Paraná vence o desafio da produtividade da
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Paraná vence o desafio da produtividade da
(SJQT&EJUPSBt"OPt/t"HPTUPt3XXXBHSJNPUPSDPNCS Balança comercial do agronegócio é positiva Paraná vence o desafio da produtividade da soja Entrevista exclusiva: João Carlos Marchesan testes capas2.indd 1 21/08/2014 16:28:49 testes capas2.indd 2 21/08/2014 16:28:51 ÍNDICE Foto: Bayer CropScience Foto: www.embrapa.br Edição 94 – Ano 10 4 5 Editorial Período pré-eleitoral 8 18 Agricultura familiar Tudo em família 19 22 23 Entrevista exclusiva Os desafios da infraestrutura e logística Tratores Nova identidade e novos tratores Estatísticas Caminhões Utilitários 24 26 28 32 34 36 38 Implementos rodoviários Defensivos agrícolas Brasil destina mais de 300 mil toneladas de plástico Irrigação Irrigação e seus benefícios Agricultura de precisão Opinião Modernização trabalhista no agronegócio Clipping Soja Paraná vence desafio de produtividade 40 42 44 Eventos 13º Congresso da ABAG 46 Gestão Por que anunciar em tempos de crise? 48 50 Exportação Balança comercial positiva Visão Eleitor brasileiro compreende dependência do agronegócio Business world Anunciantes Agosto/2014 • Revista AgriMotor sumario.indd 3 3 20/08/2014 18:00:57 EDITORIAL Coordenação Geral Henrique Isliker Pátria Diretora Executiva Maria da Glória Bernardo Isliker TI Vicente Bernardo Editor e Jornalista Responsável Henrique Isliker Pátria (MTb-SP 37.567) [email protected] Reportagens e Entrevistas Marcus Frediani (MTb 13.953) Mário Rolim Cândido (MTb-SP 23.571) [email protected] Edição de Arte Ana Carolina Ermel de Araujo Publicidade Augusto Isliker - [email protected] Jorge Camargo - [email protected] Administrativo Maria Rosangela de Carvalho Colaboradores (VTUBWP%JOJ[+VORVFJSBt+PTÏ-VJ[5FKPO Marcelo Bruno dos Santos .BSDPT'BWB/FWFTt3BGBFM#PSEPOBM,BMBLJ Impressão e Acabamento Ipsis Gráfica e Editora REVISTA AGRIMOTOR É uma publicação de propriedade da (SJQT.BSLFUJOHF/FHØDJPT-UEB com registro no INPI sob no 826584527 Rua Cardeal Arcoverde, 1745 - cj. 111 Pinheiros - São Paulo/SP - CEP: 05407-002 Tel/Fax: (11) 3811-8822 [email protected] www.agrimotor.com.br As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. Reproduções de artigos e matérias estão autorizadas desde que citada a fonte. (SJQT&EJUPSBt"OPt/t"HPTUPt3XXXBHSJNPUPSDPNCS Balança comercial do agronegócio é positiva E stamos vivendo uma situação singular que por certo demandará muitas tintas e páginas dos jornais e revistas nos próximos dias. O Brasil que veio ladeira abaixo em quase todos os setores nos últimos anos e tem se segurado no agronegócio para manter a sua balança comercial equilibrada está se preparando para um novo embate eleitoral envolvendo GPSÎBTEFEJWFSTBTDPMPSBÎÜFTQPMÓUJDBT1PSPCSBEPBDBTPTFEFQBSBDPNVN GBUPOPWPRVFÏBDBOEJEBUVSBDSJBEBQFMBGBUBMJEBEFEFVNBGPSUFDPODPSSFOUF RVFBUÏEJBTBUSÈTFSBWJTUBDPNPVNHSBOEFQSPCMFNBQBSBPBHSPOFHØDJP Na sua passagem pelo governo passado como ministra do Meio Ambiente conseguiu criar inúmeras dificuldades às usinas, ao desenvolvimento dos USBOTHÐOJDPTBPDVQBÎÍPEPTPMPFTFHVOEPFSBDJUBEPOBJNQSFOTBEBÏQPDB BNQBSBEBQPSBNCJFOUBMJTUBTGBOÈUJDPTBHJBEFGPSNBSFTUSJUJWBBRVBMRVFSQSPcesso de desenvolvimento e modernização envolvendo o agronegócio. Após juntar-se ao candidato Eduardo Campos e tornar-se vice na chapa encabeçada por ele, deu a entender que havia aderido aos compromissos eleitorais do DBOEJEBUP"HPSBUFNPTVNOPWPRVBESPQPJTFMBOÍPÏNBJTBWJDFNBTB MÓEFSEFVNBDIBQBRVFTFBQSFTFOUBDPNPVNBEBTBMUFSOBUJWBTWJÈWFJTQBSB HBOIBSBDPSSJEBFMFJUPSBM"QFSHVOUBRVFTFGBSÈEBRVJQPSEJBOUFÏi&MBNVdou e aceitará os compromissos de campanha?” Os principais lideres do setor TFNBOUÐNDPOöBOUFTNBTDPNEFUFSNJOBEBDBVUFMBFNSFMBÎÍPBPGVUVSP %FJYBOEPBQPMÓUJDBEFMBEPOFTUBFEJÎÍPEBSFWJTUB"HSJNPUPSOPTTP HSBOEFEFTUBRVFWBJQBSBBBHSJDVMUVSBGBNJMJBSQPSRVFTPNPTVNQBÓTFN RVFNBJTEFDJODPNJMIÜFTEFQFTTPBTFTUÍPFOWPMWJEBTDPNFTUFTFHNFOto e dependem diretamente de recursos, sejam financeiros, de tecnologia, EFBTTJTUÐODJBUÏDOJDBFPVUSPT%JTTFDBNPTDPNFTQFDJBMJTUBTBTWÈSJBTOVances que esta vertente representa. Estamos inaugurando uma nova seção na revista. A partir desta edição teremos uma Entrevista Exclusiva por mês, sempre com uma personalidade do agronegócio abordando assuntos de relevância para nossos leitores. )È BJOEB BUSBÎÜFT DPNP PT DPNFOUÈSJPT EP 1SPG5FKPO TPCSF BT QFTquisas eleitorais e tudo o que ocorreu com os implementos rodoviários, EFGFOTJWPTBHSÓDPMBTFWFOUPTRVFNPWJNFOUBSBNPTFUPSFNVJUPNBJT $POWJEPPTBUFSFNVNBFYDFMFOUFMFJUVSBFOPTBQSFTFOUFNTVBTPQJOJÜFT Edição 94 - Ano 10 Agosto 2014 Capa: Imagem: Patrick Hajzler Criação: Ana Carolina Ermel de Araujo Circulação: Mensal Agricultura Agri Agric Agricul Agr Ag Agricu A gr gr gricu gri gricul gric ricul ric ricu iic icu icul cu cul c ullt u tur tu tura ura ur u ra r a fa ffamiliar am mili mil mi milia miliar iili ilia iliar il liar li llia ia iiar ar a r con cont contin co c continu conti continua onti on ont ontin ontinu o nt ntin ntinu n tinu tin ti t in inu in nu ua em em fran fra fr ffranc franca ra ranc ranca ra ran anc an anca nc nca n ca ca e evolu evoluçã evoluç ev evo evolução voluçã voluç volu vo v olu oluç oluçã o ollluçã luç lu uçã uç u çã ç ão Paraná vence o desafio da produtividade da soja PERÍODO PRÉ-ELEITORAL Entrevista exclusiva: João Carlos Marchesan Henrique Isliker Pátria Editor Responsável editorial e entrevista.indd 4 20/08/2014 17:59:46 ENTREVISTA EXCLUSIVA OS DESAFIOS DA INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA Foto: Divulgação João Carlos Marchesan, principal executivo da Tatu Marchesan, em entrevista exclusiva para a revista Agrimotor avalia que, superados esses problemas FTUSVUVSBJTOJOHVÏN vai segurar a agricultura brasileira. E MFRVFUBNCÏNÏWJDFQSFTJdente da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos e vice-presidente da CSMIA – Câmara Setorial de Máquinas e Implementos "HSÓDPMBTOÍPTFBCBMBDPNRVBMRVFS possibilidade de resultado das eleiÎÜFTNBKPSJUÈSJBTQPSRVFBDSFEJUBRVF governos e governantes passam e a indústria fica. Prevê dias auspiciosos para o agronegócio brasileiro e sua importante missão de ajudar a alimentar o mundo. Dirigindo uma empresa pioneira na exportação de grandes máquinas para os EUA, o executivo vê com bons olhos a possibilidade de NFDBOJ[BSB«GSJDBUSPQJDBMBQBSUJSEF equipamentos e tecnologia produziEPT OP #SBTJM "DSFEJUB UBNCÏN RVF muito em breve, no máximo em dez anos, veremos tratores operando no campo sem tratoristas. Agrimotor: Sua empresa é uma das mais bem sucedidas no forne- cimento de implementos agrícolas no Brasil e no Exterior. É uma multinacional brasileira. Como surgiu a Tatu Marchesan? A empresa surgiu em 1946, logo depois do pós-guerra, e prosperou EFWJEPBPFTQÓSJUPFNQSFFOEFEPSEP "SNBOEPF-VJ[.BSDIFTBOTFVTEPJT GVOEBEPSFT .FV QBJ -VJ[ UJOIB anos de idade e Armando 21 quando TF FTUBCFMFDFSBN F DPNFÎBSBN GBzendo carroças e charretes que eram vendidas principalmente no Paraná. Num segundo momento, produziram BTQSJNFJSBTJNQMFNFOUBÎÜFTBOJNBJT BT DBSQJEFJSBT BRVFMBT BSNBÎÜFT EP bico de pato, as enxadinhas de cultiWBEPSFT+ÈOBNFUBEFEBEÏDBEBEF 50, com o advento da mecanização e crescimento da agricultura brasileira, começaram a produzir os implementos para tratores como arados, grades, cultivadores. Tratores que aliás nem havia ainda no Brasil, porque as GÈCSJDBT EF USBUPSFT TVSHJSBN B QBSUJS EF TVCTUJUVJOEP JNQPSUBÎÜFT Neste momento as coisas tomaram outro vulto e a Marchesan partiu para BGBCSJDBÎÍPEFBSBEPTFHSBEFT Quanto a cultura da soja foi importante para o crescimento de sua empresa? Na NFUBEFEBEÏDBEBEFDPNB cultura da soja no Rio Grande do Sul, PDPSSFVPHSBOEFiCPPNwEBNFDBOJzação da agricultura brasileira. Rapidamente vazou para o Paraná no comeÎPEBEÏDBEBEF$PNFÎBNPTDPN as grades aradoras e niveladoras e as plainas dianteiras que se usava muito QBSBEFSSVCBSDBGF[BMBOUJHPBSSBODBS toco e limpar a área. Foi um grande EFTBöP F OPT UPSOBNPT MÓEFSFT OFTTBÈSFB/BNFUBEFEBEÏDBEBEF entramos com a linha de plantio que requeria novas exigências, evolução e BQFSGFJÎPBNFOUP EPT FRVJQBNFOUPT /P JOÓDJP EB EÏDBEB EF Ï EBEB B partida para o programa de plantio direto que hoje se chama plantio na palha e mantivemos a liderança. Agosto/2014 • Revista AgriMotor editorial e entrevista.indd 5 5 20/08/2014 17:59:47 ENTREVISTA EXCLUSIVA Se projetarmos para os próximos trinta anos, o que em História não é nada, seremos responsáveis por 40% da demanda mundial de alimentos. O mundo necessita de alimento e o Brasil e está bem colocado como um dos maiores players mundiais. Qual o horizonte para o agronegócio no Brasil? Se projetarmos para os próximos trinta anos, o que em História não é nada, seremos responsáveis por 40% da demanda mundial de alimentos. Nos EUA projetamos pequeno crescimento, pois eles poderão crescer em eficiência, mas não em área, além de serem grandes consumidores. O Brasil apesar do gigantismo e do seu consumo interno possui um grande excedente para exportação. Mesmo com os problemas locais temos estabilidade social, paz no campo, a situação política estável, terras e água com relativa abundância e possibilidades em aumentar a produtividade. A Europa, não tem como crescer muito mais. A África tem potencial, mas muitos problemas políticos e sociais que acredito devem demorar mais cinquenta anos para solução. Nosso gargalo é a infraestrutura e logística, mas isso está sendo superado. Considero o grande campeão brasileiro nosso agricultor que possui destemor e espírito de bandeirante para romper barreiras e ampliar áreas. 6 A sua empresa tem se notabilizado por apresentar novidades em seus produtos. Como é o processo de entrada de um novo produto na sua linha de produção? É um trabalho de pelo menos cinco anos. Estamos em contato no campo com o agricultor, ouvindo as suas necessidades e demandas porque às vezes ele precisa, mas não sabe o que quer ou não sabe como fazer. Entra o momento de o entendermos e transformarmos sua necessidade em realidade. Neste processo, a feira agrícola é muito importante pois em parte é de lá que surge a primeira idéia. Cerca de 40% do nosso portfólio de produtos não existiam há dez anos atrás. Há uma tendência forte para a chamada agricultura inteligente ou de precisão. Como o senhor vê esta evolução? Estamos construindo esse futuro agora, criando a possibilidade de economia no processo de produção. A agricultura de precisão está em fase de afirmação mas já mostrou que veio para ficar e faz grande sucesso em nossa empresa. O agricultor pode fazer o mapeamento em cima de um boletim agronômico, antes de plantar. Coloca os adubos e sementes necessárias, eliminando perdas e excessos e obtém a máxima produtividade. Creio que em não mais que cinco anos teremos tratores trabalhando no campo sem tratoristas. Hoje o piloto automático começa a ser uma realidade, e na Europa já existem muitos tratores em teste. Como é a sua participação nos mercados de outros países, notadamente nos EUA? A sua aceitação tem sido considerada positiva? Desenvolvemos a linha de grades de preparo do solo dentro do cultivo mínimo, que existe nos EUA. Lá existem tratores de grande potência que não conhecíamos no Brasil até dois anos atrás. São os de 350 e até 500 hps, que chegaram ao Brasil agora. Levamos vantagem porque quando chegaram esses veículos, já tínhamos a linha desenvolvida nos EUA. Simplesmente transferimos a solução para o Brasil, e ela se mostrou um sucesso. O mesmo ocorreu com a nossa plantadeira Usap, que vai até 46 linhas. Desenvolvemos inicialmente para os EUA, há mais de quinze anos. Quanto à aceitação, só o tempo de permanência naquele mercado já explica a nossa aceitação. Além dos EUA para onde mais a empresa exporta? A Marchesan exporta desde 62, 63, para países da América Latina, começando pelo Paraguai. Atualmente são mais de cinquenta países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Austrália e África. Recentemente fomos homenageados pela Associação dos Exportadores Brasileiros – AEB como grandes exportadores de bens de capital, por termos uma das melhores performances em crescimento de vendas e exportação do ano de 2013/14. A África vem se apresentando como uma das futuras potências na produção de alimentos, mesmo porque a carência local é imensa. Neste caso qual é o seu comprador alvo? Já exportamos para mais de vinte países na África e recentemente o governo brasileiro lançou o programa “Mais Alimentos Internacional” que financia o país que está adquirindo equipamentos brasileiros. O programa piloto é com o Zimbábue, cujo processo está em andamento. São 100 milhões de dólares para cada país, no primeiro momento. O governo brasileiro financia projetos para uso de tratores, plantadeiras, arados, grades, silos, irrigação. Os produtores de equipamentos e a Embrapa possuem Revista AgriMotor • Agosto/2014 editorial e entrevista.indd 6 20/08/2014 15:31:50 ENTREVISTA EXCLUSIVA um programa forte de assistência e extensão rural visando dotar o produtor local de tecnologia. A prioridade do programa e o pequeno produtor com tratores de no máximo 100 hps e implementos menores, visando que esse agricultor tenha capacidade de produzir para si e sua família e gerar excedente e renda. É uma alavanca social e um incentivo adicional para que comprem produtos brasileiros. Na América Latina, a Argentina tem problemas de inadimplência e desconfiança internacional. Isto afeta suas exportações? Temos uma empresa na Argentina que comercializa produtos nossos, mas, de dois anos pra cá, há uma dificuldade pois os acordos internacionais entre os países prevê que você para exportar um, tem que importar um. Isto tornou a situação muito restritiva, mas creio que não podemos abrir mão daquele mercado porque é um país que tem uma tradição agrícola muito grande e um grande produtor de grãos. Tem enfrentado problemas com insumos ou mão de obra? Não temos dificuldade de abastecimento porém os custos para a produção, principalmente o preço da energia é muito alto, o nosso aço é muito mais caro do que o aço internacional, os juros para capital de giro são exorbitantes. Na questão da mão de obra, temos um programa muito forte de formação profissional na empresa, em todos os níveis, uma vez que grande parte do pessoal é formado e preparado aqui dentro. Imagine que com 2.900 funcionários numa cidade de 80.000 habitantes, temos uma grande responsabilidade social. Um dos problemas sérios que enfrentamos é a questão cambial. A valorização do real dificulta muito nossa competitividade. Há uma febre de participação estrangeira em empreendimentos nacionais. O segmento de implementos e máquinas agrícolas também encara o assédio de empresas estrangeiras? Hoje o mundo vê o Brasil como a grande fronteira agrícola dos próximos trinta anos, responsável por cerca de Além de termos de produzir mais comida, há um excedente de 80 ou 90 bilhões de dólares em exportação de grãos, que segura a balança comercial brasileira. 