Português Instrumental
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POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO DIRETORIA DE ENSINO E CULTURA ESCOLA SUPERIOR DE SARGENTOS CURSO SUPERIOR DE TECNÓLOGO DE POLICIA OSTENSIVA E PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA I MATÉRIA 01: PORTUGUÊS INSTRUMENTAL Divisão de Ensino e Administração Seção Técnica Setor de Planejamento Apostila atualizada em JAN16 pelo Subten PM Stellari e 2º Sgt PM Cristiane, da ESSgt APOSTILA EDITADA PARA O CFS I/16 2 Sumário COMUNICAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL E COLETIVA ............................................... 3 TEXTO E INTENÇÃO ......................................................................................................................... 6 PRODUZIR E ELABORAR TEXTOS................................................................................................. 7 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.......................................................................................................... 9 TIPOLOGIA TEXTUAL .................................................................................................................... 14 COESÃO E COERÊNCIA.................................................................................................................. 17 PRODUÇÃO TEXTUAL ................................................................................................................... 20 NORMAS GERAIS DE PADRONIZAÇÃO NA CORRESPONDÊNCIA OFICIAL EM USO NA POLÍCIA MILITAR ..................................................................................................................... 31 TIPO E CONCEITUAÇÃO DE DOCUMENTOS ............................................................................. 32 REGRAS DE REDAÇÃO .................................................................................................................. 34 TRATAMENTO –ART. 28 DAS I-7-PM........................................................................................... 35 REGRAS DE APRESENTAÇÃO DO CABEÇALHO ...................................................................... 36 BOLETIM GERAL Nº 185, DE 01OUT07 ........................................................................................ 49 EXERCÍCIOS DE ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS OFICIAIS .............................................. 55 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 55 Nota: Esta apostila é um material de apoio. O seu conteúdo não esgota o assunto e desde que previsto curricularmente, poderá ser objeto de avaliação. Com isso, é essencial que você pesquise profundamente os assuntos, tomando por base as referências bibliográficas dispostas, bem como outras que achar por bem utilizar. 3 Comunicação: uma experiência pessoal e coletiva: variação linguística, adaptação da linguagem, processo de comunicação, comunicação eficiente, análise de textos 03 h/a. COMUNICAÇÃO: Uma experiência pessoal e coletiva Cuidando da Comunicação “Antes de escrever, portanto, aprendei a pensar”. Nicolas Boileau Como ponto de partida de um curso que trata do uso adequado da Língua Portuguesa em diferentes contextos, é necessário estabelecer alguns pressupostos teóricos que o ajudarão ao longo deste estudo a compreender melhor os conceitos implicados em uma produção textual que se quer eficiente. A Língua A Língua é um sistema arbitrado que se concretiza a partir da interação verbal feita por meio de práticas discursivas. Esta definição traz como implicação fundamental a interlocução, que é a ação linguística entre os sujeitos. Inter + locução = ação linguística entre sujeitos A linguagem é um processo que leva à comunicação de pensamentos, ideias, conhecimentos, sentimentos, valores, etc. Portanto, a língua é um sistema formado por palavras e leis combinatórias que caracteriza o grupo social que a utiliza. Construção Linguística Cada um de nós é sujeito ativo que decide, intencionalmente ou não, entre as múltiplas possibilidades de construção linguística. Apesar de se configurar como uma experiência essencialmente social, a língua se concretiza a partir de uma ação individual de um sujeito que mobiliza saberes sociais, linguísticos e cognitivos. 4 A fala O uso individual da língua denomina-se fala, da qual surgem as variedades linguísticas determinadas sempre pelo contexto comunicativo em que está inserido. Veja: Ao enviar um email a um amigo íntimo ou um email ao diretor de uma repartição a que você está subordinado. Prezado Senhor Oiiii Fulano, Blz? Mi manda akele doc q eu pedi a vc Abracao ai ^^^:) Solicito-lhe o envio do documento anexo devidamente preenchido para que possamos tomar as providências requeridas. Sandra Atenciosamente Sandra Mara Variação Linguística São diversos os fatores que determinam a variação linguística e esses fatores se relacionam às vivências particulares de cada falante, como: Fatores socioeconômicos (trazem implicações para as diferenças advindas do nível de escolaridade e do acesso a bens culturais); Fatores profissionais; Fatores subjetivos; Fatores regionais; Fatores situacionais. A pluralidade cultural e as condições socioeconômicas no Brasil superdimensionam estes aspectos e, por isso, é preciso refletir sobre os conceitos adotados em relação ao que é linguagem certa ou errada. Pessoas que supervalorizam a língua culta, considerando-a como única forma a ser aceita socialmente, muitas vezes, agirão de maneira discriminadora e intolerante, restringindo o 5 conceito de língua e de uso. Por isso, os linguistas afirmam que não existe certo ou errado, mas uso dos registros padrão ou não-padrão. Quando você diz: Me dê este pacote, está usado o registro não-padrão, pois gramaticalmente, não se inicia frases com pronomes pessoais oblíquos átonos. Já na frase: Dê-me este pacote, você está usando o registro padrão, atendendo à regra gramatical que acabou de ser citada. Adaptação da linguagem Mas, qual das duas opções você mais utiliza? A maior parte dos brasileiros, em seu dia-a-dia, usa mais o registro não-padrão. Pode-se dizer que estão errados? Que não podem falar assim em suas casas com seus familiares? Estas questões deverão ser analisadas a partir do conceito de adequação. A linguagem utilizada deve se adequar aos diferentes contextos de comunicação. Se você está no meio familiar, poderá fazer uso de um registro coloquial (não-padrão); se for apresentar um relatório ou uma palestra no trabalho, deverá utilizar o registro culto (considerado como padrão para situações formais). Reconhecer a importância de se adequar aos inúmeros contextos é o primeiro passo que damos em direção a uma comunicação eficiente, seja no âmbito profissional ou pessoal. Seja qual for o ambiente em que se encontre e as pessoas com quem se comunica, é primordial reconhecer a necessidade de adaptação da linguagem utilizada entre os interlocutores, o que envolve a reelaboração discursiva. Como você deve falar para que seja entendido? Processo de Comunicação Entre os diferentes aspectos envolvidos no processo comunicativo, destaca-se a intenção do emissor no momento da comunicação, o que implica definir: O que se quer comunicar; Para quem; Como se vai comunicar; Qual canal de comunicação será utilizado e 6 Em que contexto ela ocorrerá. Quando você conhece a língua pode se posicionar criticamente, por exemplo, diante da dinâmica de evolução da língua. O que influencia uma pessoa a usar vícios de linguagem novos como o Gerundismo e incorporá-los à nossa maneira de falar com tanta rapidez? Talvez a resposta esteja no fato de que muitas vezes as pessoas não analisam como falam ou como escrevem e apenas agem por intuição. Comunicação eficiente A consciência de que escrever exigirá muito trabalho, não quer dizer que tal ação seja impossível, ao contrário, você é chamado a uma atividade que impõe reflexão e conhecimento, é necessário que se pense na natureza dessa escrita como algo dirigido a mais alguém e, portanto, coletivo. Ao se remeter a intencionalidade do autor, remete-se também à consciência do potencial comunicativo do texto. Inerente ao ato da escrita, está a necessidade de se socializar nossas ideias, sentimentos, certezas e incertezas sobre os mais diferentes assuntos. Texto e intenção: decisor linguístico, gêneros textuais, coesão e coerência, elaboração de textos com base no modelo socioconstrutivista. Indicação do Curso de Português Instrumental do Senasp. Solicitar que os alunos tragam para todas as aulas a gramática e o dicionário. 3h/a. TEXTO E INTENÇÃO “Quanto mais consciência você tem do valor das palavras, mais fica exigente no emprego delas”. Carlos Drummond de Andrade 7 Decisor linguístico Fique atento, pois o que todos esperam de você ao escrever textos é que seja um bom decisor linguístico. Ser um bom decisor linguístico implica bom senso, capacidade crítica e conhecimento da língua. Veja por que... É com “X” ou com “CH” ? É com “Z” ou com “S”? É com “G” ou com “J” Decidir como se escreve uma palavra não é hoje um grande problema, não é? Existe o dicionário e o corretor ortográfico dos editores de texto para ajudar. Mas será essa a única decisão que tem que ser tomada quando se escreve um texto? A convivência com textos variados cria condições para que você se torne um decisor, pois num mundo letrado como o nosso, os diversos gêneros textuais servem de modelo de escrita. Mas criar qualquer coisa? Na Redação Técnica, em definitivo a resposta é não criar, aqui implica conhecer profundamente. PRODUZIR E ELABORAR TEXTOS Produzir significa apresentar um produto, compor, criar, gerar. Elaborar é palavra derivada de labor, que significa fazer um trabalho árduo, labutar (empenhar-se). Esses termos são importantes para pensarmos a atividade escrita: para se escrever é necessário grande esforço, já que o ato da escrita exige um emprego formal maior do que é exigido na língua falada. Falamos muito e escrevemos pouco. FASES DA CONSTRUÇÃO TEXTUAL Para escrever, devemos pensar nos seguintes elementos: 8 1. Qual mensagem pretendo transmitir? 2. Em que meio essa mensagem será veiculada e quem será o receptor dessa mensagem? 3. Quais informações possuo, de qual seleção vocabular posso me valer? 4. Dessas informações, quais não são necessárias? 5. Qual estrutura (estratégia de organização) devo utilizar para escrever o meu texto? Ao pensar nessas perguntas, a elaboração do meu texto já se iniciou antes mesmo de sua existência física. Essa é a grande diferença entre a linguagem escrita e a linguagem falada: a grande margem que tenho para pensar sobre o meu texto, antes de apresentá-lo a alguém. Num segundo momento, chega-se a hora de pintar as letras e construir o texto. Com o texto aparentemente finalizado, chega-se a um terceiro momento, que é o da revisão. E o que devemos rever? - pertinência na escolha das palavras; - respeito à linguagem apropriada para o contexto determinado; - problemas ortográficos e de acentuação gráfica; - excessos de repetições prejudiciais ao texto: - frases mal construídas ou inacabadas; - ambiguidades, inadequações normativas, preciosismo; - organização textual (estrutura) e organização semântica (sentido empregado em cada parágrafo, que ao final, contribuirá para o sentido global do texto). Resumindo, pode-se dizer que para se produzir um texto devemos ter um plano, ordenar as ideias, organizar o texto e submetê-lo a uma correção. Eis que está pronta a nossa versão definitiva do texto, após tanto labor! O QUE DISTINGUE UM TEXTO LITERÁRIO DE UM NÃO-LITERÁRIO? O texto literário é conotativo, ele faz amplo uso do sentido figurado, daí sua profunda intimidade com as figuras de linguagem. A função básica do texto literário é estética: quando é resumido, dele perde-se o essencial. O lugar em que a força estética se manifesta no mais alto grau é o texto poético (em prosa ou em verso), que sempre proporciona ao leitor múltiplas interpretações. No texto literário, quanto mais expressiva e subjetiva for a linguagem, melhor. Por isso sua estrutura (a maneira como o autor se expressa, o modo como ele diz) é tão ou mais importante do que seu conteúdo (as informações expressas, o que ele diz). 9 O texto não literário é denotativo, seu sentido é sempre literal, daí sua pouca intimidade com as figuras de linguagem. A função básica do texto não literário é utilitária (informar, convencer, explicar, responder, organizar etc.): quando é resumido, dele apreende-se o essencial. No texto não literário, quanto mais neutra e objetiva for a linguagem, melhor. Por isso sua estrutura deve ser impessoal, a fim de que o leitor fique atento apenas ao seu conteúdo. A ambiguidade e a multiplicidade de interpretações jamais são bem-vindas num texto não-literário. