carnaval especial

Transcrição

carnaval especial
ESPECIAL
Pesquisa e Adaptação - Jeremias de Castro - Jornalista
O carnaval é considerado
uma das festas populares mais
animadas e representativas do
mundo. Ele é uma herança de
várias comemorações realizadas na Antiguidade por povos
como os egípcios, hebreus,
gregos e romanos. Esses festejos pagãos serviam para celebrar grandes colheitas e
principalmente louvar divindades. É provável que as mais
importantes festas ancestrais
do Carnaval tenham sido as
“saturnais”, realizadas na
Roma antiga em exaltação a
Saturno, deus da agricultura.
Na época dessa celebração,
as escolas fechavam, os escravos eram soltos e os romanos dançavam pelas ruas.
Havia até mesmo uma espécie de “bisavô” dos atuais carros alegóricos. Eles levavam
homens e mulheres nus e eram
chamados de carrum navalis,
algo como “carro naval”, pois
tinham formato semelhante a
navios. Alguns pesquisadores
enxergam aí a origem da palavra carnaval. A maior parte
dos especialistas, porém, acha
que o termo vem de outra expressão latina: carnem levare, que significa “retirar ou ficar livre da carne”.
O termo carnem levare
tem seu significado ligado ao
fato dessa festa pagã acontecer durante os três dias que
antecedem a quaresma, um
longo período de privação,
portanto era como uma despedida dos pecados da carne. Já na Idade Média, essas
velhas festividades pagãs foram incorporadas pela Igreja
Católica, passando a marcar
os últimos dias de “liberdade” antes das restrições impostas pela Quaresma. Nesse período de penitência para
os cristãos (durante os 40 dias
antes da Páscoa), o consumo
de carne era proibido.
No início da Idade Moderna, surge o calendário gregoriano, em virtude de uma
modificação no calendário juliano, realizada em 1582, para
ajustar o ano civil, o do calendário, ao ano solar, decorrente do movimento de elipse
realizado pela Terra em torno
do Sol. O Carnaval passou a
ser uma data oficial para os
cristãos. Dessa forma, é reconhecida como festa popular de rua que sofreu uma série de modificações culturais
até chegar aos dias de hoje.
O carnaval comemorado
no Brasil sofreu influência de
uma festa de rua, de origem
portuguesa, o entrudo, que
consistia em jogar farinha, ovo
e tinta nas pessoas. Porém, a
comemoração também passou por mudanças por causa
do folclore indígena e a cultura africana, trazida pelos escravos. Todos esses fatores
culturais construíram um carnaval distinto em cada parte
do Brasil.
O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e
foi influenciado pelas festas
carnavalescas que aconteciam
na Europa. Em países como
Itália e França, o carnaval
ocorria em formas de desfiles
urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens como a
colombina, o pierrô e o Rei
Momo também foram incorporados ao carnaval brasilei-
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ro, embora sejam de origem
europeia.
No final do século XIX,
começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos,
cordões e os famosos “corsos”. Estes últimos, tornaramse mais populares no começo
dos séculos XX. As pessoas
se fantasiavam, decoravam
seus carros e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades.
Está ai a origem dos carros
alegóricos, típicos das escolas de samba atuais. Ainda no
século XX, o carnaval foi
crescendo e tornando-se cada
vez mais uma festa popular.
Esse crescimento ocorreu
com a ajuda das marchinhas
carnavalescas. As músicas
deixavam o carnaval cada vez
mais animado.
O carnaval de rua mantém
suas tradições originais na re-
ESPECIAL
gião Nordeste do Brasil. Em
cidades como Recife e Olinda, as pessoas saem às ruas
durante o carnaval no ritmo
do frevo e do maracatu. Na
cidade de Salvador, existem
os trios elétricos, embalados
por músicas dançantes de cantores e grupos típicos da região. Na cidade destacam-se
também os blocos negros
como o Olodum e o Ileyaê,
além dos blocos de rua e do
Afoxé Filhos de Gandhi.
