Bandas Oligoclonais

Fonseca, DCM; Dimetz, T; Obelar, AM; Souza, PRC; Moreira, MLL
Relato de Caso de Presença de Bandas Oligoclonais em Paciente em Tratamento para
Mieloma Múltiplo.
Introdução
O mieloma múltiplo caracteriza-se pela produção de uma imunoglobulina monoclonal
com decréscimo das outras imunoglobulinas. Tem sido descrito na literatura o
surgimento transitório de bandas oligoclonais bem como a mudança da proteína M
envolvida, em pacientes após tratamento quimioterápico seguido de transplante.
Descrição
O caso que apresentamos é de um paciente do sexo masculino com 33 anos, com
imunoeletroforese (IEF) com gamopatia IgA Kappa e beta 2 microglobulina (B2MG) alta
em todos os exames até o óbito. Após tratamento quimioterápico fez transplante e no
primeiro exame pós transplante apresentou na eletroforese uma hipergamaglobulinemia
policlonal e a seguir a imunoeletroforese por imunofixação revelando uma banda
monoclonal do tipo IgA – Kappa , sendo o paciente submetido a nova sessão de
quimioterapia e novo transplante em setembro de 2005. Deste ponto ate o óbito
passamos a observar na eletroforese e na imunoeletroforese bandas oligoclonais de IgG.
DATAS
B2MG
ELETROFORESE
IMUNOELETROFORESE
07/2005
7.0
-
08/2005
3.2
09/2005
11/2005
12/2005
01/2006
13.9
9.7
18.8
8.7
Hipergamaglobulinemia
Policlonal
Hipergamaglobulinemia
Monoclonal
Bandas Oligoclonais
Bandas Oligoclonais
Bandas Oligoclonais
Bandas Oligoclonais
Gamopatia IgA-Kappa
Bandas Oligoclonais em
Bandas Oligoclonais em
Bandas Oligoclonais em
Bandas Oligoclonais em
IgG
IgG
IgG
IgG
Materiais e Métodos
Os exames de acompanhamento foram o beta 2 microglobulina (B2MG), dosada por
quimioluminescência no equipamento Immulite (DPC), eletroforese por capilaridade no
equipamento Capillarys (Sebia) e imunoeletroforese por imunofixação no equipamento
Hydrasys (Sebia).
Discussão
Classicamente as bandas oligoclonais eram observadas e relatadas no liquor para
diagnostico de Esclerose Múltipla. Nos dias atuais é descrito o aparecimento de bandas
oligoclonais no soro, associadas a infecções agudas e crônicas, doenças crônicas e
processos malignos. É achado em pacientes com a imunidade alterada como em
transplantados e pessoas com uma imunodeficiência grave, como no caso do HIV.
Em pacientes transplantados, foi sugerido que isso ocorra devido à resposta do anticorpo
associado ao sistema imune de defesa. A incidência desse aparecimento é dez vezes
maior em pacientes com tratamento imunosupressivo após o transplante.
Nos pacientes com HIV, a incidência de bandas oligoclonais é maior em pacientes com
sarcoma de Kaposi do que em outras doenças oportunistas. A incidência também é
grande em pacientes com HIV assintomáticos.
Conclusão
Apesar de não ser um achado freqüente, a descrição de bandas oligoclonais pode ser um
instrumento de diagnóstico e acompanhamento nas patologias citadas, podendo mudar a
conduta terapêutica.
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