40% da produção mundial de grãos. China e Rússia estiveram aqui recentemente para discutir infraestrutura, logística e transporte, pois estão dispostos a financiar o Brasil. No segmento de máquinas agrícolas possuímos especialização porque a cultura nos trópicos é diferente do clima temperado. Daí o interesse em se associarem para adquirirem estes conhecimentos. Esta também é um dos motivos que levamos grande vantagem competitiva na África, que tende a ser uma nova fronteira agrícola. Eu creio que eles ainda terão uma curva de aprendizado grande, mas acho que no médio ou longo prazo, todos os grandes players mundiais estão aqui. Estamos nos aproximando de um momento singular no Brasil com a proximidade das eleições. O que o senhor espera? Estamos aqui desde Getúlio Vargas e passamos por diversos governos. Eles passam e a gente fica, mas entendo que quem vier terá que fazer muita reforma e muita mudança. Além de termos de produzir mais comida, há um excedente de 80 ou 90 bilhões de dólares em exportação de grãos, que segura a balança comercial brasileira. Teremos que cada vez mais agregar valor nessa cadeia, exportar carne, enlatados, farelo, óleo e outros produtos agrícolas no médio prazo. Como o senhor disse, o novo governo deverá fazer muitas reformas. Como será o desenvolvimento do agronegócio? O desafio maior do Brasil é a infraestrutura e logística, porque o agricultor brasileiro, dentro da porteira da fazenda, é eficiente e competitivo. Por exemplo, em qualquer parte do Brasil o índice de eficiência e produtividade da soja é maior do que o americano, a nossa capacidade de produção da cana-de-açúcar, de carne, do frango igualmente são admiráveis. Mas perdemos eficiência quando o produto sai da porteira para chegar aos portos ou nas distribuições dentro do país. Não há plano logístico e tudo é transportado em cima de carroceria de caminhão. Nossos grandes silos são os caminhões, na beira dos portos aguardando navio. Sua mensagem e sugestão para enfrentar o desafio do agronegócio? Continuar produzindo em uma agricultura sustentável. Essa consciência chegou e ficou. A Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF) está crescendo muito no Brasil. É uma forma de o agricultor ser mais sustentável ainda. Este futuro já está acontecendo. Agosto/2014 • Revista AgriMotor editorial e entrevista.indd 7 7 20/08/2014 15:31:50 Foto: www.embrapa.br AGRICULTURA FAMILIAR TUDO EM FAMÍLIA Especialistas falam sobre a importância fundamental da agricultura familiar no Brasil e dão pistas do que é preciso fazer para que ela evolua mais rápido e ainda mais. Marcus Frediani D e acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário, pelo menos cinco milhões de famílias (número de famílias que possuem documento que dá acesso à política de crédito para a agricultura familiar) vivem atualmente no Brasil da agricultura familiar, produzindo a maioria dos alimentos consumidos no país, como mandioca (83%), feijão (70%) e leite (58%). A Lei 11.326 de 24 de julho de 2006 considera agricultor familiar aquele que pratica atividades no meio rural em área de até quatro módulos fiscais (que variam de acordo com a região) e utiliza nas atividades econômicas do estabelecimento mão de obra predominantemente da própria família. Sil- 8 vicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores e quilombolas, que se enquadram nesses critérios, também são considerados agricultores familiares. A diversificação de culturas, o manejo sustentável dos recursos e o fomento do desenvolvimento local são algumas características da agricultura familiar, considerada, pela Organização das Nações Unidas (ONU), um dos pilares da segurança alimentar. Esse modelo de produção está em 84% dos estabelecimentos agropecuários e responde por aproximadamente 33% do valor total da produção do meio rural, segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Revista Agrimotor convidou duas das principais autoridades no assunto no Brasil, para falar do atual estágio da agricultura familiar no país e desvendar as tendências e desafios que setor tão importante do agronegócio tem à sua frente para evoluir ainda mais: a Profª. Drª. Marly Teresinha Pereira, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq/USP, e Jane Rodrigues de Assis Machado, pesquisadora da área de Melhoramento de Milho, da Embrapa Milho e Sorgo. O que elas revelam neste painel é extremamente relevante, e deve servir de alerta principalmente para as autoridades, pois um “celeiro do mundo”, como se sabe, não se constrói do dia para a noite. Então, planejar, aqui também, é preciso. Confira! Revista AgriMotor • Agosto/2014 agricultura familiar3.indd 8 20/08/2014 15:29:57 AGRICULTURA FAMILIAR Agrimotor: O que é, exatamente, agricultura familiar e quais são os fatores que a caracterizam? Profª. Drª. Marly Teresinha Pereira (Esalq/USP): O agronegócio brasileiro é constituído por três segmentos: a agricultura ou agronegócio familiar, a média produção rural e o agronegócio empresarial. Esses três segmentos não devem ser encarados como concorrentes: cada um tem sua especificidade e são importantes para o desenvolvimento de nosso país. O agricultor familiar - e também em alguns casos os médios produtores rurais -, além da produção para o mercado, também produzem para a subsistência da família e uso interno de sua unidade de produção. Há quem confunda a agricultura familiar com um quarto segmento, que é o dos agricultores de subsistência, que também são familiares, mas que não participam do mercado e muitas vezes dependem de políticas compensatórias do governo, como cestas básicas e bolsa família. Que números, dados e/ou estatísticas existem disponíveis acerca dela no Brasil? Qual o último senso realizado? Jane: Segundo dados do Censo Agropecuário de 2006, eram 4.367.902 estabelecimentos da agricultura familiar, o que representava 84,4% dos estabelecimentos brasileiros, correspondentes a 80,25 milhões de hectares, ou seja, 24% da área ocupada com a agropecuária. Já a área média das unidades de produção familiar era de 18,37 hectares. Em 2006, 12,3 milhões de pessoas estavam vinculadas à agricultura familiar, aproximadamente 74% do pessoal ocupado com a agropecuária no Brasil, sendo que cerca de 90% dessas pessoas apresentava algum parentesco, reforçando a união familiar em torno do próprio negócio. Em 2007, segundo dados do Pronaf, a agricultura familiar ocupou 30,5% da área total dos estabelecimentos rurais, participando com 38% do valor bruto da produção brasileira, onde estavam 77% do total de pessoas ocupadas com agricultura. Como essas áreas são ocupadas? Profa. Marly: De acordo com o Censo de 2006 também, do total da área ocupada pela agricultura familiar, 45% eram destinados a pastagens, 28% eram matas, florestas ou sistemas agroflorestais, e 22% eram destinados a cultivos. Nas unidades de produção familiares a área destinada à preservação era de 10%, enquanto que as áreas de proteção permanente, de reserva legal e de áreas utilizadas com matas e/ou florestas naturais era de 13%, em média. Apesar de cultivar uma área menor com lavouras e pastagens (17,7 e 36,4 milhões de hectares, respectivamente), a agricultura familiar garante boa parte da segurança alimentar do país, como importante fornecedora de alimentos para o mercado interno. Em outras palavras, a agricultura familiar tem uma importância fundamental no quadro geral do agronegócio no Brasil. Jane: Sem dúvida. A agricultura familiar representa seguramente mais de 30% do valor de produção Foto: www.snt.sede.embrapa.br Jane Rodrigues de Assis Machado (Embrapa): No Brasil, a agricultura familiar é instituída pela Lei Nº 11.326/2006 de 24 de junho de 2006, que define a modalidade “como a forma de produção que compreende o cultivo da terra realizado por pequenos proprietários rurais, com mão de obra representada principalmente por membros do núcleo familiar, em que a direção dos trabalhos é exercida pelo próprio produtor rural”. Essa lei ainda apresenta alguns artigos que definem o tamanho da propriedade em módulo fiscal. O módulo fiscal pode variar entre os municípios brasileiros, portanto, a área da propriedade considerada de agricultura familiar pode ser diferente de uma região para outra. São pequenos produtores em que a mão de obra, em sua maioria, é realizada pela família. Agosto/2014 • Revista AgriMotor agricultura familiar3.indd 9 9 19/08/2014 21:34:54 AGRICULTURA FAMILIAR 10 Foto: Acervo Pessoal Foto: Ernani Peres Ferreira / Embrapa Trigo Profª. Marly: Na verdade, não. A agricultura familiar se caracteriza fundamentalmente pela sua diversificação. A sua especificidad da agricultura alimentar é a de p produção de alimentos. Segundo o Censo Agropecuário de 2006, a a agricultura familiar era responsáv por 87% da produção nacional vel d mandioca, 70% da produção de Profª. Drª. Marly Teresinha de feijão, 46% do milho, 38% do Jane Rodrigues de Assis café (parcela constituída por 55% Pereira (Esalq/USP) Machado (Embrapa) do tipo robusta ou conilon e 34% da agropecuária brasileira, sendo a do arábica), 34% do arroz, 58% do maior parte de sua produção para o leite (composta por 58% do leite de abastecimento interno, consolidando vaca e 67% do leite de cabra), 59% do a importância da agricultura familiar plantel de suínos, 50% das aves, 30% na política de segurança alimentar dos bovinos e, ainda, 21% do trigo. A nacional, por ser, majoritariamente, cultura com menor participação da provedora do mercado interno de agricultura familiar foi a soja (16%). alimentos e matérias-primas componentes das cadeias exportadoras de Em que regiões e estados ela suínos e aves, entre outras. Contribui existe em maior concentração? ainda para garantir a sustentabilidade Jane: As regiões com maior conde produção, equidade econômica e centração de estabelecimentos de a inclusão social do Brasil. Observa-se agricultura familiar são Sul, Nordeste e que a contribuição econômica des- Sudeste, onde a área relativa ocupada ses estabelecimentos varia de acordo é maior que 23,12%, 18,03% e 12,92%, com sua dependência de outros fato- respectivamente. É na região Sul onde res, como: o uso dos recursos da terra a agricultura familiar mais sobressai. e do trabalho, capital, região de locali- O que pode explicar esse desenvolzação e condições socioeconômicas. vimento ali é a forma de colonização, originada principalmente por alemães, Existe um padrão específico de italianos e holandeses, que tinham a tipos de alimentos a que ela costu- cultura de plantar e criar animais na ma se dedicar? propriedade, além da capacidade de criar associações e cooperativas para facilitar a compra de insumos e a comercialização de seus produtos. Ainda, considerando a região Sul, o estado de Santa Catarina é o que apresenta maior número de estabelecimentos de agricultura familiar (87,03%), Rio Grande do Sul é o segundo com 85% e em terceiro, o Paraná, que tem 81,63% (Censo Agropecuário de 2006). Com tudo isso, os números de faturamento da agricultura familiar devem ser gigantescos, não é mesmo? Vocês têm alguma cifra disponível dessa representatividade? Jane: Quantificar o faturamento da agricultura familiar é complexo, visto que, em geral, os agricultores familiares diversificam suas atividades, garantindo, em primeiro lugar, o consumo próprio. Assim, apenas o excedente é comercializado e em alguns casos são trocados com vizinhos e nas cooperativas. Ainda de acordo com o Censo Agropecuário de 2006, somente 69% dos produtores declaram ter recebido alguma receita no seu estabelecimento em 2006, a qual ficou na média anual de R$13,6 mil, especificamente com a venda de produtos vegetais. Entre outras receitas ainda deve ser considerada a venda dos animais e de seus produtos, a prestação de serviço para empresa integradora e os produtos da agroindústria. Revista AgriMotor • Agosto/2014 agricultura familiar3.indd 10 19/08/2014 21:34:55 "$$!.-$!$&%' .-$"!,!