Carlinne Guimarães de Oliveira - Produção Vegetal no Semiárido

Transcrição

Carlinne Guimarães de Oliveira - Produção Vegetal no Semiárido
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
CARACTERIZAÇÃO PÓS-COLHEITA DE
BANANA PRATA-ANÃ E SEU HÍBRIDO
PA42-44 ARMAZENADOS SOB
REFRIGERAÇÃO
CARLINNE GUIMARÃES DE OLIVEIRA
2010
CARLINNE GUIMARÃES DE OLIVEIRA
CARACTERIZAÇÃO PÓS-COLHEITA DE BANANA PRATA-ANÃ E
SEU HÍBRIDO PA42-44 ARMAZENADOS SOB REFRIGERAÇÃO
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Montes Claros, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação em
Produção Vegetal no Semiárido, área de
concentração em Produção Vegetal, para
obtenção do título de “Magister Scientiae”.
Orientadora
Profa. DSc. Gisele Polete Mizobutsi
JANAÚBA
MINAS GERAIS – BRASIL
2010
O48c
Oliveira, Carlinne Guimarães de.
Caracterização pós-colheita de banana prata-anã e seu
híbrido PA42-44 armazenados sob refrigeração
[manuscrito] / Carlinne Guimarães de Oliveira. – 2010.
74 p.
Dissertação (mestrado)-Programa de Pós-Graduação
em Produção Vegetal no Semiárido, Universidade
Estadual de Montes Claros-Unimontes, 2010.
Orientadora: Profª. D. Sc. Gisele Polete Mizobutsi.
1. Análise sensorial. 2. Armazenamento. 3.
Despencamento. 4. Musa spp. I. Mizobutsi, Gisele
Polete. II. Universidade Estadual de Montes Claros. III.
Título.
CDD. 634.772
Catalogação: Biblioteca Setorial Campus de Janaúba
CARLINNE GUIMARÃES DE OLIVEIRA
CARACTERIZAÇÃO PÓS-COLHEITA DE BANANA PRATA-ANÃ E
SEU HÍBRIDO PA42-44 ARMAZENADOS SOB REFRIGERAÇÃO
Dissertação apresentada à Universidade
Estadual de Montes Claros, como parte das
exigências do Programa de Pós-Graduação em
Produção Vegetal no Semiárido, área de
concentração em Produção Vegetal, para
obtenção do título de “Magister Scientiae”.
APROVADA em 02 de junho de 2010.
Profa. DSc. Gisele Polete Mizobutsi
UNIMONTES
(Orientadora)
Prof. DSc. Edson Hiydu Mizobutsi
UNIMONTES
Prof. DSc. Victor Martins Maia
UNIMONTES
Pesq. DSc. Ariane Castricini
EPAMIG-CTNM
JANAÚBA
MINAS GERAIS – BRASIL
DEDICATÓRIA
A Evandro Blesa,
companheiro amoroso e amigo leal.
Aos meus pais, Sr. Zé e D. Dolores,
pelo amor incondicional e apoio infindável.
E à Costelinha (in memorian),
o único amor verdadeiro que se pode comprar.
Dedico.
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano –
Campus Guanambi, por ter possibilitado e apoiado a capacitação de seus
professores.
Aos orientadores Gisele Polete Mizobutsi e Sérgio Luiz Rodrigues
Donato, pela amizade e condução com sabedoria e participação.
Aos colegas do IF Baiano que direta ou indiretamente contribuíram para
a execução deste trabalho, em especial, Luis Edgar que gentilmente ministrou as
minhas aulas enquanto eu realizava as análises.
A todos que auxiliaram na execução do experimento, principalmente
Dayane e Sirlara, em Guanambi; Deiziane e Janine, em Janaúba; e Juceliandy,
que me presenteou com os seus conhecimentos e a sua amizade.
Aos colegas do curso de Mestrado, por tornarem mais amenos os
desafios diários desta jornada.
À EPAMIG, em especial ao Rodrigo Pimentel, pelas instruções e
auxílio.
Aos professores da UNIMONTES, pelos ensinamentos e incentivo. Em
especial ao prof. José Ermelino, pelo auxílio nas análises estatísticas.
À minha família e amigos, por compreenderem a minha ausência,
tolerarem os meus desânimos e sempre me apoiarem quando eu precisei.
A Deus, que sempre nos ampara quando achamos que já não temos
forças para continuar.
Os meus sinceros agradecimentos.
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................... i
ABSTRACT ..............................................................................................ii
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 1
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................ 4
2.1 Diversidade genética e riscos da bananicultura .................................... 4
2.2 Enfoques do melhoramento genético da bananeira .............................. 5
2.3 Caracterização dos genótipos ............................................................... 6
2.3.1 ‘Prata-Anã’ ........................................................................................ 6
2.3.2 PA42-44............................................................................................. 7
2.4 Amadurecimento da banana ............................................................... 12
2.5 Suscetibilidade ao despencamento dos frutos .................................... 15
2.5.1 Fisiologia do despencamento .......................................................... 15
2.5.2 Métodos de avaliação do despencamento ....................................... 17
2.5.3 Fatores que afetam o despencamento .............................................. 19
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................ 28
3.1 Condições experimentais .................................................................... 28
3.2 Tratamentos e delineamento experimental ......................................... 29
3.3 Análises físicas ................................................................................... 30
3.4 Análises químicas ............................................................................... 32
3.5 Análise Sensorial ................................................................................ 34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 35
4.1 Características físicas ......................................................................... 35
4.2 Características químicas ..................................................................... 49
4.3 Análise sensorial................................................................................ 61
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................. 65
6 CONCLUSÕES ................................................................................... 67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 68
RESUMO
OLIVEIRA, Carlinne Guimarães de. Caracterização pós-colheita de banana
‘Prata-Anã’ e seu híbrido PA42-44 armazenados sob refrigeração. 2010.
74p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal no Semiárido) - Universidade
Estadual de Montes Claros, Janaúba, MG1.
As cultivares de banana mais plantadas no Brasil são suscetíveis às principais
doenças do bananal, estando em curso a busca por variedades resistentes que
possam substituí-las com boa aceitação dos produtores e consumidores. O
objetivo desse trabalho foi avaliar as características físicas, químicas e sensoriais
de frutos da bananeira Prata-Anã e seu híbrido PA42-44, armazenados a 15°C e
a 25°C. O experimento foi conduzido nos laboratórios de Fisiologia Pós-colheita
do IF Baiano, Campus Guanambi, BA, e da Unimontes, Campus de Janaúba,
MG. Os frutos embalados foram distribuídos em duas câmaras de armazenagem
com ajuste da temperatura para 15 °C e 25 °C, sendo analisados em intervalos de
cinco e dois dias, respectivamente, até o completo amadurecimento dos frutos,
totalizando seis avaliações. O delineamento experimental foi o inteiramente
casualizado no esquema fatorial 2 (genótipos) x 2 (temperaturas) x 6 (períodos
de avaliação). Os frutos foram avaliados sensorialmente e quanto à coloração da
casca, diâmetro, comprimento, resistência ao despencamento, firmeza, massa
com e sem casca, espessura da casca, relação polpa/casca, sólidos solúveis, pH,
acidez titulável, açúcares totais e amido. O genótipo PA42-44 apresentou frutos
com melhores características de dimensão, acidez semelhante e menor doçura
em comparação com o cultivar Prata-Anã. Os frutos dos dois genótipos
armazenados a 15ºC foram mais firmes e mais resistentes ao despencamento. Os
frutos de PA42-44 apresentaram índices de aceitação e de intenção de compra
satisfatórios, porém inferiores aos obtidos para os de ‘Prata-Anã’.
Termos para indexação: Musa spp., despencamento, armazenamento, análise
sensorial.
_________________________
1
Comitê Orientador: Profa. DSc. Gisele Polete Mizobutsi (Orientadora) – Unimontes;
Prof. DSc. Sérgio Luiz Rodrigues Donato (Coorientador) – IF Baiano – Campus
Guanambi.
i
ABSTRACT
OLIVEIRA, Carlinne Guimarães de. Post harvest characterization of banana
“Prata-Anã” and its hybrid PA42-44 under cold storage. 2010. 74p.
Dissertation (Master’s degree in Plant Production in the Semiarid) Universidade Estadual de Montes Claros, Janaúba, MG, Brazil 1.
Banana cultivars grown in Brazil are susceptible to major banana diseases, have
been underway to search for resistant varieties that can replace them with good
acceptance by producers and consumers. This study aimed to to assess the
physical and chemical characteristics of banana fruits of “Prata-Anã” cultivar
and its hybrids PA42-44, stored at 15 °C and 25 °C. The experiment was carried
out at Postharvest Physiology Laboratories of IF Bahia, Campus Guanambi, BA,
and of UNIMONTES, Campus Janaúba, MG. The packaged fruit were divided
into two storage rooms with temperature set to 15 °C and 25°C and analyzed at
intervals of five and two days, respectively, until full ripening of fruit, in a total
of six assessments. The used design was entirely at random in factorial scheme 2
(genotypes) x 2 (temperature) x 6 (evaluation period). The fruits were evaluated
as for sensory analysis, and skin color, diameter, length, finger drop resistance,
firmness, weight with and without skin, skin thickness, pulp/peel ratio, soluble
solids, pH, acidity, total sugars and starch. The PA42-44 genotype showed better
characteristics with fruit size, it was similar as for acidity and lesser sweetness
compared to “Prata-Anã” cultivar. Storage at 15 °C increased firmness and
resistance to dropping of ‘Prata-Anã’ and PA42-44 fruits. The PA42-44 fruits
showed satisfactory levels of acceptance and purchase intent, however lower to
those ones gotten for ”Prata-Anã”.
Index terms: Musa ssp, finger drop, storage, sensory analysis.
_________________________
1
Guidance Committee: Profa. DSc. Gisele Polete Mizobutsi (Adviser) – Unimontes;
Prof. DSc. Sérgio Luiz Rodrigues Donato (Co-adviser) – IF Baiano – Campus
Guanambi.
ii
1 INTRODUÇÃO
A banana é considerada mundialmente um importante alimento em
razão da sua composição química e conteúdo em vitaminas e minerais,
principalmente potássio, destacando-se dentre as frutas tropicais como a mais
consumida, tanto pela sua versatilidade em termos de modalidades de consumo
(processada, frita, cozida, in natura) quanto pelas suas características de sabor,
aroma, higiene e facilidade de ser consumida in natura (DONATO, 2003). É
produzida em 135 países, ocupando 10,2 milhões de hectares plantados,
alcançando uma produção de mais de 125 milhões de toneladas (FAO, 2009).
O Brasil é o quarto maior produtor de banana do mundo, participando
com 7,12 milhões de toneladas. Com relação ao consumo da fruta, ocupa o
terceiro lugar no mercado mundial, com 5,5 milhões de toneladas, ou quase
9,7% da banana consumida no mundo (FAO, 2009). Dentre os estados da
federação, a Bahia é o maior produtor, colhendo cerca de 1,4 milhões de
toneladas da fruta, e São Paulo, logo atrás, produz aproximadamente 1,2 milhões
de toneladas. Minas Gerais é o quinto produtor de banana do Brasil, onde se
destaca o Norte de Minas, com 220 mil toneladas produzidas em mais de 10 mil
hectares plantados, correspondendo a mais da metade do valor da produção do
estado (IBGE, 2008).
Embora exista um grande número de variedades de bananeira cultivadas
no Brasil, quando se consideram aspectos como preferência dos consumidores,
produtividade, tolerância às doenças, porte adequado e resistência à seca e ao
frio,
restam
poucas
com
potencial
agronômico
para
serem
usadas
comercialmente (SILVA et al., 2003).
A cultivar Prata-Anã, suscetível às sigatokas amarela e negra e ao maldo-Panamá, destaca-se como uma das mais cultivadas no Brasil, expondo os
produtores ao risco de dizimação do bananal pelo ataque de doenças e
1
reforçando a necessidade de se aumentar a variabilidade genética dos bananais
com a substituição gradual das cultivares tradicionais por genótipos resistentes
às principais doenças da bananeira.
Por meio dos programas de melhoramento genético da bananeira, tem-se
conseguido grandes avanços na obtenção de novas cultivares. Apesar de essas
cultivares estarem bem caracterizadas quanto aos aspectos agronômicos, como
produtividade, porte, resistência a pragas/doenças e adaptação a diferentes
condições edafoclimáticas, existe uma grande carência de informações sobre
fisiologia pós-colheita e características sensoriais.
Essas informações são imprescindíveis para subsidiar as investigações
sobre conservação dos frutos e seleção de genótipos com maior longevidade
pós-colheita e outros requisitos ligados à aceitação pelos consumidores, como
sabor e aroma, e pelos atacadistas, como resistência ao despencamento dos
frutos em relação às cultivares tradicionais.
O híbrido PA42-44 destaca-se como um dos genótipos promissores para
lançamento junto aos produtores, apresentando resistência ao mal-do-Panamá e
sigatokas, maior precocidade e superioridade das características do fruto como
peso, comprimento e diâmetro, em relação à ‘Prata-Anã’ (DONATO, 2003;
LINS, 2005). O principal inconveniente apresentado por este genótipo, bem
como por outros híbridos tetraplóides, é a alta suscetibilidade ao despencamento,
implicando alta perecibilidade em pós-colheita e rejeição por parte dos
consumidores.
A realização de estudos em manejo pós-colheita visando ao aumento da
resistência ao despencamento pode permitir o lançamento da PA42-44 como
cultivar recomendada para substituição da ‘Prata-Anã’ em cultivos comerciais.
Adicionalmente, pode representar a solução para a adoção pelos agricultores de
vários outros híbridos tetraplóides que também apresentam suscetibilidade à
queda natural.
2
O objetivo deste trabalho foi avaliar as características físicas, químicas
e sensoriais de frutos de bananeira Prata-Anã e seu híbrido PA42-44,
armazenados a 15 °C e a 25 °C.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Diversidade genética e riscos da bananicultura
As cultivares de banana mais difundidas no Brasil são: ‘Prata’,
‘Pacovan’, ‘Prata-Anã’, ‘Maçã’, ‘Mysore’, ‘Terra’ e ‘D’Angola’, do grupo
AAB, utilizadas unicamente para o mercado interno, e ‘Nanica’, ‘Nanicão’ e
‘Grande Naine’, do grupo AAA, usadas principalmente para exportação (SILVA
et al., 2008).
As cultivares Prata, Prata-Anã e Pacovan são responsáveis por,
aproximadamente, 60% da área cultivada com banana no Brasil (SILVA et al.,
2008). Destas, a ‘Prata-Anã’ destaca-se como a predominante nos cultivos de
melhor nível técnico, não obstante apresente suscetibilidade às principais
doenças do bananal (CORDEIRO e MOREIRA, 2006; DONATO, 2003).
