Mississippi em chamas - Direitos Humanos e Cinema

Transcrição

Mississippi em chamas - Direitos Humanos e Cinema
Resenha sobre o filme: “Mississippi em chamas” (“Mississippi Burning”)
Direção: Alan Parker
Nacionalidade: Estados Unidos
Ano: 1988
O filme “Mississipi em chamas” retrata sobre três jovens ativistas dos
direitos civis (na década de 60), sendo um deles negro e os outros brancos
(porém judeuses), que foram brutalmente assassinados. A partir disso, é
desenrolada a trama, envolvendo até os agentes do FBI para fazerem uma
apuração do caso. Os pontos mais importantes e interessantes observados
são:
O primeiro ponto é que através das mortes desses jovens, a história
ganha uma dimensão muito grande ao decorrer das investigações, fazendo
com quem está assistindo se esqueça o porquê eles estão ali de fato, ou seja,
já não se trata de resolver apenas um caso que envolve três mortes, achar os
assassinos e colocá-los atrás das grades. E sim, parece uma forma tratar sobre
a questão da diferença/superioridade através do desenvolvimento da
investigação, pois a investigação vai envolvendo todas as comunidades (negra
e branca), através desses choques de conflito e ideal.
2. O filme faz uma ironia, pois os próprios assassinos são os próprios
policiais da região, os que o telespectador ao menos consideraria que estariam
dentro da lei, protegendo os moradores da região, mas na verdade, fazem suas
próprias leis e impõem terror a todos que ousarem a enfrentá-los.
3. Colocar na investigação dois agentes, Rupert Anderson e Alan Ward,
sendo o Rupert aquela pessoa experiente, mais velha e o Alan, aquele que
acabou de se tornar um agente, o inexperiente, o novato, foi uma idéia boa
porque fica evidente a troca de experiência entre eles e torna o filme não tão
pesado (já que trata de uma questão séria), como por exemplo, na parte em
que eles chegam à cidade e logo vão à delegacia. Por lá, queriam interrogar o
xerife sobre o caso, mas somente um guarda está presente. Então, fala que
não está e que é para esperar um tempo. Nisso, o jovem senta na cadeira e
espera. O Rupert vê como o novato é de certo modo bobo, e irritado mostra
como se deve fazer. Agarra o guarda e faz ameaças. Nisso, o jovem fica
assustado e fala para não fazer isso, que é contra aos procedimentos, mas o
outro retruca falando que fazer o que o Alan fez, eles não vão falar com o xerife
nunca.
4. A sra. Pell que é a esposa do Clinton Pell, um dos envolvidos no
crime, tem um papel fundamental no desfecho da história. Através dela é
possível achar os corpos dos jovens que até então estavam desaparecidos. E
apesar dela ser branca, ela não suporta a maneira de como os negros são
tratados e enfrenta seu marido. A cena que mais é demostra sua humanidade e
é quando ela está sentada no jardim da casa e pega no colo um bebê de sua
empregada que é negra.
Há duas sugestões de filme são:
O primeiro é o “Tempo de matar” (“A time to kill”), um filme também
americano, lançado no ano de 1996, sobre a direção de Joel Schumacher.
Esse filme é semelhante ao filme “Mississipi em chamas”, mostrando
exatamente sobre essa questão racial e se passa também por Mississipi
também. Ele retrata sobre a história de um homem chamado Carl Lee que é
negro e pai de uma menina. Ele teve a sua filha estuprada por dois homens
brancos, bêbados e racistas na cidade de Canton, Mississippi. Os dois homens
são julgados. Porém, no dia em que iria ocorrer o julgamento, Carl dispara tiros
com uma metralhadora na entrada do julgamento para se vingar do que
ocorreu com sua filha, matando dessa forma os dois agressores e deixando
deficiente um policial.
O Lee é imediatamente preso após a prática dos homicídios e é julgado.
O que torna interessante é que o Lee é defendido por advogado iniciante
chamado Jake Brigance e será exatamente um branco. E o Lee um momento
pergunta ao advogado o porquê está o defendendo e disse porque penso
exatamente como o réu (já que é composta por brancos)
No final do filme, Jake ao fazer o discurso final de defesa, pede aos
jurados se colocarem na situação do pai, da menina, imaginando como eles
estão sofrendo e imaginando a menina na hora do estupro e a dor, mas ao
invés de imaginarem a menina negra, imaginarem se tivesse ocorrido com uma
branca. Isso surpreende a todos e no final, o Lee é inocentado.
O segundo filme é o “Grande desafio” (“The great debaters”) de origem
americana lançado em 2007, dirigido por Denzel Washington. O filme é
baseado na história de Melvin B. Tolson que é um professor literário de Wiley
College, Texas. Em 1935, o professor inspirou alguns de seus alunos a formar
um time de debate para competir com o time de Harvard em um campeonato
nacional que até então era invicta. Mas esses alunos até conquistarem a vitória
para o Wiley College sobre Harvard, eles sofrem com o preconceito e a
discriminação racial.

Documentos relacionados