O livro Guinness de Recordes Mundiais apresenta o
Carnaval do RIo de Janeiro
como sendo o maior do mundo. De acordo com o livro, a
festa popular tem a participação de cerca de 2 milhões de
foliões por dia.
Escolas de Samba
A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e
chamava-se Deixa Falar. Foi
criada pelo sambista carioca
chamado Ismael Silva. Anos
mais tarde a Deixa Falar
transformou-se na escola de
samba Estácio de Sá. A partir
dai o carnaval de rua começa
a ganhar um novo formato.
Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas
de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de samba
era mais bonita e animada.
Da Praça Onze à
Sapucaí
“Vão acabaaar com a Praça Onze. Não vai haver mais
Escola de Samba, não vaaai…”, cantava, em 1941, o
Trio de Ouro, à época formado por Dalva de Oliveira,
Herivelto Martins e Nilo Cha-
gas. Setenta e cinco anos se
passaram e, ao contrário do
que afirmava a canção Praça
Onze (foto), o que vemos hoje
é que as Escolas de Samba
não apenas não acabaram,
como não há o menor indício
de que esse fato venha a se
consumar num futuro próximo.
Mas por que, então, toda
essa preocupação quase apocalíptica por parte dos autores da canção – Herivelto
Martins e Grande Otelo – em
relação às Escolas de Samba, e o que teria a ver a extinção da Praça Onze com o fim
delas?
Do final do século XIX e
início do XX, até começar a
ser demolida para dar lugar a
uma parte da atual Avenida
Presidente Vargas, em 1941,
a região onde se localizava a
então Praça Onze de Junho,
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no Centro do Rio de Janeiro,
era uma verdadeira miscelânea de povos e culturas. Foi
para lá que, com a abolição
da escravatura, em 1888,
muitos negros foram. Bem
como muitos imigrantes recém-chegados no Brasil: portugueses, italianos e judeus de
várias nacionalidades sendo
os mais numerosos.
E é nessa época, contexto
e região que entra em cena
uma senhora que seria decisiva para a origem do Samba
e, posteriormente, das Escolas de Samba: a Tia Ciata,
baiana nascida Hilária Batista
de Almeida, que promovia em
sua residência festas de cunho
religioso e rodas de partidoalto. O local se tornaria muito
frequentado por vizinhos e
pessoas de outros bairros do
Rio de Janeiro, e presentearia ao mundo compositores
como Donga (considerado
compositor do primeiro samba a ser gravado, Pelo Telefone, em 1917), Pixinguinha e
Sinhô.
Nessa mesma atmosfera
surge, em 1928, fundada por
alguns sambistas, entre eles o
compositor Ismael Silva, a
primeira Escola de Samba: a
Deixa Falar. Pouco tempo
depois, de sua dissolução nasceriam outras escolas, como
Estação Primeira de Mangueira e Estácio de Sá.
Até que fossem criadas as
Escolas de Samba, o que havia eram os chamados Ranchos e Sociedades Carnavalescas, que desfilavam no período de Carnaval, mas que
aos poucos foram caindo em
desuso conforme as escolas
iam crescendo e se tornando
cada vez mais populares.
Em 1933, organizado
pelo então prefeito da cidade Pedro Ernesto Batista, é
realizado o primeiro “Desfile Oficial de Escolas de
Samba da Praça Onze”, que
passaria a acontecer anualmente. A Mangueira foi a
primeira vencedora.
ESPECIAL
Mas, em 1941, iniciam-se
as obras para uma grande
avenida que cortaria o Centro em direção à Zona Norte
da cidade e, no meio do caminho… havia uma praça.
Sim, a Praça Onze teria de ser
demolida para dar lugar a uma
parte da nova avenida. Daí a
preocupação dos sambistas
da época; daí a relação entre
a extinção da praça e o fim
das escolas; daí a origem da
canção de Herivelto e Grande Otelo.
As Escolas de Samba, no
entanto, não deixaram de
existir. Tampouco os desfiles,
que continuaram a ser sediados na região da antiga Praça
Onze. Primeiro, foram transferidos para a Avenida Presidente Vargas, e depois para a
Avenida Marquês de Sapucaí,
local onde, em 1983, foi construído o atual Sambódromo,
projeto de Oscar Niemeyer.
