curso superior de tecnologia em estética e cosmética

Transcrição

curso superior de tecnologia em estética e cosmética
FACULDADES INTEGRADAS IPIRANGA
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM ESTÉTICA E COSMÉTICA
Lilian Claudia do Espírito Santo
Márcia Andréa Serpa Siqueira
Nazaré Rosângela Moreira da Cunha
MICROCORRENTE NO REJUVENESCIMENTO FACIAL
Belém – PA
2013
Lilian Claudia do Espírito Santo
Márcia Andréa Siqueira Serpa
Nazaré Rosângela Moreira da Cunha
MICROCORRENTE NO REJUVENESCIMENTO FACIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado às
Faculdades Integradas Ipiranga, para a obtenção
do titulo de Tecnólogo em Estética e Cosmética, na
modalidade Monografia, sob a orientação da
Professora Tatiane Almeida de Freitas Lopes.
Belém – PA
Lilian Claudia do Espírito Santo
Márcia Andréa Serpa Siqueira
Nazaré Rosângela Moreira da Cunha
MICROCORRENTE NO REJUVENESCIMENTO FACIAL
Trabalho de Monografia apresentado ao curso de
Tecnologia
em
Estética
e
Cosmética
das
Faculdades Integradas Ipiranga como requisito
parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em
Estética e Cosmética. Orientador: Professora:
Tatiane Almeida de Freitas Lopes.
Data:
Resultado:
Banca Examinadora
Professor (a):------------------------------------
Professor (a):------------------------------------
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus por me doa o milagre da vida, iluminando
meus caminhos, dando-me forças para superar todos os obstáculos com fé e amor.
Ao meu amado filho Luiz Henrique que me compreende e me incentiva a
vencer e conquistar meus objetivos. A minha mãe que esta sempre em oração por
mim e a todos os amigos que longe ou perto torcem com amor pela minha felicidade.
Aos meus amados professores que me doaram o melhor de si, que ninguém
jamais me tirará, O CONHECIMENTO.
Lilian Cláudia do Espírito Santo
Agradecimentos
Cada conquista da minha vida agradeço infinitamente a Deus, por ser minha
fortaleza.
Agradeço a compreensão da minha filha e da minha mãe pelos momentos de
ausência, aos meus familiares e amigos que sempre torcem pelo meu sucesso tanto
no âmbito pessoal quanto profissional.
Márcia Andréa Serpa Siqueira
Agradecimentos
Agradeço a Deus por tudo na minha vida, em especial por esta conquista que
abrirá várias oportunidades para o sucesso profissional.
A minha mãe que torce e reza pela minha felicidade, aos meus familiares,
amigos e professores que contribuíram de maneira direita e indireta para a
realização de mais um sonho. Em especial ao meu namorado e grande amigo Hélio
Alves que sempre me ajudou ao longo do curso.
Nazaré Rosângela Moreira da Cunha.
RESUMO
A preocupação do ser humano em manter-se belo é um desejo universal, pois ao
longo da vida algumas alterações biológicas, químicas, físicas e psicoemocionais,
vão degradando o organismo e causando assim o envelhecimento. Com isso o
homem é impulsionado a buscar recursos eletroterápicos que induzam efeitos
terapêuticos nos tecidos e assim amenizar este processo. Dentre os recursos da
eletroterapia, destacou-se o procedimento de microcorrente, que produz sinais
elétricos similares ao do corpo humano, restabelecendo a bioeletricidade e
estimulando as células dos fibroblastos na produção de colágeno e elastina que dão
sustentação e elasticidade a pele, sendo empregado na estética facial para
rejuvenescimento da pele. A pesquisa foi desenvolvida a partir do referencial
bibliográfico, com o objetivo de aprofundar os conhecimentos sobre a importância
dos benefícios terapêuticos e fisiológicos proporcionados pela microcorrente. Os
conhecimentos adquiridos no decorrer dos estudos mostram vantagens expressivas
na utilização do método sobre o metabolismo de renovação celular, promovendo
assim o rejuvenescimento facial, pois seus efeitos são benéficos aos tecidos
cutâneos, além de serem confortáveis e indolores, fornecendo energia necessária
que a célula para restabelecer seu funcionamento e manter a homeostasia do
organismo. A grande importância da formação profissional em tecnologia em
estética e cosmética em empregar recursos eletroterápicos, é que ele agrega os
embasamentos científicos à prática profissional, sempre buscando novos
conhecimentos e tendências de mercado. Em uma sociedade que é influenciada
pela mídia é impulsionada a buscar recursos e profissionais que atendam suas
necessidades estéticas, aliando saúde, beleza e jovialidade, contribuindo para uma
autoestima elevada.
Palavras-Chaves: Rejuvenescimento, Microcorrente e Eletroterapia
ABSTRACT
The concern of human beings to remain beautiful is a universal desire, because
lifelong changes some biological, chemical, physical and psycho-emotional, will
degrade the body and thus causing aging. With that the man is driven to seek
resources electrotherapic to induce therapeutic effects in tissues and thus mitigate
this process. Among the features of electrotherapy, said the procedure microcurrent,
which produces electrical signals similar to the human body, restoring bioelectricity
and stimulating fibroblast cells to produce collagen and elastin that support the skin
and elasticity and is used to aesthetic facial for skin rejuvenation. The survey was
developed from the theoretical foundations, in order to deepen the knowledge about
the importance of the therapeutic and physiological benefits provided by
microcurrent. The knowledge acquired during the studies show significant
advantages in using the method on the metabolism of cell renewal, thus promoting
facial rejuvenation, because its effects are beneficial to skin tissues, in addition to
being comfortable and painless by providing the energy needed for the cell and
restoring operation to maintain the homeostasis of the organism. The importance of
training in aesthetic and cosmetic technology to employ resources electrotherapic, is
that it aggregates the basements scientific professional practice, always seeking new
knowledge and market trends. In a society that is influenced by the media is driven to
seek resources and professionals that meet your aesthetic needs, combining health,
beauty and youthfulness, contributing to a high self-esteem.
Key Words: Rejuvenation, Microcurrent and Electrotherapy
Lista de Figuras
Figura 1. Estruturas acessórias da pele...............................................................
Figura 2. Máscaras para aplicação de microcorrente..........................................
Figura 3. Aplicação de Microcorrente com eletrodos fixos...................................
Figura 4. Eletrodos fixos auto-adesivos...............................................................
Figura 5. Eletrodos fixos com silicone de carbono...............................................
Figura 6. Eletrodos móveis tipo caneta................................................................
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39
Lista de Tabelas
Tabela 1. Alterações provocadas pelo Envelhecimento .....................................
29
Tabela 2. Classificação do Fototipo Cutâneo.......................................................
30
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................
11
2. OBJETIVOS........................................................................................................ 15
2.1. GERAL.............................................................................................................
15
2.2. ESPECÍFICO...................................................................................................
15
3. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................
16
3.1. SISTEMA TEGUMENTAR...............................................................................
16
3.2. ESTRUTURA DA PELE...................................................................................
17
3.3. CAMADAS QUE FORMAM A PELE................................................................
17
3.3.1. Epiderme...................................................................................................... 17
3.3.1.1. Camadas da Epiderme..............................................................................
20
3.3.2. Derme...........................................................................................................
21
3.3.2.1. Derme Papilar ou Superficial.....................................................................
21
3.3.2.2. Derme Reticular ou Profunda....................................................................
22
3.3.2.3. Hipoderme ou Tecido Subcutâneo............................................................. 22
3.3.2.4. Tipos de pele.............................................................................................
23
3.4. ENVELHECIMENTO CUTÂNEO.....................................................................
24
3.4.1. Fatores que provocam o envelhecimento cutâneo.................................
26
3.4.2. Alterações provocadas pelo envelhecimento..........................................
27
3.4.3. Regiões mais acometidas pelo envelhecimento cutâneo....................... 28
3.4.4. Classificação das rugas.............................................................................
29
3.5. HISTÓRIA DA ELETROTERAPIA...................................................................
32
3.5.1. Eletroterapia................................................................................................
33
3.6. MICROCORRENTE.........................................................................................
34
3.6.1. Efeitos fisiológicas da microcorrente.......................................................
37
3.6.2. Efeitos terapêuticos da microcorrente.....................................................
37
3.6.3. Técnica de Aplicação da Microcorrente...................................................
38
3.7. PAPEL DO ESTETICISTA ..............................................................................
42
3.8. CONTROVÉRSIAS DA MICROCORRENTE................................................... 43
4. METODOLOGIA.................................................................................................
44
5. RESULTADOS...................................................................................................
45
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................