Pimentel et al. (2010) e Silva et al. (2008) concordam que a baixa
variabilidade genética associada à suscetibilidade dos materiais tradicionais às
principais doenças da cultura representam um grande risco à bananicultura. Uma
menor diversidade de cultivares em uso implica em maiores possibilidades de
dizimação do bananal por uma doença, como ocorreu no passado com a
bananicultura latino-americana de exportação, baseada apenas na cultivar Gros
Michel, suscetível ao mal-do-Panamá.
Pereira et al. (2004) alertam que a Sigatoka-negra, presente na região
Norte do Brasil e no Mato Grosso, está se aproximando das regiões de grande
produção do Sudeste, e sua presença praticamente inviabiliza o cultivo das
variedades tradicionalmente em uso, que são suscetíveis à doença, sem o
emprego maciço de fungicidas. Castro et al. (2005) notificaram o primeiro relato
de ocorrência da doença no Estado de Minas Gerais, nos municípios de Cristina,
São José Alegre, Gonçalves e Piranguçu, no Sul de Minas, e Coronel Pacheco,
4
zona da Mata Mineira. Gasparotto et al. (2006) citam a disseminação da doença
também nos Estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul, além dos já citados.
Diversos autores (CORDEIRO e MOREIRA, 2006; PEREIRA et al.,
2004; PIMENTEL et al., 2010) concordam que o uso de variedades resistentes é
a estratégia ideal, do ponto de vista econômico e de preservação do meio
ambiente, para dirimir o risco de doenças e diminuir o custo com aplicação de
defensivos.
Segundo Cordeiro e Moreira (2006), embora sendo a melhor alternativa,
a mudança da cultivar sempre implicará em alterações em toda a cadeia, onde a
comercialização é o principal entrave. Continuando refém da mesma alternativa,
mais uma vez a doença pode provocar a mudança varietal, estando em curso a
busca de uma cultivar que substitua a ‘Prata-Anã’ no aspecto comercial e
agregue a resistência ao patógeno.
2.2 Enfoques do melhoramento genético da bananeira
Segundo Gomes et al. (2007), o melhoramento genético se apresenta
como uma das ferramentas para a solução da falta de variedades que reúnam
várias características desejáveis, como resistência a doenças, porte adequado e
boa aceitação pelo consumidor.
Observando esta demanda, a Embrapa Mandioca e Fruticultura vem
desenvolvendo no Brasil um programa de melhoramento genético de bananeira
baseado principalmente na produção de tetraplóides AAAB, obtidos a partir do
cruzamento de diplóides melhorados (AA) com triplóides AAB dos tipos Prata e
Maçã. O programa tem como objetivo a obtenção de variedades resistentes a
doenças, pragas e nematóides, com porte reduzido, precoces e mais produtivas
(SILVA et al., 2003).
5
De acordo com Matsuura et al. (2004), os programas de melhoramento
genético de bananeira têm atentado principalmente para os problemas de cultivo
da planta, focando e beneficiando principalmente os produtores da fruta.
Entretanto, atributos de qualidade, como aparência, sabor, aroma, textura, vidaútil, entre outros, os quais constituem características fundamentais ao
consumidor e que afetam sua compra, têm sido pouco considerados como
principal alvo dos programas. Dadzie e Orchard (1997), Pereira et al. (2003) e
Silva et al. (2003) também concordam sobre a importância da realização de
pesquisas em pós-colheita como ferramenta para auxiliar o melhorista nas
tomadas de decisão.
Conforme Carvalho (1996), o segmento de comercialização de frutas
agrega mais valor que o segmento de produção, sendo que as funções físicas
(transporte, armazenamento, beneficiamento e embalagem) agregam mais de
68% do total dos custos de comercialização até o atacado. Esta constatação
reforça a importância da pós-colheita, sendo que esta orienta as diferentes
funções físicas de comercialização, e também muitas atividades pré-colheita de
frutos, tais como manejo, colheita, exigências qualitativas para os frutos,
sequência de preparo, uso de defensivos e cuidados sanitários.
As cultivares resistentes recomendadas já reúnem diversos estudos sobre
sua caracterização agronômica em diversos ambientes, no entanto, sua
caracterização pós-colheita ainda é incipiente, não obstante essas informações
sejam essenciais para a escolha da variedade pelo produtor.
2.3 Caracterização dos genótipos
2.3.1 ‘Prata-Anã’
Pertencente ao grupo genômico AAB, variedade tipo Prata, mutante de
Branca, identificada em Criciúma, Santa Catarina, ocupa a maior área cultivada
6
entre as regiões Sudoeste da Bahia e Norte de Minas Gerais, com frutos bem
aceitos no mercado interno, porte baixo a médio e baixa produtividade
(DONATO, 2003).
A ‘Prata-Anã’, também conhecida como Prata-Rio, Enxerto ou Prata-deSanta-Catarina, apresenta as pencas mais juntas que as da Prata, com frutos do
mesmo sabor e com pontas em formato de gargalo de garrafa. O rendimento
esperado é de 30 toneladas por hectare sob condições de irrigação (SILVA et al.,
2008). Por apresentar menor porte, ser vigorosa e apresentar frutos que atendem
a preferência do mercado brasileiro, tem sido a cultivar mais plantada,
principalmente nas áreas de melhor nível técnico, sendo predominante nos
perímetros irrigados, não obstante a sua suscetibilidade às sigatokas amarela e
negra e ao mal-do-Panamá. (CORDEIRO e MOREIRA, 2006; DONATO,
2003).
2.3.2 PA42-44
O uso alternativo de cultivares resistentes pressupõe que estas
apresentem qualidade próxima à da ‘Prata-Anã’ para que haja aceitação do
público e da cadeia produtiva (PIMENTEL et al., 2010). Neste sentido, destacase o PA42-44, desenvolvido pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, e
recomendado como genótipo promissor para ser incorporado aos sistemas de
produção (DONATO, 2003; DONATO et al., 2006; LIMA et al., 2004;
OLIVEIRA et al., 2008).
O PA42-44 é um híbrido tetraplóide (AAAB) desenvolvido pela
Embrapa Mandioca e Fruticultura a partir do cruzamento entre ‘Prata-Anã’
(AAB) x M53(AA). Apresenta bom perfilhamento, porte médio e características
tanto de desenvolvimento quanto de rendimento idênticas às da ‘Prata-Anã’. Sua
produtividade média é de 20 t/ha/ano. Sob condições de solo de boa fertilidade,
7
apresenta rendimento médio de até 40 t/ha/ano. Difere-se da ‘Prata-Anã’ por ser
resistente à sigatoka-amarela e ao mal-do-Panamá (SILVA et al., 2008). Quanto
à resistência à sigatoka-negra, o PA42-44 ainda se encontra em fase de
avaliação, embora Cavalcante et al. (2003) já tenham relatado os baixos índices
de severidade apresentados pelo genótipo até a floração do primeiro ciclo.
Donato (2003) acrescenta que as plantas apresentam o pseudocaule
arroxeado e maior precocidade para florescimento e colheita. Embora apresente
menor número de pencas, sua produtividade é semelhante à da ‘Prata-Anã’. Os
frutos são maiores, de coloração verde mais clara, apresentando bom sabor, e
formato plano, que lhe confere facilidade para embalar.
Donato (2003) e Lins (2005) destacam a superioridade do híbrido PA4244 em comparação à sua genitora nos parâmetros relacionados à qualidade dos
frutos como: massa fresca, comprimento e diâmetro do fruto, o que permite
atingir com maior facilidade o enquadramento nas classes tipo primeira e
exportação, de acordo com a classificação para as bananas tipo Prata.
Pimentel et al. (2010) observaram que os frutos da PA42-44
apresentam-se mais maduros em relação aos da ‘Prata-Anã’ nos mesmos índices
de coloração, reforçando a recomendação de Silva et al. (2008) para o seu
consumo com a casca um pouco mais verde, à semelhança das variedades do
subgrupo Cavendish.
Contudo, a principal desvantagem da PA42-44, relatada por diversos
autores (DONATO, 2003; DONATO et al., 2006; LIMA et al., 2004; LINS,
2005; PIMENTEL et al., 2010; SILVA et al., 2008), é apresentar grande
suscetibilidade ao despencamento. Esta é uma característica indesejável que
afeta o manuseio, o transporte e a comercialização dos frutos, reduzindo o seu
valor comercial e sua aceitação pelos consumidores (JESUS e SILVA, 2002;
PIMENTEL et al., 2010; SILVA et al., 2002).
8
As bananeiras Prata-Anã e PA42-44 estão ilustradas na Figura 1. As
Tabelas 1 e 2 apresentam uma compilação de dados sobre suas características
agronômicas e pomológicas.
(a)
(b)
FIGURA 1. Bananeira PA42-44 (a) e Prata-Anã (b), no segundo ciclo de produção,
Jaíba, MG, 2009.
9
TABELA 1. Características agronômicas de bananeira Prata-Anã e PA42-44 cultivadas em diferentes ambientes. ALT: Altura da
planta (m); DPC: Número de dias do plantio à colheita; DPS: Diâmetro do pseudocaule (cm); FVC: Número de folhas
vivas na colheita; PC: Peso do cacho (kg); PP: Peso das pencas (kg); NP: Número de pencas; NF: Número de frutos.
Fonte
Local
Genótipo
Ciclo
ALT
DPC
DPS
FVC
PC
PP
NP
NF
(m)
(dias)
(cm)
(un)
(kg)
(kg)
(un)
(un)
DONATO et
Guanambi -BA
PA 42-44
2º
3,5
529
29,4
10,2
26,14 22,82
9,0
125,14
al., 2006
‘Prata-Anã’
2º
3,6
549
32,2
12,0
28,01 24,99 11,0
172,76
DONATO et
Sebastião
PA 42-44
2º
4,1
567
31,2
11,3
25,00 23,00
9,0
126,00
al., 2009
Laranjeiras - BA ‘Prata-Anã’
2º
3,8
701
32,1
11,0
24,80 22,60 11,0
161,00
LÉDO et al.,
Própria - SE
PA 42-44
2º
3,5
8,5
14,72
92,60
2008
‘Prata-Anã’
2º
3,2
8,2
15,82
117,70
LIMA et al.,
Petrolina - PE
PA 42-44
1º
2,3
396
19,1
7,9
7,44
8,51
5,9
68,83
2004
‘Prata-Anã’
1º
2,4
408
19,7
10,3
7,95
6,96
7,2
89,70
LINS, 2005
Una - BA
PA 42-44
2º
2,1
659
18,8
3,2
7,50
6,90
5,9
72,60
(sequeiro)
‘Prata-Anã’
2º
2,0
680
20,3
1,8
4,50
3,90
7,9
103,50
OLIVEIRA et
Rio Branco - AC PA 42-44
3º
2,7
22,2
5,0
11,73
6,6
al., 2008
‘Prata-Anã’
3º
2,7
23,8
0,1
8,34
8,2
RODRIGUES
Juazeiro -BA
PA 42-44
1º
2,4
350
21,5*
11,0
16,00 15,20
8,0
et al., 2008
‘Prata-Anã’
1º
2,4
350
23,4*
13,0
16,60 15,40 10,0
SILVEIRA et
Conceição do
PA 42-44
2º
2,5
21,0
5,0
19,70
7,00
92,00
al., 2008
Almeida - BA
‘Prata-Anã’
2º
2,4
20,0
3,0
11,60
8,00
99,00
* Dados corrigidos pelos autores.
10
TABELA 2. Características do fruto de bananeira Prata-Anã e
ambientes. MF: Massa fresca do fruto (g); CF:
Diâmetro do fruto (mm).
Fonte
Local
Genótipo Ciclo
DONATO et
Guanambi -BA
PA 42-44
2º
al., 2006
‘Prata-Anã’
2º
DONATO et
Sebastião
PA 42-44
2º
al., 2009
Laranjeiras -BA
‘Prata-Anã’
2º
LÉDO et al.,
Própria - SE
PA 42-44
2º
2008
‘Prata-Anã’
2º
LIMA et al.,
Petrolina - PE
PA 42-44
1º
2004
‘Prata-Anã’
1º
LINS, 2005
Una - BA
PA 42-44
2º
(sequeiro)
‘Prata-Anã’
2º
OLIVEIRA et
Rio Branco - AC PA 42-44
3º
al., 2008
‘Prata-Anã’
3º
RODRIGUES
Juazeiro -BA
PA 42-44
1º
et al., 2008
‘Prata-Anã’
1º
SILVEIRA et
Conceição do
PA 42-44
2º
al., 2008
Almeida - BA
‘Prata-Anã’
2º
11
PA42-44 cultivadas em diferentes
Comprimento do fruto (cm); DF:
MF (g)
180,64
158,43
146,70
116,30
92,50
37,20
134,75
76,44
128,20
109,00
-
CF (cm)
20,32
18,79
19,00
16,00
15,91
12,62
12,70
8,60
15,70
13,50
23,30
18,30
DF (mm)
35,66
34,62
37,00
34,00
33,28
28,61
30,00
23,00
41,00
37,00
40,00
34,00
2.4 Amadurecimento da banana
O fruto da bananeira passa por quatro fases de desenvolvimento, a saber:
crescimento, maturação, amadurecimento e senescência. O crescimento é
marcado por um período de rápida divisão e alongamento celular. A maturação é
caracterizada por mudanças físicas e químicas que afetam a qualidade sensorial
do fruto. A maturação sobrepõe-se à parte do estádio de crescimento e culmina
com o amadurecimento do fruto, período no qual o fruto se torna apto para o
consumo, em virtude de alterações desejáveis na aparência, no sabor, no aroma e
na textura (MATSUURA e FOLEGATTI, 2000).
Durante a maturação até o completo amadurecimento dos frutos,
numerosos processos bioquímicos sintéticos e degradativos ocorrem de forma
sequencial ou concomitante, resultando nas modificações características do
amadurecimento (CHITARRA e CHITARRA, 2005).
A banana, como um fruto climatérico, apresenta uma ascensão
respiratória e de etileno que marca o início do amadurecimento. A emanação de
etileno representa um gatilho que dispara rapidamente as modificações que
resultam na transformação da banana em um fruto apto para o consumo
(MATSUURA e FOLEGATTI, 2000).
A mudança característica inicial na maturação dos frutos é a degradação
da clorofila, bem como a síntese de outros pigmentos, envolvendo modificações
na cor, seguida de aprimoramento do flavor pela síntese de açúcares, redução da
acidez e da adstringência, acompanhadas de modificações da textura pelo
amaciamento dos tecidos em decorrência da solubilização das pectinas
(CHITARRA e CHITARRA, 2005).