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Interpretar um texto é, num sentido amplo, refazer o caminho inverso de produzi-lo, isto é, conhecê-lo e identificar cada uma das partes do processo de produção textual, identificando, selecionando e analisando seus elementos. Apesar da necessidade de análise, interpretar não é, a rigor, analisar. Analisar um texto depreende tê-lo segundo alguma especificidade científica. Por exemplo, podemos analisar sob aspectos históricos, sociológicos, filosóficos ou literários, para isso, utilizando referências consagradas no universo acadêmico. Interpretar um texto é extrair as ideias propostas pelo autor. Um primeiro passo é ler o texto, para conhecê-lo. Essa primeira leitura é de contato, superficial. Somente na segunda leitura é que começaremos a identificar os elementos que marcam a significação do texto, inclusive seus indicadores externos. Geralmente, no primeiro parágrafo, está a ideia principal do texto, e do seu autor, além do tema. Este também é o momento em que se inicia a aproximação com o posicionamento do autor (todo texto traz um posicionamento, uma intencionalidade). Os demais parágrafos, como vistos, trarão os fundamentos que justificarão a ideia central do texto, tendo cada um deles um tópico frasal e as ideias secundárias. Identificando-se o tópico frasal de cada parágrafo poderá se alcançar a ideia principal contida no texto. Cabe ressaltar que os recursos externos ao texto também são muito importantes: o suporte (meio em que está sendo veiculado), de acordo com suas características (jornais, revistas, mídia), pode revelar muito do texto, por exemplo, a intencionalidade conforme o público a que se destina, a ideologia da empresa mantenedora do meio de comunicação. O autor do texto, as linguagens não verbais, o emprego de linguagem conotativa, a intertextualidade e o período em que foi escrito nos permite inferir conhecimentos associáveis ao texto, contribuindo para a sua plena interpretação. 10 Estruturalmente, conhecer o gênero textual (crônica, carta argumentativa, conto, poema, relatório etc.) representa importante instrumento para a interpretação. Assim, no caso de uma crônica, já partimos do pressuposto que se trata de um texto da atualidade, cujo tema está inserido no próprio cotidiano. Posteriormente, definimos se há uma temática política, social, cultural, econômica e assim por diante. Depois, numa análise mais restrita, concentrar-se nas conjunções (que estabelecem o sentido entre as orações) é fundamental para que não se perca o correto entendimento textual e para que não ocorra a redução (priorizar elementos insuficientes para se explicar um texto) ou a extrapolação (indicar significações que não estão expressas no texto). Por fim, se existirem palavras cujos significados sejam obscuros, devem ser pesquisadas nos dicionários, porém, na impossibilidade de fazê-lo, deve-se buscar a significação pelo contexto. A seguir um exemplo de uma crônica de Arnaldo Jabor, cuja linguagem intensa e eloquente a transforma em fator determinante à interação texto-social, uma vez que é veiculada em jornais, revistas, TV e internet e convida-nos à reflexão. ESTAMOS COM FOME DE AMOR (Arnaldo Jabor) Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que disserem, o mal do século é a solidão". Pretensiosamente, digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias. Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas. E saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida? Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçados, sabe, essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamo-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós. Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos Orkut, o número que comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra ser sozinho!". Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis. Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e estamos a cada dia mais belos e 11 mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega. Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta. Mas (estou muito brega!), aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois. Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida". EXERCÍCIOS 01. O Projeto Genoma, que envolve centenas de cientistas de todos os cantos do globo, às vezes tem de competir com laboratórios privados na corrida pelo desenvolvimento de novos conhecimentos que possam promover avanços em diversas áreas. Assinale a alternativa em que o termo “privado” foi usado no mesmo sentido que apresenta acima. a) Muitos laboratórios acabam privados de participar da concorrência pelos obstáculos legais que se impõem aos participantes. b) Nem sempre os projetos que envolvem ciência básica podem contar com a injeção de recursos privados, que privilegiam as pesquisas com perspectivas de retorno econômico no curto prazo. c) Mesmo alguns dos grandes laboratórios que atuam no mercado veem-se privados de condições materiais para investir em pesquisa de ponta. d) Os laboratórios privados da licença para desenvolver pesquisas com clonagem de seres humanos prometem recorrer da decisão. 12 e) Muitos projetos desenvolvidos em centros universitários, privados de recursos, acabam sendo engavetados. O texto a seguir é referência para as questões 02 a 05. Reduzir a poluição causada pelos aerossóis – partículas em suspensão na atmosfera, compostas principalmente por fuligem e enxofre – pode virar um enorme tiro pela culatra. Estudo de pesquisadores britânicos e alemães revelou que os aerossóis, na verdade, seguravam o aquecimento global. Isso porque eles rebatem a luz solar para o espaço, estimulando a formação de nuvens (que também funcionam como barreiras para a energia do sol). Ainda é difícil quantificar a influência exata dos aerossóis nesse processo todo, mas as estimativas mais otimistas indicam que, sem eles, a temperatura global poderia subir 4ºC até 2100 – as pessimistas falam em um aumento de até 10º, o que nos colocaria “dentro” de uma churrasqueira. Como os aerossóis podem causar doenças respiratórias, o único jeito de lutar contra a alta dos termômetros é diminuir as emissões de gás carbônico, o verdadeiro vilão da história. (Superinteressante, dez. 2005, p. 16.) 02. Assinale a alternativa cujo sentido NÃO está de acordo com o sentido que a expressão “pode virar um enorme tiro pela culatra” apresenta no texto. a) Pode ter o efeito contrário do que se pretende. b) Pode aumentar ainda mais o problema que se quer combater. c) Pode fazer com que o aquecimento global aumente. d) Pode aumentar a ocorrência de doenças respiratórias. 03. Assinale a alternativa cuja afirmativa mantém relações lógicas de acordo com o texto. a) Os aerossóis seguram o aquecimento global porém estimulam a formação de nuvens. b) Os aerossóis seguram o aquecimento global mas estimulam a formação de nuvens. c) Os aerossóis seguram o aquecimento global pois estimulam a formação de nuvens. d) Os aerossóis seguram o aquecimento global e estimulam a formação de nuvens. e) Os aerossóis seguram o aquecimento global entretanto estimulam a formação de nuvens. 04. Segundo o texto, “o verdadeiro vilão da história” é (são): a) o aquecimento global. b) as emissões de gás carbônico c) a formação de nuvens. 13 d) as doenças respiratórias. e) as barreiras para a energia do sol. 05. O termo “pessimistas”, em destaque no texto, está se referindo às: a) temperaturas. b) pessoas. c) influências. d) estimativas. e) barreiras. LEMBRE-SE: Sempre que você der início à produção de um texto, inclusive textos técnicos, tenha em mente que você transmite informações e por isso, deve organizá-las de maneira a alcançar seu intento. Ao escrever textos, dirige-se a públicos diversos, constituídos por interlocutores de diferentes níveis cognitivos e sociais. O texto deve ser produzido numa linguagem o mais neutra possível, visando a atingir a totalidade dos indivíduos, adequando-se à realidade comunicativa do momento. É necessário, desta feita, ter mão fontes de consulta que nos ajudem a solucionar tais questões, as quais não são só suas, mas de todos aqueles que se propõem a lutar com as palavras. Dentre os materiais para consulta, destacamos os seguintes: Dicionários; Gramáticas; Manuais de redação e estilo; Obras e textos técnicos. A releitura de um texto Lembre-se que o corretor ortográfico do editor de texto é bastante útil, mas tem limitações próprias. Por isso, na dúvida, recorra às possíveis fontes de pesquisa e garanta a produção de um texto claro e correto. Os textos mostram quem você é e quanto sabe, por isso capriche ao escrever. Não se deixe levar pela enganadora visão de que os textos ficam prontos e bem escritos logo em sua primeira versão. Portanto, procure reler por duas vezes até ter a certeza de que sua produção está realmente boa. 14 TIPOLOGIA TEXTUAL 1. DESCRIÇÃO Descrição é a representação verbal de um objeto, seja ela objetiva (científica) ou subjetiva (literária). Pode-se comparar à fotografia, embora admita interpretação, sendo comum o uso de adjetivos e locuções adjetivas. Compara-se à fotografia, já que a partir do encadeamento (e não enumeração) de características, físicas ou psicológicas, espera-se que o receptor apreenda uma imagem, consolidada com o auxílio de suas experiências pessoais. Espécies São quatro as principais espécies de descrição: a) De ser animado (pessoa, animal) ou ser inanimado (objeto) Costuma-se chamar retrato a descrição de pessoas, pois corresponde, realmente, a uma fotografia feita por meio de palavras, destacando-se traços capazes de transmitir uma impressão de conjunto. Uma boa descrição de pessoa é a que procura selecionar os aspectos particularizantes mais significativos, sem acumular detalhes supérfluos. Assim como todo texto, é necessário que seja elaborada uma estratégia de produção, além da importância de se explorar todos os recursos sinestésicos. Ao descrever objetivamente uma pessoa, por exemplo, pode-se adotar uma caminho de cima para baixo, iniciado pelos cabelos, testa, olhos, nariz, boca, queixo, para depois indicar as partes mais generalizantes, como formato do rosto, antes de iniciar a descrição do corpo. Assim, será dada a oportunidade ao leitor de construir a imagem, sem que haja grandes rupturas. Numa descrição literária, importa mais atingir a sensibilidade, dividir com o leitor a composição do descrito, ainda que esse procedimento fortaleça a subjetividade. Ex: Ela é alta e esbelta, mas bastante magra. Tenho a impressão de que se poderia dobrála em duas ou dar-lhe um laço como a uma fita. Seus pés compridos e estreitos, são lindos. Positivamente lindos. Seus cabelos têm uma cor de espigas um tanto avermelhadas. Os olhos são legítimos olhos de gata; mas que altivez, que arrogância no seu olhar... (Dostoiévski, O Jogador) No excerto, percebemos que o narrador preferiu demonstrar o impacto nele causado pela mulher que está sendo descrita, em detrimento da particularização de características pessoais. 15 b) De ambiente Descrição de grande importância para a atividade policial-militar, visualiza-se um ambiente, interno ou externo: a sala de estar, a biblioteca, com seus aspectos peculiares, móveis e enfeites, a rua, com suas peculiaridades, casas, apartamentos e lojas, ou elementos naturais. Não é o acúmulo de particularidades de um objeto que interessa a quem descreve, mas apenas aqueles selecionados por sua sensibilidade, no caso do artista, ou por sua percepção, no caso de um policial, já que as descrições podem ter objetivos diferentes: sensibilizar, no caso da descrição subjetiva, ou informar, no caso da descrição objetiva. Fala-se em captação intuitiva dos traços dominantes. Ex: Defronte as casas da Rua Ocidental tinham na sua fachada o reflexo claro das luzes do Passeio; algumas janelas estavam abertas; as cortinas de fazenda escura destacavam sobre a claridade interior dos candeeiros. (Eça de Queirós, O Primo Basílio) c) De paisagem Em se tratando de descrição de paisagem, o observador abrange, de uma só vez, a totalidade; depois, aos poucos, vai enumerando as partes do todo, de preferência, pela ordem de proximidade. Ex: Na planície avermelhada, os juazeiros alargavam duas manchas verdes. (...) A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala. (...) A catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O voo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos. (Graciliano Ramos, Vidas Secas). d) De cena A descrição de cena é movimentada, dinâmica, ao contrário das demais, caracterizadas pela estaticidade. Descrevendo-se uma cena, admitem-se fases, isto é, um desenvolvimento progressivo no tempo. Não se há de confundi-la com a narração que é uma sequência de fatos. A descrição apresenta aspectos sucessivos de um mesmo fato, enquanto a narração é uma sucessão de fatos diferentes. Ex: Ia encontrar Basílio no Paraíso pela primeira vez. E estava muito nervosa; não pudera dominar, desde pela manhã, um medo indefinido que lhe fizera pôr um véu muito espesso, e bater o coração ao encontrar Sebastião. Mas ao mesmo tempo uma curiosidade intensa, múltipla, impelia-a, com um estremecimentozinho de prazer. – Ia, enfim, ter ela própria aquela aventura que lera tantas vezes nos romances amorosos! Era uma forma nova do amor que ia experimentar, sensações excepcionais! (Eça de Queirós, O Primo Basílio). 