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1. INTRODUÇÃO
O corpo humano é coberto por um “casaco” suave e delicado, onde reflete os
cuidados que cada um tem com ele. A princípio ele tem sua beleza natural, mas com
o decorrer do tempo, as agressões intrínsecas e extrínsecas modificam sua sutil
beleza. O “casaco” aqui citado se chama pele, onde sua função é proteger os órgãos
contra as agressões química, físicas e biológicas, é um termorregulador corporal,
que faz proteção do manto hidrolipídico, elimina toxinas e ainda tem um poder de
revelar as emoções.
Pandolfo (2011) afirma que a pele reflete a estética do ser humano, pois ao
longo dos anos expressa claramente as alterações fisiológicas causadas pelas
modificações que o organismo sofre devido às agressões do meio interno e externo,
levando a predisposição de doenças, fotoenvelhecimento, dando ao homem uma
aparência inestética.
Para Piazza (2011) envelhecer é natural e acontece desde o nascimento,
porém a parti dos 30 anos de idade torna-se mais evidente este processo, pois nesta
fase, o organismo vai diminuindo a capacidade das células de produzir ou fornecer
energia suficiente para o corpo. E cada um terá as conseqüências que acelerou ou
retardou seu estado senil.
De acordo com Pujol (2011) o envelhecimento esta relacionado com
predisposição genética, o sedentarismo, a má alimentação e cuidados com a pele.
Durante o processo de envelhecimento a atividade celular reduz, os tecidos perdem
sua elasticidade e as trocas aquosas desaceleram e a oxidação química e
enzimática ajuda a formar os radicais livres que danificam a membrana celular
favorecendo assim o fenômeno do envelhecimento.
E como o homem sempre esta em busca de inovações que possam prolongar
sua jovialidade, ele cria recursos que lhes garantam saúde e beleza. E com a
evolução da ciência, vários equipamentos eletroterápicos são criados com a
finalidade de retardar o processo natura do envelhecimento. E atualmente com a
ascensão da estética surgem cada vez mais adeptos a “cultuar” o belo sem técnicas
invasivas, pois hoje as pessoas não querem esperar tanto com recuperação em
procedimentos cirúrgicos. E a eletroterapia é utilizada com o objetivo de promover
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reações fisiológicas e terapêuticas, que proporcione ao indivíduo uma harmonia
estética, no tônus e no rejuvenescimento tissular.
Segundo Agne (2012) a eletroterapia é usada na aplicação de correntes
elétricas com finalidades terapêuticas para estimular um melhor funcionamento do
organismo atenuando as disfunções.
Mediante aos estudos acadêmicos notou-se que a técnica de microcorrente é
um recurso da eletroterapia subsensorial, onde não há excitação da inervação
periférica, e seus efeitos fisiológicos são bastante eficazes no aumento da produção
de ATP (Adenosina Trifosfato), que melhora o transporte ativo de proteínas, o leito
capilar sofre uma abertura e consequentemente melhora na circulação linfática e
oxigenação dos tecidos e ainda há uma estimulação na produção de fibroblastos,
que são as células que produzem o colágeno e elastina dando uma melhor firmeza e
sustentação à pele.
Segundo Watanabe (2011, pag 222):
“A microcorrente pode ser definida como um tipo de
eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetros de
intensidade na faixa de microamperes, que são de baixa
frequência,
podendo
apresentar
correntes
contínuas
ou
alternadas, sendo que a duração do pulso de microcorrente é
maior que outros tipos de eletroestimulação (cerca de 0,5
segundo)”.
Para Agne (2012) a microcorrentes é uma corrente de baixa intensidade que
age terapeuticamente nas células, pois é similar a energia do corpo, e tem uma
capacidade de atuar naturalmente nos componentes celulares, restabelecendo a
energia da célula, aumentando produção de ATP e a síntese de proteína.
De acordo com Borges e Natividade Santos (2010) o aumento da produção
de ATP, fornece energia as células que os tecidos necessitam para aumentar a
síntese de proteína e o transporte de íons. Os incrementos que a microcorrente
promove nas células para que haja um bom funcionamento nos tecidos.
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De acordo com Borges (2010), o estímulo gerado por microcorrente é
fundamental para restabelecer a bioeletricidade tecidual com efeito fisiológico.
Sendo assim, uma ferramenta elementar para estimular a regeneração celular pela
eletricidade endógena, através de estimulação elétrica.
Agne (2012) a introdução da microcorrente como agente terapêutico se deve
a sua capacidade de interagir de forma natural com os componentes celulares e
nesse sentido restabelecer as capacidades energéticas celulares, em especial
favorecer a condutância e capacitância tecidual.
A preocupação com o belo hoje, vai além da estética, mas também o cuidado
com a saúde, o bem estar físico e mental. As inovações tecnológicas e cosméticas
são recursos que possibilitam ao homem manter uma aparência saudável, através
de procedimentos indolores e até mesmo cirúrgicos. E a microcorrente é uma
técnica que não agride o organismo, mas sim promove resultados eficazes e
satisfatórios, pois ela trabalha a capacidade de acelerar a produção de ATP até
500% estimulando os fibroblastos na produção de colágeno e elastina, melhorando a
flacidez tissular, linhas de expressão e rugas, dando a pele um rejuvenescimento. É
um método bastante eficaz, sendo uma alternativa para adiar um procedimento
invasivo, sem interrupção da rotina diária.
A qualificação profissional embasa o tecnólogo em estética e cosmética com
conhecimentos científicos, para explorar recursos tão importantes como o da
microcorrente, que possa proporcionar ao individuo um equilíbrio em manter-se
jovem, tanto espiritualmente quanto fisicamente, pois o curso agrega as terapias
holísticas para que seja também trabalhada a beleza da alma. O profissional
também pode atuar em parcerias com outros profissionais da área da saúde.
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2. OBJETIVOS
2.1. GERAL
Pontuar os benefícios da eletroestimulação por microcorrentes no rejuvenescimento
cutâneo.
2.2. ESPECÍFICOS
Expor os efeitos fisiológicos da microcorrentes;
Descrever a técnica de aplicação da microcorrentes no rejuvenescimento
cutâneo;
Constatar a eficácia da eletroestimulação por microcorrentes para fins do
rejuvenescimento cutâneo.
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3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1. SISTEMA TEGUMENTAR
Harris (2005) afirma que a pele é o maior órgão do corpo humano, sendo
composto de anexos cutâneos como: unhas e pêlos que fazem a proteção do corpo
e as glândulas sebáceas e sudoríparas que regulam a temperatura corpórea. Sua
função epitelial é demarcar e isolar as estruturas internas do ambiente externo. No
organismo existem dois tipos diferentes de pele: pele glabra, lisa sem pelos e com
uma densa camada de queratina (palma das mãos e sola dos pés) e a pele
pilificada, mais fina, que apresenta sulcos e pregas peculiares do resto do corpo.
Para Carneiro e Junqueira (2004) a pele desempenha várias funções e graças
à camada córnea da epiderme, não deixa o organismo perder água e nem ficar
vulnerável aos ataques do meio externo. E através das terminações nervosas
sensitivas o organismo recebe informações do ambiente e leva as informações ao
sistema nervoso central.
Segundo Eduardo (2003), a pele é um órgão de proteção e regulação, é um
centro nervoso receptor das sensações de frio e do calor e ainda serve de barreira
de proteção seletiva que se abre a passagem de certas substâncias e se opõe a
outras.
Para Guirro e Guirro (2004,) a pele constitui o mais vasto órgão sensorial do
corpo, que percebe estímulos táteis, térmicos e dolorosos. Com um teor hídrico em
torno de 70% do peso da pele sem o tecido gorduroso.
Para Steve Parker (2007), a pele é o órgão que mais se renova e a cada mês
a camada externa da epiderme é substituída completamente.
A pele é um órgão que precisa de cuidados desde a hidratação até os
cuidados com os raios solares, para que os efeitos provocados pelo tempo não
desgaste o belo “casaco” que reflete a beleza da vida.
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3.2. ESTRUTURA DA PELE
A pele, um órgão de aspecto tão delicado, mais com uma resistência capaz
de proteger tantos órgãos essências a vida humana, contra os ataques físicos,
químicos e biológicos e ainda reflete a estética, a saúde e as emoções do ser
humano.
