Revista Fecomércio - Dezembro

Transcrição

Revista Fecomércio - Dezembro
Revista do Sistema
Fecomércio-DF:
Sesc, Senac e
Instituto Fecomércio
Ano XVIII nº 211
Dez/15 e Jan/2016
Tudo
pronto
para
2016!
Os empresários que para
enfrentar a crise, apostaram em
treinamento das equipes, agora
colhem os frutos positivos
Entrevista // Pág. 8
Augusto Nardes
Ministro do TCU
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Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das respectivas operadoras de saúde. Os preços e as redes estão sujeitos
a alterações, por parte das respectivas operadoras de saúde, respeitadas as disposições contratuais e legais (Lei nº 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Novembro/2015.
1
registradora
[email protected]
Raphael Carmona
Os melhores da cidade
A 12ª edição do Prêmio Engenho de Comunicação neste ano
será no dia 11 de dezembro, em um almoço na Embaixada
de Portugal. Criado para contemplar jornalistas e veículos de
da cidade, o prêmio destacará os trabalhos realizados nas
seguintes categorias: Site/Blog, Coluna, Rádio, Apresentador de
TV, Programa de TV, Impresso, Cobertura de Brasília e Jornalista
do Ano. No último dia 23, a criadora do prêmio Kátia Cubel
apresentou os finalistas. Na ocasião, o presidente da FecomércioDF, Adelmir Santana, entregou o diploma de finalista ao jornalista
Claudio Humberto, por seu site Diário do Poder.
Nova fase do Venâncio Shopping
O Venâncio Shopping, Escritórios e Gastronomia deu início à entrega dos espaços para as obras das operações
do mix do empreendimento. Serão mais de 150 lojas e 650 salas comerciais, distribuídas em duas torres. Marcas
de peso nos setores de gastronomia, serviços e conveniência já estão confirmadas nessa etapa, como Pizza Hut,
Toxtex, Chocolateria Brasileira, Bio Mundo, Helio Diff e a Premiere Fitness.
Outras bandeiras
Com o objetivo de promover a competição no mercado
de cartões de crédito e débito, o Banco Central determinou recentemente a abertura a outras bandeiras, até
então restritas à Visa e MasterCard. Será uma opção
para micros e pequenos empreendedores, que buscam
soluções para impulsionar as vendas. Para empresas
como a Acqio Franchising, especializada em pagamentos eletrônicos, a
notícia já gera expectativas, com a possibilidade de oferecer as bandeiras
Amex, Elo e Hipercard nas máquinas Acqio.
revista
COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO DO
SISTEMA FECOMÉRCIO-DF
Diego Recena
REVISTA FECOMÉRCIO
Diretor de Redação: Diego Recena
Editora-Chefe: Taís Rocha
Editora Senac: Ana Paula Gontijo
Editor Sesc: Marcus César Alencar
A QUANTIDADE DE TRIBUTOS
QUE RECAI SOBRE O EMPRESARIADO DO SETOR DE SERVIÇOS
É UM NÓ PARA A COMPETITIVIDADE E PARA A PRODUTIVIDADE BRASILEIRA. QUANTO
MAIOR A CARGA, MENOR É A
CAPACIDADE DE INVESTIMENTO DO SETOR PRIVADO”
Edgar Segato Neto, presidente da Federação Nacional das Empresas Prestadoras de
Serviços de Limpeza e Conservação (Febrac)
@fecomerciodf
4
Revista Fecomércio DF
/fecomerciodf
fecomerciodf.com.br
Fotógrafos: Joel Rodrigues e Raphael Carmona
Repórteres: Andrea Ventura, Daniel
Alcântara, Fabíola Souza, Luciana Corrêa,
Liliam Rezende, Sacha Bourdette e Sílvia Melo
Projeto Gráfico Gustavo Pinto e
Anderson Ribeiro
Diagramação: Gustavo Pinto
Capa: Gustavo Pinto
Revisora: Fátima Loppi
Impressão: Coronário
Tiragem: 60 mil exemplares
REDAÇÃO
SCS, Quadra 6, bl. A, Ed. Newton Rossi,
2º andar - Brasília - DF - 70.306-908
(61) 3038-7527
dezembro/2015 e janeiro/2016
34
12
8
Capa
Equipes motivadas, oportunidades de franquias e
novos empreendimentos
comerciais no DF são as
apostas para 2016
Entrevista
Ministro Augusto Nardes
Artigos
14
Economia
Raul Velloso
18
Agenda Fiscal
Adriano Marrocos
22
Doses Econômicas
José Luiz Pagnussat
54
Direito no Trabalho
Lirian Sousa Soares
Destino de negócios
Atividades relacionadas ao
turismo corporativo no DF
contribuem com 2,5% do PIB
Colunas
Joel Rodrigues
16
Gastronomix
Rodrigo Caetano
22
Gente
Gabriela Vieira e
José do Egito
56
Tecnologia
Máximo Migliari e
Renato Carvalho
58
Vitrine
Taís Rocha
Seções
44
Bebidas de alto nível
Confira a cerveja, o vinho, a
cachaça e o suco natural mais
premiados de Brasília
48
52
55
62
66
Indicadores do Comércio
Caso de Sucesso
Empresário do Mês
Pesquisa Conjuntural
Pesquisa Relâmpago
Revista Fecomércio DF
5
CONSELHO CONSULTIVO
Conselheiro Presidente
Alberto Salvatore Giovani Vilardo
Conselheiros
Antônio José Matias de Sousa
Jose Djalma Silva Bandeira
Laudenor de Souza Limeira
Luiz Carlos Garcia
Mitri Moufarrege
Rogerio Torkaski
DIRETORIA (TITULARES)
Presidente
Adelmir Araujo Santana
1º Vice-presidente
Miguel Setembrino Emery de Carvalho
2º Vice-presidente
Francisco Maia Farias
3º Vice-presidente
Fábio de Carvalho
VICE-PRESIDENTES
Antonio Tadeu Peron
Carlos Hiram Bentes David
Edy Elly Bender Kohnert Seidler
Francisco das Chagas Almeida
José Geraldo Dias Pimentel
Glauco Oliveira Santana
Tallal Ahmad Ismail Abu Allan
DIRETORES-SECRETÁRIOS
Vice-Presidente-Administrativo
José Aparecido da Costa Freire
2º Diretor-Secretário
Hamilton Cesar Junqueira Guimarães
3º Diretor-Secretário
Roger Benac
DIRETORES-TESOUREIROS
Vice-Presidente-Financeiro
Paolo Orlando Piacesi
2º Diretor-Tesoureiro
Joaquim Pereira dos Santos
3º Diretor-Tesoureiro
Charles Dickens Azara Amaral
DIRETORES ADJUNTOS:
Hélio Queiroz da Silva
Diocesmar Felipe de Faria
Francisco Valdenir Machado Elias
DIRETOR DE ÁREA
DE COMBUSTÍVEIS
DIRETOR DA ÁREA DE HOTÉIS,
BARES, RESTAURANTES E SIMILARES
Jael Antônio da Silva
DIRETORES SUPLENTES:
Alexandre Augusto Bitencourt
Ana Alice de Souza
Antonio Carlos Aguiar
Clarice Valente Aragão
Edson de Castro
Elaine Furtado
Erico Cagali
Fernando Bezerra
Francisco Messias Vasconcelos
Francisco Sávio de Oliveira
Geraldo Cesar de Araújo
Jó Rufino Alves
Jose Fagundes Maia
Jose Fernando Ferreira da Silva
Luiz Alberto Cruz de Moraes
Milton Carlos da Silva
Miguel Soares Neto
Roberto Gomide Castanheira
Sérgio Lúcio Silva Andrade
Sulivan Pedro Covre
CONSELHO FISCAL:
Titulares:
Alexandre Machado Costa
Benjamin Rodrigues dos Santos
Raul Carlos da Cunha Neto
Suplentes:
Antônio Fernandes de Sousa Filho
Maria Auxiliadora Montandon de
Macedo
Henrique Pizzolante Cartaxo
DELEGADOS REPRESENTANTES
JUNTO À CNC
Delegados Titulares
1- Adelmir Araujo Santana
2- Rogerio Torkaski
Delegados Suplentes:
1 - Antônio José Matias de Sousa
2 - Mitri Moufarrege
DIRETOR REGIONAL DO SESC
José Roberto Sfair Macedo
DIRETOR REGIONAL DO SENAC
Luiz Otávio da Justa Neves
SUPERINTENDENTE
DA FECOMÉRCIO
João Vicente Feijão Neto
DIRETORA-EXECUTIVA DO
INSTITUTO FECOMÉRCIO
Elizabet Garcia Campos
SINDICATOS FILIADOS
Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e
Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato
das Empresas de Compra, Venda, Locação
e Administração de Imóveis Residenciais e
Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos
Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais
Autônomos na Área de Beleza e Institutos
de Beleza para Homens e Senhoras do DF
(Sincaab) • Sindicato do Comércio Varejista de
Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma)
• Sindicato das Auto e Moto Escolas e Centros
de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e
“AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas
de Representações, dos Agentes Comerciais
Distribuidores, Representantes e Agentes
Comerciais Autônomos do DF (Sindercom) •
Sindicato das Empresas de Serviços de Informática
do DF (Sindesei) • Sindicato das Empresas de
Promoção, Organização, Produção e Montagem de
Feiras, Congressos e Eventos do DF (Sindeventos)
• Sindicato das Empresas Videolocadoras
do DF (Sindevídeo) • Sindicato do Comércio
Atacadista do DF (Sindiatacadista) • Sindicato do
Comércio Varejista de Automóveis e Acessórios
do DF (Sindiauto) • Sindicato de Condomínios
Residenciais e Comerciais do DF (Sindicondomínio)
• Sindicato do Comércio Varejista dos Feirantes do
DF (Sindifeira) • Sindicato do Comércio Varejista
de Carnes Frescas, Gêneros Alimentícios,
Frutas, Verduras, Flores e Plantas de Brasília
(Sindigêneros) • Sindicato dos Laboratórios de
Pesquisas e Análises Clínicas do DF (Sindilab) •
Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos
Automotores do DF (Sindiloc) • Sindicato
das Empresas de Loterias, Comissários e
Consignatários e de Produtos Assemelhados
do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio
Varejista de Materiais de Construção do DF
(Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material
Óptico e Fotográfico do DF (Sindióptica)• Sindicato
do Comércio Varejista de Material de Escritório,
Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato
dos Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato
do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF
(Sindvamb) • Sindicato do Comércio Varejista
do DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos
e Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF
(Sinfoc) • Sindicato das Empresas Locadoras de
Veículos Automotores do DF (Sindloc) • Sindicato
das Empresas de Sistemas Eletrônicos de
Segurança do Distrito Federal (Siese)
SINDICATOS ASSOCIADOS
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e
Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato
do Comércio Varejista de Combustíveis e de
Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis)
SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi – 5º e 6º andares – Brasília-DF – 70306-911 – (61) 3038-7500
6
Revista Fecomércio DF
editorial
Tempo
de acreditar
bilhões. Ou seja, há saídas para o
baixo crescimento, há saídas para
a crise, basta treinamento, planejamento e atitude positiva.
Nesta edição, tivemos a honra
de entrevistarmos o ministro do
Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes, que recentemente,
em um ato histórico, desaprovou
as contas do governo da presidente Dilma Rousseff. Para ele, um
dos pontos da boa governança é
esse: avaliar bem para poder direcionar bem.
Acredito que não tem como o
País crescer sem o crescimento
de pequenas e médias empresas,
que são os grandes geradores de
empregos. Com planejamento
adequado, as tomadas de decisão
ficam mais fáceis e os resultados
do trabalho, mais positivos.É um
convite que eu faço aos empresários do DF nesta virada de ano. Não
desistam dos seus negócios, não
desistam do Brasil!
Acredito que ainda
não vamos deixar
de falar de crise nos
próximos meses, pois
ela ainda não acabou,
mas podemos tirar
da adversidade bons
resultados
Cristiano Costa
Um dos pensamentos que o
filósofo Horácio nos deixou foi de
que “a adversidade desperta em
nós capacidades que, em circunstâncias favoráveis, teriam ficado
adormecidas”. Esse ensinamento é
de grande importância para entendermos o cenário econômico atual.
O País enfrentou, e ainda terá
pela frente, um cenário árido, de
baixa geração de emprego, consumo em queda e inadimplência em
alta. Crise, desemprego, inflação,
recessão. E acredito que ainda não
vamos deixar de falar de crise nos
próximos meses, pois ela ainda não
acabou, mas podemos tirar da adversidade bons resultados.
Os empresários que para enfrentar a crise, apostaram em treinamento das equipes, agora colhem
os frutos positivos desses investimentos, da mesma forma que os
que usaram a criatividade para interagir com os clientes de novas maneiras, como as redes sociais.
Listamos novos empreendimentos comerciais que serão
inaugurados em breve na cidade,
capazes de movimentar vários setores da nossa economia. E não podemos esquecer os investimentos
em franquias e as apostas promissoras para o próximo ano. Pesquisa
da Associação Brasileira de Franchising apontou que o franchising
registrou um aumento nominal do
faturamento de 8,2% no 3º trimestre
deste ano, comparado ao mesmo
período de 2014, com um total de R$
35,5 bilhões. Já a receita do setor de
janeiro a setembro de 2015 cresceu
10,1% em relação a igual período do
ano passado, atingindo R$ 99,385
Adelmir Santana
Presidente do Sistema
Fecomércio-DF:
Fecomércio, Sesc, Senac
e Instituto Fecomércio
Revista Fecomércio DF
7
entrevista
Guardião
das contas
//Por Taís Rocha
Fotos: Raphael Carmona
Ministro do Tribunal de Contas da
União (TCU) desde 2005, Augusto
Nardes tem desenvolvido a
ideia da especialização e das
auditorias coordenadas.
Com isso, esse novo padrão
de governança pública tem
alcançado tribunais de todo
o Brasil e, recentemente,
barrou as contas do governo
Dilma. Nesta entrevista
exclusiva, Nardes fala
do atual cenário político e
econômico do País e é taxativo
ao dizer que é preciso mudanças
estruturantes para que as contas
públicas fechem.
O senhor está à frente do TCU
desde 2005 e recentemente, ao
analisar as contas da presidente
Dilma Roussef, está enfrentando,
talvez, o maior desafio desde sua
entrada no tribunal. É a primeira
vez que uma conta não é aprovada
desde o governo Getúlio Vargas.
Gostaria que o senhor falasse
sobre isso.
Qual a grande vitória nossa sobre
as contas? É que já mandaram o
orçamento para o ano que vem
com déficit, ou seja, tiveram que
admitir. Esse é um dos pontos
da governança: avaliar bem para
poder direcionar bem. A princípio,
pode parecer que não há solução,
mas quando você avalia outros
países, acaba-se descobrindo
no mundo algumas soluções. É
necessário evitar que cheguemos
à situação do Distrito Federal e
demais 17 estados em situação
de pré-falência. Estamos indo
para uma situação de grande
dificuldade de pagamento dos
salários dos funcionários públicos,
nos estados e municípios, onde a
arrecadação caiu 11% em outubro,
e a consequência disso recai sobre
todos os estados brasileiros.
Os tribunais, as assembleias
e o Congresso Nacional não
podem mais adiar a discussão
da previdência e de reformas
estruturais que a Nação precisa.
Se não o fizerem, mais à frente
serão responsabilizados pela
falta de contenção de despesas
sem capacidade de o estado
arrecadar o suficiente para pagar
essas despesas. Dentro da Lei
da Responsabilidade Fiscal,
o que são as pedaladas? Usar
dinheiro de bancos públicos
para pagar programas sociais
em período eleitoral, o que não
pode, e depois o estado fica sem
capacidade de investimento. Ou
seja, o que está claro e evidente
é que nós não podemos mais
continuar fazendo isso. O estado
precisa ter capacidade de investir
permanentemente. A capacidade
de enfrentar esse dilema pode
levar o País a uma agonia, que
de certa forma é o que estamos
vivendo hoje, em um curtíssimo ou
médio espaço de tempo, porque
não houve um planejamento
adequado nas tomadas de decisão
lá atrás. Isso é evidente hoje.
Alguém tem que mostrar isso. E
foi o que o TCU fez, teve coragem
para fazer. Nada contra governo
A, B ou C. Estamos defendendo
a sociedade. Se as instituições
deixam de cumprir seus deveres,
se elas não são fortes, as nações
fracassam. Seja o Tribunal de
Contas do DF, seja o TCU, têm que
cumprir com sua função.
Como ex-deputado, de que modo
o senhor analisa essa dualidade
tão marcante que vivemos
politicamente no País hoje?
Essa dualidade nada mais é que
o jogo do poder. Temos que estar
conscientes de que quando o
objetivo é o poder, e é preciso
saber que quando se busca o
poder, não importam os meios,
sejam os éticos ou não éticos,
o importante é estar no poder e
implementar suas ideias, sejam
elas com fatores positivos ou
negativos. O que aconteceu no
Brasil nos últimos anos é que nós
tínhamos uma série de conquistas
que pouco a pouco fomos
perdendo, porque o País não
conseguiu avaliar que não existem
condições de fazer mudanças
sem o crescimento da economia,
sem o crescimento de pequenas
e médias empresas, que são os
grandes geradores de empregos.
Também não conseguimos avaliar
que só por aumentar a estrutura
para beneficiar alguns segmentos
em detrimento daqueles que
pagam impostos e distribuem
renda, não será possível fechar a
conta, pois chega um momento
em que a despesa é tão alta que
o estado fica sem capacidade de
investimento. O projeto recente
do governo federal foi eficiente
politicamente, eleitoralmente.
Mas em termos de distribuir
renda, gerar empregos e manter
um equilíbrio econômico, foi
“Tudo isso é um
projeto para
mudar o Brasil. É
claro que precisa
de composição
política, o que cabe
ao Congresso fazer,
mas, hoje, por meio
do controle, temos
condições de mostrar
para a sociedade
por que o País paga
impostos e não há
retorno. É porque
não existe uma
boa governança.
Precisamos
transformar o Brasil,
principalmente neste
momento de crise,
que talvez seja o
momento de uma
grande virada na
nação”
Revista Fecomércio DF
9
entrevista
passageiro, porque retiraram os
recursos de várias áreas e, por
falta de uma boa governança, a
corrupção aumentou e algumas
empresas estatais foram utilizadas
para desenvolver um projeto em
nível nacional e estruturá-lo,
mas sem a governança adequada
(construir quatro refinarias ao
mesmo tempo, por exemplo). Em
tese, o governo diminuir a miséria
é positivo, mas dar o peixe sem
ensinar a pescar não é positivo.
Positivo seria transformar essas
pessoas que hoje recebem
diversos tipos de auxílio em peças
importantes para gerar emprego
e distribuir renda. O Bolsa Família
tem que continuar, mas precisa
ser transformado. É fundamental
investir em educação. Temos 51
milhões de jovens entre o ensino
fundamental e médio. Desses, 25
mihões não terminam o ensino
médio. Estão indo para serviços
menos produtivos ou para as
drogas e o crime. Como montar
um projeto que possa ter um ativo
mais produtivo e menos passivo?
Esse é o grande desafio que o
governo atual não enfrentou.
Pior que desemprego é a guerra
social. Melhor que o emprego é a
paz social. O grande problema do
governo atual é gerar empregos
e distribuir renda. Desgaste ou
rejeição dependem desse projeto.
São os três pactos sobre os quais
tenho falado muito: a presidente
precisa fazer um pacto político, um
pacto federativo com os estados e
municípios e o da governança, de
reforma política. Um dos pontos
debatidos entre a então candidata
10 Revista Fecomércio DF
Dilma e o Aécio foi este, o da
governança. Antes disso, não se
falava nisso. Em 2013, estive com
a presidente falando sobre isso,
quando ela não havia contabilizado
R$ 2,3 trilhões da previdência
autorial (ou seja, a projeção da
aposentadoria dos que hoje estão
trabalhando). Em quatro anos,
acaba o bônus demográfico. Ou
seja, se hoje oito contribuindo para
um, o déficit é de R$ 194 bilhões,
em 2040, será de quatro para um,
o que inviabilizará a previdência.
Em um relatório técnico que
apresentei, mostro quais as
mudanças devem acontecer. É
um trabalho revolucionário feito a
partir da governança. Mas a decisão
não é nossa, é dos gestores.
O senhor tem feito uma
verdadeira revolução no TCU. Em
linhas gerais, quais estão sendo
essas transformações?
Montamos uma nova estrutura
no TCU, que é a ideia da
especialização, das auditorias
coordenadas, que antes não
existiam. Fazer as auditorias em
todo o Brasil, em conjunto com os
outros tribunais, fazer em toda a
América Latina e, com isso, criar
outro modelo dentro do contexto
do controle em nível mundial.
Criamos esse modelo. Hoje o
Brasil passou a ser destaque na
controladoria. Partimos para
um projeto inovador dentro do
tribunal. Antes, cada auditor
tratava de cinco, dez matérias.
Não havia uma especialização. Em
2013, implantamos 22 secretarias
especializadas, com cada uma
tratando de dois temas. Hoje
temos 45 tipos de atividades com
pessoal especializado, gente que
sabe sobre educação, engenharia,
energia nuclear. Mudamos 400
pessoas de posição dentro do
tribunal para que ele seja o grande
auditor da República Federativa da
União, para mostrar os entraves
do País, por que não funciona a
segurança, a saúde, enfim.