$$"# )$ ($+$$+* ($ ($ Estrada da Alpina, 57 Industrial Anhanguera Osasco [email protected] kaiser-brasil.com 11 3658.7272 agricultura familiar3.indd 11 PEÇAS ORIGINAIS 19/08/2014 21:34:56 O que ela produz nessa modalidade de negócio é destinado exclusivamente ao mercado interno ou existe exportação? O grande nicho da agricultura familiar é, realmente, o mercado interno, como detalhado há pouco. No entanto, ela também exporta seus produtos, em especial através do Fair Trade ou Mercado Justo, que é um processo de certificação internacional que regulamenta o fluxo diferenciado de comércio, que prioriza aspectos como a justiça social e condições dignas de vida, além de promover o empoderamento e a autonomia dos agricultores familiares por meio da garantia de preços mais justos. O Comércio Justo é uma alternativa de enfrentamento diante das relações comerciais desiguais e das barreiras impostas. A agricultura familiar dentro da cafeicultura, por exemplo, representa 38%, com uma produção de 18 milhões de sacas de café vindas de 196 mil propriedades em todo o país. De acordo com reportagem do Canal Rural na Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG), em 2013, a cafeicultura familiar é responsável por 38% da produção nacional. Os agricultores familiares podem participar do mercado especial por meio da certificação do Fair Trade, que nesse ano pagou até 20% a mais pela saca de café. Porém, segundo 12 Foto: www.emater.go.gov.br AGRICULTURA FAMILIAR a entrevista, no Brasil ainda existem apenas 29 cooperativas que participam desses pacotes do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA). Esse café é exportado para o Japão, Estados e Europa e, por ser um nicho bastante específico, a burocracia para entrar dentro desses pacotes do MDA é um desafio, o que faz crescer a importância da união dos produtores. Esse modelo de agricultura só sobrevive por meio de cooperativas ou, efetivamente, os pequenos proprietários rurais conseguem ser competitivos atuando de maneira individual? Jane: A grande maioria dos agricultores familiares atua de forma individual. Mas, para melhorar as condições de cultivo e comercialização, a união dos grupos familiares em associações ou cooperativas permite que eles tenham maior poder de compra e de comercialização, além de possibilitar os trabalhos em grupos, favorecendo plantio e colheita em época recomendada e a compra de implementos. A comercialização de volumes maiores dispensa intermediários e oferece maior renda, entre outras melhorias. Profa. Marly: Não há dúvida de que a organização fortalece o agricultor fa- Revista AgriMotor • Agosto/2014 agricultura familiar3.indd 12 19/08/2014 21:34:58 &mDJÐODJBY "DPNQFUJÎÍPOPTFHNFOUPEFJNQMFNFOUPTÏBDJSSBEB1BSBDPOTFHVJS PNÈYJNPEFSFUPSOPTPCSFPJOWFTUJNFOUPTVBTNÈRVJOBTQSFDJTBNTFS NBJTSFTJTUFOUFTFmDJFOUFTFEVSÈWFJT"HPSBWPDÐQPEFBEJDJPOBSVN OPWPGBUPSBPTFVOFHØDJPFHBSBOUJSVNFRVJQBNFOUPDPOmÈWFMFFmDJFOUF "NFMIPSGPSNBQBSBDPOUJOVBSOBDPNQFUJÎÍPÏVTBSJNQMFNFOUPT GBCSJDBEPTDPN%PNFYPBÎPBWBOÎBEPEFBMUBSFTJTUÐODJBMÓEFSOP NFSDBEPEFBÎPTFTUSVUVSBJT 0BÎPBWBOÎBEPEFBMUBSFTJTUÐODJB%PNFYBDPNQBOIBEPQPSVNOPWP EFTJHOQPEFSFTVMUBSFNVNBSFEVÎÍPEFQFTPEFBUÏ"MÏNEJTTP BFTUSVUVSBTFSÈNBJTDPOmÈWFMFTJHOJmDBUJWBNFOUFNBJTSFTJTUFOUF&N PVUSBTQBMBWSBTP%PNFYTJNQMFTNFOUFBCSFPDBNJOIPQBSBVNOFHØDJP NBJTSFOUÈWFMFMJWSFEFQSPCMFNBT1PSUBOUPOÍPTFFTRVFÎBEFQFEJS %PNFYBOUFTEFDPNQSBSTFVQSØYJNPFRVJQBNFOUP 1BSBWPDÐJTUPTJHOJmDB 1FTPEPDPNQPOFOUF 3FEVÎÍPEFQFTP x 3FEVÎÍPEFQFTP x "VNFOUPEFDBSHBÞUJM x 3FEVÎÍPEPDPOTVNP EFDPNCVTUÓWFM x 3FEVÎÍPOBTFNJTTÜFTEF$0 x .BOVUFOÎÍPSFEV[JEB x .BJPSWJEBÞUJM %FTDVCSBNBJTTPCSFPTCFOFGÓDJPTEP%PNFYFNXXXEPNFYOFU agricultura familiar3.indd 13 19/08/2014 21:34:59 AGRICULTURA FAMILIAR miliar, participando do seu sindicato, de suas associações e cooperativas. Estas lhe dão maior poder de barganha, maior competitividade, por meio do ganho em escala. Aliás, vale lembrar que atualmente algumas das políticas públicas só podem ser acessadas por meio de cooperativas. Atualmente, a oferta de linhas de crédito para esse segmento pode ser considerada satisfatória? A agricultura familiar no Brasil tem acesso a umas melhores políticas públicas de financiamento que é o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), criado pela resolução CMN/Bacen nº. 2.191, de 24 de agosto de 1995, e que evoluiu muito e atende, atualmente, a questões relacionadas à produtividade, logística de distribuição, financiamento para a produção e estocagem, acesso a implementos e insumos agrícolas (máquinas, equipamentos, fertilizantes e defensivos agrícolas. O que falta, é assessoria técnica, que além de colaborar na divulgação das políticas públicas a que têm direito, também contribua com novos conhecimentos de produção e gestão. Os próprios agricultores dizem: “não adianta eu ter a terra e financiamento se eu não tiver o conhecimento”. Com relação às pesquisas voltadas ao sistema familiar de produção, tem muito a avançar. O ou 14 não são divulgadas ou estão nas estantes das bibliotecas. Jane: Nos últimos anos estão sendo realizados, efetivamente, maiores investimentos de infra-estrutura e de tecnologia na agricultura familiar. Com o desenvolvimento do Pronaf e suas ramificações, o agricultor familiar está investindo tanto na aquisição de implementos agrícolas como no custeio de sua lavoura, possibilitando a utilização de insumos. O produtor ainda possui outras garantias, como o seguro rural. Alguns avanços estão sendo observados, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que a agricultura familiar possa se consolidar na produção nacional. Mas o que, efetivamente, a agricultura familiar precisa para se desenvolver ainda mais em nosso país? E quais são os principais desafios que ela tem que vencer para isso? Em minha opinião, ainda há fortes entraves que “engessam” a agricultura familiar e não permitem que ela realize todo seu potencial. Por exemplo, é preciso repensar os critérios estabelecidos para enquadramento dos agricultores como familiares. Alguns desses critérios já avançaram, como é o caso do número de empregados permanentes, que restringia a apenas dois empregados permanentes. Há urgência, também, de uma revisão em relação à área máxima de apenas quatro módulos fiscais para enquadramento, estabelecida por Portaria do Incra, sendo que os módulos fiscais variam de município para município. Conforme mencionei há pouco, falta assessoria técnica no campo e na propriedade, com técnicos qualificados e com salários justos, bem como em infra-estrutura de apoio ao seu trabalho. É necessário, também, maior apoio às políticas públicas de saúde, educação (escolas de ensino fundamental e médio na área rural) e habitação, bem como a criação de programas voltados à sucessão rural, que estimulem os jovens rurais a permanecer no campo – porém, que sejam programas que atendam às suas realidades, lembrando que eles não são “máquinas” de produzir alimentos, e necessitam de programas nas áreas de saúde, educação, lazer, etc. Além disso, é preciso lembrar que apenas discursos teóricos não “colam” as pessoas na área rural. Outra prioridade, ainda, é alinhar os ministérios e as secretarias estaduais de Agricultura com relação ao conceito legal de agricultura familiar. Se alguém entrar nos sites do MDSe do MDA por exemplo, observará que os conceitos não são os mesmos. Na Wikipédia, o mesmo problema. Utilizar conceitos baseados em senso comum, ou acadêmicos, em políticas públicas é inadmissível. O conceito legal operacional das políticas públicas é um só, e só pode ser alterados por outra lei. Revista AgriMotor • Agosto/2014 agricultura familiar3.indd 14 19/08/2014 21:35:00 Jane: No meu modo de ver, de saída, para gerar desenvolvimento no setor, é preciso diminuir a desigualdade social e regional, conhecer o comportamento dos agricultores familiares nas regiões brasileiras, em específico nas mesorregiões e microrregiões, com suas necessidades e especificidades, é fundamental para que as ações de políticas públicas possam ser direcionadas de maneira eficiente, para cada cenário onde a agricultura familiar está inserida. Cada região e até mesmo cada microrregião tem características culturais e de paisagens diferenciadas. Essas características devem ser aproveitadas provendo e estabelecendo como e quais atividades podem ser mais bem difundidas, fazendo um trabalho que possa levar conhecimento e aprendizado aos agricultores familiares. Além disso, produzir com sustentabilidade é a grande preocupação no que diz respeito à diversificação da produção nos estabelecimentos familiares, respeitando o meio ambiente e produzindo alimentos sadios e de qualidade. Manejar adequadamente os recursos naturais sem destruir o meio ambiente e diminuir o uso de produtos químicos na produção é uma premissa para a agricultura familiar. Não só para quem trabalha com agricultura agroecológica ou agricultura orgânica, usar de maneira racional os insumos de pro- Foto: Jane Machado (Embrapa Milho e Sorgo AGRICULTURA FAMILIAR dução é questão de melhorar a qualidade de vida e a saúde do agricultor familiar. Por isso, torna-se importante a formação do conhecimento e a aplicação de tecnologias que permitam produzir sem destruir o meio ambiente, bem como intensificar ações educativas para a agregação de valor com a transformação e beneficiamento da matéria-prima, bem como gestão e comercialização. Finalmente, é preciso que haja ações do Estado, visando à organização dos produtores familiares em associações e ou cooperativas para promoverem a inserção desse produtor em nichos de produção diferenciados como a agroecologia e agricultura orgânica, permitindo que se crie uma identidade ao seu produto. Junto aos programas de incentivo à agricultura familiar, existe um trabalho interessante por parte das empresas de extensão rural dos estados. Essas empresas trabalham junto ao agricultor familiar auxiliando nas tomadas de decisão e levando novas tecnologias e oportunidades. Não se pode esquecer que, concomitante a essas ações, há a necessidade de que as secretarias estaduais e municipais de agricultura promovam ações de incentivo ao desenvolvimento da agricultura em níveis regional e local, de acordo com a aptidão do município ou estado. Agosto/2014 • Revista AgriMotor agricultura familiar3.indd 15 15 19/08/2014 21:35:04 AGRICULTURA FAMILIAR A Embrapa tem desenvolvido tecnologias para atender a agricultura familiar e tem trabalhado também na transferência de conhecimento, no treinamento de multiplicadores do conhecimento, como os agentes de assistência técnica, produtores líderes de comunidades, associações e cooperativas, entre outros. A Empresa tem estimulado programas de desenvolvimento de cultivares de diferentes espécies, mais adaptadas a cada região e com tolerância a doenças, pragas e estresses abióticos. Tecnologias de sistemas de produção que visam à sustentabilidade da terra e à melhoria do solo, novas alternativas de produção, como, por exemplo, o que ocorre na região Sul, onde o uso do sorgo tem sido uma boa alternativa para fornecimento de alimento a pasto para manter a produção e a qualidade do leite durante o período em que não há forragem suficiente devido às condições climáticas (vazio outonal). O controle biológico de pragas, diminui o uso de produtos químicos na propriedade melhorando a qualidade de vida do agricultor, entre outros. Recentemente, Jane Rodrigues de Assis Machado, pesquisadora da área de Melhoramento de Milho, da Embrapa Milho e Sorgo, apresentou um diagnóstico das culturas do milho e do sorgo na agricultura familiar na região Sul do país, durante a realização de um importante congresso, no qual apresentou novas alternativas para essas culturas, que têm ajudado os agricultores a se fixarem no campo, mantendo seus hábitos culturais e com melhoria da qualidade de vida. “O milho é a base da agricultura familiar na região Sul brasileira. 16 Seu cultivo permite garantir a segurança alimentar da família e contribui para a melhoria do solo, permitindo a diversificação com outras culturas e espécies-chave na consolidação do sistema de plantio direto. Por causa da sua versatilidade de uso, ele representa a base para obtenção de diferentes produtos, gerando renda e contribuindo para a manutenção do homem no campo. Já o sorgo está inserido na produção familiar de maneira sustentável, visando a diminuir os custos de produção e fornecer ao produtor uma alternativa viável para sua propriedade”, expõe a especialista. Jane enfatiza que a Embrapa tem trabalhado de diferentes formas e em diversos locais para o desenvolvimento da agricultura familiar. Foram lançadas recentemente cultivares para a agricultura familiar a exemplo da cultivar de tangerina (BRS Rainha) pela Embrapa Clima Temperado, que apresenta maior qualidade e ciclo tardio. Novas cultivares de oliveira estão em fase de avaliação. Uma nova cultivar de batata (BRS Bel), mais propícia para fritura. Sistemas de produção, como o cultivo da mandioca em sistemas agroecológicos e outros, também vêm sendo pesquisados. Recentemente, a Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados-MS) apresentou quinze tecnologias para agricultura familiar em seminário. Essas tecnologias foram publicadas em documentos, entre elas a integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), espécies para utilização como adubação verde, inoculantes que possibilitam maior eficiência na absorção de nutrientes, aproveitamento de ma- Foto: Ernani Peres Ferreira / Embrapa Trigo PESQUISA EM RITMO ACELERADO teriais orgânicos e produção de húmus, controle biológico para praga da mandioca, mudas de videira, entre outros. E, em 2013, foram lançadas duas cultivares de milho (BRS Cipotânea e BRS Diamantina), específicas para trabalhos artesanais com a palha, uma demanda dos artesãos e que foram desenvolvidas com a participação direta deles no processo de seleção. “Além disso, a Embrapa Pecuária Sudeste lançou em 2014 um software que ajuda o agricultor no controle da verminose de ovinos (o software é gratuito, online e de fácil utilização). Foi inaugurada no último dia 13 de agosto uma biofábrica em Montenegro-RS, resultado de parceria entre a Embrapa Milho e Sorgo, Emater Ascar e a Secretaria de Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, para atender aos produtores da agricultura familiar que utilizam o controle biológico das lagartas do milho, beneficiando os agricultores do estado”, pontua Jane, acrescentando que poderia enumerar várias outras tecnologias. “Porém, as Unidades Descentralizadas têm trabalhado regionalmente, obtendo novas alternativas para agricultura familiar a partir das demandas regionais”, finaliza. Revista AgriMotor • Agosto/2014 agricultura familiar3.indd 16 19/08/2014 21:35:06 agricultura familiar3.indd 17 19/08/2014 21:35:07 TRATORES NOVA IDENTIDADE E NOVOS TRATORES A Agritech mostra a sua nova identidade visual e uma linha de produtos adequada para a agricultura familiar. O novo modelo traz como grandes diferenciais o câmbio sincronizado, mais rápido e eficiente e o sistema de direção hidrostática com grande precisão, assim como o eixo dianteiro mais robusto e o sistema de refrigeração de água e óleo integrado. Além deste produto a empresa apresentará ainda uma ampla linha de tratores que variam em sua potência de 39 cv a 75 cv, voltados para as culturas de arroz, frutas ou outras que necessitam de equipamentos mais versáteis e leves e com porte adequado para atuar nestas culturas. Além destes que são considerados microtratores, a empresa também apresentará os modelos da linha 1200 com 30 ou 50 cv. Estes produtos são mais leves, apresentam uma ótima performance, baixo consumo de combustível e baixa emissão de poluentes. Por fim, também será destaque o tratores da linha 1155 New, que está aparelhada para o recebimento de cabines de fábrica o que proporciona mais conforto e mais proteção ao operador, principalmente nas operações de pulverização. Foto: Divulgação D urante a Expointer, que ocorrerá entre 30 de agosto e 7 de setembro em Esteio (RS), a Agritech, tradicional produtora de tratores e microtratores Yanmar Agritech, apresentará sua nova identidade visual e uma linha de novos e modernos produtos voltados para agricultura familiar. A empresa está inovando em sua comunicação com o mercado e buscou no campo a inspiração para o novo logotipo. O gerente do departamento de marketing, Pedro Lima, explica que o que se buscou foi manter a essência simples e forte representada pelo homem no campo, unida à tecnologia que conduz a empresa. “O emblema é formado por linhas que representam as diferentes culturas agrícolas e se juntam formando apenas uma unidade em perfeito equilíbrio. Sua posição apontando para cima demonstra o crescimento, a ascensão do setor agrícola e o futuro da empresa e seus colaboradores”. NOVA LINHA DE TRATORES Ela também vai apresentar no evento o seu mais novo modelo de trator com 75 cv de potência, o 1175 S, concebido especialmente para atuar neste segmento da agricultura. O objetivo, segundo a empresa é, no Ano Internacional da Agricultura Familiar, alavancar a venda de máquinas, proporcionando maior rentabilidade e produtividade, já que a empresa é especializada no fornecimento deste tipo de equipamento. 