Em 1984 é realizado o primeiro desfile no Sambódromo. Um desfile histórico no
qual, mais uma vez, a Mangueira é campeã. Fato que se
repetiu este ano, em que a
escola levou para a avenida
os 50 anos de carreira da cantora Maria Bethânia.
Escolas de Samba As campeãs
através dos anos
Segundo o pesquisador
Hiram Araújo, no livro “Carnaval - seis milênios de história”, o carnaval carioca teve
seus desfiles em diversas ruas
e avenidas da cidade, isto de-
vido ao aumento do número
de escolas para o evento,
além do crescente número de
componentes das agremiações. Certas ruas e avenidas
já não supriam a necessidade
do desfile, estes por sinal, foram ficando cada vez mais
profissionais em termos de
espetáculo, chegando enfim,
ao ponto da cobrança de ingresso. As principais escolas
de samba sempre se apresentaram no primeiro grupo, ainda que este grupo fosse mudando de nome no decorrer
das décadas: Grupo I, Grupo
1-A e Grupo Especial.
Em 1932 e 1933 os desfiles das escolas de samba
aconteceram na Praça Onze
e percorriam no sentido da
Senador Euzébio, passando
pela Marquês de Pombal e
chegando à Rua Visconde de
Itaúna. No ano de 1934, o
desfile aconteceu no Campo
de Santana em homenagem ao
Prefeito Pedro Ernesto. De
1935 a 1944 a competição
retornou à Praça Onze. Do
ano de 1943 a 1945 o desfile
se deu no obelisco do final da
Avenida Rio Branco. Entre os
anos de 1946 e 1950 a competição passou a ser apresentada na Avenida Presidente
Vargas, em frente à Escola
Rivadávia Correa. Contudo,
os anos de 1949 e 1950
aconteceram dois desfiles, o
considerado oficial era realizado na Avenida Presidente
Vargas, e o outro, considerado extra-oficial, realizado na
Praça Onze.
Em 1952, a Federação
das Escolas de Samba e a
União Geral das Escolas de
Samba fundiram-se e criaram
a Associação das Escolas de
Samba, voltando os desfiles
para a Avenida Presidente
Vargas, onde foi criado um
tablado de sessenta metros de
comprimento por um metro de
altura para a apresentação das
escolas. Porém, neste ano, o
Grupo I (no qual desfilavam as
principais escolas) não se apresentou devido ao temporal. Do
ano de 1953 a 1956, as escolas apresentaram-se no tablado, na Avenida Presidente Vargas. Em 1957 as escolas do
Grupo I voltaram a desfilar na
Avenida Rio Branco, o que
durou até o ano de 1962. Entre os anos de 1963 e 1973
as escolas desfilaram na Candelária (final da Avenida Presidente Vargas). Segundo Ricardo Cravo Albin:
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“Em 1965, quando da
celebração dos 400 anos do
Rio, todas as escolas desfilaram com enredos de tema
único, “O Rio Quatrocentão”,
quando tudo era controlado
pela Secretaria Municipal de
Turismo e não havia Grupo
Especial, muito menos duas
noites de desfile”. Nos anos
de 1974 e 1975 os desfiles
passaram para a Avenida Presidente Antônio Carlos, sentido Praça XV - Avenida Beira-Mar. Em 1976 as escolas
apresentaram no Mangue
(próximo à Avenida Presidente Vargas). No ano seguinte
desfilaram na Avenida Presidente Vargas, sentido Campo de Santana Rua Machado Coelho.