Em seu livro, Governança Pública
– O desafio do Brasil, o senhor fala
de desafios históricos do Brasil e
aponta algumas soluções. Como
o TCU pode e vem trabalhando
para atingir esses objetivos?
O livro é o primeiro do gênero no
Brasil. Ele trata de governança
pública, que nada mais é que
avaliar, monitorar. É uma busca
para encontrar um novo caminho
para o estado brasileiro ir tomando
a iniciativa por intermédio de um
tribunal, que não é governo, mas
nós podemos mostrar para o
governo onde estão os entraves
e por que o Brasil não funciona.
Eu poderia falar de governança
pública, de pessoal, de tecnologia
da informação, da área de
aquisições etc. Em cada tema
sobre o qual sou relator, vemos se
está sendo aplicada a governança.
E isso é possível por meio de um
referencial de governança de uma
parceria com a Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE), a instituição
mais avançada do planeta, em
Paris, para utilizarmos as boas
práticas de governança de 12
nações mais desenvolvidas do
mundo. Eu fui até lá e entreguei
um projeto no qual estamos
trabalhando há três anos. Tudo
isso é um projeto para mudar
o Brasil. É claro que precisa de
composição política, o que cabe ao
Congresso fazer, mas, hoje, por
meio do controle, temos condições
de mostrar para a sociedade
por que o País paga impostos
e não há retorno. É porque não
existe uma boa governança.
Precisamos transformar o
Brasil, principalmente neste
momento de crise, que talvez
seja o momento de uma grande
virada na nação. Tomar essa
crise que estamos vivendo, talvez
a maior da história do País, e
transformá-la em um momento
de mudanças positivas. Tudo isso
eu expus ao governo. O interesse
pelo tema da governança só tem
crescido. O IBMEC já adotou o
livro e a governança pública como
cadeira para ser estudada em
nível nacional. Eu fiz palestras
em todo o País para empresários,
federações de comércio. Estou
como em um apostulado, andando
pelo País e divulgando a tese da
governança, para transformar o
Brasil de forma cooperativa com
o governo. A disseminação desse
conceito é fundamental para que a
governança em si ocorra.
Como o senhor avalia a atual
situação financeira do DF?
Aqui no DF, no início do ano,
procurei o governador Rodrigo
Rollemberg e estamos fazendo
uma grande auditoria para falar
sobre a questão fundiária. Não dá
mais para Brasília permanecer
como está, sem que ninguém
tome uma atitude. Brasília era
para ser um modelo de cidade
para o País, e o Entorno está se
tornando um grande problema
social, porque não existe
governaça nem da União nem
do DF, para evitar as invasões.
É necessário organizar essa
questão da ausência do Estado.
De certa forma, isso acontece
no contexto geral da Nação,
ou seja, vivemos uma questão
crucial, que é uma desgovernança
fiscal. As pedaladas fiscais nada
mais são do que alguém que vai
pedalando, pedalando, pedalando,
empurrando com a barriga,
utilizando o dinheiro dos bancos
públicos, que pertence a todos,
e, de repente, a bicicleta quebra,
como aconteceu com a Grécia
e está acontecendo com alguns
estados brasileiros, como o Rio
Grande do Sul e o DF, que não
conseguem mais pagar a folha,
por exemplo. O TCU tem que ser
um orientador e um impedidor
da desgovernança. Fazemos
auditorias operacionais e damos
prazo de 30 dias. Há também as
auditorias de conformidade, que
avaliam a legalidade dos atos,
as operacionais e as auditorias
financeiras – que chegaram
às pedaladas. Meu próximo
livro será “Da governança às
pedaladas”. Será um resumo de
todo esse trabalho que eu estou
desenvolvendo, com linguagem
jornalística, de fácil compreensão.
Mesmo o DF, com o tratamento
diferenciado que recebe ao ter
acesso ao Fundo Constitucional,
esse Fundo precisa ser muito bem
utilizado, com muito rigor, para
evitar um desequilíbrio se um dia
ele deixar de existir. E não pode
inchar o tamanho do estado. É
preciso eficiência e racionalidade.
Outro fator diferencial do DF
é o fato de ainda ter um banco
regional, o BRB.
Sim, e as pedaladas fiscais nos
estados são mais difíceis de
acontecer porque há apenas três
bancos com essas características
atualmente no País, mas na
União aconteceu. As pedaladas
ultrapassaram os R$ 40 bilhões.
Mas como as ideias erradas
esparramam rapidamente, se
o TCU não tivesse atuado com
rigor, é uma ideia que acabaria
se concretizando. E estão usando
o dinheiro de depósitos judiciais,
fora do contexto. Da mesma forma,
não podemos adiar a discussão e
a Lei da Responsabilidade Fiscal.
Tem que haver cortes e o Estado
precisa ser mais eficiente e eficaz.
Tem que haver um processo de
conscientização, de chamar as
classes para participar desse
debate. Mostrar esses números e
a realidade. As contas públicas não
têm como fechar por uma questão
demográfica. O crescimento
demográfico do País está em 1.8.
Quem vai pagar a aposentadoria
dos jovens de hoje? As famílias são
menores hoje.
O senhor foi um dos integrantes
da Frente Parlamentar da Micro
e Pequena Empresa. Qual sua
relação com o comércio?
Tenho um profundo vínculo com a
área do comércio e das empresas.
Agora, em novembro, fez 20 anos
que eu fundei essa Frente. Ano que
vem, no dia 6 de novembro, a Lei
do Simples completa também 20
anos. O Simples passou de 600 mil
empresas, para 10 milhões. Foi um
trabalho iniciado com o Sebrae,
com o Guilherme Afif. Havia um
Estatuto da Micro e Pequena
Empresa, que estava tramitando
no Congresso Nacional e que foi
usado de base para pressionarmos
o governo a renegociar as dívidas
em um modelo mais simples de
pagar os impostos, que eram
12 ao todo. Com uma grande
articulação, criamos a Frente
Parlamentar da Micro e Pequena
Empresa, da qual fui presidente.
Posteriormente, esse estatuto deu
início a uma negociação e, a partir
dele, conseguimos uma maioria
para votá-lo. O então presidente
Fernando Henrique Cardoso me
procurou para dizer que, do modo
como estava, o projeto não poderia
ser votado. Então, formou-se o
Grupo de Trabalho para a criação
do Simples. Depois de cerca de
50 reuniões, chegou-se ao texto
para criação da Medida Provisória
que originou a Lei do Simples, em
dezembro de 1996.
Revista Fecomércio DF 11
turismo corporativo
Viagens
de negócios
//Por Sílvia Melo
Fotos: Joel Rodrigues
As atividades ligadas ao turismo no DF
contribuem com 2,5% do PIB, com o turismo
corporativo como o principal segmento
M
issões empresariais, visitas técnicas, viagens corporativas, reuniões e rodadas de negócios, feiras, convenções, congressos,
seminários, workshops, conferências e cursos são algumas das
atividades que atraem turistas e têm movimentado a economia do Distrito
Federal nos últimos anos. Considerado um dos segmentos que mais trazem visitantes a Brasília, o turismo de negócios e eventos representa hoje
cerca de 30% dos turistas que visitam Brasília e corresponde, nos hotéis, a
uma taxa de ocupação de quase 70%. Com mais de 29 mil leitos em meios
de hospedagem e um aeroporto internacional próximo ao centro da cidade,
a localização e estrutura da capital do País também favorecem o visitante.
A maioria dos hotéis está localizada no centro da cidade, facilitando o
acesso a pontos como a Esplanada dos Ministérios, embaixadas e órgãos
oficiais do governo federal e local. Além disso, o Setor Hoteleiro está próximo aos espaços onde se realizam grande parte dos eventos na cidade,
como os centros de convenções Ulysses Guimarães e o Brasil 21, o Estádio
Mané Garrincha, o Ginásio Nilson Nelson e o pavilhão de feiras do Parque
12 Revista Fecomércio DF
da Cidade. No total, de acordo com
pesquisa do Observatório do Turismo do Distrito Federal (OTDF), a
cidade conta com 75 espaços para
eventos, incluindo os auditórios e
salas de hotéis, universidades, faculdades, hotéis fazendas, centros
de convenções, restaurantes, entre
outros.
Conhecida por manter a taxa de
ocupação dos hotéis mais elevada
durante a semana, quando acontece a maioria dos eventos e reuniões
de negócios, Brasília aos poucos
está mudando essa particularidade. “Pelas características de Brasília, a hospedagem durante o meio
da semana é muito maior. Porém,
há turistas de eventos também que
se hospedam aos fins de semana.
Tem aumentado, inclusive, o número de eventos corporativos aos
finais de semana. Isso é um trabalho que o próprio trade, nós aqui da
Secretaria de Turismo, está realizando desde o início do ano para
incentivar também maior ocupação
nesse período. Este ano, inclusive,
já houve alguns eventos corporativos que iniciaram na quinta ou na
sexta e terminaram no domingo”,
explica Jaime Recena, secretário
adjunto de Turismo da Secretaria
de Estado de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo do
Distrito Federal.
Sem ter ainda como mensurar
o crescimento da área, a secretaria tem trabalhado para aprimorar
os dados estatísticos do turismo no
DF. “Há dois meses firmamos um
acordo de cooperação, pela primeira vez, com a Associação dos Hotéis
para que possamos receber de forma sistematizada as informações
de ocupação na rede hoteleira, porque os dados que tínhamos antes
eram produzidos pelo Ministério do
Turismo de acordo com o desembarque, enfim, com as métricas
que eles têm. E o setor sempre colocou que isso não condizia muito
com a nossa realidade”, destacou
Jaime Recena, lembrando que a
pasta tem feito alguns acordos com
entidades setoriais do turismo para
obter dados mais precisos sobre o
turismo em Brasília. “Ocupação em
hotel, ocupação em restaurante,
enfim, temos buscado com guias,
agências de viagens, entender melhor quem é o turista que nos visita, de onde ele vem, quanto tempo
ele fica, até mesmo para que possamos planejar nossas ações no
futuro e sermos mais eficientes na
utilização dos recursos”, afirma.
EVENTOS
O Brasil é o nono país que mais
sedia eventos internacionais e a
região Centro-Oeste é a quarta em
captação de eventos segundo dados
divulgados, este ano, pelo Ministério do Turismo. Em relação aos
gastos, somente com passagens
aéreas, diárias de hotel, locação
de veículos, meios de pagamentos
e serviços, foram movimentados
R$ 6,95 bilhões em todo o Brasil.
Há previsão de crescimento, entre
2015 e 2016, em torno de 4% a 5%
em relação aos gastos efetuados
por turistas estrangeiros de negócios e eventos no País. Em Brasília,
cada turista desse segmento gasta
em média R$ 700 na cidade, considerando a hospedagem, o deslocamento com táxi e a alimentação.
Por ter uma localização estra-
tégica, a capital da República tem
grande potencial para sediar todos
os tipos de eventos, gerando mais
empregos e arrecadando tributos.
“Brasília tem uma característica
importante: é o centro do poder
político. A cidade é muito mais bem
preparada para esse tipo de turismo do que qualquer outra cidade do
País porque as coisas acontecem
aqui, no centro do poder político. O
que falta para ficar ainda melhor é
capacidade de captar mais eventos.
É preciso ter mais movimento, gerar mais recursos, gerar emprego
e organizar as entidades responsáveis por esse setor”, afirma Francisco Maia, presidente do Sindicato
das Empresas de Promoção, Organização, Produção e Montagem de
Feiras, Congressos e Eventos do
Distrito Federal (Sindeventos-DF).
Para fortalecer o turismo de
negócios no DF, o sindicato acredita que é necessário melhorar a
“Não temos crise,
pois acreditamos
que o atendimento
dedicado ao cliente
faz a diferença”
Rogério Porfírio
gerente do Imperial
Plaza Hotel
Revista Fecomércio DF 13
turismo corporativo
infraestrutura, pois a cidade deixa
de fazer grandes eventos por não
possuir um espaço capaz de reunir oito mil pessoas, como acontece em eventos da área de saúde.
“Algumas categorias profissionais,
devido ao universo que abrangem,
não realizam eventos em Brasília,
como os congressos dos Conselhos
de Enfermagem (Cofen), por exemplo, que reuniu esse ano oito mil
pessoas. Dermatologia, pediatria,
cardiologia e ginecologia também
são congressos que não ocorrem
em Brasília devido ao volume de
pessoas que reúnem”, explica Reginaldo Rispoli, consultor do Sindeventos-DF.
Em agosto, o sindicato entregou
ao governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, uma carta com as
prioridades defendidas pelo segmento, intitulada “Brasília Cidade
dos Eventos”. Com o objetivo de
transformar o DF em referência nacional e Brasília, a cidade dos eventos no Brasil, foram apresentadas
na carta as principais prioridades
para melhoria do setor, como a revisão da cessão gratuita de espaços
públicos (isenção de taxas quando
da utilização de espaços públicos
pelo Governo Federal); priorizar estudos para viabilizar a redução da
carga tributária relativa ao Imposto
Sobre Serviços (ISS); ter apoio político na Câmara, com criação de leis
que contribuam para a captação
de grandes eventos, entre outros.
“Apesar de ser um potencial, o turismo de negócios e eventos precisa ser melhorado. As entidades
precisam se organizar mais, e o governo incentivar mais. É necessário
captar eventos, fazer pesquisas de
motivação e satisfação, preparar a
infraestrutura da cidade, capacitar
profissionais, entre outras estratégias”, explica Francisco Maia.
MEIOS DE HOSPEDAGEM
De acordo com o Ministério do
Turismo, a permanência média
do turista de negócios no local do
evento é de quatro (doméstico) a
oito (internacional) dias. Com escolaridade superior e poder aqui14 Revista Fecomércio DF
“O que falta é capacidade
de captar mais eventos.
É preciso ter mais
movimento, gerar mais
recursos, gerar emprego
e organizar as entidades
responsáveis por esse
setor”
Francisco Maia
presidente do Sindeventos-DF
sitivo elevado, o visitante busca
nas cidades em que se hospeda
praticidade e comodidade. O turista que visita o DF tem à sua disposição 402 empresas, organizações
e/ou espaços próprios para hospedagem, entre eles hotéis, motéis,
pousadas, flats, apart hotéis, cama
e café, pousadas rurais, albergues e pensões. Desse total, 232
são classificados como hospedagens tradicionais (hotéis, motéis,
pousadas, flats e apart hotéis) e
164 são consideradas hospedagens alternativas (cama e café,
pensão, albergues e pousadas rurais). Os 402 empreendimentos de
meios de hospedagem dispõem
de 16.347 Unidades Habitacionais
(UHs) - quartos, apartamentos,
flats, chalés, bangalôs ou suítes,
onde são encontrados 29.777 leitos (quantidade de camas de uma
Unidade Habitacional). A maioria
das UHs (15.421) e leitos (27.098)
estão nos meios de hospedagem
tradicionais.
Em relação à localização, do
total de 402 empreendimentos de
meios de hospedagem, 147 correspondem aos hotéis, onde a maioria
(66 hotéis) se concentra na Região
Administrativa de Brasília (RA I).
Apostando em empreendimentos
localizados em regiões administrativas mais distantes do centro
do poder, a rede Imperial Plaza
Hotel e Brisa Tower Hotel decidiu
investir em Samambaia e Ceilândia. A localização estratégica dos
dois hotéis atende à demanda de
empresários que precisam ir a essas Regiões Administrativas para
tratar de negócios e participar de
reuniões e eventos corporativos.
Ao contrário da maioria dos hotéis
que estão no centro de Brasília,
onde a ocupação predominante é
de segunda a quinta-feira, a ocupação dos leitos da rede permanece
aos fins de semana. “Hospedamos
muitas bandas e artistas que fazem shows nos fins de semana em
espaços próximos, como nos teatros do Sesc e Senai, por exemplo.
Como os eventos culturais acontecem mais aos fins de semana,
nossos hotéis recebem hóspedes
de segunda a segunda”, afirma Rogério Luiz Porfírio, gerente comercial do Imperial Plaza Hotel. “Não
temos crise, pois acreditamos que
o atendimento dedicado ao cliente
faz a diferença”, completa ele.
EMPRES
A
IA
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas
© UNICEF/NYHQ2009-1911/Pirozzi
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas
NC
À IN F Â
secure.unicef.org.br/empresasolidaria
0800 605 2020
[email protected]
Empresa Solidária à Infância é um programa que o UNICEF criou para mudar a realidade
de milhares de crianças e jovens. Ao fazer uma doação, sua empresa colabora com o nosso trabalho
e ajuda a levar oportunidades e direito à saúde, educação e proteção. É assim que, juntos, faremos
a nossa parte por um mundo melhor. Acesse o site, saiba mais sobre o programa e participe.
gastronomix
http://bloggastronomix.blogspot.com
Rodrigo Caetano
[email protected]
Jornalista
e blogueiro
www.facebook.com/portalgastronomix
Varanda Pães Artesanais abre com estilo
Quase da varanda da casa para
a sala. Antes que a produção
chegasse a esse ponto, Dilson
Oliveira Meneses resolveu
transportar e ampliar sua
fabricação de pães artesanais
do Sudoeste para a Asa Norte. A
varanda expandiu-se pelas mãos
do escritório Bloco Arquitetos.
Com ares industriais, traços
retos e bela serralheria, o espaço
ganhou bonita forma.
O que vem das fornadas diárias
são pães diversos e de ótima
qualidade. Todos os dias, a
loja terá croissants, cinnamon
rolls e levain baguettes. Há
também uma agenda de
fornadas especiais de quinta a
sábado. Acompanhe a produção
pelo site ou pelo Facebook. A
fabricação é artesanal, quase
toda manual. O proprietário usa
farinhas orgânicas certificadas,
de origem da agricultura
familiar, e se controla toda a
fermentação. Meneses
é um entusiasta da
panificação. Essa
paixão começou
quando estudava
gastronomia no IESB.
Em 2012, foi de mala
e cuia para Nova
Iorque, onde estudou
no French Culinary
Institute. Voltou à
cidade e deu passos
pequenos até chegar a
sua nova casa.
Veja alguns dos produtos da loja e
consulte o site para conferir as
fornadas especiais:
• Pão de azeitonas com ervas – R$ 16
• Levain baguetes – R$ 6
• Pão de batatas com cebola – R$ 13
• São Francisco Sourdough – R$ 15
• Brioche com calabresa – R$ 15
• Minibaguetes com cerveja e calabresas – R$ 3
• Pão de centeio com avelãs – R$ 15
215 Norte, bloco, D loja 39
Viagens gastronômicas
(61) 3033-2002
www.varandapaesartesanais.com.br
São Paulo
Piú – Quando se pensa que a Pauliceia está cheia de restaurantes italianos, chega o Piú para reforçar que existe
espaço para quem quer fazer algo de diferente e interessante. O chef Marcelo Laskani criou receitas
especiais como o bolinho de bacalhau em tempurá de lula e aioli (R$ 28) e o ravioli de gema com
ricota, espinafre e molho caccio pepe (R$ 19). As massas prezam pela qualidade dos ingredientes
e pelas ótimas combinações como o agnoloti de lagostim e foie gras ralado na mesa (R$ 53) e
tortelinni de cabra com queijo boursin, figos, manteiga de sávia e amêndoas torradas (R$ 46).
Rua Ferreira Araújo, 31, Pinheiros
16 Revista Fecomércio DF
11 3360-7718
Porchetta e indiano são as
novidades da Quituart
Quem ainda não descobriu os encantos da Quituart, no Lago Norte, não sabe o que está perdendo. Comida
mineira, italiana, japonesa, árabe... Uma miscelânea de sabores. Duas novidades estrearam nesses últimos
meses: Bhöjana, de comida indiana, e o Le Birosque, focada em produtos suínos.
// Bhöjana é o mais novo restaurante indiano da capital, que agora conta
com três casas especializadas em comida indiana (Piauíndia e Ashram
Zen Lounge). De entradinhas, peça as samosas (pastel recheado de
vegetais, batata e temperos indianos ). São quatro unidades crocantes
e bem temperadinhas. De principal, a sugestão é o curry de legumes,
picante na medida certa. Funciona sexta, das 19h às 23h, sábado e
domingo, das 12h às 16h.
QI 9/10, Box 10, Canteiro Central, Lago Norte
61 8115-0500 e 8117-1923
//Le Birosque apresenta sua estrela maior: a porchetta. O chef Luiz Trigo
aposta nessa receita italiana feita com porco divinamente recheado, com
pele pururucada, acompanhado de polenta cremosa. O quiosque ainda
serve ragus, brandade de bacallhau, rillette de porco, arroz de puta rica e
arroz de camarão.
QI 9/10, Box 10, Canteiro Central, Lago Norte
61 8111-9853
Queijos
do Brasil e
do mundo
Um dos maiores especialistas em
vinhos do Brasil, José Osvaldo Albano
do Amarante, tem também uma grande
paixão por queijos – tema sobre o qual
ministra palestras em todo o País
desde 1993. Viajante inveterado, ele foi
colecionando observações sobre os queijos que consumiu e aprofundou
suas pesquisas ao longo das últimas três décadas. O resultado desse
estudo está no livro Queijos do Brasil e do mundo – Para iniciantes e
apreciadores (352 páginas, R$ 115), lançamento da Mescla Editorial.
Trata-se de uma obra completa, com dados sobre produção, exportação e
consumo dos principais queijos do Brasil e do mundo. O autor inclui ainda
informações sobre compra, armazenamento, serviço, consumo e uso na
culinária, além de receitas famosas que levam o queijo como principal
ingrediente.
NOVIDADES NO TAYPÁ
Não há como enjoar do Taypá.