Sob condições normais de armazenamento, as bananas sofrem
transformações de textura à medida que amadurecem. A fruta fresca, dura e
verde se converte em uma fruta amarela com a polpa interna tenra e suave na
12
etapa ótima de amadurecimento, e se torna mole à medida que avança até a
senescência (DADZIE e ORCHARD, 1997).
O sabor da banana é um dos mais importantes atributos de sua
qualidade. A polpa da banana verde é caracterizada por uma forte adstringência
determinada pela presença de compostos fenólicos solúveis, principalmente os
taninos. À medida que o fruto amadurece, ocorre a polimerização desses
compostos, com consequente diminuição na adstringência e aumento na doçura
e na acidez. (MATSUURA e FOLEGATTI, 2000).
A intensificação da doçura do fruto decorre da hidrólise do amido, com
consequente acúmulo de açúcares solúveis, principalmente glicose, frutose e
sacarose. Tais açúcares são oxidados, servindo como substratos básicos no
processo respiratório do fruto (MATSUURA e FOLEGATTI, 2000). O amido
constitui o principal carboidrato de reserva na maioria dos produtos vegetais. Em
alguns frutos climatéricos imaturos, ele se encontra em proporção elevada, como
no caso da banana, com teores de 20 a 25%. Com a evolução da maturação, o
amido é hidrolisado à glicose, responsável pelo aumento no grau de doçura,
restando teores residuais de cerca de 1 a 2% (CHITARRA e CHITARRA, 2005).
Os sólidos solúveis indicam a quantidade dos sólidos que se encontram
dissolvidos no suco ou polpa das frutas, que são constituídos principalmente por
açúcares. O seu conteúdo varia conforme a espécie, a cultivar, o estádio de
maturação e o clima (CHITARRA e CHITARRA, 2005). Em alguns híbridos de
banana, o conteúdo de sólidos solúveis aumenta até um pico e logo diminui. Em
outros híbridos, os sólidos solúveis continuam seu aumento com o
amadurecimento (DADZIE e ORCHARD, 1997).
Observa-se, paralelamente ao acúmulo de açúcares, um aumento nos
níveis de ácidos orgânicos, com predominância do ácido málico, o que leva a um
abaixamento do pH
(MATSUURA e FOLEGATTI, 2000). A maioria dos
híbridos de Musa são caracterizados por uma diminuição do pH na polpa e
13
aumento na acidez titulável com o avançar da idade da fruta, enquanto que em
outros híbridos não existem mudanças significativas no pH e acidez titulável da
polpa durante o amadurecimento da fruta (DADZIE e ORCHARD, 1997). De
acordo com Chitarra e Chitarra (2005), uma pequena variação nos valores de pH
é bem detectável nos testes sensoriais.
O amadurecimento do fruto é marcado também pela emanação de
diferentes voláteis, especialmente os ésteres, o que lhe confere o aroma
característico (MATSUURA e FOLEGATTI, 2000).
Em conformidade com Dadzie e Orchard (1997), importantes
modificações na avaliação do amadurecimento de banana, dentre as quais podese citar a perda da firmeza, mudanças no conteúdo de sólidos solúveis, acidez
titulável e pH, bem como aumento da massa, da circunferência e da relação
polpa/casca, variam conforme a cultivar ou híbrido. Dessa forma, a qualidade de
amadurecimento da fruta é um critério de seleção pós-colheita importante, a
partir da qual justifica a seleção dos novos híbridos de banana cuja qualidade
deve ser compatível com os progenitores dos quais foram desenvolvidos.
Ainda que se possa utilizar instrumentos para medir vários aspectos da
qualidade pós-colheita das bananas, essas medições seriam de pouco valor se
não aplicadas a avaliações feitas pelo homem. Além disso, os instrumentos só
analisam os componentes dentro de suas capacidades, enquanto que as análises
sensoriais contam com a avaliação através do uso dos nossos sentidos para
fornecer uma impressão total do aroma, sabor, temperatura, componentes
auditivos e táteis. Portanto, as medições fisiológicas objetivas devem ser
complementadas com estudos subjetivos da palatabilidade da fruta, para o qual
devem ser utilizados painéis de sabor (DADZIE e ORCHARD, 1997).
Os estudos da avaliação sensorial são muito importantes durante a
seleção de novos híbridos de Musa, já que dão uma indicação do potencial de
aceitação dos novos híbridos pelos consumidores. Também fornecem
14
informação valiosa aos melhoristas para os futuros trabalhos de melhoramento
genético (DADZIE e ORCHARD, 1997).
2.5 Suscetibilidade ao despencamento dos frutos
O despencamento precoce dos frutos, também denominado queda dos
dedos, suscetibilidade à queda natural ou desprendimento dos frutos da coroa, é
citado por Dadzie e Orchard (1997) como uma das principais desordens
fisiológicas
que
podem
ocorrer
em
bananas,
caracterizando-se
pelo
desprendimento dos dedos da penca.
As variedades que apresentam essa desordem são rejeitadas pelos
agricultores, visto que os frutos de bananeira e plátano são normalmente
comercializados em grupo sob forma de penca ou buquê e quando se
desprendem dessas estruturas perdem valor comercial, além de se predisporem
ao ataque de patógenos (JESUS e SILVA, 2002). O consumidor, ao comprar
uma penca de banana na prateleira, descarta os frutos destacados e até mesmo as
pencas com falta de alguns frutos (SILVA et al., 2002), o que acarreta em
maiores perdas pós-colheita e prejuízos para toda a cadeia.
2.5.1 Fisiologia do despencamento
O despencamento ocorre devido à ruptura da casca do pedúnculo
(SAENGPOOK et al., 2007). No entanto, Silva et al. (2002) e Imsabai et al.
(2006) concordam que, diferentemente de outras frutas, a banana não apresenta
zona de abscisão típica na área de ruptura. Saengpook et al. (2007) explicam que
a ruptura pode ocorrer devido a uma série de fatores tais como o conteúdo de
fibra, a estrutura da parede celular e degradação de macromoléculas da parede
celular. A ligação da parede celular entre as células pode ser enfraquecida pela
degradação dos componentes pécticos nas paredes celulares primárias e lamela
15
média. Esse mecanismo pode ser alterado pelas condições ambientais, como
confirmam Maia et al. (2004), ao verificarem que os frutos submetidos à
climatização visando a aumentar a resistência ao despencamento apresentaram
aumento da espessura e maior deposição de lignina nas paredes das fibras
perivasculares dos feixes da região do pedicelo.
Segundo Esguerra et al. (2009), o despencamento está associado com o
enfraquecimento e amaciamento do pedúnculo. Saengpook et al. (2007)
explicam que uma das razões para tal enfraquecimento poderia ser a degradação
da pectina. Esses autores encontraram uma alta correlação entre o
despencamento e um aumento prévio na fração de pectina solúvel em água e na
pectina vinculada ao cálcio (CDTA pectina solúvel) ao passo que pouca
mudança foi encontrada na pectina que não tinha sido degradada (pectina
alcalina solúvel).
De acordo com Chitarra e Chitarrra (2005), a parede celular é formada
por diferentes macromoléculas (substâncias pécticas, hemiceluloses, lignina e
proteínas) que, de acordo com a sua estrutura química e proporção nos tecidos,
são responsáveis pelas características de textura (firmeza, rigidez, maciez,
fibrosidade, etc.). A análise da composição de polissacarídeos das paredes
celulares fornece informações importantes sobre a abscisão de folhas e frutos e
os fatores relacionados à interação da parede celular com as enzimas
degradativas a ela associadas.
Silva et al. (2002) supõem que o despencamento possa ocorrer em
função da menor quantidade de componentes estruturais da parede celular das
células parenquimáticas, como celulose, hemicelulose e pectina, ou da
degradação mais acelerada desses componentes, justificando o maior
enfraquecimento do tecido parenquimático em genótipos mais sensíveis ao
despencamento.
16
Silva et al. (2002) observaram degeneração no tecido parenquimático do
pedicelo dos frutos maduros, formando grandes espaços vazios que favorecem o
despencamento. Esses autores também observaram que os canais laticíferos dos
tetraplóides apresentam maior diâmetro do que triplóides e diplóides e
encontram-se em maior quantidade, além do maior preenchimento desses canais,
provavelmente com substâncias resultantes da hidrólise do tanino, dentre outros
compostos fenólicos no fruto maduro em comparação com o verde.
Imsabai et al. (2006), estudando as mudanças bioquímicas e fisiológicas
relacionadas ao despencamento, encontraram uma correlação do despencamento
com a atividade na zona de ruptura da casca da enzima pectatoliase. Nenhuma
correlação
foi
encontrada
entre
o
despencamento
e
atividades
da
poligalacturonase e pectinametilesterase.
2.5.2 Métodos de avaliação do despencamento
Na literatura há escassez de métodos de avaliação da resistência ao
despencamento, tornando difícil a avaliação desta característica. Alguns
constituem procedimentos subjetivos, tais como o descrito por Dadzie e Orchard
(1997), que consiste em se sacudir manualmente os buquês por 3 a 5 segundos e
registrar o número de frutos desprendidos.
Os primeiros registros de métodos instrumentais para avaliação desta
característica no Brasil são descritos por Cerqueira (2000), a partir do
desenvolvimento, pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, do “despencador
mecanizado”.
Imbasai et al. (2006) descrevem três formas de se avaliar o
despencamento:
- Porcentagem de despencamento: O método foi modificado a partir de
Semple e Thompson (1988). A penca de banana é mantida 15 cm acima de uma
17
mesa durante 10s, e o número de dedos caídos é registrado e expresso como uma
percentagem do número total de dedos da penca.
- Força de ruptura do pedúnculo: medida pressionando uma ponta de
prova em forma de cunha no pedúnculo até este se separar da fruta, sendo a
força necessária expressa em Newton (N).
- Resistência ao despencamento (kg): a banana é inserida em um orifício
e firmada por um clipe grande, conectado a um peso de mola. À medida que o
pedúnculo de banana é puxado, o êmbolo do peso de mola e um marcador são
movidos juntos. O marcador do peso de mola para quando o pedúnculo se
rompe. A força no momento de ruptura é indicada no marcador e a resistência ao
despencamento expressa em kg.
Pimentel et al. (2010) utilizam uma metodologia instrumental na qual
dispõem de uma base de madeira na qual o fruto é firmado pelo pedúnculo para
ser desprendido com o auxílio de um dinamômetro.
Cerqueira et al.(2002) comparam diferentes métodos de avaliação da
resistência ao despencamento, concluindo que o método do “despencador
mecanizado” apresentou coeficiente de variação de 15,64%, enquanto o valor do
método de sacudir a penca foi de 68,80%.
Dada a importância desta característica na avaliação pós-colheita de
banana, observa-se a grande demanda por métodos oficiais de análise, visando a
padronizar as avaliações e permitir melhor comparação entre os resultados de
diferentes trabalhos.
18
2.5.3 Fatores que afetam o despencamento
A suscetibilidade de bananas ao despencamento é uma característica
ainda pouco estudada, e segundo Pereira et al. (2004), apresenta alta correlação
com a firmeza da polpa. Dessa forma, pesquisas direcionadas na avaliação de
parâmetros que afetam a firmeza da polpa poderão ter efeitos sobre a resistência
ao despencamento. Assim, também serão apresentados nesta revisão alguns
trabalhos relacionados à firmeza da polpa.
2.5.3.1 Fatores Intrínsecos
a) Grupo genômico
A suscetibilidade ao despencamento varia largamente entre as
variedades de banana. Essa desordem tem sido relatada nos triplóides AAA do
grupo Cavendish (Semple e Thompsom, 1988) bem como diplóides (Jesus e
Silva, 2002) e em muitos tetraplóides (New e Marriott, 1983).
Imsabai e Ketsa (2007) afirmam que a tendência ao despencamento
pode ser correlacionada com o número e tipo de genoma. De acordo com New e
Marriot (1983) e Dadzie e Orchard (1997), os híbridos tetraplóides são
frequentemente mais suscetíveis à queda dos dedos quando comparados com as
cultivares triplóides, o que foi confirmado nos trabalhos de Pereira et al. (2004),
Imsabai e Ketsa (2007) e Santos et al. (2008), que concluíram que os genes de
resistência ao despencamento podem estar associados à presença do genoma B
(espécie M. balbisiana). Dessa forma, muitos dos híbridos tetraplóides
desenvolvidos, apesar de apresentarem alta resistência às doenças e boas
características agronômicas, deixam de ser adotados pelos agricultores devido à
alta suscetibilidade à queda natural e perecibilidade pós-colheita de seus frutos
(PEREIRA et al., 2004; SILVA et al., 2003).
19
Pereira et al. (2004) reúnem os grupos genômicos com suas respectivas
médias de resistência ao despencamento (Tabela 3). Os frutos das bananeiras
pertencentes ao grupo genômico BB apresentaram maior resistência, seguido por
ABB, enquanto o grupo AAB foi considerado medianamente resistente. Os
outros grupos genômicos mostraram menor resistência, não diferindo
estatisticamente entre si.
TABELA 3. Resistência ao despencamento (RDP) de genótipos de bananeira segundo
os grupos genômicos.
Grupos
AA
AAA AAAA AAB AAAB AABB ABB BB
Genômicos
RDP (N)
17,8
20,7
19,2
46,9
25,6
19,8
64,2
83,1
Fonte: Pereira et al. (2004)
Em seus estudos, Pereira et al. (2004) observaram que entre os diplóides
e triplóides existe uma ampla variabilidade para resistência ao despencamento,
encontrando genótipos suscetíveis e resistentes. Já os tetraplóides apresentaram
menor amplitude de médias, variando de suscetíveis a medianamente resistentes.
Não houve nenhum tetraplóide classificado como resistente ao despencamento.
Mesmo o híbrido FHIA-03, pertencente ao grupo genômico AABB não seguiu o
comportamento dos grupos que possuem BB.
No entanto, Cerqueira et al. (2002) e Pereira et al. (2004) observaram
que os híbridos tetraplóides ST42–08 e PV42–85 apresentaram resistência ao
desprendimento dos frutos maior que os diplóides que lhe deram origem,
respectivamente, Prata São Tomé e Pacovan, e que o diplóide parental M53.
Pereira et al. (2004) salientam a necessidade de um estudo mais aprofundado da
herança da resistência ao despencamento, podendo facilitar o aproveitamento
desta característica na incorporação aos novos materiais.