ESPECIAL
No ano de 1978 as escolas do Grupo I (grupo principal) desfilaram pela primeira
vez na Avenida Marquês de
Sapucaí. Em 1979 a designação das principais escolas
mudou para Grupo 1- A . As
princpais escolas desfilaram
na Marquês de Sapucaí até o
ano de 1983. Em 03 de março de 1984 foi inaugurado o
Sambódromo. A primeira comissão julgadora, segundo o
pesquisador de carnaval Hiram Araújo, foi composta por
Milton Rodrigues, Bené Nunes, Ricardo Cravo Albin,
Ronaldo Miranda, Geraldo
de Mello Mourão, Fátima
Guedes, Eloísa Vasconcelos,
Arnaldo Nesi, Tatiana Memória, Marina Massari, João Antônio, Caribé da Rocha, Maria L. Noronha, Lena Frias,
Antônio Faro, Irene Orazen,
L. Figueiredo, Rubens Breitman, Guilherme Araújo e An-
tônio Austregésilo de Athayde. No ano de 1987 a designação para as principais escolas voltou a ser Grupo 1.
Em 1990 as principais escolas passaram a desfilar no Grupo Especial, o que perdurou
até o ano de 2012.
De 1932 a 2015 as campeãs e os enredos foram:
Concursos extra-oficiais:
1932: G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira “A floresta”; 1933: G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira
“Uma segunda-feira no Bonfim da Bahia”; 1934: Não houve concurso; Concursos oficiais: 1935: Vai Como Pode
“O samba dominando o mundo”; 1936: G. R. E. S. Unidos da Tijuca “Sonhos delirantes”; 1937: Vizinha Faladeira “Uma só bandeira”;
1938: Não houve concurso
devido ao mau tempo; 1939:
G. R. E. S. Portela “Festa do
samba”; 1940: G. R. E. S.
Estação Primeira de Mangueira “Prantos pretos e poetas”; 1941: G. R. E. S. Portela “Dez anos de glórias”;
1942: G. R. E. S. Portela “A
vida do samba”; 1943: G. R.
E. S. Portela “Carnaval de
guerra”; 1944: G. R. E. S.
Portela “Brasil glorioso”;
1945: G. R. E. S. Portela
“Motivos patrióticos”; 1946:
G. R. E. S. Portela “Alvorada
do Novo Mundo”; 1947: G.
R. E. S. Portela “Honra ao
mérito”; 1948: G. R. E. S.
Império Serrano “Castro Alves”; 1949: G. R. E. S. Império Serrano “Tiradentes”;
1949: Desfile Extra-oficial: G.
R. E. S. Estação Primeira de
Mangueira “Apoteose ao
mestre”; 1950: G. R. E. S.
Império Serrano 61 anos de
República; 1950: Desfile Extra-oficial: G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira
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“Saúde, lavoura, transporte,
educação”; 1951: G. R. E. S.
Império Serrano “Batalha naval”; 1951: Desfile Extra-oficial: Portela “A volta do filho
pródigo”; 1952: Não houve
concurso; 1953: G. R. E. S.
Portela “Seis datas magnas”;
1954: G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira “Rio através dos séculos”; 1955: G. R.
E. S. Império Serrano “Exaltação a Caxias”; 1956: G. R.
E. S. Império Serrano “Caçador de esmeraldas”; 1957:
G. R. E. S. Portela “Legados
de D. João VI; 1958: G. R.
E. S. Portela “Vultos e efemérides do Brasil”; 1959: G. R.
E. S. Portela “Brasil, Panteon
de glórias”; 1960: G. R. E. S.
Império Serrano “Medalhas e
brasões”; Portela “Rio cidade eterna”; G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira
“Carnaval de todos os tempos”; G. R. E. S. Acadêmicos
do Salgueiro “Quilombos dos
palmares” e G. R. E. S. Unidos da Capela “Produtos e
costumes de nossa terra”;
1961: G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira “Reminiscência do Rio Antigo”; 1962:
G. R. E. S. Portela “Rugendas”; 1963: G. R. E. S. Acadêmicos do Salgueiro “Chica
da Silva”; 1964: G. R. E. S.
Portela “O segundo casamento de D. Pedro II”; 1965: G.
R. E. S. Acadêmicos do Salgueiro “História do carnaval
carioca”; 1966: G. R. E. S.
Portela “Memórias de um sargento de Milícias”; 1967: G.