18 Revista AgriMotor • Agosto/2014 tratores.indd 18 20/08/2014 15:21:49 ESTATÍSTICAS DADOS DO AGRONEGÓCIO *Estimativa PIB (Produto Interno Bruto) 2013: US$ 4,838 trilhões* Crescimento do PIB em 2014: 0,86%* Valor Bruto da Produção agropecuária: R$ 442,4 bilhões* Produção de grãos safra 2013/2014: 193,47 milhões de toneladas (safra anterior: 188,7 milhões de toneladas) Área cultivada: 56,85 milhões de hectares Cana-de-açúcar (*Conab) Safra 14/15: Produção: 659,10 milhões de toneladas Etanol: 27,622 bilhões de litros Açúcar: 38,252 milhões de toneladas Soja Safra 2013/2014: 85,66 milhões de toneladas, produtividade média de 2.842 kg/hectare. Milho Safra 2013/2014: 78,55 milhões de toneladas, produtividade média de 4.982 kg/hectare. Café Safra 2014: 44,56 milhões de sacas (*Conab) Veículos e Máquinas Agrícolas (Anfavea) Produção de autoveículos: 3,34 milhões de unidades* Janeiro a julho de 2014: 1,82 milhão unidades (-17,4% sobre as 2,2 milhão de igual período de 2013). Produção de máquinas agrícolas: 87.000 unidades* (-13,3% sobre 2013) Janeiro a julho de 2014: 39.395 máquinas (-19,2% ante igual período de 2013: 48.744 máquinas). Implementos Rodoviários (Anfir) 2013: 177.876 unidades (reboques e semirreboques e carrocerias sobre chassis), 10,89% sobre as 160.414 unidades de 2012. Janeiro a julho de 2014: 76.917 unidades (-7,78 sobre as 83.408 unidades produzidas de janeiro a julho de 2013). Agosto/2014 • Revista AgriMotor tratores.indd 19 19 19/08/2014 21:38:38 tratores.indd 20 19/08/2014 21:38:38 tratores.indd 21 19/08/2014 21:38:38 CAMINHÕES A FORD ESTÁ RELANÇANDO A LINHA F S A nova configuração levou em consideração uma série de fatores como a sua aplicabilidade em várias demandas, sejam elas de ordem rural ou urbana. O veículo possui inovações como ar condicionado de série, motor Cummins de 150 cv, opção para 4 X 4, freios ABS com EBD, transmissão Eaton de 5 velocidades e conforto interno inigualável, que proporcionará ao usuário maior comodidade ao dirigir com baixo nível de ruído. A Ford considera que este veículo, pela sua versatilidade tanto servirá para atender ao agricultor no seu dia a dia, como para levá-lo à cidade nos fins de semana. A Ford inovou também no processo de venda, pois, lançou um site específico de pré venda, com algumas vantagens como duas revisões iniciais grátis. Houve mais de 150 mil acessos ao link específico da série F e mesmo antes do lançamento já foram comercializadas mais de 700 unidades com pagamento efetuado até o dia do lançamento. Fotos: Divulgação egundo os dirigentes da empresa reunidos para a solenidade de relançamento da linha F, esta é a resposta da Ford ao pessimismo que impera no país. A linha F é uma das mais consagradas e famosas experiências de todo o mundo e ela estava hibernando porque os as inovações estavam sendo aprimoradas exatamente para dotar os novos veículos de novidades que ao certo a reconduzirão ao topo das vendas na categoria. A linha F já vendeu mais de 170 mil veículos, o que demonstra a alta fidelização da marca, o forte laço emocional com os consumidores obtido pelo seu excelente desempenho em todos as exigências e por serem veículos dotados de robustez, economia e eficiência. Ela foi desenvolvida exatamente para as condições brasileiras e esta nova versão passou por testes de mais de 700.000 km no campo de provas de Tatuí, no interior de São Paulo, que alias é o único campo de provas para caminhões do Brasil, segundo a Ford. 22 Revista AgriMotor • Agosto/2014 CAMINHÕES.indd 22 19/08/2014 21:40:25 UTILITÁRIOS CABINE DUPLA CARREGADA DE TECNOLOGIA E INOVAÇÕES Lançada em julho de 1982, a picape compacta Saveiro é atualmente o quarto veículo mais vendido pela Volkswagen do Brasil. A Foto: Divulgação Volkswagen Saveiro Cabine Dupla chega em setembro a mais de 630 concessionárias da Volkswagen no Brasil como o veículo com mais tecnologia em seu segmento. Com design moderno, o modelo mantém o compromisso de oferecer, ao mesmo tempo, excelente espaço na cabine, com capacidade para acomodar cinco adultos confortavelmente, e ampla área útil da caçamba. Disponível em três versões (Trendline, Highline e Cross) e com duas opções de motores, a Saveiro Cabine Dupla traz uma série de inovações, estabelecendo um patamar superior em recursos de segurança na categoria. Fabricada em São Bernardo do Campo (SP), a linha passa a contar com sete configurações, entre cabine simples, cabine estendida e cabine dupla, com motorização 1.6l MSI com potências de 104 cv e 120 cv (etanol). A Sa- veiro Cabine Dupla marca também a estreia da versão Highline, com visual e conteúdo diferenciados. Tendo a segurança como um de seus principais destaques, a picape Volkswagen traz uma série de inovações em sua categoria, como freio a disco nas quatro rodas e três apoios de cabeça no banco traseiro de série em todas as versões, controles eletrônicos de estabilidade (ESC) e de tração (ASR), freios ABS com função off-road, controle de partida em rampa (hill hold) e o melhor índice de reparabilidade da categoria, de acordo com o Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária). A Saveiro Trendline Cabine Dupla já traz recursos inéditos no segmento. De série, conta com freios a disco nas quatro rodas com as funções ABS (antitravamento), EBD (distribuição eletrônica das forças de frenagem) e ESS (Emergency Stop Signal ou Sinal de Frenagem de Emergência), herda- do dos veículos alemães mais sofisticados do mercado. Outro recurso que merece destaque é o Comfort Blinker, item que possibilita que o motorista, com um leve toque na alavanca de seta, indique a direção que pretende ir, sem necessariamente acionar a alavanca de seta completamente. A Saveiro Cross conta com freios a disco nas quatro rodas com 280 mm de diâmetro na dianteira e 232 mm de diâmetro na traseira. Além de ser eficiente, esse sistema confere mais conforto ao motorista, uma vez que os novos freios demandam 60% menos força para realizar a mesma desaceleração. Isso sem falar que os freios da Saveiro Cabine Dupla têm melhor comportamento térmico (maior resistência ao fading, ou seja, perda de eficiência causada por aquecimento) do que os demais sistemas utilizados no mercado. A Saveiro Cross Cabine Dupla é equipada com o novo motor 1.6l MSI, da família EA211. Com até 120 cv (etanol), esse motor conta com quatro válvulas por cilindro, sistema de partida a frio aquecida (que dispensa o tanque auxiliar de combustível), coletor de escape integrado ao cabeçote, bloco e cabeçote de alumínio, comando variável de válvulas, duplo circuito de arrefecimento e duplo comando válvulas integrado à tampa do cabeçote. Já foram produzidas mais de 1 milhão de unidades da Saveiro, atendendo a clientes que a utilizam tanto para fins profissionais ou até mesmo como uma opção diferenciada de veículo individual para locomoção no dia a dia e atividades de lazer. Agosto/2014 • Revista AgriMotor CAMINHÕES.indd 23 23 19/08/2014 21:40:26 IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS MENOS IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS Indústria registra queda de 9,01% de janeiro a julho de 2014, e cenário econômico não indica recuperação; Segmento Pesado registra queda de 14,02% e Leve, de 5,86%. A Foto: Magrão Scalco s vendas de implementos rodoviários de janeiro a julho de 2014 ficaram 9,01% abaixo do registrado no mesmo período de 2013. Em sete meses, a indústria fabricou 91.304 unidades ante 100.349 produtos em igual período do ano passado. A queda nas vendas acompanha o ritmo desaquecido da economia brasileira, independente das linhas de crédito à disposição do mercado com juros de 6%, no programa PSI/ Finame. “O setor está caminhando para retração em torno de 10%”, 24 afirma Alcides Braga, presidente da Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários). “Os reflexos do desaquecimento da economia são sentidos com muita intensidade pela indústria”, completa. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em junho o desempenho industrial recuou 1,4%, representando a quarta queda seguida no ano. No comércio, o Dia das Mães, o segundo maior evento de afluência de consumidores do calendário, registrou na semana que o antecede queda nas operações a prazo em 3,55%, segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, (CNDL) e do SPC Brasil. Esse foi o resultado mais fraco dos últimos cinco anos, após crescimento contínuo em quatro exercícios. A possibilidade de implementação de novas medidas de suporte, como renúncia fiscal ou redução dos juros praticados, pode estar longe de acontecer. O desempenho do superávit primário desencoraja qualquer previsão. Em 12 meses Revista AgriMotor • Agosto/2014 implementos.indd 24 19/08/2014 21:42:52 IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS EMPLACAMENTO DO SETOR - JANEIRO A JULHO DE 2014 REBOQUES E SEMIRREBOQUES FAMÍLIA CARROCERIAS SOBRE CHASSIS JAN/JUL. 2013 JAN/JUL. 2014 % BASCULANTE 6.911 6.028 -12,78 PORTA CONTEINER 1.499 1.440 -3,94 11.910 9.899 -16,88 CANAVIEIRO 2.690 2.437 BAÚ CARGA GERAL 3.653 CARREGA TUDO FAMÍLIA JAN/JUL. 2013 JAN/JUL. 2014 % GRANELEIRO / CARGA SECA 19.210 15.749 -18,02 BAÚ ALUMÍNIO / FRIGORÍFICO 24.066 19.649 -18,35 BAÚ LONADO 367 507 38,15 -9,41 BASCULANTE 7.016 10.554 50,43 2.644 -27,62 BETONEIRA 1.252 813 -35,06 1.216 995 -18,17 TANQUE 2.617 3.511 34,16 DOLLY 1.894 1.650 -12,88 OUTRAS / DIVERSAS 7.055 7.191 1,93 ESPECIAL 1.059 1.001 -5,48 61.583 57.974 -5,86 393 874 122,39 BAÚ FRIGORÍFICO 1.317 764 -41,99 BAÚ LONADO 2.238 1.671 -25,34 IMPLEMENTOS 538 298 -44,61 TOTAL 2.501 2.831 13,19 930 778 -16,34 17 20 17,65 38.766 33.330 -14,02 GRANELEIRO / CARGA SECA TRANSPORTE DE TORAS SILO TANQUE CARBONO TANQUE INOX TANQUE ALUMINIO TOTAL TOTAL TOTAL GERAL MERCADO INTERNO JAN/JUL. 2013 JAN/JUL. 2014 100.349 % 91.304 -9,01 EXPORTAÇÕES * (AC. ATÉ JUN.) JAN/JUL. 2013 JAN/JUL. 2014 % MERCADO EXTERNO TOTAL EXPORTAÇÕES 2.426 1.889 -22,14 Fonte: Anfir - Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários. Obs.: Poderão acontecer alterações nas famílias, sem prévio aviso. caiu de R$ 76 bilhões em maio para R$ 68,528 bilhões em junho de 2014. No acumulado do ano, o superávit primário é de R$ 29,380 bilhões, resultado menor que os R$ 52,158 bilhões vistos nos seis primeiros meses do ano passado. Isso significa que tanto o atual governo quanto o novo que tomará posse em 1º de janeiro de 2015 deverá fazer ajustes orçamentários, diminuindo gastos inclusive em investimentos e incentivos. “A possível redução na capacidade de gastar do governo, atendendo a pressão do seu balanço negativo, trará reflexos que serão sentidos na indústria”, explica Mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir. O segmento de Reboques e semirreboques (Pesado) apresentou de janeiro a julho de 2014 vendas 14,02% abaixo das registradas no mesmo pe- ríodo de 2013: 33.330 unidades ante 38.766 produtos comercializados. No segmento de Carroceria sobre chassis (Leve) a retração foi de 5,86%. As vendas de janeiro a julho totalizaram 57.974 unidades, contra 61.583 produtos entregues no mesmo período de 2013. RENOVAÇÃO DE FROTA E MAIS ALIMENTOS Os implementos rodoviários foram incluídos no programa de renovação de frota do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e na linha de financiamento para pequenos produtores rurais denominada Mais Alimentos que integra o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf ) do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Na avaliação da entidade as ações poderão reduzir um pouco as perdas que o setor vai registrar em 2014. “Estamos abrindo mais oportunidades de mercado para oferecer produtos de melhor qualidade a esses segmentos da sociedade”, avalia Alcides Braga. O executivo considera que o Programa está bem estruturado e pode trazer resultados para o segmento, mas não em curto prazo. Só para o ano que vem, porque o Planalto está com os olhos na sucessão e nenhuma medida de grande impacto deve ser tomada nos próximos meses. Mas Braga acredita que um piloto pode ser viabilizado rapidamente para pôr o projeto à prova e ajustar o que for necessário. A entidade considera que há demanda reprimida por produtos mais eficientes que não gerem perda no transporte de carga e sejam mais seguros: “Não faz sentido trocar o caminhão e continuar com um implemento velho”, finaliza Braga. Agosto/2014 • Revista AgriMotor implementos.indd 25 25 19/08/2014 21:42:54 Fotos: Divulgação inpEV DEFENSIVOS AGRÍCOLAS BRASIL DESTINA MAIS DE 300 MIL TONELADAS DE PLÁSTICO Sistema Campo Limpo encaminhou mais de 22 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas, em todo o país, no