20
b) Anatomia do fruto
Cerqueira et al. (2002) observaram correlação positiva entre o
comprimento das bananas e sua resistência ao despencamento quando esta era
avaliada pelo método de sacudir a penca, o mesmo não ocorrendo quando se
utilizou o método instrumental. Imsabai et al. (2006) refutaram a teoria de que
frutos mais pesados, ou que apresentassem a casca ou o pedúnculo mais fino
fossem mais propensos ao despencamento, ao verificarem que a massa fresca do
fruto das cultivares atualmente estudadas é geralmente a mesma, embora estas
apresentem diferentes suscetibilidades à queda dos dedos.
c) Perda de água do fruto
Paul (1996) e Semple e Thompson (1988) relacionam a resistência à
queda natural de frutos de bananeira à maior perda de água e mais rápido
amadurecimento dos frutos. No entanto, resultados divergentes têm sido
relatados por outros autores em novos estudos. Pereira et al. (2004) e Imsabai et
al. (2006) não verificaram associação entre a porcentagem de perda de água e a
resistência ao despencamento. O mesmo foi averiguado por Esguerra et al.
(2009), que concluem que o despencamento ocorreria independentemente da
perda de água e teor de umidade da casca.
d) Grau de maturação e comportamento climatérico
Paull (1996) relata que pencas mais maduras são mais propensas ao
despencamento.
Seberry e Harris (1998) também asseguram que o
despencamento pode ser reduzido com a colheita dos frutos em estádio menos
maduro.
21
Martins et al. (2007) observaram relação entre a perda de firmeza da
polpa de bananas Prata-Anã com a maior idade de colheita do cacho e com
maiores temperaturas de armazenamento, concluindo que o armazenamento por
35 dias a 10 °C foi eficiente na prevenção do amaciamento de frutos de 16 e 18
semanas quando comparadas com a temperatura de 12 °C. Nos frutos
provenientes de cachos com 20 semanas, a perda da firmeza foi maior com a
maior temperatura, mas a temperatura de 10 °C não foi suficiente para prevenir o
amaciamento.
Alguns autores também sugerem que a duração do período climatérico e
a velocidade da maturação podem afetar a sensibilidade ao despencamento. New
e Marriot (1983) verificaram que clones tetraplóides apresentaram o período préclimatérico 30 a 45% menor que a cultivar triplóide Valery num estádio de
desenvolvimento equivalente. A antecipação do período climatérico pode ser
uma das explicações para o maior amaciamento dos tecidos com consequente
ruptura dos dedos nos híbridos tetraplóides. Semple e Thompson (1988)
afirmam
que
cultivares
com
um
longo
período
pré-climatérico
e
amadurecimento lento podem ter menor despencamento.
2.5.3.2 Fatores Extrínsecos
Na literatura alguns trabalhos relacionam fatores ligados ao manejo póscolheita com a redução do despencamento de bananas.
Silva et al. (2008) afirmam que, dependendo do local de avaliação, a
qualidade (cor, sabor e despencamento) dos frutos de uma variedade pode ser
alterada.
22
a) Temperatura
Consoante New e Marriot (1983), as desordens que resultam na queda
ou desprendimento dos frutos também podem estar associadas com o período da
maturação, sendo decorrentes de temperaturas altas na câmara de maturação.
Com base em diversos estudos, eles afirmam que o despencamento em híbridos
tetraplóides pode ser minimizado por meio do amadurecimento a cerca de 2 °C a
menos que a temperatura ótima para a cultivar triplóide Valery. Estes resultados
concordam com os de Paull (1996) que observou redução do despencamento de
‘Prata-Anã’ armazenada a 15 e a 17,5 ºC.
Em estudo de Ahmad et al. (2001), bananas mantidas em altas
temperaturas (18 e 20 °C) foram significativamente menos firmes que aquelas
mantidas em temperaturas inferiores (14 e 16 °C), semelhante ao observado por
Semple e Thompson (1988).
Seberry e Harris (1998) reduziram a ocorrência de despencamento no
híbrido tetraplóide Fhia-01 (Gold Finger) com a diminuição da temperatura de
amadurecimento.
Em trabalho realizado por Maia et al. (2004) com o híbrido tetraplóide
'SH 3640', os frutos submetidos a pré-condicionamento a 5 ºC por 6 horas ou
amadurecimento em atmosfera modificada a 18 ºC apresentaram maior
resistência ao despencamento que os frutos mantidos em temperatura ambiente
ou em pré-condicionamento a 5 ºC por 12 horas.
Martins et al. (2007) observaram relação entre a perda de firmeza da
polpa de bananas Prata-Anã com a maior idade de colheita do cacho e com
maiores temperaturas de armazenamento, concluindo que o armazenamento por
35 dias a 10 °C foi eficiente na prevenção do amaciamento de frutos de 16 e 18
semanas, quando comparadas com a temperatura de 12 °C. Nos frutos
provenientes de cachos com 20 semanas, a perda da firmeza foi maior com a
23
maior temperatura, mas a temperatura de 10 °C não foi suficiente para prevenir o
amaciamento. Ahmad et al. (2006) também observaram bananas com maior
firmeza maturadas a 16 oC do que a 18 oC.
b) Umidade relativa
Semple e Thompson (1988) já relatavam os efeitos da baixa umidade
relativa (UR) durante o fim do processo de amadurecimento sobre a redução do
despencamento.
Saengpook et al. (2007) estudaram os efeitos de diferentes umidades
relativas sobre o despencamento de banana Sucrier (Musa acuminata, grupo
AA). Os frutos submetidos à alta UR (94 ± 1%) apresentaram maior
despencamento, enquanto aqueles mantidos em baixa UR (68 ± 3%) não
apresentaram o problema. Segundo os mesmos autores, as baixas taxas de
degradação da pectina em baixa UR podem explicar parcialmente a inibição do
despencamento.
Esguerra et al. (2009) ressaltam que, para comprovar os resultados, a
incidência do despencamento em áreas úmidas e secas deve ser comparada com
a forma com que o fornecimento de cálcio para as frutas é mediado por
transpiração. Plantas cultivadas em áreas secas terão maior taxa de transpiração.
c) Cálcio
A aplicação pré-colheita de cálcio resulta em frutos mais firmes, sendo o
nutriente que apresenta maior associação com a textura e com a redução de
desordens fisiológicas. É bem conhecido o seu envolvimento nos processos
bioquímicos relacionados com as modificações estruturais e de composição das
paredes celulares. A presença de íons cálcio regulam a extensibilidade da parede
24
celular,
reduzindo
indiretamente
a
atividade
de
enzimas
hidrolíticas
(CHITARRA e CHITARRA, 2005).
Pereira (2002), ao avaliar os efeitos da aplicação pré-colheita de cloreto
de cálcio em diferentes épocas e concentrações sobre a redução da resistência ao
despencamento, observou efeito contrário ao esperado, admitindo baixa
absorção desse nutriente quando aplicado diretamente no fruto em pré-colheita.
De acordo com Esguerra et al. (2009), a absorção de cloreto de cálcio é
melhor como tratamento pré-colheita, pois o cálcio é carreado através do fluxo
de translocação. A aplicação após a colheita pode ser feita através de infiltração
a vácuo sob baixa pressão, ainda que essa tecnologia não esteja acessível para os
agricultores. Esses autores observaram que bananas Latundan pulverizadas com
4% de cloreto de cálcio uma semana antes da colheita apresentaram atraso no
início do despencamento e menor incidência da desordem nos frutos maduros. A
aplicação do cálcio não interferiu no amadurecimento, tampouco afetou as
características físico-químicas e sensoriais dos frutos.
A redução na incidência de despencamento com pulverização précolheita de cálcio pode ser atribuída ao acentuado acúmulo de cálcio no
pedúnculo do fruto, impedindo o despencamento mesmo que os frutos
estivessem na fase de pós-climatério. O cálcio tem sido relatado por melhorar a
integridade da parede celular e alterar as propriedades físicas da membrana
celular (ESGUERRA et al., 2009).
Com base nos resultados, o cloreto de cálcio tem o potencial para
reduzir o despencamento. Entretanto, Esguerra et al. (2009) enfatizam a
necessidade de se determinar as concentrações mais eficazes e melhores épocas
de aplicação.
25
d) Etileno
As pesquisas avaliando o efeito do etileno sobre a suscetibilidade ao
despencamento ainda são pouco conclusivas. Em estudo de Ahmad et al. (2001),
bananas tratadas com etileno tiveram maior redução da firmeza da casca que as
não tratadas. Semple e Thompson (1988) relacionam a exposição prolongada de
bananas ao etileno com o aumento do despencamento. Porém, Paull (1996)
observou que os frutos tratados com etileno por um dia a 25 °C tiveram menor
despencamento que os não tratados.
e) Outros fatores
Esguerra et al. (2009) avaliaram o uso pré-colheita de ácido giberélico e
de etanol na resistência ao despencamento. Ambos provocaram ligeiro
retardamento no amadurecimento, todavia nenhum dos dois foi eficiente em
reduzir o despencamento.
De acordo com esses autores, a carnitina pode ser aplicada em toda a
fruta, com o objetivo de mobilizar carboidratos. O despencamento pode ser
influenciado pela relação de nitrogênio e carboidratos, pois quando o nitrogênio
é maior do que os hidratos de carbono, o tecido se rompe.
Ainda segundo Esguerra et al. (2009), outros fatores também devem ser
testados, como o ensacamento, que também pode influenciar no despencamento,
e o estresse que resulta em tecidos mais grossos, portanto, menos propensos ao
despencamento.
A existência desses estudos sugere que fatores relacionados ao manejo
pós-colheita podem afetar a qualidade da banana, inclusive abrandando
características indesejáveis, como a suscetibilidade ao despencamento.
26
Para Pereira et al. (2004), se híbridos promissores possuem problemas
em pós-colheita, justificam-se estudos no manejo de modo a contornar estes
distúrbios.
Diante das dificuldades dos melhoristas em desenvolver cultivares de
bananeira com todas as características desejáveis comercialmente e que atendam
às demandas dos produtores, torna-se essencial o desenvolvimento de práticas de
manejo que minimizem alguns problemas da cultura. Nesse caso, a sensibilidade
ao despencamento poderia ser minimizada por meio de manejo fitotécnico
adequado (PEREIRA, 2002).
27
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Condições experimentais
Os frutos foram provenientes da Fazenda Experimental de Mocambinho
(FEMO) pertencente à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais
(EPAMIG/CTNM), no Projeto Jaíba. A Fazenda está localizada no extremo
norte do Estado de Minas Gerais, a 44o 01' de longitude Oeste e 15o 03' de
latitude Sul, com altitude de 452 m. A caracterização do clima é semiárido, com
relevo plano e solo aluvial siltoso. A precipitação média anual é de 750 mm,
concentrada de novembro a março. Apresenta médias anuais de temperatura de
28 oC, insolação de 9,5h/dia e umidade relativa de 48%.
O cultivo recebia irrigação por microaspersão com vazão de 75 L/h e
lâmina de 5 mm/dia de segunda a sexta. O espaçamento utilizado foi de 3,0 x 2,7
m para a ‘Prata-Anã’ e 3,0 x 2,5 m para a PA42-44. O esquema de adubações
foi: pré-plantio: 300kg de fósforo; mensal: 90 kg cloreto potássio e 80 kg uréia;
trimestral: 75 kg sulfato de magnésio, 50 kg de sulfato de zinco e 25 kg ácido
bórico; e semestral 120 kg de fósforo (supersimples). No momento da colheita, o
cultivo se encontrava no 2º ciclo e apresentava produtividade anual de 26 t/ha
para a ‘Prata-Anã’, e 22 t/ha para a PA42-44.
Os cachos foram colhidos no estádio de desenvolvimento ¾ gorda,
definido visualmente pelo desaparecimento das quinas. Foi realizado o
despencamento dos cachos, desprezando-se a primeira e a última penca. As
pencas foram acondicionadas em caixas plásticas forradas e cobertas com folhas
de bananeira e transportadas para o Laboratório de Fisiologia Pós-colheita de
Frutos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – IF Baiano –
Campus Guanambi/Bahia, onde foi feito o desmembramento em dedos,
selecionando-se os que não apresentaram ferimentos ou deformações. Os frutos
28
foram lavados em água contendo 0,2% de detergente, em seguida imersos em
solução do fungicida Prochloraz (Sportak®) na dosagem de 28mL/100 litros de
água. Depois de secos, foram acondicionados em sacos de polietileno de baixa
densidade de 16µm, identificados e distribuídos em duas câmaras de
armazenagem com ajuste da temperatura para 15±0,7 °C e 25±0,6 °C. Os frutos
submetidos à temperatura de 15 °C foram analisados a cada cinco dias e os
armazenados a 25 °C, em intervalos de dois dias, até o final da sua vida útil.
3.2 Tratamentos e delineamento experimental
O experimento foi conduzido segundo um delineamento inteiramente
casualizado (DIC), em esquema fatorial 2 x 2 x 6, sendo dois genótipos (PrataAnã e PA42-44), duas temperaturas de armazenamento (25 e 15 oC) e seis
períodos de avaliação: dias 0, 2 ,4 ,6 ,8 e 10 para 25 oC; e dias 0, 5, 10, 15, 20 e
25 para 15 oC. Foram utilizadas quatro repetições e a unidade experimental foi
constituída de cinco frutos, exceto para as variáveis firmeza e resistência ao
despencamento, para as quais foram utilizados dez frutos.
Os dados das características avaliadas foram submetidos à análise de
variância e por meio do teste F verificada a significância das interações entre os
fatores testados, com posterior desdobramento para os resultados significativos.
As médias foram comparadas mediante o teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Para os dados dos períodos de armazenamento, ajustaram-se modelos de
regressão polinomial que foram submetidos à análise de variância, sendo
selecionados os modelos significativos de maior coeficiente de determinação e
que melhor explicassem o fenômeno biológico. No processamento da análise
dos dados, utilizou-se o programa SISVAR (FERREIRA, 2008).
29
3.3 Análises físicas
3.3.1 Coloração da casca: feita a partir de método subjetivo no qual se
determina visualmente a coloração da casca da banana por meio da escala de
maturação de Von Loesecke, atribuindo-se notas conforme a evolução da cor,
sendo 1 = totalmente verde; 2 = verde com traços amarelos; 3 = mais verde do
que amarelo; 4 = mais amarelo do que verde; 5 = amarelo com ponta verde; 6 =
amarelo; 7 = amarelo com áreas marrons (PBMH&PIF, 2006).
3.3.2 Comprimento do fruto: obtido medindo-se, com o auxílio de uma fita
métrica, a curvatura externa desde a base de inserção do pedúnculo até a
extremidade do fruto, e os resultados expressos em centímetros.
3.3.3 Diâmetro do fruto: obtido com o auxílio de um paquímetro digital da
marca King Tools, através da aferição do diâmetro ou calibração lateral na
região mediana, no sentido do comprimento do fruto (DONATO, 2003). Os
resultados foram expressos em milímetros.
3.3.4 Massa do fruto: obtida com o auxílio de balança semianalítica e o
resultado expresso em gramas.