R. E. S. Estação Primeira de
Mangueira “O mundo encantado de Monteiro Lobato”;
1968: G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira “Samba,
festa de um povo”; 1969: G.
R. E. S. Acadêmicos do Salgueiro “Bahia de Todos os
Deuses”; 1970: G. R. E. S.
Portela “Lendas e mistérios
da Amazônia”; 1971: G. R. E.
S. Acadêmicos do Salgueiro
“Festa de um rei negro”;
1972: G. R. E. S. Império
Serrrano “Alô, alô, taí Car-
mem Miranda”; 1973: G. R.
E. S. Estação Primeira de
Mangueira “Lendas do Abaeté”; 1974: G. R. E. S. Acadêmicos do Salgueiro “Rei da
França na Ilha da Assombração”; 1975: G. R. E. S. Acadêmicos do Salgueiro “O segredo das Minas do Rei Salomão”; 1976: G. R. E. S.
Beija-Flor “Sonhar com o Rei
dá Leão”; 1977: G. R. E. S.
Beija-Flor “Vovó no reino da
Saturnália na Corte Egipciana”; 1978: G. R. E. S. BeijaFlor “A criação do mundo na
tradição nagô”; 1979: G. R. E.
S. Mocidade Independente
de Padre Miguel “O descobrimento do Brasil”; 1980: G.
R. E. S. Imperatriz Leopoldinense “O que a Bahia tem?”;
G. R. E. S. Portela “Hoje tem
marmelada” e G. R. E. S. Beija-Flor “O sol da meia-noite,
uma viagem ao País das Maravilhas”; 1981: G. R. E. S.
Imperatriz Leopoldinense “O
teu cabelo não nega”; 1982:
G. R. E. S. Império Serrano
“Bum-bum paticumbum prugurundum”; 1983: G. R. E. S.
Beija-Flor “A grande constelação das estrelas negras”;
Depois do Sambódromo
da Sapucaí, 1984: G. R. E. S.
Estação Primeira de Mangueira “Yés, nós temos Braguinha” e G. R. E. S. Portela
“Contos de areia”; 1985: G.
R. E. S. Mocidade Independente de Padre Miguel “Ziriguidum 2001, carnaval nas
estrelas”; 1986: G. R. E. S.
Estação Primeira de Mangueira “Caymmi mostra ao
mundo o que que a Bahia e a
Mangueira têm”; 1987: G. R.
E. S. Estação Primeira de
Mangueira “No Reino das Palavras, Carlos Drummond de
Andrade”; 1988: G. R. E. S.
Unidos de Vila Isabel “Kizomba, festa da raça”; 1989:
G. R. E. S. Imperatriz Leopoldinense “Liberdade, liberdade, abre alas sobre nós”;
1990: G. R. E. S. Mocidade
Independente de Padre Miguel “Vira, virou, a Mocidade
ESPECIAL
chegou”; 1991: G. R. E. S.
Mocidade Independente de
Padre Miguel “Chuê...
Chuá... As águas vão rolar”;
1992: G. R. E. S. Estácio de
Sá “Paulceia desvairada - 70
anos de Modernismo”; 1993:
G. R. E. S. Acadêmicos do
Salgueiro “Peguei um Ita no
Norte”; 1994: G. R. E. S. Imperatriz Leopoldinense “Catarina de Médicis na Corte
dos Tupinambás e Tabajères”;
1995: G. R. E. S. Imperatriz
Leopoldinense “Mais vale um
jeque que me carregue, que
um camelo que me derrube...
Lá no Ceará”; 1996: G. R. E.
S. Mocidade Independente
de Padre Miguel “Criador e
criatura”; 1997: G. R. E. S.
Unidos do Viradouro “Trevas!
Luz! A explosão do universo”;
1998: Ano atípico, no qual
duas escolas sagraram-se
campeãs: o G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira
com o enredo “Chico Buarque da Mangueira” e o
G.R.E.S. Beija-Flor com o
enredo “O mundo místico dos
caruanas na águas do Patu
Anu”, com a inovação de
apresentar não apenas um
carnavalesco, mas um conjunto de quatro responsáveis,
formadores da Comissão de
Carnaval da escola. 1999: G.