16 2. NARRAÇÃO Narrar é contar uma história real ou fictícia, por meio da utilização de verbos, marcando uma sequência de ações. São elementos da narração: Enredo: é sequência dos fatos da narração, a “estória” propriamente dita, e se desenvolve nos seguintes estágios: Exposição ou apresentação - parte em que o autor localiza o fato. Complicação – parte em que ocorre o choque, o desenrolar dos acontecimentos. Clímax – ponto culminante da história com o aumento da tensão. É o suspense da narrativa. Desfecho – consequência ou resultado do conflito; geralmente, contém a recompensa ou a punição. Esses estágios não precisam ser observados de maneira rígida, pois a criatividade do autor reserva o direito de jogar com tais dados, dispondo-os como achar conveniente. O importante é a movimentação das personagens no tempo e no espaço, o dinamismo dentro do texto, caracterizado pelo predomínio dos verbos indicadores de ação e pela sucessividade de atuação dos componentes. Espaço - onde ocorre a história, é o local em que ela se desenvolve. Tempo - quando ocorre a história. Com a modernidade, o tempo cronológico sucumbiu ao tempo psicológico. Personagens - elementos reais ou fictícios presentes na narração, geralmente divididos em principal, antagonista e secundário. Narrador - quem conta o fato. Dele, identifica-se o foco narrativo, em primeira pessoa (narrador-personagem) ou terceira pessoa (narrador-observador). São raras as narrações em segunda pessoa, como vista em Machado de Assis, quando se dirige ao leitor, ou, no romance Se um viajante numa noite de inverno, do escritor italiano Italo Calvino, no exemplo abaixo: “Bem, de que é que estás à espera? Estende as pernas, estica também os pés numa almofada, em duas almofadas (...) Não que estejas à espera de alguma coisa especial deste livro em especial. És um daqueles que de princípio não espera mais nada de nada.” 3. DISSERTAÇÃO Dissertar é comentar, debater determinado assunto, com apresentação, a rigor, da seguinte estrutura: 17 a) Introdução (apresentação, prólogo) Apresenta a ideia básica, objeto das considerações do autor com o objetivo de situar o leitor dentro do assunto a ser desenvolvido. É o ponto de partida, a proposta, a pauta do trabalho, que deve ser construído no primeiro parágrafo. b) Desenvolvimento (análise, explanação) Parte em que se trata do assunto de forma completa, com a apresentação dos fatos, ideias, argumentos exigidos; é a fase da reflexão, da fundamentação do trabalho, com apresentação de dados (de várias ordens) objetivos. Estruturalmente, o desenvolvimento é construído nos parágrafos intermediários. c) Conclusão (desfecho, síntese) Encerra-se o trabalho, o processo dialético, com a conclusão, com a reafirmação da ideia central, sendo que a colocação final deve estar fundamentada no que foi exposto durante o desenvolvimento. Trata-se do último parágrafo. É muito importante na dissertação: Clareza – a comunicação deve ser clara, objetiva. Lembre-se que palavras difíceis (preciosismos) não conferem, necessariamente, qualidade ao texto. A clareza de um texto, inclusive, passa pela correta definição das partes acima descritas, de forma que não haja partes do desenvolvimento na introdução ou da conclusão no desenvolvimento, e assim sucessivamente. COESÃO E COERÊNCIA 18 Coesão – é preciso que as diversas ideias, os diferentes argumentos, estejam bem entrosados para dar favorecer a coesão entre as partes, conferindo unidade ao texto. Os parágrafos devem guardar um encadeamento de ideias e argumentos. Coerência – é importante que as ideias mantenham relações de continuidade entre si, ou seja, que estejam pautadas num determinado ponto de vista que não proponha o choque entre suas partes. A contradição é o principal aspecto de um texto ferido em sua coerência. Na prática, para se elaborar um texto dissertativo, deve-se extrair do tema o assunto que será abordado. Não contemplar o tema é erro grave, que juntamente com a contradição podem anular todo o texto. Dentro do tema, devemos selecionar elementos, dados e fatos que conhecemos, para fundamentar o desenvolvimento. O título também é imprescindível, deve ser centralizado, com a primeira inicial maiúscula, seguido das demais palavras com letras minúsculas. Após o título, deve-se deixar o espaço de uma linha e só então iniciar a introdução. Caso sejam indicadas uma quantidade determinada de linhas, estas devem ser respeitadas, considerando-se os limites de três linhas para mais ou para menos daquele limite indicado. A partir da introdução, e não do título, inicia-se a contagem. Não alternar letra de forma com letra cursiva, fazer uma letra legível, pontuar corretamente o “i”, evitar rasuras e, caso ocorram, marcá-las corretamente, são pontos fundamentais em um texto dissertativo. Por fim, lembre-se que cada parágrafo deve ter um princípio, meio e fim, sendo que tópico frasal é a ideia principal de um parágrafo, em torno do qual as outras proposições irão se concatenar. A existência e a mudança dos parágrafos são decisões que devem ser fundamentadas na lógica textual. A importância dos conectivos A coesão de um texto depende muito da relação entre as orações que formam os períodos e os parágrafos, seja qual for a tipologia textual. Em uma descrição, a relação entre os elementos descritos, a qualificação precisa e os critérios empregados são de grande importância, já nos textos dissertativos e narrativos, os conectivos são elementos fundamentais para fortalecer as argumentações e o desenvolvimento da narrativa (sequência de acontecimentos). Os períodos compostos precisam ser relacionados por meio de conectivos adequados, se não quisermos torná-los incoerentes e incompreensíveis . 19 Para cada tipo de relação que se pretende estabelecer entre duas orações, existe uma conjunção que se adapta perfeitamente a ela. Por exemplo, a conjunção MAS, só deve ser usada para estabelecer uma relação de oposição entre dois enunciados. Agora, se houver uma relação de contradição ou ideia de concessão, a conjunção deverá EMBORA. Se não for assim, o enunciado ficará sem nexo. Observe um caso de escolha inadequada da conjunção: "EMBORA A SEGURANÇA PÚBLICA SEJA UM PROBLEMA DE ORDEM NACIONAL, O GOVERNO FEDERAL DEVE AUXILIAR NOS PROBLEMAS DOS GOVERNOS ESTADUAIS" Veja que não existe a relação de oposição ou a ideia de concessão que justificaria a conjunção EMBORA. “COMO A SEGURANÇA PÚBLICA É UM PROBLEMA DE ORDEM NACIONAL, O GOVERNO FEDERAL DEVE AUXILIAR NOS PROBLEMAS DOS GOVERNOS ESTADUAIS". EXERCÍCIOS: Identifique, nos fragmentos de textos abaixo, se há predominância dos processos descritivos, narrativos ou dissertativos e aponte duas características presentes em cada um deles, que os relacionam com a tipologia textual que os hierarquiza. a. Clarice Lispector, A Hora da Estrela “A moça tinha ombros curvos como os de uma cerzideira. Aprendera em pequena a cerzir. Ela se realizaria muito mais se se desse ao delicado labor de restaurar fios, quem sabe se de seda. Ou de luxo: cetim bem brilhoso, um beijo de almas. Cerzideirinha mosquito. Carregar em costas de formiga um grão de açúcar. Era ela de leve como uma idiota, só que não o era. Não sabia que era infeliz. É porque ela acreditava. Em quê? Em vós, mas não é preciso acreditar em alguém ou em alguma coisa - basta acreditar. Isso lhe dava às vezes estado de graça. Nunca perdera a fé.” _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ b. Fiódor Dostoiévski, Noites Brancas “Tão depressa Nastenka começava a dizer que queria voltar para casa imediatamente, e eu não me atrevia a retê-la, e nos púnhamos já a caminho, como notávamos, ao fim de um quarto de hora, que estávamos outra vez no nosso banco do cais, e ela suspirava profundamente, e uma lágrima rodeava por sua pálpebra... e eu a olhava assustado e perplexo... Até que ela voltava a pegar minha mão e recomeçávamos a andar e a falar...” ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 20 ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ c. Tzvetan Todorov, A Literatura em Perigo “Ler poemas e romances não conduz à reflexão sobre a condição humana, sobre o indivíduo e a sociedade, o amor e o ódio, a alegria e o desespero, mas sobre noções críticas, tradicionais ou modernas. Na escola, não aprendemos acerca do que falam as obras, mas sim do que falam os críticos. (...) A literatura pode muito. Ela pode nos estender a mão quando estamos profundamente deprimidos, nos tornar ainda mais próximos dos outros seres humanos que nos cercam, nos faz compreender melhor o mundo e nos ajuda a viver.” _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ Produção Textual com aplicação das principais regras gramaticais no texto, aplicação das Regras de Pontuação, Crase, Colocação Pronominal, Acentuação Gráfica, Ortografia, Concordâncias Verbal e Nominal, análise destas regras em textos, procurar exercitar a leitura e a escrita. 8h/a. PRODUÇÃO TEXTUAL REGRAS DE PONTUAÇÃO FINALIDADE Destacar palavras, expressões e orações, a fim de facilitar a entonação e esclarecer o sentido da frase. Para reproduzirmos, na linguagem escrita, os inumeráveis recursos da fala, contamos com uma série de sinais gráficos denominados sinais de pontuação. Texto: A importância da pontuação Um homem rico estava muito doente, pediu papel e caneta, e assim escreveu: "Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres". Morreu antes de fazer a pontuação. Para quem ele deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes. 21 O sobrinho fez a seguinte pontuação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não, a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres". A irmã chegou em seguida e pontuou assim, o escrito: "Deixo meus bens à minha irmã, não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres." O alfaiate pediu cópia do original e puxou a brasa pra sardinha dele: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres." Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: "Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres." MORAL DA HISTÓRIA: Pior de tudo é saber que ainda tem gente que acha que uma vírgula não faz a menor diferença! Os efeitos de sentido: Uma das razões para abordar os termos acessórios e a pontuação com mais profundidade são os efeitos de sentido que a pontuação provoca no processamento do texto. Uma simples vírgula é, na verdade, mais que uma simples vírgula. Efeitos de sentido especiais derivam do tipo de pontuação que o texto apresenta. Os sinais de pontuação são marcas que o redator deixou no texto para orientar o leitor, e ler é captar essas marcas. É claro que os sinais de pontuação são apenas uma dessas marcas, mas, sem dúvida, a pontuação exerce relevante papel como provocador de efeito de sentido, pois pontuações diferentes expressam significados diferentes, e pontuações equivocadas induzem a interpretações distorcidas. VÍRGULA Emprega-se a vírgula: 1. Para separar vocativos: Emília, vem aqui! 2. Para separar apostos: Roque, meu melhor amigo, chegou agora. 3. Para separar orações coordenadas assindéticas: Vivemos, lutamos, morremos. 4. Para separar orações coordenadas sindéticas (mas, porém, todavia, contudo, logo, por conseguinte, porquanto, entretanto, portanto, por isso, pois, porque, no entanto, senão, ora...): Estudou, mas não aprendeu nada. Não pare, porque você vencerá. 22 5. Para isolar vocábulos que não vierem no início das orações: (pois, porém, todavia, contudo, entretanto, portanto, isto é, por exemplo, no entanto...) Queiram, pois, dignar-se devolver as peças enviadas por equívoco. 6. Para separar orações coordenadas sindéticas aditivas quando: 6.1. sujeito for diferente Roque chegou, e Amaral foi-se embora. 6.2 Houver repetição de conjunção “é” (polissíndeto) E estuda, e trabalha, e luta, e vence. 