3.3.5 Massa da polpa: obtida com o auxílio de balança semianalítica através da
pesagem do fruto sem casca, e o resultado expresso em gramas.
3.3.6 Espessura da casca: obtida medindo-se, em mm, a espessura da região
mediana da casca, com o auxílio de um paquímetro digital.
30
3.3.7 Relação polpa/casca: obtida separando-se a casca da polpa, as quais foram
pesadas individualmente, sendo a massa da fruta sem casca dividida pela massa
da casca e o resultado expresso em número puro, com duas casas decimais.
3.3.8 Perda de massa: Para cada tratamento foram separadas unidades
experimentais mantidas dentro da embalagem e pesadas em balança
semianalítica ao longo do experimento para se determinar a variação média de
massa. O cálculo da perda de massa foi então realizado aplicando a equação que
relaciona a massa inicial com a massa final: [(Minicial – Mfinal / Minicial)] x 100,
expresso em porcentagem, sendo “M” a massa dos frutos, em gramas.
3.3.9 Firmeza: determinada pela força máxima de penetração de uma ponteira
plana de 6mm de diâmetro, utilizando-se um dinamômetro digital acoplado a
suporte de bancada. As medidas foram tomadas em três pontos equidistantes na
porção longitudinal do fruto, após remoção de parte da casca. Os resultados
foram expressos em Newton (N).
3.3.10 Resistência ao despencamento: feita por meio de um despencador
acoplado a um dinamômetro digital (Figura 2) para medir a força necessária para
desprender a banana do pedúnculo, em Newton (PIMENTEL et al., 2010). As
análises só foram feitas a partir do 3º intervalo de avaliação, em razão de as
bananas se encontrarem muito verdes antes deste período, impossibilitando a
mensuração desta característica.
31
(a)
(b)
FIGURA 2. Método instrumental de avaliação da resistência ao despencamento. (a)
fruto instalado pronto para ser avaliado; (b) fruto após rompimento do
pedúnculo.
3.4 Análises químicas
Para as análises químicas foram utilizadas amostras compostas de cinco
frutos trituradas com água destilada em homogeneizador/desintegrador tipo
Turrax.
As análises de açúcares e amido foram realizadas no Laboratório de
Fisiologia Pós-colheita de Frutos do Departamento de Ciências Agrárias do
Curso de Agronomia da UNIMONTES - Universidade Estadual de Montes
Claros, Campus de Janaúba – MG, a partir de amostras congeladas.
3.4.1 pH: determinado pelo método eletrométrico em potenciômetro, utilizandose 10 g da amostra triturada com 90 mL de água destilada, segundo normas do
Instituto Adolfo Lutz (2008).
32
3.4.2 Acidez titulável (ATT): determinada por volumetria com fenolftaleína
como indicador, segundo normas do Instituto Adolfo Lutz (2008) e os resultados
expressos em equivalente grama de ácido málico.
3.4.3 Sólidos solúveis (SS): determinado por refratometria utilizando-se um
refratômetro digital com compensação de temperatura automática a 25 ºC,
homogeneizando-se 10 g da amostra com 20 mL de água destilada, e os
resultados expressos em o Brix (Dadzie e Orchard, 1997).
3.4.4 Relação sólidos solúveis/acidez titulável (SS/ATT): também chamada de
ratio ou índice de maturação, esta relação expressa o equilíbrio doce-ácido dos
alimentos. O valor dos sólidos solúveis foi dividido pelo de acidez titulável e o
resultado expresso em número puro, com duas casas decimais.
3.4.5 Açúcares totais (AT): extraídos com álcool etílico e determinados pelo
método de Antrona (DISCHE, 1962). A amostra foi submetida à leitura em
espectrofotômetro a 620 nm e os resultados expressos em porcentagem.
3.4.6 Açúcares redutores (AR): determinado segundo metodologia de Somogyi
(1945) e Nelson (1944). O teor de açúcares redutores foi calculado por
espectrofotometria a 510 nm e os resultados expressos em porcentagem.
3.4.7 Amido: extraído quimicamente e determinado espectrofotometricamente
segundo o método químico de Somogyi (1945) e Nelson (1944). A determinação
foi feita a 510 nm e os resultados expressos em porcentagem.
33
3.5 Análise Sensorial
Na análise sensorial foram realizados testes de aceitação e de intenção de
compra. Para o teste de aceitação atribuiu-se uma escala hedônica de estrutura
verbal, numérica, bipolar, de nove pontos (1=desgostei extremamente;
2=desgostei muito; 3=desgostei moderadamente; 4=desgostei ligeiramente;
5=nem gostei nem desgostei; 6=gostei ligeiramente; 7=gostei moderadamente;
8=gostei muito; 9=gostei extremamente), avaliando os atributos sabor, textura,
aroma, aparência e impressão global dos frutos. Participaram dos testes 80
provadores não treinados de ambos os sexos com idade entre 14 e 60 anos,
constituídos de funcionários e alunos do IF Baiano – Campus Guanambi. Os
testes foram realizados individualmente para cada provador, em ambiente
isolado com luz branca, sempre duas horas antes ou depois das refeições
principais. Foram utilizados os frutos armazenados a 15 oC após o seu
amadurecimento completo. Os frutos foram servidos em temperatura ambiente,
descascados e cortados em fatias de 1,5cm de espessura, dispostos em bandejas
de isopor na quantidade de duas fatias de cada genótipo por provador. As
amostras foram ordenadas de forma aleatória e codificadas com numeração de
três dígitos. Os provadores foram orientados quanto ao preenchimento das fichas
e aconselhados a ingerir água entre a degustação das amostras (INSTITUTO
ADOLFO LUTZ, 2008).
Os resultados dos testes foram submetidos à análise de variância e
construídos histogramas de frequência com os valores recebidos por cada
amostra. Os dados do teste de intenção de compra foram transformados de modo
a estabilizar a variância, utilizando a opção raiz quadrada de X + 0,5.
34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Características físicas
Não houve diferença significativa entre os genótipos na avaliação da
coloração da casca, o que demonstra que os dois genótipos apresentaram o
mesmo padrão de amadurecimento, quando considerado apenas o aspecto visual
(Figura 3).
O amarelecimento da casca é a mais marcante modificação durante o
amadurecimento da banana. A clorofila, que confere coloração verde à casca da
banana no período climatérico, é rapidamente degradada, evidenciando os
carotenóides, pigmentos amarelos que caracterizam a banana madura.
Normalmente, não se observa síntese de carotenóides durante o amadurecimento
de bananas, mas o seu desmascaramento durante a degradação das clorofilas. O
grau de coloração da casca da banana é um importante preditor da sua vida de
prateleira e é frequentemente utilizado como guia para sua distribuição no varejo
(MATSUURA e FOLEGATTI, 2001).
Observou-se efeito dos genótipos para as características comprimento,
diâmetro, massa do fruto, massa da polpa, relação polpa/casca e espessura da
casca, destacando-se a superioridade do genótipo PA42-44 em relação à sua
genitora Prata-Anã, exceto para a característica relação polpa/casca, para a qual
a Prata-Anã apresentou maiores valores (Tabela 4).
O híbrido PA42-44 apresentou frutos de maior comprimento e diâmetro
que os de sua genitora Prata-Anã, concordando com os relatos de outros autores
(DONATO et al., 2006; LÉDO et al., 2008; LIMA et al. 2004; LINS, 2005;
RODRIGUES et al., 2010; SILVEIRA et al., 2008). Os valores médios
encontrados para comprimento foram de 19,75 e 17,72 cm, e para diâmetro
35
central foram de 44,91 e 40,10 mm, respectivamente para os genótipos PA42-44
e Prata-Anã (Tabela 4).
Segundo a classificação para bananas tipo Prata proposta pela
ABANORTE - Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas Gerais –
(Brasil, 2000), os frutos dos genótipos avaliados enquadram-se no tipo
exportação ou de melhor qualidade, por apresentarem comprimento maior que
16 cm e diâmetro superior a 38 mm. De acordo com Soto Ballestero (2008), os
frutos que não atingem o comprimento e o diâmetro adequados são descartados
na comercialização. Donato (2003) acrescenta que o comprimento do fruto é
uma característica importante do ponto de vista da qualidade para classificação,
porém, isto é variável com a exigência do mercado consumidor.
Conforme estudo conduzido por Matsuura et al. (2004), com
consumidores de Cruz das Almas-BA, os tamanhos médio (12 a 15 cm) e grande
(16 a 19 cm) de banana foram os preferidos por 87,4% destes, contrariando a
tendência mundial de demanda por produtos alimentícios e frutos com menor
volume ou quantidade e tamanho. Resultados semelhantes foram observados por
Pereira et al. (2003). Para Damatto Junior et al. (2005), a banana Prata-Anã
apresenta como principal vantagem as dimensões dos frutos que, por serem
menores que os do subgrupo Cavendish, tornam-se mais práticos para o
consumo.
As características físicas de diâmetro e comprimento também são
parâmetros importantes para frutas destinadas ao processamento de produtos
desidratados, influenciando o processo de secagem (JESUS et al., 2004).
Concordando com o descrito por outros autores (DONATO et al., 2006;
LÉDO et al., 2008; LINS, 2005; OLIVEIRA et al., 2008; RODRIGUES et al.,
2010), o PA42-44 apresentou frutos mais pesados, com valores de massa do
fruto e da polpa de respectivamente 172,78 e 95,39 g, em comparação com os
frutos da ‘Prata-Anã’, de respectivamente 129,90 e 78,19 g (Tabela 4).
36
Para Chitarra e Chitarra (2005), o tamanho e a massa são características
físicas inerentes às espécies ou cultivares, mas são utilizados como atributos de
qualidade para seleção e classificação dos produtos de acordo com a
conveniência do mercado consumidor.
A massa do fruto é um atributo importante para o melhoramento
genético, pois está associada a outras características que definem o tamanho dos
frutos, como o comprimento e o diâmetro, e que interferem na preferência do
consumidor. Outro aspecto diz respeito ao rendimento da fruta, tanto
considerado no momento da colheita quanto no seu aproveitamento industrial.
Para este último, a mensuração da massa da polpa se torna ainda mais relevante.
O híbrido PA42-44 apresentou os maiores valores para espessura de
casca, com média de 5,34 mm (Tabela 4). Para a variedade Prata-Anã, foram
encontrados valores médios de 4,30 mm. Os valores encontrados foram
superiores aos citados por Donato (2003), Lima et al. (2004) e Lins, (2005),
entre 2,98 e 3,50 mm para a PA42-44 e entre 2,48 e 3,06 mm para a ‘Prata-Anã’.
Segundo Donato (2003), o caráter espessura da casca é importante do
ponto de vista da conservação pós-colheita, conferindo assim, uma maior ou
menor resistência ao manuseio, o que pode influenciar na vida de prateleira ou
período de comercialização. No entanto, é importante ressaltar a necessidade de
se avaliar também outras características altamente relacionadas com a resistência
e conservação pós-colheita, como a firmeza do fruto.
A espessura da casca é também um importante atributo que pode definir
a preferência de uma determinada variedade pelos consumidores. Em estudo
desenvolvido por Matsuura et al. (2004), apenas 12,8% dos entrevistados
preferiram frutos com espessura de casca maior que 4 mm, ficando a preferência
dividida entre os que preferiam bananas de casca fina (2 mm, similar à bananamaçã) e média (3 mm, similar à banana-prata).
37
A variedade PA42-44 exibiu menores valores de relação polpa/casca que
a ‘Prata-Anã’ (Tabela 4). Isto se deve ao fato de a PA42-44 apresentar maior
espessura de casca e, consequentemente maior peso da casca, não obstante
apresente também maiores valores de peso da polpa. Outra explicação para esse
resultado baseia-se no fato de que frutos menores apresentam maior relação
polpa/casca que frutos maiores, como observado por Ahmad et al. (2006).
TABELA 4. Valores médios de comprimento (CF), diâmetro (DF), massa do fruto
(MF), massa da polpa (MP), relação polpa/casca (RPC) e espessura da
casca (EC) de bananas Prata-Anã e PA42-44 (média das avaliações de todo
o período de armazenamento).
Genótipo
CF (cm)
DF (mm) MF (g)
MP (g)
RPC
EC (mm)
Prata-Anã
17,72b
40,10b
129,90b 78,19b
1,58a
4,30b
PA42-44
19,75a
44,91a
172,78a 95,39a
1,25b
5,34a
CV (%)
5,26
3,40
7,83
7,34
8,59
9,76
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste F(0,05).
Conforme visto na Figura 3, a relação polpa/casca aumentou com o
período de amadurecimento para todos os tratamentos testados. De forma
correlacionada, o contrário ocorreu para as variáveis massa da casca e espessura
da casca. Segundo Dadzie e Orchard (1997), o aumento da relação polpa/casca
durante a maturação está relacionado com a concentração de açúcar nos tecidos.
Durante o amadurecimento, a concentração de açúcar na polpa aumenta
rapidamente em comparação com a casca, contribuindo deste modo para uma
mudança diferencial na pressão osmótica. A casca perde água tanto para o
ambiente, por transpiração, como para a polpa, por osmose, contribuindo para
um aumento do peso fresco da polpa à medida que a fruta amadurece. Isso
resulta em um aumento da relação polpa/casca durante o amadurecimento.
Segundo Matsuura e Folegatti (2001), tal relação é também conhecida como
“coeficiente de amadurecimento”, que é considerado um índice de maturidade.
38
Observou-se um incremento linear na perda de massa ao longo do
período de armazenamento, sendo esse aumento mais pronunciado no último
período de observação, quando atingiu 1,30% e 1,07%, respectivamente para as
temperaturas de armazenamento de 25 oC e 15 oC (Figura 3). Não houve efeito
dos genótipos testados sobre esta variável.
Foi observada maior média de perda de massa para os frutos
armazenados a 25 oC (0,58%) em comparação com os armazenados a 15 oC
(0,48%). Ahmad et al. (2001) e Siqueira et al. (2008) também verificaram maior
perda de massa em bananas submetidas a maiores temperaturas de
armazenamento. Segundo Chitarra e Chitarra (2005), produtos armazenados sob
temperaturas elevadas, em geral, têm seu metabolismo ativado, com elevada
taxa de respiração e consequente redução da sua vida pós-colheita.
Damatto Jr. et al. (2005) encontraram valores de perda de massa de
20,40% no 12º dia de armazenamento, e médias de 12,08%. Os baixos valores
de perda de massa encontrados nesse trabalho se devem ao uso de membranas de
polietileno nos frutos armazenados, conforme observou Siqueira et al. (2008),
que constatou que o uso de embalagens reduziu as porcentagens de perda de
massa fresca dos frutos. A redução nas perdas de massa fresca observada nos
frutos em atmosfera modificada possivelmente é decorrente do aumento da
umidade relativa do ar no interior das embalagens, saturando a atmosfera ao
redor dos frutos, levando à diminuição do deficit de pressão de vapor d’água e,
consequentemente, reduzindo a transpiração dos frutos (KADER et al., 1989).