De acordo com Parker (2007), a pele tem uma espessura que varia 0,5mm
em áreas delicadas como as das pálpebras, até 5mm em regiões mais espessas
como as das plantas dos pés.
Guirro e Guirro (2004, pag 14) “afirma que a pele pesa
aproximadamente 4,5 quilos e um pedaço de pele com cerca
de 3 cm de diâmetro contém 3 milhões de células, de 100 a
340 glândulas sudorípara, 50 terminações nervosas e 90 cm de
vasos sanguíneos”.
Tortora (2002) afirma que a pele e suas estruturas anexas, junto com as
glândulas, músculos e nervos resguardam a integridade física e bioquímica do
corpo, mantendo a temperatura corpórea constante e fornece informações sensórias
a respeito do ambiente em que este é inserido.
3.3. CAMADAS QUE FORMAM A PELE
Epiderme, Derme e Hipoderme ou Tecido Subcutâneo;
3.3.1 Epiderme
Para Piazza (2011) a epiderme é a camada mais superficial da pele, atua
como barreira de proteção contra as agressões externas. Age impedindo a entrada
de substâncias estranhas no organismo, retém o conteúdo interno, principalmente
água, eletrólitos e nutrientes. A epiderme não tem vascularização própria e sua
nutrição e eliminação de metabólitos se processa por difusão até a derme na região
chamada junção dermoepidérmica. Esta é rica em capilares que se concentram na
superfície ondulada desta região, conferindo uma maior área de troca de nutrientes
e gases, através das papilas dérmicas.
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Para Ramos e Ribeiro (2010), a maior quantidade de células da epiderme são
os ceratinócitos ou queratinócitos, originadas das células-tronco que sofreram
maturação, que se deslocam em direção ao extrato córneo, possui a característica
de sintetizar proteínas estruturais de filamentos intermediários, resistentes e
impermeáveis que são as queratinas ou ceratinas. É um processo de diferenciação
na epiderme que é regulado pela formação dessas proteínas marcadoras da
diferenciação.
A queratina é uma proteína fibrosa rígida que protege a pele e os tecidos
subjacentes
do
calor
e
dos
microorganismos,
são
responsáveis
pela
impermeabilização da pele. Com o a estratificação o queratinócito origina os
corneócitos, também ocorre à produção dos grânulos lamelares, que liberam um
conteúdo hidrorrepelente.
A epiderme possui ainda outros tipos de células: os melanócitos, células
pigmentares que produzem a melanina, espécie de filtro solar natural que dar cor a
pele, protegendo dos raios ultravioletas.
Segundo Ramos e Ribeiro (2010), os melanócitos têm origem na crista neural,
que migram em direção a epiderme onde vão produzir a melanina, que é o maior
pigmento natural da pele, tem a função de absorver a radiação e proteger a pele da
luz ultravioleta. É aproximadamente uma célula para cada quatro a dez ceratinócitos
basais. A melanina (eumelanina e feomelanina) tem sua função de acordo com a
atividade enzimática da tirosinase a partir da tirosina, é armazenada nos
melanossomos que são enviados para as regiões dendríticas dos melanócitos,
extensão semelhante a dedos, que vão sendo transferido ao queratinócitos vizinhos,
lugar onde ficam protegidos sobre o núcleo. Cada melanócitos unem-se com trinta e
seis queratinócitos adjacentes, que chamamos de unidade de melanina epidérmica.
As quantidades de melanina existente nas células basais variam e
determinam a cor da pele. O número de melanócitos altera de acordo com cada
região do corpo e aumenta após a exposição solar. A pigmentação da pele muda
conforme a etnia por conta da diferença da atividade dos melanócitos e na
distribuição dos melanossomos na epiderme, e não por diferença no número de
melanócitos.
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A cor da pele não depende só da melanina, tem influência também de outros
pigmentos
como
os
carotenóides
amarelos,
pigmento
dérmico
como
a
oxiemoglobina, vermelha, e a hemoglobina reduzida, vermelho-azul. A pigmentação
da pele é uma conseqüência dos fenômenos de reflexão da luz sobre a pele.
Para Carneiro e Junqueira (2004) o citoplasma dos melanócitos é globoso,
onde seus prolongamentos penetram nas camadas basais e espinhosas para
transferir os grânulos de melanina para estas células.
De acordo com Ramos e Ribeiro (2010), as células de langerhans têm inicio
no precursor hematopoiético da medula óssea, comum em todo o epitélio
estratificado, na mucosa oral, vagina e linfonodos, timo e derme. Compondo a pele
em porções similares às dos melanócitos entre 460 e 1000/mm², constituem de 3% a
6% das células da epiderme. Ocorre um aumento depois de repetidos casos de
dermatite de contato. Somente após contato com o antígeno é que são consideradas
células maduras.
Para Harris (2005), as células de langerhans são processadoras de
antígenos, que provocam as reações de sensibilidade e alergias de contato. A
redução dessas células, devido à exposição solar, pode desenvolver casos de
câncer e tumores de pele.
Para Carneiro e Junqueira (2004) as células de Langherans têm importante
papel no sistema imunológico, porque atuam como fagócitos nos processos
alérgicos e infecciosos como micoses provocadas por fungos.
De acordo com Ramos e Ribeiro (2010) as células merkel são visualizadas na
epiderme, possuem a função neuroendócrina e tem características epiteliais. Sua
real origem é incerta, podendo ser derivada da crista neural ou de células tronco
epitelial. Funcionam como mecanorreceptores e fazem parte da sensação tátil, estão
localizados na camada basal epitelial e na bainha dos folículos pilossebáceos, com
maior densidade nas regiões palmo-plantar. A membrana plasmática possui
desmossomos que conectam aos ceratinócitos. Seus marcadores imunoistoquímicos
são as queratinas.
As células de Merkel encontram-se vastamente dispersas na epiderme, no
epitélio folicular e nas membranas mucosas é mais concentradas nos lábios, palmas
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das mãos e no dorso dos pés. Na epiderme encontramos também os anexos
cutâneos.
A epiderme é formada por cinco camadas ou estratos distintos que são:
camada basal ou estrato germinativo, camada espinhosa ou camada malpighiana;
camada granulosa ou estrato granuloso; camada lúcida ou estrato lúcido e camada
córnea ou estrato córneo. (HARRIS, 2005)
3.3.1.1. Camadas da Epiderme
A camada basal ou estrato germinativo: as células são altas e cilíndricas,
cúbicas altas que repousam em um estrato basal.
Para Carneiro e Junqueira (2004), é na camada basal que ocorre a constante
renovação da epiderme, é nesta camada que os filamentos intermediários de
queratina ficam numerosos de acordo com o avanço da célula para a superfície.
Camada
espinhosa
ou
camada
malpighiana:
composto
por
células
espinhosas com formato poligonais, nesta camada é iniciado o processo de
queratinização, no qual pequenos filamentos de queratina (desmossomos) que
cruzam o citoplasma da célula, os poros existentes entre estas células permitem a
passagem de nutrientes. No estrato espinhoso inicia-se a formação dos corpos
lamelares que formarão o manto hidrolipidico e os grânulos de querato-hialina.
Para Piazza (2011), a camada granulosa ou estrato granuloso: formado por
células em processo de degeneração programada, com rica presença de queratina,
e grânulos lamelares, que liberam uma substância contendo lipídios, que
desaceleram a perda de líquidos corporais e entrada de objetos estranhos.
De acordo com Carneiro e Junqueira (2004) os grânulos lamelares são
formados por bicamadas lipídicas envolvidas por membranas plasmáticas que
expulsam seu conteúdo para o espaço intercelular, formando uma barreira que
protege a pele contra invasões de microorganismos.
Para Tortora (2002) a camada lúcida ou estrato lúcido: possui em média de
três camadas de queratinócitos achatados e mortos, situadas entre o estrato córneo
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e o estrato granuloso, presente apenas na pele espessa, como a palma das mãos e
plantas dos pés.
Camada córnea ou estrato córneo é a camada que esta diretamente ligada ao
meio externo, onde se deposita as células corneócitos, que formam uma cobertura
ao redor de toda a superfície, protegendo contras as agressões externas, e também
restringindo a perda de água do organismo, preservando a maciez na pele.
