.
COMUNICAÇÃO
1. A 10 de Maio de 2011, foram contactados os jornais O Expresso e O Público e ainda a cadeia
televisiva SIC.
2. A 10 de Maio de 2011, foi elaborado nota de imprensa (enviada para o jornal O Expresso e
para a cadeia de televisão SIC) (Anexo 8).
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3. A 10 de Maio de 2011, o jornal O Público revelou interesse em produzir uma reportagem,
eventualmente fazendo deslocar ao local um repórter.
4. A 11 de Maio de 2011, a cadeia televisiva SIC demonstrou interesse em cobrir a campanha,
tendo revelado a sua intenção de adaptar os conteúdos de forma a poderem ser trabalhados
pelas diversas vertentes do Grupo Impresa (cadeias televisivas SIC, SIC Notícias, SIC
Internacional, o portal SIC On-Line, o jornal O Expresso e a revista Visão).
5. A 1 de Junho foi lançada uma segunda nota de imprensa (enviada para o Grupo Impresa,
jornal O Público e agência noticiosa Lusa) (Anexo 9).
6. A 6 de Junho foi colocado texto similar em português e em inglês no Facebook (páginas do
NEUA, XploraSub, grupo Portuguese Cave Divers e grupo Portugal Subterrâneo). O mesmo
texto em português foi colocado no Fórum de Mergulho (fórum na internet), no grupo
[email protected], grupo [email protected] e no website do NEUA
(ver ponto 7 abaixo).
7. A 6 de Junho, foi enviado texto para a revista National Geographic Portugal. Como ilustração
foi utilizado o painel (ponto de encontro).
8. A 7 de Junho foi enviado texto para o grupo [email protected], o grupo [email protected] e o grupo Portugal Subterrâneo, no Facebook, para precisão de
alguns detalhes, a pedido de João Neves.
9. A 8 de Junho foi enviada uma segunda nota de imprensa para os media (Grupo Impresa,
jornal O Público e agência noticiosa Lusa).
Foto A. Mendes
19
10. A cadeia televisiva SIC deslocou à campanha dois jornalistas (repórter e câmara), que
permaneceram com a equipa de 10 a 11 de Junho, pernoitando no Cabeço das Pias, de forma
se envolverem no funcionamento de uma campanha deste tipo.
11. Diariamente, durante a campanha, e após esta foram acrescentados conteúdos no
Facebook (nas páginas acima referidas).
12. Todas as fotos e vídeos recolhidos na campanha foram reunidos para utilização em
comunicação com a imprensa, em artigos, ou para colocação nas redes sociais ou sites das
organizações envolvidas. Foi confirmado pelos envolvidos na campanha a sua não objecção à
utilização para os fins acima referidos de imagens/som por si obtidos, desde que indicado o
seu autor.
13. Foram editadas actualizações nos websites do NEUA e do XploraSub.
14. Foram produzidas camisolas para a equipa alusivas à campanha.2
Foto A. Almeida
15. Foi produzido um painel (ponto de encontro) alusivo à campanha, onde constam os
logótipos das entidades organizadoras e dos apoios à campanha.
16. Durante a campanha foi efectuada foto de conjunto com a equipa e parte do equipamento
utilizado.
17. Após a campanha foi produzido um caderno abrangente sobre a sua organização,
desenvolvimento e resultados atingidos.
2
Brancas. Na frente: logótipos do NEUA e XploraSub sobre “Almonda Cave Dive Expedition 2011”. Em verso, em grande; logótipos
do NEUA e XploraSub, frase em cima e logótipos dos apoios à campanha.
20
18. A 13 de Junho foi emitida pela SIC uma reportagem no Jornal da Noite, com duração
superior a 10 minutos. Esta reportagem foi vista, entre outros, em Itália, Moçambique e
Angola, e encontra-se replicada no portal da SIC Notícias
(http://sicnoticias.sapo.pt/vida/article631005.ece).
19. A 13 de Junho foi publicada no portal da SIC Notícias a reportagem “Expedição subaquática
na gruta do Almonda terminou esta segunda-feira”
(http://sicnoticias.sapo.pt/vida/2011/06/13/expedicao-subaquatica-na-gruta-do-almondatermina-esta-segunda-feira).
20. Houve inclusão de notícias alusivas à campanha em diversos blogues e websites em
Portugal, Espanha e Brasil.