R. E. S. Imperatriz Leopoldinense “Brasil, mostra a tua
cara em... Theatrum Rerum
Naturalium Brasilae”; 2000:
G. R. E. S. Imperatriz Leopoldinense “Quem descobriu o
Brasil foi Seu Cabral, no dia
22 de abril, dois meses depois
do carnaval”; 2001: G. R. E.
S. Imperatriz Leopoldinense
“Cana-caiana, cana roxa, cana
fita, cana-preta, amarela, Pernambuco... Quero vê descê o
suco, na pancada do ganzá”;
2002: G. R. E. S. Estação Primeira de Mangueira “Brazil
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com “Z” é pra cabra da peste. Brasil com “S” é Nação do
Nordeste”; 2003: G. R. E. S.
Beija-Flor “O povo conta a
sua história: saco vazio não
para em pé. A mão que faz a
guerra faz a paz”; 2004: G. R.
E. S. Beija-Flor “Manôa Manaus - Amazônia - Terra
Santa... Que alimenta o corpo, equilibra a alma e transmite a paz”; 2005: G. R. E. S.
Beija-Flor “O vento corta as
terras dos pampas. Em nome
do Pai, do Filho e do Espírito
Guarani. Sete povos na fé e
na dor... Sete missões de
amor”; 2006: G. R. E. S. Vila
Isabel “Soy loco por ti, América - A Vila canta a latinidade”; 2007: G. R. E. S. BeijaFlor “Áfricas: do berço real à
corte brasiliana”; Em 9 de setembro de 2007 o IPHAN
conferiu registro oficial, no
Livro de Registro das Formas
de Expressão, às matrizes do
samba do Rio de Janeiro:
samba de terreiro, partido-alto
e samba-enredo. O pedido
partiu do Centro Cultural Cartola, teve apoio da Associação das Escolas de Samba do
Rio de Janeiro e da LIESA
(Liga Independente das Escolas de Samba). 2008: G. R. E.
S. Beija-Flor “Macapaba:
equinócio solar, viagens fantásticas do meio do mundo”.
Segundo o pesquisador Euclides Amaral:
“Em fevereiro de 2008, o
então prefeito da cidade do
Rio de Janeiro César Maia,
fez publicar no Diário Oficial
decreto lei que concedia aos
desfiles das escolas de samba status de Patrimônio Cultural da Cidade. Anteriormente a prefeitura havia concedido tal título ao Bloco Carnavalesco Cordão da Bola Preta (fundado em 1918) e ao
gênero musical Bossa Nova.
Neste mesmo ano o Instituto
Cultural Cravo Albin deu entrada no IPHAN com o pedido de tombamento da forma do desfile (o ato de desfilar) dos Grêmios Recreativos
e Escolas de Samba como
Bem Imaterial do Brasil”.