7. Para separar orações adjetivas de valor explicativo: A inteligência, que nos distingue dos irracionais, tem um valor inestimável. 8. Para separar orações adverbiais que iniciaram o período ou se intercalaram: Quando a noite cair, fica à janela contemplando o infinito. ( temporal ) O barulho aumentava, à medida que a criança chorava. (proporcional) 9. Para separar datas: São Paulo, 15 de fevereiro de 2000. 10. Para indicar a elipse ( omissão) do verbo: Eu irei de trem, ele, de avião. 11. Para separar adjuntos adverbiais deslocados: Comprei, naquele mercado, muitos produtos perecíveis. Um dia, na fronteira, um homem levantou a nossa bandeira. 12. Para separar termos de mesma função sintática: Compramos sapatos, vestidos, blusas e bermudas. Não se emprega vírgula: 1. Entre o sujeito e o verbo da oração: Atletas de várias nacionalidades participarão da grande maratona. 2. Entre o verbo e seus complementos: Dona Elza pediu ao diretor do colégio que colocasse o filho em outra turma. 3. Antes de oração adverbial consecutiva do tipo: O vento soprou tão forte que arrancou mais de uma árvore. 4. Nas orações coordenadas sindéticas aditivas quando o sujeito for igual: Alice estudou e fez uma boa prova. Exercícios - Reescreva as frases empregando a vírgula corretamente e justifique. a) Campinas 9 de março de 2004. ____________________________________________________________________ b) O prefeito que é nosso amigo ajudará os flagelados. 23 _____________________________________________________________________c) A luta é muito difícil mas ele não desistirá. ____________________________________________________________________ d) Eu leio livros você jornais. ____________________________________________________________________ e) A riqueza o poder a saúde são transitórios. ____________________________________________________________________ f) Marcos nosso sobrinho voltou hoje. __________________________________________________________________ g) Eu acredito em mim você em seus amigos. ____________________________________________________________________ h) Ela é linda tem olhos azuis cabelos louros fala macia. ____________________________________________________________________ i) O garoto gritou e todos vieram ajudá-lo. ____________________________________________________________________ h) Na espessura do bosque estava o leito da irara ausente. ___________________________________________________________________ i) Os alunos angustiados esperam o resultado dos exames. ____________________________________________________________________ j) Juçara fuma e não traga. ____________________________________________________________________ CRASE (a + a) A crase não é acento gráfico. Marcada pelo acento grave (`) é a fusão do /a/ (preposição) com o /a/ (artigo definido) ou do /a/ (preposição) com os pronomes demonstrativos iniciados por /a/ , aquele, aquela ou aquilo. Elaborei um documento e o enviei à Diretoria (enviei a a Diretoria) Elaborei um documento e o enviei ao Diretor de Pessoal. Elaborei um documento e o enviei àquela Diretoria (enviei a aquela Diretoria) Elaborei um documento e o enviei àquele Diretor de Pessoal. Para que a crase ocorra, há uma condicionante fundamental: que o verbo exija a regência da preposição a em posição anterior a uma palavra feminina. (exceção com expressões que signifiquem à moda de). Ocorre crase: 24 I.antes de nome feminino, quando este puder ser substituído pelo seu equivalente masculino. Ex: Vou à companhia. Vou ao batalhão. // Refiro-me às pessoas de bem. Refiro-me aos homens de bem. II. Com os topônimos (nomes próprios de lugar) determinados por artigo: Ex: a África, a América, a China, a Itália, a Bahia, as Antilhas, a Penha (venho da) Iremos à África, à América, à França, às Antilhas, às Filipinas. Ex: Atenas, Cuba, Madri, Paris, Portugal, Roma (venho de) Ex: Viajaremos a Atenas, a Cuba, a Madri, a Roma. Contudo, quando o nome estiver especificado, ocorrerá a crase: Ex: Vou à Atenas de Sócrates. Viajarei à Roma dos Césares. III. A palavra casa receberá o acento de crase quando especificada: Ex: Fui à Casa Mário de Andrade. Vou à casa de meu irmão. Entretanto, se houver referência a “lar”, “residência”, não ocorrerá crase. Ex: Voltei a casa (Voltei para casa). O mesmo ocorre com a palavra terra e distância. Ex: Voltarei à terra querida. Em breve, viajarei à terra de Camões. Estava à distância de cem metros. Os marinheiros voltaram a terra. Ele foi visto a distância\ A polícia ficou a distância. IV. Quando a palavra feminina (com valor de demonstrativo), que já se encontra expressa na frase, estiver elíptica. Ex: Estas argumentações são iguais às (argumentações) que você escreveu. V. Leva crase o a inicial dos demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo:. Ex: Fazia referência àquele cidadão. Daremos respostas àqueles homens. Dirigiu-se com voz firme àquela mulher. VI. Acentua-se o a posposto a determinados verbos de regência variada para evitarse ambiguidade. Ex: Bater à porta - dar pancadas para se abrir a porta. Bater a porta - fechar a porta. VII. Acentua-se o a em locuções femininas (adverbiais, prepositivas, conjuncionais): à baila (a propósito); à beça; à beira de; à conta de; à deriva (sem rumo); à direita; à disposição - à distância; à guisa de (à maneira de); à medida que; à queima roupa; às claras; às escondidas; às moscas; às vezes (por vezes, algumas vezes). VIII. Na indicação de horas: Ex: Retornou para casa às sete horas da noite. Não ocorre crase: I.Antes de substantivos masculinos. 25 Ex: Vendas a crédito. Abateu-o a facão. É bom andar a pé. Vou a Portugal. a. Quando a palavra feminina estiver subentendida, como ocorre em “à moda de”, ocorrerá o uso da crase: Ex: Foi à São José (Casa de Saúde) para doar sangue. Salto à Luís XV (à moda de Luís XV). II. Antes dos verbos: Ex: Começou a falar. Preço a combinar. Prestes a ocorrer. III. Antes de pronomes pessoais (casos reto e oblíquo): Ex: Dei a ele uma sugestão. presente. A mim me parece justo. IV. Antes de pronomes de tratamento e maioria dos pronomes: Ex: Encaminho a V.Sª. as documentações anexas (exceção a “senhora” e “senhorita”) alguém, alguma, cada, certa, determinada, cuja, essa, esta, muita, nada, nenhuma, ninguém, outra, pouca, qualquer, quaisquer, quanta, quem, toda, uma, várias. Ex: Dirigiu-se a cada policial durante a solenidade. Passo a essa diretoria o resultado dos processos. Não era a pessoa a quem se referia. V. Entre palavras repetidas: Ex: Cara a cara. Face a face. Frente a frente. Gota a gota. VI. Quando o “a” aparece no singular e a palavra seguinte no plural, portanto, não havendo a ocorrência de artigo. Ex: O depoimento foi tomado a folhas. A palestra foi dirigida a pessoas leigas. Matou-a a punhaladas. VII. Entre datas: Ex: O curso será de 22 a 29 de maio. VIII. Palavras no plural, precedidas apenas de preposição, inclusive numerais cardinais: Ex: Assisti a duas sessões. Não me referia a crianças com estes problemas. Não irei a reuniões inúteis. A crase é facultativa: I. Antes dos possessivos femininos: minha(s), tuas(s), sua(s), nossa(s), vossa(s). Ex: Entregou o relatório à sua supervisão. Entregou o relatório a sua supervisão. II. Antes de nomes próprios femininos: Ex: Por favor, entregue esta carta à Paula. Por favor, Entregue esta carta a Paula. a. Quando determinado, ocorre crase: Ex: Por favor, entregue esta carta à Paula do RH. b. Em tratamento cerimonioso ou diante de nome de personalidades, não ocorrerá a crase: Ex: A Maria, com respeito. Devo respeito à Rachel de Queiroz, primeira mulher na Academia Brasileira de Letras. III. Após a preposição até: Ex: Vou até a igreja. Vou até à igreja. Exercícios: Use o acento grave quando for necessário: 26 01 – O plano dos bandidos saiu [as] avessas. 02 – Não chegaram [a] saber quem era [a] autoridade. 03 – Encontramos os papeis [as] margens da represa. 04 – [As] dez e meia todos se retiraram do local. 05 – De 25 [a] 30 de agosto estarei frequentando um curso . ORTOGRAFIA HOMÔNIMOS - São palavras de significados diferentes, porém com a mesma pronúncia. Na escrita, podem ser iguais ou diferentes. acender = pôr fogo acento = sinal gráfico bucho = estômago caçar = capturar animais cela = quarto pequeno, prisão censo = recenseamento cervo = veado chá = bebida cheque = ordem de pagamento concerto = sessão musical empoçar = formar poça esterno = osso do peito incipiente = principiante intercessão = ato de interceder laço = nó ruço = pardacento, grisalho são = sadio sédula = feminino de sédulo, cuidadosa tacha = prego pequeno ascender = subir assento = lugar onde se senta buxo = espécie de arbusto cassar = tornar sem efeito sela = arreio, 3ª os do verbo selar senso = entendimento, juízo, humor servo = criado, serviçal xá = antigo soberano do Irã xeque = ataque ao rei no jogo de xadrez conserto = reparo empossar = dar posse a externo = exterior insipiente = ignorante interseção = ponto onde duas linhas se cruzam lasso = frouxo russo = natural da antiga Rússia são = 3ª pp do verbo ser cédula = documento taxa = imposto, tributo, conta, tarifa PARÔNIMOS – São palavras de significados diferentes, porém são semelhantes na pronúncia e na escrita. absolver = perdoar, inocentar aprender = tomar conhecimento área = superfície arrear = pôr arreios cavaleiro = que cavalga comprimento = extensão deferir = atender delatar = denunciar descrição = ato de descrever descriminar = deixar de ser crime emigrar = sair do país eminente = elevado, em ascensão flagrante = evidente absorver = aspirar, sorver apreender = assimilar, pegar ária = melodia, cantiga arriar = descer, cair cavalheiro = homem cortês cumprimento = saudação diferir = retardar, ser diferente, divergir dilatar = distender, aumentar discrição = qualidade de quem é discreto discriminar = distinguir imigrar = entrar num país estranho iminente = prestes a ocorrer fragrante = perfumado 27 fluir = correr ratificar = confirmar soar = emitir som, ecoar, repercutir despercebido = não notado fruir = desfrutar retificar = corrigir suar = transpirar desapercebido = desprevenido COLOCAÇÃO PRONOMINAL Os pronomes oblíquos átonos (o, a, os, as, lhe, lhes, me, te, se, nos, vos), como todos os outros monossílabos átonos, apoiam-se na tonicidade de alguma palavra próxima. Dessa forma, esses pronomes podem ocupar três posições na oração. PRÓCLISE 1. Ocorre quando o pronome vem antes do verbo. Existem várias palavras ou expressões chamadas fatores de próclise - que atraem o pronome, fazendo com que ele se posicione antes do verbo. Quais sejam: 1.1. as palavras ou expressões negativas: não, nunca, nem, nenhum, jamais, ninguém, de modo algum, em hipótese alguma etc. Exemplos: Não me pergunte nada. Nunca me responda. 1.2. os pronomes relativos: quem, que, qual, cujo, onde, quanto etc. Exemplos: Há pessoas que nos querem bem. O bairro onde resido me agrada muito. 1.3. os pronomes indefinidos: todo(s), toda(s), alguém, quem, algum, diversas, qualquer, cada qual, algum outro, quem quer que etc. Exemplos: Alguém lhe deu a resposta. Todos me invejam. 1.4. os pronomes interrogativos: que, quem, qual, onde etc. Exemplos: Quem lhe perguntou isso? Quem me chamou? 1.5. as conjunções subordinativas: quando, se, como, porque, que, logo que embora etc. Exemplo: Embora o tenha visto, ele não me viu. 1.6. os advérbios: talvez, aqui, ali, ontem, agora, às vezes etc. Exemplos: Às vezes me lembro dela. Aqui se estuda muito. 1.7. as orações optativas e exclamativas. Exemplos: Deus te proteja! Quanto se estudou inutilmente. 1.8. com gerúndio precedido da preposição em: Exemplo: Em se tratando de política, fale com ele. MESÓCLISE Ocorre quando o pronome vem no meio do verbo. A mesóclise só obrigatória quando se combinam dois fatores: 1º - Verbo no futuro do presente ou do pretérito; 2º - ausência de palavra atrativa de próclise. 28 Exemplos: Contar-te-ei uma verdade. Acompanhar-te-ia se estivesse de folga. ÊNCLISE É quando o pronome vem depois do verbo. Ocorre a ênclise nas seguintes construções: 1º - Verbo iniciar a oração; 2º - Quando verbo, no interior da oração, é precedido de pausa (silêncio, na fala; sinal de pontuação, na escrita). Exemplos: Lá longe, saudava-nos o povo. Agora, traga-me o café, por favor. Senhor Juiz, expulse-o do campo. OBSERVAÇÃO Nos tempos compostos, formados de um verbo auxiliar (ter ou haver) mais um particípio (verbo principal), o pronome átono se anexa ao verbo auxiliar, nunca ao particípio. Exemplos: Tinha-me arrastado, sem perceber, sobre pedras. Tenho-me contido em meus limites. Nas locuções verbais, formadas por verbo principal na forma nominal do infinitivo ou do gerúndio, o pronome oblíquo pode ficar próximo ao verbo auxiliar ou ao principal. Exemplo: Ele deve apresentar-se ao oficial. Ele deve se apresentar ao oficial. O policial está envolvendo-se demais na ocorrência. O policial está se envolvendo demais na ocorrência. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Coloque V se a afirmação for verdadeira, e F, se for, falsa. 1.1. ( 1.2. ( 1.3. ( 1.4. ( 1.5. ( 1.6. ( ) Os soldados não obedeceram-lhe as ordens. ) Todos disseram-me o mesmo. ) Recusei a música que apresentaram-me. ) Quem lhe ensinou esses modos? ) Nunca nos disseram uma palavra. ) Aqui se estuda Língua Portuguesa. 2. Nas frases, a seguir, identifique os pronomes oblíquos átonos e indique se eles estão em próclise, mesóclise ou ênclise: a. Discutem- se atualmente novos projetos de conquista do espaço. b. Ele certamente o cumprimentaria, se o visse na festa. c. Ninguém me aceitou. d. Com certeza, eles entregar-te-iam tudo o que conseguissem lá. 3. Reescreva as frases, fazendo as alterações propostas e observando a eventual mudança de colocação do pronome oblíquo: a. Preocupem-se com seus problemas. Passe para a forma negativa ____________________________________________________________________ b. Preparamos-lhe uma surpresa inesquecível. Use o verbo no futuro do presente: ______________________________________________________________________. c. Encontrar-nos-emos brevemente para tratar desse assunto. Coloque a palavra brevemente no início da oração. _____________________________________________________________________ 4. Marque a colocação que foge aos padrões da norma culta da língua: a. ( ) Nunca convidei-o para sair. b. ( ) Se não me engano, nada lhe prometi. 29 c. ( ) Não se vá, espere-me. d. ( ) Faça-me um favor. 5. Assinale a opção incorreta: a) ( ) Não me decepcione. b) ( ) Alguém se interessou pelo curso. c) ( ) Me empresta a caneta, por favor. d) ( ) Quem lhe chamou? 6. Assinale a alternativa em que se cometeu ERRO quanto à colocação pronominal: a. ( ) Tinha-me esquecido desse assunto. b. ( ) Tenho-me colocado à disposição. c. ( ) Entregarei-te o caderno amanhã. d. ( ) Não me deixe falar a verdade. 7. Responda sucintamente as perguntas abaixo: Quanto à colocação pronominal, justifique o emprego dos pronomes nas frases abaixo: “Agora me lembro do que aconteceu”. _________________________________________________________________________ “Agora, lembro-me do que aconteceu”. _________________________________________________________________________ ACENTUAÇÃO GRÁFICA O português, assim como outras línguas neolatinas, apresenta acento gráfico. Atualmente, usamos apenas o acento agudo (´) e o circunflexo (^). O acento grave (`) restringe-se a marcar a ocorrência da crase. O maior critério utilizado para definir as regras de acentuação é a tonicidade. Lembre-se que há cinco classificações para as palavras segundo sua sílaba tônica: proparoxítonas; paroxítonas; oxítonas; monossílabas tônicas e átonas. Acento tônico, no entanto, não implica acento gráfico. Para aprender a acentuar, não é necessário decorar qual o acento correto em cada palavra, mas refletir sobre o uso do acento e quando se faz necessário. O que vale de regra para um, muitas vezes serve de contrarregra para o outro. Acentuamse oxítonas terminadas na vogal a (cajá), mas não se acentuam as paroxítonas terminadas em a (menina). Você sabe identificar a sílaba tônica das palavras? Como você pronuncia pernicioso? Não decore! Pense! Classificação das Palavras Acento tônico, no entanto, não implica acento gráfico 30 Veja as cinco classificações para as palavras de acordo com a sílaba tônica: Algumas definições importantes: Oxítona: é aquela palavra cuja sílaba tônica recai na última sílaba. Exemplo: café, paletó e urubu. Paroxítona: é aquela palavra cuja sílaba tônica recai na penúltima sílaba. Exemplo: lápis, caráter e automóvel. Proparoxítona: é aquela palavra cuja sílaba tônica recai na antepenúltima sílaba. Exemplo: última, lágrima, África, paralelepípedo, pêssego, metafísica, etc. OBS.: Todas as palavras proparoxítonas são acentuadas. DITONGO: é a aglutinação de uma vogal (a;e;o) com uma semivogal (i;u) proferidas em uma só sílaba, as quais não se separam. Vogais são tônicas, ou seja, têm pronúncia mais forte; já as semivogais são átonas, isto é, têm pronúncia mais fraca, indicando que não podem formar por si só núcleos silábicos, tendo sempre de acompanhar as vogais. Exemplo: rei - "e" é a vogal, e o "i", a semivogal. água - á-gua, em gua o "a" é vogal (mais forte) e o "u" é semivogal. HIATO: é a ligação de vogais proferidas em sílabas distintas, ou seja, em sílabas separadas. Exemplos: país – pa-ís; saúde – sa-ú-de; juízes – ju-í-zes; atualmente, em consonância com o novo acordo ortográfico, nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento diacrítico no i e no u tônicos (Hiato) quando vierem depois de um ditongo. Exemplo: Antes do acordo: bocaiúva; feiúra Depois do acordo: bocaiuva; feiura Resumindo: A junção de uma vogal e uma semivogal = ditongo, quando houver a separação de duas vogais proferidas em sílabas diferentes. PECADOS DA LÍNGUA Um hábito muito comum no ambiente de trabalho é recorrer aos colegas, quando se tem dúvidas, mas isso nem sempre é a melhor receita, já que eles também podem estar errados, pois, como todas as pessoas, carregam suas dúvidas, limitações e vícios de linguagem. Numa publicação da revista Veja, Jerônimo Teixeira aponta os Pecados da Língua, os quais são imperdoáveis em textos orais e escritos. Lembre-se que, em textos escritos, nossos erros tomam enorme proporção, pois ficam registrados. São erros que comprometem a vida social e pretensão profissional. 1-Houveram problemas. "Houve" problemas. Haver, no sentido de existir, é sempre impessoal. 31 2- Se ele dispor de tempo. É erro grave conjugar de forma regular os verbos derivados de ter, vir e pôr. Neste caso, o certo é "dispuser". 3- Espero que ele seje feliz e vieram menas pessoas. Dois erros inadmissíveis. A conjugação "seje" não existe. E "menos" não concorda com o substantivo, pois é advérbio e não adjetivo. 4- Ela ficou meia nervosa. "Meio" nervosa. Os advérbios não têm concordância de gênero. 5- Segue anexo duas cópias do contrato. Atenção para com a concordância verbal e nominal: "seguem anexas". 6- Esse assunto é entre eu e ela. Depois de preposição, pronome oblíquo tônico: entre "mim" e ela. 7- A professora deu um trabalho para mim fazer. Antes de verbo, usa-se o pronome pessoal, e não oblíquo: para "eu" fazer. 8- Fazem dois meses que ele não aparece. O verbo fazer indicando tempo é impessoal: "faz" dois meses. 9- Vou estar providenciando o seu pagamento. O chamado "gerundismo" não chega a ser erro gramatical, mas é um vício insuportável. "Vou providenciar" é mais elegante. 10- O problema vai ser resolvido a nível de empresa. O febrão do "a nível de" parece ter passado, mas ainda há quem utilize essa expressão pavorosa. Na frase em questão, "na" ou "pela" empresa são mais exatos e elegantes. (Jerônimo Teixeira) Via Veja. Redação Técnica: Normas gerais de padronização na correspondência Oficial em uso na Polícia Militar de acordo com as Instruções para Correspondência na Polícia Militar (I-7-PM), publicado no Bol G nº 169, de 04SET06, regras de apresentação de cabeçalho. Indicação da leitura da I-7 PM e da realização do Curso de Redação Técnica do Senasp\ MJ (gratuito) 4 h/a. NORMAS GERAIS DE PADRONIZAÇÃO NA CORRESPONDÊNCIA OFICIAL EM USO NA POLÍCIA MILITAR Conceituação inicial Correspondência é o ato ou efeito de corresponder-se. Conforme nos demonstra o dicionário da língua portuguesa, a correspondência pode-se efetivar mediante troca de cartas, bilhetes, 32 telegramas, e-mails, informações etc. Existem padrões em todas as organizações para nortear os processos de confecção ou fabricação de objetos (sejam simples ou complexos) e até mesmo documentos. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normatização técnica no país fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro, bem como os padrões para a confecção de quase tudo o que produzimos, consumimos, e até escrevemos. Os padrões para a confecção de documentos científicos (Dissertações, Teses, Trabalhos de Conclusão de Curso etc.) bem como a aposição da bibliografia do qual são compostos, encontram-se nos livros de Metodologia Científica dos diversos autores nacionais e estrangeiros e, todos sem exceção devem seguir as mesmas normas. Indicação escrita que constituem os diversos tipos de documentos, pondo em ligação duas ou mais pessoas, servidores públicos ou não, que tenham a obrigação, a intenção ou o interesse direto na prática de atos próprios dos órgãos da administração pública. Correspondência Oficial: De acordo com o art. 2º das I-7-PM, considera-se correspondência oficial todos os meios de comunicação escrita que constituem os diversos tipos de documentos, pondo em ligação duas ou mais pessoas, servidores públicos ou não, que tenham a obrigação, a intenção ou o interesse direto na prática de atos próprios dos órgãos da administração pública. Correspondência Policial Militar: São todos os meios de comunicação escrita que visam estabelecer uma ligação entre militares, ou entre estes e civis ou autoridades públicas, e constituemse em tipos de correspondência oficial que apresentam peculiaridades específicas da vivência policial militar (art. 3º das I-7-PM) Norma e instruções para correspondência na PMESP I-7-PM Na Polícia Militar do Estado de São Paulo, no que se refere à Correspondência, foram baixadas as Instruções para a Correspondência na Polícia Militar (I-7-PM), publicadas no Boletim Geral PM 169, de 4 de Setembro de 2006, observadas suas alterações posteriores. O objetivo principal das I-7PM, além do estabelecimento de normas gerais para a correspondência oficial em uso na Polícia Militar é a padronização e simplificação da correspondência em uso na Instituição. TIPO E CONCEITUAÇÃO DE DOCUMENTOS 33 Os documentos comumente utilizados na correspondência oficial da Polícia Militar do Estado de São Paulo, de acordo com o art. 13 das I-7-PM são: Atestado Documento firmado por autoridade policial-militar, na esfera de suas atribuições, por meio do qual afirma a veracidade de certo ato ou fato de que tenha conhecimento. Carta ou cartão Documento que encerra forma especial de manifestação de pensamento, destinado ao encaminhamento de assunto de cunho pessoal, em geral elabora do ou expedido pela autoridade por motivo social. Certidão Documento revestido de formalidades legais, podendo constituir-se em cópia autêntica, ou resumida desde que expresse fielmente o que contém no original de onde foram extraídas e firmado pela autoridade policial-militar no âmbito de suas atribuições, no qual são descritos de maneira clara e precisa, os fatos consignados em registros oficiais. Despacho Documento redigido de forma simplificada e sucinta, que solicita ou determina providências ou complementação de documento em trânsito. Informação Documento no qual são fornecidos por solicitação, ordem ou iniciativa própria, elementos informativos ou esclarecimentos cuja veracidade possa ser comprovada ou confrontada com a realidade do assunto abordado. Memorando Documento elaborado de forma simplificada para uso restrito no âmbito do órgão, no qual é dada ciência de ordens, instruções, decisões, recomendações, esclarecimentos ou informações rotineiras. Mensagem Documento elaborado de forma simplificada para uso restrito nos canais técnicos e de EstadoMaior. Ofício Documento destinado a tramitar entre as autoridades da Instituição e entre estas e o público externo, no qual são fornecidos por solicitação ou iniciativa própria, elementos informativos ou esclarecimentos cuja veracidade possa ser comprovada ou confrontada com a realidade do assunto abordado. Ordem de serviço Documento por meio do qual a autoridade policial-militar 34 competente determina a seus subordinados a adoção de providências de seus misteres ou a execução de atividades ou serviços. Parte Documento por meio do qual o policial-militar comunica, relata ou informa atos ou fatos, ou solicita a adoção de providências à autoridade policial-militar a que estiver diretamente subordinado. Requerimento Documento por meio do qual o signatário solicita à autoridade policial-militar competente, observadas as formalidades legais, a satisfação de alguma pretensão ou o reconhecimento de um direito. Documentos com especificações particulares –– art. 14 das I-7-PM Existem certos tipos de normas e instruções que possuem regramentos próprios, e que devem ser fielmente observados, sob pena de nulidade dos atos, são eles: Apostilas; Atas; Atos; Boletins; Boletins de ocorrências; Contratos e licitações; Convênios; Documentos de Estado-Maior; Editais; Escalas de serviço; Publicações policiais-militares; Outros, de acordo com a necessidade e não especificados. REGRAS DE REDAÇÃO A redação da correspondência policial-militar deve ser: Clareza: necessária ao seu perfeito entendimento; Sobriedade: redação simples, sem ser vulgar; Precisa: emprego exato dos vocábulos para evitar diferentes interpretações; Concisão: a redação deve ater-se a fatos, eliminando-se aspectos subjetivos. Todas as decisões devem ser fundamentadas com suas razões de fato e de direito, indicando com clareza o seu caráter afirmativo ou negativo, evitando-se expressões redundantes ou evasivas. Na correspondência com autoridades estrangeiras, usar-se-á o idioma Português, 35 devendo, quando possível, fazê-la acompanhar de versão do respectivo idioma do destinatário, realizada por tradutor habilitado. Na correspondência que só deva tramitar na Instituição e nas Forças Armadas dispensam-se as fórmulas de pura cortesia e outras cuja ausência, não denotando desatenção pessoal, torna mais simples e sucinta a exposição. Tratamento –art. 28 das I-7-PM O tratamento usado na correspondência policial-militar é o da terceira pessoa, sendo empregados os pronomes Vossa Senhoria (V. S.