21. Encontram-se ainda em produção um diaporama e um vídeo sobre a campanha e a sua
organização, com vista à divulgação alargada da campanha, dirigido, fundamentalmente, ao
público em geral, desconhecedor da matéria técnico-científica específica, logo, com linguagem
adequada.
22. Serão levadas a efeito diversas palestras sobre a campanha, a nível nacional.
Como atrás referido, o diaporama e o vídeo da campanha, serão divulgados a nível nacional,
com o objectivo de alcançar ao maior número de pessoas possível, e perante elas divulgar a
campanha e os seus resultados. Nesta divulgação alargada, haverá lugar, naturalmente, à
devida e justa visibilidade das entidades patrocinadores a apoiantes.
Para além destas medidas de divulgação, prosseguiu-se a publicação de imagens de forte
impacto visual, na poderosa ferramenta de mass marketing que é o Facebook, até cerca de
três meses após o final da campanha.
APOIOS
1. Foi elaborado texto motivacional para captação de potenciais apoios (Anexo 10).
2. Foi confirmado o apoio à campanha de um patrocinador institucional do XploraSub, o
Centro de Enchimentos gerido por Jorge Forte-Faria, localizado no Centro Português de
Actividades Subaquáticas (CPAS), em Lisboa.
3. A 3 de Junho, foi realizada reunião com o Presidente do Conselho de Administração e com o
Director de Marketing da Renova. O apoio concedido à campanha foi de carácter logístico.
Contactos posteriores, perspectivam a possibilidade deste apoio poder vir a ser reforçado.
4. Foi assegurada visibilidade aos patrocinadores através das reportagens televisivas e escritas,
fotos, camisolas, painel (ponto de encontro) e nos sites dos envolvidos.
5. Garrafas de fundo, canisters de rebreathers e capacetes foram definidos como locais
adequados à ostentação de potenciais apoios.
21
Foto R. Luís/AESDA
6. Já com a campanha a decorrer, a Câmara Municipal de Torres Novas, através de um
representante da empresa Turrisespaços, expressou o interesse em associar-se mais
fortemente ao projecto em próxima oportunidade. Está prevista a realização de uma reunião
para discussão desta matéria.
7. Após a campanha foi produzido um caderno de imprensa para entrega à entidades
apoiantes.
ALOJAMENTO
A equipa ficou alojada no Centro de Interpretação da Gruta do Almonda (Cabeço das Pias, Vale
da Serra, Pedrógão), estrutura especialmente vocacionada para acolher equipas em trabalho
relacionado com a Gruta do Almonda.
O check-in ocorreu na tarde de 9 de Junho e o check-out no final da tarde de 13 de Junho.
Esta estrutura é gerida pela Turrisespaços, E.E.M.
A campanha obrigou a 40 dormidas, em 8 quartos duplos, com WC e chuveiro água quente,
roupas de cama e toalhas. Foram também usadas a sala de trabalho, a sala de refeições, a
cozinha (equipada), as arrecadações fronteiras à casa principal e a ligação trifásica 16 A.
22
Foto R. Luís/AESDA
ALIMENTAÇÃO
Durante a campanha foram consumidas 142 refeições:
-
Pequeno-almoço foi servido em regime de buffet no local de alojamento.
-
Almoço (leve) foi parcialmente preparado no local de alojamento, sendo o restante
adquirido no Almonda.
-
Jantar foi servido em Moitas Venda graciosamente pela família de Susana Costa
(elemento participante da campanha).
Foto R. Luís/AESDA
23
Foi previamente estabelecida uma ementa para as diversas refeições. Foram elaboradas três
tabelas com:
-
ementa de jantares,
-
ementa pequenos-almoços e almoços e
-
comensais/refeição/dia,
que foram afixadas em local visível nas instalações de alojamento.
GESTÃO FINANCEIRA
Foi instituído um sistema comum de tesouraria, com o avanço prévio de contribuições pelos
participantes, o que facilitou significativamente a gestão financeira da campanha (Anexo 11).