O inquieto chef Marco Espinoza
muda a cada seis meses
o cardápio do restaurante
peruano. São 23 novidades,
entre entradas, pratos
principais e sobremesas. Entre
as novas estrelas chegaram
Croquete de Pato Crocante (R$
46,80), Causita Morocha (causa
em tinta de lula, lulas em
molho de espinafre e pimenta
dedo de moça a R$ 61,80).
Entre os ceviches, o de Trucha
e Tangerina (truta, leite de tigre
de tangerina e cogumelos), R$
58,80, e o de Tamarindo (peixe
do dia, camarão, polvo e leite
de tigre de tamarindo), R$
51,30. A lista é grande. Vale a
pena desfrutar das novidades.
Revista Fecomércio DF 17
agenda fiscal
Preparando-se
para 2016
Que o próximo ano não será
nada fácil, já sabemos. Então vamos
nos preparar. Uma questão importante é a opção tributária: Lucro
Real, Lucro Presumido e Simples. O
Lucro Real requer mais investimentos e a despesa comprovada deve
ser elevada; já no Lucro Presumido
e no Simples, os controles são mais
simplificados, mas há necessidade
de avaliar restrições por parte da
Receita Federal, que envolvem faturamento e atividades. Em relação ao
Simples, lembre-se de que há data-limite para a mudança: 29/01/2016.
Para essas análises e orientações,
Calendário
agende uma reunião com sua assessoria contábil. Outra questão
relevante é a falta de planejamento
do negócio, um dos motivos da alta
taxa de mortalidade das micros e
pequenas empresas. Nessa direção, devem os empresários também
procurar orientação com sua assessoria contábil, que possui instrumentos para discutir possibilidades
de ações com vista a mitigar custos
e alcançar maiores resultados. Com
a finalidade de aumentar as vendas das empresas em 2016 o GDF
lançou o programa “Incluir MPE”
pelo qual se compromete a adquirir
produtos e serviços (prioridade nas
licitações) de empresas optantes do
Simples Nacional com sede no DF,
o que é uma oportunidade interessante (desde que o governo pague).
Esse mesmo programa pretende
oportunizar a negociação fiscal para
empresas inscritas no Pró-DF (Programa de Apoio ao Empreendimento
Produtivo do Distrito Federal), além
de viabilizar a concessão de crédito.
Mas, aliado a essa ação, precisamos
continuar buscando a regularização
das empresas e o incremento de fomento para o desenvolvimento econômico do DF.
5 a 31/12/2015
O QUÊ e QUANDO pagar?
5/12
7/12
15/12
Data-limite para pagamento dos Salários referente a 11/2015
FGTS (GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social)
referente a 11/2015
Contribuição Previdenciária (contribuintes domésticos) referente a 11/2015
Contribuição Previdenciária (segurados empregados e contribuintes individuais e facultativos)
referente a 11/2015
Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral, incluindo retenção de 11% e empresas
desoneradas) referente a 11/2015
18/12
Contribuição Previdenciária referente a 13º/2015
Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 11/2015
Cristiano Costa
21/12
24/12
25/12
31/12
2ª parcela do 13º Salário (em geral) referente a 2015
2ª parcela do 13º Salário (empregados domésticos) referente a 2015
SIMPLES NACIONAL referente a 11/2015
ISS e ICMS referente a 11/2015 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras situações)
COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, referente a 11/2015
PIS e COFINS referente a 11/2015
Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 11/2015
3ª quota ou cota única do IRPJ e da CSLL referente ao 3º trimestre/2015 pelo Lucro Real, Presumido
ou Arbitrado
Carnê Leão referente a 11/2015
IRPJ e CSLL referente a 11/2015, por estimativa
Parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do SIMPLES Nacional e do Parcelamento da
Lei 11.941/2009 (consolidado)
O QUÊ e QUANDO entregar?
7/12
15/12
22/12
31/12
Várias
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ao MTPS referente a 11/2015
Escrituração Digital do PIS/Pasep, da COFINS e da Contribuição Previdenciária s/Receita
(EFD CONTRIBUIÇÕES) a SRF/MF referente a 10/2015
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) a SRF/MF
referente a 10/2015
Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) a SRF/MF referente a 11/2015
Livro Fiscal Eletrônico (LFE) a SEF/DF referente à 11/2015: observar Portaria/SEFP nº
398 (9/10/2009)
Adriano de Andrade Marrocos
Contador da Fecomércio-DF e do IFPD e vice-presidente do CRC/DF
18 Revista Fecomércio DF
gente
Botando
banca
//Por Gabriela Vieira
Economia
à base de trocas
//Por José do Egidio
Foto: Raphael Carmona
Um profissional oferece seu serviço e, como
forma de pagamento, recebe outro serviço de seu
interesse. Esse é o mote do site FaZoQuê.com,
uma rede que reúne profissionais de diversas áreas baseada no consumo colaborativo e com um
objetivo em comum: trocar serviços entre si, sem
colocar a mão no bolso. Para o idealizador do projeto, Saulo de Sena, 36 anos, a ideia surgiu após ele
assistir a uma matéria em que chefs trocavam suas
especialidades na cozinha. Então, o empresário e
designer desenvolveu a ideia e criou um site que
disponibiliza a relação dos profissionais na área do
seu interesse. O usuário escolhe quem contatar e
uma sala de negócios é aberta para que os dois interajam. “Queremos valorizar as relações pessoais
trocando serviços de qualidade”, explica. O FaZoQuê foi criado em 2011, em versão de testes, por
um grupo de amigos brasilienses que buscou ouvir
alguns usuários cadastrados e aperfeiçoou a página. Lançado oficialmente no início de outubro, o site
já possui 1.800 usuários cadastrados de todos os
estados do Brasil. Para Saulo, o sucesso se deve ao
fato de contemplar um estilo sustentável de troca e
colaboração. “Trabalhamos a partir do conceito de
consumo colaborativo. Queremos criar o hábito de
ajudar e ser ajudado”, explica.
20 Revista Fecomércio DF
Foto: Raphael Carmona
Brasiliense de coração, mas nascida em Manaus (AM), a jornalista Conceição Freitas sempre
sonhou em ter novamente uma banca de jornais.
Ela já teve uma na juventude. Agora, aos 57 anos,
encontrou uma oportunidade ao se deparar com
uma banca à venda na 308 Sul, conhecida como
a quadra modelo de Brasília. “Embora seja um
comércio como qualquer outro, a banca tem uma
aura romântica, de um tempo em que se lia no papel. E, em Brasília, as bancas compõem as superquadras, são parte das Unidades de Vizinhança”,
conta. Para aliar sua profissão de jornalista à de
proprietária da banca, ela mantém a página virtual
“Blog da Conceição. Um blog que banca Brasília”,
e classifica o projeto como “o casamento da jornalista com a jornaleira”. Ainda em reforma, mas
já aberto, o local oferece artigos sobre a cidade,
livros, revistas, souvenirs, mapas, guias, cartõespostais, entre outros. Quanto ao futuro da banca,
Conceição deixa livre: “a banca vai me dizer qual
será o futuro dela”.
Cinco
perguntas
para Simon Pitel
//Por Gabriela Vieira
Simon Pitel, 79 anos, nasceu em Bruxelas,
na Bélgica. É proprietário do restaurante mais
antigo do Plano Piloto, o Roma, localizado na
W3 Sul desde 1960.
Como é carregar o título de restaurante mais
antigo do Plano Piloto?
É muita responsabilidade pelo fato de novos
restaurantes surgirem a todo o momento.
//Por José do Egito
Foto: Raphael Carmona
A revista Traços é um projeto de inserção social
distribuída por moradores em situação de rua. A
publicação tem como objetivo promover a inserção
social por meio de sua comercialização. De acordo
com o chefe de redação da revista, José Rezende
Júnior, o modelo existe em mais de 120 cidades
do mundo. “A intenção da nossa revista é ocupar o
espaço cultural de Brasília. Com conteúdo de qualidade, os próprios moradores são os verdadeiros
fomentadores de pautas para o projeto”. O preço de
capa é de R$ 5, dos quais R$ 4 ficam com o vendedor e R$ 1 pode ser utilizado para a compra de um
novo exemplar, promovendo um ciclo de geração
de renda. Rezende explica que inicialmente foram
cadastrados e capacitados 50 interessados para integrar o projeto como vendedores, chamados por ele
de “porta-vozes da cultura”. Para ele, a estratégia de
venda da revista funciona e faz com que os participantes deixem de ser invisíveis na sociedade. “Isso
eleva a autoestima e esperança na vida de cada um
deles”, conta.
Quantos são os funcionários?
Cerca de 30 ao todo e, em
média,10 cozinheiros. Tenho
um funcionário que está
trabalhando aqui desde 1967.
Raphael Carmona
Porta-voz
da cultura
O restaurante já atendeu políticos importantes.
Quais foram?
A maioria dos presidentes do País já passou
por aqui, como Fernando Henrique Cardoso,
Luís Inácio Lula da Silva, Castelo Branco,
Fernando Collor, além de ministros e
militares.
O cardápio oferece apenas comida italiana?
Não, além das massas
fabricadas na Itália,
oferecemos o famoso
filé à parmegiana,
frangos e peixes.
Qual a média de
preço dos pratos
oferecidos?
De R$ 120 a R$
140 o casal.
Revista Fecomércio DF 21
artigo doses econômicas
2015: um ano
para se esquecer
curso prazo? Na minha avaliação,
sim, é possível construir uma saída
no curto prazo. Primeiro, é imperioso restaurar a harmonia e confiança
nas instituições e a governabilidade.
Segundo, priorizar a agenda da retomada do desenvolvimento.
O ambiente econômico ainda
não é tão caótico como sugerem os
indicadores insistente e amplamente divulgados. Mesmo no cenário
de crise, o investimento produtivo
estrangeiro no Brasil mantém-se
elevado com grandes empresas
multinacionais ampliando seus investimentos no País. O médio prazo é visto com confiança, e o Brasil
continua uma boa opção de quem
investe no mundo.
A inflação está resistente, mas
não há nenhum caso relevante na
história dos países em que houve
perda de controle da inflação com
um volume de reservas internacionais tão elevado, como o caso brasileiro. Somam-se ainda a retomada
dos superávits de comércio, com o
crescimento das exportações brasileiras, e a tendência de ampliação
das reservas no médio prazo.
A dívida pública brasileira ainda
é relativamente pequena quando
comparada com as dos países ricos, que ampliaram enormemente
suas dívidas no pós-crise de 2008.
Parceria:
José Luiz Pagnussat,
Economista, ex-presidente do
Corecon/DF e do COFECON
22 Revista Fecomércio DF
Nesse período, o Brasil foi um dos
países que tiveram menor crescimento de sua dívida pública.
O setor produtivo brasileiro é
competitivo. A agropecuária está
entre as mais eficientes do mundo
e tem um mercado externo comprador e em expansão. A indústria, com
o ajuste no câmbio, já apresenta
bons sinais de competitividade, apesar do elevado custo “fora das fábricas”, com a pesada carga tributária
e o excesso de burocracia.
A expectativa é que em 2016 o
Brasil reverta esse quadro de crise,
consolide a normalidade política,
restaure a confiança dos agentes
econômicos e inicie a retomada do
crescimento de forma sustentada
e com inflação e dívida controladas. Essa é a sinalização dada pelos
grandes investidores mundiais.
Cristiano Costa
O ano de 2015 foi marcado por
sucessivas notícias ruins e recordes
negativos na economia brasileira.
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu
mais de 3%. A taxa de desemprego
mais que dobrou no ano, perdendo-se todo o esforço de redução do desemprego dos últimos 15 anos. A inflação retornou aos dois dígitos, pela
segunda vez em duas décadas (2002
e 2015). As agências de classificação
de risco sinalizam a perda do grau
de investimento e a reclassificação
do Brasil para “investimento de risco”, mau pagador. A dívida pública
assumiu trajetória insustentável no
médio prazo e o governo não consegue equilibrar o orçamento, enviou
para o Congresso Nacional o Projeto
de Lei Orçamentária Anual deficitário, para 2016.
No campo político, o governo de
coalizão se decompôs, atropelado
pelas denúncias de corrupção. O
TCU, pela primeira vez na história,
recomenda a reprovação das contas
de um presidente da República e o
Congresso Nacional ameaça avançar a um processo de Impeachment.
Enfim, os cenários econômico e
político são preocupantes e o pessimismo do setor produtivo e dos
consumidores é o maior da história.
A pergunta que não cala é como
sair dessa crise? E há uma saída no
segurança
Comodidade
por um fio
//Por Sacha Bourdette
Fotos: Raphael Carmona
Comércio 24 horas está cada vez mais raro no DF. Violência, falta de
transporte público e pouca iluminação são alguns dos motivos
F
oi-se a época em que encontrar o comércio aberto
durante a madrugada era
comum no Distrito Federal.
Tente listar os estabelecimentos que
ainda funcionam 24 horas. Conseguiu? Pois é, com a baixa procura, o
risco de assaltos e a falta de transporte público acabam por agravar a situação de quem precisa utilizar serviços
depois do horário comercial. Para
o empresário cujo negócio funciona
durante a noite, o desafio é prestar
atendimento, apesar dos riscos para
manter a clientela que depende de
horários alternativos. A realidade é
que o tempo continua curto para muitos e deixar as portas abertas durante
24 Revista Fecomércio DF
a madrugada chega a ser uma utilidade pública.
Para o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, a insegurança é uma das preocupações que
ameaçam o aumento do comércio 24
horas. “Brasília é uma cidade muito
peculiar, as áreas são descentralizadas, o que torna mais difícil poder
pensar que um dia teremos uma
versão da Avenida Paulista ou das
capitais europeias por aqui. A nossa
cultura por consumir à noite também
é pouco comum. A Lei do Silêncio e a
Lei Seca também inibem a atuação de
empresários durante a madrugada. A
falta de segurança acaba sendo um
dos maiores problemas em uma ci-
dade em que cada um fica em seu núcleo. Por outro lado, alguns preferem
e precisam investir neste mercado e
conseguem lucrar com a economia
noturna”, afirmou.
Dados da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social apontam
que de janeiro a setembro de 2015
foram registrados 1.964 roubos ao
comércio. Segundo o capitão Michello
Bueno, da Polícia Militar do DF, os patrulhamentos são realizados 24 horas
por dia e houve uma redução de 37,2%
no número de casos com relação a
2014. “Todos os dias apreendemos
uma média de sete armas e detemos
130 pessoas, o que tem ajudado. Nos
roubos e furtos de madrugada, o em-
presário deve ter atenção redobrada
e investir em sistema de segurança”,
explicou. Para conter a criminalidade no comércio, o empresário tem a
possibilidade de instalar o Serviço de
Monitoramento e Acionamento Policial Imediato (SMAPI), uma espécie de
botão de pânico que, ao ser pressionado, a PM promete chegar entre 2 e
3 minutos.
No quesito barulho, o Instituto
Brasília Ambiental (Ibram), órgão responsável por fiscalizar os ruídos na cidade, recebeu desde janeiro mais de
1,3 mil reclamações sobre poluição
sonora. Durante a madrugada, o limite permitido na área comercial é de
55 decibéis. O número equivale a uma
conversa normal. As penas aplicáveis
para aqueles que excedem os limites
estabelecidos são: advertência, multa,
interdição parcial ou interdição total
do estabelecimento, um risco que os
empresários não querem correr.
Na opinião do presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal (Sindivarejista), Edson de
Castro, a economia não pode parar,
nem durante a madrugada. “É um setor que gera empregos e renda, além
de bons serviços à sociedade. Entretanto, de fato, a insegurança é a principal causa do fechamento de várias
lojas de conveniência, lanchonetes,
bares e restaurantes. Esperamos que
o Governo do Distrito Federal reveja e
reforce seu esquema de segurança
em todo o DF. Temos hoje mais de
duas mil lojas fechadas na capital e
um dos motivos é a falta de segurança. Além disso, sabe-se que, depois
da 1 hora da madrugada, o transporte
público inexiste”, defendeu.
Cada posto decide como deve ser o
seu horário, porém respeitando, no
mínimo, portaria da Agência Nacional
do Petróleo (ANP), órgão regulador e
fiscalizador do setor de combustíveis
no Brasil - que determina das 6h às
20h como horário-padrão de funcionamento. Porém, são cada vez mais
preocupantes as notícias e acontecimentos relacionados à segurança,
o que tem levado os empresários a
fecharem os postos e muitas lojas de
conveniência à noite.
De acordo com o último levantamento da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social do DF, de
janeiro a outubro deste ano foram
registrados 661 assaltos a postos de
combustíveis no DF. De acordo com
o presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de
Combustíveis e Derivados de Petróleo
do DF, Carlos Alves dos Santos, dos
322 postos do DF, cerca de 70% funcionam 24 horas. “Os trabalhadores
que atuam nos postos correm risco
sério de morte, pois mais da metade
funciona durante a madrugada. Com
isso, muitos bandidos se sentem atraídos para agirem à noite. Aqui no DF
existe caso do mesmo posto ter sido
assaltado mais de 20 vezes em um
único ano”, alertou.
O proprietário do posto de gasolina
no Setor Hoteleiro Norte, Sérgio Per-
renoud Vignoli, está avaliando se vai
continuar funcionando 24 horas. “Ter
um posto funcionando ininterruptamente proporciona um atendimento
mais completo para o nosso cliente.
É um público muito diversificado, recebo uma média de 50 a 100 pessoas, a maioria de servidores públicos.
Por ficarmos ao lado da maior delegacia do DF, nunca tive um assalto,
o que é uma grande vantagem, mas
não é o que ocorre normalmente em
outros postos. Ainda estou pensando
em continuar nesse horário por conta
dos altos custos trabalhistas e com a
segurança. Por enquanto ainda está
valendo a pena”, relatou.
Para a advogada, Débora Leite,
um dos maiores benefícios de poder
abastecer o carro fora do horário comercial é contar com o serviço para
qualquer emergência. “É muito importante ter estabelecimentos abertos durante a madrugada. É uma mão
na roda para quem está saindo de noite ou tem alguma emergência. Outra
coisa boa é não enfrentar filas, mas só
procuro um posto que aparente ser
confiável”, contou.
NA OUTRA LINHA
A rede de lanchonetes Subway
conta com 30 lojas localizadas em
postos de gasolina e em lojas de rua
no DF. De acordo com o agente de
ABASTECIMENTO NOTURNO
Os postos de combustíveis são
alvo de inúmeros assaltos. De acordo
com dados do Sindicato do Comércio
Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Distrito Federal, é cada vez
mais preocupante manter os estabelecimentos abertos durante a noite.
Revista Fecomércio DF 25
segurança
Desenvolvimento da empresa no Distrito Federal e Goiás, Leandro Batista,
o número de pontos não diminuiu e
sim aumentou. “Durante a madrugada ganhamos mais visibilidade da
marca, conseguimos aumentar o faturamento e o atendimento ao cliente.
O público é jovem, entre 18 e 30 anos,
que volta das baladas. O número de
pessoas que circulam é em torno de
35% em comparação ao público diurno”, revelou.
O franqueado da Subway em um
posto de gasolina, Celso Murilo Dias
Soares, confirma o crescimento de
vendas no período noturno. “Somos
uma alternativa de alimentação quando as opções se reduzem após as
22h. Nesta área em que estamos, ter
comércio é essencial, uma das partes mais boêmias da cidade, temos
o Estádio Nacional na nossa frente.
Quando há atrações e eventos, somos
um ponto de apoio para alimentação.
Acredito que nos lugares certos a cidade só tem a crescer com esse tipo
de comércio, é um serviço de utilidade
pública”, afirmou.
O ator, Leandro Baumgratz, que
frequenta lanchonetes e restaurantes
durante a noite acha fundamental a
presença dos estabelecimentos para
movimentar uma cultura noturna. “É
muito importante ter sempre funcionando algum lugar para comer. Sempre frequento o comércio de noite,
mas às vezes é difícil encontrar. Acredito que não vemos muitos estabelecimentos abertos devido à segurança
e à cultura de Brasília, não sei se é a
falta de público ou a falta de estabelecimentos que não geram público”,
apontou.
SAÚDE COMPROMETIDA
O Decreto nº 35.239 de 19 de março de 2014 regulamenta o horário e
dia de funcionamento das farmácias
no Distrito Federal. Segundo o documento, pelo menos 10% dos estabelecimentos são obrigados a funcionar
24 horas. Segundo o presidente do
26 Revista Fecomércio DF
Sindicato do Comércio Varejista de
Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma), Francisco Messias, as farmácias ficam vulneráveis ao serem
obrigadas a funcionar ininterruptamente apesar da insegurança. “Os
estabelecimentos que ficam na região central ainda contam com mais
segurança, mas as mais afastadas
não têm a mesma sorte. Falta policiamento e muitas acabam fechando
pelos constantes assaltos. Precisamos que o empresário se sinta seguro
para manter o seu ponto aberto, ainda
mais importante por se tratar da área
de saúde”, explicou.
Para o gerente regional da Farmácia Pague Menos, Wellington
Araújo Souto, é muito raro ver policiamento durante a noite. “Ficamos muito vulneráveis e quando têm que fazer
plantão, os funcionários pedem para
sair, é muito arriscado. Decidimos fechar às 22h, mas mesmo assim muitos funcionários ficam com receio da
volta para casa. A rotatividade é muito
grande. Hoje os clientes não se sentem seguros em parar o carro e acabam montando em casa farmacinhas
para qualquer emergência. Funcionar
24 horas é muita exposição para a criminalidade”, citou.