3.3.2. Derme
De acordo com Piazza (2010) a derme é a camada média da pele, localizada
abaixo da epiderme, que forma a parte estrutural do organismo, onde ocorre maior
parte do trabalho realizado pela pele. A derme é uma região bastante
vascularização, possui vasos sanguíneos e linfáticos, nervos, glândulas sudoríparas
e sebáceas que geram a irrigação, nutrição e ajudam a liberar toxinas.
Para Ramos e Ribeiro (2010) a derme é flexível e elástica, está separada pela
membrana basal, possui funções de suporte estrutural e funcional, sendo constituída
por um gel de mucopolissacarídeos contendo proteínas da matriz extracelular, como
o colágeno e a elastina. O colágeno é a fibra mais abundante do tecido conjuntivo,
em especial os colágenos do tipo II e III.
Os vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e mastócitos ligam a derme e tem
responsabilidade de nutrir, vascularizar e dar sensação a pele. Os fibroblastos,
macrófagos e células dendríticas completam a lista de células resistentes.
A derme apresenta duas camadas:
3.3.2.1 Derme papilar ou superficial
De acordo com Tortora (2002) a derme papilar é a parte mais superficial da
derme, com um quinto de espessura. Ela ocorre em tecido conjuntivo areolar, com
finas fibras elásticas, sua superfície é alongada devido às inúmeras interdigitações,
chamadas papilas dérmicas. Na derme papilar encontram-se os capilares,
corpúsculos de tato e terminações nervosas livres.
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Para Harris (2005) os nervos localizados na derme são receptores aferentes,
contendo terminações nervosas livres, que dão ao organismo as sensações de
quente, frio, cócegas, pruridos e dor.
3.3.2.2 Derme reticular ou profunda
Para Ramos e Ribeiro (2010) a derme reticular constitui estruturas
entrelaçadas e espessas de colágeno, tecido conectivo e fibras elásticas. E sua
região é mais profunda e se localiza, acima do tecido adiposo subcutâneo. É na
derme reticular que predominam as fibras colagenosas, que garantem a pele força e
a elasticidade.
Para Bernard (2006), a derme reticular contém células de fibroblastos,
responsáveis pela elasticidade e flexibilidade da pele. Atualmente há mais de vinte
tipos de colágeno identificados, mas os que mais constituem a derme são do tipo II e
III.
Tortora (2002), afirma que na derme reticular possui um tecido conjuntivo
denso e irregular, onde os espaços entre as fibras contêm algumas células
adiposas, folículos pilosos, nervos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.
Nesta camada podem ocorrer pequenos rompimentos, provocados pelo excessivo
estiramento da gravidez ou obesidade, surgindo assim às estrias.
3.3.2.3 Hipoderme ou Tecido Subcutâneo
Para Tortora (2002), a hipoderme possui tecido aureolar, adiposo e fibras que
se prolongam a partir da derme e sustentam a pele à camada subcutânea, a qual se
prende aos tecidos e órgãos subjacentes. Esta camada funciona como um depósito
de gordura e contém grandes vasos sanguíneos que nutrem a pele. Nesta região há
terminações nervosas chamadas de corpúsculos lamelares ou de Pacini, que são
sensíveis a pressão.
Para Harris (2005) afirma que a hipoderme é um tecido conjuntivo adiposo e é
a camada mais profunda da pele em espessura. O tecido subcutâneo sustenta as
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duas camadas principais da pele e basicamente é constituída de adipócitos, que são
as células que armazenam gordura, glóbulos brancos e fibras reticulares no
organismo, protege contra traumas e pressões externas. A hipoderme mantém a
temperatura corporal e seus coxins de gordura dão a pele uma aparência mais
saudável.
Figura 1. Estruturas acessórias da pele.
Fonte: http://querosermisspiggy.blogspot.com
3.3.2.4 TIPOS DE PELE
Segundo Kede e Sabatovich (2004) a anamnese é muito importante para
avaliar o tipo de pele e escolher qual o cosmético e recurso eletroterápico deve ser
usado de acordo com a necessidade da pele do indivíduo.
A pele classifica-se em seca, oleosa, normal e mista.
Pele Eudermica ou Normal: os óstios são pouco visíveis, sua textura é
lisa e suave, o processo de queratinização, descamação, a perda
hídrica e as glândulas sebáceas e sudoríparas estão em equilíbrio.
Pele Oleosa: esta associada com excesso de brilho e suas glândulas
sebáceas e sudoríparas estão aumentadas, é uma pele seborreica,
brilhosa com óstios aumentados e existe uma tendência a formações
de comedões.
24
Pele Desidratada ou seca: é uma pele que apresenta uma diminuição
de água e sebo, muito relacionada ao clima. A pele desidratada
apresenta uma textura ressecada com leve descamação.
Pele Mista: esta caracterizada pela associação de áreas seborreicas
acometidas na zona T da face, como nariz, queixo e testa e áreas
secas ou normais no resto da face.
3.4. ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
A busca para retardar o envelhecimento da pele, tem levado várias pessoas a
buscarem meios que lhes dêem uma aparência mais jovial e saudável e através dos
princípios ativos da cosmética, dos recursos eletroterápicos e da medicina estética,
isso já é realidade para os dias de hoje.
O envelhecimento cutâneo ocorre tanto por meio intrínseco quanto extrínseco
e é comum a todas as pessoas, pois estão expostas as agressões físicas, químicas
e biológicas provocando a perda da “capacidade produtiva”. É através da pele que o
indivíduo reflete o bem estar tanto físico quanto emocional. Para amenizar o
envelhecimento é necessário cuidado e respeito com a pele, pois certamente ela
denunciará de forma impiedosa as marcas dos maus tratos.
Para Bernard (2006) o envelhecimento da pele esta relacionado aos efeitos
do sol, pois constitui 70% de hidrogênio e 30% de hélio, tem ações termonucleares
permanentes, transforma o hidrogênio que consome na proporção de 4 milhões de
toneladas por segundo em hélio. Somente dois terços da radiação alcançam a terra,
o resto é filtrado pela camada de ozônio, que bloqueiam os raios mais perigosos,
como os cósmicos, gama e UVC. O ser humano depende da fina camada de ozônio,
que se constitui de apenas alguns milímetros de espessura, de pressão atmosférica
e está localizada entre 15 e 30 quilômetros de altitude.
Bernard (2006) cita que o deslocamento da camada de ozônio pode provocar
buracos na atmosfera, devido à poluição do gás fréon dos refrigeradores,
condicionadores de ar, aerossóis e aviões supersônicos. Esses buracos não
25
determinam por si só o aumento do número de casos de pessoas com câncer de
pele, pois cada indivíduo responde aos efeitos solares de maneira diferente, mas
depende do tempo de exposição ao sol, da idade e do fototipo de cada pessoa.
Bernard (2006) ainda afirma que o sol é indispensável para vida do ser
humano, porém, é fundamental que haja consciência a respeito dos riscos a
exposição solar, medidas simples e atitudes preventivas relacionadas a horários e a
duração da exposição solar, e o uso de protetores solares, são essenciais para
manter a pele saudável e sem fotoenvelhecimento.
Segundo Piazza (2011, p. 55)
“conforme o envelhecimento progride, a multiplicação celular
diminui, os fibroblastos diminuem sua função e causam uma
desorganização da matriz extracelular, comprometendo a
síntese e a atividade de proteínas importantes, que garantem a
elasticidade e resistência à pele, como a elastina e o
colágeno”.
Conforme Rebelo (2005), o envelhecimento é resultado de uma série de
modificações que ocorrem no organismo proveniente do tempo e o modo vivido. O
envelhecimento intrínseco é um processo natural em que há perda das funções
vitais do corpo, renovação celular afetada e comprometimento imunológico,
deixando o organismo vulnerável às infecções. Esse processo também é conhecido
como
envelhecimento
cronológico,
pois
está
ligado
ao
tempo
vivido.
O
envelhecimento extrínseco são agressões externas que o organismo sofre, como:
poluição
ambiental,
fumo,
álcool
e
principalmente
a
exposição
solar
(fotoenvelhecimento) estimulam o envelhecimento precoce.
Para Denise e Flávia (2012) o envelhecimento é fisiológico, contaste e
irreversível e está diretamente relacionado às características individuais e genéticas
de cada pessoal.
26
3.4.1. Fatores que provocam o envelhecimento cutâneo
A Carga genética é responsável por uma grande parcela do envelhecimento,
mais a toxicidade do meio ambiente, a exposição Solar; o fumo, o estresse, fatores
hormonais e uma dieta pobre em nutrientes são fatores que aceleram a
complexidade do envelhecimento cutâneo, formados pelos componentes intrínsecos
e extrínsecos.