Foto R. Luís/AESDA
EMERGÊNCIA
Esteve disponível o seguinte equipamento de emergência:

Estojo de primeiros socorros

Equipamento de administração de Oxigénio Medicinal

Telemóvel de Emergência (dedicado)

Plano de emergência (Anexo 12)

Folha de incidente (Anexo 13)

Tabela de aviso de familiares ou amigos em caso de acidente
24
RESULTADOS
Poligonal representando as galerias topografadas pelo Projecto até ao momento
25
A topografia realizada desde a bifurcação onde se dividem as Galerias do Oeste (linha laranja)
e do Norte (linha negra) é nova, assim como são novas a topografia da Cisterna (não
representada na imagem acima), da Galeria L (linha magenta grossa) e da Galeria C (linha
magenta fina). Foi ainda refeita a topografia da Galeria I (linha vermelha grossa). Estão já
topografados 684 metros de fio.
Alçado das Galerias A e do Norte, esta topografada até aos -78m de profundidade. Em termos
de desenvolvimento linear foram atingidos 343 metros na galeria A/Galeria do Norte.
Alçado da Galeria do Oeste. Em termos de desenvolvimento linear foram
atingidos 112 metros na Galeria do Oeste.
26
Exemplo de desenho realizado e da sua importância para o seu contributo
para a visualização do sistema.
Exemplo de cortes realizados na Galeria A. As imagens das secções de uma galeria contribuem
também fortemente para uma melhor visualização do sistema.
27
Desenho retocado de uma das margens da área da Cisterna.
Desenho retocado de uma das margens da área da Cisterna.
28
Foto C. Gomes
CONCLUSÕES
No que se refere à implementação do Projecto Almonda e ao lançamento das bases para o
desenvolvimento regular da exploração das galerias subaquáticas do Almonda, considera-se
que estas bases estão lançadas e que o esforço dispendido em muito facilitará a organização e
execução de futuras campanhas, mais orientadas para resultados do que para processos.
Também tendo por base os objectivos estabelecidos para os mergulhadores e as suas missões
diárias, é lícito concluir que a expedição atingiu em grande medida os objectivos a que se
propunha.
Era remota a possibilidade de nesta campanha serem conhecidas extensas zonas nunca
exploradas do sistema e isso veio a comprovar-se. Foram ainda assim exploradas algumas
ramificações das galerias principais, que supomos nunca antes terem sido visitadas, mas que
acabaram por se revelar de secção reduzida e por isso intransponíveis para os mergulhadores.
Houve a preocupação de registar a informação topográfica com rigor, para que no futuro uma
topografia detalhada possa ser produzida. Proximamente entende-se como prioritária uma
afinação da recolha de dados topográficos ao nível dos azimutes, bem como deverá ser
reforçada a recolha da componente desenho.
29
Imagem retirada de vídeo captado por P. Santos
Entende-se também que certos aspectos logísticos podem e devem ser melhorados:
-
melhorar os processos de transmissão de informação, para que não sucedam perdas
de informação primária;
-
aprofundar a normalização de determinados procedimentos técnicos;
-
melhorar a estruturação dos briefings e debriefings, bem como do período diário para
discussão comum do trabalho a efectuar ou efectuado;
-
prolongar a o período de imersão e reduzir o número de mergulho, devendo a opção
generalizada ser de apenas um mergulho diário de cerca de 3 horas ou mais, pois
verificou-se que para a maioria dos casos será mais rentável, quer em tempo utilizado,
quer em trabalho efectuado, mergulhos mais longos, poupando-se uma saída, um
intervalo de superfície e uma reentrada;
-
aumentar o período diário destinado ao descarregamento de dados e à consolidação
de informação, à preparação de equipamento e ao carregamento de garrafas, para o
dia seguinte;
-
organizar a campanha com uma maior antecedência; e
-
estender a duração da campanha a período não inferior a 7 dias, pois atendendo ao
esforço dispendido na montagem de uma campanha, um curto período de execução
não permite uma rentabilização plena do investimento;
30
Foto M. Leotte
No que respeita ao estudo do desenvolvimento do sistema, o final da Galeria do Norte, para
além de desenho, necessitará que determinadas áreas acessórias sejam devidamente
topografadas e que seja ainda verificada uma possível hipótese de continuação da galeria.
Na Galeria do Oeste ainda não foi atingida uma situação em que obstáculos aos
mergulhadores impeçam a sua progressão. Prevê-se contudo que venha a ser necessário
recorrer a diferentes configurações de equipamento, de modo a ser possível ultrapassar
restrições já detectadas.
Perspectiva-se a continuidade da realização de campanhas no Almonda para os anos
vindouros, sendo posteriormente alargado o trabalho a áreas a seco, o que se entende como
essencial para o estudo do sistema e para a sua compreensão global.