primeiro semestre de 2014. L evantamento do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) revela que desde a criação do Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos), em 2002, até junho de 2014, foram encaminhadas mais de 300 mil toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas para o destino ambientalmente correto. O Sistema, formado por agricultores, fabricantes – estes, representados pelo inpEV –, canais de distribuição e com apoio do poder público, destinou apenas no primeiro semestre do ano 22.757 toneladas do material. A quan- 26 tidade é 7% maior, se comparada ao mesmo período de 2013. O estudo ainda aponta que, no período, treze estados apresentaram crescimento na quantidade destinada. As maiores cargas saíram do Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia e Minas Gerais; juntos eles correspondem a 70% do total retirado do campo no Brasil. Piauí, Pernambuco e Rondônia foram os estados que obtiveram maior crescimento percentual na quantidade destinada. DIA NACIONAL DO CAMPO LIMPO O Dia Nacional do Campo Limpo (DNCL) chega a sua décima edição. Revista AgriMotor • Agosto/2014 defensivos agricolas.indd 26 19/08/2014 21:46:48 DEFENSIVOS AGRÍCOLAS COMPARATIVO DE EMBALAGENS DESTINADAS Jan. a Jun. de 2013 x 2014 Estado 2013 2014 % Mato Grosso 5.364 5.475 2 Paraná 2.563 2.762 8 Rio Grande do Sul 1.840 2.192 19 Bahia 1.642 1.889 15 Minas Gerais 1.829 1.847 1 Mato Grosso do Sul 1.463 1.474 1 Piauí 232 489 111 Santa Catarina 260 357 37 Rondônia 136 212 56 Tocantins 136 206 51 Espírito Santo 141 167 18 Pernambuco 81 159 96 Rio de Janeiro Outros Brasil 26 27 3 5.662 5.500 (362) 21.374 22.757 7 Comemorado desde 2004, a data já reuniu quase um milhão de pessoas de todo o Brasil para compartilhar os resultados do Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos) que é referência no país e no mundo. A iniciativa une os envolvidos no Sistema, o inpEV, agricultores, distribuidores, escolas, autoridades e a comunidade para divulgar a conservação ambiental no campo. Em 2014, as atividades tiveram início dia 18 de agosto, com a meta de envolver mais de 100 unidades de recebimento de 23 estados brasileiros, no congresso da Andav (Associação dos Distribuidores de Insumos Agropecuários). Para celebrar, como nas edições anteriores, não poderia faltar o defensivos agricolas.indd 27 tradicional dia de Portas Abertas, quando as centrais recebem a comunidade e compartilham o trabalho desenvolvido. Ainda serão desenvolvidos mais quatro tipos de atividades relacionadas à conservação do meio ambiente: o DNCL da Escola com o foco nas crianças do Ensino Fundamental (convite às escolas para promover, por conta própria, atividades como: gincanas, apresentação teatral, exposição de desenhos, passeios ecológicos e materiais produzidos em sala de aula relacionados à conservação do meio ambiente e reconhecimento ao Sistema), o DNCL Universitário, voltado para estudantes de ensino médio e universitários, o Dia de Campo para adultos e a Ação Comunitária, que estimula o envolvimento da comunidade em iniciativas pela conservação ambiental. Segundo João Cesar M. Rando, diretor-presidente do inpEV, a décima edição do DNCL é um marco entre as ações educativas do programa de logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas e tem registrado resultados positivos crescentes a cada ano. Para ele, o dia 18 de agosto é o momento de comemorar esse sucesso, que é consequência dos esforços dos diversos elos envolvidos nessa cadeia, e de mostrar para a sociedade o compromisso do setor produtivo agrícola com a produção de alimentos, fibras e energia de forma sustentável. 19/08/2014 21:46:53 IRRIGAÇÃO IRRIGAÇÃO E SEUS BENEFÍCIOS O uso correto da irrigação permite que a planta não entre em estresse hídrico, o que automaticamente permite um considerável aumento de produtividade para todas as lavouras. Marcelo Bueno dos Santos* USOS O uso da irrigação é imprescindível no processo de aumento da produção agrícola. Sua dependência varia conforme a disponibilidade hídrica de cada região, exemplificada pela Figura 1, que exibe a situação pluviométrica mensal média (em milímetros) de algumas cidades. Figura 11: DDados Fi d pluviométricos l i é i mensais i médios édi bilidade de produtos e facilitador de capitalização na agropecuária. (TESTEZLAF et al., 2002) AUMENTO DE PRODUTIVIDADE Como o uso correto da irrigação permite que a planta não entre em estresse Fotos: Divulgação IMPORTÂNCIA Dentre os benefícios da irrigação cita-se a garantia de produção com relação às necessidades hídricas e redução dos riscos de quebra de safra por seca. É um fator atrativo essencial para investimentos, desta forma, a irrigação pode ser vista como um elemento ampliador da disponi- 28 Revista AgriMotor • Agosto/2014 irrigação.indd 28 19/08/2014 21:51:17 IRRIGAÇÃO hídrico, a mesma propicia o aumento de produtividade de forma significativa. Exemplos de produtividades de algumas culturas irrigadas, comparadas com a produtividade média brasileira estão mostrados na Figura 2. MELHORIA NA QUALIDADE DA PRODUÇÃO Algumas espécies apresentam melhoria de qualidade no produto final com o bom uso da irrigação, como o tomate, que com a aplicação correta de irrigação é capaz de controlar o aparecimento de rachaduras e proporcionar um aumento do tamanho do fruto (PASCUAL et al., 2000). AUMENTO NO NÚMERO DE SAFRAS AGRÍCOLAS E COLHEITA NA ENTRESSAFRA A irrigaçãopermite ao agricultor irrigação.indd 29 Figura 2: Fi 2 Produtividades P d ti id d médias édi bbrasileiras il i iirrigadas i d e em sequeiro i ampliar o número de safras, passando a cultivar em diferentes épocas ou estações e tendo a possibilidade de colheitas na entressafra. Este tipo de lucratividade da produção pela remuneração extra que se obtém colocan- do o produto no mercado no momento de baixa oferta e alta remuneração. (TESTEZLAF et al., 2002). Uma análise de mercado da cultura do chuchu no estado do Paraná é exibida na Figura 3. 19/08/2014 21:51:19 IRRIGAÇÃO REFERÊNCIAS PASCUAL B., MAROTO J.V., SANBAUTISTA, A., LOPEZ-GALARZA S., ALAGARDA Influence of watering on theyield and cracking of cherry, fresh-market and processing tomatoes. Journal of Horticultural Science & Biotechnology, 75: (2) 171-175, 2000. TESTEZLAF, R.; MATSURA, E. E.; CARDOSO, J. L.. A importância da irrigação no desenvolvimento do agronegócio. Agrológica.: Feagri/ Unicamp. 2002. 45p. Fi Figura 3: 3 Variação V i ã anuall (2007) do d volume l de d vendas d e do d preço comercializado i li d dda cultura lt ddo chuchu h h no estado do Paraná REDUÇÃO DE MECANIZAÇÃO Sistemas como o pivô central permitem que outras práticas agrícolas sejam realizadas juntamente com a irrigação, como a aplicação de defensivos ou fertilizantes. Tal ferramenta propicia uma diminuição no pisoteio da plantação e versatilidade na aplicação parcelada destes produtos conforme a necessidade. não acontece somente com a aquisição do sistema, mas com a sua utilização de forma racional e correta. Hoje existem ferramentas de análise do solo e clima, capazes de fornecer os dados a serem usados para a correta irrigação, ou mesmo controlar como o pivô central, se comportar, e qual regime de irrigação utilizar. *Marcelo Bueno dos Santos é gerente regional de vendas – Krebs Irrigação; engenheiro-Agrônomo (Unicamp), especializado em Gestão do Agronegócio (Esalq/USP). Email: marcelo.santos@ krebs.com.br CONCLUSÃO Finalizando, apesar de todos os benefícios apresentados, lembre-se de que o êxito da irrigação na agricultura 30 Revista AgriMotor • Agosto/2014 irrigação.indd 30 20/08/2014 15:28:50 irrigação.indd 31 19/08/2014 21:51:23 AGRICULTURA DE PRECISÃO GERENCIANDO A FROTA DE MÁQUINAS NA PALMA DA MÃO O sistema SiteWatch faz parte do Case Care, ferramenta integrada entre cliente, distribuidor e fábrica para gerenciamento de frota. A equipamentos e custos operacionais mais baixos. Foi desenvolvido pela própria marca e faz parte de uma ferramenta mais ampla de gerenciamento de frotas, o Case Care, criado pela Case Construction em 2009. O Case Care engloba ainda o programa de análise de fluidos SystemGard, planos de manutenção preventiva e histórico do equipamento. O SiteWatch permite comparar o desempenho de várias máquinas, estabelecer tendências de consumo de combustível, receber indicadores de desempenho, análises de tempo ocioso, intervalos de manutenção programada, relatórios de integridade e alertas de segurança programáveis. Essas informações são dis- Fotos: Divulgação Case Construcion Equipment acaba de lançar um novo sistema telemático de gerenciamento de frota, o SiteWatch. Responsável pela captura das informações de desempenho e posicionamento da máquina, o sistema disponibiliza informações importantes de operação em tempo real, facilitando sua tomada de decisão, garantindo maior eficiência dos 32 Revista AgriMotor • Agosto/2014 agricultura de precisão.indd 32 19/08/2014 21:58:20 AGRICULTURA DE PRECISÃO ponibilizadas ao dono da máquina e ao concessionário, que, com um profissional especializado, vai sugerir ajustes e preparar manutenções customizadas. “Esta tecnologia representa um novo patamar de gerenciamento de frota, deixando de lado as adivi- agricultura de precisão.indd 33 nhações e a pequena precisão das análises manuais para chegar a um nível de detalhamento minucioso, capaz de apontar não só a necessidade de manutenção, mas de outras particularidades da operação e desempenho das máquinas, chegando até a sugerir treinamentos específicos para os operadores”, esclarece França. O sistema tem três componentes principais. O primeiro é o Módulo de Controle: um modem de comunicação do hardware de bordo que coleta informações como localização da máquina, produtividade, eficiência em combustível, necessidades de manutenção e parâmetros de integridade operacional e envia ao portal da web do usuário. O segundo componente do sistema é o plano de assinatura, com dois módulos disponíveis: básico e avançado. A melhor escolha varia conforme a necessidade em termos de quantidade de dados ou detalhamento de informações. A assinatura básica usa as principais entradas do teclado, detecção de movimento e rastreamento GPS para gerar várias informações e relatórios. Já a assinatura avançada acrescenta dados personalizados de controle e informações exclusivas com dados da rede CAN-bus, não disponíveis em outros sistemas telemáticos. O terceiro componente é uma interface baseada na web, que proporciona acesso aos dados e relatórios da máquina a partir de qualquer computador com acesso à internet, a você e ao seu concessionário, permitindo a gestão remota da frota. “Com a assinatura avançada do sistema é possível monitorar doze parâmetros, incluindo a possibilidade de personalizar alguns deles de acordo com a necessidade. Nesse formato, um novo relatório é gerado a cada dez minutos, criando um panorama preciso das atividades. O plano básico conta com a análise de seis parâmetros e os relatórios são gerados a cada duas horas”, informa Carlos França, gerente de marketing da Case. O aplicativo SiteWatch para iPad já está disponível na loja do iTunes da Apple. A grande vantagem do aplicativo é permitir o gerenciamento da frota, com dados detalhados, como desempenho, produtividade e manutenção, onde quer que o responsável pela frota esteja: em outra região a trabalho ou em férias, na estrada ou em campo. 19/08/2014 21:58:23 Foto: www.freeimages.com OPINIÃO MODERNIZAÇÃO TRABALHISTA NO AGRONEGÓCIO Sem lei que regule o trabalho terceirizado, Brasil judicializa o tema, deixando empresas e trabalhadores à mercê da interpretação do Poder Judiciário. Gustavo Diniz Junqueira* A dinâmica das relações de trabalho impõe a necessidade de modernização das regras trabalhistas aplicadas ao campo. Mudanças são fundamentais para dar segurança jurídica ao empregador, destravar negócios, bem como assegurar empregos e gerar novas oportunidades aos trabalhadores – sem ferir direitos, numa espiral de modificações que somente trará benefícios, contribuindo para o combate à letargia econômica que aflige o país. O primeiro flanco desta modernização passa pela regulamentação da PEC relativa ao trabalho escravo. O segundo desafio refere-se à regulamentação da terceirização e envolve dois pontos: uma análise do STF sobre um caso que trata da questão, bem como, em outra e mais importante ofensiva, um projeto de lei (PL) que regulamenta a terceirização da mão de obra no campo em atividades-fim. 34 No que diz respeito à PEC, a definição clara, objetiva e cristalina do que será escrito – em lei – como sendo trabalho escravo ou análogo à escravidão é imprescindível para a segurança jurídica do agronegócio e outros setores. O senado aprovou a PEC que determina, entre outras questões, a expropriação de propriedades rurais flagradas com trabalho escravo. A PEC prevê uma emenda de um novo PL que vai determinar a regulamentação da definição exata do que será compreendido como trabalho escravo. Esta regulamentação não poderá dar margem a interpretações, abrindo brechas para subjetividade. A definição terá que ser a mais transparente possível. Desacordos administrativos com a legislação trabalhista não podem ser confundidos com trabalho escravo. É o que vem acontecendo em casos relacionados à NR 31. O legislador precisa entender as especificidades do trabalho no campo e não impor restrições urbanas/industriais a uma realidade diferente. Para que se dê início a qualquer tipo de expropriação, é importante, ainda, que a sentença penal condenatória tenha sido transitada em julgado. Num país democrático, qualquer cidadão tem garantido o seu direito de defesa. A regulamentação sólida reduzirá o perigo de que fiscais do trabalho determinem expropriações de modo arbitrário e de que irregularidades trabalhistas simples sejam enquadradas como trabalho escravo. TERCEIRIZAÇÃO No Brasil, não existe lei que regule trabalho terceirizado. Esse vácuo regulatório vem judicializando a tercei- Revista AgriMotor • Agosto/2014 opinião.indd 34 19/08/2014 22:02:04 OPINIÃO opinião.indd 35 conveniente, desde que isso não vá contra a dignidade da pessoa humana, nem contra os direitos previstos na Carta Magna. É o que defendemos e cobraremos. Divulg ação que atuam nas propriedades de fornecedores independentes – trouxe à tona a questão. A decisão prejudica, principalmente, o pequeno e o médio produtores, retirando autonomia em relação às suas próprias propriedades. Eles se tornam arrendatários de suas terras, perdendo o direito sobre sua produção. O TST precisa rever sua posição e considerar em sua análise o impacto social negativo que a sentença atual provoca. Uma decisão correta tem que preservar direitos individuais, livre iniciativa, dando previsibilidade, segurança jurídica e condições de sobrevivência à atividade. O artigo 170 da Constituição Federal assinala que a ordem econômica é baseada na livre iniciativa. As empresas têm liberdade para gerir seus negócios da forma como acharem Foto: rização no país, deixando empresas e trabalhadores à mercê da interpretação do Poder Judiciário. Em administração de empresas, a terceirização é uma das práticas mais interessantes que existe. Tanto que se popularizou em diversas áreas. Bem regulada, a terceirização não significa precarização do trabalho. Muito pelo contrário. Entre seus benefícios socioeconômicos, diminui a informalidade, reduz custos, estimula o empreendedorismo, foca na especialização e incentiva a competitividade num mundo cada vez mais integrado em rede por cadeias de valor globais. No agronegócio, uma decisão do TST que obriga as indústrias de suco de laranja a contratar de forma direta todos os trabalhadores que lhes prestam serviço no plantio, cultivo e colheita nos pomares – inclusive os *Gustavo Diniz Junqueira, formado em administração de empresas, mestre em finanças pela Thunderbird School of Management dos Estados Unidos, é presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB). 