39
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
FIGURA 3. Índice de cor da casca (a, b), relação polpa/casca (c, d) e perda de massa
fresca (e, f) de bananas Prata-Anã e PA42-44 armazenadas a 25 oC e a 15
o
C.
40
As perdas de massa podem afetar a comercialização da banana, que se
dá por meio da sua massa e aspecto visual. Segundo Chitarra e Chitarra (2005),
o teor de água na maioria das frutas e hortaliças é variável entre 80 e 95%, parte
da qual é perdida através da evapotranspiração. Esta pode ser controlada por
meio do manuseio adequado das condições de armazenamento, utilizando-se
redução da temperatura do ar, elevação da UR, redução da diferença da pressão
de vapor e uso de embalagem protetora. Dessa forma, evita-se uma redução na
comercialização, não só em função da perda de massa do produto, como também
da qualidade (murchamento, enrugamento, perda de textura, etc.).
Pode-se verificar (Tabela 5) que a firmeza da polpa foi superior para os
frutos do genótipo ‘Prata-Anã’ (3,86 N) em relação ao PA42-44 (2,84 N). A
temperatura influenciou significativamente na variável, sendo que os frutos
armazenados a 15 oC apresentaram maior média de firmeza (3,62 N) que aqueles
armazenados em temperatura de 25 ºC (3,08 N). Os valores encontrados para a
cultivar Prata-Anã foram próximos aos obtidos por Damatto Jr. et al. (2005), de
3,94 N. De acordo com Cerqueira et al. (2002), a firmeza dos frutos é uma
característica genética, embora nenhuma relação tenha sido detectada com o
nível de ploidia (triplóides ou tetraplóides), ou com grupos genômicos (AAA,
AAAA, AAB e AAAB).
TABELA 5. Valores médios de firmeza da polpa e resistência ao despencamento de
bananas Prata-Anã e PA42-44 armazenadas a 25 oC e a 15 oC (média das
avaliações de todo o período de armazenamento).
Resistência ao despencamento (N)
Firmeza da polpa (N)
Genótipos
25 ºC
15 ºC
25 ºC
15 ºC
Prata-Anã
3,60Ba
4,13Aa
19,66Ba
28,34Ab
PA42-44
2,57Bb
3,11Ab
17,43Ba
39,83Aa
CV (%)
17,73
41,51
Nota: Valores seguidos de letras distintas, maiúsculas nas linhas para cada variável e
minúsculas nas colunas, diferem estatisticamente pelo teste de Tukey(0,05).
41
A Figura 4 exibe o comportamento da firmeza da polpa dos dois
genótipos em cada temperatura de armazenamento. No armazenamento a 25 ºC,
pôde-se observar ligeiro decréscimo da firmeza. Os frutos da ‘Prata-Anã’
apresentaram-se mais firmes em quase todos os períodos de avaliação, quando
comparados aos do seu híbrido, no armazenamento a 25 ºC (Tabela 6). Na
temperatura de 15 ºC, os frutos da ‘Prata-Anã’ se mostraram mais firmes que os
da PA42-44 até o 15º dia de armazenamento, não havendo diferença
significativa nos demais períodos. Os genótipos Prata-Anã e PA42-44
apresentaram, aos 10 dias de armazenamento a 15 ºC, firmeza de polpa de 5,03
N e 4,01 N, respectivamente. Esses valores foram superiores aos observados
pelos mesmos genótipos no 10º dia de armazenamento a 25 ºC (respectivamente
3,14 N e 1,64 N), indicando o efeito da baixa temperatura na prevenção da perda
de firmeza da polpa.
Silva et al. (2004), comparando bananas-Prata climatizadas por 3 dias a
14 e a 18 ºC, notaram que a climatização a 18 ºC acentuou a perda da sua
textura, independente do regime do etileno, durante os 2 primeiros dias de
análises. Ahmad et al. (2001) também encontraram bananas mais firmes quando
mantidas em baixas temperaturas.
Coelho (2007) observou perda da firmeza a partir do 3º dia para bananas
Prata-Anã armazenadas a 20 ºC, e entre o 6º e o 9º dia para os frutos mantidos a
12 ºC. Segundo a autora, esse comportamento é explicado em virtude do teor de
umidade da polpa da banana aumentar durante o amadurecimento, e a
velocidade com que este ocorre ser dependente da temperatura de
armazenamento da fruta. Outra explicação está relacionada à redução da
atividade das enzimas que degradam a parede celular. Em conformidade com
Chitarra e Chitarra (2005), a diminuição da firmeza pode estar relacionada com
a perda de integridade da parede celular, ocorrendo a sua hidrólise enzimática
42
devido à ação de enzimas pectinolíticas, como a poligalacturonase e
pectinametilesterase, bem como celulases e β-galactosidases.
De modo análogo aos resultados obtidos neste trabalho, Pimentel et al.
(2010) encontraram valores de firmeza para a ‘Prata-Anã’ superiores aos da
PA42-44 durante todo o período de amadurecimento a 22 ºC. O genótipo PrataAnã apresentou diminuição da firmeza ao longo do tempo, passando de 40,32 N,
no índice de cor 2, a 6,79 N, no índice 6. Entretanto, o PA42-44 exibiu redução
da firmeza até o índice de cor 5, de 31,95 N a 4,97 N, a partir do qual não foi
detectada diferença significativa. Os valores de firmeza de polpa citados por
esses autores para o fruto maduro foram bem superiores aos encontrados neste
trabalho. No entanto, Damatto Jr. et al. (2005), caracterizando frutos de ‘PrataAnã’ e ‘Prata-Zulu’ nas condições ambientais, encontraram valores variando de
8,87 N no fruto verde para 0,50 N no 12º dia de armazenamento. Silva et al.
(2004) encontraram valores entre 3,73 e 4,34 N para banana-Prata climatizada,
após 8 dias de armazenamento. Estas discrepâncias observadas confirmam a
elevada variação inerente à característica firmeza da polpa que, consoante
Chitarra e Chitarra (2005), é função da cultivar, mas pode sofrer variações com
as condições climáticas regionais, com a posição do fruto na planta, com o grau
de maturação, com o tamanho do produto e mesmo com a forma imprópria de
utilização dos aparelhos manuais na sua medição.
Embora
pouco valorizada
como
atributo
de seleção para
o
melhoramento genético da bananeira, a firmeza da polpa é uma característica de
extrema relevância para a qualidade dos frutos, seja na comercialização ou no
consumo. Segundo Dadzie e Orchard (1997), a perda da firmeza durante o
amadurecimento leva a uma qualidade mais baixa e uma maior incidência de
danos mecânicos durante a manipulação e o transporte. Em estudo desenvolvido
por Matsuura et al. (2004), a textura firme da polpa foi a característica de maior
43
preferência em relação a todas as características de qualidade avaliadas sobre a
banana ideal, com 73,1% das preferências dos entrevistados.
A Tabela 6 ilustra a comparação entre as duas temperaturas de
armazenamento dentro de cada período de observação, o que equivaleria a cada
estádio de desenvolvimento dos frutos. Os frutos da ‘Prata-Anã’ apresentaram
maior firmeza aos 10 e 15 dias de armazenamento a 15 ºC do que aos 4 e 6 dias
de armazenamento a 25 ºC. Para o genótipo PA42-44, a firmeza da polpa foi
maior aos 10 dias de armazenamento a 15 ºC do que aos 4 dias a 25 ºC.
Para o genótipo ‘Prata-Anã’, o armazenamento a 15 oC foi eficiente na
manutenção de uma maior firmeza da polpa nos 3º e 4º períodos de avaliação,
não havendo diferença estatística
entre as duas temperaturas nos 5º e 6º
períodos. Para o genótipo PA42-44, o armazenamento na temperatura de 15 oC
só mostrou efeito sobre o prolongamento da firmeza da polpa no 3º intervalo de
avaliação (Tabela 6).
TABELA 6. Valores médios de firmeza da polpa de bananas Prata-Anã e PA42-44 ao
longo do tempo de armazenamento a 25 oC e a 15 oC.
Período de avaliação
Temperatura
Dia
Prata-Anã
PA42-44
3º
25ºC
4
4,08Ab
3,07Bb
15ºC
10
5,03Aa
4,01Ba
4º
25ºC
6
3,82Ab
2,79Ba
15ºC
15
5,33Aa
3,44Ba
5º
25ºC
8
3,34Aa
2,76Aa
15ºC
20
3,86Aa
3,07Aa
6º
25ºC
10
3,14Aa
1,64Ba
15ºC
25
2,31Aa
1,93Aa
Nota: Valores seguidos de letras distintas, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas
colunas (dentro de cada período de avaliação), diferem estatisticamente pelo teste de
Tukey(0,05).
Observando-se os efeitos isolados dos tratamentos, não houve diferença
estatística entre os genótipos para a variável resistência ao despencamento.
Quando se compararam as diferentes temperaturas de armazenamento,
44
observou-se que a resistência ao despencamento foi maior nos frutos
armazenados a 15 oC do que nos armazenados a 25 oC, sendo, respectivamente,
de 34,09 e 18,55 N.
O desdobramento dos fatores ratificou o efeito da temperatura sobre a
resistência ao despencamento, mostrando os maiores valores para os frutos
armazenados a 15 oC dentro dos dois genótipos (Tabela 5). No armazenamento a
25 oC, os genótipos apresentaram médias para a variável despencamento
estatisticamente semelhantes. O genótipo PA42-44 respondeu melhor ao
armazenamento a 15
o
C, mostrando maior média para a resistência ao
desprendimento dos dedos. Estes resultados divergem dos encontrados por
Pimentel et al. (2010) com bananas armazenadas a 22 ºC, nos quais a ‘PrataAnã’ se mostrou mais resistente.
Pereira et al. (2004) definiram os seguintes padrões de resistência ao
despencamento: resistente (>60 N), medianamente resistente (20-60 N) e
suscetível (< 20 N), através dos quais classificam a banana Prata-Anã como
medianamente resistente, por apresentar valores médios de 45,2 N, superiores
aos encontrados neste trabalho. Classificando por esses padrões os valores
médios encontrados para cada genótipo armazenado a 25 ºC e a 15 ºC, pode-se
inferir que a redução da temperatura de armazenamento determinou a evolução
dos dois genótipos da categoria ‘suscetíveis’ para ‘medianamente resistentes’ ao
despencamento.
A
Figura
4
representa
o
comportamento
da
resistência
ao
despencamento dos genótipos ao longo do tempo de armazenamento nas duas
temperaturas, na qual é visível a diminuição da resistência em todos os
tratamentos à medida que os frutos amadurecem. Observou-se um menor
declínio da resistência ao despencamento da banana PA42-44 armazenada a 25
ºC, o que pode indicar que ela armazenada a 25 oC já apresentava grande
tendência ao despencamento mesmo antes de alcançar o ponto de maturação
45
para consumo, visto que essa característica começou a ser avaliada quando os
frutos se encontravam entre os índices de coloração 3 (mais verde do que
amarelo) e 4 (mais amarelo do que verde) e nesse momento já apresentavam
valores baixos (22,95 N). Quando os frutos deste genótipo foram armazenados a
15 ºC, apresentaram maior valor de resistência ao despencamento ao 10º dia, de
79,26N, havendo maior decréscimo até o 15º, quando apresentaram 34,53 N,
continuando a reduzir até o 25º dia, quando sua resistência ao despencamento foi
de 18,35 N.
(a)
(b)
(c)
(d)
FIGURA 4. Firmeza da polpa (a, b) e resistência ao despencamento (c, d) de bananas
Prata-Anã e PA42-44 armazenadas a 25 ºC e a 15 ºC.
46
No 4º dia de armazenamento a 25 ºC, a ‘Prata-Anã’ mostrou maior
resistência ao despencamento (Tabela 7), concordando com o verificado por
Pimentel et al. (2010) com bananas armazenadas a 22 ºC. A partir do 6º dia de
armazenamento a 25 ºC, não foi observada diferença significativa entre os
genótipos. Os genótipos apresentaram valores de resistência ao despencamento
próximos a 10 N no final do amadurecimento (10º dia), podendo ambos ser
classificados como ‘suscetíveis’, conforme definição de Pereira et al. (2004). Já
a 15 ºC, os frutos da PA42-44 foram mais resistentes que os da ‘Prata-Anã’ no
10º dia, apresentando, respectivamente, 79,26 N e 48,73 N. Até os 20 dias de
armazenamento a 15 ºC, os frutos de banana PA42-44 apresentaram valores de
resistência ao despencamento superiores a 20 N, podendo assim ser classificado
como ‘medianamente resistente’, de acordo com a definição de Pereira et al.
(2004). Para a cultivar Prata-Anã, esse efeito também foi verificado até os 15
dias de armazenamento a 15 ºC, demonstrando que a redução da temperatura de
armazenamento pode aumentar a resistência ao despencamento de bananas.
Maia et al. (2004), avaliando o genótipo SH 3640, verificaram que os
frutos que amadureceram a 18 ºC e os mantidos a 5 ºC por 12 horas antes do
amadurecimento ao ambiente, mostraram-se mais resistentes ao despencamento
(25,02 e 23,18 N) que os pré-condicionados a 5 ºC por 6 horas ou amadurecidos
em temperatura ambiente de 24,6 ºC (15,08 e 17,29 N). Observaram ainda que
houve maior deposição de lignina nas paredes das fibras perivasculares dos
feixes da região do pedicelo do fruto, caracterizando maior espessura da parede
celular dos frutos que apresentaram maior resistência ao despencamento.
Silva, et al. (2002) explicam que a ocorrência do despencamento pode
ser resultado da menor quantidade de componentes estruturais da parede celular
das células parenquimáticas, como celulose, hemicelulose e pectina, ou da
degradação mais acelerada destes componentes, justificando o maior
47
enfraquecimento do tecido parenquimático em genótipos mais sensíveis ao
despencamento.
Segundo Pereira et al. (2004), a firmeza do fruto está associada em 74%
com a resistência ao despencamento. Pimentel et al. (2010) observaram que as
bananas PA42-44 apresentaram baixa firmeza da polpa e resistência ao
despencamento em comparação com a ‘Prata-Anã’. No entanto, no presente
trabalho, verificou-se que no armazenamento a 15 ºC os frutos de PA42-44
continuaram menos firmes que os de ‘Prata-Anã’, porém apresentaram maior
resistência ao despencamento que estes últimos. Estes resultados podem indicar
que tanto a firmeza da polpa quanto a resistência ao despencamento podem,
individualmente, sofrer influência de fatores ambientais, como a temperatura de
armazenamento. Também é importante lembrar que no trabalho de Pereira et al.