O médico veterinário e proprietário de uma clínica na 508 Sul, Pérsio
Montibello, relata que é sempre um
risco atuar durante a madrugada.
“Sou o plantonista da clínica e, como
se trata da área de saúde, é preciso ter atendimento em casos de
emergência. Em média atendo um
paciente por noite, mas tenho animais internados que precisam de
acompanhamento. A vantagem desta
unidade é que fico ao lado de um supermercado que funciona 24 horas e
movimenta um pouco a quadra, mas
mesmo assim tive que instalar luzes
mais fortes na porta de entrada, pois a
iluminação pública não dá segurança
ao cliente que chega de madrugada.
Há pessoas que me ligam pedindo
para esperar na entrada. Eu tinha
uma clínica também em Taguatinga,
mas fechei pela insegurança”, relatou
indignado.
CONTRA A MARÉ
Já não é mais realidade voltar
para casa depois do horário comercial. Grandes congestionamentos,
mudanças na rotina do trabalho e
estudos afetaram as atividades que
antes eram realizadas em outros
horários. Com o tempo curto, muitos optam por encher a geladeira e
armários na madrugada também. A
gerente de Marketing do SuperMaia,
Nathalie Malkine, conta que das 15
unidades no DF, 13 são 24 horas. “O
SuperMaia foi a primeira rede de Brasília que abriu 24 horas. Na época foi
uma grande novidade. Tínhamos promoções específicas na madrugada.
Criamos uma identidade nesse sentido e no início havia mais fila de madrugada do que de dia”, revelou.
“Recentemente, fizemos uma
ação na madrugada, mil produtos a
preço de custo de meia-noite às 6h
da manhã. Queremos realizar mais
ações ainda neste ano. Tem valido a
pena, boa parte de nossa concorrência deixou de operar 24 horas, uma
parte por questão da segurança e
porque as vendas às vezes não são
tão expressivas, mas o cliente percebe isso como um serviço, um diferencial. Nós nos preocupamos em dar ao
cliente a sensação de que eles estão
seguros. Nesse sentido contamos
com uma estrutura mais iluminada e,
se a pessoa quiser, temos um funcionário que acompanha até o carro. Em
algumas lojas a gente não vende bebida alcoólica durante a noite para não
se criar arruaça”, finalizou Nathalie.
BELEZA NÃO TEM HORA
O empresário do Salão 24 Horas,
Bruno D Lucca, percebeu que havia
mercado para funcionar durante a
madrugada. Ele começou em 2011 e
hoje atua no Pistão Sul, em Taguatinga, e está inaugurando uma nova
franquia. “O meu salão funciona
próximo a duas universidades, o que
me ajuda a receber muitos clientes à
noite. Hoje realizo depilação, corte e
muitas mulheres vêm aqui para fazer
químicas porque não têm tempo de
fazer durante o dia. Arrumo o cabelo
de empresárias que têm que viajar 5h
da manhã, gente do exército e do colégio militar que se esquece de cortar
o cabelo de dia”, detalhou.
Bruno ressalta que busca condições para fornecer segurança ao
cliente. “Aqui no meu salão tenho
portão eletrônico, o cliente pode estacionar aqui dentro. Eu nunca fui
assaltado nem quero pagar para ver”,
garantiu. O salão funciona em uma
casa com seis quartos e uma equipe
de plantão. Segundo o empresário,
esse tipo de comércio tem chances
de alcançar mais sucesso no futuro.
“Brasília é uma cidade muito nova e
se já temos um salão 24 horas, imaginem como será em alguns anos?”,
concui.
Revista Fecomércio DF 27
oportunidade
Ensino para a vida
//Por Por Gabriela Vieira
Foto: Cristiano Costa
Escolas do Sesc-DF que atendem a quatro mil
estudantes estão com matrículas abertas em dezembro
C
om a chegada do fim do ano,
uma das preocupações dos
pais é buscar uma opção de
ensino de boa qualidade e com mensalidades acessíveis e as escolas do
Sesc-DF oferecem isso. A EduSesc
– Educação do Serviço Social do
Comércio atende em média 4 mil
alunos e conta com cinco unidades
em Taguatinga Norte (Módulo de
Educação e Cultura), Samambaia,
Ceilândia, Gama e Setor Comercial
Sul. Disponibiliza à população ensino infantil para crianças dos 3 aos
5 anos, ensino fundamental, ensino
médio e, a partir dos 15 anos, o Ensino de Jovens e Adultos (EJA).
Para quem já é estudante da
EduSesc, a renovação das matrículas será entre 1º e 16 de dezembro. Para os novos alunos, é
preciso realizar uma pré-inscrição
para concorrer a uma vaga. Para
as unidades de Taguatinga Norte e
Ceilândia, essa pré-inscrição será
feita entre 1º e 16 de dezembro, no
site da EduSesc. Para as unidades
de Samambaia, Gama e Setor Comercial Sul, as novas matrículas
poderão ser feitas presencialmente após o período de renovação de
matrículas.
Com mensalidades acessíveis,
as escolas do Sesc disponibilizam
um ensino voltado para o desenvolvimento e formação de cidadãos
críticos, autônomos e atuantes na
sociedade. Oferecem infraestrutura equipada e de boa qualidade
para atender aos alunos com serviços de enfermagem e convênio
com UTI móvel, bibliotecas, quadras de esporte, salas de ciências,
28 Revista Fecomércio DF
salas multimídia, salas de artes,
laboratórios de ciências e informática, acompanhamento pedagógico
e projetos culturais, sociais e ambientais como a Semana Literária
e a Feira de Ciências e Tecnologia.
Para o ensino infantil e os primeiros anos do ensino fundamental
são oferecidos lanches.
De acordo com Ana Maria Andreolli, coordenadora de Educação
do Sesc-DF, o objetivo das escolas
do Sesc vai além do papel desenvolvido dentro da instituição. “Vivenciamos uma prática pedagógica
que envolve questões como ética,
justiça, liberdade e autonomia para
que os estudantes coloquem em
prática também fora da escola, por
meio do respeito ao bem comum e
do convívio em sociedade”, explica.
As vagas são limitadas e para
a realização de matrículas são necessários: carteirinha do Sesc atualizada, histórico escolar, comprovante de residência com CEP, CPF
do aluno e/ou responsável, 3 fotos
3x4 originais. Para os estudantes
do EJA, são disponibilizadas bolsas
integrais.
@sescdf
/sescdistritofederal
www.sescdf.com.br
artigo economia
Governo Dilma
no corner
Nessas condições, uma hora o
PIB e a arrecadação parariam de
crescer minimamente, e a crise fiscal aguda se mostraria com toda a
força, pois o gasto federal, superrígido, cresce bastante e sempre,
mesmo quando é submetido a uma
tesoura tão afiada como a do ministro Levy. A recessão que veio a seguir foi só um passo. E o pior é que
a recessão atual pode ser a mais
demorada de toda a nossa história
recente.
Para piorar, voltaram à tona
alertas, como os que fiz em 2012,
de que a despesa corrente federal com pagamentos de benefícios
previdenciários e assistenciais,
além de pessoal, dobraria em % do
PIB até 2040, caso não se retomasse o esforço de reforma há muito
abandonado.
Finalmente, a sensação de ter
sido enganada na eleição de 2014
tem feito a população avaliar o governo como o pior possível, daí a rejeição hoje manifestada pelo Congresso. Nessas condições, como
aprovar reformas que nos tirariam
o alto risco de enveredar, de novo,
em um ambiente em que só a hiperinflação reequilibra a trajetória da
dívida fazendo-a virar pó? Por isso o
governo está no corner.
“Mesmo com a
inédita dinheirama
subsidiada que
desaguou via
BNDES, a taxa de
investimento há
anos só cai”
Cristiano Costa
Embalada pelo boom da economia mundial, a gestão Lula-Palocci
promoveu o milagre de impedir o
caos econômico que se imaginava
inevitável em 2002-2003.
Mais recentemente, os desdobramentos das políticas desastrosas seguidas pelo governo Dilma
sobre as contas públicas brasileiras parecem ter jogado fora tudo
de bom que se havia obtido na fase
precedente. E não adiantou ter sinalizado uma forte reversão dessas
políticas no final do ano passado.
Mesmo tendo o atual governo nomeado um ministro da Fazenda
cuja postura, junto à da equipe
que o cercava, era diametralmente
oposta à do longevo ministro e do
time que lhes antecederam, o País
vem colecionando fracasso sobre
fracasso nos últimos três anos. E
na área fiscal, sem espaço para
mais detalhes, a herança maldita
da gestão pré-Levy era muito pior
do que se imaginava.
Uma parte dessa herança foi a
perda da capacidade de a economia
seguir crescendo à taxa média de
4,5% ao ano, vigente antes da crise de 2008-2009, o que se deve ao
esgotamento do modelo pró-consumo que o governo Dilma insistiu
em manter operando, a despeito
de todos os sinais para introduzir
mudanças drásticas. Os assessores pregavam, contudo, o “pau na
máquina do consumo”, pois o investimento necessariamente ocorreria. Mesmo com a inédita dinheirama subsidiada que desaguou via
BNDES, a taxa de investimento há
anos só cai, e a produção industrial
há muito está estagnada.
Raul Velloso
Doutor em Economia pela
Universidade de Yale (EE.UU).
Atualmente é consultor
econômico em Brasília
Revista Fecomércio DF 29
teatro
12ª edição do Prêmio Sesc
//Por Andrea Ventura
Foto: Raphael Carmona
Consagrada no DF,
mostra incluiu neste
ano a categoria infantil,
premiando os melhores
espetáculos
C
onsiderada a única mostra
competitiva do Distrito Federal, a entrega do Prêmio
Sesc do Teatro Candango ocorre no
dia 8 de dezembro. A novidade deste ano foi a inclusão da categoria
Melhor Espetáculo Infantil. Além
dessa, serão premiados os melhores em Direção, Atriz, Ator, Dramaturgia, Cenografia, Iluminação e
Sonoplastia. A instituição distribuirá aos vencedores troféus e quantia
em dinheiro, que neste ano totaliza
R$ 22,5 mil. É o maior valor distribuído desde o início da premiação,
que está em sua 12ª edição. Além
de premiar jovens talentos do teatro brasiliense, o evento homenageia artistas do cenário teatral
brasileiro.
Entre os nomes que já foram
homenageados pelo Sesc estão
Paulo Goulart, Nicete Bruno, Milton
Gonçalves, Hugo Rodas, Nathália
Timberg, Paulo Gracindo Júnior,
Murilo Grossi e Ariano Suassuna,
entre outros. O homenageado deste
ano será o artista brasiliense Chico
Simões. Com mais de 30 anos de
profissão, Chico ganhou diversos
prêmios por realizar trabalhos teatrais voltados para as crianças.
“O nosso objetivo com o prêmio
é estimular a produção teatral e
ampliar o espaço institucional na
área da cultura. Neste ano, com a
novidade dos espetáculos infantis,
queremos incentivar a formação de
futuros espectadores”, revela o assistente de Ações Culturais do Ses30 Revista Fecomércio DF
c-DF, Rogero Torquato. A comissão
julgadora, formada por críticos e
profissionais da área, escolheu
cinco peças adultas para serem
encenadas no Teatro Sesc Garagem (Sesc 913 Sul) e três espetáculos infantis no Sesc de Taguatinga Norte, em novembro. Além dos
premiados, serão indicadas três
peças adultas e uma infantil para
participar da programação regional
do Festival Palco Giratório – Brasília 2016, concorrendo, posteriormente, a uma possível inserção no
projeto nacional de 2017.
Saiba mais – Desde 2004, o Prêmio Sesc do Teatro Candango revela talentos e incentiva a divulgação
dos trabalhos cênicos de atores,
diretores e companhias teatrais da
cidade. O ator Juliano Cazarré, da
Rede Globo, já foi premiado como
melhor ator na edição de 2005.
Agraciado em diversas categorias
em 2010, o espetáculo Cru, com
direção de Sérgio Sartório e Alexandre Ribondi, foi adaptado para
o cinema e escolhido como Melhor
Filme, no Festival de Cinema de
Brasília de 2011.
@sescdf
/sescdistritofederal
www.sescdf.com.br
Revista Fecomércio DF 31
inscrições
Chance para
crescer
//Por Sílvia Melo
Faculdade Senac abre vagas para vestibular e pós-graduação
O primeiro processo seletivo
2016 da Faculdade de Tecnologia
Senac do Distrito Federal está com
as inscrições abertas durante os
meses de dezembro de 2015 e janeiro de 2016. As provas serão em
diversas datas, sempre às quartas-feiras, às 19h, e aos sábados, às 9h.
Em dezembro, o candidato pode escolher entre os dias 2, 5, 9 e 16 e em
janeiro, o vestibular será aplicado
nos dias 9, 13, 16, 20, 23, 27 e 30.
As inscrições podem ser feitas
pelo site (www.senacdf.com.br/
faculdade) ou presencialmente,
na Central de Relacionamento da
unidade 903 Sul, de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h30, até um dia
antes da aplicação da prova. Os cursos oferecidos são: Gestão Comercial (noturno); Gestão da Tecnologia
da Informação (noturno); Marke-
ting (noturno); Gestão de Recursos
Humanos (matutino e noturno); e
Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (matutino e
noturno). A taxa de inscrição está no
valor de R$ 20.
PÓS-GRADUAÇÃO
EM MAIS UNIDADES
Para quem quer se especializar, as inscrições para as pós-graduações da Faculdade Senac estão abertas até o início de 2016. São sete opções de cursos com aulas, na unidade 903 Sul: Banco de
Dados e Business Inteligence; MBA em Gestão Empreendedora de Negócios; Logística da Cadeia
de Suprimentos; Gestão de Pessoas; Gestão de Projetos; Treinamento, Desenvolvimento e Educação Corporativa; e Governança de Tecnologia da Informação.
Como novidade para 2016, alguns cursos serão ofertados nas unidades de Ceilândia (Gestão de
Projetos e Treinamento, Desenvolvimento e Educação Corporativa), Sobradinho (MBA em Gestão
Empreendedora de Negócios e Governança de Tecnologia da Informação) e Gama (MBA em Gestão
Empreendedora de Negócios e Gestão de Pessoas). Para essas turmas, as aulas serão ministradas
no período noturno, três vezes por semana.
As inscrições devem ser feitas pelo site (www.senacdf.com.br/faculdade). Logo após, o aluno
deverá comparecer à Central de Relacionamento da unidade 903 Sul para efetivar a matrícula. O
atendimento é das 9h às 21h30, de segunda a sexta-feira e, aos sábados e domingos, das 8h às 14h.
O número mínimo para início das turmas é de 20 participantes.
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32 Revista Fecomércio DF
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Revista Fecomércio DF 33
capa
TUDO PRONTO
PARA 2016
//Por Fabíola Souza
Fotos: Joel Rodrigues
Empresas e shoppings investiram em treinamento, técnicas motivacionais e de
integração das equipes, ferramentas para impulsionar as vendas no final do ano
F
inal do ano é tradicionalmente uma época em que
o fluxo de clientes aumenta
na maioria das lojas de rua
e de shoppings. Vender é a principal
motivação e, para incrementar as atividades no Distrito Federal, empresários utilizaram técnicas diversas
para incentivar os vendedores a ter
maior integração entre eles e, dessa
34 Revista Fecomércio DF
forma, impulsionar as vendas de maneira eficiente.
O Taguatinga Shopping, pela primeira vez, apostou em algo inovador.
Em vez do contato direto com os lojistas do centro de compras, o empreendimento decidiu estreitar os laços com os vendedores das lojas que
compõem o shopping em um projeto
contínuo. A gerente de Marketing,
Renata Monnerat, explica que existe
um projeto chamado Clube Lojista,
que reúne periodicamente os lojistas.
“Detectamos neste ano em algumas
reuniões que o empresário é importante e precisa ser ouvido e capacitado, mas começamos a identificar que
a grande preocupação do lojista era
com suas equipes de venda. Então
começamos a estudar essa questão
mais a fundo”, explica Monnerat.
Dessa maneira, surgiu o projeto
Equipes do Bem – um jogo dinâmico realizado entre os vendedores
que funcionou da seguinte forma: ao
longo de um mês, as equipes participantes foram desafiadas por meio de
diversas atividades que visavam fazer
as pessoas felizes, sejam elas colegas de trabalho, sejam clientes. Entre elas, houve a organização de um
chá de bebê para uma gestante do
grupo, a ajuda na limpeza da praça
de alimentação no horário de almoço
pelas equips e atividades para a criação de rimas sobre temas definidos.
O objetivo foi criar uma cultura
focada no bem-estar de todos os
envolvidos, estimulando as equipes
de todas as operações do centro de
compras a melhorarem a cada dia.
“Logicamente passamos pela parte
de capacitação de vendas, mas queríamos trabalhar os conceitos de
alegria, otimismo, amizade, felicidade. E fizemos várias provas voltadas para isso”, explicou a gerente. O
prêmio para a equipe vencedora foi
de R$ 23 mil divididos entre os participantes do grupo ganhador, além
do sorteio de dez brindes de R$ 200
em compras.
Ao todo, 200 pessoas participaram do projeto - a participação foi
voluntária - e foram formados oito
R$ 60 MIL
foi o valor investido
pelo Taguatinga
Shopping no projeto
Clube Lojista
Hugo Moreira
apostou na publicidade gratuita
das redes sociais
grupos de até 25 pessoas. O centro
de compras investiu R$ 60 mil entre
camisetas, consultoria, premiação e
brindes. Estarlyson Almeida, 21 anos,
foi um dos participantes do grupo
ganhador. O vendedor trabalha na
loja Taco e afirmou que todo o processo foi incrível e motivou todos os
envolvidos a fazer um trabalho melhor. “Foi algo que trouxe realmente
muito benefício em questões como
compromisso nas vendas, que já é o
nosso trabalho, mas agora realizado
de forma mais positiva. Nos reunimos com um propósito só, com uma
visão. Claro que teve o desejo de ganhar o prêmio, mas também existiu a
vontade de unir, competir, conhecer
novas pessoas”, explicou o vendedor.
Para ele, esse tipo de ação deveria ser realizada periodicamente para gerar motivação a todos os
envolvidos, pois o retorno é positivo
em vários aspectos, tanto para os
colaboradores quanto para os clientes. “Passamos mais tempo aqui do
que na nossa casa e as pessoas que
a gente convive todos os dias no trabalho têm que ser como se fossem
parte da nossa família”, ressaltou.
ABORDAGEM DESCONTRAÍDA
O sócio da empresa de óculos
Aventto Lifewear, Hugo Moreira,
também criou algumas estratégias
criativas para motivar a equipe de
vendas. Para este final de ano, o empresário investiu na campanha “Moeda Social”, por meio da qual incentiva
o consumo ao atrelar um percentual
de descontos de acordo com o número de seguidores do cliente na rede
social Instagram. O cliente entra na
loja e o vendedor pergunta quantos
seguidores ele tem no instagram.
Para cada número de seguidores, é
oferecido um desconto na compra de
um artigo da loja se ele postar uma
foto com a hashtag da campanha. A
hashtag é uma ferramenta comum
entre os usuários das redes sociais
e consiste na utilização de uma palavra-chave antecedida pelo símbolo
#, conhecido como “jogo da velha”.
“Dependendo do número de seguidores do cliente, ele pode até levar
um óculos de graça”, afirmou Moreira, que acredita que essa é uma
abordagem descontraída e mais sutil
em relação ao consumidor.
A marca apostou em uma campanha publicitária que acabou se
tornando uma brincadeira saudável.
Hugo explica que, dessa forma, a
empresa estimula as vendas entre
os colaboradores, tem publicidade
gratuita nas redes sociais, além de
gerar uma interação benéfica entre
Revista Fecomércio DF 35
capa
o cliente e o vendedor. “A abordagem já começa descontraída, tirando um pouco o foco da venda em si
para uma brincadeira”, apontou o
empresário.
Outra ação desenvolvida pela empresa, desde junho de 2015, é o Cine
Aventto. Uma vez por mês os vendedores são convidados a assistirem
a um filme relacionado a vendas, ao
espírito de equipe e a conteúdos motivacionais. “Dessa forma, há uma interação entre o grupo e eles se sentem parte da equipe”, afirma Hugo. A
Aventto Lifewear conta atualmente
no DF com oito lojas, 45 vendedores
e 55 colaboradores na empresa.
INTEGRAÇÃO O ANO TODO
O professor de Gestão de Pessoas e especialista em Comportamento Organizacional do Iesb, Francisco
Guilherme Lima Macedo, diz que não
há uma maneira certa para fazer o
treinamento motivacional com os
colaboradores, porém afirma que o
modo mais eficaz de obter os resultados pretendidos é tirar o funcionário da rotina. “Fazer a integração entre os vendedores, por mais que não
sejam da mesma unidade, dá ótimos
resultados, pois faz com que as pessoas conheçam todos os processos
da empresa e participem. Também
é importante os donos participarem
dessas ações, para melhor integração de todos”, comenta.
Macedo aponta que os descontos em lojas de ruas e shoppings,
principalmente no mês de janeiro,
movimentam o comércio, porém
não é o principal quando se trata de
vendas. “Não adianta ter um ótimo
produto, preços competitivos, se
não há gente qualificada para vender”, diz o especialista. Para ele, as
pessoas são as peças principais no
processo de venda, por isso a importância de investir nesses tipos de
técnica ao longo do ano.