Em 2009 a Escola de
Samba Acadêmico do Salgueiro sagrou-se a campeã do
Grupo Especial com o enredo “Tambor”. No ano seguinte, em 2010, sob a batuta do
carnavalesco Paulo Barros e
com o samba-enredo “É segredo!”, de autoria dos compositores Alves, Toninho e
Marcelinho Calil, a escola
Unidos da Tijuca foi a campeã do Grupo Especial no
carnaval carioca. No ano de
2011 as escolas Acadêmicos
do Grande Rio, Portela e
União da Ilha do Governador
tiveram os barracões destruídos por um grande incêndio
ocorrido em fevereiro, na Cidade do Samba, poucas semanas antes do carnaval. Por
decisão do Prefeito do Rio,
Eduardo Paes, o secretário
municipal de Turismo e presi-
ESPECIAL
Carnaval em 1927
Bloco no Carnaval de 1950
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dente da Riotur, Antônio Pedro Figueira e a diretoria da
LIESA em conjunto com os
presidentes das Escolas de
Samba do Grupo Especial,
respaldadas pelo Instituto
Cultural Cravo Albin nesse
sentido, todas as três escolas
prejudicadas desfilaram “hors
concours”, isto é, sem a avaliação dos julgadores. Também ficou decidido que nenhuma agremiação seria rebaixada para o Grupo de
Acesso A, de onde será promovida a campeã para o ano
seguinte fazer a abertura do
desfile de domingo, desfilando no Grupo Especial. A grande vencedora do carnaval
deste ano foi a Beija-Flor. A
escola desfilou com o sambaenredo “A Simplicidade de
um Rei”, em homenagem ao
cantor Roberto Carlos, de
Samir Trindade, Serginho
Aguiar, Jr. Beija-Flor, Sidney
de Pilares, Jorginho Moreira,
Théo M. Netto, Kleber do
Sindicato e Marcelo Mourão,
tendo como intérprete Neguinho da Beija-Flor, sagrandose campeã do carnaval carioca. No ano de 2012, conduzida pelo carnavalesco Paulo
Barros, desfilando pelo Grupo Especial, a escola Unidos
da Tijuca sagrou-se campeã
do carnaval carioca, com o
samba-enredo “O dia em que
toda a realeza desembarcou
na Avenida para coroar o Rei
Luiz do Sertão”, de Vadinho,
Josemar Manfredine, Jorge
Callado e Silas Augusto. Em
2013 o Grêmio Recreativo e
Escola de Samba Unidos de
Vila Isabel sagrou-se campeã
do carnaval carioca com enredo de Rosa Magalhães intitulado “A Vila Canta o Brasil
Celeiro do Mundo - Água no
feijão que chegou mais um...”
e samba-enredo composto
por Martinho da Vila, Arlindo
Cruz, André Diniz, Tunico da
Vila e Leonel, tendo Tinga
como intérprete. A escola ainda teve como Rainha de Bateria a apresentadora paulista
ESPECIAL
Sabrina Sato, como Mestre
Sala Julinho e Rute como Porta-Bandeira, além de Décio
Bastos como Diretor de Harmonia e a dupla Paulinho e
Wallan como Mestres de Bateria. No ano de 2014 a escola Unidos da Tijuca, classificou-se em primeiro lugar, no
Grupo Especial, desfilando
com o samba-enredo “Acelera, Tijuca!”, de Caio Alves,
Fadico, Gustavinho Oliveira e
Tinguinha, tendo como intérprete Tinga. Destacamos também Fernando Costa (Diretor de Carnaval); Paulo Barros (Carnavalesco); Fernando Costa (Diretor de Harmonia); Casagrande (Mestre de
Bateria); Juliana Alves (Rainha
de Bateria); Julinho (MestreSala); Rute (Porta-Bandeira)
e Rodrigo Negri e Priscila
Mota (Comissão de Frente).
No ano de 2015 o Grêmio
Recreativo e Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis tornou-se a campeã do carnaval
carioca, obtendo seu 13º título. Na ocasião, a agremiação desfilou com o sambaenredo “Um Griô Conta a
História: Um Olhar Sobre a
África e o Despontar da Guiné Equatorial Caminhemos
Sobre a Trilha de Nossa Felicidade”, de J. Velloso, Samir
Trindade, Jr. Beija-Flor, Marquinhos Beija-Flor, Gilberto
Oliveira, Elson Ramires, Dílson Marimba, Silvio Romai,
Junior Trindade e Ribeirinho,
puxado na avenida por Neguinho da Beija-Flor, tendo
como presidente Farid
Abraão David; comissão de
carnaval integrada por Laíla,
Fran Sérgio, Ubiratan Silva,
Victor Santos, André Cezari,
Bianca Behrends e Claudio
Russo, também autores do
enredo e da sinopse; diretores de bateria Mestres Rodney Ferreira e Plínio de Morais, auxiliados por Anderson
Miranda, Carlos Alberto,
Adelino Vieira, Clóvis, Thiago, Michel, Xunei, Marlon e
Rogério Pó de Mico; 1º Mestre-Sala Claudinho e 1ª Porta-Bandeira Selmynha Sorriso.