(2004), foi avaliada a firmeza do fruto com casca. Considerando que a
resistência ao despencamento está relacionada à estrutura da parede celular da
casca na zona do pedúnculo, é esperado encontrar correlação desta característica
com a firmeza do fruto (com casca), mas não necessariamente com a firmeza da
polpa.
Comparando as duas temperaturas de armazenamento dentro de cada
período de observação, verifica-se que a resistência ao despencamento dos frutos
de ‘Prata-Anã’ foi maior aos 15 dias de armazenamento a 15 ºC do que aos 6
dias de armazenamento a 25 ºC. A banana PA42-44 teve maior resistência à
queda dos dedos aos 10 dias de armazenamento a 15 ºC do que aos 4 dias de
armazenamento a 25 ºC (Tabela 7).
48
TABELA 7. Valores médios de resistência ao despencamento de bananas Prata-Anã e
PA42-44 em função das temperaturas e dos dias de armazenamento
Despencamento
Período de avaliação
Temperatura
Dia
‘Prata-Anã’
PA42-44
3º
25 ºC
4
40,64Aa
22,95Bb
15 ºC
10
48,74Ba
79,26Aa
4º
25 ºC
6
14,92Ab
19,79Aa
15 ºC
15
41,45Aa
34,54Aa
5º
25 ºC
8
12,14Aa
17,63Aa
15 ºC
20
12,80Aa
26,90Aa
6º
25 ºC
10
10,96Aa
9,35Aa
15 ºC
25
10,38Aa
18,63Aa
Nota: Valores seguidos de letras distintas, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas
colunas (dentro de cada período de avaliação), diferem estatisticamente pelo teste de
Tukey(0,05).
4.2 Características químicas
Os genótipos Prata-Anã e PA42-44 diferiram quanto aos sólidos
solúveis e à relação sólidos solúveis/acidez titulável (SS/ATT), sendo que o
‘Prata-Anã’ apresentou os maiores teores, que foram, respectivamente, de 16,20
ºBrix e 30,94, enquanto o PA42-44 apresentou 14,45 ºBrix e 25,94. Para as
variáveis pH e acidez titulável, não foi observada diferença significativa entre os
genótipos (Tabela 8).
TABELA 8. Valores médios de pH, acidez titulável (ATT), sólidos solúveis (SS) e
relação sólidos solúveis/acidez titulável (SS/ATT) de bananas Prata-Anã e
PA42-44 (média das avaliações de todo o período de armazenamento).
Genótipos
pH
ATT *
SS (oBrix)
SS/ATT
Prata-Anã
4,78a
0,54a
16,20a
30,94a
PA42-44
4,75a
0,54a
14,45b
25,94b
CV (%)
5,11
21,22
14,73
24,49
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste F(0,05).
* Equivalente grama de ácido málico.100g-1 polpa.
49
A Figura 5 mostra o comportamento dos valores médios de pH das
bananas Prata-Anã e PA42-44 nas duas temperaturas de armazenamento.
Observou-se rápido declínio desses valores até o 6º dia de armazenamento a 25
ºC, com ligeiro aumento após esse período. Só foi verificada diferença
significativa entre os genótipos em ambas as temperaturas no dia 0, quando a
banana se encontrava verde (Tabela 9). Os valores encontrados para ‘Prata-Anã’
e PA42-44 foram, respectivamente, de 5,89 e 5,52, no dia 0, e 4,56 e 4,72 no 10º
dia de armazenamento. Nascimento Jr. et al. (2008) também observaram
declínio do pH até o 10º dia após a colheita, a partir do qual não foram
observadas alterações, permanecendo os valores de 4,06 para a banana-Prata e
4,53 para a banana-Nanicão até o 14º dia. Pimentel et al. (2010), em seus
estudos com bananas armazenadas a 22 ºC, verificaram que o genótipo PA42-44
atingiu o menor pH, de 4,12, já no índice de cor 4 (mais amarelo do que verde),
enquanto o ‘Prata-Anã’ mostrou valores decrescentes até o índice 6 (amarelo),
quando atingiu 4,13. Esses mesmos autores também observaram diferenças entre
os valores de pH dos genótipos até o índice de cor 5, para os quais os do PA4244 foram inferiores.
No armazenamento a 15 ºC, observa-se queda do pH até o 15º dia, após
o qual verificou-se um ligeiro aumento (Figura 5). Os valores encontrados para
‘Prata-Anã’ e PA42-44 foram, respectivamente, de 5,89 e 5,52, no dia 0, de 4,35
e 4,21 no dia 15, e de 4,59 e 4,72 no dia 25 (Tabela 9). Damato Jr. et al. (2005) e
Coelho (2007) também observaram comportamento semelhante, com redução do
pH até o 6º dia de armazenamento e posterior acréscimo.
50
TABELA 9. Valores médios de pH de bananas ‘Prata-Anã’ e PA42-44 ao longo do
tempo de armazenamento a 25 oC e a 15 oC.
pH
Genótipos
Dias de armazenamento a 25 ºC
0
2
4
6
8
10
Prata-Anã
5,89a
4,99a
4,46a
4,58a
4,59a
4,56a
PA42-44
5,52b
5,18a
4,49a
4,52a
4,48a
4,72a
Dias de armazenamento a 15ºC
0
5
10
15
20
25
Prata-Anã
5,89a
4,84a
4,21a
4,35a
4,42a
4,59a
PA42-44
5,52b
4,61a
4,21a
4,42a
4,62a
4,74a
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste de Tukey(0,05).
O decréscimo do pH ao longo do amadurecimento é esperado por estar
associado ao acúmulo de açúcar e de constituintes ácidos durante o
amadurecimento dos frutos. Como os açúcares solúveis são precursores dos
ácidos orgânicos, com predominância, na banana, do ácido málico, o seu
acúmulo
acarreta
diminuição
do
pH
ao
longo
do
amadurecimento
(NASCIMENTO JR. et al., 2008). O ligeiro aumento observado no final do
amadurecimento pode ser explicado em função do consumo dos ácidos
orgânicos como substrato respiratório, ocasionando aumento do pH.
A acidez titulável se comportou de maneira inversamente proporcional
aos resultados encontrados para a variável pH ao longo do período de
armazenamento em cada temperatura (Figura 5). No armazenamento a 25 ºC, foi
observado aumento da acidez até o 4º dia, seguido de ligeiro decréscimo. Os
valores encontrados para ‘Prata-Anã’ e PA42-44 foram, respectivamente, de
0,07 e 0,10, no dia 0, e 0,39 e 0,33 no dia 10 (Tabela 10).
No armazenamento a 15 ºC, observou-se a elevação nos valores médios
dessa característica, após o qual seguiu-se a queda (Figura 5). Fato semelhante
também foi constatado por Silva, et al. (2004), Damato Jr. et al. (2005) e Coelho
(2007).
Os
valores registrados para ‘Prata-Anã’
51
e PA42-44
foram,
respectivamente, de 0,07 e 0,10, no dia 0, de 0,53 e 0,50 no dia 10, e de 0,34 e
0,29 no dia 25 (Tabela 10).
(a)
(b)
(c)
(d)
FIGURA 5. Valores de pH (a, b) e de acidez titulável (c, d) de bananas ‘Prata-Anã’ e
PA42-44 armazenadas a 25 oC e a 15 oC.
Na temperatura de 15 ºC, a cultivar Prata-Anã exibiu maiores valores de
acidez titulável apenas no 10º dia de armazenamento. Nos outros períodos de
armazenamento a 15 ºC e a 25 ºC, não houve diferença significativa entre os
genótipos (Tabela 10).
52
TABELA 10. Valores médios de acidez titulável de bananas Prata-Anã e PA42-44 ao
longo do tempo de armazenamento a 25 oC e a 15 oC.
Acidez Titulável (g. ác. málico.100g-1 polpa)
Genótipos
Dias de armazenamento a 25 ºC
0
2
4
6
8
10
Prata-Anã
0,15a
0,34a
0,68a
0,63a
0,49a
0,46a
PA42-44
0,29a
0,41a
0,72a
0,63a
0,62a
0,46a
Dias de armazenamento a 15 ºC
0
5
10
15
20
25
Prata-Anã
0,15a
0,62a
0,94a
0,79a
0,69a
0,53a
PA42-44
0,29a
0,56a
0,78b
0,64a
0,54a
0,50a
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste de Tukey(0,05).
Pimentel et al. (2010) verificaram que as bananas PA42-44 foram mais
ácidas até o índice de cor 4; no índice 5 elas se igualaram às bananas Prata-Anã
e, no 6, as PA42-44 apresentaram acidez menor que as bananas Prata-Anã e
menor do que apresentado no índice 5. As bananas ‘Prata-Anã’ mantiveram a
acidez do índice 5 para o 6. Os autores atribuem estes resultados à menor
produção de ácidos orgânicos comparada ao seu consumo durante o processo
respiratório, comportamento que pode ocorrer em frutos em fase de senescência.
Os ácidos orgânicos são utilizados na respiração para produção de ATP,
resultando na diminuição da acidez dos frutos, como também o próprio processo
respiratório produz ácidos orgânicos que podem se acumular no fruto
ocasionando um leve aumento da acidez dos mesmos. Esses autores sugerem
ainda uma associação entre a variação da acidez e a estação de colheita dos
frutos.
De acordo com Bleinroth et al. (1992), citados por Nascimento Jr. et al.
(2008), a banana no estádio verde caracteriza-se por apresentar baixa acidez,
aumentando com o decorrer do amadurecimento, até atingir um máximo, quando
a casca está totalmente amarela, para posteriormente decrescer. Durigan e
Ruggiero (1995), citados por Coelho (2007), afirmam que, ao contrário de outras
frutas, a banana apresenta baixa acidez no início do amadurecimento, que vai
53
aumentando lentamente, mas à medida que a fruta vai amadurecendo, este teor
tende a decrescer.
Os resultados apresentados na Figura 6 demonstram que durante os dias
de armazenamento os teores de sólidos solúveis dos dois genótipos aumentaram
até atingir um pico máximo, ocorrendo em seguida uma pequena queda nestes
teores. Resultados semelhantes foram observados por Silva et al. (2004) em
banana-Prata climatizada. Dadzie e Orchard (1997) explicam que em alguns
híbridos, o conteúdo de sólidos solúveis aumenta até um pico e logo depois
diminui devido à conversão do açúcar da polpa em álcool.
Na temperatura de armazenamento de 15 ºC não houve diferença
estatística entre os teores de sólidos solúveis (SS) dos genótipos (Tabela 11). A
25 ºC, a ‘Prata-Anã’ apresentou maiores valores de SS no 2º, 8º e 10º dias de
armazenamento, atingindo 24,52 ºBrix na última avaliação, contra 21,08 ºBrix
da PA-42-44. Viana et al. (2009) também observaram maiores valores de SS
para o ‘Prata-Anã’(27,00 ºBrix) em comparação com o PA42-44 (23,76 ºBrix),
ambos climatizados a 28 ºC. Pimentel et al. (2010) não observaram diferenças
entre os mesmos genótipos armazenados a 22 ºC no índice 6 de coloração da
casca, ambos apresentando teores superiores a 20%. Entretanto, nos índices 3 a
5, o PA42-44 apresentou maiores teores de sólidos solúveis. Jesus et al. (2004),
avaliando outros híbridos da ‘Prata-Anã’, verificaram que estes apresentaram
teores de SS muito mais baixos que seu parental feminino.
54
TABELA 11. Valores médios de sólidos solúveis de bananas Prata-Anã e PA42-44 ao
longo do tempo de armazenamento a 25 oC e a 15 oC.
Sólidos Solúveis ( ºBrix)
Genótipos
Dias de armazenamento a 25 ºC
0
2
4
6
8
10
Prata-Anã
3,15a
8,63a
20,48a
22,05a
24,53a
24,98a
PA42-44
3,15a
5,25b
18,68a
21,15a
21,08b
21,08b
Dias de armazenamento a 15 ºC
0
5
10
15
20
25
Prata-Anã
3,15a
8,10a
17,85a
20,10a
20,63a
20,78a
PA42-44
3,15a
9,68a
15,68a
18,38a
18,15a
18,00a
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste de Tukey(0,05).
Os sólidos solúveis indicam a quantidade dos sólidos que se encontram
dissolvidos no suco ou polpa das frutas, sendo constituídos principalmente por
açúcares, variáveis com a espécie, a cultivar, o estádio de maturação e o clima,
com valores médios entre 8 e 14%. Os açúcares acumulados constituem as
principais substâncias químicas das frutas, do ponto de vista tecnológico
(produção de vinhos, sucos, doces em massa, etc). As matérias-primas serão
tanto melhores para a industrialização quanto maiores forem os seus teores de
açúcares e, portanto, de sólidos solúveis (CHITARRA e CHITARRA, 2005).
Verificou-se um aumento da relação SS/ATT para todos os tratamentos
ao longo do armazenamento da fruta, como visto na Figura 6. Os frutos de
‘Prata-Anã’ exibiram maior ratio que os de PA42-44 no armazenamento a 25 ºC
para a maioria dos períodos avaliados (Tabela 12). Quando armazenados a 15
ºC, não foi observada diferença estatística entre os genótipos testados,
concordando com os resultados de Viana et al. (2009). Contudo no
armazenamento a 25 ºC as bananas Prata-Anã apresentaram valores médios de
36,77, superiores aos da PA42-44, que foram de 27,53. Pimentel et al. (2010)
encontraram maior relação SS/ATT para as bananas PA42-44 do índice 3 ao 5
de coloração.
55
(a)
(b)
(c)
(d)
FIGURA 6. Sólidos solúveis (a, b) e relação sólidos solúveis/acidez titulável (c, d) de
bananas Prata-Anã e PA42-44 armazenadas a 25 oC e a 15 oC.
TABELA 12. Valores médios de relação sólidos solúveis/acidez titulável de bananas
Prata-Anã e PA42-44 ao longo do tempo de armazenamento a 25 oC e a 15
o
C.
Relação SS/AT
Genótipos
Dias de armazenamento a 25 ºC
0
2
4
6
8
10
Prata-Anã
21,44a
25,96a
30,53a
35,59a
51,29a
55,83a
PA42-44
10,22b
11,84b
26,66a
34,94a
34,55b
46,99b
Dias de armazenamento a 15 ºC
0
5
10
15
20
25
Prata-Anã
18,00a
12,55a
19,05a
25,90a
31,46a
40,25a
PA42-44
10,22a
17,02a
20,10a
29,07a
33,52a
36,10a
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste de Tukey(0,05).