ª), Senhora (Sr.ª) e Senhor (Sr.). Utilizar-se-á o tratamento de Vossa Excelência ou Excelentíssimo Senhor quando a correspondência se destinar às autoridades que, de acordo com a legislação em vigor, a essas formas tenham direito. Em se tratando de correspondência externa, a expressão de tratamento será escrita por extenso. As autoridades eclesiásticas serão tratadas de: 1."Vossa Eminência" - para os cardeais. 2."Vossa Excelência Reverendíssima" - para os arcebispos e bispos 3."Vossa Reverência" - para os demais eclesiásticos. As autoridades não referidas nos parágrafos anteriores, se civis, receberão o tratamento de Ilustríssimo Senhor; se militares, de Senhor (Sr.). Em se tratando de Juiz de Direito, utilizar-se-á o termo Meritíssimo (a) antes da palavra Juiz (a), sem prejuízo do tratamento de Excelentíssimo (a) a que tem direito. Nas referências às autoridades no texto da correspondência emprega-se apenas o título do cargo ou função. O título de representante diplomático deve seguir-se ao nome pessoal. 36 Regras de apresentação do cabeçalho Constará no cabeçalho dos documentos, abaixo do Brasão do Estado, na correspondência interna e externa, o endereço eletrônico da página da Polícia Militar na Internet e o endereço de "e-mail" da OPM, com fonte "Times New Roman", de tamanho 8 (oito). Na correspondência externa, abaixo do endereço de "e-mail" constará o endereço e telefone da OPM responsável pela confecção do documento, com fonte "Times New Roman", de tamanho 8 (oito). INTERNA EXTERNA www.policiamilitar.sp.gov.br www.policiamilitar.sp.gov.br [email protected] [email protected] Rua Dr. Jorge Miranda 367-A 01106-000 – Luz – São Paulo – SP Fones 3227.0291 3228.8977 A correspondência policial-militar deve ser apresentada de forma estética, utilizando-se o papel A4, obedecendo as seguintes regras para elaboração de documentos em editores de textos: O entrelinhamento (espaço vertical entre as linhas) será de 1,5 (um e meio); A margem superior será de 20 (vinte) mm; A margem inferior será de 17 (dezessete) mm; A margem esquerda será de 30 (trinta) mm; A margem direita será de 15 (quinze) mm; O cabeçalho ficará a 11 (onze) mm do Brasão; O rodapé ficará a 9 (nove) mm; O documento será, sempre que possível, impresso com tinta preta ou azul. Nos documentos em que o texto, pela sua extensão, não couber na primeira folha, serão as demais numeradas, sucessivamente, no canto superior direito e conterão apenas esta indicação após a abreviatura do vocábulo folha - "fl.". A indicação acima terá margem superior de 11 (onze) mm e deverá terminar no alinhamento previsto para a margem direita. 37 A continuação do texto, nas folhas de continuação do documento, será iniciada com observância das medidas já estabelecidas. O verso dos documentos oficiais, de trâmite exclusivamente interno, poderá ser utilizado para continuação do texto. (NR) (nova redação dada pelo Bol G PM 056/12). O verso da folha única ou da última do documento poderá ser utilizado para os despachos manuscritos ou carimbos, apostos em ordem cronológica; O BRASÃO DO ESTADO será impresso em preto, no canto superior esquerdo da página a 20 (vinte) mm da borda superior e a 17 (dezessete) mm da borda lateral esquerda, com as medidas de 26 (vinte e seis) mm de largura e 30 (trinta) mm de altura; As OPM certificadas nos critérios de excelência de Gestão da Polícia Militar poderão imprimir, em preto, em seus documentos o selo do Prêmio Polícia Militar da Qualidade, correspondente ao grau da certificação, com as medidas de 15 mm de largura e 20 mm de altura, abaixo do Brasão e endereços da OPM, observando o período correspondente à validade da certificação. Cabeçalho dos Documentos A forma do cabeçalho varia conforme a espécie do documento, devendo a sua redação obedecer às seguintes regras para elaboração de documentos com editor de texto. 1. Primeira linha: SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA; com tipo de fonte Times New Roman, de tamanho 11 (onze), negrito. SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA 2. Segunda linha: POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO; com tipo de fonte Times New Roman, de tamanho 14 (quatorze), negrito. SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO 38 3. Terceira linha: O nome da localidade (município, separado por vírgula do dia, mês (por extenso) e ano em que o documento foi elaborado) e ponto final. SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 01 de agosto de 2010. 4. Quarta linha: A designação do tipo do documento em letras maiúsculas, seguindo-selhe: 4.1 A abreviatura de número maiúscula; 4.2 A sigla da OPM, que deverá ser aquela estabelecida na legislação vigente sem indicação de sinal gráfico (hífen, barra inclinada, etc.), seguida de hífen; 4.3 O número do documento separado por barra; 4.4 O prefixo numérico do órgão elaborador separado por barra; 4.5 Os dois últimos algarismos do ano; 4.6 A palavra CIRCULAR, quando for o caso, separado do ano por hífen e sem ponto final. SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 01 de agosto de 2010. OFÍCIO Nº DEC-789/123/10-CIRCULAR 5. Quinta linha: A palavra "Do", seguida do cargo do signatário e da denominação da OPM remetente, abreviadamente na correspondência interna e por extenso na externa, sem ponto final. Deve-se evitar a redundância (Comandante do Comando, Diretor da Diretoria). SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 01 de agosto de 2010. OFÍCIO Nº DEC-789/123/10-CIRCULAR Do Dir Ens Cult (Interna) SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA 39 POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 01 de agosto de 2010. OFÍCIO Nº DEC-789/123/10-CIRCULAR Do Diretor de Ensino e Cultura (Externa) 6. Sexta linha: A palavra "Ao", seguida da expressão de tratamento adequada, da denominação do cargo do destinatário e do nome da organização a que é dirigido o documento, abreviadamente na correspondência interna e por extenso na externa e ponto final, devendo-se evitar a redundância (Comandante do Comando, Diretor da Diretoria). SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 01 de agosto de 2010. OFÍCIO Nº DEC-789/123/10-CIRCULAR Do Dir Ens Cult Ao Sr. Cmt APMBB. 7. Sétima linha: A palavra "Assunto", seguida de dois pontos e de um breve resumo, tão exato quanto possível do que se trata e ponto final. SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 01 de agosto de 2010. OFÍCIO Nº DEC-789/123/10-CIRCULAR Do Dir Ens Cult Ao Sr. Cmt APMBB. Assunto: Cadastramento de alunos habilitados em idiomas. 8. Oitava linha: Quando for o caso, a palavra "Referência", por extenso, seguida de dois pontos e da menção à peça que se quer referenciar e ponto final: 8.1 Sempre que possível deverão ser citados o tipo, o número, a classificação e a data da correspondência referenciada; 8.2 Quando houver mais de uma referência, estas devem ser colocadas em ordem cronológica e designadas por números, seguido do sinal de fechar parêntese e ponto e vírgula ao final da 40 indicação, não devendo ser colocada a conjunção aditiva „e ‟após o penúltimo documento referenciado." SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 01 de agosto de 2010. OFÍCIO Nº DEC-789/123/10-CIRCULAR Do Dir Ens Cult Ao Sr. Cmt APMBB. Assunto: Cadastramento de alunos habilitados em idiomas. Referência: 1) OFÍCIO Nº DP-1234/567/10, de 25JUL10; 2) OFÍCIO Nº DP-5678/678/10, de 27JUL10; 3) OFÍCIO Nº DP-9101/910/10, de 29JUL10. 9. Nona linha: Quando for o caso, a palavra "Anexo", seguida de dois pontos e da menção da correspondência anexada, devendo ser especificado o tipo, o número, a classificação e a data da correspondência anexada e ponto final. 9.1. Quando houver mais de uma correspondência, estas devem ser colocadas em ordem cronológica e designadas por números, seguidos do sinal de fechar parêntese e ponto e vírgula ao final da indicação, não devendo ser colocada a conjunção aditiva, e ‟após a menção do penúltimo documento anexado”. SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 01 de agosto de 2010. OFÍCIO Nº DEC-789/123/10-CIRCULAR Do Dir Ens Cult Ao Sr. Cmt APMBB. Assunto: Cadastramento de alunos habilitados em idiomas. Referência: 1) OFÍCIO Nº DP-1234/567/10, de 25JUL10; 2) OFÍCIO Nº DP-5678/678/10, de 27JUL10; 3) OFÍCIO Nº DP-9101/910/10, de 29JUL10. Anexo: 01 (uma) mídia em CD contendo arquivos para gravação de cadastro. 41 10. Décima linha: Quando for o caso, a palavra "Interessado", seguida de dois pontos e a menção do posto ou graduação, Registro Estatístico (RE), nome, apenas com as iniciais em letras maiúsculas, e OPM do policial militar que será diretamente afetado pelas decisões tomadas a partir de tal documentação: 10.1 Quando houver mais de um interessado acrescentar-se-á, após a qualificação do mais antigo, a frase "e outro(s)". SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 01 de agosto de 2010. OFÍCIO Nº ESSgt-111/222/10 Do Cmt ESSgt Ao Sr. Dir Pes. Assunto: Regularização de Licença Prêmio. Referência: DO Nº 120 de 10JUL10. Anexo: Cópia reprográfica de Certidão de Tempo de Serviço. Interessado: Cap PM 999888-7 José Cavaleiro, da ESSgt. A fonte utilizada na confecção do cabeçalho deverá ser Times New Roman, tamanho 12 (doze) com exceção das expressões "SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA", que deve estar grafada em Times New Roman 11 (onze) e, “POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO” que deverá estar grafada em Times New Roman 14 (quatorze). O alinhamento vertical do cabeçalho é estabelecido pela primeira letra da expressão "SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA", que deve estar grafada a 30 (trinta) mm da margem esquerda. Anexo é o documento apresentado juntamente com o documento elaborado no próprio órgão ou pelo interessado que estiver prestando a informação, ou esclarecimento, ou cumprindo a determinação recebida. O documento relacionado como anexo deve, obrigatoriamente, estar logo após o documento que o indica, de modo a integrar o processo elaborado. Referência é a menção feita no cabeçalho indicando documento que tenha relação com a informação ou esclarecimento prestado, ou estudo realizado, pela pessoa ou órgão interessado. 42 O documento referenciado, sendo original e essencial para o entendimento do processo, deverá integrá-lo como documento inicial, portanto, não deverá ser relacionado ou tratado como sendo documento anexo. Texto A elaboração do texto do documento deverá obedecer às seguintes regras: O texto poderá ser desdobrado em itens, subitens e divisões destes, de modo que as ideias se apresentem definidas em cada um deles e em correlação com as anteriores. O primeiro item deve ser destinado à exposição concisa e precisa do fato, apresentação do problema ou comunicação de uma situação existente. 1. Encaminho a Vossa Senhoria... Os textos terão itens numerados em algarismos arábicos, seguidos de ponto e espaço em branco, após o que será grafada a primeira letra da linha, em letra maiúscula, sendo facultativo o uso dessa numeração para documentos externos à Instituição. Obs.: quando o item for único dispensa-se a numeração; porém, se o item único for composto de vários subitens, então receberá o numero 1. Os subitens serão designados por dois algarismos arábicos, sendo o primeiro igual ao do item a que está vinculado, seguido de ponto e do segundo algarismo arábico que indicará o número do subitem, seguido de ponto e espaço em branco. 