Para Pujol (2011), uma alimentação rica em vegetais, frutas e grãos diminui o
risco de doenças e ainda possuem ação antioxidante, que desaceleram o
envelhecimento cutâneo. Os radicais livres são considerados como uma das
principais causas do envelhecimento e das doenças degenerativas relacionadas à
senilidade.
De acordo com Johnsn (2000), o organismo esta em constante combate para
manter a homeostasia, para preservar sua integridade e evitar os ataques dos
microorganismos provocadores de enfermidades.
Para Denise e Flávia (2012) fatores endógenos e exógenos, como as
doenças sistêmicas prejudicam o sistema de defesa do organismo, dando a pele um
aspecto ruim, outras causas danosas são os maus hábitos individuais e a exposição
solar que precipitam o processo.
Conforme Pandolfo (2011) a alimentação também é uma grande vilã para o
envelhecimento, pois através das pesquisas a respeito da glicação das proteínas,
observou-se que todas as moléculas de glicose podem existir de forma circular ou
linear e quanto mais houver consumo de açúcar e amido, mais glicose terá no
sangue. O açúcar que adere a proteínas torna as células rígidas e sem função,
principalmente as de colágenos. A maneira de preparar os alimentos também
influencia no acúmulo do processo de glicação, pois quando o alimento é frito,
dourado, queimado, escurecido, sob altas temperaturas e calor seco, ocorre um
aumento da fabricação das AGES exógenas.
Conseqüentemente, mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida
saudável, influenciam diretamente para uma pele com boa aparência e retardo no
processo de envelhecimento cutâneo.
27
3.4.2. Alterações provocadas pelo envelhecimento
Para Tortora (2002), o envelhecimento da pele fica mais evidente até o final
da quinta década de vida, suas mudanças estão relacionadas com a idade, atingindo
a derme na diminuição das fibras de colágeno deixando-as rígidas, formando um
emaranhado amorfo, e diminuindo sua elasticidade e assim o aparecimento dos
sinais de desgaste, onde em fumantes o efeito é mais acelerado.
Com a diminuição dos fibroblastos, consequentemente a pele adquire
características e formas de sulcos e depressões chamadas de rugas. Na senilidade,
as células de langerhans diminuem e os macrófagos tornam-se fagócitos deficientes,
diminuindo sua capacidade de resposta imune da pele, as glândulas sebáceas
diminuem de tamanho, deixando a pele se tornar seca e quebradiça, ficando
vulnerável a infecção.
A produção do suor diminui o que contribui para uma maior incidência de
insolação ao idoso, logo alguns melanócitos aumentam produzindo manchas
pigmentares.
As paredes dos vasos sanguíneos na derme ficam mais densas e menos
permeáveis e a gordura subcutânea é perdida. Por isso a pele envelhecida fica mais
fina que a pele jovem e o deslocamento de células da camada basal para superfície
epidérmica tornam-se lento. Com o envelhecimento, a cicatrização da pele
desacelera ficando mais suscetível as condições patológicas.
Segundo Cardoso e Pujol (2011) a fisiologia do envelhecimento é geral em
todos os tecidos, pois o colágeno, elemento principal do tecido conjuntivo, enrijece
gradualmente, enquanto a elastina vai perdendo sua elasticidade. Com a diminuição
das atividades de sistema conjuntivo, as trocas de oxigênio dos tecidos ficam
comprometidas, a perda dos coxins de gorduras, a pele vai perdendo água
ocasionando uma desidratação e começa apresentar uma aparência desvitalizada,
surgindo assim às primeiras rugas e a flacidez tissular.
Para Piazza (2007 apud Pujol, 2011) a palidez, a atrofia difusa progressiva, a
redução da extensibilidade e elasticidade dão a face um aspecto caído nas
pálpebras, nas bochechas e na flacidez do pescoço.
28
Portanto, envelhecer faz parte do ciclo vital, aceitar sua condição, respeitar
seus limites, manter a jovialidade do coração e contribuir com suas experiências
para o progresso da sociedade, dar ao individuo novas emoções para ver outras
belezas que a vida tem.
3.4.3 REGIÕES MAIS ACOMETIDAS COM O ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
Segundo Kede e Sabatovich (2004), a face é a região mais exposta às
agressões do meio, portanto o envelhecimento desta área é mais evidenciado.
Região Frontal: onde ocorre o surgimento das primeiras linhas de expressão
devido à contração excessiva dos músculos frontais e glabelar, iniciando por
volta dos 25 a 28 anos de idade e a partir dos 40 anos eles se acentuam e
tornam-se mais evidentes.
Região Fronto Glabelar: O aparecimento das rugas verticais se dá devido à
ação repetitiva dos músculos corrugador dos supercílios e uma parte pelo
músculo depressor dos supercílios.
Região Orbitaria: Essa região e constituída pelo complexo órbito-óculopalpebral. A partir da terceira década são observadas alterações relacionadas
ao envelhecimento, tais como atrofia subcutânea e muscular, alterando a
fenda palpebral, tornando assim mais evidente as gorduras intra-orbitárias e
também o aparecimento da ptose látero-externas das pálpebras.
Região Lateral da Face: Entre os 32 a 35 anos esta área sofre ação da
gravidade ocorrendo flacidez e ptose do limite superior, a reborda orbitária
inferior, limite inferior, sulco nasogeniana e limite lateral, a linha vertical preauricular. A região nasogeniana e nasolabial fica mais evidente dando a face
um aspecto bem envelhecido.
Região Oro labial: localiza-se entre os sulcos nasogenianos e as rugas
transversais da região mentoniana. As rugas do orbicular dos lábios surgem
devido à contração dos músculos surgindo um aspecto pregueado a boca.
29
Região Mentoniana: observa-se a partir dos 35 anos, com a ação da
gravidade, flacidez cutânea e muscular, ptose na região da prega horizontal,
originada pelo músculo mentalis e os prolongamentos bilaterais dos sulcos
nasolabiais.
Região Cervical: São rugas transversais ao plátisma, que se acentuam com
a ação da gravidade, por volta dos 40 anos e a partir daí vai se instalando e
evidenciando o envelhecimento.
3.4.4 Classificação das rugas
Segundo Tsuji (1997) as rugas podem ser classificadas como:
• Superficiais: são as que desaparecem quando estiramos a pele.
• Profundas e permanentes (incluindo os sulcos): são as que não desaparecem
quando estiramos a pele.
De acordo com Piérard e Lapiér (1987), as rugas são classificadas como:
• Grau I: rugas de expressão, formadas pela contração dos músculos faciais, sem
alteração dermoepidérmica.
• Grau II: rugas finas ou ondulações com alteração dermoepidérmica devem-se ao
adelgaçamento da epiderme e da derme superior;
• Grau III: apresentam dobras, pregas ou rugas gravitacionais, com alteração
dermoepidérmica e do subcutâneo. Deve-se à queda da pele e dos músculos
adjacentes, causada pela força da gravidade.
30
Alterações provocadas pelo Envelhecimento
Para Glogau (2004) a pele segue um tempo cronologico para envelhecer.
Tabela 1. Fase do envelhecimento.
Grupo
I
II
III
Classificação
Envelhecimento
leve
Envelhecimento
Moderado
Envelhecimento
avançado
Idade
grave da pele
do rosto
Característica da pele
Alterações pigmentares
28-35
Sem rugas
suave sem queratose e sem
rugas.
35-50
50-65
Envelhecimento
IV
Descrição
60-75
Rugas em
Manchas visíveis, pele
movimento ou
áspera, e rugas no orbicular
de expressão
dos olhos.
Rugas em
Manchas escuras,
repouso, sem
avermelhadas, pele ásperas
expressão.
e teleangiectasias.
Rugas Profundas e
Manchas escuras, rugas por
extrema
todo o rosto, flacidez pela
flacidez na pele
deficiência de colágeno.
Fonte: http://jaurufreitas.blogspot.com.br/2011/05/classificacao-de-glogau.html
31
Classificação do Fototipo Cutâneo
Para Fitzpatrick (1976) classificou a pele humana em seis tipos de acordo com etnia
e o fototipo que Vaira do tipo I ao VI.
Tabela 2. Fototipos de pele, segundo Fitzpatrick (1976)
Fototipos
I - Branca
Descrição
Sensibilidade ao Sol
Pela muito branca, cabelo em geral ruivo. A pele
queima com facilidade, dificilmente se bronzeia.