56
A relação SS/ATT é uma das formas mais utilizadas para a avaliação do
sabor, sendo mais representativa que a medição isolada de açúcares ou da
acidez. Essa relação evidencia o equilíbrio entre esses dois componentes,
devendo-se especificar o teor mínimo de sólidos e o máximo de acidez para se
ter uma idéia mais real do sabor em determinadas frutas (CHITARRA e
CHITARRA, 2005). De acordo com Dadzie e Orchard (1997), um balanço
SS/ATT desejável resulta em um sabor agradável da fruta durante a maturação.
Os resultados para sólidos solúveis e relação SS/ATT indicam que a
banana Prata-Anã apresenta maior grau de doçura que a PA42-44.
Pelos resultados observados da temperatura sobre as características
físico-químicas dos genótipos, pode-se inferir que o armazenamento a 15 ºC
pode ter efeito uniformizador sobre a expressão do amadurecimento dos
genótipos, por reduzir e/ou retardar os efeitos dos picos climatéricos sobre as
transformações decorrentes do amadurecimento. Entretanto, no amadurecimento
a 25 ºC, as variações entre os genótipos provenientes dos diferentes efeitos
climatéricos se tornam mais nítidas em função da maior rapidez com que esses
fenômenos acontecem.
Na Tabela 13 estão ilustrados os valores médios de açúcares totais,
açúcares redutores e amido, para os quais não foi observada diferença estatística
entre os genótipos testados.
TABELA 13. Valores médios de açúcares totais (AT), açúcares redutores (AR) e amido
de bananas Prata-Anã e PA42-44 (média das avaliações de todo o período
de armazenamento).
Genótipos
AT (%)
AR (%)
Amido (%)
Prata-Anã
13,94a
9,16a
9,04a
PA42-44
13,44a
8,62a
8,96a
CV (%)
25,39
15,64
27,15
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste F(0,05).
57
Os teores de açúcares totais evoluíram no decorrer do amadurecimento
de próximo de 1 para em torno de 20% (Figura 7). Conforme Coelho (2007), o
acúmulo de açúcares solúveis, principalmente glicose, frutose e sacarose, se dá
em decorrência da hidrólise do amido. Tais açúcares são oxidados e servem
como substratos básicos no processo respiratório da fruta.
Não houve diferença entre os teores de açúcares totais dos genótipos
armazenados a 25 ºC e na maioria dos períodos a 15 ºC (Tabela 14).
TABELA 14. Valores médios de açúcares totais de bananas Prata-Anã e PA42-44 ao
longo do tempo de armazenamento a 25 oC e a 15 oC.
Açúcares totais (%)
Genótipos
Dias de armazenamento a 25 ºC
0
2
4
6
8
10
Prata-Anã
0,40a
5,73a
18,93a
18,68a
17,84a
22,00a
PA42-44
1,23a
4,16a
21,74a
22,62a
17,24a
23,86a
Dias de armazenamento a 15 ºC
0
5
10
15
20
25
Prata-Anã
0,40a
5,29a
13,57a
24,19a
16,51a
23,77a
PA42-44
1,10a
6,08a
12,88a
18,95b
13,38a
18,09b
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste de Tukey(0,05).
De acordo com Mota et al. (1997), os açúcares, normalmente 1-2% do
peso fresco da polpa de frutos verdes, aumentam para 15-20% nos frutos
maduros, podendo haver variações nos teores conforme a cultivar.
Foi verificado aumento nos teores de açúcares redutores com o passar
dos dias de amadurecimento (Figura 7). Os teores aumentaram de cerca de 0,31
para próximo de 14%. Não foi constatada diferença significativa nos teores de
açúcares redutores dos genótipos em praticamente todos os períodos de
avaliação (Tabela 15).
58
TABELA 15. Valores médios de açúcares redutores de bananas Prata-Anã e PA42-44 ao
longo do tempo de armazenamento a 25 oC e a 15 oC.
Açúcares redutores (%)
Genótipos
Dias de armazenamento a 25 ºC
0
2
4
6
8
10
Prata-Anã
0,31a
2,96a
12,22a
15,17a
11,42a
16,13a
PA42-44
0,31a
1,71a
11,58a
13,96a
11,54a
14,10b
Dias de armazenamento a 15 ºC
0
5
10
15
20
25
Prata-Anã
0,31a
3,85a
10,25a
13,03a
10,31a
13,92a
PA42-44
0,31a
5,28a
10,14a
11,72a
9,46a
13,37a
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste de Tukey(0,05).
Os teores de amido dos frutos de todos os tratamentos apresentaram
redução ao longo do período de avaliação, passando de cerca de 20 para próximo
de 2% (Figura 7). Estes resultados confirmam a conversão de amido em
açúcares à medida que o fruto amadurece. Segundo Mota et al. (1997),
aproximadamente 20 a 25% da massa fresca da polpa do fruto verde é amido
que, durante o amadurecimento é quase todo hidrolisado permanecendo apenas
1-2% no fruto completamente maduro. Esses autores encontraram para banana
Prata-Anã um decréscimo do teor de amido de 18,7 para 2,5%, e aumento no
teor de açúcares solúveis da ordem de 13,9%.
Comparando os genótipos em cada período de observação, praticamente
não foram observadas diferenças nos teores de amido (Tabela 16), indicando que
ambos seguem um padrão de amadurecimento semelhante nas condições do
experimento.
A hidrólise do amido e o acúmulo de açúcares (sacarose, glicose, e
frutose) são as mudanças químicas mais impressionantes que ocorrem durante o
amadurecimento
pós-colheita
das
bananas,
e
são
responsáveis
intensificação do sabor doce da fruta (DADZIE e ORCHARD, 1997).
59
pela
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
(f)
FIGURA 7. Açúcares totais (a, b), açúcares redutores (c, d) e amido (e, f) de bananas
Prata-Anã e PA42-44 armazenadas a 25 ºC e a 15 ºC.
60
TABELA 16. Valores médios de amido em bananas Prata-Anã e PA42-44 ao longo do
tempo de armazenamento a 25 oC e a 15 oC.
Amido (%)
Genótipos
Dias de armazenamento a 25 ºC
0
2
4
6
8
10
Prata-Anã
18,52a 14,32b
6,09a
3,87a
2,59a
1,85a
PA42-44
21,07a 20,59a
7,01a
2,49a
1,86a
1,62a
Dias de armazenamento a 15 ºC
0
5
10
15
20
25
Prata-Anã
18,52a 17,71a
9,51a
5,73a
5,63a
3,17a
PA42-44
21,07a 17,98a
6,41a
3,54a
3,06a
1,78a
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste de Tukey(0,05).
4.3 Análise sensorial
Os resultados das análises sensoriais demonstraram índice de aceitação
satisfatório para os dois genótipos, que obtiveram médias de notas próximas a 6
(gostei ligeiramente) e 7 (gostei moderadamente), como mostra a Tabela 17. Os
provadores demonstraram preferência pela banana Prata-Anã, que obteve
maiores notas para os atributos impressão global, aroma e aparência, em
comparação com a PA42-44. Para os atributos sabor e textura, não houve
diferença significativa, indicando possível aceitação pelos consumidores no caso
de introdução do novo genótipo em substituição à ‘Prata-Anã’.
TABELA 17. Médias dos valores hedônicos obtidos com o teste de aceitação em relação
à impressão global, aroma, sabor, textura e aparência de banana das
variedades Prata-Anã e PA42-44.
Impressão global
Aroma
Sabor
Textura
Aparência
Prata-Anã
7,17a
7,05a
6,99a
7,21a
7,64a
PA42-44
6,69b
6,66b
6,58a
6,77a
7,12b
CV (%)
21,31
17,24
28,50
23,13
20,49
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas colunas, diferem estatisticamente pelo
teste F(0,05).
61
TABELA 18. Índices de aprovação e rejeição para os atributos impressão global, aroma,
sabor, textura e aparência, de banana das variedades Prata-Anã e PA42-44.
Impressão global
Aroma
Sabor
Textura
Aparência
% de aprovação**
Prata-Anã
93,51
92,21
85,71
94,81
94,81
PA42-44
88,31
90,91
79,22
87,01
90,91
% de rejeição***
Prata-Anã
6,49
7,79
14,29
5,19
5,19
PA42-44
11,69
9,09
20,78
12,99
9,09
**notas maiores ou iguais a 5.
***notas inferiores a 5.
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
FIGURA 8. Histogramas de frequência dos valores hedônicos para (a) impressão global,
(b) aroma, (c) sabor, (d) textura e (e) aparência para amostras de banana
Prata-Anã e PA42-44 (1= desgostei extremamente, 5= nem gostei nem
desgostei, 9= gostei extremamente).
62
Pimentel et al. (2010) obtiveram resultados semelhantes avaliando os
atributos aceitabilidade, doçura, firmeza e aparência, para os quais as médias das
notas das bananas PA42-44 foram de 7,08; 6,90; 7,57 e 7,84; respectivamente,
enquanto que as médias para bananas Prata-Anã foram de 6,73; 6,47; 7,20 e
7,88; respectivamente, sendo que não houve diferença estatística entre os
genótipos.
A banana Prata-Anã apresentou índice de intenção de compra superior
ao da PA42-44 (Figura 9). Contudo, a porcentagem de provadores que não
comprariam não diferiu estatisticamente (Tabela 19).
(a)
(b)
FIGURA 9. Porcentagem de intenção de compra de banana das variedades Prata-Anã
(a) e PA42-44 (b).
TABELA 19. Porcentagem de intenção de compra de banana das variedades Prata-Anã
e PA42-44.
‘Prata-Anã’
PA42-44
CV (%)
Provadores que comprariam (%)
81,82a
66,23b
22,50
Provadores que não comprariam (%)
18,18a
32,47a
28,96
Nota: Valores seguidos de letras distintas, nas linhas, diferem estatisticamente pelo teste
F(0,05).
Os maiores índices de aceitação e de intenção de compra da banana
Prata-Anã podem estar associados aos hábitos de consumo da população, que na
maioria das regiões do Brasil tem preferência por frutos do tipo ‘Prata’. O
genótipo PA42-44, apesar de ser híbrido da ‘Prata-Anã’, apresenta
características sensoriais que remetem às dos frutos do grupo Cavendish. Isso foi
evidenciado nas observações feitas por alguns provadores que declararam ter
63
gostado mais das amostras de PA42-44 porque tinham preferência por banana do
tipo ‘Nanica’, e outros que ao contrário, por preferirem bananas do tipo ‘Prata’,
atribuíram maior nota às amostras de ‘Prata-Anã’. O mesmo foi observado por
Pimentel et al. (2010), quando descrevem que alguns provadores preferiam a
maior consistência das bananas, enquanto outros preferiam sua maior maciez.
Damatto Jr. et al. (2005), analisando a aceitação sensorial das cultivares PrataAnã e Prata-Zulu, também observaram maior preferência pela ‘Prata-Anã’, e
atribuem o fator de decisão da preferência dos avaliadores ao sabor típico de
‘Prata’ ao qual o consumidor já está habituado. O hábito de consumo também
pode ter justificado os resultados de Matsuura et al. (2002), que observaram que
a Pacovan obteve maior aceitação sensorial que seus híbridos, apesar de ambos
terem obtido aceitação satisfatória.
Silva S. et al. (2002) lembra que o sabor dos frutos dos híbridos nem
sempre é idêntico ao sabor dos frutos dos seus respectivos genitores. Donato
(2003) enfatiza que o formato ou aparência dos frutos de novos genótipos devem
ser parecidos com os das variedades correspondentes, de forma a não causar
impacto negativo aos consumidores.
A familiarização com determinado produto pode levar os consumidores
a preferí-lo. Porém, desde que não haja extrema rejeição pelos novos produtos,
estes podem ser gradativamente introduzidos a fim de aumentar a sua aceitação
até que se tornem também parte do hábito de consumo da população.
64
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os frutos do genótipo PA42-44 mostraram potencial para incorporação
aos sistemas de produção, devido à qualidade dos seus frutos, superiores aos da
‘Prata-Anã’ no comprimento, diâmetro, massa e espessura da casca.
Os dois genótipos apresentaram similaridades quanto à maioria das
características químicas, e bom índice de aceitação e de intenção de compra,
apesar da superioridade da cultivar Prata-Anã nas análises sensoriais
O único inconveniente do PA42-44, suscetibilidade ao despencamento,
pode ser reduzido através do armazenamento refrigerado, embora outras formas
de climatização devam ser estudadas com a finalidade de se obter melhores
resultados e com mais economia.
É importante lembrar que o uso da cadeia do frio não constitui prática
corrente na comercialização de frutas no Brasil, dessa forma outras soluções
devem ser pensadas para sanar o problema do despencamento em bananas.
Sugere-se então o estudo de outras técnicas de manejo pré e pós-colheita com
vistas à redução desta injúria no PA42-44, bem como em outros genótipos que
apresentam alta suscetibilidade ao despencamento.
Enfatiza-se também a ampla possibilidade de utilização da banana
PA42-44 no processamento industrial (elaboração de bebidas, doces, chips, etc.),
onde a sua baixa resistência ao despencamento não constitui um grande entrave.
Ou ainda a sua comercialização em buquês pequenos, dedos individuais, ou
mesmo em buquês maiores com embalagens, alternativa já bem difundida em
mercados mais tecnificados, e que reduziria a ocorrência desta injúria no
mercado varejista.
Ressalta-se que os frutos de PA42-44 apresentam características
sensoriais que remetem às dos frutos do grupo Cavendish, possivelmente
indicando a herança do seu parental M53, que é da espécie M. acuminata. Estas
65
similaridades não constituem empecilho para o lançamento do PA42-44 como
cultivar recomendada, principalmente em locais com incidência do mal-doPanamá, porém pode dificultar a sua introdução como substituto da ‘Prata-Anã’
frente aos consumidores mais exigentes e habituados a consumir bananas do tipo
‘Prata’.
O desenvolvimento de um amplo banco de germoplasma devidamente
caracterizado em seu aspecto agronômico e pós-colheita certamente contribuirá
para que se alcance mais rapidamente o objetivo de encontrar uma variedade que
atenda a todas as necessidades dos produtores e consumidores.
66
6 CONCLUSÕES
- O genótipo PA42-44 apresenta frutos com melhores características de
dimensão, acidez semelhante e menor doçura em comparação com a cultivar
Prata-Anã.
- O armazenamento a 15 ºC confere maior firmeza e resistência ao
despencamento aos frutos de ‘Prata-Anã’ e PA42-44, em comparação com o
armazenamento a 25 ºC.
- Os frutos de PA42-44 apresentam índices de aceitação e de intenção de
compra satisfatórios, porém inferiores aos obtidos para os de ‘Prata-Anã’.
67
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