1. Encaminho a Vossa Senhoria... 1.1. Tal encaminhamento faz-se necessário... A primeira divisão do subitem será designada por três algarismos arábicos, sendo os dois primeiros, respectivamente iguais ao do item e do subitem a que estão vinculados, conforme descrito no item anterior, seguido de ponto e do terceiro algarismo arábico, que indicará o número dessa primeira divisão a que refere seguido de ponto e espaço em branco. 1. Encaminho a Vossa Senhoria.... 1.1. tal encaminhamento faz-se necessário... 1.1.1. esclareço que anteriormente (18DEZ09) foi encaminhado... A segunda divisão do subitem será designada por quatro algarismos arábicos, sendo os três primeiros, respectivamente iguais ao do item, do subitem e da primeira divisão a que estão 43 vinculados, conforme descrito no item anterior, seguido de ponto e do quarto algarismo arábico, que indicará o número dessa segunda divisão a que se refere, seguindo de ponto e espaço em branco. 1. Encaminho a Vossa Senhoria..... 1.1. tal encaminhamento faz-se necessário... 1.1.1. esclareço que anteriormente (18DEZ09) foi encaminhado... 1.1.1.1. ocorre, entretanto, que no encaminhamento anterior... A terceira divisão do subitem será designada por cinco algarismos arábicos, sendo os quatro primeiros, respectivamente iguais ao do item, do subitem, da primeira e da segunda divisão a que estão vinculados, conforme descrito no item anterior, seguido de ponto e do quinto algarismo arábico, que indicará o número dessa terceira divisão a que se refere, seguindo de ponto e espaço em branco. 1. Encaminho a Vossa Senhoria.....interessado; 1.1. tal encaminhamento faz-se necessário...providências; 1.1.1. esclareço que anteriormente (18DEZ09) foi encaminhado...extravio; 1.1.1.1. ocorre entretanto que, no encaminhamento anterior...novo extravio; 1.1.1.1.1. não obstante à todas as providências tomadas por parte desta OPM...ocorreu. 2. Diante do exposto, solicito a Vossa Senhoria... necessários. Os subitens e divisões de subitens terão seus textos iniciados com letras minúsculas. A letra inicial da primeira linha dos itens, subitens e suas divisões, deverão ser grafados após o ponto e espaço em branco existente após a numeração. A letra inicial da segunda e demais linhas dos itens, subitens e suas divisões deverá ser grafada na distância estabelecida para a margem esquerda. Os textos dos subitens e divisões de subitens serão encerrados por ponto e vírgula (;), não devendo ser colocada a conjunção aditiva "e" no penúltimo subitem e devendo o último subitem ou divisão ser encerrado por um ponto. O tipo de fonte utilizada para a confecção do corpo do documento será Times New Roman de tamanho 12, devendo o primeiro item ficar 3 espaços verticais da última linha do cabeçalho nos documentos elaborados nos editores de textos. 44 SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 01 de fevereiro de 2013. PARTE Nº ESSgt-003/35/13 www.policiamilitar.sp.gov.br Do 1º Sgt PM João [email protected] Ao Sr. Ch Seç Fin. Assunto: Aquisição de materiais. 1. Solicito a V. S.ª que seja providenciada a aquisição dos seguintes materiais abaixo relacionados: 1.1. 01 (uma) placa de vídeo captura e edição de vídeo em tempo real, padrão do barramento AGP, com memória de 512 MB, acelerador gráfico compatível com GForce: 1.2. 05 (cinco) cabos para conexão monitor digital com conectores DVI-D MACHO / DVI-D MACHO, medindo 1,50 metros. 2. Os materiais solicitados serão utilizados nesta Seção com o objetivo de facilitar e agilizar os serviços aqui realizados, haja vista, os equipamentos existentes estarem precisando de manutenção. JOÃO DA FONSECA FILHO 1º Sgt PM Auxiliar "Nós, Policiais Militares, sob a proteção de Deus, estamos compromissados com a defesa da Vida, da Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana." 45 Nos documentos elaborados a máquina de escrever ficará a 4 espaços verticais da última linha do cabeçalho. A citação literal de texto de obras, decisões ou pareceres que ultrapasse 3 linhas será feita, sem aspas, utilizando a fonte "Times New Roman", de tamanho 11, e à distancia de 40 mm da margem esquerda. Quando a citação literal for de até três linhas será disposta sequencialmente no texto, entre aspas, na mesma fonte, "Times New Roman" de tamanho 12. No rodapé haverá a inscrição “Nós, Policiais Militares, sob a proteção de Deus, estamos compromissados com a defesa da Vida, da Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana.”, com fonte “Time New Roman”, de tamanho 7, em negrito, itálico, centralizado, entre aspas e sob um traço, sendo inserida apenas na última folha. (Com nova redação dada pelo Bol G PM nº 063/09). "Nós, Policiais Militares, sob a proteção de Deus, estamos compromissados com a defesa da Vida, da Integridade Física e da Dignidade da Pessoa Humana." Fecho e Assinatura A presente Instrução estabelece que, a correspondência é de responsabilidade dos respectivos comandantes, diretores e chefes, dessa forma, deve por estes ser assinada. Quando ao fechamento da correspondência policial-militar, devem ser observadas as seguintes regras (art. 38): A assinatura deve ser colocada a uma distância de 02 (dois) espaços da última linha do texto; A assinatura deve situar-se na metade direita do documento; Sob a assinatura deve ser grafado, em letras maiúsculas, o nome do signatário, em uma única linha; logo abaixo, deve constar a abreviatura do posto ou graduação, seguida da função ou cargo, por extenso, sem citação da OPM. Exemplo: 1.xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. JOSÉ DA SILVA Cel PM Comandante 46 Poderá ser utilizado carimbo, contendo o nome, cargo ou função do signatário, nos casos de documento manuscrito; Em casos de substituição interina das funções de comandante, diretor ou chefe, deverá ser gravado da mesma forma que o exemplo acima, no entanto, logo após a função ou cargo deverá constar a palavra “Interino”; se for o caso do substituto estar respondendo pelas funções, somente, deverá constar a abreviatura de “respondendo pelo” (Resp p/) acrescido do cargo ou função, logo após o posto ( art. 39); O documento poderá ser assinado utilizando-se caneta com tinta de cor preta ou azul. As I-07-PM, também elencam algumas situações atípicas, em que mesmo na ausência do comandante, chefe ou diretor, a informação contida em certos documentos precisa chegar a seu destinatário. Nesses casos, em especial, no fecho do documento deverá constar, de forma manuscrita a expressão “No impedimento”, acima do nome da autoridade signatária, sendo que, a assinatura do substituto deverá situar-se logo abaixo da última linha do texto (no caso, dos dados referentes ao substituído), seguindo as mesmas regras já estabelecidas anteriormente, sendo admitido também a utilização de carimbo. ATENÇÃO: Nos casos em que o documento possuir mais de uma folha, há a necessidade de que todas sejam rubricadas (ângulo superior direito), e ainda, lembremos que a assinatura ou fecho não pode constar em folha que não contenha pelo menos parte do conteúdo do documento. Essas regras prestam-se a garantir ao signatário que nenhuma folha do documento será substituída sem o seu consentimento. Por fim, determina que a correspondência dirigida ao público externo deverá conter frase de cortesia, sendo observadas as regras do Cerimonial Público. Ex.: “Aproveito a oportunidade para renovar meus protestos de elevada estima e distinta consideração.” Delegação Há previsão de delegação por parte dos comandantes, chefes ou diretores, para demais oficiais subordinados, sobre a prática de atos de expediente, sendo observado o que segue: NÃO será objeto de delegação de competência a expedição de documentos relativos a assuntos doutrinários, de política do órgão, de justiça e disciplina e outros que impliquem tomada de posição ou decisão, bem como os que devam ser remetidos a autoridade superior do delegante ou de natureza pessoal; 47 Toda a delegação de competência deverá ser formalizada em documento próprio do órgão, no qual se defina com precisão o que e a quem deve ser delegado, publicando-se sempre que possível o ato em boletim interno. O documento expedido por delegação produzirá os efeitos decorrentes como se emanado da própria autoridade delegante, e quando der lugar a qualquer resposta ou solução, esta será dirigida à autoridade responsável pela delegação. Deverá ser utilizada a forma inicial "Incumbiume o . . .(comandante, diretor ou chefe) . . . de solicitar de V.S.ª...." Abreviaturas As abreviaturas são representações reduzidas de uma palavra ou expressão (Ex.: Subtenente: Subten), e devem obedecer às regras ortográficas estabelecidas pela Língua Portuguesa. ☺ LEMBRETE : As abreviaturas militares não se flexionam no plural e serão grafadas sem pontos, devendo dessa forma, ser observado o contexto em que expressão está inserida, para se entender o real sentido. Ex: Os Sd PM não compareceram ao local determinado em escala de serviço. As siglas são abreviaturas formadas pelas letras iniciais das palavras de um nome ou título, devendo observar as seguintes regras de emprego: 1. Observar as regras estabelecidas na Língua Portuguesa, uma vez que neste caso diferencia-se do estabelecido pelas I-07-PM; 2. Esta regra aplica-se somente nos casos de emprego de data-hora, sendo que nos demais casos deverão ser observadas as regras da Língua Portuguesa; 3. São grafadas sem pontos, não se flexionando no plural; 4. Utilizam-se letras maiúsculas se compostas unicamente das iniciais dos nomes dos órgãos; 5. Apenas a inicial será grafada maiúscula se compostas por outras letras dos nomes dos órgãos. Importante consignar que a utilização das abreviaturas e siglas é de livre utilização em textos de correspondências internas ou com outra Polícia Militares, Corpo de Bombeiros e com as Forças Armadas, sendo vedado, portanto sua utilização na correspondência externa. 48 EXCEÇÃO: Na correspondência externa, poderão ser empregadas as siglas, se na primeira vez que for utilizada, grafada por extenso. Ainda sob a questão de abreviaturas, observemos o que as regras estabelecidas no art. 48 para o emprego de datas e hora quando da elaboração de documentos: O nome dos meses será abreviado com as três primeiras letras, todas maiúsculas; (Ex.: JAN) O ano será representado pelos algarismos da dezena e unidade;(Ex.: 2000 – 00) O dia será representado por dois algarismos; (Ex.: 01) A data será escrita na seguinte ordem: dia, mês e ano; (Ex.: 01JAN00) A hora será indicada utilizando-se número de 4 (quatro) algarismos, dos quais os dois primeiros correspondem às horas e os dois últimos aos minutos2; O grupo data-hora deve ser escrito da seguinte maneira: 060830JUN02 (dia seis, oito horas e trinta minutos, junho do ano de 2002). No texto de documentação externa deve ser utilizada a grafia por extenso. Numeração A numeração da documentação deverá obedecer as seguintes regras: Cada tipo de documento do órgão (OFÍCIO, INFORMAÇÃO, PARTE etc.) recebe uma numeração; A numeração segue a ordem crescente dos números naturais. O prefixo numérico identificador da fração ou subfração da OPM é fixado pelos comandantes, diretores ou chefes e conterá dois ou três algarismos, sendo vedada a utilização de letras. Ex.: OFÍCIO Nº22BPMM-001/1.1/10. LEMBRE-SE: É vedado o uso de abreviaturas na correspondência externa podendo, entretanto, empregarem-se as siglas, desde que, na primeira vez em que forem utilizadas, venham precedidas de seu significado por extenso. 49 Comentários sobre os principais erros no conteúdo de um documento funcional (PARTE, MEMORANDO, OFÍCIO e HÍSTÓRICO de BOPM), repetição desnecessária do termo “mesmo”, utilização inadequada de termos coloquiais (os polícia, intertício); comentar sobre as expressões “veio a cair” e comentar sobre o uso inadequado da 1ª pessoa e do pronome “este” para designar o solicitante. Comentários sobre o Bol G 185\07. 