Muito sensível
Pele branca, cabelos loiros e olhos claros. A pele
II - Branca
queima com facilidade, bronzeia moderadamente e Sensível
uniformemente.
III - Morena Clara
Pele branca, cabelos castanhos escuros ou pretos. A
pele queima e bronzeia moderada e uniformemente.
IV- Morena
Pele clara, incluindo pessoas orientais. A pele queima
Moderada
pouco, mas bronzeia fácil e moderadamente.
Normal
Normal
Pele parda escura ou marrom médio (pessoas
V - Morena Escura
mulatas).
Queima
raramente,
bronzeia
muito
e Pouco sensível
mancha com facilidade.
VI - Negra
Pele totalmente pigmentada (negra). Nunca queima,
bronzeia com facilidade.
Fonte: dermatologia.net
Insensível
32
3.5 História da eletroterapia
Guirro e Guirro (2004, pag 107) destaque que:
“a eletricidade, como muitos dos elementos físicos têm uma
longa história na aplicação médica. Plínio, Aristóteles e Platão
já sabiam que enguias elétricas, raios e o peixe elétrico podiam
produzir choques. Somente no século XVIII, com o Iluminismo
que ocorreu uma acelerada busca pelas explicações dos
fenômenos elétricos observados nos animais”.
Segundo Borges (2010) os primeiros relatos a respeito do uso da corrente
elétrica vem desde a antiguidade, para uso na medicina nos tratamentos de
cefaléias e processos dolorosos usando descargas elétricas para amenizar o quadro
álgico. Os primeiros povos a usar este recurso foram os Gregos e os Romanos.
Segundo Agne (2009), os alicerces da eletroterapia estão auxiliados num
extenso caminho do uso da corrente elétrica com fins terapêuticos, desde os tempos
remotos em que os efeitos dessa energia eram desconhecidos por seus adeptos.
Agne (2010) a palavra âmbar tem origem do vocabulário grego eléktron que
dar início a origem do termo eletricidade que tem afinidade com Tales de Mileto (+/600 a.C.) que observou que pêlos, pena de aves eram atraídos pela resina âmbar,
descobrindo que alguns objetos, peixes e o corpo humano possuem eletricidade.
A galvanoterapia tem destaque na história de eletroterapia, oriundas dos
conhecimentos da aplicabilidade do fisiologista italiano Luigi Galvani. Suas
experiências são baseadas na excitação elétrica nervosa. Em 1791, Galvani
publicou o tratado De viribus electricitatis in motu muscularis (sobre a ação da
eletricidade no movimento muscular).
33
3.5.1 Eletroterapia
Segundo Robinson e Snyder-Mackler (2001), a eletricidade é uma forma de
energia na ciência da física que pode produzir efeitos terapêuticos nos tecidos
biológicos.
Há décadas, as correntes elétricas são usadas como proposta
terapêutica, com isso surge diferentes formas de geradores elétricos, para a área da
saúde para tratamento de diversas disfunções. Os aparelhos eletroterapêuticos são
utilizados para estimular correntes elétricas nos tecidos corporais.
Para Agne (2012) a eletroterapia é originada pela transmissão de correntes
elétricas e são usadas de maneira direta e indireta, ou seja, transcutânea e
subcutânea, que estimulam de forma diretas diferentes sistemas orgânicos com
objetivos distintos. A corrente elétrica aplicada de forma transcutânea, ou seja,
eletrodo sobre a pele transmite estimulação elétrica que promovem a regeneração
tecidual para homeostasia celular. E no emprego da corrente com método
parcialmente invasivo, através de agulhas específicas, para cada tratamento
proposto como rugas e estrias, se dar pela freqüência de impulsos elétricos,
dosados de acordo com o tratamento.
Para Agne (2012) a eletroterapia é o termo empregado para definir a
aplicação da corrente elétrica com fins terapêuticos no organismo. Esta energia
eletromagnética é aplicada ao organismo com a finalidade de estimular a energia
das células, que precisam de um agente externo para fazer sua reabilitação,
manutenção e regeneração celular, onde organismo responde aos estímulos para
suprir sua deficiência provocada por agentes internos e externos. A energia exercida
sobre o tecido excitável e portador de carga no interior do corpo reagindo
terapeuticamente ao estímulo da corrente.
De acordo com Watanabe (2011) o uso dos recursos eletroterápicos e
manuais são tão importantes quanto o uso de cosméticos, pois um complementa o
outro potencializando os resultados.
34
Agne, (2013,p.23) enfatiza que:
“Dois cientistas alemães, Dr. Erwin Neher e Dr.Bert
Sakmann, em 1991 compartilharam o Premio Nobel por terem
desenvolvido uma técnica que permite detectar pequenas
correntes elétricas na membrana das células. Este estudo
confirma que atividade elétrica não é limitada para que o nervo
e o tecido muscular como se pensava, mas é intrínseco para
todas as espécies de células. Este estudo abriu caminho para
uma maior compreensão dos mecanismos através dos quais
aplicados correntes externamente pode afetar as funções
orgânicas especialmente a microcorrente”.
Para Agne (2012) organismo humano responde a uma série de reações e
características próprias, onde todo profissional deve saber aplicar com segurança e
coerência recursos de qualquer corrente empregada nos diversos procedimentos
eletroterápicos.
3.6 Microcorrente
Para Borges (2010) a microcorrente é um tipo de eletroestimulação, também
chamada de MENS (Micro Electro Neuro Stimulation), que emprega correntes com
parâmetros de intensidade na faixa de microamperes, que são de baixa frequência,
podendo apresentar correntes contínuas ou alternadas.
Segundo Becker (apud Borges, 2010) esclarece os efeitos fisiológicos da
corrente elétrica endógena que participa de quase todas as funções corporais,
encontra-se na faixa dos microamperes, daí surgiu a idéia de se comparar a
microcorrente como uma corrente fisiológica, homeostática e normalizadora.
Para Borges (2010) a microcorrente possui parâmetros de intensidade que
permitem que existam um ajuste de amplitude de 10 à 1000 microamperes e os de
freqüência normalmente tem ajuste de 0,5 à 1000Hz.
35
De acordo com Guirro (2004) a microcorrente tem resposta gradativa na
diminuição da dor, contribuindo no sistema linfático e na aceleração do reparo das
lesões.
Segundo Guirro (2004) a eficácia da utilização das correntes elétricas nos
tecidos com microorganismo diminui o crescimento de bactérias trabalhando em
conjunto com o sistema de defesa do organismo. A aplicação da estimulação elétrica
com o objetivo de promover a cicatrização de feridas não é nem uma novidade. Os
relatos mostram registros de mais de 300 anos da utilização de lâminas de ouro no
tratamento de lesões cutâneas provocadas pela varíola.
Segundo Taules (apud Borges, 2010) o corpo gera uma corrente elétrica de
baixo nível, existindo o pólo positivo que esta ao longo da medula espinhal e o pólo
negativo que é a periferia. Acredita-se que estas correntes são conduzidas pelo
corpo e alcançam o sistema nervoso e toda a sua estrutura de apoio. O sistema
nervoso não é composto apenas por neurônios, mas por células que somam este
sistema.
Jackson e Durães (2007), o uso da técnica de microcorrente em tratamentos
para melhorar o aspecto clínico de uma pele envelhecida tem base nos seus efeitos
fisiológicos e terapêuticos, sendo um recurso utilizado na estética facial e no pósoperatório de cirurgia plástica fazendo a reparação e a regeneração tecidual e ainda
é confortável e indolor.
Para Guyton (1988) a célula é formada por água, proteínas, lipídios,
carboidratos e íons, suas estruturas físicas são chamadas de organelas e suas
funções e características são: Membrana celular, membrana nuclear, retículo
endoplasmático, complexo de golgi e mitocôndrias.
As mitocôndrias são distribuídas no citoplasma, atingindo um número de
várias centenas em apenas uma célula, esta composição celular, transforma a
energia do alimento em energia Trifosfato de Adenosina (ATP), que a célula usa
para diferentes reações celulares.
Borges (2010) a aplicação da microcorrente em locais lesionados, podem
fazer com que o fluxo da corrente endógena aumente, permitindo que a área
lesionada se restabeleça, aumentando a adenosina trifosfato importante no
36
restabelecimento da célula, pois é sua principal fonte de energia, que controla as
funções da membrana celular como a movimentação dos minerais vitais: cálcio,
sódio, magnésio e potássio, para dentro e fora das células e a eliminação de
catabólicos.