Nesse sentido, a Brasal montou
um espaço exclusivo para propor36 Revista Fecomércio DF
cionar melhoria de qualidade de vida
e bem-estar aos colaboradores da
companhia. “Além de ser uma tendência, esse tipo de local mais descontraído é uma aposta para melhorar o desempenho da equipe”, explica
a coordenadora de Gestão de Pessoas da Brasal, Juliana Porte. O espaço
com jogos coletivos fica aberto das
12h às 14h e pode ser utilizado por 20
pessoas por vez. Os trabalhadores se
revezam de meia em meia hora para
o momento de descontração.
Segundo Porte, qualquer um dos
170 colaboradores que atuam na
sede pode usufruir do ambiente. “O
objetivo é proporcionar satisfação. A
adesão é significativa e pode ser observada todos os dias no horário de
almoço”, resume. Durante todo o dia
são disponibilizados livros de colorir,
lápis de cor, revistas, aparelhos de
automassagem e brinquedos de raciocínio lógico. No horário de almoço
são colocados vários jogos de aplicação coletiva, como dominó, dama
e xadrez. Há ainda a realização de
eventos corporativos, reuniões, confraternizações e palestras, em um
espaço comum, denominado Praça.
A coordenadora de Gestão de
Pessoas explica que o ambiente estimula o planejamento, o raciocínio e o
relacionamento interpessoal. “Outro
ponto importante é que os colaboradores percebem que a empresa está
preocupada com a motivação deles,
o que é fundamental para o comprometimento e os bons resultados dos
funcionários”, conclui Juliana.
ANO-NOVO, NOVOS
EMPREENDIMENTOS
//Por Luciana Corrêa
Diante de uma posição econômica delicada e todos falando de crise e
falta de recursos, pelo menos um setor está com pensamentos positivos:
o mercado de imóveis para comércio no Distrito Federal recebe, por parte
das construtoras e incorporadoras, um investimento alto e uma confiança a
mais para novos empreendimentos. Na capital, é possível encontrar diversos edifícios prontos, em obras, ou na planta com previsão para entrega em
2016 e propostas comerciais diferenciadas, em excelentes pontos.
Andreas Yamagata
apresenta a proposta diferenciada de shopping, o Vega Luxury Mall, no Setor Hoteleiro Norte
A diretora-executiva da incorporadora e construtora Ipê Omni, Helena Peres, destaca, por exemplo,
o crescimento comercial em Samambaia. Com a nova região na cidade, o Centro Urbano de Samambaia e uma proposta de mudança
da sede do Governo do DF para o local, a construção de pontos comerciais é inevitável. “Samambaia vem
crescendo muito e se destacando
de cidades como Águas Claras, em
termos residenciais e comerciais. E
mesmo que tenha começado a ser
explorado agora, os comerciantes
a estão vendo como grande potencial. A classe média deverá ocupar
a região e o comércio local crescer
automaticamente”, explica.
A Ipê Omni é responsável pelo
lançamento e vendas do residencial
e comercial Boulevard das Acácias,
na quadra 302 de Samambaia. Com
um terreno de 3 mil m² e entrega
prevista para o primeiro semestre
de 2016, o empreendimento oferece 148 apartamentos e 21 lojas.
Com acessos separados, a ideia é
atender aos moradores e também
transeuntes do centro urbano “O
próprio residencial trará a demanda para os empresários que estiverem no espaço. Mas acreditamos
que haverá 30 mil pessoas circulando por dia, quando tudo estiver
pronto”, espera Helena. A empresa
comemora a venda de sete lojas e
70% do residencial, e prevê que o
comércio abranja padaria, escola
de idiomas, creche, pet shop, lanches rápidos, academias, entre outras atividades.
MULTIUSO
Em Águas Claras, mesmo com
um comércio já diversificado, as
empresas Mirante Incorporações,
Saga Malls e LH Investimentos apostaram alto em um residencial com
lojas de diversos ramos. Baseadas
na Pesquisa Distrital por Amostra de
Domicílios, que mostrou uma renda
domiciliar média de 18 salários-mínimos, perceberam o potencial para
moradia e um potencial para um
bom comércio. Surgiu então o complexo DF Century Plaza que integra
mall, apart-hotel, residencial e salas
comerciais, com uma proposta de
empreendimento multiuso, onde o
cliente encontra tudo o que precisa
em um só lugar, e o empresário terá
seu público já formado.
Apesar de nova, a região já tem
Revista Fecomércio DF 37
uma população de mais de 130 mil
habitantes. Águas Claras foi criada
oficialmente há apenas 10 anos e,
para atender esse público exigente, o
DF Plaza oferece 12 mil metros quadrados de Área Bruta Locável (ABL),
entre 160 lojas e praça de alimentação, além de 3,5 mil vagas de estacionamento. Para a gastronomia, por
exemplo, já estão garantidos restaurantes de destaque para o espaço:
Coco Bambu, Outback, Soho, Balada
Mix, entre outros. Atualmente, o espaço já possui 91 lojas contratadas
que representam mais de 80% da
ABL comercializada e espera-se um
fluxo de 450 mil pessoas por mês
com um público qualificado e tíquete médio alto. Um empreendimento
como esse chega a gerar até 1.500
empregos diretos e indiretos.
INOVAÇÕES
Apesar de parecer já saturado,
no centro de Brasília um empreendimento com poucos andares se
destaca dentre tantos arranha-céus.
Com uma proposta diferenciada de
shopping, o Vega Luxury Mall, localizado no Setor Hoteleiro Norte,
aposta nos estilos open mall e sky
lounge e já tem boa parte comercializada. Com uma arquitetura baseada
em perfis comerciais localizados no
exterior, a empresa Cyrela colocou
as lojas voltadas para fora, com um
lote vazado, onde as pessoas podem
transitar e utilizar os serviços do empreendimento. A empresa já fechou
contratos com academia, restaurantes, cafeteria, entre outras operações
e já prevê mais investidores. “Nesse
período é uma ótima oportunidade de
investir. As negociações ficam mais
baratas, justamente por causa da
crise e quem conseguir adquirir um
espaço agora terá um bom preço”,
declarou Andreas Yamagata, diretor
Regional Centro-Oeste da Cyrela.
Outro empreendimento que promete um novo perfil arrojado e com
boa parte de sua estrutura sustentável é o Lumine Park 710, localizado
no Noroeste. Composto de duas torres comerciais com 290 salas e um
mall com 52 lojas e cinco quiosques,
o empreendimento foi idealizado
para seguir parâmetros de sustentabilidade e valorizar ao máximo a utilização de recursos naturais. “Toda a
tecnologia aplicada no Lumine Park
710 nos leva a acreditar que o empreendimento será o ambiente ideal
para profissionais autônomos, grandes escritórios e até mesmo para a
Administração Pública”, afirma Cesar Durão, diretor de Incorporação
da Odebrecht Realizações Imobiliárias. O projeto arquitetônico do espaço é da renomada arquiteta Denise
Zuba e tem previsão de ser entregue
em 2018.
FRANQUIA, SEMPRE
UM BOM NEGÓCIO
//Por Andrea Ventura
Números do setor de franquias apontam que nesse
segmento não há crise. Mas é preciso dedicação e
investimento
O setor de franquias vai muito bem, obrigado. Apesar da crise
econômica, tem registrado crescimento. Pesquisa Trimestral de Desempenho do setor realizada pela
Associação Brasileira de Franchising
(ABF) apontou que o franchising registrou um aumento nominal do faturamento de 8,2% no 3º trimestre
deste ano, comparado ao mesmo
período de 2014, com um total de
R$ 35,5 bilhões. Já a receita do setor de janeiro a setembro de 2015
cresceu 10,1% em relação a igual
38 Revista Fecomércio DF
período do ano passado, atingindo
R$ 99,385 bilhões.
A presidente da ABF, Cristina
Franco, credita a desvalorização do
Real e o fato de o franchising ter um
tíquete médio que cabe no bolso do
brasileiro como impulsionadores de
setores como o de turismo, beleza
e alimentação. “Esses são segmentos tradicionais do franchising que
souberam se adaptar rápido ao novo
momento e capturaram uma oportunidade de um consumidor mais
retraído, mas que não abre mão de
alguns hábitos adquiridos como o
cuidado com o bem-estar e a alimentação fora do lar”, afirma Cristina Franco.
Os segmentos que mais cresceram em faturamento no 3º trimestre foram Educação e Treinamento,
Negócios, Serviços e Outros Varejos
e Veículos, com 15% de crescimento, seguidos por Hotelaria e Turismo,
com 14% de expansão.
Segundo o diretor da Regional
Centro-Oeste da ABF, Claudio Miccieli, apesar de ter registrado cresci-
mento, a expectativa não é das melhores. “Se olharmos o histórico de
crescimento do setor não é um cenário tão bom assim. O ano de 2016
será um ano difícil, muito ruim. Mas
o setor de franquias é resiliente, tende a reagir positivamente. As pessoas buscam um porto seguro para investimento e acabam investindo em
franquias”, aponta. Um dos setores,
segundo Michelli, no Centro-Oeste
que tem potencial para crescimento
é o de agronegócios. Para ele, em
2016 as pessoas darão preferência a
investir em franquias que não exigem
alto investimento, com valores de até
R$ 300 mil. E completa: “há muita
demanda no setor de serviços”.
CULINÁRIA
Com 351 lojas no Brasil e no exterior, a rede Spoleto, de culinária
italiana possui 11 lojas próprias e 340
franquias. De acordo com o diretor
da marca, Henrique Pamplona, o ano
de 2015 registrou um crescimento de
8% em relação ao ano anterior. “O
mercado de franquias é promissor,
ainda cresce muito, apesar da crise. É um segmento que cresce em
números visíveis”, destaca. “Somado a isso, acrescenta Henrique, as
demissões ocasionadas pela crise
impulsionaram muitos executivos a
investirem neste nicho de franquias”.
Para o diretor, o segmento, muitas vezes, é voltado para quem quer
certa segurança. “É razoavelmente seguro. Acredito que toda franquia tem que ter um propósito. A do
Spoleto é democratizar a culinária
italiana”, aponta. Outra estratégia
é oferecer boa qualidade e preços
competitivos. “A massa seca vem da
Itália e para as frescas, trazemos o
trigo daquela região”, esclarece. O
investimento em uma franquia da
marca gira entre R$ 450 e 500 mil,
mais o ponto escolhido. E a franquia
não quer parar de crescer. Além das
lojas no Brasil, há Spoleto no México, Costa Rica e Orlando. No Brasil a
meta é abrir mais 25 lojas em 2016.
“Principalmente em praças no Rio de
Janeiro, em São Paulo e Brasília nas
áreas mais afastadas do centro”, revela Henrique.
CORAGEM E DIVERSIFICAÇÃO
“Tem que ter muita coragem.”
Assim diz o recifense João Henrique
de Azevedo Ramos sobre trabalhar
com franquia. “Eu prefiro me arrepender do que eu fiz do que por não
ter feito.” Ele veio morar em Brasília
há um ano e dois meses para montar
a franquia do Helado Monterrey. “Eu
vim morar em Brasília para ser fran-
queado da Monterrey. Meu pai tem
uma gráfica em Recife e eu trabalhava com ele. Só que eu tinha uma necessidade de investir em outra coisa,
e vi uma boa possibilidade de investir
em franquia pela facilidade de colocar uma franquia que, no aspecto do
produto, já chega pronto”, explica. No
caso da Monterrey, o investimento é
entre R$ 150 e R$ 200 mil, mais o
ponto. O negócio conta com a ajuda
de mais três sócios – juntos possuem
as lojas Monterrey em Brasília e Recife.
Após um ano e meio trabalhando com franquia, João Henrique
está satisfeito. “Não me arrependo
de nada. Não tem como negar que
o mercado está diferente, o final de
2015 será totalmente diferente de
2014. Mas eu acho que se ficar parado é pior. Se você ficar parado, vai
chegar mais enfraquecido do que se
fizer alguma coisa agora”, acredita.
Por isso mesmo é que em setembro
o empresário inaugurou a Dulce de
Leche, especializada em churros.
“Já inauguramos seis quiosques e
vamos inaugurar mais um. Ainda estamos definindo a data, mas o local
será o Pátio Brasil Shopping”, revela.
O quiosque de churros foi uma
ideia trazida dos Estados Unidos,
mas adaptada aos padrões e exi-
João Henrique Ramos
viu na franquia uma boa
oportunidade de investimento
Revista Fecomércio DF 39
capa
gências dos paladares brasileiros.
João Henrique já planeja franquear a
marca. “Eu gostei tanto de franquias,
que quero ser franqueador. Tenho
mais de 30 pedidos de franqueados
no Brasil e até nos Estados Unidos”,
destaca. Com o quiosque em Brasília
e em Recife, a ideia é expandir os negócios para interessados, a partir de
janeiro. “Queremos expandir para o
Brasil todo. Nossa intenção é começar por Goiânia e, em seguida, Rio de
Janeiro e São Paulo”, revela.
O sócio aconselha a quem quer
se aventurar em franquias. “Principalmente que a franquia seja o
principal negócio. Franquia não é investimento, tem que mergulhar. Estudar e se dedicar, mesmo que você
não tenha 100% do seu tempo para o
negócio, não dá para ficar de longe –
pois não verá resultado. Minha visão
é essa e esse é o perfil que a gente
vai procurar para o churros Dulce
de Leche”, explica. João Henrique
possui mais um negócio de quiosque
de biscoitos artesanais. “Também
estamos preparando para vender a
franquia. Inauguramos em outubro e
já está em mais dois shoppings e no
aeroporto”, conta.
SERVIÇOS
Para o empresário Alessandro
Oliveira Ramalho e proprietário da
franquia Sobrancelha Design, não
há crise no segmento de beleza.
“Em tempo de dificuldade, a primeira coisa que você corta, que deixa
de fazer, é aquilo que você talvez
possa dar um jeito. No caso da sobrancelha, a gente tem a frequência
um pouco menor das clientes; se a
cliente fazia de 20 em 20 dias, passa
Alessandro Ramalho
acredita que o cenário
econômico interfere, mas
as estratégias que se criam
podem driblar essas situações
40 Revista Fecomércio DF
R$ 99,385 BI
foi a receita do setor de franquias em 2015
a fazer uma vez por mês, mas continua utilizando o serviço”, destaca.
Aberta em 2012, Ramalho acredita que a franquia hoje está ditando
as regras no mundo sobre sobrancelha. “Ela não tem concorrência
no tratamento de sobrancelha. Hoje
são 190 unidades funcionando em
todo o País”, revela. O investimento
é de R$ 100 a R$ 250 mil. Em 2015
a franquia recebeu pela Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios o título de melhor franquia do
Brasil no segmento de serviços.
Para ampliar os negócios, um
novo modelo está sendo implementado: quiosques nos shoppings. “O
espaço oferecerá o mesmo que uma
loja fora do centro de compras, mas
modelo de quiosque é mais viável,
mais fácil de trabalhar. Alguns shoppings no Brasil já têm – começou há
quatro meses. Em Brasília fizemos
uma consulta prévia e a ideia é entrar
nos shoppings porque têm um volume de atendimento dobrado. É um
público que passa, com um número
infinitamente maior”, revela.
Para Alessandro, o negócio de
franquias é muito positivo. “A taxa
de mortalidade de negócio próprio
é de 45% e de franquia, 5%. E isso
acontece porque o franqueado tem
retaguarda, suporte. Quando você
monta o negócio próprio, tudo vem
da sua cabeça, você tem que pensar,
produzir, fazer tudo. Muitas vezes a
pessoa tem apenas uma ideia e ela
aplica desde o dia que abriu a loja.
A franquia, para se tornar franquia,
tem que seguir exigências da ABF.
Existe uma maturação do negócio
de no mínimo três anos, ou seja, que
se comprove que é um modelo de
sucesso”, explica.
Alessandro possui duas lojas
em Brasília e registrou crescimento de 30% em relação ao ano
passado. Para 2016, o empresário
planeja continuar crescendo, mas
é cauteloso. “O cenário econômico
interfere, mas as estratégias que
você cria podem driblar essas situações”, define.
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perfil
De Sobral
para Brasília
Empresário Carlos Aguiar lança
livro de memórias para retratar
seus 60 anos de história
//Por Taís Rocha
E
Foto: Raphael Carmona
m 31 de dezembro de 2014,
ao fazer uma retrospectiva de
como tinha sido aquele ano,
prestes a completar 60 anos de vida, o
empresário Carlos Aguiar se deparou
com um desafio: contar em um livro
sua trajetória. “O sonho de escrever
era antigo e estava adormecido, mas
ressurgiu com a ideia de lançá-lo no
dia do meu aniversário de 60 anos,
em 25 de outubro.” A partir dali, se
apoderou de um gravador e começou
a registrar o que não poderia ficar de
fora da obra. “Acordava, de madrugada, a hora que fosse, e ia com o meu
gravador. Quando eu me lembrava,
colocava tópicos e não deixava passar
nada”, lembra.
O trabalho foi longo, mas o resultado está sendo muito gratificante
para o empresário, tanto é que, recentemente, em uma passagem por
Brasília para fazer um show, o comediante Nelson Freitas virou seu fã. “Eu
42 Revista Fecomércio DF
o presenteei com meu livro e ele ficou
encantado com minha história. Fez
questão de falar comigo pessoalmente e me garantiu que vai levar a obra
para conhecimento de todo o País”,
disse orgulhoso.
Aguiar recorreu a historiadores
como Assis Arruda, no Ceará, que é
um importante historiador especializado nas famílias locais. “Em 1957,
uma tia minha pegou umas anotações do meu bisavô falando da nossa
família. Isso foi de fundamental importância para a composição da parte do livro em que eu falo dos meus
pentavós”, explicou.
A obra tem uma linguagem simples, de fácil leitura, dividida em capítulos curtos e é real, pois foi como
tudo aconteceu, garante Aguiar. Paralelamente às lembranças, houve
um extenso trabalho de pesquisa da
origem genealógica, fotográfica e histórica. Fotos, recortes, documentos e
anotações foram incluídas, além de
citações e depoimentos de pessoas
diversas. “Minhas origens, jamais poderiam ficar de fora, minha família, a
história do meu pai, que era um matuto auto-didata. Falo da vida associativa, do lazer como o radioamadorismo,
da vida empresarial, a filantrópica na
Maçonaria”, conta.
O lançamento aconteceu na festa
de 60 anos de Aguiar. O que era para
ter 200 páginas, acabou com 340
páginas. E, segundo o autor, ainda
sobrou muita história para contar.
“Minha vida sempre foi assim: se não
pode contar, não faça! Falo da miséria, de uma vaca que morreu e meu
pai teve que aproveitar a carne. Nunca vi tanta fartura! Infância na minha
vida, não houve. Minha história já
serviu para monografias, já fui sabatinado em programas de TV e rádio.
Acredito que se você tem uma história, ela deve ser contada”, por isso,
acredita que o livro é seu legado.
Além de contar sua história, a segunda intenção do livro é aferir lucro,
mas não para ele. Toda a renda obtida
com a comercialização da obra será
doada a instituições de caridade. Certamente, um destino certo será a comunidade de Sobral, no Ceará, onde
Aguiar nasceu. O empresário está fazendo um levantamento das famílias
do município e levará um presente de
Natal para cada um. “Gostaria que
um dia alguém, lá no passado, tivesse
feito o mesmo por mim, com fome, na
miséria, tivesse levado um presente, assim como eu estarei levando.
Acredito que sem apoio, ninguém faz
nada. O primeiro deles é o apoio da
minha família, que sempre me ajuda
em tudo o que sempre me proponho
a fazer”, resume.
VIDA EMPRESARIAL
Pioneiro, Carlos Aguiar veio para
Brasília em busca de uma vida me-
lhor para ele e para os conterrâneos
que lá ficaram. Com 12 anos de idade,
Aguiar já produzia na lavoura o suficiente para seu sustento e para ajudar
sua família. Veio do Ceará para Brasília, como “cumim”, ou seja, auxiliar de
garçom, ganhando meio salário-mínimo por mês. Foi motorista de táxi,
trabalhou em lanchonetes, barzinhos,
no INSS localizado na W3 Sul, quando
o prédio ainda era de madeira, arrendou um bar no dia 11 de setembro de
1977. Foi quando tudo começou. “Se
vim em busca de melhora, quando
encontro uma oportunidade eu jogo
fora, o que sobra?”, filosofa.
Os mulungus, assim como os ipês,
anunciam a primavera, florescendo
na mesma época. “Os mulungus me
acompanharam na minha trajetória
desde Sobral até Brasilia. Sou cearence de nascimento e brasiliense por
decreto”, brinca. Cidadão honorário
de Brasília, Aguiar não se considera
um grande empresário, mas acredita
que tem sucesso em seus empreendimentos. “Nunca dei um passo para
trás, sempre para frente”. A KSA Materiais de Construção começou como
vidraçaria e sempre foi uma empresa
familiar. “Cheguei solteiro, e hoje trabalham lá comigo minha esposa, os
três filhos e o neto. E o mais bacana:
estão lá por opção. Meu neto, hoje
com 16 anos, é menor aprendiz na
loja”, conta orgulhoso.
Em 38 anos de empresa, ele nunca faltou um dia sequer, a não ser por
motivo de viagem e cirurgia. Passa
nas duas lojas diariamente, preside
o SindiMac (em sua 12a presidência à
frente do SindiMac, sem nunca ter se
candidatado para nenhum dos pleitos, sempre foi eleito por aclamação
e desejo de seus pares), trabalha na
Maçonaria e é vice-presidente nacional do Segmento de Material de Construção. Aguiar conta que emprega
sempre com muito carinho e respeito
seus colaboradores. “Não consigo demitir nenhum funcionário: dou folga,
crio banco de horas, faço tudo, mas
não demito. Porque quando eu demito, eu acho que estou demitindo uma
família”, resume Aguiar.