No ano de 2016 a G. R.
E. S. Estação Primeira de
Mangueira sagrou-se campeã
do Grupo Especial, desfilando com o samba-enredo
“Maria Bethânia, a Menina
dos Olhos de Oyá”, de autoria de Alemão do Cavaco,
Almyr, Cadu, Lacyr D Mangueira, Paulinho Bandolim e
Renan Brandão, tendo como
carnavalesco Leandro Vieira;
diretor de carnaval Júnior
Schall; diretor de harmonia
Edson Goes; puxador do
Segundo a Riotur, Bola Preta reuniu cerca de um milhão de pessoas no Centro do Rio (Foto: Marcos de Paula / G1)
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ESPECIAL
samba Ciganerey; mestres de
bateria Rodrigo Explosão e
Vitor Arte; rainha de bateria
Evelin; mestre-sala Raphael;
porta-bandeira Squel e comissão de frente de Júnior
Scapin e ainda Nélson Sargento com o Presidente de
Honra e Francisco de Carvalho como presidente da agremiação.
Bola Preta
O Cordão da Bola Preta,
um dos blocos mais tradicionais do Rio, manteve a fama
de arrastar multidão pelo
Centro da cidade. De acordo
com a Riotur, cerca de 1 milhão, de pessoas acompanharam o desfile na manhã do
sábado (6).
As músicas animaram o
público que foi curtir em paz
o bloco mais antigo da cidade, que completa 98 anos em
2016. Entre as marchas que
já fazem sucesso há décadas
no carnaval carioca, uma novidade composta pelo presidente do bloco, Pedro Ernesto Marinho, e João Roberto
Kelly, rei das marchinhas que
esteve ausente do desfile.
“Ôôô, eu quero dinheiro,
o meu dinheiro sumiu, foi parar na lua, foi pra longe do Brasil”, gritavam os intérpretes. A
música caiu na boca do povo
e foi cantada em todas as vezes que foi tocada durante as
quase quatro horas de desfile.
A atriz Leandra Leal é porta-estandarte do Cordão da
Bola Preta (Foto: Marcos de
Paula/G1).
Vem Quem Quer
Em Viçosa, a exemplo dos
últimos 38 anos, o Bloco
Vem-Quem-Quer abriu mais
uma vez as festividades do
carnaval. O bloco tradicional-
mente familiar contou com a
presença de muitas crianças e
alegrou a noite de sexta-feira
(29), desde a concentração,
na esquina das ruas Afonso
Pena e Doutor Brito, até o encerramento do desfile, que
terminou na Rua Gomes Barbosa.
Neste ano o bloco trouxe
o tema “Seu Toim”. A marchinha, vencedora de um dos
concursos de carnaval de
Santa Luzia, o Santa Folia, é
de compositores daquela cidade (Douglas Batera, Mauro Bainha/Regina B. da Silva)
e fala sobre uma injustiça com
um cidadão chamado Antônio, apelidado de “Seu Toim”,
que foi preso injustamente e
todos clamam pela liberdade
dele, como reza o refrão: “Se
você tem bom coração e gosta de mim, quero ver você
soltar o seu Toim”.
Leandra Leal é a porta estandarte, Maria Rita a madrinha e Ludmila a rainha do Bola Preta (Foto: Marcos de Paula/G1)
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FONTE: ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música
Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio
de Janeiro: Edição Instituto Antônio
Houaiss, Instituto Cultural Cravo
Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Esteio
Editora, 2008. 2ª ed. Esteio Editora,
2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval - Seis
milênios de história. Rio de Janeiro:
Editora Gryphus, 2000.
http://www.suapesquisa.com/carnaval/
http://historia-do-carnaval.info/
http://mundoestranho.abril.com.br/
materia/qual-e-a-origem-do-carnaval
https://terradamusica.com.br/da-praca-onze-sapucai-um-breve-historicodas-escolas-de-samba/Elvio Filho
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/
carnaval/2016/noticia
http://vicosanews.com/
http://www.dicionariompb.com.br/

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