O espasmo muscular pós trauma pode provocar deficiência de fluxo
sanguíneo, resultando em hipóxia local, acumulação de metabólicos nocivos e dor,
conduzindo à redução da síntese de ATP, pode devolver a cura a região.
Para Agne (2011) a microcorrente é uma corrente exógena que mais se
aproxima da corrente corporal, onde as células são recrutadas pelo estímulo. A
microcorrente estimula o sistema linfático a promover uma drenagem, estimulam os
fibroblastos na produção de colágeno e elastina, sendo um recurso eficaz para
tratamento de feridas abertas e no rejuvenescimento facial.
De acordo com Borges (2010) o aumento da produção de ATP, o tecido
responde ao estímulo da corrente, tendo um aumento na síntese de proteína e o
transporte de íons. Este processo restabelece o ATP, que abastece os tecidos
eletricamente. O estimulo na célula, proporciona regeneração e crescimento em todo
o organismo vivo pela eletricidade endógena, comprovando que a geração acontece
via controle elétrico.
Segundo Robinson e Snyder-Mackler (2001 apud BORGES, 2006) a maneira
de aplicar os recursos dos aparelhos de microcorrentes acontece em níveis
celulares não ativando as fibras nervosas sensoriais, portanto não causa
desconforto ao paciente.
Para Borges (2010), o aumento da produção da ATP, estimula uma
revitalização dos tecidos, pois ocorre um aumento de energia das células,
principalmente a dos fibroblastos, onde as fibras de colágeno e elastina são
produzidas e promovendo um rejuvenescimento cutâneo.
Jackson e Durães (2007), o uso da técnica de microcorrente para tratamentos
clínicos em pele envelhecida tem base nos seus efeitos fisiológicos e terapêuticos,
pois este recurso é empregado na estética facial e no pós operatório de cirurgias
plásticas, para a reparação e regeneração tecidual por ser confortável e indolor.
37
Craft, ((apud Borges, 2010 p. 202) afirma que “a terapia de microcorrente
rejuvenesce tecidos sem deixar cicatrizes, e é a forma natural de cura mais rápida
do mundo”
3.6.1 Efeitos fisiológicos da microcorrente
Para Moretto (2012) quando um tecido é lesionado reduz sua resistência e
capacitância e com o uso da microcorrente, ela restabelece o fluxo da corrente
endógena, favorecendo a homeostasia do organismo, pois ela age como um
catalisador de reações elétricas e químicas similares a do corpo humano, auxiliando
no processo de cura.
Quando há obstrução da corrente bioelétrica, ocorre a impedância elétrica, que por
sua vez, causa a redução do suprimento de nutrientes, sangue e oxigênio para os
tecidos desta área, aumentando assim um acúmulo de metabólicos, ocasionando
em hipóxia local, isquemia e metabólicos que levam a dor, que são características
de que há deficiência na produção de ATP, cuja síntese esta unida a um processo
elétrico-fisiológico.
E usando microcorrente de 100µA a 500µA, ela promove o aumenta a síntese de
ATP em até 500%, além do acréscimo dos transportes das membranas e de
aminoácidos de 30 a 40%. O aumento da produção de ATP das células oferece aos
tecidos suprimentos necessários para aumentar o transporte de íons e a síntese de
proteína, que juntos são fundamentais para a cicatrização e rejuvenescimento.
3.6.2 Efeitos Terapêuticos da Microcorrente
• Analgésico: o quadro álgico responde de forma gradativa e acumulativa
quando ativado pela ação da microcorrente. (Agne, pag. 127. 2013)
• Antiinflamatório: restabelecimento da bioeletricidade tecidual e homeostase,
promovendo indiretamente a cura. (Agne, pag. 126, 2013).
• Bactericida: Liberação de íons bactericida pelo eletrodo. (Agne pag. 123,
2013).
38
• Edema: A ação da microcorrente no sistema linfático, promove a abertura dos
leitos capilares, aumentando a absorção do liquido intersticial e eliminação de
catabólicos. (Agne pag. 103, 2011).
• Cicatrizante: A estimulação elétrica da microcorrente em áreas lesionadas
aumenta o fluxo da corrente, permitindo capacitância celular, contribuindo
para o aumento da síntese de proteínas e resultando na aceleração no
processo de cicatrização. (Agne pag 104 e 105, 2011).
3.6.3 TÉCNICA DE APLICAÇÃO DA MICROCORRENTE
Para Kirsch (2006 apud BORGES, 2010, p.189) os efeitos da microcorrente
são regenerativos e acumulativos, e a partir das primeiras sessões já são
observadas melhoras expressivas.
As aplicações podem ser feitas basicamente de duas formas:
• Com eletrodos convencionais (borracha de silicone, auto-adesivo e de
prata)
• Com eletrodos tipo sonda ou caneta (bastonetes)
• Outras opções de eletrodos como luvas e máscaras.
Para Agne (2013) a microcorrente restabelece o metabolismo celular, depois de
ter sido lesionada. A corrente exógena aumenta a oxigenação, a absorção de
nutrientes e a troca de íons fazem a eliminação de catabólicos residuais, e neutraliza
a polaridade oscilante das células que estão deficientes.
Segundo CHENG et. al (1982) (apud Agne, 2013), destacam os estudos dos
efeitos das correntes elétricas com diversas intensidades para cicatrização,
utilizando intensidades de 100 a 500uA, onde tiveram um aumento de ATP próximo
de 500%. Quando a intensidade foi aumentada para miliamperes, a síntese de ATP
foi esgotada e houve uma inibição na síntese de proteína. Estes estudos indicam
39
que as correntes mais elevadas podem impedir a cura enquanto que as correntes
inferiores promovem a cicatrização.
AGNE (2013) afirma que a microcorrente é uma corrente alternada de baixa
intensidade e despolarizada. Os ajustes das freqüências devem ser baixas, no geral
inferior a 5Hz, pois a microcorrente se aproxima da corrente biológica. Quando
utilizada com freqüências mais altas pode ter uma diminuição nos efeitos.
AGNE (2013) sugere um tempo mínimo de 20 minutos de aplicação e não
existe a preocupação com o tempo máximo, por se tratar de uma corrente
despolarizada e utilizada por eletrodos transcutâneos.
Agne (2013) Orienta o terapeuta que evite eletrodos móveis, pois acredita ser
insuficiente a distribuição das correntes ao ficar movimentando-os, os mais
indicados são os eletrodos fixos, tipos máscaras faciais, de preferência autoadesivos
podendo ser usados em qualquer área do corpo.
De acordo com Borges (2006) a técnica utilizando eletrodos tipo caneta, é o
modo mais usado nos procedimentos faciais, através de movimentos sincronizados,
seguindo o caminho dos vasos linfáticos, em outro momento realizarem pinçamento
para estimular a epiderme e derme até atingir toda a região. Já os eletrodos tipos
autoadesivos concentram maior quantidade de corrente nos tecidos, promovendo
um rejuvenescimento da pele dando um grande efeito visual.
Figura 2 Máscaras para aplicação de microcorrente
Fonte: Extraído do Livro Eu sei Eletroterapia, Agne (2012)
40
Figura 3: Aplicação da Microcorrente com eletrodos fixos:
Fonte: http://www.bioset.com.br/site/default.aspx?pagina=lab24
Figura 4: Eletrodos Fixos Auto-adesivos
41
Fonte: http://www.carci.com.br
Figura 5: Eletrodos Fixos de Silicone com Carbono
Fonte: www.fisiocorpobrasil.com.br/produtosdetalhes_sv.asp?ProdutoID=550
Figura 6: Eletrodo móvel tipo Caneta
Fonte: www.fisiocorpobrasil.com.br/produtosdetalhes_sv.asp?ProdutoID=550
42
3.7. PAPEL DO ESTÉTICISTA
O culto ao belo vem desde a antiguidade e cada vez mais o desejo por um
corpo “perfeito” aguça a cobiça e o desejo de homens e mulheres e assim surgem
novas técnicas e procedimentos invasivos ou não para a satisfação pessoal.
A estética não é apenas um corpo bonito, mas um conjunto entre o bem estar
físico, mental, emocional e social do individuo que engloba desde a autoestima
elevada até um convívio social harmonioso. A partir deste conceito, o profissional de
estética, precisa esta atendo na avaliação personalizada, observar a real situação do
indivíduo, pois muitas vezes a pessoa esta com a beleza da alma comprometida e
não a do corpo.