Durante sua vida, Carlos Aguiar
carrega um lema: “Quem não nasceu
para servir, não serve para viver. E eu,
eu quero servir. Eu vim com um propósito, que é o de servir. O que mais
me encanta é ser visto como uma
pessoa de caráter, ético, verdadeiro,
honesto e servidor. Quando resolvi me
dedidar ao radioamadorismo, meu
intuito era o de servir. Em uma época
em que não existia internet, Whatsapp,
em situações de calamidades, resolvia
os problemas”, explica.
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Revista Fecomércio DF 43
economia
Bebidas made in Brasília
//Por Liliam Rezende
Fotos: Joel Rodrigues
Da cachaça, da cerveja e do vinho, passando pelo suco natural –
conheça as melhores bebidas produzidas na cidade
O
mercado de bebidas artesanais vem ganhando espaço
no Distrito Federal. Na verdade, a produção dessas bebidas
muitas vezes era apenas um hobby
para seus idealizadores. Mas com
investimentos e vontade de empreender, esse segmento está crescendo nacionalmente. Existem bebidas
para todos os gostos que são preparadas no Cerrado: cachaça, vinho,
cerveja artesanal e sucos especiais.
Marcelo de Souza:
“Temos no Cerrado as
mesmas condições climáticas
se comparadas ao verão
mediterrâneo”
44 Revista Fecomércio DF
VINHO
Há poucos anos seria impossível
pensar na produção de vinhos finos
no Cerrado, mas com uma paixão de
longa data por essa bebida, o médico otorrinolaringologista, Marcelo
de Souza, decidiu inovar e implantar
um vinhedo que produziu os primeiros vinhos nesse tipo de solo. Tudo
começou em 2004 e a experiência
foi tão bem-sucedida que, logo na
primeira colheita comercial da safra, em 2010, o Banderas, um dos
rótulos produzidos - predominância
da uva barbera (85%) com 10% de
tempranillo e 5% de sangiovese - foi
apontado em 2012 como um dos 100
melhores vinhos tintos do mundo
por uma publicação especializada
em gastronomia. Outro rótulo da vinícula, o Intrépido - predominância
de syrah (87%) com 13% de tempranillo - também é bem avaliado por
especialistas.
A cerca de 100km de Brasília, na
parte leste de Goiás, Marcelo, que
mora e trabalha em Brasília, garan-
te ter encontrado na região as condições ideais para a produção de uvas.
Hoje, a área do plantio é dividida em
três setores, que produzem uvas do
tipo syrah, barbera e tempranillo.
“Temos as mesmas condições climáticas de regiões produtoras, com
temperaturas semelhantes às do
verão mediterrâneo. O Cerrado de
altitude tem dias secos e quentes e
noites frias, como nos países produtores de vinho. Temos o potencial
climático para uma grande uva e,
logo, um grande vinho”, destaca.
Desde 2004, quando comprou a
fazenda, Marcelo calcula que já investiu mais de R$ 1,6 milhão no empreendimento, dos quais R$ 100 mil
destinados à implantação das uvas
por hectare e R$ 300 mil investidos
nos equipamentos da vinícola, fora
a aquisição da fazenda. Recentemente, adquiriu mais dois hectares
de terra e fechou com um parceiro
que vai investir em mais dois para
aumentar a produção. Mas o maior
negócio está para ser finalizado e
essa expansão deve chegar a 33
hectares. “Com essa compra de
terras esperamos produzir o dobro
de garrafas em um curto prazo. Já
em médio prazo, a expectativa é de
aumentar em quase quatro vezes
nossa produtividade”. O empresário também instalou uma estrutura para receber turistas ao lado do
vinhedo, com degustação e almoço
harmomizado, ao custo de R$ 150
por pessoa.
Depois de colher as dez toneladas da uva por safra, a fruta é levada
para um galpão de produção e passa pelo processo de fermentação
e maturação em tanques de inox.
O período para atingir um vinho de
qualidade é longo. Da colheita até o
engarrafamento da bebida, o procedimento leva até dois anos. Mas a
espera compensa e o sucesso comercial se traduz em números. A
produção chegou a quatro mil garrafas da safra de 2014, das marcas
Banderas e Intrépido, comercializadas a R$ 100.
Porém, Marcelo ressalta que
para esse segmento se desenvolver no Centro-Oeste é necessário
apoio governamental. “Temos urgência em uma maior conexão com
governo, para o crescimento desse
setor ser viabilizado.” O produtor
usa como comparativo os números
do Rio Grande do Sul, onde quatro
mil hectares de terra são responsáveis por 20% da produção de vinhos
do Brasil. “Existe uma quantidade
enorme de terras ociosas no DF e se
o governo destinasse parte dessas
áreas para a enocultura, os ganhos
com emprego e renda seriam enormes. Em 10 anos evoluímos muito
em relação ao manejo e conseguimos um grande sucesso técnico, em
termos de qualidade, tornando esse
projeto uma realidade que pode ser
multiplicada ”, conclui.
No DF, é possível encontrar os
vinhos de Marcelo em algumas adegas especializadas ou em alguns
restaurantes da cidade. A empresa
também faz entregas em casa, com
venda mínima.
CACHAÇA
Apaixonado por gastronomia e
boas bebidas, o advogado Eduardo
Moreth se converteu em empresário para criar uma cachaça de qualidade superior e com design arrojado, que leva o nome de Authoral.
Em 2006, fez um MBA na Fundação
Dom Cabral cuja pesquisa foi alambicagem e exportação de cachaça de
alta qualidade para a Europa. Já em
Eduardo Moreth:
processo de produção
cauteloso
2013, resolveu aprofundar seu conhecimento sobre o universo da cachaça. “Descobri que os processos
industriais de produção eram muito
ruins e mesmo os artesanais ainda
eram muito rústicos e careciam de
refinamento. Foi aí que comecei a
elaborar uma bebida diferenciada
que pode estar presente nas melhores mesas do mundo gastronômico”, revela o empreendedor.
Produzida de forma sustentável
em uma residência no Park Way, a
cachaça Authoral foi lançada como
a primeira cachaça premium do
País a usar o conceito de home distilling. Do início ao fim, a elaboração
das cinco mil garrafas da Authoral é
realizada de forma artesanal. Da escolha de uma cana adequada ao clima de Brasília, passando pelo plantio manual até a seleção das partes
boas e única prensa a frio, o processo de produção cauteloso com a
qualidade do sabor final é acompanhado de perto pelo produtor.
As canas são colhidas uma a
uma, em seu ponto máximo de maturação. Depois, são lavadas manualmente e processadas em até
economia
Alexandre Xerxenevsky:
é importante degustar para
aperfeiçoar o paladar
3 horas após a colheita. Por fim, o
caldo é obtido a partir da primeira
prensa a frio. A cuidadosa fermentação mescla leveduras selecionadas
para preservar o terroir e o envelhecimento do destilado ocorre em
barris de carvalho francês, carvalho
americano, bálsamo e cerejeira pelo
sistema de “solera”, a mais de 1.000
metros de altitude, o que favorece a
interação com a madeira.
Segundo Eduardo, todo esse
processo merecia uma embalagem
à altura. “O produto é finalizado com
garrafas importadas da França, que
receberam um rótulo ilustrado com
uma rosa dos ventos, e rolhas colocadas manualmente”. Já a identidade visual foi criada por Aliki Pappas,
conceituada design de Brasília.
O produto já foi avaliado com
nota máxima pelo laboratório do
Doutorado em cachaça da Universidade de São Paulo e ficou em
primeiro lugar em um concurso de
blends do Instituto Cana Brasil. A
bebida está sendo comercializada
ao custo de R$ 215 a unidade e pode
ser adquirida pela internet, no site
www.authoralcachaca.com.br.
CERVEJA
O mercado de cervejas artesanais deslanchou no Brasil nos últimos dez anos e se firmou como
tendência há mais ou menos quatro
anos, com um crescimento de 20%
a 30% ao ano e faturamento anual
de aproximadamente R$ 2 bilhões,
segundo a Associação Brasileira de
Microcervejarias (Abracerva).
A produção de cervejas artesa46 Revista Fecomércio DF
nal não é uma atividade exatamente
nova, mas, nos últimos anos, o interesse pela prática - e, principalmente, a degustação da bebida - cresceu
consideravelmente no DF. O preço
não é dos mais baixos. Uma garrafa com 350ml pode custar entre R$
10 e R$ 180, dependendo de onde
a bebida é fabricada. Por isso, em
Brasília, o público que procura pelo
produto é considerado de média e
alta renda.
Referência nesse mercado, a
Microcervejaria X foi idealizada por
Alexandre Xerxenevsky, de 43 anos.
Um dos rótulos produzidos por ele,
a Angel Triple, foi a cerveja ganhadora do II Concurso Acerva Paulista
2011. Já outro rótulo produzido pelo
cervejeiro, a Oberkorn, levou a taça
em 2014.
Alexandre conta que é importante degustar para aperfeiçoar o
paladar: depois de realizar muita
leitura especializada, começou a
própria produção, em 2010, com
investimento inicial de R$ 1.500.
Nessa época, os conhecimentos de
cervejeiro vieram de forma autodidata. Após dois anos de produção
caseira, ele fez um curso de técnico
cervejeiro na renomada Siebel, em
Chicago (EUA), e depois, um cur-
so de microbiologia cervejeira, na
mesma instituição, com sede em
Montreal (Canadá). “Eu já conhecia
o processo, mas não sabia ao certo
o que fazer. Depois fiz cursos e me
aperfeiçoei”, conta.
A fabricação da Microcervejaria
X hoje é realizada em Goiânia. O empresário considera o alto custo de
insumos importados (malte e lúpulo) a maior dificuldade na produção.
A situação piorou com a alta do dólar. Em geral, a tributação é menor
em outras unidades da federação,
por isso o processo de terceirizar a
produção é intitulado de cervejaria
cigana. “Os impostos no DF dificultam a presença de microcervejarias.
Hoje, os empreendimentos do ramo
pagam a mesma carga de impostos
das grandes marcas, por isso o conceito de cervejeiro cigano é considerado mais barato e cada vez mais
comum”. Atualmente, a Microcervejaria X produz uma média de cinco
mil litros por mês, o que corresponde a 8.330 garrafas, de 600ml.
Com um bom desempenho em
vendas e seus rótulos se destacandos no mercado, a Microcervejaria
X vai inaugurar em dezembro seu
e-commerce. Hoje é possível encontrar os rótulos em casas espe-
cializadas e na Super Adega, pelo
valor médio de R$ 27. “As vendas
pela internet vão servir como um
ensaio. De acordo com a demanda
vamos aumentando nossa produção, mas o principal objetivo é que
nossas cervejas sejam nacionalmente conhecidas”, conclui.
SUCO
A ideia inicial do empresário
Diniz Raposo, com seu sócio, Alex
Mattos, era eleger uma nova área
de atuação, na qual pudessem trabalhar com algo com que se identificassem. Adeptos de esportes ao ar
livre, pensaram em algo que pudesse aliar sabor e saúde. “Após uma
série de pesquisas no Brasil e no
exterior, surgiu a linha de sucos Calango Juice, com elementos 100%
naturais de Brasília”, destaca Diniz.
A marca traz, a princípio, nove
sabores diferentes, de 500ml, além
da produção de suco de laranja e
água de coco pausteurizados, na
versão 250ml. Os sucos são produzidos de ingredientes adquiridos integralmente de produtores do Distrito
Federal, de forma a contribuir com a
geração de renda na cidade. O centro de produção de sucos artesanais
está instalado na Vila Planalto e todo
processo de produção e distribuição
conta com oito funcionários. A empresa partiu de um capital inicial de
R$100 mil e hoje a capacidade média é de 120 litros por dia, cerca de
3.600 litros por mês.
A empresa contou com a consultoria de uma equipe de nutricionistas, que atuaram no controle de
qualidade do produto final. A proposta é que os sucos sejam consumidos
como complemento à alimentação,
estimulando o metabolismo e a reposição energética depois da prática de exercícios. “O suco prensado
a frio mantém as enzimas vivas e
preserva mais vitaminas e nutrientes, já que deve ser consumido em
até 48 horas. O grande ganho, con-
tudo, é no sabor do produto final.
Não há uma diferença de qualidade
tão grande entre o suco prensado a
frio e o feito no liquidificador - como
muitos defendem, mas, há uma diferença de sabor e textura, que nos
diferencia”, explica Diniz.
Os sucos já estão sendo vendidos pelo site juice.calangosoul.com
OS SABORES
CALANGO JUICE
Se Joga
abacaxi, couve, gengibre,
hortelã e laranja
Relaxa
laranja, maçã e canela
Recupera
beterraba, maracujá,
maçã, e laranja
Força
abacaxi, espinafre,
hortelã e laranja
Partiu
laranja, cenoura, lima da
Pérsia, hortelã, maçã
Curte
canela, gengibre,
maçã, maracujá e uva
Refresca
laranja e maracujá
Relaxa
laranja, maçã e canela
Descubra
suco supresa, sabor do dia
Diniz Raposo,
investiu em pesquisa para
produzir suco natural
e em lanchonetes, cafés, restaurantes, academias e spas parceiros.
Os valores variam de R$ 10 a R$ 18.
O campeão de vendas é o suco Recupera (R$ 12), cuja composição é
10,81% de beterraba, 8,11% de maracujá, 27,03% de maçã e 54,05% de
laranja.
Com a onda dos Food Trucks,
uma Range Rover foi totalmente
customizada para garantir a presença da Calango Juice em eventos
esportivos e gastronômicos de Brasília. Mais que um ponto de vendas,
o Juice Truck estimula o encontro e
convívio de atletas, com boa música
e alto astral. Segundo Diniz, o diferecial dessa estratégia é que o carro
pode chegar a qualquer lugar. “Recentemente fomos até a Chapada
dos Veadeiros com ele e no final do
ano temos planos de levá-lo à Barra
Grande, na Bahia, em uma aventura
offroad”.
economia
Indicadores
do comércio
//Por José Eustáquio Moreira de Carvalho
E
m outubro, o cenário econômico e o político continuaram como entraves nas
expectativas dos empresários. Sem dúvida, as expectativas
das medidas de ajustes sejam de
gastos, aumentos de impostos e
volume de investimentos, ficaram
para o próximo ano. Mesmo com
as greves de servidores do GDF,
não se esperam reajustes nos salários dos servidores públicos, o
que reduz a injeção de recursos
na economia do DF. O poder de
compra do consumidor de Brasília
continua reduzido, com tendência
a se agravar, especialmente em
decorrência do aumento do desemprego.
O endividamento, a inadimplência e a possibilidade do “ca-
PEIC - Endividamento e Inadimplência das Famílias Distrito Federal
Outubro
Setembro
Inadimplência
Dívida Total
48 Revista Fecomércio DF
Outubro 2015
Agosto
87,8
88,0
87,76
Cartão de Crédito
Dívida impágavel
lote” apresentaram leve queda. A
intenção de consumo das famílias
teve queda acentuada no semestre. A confiança dos empresários
apresentou expressiva redução
em todos os indicadores, especialmente em relação às expectativas
do setor.
Houve pequena redução no nível de endividamento das famílias
em Brasília (77,9% em outubro
contra 79,3% em setembro). Mas,
como vem ocorrendo há algum
tempo, superou o nível nacional
(62,1%) em cerca de 17 pontos percentuais. A taxa de inadimplência
atingiu 12,7%, apresentando elevação de 0,6 ponto percentual em
relação a setembro. A dívida impagável ficou estanque em 0,3 ponto
percentual.
0,3
0,3
0,5
12,7
12,1
12,5
77,9
79,3
81,5
Fonte: CNC
A tendência de queda no ICF voltou a ocorrer no trimestre, depois de leve elevação no trimestre anterior.
Em relação ao mês de setembro, o indicador global
caiu 5,1 pontos. Houve queda expressiva nas famílias
de renda maior que 10 salários mínimos (7,3 pontos).
ICF - Intenção de Consumo das
Famílias Distrito Federal
Outubro
Setembro
Outubro 2015
Agosto
98,6
105,9
101,4
Mais de
10 SM
82,4
86,5
86,4
Até
10 SM
As taxas de juros nominais, praticadas no mês de
outubro, continuam em escalada de crescimento, com
sinais de piora.
Na comparação de outubro em relação a setembro,
não houve alterações significativas em relação aos juros
cobrados da Pessoa Jurídica. No crédito à Pessoa Física
continuam absurdamente elevadas as taxas do Cheque
Especial que, de 222,16% em setembro, subiram para
226,39% em outubro e do Cartão de Crédito, que se elevaram de 361,40% em setembro, para 368,27% em outubro.
Taxas de Juros Pessoa Jurídica
Conta garantida
87,5
92,6
91,1
Desconto de
duplicatas
Outubro
41,09%
34,17%
SM: Salário-Mínimo
Fonte: CNC
Setembro
40,76%
33,55%
O ICEC/DF em outubro apresentou elevação de 2,4
pontos no índice geral, em relação ao mês de setembro.
Destacam-se: elevação de 5,6 pontos nas expectativas
para o setor, 0,8 ponto no volume de investimentos e 0,9
ponto no indicador relativo às condições da economia.
Agosto
Geral
ICEC - Índice de Confiança do
Empresário do Comércio DF
Outubro
Indicadores
investimento
Setembro
Geral
Fonte: CNC
40,43%
32,99%
Capital
de giro
127,76%
125,98%
124,93%
Fonte: ANEFAC
Taxas de Juros Pessoa Física
Outubro 2015
Outubro 2015
Outubro
Agosto
Empréstimo
pessoal
bancos
127,7
122,1
124,1
47,5
46,6
46,6
87,0
84,6
86,2
Setembro
CDC
automóveis
64,59%
63,84%
62,90%
30,15%
28,84%
28,93%
226,39%
222,16%
218,67%
Cheque
Especial
368,27%
361,40%
350,79%
Cartão de
Crédito
Juros do
Comércio
Agosto
149,03%
146,28%
144,09%
Empréstimo
pessoal
financeiras
85,8
85,0
87,8
Indicadores
das expectativas
Indicadores das
condições
atuais
Setembro 2015
86,90%
86,26%
85,84%
Fonte: ANEFAC
Revista Fecomércio DF 49
aconteceu
Senac realizou 2ª edição
do Prêmio Excelência
//Por Sílvia Melo
Foto: Joel Rodrigues
Alunos de seis ocupações
e duas unidades se
destacaram na premiação
O Senac premiou, em novembro, os alunos e unidades que se
destacaram na 2ª Edição do Projeto
Educacional Prêmio Excelência
Senac-DF. Realizado durante todo
o ano, o Prêmio Excelência é um
projeto pedagógico de iniciativa do
Departamento Regional do DF com
o objetivo de desenvolver perfis
profissionais compatíveis com a
qualidade exigida pelo mundo do
trabalho e da cidadania, nos níveis
e modalidades oferecidas pelo
Senac. Nesta edição, foram contemplados os alunos que tiveram
o melhor desempenho na competição por ocupação, a unidade que
conseguiu o maior índice técnico
na competição entre os alunos e a
unidade que se destacou nas propostas de integração. A cerimônia
de encerramento foi realizada, no
dia 26, no auditório da unidade da
903 Sul e contou com a presença do
presidente do Senac-DF, Adelmir
Santana; do diretor regional, Luiz
Otávio da Justa Neves; alunos e
servidores do Senac.
Em seu discurso, o presidente
destacou que a repercussão após
a primeira edição do Prêmio Excelência Senac teve um caráter motivador para os alunos, instrutores,
professores e dirigentes da instituição. “Cria-se um sentimento saudável de competição e ao mesmo
Mais informações
50 Revista Fecomércio DF
tempo serve como integração entre
todos nós”, afirmou Adelmir, lembrando da apresentação de dança
realizada por cinco jovens na abertura da cerimônia. “Tivemos aqui
uma apresentação belíssima, destacando os movimentos, que estão
muito ligados às nossas afeições,
escolhas, futuro, conquistas e capacidade inovadora. Essas eram as
frases que estavam nas camisetas
das pessoas que se apresentaram
e que retratam o objetivo do Senac,
que é estimular uma boa escolha
por parte dos nossos alunos, instrutores e dirigentes”, destacou o
presidente.
Ele ressaltou ainda que o Senac
proporciona isso por meio dos seus
cursos continuados, que podem começar com os de pequena duração,
passando pelos de média duração,
técnicos, superiores e até pós-graduação. “Essas são as escolhas disponíveis para traçarmos um futuro
brilhante, para evoluirmos do ponto
de vista profissional e da formação,
com conquistas e inovação. O mercado é exigente para todos nós”, disse.
@senacdf
/senacdistritofederal
Após o discurso do presidente,
o diretor regional do Senac, Luiz
Otávio da Justa Neves, deu início
à entrega das premiações, que foi
dividida por categorias em que os
três primeiros colocados em cada
curso receberam certificado de
excelência e medalha. Os alunos
classificados em 4º lugar receberam certificados de participação.
Na categoria Integração, o melhor
Projeto Integrador foi o da unidade
do Gama, na qual os alunos desenvolveram um aplicativo que acompanha o desempenho dos estudantes dos cursos de Aprendizagem.