20/08/2014 15:27:27 CLIPPING APP CÓDIGO FLORESTAL Com a tecnologia a serviço da agricultura, o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), em parceria com o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef ), lançou um aplicativo que pode ajudar o produtor rural a regularizar sua propriedade, conforme as normas do novo Código Florestal. Disponível para smartphones, tablets e computador, o aplicativo funciona para fazendas de qualquer porte. PRAGAS ONLINE Monsanto acaba de lançar o Manual de Pragas Online, um e-book para levar informações atuais e de qualidade sobre os principais insetos que podem afetar a produtividade das lavouras brasileiras. O conteúdo, disponível gratuitamente, é voltado a agricultores, cientistas, acadêmicos e ao público interessado em assuntos referentes ao manejo de insetos. O manual pode ser baixado de www.raizdo conhecimento.com.br. CONHEÇA O SINIR Está em funcionamento, e pode ser acessado por qualquer pessoa, o primeiro módulo do Sinir – Sistema Nacional de Informações sobre Irrigação, um dos instrumentos da Política Nacional de Irrigação. O objetivo é armazenar dados confiáveis sobre agricultura irrigada em todo país, que possam servir de apoio à gestão estratégica em instituições públicas e privadas: http://sisppi. mi.gov.br/SISPPI/. CRÉDITO FUNDIÁRIO Dia 4 de agosto, o Comitê Permanente do Fundo de Terras e do Reordenamento Agrário, em sua 23ª reunião, aprovou mudanças no Regulamento Operacional e nos manuais do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF) – previstas na Lei Complementar 145/2014 – que permitem ao herdeiro de parte de uma propriedade rural utilizar recursos do Fundo de Terras para financiar a compra da área dos outros herdeiros. Fo : www Foto ww ww.freeim w freeim e ages.com ages .com MAIS DESEJADA A Volvo foi considerada “A Marca Mais Desejada” de caminhões e ônibus pelo segundo ano consecutivo por uma pesquisa realizada pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), com concessionárias de todas as marcas afiliadas à instituição. O prêmio foi entregue dia 13 de agosto ao presidente da montadora na América Latina, Roger Alm, durante o 24º Congresso Fenabrave, em Curitiba. 36 ABERTURA DA FENASUCRO No dia 26 de agosto será realizado no Espaço de conferências Fenasucro no Pavilhão de Exposições Zanini em Sertãozinho-SP, o evento técnico oficial da abertura da Fenasucro 2014. É a 3ª Conferência DATAGRO CEISE Br. que reunirá especialistas do setor sucro energético para debater os principais temas do setor. MAIS ARMAZÉM A GSI, empresa de armazenagem da multinacional de máquinas e equipamentos agrícolas AGCO, deve começar até o fim do ano a operar sua nova fábrica em Passo Fundo (RS) e já estuda formas de se expandir para o Centro-Oeste do país. Foi o que afirmou, dia 11, em São Paulo, o vicepresidente e gerente geral da AGCO para a América do Sul, André Carioba, em entrevista coletiva. Investimento previsto: R$ 18 milhões. SAFRINHA SURPREENDE A consultoria INTL FCStone estima uma produção de 77,4 milhões de toneladas de milho para o ciclo 2013/14, um aumento de quase dois milhões de toneladas em relação ao número divulgado no mês de julho (75,5 milhões de toneladas). A INTL ressalta que não houve ajustes dos números da primeira safra, mas o aumento é resultado da revisão tanto da área plantada quanto da produtividade da safra de inverno. Revista AgriMotor • Agosto/2014 clipping2.indd 36 20/08/2014 15:22:49 Quando sua empresa diz não ao trabalho infantil, muita gente pode dizer sim para sua marca. Invista nas crianças e adolescentes do Brasil e tenha o selo de reconhecimento da Fundação Abrinq. Seja uma Empresa Amiga da Criança. Saiba mais pelo site www.fundabrinq.org.br/peac ou pelo telefone 11 3848 4870 Uma iniciativa: clipping2.indd 37 19/08/2014 22:05:07 Foto: Bayer CropScience SOJA PARANÁ VENCE DESAFIO DE PRODUTIVIDADE Empatou! Produtor e técnico de Guarapuava, no Paraná, produziram mais de 117 sacas de soja por hectare e se consagraram campeões nacionais. O s campeões da região Sul e nacional do Desafio de Máxima Produtividade de Soja deste ano são o produtor Alexandre Seitz e o consultor técnico José Carlos Sandrini Júnior, do município de Guarapuava, no Paraná. Ambos conseguiram produzir impressionantes 117,33 sacas por hectare utilizando tecnologias e técnicas inovadoras no plantio da soja. A cerimônia de premiação, dia 24 de julho, no ministério da Agricultura contemplou os cinco produtores e consultores técnicos vencedores da categoria nacional. Os participantes 38 soja.indd 38 ainda tiveram a oportunidade de trocar experiências bem-sucedidas e discutirem os resultados e métodos adotados pelos campeões do Desafio 2013/2014. “Este novo recorde de produtividade do Campeão Nacional atesta o imenso potencial do Brasil na produtividade da Soja, tendo como parâmetro a média nacional de colheita que é 50 sacas por hectare”, afirma Orlando Martins, presidente do Cesb (Comitê Estratégico Soja Brasil). Além do campeão nacional de soja não irrigada, os outros campeões regionais e o campeão de soja ir- rigada também alcançaram grandes produtividades: SOJA NÃO IRRIGADA: Campeão do Norte-Nordeste: do município de Jaborandi, na Bahia, o produtor Martimiano Cristiano Pacheco e o consultor técnico Ivair Gomes alcançaram a média de 92,4sacas por hectare; Campeão do Centro-Oeste: do município de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, o produtor Matheus Eduardo Tochetto e o consultor técnico Flávio José Benedeti obtiveram a produção de 109,9 sacas por hectare; Revista AgriMotor • Agosto/2014 19/08/2014 22:07:18 Campeão do Sudeste: do município de Capão Bonito, em São Paulo, o produtor Emílio Kenji Okamura e o consultor técnico Roberto Minoru Ishimura habilmente produziram 100 sacas por hectare; Foto: www.freeimages.com SOJA Campeão do Sul (campeão nacional): do município de Guarapuava, no Paraná, o produtor Alexandre Seitz e o consultor técnico José Carlos Sandrini Júnior conseguiram produzir impressionantes 117,33 sacas por hectare. SOJA IRRIGADA: Campeão da categoria, o produtor Leonardo Latalisa França e o consultor técnico Lucas Gontijo de Araujo são do município de Brasilândia de Minas, em Minas Gerais, e alcançaram a média de 102,5 sacas por hectare. CAMPEÕES ESTADUAIS: Bahia: produtor Martimiano Cristiano Pacheco e o consultor técnico Ivair Gomes. Produtividade alcançada: 92,4 sacas por hectare; Foto: www.freeimages.com Goiás: produtor João Paulo Brandão e o consultor técnico Guilherme Henrique Coimbra Rodrigues. Produtividade alcançada: 104,7 sacas por hectare; Minas Gerais: produtor Leonardo Latalisa França e o consultor técnico Lucas Gontijo de Araujo. Produtividade alcançada: 102,5 sacas por hectare; Mato Grosso do Sul: produtor Matheus Eduardo Tochetto e o consultor técnico Flávio José Benedeti. Produtividade alcançada: 109,9 sacas por hectare; Mato Grosso: produtor Elton Zanella e o consultor técnico Marcos Adriano Storch. Produtividade alcançada: 102,1 sacas por hectare; Paraná: produtor Alexandre Seitz e o consultor técnico José Carlos Sandrini Júnior. Produtividade alcançada: 117,33 sacas por hectare; Rio Grande do Sul: produtor Vitor Baseggio e o consultor técnico Gilmar Borsa. Produtividade alcançada: 108 sacas por hectare; São Paulo: produtor Emílio Kenji Okamura e o consultor técnico Roberto Minoru Ishimura. Produtividade alcançada: 100 sacas por hectare. O campeão de soja irrigada e os quatro campeões regionais de soja não irrigada receberam como prêmio uma viagem técnica aos Estados Unidos, de 2 a 10 de agosto, onde, entre outras atividades, visitaram culturas de soja de alta produtividade, centros de pesquisas e universidades. Além disso, os campeões estaduais e municipais receberam um diploma do Cesb e passarão a ser reconhecidos em suas regiões como referências em produtividade de soja no país. Agosto/2014 • Revista AgriMotor soja.indd 39 39 19/08/2014 22:07:20 Foto: Gerardo Lazzari EVENTOS 13º CONGRESSO DA ABAG: VALORIZAR O PROTAGONISMO Congresso da Associação Brasileira do Agronegócio enfatizou a necessidade de o setor ser reconhecido como protagonista do crescimento econômico brasileiro. E sse foi o tom predominante no 13º Congresso da Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, realizado dia 4 de agosto, em São Paulo. O evento contou com a presença de várias autoridades federais e estaduais, além das principais lideranças do setor. Após a abertura, o economista Samuel Pessoa fez a palestra no painel Agronegócio Brasileiro: Valorização e Protagonismo, na qual enfatizou que a urgência em termos de reforma no Brasil hoje é a de uma substancial alteração na área tributária que contemple uma redução dos custos das empresas com a adequação ao complexo sistema tributário. “Penso que, do ponto de vista econômico, 40 uma diminuição nos custos da conformidade tributária teria o mesmo efeito positivo sobre a economia brasileira que teve o Plano Real sobre a inflação”, disse o economista. O painel foi coordenado pelo deputado federal Luis Carlos Heinze, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária. No painel seguinte, Agronegócios e as Novas Mídias, o jornalista Rodrigo Mesquita fez um apanhado do papel que as formas de comunicação exercem no agronegócio. A seu ver, “se as lideranças do agronegócio não se colocarem nas várias plataformas das novas mídias (Facebook, Twitter, Linkedin e outros) abrirão espaço para que os segmen- tos que são contrários à atividade agrícola ocupem o espaço, causando enormes prejuízos para o setor.” Participaram, como debatedores do painel, a professora Elizabeth Saad Corrêa, da Universidade de São Paulo, e o engenheiro Demi Getschko, professor da PUC-SP e primeiro brasileiro a fazer parte do Hall da Fama da Internet. PESQUISA ABAG/ESPM Uma pesquisa inédita, encomendada pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e pelo Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM, levantou a percepção da população urbana brasileira em relação ao perfil ideal de candidato à presidência da Revista AgriMotor • Agosto/2014 eventos.indd 40 19/08/2014 22:10:42 EVENTOS República para o agronegócio. Um dos dados aponta que nada menos que 72% dos entrevistados disseram que votariam num candidato que desse maior atenção aos agricultores brasileiros. Além disso, para 74,5% dos pesquisados, um presidente que não apoia a produção de alimentos, não se importa com a qualidade de vida das pessoas. O levantamento, que foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa Ipeso e ouviu 600 pessoas de Belém, Salvador, Goiânia, São Paulo e Porto Alegre constatou, ainda, que a população entende que o futuro presidente precisa dar mais atenção as questões ligadas à alimentação. E 77,5% dos pesquisados disseram que o futuro presidente precisará dar mais atenção para as questões dos alimentos no Brasil. A maioria da população ouvida (70,5%) entende que a oferta de comida dependerá da capacidade do futuro presidente em orientar e apoiar o agronegócio. A constatação é reforçada por outro dado: 62,3% afirmaram que não elegeriam um presidente que demonstrasse descaso pela agricultura. Apresentada por José Luiz Tejon Megido, da ESPM, e Victor Trujillo, do Ipeso, a pesquisa teve os resultados questionados pelo cientista político Bolívar Lamounier, que considerou as opções apresentadas aos pesquisados como predominantemente favoráveis ao agro, evitando assuntos mais polêmicos. Lamounier esperava que o velho ranço anti-rural fosse demonstrado mais uma vez. Tejon garantiu que esse quadro é coisa do passado e elevou a temperatura do debate perguntando por que era tão difícil ao setor acreditar que é, sim, querido. De qualquer forma, a pesquisa não permitiu, e nem era seu propósito, apontar alguma preferência quanto a candidaturas majoritárias, tema do último painel, no qual Roberto Rodrigues pressionou firmemente os representantes dos três principais candidatos a se posicionarem quanto a diversos temas do setor, especialmente do sucroenergético. Durante o Congresso foram entregues os prêmios Norman Borlaug de Sustentabilidade a Agronegócio a Urbano Campos Ribeiral, presidente do Conselho da Agroceres e Ney Bittencourt de Araújo – Personalidade do Agronegócio a João Paulo Koslovski, presidente do Sistema Ocepar – Organização das Cooperativas do Paraná. Dagan Peças Corte Reto Corte Angular Furações Roscas Fresagem Peças Curvadas com barras de até 14m Dagan Tubos 20|40|60|80|160 com e sem Costura NBR 5580 e NBR 5590 CRCC Empresa Certificada eventos.indd 41 BNDES (11)2088-7810 www.dagan.com.br [email protected] !" #$%&' *+, 19/08/2014 22:10:43 Foto: Divulgação APPA/Ivan Bueno EXPORTAÇÃO BALANÇA COMERCIAL POSITIVA Saldo da balança comercial brasileira apresentou um superávit de US$ 2,37 bilhões no mês de junho, mas acumulado do ano teve um déficit de US$ 2,49 bilhões. Marcos Fava Neves e Rafael Bordonal Kalaki* O agro no primeiro semestre escapou do fiasco da economia brasileira e da seleção do Felipão. Em junho as exportações do agro tiveram melhora em relação a 2013. As exportações (US$ 9,61 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 9,18 bi), aumentaram 4,7%. O saldo na balança do agro de junho foi de US$ 8,40 bi, um crescimento de 6,3% em relação a junho de 2013, graças também às importações brasileiras que diminuíram 3,8% no mês. O valor exportado acumulado no ano (US$ 42 49,1 bilhões) por sua vez teve queda de 0,9% quando comparado com o mesmo período de 2013 (US$ 49,6 bilhões). O saldo positivo acumulado no ano foi de US$ 40,8 bilhões (1,2% menor que o mesmo período em 2013). Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma expressiva e preocupante queda de 9,2% nas exportações (US$ 11,9 bi em 2013, para US$ 10,8 bi em 2014), o que levou a participação do agronegócio nas exportações alcançar incríveis 47% em relação às exportações totais do Brasil, ou seja, o agro foi responsável em mais um mês por quase metade de tudo que o Brasil exportou. O saldo da balança comercial brasileira se recuperou e apresentou um superávit de US$ 2,37 bilhões no mês de junho, porém no acumulado do ano o país teve um déficit de US$ 2,49 bilhões. Se não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira teria um déficit de US$ 43,3 bilhões acumulados no ano, ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na economia brasileira. Em junho, os dez campeões no aumento das exportações em relação a Revista AgriMotor • Agosto/2014 exportação.indd 42 19/08/2014 22:12:34 ção mar dos R$ 2,30. Cabem, ainda, nossas esperanças nos países em desenvolvimento que cada vez mais são importantes para as exportações do Brasil. Quem sabe, ainda dá para passar de US$ 100 bilhões em 2014. Divulg a (US$ 106,8 mi), Emirados Árabes (US$ 70,8 mi), Espanha (US$ 65,0 mi), Alemanha (US$ 62,9 mi), Romênia (US$ 46,4 mi) e Irã (US$ 41,9 mi). Juntos, estes dez países que mais cresceram, foram responsáveis pelo aumento de US$ 1,11 bilhão. Estamos esperançosos, mesmo com uma anunciada supersafra nos EUA, aguardando aumento dos volumes exportados, bem como na recuperação da China nas importações brasileiras. Somado a isso, ainda temos grãos armazenados. A safra de cana-de-açúcar já começou e temos um dólar no pata- Foto: Foto: Divulgação APPA Divulg a ção Foto: 2013 foram respectivamente: farelo de soja (aumentou US$ 299,9 milhões em relação a junho de 2013), café verde (US$ 159,9 mi), soja em grãos (US$ 136,2 mi), carne bovina in natura (US$ 84,2 mi), carne suína in natura (US$ 68,9 mi), couros/peles bovinos preparados (US$ 28 mi), outros couros/peles bovinos curtidos (US$ 24,5 mi), celulose (US$ 22,1 mi), arroz (US$ 16,2 mi) e algodão não cardado nem penteado (US$ 15,3 mi). Estes dez produtos juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 855,1 milhões nas exportações do agro de junho. A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: carne suína in natura (56,9%), outros couros/peles bovinos curtidos (35,1%), café verde (16,9%), farelo de soja (11,9%), couros/peles bovinos preparados (11,6), carne bovina in natura (8,5%), algodão não cardado nem penteado (6,0%), soja em grãos (-2,0%), arroz (-9,9%) e celulose (-13,4%). No cenário dos mercados de destino dos produtos do agro brasileiro, os dez principais países que mais cresceram suas importações foram: Rússia (US$ 190,5 milhões a mais que em junho de 2013), Venezuela (US$ 179,3 mi), Países Baixos (US$ 178,4 mi), Estados Unidos (US$ 168,9 mi), França Foto: Divulgação APPA EXPORTAÇÃO *Marcos Fava Neves é professor titular da FEA-RP/USP e Rafael Bordonal Kalaki é mestre em administração e pesquisador da Markestrat. Agosto/2014 • Revista AgriMotor exportação.indd 43 43 20/08/2014 15:25:05 VISÃO ELEITOR BRASILEIRO COMPREENDE DEPENDÊNCIA DO AGRONEGÓCIO Pesquisa analisa expectativas dos eleitores em relação aos três primeiros candidatos à presidência do Brasil. José Luiz Tejon* E m pesquisa realizada pela Abag/ESPM, nas cidades de São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Belém e Goiânia, 81,2% preferem um candidato que entenda de agronegócio e 72,8% não votam em candidato que tem descaso com a agricultura. Esses dados conjugados a hoje elevada percepção do eleitor a respeito da dependência que a economia, e o Brasil, têm do agronegócio, alteram consideravelmente a importância desse macrossegmento, que reúne cerca de 25% do PIB. Relevância essa não apenas real, mas já percebida, mesmo pela sociedade urbana brasileira. Quase unanimidade, 91,2% dos eleitores concordam com a afirmação: o agronegócio é muito importante para o país, ao lado de outras opções na mesma alternativa, como concorda, concorda pouco, concorda ligeiramente, nem concorda nem discorda, discorda levemente, discorda pouco, discorda, discorda muito e não sabe. E 86,4% dos eleitores consideram as estradas do país mal conservadas, e que isso aumenta os custos dos alimentos. Sendo que 86,3% interpretam os portos brasileiros como antigos e mal gerenciados, e por isso prejudicam o agronegócio nacional. O setor, se por um lado ocupa uma posição de relevo na percepção da população, por outro apresenta pontos a 44 serem trabalhados pelas organizações e suas entidades. Já que 66,4% não acreditam que a reforma agrária possa resolver problemas de inclusão econômica e social; 42,7% não concordam com os transgênicos, enquanto 14,3% nem concordam nem discordam nessa categoria, sobrando 37,4% na concordância. A engenharia genética exige ações de monitoramento e de educação da sociedade urbana. No aspecto do “agrotóxico”, 90% concordam que o governo deve aumentar a fiscalização, o que dramatiza a necessidade de clareza e de comunicação ética nessa relação com a cidade. Outro aspecto a exigir uma gestão competente do tema está sob o assunto das florestas: 54,6% não concordam que o Brasil seja um dos países do mundo que melhor preserva suas florestas com 13,2% nem concordando ou discordando, 1,5% diz não saber e 30,7% que acreditam ser o Brasil, sim, um dos países mais preservadores do mundo. Água surge como o grande ponto da preocupação urbana, onde 78,8% concordam de que vai haver falta de água potável no mundo. Sobre segurança alimentar, temos nos eleitores uma conclusão curiosa: 56% concordam de que não faltam alimentos no Brasil. Essa situação explica o fato do setor não estar no “Top of Mind” das grandes preocupações emergenciais do eleitor, como segurança, saúde, mobilidade urbana, moradia, empregos, educação e corrupção. Porém, 32,1% não concordam com a afirmação, 11,2% nem concordam nem discordam, e ao trazermos para essa questão, outra pergunta a respeito da oferta de alimentos no país: 82,5% concordam que isso será dependente da capacidade do futuro presidente em orientar e apoiar o agronegócio. A respeito dos candidatos que aparecem na liderança das pesquisas eleitorais, (esta pesquisa realizada pelo Ipeso não foi feita para intenção de voto) a candidata Dilma Roussef surge como mais vinculada a incentivos, e eliminação de impostos para a agricultura. O candidato Aécio Neves aparece como uma personalidade de mais investimentos em infraestrutura e que poderia levar o país a ser o campeão mundial em exportação no agronegócio. E o candidato Eduardo Campos como um apoiador do setor. Os três candidatos são percebidos pela população como positivos para o agronegócio brasileiro, mas diferentes, não são iguais. Surge como dado interessante adicional, dentre outros, a paixão do brasileiro pelo biocombustível. Os eleitores acreditam numa proporção de 89,9% que o Brasil precisaria usar mais a energia renovável que vem da agricultura como o etanol e o biodiesel. Este estudo, ao lado de outros cumulativos anteriores, nos permite afirmar que houve uma mudança não apenas Revista AgriMotor • Agosto/2014 visão2.indd 44 20/08/2014 15:23:38 Ao concluir podemos afirmar: se o agronegócio mudou, do lado de dentro da porteira das fazendas, fato também ter mudado e impactado a opinião pública brasileira e urbana das grandes cidades. Não se trata de um tema próximo, e do dia a dia, inclusive pela não percepção na maioria das pessoas de que tenhamos falta de comida no país. Porém ali existe um potencial, acessável e acessível com extraordinária facilidade para a boa intenção de educação e de planos saudáveis de gestão, seja na área pública como privada. E o macrossetor apresenta, também, pontos controversos e de ignorância de um não saber e de falta de informação, quando adentramos aspectos específicos ao longo de toda a sua cadeia produtiva, desde a mesa do consumidor, passando pelo varejo, agroindústrias, serviços, produção, e tecnologia propriamente dita. Mas fica aqui o registro potencial da promessa de um sonho, onde o Brasil poderia prometer e ter a competência para entregar. Ele também vive e existe na aspiração desse cidadão e eleitor urbano: 89,9% concordam que o agronegócio brasileiro pode alimentar o mundo e também significa uma vital fonte de renda para o Brasil. Foto: de realidades concretas, no que tange ao agronegócio e sua relação com a economia e a vida no país, mas que esse fato, hoje, também já tem uma percepção de valor diferente e muito positiva, instalada potencialmente na mente do cidadão urbano e do eleitor brasileiro. Enquanto macrossetor, as pessoas valorizam o agro, como economia, vida nova num novo interior, tecnologia, e um campo onde o Brasil se destaca mundialmente, e que isso traz benefícios e gera emprego nas cidades. E sabem também que a infraestrutura e os impostos prejudicam o setor, bem como falta de crédito e renda mínima assegurada. Quando aspectos pontuais são tratados, como orgânicos, defensivos agrícolas, transgênicos, questões de terras, demarcações indígenas, reforma agrária, água, árvores, mão de obra, cooperativismo e outros, fica evidente a necessidade de comunicação, diálogo, e educação, sob todos esses aspectos, seja por qualquer ângulo que possamos tomar a questão, contra ou a favor. Aí está, também instalado, um campo fértil para ser utilizado ou pela razão, ou por alternativas não científicas desses vitais assuntos. Divulg ação VISÃO *José Luiz Tejon é coordenador acadêmico de pós-graduação do Núcleo de Estudos do Agronegócio da ESPM - Escola superior de Propaganda e Marketing de São Paulo, diretor vice-presidente do CCAS - Conselho Científico para a Agricultura Sustentável, Mestre em Arte e Cultura pela Universidade Mackenzie de São Paulo Doutor.(c) em Ciências da Educação pela UDE – Uruguai Especialização em agribusiness pela Harvard Business School Colunista da Rádio Estadão de São Paulo. Foi diretor dos Grupos Agroceres, Jornal O Estado de S. Paulo, e executivo da Jacto S/A. Fundador e conselheiro efetivo da ABMRA - Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio. EDUARDO CAMPOS: O REINO DO ACASO O LEVOU! não caiu na areia e, quem sabe, poderia haver alguma chance de sobrevivência se caísse no mar. Nos estudos que havíamos recém finalizado sobre os candidatos presidenciáveis e as visões do agronegócio, ao lado da Abag e da ESPM, a Escola Superior de Propaganda e Marketing, Eduardo Campos surgia como uma opção que defenderia a agricultura e a pecuária brasileira. Meu amigo e ex-ministro Roberto Rodrigues adiantava que Eduardo era homem culto e conhecedor da modernidade e da alta tecnologia. E seu diálogo era percebido como de protagonismo, liberdade e empreendedorismo. O reino do acaso, os deuses da incerteza estão sempre pregando peças nos mortais, que somos todos nós. Alguma tecnologia ali falhou, no seu jato Cessna, algum imponderável combinou hora, lugar e instante para um encontro fatídico e trágico. Meus sentimentos e tristeza por esse brasileiro digno, seus familiares e amigos. Que a democracia brasileira possa obter algum sentido e significado especial desse instante. Agosto/2014 • Revista AgriMotor visão2.indd 45 www.freeimages.com E xatamente ali, numa esquina da Rua Vahia de Abreu, com Alexandre Herculano, meu caminho frequente num passado ido, das vindas e idas ao meu Colégio Canadá, em Santos, falece Eduardo Campos e seus assessores. Um local imprevisível, uma dessas audácias presentes das incertezas, do acaso, da sorte, do azar. No Boqueirão da praia de Santos. Na minha Santos. Não fica perto da base aérea, onde deveria pousar. Não houve choque contra nenhum morro, 45 20/08/2014 15:23:39 Foto: www.freeimages.com GESTÃO POR QUE ANUNCIAR EM TEMPOS DE CRISE? Sumir da mídia ou então praticar o efeito avestruz, com certeza não é a solução mais recomendável. Henrique Pátria Q uando os negócios estão em baixa fica sempre a dúvida no setor de marketing das empresas ou, na inexistência deste, nas diretorias comerciais ou ainda no dono do negócio, o que deve ser feito para manter a empresa em evidência porque neste momento a primeira atitude é parar tudo. Há vários comportamentos conhecidos, mas o mais tradicional é o do chamado “pé no freio”, onde tudo é suspenso e tudo deixa de ser feito em nome da economia que, julga-se, seja necessária neste momento. Quase sempre esta não é a melhor atitude, pois não se está agindo de forma racional e deixamos nos levar 46 somente pelo emocional que domina nossos sentimentos neste momento que vivemos. Não há nenhuma dúvida de que a quebra no bom andamento dos negócios deixa os gestores abalados, pois começam a surgir os problemas com capital de giro, fluxo de caixa e com a própria rentabilidade do negócio. Como sabemos e, por experiência própria, a propaganda é a primeira a ser cortada porque, a não ser nas vendas para o varejo, quando a relação entre o vendedor e o comprador são diretas e atuam uma em função da