05 h/a. É comum ouvirmos os policiais militares falarem ou escreverem utilizando-se de expressões como “os polícia e intertício”, percebe que a concordância foi empregada de maneira errônea, o que dificulta o entendimento do texto. Para mantermos um texto de acordo com a norma culta da Língua Portuguesa, devemos evitar estes deslizes, e sempre que possível, consultar um bom dicionário da Língua Portuguesa. Orientações de redação - BOLETIM GERAL Nº 185, DE 01OUT07 Orientações de redação – Boletim Geral Nº 185, de 01OUT07 – Anexo "B" à nota de instrução nº PM5-1/55/07 Denominação da mulher policial-militar Para não tornar o texto redundante, quanto ao emprego do artigo na denominação da mulher policial-militar, vejamos alguns exemplos: a policial militar; o policial militar do sexo feminino, ou; o policial militar feminino. Obs.: Não usar a expressão a policial militar feminina, pois haverá dois determinantes para a mesma expressão, logo, haverá redundância. Quadro de praças femininos, com suas graduações, e de oficiais femininos, o quadro de oficiais e praças femininos com seus respectivos postos e graduações deverão sempre manter-se no masculino. Ex.: Soldado feminino, Cabo feminino, Sargento feminino, Subtenente feminino, Tenente feminino, Capitão feminino, Major feminino, Tenente-Coronel feminino e Coronel feminino. Obs.: O tratamento a ser utilizado para os exemplos acima será Senhor (Sr.); exemplo: Senhor Sargento feminino, pois se refere ao posto ou graduações que são masculinos. 50 Uso do hífen No que diz respeito às palavras compostas, podemos estabelecer uma regra: quando a junção de duas palavras, com significados próprios, criar uma nova palavra, com novo significado, será grafada com hífen. Exemplos: estado-maior (estado tem significado próprio, maior também tem; estado-maior tem novo significado); hora-aula (hora tem significado próprio, aula também tem; hora-aula tem novo sentido); Comandante-Geral; Procurador-Geral; Secretário-Chefe; Ministro-Chefe; policial-militar (adjetivo), atividade-fim, público-alvo, etc. A hifenização do adjetivo policial-militar é dever, pois são dois adjetivos juntos, situação inadmissível na norma culta da Língua Portuguesa sem um conectivo ou uma pontuação. Assim, deve ser escrito: atividade policial-militar, operação policial-militar, inquérito policial-militar, Instruções para a Correspondência Policial-Militar. Vale ressaltar que o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa e o Dicionário Houaiss trazem o verbete inquérito policial-militar com o devido hífen. Termos redundantes São duas ou mais palavras que usamos em uma frase, resultando em um mesmo significado. Vejamos alguns exemplos: nem tampouco; nem sequer; há alguns anos atrás; elo de ligação; conclusão final; acabamento final; continuando ainda; já não é mais; entrar dentro; monopólio exclusivo; ganhar grátis, viúva do falecido; a policial militar feminina; policiamento diuturno ininterrupto, etc. Impropriedades vocabulares Podemos dizer que impropriedades vocabulares são o uso exagerado das seguintes expressões: A fim de (em vez de "para"), bem como (em vez de "e") e além de (em vez de "e"); expressões como acidente com vítima fatal, face a, a nível de, situado a, residente a, localizado a, correr atrás do prejuízo, vir a óbito, reverter a situação, risco de vida, acidente envolvendo veículos, devido o, resultado do laudo, cair chuva, Diretor da Diretoria de Saúde, Comandante do Comando, Secretário da Secretaria. Obs.: Estas expressões não podem ser escritas em documentos oficiais, pois são inadequadas. Atenção! Lembre-se de empregar as iniciais maiúsculas sempre que necessário, obedecendo a regra de maiúsculas e minúsculas. 51 Gerúndios “considerando e tendo” Nas orações reduzidas de gerúndio, quando há a enumeração de "considerandos ou tendo", o correto é escrever dessa forma no corpo do documento: 1. Considerando: 1. Tendo: 1.1. a mudança da grade curricular para Curso Superior de Tecnólogo; 1.2. o conteúdo das apostilas está desatualizado; 1.3. a mudança das regras ortográficas conforme o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa. 2. Proponho a V. S.ª a alteração de todos os PDM do Curso Superior de Tecnólogo. Obs.: o mesmo ocorre se substituirmos o considerando pelo tendo. Evite iniciar o item 1 com o “considerando que” este termo não é adequado, outro erro comum é continuar os demais subitens iniciando-os com “que”, exemplo: 1. Considerando que: 1.1. que a mudança da grade curricular para Curso Superior de Tecnólogo; 1.2. que o conteúdo das apostilas está desatualizado; 1.3. que a mudança das regras ortográficas conforme o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Verbo no gerúndio para indicar passado, alguns autores como Pasquale Cipro Neto destaca o “gerundismo” como sendo uma forma inadequada de expressar o verbo no presente ou passado. A ação do verbo no gerúndio é um processo que terá duração ou continuidade, tal qual, "Estaremos jogando futebol na tarde de amanhã", ou simultaneidade, como em "Eu estarei trabalhando enquanto eles brincam". O emprego inadequado do gerúndio acontece muito nos atendimentos de “telemarketing”, como por exemplo, na frase: “Estamos transferindo sua ligação”. Nos históricos policiais também ocorre com frequência o emprego do verbo no gerúndio, mas neste caso para indicar tempo passado, o que é inadequado. Vejamos os exemplos: ...ocorreu a queda de uma árvore sobre a pista, vindo a atingir um veículo, resultando em uma vítima fatal. ...compareceram no local, prestando assistência às pessoas afetadas. ...quando perdeu os freios, vindo a cair na cabeceira da pista. ...ocorreu um acidente envolvendo um caminhão... ...realizavam manutenção, vindo a romper.... ...envolvendo uma carreta transportando... ...perdeu o controle, vindo a tombar... Todos os verbos deveriam ser empregados no passado e não no gerúndio. 52 Emprego do demonstrativo “mesmo” Este termo é empregado de forma inadequada nos documentos e históricos de boletim de ocorrência, talvez por aversão às formas a ele (a), dele (a), para ele (a). Vejamos os exemplos: Errado: "Veículo 1 trafegava no sentido centro-bairro, conduzido pela parte 1, sendo que a mesma ultrapassou semáforo vermelho e atropelou a vítima 2, que veio a óbito no local". Certo: "Veículo 1, conduzido pela parte 1, trafegava no sentido centro-bairro, ultrapassou semáforo vermelho e atropelou a vítima 2, que faleceu no local". Termos da oração invertidos Ao construirmos uma frase, obedeceremos a sequência abaixo: Sujeito + predicado + complementos + adjuntos adverbiais O diretor da empresa / declarou / que não haverá demissões / neste mês. (sujeito) (predicado) (complemento) (Adj. Adverbial) Inadequado: Por volta das 15h00 desta quinta-feira, na Rodovia Índio Tibiriçá, km 63, no Município de Suzano/SP, ocorreu vazamento no tanque de uma carreta. Adequado: Ocorreu vazamento no tanque de uma carreta na Rodovia Índio Tibiriçá, km 63, no Município de Suzano/SP por volta das 15h00 desta quinta-feira. Vimos no exemplo que o adj. adverbial foi retirado de sua posição original, ou seja, ele deveria ter sido colocado no final da frase, porém, ele foi colocado no início. Uso exagerado de explicações O uso exagerado de explicações é desaconselhável, pois acarreta muitas intercalações representadas por vírgulas, que quando inadequadas, prejudicam o entendimento do texto. Textos com 1ª e 3ª pessoas É comum iniciar a redação de um documento na 1ª pessoa (eu) e depois transportá-la para uma terceira pessoa (ele), num flagrante desrespeito ao Português. Vejamos os exemplos: "Comunico (eu - 1ª pessoa) a V. S.ª que este aluno mudou (ele - 3ª pessoa) de endereço, passando a residir na Rua Treze, nº 15, Vila F, São Paulo, SP." "Solicito a V. S.ª que este Sd PM seja autorizado a permutar o serviço do dia 23JAN10 com o Sd PM João, tendo em vista que terei consulta médica nesse dia." 53 Exercícios de Fixação 1) “A senhora andava na calçada e a mesma furtou uma joia da loja”. Esta frase estava escrita no relatório do BOPM/TC que o Sd PM Escarites havia lavrado. O Sargento JC mandou que o documento fosse refeito, pois detectou que: a.( ) Uma senhora que anda na calçada não furtaria uma joia de uma loja. b.( ) Deveria haver alguém com a senhora em questão. c.( ) O termo “mesma” não deve ser usado como substantivo. d.( ) O policial deveria não gostar de senhoras idosas na rua. 2) Depois de redigir vários documentos, o Sgt PM João os levou para o Cmt assinar. Posteriormente, quando retirou a pasta da mesa do Cmt, verificou que os documentos que constavam expressões como: Operação policial militar, Inquérito Policial militar, ação policial militar (sem hífen) estavam circulados com caneta preta. O Sgt João recordou-se de que, conforme regra gramatical, nesses casos, a expressão policial militar é: a.( ) Substantivo, logo deve ser grafada com hífen. b.( ) Adjetivo, logo deve se grafada com hífen. c.( ) Adjunto adnominal, portanto deve ser grafada com hífen. d.( ) Um hábito da caserna, por isso deve ser grafada com hífen. 3) Para explicar o que aconteceu na ocorrência, o Sd PM Francisco Bento, utilizava inadequadamente o verbo para indicar o modo verbal no passado. Isso é característica do: a.( ) Texto com 1ª e 3ª pessoas b.( ) Gerúndio c.( ) Uso da palavra “oitiva” d.( ) Emprego do demonstrativo “mesmo” 4) O 2º Sgt PM Demóstenes Brito finalizou o documento com o uso de expressão redundante, que aparentava realçar o entendimento do texto, mas que deve ser evitada. Referimo-nos a: a.( ) vindo a cair do prédio ; ocorreu um acidente envolvendo um ônibus e uma moto b.( ) conclusão- final ; viúva do falecido ; ganhar grátis c.( ) vir a óbito ; correr atrás do prejuízo d.( ) o policial militar feminino 54 5) O Sd PM Eucariotes mudou de endereço e comunicou o fato aos seus superiores por meio de Parte, nos seguintes termos: “Comunico a V Sª que este Sd PM mudou de endereço....”. O Oficial seu superior imediato, devolveu o documento para ser refeito, pois detectou que: a.( ) O PM estava mentindo, pois não ia mudar de endereço. b.( ) Havia gírias no texto. c.( ) O PM não tem mais direito à dispensa do serviço. d.( ) O PM inicia o documento em primeira pessoa e depois muda para a terceira pessoa. Exercícios de elaboração de documentos oficiais em uso na Corporação, com exploração de técnicas redacionais, elaboração de BOPM e PARTE CIRCUSNTANCIADA após ciência de ocorrência, elaboração de OFÍCIO, MEMORANDO, experiência como escrivão de Procedimento Disciplinar, Sindicância ou IPM, em conformidade com as peculiaridades que os textos destes procedimentos constituem, elaboração de planilhas de elogio, etc. 08 h/a. Atividade 1 – Ofício Externo ENCONTRE OS ERROS: Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO São Paulo, 22 de abril de 2.010. OFÍCIO N 2ºBPM/M-“Cel Herculano de C. e Silva”-79/10 Do CMT de BTL. Ao Sr Presidente do Rotary Club da Penha. Ref.: Data de comemoração do aniversário do bairro da Penha. Assunto: Jantar de Confraternização. Conforme convite anteriormente encaminhado, ratifico a solicitação da presente de todos os “amigos” do Rotary Penha para o jantar de Confraternização do 2º BPM/M, em comemoração ao seu 120º aniversário. João da Silva Cel PM Cmt “Nós, Policiais Militares, sob a proteção de Deus, estamos compromissados com a defesa da vida, da Integridade Física e da Dignidade da Pessoa” 55 Dinâmicas de grupo, exercícios socioconstrutivistas, elaboração de documentos, situações reais visando a nova graduação 03 h/a. EXERCÍCIOS DE ELABORAÇÃO DE DOCUMENTOS OFICIAIS Revisão dos assuntos da matéria 01 h/a. BIBLIOGRAFIA: 1. AMARAL, Emília, Mauro Ferreira do Patrocínio, Severino Antônio. Redação, Gramática, Literatura, Interpretação de Texto. Editora Nova Cultural. 1994; 2 BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Edição Revista e Ampliada. Rio de Janeiro: Lucerna, 2011; 3. BECHARA, Evanildo. O que muda com o novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008; 4. CAMPEDELLI, Samira Yousseff, Jésus Barbosa Souza. Gramática do Texto Texto da Gramática. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2001; 5. CUNHA, Celso, Luís F. Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 2002; 6. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO, Instruções para Correspondência na Polícia Militar do Estado de São Paulo (I-7-PM), publicada em anexo ao Bol G 169, de 04SET06; 7. POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO, Orientações de redação, anexo "b" à Nota de Instrução PM5-1/55/07, publicada no Bol PM nº 185, de 01OUT07; 8. SACCONI, Luiz Antônio. Gramática Comunicativa Sacconi. São Paulo: Nova Geração, 2009. 9. SENASP/MJ, Curso de Português Instrumental , 2009; 10. SENASP/MJ, Curso de Redação Técnica, 2008; 11. POSSENTI, Sírio. Por Que (NÃO) Ensinar Gramática na Escola. Campinas – SP: Mercado das Letras: Associação de Leitura do Brasil, 2006; 13. CIPRO NETO, Pasquale, Coleção Pasquale Explica/(texto) – Barueri – SP – Gold Editora, 2011; 14. FERREIRA, Aurélio Buarque De Holanda Dicionário Aurélio da Língua Português Editora: POSITIVO, 2008; 15. HOUAISS, Antônio, Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa - Novo Acordo Ortográfico; 16. AULETE, Caldas - Minidicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa - de Acordo Com a Nova Ortografia - LEXIKON EDITORA DIGITAL 2009.