Os padrões de beleza impostos pela mídia fazem com que muitas vezes seja
desejado o impossível entre o real e o imaginário, e assim causando a frustração e
levando o indivíduo a sofrer de distúrbios dismórficos e alimentares. Portanto, podese dizer que o profissional tecnólogo em estética tem papel fundamental para
identificar se a pessoa esta enfrentando algum distúrbio.
Os profissionais devem estar atendo as novas tendências e acompanhar os
avanços tecnológicos e se aperfeiçoar continuamente, pois a mídia atualiza o
cidadão comum nas novidades das técnicas que levam a uma beleza estética
satisfatória que revertem marcas deixadas pelo tempo dando ao indivíduo uma
aparência jovial contribuindo para melhora da autoestima.
São inúmeros os avanços na área da estética e com os recursos atualmente
disponíveis para tratamentos estéticos destaque-se o artifício da microcorrente que é
um procedimento indolor e quase sem contra indicação, que restabelece a energia
celular proporcionando a homeostase do organismo.
No âmbito de atuação do tecnólogo em estética, ele deve ter conhecimento
técnico e cientifico e saber empregar corretamente os recursos da eletroterapia,
respeitando as indicações e contra-indicações de cada recurso e adotar condutas de
suma importância como:
• Privacidade;
• Ética profissional;
43
• Respeito;
• Domínio dos procedimentos;
• Comprometimento com os resultados propostos.
A importância de atuar com inovação, embasada em conhecimento cientifico,
domínio das técnicas eletroterápicas, confiança na aplicabilidade, ética profissional,
conforto, higiene, bem estar tanto dos profissionais quanto dos clientes, qualidade
dos serviços oferecidos, são ferramentas que garantem a fidelidade e a dedicação
dos clientes, podendo também atuar com os demais profissionais da área da saúde.
3.8. Controvérsia do recurso da eletroterapia
Um dos impasses a respeito do assunto é definir seu conceito, pois alguns
autores discordam entre si, para uns microcorrente é uma corrente bipolar, próprio
da galvanização, para outros não tem polaridade, porém ambos concordam que sua
intensidade é em microamperagem.
Para alguns autores ainda são necessário mais experimentos que comprovem
a eficácia dos tratamentos, pois ainda não é possível quantificar os efeitos atribuídos
neste recurso. Acredita-se que ainda haja um ceticismo em relação aos verdadeiros
efeitos da microcorrente, pois alguns tratamentos estão baseados em experimentos
sem grupos controle e insuficientes números de indivíduos estudados.
Mas apesar da divergência entre eles, o recurso é bastante eficaz no
tratamento de cicatrização e segundo a bibliográfica de alguns autores como: Agne,
Guirro e Guirro e Borges afirmam há eficácia no tratamento de feridas, controle da
dor, edema e rejuvenescimento cutâneo.
44
4. METODOLOGIA
A pesquisa foi feita em livros do acervo da biblioteca das Faculdades
Integradas Ipiranga - Belém, da Universidade Estadual do Pará (UEPA) campos
Almirante Barroso, artigos científicos, livros pessoais que abordam o assunto e das
revistas
Personalitté,
os
quais
deram
embasamentos
para
elaboração
e
desenvolvimento da monografia no período de Fevereiro a Junho de 2013.
O tema usado para o presente estudo é a microcorrente no rejuvenescimento
facial, que impulsionou interesses em novos conhecimentos relacionados ao
assunto, por ser tratar de uma corrente que atua a nível celular sem causar
desconforto. A maioria dos livros esta voltada na cicatrização de feridas abertas,
porém as publicações do Professor e Dr. Jones Eduardo Agne, autor do livro Eu sei
Eletroterapia e Eletrotermofototerapia esclarece com ênfase os princípios biológicos
da corrente nos processos de cicatrização e rejuvenescimento facial empregados na
área da estética.
Para Dayton (1978 apud Guirro e Guirro, 2004) a microcorrente estimula a
reparação em tecidos, auxiliando o sistema de defesa do organismo a destruir
bactérias, melhorar a oxigenação nos tecidos e estimular os fibroblastos, logo este
beneficia aumento de energia nas células, dando a pele uma aparência saudável.
Depois da pesquisa explorativa em livros, revistas, artigos científicos e site
acadêmico, com algumas demonstrações de imagens com o intuito de esclarece e
demonstrar a importância e a eficácia da microcorrente no rejuvenescimento facial,
por estimular as células de sustentação da pele, muito importante e empregando na
área da estética, pois atende satisfatoriamente desde o rejuvenescimento da pele
até a cicatrização de feridas, sendo empregado no tratamento de pós-operatório de
cirurgias plásticas. O estudo é baseado em revisão bibliográfica, construídas a partir
de publicações anteriores, que segundo Agne (2010), o tema requer mais pesquisas
destinada a atuação do tecnólogo em estética a desempenhar trabalhos usando este
recurso.
45
5. RESULTADOS
Os vários trabalhos usando os recursos da microcorrente têm resultados
seguros e satisfatórios, pois quase não há contra-indicação e promove um
rejuvenescimento pelo fato de serem trabalhados os fibroblastos, que são as células
que dão sustentação a pele, alinhando as fibras de colágeno e elastina. Portanto, a
prática deste recurso melhora visivelmente linhas de expressão e rugas e sua
aplicação não causa desconforto e nem interrompe a rotina diária do indivíduo.
O procedimento feito com o uso de microcorrentes promove uma revitalização
cutânea através de seus efeitos fisiológicos que ela produz no organismo, pois
trabalha a nível celular, estimula a microcirculação cutânea ocasionando uma melhor
oxigenação, melhora da circulação sanguínea e linfática e revitalização dos tecidos.
A microcorrente trabalha o aumento da síntese de ATP em até 500%, onde as
células são supridas de energias, aumentando o transporte ativo de aminoácidos,
contribuindo para o aumento da síntese de proteína em até 40%.
A avaliação personalizada de cada indivíduo, também é fundamental para a
indicação do procedimento, coletar imagens para mostrar o antes e depois dos
tratamentos são fatos que comprovam a eficácia do procedimento, onde a própria
pessoa já observa a firmeza da pele, pois a microcorrente estimular a atividade
celular, dando firmeza e um bom estado geral à pele.
46
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo tem como proposta melhorar as disfunções estéticas
cutâneas provocadas pelo envelhecimento, dando a pele um novo viço, uma boa
tonicidade, pois a microcorrente trabalha as células dos fibroblastos e certamente os
resultados serão eficazes e satisfatórios.
Os estudos mostram que a microcorrente é bastante utilizada na área da
fisioterapia para a cicatrização de feridas abertas, sendo pouco explorada na área
da estética, logo é necessário mais pesquisas, comprovações bibliográficas,
voltadas para área, pois este recurso ameniza ou até reverte os efeitos do tempo. A
microcorrente é um procedimento eletroterápico, que aumenta o metabolismo
celular, em especial as células dos fibroblastos, melhorando o aspecto clínico do
envelhecimento cutâneo, portanto podemos enfatizar que a microcorrente é um
recurso bastante eficaz, capaz de amenizar as alterações que incomodam aqueles
que desejam ter uma pele jovial e sem alterações inestéticas, por ser uma corrente
subsensorial. A microcorrente pode ser um recurso de altíssima qualidade quando
usadas por profissionais tecnólogos em estética, que dominem o conhecimento da
fisiologia humana, da cosmetologia e da eletroterapia, podendo obter resultados
positivos em relação à beleza cutânea.
Ao longo da vida alguns indivíduos acentuam ou amenizam o envelhecimento
da pele e como a face é a parte do corpo mais exposta as agressões, é ela quem
apresenta uma flacidez mais acentuada, rugas profundas ou superficiais,
fotoenvelhecimento, manchas e dependendo do cuidado que cada um faz do seu
corpo, indivíduos da mesma idade podem ter aparência mais ou menos envelhecida.
Este estudo objetiva comprovar a eficácia da técnica no rejuvenescimento
facial, para que o profissional de estética explore cada vez mais esta ferramenta.
Que é confortável e indolor e trazem vários benefícios as células.
Não podemos “parar” os efeitos do tempo, porém retardar sua degradação já
é possível e a microcorrente nos dar este suporte.
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