Na categoria Maior Índice Técnico, o prêmio foi para a unidade da
903 Sul, com o curso Técnico em
Enfermagem. Entre os alunos, os
medalhistas de ouro foram: Wesley
Pereira da Silva (Confeiteiro); Keni
Costa Matos (Técnico em Enfermagem); Antonio Leonardo Moura da
Silva (Garçom); Ingrid Santana Silva
(Técnico em Nutrição e Dietética);
Katerine Alencar (Cabeleireiro); e
Ricarla Nobre (Técnico em Design
de Interiores).
www.senacdf.com.br
biblioteca
Saber ao alcance de todos
//Por Liliam Rezende
Foto: Joel Rodrigues
Unidade da 504 Sul reinaugura novo espaço, bem
equipado e com oito mil livros
C
om uma rede espalhada em
todos os estados brasileiros,
o Sesc constrói bibliotecas
para multiplicar e despertar o gosto
pela leitura. Em grandes capitais ou
em pequenos bairros, as bibliotecas
do Sesc têm a função de oferecer
conteúdo variado e de boa qualidade, sobre os mais diferentes temas.
E, claro, desempenham o papel de
informar e auxiliar na formação dos
cidadãos.
Fechada em 2013 para reforma, e
entregue em outubro de 2015, agora
a unidade do Sesc na 504 Sul conta
com uma biblioteca ampla, moderna
e equipada. Com um vasto acervo,
que antes continha cinco mil livros,
agora tem oito mil exemplares, e
está preparada para receber toda a
comunidade.
Com a reinauguração do espaço
na 504 Sul, passam a ser oferecidos
serviços como: consulta local, empréstimo de livros, revistas, periódicos, e acesso à internet. A biblioteca
possui um profissional especializado, com formação em Biblioteconomia, além de um espaço especial
para crianças.
De acordo com Cristina Nogueira, gerente do Sesc 504 Sul, a procura pelo ambiente já cresceu. “A Biblioteca propicia um local adequado
para as pessoas lerem. E esse é o
objetivo do Sesc, atender ao comerciário e à comunidade com excelência”, destaca.
Atualizado periodicamente, o
acervo do Sesc é escolhido para
oferecer conteúdos variados aos leitores. Nas bibliotecas há literatura
brasileira e estrangeira para jovens
e adultos, periódicos como jornais e
revistas, entre outros. Todos os anos,
elas recebem ainda os contos e romances vencedores do Prêmio Sesc
de Literatura.
Outro destaque é a nova gibiteca,
dentro da biblioteca. O espaço recebe
crianças, jovens e adultos para lerem
gibis variados, desde A Turma da Mônica até os super-heróis da Marvel.
Lá, o acervo possui três mil revistas.
Para quem está focado nos estudos, o ambiente é uma boa opção,
com 60 lugares para as pessoas usufruírem. “A Biblioteca Demonstrativa
está fechada e agora com a nossa
reforma, o Sesc está suprindo essa
carência de bibliotecas na Asa Sul”,
conclui Cristina.
Quem gosta de pesquisar, pode
ainda utilizar uma das quatro cabines com computadores conectados
à internet. A biblioteca funciona de
segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
@sescdf
/sescdistritofederal
www.sescdf.com.br
Revista Fecomércio DF 51
caso de sucesso
Do desemprego ao próprio negócio
//Por Sílvia Melo
Foto: Joel Rodrigues
Empresária
começou com a
venda de bolos em
uma faculdade e
montou seu negócio
após curso no Senac
A brasiliense Tatiana Fonseca Leite, de 35
anos, deu início à carreira na área de confeitaria
há oito anos, quando ficou desempregada e decidiu fazer bolos-bombom para ajudar a complementar a renda. Ela produzia e a irmã vendia em
uma faculdade de Taguatinga. A paixão pela área
fez com que buscasse profissionalização. Sem
condições financeiras de pagar um curso, conseguiu uma bolsa de estudos no Senac-DF e fez
o curso de Confeiteiro. Um ano depois, fez o de
Confeitaria Francesa no Senac Nacional. Há dois
anos é proprietária da empresa Tati Leite Bolos e
Doces, localizada no Gama.
Casada, mãe de dois filhos e grávida do terceiro, Tatiana está realizada profissionalmente,
pois além de trabalhar com o que gosta, está
sempre perto dos filhos. “Construí uma cozinha
industrial ao lado de casa porque não queria perder o convívio com os meus filhos. Hoje consigo
fazer as duas coisas ao mesmo tempo”, afirma,
lembrando que o Senac forneceu subsídios para
começar tudo que conquistou. “O curso foi ótimo
porque me deu uma base que eu nunca tinha tido
52 Revista Fecomércio DF
em relação à confeitaria. Fazia o que achava que
era certo. Quando fiz o curso, aprendi muito. Foi
um grande passo”, destaca.
SOBRE O CURSO
O curso de Confeiteiro possui carga horária
de 300h e é oferecido pela Unidade de Gastronomia do Senac-DF, localizada no Setor Comercial
Sul. As próximas turmas serão realizadas de 11
de janeiro a 3 de maio de 2016, nos períodos matutino, vespertino e noturno. O aluno aprenderá
produzir e confeitar bolos, tortas, biscoitos finos,
chocolates especiais, folhados, massas e doces.
Para participar é preciso ter idade mínima de
18 anos e Ensino Fundamental completo. Mais
informações: 3313-8877.
Mais informações
@senacdf
/senacdistritofederal
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planos na SUSEP não implica, por parte da Autarquia, incentivo ou recomendação à sua comercialização. SAC: 0800 570
7042 – SAC Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800 775 5045 - atendimento 24 horas, sete dias da semana. A Ouvidoria poderá
ser acionada para atuar na defesa dos direitos dos consumidores, para prevenir, esclarecer e solucionar conflitos não
atendidos pelos canais de atendimento habituais. Ouvidoria: 0800 775 2345 - Ouvidoria Deficiente Auditivo ou de Fala: 0800
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artigo direito no trabalho
Insegurança jurídica por
alteração de súmulas do TST
54 Revista Fecomércio DF
mentos das empresas durante esse
período, esse erro foi da Justiça, e
não das empresas. Sendo necessário
que as empresas tenham um prazo
para se adaptarem à nova interpretação, tendo em vista os elevados efeitos financeiros da mudança.
Além da mudança de interpretação acarretar uma alteração do status quo existente sem a modulação
dos efeitos da súmula, foi criado um
passivo retroativo a cinco anos. O valor do custo é repassado para os produtos e serviços, o que só pode ser
feito a partir da existência desses,
agora quando se cria uma súmula
com efeitos econômicos, sem modulação dos efeitos, o valor da mão de
obra é alterado de forma retroativa,
sem que as empresas possam passar isso para os seus preços, criando uma situação absurda, que tem
acontecido na Justiça com a criação
e/ou modificação de súmulas, com
efeitos financeiros retroativos.
Por isso é premente a necessidade da modulação dos efeitos das decisões que editam súmulas no TST,
quando essas têm efeito econômico:
no caso da insalubridade, as empresas passarão a ter uma dívida retroativa a cinco anos no percentual de
40% sobre o salário de todos os seus
empregados. Há ainda uma contradição no ato do TST com o que prevê
o § 17º do art. 896-c da Consolidação
das Leis do Trabalho, que deixa claro que as decisões com repercussão
econômica devem primar pela segu-
Lirian Sousa Soares Cavalhero
consultora jurídica
da Fecomércio-DF e da Ope
Legis Consultoria Empresarial
rança jurídica, o que não tem ocorrido
quando das edições das súmulas do
TST, cabendo transcrever o texto da
lei: § 17. Caberá revisão da decisão
firmada em julgamento de recursos
repetitivos quando se alterar a situação econômica, social ou jurídica,
caso em que será respeitada a segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior,
podendo o TST modular os efeitos da
decisão que a tenha alterado. Os pagamentos criados a partir da edição
da súmula têm como ser incorporados em seus preços, mas o passivo
de cinco anos criado não tem como
ser administrado. Conclui-se pela
necessidade imediata que o TST module suas decisões de modificação
ou criação de súmulas com reflexos
econômicos nas relações de trabalho
para que sua vigência somente se dê
a partir da publicação dessa, e não de
forma retroativa.
Raphael Carmona
Em maio de 2014 foi publicada a
Resolução 194/2014 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), com 11 novas Súmulas, cujo objeto de análise
e reflexão será o inciso II da Súmula
448 com o seguinte teor: “II - A higienização de instalações sanitárias
de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta
de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios,
enseja o pagamento de adicional
de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo
14 da NR-15 da Portaria do MTE nº
3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano”.
Ocorre que durante anos, o TST
previu que não era devida a insalubridade na coleta de lixo de banheiro
de residência e escritórios, nesse
caso a limpeza de banheiros e coleta de lixo nos quartos dos hotéis,
por terem caráter residencial, bem
como de banheiros de edificios públicos ou privados por serem escritórios, não eram consideradas
insalubres, não sendo devido o pagamento de insalubridade.
Revendo sua interpretação, que
muda com a nova súmula, sem adentrar na impertinência de equiparar
coletivo com público, criou parcela
antes inexistente para as empresas,
com efeito econômico nas relações
de trabalho, sem modulação, o que
beira o absurdo, uma vez que o custo
não existia à época da prestação do
serviço, portanto, não fazia parte do
preço do bem ou serviço.
Os julgadores, quando editam
súmulas ou as modificam, precisam
ter consciência do efeito econômico
dessas decisões nas relações de trabalho. E se o Tribunal interpretou de
uma forma e mudou seu posicionamento, que gerou o erro nos recolhi-
empresário do mês
Herói da
resistência
//Por Daniel Alcântara
Foto: Joel Rodrigues
Proprietário da Cia do Vídeo no Guará,
Dennys Nery mantém uma das poucas
locadoras da cidade
Há 23 anos no mercado de locadoras de filmes, o empresário Dennys Nery, da Cia do Vídeo, superou trancos e
barrancos para manter seu empreendimento na ativa. De
lá para cá, o movimento e o comércio se transformaram,
as mercadorias mudaram, novas tecnologias apareceram
e o público, de certa forma, foi perdendo o interesse pelas
locadoras. Mas, isso não foi o suficiente para tirar Dennys
do mercado. Segundo ele, o segmento de vídeo sempre
oscilou muito e, para manter o negócio funcionando, é
preciso estudar, ler e se adequar às novas realidades.
Dennys começou o empreendimento com seu irmão
Dayson Nery, em 1992, com uma loja localizada na
QE 26, do Guará II. Em 1998, no ápice das locadoras,
eles chegaram a ter três pontos no Guará. Hoje, eles
mantêm uma loja na QI 25, a última locadora da região.
“Tudo começou pela paixão por filmes, aliada ao desejo
da família em montar um negócio. Em 1990 achamos
uma loja para vender em Goiânia. Fomos até lá e fechamos a compra e trouxemos o estabelecimento para o
DF. Na época era um bom negócio, porém o setor mudou muito”, ressalta Dennys.
No entendimento do empresário, atualmente as pessoas possuem internet, Facebook, Youtube e várias ferramentas de interação, o que não acontecia tempos atrás.
“Antigamente o cliente vinha a minha locadora e pegava
cerca de cinco filmes para assistir com a família no final
de semana todo. A globalização e o fácil acesso à informação exigem mais tempo das pessoas, resultando em uma
nova forma de lazer caseiro, o que provoca certa perda de
interesse pelos filmes”, acredita.
Dennys explica ainda com o fortalecimento de outras
mídias, o segmento de locadoras deve perder, com o passar do tempo, mais espaço no comércio. “Arrisco dizer
que o segmento de locadoras não deve resistir muito tempo. Porém, enquanto for lucrativo, estarei aqui. Acredito
que em um futuro não tão muito distante as locadoras po-
derão se transformar em uma espécie de sebo”, diz Nery.
Com isso, o movimento caiu e nos últimos anos muitas
locadoras fecharam as portas. No Guará II, por exemplo,
havia cerca de 30 locadoras no final dos anos 1990. Atualmente, apenas a Cia do Vídeo ainda funciona. “Quem tinha
um custo elevado pra trabalhar não aguentou. Mercado
de locação sofre com a instabilidade como todo comércio sofre. É preciso avaliar as vendas e investir em outros
produtos como brinquedos, bombons, refrigerantes etc”,
avalia. “Acredito que estamos abertos até hoje por termos
achado um equilíbrio para atender aos clientes. Com a
mudança no setor, visamos à compra de filmes com mais
rentabilidade, atender a um público diferenciado, como as
pessoas que gostam de filme alternativo ou clássico. Isso
é organização, dedicação e ter os pés no chão. Não adianta só reclamar”, afirma.
Revista Fecomércio DF 55
tecnologia
Renato Carvalho
Gerente de Mídias
Sociais & Conteúdo
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Jens Schriver
www.facebook.com/agencia.clicklab
[email protected]
Sócio da ClickLab
Tendências para o e-commerce em 2016.
O ano de 2015, conforme todos esperavam, foi muito difícil
para vários setores da economia. Entre o descontrole da inflação, o aumento do dólar e a diminuição dos empregos formais,
poucos são os negócios que têm algo a comemorar neste
Réveillon. Entre as exceções, encontramos o e-commerce. Caminhando em sentido contrário à crise, a expectativa é que as
lojas virtuais tenham um crescimento de 20% até o final de ano,
segundo a pesquisa Webshoppers, da E-bit. Por esse motivo, e
para terminarmos 2015 de forma positiva, trazemos para vocês
quais são algumas das maiores tendências do e-commerce
para 2016.
A primeira tendência é o fortalecimento ainda maior do
mobile. Em 2015, pela primeira vez na história, percebemos
que as pessoas passaram a utilizar mais os smartphones e
tablets para acessar a internet do que os desktops. Isso faz
com que sites responsivos não sejam apenas uma boa prática
e passem a ser também uma necessidade absoluta. De acordo
com o especialista em e-commerce, Christoph Mayer-Loos, o
processo de muitas compras online começa pelo smartphone
e é concluído nos desktops em um segundo momento. Dessa
forma, é necessário que a primeira experiência do consumidor
seja a melhor possível.
A segunda tendência é a dos blogs vinculados ao e-commerce. Por meio deles, as lojas virtuais podem criar conteúdo
exclusivo para seus clientes, dando dicas de produtos, esclarecendo dúvidas, apresentando novidades e mais. Os blogs são
formas incríveis de não só fidelizar seus clientes como também
20%
expectativa de crescimento do
e-commerce até o final de 2015
de virar referência dentro de seu nicho, cativando uma audiência que já é interessada nos produtos do seu mercado e que
tem um maior potencial de se tornar consumidora.
A terceira tendência é a do Big Data. Em 2016, quanto mais
informações uma empresa conseguir coletar de seus clientes
e analisar, mais munição terá para suas ações promocionais.
Essas informações irão demonstrar tendências de mercado,
definirão o perfil de seus clientes, suas preferências e seus
desejos. Com isso, o empresário poderá segmentar melhor
suas campanhas, atingindo o público certo para o produto que
quer vender.
O ano de 2016 ainda promete ser de grandes desafios para
o Brasil. A expectativa dos especialistas é de uma inflação
próxima dos 6%, com taxas de juros ultrapassando os 12%.
Isso significa que os consumidores, no geral, estarão menos
dispostos a gastar. Caberá a cada empresário criar a melhor
estratégia para seu negócio e, nesta estratégia, todos deverão
considerar o e-commerce com muito carinho. Um feliz natal
para todos vocês, um próspero ano-novo e nos vemos em 2016.
O novo iPhone 7
Você deve ter tomado um susto ao ler o título, mas acalme-se. Como já ocorre há algum tempo, o novo iPhone só deve ser lançado no segundo semestre de
2016. Mas como a coluna deste mês é dedicada às previsões, reunimos algumas
referentes ao futuro telefone da Apple. Rumores que circulam falam de um
smartphone que contará com uma tela de 4.7 polegadas, que ocupará todo o
telefone, eliminando inclusive o já tradicional botão “home”. Uma porta USB-C
(assim como o novo MacBook de 12 polegadas), processador A10, carregamento
wireless, bateria com maior duração, 2-3 Gb de RAM e tecnologia de toque 3D.
Outro rumor que ganhou bastante força é que o telefone será à prova d’água. Estamos ansiosos por saber mais detalhes. Valor: Ainda não definido
56 Revista Fecomércio DF
Impressão
3D em alta
em 2016
Com investimentos cada vez mais volumosos, o universo
das impressões 3D tende a crescer em 2016. Atualmente uma
grande variedade de materiais pode ser usada nas máquinas,
incluindo ligas avançadas de níquel, fibra de carbono, vidro,
tinta condutora, eletrônicos, materiais farmacêuticos e biológicos. Isso faz com que as aplicações da impressão 3D possam
ser aproveitadas em diversos setores, como o aeroespacial,
médico, automotivo, de energia e militar. Especialistas apostam em um crescimento anual de 64,1% em carregamentos de
impressoras 3D até 2019. De acordo com estudo realizado pela
Canalys, agência de pesquisa de mercado, pela primeira vez na
história, as vendas de impressora 3D superaram US$ 1 bilhão
em um único trimestre. Um mercado muito promissor, mesmo em um momento de crise como o que estamos passando.
Android de luxo
Para quem quer unir tecnologia e estilo em um único wearable, foi lançado recentemente
um relógio que promete impressionar. O TAG Heuer Connected é uma parceria entre o Google
e a famosa marca de relógios, que trouxe para o mercado um smartwatch Android com todo
o design reverenciado do clássico TAG Heuer Carrera. O relógio tem um processador Intel
(Z34XX), display LCD de 1,5 polegada, 30 horas de bateria e conexão bluetooth com outros aparelhos Android. Seu corpo feito em titânio grau 2 dá a ele uma sensação incrivelmente sólida.
Valor: US$ 1.500
Da TV para
computador
em um stick
Uma união entre a Asus e o Google
irá trazer para nós um novo gadget que
transforma qualquer monitor em um
computador. O Chromebit, aparelho
de apenas 75 gramas que se conecta à
porta HDMI, roda o sistema Chrome OS,
traz um processador RK3288 com GPU
Mali 760, 2GB de RAM e 16Gb de espaço
interno. Além disso, o aparelho se conecta
a teclado e mouse por meio de Bluetooth
4.0 e possui conectividade Wi-Fi 802.11ac.
Ainda não há informações sobre a data de
lançamento do aparelho no Brasil.
Valor: US$ 75.
1860:
ano de
fundação
da TAG
Heuer
Revista Fecomércio DF 57
vitrine
Taís Rocha
Jornalista,
editora-chefe
da Revista
Fecomércio
Havanna
em Brasília
58 Revista
(61) 3038-7525
Mais que tênis
A marca argentina
de alfajor
Havanna acaba
de desembarcar
em Brasília. O
primeiro local a
abrir um quiosque foi o Iguatemi Shopping (Tel.:
3577-5215), no último dia 17. De acordo com Pedro
Hott, proprietário de quatro das cinco franquias
a serem abertas na cidade, até do final do ano,
serão ao todo cinco pontos (Terraço Shopping,
Parkshopping, Boulevard Shopping e Conjunto
Nacional).
Pronta
para o
verão 2016
[email protected]
Em Brasília há um ano
(ParkShopping, Térreo, 1º piso,
3233-5879), a loja Julia Plus
acaba de lançar sua coleção
Alto Verão 2016. Nas peças,
sobreposições, texturas,
transparências, cores
claras, estampas
alegres e cortes
ousados tomaram
lugar do “pretinho
básico”. Blusas
com detalhes em
renda guipire
são peças
coringa que
funcionam bem
em qualquer
ocasião. Vestidos
longos e bermudas
jeans também
estão nas araras da
marca na próxima
temporada.
Fecomércio DF
Surgida em São Paulo há sete anos, a Kings Sneakers
abriu em Brasília (ParkShopping, 2º Piso, 30362277) sua primeira loja no Centro-Oeste. Com um
conceito de cultura de rua, a loja é especializada
em tênis, bonés e acessórios de grifes como Adidas,
Cavalera, Nike, New Era, além da marca própria, que
é identificada pelo macaquinho com coroa de rei.
Natal iluminado
Uma das novidades do ParkShopping neste ano
foi a instalação de uma gigantesca árvore de
Natal, montada na área externa, em frente à EPIA.
Ela tem 33m de
altura, 800 estrobos,
300 snow falls, 60
canhões de leds,
além de milhares de
metros de mangueira
luminosa de LED e de
luz incandescente. A
programação dos efeitos
de iluminação da árvore
é feita em estúdio com
um simulador em 3D e
o software que controla
o sistema automatizado
é o mesmo usado em
shows de grandes
bandas.
institucional
Instituto Fecomércio
desenvolve ferramenta para
captação de vagas de trabalho
//Por Fabíola Souza
Caminho do Emprego IF tem
como foco atender ao micro e
pequeno empresário do DF
A
partir deste mês o Instituto Fecomércio conta com
mais um serviço em seu quadro de atividades: o
Caminho do Emprego IF. Em parceria com o Sebrae-DF, o programa tem como objetivo a divulgação e captação de vagas de trabalho e cadastro de profissionais. E o
melhor, nesse primeiro momento, os cadastros tanto das
empresas como dos interessados em uma vaga de emprego serão totalmente gratuitos.
De acordo com o presidente do Instituto Fecomércio,
Adelmir Santana, esse é mais um desafio para a instituição,
que já presta um serviço ágil e eficiente nas áreas de estágio e cursos In Company. “O nosso foco é ajudar o micro e
pequeno empresário a conseguir com mais rapidez mão de
obra qualificada, além de beneficiar a economia da nossa
cidade, com geração de emprego e renda”, aponta Adelmir.