outra, as relações de causa e efeito na publicidade tradicional só aparecem a longo prazo. Há todo um processo de divulgação e fixação da marca, dos produtos e dos serviços prestados. Então, para dar o exemplo, a primeira atitude é a de que se faça qualquer economia, a qualquer custo, mas se essas medidas são tomadas sem qualquer critério técnico o feitiço pode voltar-se contra o feiticeiro. Explicando melhor: A empresa “some” do mercado e, a não ser os seus clientes mais antigos que já mantêm uma certa relação com ela, os demais potenciais clientes deixam de considerá-la para efeitos de negócios futuros. Além disso, os concorrentes que têm um comportamento parecido porém um pouco mais racional, ou seja, realinham seus investimentos Revista AgriMotor • Agosto/2014 GESTão.indd 46 20/08/2014 15:17:18 GESTÃO mirando as principais oportunidades, ocupam o espaço vazio deixado e abocanham os novos negócios que estão surgindo. Em nossa relação pessoal, soubemos de uma empresa que sumiu da mídia e quando voltou a fazer um anúncio recebeu ligações de antigos clientes indagando se ela não tinha quebrado, pois havia “sumido” totalmente de circulação e eles não ouviram mais falar dela. Há um ditado antigo que diz que “Nos momentos de crise é que surgem os melhores negócios”. Este ditado tem razão de ser por alguns motivos especiais que enumeramos: t O desenvolvimento de novos produtos – Usando do equipamento, da mão de obra e das matérias que já estão na casa com pequenas alterações descobre-se alguns produtos derivados e os acrescentamos ao nosso portfólio. t A abertura de novos nichos – Há alguns mercados que ainda não exploramos, quase sempre porque nossa rentabilidade está boa e mal conseguimos atender aos pedidos que já preenchem totalmente nossa grade de produção normal. É hora de voltar-se para estas novas oportunidades. t A busca de novos clientes – Já temos uma carteira tradicional com bons clientes, fiéis e bons pagadores e por isso nos descuidamos de abrir nosso leque. Vamos atrás deles. t A tomada de espaços no mercado – Como dissemos, há muita gente que se encolheu e não consegue colocar o “olho” para fora da porta. É hora de pesquisar e conquistar estes espaços vazios. t Os novos negócios – Todos os dias surgem novas demandas. Há menos de dois anos não havia espaço para muitos produtos que hoje estão em alta. É só olhar à sua volta e verá imensos prédios revestidos de aço inox e vidros que não existiam há dois anos. E A RELAÇÃO COM A MÍDIA? Por tudo isto é preciso contar a todos a suas novas investidas. Por exemplo, de nada adianta investir milhares de reais na obtenção da certificação da ISO se os interessados que são os seus clientes e o mercado não forem comunicados desta conquista. É preciso divulgar. A propaganda continua sendo a forma mais fácil de se mostrar ao mercado e dizer a todo o momento que você está forte e confiante, pois já passamos por recessões muito piores e, certamente, novos e importantes momentos estão chegando para a sua empresa. Há inúmeros estudos a respeito do tema e o mais recente que tomamos conhecimento foi elaborado pela consultoria McKinsey, em conjunto com a London Business School e pelo consultor Tony Hiller, e divulgadas pelo Portal Exame. Conclui que as companhias que aumentaram a sua despesa com publicidade em marketing em períodos de crise econômica tiveram aumento nos lucros quando a economia se reaqueceu e ganharam espaço no mercado. Já as empresas que cortaram verbas publicitárias levaram mais tempo para se recuperar. Portanto, é o momento de planejar melhor suas aparições, definindo os melhores veículos e os momentos que são os mais importantes dentro do universo que você quer atingir. Mas não deixe de aparecer, pois isto vai fazer a diferença em seu negócio. Agosto/2014 • Revista AgriMotor GESTão.indd 47 47 20/08/2014 15:17:20 BUSINESS WORLD Em 2014, o Grupo Voith celebra 50 anos desde sua fundação no Brasil, país onde instalou sua primeira e maior filial fora da Europa. Atualmente, conta com uma força de trabalho de cerca de 3.500 colaboradores e atua quase que exclusivamente em clientes da indústria automotiva. Dentre os principais campos de atuação da Voith Serviços Industriais, destacam-se a manutenção de equipamentos, limpeza técnica, montagem e desmontagem, testes e funcionamento de linhas de montagem automotivas e de outros tipos de indústrias, tendo a capacidade de realizar, desde os serviços mais simples, até os mais complexos. Outra atividade da divisão é o trabalho de automação. A Voith Serviços Industriais é responsável por toda a manutenção das instalações da Ford no Brasil, incluindo os serviços de armação de carrocerias, prensas, pintura, montagem final, manutenção das redes de utilidades que fornecem energia, ar comprimido e água para as linhas produtivas. Em 2014, para que a fabricação do novo Ford Ka em Camaçari fosse possível, a Ford efetuou diversas alterações nos equipamentos existentes e agregou outros . Foto: Divulgação 50 ANOS DO GRUPO VOITH Foto: Divulgação LIXO É FONTE ALTERNATIVA DE ENERGIA ELÉTRICA 48 BW.indd 48 Enquanto as administrações públicas ainda estão se organizando e adequando as leis para a utilização dos resíduos sólidos em térmicas, a multinacional brasileira TGM, de Sertãozinho, já está apta a gerar energia elétrica limpa, ou seja, em vez do lixo seguir para os aterros, segue para as térmicas resultando uma ação mais eficiente e, ambientalmente, correta. A empresa, atualmente, é responsável em produzir pelas suas turbinas mais de 10 GW de energia, abastecendo milhares de residências e indústrias do mundo. De acordo com o diretor da TGM, Antonio Gilberto Gallati, todo o lixo produzido na cidade é capaz de gerar parte da energia consumida pelo município, ou seja, entra lixo e sai energia elétrica. “A tecnologia TGM em transformar resíduos sólidos em energia limpa, além de limpar a cidade, gera renda, empregos e colabora na solução dos problemas ambientais”, alertou. Para exemplificar, uma cidade com população de 500 mil habitantes produz lixo suficiente para gerar 15.000 kW de energia elétrica, que corresponde a cerca de 10 a 15% de seu consumo total de energia. Segundo Gallati, o Brasil tem condições e facilidades de produzir, no mínimo, 3 GW de energia elétrica a partir de lixo, assim como eliminar vários riscos e gastos na saúde pública, além de gerar empregos de qualidade e impulsionar um sério trabalho ambiental e social. Revista AgriMotor • Agosto/2014 19/08/2014 21:54:36 GERENCIAMENTO DE SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO TECNOLOGIA: PEÇA-CHAVE PARA FUTURO DA AGRICULTURA A Bauer confirmou presença na Expointer 2014, mostrando tecnologias de gerenciamento dos sistemas de irrigação, pivôs centrais e carretéis irrigadores, separador de sólidos e líquidos (efluentes residuais, chorumes), com demonstração dinâmica aos visitantes, e com isso levando ao produtor informações para reutilização na propriedade, com fertirrigação e compostos, com projetos elaborados de forma sustentável, contribuindo dessa forma para o sucesso do empreendimento agropecuário do estado e do país. “Proporcionar ao Produtor Rural, equipamentos de alta tecnologia, robustez, confiabilidade, responsabilidade, segurança e satisfação com os resultados obtidos, é a missão da Empresa Bauer para com seus clientes”, garante Djalma Dallagnol, gerente comercial. A revolução que já está acontecendo no campo amplia a área de atuação da agricultura e a coloca no centro de um sistema que produz, além de alimentos, energias renováveis, biomassa, compostos medicinais e também preserva a água.“Estamos acostumados a ver agricultura de forma reducionista, mas o futuro aponta para a multifuncionalidade”. A avaliação é do presidente da Embrapa, Maurício Lopes, que participou, dia 29 de julho, do seminário Biotecnologia e Inovação, realizado na cidade de São Paulo, com apoio do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). Edvaldo Velini, presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), destacou que o país dobrou sua produção agrícola nos últimos sete anos exatamente porque desenvolveu e utilizou tecnologias a tempo. “O grande objetivo é avançar com segurança num cenário em que a biotecnologia assume papel cada vez mais relevante”, afirma. Dirigido às áreas acadêmica, política, jurídica e empresarial, o seminário reuniu mais de 350 profissionais para discutir novas aplicações da engenharia genética, seus desafios regulatórios e formas de incentivo à inovação. Foto: Divulgação BUSINESS WORLD Foto: Divulgação ALTERNADORES E MOTORES DE PARTIDA PARA O AGRO A TVH-Dinamica, empresa especializada em distribuição de peças e acessórios para as linhas de movimentação, industrial e agrícola, está incluindo novos itens no portfólio de produtos da linha agrícola. Desta vez, são os alternadores e motores de partida da Letrika, marca conhecida como Iskra até final de 2012. “A Letrika, marca já tradicional no mercado mundial, incorpora constantemente inovações nos projetos da sua linha elétrica, disponibilizando alternadores e motores de partida para as principais montadoras agrícolas do país”, afirma o gerente comercial da TVH-Dinamica, Paulo Acosta. Ele explica que a fabricante desenvolve os produtos em seu próprio centro de P&D, na Eslovênia, e fornece para mais de 58 países. No Brasil, desde 2004, com produção em série a partir de 2007, a Letrika atua na reposição automotiva, com laboratórios e CDC em Jaguariúna/SP. A empresa intensificou os lançamentos de toda linha agrícola, no ano passado. A previsão é aumentar o portfólio de mais de 12.500 itens da linha agrícola em 2014, com mais 5 mil lançamentos, incluindo itens das marcas próprias Bepco e Tractorcraft. Agosto/2014 • Revista AgriMotor BW.indd 49 49 20/08/2014 15:20:36 BUSINESS WORLD O MUNDO RURAL NO BRASIL DO SÉCULO 21 Uma ampla radiografia do rural brasileiro hoje, com múltiplos enfoques, informações e análises rigorosas, escritas por alguns dos maiores especialistas do Brasil. Trata-se do livro O mundo rural no Brasil do século 21, obra com 1.182 páginas, dividida em 37 capítulos com a autoria de 51 cientistas sociais ligados a mais de 20 instituições públicas e privadas. O livro é editado por Eliseu Alves e Zander Navarro (ambos da Embrapa) e Antônio Márcio Buainain e José Maria da Silveira (ambos da Unicamp). Em essência, os autores procuraram enfrentar o relativo desconhecimento, o romantismo e a idealização da agricultura, do “rural brasileiro” e do agronegócio, com informações e análises rigorosas sustentadas em informações primárias, como dados de censo e pesquisas de campo. Edição da Embrapa e do Instituto de Economia da Unicamp, a publicação conta com o patrocínio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). O livro será vendido apenas na livraria da Embrapa Informação Tecnológica (Brasília, DF). Os interessados podem se dirigir à Embrapa através do endereço [email protected]. ANUNCIANTES 14ª Conferência Internacional Datagro 2014 ............................................................................................. 31 Agritech Lavrale S/A Maq. Agrícola e Componentes ......................................................................... 4a capa Assiste Assessoria em Sistemas Administrativos ....................................................................................... 47 Bauer do Brasil Ltda. ..................................................................................................................................... 29 Dagan Ind. e Com. de Produtos Siderúrgicos Ltda. .................................................................................... 41 Dimotor Comercial de Peças para Motores Ltda. - Ditrator ....................................................................... 27 Fundação Abrinq .......................................................................................................................................... 37 Grips Editora .......................................................................................................................................... 3a capa Henkel Ltda. .......................................................................................................................................... 2a capa K Parts Indústria e Comércio de Peças Ltda. ............................................................................................... 35 Kashima Com., Imp. e Exp. de Auto Peças Ltda. ......................................................................................... 33 MAN Latin America Ind. e Com. de Veículos Ltda. .............................................................................. 20 e 21 Nekarth Ind. e Com. de Peças e Máquinas Ltda. ......................................................................................... 11 SSAB Swedish Steel Comércio de Aço Ltda. ................................................................................................ 13 Valmont Indústria e Comércio Ltda. ............................................................................................................ 17 50 BW.indd 50 Revista AgriMotor • Agosto/2014 19/08/2014 21:54:36 Por isso, não perca tempo, planeje seus anúncios para as próximas edições. A utilização de publicações segmentadas facilita sua empresa a atingir diretamente o público consumidor de seus produtos ou serviços. Se esta publicação for tradicional e com respeitabilidade no setor, este caminho mais curto ainda, pois você tem certeza de que ela será lida e comentada e seu anúncio será visto. E se esta publicação for auditada por um órgão independente como o IVC, o mais importante órgão brasileiro de tiragem e de circulação, você terá a garantia de que seu anúncio vai chegar às mãos certas. A Grips é uma editora especializada em publicações segmentadas e a revista Siderurgia Brasil, o Guia de Compras da Siderurgia Brasileira e a revista Agrimotor são veículos tradicionais e consagrados perante o público que atuam. Conra: A divulgação de seus produtos ou serviços, em revistas segmentadas, é mais barata do que você imagina! R. 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