Ainda durante 2011 e início de 2012 serão efectuadas missões diárias ou bi-diárias ao sistema
do Almonda.
Acreditamos que é possível realizar uma exploração deste teor com uma logística mais leve. O
passado é disso prova. O que não cremos é que o nível de segurança nesta campanha, que é
incomparavelmente superior ao de qualquer outra exploração de que o Almonda submerso,
ou outra gruta em Portugal tenha sido objecto, possa atingido doutra forma.
A forte vontade da equipa em melhorar o seu desempenho em todos os aspectos, com o
correspondente aumento da eficiência, a aquisição de experiência por parte de todos os
envolvidos, bem como a utilização de equipamento mais avançado, permitem antever uma
maior eficiência em próximos mergulhos e campanhas.
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Foto P. Carmo
O sistema continua lá, submerso, subterrâneo, à nossa espera. E nós com disposição de o
explorar e descobrir os seus segredos.
TOTAIS DA CAMPANHA
Tempo total de mergulho acumulado (minutos)
Mergulho mais longo (horas:minutos)
Profundidade acumulada (metros)
Profundidade máxima atingida (metros)
Distância total topografada (metros)
Total de refeições
Elementos envolvidos (pessoas)
Ar (litros)
Oxigénio (litros)
Trimix (litros)
Nitrox (litros)
Sofnolime (quilogramas)
4.468
4:30
1.314
78
684
142
15
49.750
6.925
14.400
95.150
20
32
AGRADECIMENTOS
Deixa-se aqui um grande obrigado a todos os que contribuíram para que esta expedição
pudesse acontecer.
Merece um destaque especial, o Centro de Enchimentos do Centro Português de Actividades
Subaquáticas (CPAS), gerido pelo Jorge Forte-Faria, que pessoalmente antes, durante e após a
campanha demonstrou estar profundamente empenhado no sucesso desta operação, tendo
sido indispensável para que a logística necessária existisse.
Também um agradecimento especial à Renova, nomeadamente ao Eng.º Paulo Pereira da
Silva, ao Dr. Luís Saramago e ao Eng.º António Oliveira, por todo o entusiasmo com que
acolheram a campanha, pela autorização de acesso à gruta através da represa e pelo auxílio
logístico que em muito facilitou o decorrer da campanha.
Imagem retirada de vídeo captado por P. Santos
Um bem-haja à empresa municipal Turrisespaços e ao Dr. André Sousa. Tudo fizeram para que
o Centro de Interpretação da Gruta do Almonda (CIGA) estivesse dotado das condições
indispensáveis ao nosso alojamento e ao desenvolvimento do trabalho diário.
Um obrigado ao Sr. Vítor, de cujo café no Almonda saíram os almoços retemperadores de
energias para todos os envolvidos.
Um agradecimento saboroso à família da Susana Costa pelos jantares proporcionados.
O nosso reconhecimento a todos aqueles que desinteressadamente nos cederam
equipamento.
E por último, um grande abraço de toda a equipa ao Rui Pinheiro, elemento chave nestas
andanças, e que motivos de saúde não pode estar presente.
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Foto R. Luís/AESDA
REFERÊNCIAS
Almeida, C., J. J. L. Mendonça, M. R. Jesus & A. J. Gomes (2000) - Sistemas Aquíferos de
Portugal Continental - Sistema Aquífero: Maciço Calcário Estremenho. INAG. Lisboa.
Neves, J. & C. Thomas (1990) - Topografia da Gruta do Almonda.
Núcleo de Espeleologia da Universidade de Aveiro - NEUA (website)
http://www.neua.org/index.php?option=com_content&view=article&id=19:almonda&catid=9:
espeleologia&Itemid=18 .
ANEXOS
Anexo 1- Participantes
Anexo 2 - Lista de Material Comum
Anexo 3 - Rotações de Missão
Anexo 4 - Avaliação de Risco
Anexo 5 - Lista de Verificação Individual
Anexo 6 – Pontos de Garrafas de Segurança
Anexo 7 - Termo de Responsabilidade
Anexo 8 - Nota de Imprensa 1
Anexo 9 - Nota de Imprensa 2
Anexo 10 - Texto para Solicitação de Apoios
Anexo 11 - Despesa Global
Anexo 12 - Plano de Emergência
Anexo 13 - Folha de Incidente
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