COMPETÊNCIA
VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
CRESCIMENTO PROFISSIONAL
INOVAÇÃO
AGILIDADE
CRESCIMENTO
EMPRESARIAL
ÉTICA
PRINCIPAIS PONTOS DO CAMINHO DO EMPREGO IF
A estratégia inovadora elevará a agilidade nos processos de recrutamento e seleção de pessoas com a ajuda
da tecnologia, pois o cadastro é feito por meio da internet,
no portal www.caminhodoempregoif.com.br. “Oferecer a
oportunidade de cadastramento do currículo profissional
e divulgação de vagas de emprego para recrutamento de
pessoas por meio de uma interface amigável com acesso
facilitado à pesquisa por parte das empresas e demais entidades que queiram se beneficiar do banco Caminho do
Emprego IF é o nosso principal propósito”, ressalta a diretora-executiva do IF, Elizabet Campos.
Mais informações
@if_df
/institutofecomerciodf
institutofecomerciodf.com.br
Revista Fecomércio DF 59
sindicatos
Driblando
a crise com
glamour
A
//Por Daniel Alcântara
Foto: Raphael Carmona
Em ano com economia difícil, Sindicato
dos Salões aposta nas festas de fim de
ano para sair do vermelho
s vendas não foram animadoras para o setor de cabeleireiros do Distrito Federal no decorrer de 2015. De acordo com o Sindicato dos Salões
de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais Autônomos na Área de Beleza e Institutos de Beleza para Homens e Senhoras (Sincaab-DF), várias lojas
fecharam as portas em algumas regiões da cidade, como no Guará, Taguatinga
e no Plano Piloto. Entretanto, as festas de fim de ano e as formaturas escolares
podem dar uma engordada no caixa dos empresários do segmento. É o que
aposta a presidente do sindicato, Elaine Furtado. De acordo com ela, a expectativa é de incremento em torno de 10% no período.
Com o aumento da procura, é importante que os lojistas se preparem para
aproveitar o bom momento. Planejamento deve ser a palavra de ordem, no entendimento da presidente do Sincaab, Elaine Furtado. “Durante o ano, os empresários que não se adequaram para enfrentar a crise e não se organizaram
acabaram sendo penalizados”, diz Elaine. “Mesmo em contenção de gastos
acredito que as pessoas querem passar as festas bonitas, com um corte renovado e as unhas feitas. Porém, para aproveitar o momento, os empresários têm
que demonstrar sucesso, independentemente da crise, para atrair a clientela.
Se eu for a cara da recessão econômica, o cliente nem entrará na minha loja,
porque ele quer ver se sua empresa está bem”, explica.
60 Revista Fecomércio DF
Apesar do aumento na procura
no período do final do ano, Elaine se
mostra cautelosa e afirma que não
será igual aos outros anos, quando a
economia do País estava boa. “Com
a alta do dólar, os preços dos produtos, que em sua maioria são importados, subiram, o que causará certa
resistência dos clientes. O ideal seria
manter os valores, mas precisamos
subir, pois o aluguel também subiu. A
tabela tem que girar se não você não
consegue ofertar um serviço de qualidade”, explica a empresária Elaine
Furtado, que está há mais de 19 anos
como empreendedora no setor.
Já em relação às vendas no ano
que vem, o sindicato não se mostra
muito positivo. Segundo Elaine Furtado, Brasília vive uma sequência
de problemas no governo, que acaba atrapalhando o desenvolvimento
econômico local. Aliado a isso, a falta
de diálogo com o setor produtivo não
cria um cenário animador para 2016.
“Brasília vem de uma sequência de
problemas no governo. Tivemos o
Arruda que foi cassado, o Agnelo
que não conseguiu nem chegar ao
segundo turno das eleições e não foi
reeleito, e agora Brasília e a economia estão sofrendo as consequências”, diz Elaine. “Apesar de tudo, o
empresário não pode ficar parado
procurando um culpado pela queda nas vendas. É necessário que o
empreendedor seja um profissional
dentro do negócio dele”, diz. “Para
2016, só espero que as vendas não
piorem”, salienta Elaine.
atendimento bom, de boa qualidade”,
acredita a presidente do Sincaab-DF.
Para suprir essa carência de mão
de obra, o Sincaab estabelece regularmente parcerias com empresas,
entidades e escolas especializadas
em qualificação profissional. Entre
elas está o Senac-DF, que oferece vários cursos na área de beleza
desde 1974, como: penteado, corte e
escova, maquiagem, depilação, manicure, design de sobrancelhas, cabelereiro, entre outros.
A funcionária do Senac-DF, Celina Eurípedis de Faria, do Núcleo de
Produtos e Processos Educacionais,
explica que os cursos têm uma procura alta e, em média, 400h/aula.
“Geralmente, são 25 alunos por curso, a cada três meses começamos
novas turmas”, explica Celina. Segundo ela, o Senac-DF faz parceria
com os empresários para manter o
mercado abastecido de profissionais.
“Temos 30 empresários parceiros.
Assim que o aluno se forma, já o
mandamos para fazer estágio nos
estabelecimentos”, acrescenta. Para
mais informações sobre os cursos
na área de beleza, os interessados
podem ligar para o telefone: 33138877.
O SINDICATO
O Sindicato dos Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais
Autônomos na Área de Beleza e
Institutos de Beleza para Homens
e Senhoras (Sincaab-DF) foi criado
em 1982 com 47 associados, registrando mais de 30 anos de história
na capital da República. Hoje, são
521. Uma das grandes conquistas
da entidade foi o reconhecimento
das profissões a ele ligadas.
No início de 2012, foi sancionada a Lei 12.592, que reconhece
o exercício das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro,
esteticista, manicure, pedicure,
depilador e maquiador. Isso deu
mais credibilidade ao segmento e,
consequentemente, mais apoio e
respeito para o segmento.
FALTA DE MÃO DE OBRA
Para alavancar o negócio, é necessário ter funcionários qualificados
e bem treinados - o que está em falta
no segmento de beleza do DF, gargalo recorrente e reclamação periódica
de empresários. “Faltam profissionais qualificados em todos os níveis,
desde o funcionário que faz a prestação de serviço, como cabeleireiro e
manicure. Também é escasso o profissional que faz atendimento na recepção. É uma carência geral, e essa
situação se agrava em períodos de
economia ruins. O cliente fica naturalmente mais exigente, procura um
Revista Fecomércio DF 61
pesquisa conjuntural
Vendas
em baixa
//Por Fabíola Souza
Apesar de pequeno, o declínio de -0,23%
representa a sétima queda consecutiva para o
comércio neste ano
Maix Abr
Jun x Mai
Julx Jun
Agox Jul
Set x Ago
Out/14
Autopeças e Acessórios
0,42%
4,51%
-2,28%
-3,18%
-6,83%
-36,91%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
-7,64%
1,53%
-1,92%
-2,84%
-2,93%
-20,76%
Calçados
-3,94%
-2,78%
-5,89%
3,83%
4,25%
-12,69%
Farmácia e Perfumaria
0,50%
0,50%
-3,50%
-1,06%
0,86%
-15,73%
Floricultura
1,48%
-2,16%
-15,77%
-5,58%
-10,14%
-10,64%
Informática
-0,57%
0,62%
-2,05%
-0,63%
-2,51%
-12,10%
Livraria e Papelaria
-0,79%
-0,20%
-0,60%
-0,38%
-7,59%
-18,28%
Lojas de Utilidades Domésticas
-3,26%
4,12%
9,46%
-13,61%
-0,42%
-13,79%
Material de Construção
-2,68%
-5,95%
-2,84%
-0,45%
-4,79%
-27,09%
Desempenho de vendas
Mercado e Mercearia
-1,10%
-2,07%
-3,66%
-0,47%
-2,58%
-19,35%
Móveis e Decoração
16,88%
-7,14%
2,42%
-2,28%
-4,21%
-25,62%
Óticas
7,47%
-2,65%
2,81%
4,88%
-11,09%
-18,54%
Tecidos
5,71%
3,54%
-19,90%
8,53%
-7,24%
8,08%
Vestuário
2,32%
4,14%
-0,73%
1,40%
-12,62%
-10,82%
Total
-0,20%
-0,16%
-2,25%
-1,27%
-3,82%
-20,06%
Academia
0,84%
-11,39%
2,91%
6,52%
-5,54%
-4,57%
Agências de Viagem
-3,88%
-6,92%
26,06%
-2,81%
13,14%
12,03%
Aluguel de Artigos para Festa
-21,88%
1,29%
-2,40%
-9,38%
-6,19%
-15,05%
Autoescola
14,98%
17,14%
-0,28%
-11,87%
-6,24%
30,42%
Casa de Eventos
-6,72%
-8,22%
-14,61%
11,77%
-17,73%
-47,91%
Clínica de Estética
7,40%
1,68%
2,58%
7,60%
-7,82%
-33,51%
Ensino de Idiomas
-5,95%
0,22%
6,56%
-6,80%
-16,05%
-13,84%
Pet Shop
0,18%
0,01%
-4,92%
6,88%
-4,69%
-13,88%
Reparação de Eletroeletrônicos
-13,20%
3,79%
-16,78%
3,32%
-14,29%
-37,88%
Salão de Beleza
-0,60%
2,34%
0,71%
-6,06%
-6,36%
-14,44%
Total
-4,83%
-1,66%
5,82%
-1,23%
-5,96%
-11,27%
Total
-5,11%
-0,45%
-0,40%
-1,26%
Comércio
62 Revista Fecomércio DF
Serviço
4,27%
-18,15%
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
O
comércio brasiliense registrou queda de -0,23%
nas vendas no mês de
outubro na comparação
com setembro. Já o setor de serviços apresentou queda de -0,11%.
Apesar de pequeno, o declínio representa a sétima queda consecutiva para o comércio neste ano. No
acumulado dos últimos 12 meses
(out.2014/ out.2015), comércio e
serviços apresentam, juntos, um
saldo negativo de -18,15%, esse
índice acumulado apresenta piora
nos três últimos meses. É o que
mostra a Pesquisa Conjuntural
de Micro e Pequenas Empresas
do Distrito Federal, realizada pelo
Instituto Fecomércio com apoio do
Sebrae.
De acordo com o presidente da
Fecomércio-DF, Adelmir Santana,
a redução de salário e endividamento das famílias, a dificuldade
de recolocação no mercado, ou
mesmo a deterioração da confiança do consumidor no cenário socioeconômico têm impactado diretamente o setor terciário, gerando
retração nas vendas. “Com esse
-18,15%
O declínio representa a sexta
queda consecutiva para o
comércio neste ano
quadro, infelizmente não se observa mudança de tendência para o fechamento do ano”, aponta Adelmir. “Aliados a esses problemas, também podemos observar como principais fatores da sétima queda seguida nas vendas
os aumentos da taxa básica de juros e a elevação dos impostos. Tudo isso
afugenta cada vez mais os consumidores”, conclui Adelmir.
Em outubro, os segmentos do comércio que registraram crescimento
nas vendas foram: Tecidos (13,49%); Floricultura (8,86%); Autopeças e Acessórios (7,01%); Lojas de Utilidades Domésticas (6,23%); Vestuário (3,39%);
Formas de pagamento // Outubro
Serviçco
100%
Comércio
100%
46,74%
27,04%
38,29%
22,01%
21,28%
12,21%
0,40%
0%
À vista
Cheque
Cartão de
Crédito
Débito
3,21%
1,33%
A prazo
Boleto
10,83%
15,16%
A prazo
Boleto
1,51%
0%
À vista
Cheque
Cartão de
Crédito
Débito
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Revista Fecomércio DF 63
pesquisa conjuntural
Móveis e Decoração (2,67%); Mercado e Mercearia (0,64%); Informática (0,11%). Os segmentos que
apresentaram queda foram: Livraria e Papelaria (-6,05%); Farmácia
e Perfumaria (-3,57%); Bares, Restaurantes e Lanchonetes (-2,59%);
Óticas (-1,86%); Calçados (-1,83%)
e Material de Construção (-1,86%).
No setor de serviços, houve
crescimento nas vendas, em ou-
Nível de emprego
Mai1xAbr
JunxMai
JulxJun
AgoxJul
SetxAgo
OutxSet
Autopeças e Acessórios
-7,60%
0,63%
-2,52%
-9,82%
0,00%
7,01%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
-4,94%
0,52%
-3,78%
1,46%
-1,03%
-2,59%
Calçados
-0,86%
-6,96%
0,00%
-2,80%
-5,56%
-1,83%
Farmácia e Perfumaria
-0,72%
1,09%
5,38%
-4,45%
-1,48%
-3,57%
Floricultura
7,69%
-10,71%
-8,00%
8,33%
4,00%
8,86%
Informática
-10,71%
0,00%
5,41%
-3,85%
-9,46%
0,11%
Livraria e Papelaria
-24,27%
20,27%
-2,02%
1,03%
-5,71%
-6,05%
Lojas de Utilidades Domésticas
11,54%
-6,56%
-3,51%
5,45%
-1,61%
6,23%
Material de Construção
-12,72%
5,96%
3,75%
5,99%
-1,61%
-0,80%
2,02%
1,10%
-2,21%
3,85%
-4,16%
0,64%
Mercado e Mercearia
Móveis e Decoração
1,41%
0,00%
-6,94%
4,62%
-4,48%
2,67%
Óticas
-6,06%
0,00%
9,68%
-17,65%
7,14%
-1,86%
Tecidos
4,17%
0,00%
4,00%
-3,85%
-7,69%
13,49%
Vestuário
2,97%
-1,08%
-3,97%
-1,50%
5,06%
3,39%
Total
-3,41%
0,72%
-1,57%
0,14%
-1,53%
-0,23%
Academia
4,49%
-14,45%
-0,81%
-1,89%
0,73%
3,83%
Agências de Viagem
0,00%
2,04%
-2,99%
-3,23%
7,14%
-17,99%
Aluguel de Artigos para Festa
5,74%
-3,10%
-16,80%
9,52%
-10,26%
9,41%
Autoescola
-4,55%
-9,52%
-15,79%
9,38%
-15,00%
-5,86%
Casa de Eventos
0,00%
0,00%
4,55%
-7,89%
-2,70%
12,29%
Clínica de Estética
-6,67%
2,70%
1,35%
7,50%
-15,58%
1,85%
Ensino de Idiomas
1,33%
-27,63%
19,61%
-7,52%
8,27%
-3,12%
Pet Shop
5,17%
-4,10%
-1,71%
-6,72%
-3,60%
2,76%
Reparação de Eletroeletrônicos
0,93%
-0,92%
-5,56%
6,86%
3,19%
-0,60%
Salão de Beleza
1,05%
-11,11%
15,91%
-2,61%
3,41%
0,92%
Total
2,06%
-9,39%
-0,20%
-0,48%
-1,28%
-0,11%
-1,93%
-2,11%
-1,21%
-0,03%
-1,46%
-0,21%
Total
Comércio
64 Revista Fecomércio DF
tubro, nos segmentos de Casa de
Eventos (12,29%); Aluguel de Artigos Para Festas (9,41%); Academia
(3,83%); Pet Shop (2,76%) e Clínica
de Estética (1,85%); Salão de Beleza (0,92%). Os segmentos de serviços que apresentaram queda nas
vendas foram: Agência de Viagem
(-17,99%); Autoescola (-5,86%); Ensino de Idiomas (-3,12%) e Reparação de Eletroeletrônicos (-0,60%).
Serviço
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Desempenho de vendas
MaixAbr
JunxMai
JulxJun
AgoxJul
SetxAgo
OutxSet
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
0,42%
-1,97%
-0,38%
-2,35%
-4,68%
-4,68%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
-7,64%
3,85%
-6,49%
2,06%
5,70%
5,70%
Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires
e Águas Claras
-3,94%
4,52%
-3,79%
0,97%
-2,88%
-2,88%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
0,50%
3,57%
0,40%
0,64%
-4,60%
-4,60%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
1,48%
-1,86%
-1,38%
-1,14%
-3,50%
-3,50%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
-0,57%
-3,33%
-8,02%
-4,05%
-6,54%
-6,54%
Total
-0,79%
-0,16%
-2,25%
-1,27%
-3,82%
-3,82%
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
-3,26%
-2,16%
15,51%
-1,89%
1,25%
1,25%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
-2,68%
-4,94%
-3,90%
4,92%
-18,93%
-18,93%
Ceilândia, Taguatinga,
Vicente Pires e Águas Claras
-1,10%
0,50%
-8,69%
6,77%
-3,04%
-3,04%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
16,88%
1,47%
-3,17%
-4,15%
-14,13%
-14,13%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
7,47%
-1,18%
-1,10%
-2,31%
-15,59%
-15,59%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
5,71%
-7,22%
8,66%
-6,82%
-10,59%
-10,59%
Total
2,32%
-1,66%
5,82%
-1,23%
-5,96%
-5,96%
Total
-0,20%
-0,45%
-0,40%
-1,26%
-4,27%
-4,27%
Comércio
Serviço
Nível de Emprego
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Mai1x Abr
Junx Mai
Jul x Jun
Agox Jul
Set x Ago
Out15 x
Set15
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
-2,83%
-0,17%
-1,03%
0,09%
-0,35%
-0,17%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
-6,58%
5,19%
4,23%
-6,04%
2,70%
-4,00%
Ceilândia, Taguatinga,
Vicente Pires e Águas Claras
-9,12%
3,00%
1,89%
0,17%
-4,58%
1,79%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
-0,75%
1,14%
-3,01%
7,08%
2,44%
-10,00%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
1,01%
-3,67%
2,41%
-1,68%
-1,39%
4,59%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
0,29%
1,72%
-13,83%
-0,31%
-4,93%
-1,87%
-3,41%
0,72%
-1,57%
0,14%
-1,53%
-0,45%
Total
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
1,08%
-2,08%
-5,05%
1,02%
-0,69%
-1,40%
Candangolândia, Guará e Núcleo
Bandeirante
-1,89%
0,00%
-3,92%
-2,00%
-14,04%
17,02%
Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e
Águas Claras
9,51%
-7,28%
-1,81%
1,23%
-2,91%
-0,32%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
0,85%
-18,49%
12,37%
-1,85%
-8,26%
10,00%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
-3,08%
3,17%
18,46%
-1,27%
5,97%
-4,41%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
-4,35%
-24,75%
-1,76%
-4,08%
6,11%
-12,07%
2,06%
-9,39%
-0,20%
-0,48%
-1,28%
-1,93%
-2,11%
-1,21%
-0,03%
-1,46%
Total
Total
Comércio
Serviço
-1,12%
-0,63%
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Revista Fecomércio DF 65
pesquisa relâmpago
Uso da fosfoetanolamina
no combate ao câncer
Diego Cesar,
balconista
BOM
Todo tratamento que
colabore com cura
da doença é uma boa
iniciativa.
Apenas 12% das
estradas brasileiras
são pavimentadas
Multas para quem
jogar lixo na rua
BOM
Ajudará a conservar
mais o meio ambiente
e a nossa cidade.
RUIM
Prejudica o trânsito e
o fluxo de carros em
todo o País
PL 5069 que
dificulta o aborto
BOM
Não temos o direito
de tirar a vida de
nenhuma pessoa
seja qual for a
circunstância.
1
66Untitled-4
Revista Fecomércio
DF
Francisco Horário,
especialista em trânsito
RUIM
O uso sem os devidos
testes pode acarretar
outros problemas.
BOM
É uma questão de
preservar as ruas
limpas em razão das
chuvas e de outros
fatores.
REGULAR
A pavimentação
é essencial, pois
consegue levar
qualidade para as
nossas rodovias.
REGULAR
Ainda não tenho opinião
formada.
Marcelo Batista de Souza,
professor de Direito
do Icesp
REGULAR
Deve ser investido
mais em estudos
visando saber a real
efetividade bem
como os efeitos
colaterais.
BOM
Obriga a população
a seguir a norma
trazendo uma punição
para quem não a
cumprir.
RUIM
Os altíssimos impostos
que são pagos pela
população não são
revertidos para as
finalidades para as quais
foram propostos.
REGULAR
Não retira o direito
da gestante do aborto
em caso de risco de
vida ou de estupro, só
propõe um aumento
de pena para o aborto
clandestino.
Daniel Vasconcelos,
funcionário público
BOM
Estudos dirão se a
droga é realmente
eficaz; mas já há
relatos de pessoas
que se curaram,
então pode sim ser
um caminho.
BOM
Já estava na hora.
Nossa cidade é suja
porque as pessoas
não cuidam. As
multas serão uma
ótima “ferramenta
educacional”.
RUIM
Nosso País não
consegue evoluir
em sua logística.
Investimentos mal
feitos, incompetência
geral, e o resultado
é esse.
BOM
Sim à vida sempre! A
argumentação próaborto é incoerente,
confusa e mentirosa. A
vida é preciosa demais,
o feto nunca tem culpa.
Marcelo Lucas
de Souza,
advogado
BOM
Todo tratamento
que resguarda
a vida do ser
humano deve
ser autorizado e
utilizado para o
bem da população.
BOM
É uma forma de
educar a população
e coibir e punir esse
tipo de desacato
social.
RUIM
Demonstra o
mau uso do
dinheiro público
em relação aos
interesses da
população.
REGULAR
Apenas quem foi
estuprada e ficou
gestante deve ter
o direito de não
conceber esse filho
em razão do delito.
18/11/10 11:29
Ainda há tempo de empreender.
Em dezembro as capacitações continuam.
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